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ERMESINDE N.º 910 ANO LIII/LV NOVEMBRO de 2013 DIRETORA: Fernanda Lage PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído) • Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: [email protected] A VOZ DE A VOZ DE ERMESINDE MAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS ! MENSÁRIO TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO DESTAQUE “A Voz de Ermesinde” - página web: http://www.avozdeermesinde.com/ CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO Assinados contratos- -promessa de desenvolvimento desportivo Nova proposta de organograma da Câmara muito controversa Apeadeiro da Travagem e outros problemas de transportes públicos vão mobilizar autarquia DESTAQUE Feira de S. Martinho das Castanhas e do Vinho DESTAQUE COLETIVIDADES Entrevista comemorativa dos 40 anos do ARD Gandra DESPORTO Acompanhe também “A Voz de Ermesinde” online no facebook e google+ P P Po o ov v vo de o de o de o de o de Er Er Er Er Ermesinde mesinde mesinde mesinde mesinde indignado indignado indignado indignado indignado... ... ... ... ... FOTO MANUEL VALDREZ Reagindo contra a amea- ça do encerramento da Re- partição de Finanças local, a população de Ermesinde, numa ação de luta preventi- va, saiu para a rua na pas- sada sexta-feira, dia 22 de novembro. A ação contou com o apoio do presidente da Câmara Municipal de Valongo. DESTAQUE P P Po o ov v vo de o de o de o de o de Er Er Er Er Ermesinde mesinde mesinde mesinde mesinde indignado indignado indignado indignado indignado... ... ... ... ...

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Jornal "A Voz de Ermesinde" n.º 910, de 22 de novembro de 2013

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ERMESINDEN.º 910 • ANO LIII/LV NOVEMBRO de 2013 DIRETORA: Fernanda Lage PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído)• Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: [email protected]

A VOZ DEA VOZ DEERMESINDEMAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS! M E N S Á R I O

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4440 VALONGO

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“ A V o z d e E r m e s i n d e ” - p á g i n a w e b : h t t p : / / w w w . a v o z d e e r m e s i n d e . c o m /

CÂMARA MUNICIPALDE VALONGOAssinadoscontratos--promessa dedesenvolvimentodesportivo

Nova propostade organogramada Câmara muitocontroversa

Apeadeiroda Travageme outrosproblemasde transportespúblicosvão mobilizarautarquia

DESTAQUEFeira deS. Martinhodas Castanhase do Vinho

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FOTO MANUEL VALDREZ

Reagindo contra a amea-ça do encerramento da Re-partição de Finanças local,a população de Ermesinde,numa ação de luta preventi-va, saiu para a rua na pas-sada sexta-feira, dia 22 denovembro. A ação contoucom o apoio do presidente daCâmara Municipal de Valongo.

DESTAQUE

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2 A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013Destaque

FERNANDA LAGEDIRETORA

Verão de S. Martinho

ED

ITO

RIA

L

A economia de uma casa era pautada por uma série deregras e rituais associadas à natureza.

O tempo tinha uma ligação forte à vida, tudo se passavaem função dele.

Um tempo para nascer, um tempo para aprender, um tempopara fazer, um tempo para ensinar, um tempo para morrer.

As grandes feiras e festas das colheitas também eramnum “tempo” em função do sítio, do clima e das culturas.

O S. Martinho que nos últimos anos nos tem brindado comumas belas chuvadas deve andar a acertar o seu calendáriopelos novos tempos!...

Todos os dias procuramos um raio de sol que nos aqueça aalma e ilumine um caminho, precisamosde sol, mesmo sem milho na eira S.Martinho não nos pode deixar mal!

Já não vamos às feiras abastecera casa com os produtos da terra,estamos mais preocupados com maisuns trapos, que vão substituir outrostrapos, que por sua vez vão para o lixo,lixo que aumenta sempre, mesmo queseja com a boa consciência de que vaiser reciclado!...

No S. Martinho fazia-se o balanço doque as terras produziram, do que haviana casa e do que era preciso comprar,vendiam-se os excedentes e com-pravam-se uns “luxos”.

As grandes tarefas agrícolas tinhamterminado, havia tempo para algumgozo e prazer. A feira era também esselugar de encontro, de novos co-nhecimentos, de namoros que seiniciavam, de criados que se ajustavam.

Da cidade vinham famílias fazercompras, visitar amigos e familiares,

mostrar aos filhos os camponeses, os produtos genuínos deum passado ainda próximo, matar saudades de uma outravida, de outros sabores.

Hoje as feiras, para além de continuarem a ser lugar devenda de produtos e de festejos são muitas vezes motivo deexposições, representações de um passado que se tentacontar às novas gerações, umas vezes muito bem, outras não.

Isto tudo misturado com muita música pimba, muito trapoe inutilidades.

É o nosso tempo, mais uma vez as feiras estão com otempo…

este tempo incerto e chuvoso há semprea esperança de uns dias de sol, e assimacontece no chamado Verão de S.Martinho.

Sei que é sol de pouca dura, mas dáprazer ao corpo e aquece a alma.

NCaminhar na natureza nesta altura do ano é um

deslumbramento, tempo de respigar, castanhas,nozes, cogumelos, uvas, maçãs, e nalgumas regiõesespigas de milho.

A paisagem veste-se de tons quentes e quando o solbrilha as árvores ficam douradas, cor de cobre, por vezesvermelhas alaranjadas.De quando em vez ovento levanta as folhascaídas num sussurroinebriante, que combinacom este sol de S.Martinho que nos convidaa largas caminhadas àprocura do que ficou paratrás.

Na cidade já poucosconhecem esta tradiçãode percorrer os camposdepois das colheitas,apanhar as uvas queficaram nas vides, nor-malmente de uma intensadoçura; é uma práticaque continua a dar muitoprazer a quem gosta deandar aos “gaipos”.

Respigar, reutilizar,reciclar são práticas quea sociedade de consumodesprezou.

Hoje fala-se muito em reciclagem, que é importantepara a conservação do planeta, mas a reciclagem nemsempre é tão amiga do ambiente como parece e temcustos elevados. Aproveitar o existente, sem gastosnem poluições é prática que a sociedade de consumoretirou do nosso quotidiano.

Pequenos saberes que a sociedade desprezou aonível da cozinha, da costura, dos trabalhos manuais, fazemtoda a diferença, quer ao nível da economia doméstica,dos gostos, das modas e da poluição do universo.

FOTO ARQUIVO

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NOVEMBRO de 2013 • A Voz de Ermesinde 3Destaque

Ermesinde manifesta-se contra o hipotéticoencerramento da sua repartição de Finanças

MIGUEL BARROS

Cerca de uma centena de pessoas ma-nifestou-se ao final da manhã do passadodia 22 de novembro à porta da Repartiçãode Finanças de Ermesinde contra a anunci-ada intenção do Governo em proceder aoencerramento deste serviço público. ÂngelaFerraz foi a porta-voz do grupo de utentesdas Finanças da nossa freguesia que levoua cabo a manifestação, começando por di-zer que esta ação é um protesto informati-vo, pois há muitos ermesindenses que ain-da desconhecem o que há poucas semanasfoi tornado público, isto é, de que na se-quência do memorando de entendimentocom a troika o Governo português preten-de encerrar até junho de 2014 várias reparti-ções de Finanças, estando veiculado a estefecho o nome de Ermesinde. Confrontadacom a comunicação social presente de queesta ainda não era uma decisão concreta,Ângela Ferraz, que politicamente, digamosassim, representa a CDU na Assembleia deFreguesia de Ermesinde (AFE), concordou,mas não deixaria de sublinhar que «da in-tenção aos atos o caminho é curto, comose tem visto nos últimos tempos no nossopaís». Frisaria que a ser concretizado esteencerramento, ele irá prejudicar milhares depessoas, não só da nossa cidade como deoutras localidades vizinhas, caso deÁguas Santas, um dos vários exemplos,cujos habitantes, com o fecho – há doisanos – da repartição local das Finanças delá para cá se deslocam a Ermesinde, pelaproximidade – para tratar dos seus assun-

Câmara solidáriaespera respostado Governo

A massa de manifestantes foi crescendorapidamente, sendo que a esta se juntaramalgumas figuras políticas locais e concelhias,tais como os representantes da CDU nos exe-cutivos da Junta de Freguesia de Ermesindee na Câmara Municipal de Valongo, res-petivamente Adelino Soares e Adriano Ribei-ro, bem como o líder dos comunistas naAssembleia Municipal de Valongo, CésarFerreira; João Morgado, membro do PS noexecutivo da Junta ermesindense, TavaresQueijo, representante socialista na AFE, e ain-da o presidente da Câmara, José Manuel Ri-beiro, que se fez acompanhar pelo seu viceSobral Pires. Aos jornalistas presentes o edilde Valongo demonstrou a sua total solidarie-dade para com a população ermesindense,sublinhando que também a autarquia estácontra o hipotético encerramento da reparti-ção, como aliás já manifestou muito recente-mente quando esta ameaça, por assim dizer,foi tornada pública. De imediato José Manu-el Ribeiro contactou a Secretaria de Estadono sentido de pedir uma audiência para es-clarecer melhor o assunto, e mostrar, como jáfrisámos, que a Câmara é totalmente contraeste fecho, e que tudo irá fazer para evitar afusão das repartições de Finanças de Valongoe de Ermesinde. «Isto não faz sentido», disseo presidente, que acrescentaria ainda que aCâmara está disponível para encontrar umasolução ao nível de espaço – se este possí-vel encerramento se ficar a dever ao facto de

tos fiscais. Com o hipotético fecho das Fi-nanças de Ermesinde prevê-se que a cen-tralização deste serviço passe para Va-longo, localidade esta que passaria a aco-lher a única repartição existente no nossoconcelho, uma hipótese que para ÂngelaFerraz não terá cabimento, até porque tan-to a repartição de Ermesinde como a deValongo já funcionam no presente de umaforma caótica, pelo elevado número de ha-bitantes/utentes que existem nestas cida-des, exemplificando que, no caso deEmesinde, muitas vezes é necessário es-perar duas horas para que sejamos atendi-dos. Lembraria ainda a propósito destanota populacional que, de acordo com osúltimos censos (em 2011), Valongo foi dosconcelhos que mais cresceu em termos depopulação a nível nacional. «Ermesindetem neste momento 38 800 habitantes, e sejuntarmos a população das restantes fre-guesias do concelho de Valongo numa sórepartição o serviço ficaria ainda mais ca-ótico do que aquilo que já é. Além de quecom a centralização deste serviço emValongo as pessoas de Ermesinde teriamde despender dinheiro e tempo na des-locação para a sede do concelho, para nãofalar também de que Ermesinde tem inú-meros escritórios de contabilidade que di-ariamente trabalham com a repartição lo-cal das Finanças, e com este eventual en-cerramento também eles teriam de ter cus-tos de deslocação. Não faz sentido queeste serviço público seja encerrado emErmesinde», rematou a porta-voz do gru-

o Governo querer reduzir despesas no paga-mento de rendas de espaços onde estas re-partições se encontram instaladas – para al-bergar as Finanças de Ermesinde. «Já passa-ram três semanas desde que enviamos umacarta à Secretaria de Estado a pedir mais expli-cações sobre esta notícia que veio a público,mas até agora ainda não obtivemos resposta.Mas é importante que os pressionemos comoforma de lhes fazer notar que encerrar esteserviço não é opção», concluiu o edil valon-guense.

Popularesrevoltados

Em coro os populares gritavam frases como«o povo é quem mais ordena!», «o povo uni-do jamais será vencido!”, ou «Governo para arua!», como forma de mostrar a viva voz doseu descontentamento para com um possívelencerramento da repartição. Carlos Cortês erauma dessas vozes revoltadas, que ao nossojornal disse que tal cenário não tem cabimento.«Ermesinde tem o dobro da população deValongo, e como tal não faz sentido que asFinanças fiquem lá centralizadas. Além dissoteríamos de pagar transportes, gasolina, paranos deslocarmos a Valongo de modo a pagar-mos os nossos impostos. Não tem cabimen-to», disse o paroquiano com indignação.

A manifestação prosseguiu posterior-mente até à Estação de Ermesinde, sendoque na voz de Ângela Ferraz este é o primei-ro de muitos protestos marcados contra estehipotético – voltamos a sublinhá-lo – fechoda repartição da nossa freguesia.po de manifestantes.

FOTOS MANUEL VALDREZ

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4 A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013Destaque

Aprovados os contratos-programade desenvolvimento desportivo

LC

Numa sessão pública caracterizada por um clima de bomentendimento entre os vereadores eleitos e em que, à parti-da, parece confirmar-se haver mais contributos ativos doque aqueles que eram visíveis no mandato anterior, foi, entreoutras medidas, aprovada a proposta de celebração dos con-tratos-programa de desenvolvimento desportivo para a pre-sente época de 2013-2014.

Aprovados ainda a atribuição de um subsídio de trans-porte a alunos e alunas do Ensino Básico e Secundário, cujaresidência se situe a mais de quatro quilómetros do respetivoestabelecimento de ensino, outro subsídio a alunos e alunascompulsivos (dos cursos profissionais) colocados em esco-las fora da sua área de residência, uma transferência de verbaspara atividades de animação e de apoio à família na educaçãopré-escolar e um condicionamento de trânsito em Sobrado,devido a uma prova organizada pelo Sobrado BTT Clube.

A proposta de contratos de desenvolvimento desportivo,em resposta a uma candidatura apresentada pelos clubes,não contemplou apenas os Magriços de Ermesinde – Cultu-ra e Desporto, por esta coletividade não desenvolver ativi-dades de formação com jovens, sendo aprovadas as candi-daturas do Atlético Clube Alfenense, Associação Desportivade Valongo, Clube Desportivo da Palmilheira, ClubeDesportivo de Sobrado, Clube de Natação de Valongo, Clu-be de Praticantes de Atletismo "5 à Hora", Clube Propagan-da de Natação, Clube de Ténis de Mesa de Campo, ErmesindeSport Clube 1936, Núcleo Cultural e Recreativo de Valongo,União Desportiva Recreativa e Cultural da Bela, UniãoDesportiva Valonguense, Núcleo Desportivo Colégio deErmesinde, Grupo Dramático e Recreativo da Retorta, Asso-ciação Tradicional Hanguk Moo Sool, Clube de Ténis deErmesinde, Futebol Clube Estrelas Susanenses, SportingClube de Campo, CKBD - Clube de Karaté Budo Dojo e As-sociação Social e Cultural de Sobrado, sendo os principaiscritérios definidos, o número de equipas e atletas envolvi-dos e o número de horas de utilização de equipamentos

• CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO •

Decorreu quarta-feira, dia 6 denovembro, a terceira sessão públi-ca do novo Executivo da CâmaraMunicipal de Valongo, na qual oponto mais em destaque paraapreciação seria a proposta paraa celebração de Contratos-Progra-ma de DesenvolvimentoDesportivo para a ÉpocaDesportiva de 2013/2014, a qualfoi aprovada por unanimidade.

Com 540 atletas em formação, o Alfenense é o clube querecebe a maior fatia (2 383,58 euros mensais referentes aoperíodo de setembro 2013 a junho de 2014), a que se seguemo CPN, com 231 atletas (1 377, 12 euros para idêntico perío-do) e a União Desportiva Valonguense, com 354 atletas (1221,04 euros, igualmente).

Na discussão deste ponto, os vereadores Adriano Ribeiroe Hélio Rebelo, por se encontrarem ligados aos corpos sociaisdo Sporting Clube de Campo e Grupo Dramático e Recreativoda Retorta, respetivamente, não participaram na votação.

O vereador Adriano Ribeiro levantou a questão da trans-parência e diálogo para como os clubes, não num sentido depôr em causa esta atribuição, mas no sentido de reforçar ainteração entre as coletividades e a autarquia, tendo em con-ta, nomeadamente, possíveis alterações nas direções dosclubes, que levem a perder-se alguma informação.

Orlando Rodrigues, o vereador com o respetivo pelouroinformou terem-se atribuído os valores em causa atravésdos mesmos critérios que antes existiam, sendo possível nofuturo, aperfeiçoar estes mecanismos, mas em que de acor-do com toda a informação existente, teria sido tudo realizadonum processo aberto e dialogado.

João Paulo Baltazar, o ex-presidente da Câmara, tambémesclareceu que esta atribuição de verbas era apenas, e nostermos legalmente previstos uma celebração de contrato-programa de desenvolvimento desportivo, não estando emcausa a atribuição de outros possíveis subsídios.

O atual presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro, lem-brou, por exemplo, a necessidade urgente de resolver o pro-blema dos recintos de jogos no concelho. O Sobrado temvindo a partilhar o relvado do Municipal de Valongo com oValonguense, já que o calendário até agora o permitiu. Mas abreve prazo passarão as duas equipas a jogar em casa simul-taneamente, sendo necessário arranjar uma solução que per-mita que ambas possam continuar a disputar o Campeonatoda Divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto, o qualexige que os jogos sejam disputados em campo relvado.

Assim, o presidente da Câmara Municipal de Valongo,procurando inteirar-se das melhores soluções possíveis paraa necessária, a curto prazo, instalação de quatro campos emrelvado sintético no concelho, um em cada freguesia, aca-bou por concluir que seria viável que grande parte dos tra-balhos fossem feitos pelas equipas técnicas da própria Câ-mara, que só não interviriam numa pequena parte da instala-ção do equipamento, que exigiria maiores competências téc-nicas específicas. A ser assim, o custo da instalação dosequipamentos seria muito inferior ao inicialmente calculado,sendo todavia necessário ainda um estudo financeiro.

Período de antesda Ordem do Dia

A vereadora Maria Trindade Vale (PSD) informou que aEscola Secundária de Ermesinde estaria indicada para sofrerobras ainda este ano, tendo para isso recebido uma verba de90 mil euros.

Adriano Ribeiro (CDU) inquiriu sobre o arranque defini-tivo do polo empresarial da ex-CIFA e referiu a situação de

um terreno abandonado, na zona da antiga Uniteca, tornadasilvado e habitat de cobras e ratazanas.

Defendeu a requalificação da entrada de Couce pela Aze-nha, acanhada e «terceiromundista».

Por fim, e a propósito de um drama pessoal recente de umcidadão excluído e carente, vítima recente de atropelamento,apresentou uma proposta de recomendação à Câmara paraque se fizesse um levantamento das situações de exclusão ecarência detetáveis no concelho.

O presidente José Manuel Ribeiro manifestou o seu acor-do quanto à recomendação, que seria posta à aceitação eseria aprovada. A vereadora Luísa Oliveira, responsável pelaligação com a Vallis Habita irá, no mais breve prazo de tempoprocurar saber se já existem elementos ou casos sinalizadospela Segurança Social.

O texto inicial da recomendação, que previa «um mês», seriaalterado para «um prazo curto», dado não ser certo ser o temposuficiente, mas ser até possível, se já estiverem reunidos os ele-mentos, que possam ser reunidos ainda mais rapidamente.

Sobre a entrada de Couce pela Azenha, José ManuelRibeiro concordou com tal necessidade e informou que oscorreios estariam disponíveis para prestar um melhor servi-ço a Couce, que não obrigasse os moradores a deslocar-se.

João Paulo Baltazar acrescentaria que existia mesmo umprojeto lançado para essa requalificação, que não era ape-nas de caráter estético, mas também de segurança, dadodificultar o acesso a viaturas de socorro. Haveria mesmo umacordo com a Empresa de Lousas de Valongo, o qual permi-tiria a instalação de uma zona de estacionamento de 25 car-ros mais um autocarro e o alargamento da via.

Acerca da situação na ex-CIFA referiu também um pro-blema de segurança, dado não existir uma vedação numlocal em que existem poços.

Adriano Ribeiro, que constatava com agrado, mais umavez, a presença das pessoas na reunião, enviou ainda umamensagem de confiança, afastando receios infundados deque a Câmara pudesse ser ingovernável. Intervenção estaque mereceu o elogio de José Manuel Ribeiro, que conside-rou ser normal estarem todos os vereadores a ajustar-se auma situação nova, mas que entendia estarem todos à pro-cura do bem comum.

Uma última nota apenas quanto a uma questão discutidano ponto sobre o apoio às atividades de animação e apoio àfamília na educação pré-escolar. Orlando Rodrigues aponta-ria, neste ponto, que o Executivo anterior deveria ter acautela-do a situação, já que a despesa é plurianual, mas como estamatéria não foi presente à Assembleia Municipal em setembroúltimo, de momento as verbas às entidades estão a pagar-secom três meses de atraso e a matéria teria que ir à discussão«na [então] próxima Assembleia Municipal, que deveria ocor-rer no dia 20 de novembro» [entretanto realizada].

