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Guia de Especialidades Acesso Direto

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Guia de Especialidades Acesso Direto

Organizadores Atílio G. B. Barbosa - Débora de Alencar Soranso - Fernanda Antunes Oliveira - Victor Ales Rodrigues

Produção Editorial: Fátima Rodrigues Morais - Viviane Salvador

Coordenação Editorial e de Arte: Martha Nazareth Fernandes Leite

Projeto Gráfico: SONNE - Jorlandi Ribeiro

Diagamação: Jorlandi Ribeiro - Diego Cunha Sachito

Criação de Capa: Larissa Câmara

Assistência Editorial: Tatiana Takiuti Smerine Del Fiore

Revisão Final: Henrique Tadeu Malfará de Souza

Revisão: Marcela Zuchelli Marquisepe - Mariana Rezende Goulart

Serviços Gráficos: Thaissa Câmara Rodrigues

Organizadores Débora de Alencar Soranso Graduada em Medicina pela Universidade Anhembi-Morumbi.

Fernanda Antunes Oliveira Graduada em Medicina pela Universidade Santo Amaro (UNISA).

Victor Ales RodriguesGraduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Atualização

Viviane Aparecida Queiroz Graduanda em Medicina pela Universidade Anhembi-Morumbi.

A Arte da Medicina ...................................................................... 5

O recém-formado ........................................................................ 6

Residência Médica no exterior ................................................ 7

1. Acupuntura ................................................................................ 9

2. Anestesiologia .......................................................................... 12

3. Cirurgia Geral ............................................................................ 14

4. Clínica Médica ........................................................................... 17

5. Dermatologia ............................................................................ 19

6. Genética Médica ...................................................................... 22

7. Ginecologia e Obstetrícia ....................................................... 24

8. Homeopatia ............................................................................. 27

9. Infectologia ............................................................................... 30

10. Medicina de Família e Comunidade ................................. 33

11. Medicina do Esporte ............................................................. 35

12. Medicina do Tráfego ............................................................. 38

13. Medicina do Trabalho ........................................................... 41

14. Medicina Física e Reabilitação ou Fisiatria ................... 44

15. Medicina Legal ........................................................................ 46

16. Medicina Nuclear ................................................................... 49

17. Medicina Preventiva e Social ............................................ 52

18. Neurocirurgia .......................................................................... 55

19. Neurologia ................................................................................ 58

20. Oftalmologia .......................................................................... 61

21. Ortopedia e Traumatologia ................................................ 64

22. Otorrinolaringologia ............................................................. 67

23. Patologia e Patologia Clínica ............................................. 70

24. Pediatria ................................................................................... 73

25. Psiquiatria .............................................................................. 76

26. Radiologia e Diagnóstico por Imagem ........................... 79

27. Radioterapia ............................................................................ 82

ÍNDICE

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A Arte da Medicina

A Medicina tem, como uma de suas raízes mais conhecidas, a desenvolvida por Hipócrates, considerado o “pai da medicina”. Na Grécia Antiga, onde viveu, desenvolveu inúmeras teorias e teve vários discípulos, alguns dos pioneiros na arte de entender os sintomas causados pelas patologias. A partir de então e à medida que os séculos passavam, surgiam mais ques-tionamentos sobre as práticas médicas e a necessidade delas à população. Na Idade Média, era comum o médico procurar curar praticamente todas as doenças utilizando o recurso da sangria, principalmente com a utiliza-ção de sanguessugas. Porém, nesse período, os conhecimentos avançaram pouco, pois havia uma forte influência da Igreja Católica, que condenava as pesquisas científicas e as considerava práticas demoníacas.No período do Renascimento Cultural, nos séculos XV e XVI, a Medicina vi-veu um notável avanço. Movidos por uma intensa vontade de descobrir o funcionamento do corpo humano, médicos buscaram explicar as doenças por meio de estudos científicos e testes de laboratório. Posteriormente se descobriu o funcionamento do sistema circulatório, e mais ensinamentos foram desenvolvidos com base na anatomia e na fisiologia. No século XIX, todo o conhecimento ficou mais apurado com a invenção do microscópio acromático, pela qual Louis Pasteur alcançou um enorme avanço ao descobrir que as bactérias são responsáveis por grande parte das doenças.Atualmente temos uma Medicina moderna e em constante renovação por meio das pesquisas, nada comparável a tantos séculos de acúmulo de conhecimento. É uma Medicina que proporciona maiores técnicas de diagnóstico e medicamentos mais potentes e capazes de melhor combater inúmeras doenças. Os procedimentos cirúrgicos contam com instrumen-tos mais delicados e técnicas cirúrgicas menos invasivas que propiciam melhoras mais rápidas no pós-operatório. Trata-se de uma ciência mutável, que se constrói a cada descoberta. É com estudos de décadas e a prática médica diária que a Medicina se renova e quebra tabus. Mas, mesmo com os diversos progressos, muito ainda há de ser descoberto ou reestruturado. São as infinitas doenças que acome-tem o homem que permanecem precisando de tratamento ou mesmo de diagnóstico. Muito se fez, mas muito ainda se fará por uma ciência tão no-bre e enriquecedora, que representa a arte de curar.

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A Medicina é uma profissão construída após 6 anos de estudo integral, passando por suas cadeiras básicas e avançadas e pelo internato. São muitos anos de dedicação e abdicação, mas sempre em busca do propó-sito de ser um estudioso da arte médica, entender a base das doenças e, a partir disso, poder desenvolver técnicas de diagnóstico e tratamento, curativo ou paliativo. Após esse embasamento, o recém-formado e agora jovem médico deve escolher e se dedicar ao estudo de uma das várias subdivisões da Medi-cina – seja ela a Clínica Médica, a Cirurgia Geral, a Ginecologia e muitas outras. Essa especialidade será alcançada por meio de um estudo na Re-sidência Médica, que terá duração de acordo com o programa escolhido.É durante a Residência Médica que o jovem médico se tornará apto a exer-cer plenamente uma área com mais dedicação e ensinamento mais apro-fundado, deixando de ser generalista. Para isso, ele deve estar consciente de suas escolhas e de que a área que escolheu o preencherá como pro-fissional e pessoalmente, para que possa estar satisfeito com as próprias escolhas. Já ao concluir a especialidade, novos desafios surgem a esse jovem pro-fissional, novas dificuldades se apresentam na carreira e outras tantas devem ser ultrapassadas para só então se firmar, em um emprego em serviço público ou privado, abrindo o próprio consultório ou realizando procedimentos mais invasivos. Para o jovem médico, o que permanece são os ensinamentos de construir aos poucos sua carreira, em bases sólidas e com decisões precisas, as quais se refletirão no seu futuro mais distante.

O recém-formado

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Residência Médica no exterior

Existe a possibilidade de o recém-formado realizar a sua Residência Médica fora do Brasil, mas esse é um processo bastante complexo e varia de país para país. Aqui abordaremos o tema apenas de maneira geral. Como exemplo, expli-caremos os passos gerais para o ingresso nos Estados Unidos.O fato de haver uma avaliação e de ser um processo extenuante não é regra só para aqueles que partem do Brasil. Se um profissional de outro local de-seja ingressar na carreira médica em terras brasileiras, deve se submeter a uma validação de seu diploma, processo sabidamente muito complicado. Para se ter uma ideia, o Revalida, que revalida os diplomas de médicos for-mados fora do país, já teve 1.184 candidatos, com apenas 67 aprovados (cerca de 5%).O consenso para atuar em outros locais são as avaliações de conhecimento bá-sico, clínico e prático, bem como o conhecimento aprofundado do idioma local. Além disso, existem as peculiaridades da Medicina em cada região, nas condu-tas propriamente ditas ou nos aspectos legais e culturais.

Nos Estados UnidosO médico formado fora dos Estados Unidos e interessado em fazer Resi-dência nesse país deve submeter-se a alguns exames a fim de se qualificar. Eles constam de um conjunto de provas concentradas nas áreas de Ciências Médicas e Ciências Clínicas (o chamado United States Medical Licensing Ex­amination – USMLE). As avaliações são dividas em etapas, os chamados steps, e funcionam da seguinte forma: - Step 1: é a 1ª etapa do processo e tem como objetivo avaliar se o candi-dato tem a capacidade de compreender e aplicar conceitos importantes das ciências básicas para a prática médica. De maneira geral, abrange os seguintes temas: Anatomia Humana, Fisiologia, Bioquímica, Farmacologia, Patologia, Microbiologia, Epidemiologia e Tópicos Interdisciplinares, como Nutrição, Genética e Envelhecimento. Os resultados, então, são relatados com uma pontuação de 3 e outra de 2 algarismos. A pontuação mínima para ser aprovado é de 189, no escore de 3 algarismos. Teoricamente, a pontuação máxima é de 300; - Step 2: essa é a 2ª etapa do processo. Visa avaliar se o candidato pos-sui conhecimentos, habilidades e compreensão da ciência clínica essencial para a prestação de assistência ao paciente, sob supervisão. O Step 2 é subdividido em 2 exames:•Step 2 CK (do inglês, Clinical Knowledge) é um exame de múltipla escolha

com o intuito de avaliar a clínica por meio de um conhecimento tradicio-nal. O exame dura 9 horas e é constituído de 8 blocos de 46 perguntas cada. Uma hora é destinada a cada bloco de perguntas. Os temas inclu-sos nesse exame são as Ciências Médicas, como Clínica Médica, Cirurgia, Pediatria, Psiquiatria, Ginecologia e Obstetrícia;•Step 2 CS (do inglês, Clinical Skill) é um exame prático que pretende ava-

liar habilidades clínicas simuladas com pacientes por meio de interações, em que o examinando interage com doentes padronizados retratados por atores. Cada examinando enfrenta 12 casos clínicos e tem 15 minutos para concluir a anamnese e o exame clínico de cada paciente, além de 10 minutos para escrever uma nota descrevendo os resultados, o diagnós-

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tico diferencial e a solicitação de exames complementares. O Step 2 CS é aplicado desde 2004 e, ao contrário do Step 1 e do Step 2 CK, deve ser feito obrigatoriamente nos Estados Unidos. O exame é oferecido em 5 ci-dades americanas: Filadélfia (PA), Chicago (IL), Atlanta (GA), Houston (TX) e Los Angeles (CA);

- O Step 3 é a última etapa do processo e se destina a avaliar se o candi-dato é capaz de aplicar desacompanhado o conhecimento e a compreen-são da Ciência Biomédica e clínica essencial para a prática da Medicina. Os diplomados em escolas médicas americanas normalmente realizam esse exame no final do 1º ano de Residência. Médicos estrangeiros recém-licen-ciados poderão fazê-lo antes de começarem a Residência, em cerca de 10 estados americanos.O Step 3 ocorre em 2 dias de exame. Cada dia deve ser concluído dentro de 8 horas. O 1º dia de testes de múltipla escolha inclui 336 itens divididos em blocos, cada qual constituído de 48 itens. Examinandos devem preencher cada bloco dentro de 60 minutos. O 2º dia de testes de múltipla escolha inclui 144 itens, divididos em blocos de 36 itens. E os examinandos devem completar cada bloco dentro de 45 minutos.