Maria Trindade Vale lembrou que o acordo com as entida-des envolvidas (Juntas de Freguesia, IPSSs, etc.) determinavaque se nenhuma das partes o denunciasse, ele seria estendido,mas admitiu ter havido um erro dos serviços que não realizouque as verbas eram atribuídas durante o período de ano letivo,chamando a si a responsabilidade pelo erro de não se ter levadoo assunto à Assembleia Municipal anterior.municipais.

FOTOS URSULA ZANGGER

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NOVEMBRO de 2013 • A Voz de Ermesinde 5Destaque

Proposta de organograma e taxas de IMIrevelaram-se matéria muito controversae exigiram agendamento de nova reunião

• CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO •

A quarta reunião da Câmara, reali-zada na passada quarta-feira, dia 13de novembro, e que obrigou a umanova sessão na sexta-feira dia 15,pôs termo ao consenso geral atéagora verificado no Executivo. Quer aproposta de novo Organograma quer astaxas de IMI foram aprovadas, mas nãose livraram das críticas da Oposição,com destaque para as do vereador daCDU, Adriano Ribeiro.

FOTOS URSULA ZANGGER

LC

Quer a proposta de novo Organograma, quer a propostade taxa de IMI apresentadas pelo PS acabaram por ser apro-vadas, à segunda, numa reunião extraordinária do Executi-vo, marcada para sexta-feira, dia 15, a primeira por 4 votos afavor (vereadores do PS), 1 voto contra (vereador da CDU) e4 abstenções (da vereação PSD) e a segunda por 5 votos afavor (PS mais CDU) e 4 abstenções (PSD). Mas o estado degraça do Excecutivo PS parece ter terminado aqui, o que nãoquer dizer, de forma alguma, que a Câmara se vai tornaringovernável, apenas que a política camarária do PS vai terde defrontar alguma oposição, o que até aqui não era visível.

Se a posição tática do PSD se expressa bem na interven-ção de João Paulo Baltazar, defendendo a liberdade da maioriarosa do Executivo em aplicar o seu programa e as suas solu-ções e, nesse sentido, deixando passar pela abstenção aspropostas do PS, já da parte da CDU, as posições expressaspor Adriano Ribeiro assumiram um tom mais crítico e duro.

O Organograma proposto pelo PS introduz sobretudouma grande simplificação da cadeia de comando, ao reduziras equipas orgânicas do município a apenas oito divisões,numa perspetiva de «unidade e eficácia da ação, da aproxi-mação dos serviços aos cidadãos, da desburocratização, daracionalização de meios e de eficiência na afetação de recur-sos públicos (...)». Tal entendimento não chocou o PSD que,embora tenha apresentado não há muito uma proposta deOrganograma que agora se vê ultrapassada, defende o direi-to do PS a pôr em prática o seu modo de gestão.

Mas já a CDU reagiu de forma muito azeda à nova pro-posta, apontando-lhe várias críticas, tal como o expressamos extratos do documento que “A Voz de Ermesinde” publi-

A crítica do PSD, pelo contrário, incidiu mais na deficien-te informação prestada aos vereadores da Oposição, já queo documento terá sido dado a conhecer tardiamente («o quenão se comprendia dado a transparência e melhor informa-ção terem sido um dos principais cavalos de batalha de JoséManuel Ribeiro na campanha eleitoral»).

O presidente da Câmara aceitou assim agendar para bre-ve uma nova reunião (que se realizou dois dias depois, paradar tempo a uma análise mais cuidada dos vereadores).

Uma outra questão introduzida pelo PSD foi a do poucocuidado patente no documento com a linguagem de género,algo que não deveria ser admissível num município que re-centemente foi premiado pelo seu trabalho pioneiro nestedomínio. Tal preocupação foi partilhada por José ManuelRibeiro, que aceitou fazer-se uma revisão do documentonesse sentido a par das disparidades com o uso ora sim oranão do novo Acordo Ortográfico.

E finalmente um reparo de vulto, a alteração (que JoséManuel Ribeiro apontou como falha que se corrigira), de«estrutura nuclear» para «estrutura hierárquica».

Na questão do IMI, também ela transposta de quartapara sexta-feira, verificavam-se também algumas dúvidas porparte da Oposição. Para a CDU a redução não era significa-tiva, sobretudo para os prédios de menor valor.

Uma questão da avaliação da redução de receitas daCâmara foi também abordada – em causa as transferênciasdiretas para as Juntas de Freguesia.

Período de antes da Ordem do Dia

No período de antes da Ordem do Dia, Adriano Ribeiroquestionou sobre o ponto da situação da providênciacautelar apresentada contra a fusão das freguesias de Cam-po e Sobrado, sendo esclarecido que a providência cautelartinha sido recusada.

O mesmo vereador apresentou também uma proposta decedência da antiga Escola da Lousa ao Rancho Folclórico deSanto André de Sobrado, mas foi informado de que haviaoutra coletividade candidata a usufruir daquele espaço, aAssociação Columbófila de Sobrado.

Lembrou também a urgência do pagamento de uma ver-ba aos proprietários do terreno do Sportung de Campo, emcumprimento de uma das cláusulas do protocolo acordadocom a Câmara.

Também a questão da deslocalização dos serviços dedistribuição do correio para parte do concelho, antes feitaem Valongo, para Gondomar – tema introduzido por JoãoPaulo Baltazar, foi alvo de discussão, tendo sido dada a co-nhecer uma proposta de centralização da distribuição docorreio de Valongo no município, eventualmente até em con-dições vantajosas para os CTT.ca nesta mesma página.

O documentoda CDU (extrato)

«(...) A CDU torna públicas as seguintes considerações:• No passado mês de Dezembro, com abstenção do PS, os

órgãos municipais de Valongo aprovaram uma nova estrutura orgâ-nica dos serviços que não foi ainda sequer plenamente aplicada.Agora, pouco mais de um mês depois da tomada de posse dos órgãoseleitos nas eleições de 29 de Setembro, o PS apresenta uma propostade nova macro-estrutura;

• (...) O pronunciamento do eleitorado indicou (...) a necessida-de de realização de um esforço permanente do PS de diálogo econcertação de posições entre as diferentes forças políticas, [e] nãose compreende a forma precipitada como José Manuel Ribeiro e oPS estão a conduzir este dossier. Uma matéria desta natureza (...)deveria ter sido objecto da constituição de um grupo de trabalhorepresentativo da correlação de forças nos órgãos políticos e asrespectivas sugestões deveriam ter sido devidamente ponderadas;

• A apresentação de uma proposta “unilateral” pelo PS em tãocurto espaço de tempo (...) demonstra o objectivo de preceder auma espécie de acerto de contas com a anterior gestão PSD, nome-adamente ao nível do pessoal dirigente da autarquia. (...) As verda-deiras motivações subjacentes à proposta não são as apresentadas namesma, mas sobretudo de interesse partidário do PS. (...) Verifica-seo risco [de se repetirem] a lógica e os os erros do passado apenascom uma nuance de cor;

• (...) O PS adianta (...) o argumento da redução em 50% daactual estrutura dirigente. Ora, este argumento pode dar bons títulosde notícias mas (...) não corresponde a qualquer garantia (...). Areferida redução formal poderá não corresponder (...) a uma reduçãode custos, tendo em conta que o resultado dos concursos públicos aabrir para o preenchimento das novas vagas é uma incógnita, po-dendo, no limite, corresponder ao assumir de novos e mais carosencargos salariais (...); passarão a existir 5 serviços técnicos sob adependência da Presidência, ao invés dos actuais 3, que retiramcompetências das divisões municipais ou criando novas competên-cias até agora não existentes, como por exemplo “Assegurar aelaboração, publicitação e distribuição do boletim municipal” noâmbito do proposto Gabinete de Tecnologias de Informação, Mo-dernização Administrativa e Comunicação;

• Não há qualquer sustentação (...) da proposta (...). Ficamoscom a ideia que a Câmara (...) dispõe (...) de meios próprios (...) [naárea jurídica], [dispensando] externalizações onerosas. [Mas] aproposta não sinaliza qualquer vontade (...) de proceder à ne-cessária mudança de paradigma de gestão (...), nomeadamente aonível da valorização e rentabilização dos meios próprios do Municí-pio, (...) tendo (...) presente o quadro restritivo em que a Câmara (...)se encontra. (...). Continua a proceder-se à externalização de servi-ços (a recente contratação do escritório de Ricardo Bexiga, candida-to do PS à Câmara da Maia e dirigente partidário, por 6 500 •/mêsé um caso), (...) e não [procede à] remunicipalização (...) de áreasprivatizadas (...) ao nível do Ambiente e da limpeza urbana (...).

• [Deixa de fora a reestruturação] da Vallis Habita, que geremais de 400 habitações sociais (...).

Face a esta apreciação, a CDU votará contra (...).

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6 A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013Destaque

• CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO •FOTOS URSULA ZANGGER

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A questão dos transportes públicosdominou sessão sem interesse de maior

A quinta reunião da Câmara Muni-cipal de Valongo (dia 20 de novem-bro) não tinha na sua Ordem de Tra-balhos assuntos de maior. Todavia aquestão dos transportes – apeadeiroda Travagem e outros, introduzidapelo vereador da CDU –, acabou porfazer ressaltar algumas questões hámuito em aberto e restaurar algumconsenso camarário na luta pelasreivindicações do concelho.

LC

A Ordem de Trabalhos da sessão contemplava sobretudo a dis-cussão de processos de obras, a maioria dos quais como proposta dedeclaração de caducidade de autorização administrativa, questão quesurpreendeu o vereador Adriano Ribeiro, um pouco alheio à questão.

Além deste assunto, destaque para a fixação de preço de cedênciade instalações municipais ao IEFP, a adesão de dois proprietáriosprivados ao projeto das 100 mil árvores na Área Metropolitana doPorto, renovação de licenças de estacionamento, e alterações desinalização rodoviária, em Valongo, Ermesinde e Alfena.

Aprovados ainda foram uma nova delegação de competênciasno presidente da Câmara, consensualmente aceite, a destituição do

júri do concurso de contratação de serviços de limpeza, já que estetinha sugerido como vencedor do concurso, entre as seis propos-tas a segunda mais onerosa, o que não está nas atuais possibilida-des da autarquia, ainda que o serviço fosse melhor.

Por coerência com a sua opção de reversão destes serviços emmãos da autarquia, Adriano Ribeiro votou contra, abstendo-se osvereadores do PSD.

Uma adenda sobre o prazo de vigência deste contrato seriatambém aprovada com 8 votos a favor (PS e PSD) e 1 abstenção(CDU).

A discussão mais importante do dia acabria por ser a da situa-ção dos transportes públicos no concelho, questão introduzidapor Adriano Ribeiro, da CDU, a propósito da incompreensívelsituação dos utentes do transporte ferroviário no apeadeiro daTravagem, já que este se encontra excluído do sistema Andantequando imediatamente ao lado, a paragem dos autocarros da STCPestá incluída no mesmo sistema (zona C9).

Adriano Ribeiro propunha uma Recomendação a aprovar pelaCâmara Municipal de Valongo sobre esta situação lamentável, queobriga os utentes a sair na estação ferroviária de Ermesinde para aíapanharem o autocarro para a Travagem, com dispêndio de tempoe de dinheiro.

A situação ficará a dever-se a divergências sobre a fatia do boloque caberia a cada um na repartição das receitas provenientes daoperação do sistema Andante no local.

Como o vereador João Paulo Baltazar (PSD) apontou, a faltade acordo só interessa aos próprios operadores, que assim estãolivres de praticar o preço que entendam, tornando-se mais do quenecessária a intervenção da Autoridade Metropolitana de Trans-portes para obrigar os operadores a entenderem-se num dado pra-

O presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro acolheu comagrado a proposta de Recomendação de Adriano Ribeiro, sugerin-do a este vereador que fossem também incluída a pretensão deextensão do sistema Andante ao apeadeiro de Campo.

João Paulo Baltazar, por sua vez, apontando que esta preten-são era de outra natureza, a da extensão do sistema Andante, referiuainda uma outra pretensão que o concelho deveria acolher e incen-tivar, relativa à extensão das carreiras da STCP à freguesia de Gandra,já no concelho de Paredes. Este vereador explicou que encontran-do-se naquela localidade um polo universitário – o CESPU –, estaera uma boa oportunidade para o mercado habitacional em Valongo,pois poderia atrair os estudantes ao concelho, por terem bons trans-portes, para Paredes e para o Porto, além de facilidades de habita-ção.

Sobre a inclusão da pretensão de estender a Campo o sistemaAndante, Adriano Ribeiro considerou que apesar de justa, tacita-mente seria um passo errado, pois daria pretexto para uma recusade resolver uma situação aparentemente fácil de resolver, como o éa escandalosa dualidade de critérios quanto ao caso da Travagem.Esta posição acabou por ser a prevalecente, sendo aprovada porunanimidade a Recomendação na sua forma original.

Adriano Ribeiro também questionou om Executivo sobre a si-tuação da instalação da EDC no Edifício Faria Sampaio, sobre aanunciada auditoria da Câmara às contas herdadas da vereação an-terior (a que José Manuel Ribeiro responderia que para evitar cus-tos desnecessários era preciso primeiro ver em que direção deveriaser apontada a auditoria e isso ver-se-ia a seu tempo).

Outra questão que foi motivo de questionamento foi a dasBugiadas, mantendo-se a pretensão de as fazer reconhecer comoPatrimónio Imaterial da Humanidade pela UNESCO, processo to-davia moroso, mas no qual se continua a trabalhar.zo de tempo.

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NOVEMBRO de 2013 • A Voz de Ermesinde 7Destaque

A palavra deDaniel Torres Gonçalvesainda a propósito dacoligação autárquicaconcelhia PSD/PPM

LC

Terão presente os nossos leitores mais atentos a questão que onosso jornal levantou a prpósito da coligação PSD/PPM, a qual,conforme apontámos, seria apenas uma forma de o PSD concelhionão enfrentar as eleições carregando às costas o ónus de apresentaruma candidatura claramente identificável com o partido do Governo.

Nesse sentido apontámos a nossa dúvida sobre se Paulo Basto,do PPM, seria eleito para a Assembleia Municipal.

A esse propósito reponder-nos-ia o vicepresidente da Comis-são Política Nacional do PPM, Manuel Beninger, apontando quenão seria correta a conclusão tirada pelo jornal “A Voz de Ermesinde”de que ao não ser colocado na Assembleia Municipal o candidatoPaulo Basto (sempre publicamente apontado como o rosto do par-tido na coligação PSD/PPM em Valongo), tal mostrava que o «usoda sigla do PPM era um mero pró-forma para o PSD não aparecersozinho, tentando não arcar muito com as custas de um símbolo

Daniel Torres Gonçalves (na imagem) em nono lugar como omelhor desmentido, isto além da colocação de Paulo Bastoem 13º lugar na lista e de César Braia como suplente.

O que o PPM não explicava é porque antes nunca tinha sidoapontado publicamente Daniel Torres Gonçalves como represen-tante do PPM, mas apenas Paulo Basto e César Braia.

Dizíamos então : «(...) A explicação é simples. Daniel TorresGonçalves é, de há muito, um destacado militante do PSD no con-celho de Valongo, chegando há poucos anos, inclusive, a presidir àJSD concelhia (...)».

Ora agora é o próprio militante social-democrata que, em co-municado, nos vem dar razão: «Tendo tido conhecimento de que foiinvocado o meu nome num assunto relativo às relações entre o PSDe o PPM em Valongo, assunto no qual não pretendo gastar maistempo do que o essencial para elaborar o presente comunicado,cabe-me dizer o seguinte:

1. Sou militante do PSD há mais de 10 anos – período duranteo qual desempenhei diversas funções dentro do partido (ao nívellocal e distrital, nomeadamente enquanto presidente da JSD dafreguesia de Valongo, presidente da JSD do concelho de Valongo e

presidente do PSD da freguesia de Valongo) e ao serviço do partido(enquanto deputado municipal e deputado metropolitano);

2. Integrei a lista candidata à Assembleia Municipal, nas elei-ções do passado dia 29 de setembro, a convite do PSD da freguesiade Valongo;

3. Fui absolutamente alheio à constituição da referida lista – nome-adamente, no que concerne às negociações entre o PSD e o PPM;

4. O termo de aceitação que assinei para integrar a lista dacoligação “A Vitória de Todos” foi igual ao de todos os restantesmembros da lista;

5. Não tenho qualquer ligação ao PPM, sendo que sempre meregi pelos ideais republicanos, dos quais sou fervoroso defensor.

O membro da Assembleia Municipal de Valongo,Daniel Torres Gonçalves».Isto é, o assunto, que para nós já era claro no que à coligação

dizia respeito, fica agora ainda mais esclarecido.Tal como aponta Daniel Gonçalves, não é preciso dizer mais nada.

associado à governação, como seria a candidatura única do PSD».Usando o «direito de resposta (...) para cabal esclarecimento da

notícia», o PPM refutava a afirmação e apontava a a eleição de

ALBERTO BLANQUET

Comemoração do 43º aniversárioda Escola Secundária de Ermesinde

AVE

Decorreram no passado sá-bado, dia 16 de novembro, ascomemorações do 43º aniversá-rio da Escola Secundária de Er-

A cerimónia teve lugar noSalão Polivalente da escola,completamente repleto de as-sistência entre alunos, profes-sores, pais, antigos alunos, epersonalidades da freguesia e doconcelho, tendo tomado lugar na

mesa de honra o presidente daCâmara de Valongo, José Ma-nuel Ribeiro, que se encontravaacompanhado do vereador como pelouro da Educação, OrlandoRodrigues, do presidente daJunta de Freguesia de Erme-mesinde.

FOTOS RUI LAIGINHA

sinde, Luís Ramalho, do presi-dente da APESE (Associação dePais da Escola Secundária deErmesinde, João Arcângelo, paraalém, naturalmente, do anfitriãoe histórico diretor (de muitosanos no ativo da gestão) da Es-

cola Secundária de Ermesinde,Álvaro Pereira.

Tratou-se de uma comemo-ração com muito a festejar dahistória, trajeto e potencial daEscola Secundária de Ermesinde,mas também com muito a rei-

vindicar pela situação de aban-dono a que foi votada a escolapelas entidades competentes.

A cerimónia serviu tambémpara realçar o bom desempenhoda alguns alunos, cujo exemplose recomendou.

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8 A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013Destaque

• NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE •

S. Martinho das Castanhas e do Vinho fezreviver tempos antigos do largo da feira velha

LC

Afirmando-se cada vezmais, ano a ano, como eventoimportante do calendário deanimação da cidade de Erme-sinde e da zona da Travagem, oS. Martinho do Centro Socialde Ermesinde, mais uma vezcom a colaboração muito estrei-ta da associação irmã ErmesindeCidade Aberta, deu este anomais um passo, ao trazer até aosfestejos a presença de muitosartesãos que deram uma novadimensão ao evento, e isto tam-bém num sentido literal, poispraticamente todo o largo dafeira ficou, se não ainda preen-chido – lá veremos na próximaedição – pelo menos completa-mente enquadrado pela festa.

Pretendeu-se este ano fazerreviver o ambiente de outrostempos da antiga feira de Er-mesinde que, embora datando jádo século XX, era um impor-tantíssimo evento regular de sus-tentabilidade da economia rurallocal, que envolvia a presençadas pessoas e produtos de mui-tas casas agrícolas.

Revivera importânciade uma feira

Um pouco desse ambientefoi dado a este evento com ostrajes envergados por muitos dosfuncionários e voluntários envol-vidos na organização que, maisuma vez teve de defrontar umadversário de respeito, no tem-po chuvoso que acompanhousobretudo o dia de sábado.

Também animais da quinta,como uma ovelha e um cavalo,pastavam no seu recinto dandomais uma nota de ruralidade aoespaço deste S. Martinho.

A feira foi sendo organiza-da e realizada passo a passo,com ateliers para a realizaçãodas coroas e alfinetes, o traba-lho das tecedeiras, a decoraçãodas tendas pelos expositores e,este ano, houve ainda a presen-ça de ardinas e engraxadores, jo-gos tradicionais, e a criação inloco de peças de artesanato.

Ressalte-se que muito dosucesso do S. Martinho desteano resulta do trabalho entre-tanto feito pelo Centro de For-mação da instituição desta IPSScom os desempregados, e dotrabalho de cooperação com ou-tras entidades, como a ARGO,associação de artesãos de Gon-domar, que cedeu todo o materialde exposição dos artesãos a tí-tulo gratuito.

As sessões focadas na pro-moção do empreendedorismosocial, nomeadamente a partirda projeção do filme “Quem seImporta?” constituiu tambémuma importante alavanca para

o êxito deste S. Martinho dasCastanhas e do Vinho.

Um eventode fazer crescerágua na boca

Sendo, pela sua própria na-tureza um evento com uma gran-de carga gastronómica, resulta-do em grande parte do trabalhode voluntários e voluntárias e daexcelência da cozinha tradicionalconfecionada pelo próprio Cen-tro Social de Ermesinde, o menudeste ano não fugia muito à regrade anos anteriores, tendo os con-vivas à sua disposição as tradi-cionais entradas e outras menostradicionais, vindas em boa al-tura, de outras culturas (pão/broa e azeitonas, salpicão, chou-riço assado, rissóis, bolinhos debacalhau e chamuças, pataniscase alheiras), sopas (de castanhas,creme de legumes, caldo verde epapas de sarrabulho), pratos decabrito assado, lombo de porco,rojões, feijoada, entrecosto,bifanas, bem acompanhados dearroz, batata ou saladas, e aindaapetitosas sobremesas paraaconchegar, como leite creme,pudim, rabanadas, bolos diver-sos, castanha assada e fruta daépoca, tudo isto evidentementebem regado com tintos e bran-cos verdes e maduros, água ousumos para quem o preferisse, eno fim digestivos como aguar-dente e whisky, além naturalmen-te do café. E se isto descreve-mos com tal pormenor é paraque aqueles que não puderamestar presentes não o esqueçampara a próxima edição, que o S.Martinho do Centro Social deErmesinde veio para ficar.

Animação culturalao gostode todos

E como se fosse pouco,houve ainda a acompanhar mui-tos destes momentos de conví-vio, a presença de numerosos ar-tistas a abrilhantar a festa, comoos fadistas da Associação Aca-démica e Cultural de Ermesinde,o grupo Sabor a Teatro da Ágo-rarte, os Amigos da Tuna da Uni-versidade Católica do Porto, oGrupo de Danças e Cantares daComunidade de Inserção daADICE, um grupo de violasbraguesas, acordeão, concertinase cantares ao desafio do senhorFernando e um baile de figuran-tes – tudo isto só por si, motivomais que suficiente para uma vin-da à feira velha.

Ainda uma pequena notapara o artesanato de lãs, traba-lhos em crochet e tricot, em fel-tro, doces, brinquedos de folha,objetos de lousa, de madeira,macramé, molduras, licores,materais reciclados, fisgas e

bijutaria, etc..

Um penhoradoagradecimentodo CSE

O S. Martinho das Casta-nhas e do Vinho atraiu, aindaassim, apesar da chuva, muitosvisitantes, entre eles algumaspersonalidades relevantes, comoo presidente da Junta de Fregue-sia de Ermesinde, Luís Ramalho,e o novo presidente da CâmaraMunicipal de Valongo, José Ma-nuel Ribeiro, curiosamente ume outro pessoas com uma grandeligação ao Centro Social de Erme-sinde, que necessita e agradecenaturalmente o seu apoio.

E agradece também o apoiorecebido dos jovens do CorpoNacional de Escutas, dos artesãosdo Projeto Venda de Saberes(Aracy Ramos, Ana Cristina Pin-to, Carla Araújo, Carla Carvalho,Eva Maria Lopez, Isabel Gomese Inês Campos, Márcia Ferreira,Soledade Pereira, Alice Carvalhoe Maria Helena Lima, MariaLuísa Dias, Maria Manuela Car-valho, Maria Teresa Vasconce-los, Maria Conceição Carvalho eMaria Rosa Santos, e NelsonMoura), dos artesãos convida-dos Elsa e Catarina Delarue,Alberto Castro (Asdrovia),Alfredo Rangel, Nuno Moutinho(ARGO), Carminda, Preciosa eCassilda (Hortiplus), Maria la-Salete, do Núcleo Prove deErmesinde, da Oficina César, doCentro de Apoio à Vida e Gru-po de Danças e Cantares da Co-munidade de Inserção daADICE, doo grupo Sabor a Te-atro da Ágorarte, de FernandaLage, diretora do jornal “A Vozde Ermesinde”, dos Amigos daTuna da Universidade Católicado Porto, da Associação Cultu-ral e Recreativa de Ermesinde,dos senhores Daniel Palhares eManuel das Taipas, da Associ-ação Ermesinde Cidade Aberta,da turma 8ºA da Escola EB 2/3de S. Lourenço, do senhorFernando Santos, do Grupo deViolas Braguesas, Acordeão,Concertinas e cantares ao Desa-fio do senhor Fernando, do se-nhor José Carvalho, da Juven-tude em Marcha de Crestuma, eaos parceiros da iniciativa Coo-perativa Agrícola de Valongo,Jacinto Soares, Lipor, CâmaraMunicipal de Valongo, Junta deFreguesia de Ermesinde e Ran-cho Folclórico da Casa do Povode Ermesinde.

Só com a ajuda de todos eles,não esquecendo, mais uma vez ade funcionários/as e voluntários/as do Centro Social de Ermesindefoi possível pôr de pé esta inici-ativa cuja receita reverte integral-mente a favor da solidariedade,sendo ainda um estímulo ao tra-balho desta IPSS.

FOTOS URSULA ZANGGER

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NOVEMBRO de 2013 • A Voz de Ermesinde 9

• NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE •

Comunica-se aos Senhores Assinantes de “A Vozde Ermesinde” que o pagamento da assinatura(12 números = 9 euros) deve ser feito através deuma das seguintes modalidades, à sua escolha:

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ERMESINDEA VOZ DE

Plano de Atividades e Orçamento para 2014do CSE foi aprovado por unanimidade

MIGUEL BARROS

No seguimento do caminhoque vem sendo trilhado nos últi-mos anos, o Centro Social deErmesinde (CSE) volta a eviden-ciar uma “política” de contenção,rigor e sustentabilidade no seuOrçamento para 2014. Facto apu-rado na Assembleia Geral que ainstituição levou a cabo na noitede 18 de novembro último, a qualcontinha como único ponto aapresentação, discussão, e vota-ção do Plano de Atividades e Or-çamento para o próximo ano, do-cumento que à semelhança deanos recentes viria a ser aprova-do por unanimidade.

A sessão, decorrida como ha-bitualmente acontece, no SalãoNobre da instituição, foi iniciadacom um minuto de silêncio pelofalecimento da sogra de Abílio Vi-las Boas, vicepresidente da Dire-ção do CSE. Posteriormente opresidente da Mesa da AssembleiaGeral, Ferreira dos Santos, fariauma breve apresentação dos do-cumentos ali expostos, questio-nando os poucos associados pre-sentes sobre se pretendiam colo-car alguma questão referente aos

mesmos, não se verificando con-tudo qualquer intervenção ou pe-dido de esclarecimento por partedos sócios.

Posteriormente usaria da pa-lavra o presidente da Direção,Henrique Queirós Rodrigues, parade uma forma mais detalhada ex-plicar o conteúdo deste Plano eOrçamento. Começaria então porfrisar que a instituição irá continu-ar a levar a cabo uma gestão con-trolada, contida, e de redução dedespesa, em face do difícil contex-to externo que influencia cada vezmais a ação das IPSS’s. Na sequên-cia deste facto deixaria um alerta,ao prever que a quebra de receitasque vêm – em anos recentes – pe-nalizando a instituição nas respos-tas sociais das áreas da infância ejuventude – nas valências da Cre-che, Jardim de Infância, e ATL –na sequência do aumento do de-semprego e na diminuição dos ren-dimentos dos agregados familia-res, se estenda no próximo ano àsrespostas sociais destinadas à po-pulação idosa – nas vertentes dolar e do apoio domiciliário. Tal pre-visão assenta nos já anunciadoscortes nas pensões e reformas queo Governo pretende levar a efeito

no próximo ano, baixando assimos rendimentos dos idosos e comoconsequência a diminuição de re-ceitas para a IPSS. Uma perspe-tiva cinzenta, conforme carac-terizou o presidente do CSE, àqual se junta outra previsão ne-gativa, o não aumento das com-participações por parte do Mi-nistério da Solidariedade, Em-prego e Segurança Social, que nãoacompanha o aumento dos pre-ços de bens e serviços adquiridospelo Centro com vista ao cumpri-mento dos seus objetivos. Tudoisto faz apontar pois para a talgestão contida e rigorosa que oCSE se propõe realizar no pró-ximo ano, para que assim conti-nue a honrar os seus compro-missos. E por falar em compro-missos, nesta sua análise ao Pla-no e Orçamento de 2014Henrique Queirós Rodriguesfrisou que a Direção por si pre-sidida decidiu manter o compro-misso com a Câmara Munici-pal de Valongo no sentido decontinuar a assegurar as refei-ções escolares aos alunos do 1ºCiclo do Ensino Básico das es-colas de Ermesinde, com a pre-visão dos resultados financeiros

deste serviço a apontarem paraos 13 000 euros de receita.

No Plano de Atividades o des-taque, por assim dizer, vai para ofacto de a Direção do CSE preten-der continuar a revitalizar oemblemático largo da antiga Feirade Ermesinde com uma ocupaçãomais continuada e com a promo-ção de diversificadas atividades,potenciando os vários espaços dolargo de que o Centro é proprietá-rio, com prevalência dos eixos deatividades ligadas à economia so-cial e ao empreendedorismo, daconjugação, encontro e coopera-ção dos vários níveis etários dosutentes do CSE, do artesanato eda animação.

Colocado à votação o Planode Atividades e Orçamento para2014 – no qual está previsto umvalor entre gastos e rendimentosde 2 854 286,00 euros – este seriaaprovado por unanimidade, sen-do que pouco depois da leitura doparecer favorável do Conselho Fis-cal o presidente da Mesa deu porencerrada a Assembleia, não semantes – e tendo em conta o aproxi-mar das quadras festivas – desejarboas festas e um bom ano de 2014a todos os presentes.

FOTOS MANUEL VALDREZ

Destaque

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10 A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013História

espelho ao fim de quinzedias e não a reconhecer, ocorpo todo negro. Mas eufiquei vivo, outros morre-ram. Depois de me teremassim espancado longotempo, deixaram-me cair,imobilizaram-me no solo,descalçaram-me sapatos emeias e deram-me violen-tas pancadas nas plantas

EFEMÉRIDES DE ERMESINDE - NOVEMBRO

para as suas fileiras.Em 1961 é eleito secretá-

rio-geral do Partido Comu-nista Português (cargo queocuparia até 1992). Depoisde alguns anos a viver naclandestinidade, regressariaa Portugal após o derrube doregime fascista, por intermé-dio da revolução desenca-deada pelos militares, no dia

lvaro Barrei-rinhas Cunhalnasceu em Co-imbra, na fre-guesia da SéNova. A suainfância, con-

tudo, seria vivida na Serra daEstrela, mais concretamenteem Seia, terra de seu pai. Aosonze anos mudar-se-ia, coma família, para Lisboa, ondefrequentaria o ensino secun-dário. Aos dezassete anos,entraria na Faculdade de Di-reito da Universidade de Lis-boa, tendo iniciado a sua ati-vidade política, com a fili-ação no Partido ComunistaPortuguês, onde se mante-ria ativo até ao fim da vida.

Em 1934, no início do Es-tado Novo salazarista, é elei-to representante dos estu-dantes no Senado Universi-tário e, dois anos depois, in-tegra o Comité Central doPCP, seguindo para Espanhaonde tomaria parte nos pri-meiros meses da guerra civilespanhola, ao lado das for-ças fiéis à “Frente Popular”que tinha ganho as eleições.

Homem coerente e fiel aoseu ideário político é donode uma vasta cultura quetoca diversas áreas, paraalém da eminentemente po-lítica, como sejam as artesplásticas, a história, a eco-nomia ou a literatura.

Ao longo da vida, é pre-so várias vezes: 1937, 1940e 1949.

Da primeira vez, ÁlvaroCunhal tinha apenas 24 anose foi preso no regresso daGuerra Civil de Espanha. Elepróprio conta o que lhe fize-ram no Aljube:

«Espancaram-me duran-te horas inteiras até perderos sentidos e ser assim le-vado para um segredo isola-do, estar ali prostrado algu-mas semanas, ver a cara ao

eleito pelo Comité Centralpara presidente do ConselhoNacional do Partido.

A sua intervenção polí-tica passou ainda por umaintensa atividade jornalís-tica, com uma profícua cola-boração, ao longo da déca-da de 1930, em diversos jor-nais e revistas, de que des-tacamos "O Diabo"; "SolNascente"; "Seara Nova";

"Vértice"; em quase todas aspublicações clandestinas doPCP, "Avante" e "Militante”;e ainda por uma intensa pro-dução teórica e política deestudo, análise e reflexãosobre a realidade do país eas práticas do Partido.

A par da sua atividadepolítica e ideológica, assu-miu uma faceta literária e ar-

O primeiro Código de Posturas a vigorar em Ermesinde

MANUELAUGUSTO DIAS

Centenário do nascimento de Álvaro Cunhal

As Primeiras Posturas que vigoraram em Ermesinde, após asua integração no Concelho de Valongo, foram aprovadas na reu-nião da vereação municipal do dia 13 de novembro de 1839, estan-do presentes o Presidente, José Dias da Silva, o Fiscal, Manuel daSilva Martins, os Vereadores, António José Marques do Vale, Ti-móteo Jorge da Costa, José de Castro das Neves e José Moutinhode Assumpção, conforme consta da ata dessa sessão (cf. As Pri-meiras Actas de Vereações da Câmara de Valongo, páginas 96 a102) lavrada no respetivo livro pelo escrivão da Câmara, José

No passado domingo, 10 de novembro de 2013, completaram--se cem anos sobre o nascimento de Álvaro Cunhal.

Concorde-se ou não com as suas ideias políticas, a verdade éque se trata de uma referência portuguesa da luta antifascista, aolongo do século XX.

Álvaro Cunhalem Ermesinde

O Dr. Álvaro Barreirinhas Cunhal, apesar do seus84 anos, entusiasmou os jovens da Escola Secundáriade Ermesinde, quando no dia 31 de março de 1998,lhes veio falar sobre a Revolução do 25 de Abril. O Dr.Cunhal era, ao tempo, o mais carismático dirigente doPartido Comunista Português, que liderou o seu Parti-do no período da clandestinidade e depois do 25 deAbril até 1992. Além de líder partidário o Dr. Cunhal éautor de vários livros de carácter histórico-político.Ele e outros camaradas protagonizaram, no dia 3 dejaneiro de 1960, uma das fugas mais espetaculares doForte de Peniche, que era uma das cadeias para prisio-neiros políticos, no tempo do regime de Salazar.

Na Escola de Ermesinde, no Pavilhão Polivalentecompletamente cheio, Cunhal falou dos valores da li-berdade, da mobilização popular pelo 25 de Abril econdenou a Guerra Colonial portuguesa. Igual a si pró-prio, mereceu bem ser aplaudido de pé por toda a as-sistência que se sentiu deliciada com a sua capacida-de intelectual e comunicativa.

freguesias do Concelho, dando conhecimento aos munícipes dasregras municipais que daí em diante haveriam de cumprir, sob penade multas e outras condenações nelas previstas.

Não deixa de ser muito interessante a preocupação revelada, jánessa altura (há 174 anos), pela vereação municipal com questõesligadas à saúde pública, à segurança de toda a comunidade, à limpe-za de linhas de água, das ruas e espaços públicos, ao urbanismo eaos costumes.

O abatimento de animais e o abastecimento de carne, olicenciamento de estabelecimentos comerciais, o cuidado a ter comos cereais que se vendem, a preocupação com a regulamentação da

feitura e comercialização do pão, a higiene e limpeza exigidas juntoaos caminhos públicos e próximo de rios e ribeiros, o respeito pelapropriedade privada quer no que reporta à pastagem de animaisquer quanto à apropriação indevida de terrenos públicos, a exigên-cia de licença prévia para poder construir muros ou edifícios, ocuidado a ter com a iluminação privada em certos locais para evitarincêndios, a proibição de se vender pólvora e o conselho dadoquanto à forma como os chefes de família deveriam educar o com-portamento em público dos seus filhos são apenas alguns exemplosdos aspetos que se encontram regulamentados neste primeiro Có-digo de Posturas que vigorou em S Lourenço de Asmes.

Alves de Oliveira Queirós.Depois de aprovadas, foi deliberado afixar Editais em todas as

FOTO ARQUIVO MAD

Álvaro Barreirinhas Cunhal (10 de novembro 1913- 13 de junho 2005).

tística de relevo, com a ela-boração das séries “dese-nhos da prisão”, a traduçãoe ilustração de obras deWilliam Shakespeare, a pro-dução de obras históricas deanálise social, como “As Lu-tas de Classes em Portugalnos Fins da Idade Média”, a“Contribuição para o Estudoda Questão Agrária” e “Cin-co Notas sobre Forma e Con-teúdo”. São ainda deste pe-ríodo algumas das suas obrasde ficção mais conhecidas,como “Até Amanhã, Cama-radas” e “Cinco Dias, Cin-

co Noites”, posteriormenteadaptadas à televisão e aocinema, escritas sob o pseu-dónimo de Manuel Tiago.Podemos acrescentar a es-tes títulos “A Estrela de SeisPontas”, “A Casa de Eulália”e “Fronteiras” como obrasmaiores de Álvaro Cunhal.

Álvaro Cunhal, uma re-ferência intelectual que nãopode ser esquecida, morreua 13 de Junho de 2005, emLisboa, com 91 anos, mo-bilizando as suas cerimó-nias fúnebres muitos milha-res de pessoas.

dos pés».

A última passagem pelocárcere durou 11 anos, 8 dosquais em total isolamento,no Forte de Peniche. Em1960, finalmente, prota-gonizaria a espetacular fugadessa Prisão, que teria gran-des repercussões ao nívelda vida interna do Partido,uma vez que resgatou al-guns quadros destacados

Faria parte dos I, II, III eIV governos provisórios,como ministro sem pasta, efoi eleito deputado à Assem-bleia Constituinte em 1975 e,sucessivamente, reeleito pa-ra a Assembleia da Repúbli-ca, em todas as eleições le-gislativas até 1992. Nesseano deixou o cargo de secre-tário-geral do PCP, sendo

25 de Abril de 1974.

FOTO ARQUIVO MAD

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NOVEMBRO de 2013 • A Voz de Ermesinde 11Literatura

António Ramos Rosamorreu nesta segunda...

RICARDOSOARES (*)

que o poeta constrói o tecido verbal. O ritmosegue a métrica tradicional com versospolimétricos, e a falta de pontuação intensifi-ca a turbulência do movimento do poema.

A obra de Ramos Rosa, inscrita namodernidade, exibe novas formas,perspetivas e possibilidades de significação,sem renunciar ao passado. Através do atode nomear, de operacionalizar o discurso, opoeta traça espaços de conscientização ecumplicidade com o leitor. Nesse sentido, oseu fazer poético é invenção, redescobertada presença e construção de espaços possí-veis operacionalizados pela linguagem. O po-eta, ao discorrer sobre a poesia moderna,afirma que ela, enquanto procura sempre in-

certa do sentido, é uma aventura que se pro-cessa num espaço interdito, o espaço donão-sentido. A constante interrogação quecaracteriza a literatura moderna gira em tor-no desse lugar que o próprio branco da pá-gina sugere, para restituir à palavra a dinâ-mica do desejo, o qual suscita, pela contí-nua transmutação dos significantes, novossentidos e possibilidades de ser.

Segundo Rosa, o poeta modernonão escreve para dizer algo que co-nhece, mas para dizer o que ignora,para encontrar o verdadeiro desco-nhecido, o novo, o inicial. Mais doque acolher experiências, restaurarpaisagens, narrar enredos, os poemasroseanos acontecem enquanto expe-riência de um pensamento centradonum estado de linguagem capaz de(re)inventar a vida, tal como nas pas-sagens de “Poema animal”, em que oeu lírico afirma: «Meus olhos não fa-bricam / a realidade ou tu: / limposbarcos, / novidade acesa como a terraviva, / movimento de braços,amálgama / exacta duna. // Meus olhos

não fabricam mas encontram». A distânciaque a linguagem institui em relação ao real,conduz necessariamente ao estabelecimen-to de uma nova relação com o mundo.

Neste sentido, a poesia é força capaz detransfigurar a realidade do homem. Palavraessencial, a lírica tem o poder de opera-cionalizar o discurso verbal, de dar sentidoà vida e elevar o pensamento do homem.António Ramos Rosa deparou-se frente aovazio, espaço em branco faz do poeta umente solitário, cuja busca e solidão são iguaisa todos os homens.