Por fim, é fundamental ter cartas de recomendação de professores de uma universidade americana, inclusive específica da área em que está pres-tando. Isso é importante para o momento “colocação” (placement), em que o candidato finalmente irá tentar ingressar nas universidades escolhidas, o que é possível por contato direto do médico com os hospitais. Para sa-ber dos hospitais em determinada área de especialização, o médico deve consultar o The Directory of Residency Training Programs. Além de contato direto, uma maneira de pleitear uma Residência é o serviço nacional com-putadorizado de colocação em Residências, o National Resident Matching Program (NRMP).Após esses procedimentos, o candidato aplica-se para algumas universida-des e aguarda ser chamado para entrevistas. Ele, então, deve ranquear as universidades, as quais fazem o mesmo. Os dados são, dessa forma, cruza-dos, obtendo-se o resultado final.

Fellowship Fellowship é uma especialização realizada após a Residência Médica, que tem por objetivos a atuação clínica e/ou a pesquisa. O fellowship clínico (clin­ical fellowship) de modo geral pressupõe uma Residência Médica feita nos Estados Unidos. Esse tipo de fellowship, por envolver contato clínico com o paciente, requer que o candidato siga as mesmas normas estabelecidas para uma Residência, submetendo-se, inclusive, às provas.

Observação e pesquisa Médicos com Residências completas podem passar uma temporada de obser-vação e/ou pesquisa em hospitais ou clínicas, em programas menos formais do que o fellowship, sem contato clínico com pacientes. A possibilidade disso, no entanto, depende de vários fatores: primeiro, a entidade precisa dispor de tempo e pessoal para acomodar o observador e/ou pesquisador. Segundo, é necessário saber onde existe a possibilidade de fazer um desses programas. Geralmente, é preciso conhecimento pessoal com um profissional envolvido nos projetos. Sempre que o médico estrangeiro pede permissão para se in-cluir nesses projetos, ele deve esclarecer muito especificamente suas qualifi-cações e objetivos profissionais. Para o médico que não tenha conhecimentos pessoais com profissionais de destaque, pedidos de orientação podem ser feitos diretamente para as faculdades de Medicina.Esse foi o exemplo de Residência Médica nos Estados Unidos. Para maiores detalhes sobre outros lugares do mundo, devem-se procurar informações nos programas de Residência Médica do país em questão. Diversas organi-zações trabalham apenas com programas de intercâmbio e podem auxiliar os candidatos nos diversos trâmites do processo.

1Acupuntura

1. IntroduçãoA Acupuntura é a prática fundamental da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), usada há mais de 4.000 anos no Oriente e agora difundida no Ocidente. Tem comprovação científi ca no Brasil e está entre as 50 especialidades reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

A técnica baseia-se em energias que percorrem o corpo. Esses trajetos passam pelos órgãos e vís-ceras e se exteriorizam na pele e nas estruturas próximas, como tecido subcutâneo, músculos, ten-dões etc.

Nesses trajetos, são mapeados pontos que podem ser alcançados pela inserção de agulhas na super-fície corpórea, permitindo que sejam estimulados ou sedados, conforme o caso, para desbloquear a passagem de energia e possibilitar sua circulação e distribuição pelo organismo. Ficam a critério do médico acupunturista selecionar e fazer a combinação dos pontos mais adequados para a colocação das agulhas, de acordo com as desarmonias e as características do paciente.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 2 anos

Rodízio nas áreas

- Clínica Médica;- Ginecologia e Obstetrícia;- Ortopedia e Traumatologia;- Neurologia;- Dermatologia;- Reumatologia;- Eletrofi siologia; - Otorrinolaringologia;- Psiquiatria;- Ambulatórios; - PS.

Média de vagas no país

15:- Nordeste: 2;- Centro-Oeste: 2;- Sul: 2;- Sudeste: 9.

GUIA DE 10 ESPECIALIDADES

2. Áreas de atuaçãoA principal área de atuação de um acupunturista é o consultório particular. Empregos em hospitais, públicos ou privados, são bastante incomuns. Outra possibilidade é o ensino em escolas médicas, já que essa especialidade ainda possui poucos locais de ensino no Brasil.

Remuneração (média)De R$6.500,00 a R$12.500,00

3. Vantagens e difi culdadesA atuação na especialidade não exige grande investimento inicial, já que não são necessários equi-pamentos custosos para iniciar um consultório. A clientela é exclusivamente particular, o que pro-move melhor remuneração. Não há plantões, o que promove melhor qualidade de vida. No entanto, muitos pacientes ainda apresentam falta de confi ança na especialidade e, caso não apresentem efeito nas primeiras sessões, desanimam do tratamento; há, ainda, a questã o da qualifi caç ã o pro-fi ssional, já que a aplicaç ã o dessa arte milenar, como na cirurgia, depende do correto diagnó stico e do conhecimento aprofundado para a melhor escolha do procedimento, de modo a evitar infec-ções, transmissões de doenças, lesões e perfurações.

O que o tornará um bom acupunturista?- Gostar de trabalhar com as próprias mãos;

- Ser expert em uma área médica superespecializada;

- Apreciar uma ciência milenar;

- Ter excelente destreza manual.

4. Situação atual e perspectivasO tratamento de acupuntura, atualmente, oferece efeitos analgé sico, anti-infl amató rio leve, rela-xamento muscular, ansiolí tico e antidepressivo leve, alé m de diversos outros benefícios, e pode ser utilizado em associação a outros métodos, como medicamentos e fi sioterapia. Geralmente quem procura o acupunturista são casos crô nicos, e cerca de 70% dessa populaç ã o apresentam queixa de dores e muitos outros sintomas, de causas variá veis, o que constitui um desafi o a mais para o mé dico. Dessa forma, há a necessidade de aprofundar o conhecimento em vá rias especialidades mé dicas.

Essa é uma área em constante crescimento, que promete cada vez mais campo para os especialis-tas que a procuram.

Acupunturistas em atividade (dados em 2014)Cerca de 3.193

11ACUPUNTURA

5. Estilo de vida A Acupuntura promove ótima qualidade de vida. Além de ser uma área que não possui plantões nem atendimento de urgência, os profissionais que a escolhem geralmente são adeptos da filosofia de medicina oriental e gostam muito do que fazem, o que contribui para a plena satisfação pro-fissional. A remuneração também costuma ser boa, mais um fator positivo para um estilo de vida gratificante.

6. Subespecialidades - Dor.

2 Anestesiologia

1. IntroduçãoA Anestesiologia é a especialidade médica de acesso direto que estuda e proporciona ausência ou alívio da dor e de outras sensações ao paciente que necessita realizar procedimentos cirúrgicos, sejam diagnósticos, curativos ou paliativos.

A especialidade vem a cada dia ampliando suas áreas de atuação, englobando não só o período in-traoperatório, como também os períodos pré e pós-operatórios, realizando atendimento ambulatorial para avaliação pré-anestésica e assumindo um papel fundamental pós-cirúrgico no acompanha-mento do paciente tanto nos serviços de recuperação pós-anestésica e Unidades de Terapia Intensiva (UTI) quanto no ambiente da enfermaria, atuando nos cuidados paliativos e no controle da dor até o momento da alta hospitalar.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 3 anos

Média de vagas no país

824:- Norte: 39;- Nordeste: 104;- Centro-Oeste: 59;- Sul: 142;- Sudeste: 480.

2. Áreas de atuaçãoO anestesista atua em ambulatórios, fazendo triagem e avaliação de pacientes que irão se submeter a algum procedimento cirúrgico, e, posteriormente, realiza procedimentos anestésicos nos centros ci-rúrgicos, além de avaliar pacientes em UTI e enfermarias para cuidados e controles da dor.

O anestesista pode, também, trabalhar em equipes cirúrgicas específi cas, como de cirurgias pediátri-cas, gástricas, vasculares, ginecológicas etc.

Remuneração (média)De R$7.000,00 a R$14.000,00

13ANESTESIOLOGIA

3. Vantagens e difi culdadesMédicos que buscam a Anestesiologia visam, na maioria das vezes, não ter tanto contato com pa-cientes, além de maior tranquilidade em sua atuação profi ssional nos centros cirúrgicos. Os momen-tos de maior tranquilidade nesses ambientes têm feito aumentar a procura por essa especialidade.

As difi culdades encontradas são deparar com o tempo transcorrido em cada cirurgia, requerendo do anestesista intensa prática em lidar com os anestésicos disponíveis, e a durabilidade de cada procedimento. Outra difi culdade encontrada por esse profi ssional em hospitais particulares é a sua inserção nas equipes médico-cirúrgicas, instituídas pelos cirurgiões para obterem melhor entendi-mento e maior praticidade em sua atuação cirúrgica, o que leva a muitos anestesistas só trabalha-rem em hospitais públicos.

Não se pode deixar de falar, também, sobre as intempéries de trabalhar em hospitais sucateados, que não oferecem boas condições para a realização dos procedimentos.

O que o tornará um bom anestesista?- Dominar os mecanismos de ação e efeitos dos fármacos utilizados em cada procedimento, de acordo

com cada paciente e sua faixa etária;

- Permanecer relaxado e confi ante, mesmo sob extrema pressão, como nas cirurgias de urgência e de pacientes que sofreram trauma;

- Dominar a técnica da intubação e do acesso venoso, central ou periférico.

4. Situação atual e perspectivasA Anestesiologia é uma área de suma importância associada à Cirurgia Geral e suas subespecia-lidades. Antes do seu desenvolvimento, os procedimentos cirúrgicos requeriam intenso sacrifício por parte do paciente, que tinha de suportar inúmeras horas de intenso sofrimento e dor, o que restringia os procedimentos e muitos vinham a falecer de sua comorbidade. A partir do surgimento dos anestésicos, a cirurgia passou por um processo de notável crescimento, com inúmeros proce-dimentos passíveis de serem executados, e os pacientes passaram a usufruir de mais conforto e maior expectativa de terem o seu problema solucionado.

Anestesiologistas em atividade (dados em 2014)Cerca de 20.898

5. Estilo de vida A qualidade de vida é um dos pontos fundamentais em uma carreira profi ssional, e essa especia-lidade tende a proporcionar tranquilidade profi ssional e pessoal, sem muitas difi culdades e de-monstrando o quão satisfeito se está com a profi ssão escolhida.

No começo de todas as carreiras profi ssionais, temos maior difi culdade em nos ajustar ao mercado de trabalho e ultrapassar barreiras para só então alcançar a estabilidade tão almejada.

6. Subespecialidades - Estudo da dor.

3 Cirurgia Geral

1. IntroduçãoA Cirurgia Geral constitui-se numa área médica complexa e especializada, envolvendo diversos pro-cedimentos necessários para um adequado funcionamento dos órgãos e sistemas. Sendo a Cirur-gia Geral embasada nesse pilar, os procedimentos realizados pelos especialistas incluem cirurgias no compartimento abdominal, de cabeça e pescoço, do tórax, dos tecidos mole e musculoesquelético, trauma, oncologia e doentes em fase crítica.