As articulações da linguagem no intuitode apresentar o tema do mito e poesia con-cretizam-se nos poemas roseanos: registam

as subtilezas de um fazer poético embala-do na força da linguagem e naconcretização de um dizer que apontapara imagens visuais, momentos de ob-servação atenta de um eu em sintonia como mundo circundante, como revela o eulírico, na passagem de “O boi da paciên-cia”: «Teoricamente livre para navegarentre estrelas / [...] / Marulhei-me de amor/ e o amor desabrigou-me / Escrevi cartasa minha mãe desesperadas / colori mitose distribuí-me em segredo / e ao fim e aocabo/ recomeçar».

A obra de Ramos Rosa revela a visãoparticular de mundo do poeta e sua atitu-de frente à problemática que envolve oser humano. Os poemas são construídosa partir das coisas simples e quotidianas,que remetem às reflexões sobre o sentidoda existência humana. A sua poesia, es-sencialmente lírica e comunicativa, tem opoder de sensibilizar o leitor, mostrandoque ela pode ser vida, revelação e poder.

A poesia de Ramos Rosa - no meio detoda essa agitação - é por essência revolu-cionária, pois parece surgir como espécie

de tradução da instabilidade interior provocadapelo desequilíbrio do mundo exterior.

«Penso que a minha poesia é de certamaneira a identificação de um país que pornatureza está sempre submerso - um paíslatente e submerso», partilhava o Poeta ementrevista à "Revista" do semanário "Expres-so" em 1999.

- Mia Couto foi distinguido comprémio internacional de literaturaNeustadt. Este é considerado oPrémio Nobel norte-americano.Entre os nomeados estavam o ja-ponês Haruki Murakami e o argen-tino César Aira.

- À oitava edição o Prémio Li-terário José Saramago foi paraOndjaki, escritor e poeta que nas-ceu em Luanda em 1977, autor doromance “Os Transparentes”, pu-blicado pela Caminho em 2012 eque é um retrato de Angola.

- Prémios PEN ex-aequo na Po-esia e no Ensaio. Duas obras depoesia, “A Terceira Miséria”, de HéliaCorreia (Relógio de Água) e“Cólofon”, de Manuel de Freitas(Fahrenheit 451) foram premiadasem ex-aequo com o prémios PENde Poesia para o ano de 2012. Omesmo aconteceu na categoria deEnsaio, a "O Cinema na Poesia",de Rosa Maria Martelo (ed. Assírio& Alvim) e "Salazar e o Poder, a Artede Saber Durar", de Fernando Ro-sas (ed. Tinta da China). O vence-dor do prémio PEN de Narrativa é oromance “Travessa d’Abençoada”,de João Bouza da Costa (SextanteEditora). E o prémio PEN para Pri-meira Obra foi para “E Groto Sato”,de Raquel Nobre Guerra (ed. Mari-posa Azul).

- O romance “Uma Outra Voz”,de Gabriela Ruivo Trindade, venceuo Prémio LeYa 2013. Concorrerameste ano quatrocentos e noventa eum originais, oriundos da Alema-nha, Angola, Brasil, Espanha, Es-tados Unidos da América, França,Guiné-Bissau, Itália, Luxemburgo,Macau, Moçambique, Portugal,Reino Unido e Suécia.

- O Prémio Fernando Namora foiatribuído ao escritor José EduardoAgualusa, pelo seu livro “Teoria Ge-ral do Esquecimento”, publicado em2012 pela LeYa / Dom Quixote.

• A VOZ DAS PALAVRAS • A VOZ DAS PALAVRAS • A VOZ DAS PALAVRAS •

Breves

o passado dia 23 de se-tembro, pelas 15h00, rece-bi a triste noticia que fale-ceu o Poeta António Ra-mos Rosa. Quando GiselaRamos Rosa, sua sobri-

nha, me contou o sucedido, de que seu tiode 88 anos, morreu às 14h00, no HospitalEgas Moniz, em Lisboa, vítima de umapneumonia, senti que a Poesia Portugue-sa ficara órfã. Morreu, talvez, o último re-presentante de uma geração de ouro dapoesia portuguesa - Homens nascidos nosanos 10 e 20 do século XX, como é o casode David Mourão-Ferreira, Carlos Oliveirae Mário Cesariny, Eugénio de Andrade, etc..

Vencedor do Prémio Pessoa em 1988,António Ramos Rosa é um exemplo de en-trega radical à escrita como talvez não hajaoutro na poesia portuguesa do século XX.

Poeta, ensaísta e tradutor, nasceu emFaro, em 1924. A sua obra poética, iniciadaem 1958 com a publicação de “O Grito Cla-ro”, abarca quase 80 títulos, não contandojá com antologias, compilações e livros es-critos a meias com outros autores.

Co-dirigiu as revistas literárias “Árvo-re” (1952-1954), “Cassiopeia” (1956) e “Ca-dernos do meio-dia”, onde colaboroucomo ensaísta e poeta e exerceu a críticade poesia, atividade esta que prosseguiuno decurso de alguns anos na “Seara Nova”e que manteve na revista “Colóquio/Letras”da Fundação Calouste Gulbenkian. Tambémcolaborou em diversos suplementos literári-os: “Diário de Lisboa”, “Diário Popular”, “ACapital” e outros.

O universo imaginário na poesia de Ra-mos Rosa é espaço aberto no qual o poetaconcretiza sua visão da vida e imagem domundo. Já a linguagem poética é uma formade (re)invenção e articulação do eu com omundo. A palavra ganha força e poder decomunicação em um tempo “difícil”, que sóo grito claro, o amor às palavras é que pode-riam romper com o silêncio, tal como nosversos: «Escrever é abrir na sombra umasombra / e respirar na sombra / um corpo desombra. // Ninguém nos vê nem nos verájamais. // Respirar a sombra viva». A lingua-gem poética é capaz de ajustar arranjos ver-bais próprios com processos de significaçãopelos quais sentimento e imagem se criam emum tempo denso, subjetivo e histórico. Osversos apresentam uma linguagem altamenteelaborada e metafórica. As palavras impõem-se pela sonoridade e pelas combinações de

FOTO ARQUIVO

Quem escreve

Quem escreve quer morrer, quer renascernum ébrio barco de calma confiança.Quem escreve quer dormir em ombros matinaise na boca das coisas ser lágrima animalou o sorriso da árvore. Quem escrevequer ser terra sobre terra, solidãoadorada, resplandecente, odor de mortee o rumor do sol, a sede da serpente,o sopro sobre o muro, as pedras sem caminho,o negro meio-dia sobre os olhos.

António Ramos Rosa, in “Acordes”

(*) [email protected]

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12 A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013Património

construção da moderna Rua de Vilar, na década de 60 do Século XX,existiu uma permuta de terrenos, na qual os proprietários cediamterreno para a construção da nova artéria – mais retilínea – e, emtroca, receberiam o terreno do antigo caminho – a Estrada Real).

Do Alto das Corgas, a Estrada Real seguia pela Ruas das Passarias,Senhora da Piedade, Várzea, Coroa e Nova de Alfena até chegar à Ruade São Lázaro, onde encontrava uma outra estrada real, mais antiga,que vinha do Reguengo, Cabeda, Aldeia Nova, Igreja e atravessava oLeça, junto à Gafaria, na Ponte de Alfena (ou de São Lázaro).

Daqui, a Estrada Real seguia pela Rua de São Lázaro (a Rua deAlfena) até ao antigo “Rossio da Codeceira”, entretanto parcial-mente “privatizado” após a construção na nova Estrada Nacional.Da Codeceira, seguia pelas Ruas do Outeirinho, do Xisto, da Gandra,subindo depois para a Rua da Lagoa, por um caminho, tambémentretanto “privatizado”. No final da Rua da Lagoa, seguia pela

Rua do Ribeiro, descendo em direção ao Ribeiro de Covas, atéencontrar a Rua de Covas, limite de freguesia com Água Longa,seguindo, já em território desta freguesia, pela Rua da Portela Altaem direção à “Cidade Berço”.

Já a “nova” estrada nacional, criação do fontismo comoatrás foi dito, teve um nascimento algo conturbado, ficando atéregistado um protesto formal,datado de 31 de março de1845, da vereação do Conce-lho de Valongo, pelo trajetoescolhido para a nova via:«vai atravessar uma solidãomontanhosa de cerca de trêsléguas onde os viandantes nãopoderão encontrar recurso al-gum». Até aos anos 70/80 doSéculo XX, a chamada “Fun-da das Telheiras”, onde hojese localiza, por exemplo, o nóda A41, era ainda um lugarermo, atravessado em retapela estrada nacional, e queos alfenenses evitavam trans-por sozinhos…

Parte desta «solidão de trêsléguas», também denominada de“reta de Alfena” foi inclusiveaproveitada num poema de JoséCarlos Vasconcelos, “Romance

«…Na recta de Alfena, um carro, velocíssimo,Com os faróis apontados,Passa rés-vés os cornos da toura, cerce,A toura salta, o Calatré jogaO denso varapau de rijo marmeleiro,E solta um insulto fantástico, que trespassa o ar,Acorda o silêncio da noite,Até que a noite, assustada, estremece…»Mas voltado às Passarias, qual será mesmo a origem deste

topónimo incomum?Em nossa opinião, corroborada por alguns documentos anti-

gos, a sua origem estará numa corruptela popular da palavra “Par-cerias”. Grande parte dos terrenos localizados entre a Quinta dasTelheiras e o Alto das Corgas pertenceriam à Quinta das Telheirase teriam sido cedidos (muito provavelmente, emprazados) a mora-dores locais para exploração económica dos mesmos, nomeada-mente através da cerâmica artesanal. Até ao recente loteamentoindustrial, realizado nesta zona da cidade, era possível encontrarlocais de extração de barro (daí a origem do moderno topónimo“Barreiro”) e fornos para confeção artesanal de telha (originando otopónimo “Telheiras”).

Também da consulta dos registos paroquiais de Alfena é pos-sível a identificar que uma das profissões mais comuns dosalfenenses seria a de telheiro, ou seja, uma clara referência à elevadaimportância da cerâmica na economia local, aliás bem marcada, jáno século XX pela importância que assumiu a Fábrica de Cerâmicade Ermesinde, hoje Fórum Cultural da cidade vizinha.

Mas, voltando ao início, onde ficaria então a “Quinta dasCorgas”? Outros documentos históricos identificam o Capitão deOrdenanças André da Rocha e Sousa como proprietário da Quintadas Corgas, ou Quinta das Telheiras (esta última, designação bemmais conhecida dos alfenenses), demonstrando, também por essavia a associação das “Telheiras” às “Corgas”.

Dito de outra forma, a parte baixa do histórico lugar de “Baguimd’Alfena” assumiu dois topónimos: a “Várzea”, na zona onde o apro-veitamento agrícola dos terrenos era superior, e as “Corgas” ou“Telheiras”, na zona que onde o aproveitamento agrícola era mais redu-zido, tendo de permeio a pequena elevação de “Punhete” (aludindo àforma de pequeno punho sobre o Leça que essa elevação assumia). Se oprimeiro topónimo, a Várzea, chegou aos nossos dias e denomina, aindahoje, um dos tradicionais lugares de Alfena, já os restantes caíram clara-mente em desuso, substituídos pelo moderno topónimo de “Barreiro”.

os sette dias do mez de Dezembro do anno de milsette centos e vinte e seis faleceo da vida prezente,com todos os sacramentos mostrando ter de ida-de quarenta annos pouco mais ou menos, em asua quinta das Corgas, Francisca Rosa Bernarda,viúva do Capitão André da Rocha e Sousa, desta

freguesia…. Assim rezam os Registos Paroquiais de Alfena, nocaso o registo do óbito da viúva do Capitão da Companhia deOrdenanças de Alfena. Mas onde ficavam as “Corgas” e, maisespecificamente, a “Quinta das Corgas” supra mencionada?

É portanto neste e noutros topónimos da nossa cidade e nassuas origens que nos vamos centrar no presente artigo.

Começando pelas “Corgas”, topónimo desconhecido da gene-ralidade dos alfenenses, e que, infelizmente, não faz parte da moder-na toponímia como denominação de um arruamento, designa a áreaonde hoje se situa o Complexo Desportivo do A.C. Alfenense e oloteamento industrial envolvente. Com efeito, dois dos quatro pré-dios rústicos onde foi construído o Complexo Desportivo tinham adesignação de “Bouça das Corgas” e “Bouça Nova das Corgas”.

O nome deriva claramente da quantidade de linhas de água quecruzam a zona, correndo em vários sentidos para o Leça. Emboraatualmente escondidas e entubadas, mercê da transfiguração que olugar sofreu nos últimos anos, quer pela construção do loteamentoindustrial, quer mesmo pelo atravessamento da autoestrada, ofacto é que as linhas de água continuam lá, dando sinais de vidadurante os invernos mais rigorosos.

O Alto das Corgas e a sua cumeada, desde Agra de Monforteaté às Telheiras (elevação já próxima do Leça), eram como um limitenatural entre os históricos lugares de Baguim (a norte) e Cabeda (a sul).

A Rua das Passarias, por seu turno, é hoje uma das principaisartérias da cidade de Alfena, e fonte de constantes erros ortográfi-cos, dado o carácter incomum do topónimo. Utilizando parte dopercurso da antiga Estrada Real Porto-Guimarães, entre o Alto dasCorgas (imediações do Complexo Desportivo do AC Alfenense) ea parte central do moderno lugar do Barreiro (nas imediações daQuinta das Telheiras), esta via atravessa uma área de forte expan-são urbanística da nossa cidade, quer residencial, quer industrial,empresarial e mesmo desportiva ou recreativa e é sobre estetopónimo fora do comum que nos iremos debruçar de seguida.

A Estrada Real, antecessora da moderna N105, a qual data doFontismo (2ª metade do Séc. XIX), saindo da Invicta Cidade, pelachamada “Porta de Carros”, nas imediações da moderna estaçãoferroviária de S. Bento, subindo pela Rua do Bonjardim até aoJardim da Aguardente (atual Praça do Marquês), seguindo depoispelo Ruas do Lindo Vale e Costa Cabral até à Areosa, e depois porum percurso próximo da atual Rua D. Afonso Henriques, atraves-sando o Leça na ponte medieval da Travagem, e seguindo pelas ruasda Boavista e Nova da Boavista (ainda em Ermesinde), entrava emterritório alfenense na chamada “Agra de Monforte”, próximo doAlto de Vilar, num ponto onde se encontram três freguesias (Alfena,Ermesinde e Folgosa [Santa Cristina do Vale Coronado]).

O seu trajeto em Alfena era feito pela moderna Rua de Monforte,depois pelas traseiras dos prédios da Rua de Vilar contornando oComplexo Desportivo do AC Alfenense até encontrar a Rua dasPassarias, junto ao entroncamento com a Rua da Telha (uma peque-na explicação para a “privatização” deste pequeno troço: aquando da

RICARDORIBEIRO (*)

As Corgas e as Passarias ou Parcerias das Telheiras• TEMAS ALFENENSES •

CONS. REG. COM. VALONGO N.º 56190 SOCIEDADE POR QUOTAS - CAPITAL SOCIAL: 20000• CONTRIBUINTE: 507 219 708

Site: www/afunerariamarujo.com / Email: [email protected]

ERMESINDESede:R. Manuel Ferreira Ribeiro, 304445-501 ErmesindeTEL: 22 971 4442FAX: 22 975 8926TLM: 91 755 4658/ 91 269 6074/ 91 689 7854

ALFENAArmazém:R. das Passarias, 4644445-171 AlfenaZONA INDUSTRIALDE ALFENATEL: 22 967 0005

dum camponês de Freamunde”:

(*) Membro da AL HENNA – Associação para a Defesa do Património de

Alfena.

IMAGENS ARQUIVO AL HENNA

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NOVEMBRO de 2013 • A Voz de Ermesinde Desporto

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Suplemento de "A Voz de Ermesinde" N.º 910 • NOVEMBRO de 2013 • Coordenação: Miguel Barros

FOTO MANUEL VALDREZ

ENTREVISTAA.D.R. Gandra festeja 40 anosde vida em tempos de vacas magras

Um passado gloriosopouco condizente como difícil presente, é as-sim que em poucas pa-lavras podemos traçar

o atual perfil da Associ-ação Desportiva e Re-

creativa da Gandra, queneste mês comemorou

o seu 40º aniversário.

Seniores cepeenistas permaneceminvictas no regresso à atividadeApós dois anos de ausênciaa equipa de basquetebol deseniores femininos do CPNregressou este ano à competi-ção. Inseridas na zona norte doCampeonato Nacional da2ª Divisão as meninas deAgostinho Pinto contam por vitó-rias os três jogos já realizados.

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A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013DesportoII

FOTO VOXX CLUB BILHAR

BASQUETEBOL

Seniores do CPN permanecem invencíveis nesteseu regresso ao ativo após dois anos de interregno

BILHAR

A equipa de seniores femininos do CPN continua in-vencível no Campeonato Nacional da 2ª Divisão, competição

imagem) arrancaram para um resto de primeira parte incrí-vel tanto do ponto de vista ofensivo como defensivo. Pres-sionantes, agressivas na bola e com uma boa rotação defen-siva, as propagandistas possibilitaram saídas rápidas para oataque, o que a juntar a boas tomadas de decisão na hora delançar ao cesto, e um acerto exterior muito interessante (aointervalo, 07-15 para lá dos três pontos), realizaram um par-cial de 51-22 na primeira parte, galvanizando o muito públi-co presente no Pavilhão de Ermesinde. Na segunda parte, esabendo que o adversário iria tentar uma reação forte, oCPN soube manter a serenidade e controlar a vantagem,nunca permitindo que a mesma baixasse das duas dezenas,acabando por vencer então a partida por claros 74-48.

Face a estes três triunfos o CPN é segundo classificado,com 6 pontos, mas menos um jogo em relação ao comandan-te, o Braga, que contabiliza 8 pontos.

à qual regressou esta temporada após dois anos de interregno.Nesta primeira quinzena de novembro a turma orientada porAgostinho Pinto somou dois robustos triunfos, um no passadodia 6, em casa do CLIP, por 85-41. em partida referente à 2ªjornada da prova, e o outro no dia 10 de novembro, no PavilhãoGimnodesportivo de Ermesinde ante as vizinhas do Núcleo Cul-tural e Recreativo de Valongo por 88-25, a contar para a terceiraronda. Esta foi uma partida inteiramente dominada pela equipada nossa cidade, que entrou em campo imprimindo um ritmomuito forte, e uma boa intensidade defensiva, sendo que comesta postura a diferença no marcador foi-se avolumando comnaturalidade à medida em que o cronómetro ia avançando.

Recuando até 20 de outubro, data em que a competição ar-rancou, as cepeenistas receberam e venceram o Desportivo daPóvoa por 74-48. Se nos primeiros minutos o adversário aindaesteve na liderança do marcador (2-4), as meninas do CPN (na

Três equipas ainda invictas no finalda primeira metade da Superliga Bilharsinde

MB

Apontada (já) por muitos como uma das mais competitivas eapetecidas competições de pool português da região do GrandePorto, a 1ª fase da Superliga Bilharsinde (SB) 2013/14 conheceu nopassado dia 18 de novembro o final da primeira volta. Foram novejornadas de grandes momentos de bilhar – como vem sendo apanágioda prova – recheados de grandes emoções. Bom, num curto resumodaquilo que foi a primeira metade da prova há a sublinhar o facto dedois conjuntos pouco habituados a ocupar lugares cimeiros dasclassificações estarem a fazê-lo no fim desta primeira metade e deforma invicta! Começamos pelo Café Novo Espaço/MQ (na ima-gem), que lidera então a Série E só com triunfos, sendo que em seteencontros realizados apenas consentiu um empate – diante dosestreantes do Snack Bar Ar Puro na 7ª ronda. Os bilharistas doNovo Espaço lideram então de forma isolada e confortável a série,

com 19 pontos, mais cinco que o vice-líder Voxx Club Bilhar/A. Para osmais esquecidos – no que diz respeito às regras da SB – recorde-se queos dois primeiros classificados de cada uma das oito séries da 1ª faseseguem viagem para a 1ª Divisão da fase seguinte, ao passo que os 3º e4º vão para a 2ª Divisão, os 5º e 6º para a 3ª, os 7º e 8º para o quartoescalão, e o último posicionado irá lutar pelo título da 5ª Divisão.

Quem também está bem encaminhada para disputar o título maisdesejado da prova – isto é, o da 1ª Divisão – é a turma do Gondivai/A,outros dos três conjuntos que ainda não perdeu esta época. Inserido naSérie G, esta equipa ocupa então o primeiro posto com uns im-pressionantes 24 pontos, registo só igualado por outros dos invictos,neste caso o Paparugui (na Série C), que tal como o Gondivai/A contasó por vitórias os oito jogos realizados.