Ao realizar uma Residência em cirurgia, o médico tem como objetivo desenvolver um aprendizado teórico e prático a respeito dos cuidados clínicos e cirúrgicos, básicos e avançados, e da tecnologia atualizada para solucionar da melhor maneira as afecções de maior prevalência populacional, nas di-ferentes áreas cirúrgicas.

O programa de Residência visa proporcionar conhecimento na assistência ambulatorial, em enferma-rias, serviços de urgência e emergência, terapia intensiva e, tecnicamente, uma visão ampliada sobre o ato operatório e seus diversos instrumentos.

Residência MédicaEntrada Acesso diretoDuração 2 anos

Rodízio nas áreas

- Cirurgia Geral;- Cirurgia do Aparelho Digestivo;- Coloproctologia;- Transplante;- Cirurgia do Trauma;- Cirurgia de Cabeça e Pescoço;- Cirurgia Cardíaca;- Cirurgia do Tórax;- Urologia; - Cirurgia Vascular; - Cirurgia Pediátrica; - Cirurgia Plástica;- Terapia Intensiva; - Técnica Cirúrgica.

Média de vagas no país

1.379:- Norte: 63;- Nordeste: 221;- Centro-Oeste: 95;- Sul: 269;- Sudeste: 731.

15CIRURGIA GERAL

3. Vantagens e difi culdadesA vantagem proporcionada pela Cirurgia Geral é a oportunidade de trabalhar não só com casos clínicos tratados apenas farmacologicamente, como também com procedimentos médicos mais invasivos.

Uma das difi culdades encontradas nessa especialidade é deparar com o tempo transcorrido em cada cirurgia, requerendo do cirurgião bom preparo físico e emocional para suportar a extensa carga horária, mantendo sempre muito controle e atenção nos procedimentos.

Não se pode deixar de falar sobre as intempéries de trabalhar em hospitais sucateados, que não oferecem boas condições para a realização de procedimentos.

O que o tornará um bom cirurgião?- Ser criativo, detalhadamente orientado, e cobrar de si mesmo alto padrão de postura;

- Permanecer relaxado e confi ante, mesmo sob extrema pressão;

- Ter uma ótima destreza manual.

4. Situação atual e perspectivasA Cirurgia Geral é uma área muito extensa e complexa, com longos anos de treinamento até que se possa estar apto a realizar procedimentos invasivos nos pacientes que deles necessitam. Com o passar dos anos, podemos notar que procedimentos antes indicados de imediato agora são anali-sados e tratados conservadoramente, antes de qualquer tipo de abordagem cirúrgica.

Temos o surgimento e o desenvolvimento da cirurgia robótica, em que é possível proporcionar me-nos agressão tecidual, mais intensa em cirurgias abertas, e maior destreza nos movimentos.

2. Áreas de atuaçãoO cirurgião geral pode atuar em setores como a enfermaria, visitando pacientes internados para pré e pós-operatório, assim como realizar intervenções, caso necessário, em algum momento da internação. Ele atua no pronto-socorro, atendendo urgência e emergências de pacientes que por-ventura sofreram acidentes por diversos mecanismos, como automobilísticos, motociclísticos, atropelamentos, queimados e inúmeras outras afecções. Pode trabalhar diretamente no centro cirúrgico, realizando procedimentos marcados eletivamente em ambulatório, e, ainda, avaliando os pacientes cirúrgicos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Diversos são os procedimentos que podem ser realizados pelo cirurgião geral, pois é portador de um conhecimento abrangente nesse campo. A seguir, alguns procedimentos realizados por esse profi ssional: - Abdominal: apendicite, diverticulite, pancreatite, obstruções intestinais, herniorrafi as ou her-nioplastias, patologias orifi ciais, esplenectomias, colecistectomias, gastrostomias, gastroente-roanastomose, abordagem hepática e esplênica pós-traumatismos, paracentese, laparotomias exploradoras; - Torácico: drenagem torácica, toracocentese, toracotomia de emergência; - Membros superiores e inferiores: fl ebotomias, acesso venoso central, queimaduras.

Remuneração (média)De R$8.500,00 a R$17.000,00

guia de 16 ESPECIALIDADES

5. Estilo de vida A qualidade de vida é um dos pontos fundamentais em uma carreira profissional, demonstrando o quão satisfeito se está com a profissão escolhida, podendo-se conciliar profissão, família, viagens e lazer.

No começo de todas as carreiras profissionais, temos maior dificuldade de nos ajustar ao mercado de trabalho e ultrapassar barreiras para só então alcançar a estabilidade tão almejada. Na Cirurgia Geral, não é diferente; no começo o profissional tem de fazer muitos plantões noturnos e em diver-sos serviços, até se fixar em um hospital que possa lhe oferecer mais estabilidade.

6. Subespecialidades - Cirurgia Plástica; - Cirurgia Torácica; - Cirurgia Vascular; - Cirurgia Pediátrica; - Urologia; - Proctologia; - Cancerologia Cirúrgica; - Videolaparoscopia; - Trauma.

Atualmente, a tendência é que esse profissional se detenha mais ao atendimento de urgência pres-tado às vítimas de traumatismo, bem como às enfermidades específicas do aparelho digestivo.

Cirurgiões gerais em atividade (dados em 2014)Cerca de 29.200 em 2014

4 Clínica Médica

1. IntroduçãoA Clínica Médica nasceu há 2.500 anos, na Ilha de Kós, na Grécia, com Hipócrates, o introdutor da anamnese como parte inicial da consulta clínica. O clínico geral, em toda a sua formação, é capacitado a desenvolver um raciocínio diagnóstico com o objetivo de discernir aqueles mais apropriados a de-terminados pacientes. Portanto, a classifi cação mais apropriada para o clínico geral é a de diagnosti-cador, adotando uma visão mais integral do paciente e um papel fundamental na promoção da saúde.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 2 anos

Rodízio nas áreas

- Unidade de internação em enfermaria de Clínica Médica Geral e de espe-cialidades, ambulatório geral e em Unidade Básica de Saúde, Urgência e Emergência, unidade de terapia intensiva, ambulatório de Clínica Geral, Especializada e unidade básica de saúde;

- Estágios obrigatórios: Cardiologia, Gastroenterologia, Nefrologia e Pneu-mologia;

- Cursos obrigatórios: Epidemiologia Clínica, Biologia Molecular Aplicada, Organização de Serviços de Saúde.

Média de vagas no país

2.356:- Norte: 80;- Nordeste: 393;- Centro-Oeste: 167;- Sul: 495;- Sudeste: 1.221.

2. Áreas de atuaçãoGeralmente, é o profissional de 1º contato do paciente, em prontos-socorros e no dia a dia do atendimento hospitalar e ambulatorial. Não possui um público-alvo específico, já que sua atua-ção abrange todas as idades e moléstias. Uma das características da especialidade é promover a saúde e hábitos de vida saudável. É imprescindível como “interconsultor”, essencialmente para es-pecialidades cirúrgicas, fazendo diagnósticos de alterações clínicas e acompanhamento conjunto de pacientes selecionados.

GUIA DE 18 ESPECIALIDADES

3. Vantagens e difi culdadesComo no início de algumas carreiras, o clínico leva alguns anos para se estabilizar, principalmente se tiver seu próprio consultório, pois não conseguirá ter uma renda positiva até se tornar reco-nhecido. Outra difi culdade do clínico no Brasil é que, diante de tantas especialidades, o generalista acaba subestimado e substituído pelo especialista, sem saber se a sua queixa não seria resolvida simplesmente pelo clínico geral. A vantagem é que não falta emprego para o clínico, que pode tra-balhar em prontos-socorros e enfermarias de Clínica Médica, conseguindo bons salários; porém, para ganhar mais, precisa trabalhar em 2 ou mais lugares. Trata-se de uma especialidade muito gratifi cante, com reconhecimento da dedicação do profi ssional pelo paciente e por este contar com um médico que o veja como um todo, com liberdade para expressar e perguntar sobre suas mais diversas queixas.

O que o tornará um bom clínico geral?- Ter um bom raciocínio diagnóstico;

- Saber lidar com o diagnóstico e tratamento de doentes crônicos;

- Gostar de desafi os, para fazer diagnósticos difíceis;

- Ter uma visão abrangente do paciente.

4. Situação atual e perspectivasA perspectiva da carreira está em ascendência, pois possui um grande número de vagas distribuí-das pelo país, a maior porcentagem concentrada na região Sudeste. Com esses dados, temos não só a grande procura como também a grande demanda pela especialidade, que é essencial para o funcionamento da saúde pública brasileira. Atualmente há grandes centros de referência para a formação desse especialista, além de grandes locais de atuação.

Clínicos gerais em atividade (dados em 2014)Cerca de 35.060

5. Estilo de vida O estilo de vida do profi ssional vai depender somente do que ele estiver programando para sua vida. Pode ter uma vida mais corrida, trabalhando em 3 ou 4 empregos, mas podendo ganhar bons salários, ou trabalhar em apenas 1 lugar ou ter um consultório, levando, dessa forma, uma carreira mais tranquila, conciliando-a com outras atividades diárias, como família, viagens e lazer.

Remuneração (média)De R$8.500,00 a R$17.000,00

5 Dermatologia

1. IntroduçãoA Dermatologia é a especialidade médica que se ocupa do diagnóstico e do tratamento clínico-cirúr-gico das doenças que acometem a pele, maior órgão do corpo humano, sendo de extrema importância para a proteção do organismo contra agravos externos. A especialidade engloba, ainda, as doenças que acometem os anexos cutâneos como cabelos, unhas e mucosas.

O especialista nessa área atua em todos os processos fi siopatológicos que envolvem a pele, desde simples infecções, reações autoimunes e infl amatórias até tumores. Mas, além de lidar com variadas afecções de pele localizadas ou sistêmicas, essa especialidade atua na cosmiatria, visando ao estudo e à aplicação de cremes manipulados para ofertar melhorias aos que deles fazem uso.

Residência Médica

Entrada Acesso direto

Duração 3 anos

Média de vagas no país

201:- Norte: 13;- Nordeste: 34;- Centro-Oeste: 18;- Sul: 27;- Sudeste: 109.

2. Áreas de atuaçãoO dermatologista é um profi ssional com atuação tanto em hospitais quanto em consultórios. Em hos-pitais, realizam atendimento e intervenções naqueles que venham a ser acometidos por doenças der-matológicas. Em consultórios predomina a parte cosmética, a mais lucrativa.

Remuneração (média)De R$7.000,00 a R$13.000,00

GUIA DE 20 ESPECIALIDADES

3. Vantagens e difi culdadesO médico, ao decidir pela Dermatologia, tem a comodidade de já ter o acesso direto à sua escolha sem precisar fazer outra área como pré-requisito. Durante o seu 1º ano, o residente faz Clínica Mé-dica, e os 2 anos subsequentes são voltados para as afecções da pele. Uma das vantagens dessa área médica é a atuação em locais de trabalho mais tranquilos, como consultórios particulares ou o sistema público. O profi ssional tende a uma privilegiada tranquilidade no seu ambiente de trabalho, o que lhe confere boa qualidade de vida.