Como habitualmente acontece, a SB vai fazer um interregno de trêsmeses, voltando apenas na noite de 24 de fevereiro, altura em quearranca a segunda volta. Descansem no entanto os adeptos do bilhar da

nossa cidade, já que neste intervalo de tempo o Voxx Club Bilhar –os organizadores da competição – irão desenvolver as suas outrasprovas.

HÓQUEI EM PATINS

Valongo com início de época 100 por centovitorioso tanto no plano nacional como internacional

Arrancou no passado dia 26 de outubro a edição de 2013/14 do Campeonato Nacional da 1ªDivisão de hóquei em patins. A competir de novo na elite do hóquei patinado luso está o Valongo,conjunto que foi a grande sensação da temporada passada, uma brilhante prestação culminada, erecorde-se, com um sensacional 4º lugar, e consequentemente apuramento para a Liga Europeia damodalidade. Bom, voltemos à primeira ronda do Campeonato Nacional para dizer que o conjuntodo nosso concelho entrou com o pé direito, já que recebeu e venceu o Candelária por 5-3, comgolos de Nuno Araújo (3), Rafa Costa, e Miguel Viterbo. Uma semana depois – 2 de novembro –os valonguenses voltaram a atuar diante do seu público, desta feita diante do Hóquei de Braga,que na 2ª jornada da prova saiu de Valongo com uma derrota por 6-4. Foi na verdade um triunfosuado do Valongo, que na primeira parte teve sempre de correr atrás do prejuízo, isto é, estevesempre em desvantagem no marcador. Ao intervalo o resultado era de 3-3, com os tentos doValongo a serem da autoria de Nuno Araújo (2), e João Souto. Na etapa complementar os va-longuenses sacudiram o equilíbrio que pautava o encontro e tomaram conta do jogo, comvontade de resolver a contenda a seu favor, contrariamente a um Hóquei de Braga que abrandouo ritmo. Postura que iria sair cara aos bracarenses, já que Rafa Costa, João Souto, e Hugo Azevedoalvejaram com êxito a baliza do internacional Guilherme Silva, sentenciando a partida em 6-4 (oBraga ainda marcou pelo meio) a favor da sua equipa. Na 3ª jornada – ocorrida a 13 de novembro– surgiu a primeira saída, e logo ao reduto do histórico Óquei de Barcelos, conjunto semprecomplicado de contornar quando atua em casa. Porém, uma exibição de luxo dos valonguenses

acabou por resultar numa expressiva vitória por 8-2, com João Souto a assumir o papel de goleadorda equipa, na sequência de três remates certeiros à baliza barcelense. Rafa Costa – por duasocasiões – Nuno Araújo, Nuno Rodrigues, e Hugo Azevedo foram os restantes marcadores dospupilos de Paulo Pereira. E na derradeira jornada do Nacional, ocorrida a 16 de novembro, oValongo voltaria a aplicar a “chapa 8”, desta feita ao Hóquei dos Carvalhos, com o resultado finalde 8-1 a expressar o facto desta partida ter sido amplamente dominada pelos valonguenses. Destafeita, Hugo Azevedo foi o rei dos goleadores, com três golos, seguido de João Souto e Rafa Costa,ambos com dois golos na conta pessoal, e Xavier Cardoso. Na classificação, e ao fim de quatrojornadas, os valonguenses ocupam o 2º lugar com os mesmos pontos (12) que o líder FC Porto!

Regresso à Europa com goleada

Após uma longa ausência de mais de duas décadas (!), o Valongo está em 2013/14 de regressoàs provas europeias de hóquei, mais concretamente à competição rainha da CERH (Comité Euro-peu de Rinque Hóquei), a Liga Europeia, onde na 1ª jornada da fase de grupos – ocorrida nopassado dia 9 de novembro – recebeu e goleou os franceses do St. Omer por 8-0. Pelos valonguensesmarcaram João Souto (3), Nuno Rodrigues (2), Hugo Azevedo, Rafa, e Henrique Magalhães. Nooutro encontro do grupo (A) do Valongo, os galegos do Liceo da Corunha bateram em casa ositalianos do Amatori Lodi por 6-2.

FOTO CPN

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NOVEMBRO de 2013 • A Voz de Ermesinde Desporto III

ENTREVISTA COM A ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA E RECREATIVA DA GANDRA

Passado vivo e glorioso pouco condizentecom o pacato e difícil e presente

40 anos repletos de pomposos e inesquecíveis momentos deuma coletividade que, no presente, como tantas outras espalhadaspor esse país fora, sobrevive com inúmeras dificuldades.Obstáculos da atualidade que no entanto não ofuscam o orgulho– e a vaidade – de um clube cujo passado figura com brilho naspáginas da história não só da cidade de Ermesinde como dopróprio país. Falamos da Associação Desportiva e Recreativa daGandra, o senhor Gandra, que neste mês de novembro completouentão quatro décadas de vida, facto só por si merecedor de umavisita da nossa parte à sede da coletividade nas vésperas dafesta de aniversário, tendo ai encetado uma agradável conversacom três dos homens que viveram por dentro estas 40 primaverasdo histórico emblema ermesindense.

MIGUEL BARROS

No ar sentia-se o ambienteda festa que dali a poucos diasiria assinalar o 40º aniversário dopopular Gandra. Fomos recebi-dos pelo presidente da Direçãodo emblema aniversariante, JoséNogueira, que cumpre o seu se-gundo ano de mandato, e que si-multaneamente explora o bar doclube. De pronto nos encami-nhou para uma mesa onde es-tavam três simpáticos cavalhei-ros que, segundo ele, melhor doque ninguém saberiam falar-nosdo passado, presente, e futuroda coletividade, sobretudo dopassado, como iremos consta-tar. Um desses conhecedoresprofundos da vida do clube éManuel Amaral, que ainda hojese encontra a ele ligado na qua-lidade de dirigente, mais preci-samente como presidente daMesa da Assembleia Geral. Eleé o homem do desporto, comojá vamos ver. A acompanhá-loestão António Ferreira e Ma-nuel Cardoso, sendo que o pri-meiro é atualmente um dos doiselementos ainda vivos de umgrupo de 20 cidadãos que a 15de novembro de 1973 fundouoficialmente a Associação Des-portiva e Recreativa da Gan-dra, ao passo que o segundo ele-mento entraria alguns mesesmais tarde após a fundação, ten-do já desempenhado o cargo depresidente da Direção. «Já ti-vemos mais movimento aqui nasede do que aquele que temosagora», dizem em jeito de iní-cio de conversa, ao mesmotempo que olham em redor dointerior da sede, onde se vis-lumbram cerca de uma dezenade sócios reformados que sevão entretendo com os tradici-onais jogos de cartas. «Masapesar de humildes que somosnão devemos nada a ninguém.Sempre pagámos as nossas con-tas, às vezes com dinheiro doscarolas», é pronto a sublinharManuel Amaral, que é, digamos,

que o guardião da história doGandra no que ao desporto dizrespeito. É ele que de uma for-ma minuciosa faz questão decontar a história do nascimen-to do Gandra, clube para o qualentrou como associado cerca deseis meses após a fundação.Nascimento que esteve na ori-gem de um desentendimentoentre dois elementos da hojedesaparecida Associação Aca-démica da Gandra (AAG), co-letividade que ao fim de sema-na reunia um grupo de rapazesamigos do pontapé na bola,vulgo, futebol. Manuel Henri-que era um desses elementos,que após ter-se zangado comum seu compincha teve a ideiade criar um novo clube. Convi-dou o grupo de futebolistas a-madores da AAG e pouco tem-po depois nascia a AssociaçãoDesportiva e Recreativa da Gan-dra. O futebol foi pois a primeiraatividade do novo clube, sendoque na sequência da entrada deManuel Amaral a modalidadecomeçou a ser devidamenteestruturada, por assim dizer.Promoveram-se sorteios de ri-fas cuja verba angariada deu paracomprar os primeiros equipa-mentos, e o passo seguinte foicolocar o clube a competir umpouco mais a sério do que oshabituais encontros com gruposamigos vizinhos. «Jogámos al-guns anos no campeonato doInatel, representando a Casado Povo de Ermesinde, e pos-so dizer que não eram campe-onatos nada fáceis como pos-sam pensar. Muitas das equi-pas que ali competiam tinhamjogadores que outrora haviamjogado na 1ª Divisão Nacionaldo futebol português (!), e mes-mo assim andávamos semprepelos 2º ou 3º lugares da clas-sificação, sempre lá em cima»,recorda o senhor Amaral quenão se cansa de repetir que oGandra já viveu períodos áu-reos no que ao desporto dizrespeito. Futebol que durou

sensivelmente até 1985, paradepois dar lugar a outra modali-dade emblemática nestes 40anos de história do clube, o fu-tebol de salão. E nesta hoje ex-tinta modalidade o Gandra jáesteve na 1ª Divisão Nacional,frisam com orgulhos os nossosinterlocutores. «E no voleibol?Já competimos na 3ª DivisãoNacional», faz lembrar AntónioFerreira. Com o fim do futebolde salão nasceu o futsal, e tam-bém aqui o Gandra fez históriajá que foi dos (poucos) primei-

ros clubes em Portugal a prati-car a nova modalidade. «Nósfomos os fundadores do futsalem Portugal! Nós e mais umaou outra equipa. Não foi o Ben-fica, nem o Sporting, fomosnós», sublinha Manuel Amaral,ao mesmo tempo que acrescen-ta que é bom que este facto sejapublicado, caso contrário a ver-dade poderá perder-se com o de-saparecimento dos anciões doGandra, grupo do qual ele fazorgulhosamente parte. Isto por-que os registos que guardam ahistória do clube (fotografias,documentos, etc.) foram leva-dos sem deixar rasto por umaantiga Direção «completamenteinconsciente que deu cabo distotudo», recordam com revolta.Para contar a história resta amemória de cada um deles, e

meia dúzia de fotografias queguardam nos seus arquivospessoais. Continuando no fu-tsal, e para rematarmos o capí-tulo desportivo, também eleteve momentos de glória nesteclube, que organizou prestigi-ados torneios, lutou por subi-das de divisões nos escalõesnacionais, e chegou a atuar co-mo equipa convidada num tor-neio em França! Mas tudo aca-bou há cerca de oito anos, altu-ra em que a modalidade desa-pareceu do ADN do Gandra.

Folclore icónico

Mas nem só no desportodeu o Gandra a conhecer-se, nãosó em Portugal como tambémno estrangeiro. E aqui entramcom maior frequência naconversa António Ferreira eManuel Cardoso, os homens dofolclore, a outra atividade quecolocou a coletividade nomapa. Em 1985 surgiu o ranchofolclórico, e tal como váriasmodalidades desportivas tam-bém teve o seu período áureocom inúmeras atuações por to-do o país e meia dúzia de vistasà vizinha Espanha, já para nãofalar dos festivais internacio-nais de folclore que eram orga-nizados em Ermesinde. «Che-gámos a fazer festivais no largoda antiga feira de Ermesinde,

aqui na Gandra também, nasfestas de S. Lourenço, e por fimno Parque Urbano de Erme-sinde. Movimentávamos muitagente», relembra com alguma e-moção Manuel Cardoso, quenão deixa de sublinhar que esteêxito se ficou a dever a AntónioFerreira, uma figura que na suavoz colocou o rancho do Gan-dra num nível invejável. Umapalavra de elogio e agradeci-mentos a duas figuras locais quemuito ajudaram o rancho doGandra, o desaparecido e mí-tico ensaiador Ismael Ferreira,o mestre dos mestres no fol-clore, como sublinham os nos-sos interlocutores, e Jorge Vi-deira, que enquanto presidenteda Junta de Freguesia de Er-mesinde (JFE) sempre ajudouno que pôde.

E agora?

E se antigamente o rancho ti-nha atuações quase todos os finsde semana, hoje o cenário é bemdiferente. Para pior. Continua aexistir, é certo, e ensaiar semanal-mente na sede da coletividade, aúnica durante estes 40 anos devida – situada na Rua de Diu –mas com menos atuações do queno passado. O clube está commuitas dificuldades, sobretudo decariz financeiro, «como aliás to-dos os clubes desta dimensão naatualidade. Antigamente o rancho,na altura do Natal, ainda tinhaconvites para ir atuar a empresasa troco de algumas receitas, masagora as únicas receitas que te-mos provêm do bar e das cotasde cerca de 90 associados pagan-tes que temos. Cada associadopaga dois euros, sendo que refor-mados e desempregados pagamapenas um euro», informou o pre-sidente da Direção, que entretan-to se juntou à mesa, enquantoManuel Cardoso relembra quenos tais tempos áureos o Gandrachegou a ter quatro centenas deassociados.

Outra das dificuldades visí-

veis é cativar juventude para oclube, a qual terá desaparecidocom maior nitidez após o fim dofutsal. «A perda de atividade doclube levou a que os jovens seafastassem. Durante o dia temosaqui só pessoas mais velhas, denoite ainda vêm aqui alguns jo-vens jogar uma partida de bilhar.Mas esse não é um problema sónosso, é de todas as pequenascoletividades de localidades queficam na periferia das grandes ci-dades, ou seja, os jovens nessasgrandes cidades têm muitas dis-trações e não estão para passar oseu tempo livre numa coleti-vidade como a nossa», comentam.E o que fazer para chamá-los?«Voltar com o futsal», sublinhade pronto o homem do desporto,Manuel Amaral, «se no futuropróximo a conjuntura económicado país for favorável gostaríamosde voltar a ter futsal. Aliás, nestemomento temos uma escolinha defutsal com cerca de 20 crianças, eno futuro gostávamos de voltar acompetir», diz.

A terminar, e até porque aconversa já ia longa, atirámos paracima da mesa: o melhor destes 40anos de vida? Resposta pronta:«As amizades que aqui foramcriadas e que fazem com que hojesejamos uma família».

Festa comfiguras ilustres

Entretanto, dias mais tarde(17 de novembro para sermosmais precisos) após a nossa vi-sita, o Gandra levou a cabo a suafesta de aniversário. Presentesmuitos associados, amigos, ealgumas personalidades locais,casos dos presidentes da Câmarade Valongo, José Manuel Ribeiro,da JFE, Luís Ramalho, e dasmesas das assembleias municipale de freguesia, respetivamenteAbílio Vilas Boas, e Raul Santos(Nota: figuras estas que podemser vistas na imagem do meiojuntamente com o presidente daDireção do clube).

FOTO MANUEL VALDREZ

FOTO ADR GANDRA

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A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013Desporto

FUTEBOL

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento não pode ser comercializado separadamente).Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez.Colaboradores: Agostinho Pinto e Luís Dias.

Novo Ermesinde com muitas vitórias!Nem os mais otimistas e fervorosos adeptos do novo Ermesinde Sport Clube 1936 imaginariam um início de temporada como o

que é vivenciado no presente. Nos nove primeiros jogos oficiais – a contar para o campeonato e para a Taça Brali – a turma deSonhos contabilizou oito vitórias e apenas um empate consentido! Notável. Para a Série 1 do Campeonato Distrital da 2ª Divisãoos verde-e-brancos somaram até aí apenas vitórias (!) nos seis encontros já disputados, performance que fez com que nessaaltura ocupassem de forma isolada o 1º lugar da competição, com 18 pontos somados, mais dois que o segundo colocado, oMocidade Sangemil, precisamente o adversário que os ermesindistas ultrapassaram na sétima jornada do campeonato. De segui-da passamos pois em revista os jogos destas primeiras semanas de novembro do até então imparável Ermesinde Sport Clube1936, começando pelo triunfo em Sangemil. MB

O jogo grande da 7ª jornada da Série 1 do CampeonatoDistrital da 2ª Divisão – disputado no passado dia 17 denovembro – colocou frente a frente o então primeiro po-sicionado, o Mocidade de Sangemil, e o vice-líder, o Erme-sinde 1936. Como seria de esperar a equipa da casa entrouao ataque, e logo aos seis minutos Vitinha bateu pela pri-meira vez o guardião ermesindista Teixeira. Os comanda-dos de Jorge Lopes responderam bem ao tento madrugadordos locais, e à passagem do minuto 20 o goleador Paulorestabelece a igualdade. O jogo era de loucos por esta altu-ra, com parada e resposta, e quatro minutos volvidos DiogoLoureiro coloca o Ermesinde 1936 na frente do marcador.Sol de pouca dura, já que três minutos depois Vitinha bisa evolta a colocar tudo em pé de igualdade. Bola ao centro, oErmesinde 1936 ataca de novo a baliza de João, e na sequên-cia dessa investida Faria faz o 3-2 para a equipa visitante. Omarcador não mais se iria alterar até ao fim, o que permitiuaos ermesindistas não só manterem a invencibilidade naprova como também ascender à liderança da mesma.

Em Sangemil o Ermesinde 1936 alinhou com: Teixeira;Folgosa (Pedro, 80), Pedro Castro, Faria (Amaro, 75), eMarco; Fajó, Leça (Morangos, 80), Serginho, e Davide;Paulo, e Diogo Loureiro (André, 75). Treinador: JorgeLopes. AVE

Regresso aos Sonhos

Com a presença de bastante público e dos autarcas dacidade e do município, o Ermesinde 1936 estreou no passa-do dia 10 de novembro o novo relvado do Estádio de Sonhos,

com uma vitória inequívoca sobre o Sporting Clube da Cruzpor 2-0, em partida (nas imagens) alusiva à 6ª jornada. Em diade festa, as camadas jovens da mais recente coletividadedesportiva do concelho de Valongo, foram apresentadas aossócios e a energia dos mais pequenos ajudou a fazer da receçãoà formação portuense uma festa que há muito não se via paraestes lados!

A primeira parte do encontro ficou marcada pelo equilíbriode oportunidades para as duas equipas, no entanto nenhumadelas se conseguia aproximar das balizas com verdadeiro peri-go. Paulo, avançado do Ermesinde, acabava por ter que recuarbastante no terreno o que fazia com que o ataque da casa nãodesse a melhor resposta. Ainda antes do apito do árbitro para ointervalo o técnico do Ermesinde 1936, Jorge Lopes, fez en-trar na partida Amaro para o lugar de Faria. A escolha veio arevelar-se acertada tendo em conta o maior número de oportu-nidades registadas desde então.

Apesar do quase total domínio da equipa visitada, o encon-tro chegou ao intervalo com o resultado inalterado e a deixar osadeptos da equipa da casa com um ligeiro nervosismo com afalta de golos da equipa verde e branca.

Com a chegada da etapa complementar então tudo se alte-rou e coube ao capitão da equipa da casa, Paulo, aos 61 minutos,abrir o marcador. Passados dez minutos do primeiro golo veioo segundo, pelo avançado Diogo Loureiro, que pelo lado es-querdo do ataque, e numa jogada de insistência depois de umaprimeira defesa do guarda-redes, conseguiu colocar a bola nofundo das redes.

O clube visitante só pressionou mais nos últimos minutosda partida, no entanto as melhores oportunidades acabariam,ainda, por ser do Ermesinde 1936, que teve várias ocasiões emque podia ter dilatado mais a vantagem, não fossem algumasfalhas dos atacantes da equipa da casa.

No encontro com o Sporting da Cruz o Ermesinde 1936alinhou com: Teixeira; Davide, Marco, Pedro Castro e Folgosa;Leça (André, 72), Serginho e Fajó (Fábio, 82); Diogo Loureiro(Morangos, 82), Faria (Amaro, 40) e Paulo. Treinador: JorgeLopes. LUÍS DIAS

Vitórias em Águas Santas... O regresso aos Sonhos foi precedido de um triunfo em

casa do vizinho Águas Santas, no passado dia 3 de novembro,em partida referente à 5ª jornada. Um golo solitário de Leça,aos 57 minutos, marcou o jogo, e deu mais três pontos à turmada nossa cidade.

Neste jogo o Ermesinde 1936 alinhou com: Teixeira; PedroCastro, Sousa (Diogo Pinto, 80), Clemente, e Fajó (Barbosa);Leça (Davide, 80), Martins, e Sérgio Clemente; Cerqueira,Loureiro (André Ribeiro, 72), e Assunção. Treinador: JorgeLopes. AVE

… e em casa emprestadaante o Monte Córdova

Depois de ter folgado na 3ª jornada o Ermesinde 1936voltou à ação no dia 27 de outubro na condição de anfitrião,pese embora o jogo se tenha realizado no Estádio Municipalde Nogueira da Maia, devido à impossibilidade, na altura, dese jogar no Estádio de Sonhos. Então foi assim, com a casa àscostas, mas com bastante público afeto à equipa ermesindistaque se desenrolou a partida no vizinho concelho da Maiaante o Monte Córdova, alusiva à 4ª ronda, que terminou comum triunfo do conjunto da nossa freguesia por 1-0.