Uma das difi culdades encontradas nessa área, atualmente, é que há uma competição estética en-tre profi ssionais de outras áreas, empregando-se de má fé e agindo contra a boa prática da Medi-cina. Esses, por sua vez, agem com fi ns apenas lucrativos e não visam à satisfação dos pacientes com o emprego de tratamentos adequados e de boa qualidade.

O que o tornará um bom dermatologista?- Ser confi ante e transmitir confi abilidade ao paciente;

- Manter uma boa relação médico–paciente, pois dela dependerá o sucesso ou o fracasso do tratamento;

- Ter carisma e transmitir fatos coerentes e viáveis aos pacientes;

- Não fazer promessas ou estimular ideias fantasiosas diante dos resultados esperados;

- Não ser intempestivo e saber o momento certo de agir e parar;

- Tomar condutas coerentes e, se for o caso, até individualizadas, perante cada caso;

- Buscar sempre estar atualizado diante das pesquisas em sua área de atuação.

4. Situação atual e perspectivasEssa especialidade médica é vista como das mais promissoras, em que o profi ssional consegue se realizar profi ssionalmente, sem tantas intempéries na sua prática.

Atualmente é uma das especialidades mais concorridas dentre todas da Residência Médica porque deixou de ser voltada exclusivamente para as doenças da pele e passou a atuar com uma vertente mais estética. Isso ocorreu após a melhoria e o desenvolvimento de equipamentos e a descoberta de diversas substâncias que proporcionaram a retirada de camadas de células desvitalizadas para que se renovassem, além da aplicação de substâncias no subcutâneo, o que propicia maior estabi-lidade à pele.

Partindo de uma análise da sociedade em que estamos inseridos, percebemos o quanto se valori-zam os parâmetros estéticos e a boa saúde, portanto essa é uma área médica em constante mu-dança e estudo.

Dermatologistas em atividade (dados em 2014)Cerca de 6.883

5. Estilo de vida A Dermatologia é, atualmente, uma das áreas médicas mais bem conceituadas no sentido de ofer-tar um bom campo de atuação profi ssional, voltado para o atendimento em consultórios particu-lares, o que proporciona ao médico maior comodidade em estabelecer seus horários de trabalho. Assim, esse profi ssional consegue manter uma atuação profi ssional sem impedi-lo de ter tempo para os seus afazeres.

21DERMATOLOGIA

6. Subespecialidades - Cirurgia Dermatológica; - Cosmiatria.

6 Genética Médica

1. IntroduçãoA Genética Médica foi criada em 1977, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, e só foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina em 1983. Os membros da Sociedade Brasileira de Genética, em 1986, fundaram a Sociedade Brasileira de Genética Mé-dica, a qual foi fundamental para o reconhecimento da Genética Médica como especialidade médica.

De modo geral, essa especialidade permitirá que o médico residente saiba o diagnóstico pa-tológico e clínico das enfermidades genéticas e das síndromes teratogênicas, capacitando-o a realizar condutas clínicas e tratamento quando necessários, bem como aconselhamentos gené-ticos seguindo os princípios da bioética. Muitas vezes, o médico geneticista não cuidará apenas do paciente sindrômico; ele também se envolverá com a família e parentes próximos para es-tudá-los geneticamente e procurar descobrir qual erro genético permitiu à criança ter nascido daquela forma, ou por que o casal não consegue ter filhos, ou por que o bebê não nasceu. Tam-bém terá contato com a parte de laboratório, envolvendo bioquímica, citogenética e genética molecular.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 3 anos

Rodízio nas áreas

- Atividades práticas: Pediatria, Clínica Médica, Neurologia, Endo-crinologia, Medicina Fetal, atendimento clínico supervisionado de pacientes do Serviço de Genética (dismorfologia, aconselhamento genético, genética pré-natal, tratamento de doenças genéticas) e complementação laboratorial (Citogenética, Erros Inatos do Meta-bolismo e Biologia Molecular);

- Atividades teóricas: seminários, revisão bibliográfi ca, sessões clí-nicas e pesquisas compostas por módulos nas áreas de Genética Básica, Genética Clínica, Citogenética e Epidemiologia.

Média de vagas no país

24:- Nordeste: 3;- Centro-Oeste: 2;- Sul: 4;- Sudeste: 15.

23GENÉTICA MÉDICA

3. Vantagens e difi culdadesA área está crescendo e se desenvolvendo principalmente no fator tecnológico relacionado ao diagnóstico, à prevenção e ao tratamento das síndromes genéticas. Porém, faltam a inserção e a comunicação entre outros profi ssionais médicos com relação às questões da Genética na saúde pública.

O que o tornará um bom geneticista?- Gostar do funcionamento laboratorial;

- Se dar bem com as cadeiras médicas básicas;

- Ter raciocínio lógico para associar os achados clínicos com a gama de síndromes genéticas conhecidas.

4. Situação atual e perspectivasNo Brasil, dados epidemioló gicos demonstram que as malformaç õ es congê nitas sã o a 2ª causa de mortalidade infantil em 2010, seguindo a tendê ncia mundial. Com isso, aumenta o papel do médico geneticista dentro da sociedade. Apesar disso, a implantação de programas assistenciais de saúde pública no Brasil vem ocorrendo lentamente; o país está se desenvolvendo em relação ao atendi-mento em Genética Clínica, abrindo portas para um sistema de atendimento no qual a maioria da população tenha acesso a serviços e procedimentos que permitam revelar o diagnóstico da doença genética que possuem.

Geneticistas em atividade (dados em 2014)Cerca de 241

5. Estilo de vida O profi ssional de Genética é geralmente vinculado a grandes serviços de referência. Como é uma área de atuação cujas patologias são muito raras, ele trabalha em regime ambulatorial e de inter-consultas hospitalares. Dessa forma, o profi ssional tem notável qualidade de vida por não fazer longas jornadas, pois deve cumprir as horas no serviço como qualquer outro médico que trabalha em regime CLT. Obviamente, não há emergências.

2. Áreas de atuaçãoEmbasada na pesquisa sobre os transtornos da genética humana, a Genética Médica trabalha com o diagnóstico, tratamento e controle dos distúrbios hereditários, além de fazer parte da pequena parcela de médicos que estuda a barreira do conhecimento humano, analisando os determinantes da variabilidade e hereditariedade no homem. O público-alvo dos médicos geneticistas são crianças com algum dismorfi smo e toda a sua família, adultos que necessitem de aconselhamento genético, como testes de DNA para paternidade e criminalística. Para o profi ssional que se sente à vontade trabalhando em laboratórios, é uma área que possibilita concretizar esse desejo, como os estudos cromossômico, metabólico básico e molecular.

Remuneração (média)De R$6.500,00 a R$12.500,00

7 Ginecologia e Obstetrícia

1. IntroduçãoA Ginecologia e a Obstetrícia (GO) formam a especialidade clínico-cirúrgica que lida com os órgãos reprodutivos feminino, grávidos ou não, e são 2 especialidades combinadas em apenas uma. Esse treinamento prepara o médico para ser perito no tratamento cirúrgico de todas as patologias clínicas envolvendo órgãos reprodutivos femininos e no atendimento de gestantes e não gestantes.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 3 anos

Rodízio nas áreas

- Atenção Básica;- Urgência e Emergência;- Ambulatórios;- Unidades de Internação (Puerpério Normal, Puerpério Patológico,

Ginecologia em geral);- Centro Obstétrico;- Centro Cirúrgico;- UTI;- PS Cirurgia;- Ultrassonografi a.

Média de vagas no país

1.100:- Norte: 58;- Nordeste: 186;- Centro-Oeste: 78;- Sul: 200;- Sudeste: 578.

2. Áreas de atuaçãoA GO é uma área extremamente ampla. Existe praticamente todo tipo de atuação do profi ssional, de atendimento de rotina em consultório a grandes cirurgias. O ginecologista obstetra pode trabalhar em hospitais públicos e privados, em consultórios particulares, em unidades básicas de saúde como especialista, fazendo plantões, e também no meio acadêmico. Dentro da especialidade, ele pode atuar de diversas formas, com todas as subespecializações que a área oferece, cada qual com suas particu-laridades e formas de atuação.

25GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

3. Vantagens e difi culdadesAs maiores vantagens da carreira são a extensão da área, que permite ao médico trabalhar prati-camente com aquilo de que mais gosta, e a quantidade de oportunidades que sempre existem no mercado, mesmo em grandes centros e em um mercado repleto desses profi ssionais. Outro ponto é o acesso direto: o profi ssional já entra na especialidade sem precisar de outras provas para che-gar à área almejada. Vale lembrar, também, o relato de muitos obstetras, que consideram que não há vantagem maior do que trazer uma nova vida ao mundo.

Por outro lado, observa-se a baixa qualidade de alguns profi ssionais, que acabam obliterando parte do brilho dessa especialidade. As longas jornadas de trabalho, permeadas por diversos plantões e chamadas de urgência, também contam como difi culdade dessa área de atuação. Existe ainda um senso comum – e discutível – de que as mulheres preferem ginecologistas do sexo feminino, uma difi culdade maior para candidatos homens.

O que o tornará um bom ginecologista/obstetra?- Gostar de trabalhar com as próprias mãos;

- Saber lidar com situações de pressão envolvendo assuntos delicados;

- Gostar de ver resultados imediatos;

- Ter a capacidade de tomar atitudes rápidas e seguras;

- Gostar do cuidado de mulheres.

4. Situação atual e perspectivasAs melhores situações de trabalho atualmente encontram-se fora dos grandes centros. Para se ter ideia da grande quantidade de ginecologistas obstetras nas grandes cidades, em São Paulo essa é a 2ª área com mais profi ssionais em atuação, e São Paulo também é o estado com maior concen-tração – cerca de 7.884, segundo dados da demografi a médica do Brasil, 2015.

Apesar de todo esse contingente, sem dúvida existe mercado para GO. A demanda pelo médico da mulher e por obstetras nunca cessa, e os profi ssionais superespecializados acabam sendo bem procurados no mercado.

Ginecologistas/obstetras em atividade (dados em 2014)Cerca de 28.280

5. Estilo de vida Como em todas as carreiras médicas, o início da vida profi ssional sempre é difícil. Durante os anos de Residência, não há quase nada além da sua formação.

Não é segredo que o estilo de vida desse profi ssional não esteja entre os melhores. Poucos pro-fi ssionais lidam apenas com a Ginecologia, por isso acabam recebendo chamadas de urgências de gestantes nos horários mais inusitados.

Remuneração (média)De R$7.000,00 a R$15.000,00

guia de 26 ESPECIALIDADES

6. Subespecialidades - Algia Pélvica; - Climatério; - Endocrinologia Ginecológica; - Ginecologia Geral; - Ginecologia Infantopuberal; - Infecção Genital; - Mastologia; - Medicina Fetal; - Oncologia Clínica e Cirúrgica; - Patologia do Trato Genital Inferior; - Planejamento Familiar; - Reprodução Humana; - Uroginecologia e Cirurgia Vaginal.

O profissional que acaba a Residência provavelmente trabalhará, inicialmente, com os plantões de Obstetrícia em hospitais ou serviços públicos, o que o levará a ter uma grande carga horária. Po-rém, ao longo do tempo, passará a ter seus próprios pacientes em consultório particular e possivel-mente bons hospitais, o que lhe proporcionará melhora da qualidade de vida e boa remuneração.

8Homeopatia

1. IntroduçãoA Homeopatia (do grego hómoios + páthos = semelhante + doença) é uma forma de terapia alterna-tiva iniciada por Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1755-1843) em 1796, quando foi publicada a sua 1ª dissertação sobre o assunto. Baseia-se no princípio “similia similibus curantur” (“semelhante pelo semelhante se cura”), ou seja, o tratamento se dá a partir da diluição e da dinamização da mesma substância que produz o sintoma num indivíduo saudável. A Homeopatia reconhece os sintomas como uma reação contra a doença. Esta seria a perturbação de uma energia vital, e a Homeopatia provoca o restabelecimento do equilíbrio. Trata-se do 2º sistema médico mais utilizado no mundo.

De fato, o tratamento homeopático consiste em fornecer a um paciente sintomático doses extrema-mente diluídas de compostos que são tidos como causas em pessoas saudáveis dos sintomas que pre-tendem contrariar, mas potencializados por meio de técnicas de diluição e dinamização que liberam energia. Desse modo, o sistema de cura natural da pessoa seria estimulado a estabelecer uma reação de restauração da saúde por suas próprias forças, de dentro para fora. Esse tratamento se destina à pessoa como um todo, e não somente à doença.

Desde 1978, é uma das práticas alternativas estimuladas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para ser implantada em todos os sistemas de saúde do mundo, em conjunto com a Medicina ofi cial, fato reforçado pelo documento “Estratégia da OMS sobre medicina tradicional 2002–2005”. Todavia, a OMS condena o uso da Homeopatia contra doenças graves, como malária, tuberculose, AIDS, gripe e diarreia infantil.

Chegou ao Brasil em 1840, com especialistas franceses, tornando-se rapidamente uma opção de tra-tamento à Medicina ofi cial vigente. Porém, só em 1980 a Homeopatia foi reconhecida como especia-lidade médica pela Associação Médica Brasileira (AMB), e, no ano seguinte, o Conselho Federal de Medicina (CFM) a incluiu no rol de suas especialidades. Em março de 1996, foi reconhecida como espe-cialidade pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária; em 1952, tornou-se obrigatório o ensino da Farmacotécnica Homeopática em todas as faculdades de farmácia do Brasil; em 1966, foram publica-das várias portarias, com instruções de instalação e funcionamento de farmácias homeopáticas e a industrialização dos medicamentos; e, em 1976, foi ofi cializada a Farmacopeia Homeopática Brasileira. Atualmente, a Homeopatia adentra as universidades e os cursos de graduação médica, como disci-plina opcional ou fazendo parte da grade curricular.

A Homeopatia é oferecida como terapêutica médica na rede pública em vários municípios brasileiros, amparados pela portaria do Ministério da Saúde de maio de 2006, que recomenda o atendimento ho-meopático nas unidades básicas de saúde pública.

Para se tornar homeopata, é preciso ser graduado nas áreas de Medicina, Medicina Veterinária, Far-mácia ou Odontologia.

GUIA DE 28 ESPECIALIDADES

3. Vantagens e difi culdadesO especialista em Homeopatia tende a fazer uma carreira mais tranquila, com um mercado de tra-balho pouco conhecido, mas com muitas perspectivas de atuação. É um profi ssional diferenciado, que busca auxiliar seu paciente de uma maneira específi ca para seu problema, sem lhe acrescentar grande carga medicamentosa.

Uma das difi culdades encontradas, atualmente, é que há uma competição entre as diferentes áreas de atuação, pois profi ssionais de outras áreas da saúde podem trabalhar como homeopatas, como o veterinário e o dentista. Contudo, isso vem deixando de ser um empecilho, a partir do reconheci-mento da Homeopatia como especialidade e o surgimento da Residência Médica.

O que o tornará um bom homeopata?- Ser confi ante e transmitir confi abilidade ao paciente;

- Manter uma boa relação médico–paciente, pois dela dependerá o sucesso ou o fracasso do tratamento;

- Ter carisma e transmitir fatos coerentes e viáveis aos pacientes;

- Não fazer promessas ou estimular ideias fantasiosas diante dos resultados esperados;

- Não ser intempestivo e saber o momento certo de agir e parar diante de patologia mais grave e que carece de atenção;

- Tomar condutas coerentes e, se for o caso, até individualizadas diante de cada caso;

- Buscar estar sempre atualizado diante das pesquisas em sua área de atuação;

- Conhecer as técnicas de manipulação das substâncias.

2. Áreas de atuaçãoA Homeopatia é uma especialidade médica pouco difundida na cultura hospitalar de modo geral, pois a maioria das patologias que acometem a população é de maior gravidade e deve ser tratada com mais intensidade, fazendo-se uso de medicamentos ou realizando procedimentos cirúrgicos, o que faz a Homeopatia ter pouca atuação nesse âmbito. Entretanto, para pacientes estáveis e que procuram melhora de sintomas inespecífi cos que não gerem uma patologia de maior gravidade e, claro, para aqueles que creem no seu funcionamento, a Homeopatia é de grande valia.

O profi ssional pode atuar em hospitais, públicos ou privados, em consultórios e ambulatórios médicos.

Remuneração (média)Sistema público R$5.500,00

Sistema privado R$8.000,00

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 2 anos

Média de vagas no país6:- Centro-Oeste: 2;- Sudeste: 4.

29HOMEOPATIA

4. Situação atual e perspectivasTrata-se de uma especialidade que ainda tem muito para se desenvolver, tanto em técnicas de ma-nipulação quanto em reconhecimento pela classe médica em geral e, consequentemente, entre os pacientes. Isso ocorre, muitas vezes, por falta de conhecimento e pela própria classe médica não reconhecê-la e não indicar os serviços prestados pelos homeopatas.

Homeopatas em atividade (dados em 2014)Cerca de 2.595

5. Estilo de vida A Homeopatia é uma área médica que tende a proporcionar uma vida mais tranquila, pois o pro-fissional que a escolhe tende a atuar em consultórios particulares e alguns hospitais, o que lhe proporciona maior comodidade em estabelecer seus horários de trabalho. Assim, esse profissio-nal consegue manter uma atuação profissional sem impedi-lo de ter tempo para os seus afazeres.

9 Infectologia

1. IntroduçãoInfectologia é a especialidade médica que se ocupa do estudo das doenças causadas por diversos pa-tógenos, como príons, vírus, bactérias, protozoários, fungos e animais. Por isso, também são conheci-das como doenças infectoparasitárias (DIPs) ou Moléstias Infecciosas e Parasitárias (MIPs).

O infectologista atua na prevenção primária das patologias, realizando educação em saúde e vacina-ção e conscientizando a população de sua atuação diante das doenças, além da prevenção secundária a partir dos tratamentos das doenças infecciosas e da prevenção de incapacidade causada por elas.

O infectologista é o médico especialista no diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos acome-tidos por doenças infecciosas. No entanto, devido à carência desse especialista em algumas regiões e à falta de informação da população sobre o seu papel, a grande maioria é atendida por médicos de outras especialidades.

Por ser um especialista acostumado a lidar com doenças localizadas nos mais variados órgãos do corpo, em geral o infectologista também tem uma visão global do paciente e frequentemente exerce a prática de Clínica Geral, além de ser um médico que visa diagnosticar e tratar doenças infecciosas e parasitárias, realizar imunização da população, aconselhar na prescrição de antimicrobianos e atuar no controle da infecção hospitalar.

Residência MédicaEntrada Acesso diretoDuração 3 anos

Média de vagas no país

197:- Norte: 23;- Nordeste: 38;- Centro-Oeste: 12;- Sul: 24;- Sudeste: 100.

2. Áreas de atuaçãoO médico infectologista atua abordando uma ampla gama de doenças de todos os órgãos e sistemas do organismo, com foco na infecção e não no anatômico, como de costume entre as demais especiali-dades. Na prática do dia a dia, existem algumas grandes aéreas de atuação do médico infectologista, como a síndrome da imunodefi ciência adquirida/HIV, medicina tropical, Comissão de Controle de In-fecção Hospitalar (CCIH) e doenças piogênicas.

31INFECTOLOGIA

3. Vantagens e difi culdadesO médico, ao se decidir pela especialidade, tem a comodidade de já ter o acesso direto à sua es-colha, sem ter de estudar outra área como pré-requisito. Durante o 1º ano, o residente faz Clínica Médica, e os 2 anos subsequentes são voltados para as afecções infectocontagiosas. A vantagem dessa área médica é a atuação em diversos locais, como enfermarias, consultórios e prontos-so-corros. Pode-se optar por não fazer plantões noturnos e, com isso, usufruir de maior fl exibilidade em seus horários no período da manhã.

Uma das difi culdades encontradas nessa área é que o paciente não tem informações sufi cien-tes para, desde o início, buscar auxílio desse profi ssional, devendo ser encaminhado por outros quando se desconfi a de alguma patologia infectocontagiosa. Essa situação acaba fazendo que o infectologista só atue em hospitais de sua alçada ou realizando interconsultas solicitadas por ou-tros especialistas.

O que o tornará um bom infectologista- Ser confi ante e transmitir confi abilidade ao paciente;

- Manter uma boa relação médico–paciente, pois dela dependerá o sucesso ou o fracasso do tratamento;

- Ter carisma e transmitir fatos coerentes e viáveis aos pacientes;

- Não fazer promessas ou estimular ideias fantasiosas diante dos resultados esperados;

- Não ser intempestivo e saber o momento certo de agir e parar;

- Tomar condutas coerentes e, se for o caso, até individualizadas diante de cada caso;

- Buscar sempre estar atualizado diante das pesquisas em sua área de atuação.

4. Situação atual e perspectivasEssa especialidade médica tem boa aceitabilidade por quem a escolhe, pois proporciona a satis-fação de atuar clinicamente diante do paciente, acrescido de um conhecimento a mais a respeito de patologias infecciosas em que outros profi ssionais não têm tanta prática. Terá sempre um bom campo de atuação, principalmente quanto ao grande quadro de epidemia do vírus HIV e às comor-bidades associadas ao seu agravo.

Infectologistas em atividade (dados em 2014)Cerca de 3.229

Atuando nessas áreas, esse especialista atende em prontos-socorros de hospitais gerais ou nos próprios hospitais de Infectologia, como o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. Além disso, presta assessoria em todos os tipos de hospitais, em seus setores de controle de infec-ção de doença, auxilia outros médicos em sua prática diária a respeito da utilização de antibióticos e da melhor cobertura diante do paciente e da sua afecção, e trabalha em enfermarias e consultó-rios, atendendo os acometidos por doenças infectocontagiosas.