As duas equipas entraram equilibradas no encontro e asoportunidades foram poucas na primeira meia hora de jogo.Diogo Loureiro, pelo lado direito, e Faria, pelo lado esquer-do, deram velocidade ao ataque da equipa da casa, mas a bolaacabava por não sair da melhor forma para os pés do avança-do do Ermesinde 1936, Paulo.

Com a partida a encaminhar-se para o intervalo a equipada casa cresceu, e foi com naturalidade que Pedro Castro decabeça, após a marcação de um pontapé de canto, inaugurouo marcador aos 40 minutos do encontro. Após o intervalo otreinador Jorge Lopes viu-se obrigado a fazer entrar Pinto,que rendeu Faria que se lesionou a acabar a primeira partedo encontro.

Na etapa complementar o jogo caiu em qualidade e fo-ram raras as oportunidades para as duas equipas. O MonteCórdoba ainda teve duas boas oportunidades para empatar ojogo mas o guarda-redes do Ermesinde, Teixeira, deu boaconta do recado e manteve as redes da equipa da casainvioláveis. No último quarto de hora o Ermesinde 1936 foimais pressionante e teve vários remates de fora da área quepoderiam ter ampliado a vantagem, no entanto saíram todospor cima da barra da baliza do guarda-redes do MonteCórdova.

O Ermesinde 1936 alinhou com: Teixeira; Davide, Mar-co, Pedro Castro e Pedro Assunção; Leça, Serginho e Fajó(Fábio, 55); Diogo Loureiro (Pedro, 85), Faria (Pinto, 46) ePaulo. Treinador: Jorge Lopes. LUÍS DIAS

FOTOS MANUEL VALDREZ

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NOVEMBRO de 2013 • A Voz de Ermesinde 13Emprego

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14 A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013

GLÓRIALEITÃO

Perfume

uando fui para a escolaprimária achava que aaprendizagem não me iriaser muito útil e assumo quepertencia ao grupo dos quetrabalhavam para a

“tangente”. Toda a gente falava, osprofessores ensinavam e eu não “estava ládentro”. Foi assim pela minha vida fora eenquanto fui andando nos 11 anos deescolaridade que fiz no tempo do meutempo e que ainda se arrastou em algumaformação técnica com que a vida profissionalme fez deparar. Depois, em finais de 2009,quando olhava ao meu redor e pensava estarreduzida a nada, abro um saco castanho quetinha ficado fechado durante três anos e saemde lá papéis: certificados de escolaridade,certificados de formação e um conjunto dedossiers que me mostravam que, um dia,algures no tempo do meu tempo, eu teriaaprendido alguma coisa.

Os meus 50 anos de idade vão representarsempre um marco importante da minha vida,quando efetivamente me agarrei ao “saber” .Tinha-me dado conta de que a aprendizagemse tinha tornado minha aliada e a minha maiscompleta companhia. Olhando à distância –acho que percebi –, terá sido das coisas quenunca me abandonou. Li de Antoine de Saint-Exupéry: «Foi o tempo que dedicaste à tuarosa que fez a tua rosa tão importante».Ainda hoje interiorizo isso como verdadepois acredito que nesta nova etapa da minhavida tenha aprendido a cuidar desta forma aminha formação. Emergia num terreno árido,daí que precisei de aprender a conquistar aautoconfiança, teimosia para não mederrubar a mim mesma e fé para voltar aacreditar – tudo o que um jardineiro tambémprecisará para não deixar tombar a sua flor.

Acompanha-me um hábito que adquiri -aponto dúvidas, pergunto, consulto, cruzoopiniões, questiono. Quando me sintoesclarecida “dou baixa” no meu check-listmental e lá sigo em frente, atrás de mais.Adotei como imprescindível a companhiade um papel e de uma caneta que se tornamúteis em momentos repentinos em que mecruzo com algo que me prenda a atenção,como aconteceu um dia em que ouvia umaentrevista com um aluno de uma escolaprofissional, o Cenfim. Os meus registosapontam novembro de 2012 como a data emque isso aconteceu. Este jovem tinha

escolhido como opção especializar-se emdesenho industrial, num curso com elevada taxade empregabilidade e de tal forma isso era verdadeque não tinha mãos a medir, nem medo do futuroque se lhe deparava risonho, sem contudo se focarno propósito de, no seu futuro, ir adicionandomais especializações e aumentar o potencial doseu conhecimento.

A reportagem a que me refiro abordava aimportância e o futuro promissor que estes cursosprofissionais também apresentavam comoalternativa a quem não podia (ou não queria) seguirum curso superior. Referiam na reportagem queesta vertente de ensino não tinham o mesmo“glamour” de uma licenciatura, mas estascompetências eram mais do que necessárias nacomponente do conhecimento técnico. Oentrevistado corroborava e com orgulho dizia quenão tinha problemas na procura de emprego eainda eram apelativas as propostas para trocar“por melhor” – é que sempre hão-de haverempresas que procuram o melhor epagam para ter o melhor, ainda maisnuma raridade de especialização dacomponente prática que é feita atrabalhar numa banca, num torno, emmáquinas de CNC, em frente a umcomputador, a uma máquina de costura,etc., etc..

Percebi isso num dia destes,quando fui visitar o Cenfim. Fiqueicontente por ver lá alunos, muitosalunos, de bata vestida e sem sepreocuparem com o tal “glamour”, quenem sempre será a garantia de que seconsegue chegar ao topo de umpercurso profissional. Estes jovens,exatamente pelo facto de ainda seremjovens, não terão muito a noção de que,sendo curiosos, profissionais ecompetentes, a vida se irá encarregarde lhes ir adicionando conhecimento,fazendo com que se tornem nos adultosque, ainda hoje, são imprescindíveisem empresas que precisem de muitacomponente técnica. Não será menosverdade que é esse facto que torna estasempresas competitivas ao ponto de seexpandirem por esse mundo fora ondesempre seremos conhecidos porsermos um povo do “desenrasca” e atépela elevada capacidade de adaptaçãoa novas metodologias, que é outra dasnossas fortes características.

Acumulava eu estes “registos de memória”até ao momento em que tudo me merecesse umtexto quando, precisamente numa altura em quetinha tirado férias de tudo, de todos, do meu blocode apontamentos e até da minha aprendizagem(pensava eu), ouvia na televisão uma jovem meninaque a uma dada altura dizia, numa convicção queparecia inabalável – «uma criança, um professor,uma caneta e um livro podem mudar o mundo».Ouvia falar assim Malala Yousafzai que passavanum serviço noticioso da TV. Socorri-me de umguardanapo de cozinha para registar a lição que meestava a ser dada. Os cerca de 600 Kms que fiz naviagem de regresso a casa foram preciosos paraque mentalmente fosse encontrando a forma deencadear tudo aquilo que parecia importante parao meu texto, em que escolhi começar pelo meu

percurso de criança, com um professor, umasebenta, uma lousa e um livro.

A forma como cada um absorve e valoriza oque aprende é perceção pessoal. Felizmente paraMalala a vida coloca-nos em idades díspares, daíque eu, ao voltar a sentar-me em bancos de salasde aula, tinha encontrado para mim uma fraseescrita por uma pessoa já mais próxima da minhageração – Peter Drucker, que expressava o meusentir: «A educação faz com que as pessoas sejamfáceis de guiar, mas difíceis de arrastar; fáceis degovernar, mas impossíveis de escravizar». Defacto a mim, a educação e a formação feita já emidade adulta devolveram-me acima de tudo, umaconsciência. Encontrei ainda uma sensação única– a perceção de como se pode ser capaz dederrubar tudo aquilo que vamos instituindo comobarreiras que nos vão aprisionando, dentro denós mesmos, deixando do outro lado da fronteiraa nossa própria liberdade.

Tento nunca ter a ingratidão de dizer que secalhar foi tarde de mais. Também jamais considereiter sido um desperdício ter ido procurar inúmerasrespostas a uma faculdade. Claro que encontreimuitas perguntas e uma delas, simples, mudouum pedacinho de mim: «Oonde aprendeu aescrever desta forma?». Ao terem-mequestionado, ensinaram-me que aquilo que até auma dada altura me complexava por seremconhecimentos de 1977 (“velhinhos” – pensavaeu –, e iniciados no mundo do trabalho com origor e a disciplina de se ter chefias exigentes eem que as “ferramentas de trabalho” eram umlivro que se chamava prontuário ortográfico eoutro cujo nome ainda hoje é dicionário). Afinaleram termos que não estavam “fora de moda” etudo fazia parte de uma formação profissional

que a vida enraizou e permitiu que “ficassem”.No registo destas reflexões sinto

necessidade de ir recuperar a lembrança dalição de há uns dias a esta parte, quandosenti vontade de entrar de novo numaperfumaria que me era familiar em temposque já lá vão. Dirigi-me ao balcão e pergunteise não teriam uma amostra de um perfumeque eu sentia necessidade de pôr – ia ter umencontro e para mim, comprar o perfume,em tempos de hoje, estava fora de questão.A senhora a quem me dirigi olhou para mime de sorriso aberto respondeu-meprontamente: «Claro que sim!». Estendeu-me uma pequena amostra e na despedidaque lhe fiz com um agradecimento disse-mechamar-se Clementina. Eu sorri, não pelainvulgaridade do nome mas tão somenteporque Clementina foi o nome da mulherque numa sala de entrevista me convenceu

que aos 50 anos de idade as minhasaprendizagens ainda valiam de algumacoisa.

Agora, fora de salas de aula,“Perfume” foi a minha forma de aprendersobre o que podemos obter emmomentos que às vezes nos abalamquando, de forma teimosa, vão fazendoquestão de nos “massacrar” com um “jánão vale a pena”. Sorrio e sei que aClementina não levará a mal por saberque o tal encontro a que me referia eracomigo mesma. Precisei de medir acoragem de que tantos estaremosnecessitados para lutar pelo tanto queainda há para desbravar. Assim, ao seguiresta “fragrância”, dei-me conta dorespeito que ainda se encontra para láde muitas portas e ainda associo outramemória, ao lembrar que os momentosde descanso em que ouvi Malala sóforam possíveis porque me disseram:«Tem a nossa casa para descansar».Nesta família, alguém foi teimoso e quisir mais além – deu continuidade à suaformação. Com o esforço exigente que éser-se estudante/trabalhador, conseguiualcançar o seu sonho: ENSINAR, nafaculdade onde eu tinha voltado aencontrar o entusiasmo de acreditar.

Concordo com a Malala Yousafzaicontudo, há uma aprendizagem que elairá recolher ao longo da sua vida: o mundosó mudará se nós mudarmos e nós só

mudamos se não quisermos parar de aprender,até com a própria vida. Estou certa que ela nãome levará a mal que eu ajuste a sua frase ao meusentir de agora, comungando da sua forteconvicção – «um adulto, um professor, umacaneta e um livro» também irão sempre a tempode ajudar a mudar o mundo. O percurso serácomo uma “estrada”, que começará semprede meninos e será percorrido por alunos que avida irá transformar nos adultos que,mediante o que escolherem abraçar comoprofissão, irão decidir se querem ou nãocontribuir para a mudança do tal mundo, onosso mundo – que jamais alguém poderáimpedir que «pule e avance, como bolacolorida, entre as mãos de uma criança», talcomo escreveu António Gedeão.

Crónicas

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FOTO ARQUIVO

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NOVEMBRO de 2013 • A Voz de Ermesinde 15

Em torno da culturauma sólida cultura geral, chegando ao absurdo de consideraranalfabeto quem não possua destreza na sua utilização,porém intelectuais de indiscutível craveira declaramcontinuar a usar papel e caneta para realizar as suas obras eoutros mantêm-se fiéis ao uso das antigas máquinasdactilográficas, vulgo máquinas de escrever, e nem por issoo seu trabalho tem menos valor. Mas, como “não é o hábitoque faz o monge”, também o acesso ao conhecimento,embora facilitado por esses meios eletrónicos e informáticos,não depende deles em exclusivo. Muito antes da ge-neralização da Internet já existiam pessoas de vastíssimacultura e, na era atual continuam a existir.

Cultura e instrução

Nada justifica que se estabeleça uma relação denecessidade entre as noções de cultura e de instrução. Seadmitíssemos tal relação, a cultura ficaria restringida aosmeios urbanos enquanto as populações aldeãs receberiama etiqueta de incultas pelo simples facto de serem poucoinstruídas. Andaríamos, pois, muito longe da verdade. EmPortugal, ao longo de séculos, o povo desenvolveu valoresculturais próprios, na cidade ou no campo, interagindo emcerta medida mas guardando cada qual a sua vincadaidentidade. Nas construções, nos costumes, na maneira deutilizar a língua, na saúde, no lazer, no vestuário, naalimentação, as diferenças eram notórias e distintivas. Naaldeia, as famílias costumavam ser mais numerosas tendoem conta a precisão de braços nas atividades da agricultura.As casas obedeciam naturalmente às características doslugares, à simplicidade e funcionalidade da vida campesinana construção, compartimentação e mobílias feitaslocalmente; os costumes refletiam a vivência da comunidade,baseada, sobretudo, nas relações sociais e na práticareligiosa; a maneira verbal de se exprimir demonstrava arusticidade do meio, guardava heranças de falares antigos,vestígios de léxicos desaparecidos e de parentela comoutros próximos com pronúncia descuidada mas obedienteao código linguístico do país; no domínio da saúde, asinfusões de ervas, os xaropes, as mezinhas caseiras, asparteiras, a aplicação de ventosas, de sanguessugas e outrosrecursos naturais substituíam o médico e a farmácia a quese recorria em última instância; as pessoas divertiam-se comjogos inventados em tempos remotos, utilizando materiaisexistentes (o pau e a pedra) e, mais recentemente, as cartasem jogos de importação urbana ou de invenção rural,realizados ao ar livre ou nas tabernas, formas lúdicas cominstrumentos de trabalho como o ferro ou ingénuas formasde passar os serões como o jogo do anelzinho ou adescoberta da espiga de milho-rei no descaroçamento dessecereal, cujos vencedores eram premiados com beijos aos

NUNOAFONSO

ultura é uma daquelas palavras quese usam a tempo e a destempo, apropósito de tudo e de nada, segundoa conveniência do utilizador ou pararedimir um qualquer “lapsus memo-riae” que nos assalte numa encruzi-lhada do discurso, desde que se en-

quadre nos dons do espírito humano.De todas as aceções – e são muitas, de facto – em

que costuma empregar-se, situemo-nos naquelas quetêm por sujeito uma pessoa ou a uma comunidade e queo Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea daAcademia das Ciências de Lisboa regista como «conjuntode conhecimentos adquiridos por alguém, de expe-riências que permitem o enriquecimento do espírito, odesenvolvimento de capacidades intelectuais =instrução, sabedoria, saber», se atribuída a uma pessoa,por ex: “mulher de grande cultura” ou “patrimónioliterário, artístico e científico de um grupo social, de umpovo” tratando-se de um grupo ou de um país v.g. “culturamirandesa” ou “cultura portuguesa” e ainda ou ainda“conjunto de costumes, práticas, comportamentos… quesão adquiridos e transmitidos socialmente de geração emgeração” quando se fala de uma herança de váriasnacionalidades a partir de uma matriz comum: culturagreco-latina, cultura maia, cultura azteca, culturaeuropeia, etc.. No século precedente, a UNESCO instituiulocais e monumentos pelo mundo afora que, pela suamagnificência, originalidade, singularidade ourepresentatividade se distinguem e contribuem paraengrandecer as qualidades excecionais do espírito humanosob a denominação de Património Cultural da Hu-manidade. Mais recentemente, foi criada uma novacategoria que engloba costumes, tipos de música e derealizações não materiais a que se deu a designação dePatrimónio Imaterial da Humanidade.

Além das definições acima indicadas, há o que seconvencionou chamar “cultura geral”, que o supracitadodicionário considera um «conjunto de conhecimentosgerais que abarcam vários domínios do saber, doenriquecimento do espírito… considerados necessá-rios», descrição suficientemente elástica para que nelacaibam conhecimentos inquantificáveis e indiscrimi-náveis. Quantos idiomas estrangeiros deverá dominaruma pessoa que se afirme possuir uma boa cultura geral?As chamadas Línguas Mortas (Latim, Grego Antigo,Persa Antigo, Aramaico, Indo-Europeu) estão incluídasnessa qualificação? Quem não conhecer os variadíssimosritmos pop-rock não entra na dita cultura? As danças desalão têm lugar nesse conjunto? Porque não existe umcurso superior de Cultura Geral? Porque um licenciadonessa hipotética formação estaria, à partida, arredadodo mercado de trabalho porque não regulamentado, odiploma não teria outra utilidade senão embelezar aparede do quarto do titular ou ostentar a sua qualidadeintelectual suspenso no hall da própria habitação, masteria lugar garantido em tertúlias de desempregadoscultos. Não obstante, um naipe de conhecimentosintelectuais acerca do que acontece à sua volta éindispensável, no mundo atual, a qualquer cidadão.

Diz-se que o desconhecimento das novas tecnologiasde informação e comunicação impede que se adquira

Crónicas

participantes do sexo oposto, os jogos de roda para osmais novos com modinhas de tempos idos e ostradicionais bailaricos nas tardes domingueiras e nasnoites de verão entre a chegada dos segadores e o servirda ceia, as cantigas, algumas sobre contos tradicionais,amenizavam o trabalho no campo; o vestuário,confecionado a partir da lã das ovelhas ali criadas e dolinho cultivado nas veigas, depois de convenientementetratados em sucessivas etapas, da tosquia das ovelhasàs mãos habilidosas das mulheres, da terra ao tear, osvestidos e o fato domingueiro, tecidos comprados nacidade e confecionados por costureiras e alfaiates locais;

os alimentos consumidos provinhamdas espécies cultivadas e dos a-nimais de criação, mormente as carnesde porco e o fumeiro que com elas sefazia consumidas a mando do ca-lendário, as galinhas, os ovos e os co-elhos em dias de nomeada, perdizes,lebres e outras espécies cinegéticasem casa de caçador em resultado dasua boa pontaria, refeições acom-panhadas com o vinho da colheita ecom o generoso pão de centeio ou demilho consoante as regiões, carne debovino era um luxo a que muitoscertamente nunca acederam, artigos demercearia, tecidos e calçado de festaeram adquiridos na vila ou cidade maispróxima.

A ida à cidade era um acontecimentoraro, mais frequente em dias de feira (2ou 3 vezes por mês) ou em qualquer outro

dia, havendo necessidade urgente. Além de representar umaalteração nos hábitos das famílias, podia ser cansativa se aaldeia distasse muito da urbe porque, na maioria dos casos,tinha que ser realizada a pé, por vezes mais de duas dezenasde quilómetros. As mulheres, por natureza mais preocupadascom a aparência, trocavam roupa e calçado à entrada doespaço citadino, o que estabelecia claramente a diferençaentre os dois modos de vida.

Nas cidades, predominavam o comércio e aadministração. Os alimentos eram comprados, em regra,na praça do mercado. Os vendedores adquiriam osprodutos alimentícios em aldeias próximas ou aoscamponeses que vinham vender-lhas no local onde seencontravam estabelecidos utilizando burros para otransporte. Em tempos mais recuados, à volta das cidadesou das vilas e mesmo dentro do espaço citadino, haviaquintas e hortas onde também se cultivavam produtosagrícolas, se criavam animais e se matavam porcos egalinhas para consumo próprio e/ou venda a pessoasmais abonadas. As casas possuíam lareiras à moda daaldeia e fogões de pedra ou de ferro, alimentados a carvãoe a lenha que os aldeões lhes vendiam, transportada emcarros de bois. Havia tabernas como nas aldeias onde sevendiam petiscos e bebidas alcoólicas e os camponesesde aldeias diferentes trocavam informações e seentretinham a jogar depois de feitas as mercas e resolvidasas questões de natureza administrativa que ali os haviamtrazido. As feiras de gado eram realizadas em lugar própriopara onde convergiam vendedores com os seus animais ecompradores por necessidade ou para negócio. Astradições religiosas (ofícios e procissões) diferiam dasrealizadas nas aldeias somente pelas colgaduras com queos moradores enfeitavam as janelas das suas casas àpassagem do cortejo.

Mais do que pelos bens materiais, os povos distinguem-se pela sua cultura que influencia a maneira de estar navida dos respetivos possuidores. A cultura portuguesaespalhou-se pelos quatro cantos do mundo o que muitohonra os que fazem parte dessa vasta comunidade.