Remuneração (média)De R$8.000,00 a R$15.000,00

guia de 32 ESPECIALIDADES

5. Estilo de vida A Infectologia tende a proporcionar boa qualidade de vida aos seus especialistas, pois este, ao atuar, tem a comodidade de se abster de plantões noturnos e optar por trabalhar no período do dia e longe das portas de prontos-socorros. Isso lhe permite ter tempo para se dedicar um pouco aos seus familiares e ao lazer.

10 Medicina de Família e Comunidade

1. IntroduçãoTrata-se da Residência Médica fundamentada na atenção integral à saúde, por inserir o paciente na família e na comunidade. Foi reconhecida pelo Ministério da Educação, por intermédio da Comissão Nacional de Residência Médica, em 1981. Sua criação foi uma reação contrária à tendência do médico especialista e à consequente desumanização do atendimento. Presta-se atendimento médico geral, integral e de qualidade aos indivíduos, às suas famílias e às comunidades, e cria-se um vínculo com a família mesmo sem nenhum indivíduo adoecido. Quando um adoece, o médico que sempre acompa-nha essa família será o primeiro a ser consultado.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 2 anos

Rodízio nas áreas

- Ambulatório, estágio em outras especialidades, visitas domiciliares, atividade teórica, grupos, pesquisa e plantões;

- Unidade básica, internação de adultos, internação de crianças, Gestão em Atenção Primária à Saúde, estágios obrigatório-alternativos e estágio optativo.

Média de vagas no país

895:- Norte: 87;- Nordeste: 239;- Centro-Oeste: 30;- Sul: 244;- Sudeste: 295.

2. Áreas de atuaçãoA Medicina de Famí lia e Comunidade é uma especialidade mé dica com atuação na Atenção Primária à Saúde, considerada especialidade estraté gica na conformaç ã o dos sistemas de saú de. Cabe-lhe, par-tindo de um 1º contato, cuidar de forma longitudinal, coordenada e integral, da saú de do indivíduo, considerando seu contexto.

Tem como fi nalidade o diagnóstico precoce e é responsável por evitar que os indivíduos busquem as-sistência em atenção secundária ou terciária sem necessidade, gerando um fl uxo melhor dentro de todos os atendimentos médicos. Procura-se atender os pacientes no ambiente domiciliar, promove

GUIA DE 34 ESPECIALIDADES

3. Vantagens e difi culdadesCria-se um vínculo com o paciente e seus familiares antes mesmo de adoecerem; quando isso acon-tece, o 1º médico a ser procurado é o médico de família e comunidade que estão acostumados a consultarem. A área está necessitando de profi ssionais habilitados; por ser uma especialidade nova e se tratar de um generalista, ainda não é muito bem vista pelos acadêmicos e demais colegas da área. Além disso, países como o Brasil, que ainda nã o tê m uma atenç ã o primá ria bem organizada, acabam desperdiç ando preciosos recursos, de modo a caminhar para falê ncia do sistema.

O que o tornará um bom médico de família e comunidade?- Dominar a prática clínica em todo o espectro do ciclo vital do indivíduo e da família;

- Saber planejar, organizar e conduzir grupos terapêuticos e de educação e saúde;

- Dominar conceitos de Epidemiologia e trabalhar com noção de vigilância à saúde;

- Saber promover atividades multiprofi ssionais nas ações de saúde;

- Saber utilizar o “tempo” a seu favor para realizar diagnósticos, tratamento e organização.

4. Situação atual e perspectivasTem-se aumentado a oferta de Residência em Medicina de Família e Comunidade no Brasil, porém a procura por parte de médicos recém-formados permanece baixa. Apesar das novas vagas ofer-tadas para Residência, apenas 20% das vagas estão ocupadas. Necessita-se de maior divulgação e de sua atuação no âmbito acadêmico e entre os recém-formados.

Médicos de família e comunidade em atividade (dados em 2014)Cerca de 4.022

5. Estilo de vida O médico de família e comunidade precisa cumprir uma carga horária de 40 horas semanais, en-trando às 8 e saindo às 17 horas, de segunda a sexta. O horário pode ser fl exibilizado, dependendo da Unidade Básica de Saúde em que estiver atuando. Além disso, pode trabalhar até em 2 unida-des ao mesmo tempo e consegue conciliar o serviço com outras atividades semanais ou até mesmo trabalhar em outros locais. Esse profi ssional não passa por muitas difi culdades no começo da car-reira, por sobrar vagas na área, podendo ser admitido em um serviço e vir a desfrutar de uma car-reira tranquila, podendo conciliar trabalho, família e lazer.

um cuidado longitudinal, gerando a prevenção de enfermidades, acompanhando de perto os doen-tes crônicos e garantindo a responsabilização do cuidado à saúde, e possui relação direta e contí-nua com a comunidade.

O público-alvo é a comunidade e a família como um todo, desde os mais novos até os mais idosos.

Remuneração (média)De R$8.500,00 a R$17.000,00

11 Medicina do Esporte

1. IntroduçãoA Medicina do Esporte é uma especialidade mé dica mundialmente reconhecida e, no Brasil, tem de-monstrado presenç a crescente, cientí fi ca ou institucionalmente, alé m de ser um campo profi ssional estabelecido. Os aspectos mé dicos da atividade fí sica, estudados pela Medicina Esportiva (ME), e suas á reas complementares, estã o cada vez mais presentes na sociedade moderna.

O sedentarismo e a obesidade são vistos como problemas de saúde pública e têm causado mais mor-bimortalidade do que muitas doenças e óbitos. Contudo, são patologias totalmente passíveis de pre-venção e a ME, entre outras especialidades mé dicas, age sobre ambas, direta ou indiretamente.

A Residência em Medicina do Esporte tem por objetivo formar o profi ssional para atuar com atletas em programas de prevenção de lesões e treinamentos adequados, focado no rendimento esportivo, bem como com portadores de doenças crônicas relacionadas ao sedentarismo, capazes de se benefi -ciarem com exercícios físicos.

Acompanhando essa tendê ncia e a efetiva expansã o desse mercado profi ssional, torna-se necessá ria a formaç ã o de mé dicos especializados na área.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 3 anos

Rodízio nas áreas

- Clínica Médica;- UBS;- Urgências e Emergências;- UTI;- Ambulatório de Ortopedia e Traumatologia;- Reumatologia;- Reabilitação;- Biomecânica Esportiva;- Nutrição Esportiva;- Atividades Físicas para Crianças, Adultos e Idosos;- Atividades em Academia.

Média de vagas no país15:- Sul: 2;- Sudeste: 13.

GUIA DE 36 ESPECIALIDADES

3. Vantagens e difi culdadesA principal vantagem da área é a pequena quantidade de profissionais no mercado, o que abre um amplo leque de possibilidades. Há grande carê ncia desses profissionais para exercer suas funç õ es em clubes, equipes, agremiaç õ es esportivas e mesmo em escolas e no Programa de Saú de da Famí lia, onde o estí mulo e a orientaç ã o adequada de atividade fí sica devem ser obrigató rios.

As principais difi culdades são a pequena quantidade de vagas disponíveis em todo o Brasil e a falta de conhecimento da área por grande parte das pessoas.

O que o tornará um bom médico do esporte?- Gostar de atendimento clínico;

- Estar preparado para lidar com atletas e profi ssionais de todos os níveis;

- Ter raciocínio lógico, visando relacionar os achados clínicos com as principais patologias do aparelho locomotor ou do organismo como um todo.

2. Áreas de atuaçãoA Medicina do Esporte organiza-se basicamente da seguinte forma: - Clí nica do Exercí cio e do Esporte, em que há atendimento tanto de pessoas comuns, orientando atividades físicas normais, como de atletas, em que deve haver um suporte de alta complexidade devido à alta exigência. Após o contato inicial, o mé dico do esporte deve vivenciar o dia a dia do esporte, com as equipes e os atletas, supervisionando seu treinamento, realizando prevenç ã o de problemas clí nicos e ortopé dicos, oferecendo suportes nutricional e psicoló gico e atendendo in-tercorrê ncias mé dicas, como o caso extremo de morte sú bita e sua prevenç ã o durante eventos esportivos. Nessas atividades, o especialista també m participa do apoio ao treinamento fí sico e té cnico das diferentes modalidades esportivas; - Ortopedia e Traumatologia do Exercí cio e do Esporte, responsá vel pela atenç ã o clí nica e cirú rgica dos pacientes com lesões esportivas. Esse atendimento deve ser realizado por mé dicos com a dupla formaç ã o – em Medicina do Esporte e em Ortopedia e Traumatologia, o que permite a as-sistê ncia global ao cliente e a compreensã o de suas necessidades como praticante da atividade fí sica; - Avaliaç ã o Funcional do Exercí cio e do Esporte, que abrange a avaliaç ã o e o acompanhamento de indiví duos envolvidos com a atividade fí sica em seus diferentes ní veis, por meio de testes de fun-ç ã o das variá veis e caracterí sticas fi sioló gicas durante o esforç o fí sico, como testes ergoespiro-mé tricos, curvas de lactato, testes neurofuncionais, dentre diversos outros; - Reabilitaç ã o no Exercí cio e no Esporte, uma das principais áreas da ME. Há a reabilitação de quem teve problemas temporários e está retornando às atividades ou mesmo aqueles que levam por-tadores de defi ciê ncia fí sica a se benefi ciarem, alé m de dar apoio ao esporte competitivo para defi cientes, o esporte paraolí mpico; - Á reas de Suporte ao Exercí cio e ao Esporte, que é multidisciplinar, envolvendo Nutrição, Psicologia, Assistência Social, Enfermagem e diversas outras que contribuem para a boa prática esportiva de pessoas comuns e de atletas.

Remuneração (média)De R$6.500,00 a R$13.000,00

37MEDICINA DO ESPORTE

4. Situação atual e perspectivasNão há dúvida da necessidade desse profissional no mercado. Cada vez mais, clubes, associações esportivas, escolas e mesmo a população em geral precisam de um profissional com as caracterís-ticas do médico do esporte. A pequena quantidade de profissionais deve atrair mais pessoas para essa área.

Os grandes eventos esportivos sediados recentemente no país, a Copa do Mundo e as Olimpíadas, trouxeram grande visibilidade a essa especialidade e a consolidação definitiva da área, fazendo crescer o número de médicos do esporte.

Médicos do esporte em atividade (dados em 2014)Cerca de 783

5. Estilo de vida Por ser uma área com poucos profissionais e grande demanda, deve haver propostas muito inte-ressantes aos médicos que a escolherem.

O profissional também pode escolher a melhor maneira de levar seu cotidiano, decidindo as for-mas de atuação. Se escolher trabalhar em clubes de futebol ou de outros esportes, deverá ter em mente que poderá viajar constantemente acompanhando o clube.

6. Subespecialidades - Traumato-Ortopedia Desportiva; - Cardiologia do Esporte; - Medicina do Exercício.

12Medicina do Tráfego

1. IntroduçãoA Medicina do Tráfego é o ramo da ciência médica que trata da manutenção do bem-estar físico, psíquico e social do ser humano que se desloca, qualquer que seja o meio. É reconhecida como especialidade mé-dica pela Associação Médica Brasileira, pelo Conselho Federal de Medicina e pela Comissão Nacional de Residência Médica. Propõe-se, portanto, a estudar as causas do acidente de tráfego, a fi m de preveni-lo ou mitigar suas consequências, além de contribuir com subsídios técnicos para a elaboração do ordenamento legal e a modifi cação do comportamento do usuário do sistema de circulação viária. Suas principais áreas de atuação são Medicina de Tráfego Preventiva, Curativa, Legal, Ocupacional e Medicina de Viagem.

A Medicina do Tráfego surgiu em 1960, em um Congresso de Medicina Legal em Nova York. Os médi-cos legistas lá reunidos, impressionados com o volume que chegava às suas mãos, relatando as con-sequências mais dramáticas dos infortúnios do tráfego e sensibilizados por essa trágica evidência, tomaram a histórica decisão de se reunir, ainda naquele ano, em San Remo, na Itália, ocasião em que fundaram a Associação Internacional de Medicina dos Acidentes e do Tráfego (IAATM). O 1º congresso dessa associação aconteceu em Roma, em 1963.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 2 anos

Rodízio nas áreas

- Medicina do Trá fego Ocupacional;- Medicina de Viagem;- Medicina do Trá fego Aé reo; - Medicina do Trá fego Aquá tico; - Medicina do Trá fego Ferroviá rio.

Média de vagas no país 7 (Sudeste)

2. Áreas de atuaçãoO médico do tráfego pode atuar em diversas áreas: - A Medicina do Tráfego Preventiva, que identifi ca fatores etiológicos dos acidentes, promovendo di-versas ações a fi m de reduzir a morbimortalidade por acidentes de trânsito. Dentre as ações, está o Exame de Aptidão Física e Mental, de grande importância para a condução de veículos hoje;

39MEDICINA DO TRÁFEGO

3. Vantagens e difi culdadesA principal vantagem da área é a grande demanda, principalmente no que diz respeito aos exames de aptidão para a direção, já que, a cada dia, mais condutores são formados. Também a grande fl e-xibilidade de horário que a carreira permite, pois há a possibilidade de pequenas cargas horárias pela semana, por exemplo.

Já uma das difi culdades é acomodar essa facilidade de carga horária à remuneração, o que pode levar a falta de atualização e busca por novas oportunidades e conhecimento.

O que o tornará um bom médico do tráfego?- Gostar de Epidemiologia e Medicina Legal;

- Estar atento aos aspectos preventivos da medicina;

- Adotar um pensamento lógico e criativo.

4. Situação atual e perspectivasEssa é uma área que tem crescido cada vez mais, já que são necessários profi ssionais com as carac-terísticas que essa Residência oferece, capacitados para as diversas atividades, como realizar os exames de aptidã o fí sica e mental para condutores e candidatos a condutores exigidos pelo Có digo de Trâ nsito Brasileiro; atuar no atendimento pré -hospitalar de ví timas de acidentes de trá fego; atuar em empresas (pú blicas, privadas, autarquias ou sindicatos) de transporte terrestre, marí timo ou aé reo, na á rea de seguranç a de trá fego e saú de ocupacional; atuar como orientadores de via-gens; atuar em perí cias securitá rias de ví timas de acidentes de trâ nsito; orientar, analisar, realizar pesquisas e contribuir na organizaç ã o educacional e legal do trâ nsito.

Médicos do tráfego em atividade (dados em 2014)Cerca de 3.612

- A Medicina do Tráfego Legal, que realiza perícias e avaliações e colabora com o Poder Público para a segurança do trânsito; - A Medicina do Trá fego Curativa, que cuida do atendimento pré-hospitalar no local do acidente e do transporte da vítima; - A Medicina do Trá fego Ocupacional, que cuida da prevenç ã o das doenç as dos motoristas profi s-sionais, orgânicas ou psíquicas; - A Medicina do Viajante, que, entre outras ações, visa ao planejamento da viagem, às doenç as in-fectocontagiosas prevalentes no percurso etc.; - A Medicina do Trá fego Aeroespacial, que especializa médicos para trabalharem em empresas aé reas, no transporte aé reo de doentes, nos aeroportos etc.; - Dentre outros.

Remuneração (média)De R$7.000,00 a R$14.000,00

guia de 40 ESPECIALIDADES

5. Estilo de vida Essa é uma área onde o profissional pode fazer seus horários da maneira que melhor lhe convier. Por ter diversas opções de atuação e carga horária diversificada, o estilo de vida pode ser ideal àqueles que querem conciliar o trabalho e as diversas atividades do dia a dia.

13 Medicina do Trabalho

1. IntroduçãoCom as reformas brasileiras em sua constituição e no seu modo de trabalho e o Brasil deixando de ser rural para se tornar urbano, várias mudanças aconteceram a partir da década de 1920 no país. Essas mudanças eram relacionadas aos trabalhadores industriais, já que o governo precisava se preocupar com os acidentes de trabalho. Porém, só no fi m da década de 1960 é que se estabeleceu uma legisla-ção específi ca e se criou a Medicina do Trabalho, formalmente reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina em 2003. A Residência tem duração de dois anos, não necessita de pré-requisitos e responsabiliza-se pela segurança dos trabalhadores e sua saúde ocupacional.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 2 anos

Rodízio nas áreas

- Ambulatório de Clínica Médica;- Oftalmologia; - Dermatologia; - Otorrinolaringologia; - Pronto-Socorro – Clínica Médica; - Pronto-Socorro – Cirurgia; - Ortopedia; - Reumatologia; - Pneumologia; - Fisiatria e Medicina de Reabilitação; - Psiquiatria.

Média de vagas no país

29:- Nordeste: 4;- Sul: 6;- Sudeste: 19.

2. Áreas de atuaçãoPossui um campo de atuação amplo, lidando sempre com empresas, empregados e empregadores. É preciso ter uma boa formação em Clínica Médica e conhecer conceitos e ferramentas sobre a saúde pública. Existem variadas formas de trabalho:

GUIA DE 42 ESPECIALIDADES

3. Vantagens e difi culdadesUma das vantagens é a união da Clínica Médica com a prevenção da saúde e o conhecimento so-bre a saúde pública, que proporciona um ambiente de trabalho mais tranquilo, quando comparado à correria da clínica de pronto atendimento ou de clínicas generalistas. Além disso, o serviço não é tão cansativo e se pode ter uma jornada não muito longa e receber uma boa remuneração. As chances de sucesso nessa especialidade são maiores quando o profi ssional se integra ao corpo clí-nico de um plano de saúde, o que facilita a conquista de pacientes e livra o profi ssional dos altos custos de manutenção de um consultório particular.

Como todo início de carreira, essa tem difi culdades para inserção no campo de trabalho. Os obstá-culos do 1º momento são ingressar numa empresa e estabilizar-se fi nanceiramente.

O que o tornará um bom médico do trabalho?- Ser um bom clínico;

- Reconhecer sinais e sintomas relacionados ao trabalho;

- Saber obter uma história da exposição do seu paciente;

- Saber diagnosticar e tratar doenças relacionadas ao trabalho;

- Saber identifi car os principais fatores de risco contidos no ambiente;

- Dominar os conceitos e ferramentas da saúde pública.

4. Situação atual e perspectivasA especialidade não desperta o interesse dos recém-formados como uma carreira a ser seguida permanentemente. A maioria começa na área para conseguir uma renda assim que se forma ou porque não conseguiu entrar no curso de residência que pretendia, deixando de lado, assim, as várias oportunidades e qualidades que essa especialidade pode oferecer em longo prazo. Com um número cada vez maior de grandes empresas e com as boas oportunidades de emprego e carreira que podem surgir, a Medicina do Trabalho está em grande ascensão no mercado.

Médicos do trabalho em atividade (dados em 2014)Cerca de 13.343

- Na rede pública e privada de serviços de saúde, participando da atenção integral à saúde dos trabalhadores, compreendendo ações de promoção e proteção da saúde, prevenção de doença, diagnóstico, tratamento e reabilitação; - Em organizações sociais e sindicatos de trabalhadores; - Em organizações do Estado, particularmente no âmbito do Trabalho, da Saúde e da Previdência Social; - Em instituições de seguro, públicas ou privadas, realizando perícias médicas para avaliação de in-capacidade para o trabalho e concessão de benefícios; - Para o sistema judiciário, como médico perito técnico; - Em instituições de formação profi ssional e produção do conhecimento.

Remuneração (média)De R$8.500,00 a R$17.000,00

43MEDICINA DO TRABALHO

5. Estilo de vida Possui, como vantagem, grande flexibilidade de horários, com a possibilidade de optar por quantas horas ou mesmo quantos dias se quer trabalhar durante a semana. Com isso, é possível dedicar-se somente à carreira ou conciliá-la com outras atividades.

14 Medicina Física e Reabilitação ou Fisiatria

1. IntroduçãoA Medicina Física e Reabilitação foi fi rmada como Residência em 1954. O especialista dedica-se ao cui-dado, ao diagnóstico, ao tratamento e à prevenção de traumas ou doenças que geram algum tipo de incapacidade. É um médico clínico que não atua cirurgicamente e tem por meta restaurar as funções que a doença prejudicou. Os métodos de tratamento são próprios, tentando-se evitar ao máximo levar o paciente para a cirurgia, trabalhando juntamente com uma equipe multiprofi ssional. Para in-gressar nessa área, não é necessário nenhum pré-requisito, e o curso tem duração de 3 anos.

Residência Médica

Entrada Acesso direto

Duração 3 anos

Rodízio nas áreas

- Centro de Reabilitação, Unidade de Internação e Hospital-dia, Labora-tório de Eletrofi siologia e Ofi cina Ortopédica, Reabilitação do Aparelho Locomotor, Cardiorrespiratória, Neurofuncional, Infantil, Profi ssional, do Atleta, do Paciente com Dor Crônica e Urológica, atuação em equipe mul-tiprofi ssional e meios físicos e Cinesioterapia;

- Eletroneuromiografi a; Biomecânica; Neuroanatomia e Neurofi siologia; Imagenologia; Órtese/Prótese e Fisiologia do Exercício.

Média de vagas no país

44:- Centro-Oeste: 5;- Sul: 5;- Sudeste: 34.

2. Áreas de atuaçãoApresenta um campo de trabalho variado, podendo-se atender um paciente diariamente e pertencer a uma equipe multiprofi ssional ou como consultor de outras especialidades. Os pacientes atendidos são das mais variadas idades, que por algum motivo perderam a capacidade funcional de algum ór-gão ou sistema. Durante o atendimento, o fi siatra visualiza o paciente como um todo, com um objetivo biopsicossocial, buscando melhorias na sua qualidade de vida. Depois de obter o diagnóstico, procura-se o melhor tratamento, visando à sua recuperação total, ou, quando não for possível, a diminuição do impacto da doença, além de tratar doenças crônicas e doenças agudas. Dentre aquelas tratadas pelos fi siatras estão as sequelas neurológicas, dores na coluna, tendinites, bursites, artrose, osteoporose,

45MEDICINA FÍSICA E REABILITAÇÃO OU FISIATRIA

3. Vantagens e difi culdadesTer um vasto campo de abrangência, tanto na área de diagnóstico quanto na de tratamento, per-mitindo alternativas para lesões adquiridas ou transitórias, é uma vantagem dessa carreira. Mas, como desvantagem, está o suporte fi nanceiro, pois sem verba adequada o profi ssional não conse-gue receitar as medicações que são de alto custo nem utilizar novas tecnologias.