FOTO ARQUIVO

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16 A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013

Agência Funerária

Rua de Luanda, n.º 217 | 4445-499 ERMESINDETel. 22 974 7204 • Tlm. 91 092 1573 | 91 218 8570

Crónicas

GILMONTEIRO (*)

Tempo de feira

erá que os tempos de crisetornam os dias de feira maismovimentados?

Talvez. É preciso quasetudo vender, para poucose poder comprar! Mas, o

mercadejar é intenso, desde quem apregoa ascastanhas da cesta ou vende por três eurosdois guarda-chuvas! Assisti às reais transaçõesna última feira de Trancoso: muitos espaços egrande variedade de artigos expostos, quasetodos em bancas próprias ou tendas montadas;o mercado municipal, amplo e moderno, estavaem funcionamento. Só um vendedor (mar-roquino?!) vendia kispos espaciais e especiaisna escadaria do mercado!

O artesanato antigo está na berra, desdea venda de piões de nicas às bonecas caseiras,feitas para meninas! Mas eram os objetos

antigos, que se viam a funcionar nameninice, a mostrar novas pujanças.Os candeeiros de vidros, as tenazese espetos, potes de ferro... Até ospanelos (em barro vermelho ou pretode Bisalhães) furados para assarcastanhas à lareira, ou tostar nascozidas, “sorriam” aos passantes!Faziam sorrir, mesmo, os pregoeirosdas tendas em competição, em frentedas várias barracas próximas. Um atédesabafou:

– Vendo mais barato e ninguémme compra!...

Será que a iluminação porcandeias, lampiões e candeeiros vaivoltar?! A energia elétrica passou aser muito cara?! Devido aosincendiários dos montes, há maislenha para a lareira?

A costela rural vibrou ao vervelhos e novos artefatos agrícolas.Tive em mãos uma enxofradora debalanço (antiga) e uma podoa de serrare cortar ramos das árvores (moderna).As plantas ornamentais e de saboreseram muito transacionadas, principalmente asroseiras, rabanetes e alhos francês. Mas, fortes,fortes, eram as muitas plantas de viveiro a aliciaremnovos donos. Acarinhei uma oliveira, de meiaaltura, carregada de olivas – merece o termo – detamanho superior, nunca vistas em árvore, mesmo

na Grécia! Não a comprei, apesar de custar 50euros, por ser única, e poder não fazerdescendência.

Antigamente, na feira de S. Martinho de Anta,os negócios de monta, porcos, cavalos, ovelhas,eram rematados e selados bebendo uns copos de

vinho na taberna; o nosso deambular,agora, terminou num café, onde haviauma grande bicha para registar oeuromilhões!, tendo, antes, passadopelas bancas dos enchidos epresuntos, dos queijos e doces ecompotas caseiros. Por pieguice acomprar, passei ao largo do doce daTeixeira. Ó Providência! – O filhoJoão, sofrendo do mesmo apetite,comprou uma embalagem, sem nin-guém pedir ou mostrar interesse, erevestida em hermética folha plástica!

As muitas atividades feirantesmostraram um Portugal renovado,com muita afoiteza para serpróspero.

Era preciso almoçar, logo entrarna fortaleza. O café restaurante “OCastiço” fazia apelo, com rodas decarros de bois e alguns apeiros,decorando a entrada. Tivemos sorte.Alem de servir vinho de Soutelo doDouro, pudemos escolher, agoratanto na moda, a salada de bacalhaudesfiado, tigelas de tripas, sem arroz,

comidas à colherada. Entre outros petiscos,degustei, pela primeira vez, milhos doces!!!

Ao pedir arroz doce e aparecerem osmilhos, saiu-me a lotaria!

(*) [email protected]

FOTOARQUIVO

Drogaria DAS OLIVEIRAS de Ferreira & Almeida, Lda.

Bazar • Utilidades Domésticas • PapelariaFotocópias • Perfumaria • Tintas/Vernizes/Ferragens

Largo das Oliveiras, 4 (à Palmilheira)Telef. 22 971 5316 • 4445 ERMESINDE

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Rua dos Combatentes, 41Telefone 22 978 3550 • Fax 22 978 3559 4445-384

DIRECTORA TÉCNICAANA MARIA C. DE ASCENSÃO CARDOSO

Licenciada em Farmácia

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Café Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-Bar

RestauranteRestauranteRestauranteRestauranteRestauranteO Sino G

aivota

CARTÓRIO NOTARIAL

• SÍLVIA CÁCERES •

Sílvia Saraiva de Aguilar Cáceres dos Santos(Licença do Cartório Notarial de Ermesinde)

Rua 5 de Outubro, 1002, 1º, 4445-310 Ermesinde,Ed. dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde

Tel: 229740087 Tel/Fax: 229740086 [email protected]

Convide os seus amigosa fazerem-se amigos

de “A Voz de Ermesinde”no Facebook e Google+.

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NOVEMBRO de 2013 • A Voz de Ermesinde 17Opinião

o que se temouvido e lidoparece in-dispensávelao desenvol-vimento dopaís que as

competências do Estado e asexigências da Constituiçãosejam atualizadas para que osportugueses possam acreditarnas promessas dos políticosquando estes abordam po-líticas fiscais e sociais, bemcomo quando falam sobre adimensão e custo das insti-tuições que existem para as-

segurar as obrigações estaduais.Sendo racional que o partido,

que circunstancialmente detém opoder, queira seduzir a oposição aassociar-se às impopulares medidasque entenda serem indispensáveistomar com vista ao referidodesiderato, não menos entendível éque os convidados respondamnegativamente aos presentesenvenenados que “generosamente”lhes são oferecidos, cujo objetivo,por mais disfarçado que seja, outronão é que o de procurar perpetuar-se no poder.

Perante esta quadratura docírculo o que propor? Quanto a nós,se tivéssemos de resolver oproblema procuraríamos desen-volver o seguinte programa:discutir em privado com o maiorpartido da oposição todas asmedidas reformadoras do Estado,incluindo a eventual necessidadede atualizar o texto da Cons-tituição, com a prévia garantia deque toda a negociação seriasigilosa e que o resultado dasnegociações seria anunciado pu-blicamente em simultâneo com a

A reforma do Estado

S A L P I C A R NS A L P I C A R NS A L P I C A R NS A L P I C A R NS A L P I C A R N E E E E EProdutos de Salsicharia, Lda.

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Direcção Técnica:Dr.a Cláudia Raquel Fernandes Freitas

Telefone 229 710 101Rua Rodrigues de Freitas, 1442 4445 ERMESINDE

Farmácia

decisão da demissão do Governo epedido de eleições legislativasantecipadas, para que os eleitores,conhecedores do que os espera,possam escolher os eleitos a quemconfiar a aplicação das medidasseriamente negociadas. Para reforçaro grau de sucesso da iniciativa, asreuniões deveriam ser enquadradaspor uma comissão presidida por umrepresentante do Presidente daRepública, dela fazendo parte umafigura de prestígio de cada um dosdois maiores partidos comrepresentação parlamentar.

Enquanto a proposta quefazemos, ou algo parecido, não forconcretizada, continuaremos aassistir à já estafada prática dospartidos do poder dirigirem con-vites politicamente “desonestos”aos adversários e estes a res-ponderem, como é natural, queestão de boa saúde aguardandoque a fruta caia de madura paraentão a saborear por algum tempo,para depois tudo voltar ao pontode partida. E, entretanto, osportugueses continuarão a ex-perimentar acentuadas quebras na

sua qualidade de vida, Portugal a serdesrespeitado no concerto das na-ções e a habituar-se a viver sob o jugodo poder externo, chame-se ele troikaou outra coisa qualquer. Em 1640 a

Rua Joaquim Lagoa, 15 Tel./Fax 229722617 4445-482 ERMESINDE

Dir. Técnica: Ilda Rosa Costa Filipe Ramalho

Casa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaFazendas • Malhas • Miudezas • Pronto a Vestir

Rua 5 de Outubro, 1150Telefone: 229 711 669 4445 Ermesinde

Farmácia de SampaioDirecção Técnica - Drª Maria Helena Santos Pires

Rua da Bouça, 58 ou Rua Dr. Nogueira dos Santos, 32Lugar de Sampaio • Ermesinde

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coisa não seria menos penosa,mas soubemos encontrar a so-lução adequada.

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Page 22: ACE_910

18 A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013

• 1 250g de batatasraladas;

• 125g de tofu fumadoaos cubos;

• salsa fresca picada agosto;

• sal integral q.b.;• óleo ou azeite para

fritar.

Preparação:Aquece-se o óleo ou o

azeite numa sertã emlume médio. Juntam-seas batatas, o sal, a salsae o tofu na sertã, tapa-see deixa-se fritar mexendoregularmente para nãocolar. Destapa-se e deixa-se fritar. Moldam-se bo-linhos e deixam-se acozinhar mais um pouco.

Serve-se com salada de cenoura, agriões e orégãos, por exemplo.

Lazer

30 NOVEMBRO 1913 – Charles Chaplin inicia a sua carreira de ator cinematográficocom o filme “Making a Living”, de Mark Sennett.

SOLUÇÕES:

Coisas Boas

Palavras cruzadas

DiferençasDescubra as10 diferençasexistentesnos desenhos

SOLUÇÕES:

Efemérides

Veja se sabe

Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letrasdesordenadas: ADÃO BURRAL.

Rua Raul Brandão.Anagrama

01 - Norte-americano, Prémio Nobel da Paz em 1929.02 - Povo berbere que habita a região sahariana do norte de África.03 - Realizador francês, autor de “Malavita” (2013).04 - Rio que nasce perto de Albergaria dos Doze, afluente do Mondego.05 - A que classe de animais pertence o pargo?06 - A que país pertence a região da Bretanha?07 - Em que país fica a cidade de Bailundo?08 - Qual é a capital da Sardenha?09 - A abreviatura Aqr corresponde a qual constelação?10 - Elemento metálico pertencente ao grupo do boro, n.º 49 da Tabela Periódica (In).

Provérbio

SOLUÇÕES:

01 – Frank B. Kellogg.02 – Tuaregues.03 – Luc Besson.04 – Rio Arunca.05 – Peixes.06 – França.07 – Angola.08 – Cagliari.09 – Aquário.10 – Índio.

Dos Santos ao Natal, inverno natural. (Provérbio português)

HORIZONTAIS

VERTICAIS

HORIZONTAIS

1. Pedra granulosa quasepó; dispara setas. 2. Ruim;decisivo. 3. Continente; mile quatro (rom.). 4. Tal e qual;dei à luz. 5. Pronome pes-soal; língua provençal; soci-edade anónima desportiva.6. Tecido animal; pão demilho (pl.). 7. Vazio por dentro;conseguir. 8. Agulha do pi-nheiro (pl.). 9. Pedra de mo-inho; antes do meio-dia; ins-trumento musical de origemchinesa. 10. Do tempo pre-sente (pl.); doze são um ano.

1. Cor; lugar de Ermesinde.2. Batráquios (pl.); nó aper-tado. 3. Nome feminino; mu-ar. 4. Levantai; filtra. 5. Atmos-fera; na cabeça do rei. 6. Ci-dade bíblica; répteis (pl.). 7.Antes de Cristo; peixe. 8. Ver-sejassem. 9. Tombara; pre-ocupe. 10. Esquecimento;sozinhos.

SOLUÇÕES:

VERTICAIS

1. Amarelo; Sa. 2. Ras; laco.3. Isa; mu. 4. Icai; coa. 5. Ar;coroa. 6. Ur; cobras. 7. AC;atum. 8. Rimassem. 9. Caira;rale. 10. Olvido; sos.

Sudoku (soluções)

Sudoku

167 167 167 167 167

16

71

67

16

71

67

16

7

Em cada linha,horizontal ou vertical,têm que ficar todos osalgarismos, de 1 a 9,sem nenhuma repeti-ção. O mesmo paracada um dos nove pe-quenos quadrados emque se subdivide oquadrado grande.

Alguns algaris-mos já estão coloca-dos no local correcto.

01. Lápis.02. Botão de punho.03. Folha.04. Nariz.05. Sobrancelha.06. Boca.07. Fio do telefone.08. Caneta.09. Orelha.10. Cabelo.

Rosti de tofu fumado e salsa

ILUSTRAÇÃO EXTRAÍDA DE WPCLIPART.COM

1. Areia; arco. 2. Ma; crucial.3. Asia; MIV. 4. Sic; pari. 5.Ela; oc; SAD. 6. La; broas. 7.Oco; obter. 8. Carumas. 9. Mo;am; lo. 10. Atuais; mes.

“A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas degrau de dificuldade “muito fácil” ou “média”.

A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordocom os princípios do copyleft.

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PensamentosAcima de todas as liberdades, deem-me a de saber, de me expressar, de

debater com autonomia, de acordo com minha consciência.John Milton

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NOVEMBRO de 2013 • A Voz de Ermesinde 19Tecnologias

A licença Commons da RALN– Rede Aberta Livre e Neutra (3)

BEKA IGLESIAS (*)

Resumo e princípios gerais

1. És livre de utilizar a rede para qualquerpropósito, no entanto não causes prejuízo aofuncionamento da própria rede, à liberdadedoutros/as utilizadores/as, e respeites as condiçõesdos conteúdos e serviços que circulam livremente.

2. És livre de conhecer como é a rede, os seuscomponentes e o seu funcionamento. Tambémpodes divulgar o seu espírito e funcionamentolivremente.

3. És livre para incorporar serviços econteúdos à rede com as condições que tu quiseres.

4. És livre de incorporar-te à rede e ajudar aestender estas liberdades e condições.

A seguir o Commons da RALN desenvolveestes princípios com a finalidade de garanti-los erespeitá-los:

Sobre o Commons da RALN

1. Criação, interpretação e revisão do texto.Uma atividade dinâmica e inovadora como a querealiza a guifi.net exige um processo continuadode rever e atualizar que permita adaptar-nos anovas realidades e melhorar assim a transparênciados critérios aplicados.

Este texto pode mudar com o passar do tempoe servirá para adquirir compromissos no momentoda sua aceitação, pelo que é prevista a possibilidadede interpretar o texto com a possibilidade derevisão, respeitando os compromissos adquiridos:

1. Uma revisão não pode modificar oscompromissos adquiridos na aceitação da revisãoprecedente. Se quiserem modificá-los passaria aser uma versão diferente, e não simplesmente umarevisão. Para aplicar uma nova versão é precisoconseguir um novo e explícito consentimento.

2. Quando uma revisão gera novas situaçõescomo as relacionadas com a ampliação ou atualizaçãotecnológica percebe--se que é aceite novamente demodo implícito à aceitação da nova situação nadata concreta.

3. O " Commons da Rede Aberta, Livre e Neutra("RALN") é uma revisão do que previamente eraconhecida como um "Wireless Commons" , que épossível continuar a consultar no link http://guifi.net/ComunsSensefils.

4. Todas as revisões " Commons da RALNsão guardadas e são publicadas, oferecendo apossibilidade de conhecer o seu processo deredação e a data de todas as revisões, ou seja, asdatas de aceitação podem ser usadas comoreferência para evitar conflitos de interpretação.

5. Se alguém considera que numa nova revisãose modificou algum compromisso adquirido semo seu consentimento como é explicado no pontoII.1.a é possível manifestá-lo como é previsto naepígrafe "Sobre a resolução de conflitos ".

Definições

1. O Commons da Rede Aberta, Livre e Neutra(RALN) é um pacto de interconexão entre iguaisque serve de contrato de adesão de cada participantecom a guifi.net e que é comum para todas as que

distros em linha...

Esta semana o site de divulgaçãodas distribuições de software opensource Distrowatch anunciou olançamento das seguintes distros:Endian Firewall 3.0 Beta2, UniventionCorporate Server 3.2, openSUSE 13.1,Network Security Toolkit18-5413 eEmmabuntüs 12.04.3-1.06.

ENDIAN FIREWALL 3.0 BETA 2h t t p : / / w w w . e n d i a n . c o m / e n /community/overview/

Endian anunciou a disponibilidadeda segunda versão beta de desen-volvimento do Endian Firewall 3.0,uma distribuição baseada em RedHat para firewalls e routers. ImagemCD .iso (203MB).

UNIVENTION CORPORATE SERVER 3.2http://www.univention.com/

Univention anunciou o lançamentodo Univention Corporate Server 3.2,uma distribuição baseada em De-bian e destinada a servidores. Ima-gem DVD .iso otimizada para arqui-tetura PC 64 bits (1 883MB).

OPENSUSE 13.1http://www.opensuse.org/

O projeto openSUSE anunciou olançamento da sua versão 13.1, commais de seis mil pacotes e suportea cinco arquiteturas. Imagens DVD.iso otimizadas para arquitetura PC64 bits, completa (4 361MB, torrent),com KDE live (942MB, torrent), e comGNOME live (947MB, torrent).

NETWORK SECURITY TOOLKIT18-5413http: / /www.networksecur i ty-toolkit.org/

Ron Henderson anunciou o lan-çamento do Network Security Toolkit(NST), versão 18-5413, uma distri-buição baseada em Fedora e es-pecializada em segurança de redes.Imagem DVD .iso (1 876MB).

EMMABUNTÜS 12.04.3-1.06http://emmabuntus.org/

Patrick d'Emmabuntüs anunciou olançamento do Emmabuntüs 12.04.3-1.06, uma distribuição baseada emXubuntu e destinada à recuperaçãode computadores destinados aorganizações humanitárias. Vem commenus em Português e Alemão.Imagem DVD .iso (3 283MB).

formam parte da guifi.net. O acordo faz as funçõesde contrato de adesão e de licença de uso da rede,pelo que representa uma garantia para quem asubscreve nos termos e condições aplicáveis. Estestermos são iguais para todas. O acordo é conhecidotambém com as abreviações de “Commons”,“Commons da RALN” .

2. A Rede de Telecomunicações Livre, Abertae Neutra é uma infraestrutura de telecomunicaçõespública comunitária a que são aplicados os termose condições do " Commons da RALN ", disponívelao público em geral de forma a que as participantesao aderirem ampliem a rede. Através da rede épossível obter e fornecer um serviço decomunicações eletrónicas com as outrasparticipantes, diretamente ou através dainterconexão com outras redes.

Quando este documento fala de “A Rede” deforma genérica ou a abreviação “RALN” faz-sereferência à Rede Aberta,Livre e Neutral que sedefine assim porque:

1. É aberta porque é oferecida de formauniversal à participação de todas sem nenhumtipo de exclusão ou discriminação e porqueinforma a todo momento sobre o funcionamentoda rede e os seus componentes, o que permiteque qualquer pessoa possa melhorá-la.

2. É livre porque todas podem fazer o quequiserem e desfrutar das liberdades como éprevisto na referência dos princípios gerais(epígrafe I. ), tudo isto indepen-dentemente do seu nível de par-ticipação na rede e sem importermos e condições quecontradigam este acor-do de modo unilateral.

3. É neutra porquea rede é independentedos seus conteúdos,que não são condi-cionados por ela e destemodo, podem circularlivremente; os/as/ utili-zadores/as podem teracesso e produzir conteúdosindependentemente das suaspossibilidades financeiras oucondições sociais. Quando a própria guifi.netincorpora conteúdos à rede é com a finalidade deestimular a aparição de novos conteúdos, gerirmelhor a rede ou simplesmente como exercício deincorporação de conteúdos, mas em nenhum casocom o objetivo de substituir ou bloquear outros

destas infraestruturas de forma que a titularidadeda rede está distribuida entre os/as participantes.estes/as são de igual forma também investidores/as na rede, e também recebem a denominaçãode"madrinhas", e o ato de cobrir o investimento édenominado'"amadrinhamento".

5. Formas de participação em função doformato de conexão à rede:

a. Conexões simples. As conexões simplessão aqueles segmentos de rede que acabam numponto a partir do que não se estende a outrasseções da rede com as mesmas condições.Normalmente é o ponto a partir do qual os/asutilizadores/asesfrutam da rede livre, aberta eneutral, e a partir do qual conetam as suas redesprivadas.

b. Seções que estendem a rede. As seções queestendem a rede são os segmentos da rede que, aocontrário das conexões simples, têm previsto queem cada extremo haja outras seções de rede comas mesmas condições.

6. Conteúdos. O que dá sentido a uma rede detelecomunicações é que sirva como instrumentode transmissão para dar acesso aos conteúdos.Os conteúdos são publicados através de serviços.

7. Serviços. À volta da rede existem múltiplosformatos de serviços. O mais básico e indissociávelda própria rede é a conetividade entre todos/asos/as participantes e que é chamada “serviço decomunicações eletrónicas”. Além deste serviçoindissociável, podemos diferenciar duas grandes

tipologias de serviços:a. Serviços "em si"

são aqueles serviçosque são proporcio-nados, e que quem osutiliza fá-lo segundoa sua responsabili-dade e não podeexigir nada a quemestá ministrando,nem cobrir caracte-

rísticas ou expeta-tivas. Nesta categoria

habitualmente estão osserviços ministrados de

forma gratuita.b. Serviços com compromisso.

São aqueles serviços que são proporcionados comcompromisso de fornecimento, normalmente emtroca duma contraprestação, como por exemploquando é proporcionada conetividade com outrosoperadores de internet, ou também os serviçosprofissionais para garantir uns níveis de serviço oudisponibilidade.

8. Utilizadores/as. São as pessoas quedesfrutam da conetividade que oferece a rede como seu uso, normalmente são os/as participantes,mas os/as participantes podem permitir o acessoa todo o mundo.

9. A "Fundació privada per a la Xarxa lliure,oberta i neutro guifi.net" (Fundação privada paraa rede livre, aberta e neutral guifi.net, em adiantea Fundação) é uma instituição sem fins lucrativose que possui o número 2550 do registo defundações da Generalitat de Catalunya e que temcomo mandato fundacional dar suporte a guifi.netsempre respeitando a sua natureza original, modode organizar-se e de trabalhar.

conteúdos.Também é neutra em relação à tecnologia, e

pode ser construída com a tecnologia que sejadecidida pelos seus/suas participantes sem maislimitações que as derivadas da própria tecnologia.

3. guifi.net é o todo formado pela rede, osindivíduos, coletivos, empresas, instituições eadministrações que suportam ou colaboram deforma a que a rede seja operativa e ofereçaconetividade a todas.Ou seja, funciona comooperadora de telecomunicações.

4. Participantes e titularidade. Os/as participantessão aquelas pessoas físicas ou jurídicas que incorporaminfraestruturas e seções à rede através da aceitação do"Commons da RALN ". Possuem a titularidade

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20 A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013Arte Nona

Artistas do Metalna Bedetecade Beja

De 23 de novembro a 31 dedezembro estará exposta na Galeriada Entrada da Câmara Municipal deBeja a exposição “Artistas doMetal”, organizada pela Bedetecade Beja e Nuno Fonseca. Aexposição mostra ilustrações paracapas de discos de vinil, a assinalaro regresso do Pax Julia Metal Festna Casa da Cultura, com trabalhosde Alan Craddock (Exciter), BarryJackson (Dio), Boris Vallejo (Flotsamand Jetsam e Ozzy Osbourne),Derek Riggs (Iron Maiden), EdwardJ. Repka (Megadeth), Garry Sharpe(Savage), Gary Ruddell (Manowar),Geoffrey Gillespie (Warlock),Gottfried Helnwein (Scorpions),Ioannis Vassilopoulos (Liege Lord),Jim Warren (Alice Cooper), JoePetagno (Motörhead), John Kosh(W.A.S.P.), Jon Nunn (Deathwish),Kent Mathieu (Forbidden), LenRooney (Annihilator) e Tim Beer(Sabbat), Patrick Woodroffe (JudasPriest), Phil Lawvere (Kreator),Richard A. Ferraro (Exodus), RickGriffin & Dave Heffernan (Sea Hags),Sebastian Krüger (Steeler), StephenGorman (Metallica), Steve Fastner &Rich Larson (Over Kill), Thomas Cole(Candlemass), Thomas Holm &Torbjörn Jörgensen (King Diamond),Thomas Holm (Mercyful Fate), WilRees (Black Sabbath) e WilliamBenson (Testament).

No dia 23 de novembro inaugura-se a exposição “Um T-0 com Vistapara o Esgoto”, com desenhos deSusa Monteiro, e que seráexpostana Galeria do Rés-do-Chão.

Além destas iniciativas recordem--se alguns dos ateliers da pro-gramação habitual da Bedeteca deBeja:

Ateliê de Banda DesenhadaOuriço-do-Mar (dos 8 Aos 12 anos)

Com Paulo Monteiro.Horário: terças-feiras, das

18h30 às 20h00.Ateliê de Banda Desenhada

Toupeira (a partir dos 13 anos).Com Paulo Monteiro.Horário: quintas-feiras, das

18h30 às 20h00.Ateliê de Desenho e PinturaCom Nuno Góis.Horário: segundas e quartas-

feiras, das 19h30 às 21h15.

Entretanto Prémios do Festival Internacionalde Banda Desenhada da Amadora

O júri dos Prémios Nacionais de BD, ins-tituídos pelo Amadora BD tornou públicos, nodia 2 de novembro, os vencedores dos PrémiosNacionais de Banda Desenhada, escolhidos entreo grupo de nomeados anteriormente anunciados.

Assim são estes os vencedores e os outrosselecionados (ainda não divulgados senão naedição online de “A Voz de Ermesinde”):

Melhor ÁlbumPortuguês

“O Baile”, Joana Afonso (des.) e NunoDuarte (arg.), Kingpin Books;

“Palmas para o Esquilo”, Pedro Serpa (des.)e David Soares (arg.), Kingpin Books;

“Super Pig - A Roleta Nipónica”, OsvaldoMedina (des.) e Mário Freitas (arg.), KingpinBooks.

Melhor Argumentopara Álbum Português

Nuno Duarte, “O Baile”, Kingpin Books;

David Soares, “Palmas para o Esquilo”,Kingpin Books;

Mário Freitas, “Super Pig - A RoletaNipónica”, Kingpin Books;

Pedro Leitão, “As Aventuras de Zé Leitão eMaria Cavalinho - Regresso ao Castelo Violeta”,Gailivro;

Santos Costa, com adaptação de Emilio Salgari,“Os Piratas do Deserto”, Edições ASA.

Melhor Desenhopara Álbum Português

Osvaldo Medina, “Super Pig - A RoletaNipónica”, Kingpin Books;

Joana Afonso, “O Baile”, Kingpin Books;Pedro Serpa, “Palmas para o Esquilo”,

Kingpin Books;

Prémio CinemAnimençãoBoneco Rebelde

Isabel Aboim InglezO Boneco Rebelde é um galardão não

competitivo, circunstancial e meritório atribuídopor decisão conjunta do diretor do AmadoraBD,Nelson Dona, e do comissário do CinemAnimação,José de Matos-Cruz.

Troféu Honra

Carlos GonçalvesO Troféu Honra destina-se à entidade ou

personalidade que, pelo seu trabalho e dedicação,se tenha destacado na área da Banda Desenhada.Este prémio é atribuído por deliberação de Câmaramediante proposta da direção do Festival.

Prémio AmadoraCartoon

Também por decisão conjunta do diretor doAmadoraBD e do comissário do Amadora-Cartoon, Osvaldo de Sousa, este prémio salientao trabalho dos cartoonistas nacionais e estrangeirosque todos os anos são escolhidos em função dotema central do Festival.

Este ano o galardão celebrou os cenários nasobras de Alessandro Gatto - pela sua carreira,riqueza plástico-cenográfica e narrativa gráfica;Carlos Rico – enquanto cenógrafo dos humorescontemporâneos, vividos em ambiente alentejano;e de Henrique Monteiro – grande caricaturistade sociedade.

Carlos Rocha, “Vamos Aprender - AMoral da História”, Kingpin Books;

Pedro Leitão, “As Aventuras de ZéLeitão e Maria Cavalinho - Regresso aoCastelo Violeta”, Gailivro.

Melhor Álbumde Autor Estrangeiro

“Fun Home - Uma TragicomédiaFamiliar”, Alison Bechdel, Contraponto

“12 A Doce”, François Schuiten, EdiçõesASA;

“A Puro e Água Fresca”,Pero, Polvo - Rui Brito Edições;

“Portugal”, Cyril Pedrosa,Edições ASA;

“Rugas”, Paco Roca, BertrandEditora;

“Morro da Favela”, AndréDiniz, Polvo - Rui Brito Edições;

Melhor Álbumde Tiras Humorísticas

“Enorme, Brutal, Colossal2012!”, Henrique Monteiro,Edições ASA.

“Há Piores 2 - Ainda maisProfundo!”, Derradé (des.) e Geral(arg.), Polvo - Rui Brito Edições;

Melhor Ilustraçãode Livro Infantil(Autor Português)

Catarina Sobral,“Achimpa”, Orfeu Mini;

Bernardo Carvalho, “Olhe,por favor, não viu uma luzinha apiscar? - Corre, coelhinho,corre!”, Planeta Tangerina;

Yara Kono, “O Tesouro do Palácio”, Caminho;André da Loba, “Bestial”, Pato Lógico;Madalena Matoso, “O que há”, Planeta

Tangerina;Maria João Worm, “O Amor Perfeito, poema

para descobrir e construir”, Quinta de Jade.

Melhor Clássico da 9ª Arte

“Surfista Prateado: Parábola”, Moebiuse John Buscema (des.) e Stan Lee (arg.),Levoir/Público;

“Rosa Delta sem Saída”, Fernando Relvas,Polvo - Rui Brito Edições;

“Corto Maltese - As Helvéticas”, Hugo Pratt,Edições ASA;

“A Política segundo Mafalda”, Quino,Edições ASA;

“Demolidor: Renascido”, David Mazzuchelli(des.) e Frank Miller (arg.), Levoir/Público.

Melhor Fanzine

“BDLP” n.º3, João Mascarenhas (coord.),Grupo Extractus Extractus e Estúdios Olindomar;

“BDLP” n.º2, João Mascarenhas (coord.),Grupo Extractus Extractus e Estúdios Olindomar;

“Espaço Marginal” nº0, Marco Silva (coord.),Laboratório de Arte e Comunicação Multimédiado IP Beja.

Isabel Aboim Inglez e Nelson Donadurante a entrega dos prémios

do FIBDA 2013

DÂMASO AFONSO

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O Observador de impossíveis (03/04)O Observador de impossíveis (03/04

autor:

PAULO PINTO)

autor:PAULO PINTOO Observador de impossíveis (07/08)

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22 A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013Serviços

A VOZ DEERMESINDEJORNAL MENSAL

Dez 2013Dez 2013Dez 2013Dez 2013Dez 2013 LLLLLua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: 1717171717; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: 2525252525;;;;;LLLLLua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: 33333; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: 99999.....

EmpregoCentro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

TelefonesCENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

TelefonesERMESINDE CIDADE ABERTA

• SedeTel. 22 974 7194Largo António Silva Moreira, 9214445-280 Ermesinde

• Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins)

Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944Travessa João de Deus, s/n4445-475 Ermesinde

• Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins)

Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 2014445-485 Ermesinde

ECA

LLLLLua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: 1919191919; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: 2525252525;;;;;LLLLLua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: 33333 ; ; ; ; ; Q. Crescente: Q. Crescente: Q. Crescente: Q. Crescente: Q. Crescente: 1010101010.....

Tiragem Médiado Mês Anterior: 1100

Hosp. S. João (Circunv.)

Maia (Alto Maia)

Sousa Torres (Maiashop.)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)Martins Costa (Alto Maia)Maia (Alto Maia)

Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)

Sousa Torres (Maiashop.)Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)Maia (Alto Maia)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)Maia (Alto Maia)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Oliveiras (Areosa)

Areosa (Areosa)

Hosp. S. João (Circunv.)Sousa Reis (Brás Oleiro)

Alírio Barros (Costa Cabral)

Hosp. S. João (Circunv.)

Sousa Reis (Brás Oleiro)Sousa Torres (Maiashop.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Sousa Reis (Brás Oleiro)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Dias Farmácias de Serviço

FFFFFases da Lases da Lases da Lases da Lases da LuauauauauaNov 20Nov 20Nov 20Nov 20Nov 201111133333

Locais de vendade "A Voz de Ermesinde"

• Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia;

• Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles;

• Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra;

• Café Campelo - Sampaio;

• A Nossa Papelaria - Gandra;

• Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio;

• Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

• Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino)(Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

• Infância e Juventude (Fátima Brochado)(ATL, Actividades Extra-Curriculares)

• População Idosa (Anabela Sousa)(Lar de Idosos, Apoio Domiciliário)

• Serviços de Administração (Júlia Almeida)

Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615;22 973 1118; Fax 22 973 3854Rua Rodrigues de Freitas, 22004445-637 Ermesinde

• Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves)(Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresasde Inserção, Gabinete de Inserção Profissional)

• Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia)

Tel. 22 975 8774Largo António Silva Moreira, 9214445-280 Ermesinde

• Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage)

Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 24445-208 Ermesinde

• N.º ERC 101423• N.º ISSN 1645-9393Diretora:Fernanda Lage.Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), MiguelBarros (CPJ 8455).Fotografia:Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), UrsulaZangger (CPJ 1859).Maquetagem e Grafismo:LC, MB.Publicidade e Asssinaturas:Aurélio Lage, Lurdes Magalhães.Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sou-sa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cân-dida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Fariade Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, GlóriaLeitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gon-çalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, JoanaViterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gon-çalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias,Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nu-no Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, RuiLaiginha, Rui Sousa, Sara Amaral.Propriedade, Administração, Edição, Publicidade eAssinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE• Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412123 • Serviços de registos de imprensa e publi-cidade N.º 101 423.Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2,4445-280 Ermesinde.Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762.Fax 229 759 006.E-mail: [email protected]:www.avozdeermesinde.comImpressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidadedo Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5,Fração A, 4700-087 Braga.Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171.Os artigos deste jornal podem ou não estarem sintonia com o pensamento da Dire-ção; no entanto, são sempre da responsabili-dade de quem os assina.

FICHA TÉCNICA

Farmácias de ServiçoPermanente

Nome_______________________________________________________________Morada___________________________________________________________________________________________________________________Código Postal ____ - __ _____________________________________________Nº. Contribuinte _________________Telefone/Telemóvel______________E-mail______________________________

Ermesinde, ___/___/____(Assinatura) ___________________

Ficha de Assinante

Assinatura Anual 12 núm./ 9 eurosNIB 0036 0090 99100069476 62R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 ErmesindeTel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

ERMESINDEA VOZ DE

AdministraçãoAgência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

ServiçosCartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 974 0087Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Auxílio e EmergênciaAvarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 969 8540Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 9280Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651Linha Vida ............................................................. 800 255 255SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

SaúdeCentro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600CERMA.......................................................................... 22 972 5481Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Ensino e FormaçãoCenfim ......................................................................................... 22 978 3170Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393AACE - Associação Acad. e Cultural de Ermesinde ........... 22 974 8050Universidade Sénior de Ermesinde .............................................. 93 902 6434

BancosBanco BPI ............................................................ 808 200 510Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

ComunicaçõesPosto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

TransportesCentral de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

CulturaArq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

DesportoÁguias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Telefones de Utilidade Pública

2021222324252627282930010203040506070809101112131415161718192021222324

Qua.Qui.Sex.Sáb.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sáb.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sáb.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sáb.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sab.Dom.Seg.Ter.

De 20/11/13 a 24/12/13

Bessa (Sobr.)Ascensão (Erm.)Central (Val.)Confiança (Erm.)Alfena (Alf.)Marques Santos (Val.)Formiga (Erm.)Sobrado (Sobr.)Vilardell (Campo)MAG (Erm.)Marques Cunha (Val.)Nova Alfena (Alf.)Palmilheira (Erm.)Outeiro Linho (Val.)Sampaio (Erm.)Santa Joana (Erm.)Bemmequer (Alf.)Travagem (Erm.)Bessa (Sobr.)Ascensão (Erm.)Central (Val.)Confiança (Erm.)Alfena (Alf.)Marques Santos (Val)Formiga (Erm.)Sobrado (Sobr.)Vilardell (Campo)MAG (Erm.)Marques Cunha (Val.)Nova Alfena (Alf.)Palmilheira (Erm.)Outeiro Linho (Val.)Sampaio (Erm.)Santa Joana (Erm.)Bemmequer (Alf.)

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NOVEMBRO de 2013 • A Voz de Ermesinde 23Serviços

AgendaAgendaAgendaAgendaAgenda 15 out - 30 nov15 out - 30 nov15 out - 30 nov15 out - 30 nov15 out - 30 nov

Desporto

FUTEBOL

24 DE NOVEMBRO, 15H00ErErErErErmesinde 1936 - Leça do Baliomesinde 1936 - Leça do Baliomesinde 1936 - Leça do Baliomesinde 1936 - Leça do Baliomesinde 1936 - Leça do Balio8ª jor8ª jor8ª jor8ª jor8ª jornada do Campeonanada do Campeonanada do Campeonanada do Campeonanada do Campeonato da 2ª Dito da 2ª Dito da 2ª Dito da 2ª Dito da 2ª Divisãovisãovisãovisãovisão,,,,, Série 1, Série 1, Série 1, Série 1, Série 1, da da da da daAssociação de FuteAssociação de FuteAssociação de FuteAssociação de FuteAssociação de Futebol do Pbol do Pbol do Pbol do Pbol do Pororororortototototo.....– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.

8 DE DEZEMBRO, 15H00ErErErErErmesinde 1936 - CD mesinde 1936 - CD mesinde 1936 - CD mesinde 1936 - CD mesinde 1936 - CD TTTTTorororororrãorãorãorãorão10ª jor10ª jor10ª jor10ª jor10ª jornada do Campeonanada do Campeonanada do Campeonanada do Campeonanada do Campeonato da 2ª Dito da 2ª Dito da 2ª Dito da 2ª Dito da 2ª Divisãovisãovisãovisãovisão,,,,, Série 1, Série 1, Série 1, Série 1, Série 1, da da da da daAssociação de FuteAssociação de FuteAssociação de FuteAssociação de FuteAssociação de Futebol do Pbol do Pbol do Pbol do Pbol do Pororororortototototo.....– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.(Agenda Associação Futebol do Porto)

1 E 15 DE DEZEMBRO, 15H00-17H00Cantina Municipal ce Cantina Municipal ce Cantina Municipal ce Cantina Municipal ce Cantina Municipal ce VVVVValongalongalongalongalongoooooVVVVVAMOS AMOS AMOS AMOS AMOS AAAAAO BO BO BO BO BAILE?AILE?AILE?AILE?AILE??

Enquadrada no seu Programa de Ação Sénior, a CâmaraMunicipal de Valongo tem vindo a dar corpo à iniciativa“Vamos ao Baile?”, realizada na Cantina da CâmaraMunicipal de Valongo e restrita a residentes no concelhocom idade a partir dos 50 anos. Já se realizaram bailes nosdias 8 e 22 de setembro, 6 e 20 de outubro, 3 e 17 denovembro.(Agenda da Câmara Municipal de Valongo).

Festivais e convívios 22 E 23 DE NOVEMBRO, 23H00Centro Cultural de CampoCentro Cultural de CampoCentro Cultural de CampoCentro Cultural de CampoCentro Cultural de Campo16ª EDIÇÃO DO ENTRETANTO MIT VALONGOA 16ª edição do MIT Valongo – Mostra Internacional deTeatro decorre este ano nos dia 22 e 23 de novembro,simultaneamente com espetáculos em Portugal (às 23h00) eno Brasil (às 21h30). No dia 22, o MIT apresenta, no CentroCultural de Campo “A Árvore Seca”, um texto de AlexandreSansão, com direção de Antonio Vanfill e Leandro Goddinhoe interpretação de Ester Laccava..No dia seguinte, na mesma sala, será a vez de "Dorotéia Vaià Guerra", de Carlos Alberto Ratton, uma peça do Grupo deTeatro-Arte-em-Cena, com encenação de Gilberto Brito, einterpretação de Severinio Florêncio e Welba Sionara.(Agenda ENTREtanto TEATRO).

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24 A Voz de Ermesinde • NOVEMBRO de 2013

Quem mais dá a capaao pobre que tem frio?

Última

Mais uma vez o Centro Social de Ermesinde promoveu oseu “S. Martinho das Castanhas e do Vinho” procurando

FOTOS URSULA ZANGGER

também um espaço cheio de vida, como o foi em tempos idos,o largo da feira velha de Ermesinde. LC

O carro de bois: veículo essencial da economia rural, insubstituível até meadosdo século XX, bem como, evidentemente, os seus locomotores.

O mundo rural foi trazido à feira velha de Ermesinde com a força do realismodos próprios animais bem vivos.

Muitas foram as tarefas dos voluntários e voluntárias na festa. Uma delas era oassar das castanhas logo ali prontas a servir.

A elegância das meninas de família mais abastada do século XIX também foirepresentada na Feira de S. Martinho.

O saber fazer da economia de outros tempos teve uma amostra nas propostasde artesesanto que deram este ano mais profundidade à feira.

Voluntárias em serviço no restaurante improvisado de cozinha tradicionalportuguesa. Caldo verde e papas de sarrabulho faziam parte do menu.