O que o tornará um bom médico de reabilitação?- Saber lidar com o paciente como um todo;

- Ser um bom clínico;

- Saber lidar com uma equipe multidisciplinar;

- Cuidar de doenças crônicas e agudas.

4. Situação atual e perspectivasEssa é uma especialidade de excelente qualidade e totalmente de acordo com a literatura interna-cional, extremamente respeitada. Novas tecnologias estão disponíveis no mercado, como toxina botulínica, estímulos das funções elétricas, biofeedback, tratamento farmacológico e prescrição de órteses ou próteses. Porém, seu crescimento está diminuindo devido ao aumento da expectativa de vida, o que faz as pessoas procurarem menos esse especialista.

Médicos de reabilitação em atividade (dados em 2014)Cerca de 895

5. Estilo de vida Como na grande maioria das especialidades da Medicina, o estilo de vida acaba sendo moldado pelo próprio profi ssional, já que isso depende da dinâmica de vida que ele almeja. Pode-se optar por trabalhar em menos locais e fazer outros tipos de atividades semanais, desfrutar de tempos maiores com a família e tirar férias. Mas também é possível se dedicar somente à carreira, traba-lhando em mais de 1 emprego e, com isso, com menos tempo livre para outras atividades.

síndromes miofasciais, fi bromialgias, hérnia de disco, dores neuropáticas, fraturas, amputações e paralisia cerebral. A especialidade atende todas as idades e trata de problemas que afl igem todo o sistema orgânico.

Remuneração (média)De R$6.000,00 a R$12.500,00

15 Medicina Legal

1. IntroduçãoTrata-se de uma das especialidades mais antigas, inaugurada em 1918 pelo professor Oscar Freire de Carvalho e considerada uma área de sobreposição entre o Direito e a Medicina. Recentemente a especialidade viveu a mudança do nome, sendo então chamada de “Medicina Legal e Perícias Médi-cas”. Dessa maneira, uniu-se também a 2 sociedades que congregam médicos peritos, a Associação Brasileira de Medicina Legal e a Sociedade Brasileira de Perícias Médicas, formando a Associação Brasileira de Medicinal Legal e Perícias Médicas. A formação exige conhecimentos médicos gerais amplos e noções de Direito.

Residência Médica

Entrada Acesso direto

Duração 3 anos

Rodízio nas seguintes áreas

- Ambulatório de Clínicas Especializadas (Clínica Geral, Cardiologia, Pneumologia, Neurologia, Reumatologia);

- Ambulatório de Psiquiatria;- Ambulatório de Cirurgias Especializadas (Cirurgia Geral, Otorri-

nolaringologia, Oftalmologia, Coloproctologia, Cirurgia Plástica e Urologia);

- Ambulatório de Obstetrícia e Ginecologia;- Ambulatório de Ortopedia e Traumatologia;- Estágio em Anestesiologia, Unidade de Terapia Intensiva, Urgência e

Emergência e Perícias;- Ambulatório de Medicina do Trabalho, Sexologia Forense, Perícia

Previdenciária, Auditorias Médicas, Perícias Administrativas, Perí-cias de Acidente do Trabalho, Perícias Cíveis, Perícias de Vínculo Genético e Reabilitação Profi ssional;

- Necrópsia, Perícia Necroscópica, Psicopatologia Forense, Avaliação Criminológica Penitenciária, Toxicologia Forense, Laboratório de Medicina Legal e Criminalista.

Média de vagas no país 5:- Sudeste: 5.

47MEDICINA LEGAL

3. Vantagens e difi culdadesPor muito tempo, essa especialidade foi vista como quem “cuida de cadáveres”. Essa visão fez que, ao longo dos anos, tivesse uma baixa procura pela formação acadêmica na área. Felizmente essa visão começou a mudar com a criação da Residência Médica em Medicina Legal na FMUSP em 2004, e, a cada ano, aumenta a procura de médicos por adequada formação acadêmica na área por meio da especialização.

O que o tornará um bom médico legal?- Ser um bom clínico geral;

- Apreciar o Direito;

- Dominar as leis presentes nessa área;

- Dominar critérios médico-legais específi cos de cada situação pericial.

4. Situação atual e perspectivasDesde 2004, a especialidade vem tomando proporções maiores no mercado. Perdeu-se a ideia comum de que o médico legista só trabalha com mortos. Está mais difundida a sua real atuação, bem como o seu extenso campo de trabalho, o que faz aumentar o interesse dos recém-formados em buscar esse ramo da Medicina mesclado com o Direito, relativamente novo em nosso meio. A maioria dos que já são especialistas deseja realizar perícias médicas utilizando conhecimentos es-pecífi cos de sua especialidade, porém precisa aperfeiçoar seus conhecimentos em Medicina Legal e Perícias Médicas. Com isso, esse é um grupo que vem procurando o curso de especialização na área.

Médicos legais em atividade (dados em 2014)Cerca de 900

2. Áreas de atuaçãoEssa especialidade não visa tratar ou prevenir doenças; seu objetivo é a justiça. O profi ssional que a exerce tem um papel essencial sobre a conservação dos direitos do ser humano e atua fornecendo a prova técnica de natureza médica e pericial, na qual realiza investigações próprias da ciência médica. No processo civil, sempre que a prova depender de conhecimento técnico ou científi co, o juiz será assistido por um perito. Pode atuar nos exames clínicos, laboratorial, necros-cópico e vistoria de local, tendo a oportunidade de trabalhar tanto no setor público quanto no pri-vado (empresas seguradoras têm médicos contratados para atuar como peritos nos processos administrativos internos).

Remuneração (média)De R$9.000,00 a R$12.000,00

guia de 48 ESPECIALIDADES

5. Estilo de vida Esse profissional ainda não tem um campo de trabalho muito concorrido, pela falta de conheci-mento da especialidade e pela recente criação do curso de Residência. Com isso, logo que se forma o profissional não tem dificuldades em encontrar 1 ou mais empregos, obtendo uma remuneração consideravelmente boa e conseguindo conciliar a sua carreira com uma vida saudável e tempo para lazer, família e viagens.

6. Subespecialidades - Medicina Legal; - Bioética; - Medicina Social e do Trabalho; - Medicina Forense.

16Medicina Nuclear

1. IntroduçãoA Medicina Nuclear teve início no Brasil por volta dos anos 1960. No entanto, apesar de promissora, a especialidade ainda hoje enfrenta grandes desafi os para a sua expansão no país. Utiliza técnicas indolores para fazer imagens do corpo e tratar doenças, bem como substâncias radioativas (radioisó-topos) que só podem ser usadas in vivo e que servem para diagnósticos e para o tratamento das en-fermidades humanas. Embora se utilizem elementos radioativos, os exames realizados em Medicina Nuclear são muito seguros.

A Medicina Nuclear pode detectar precocemente anormalidades na função de um órgão, além de for-necer informação sobre a função do órgão, e não a sua morfologia, o que permite que as doenças se-jam tratadas no início, com bons prognóstico e recuperação.

Para o recém-formado que pretende ingressar nessa carreira, o acesso é direto e tem duração de 3 anos, embora essa ainda seja uma especialidade pouco difundida no Brasil.

Residência MédicaEntrada Acesso diretoDuração 3 anos

Rodízio nas áreas

- Introdução à Estatística, Instrumentação Nuclear, Proteção Radiológica, Radiofarmácia, Radioensaios, Informática, Aplicações Clínicas em Medicina Nuclear, Atividade Teórica (cardiovascular, digestiva, endócrina, geniturinária, hematológica, musculoesquelética, nervosa, oncoinfectológica, respiratória), Radiologia e Diagnóstico por Imagem (anato-mia radiológica normal e patológica, exames de laboratórios e estudos cintilográfi cos);

- Cardiologia nuclear, terapia em Medicina Nuclear, cirurgias radioguiadas, exames realiza-dos em gama-câmara de coincidência e tomografi a por emissão de pósitrons (PET scan);

- Cardiovascular; - Aparelho Digestivo; - Endócrino; - Geniturinário; - Oncologia; - Musculoesquelético; - Sistema Nervoso; - Hematologia.

Média de vagas no país

34:- Nordeste: 2;- Centro-Oeste: 2;- Sul: 1;- Sudeste: 29.

GUIA DE 50 ESPECIALIDADES

3. Vantagens e difi culdadesComo vantagens, proporciona satisfação do trabalho e horário mais regular, pois raramente a área tem caráter de emergência. É gratifi cante saber, também, que um relatório do médico nuclear pode evitar que o doente necessite passar por procedimentos invasivos ou fazer um diagnóstico precoce da doença. A desvantagem é que, como fará parte de um grupo muito restrito, não terá uma ro-tatividade entre as áreas, além de ser uma área de abrangência pequena, devido à característica especializada do campo. Além disso, a abordagem em Medicina Nuclear na graduação permanece limitada, fator que contribui para o baixo interesse nesse campo.

O que o tornará um bom médico nuclear?- Gostar de física;

- Apreciar trabalhar com altas tecnologias;

- Ser habilitado para examinar imagens;

- Ter uma boa base de fi siologia de todos os sistemas.

4. Situação atual e perspectivasEssa continua a ser uma especialidade muito desconhecida no meio médico e entre os estudantes, mas que vem se desenvolvendo tecnologicamente. Seus aparelhos e suas técnicas para diagnós-tico e tratamento das doenças são de alta tecnologia. Porém, o mercado ainda está defi ciente des-ses profi ssionais, o que pode ser uma vantagem para eles, pois não precisam disputar vagas de emprego.

Médicos nucleares em atividade (dados em 2014)Cerca de 792

2. Áreas de atuaçãoA especialidade possui uma área de atuação bem variada, sendo responsável por interpretar exa-mes de Medicina Nuclear e realizar tratamentos de determinadas doenças, como câncer, doenças da tireoide e dores ósseas paliativas. Além disso, entra em contato com os diversos sistemas do nosso organismo, pois o profi ssional é habilitado a realizar todos os exames de cintilografi a, te-rapias com iodo, angiografi a e outros diversos exames de imagem (não sendo ressonância mag-nética, ultrassonografi a ou raio x). Alguns optam por atuar mais na parte da física nuclear e das imagens médicas, enquanto outros preferem continuar sua carreira na área da pesquisa em me-dicina molecular ou de imagem molecular. Não há um público-alvo específi co, pois qualquer um pode necessitar de exame, diagnóstico ou tratamento feito por um médico nuclear.

Remuneração (média)De R$3.000,00 a R$5.500,00

51MEDICINA NUCLEAR

5. Estilo de vida Permite uma ótima qualidade de vida. Existe flexibilidade de horário, e normalmente se trabalham de 30 a 40 horas semanais, recebendo bons salários. Isso permite ao profissional passar mais tempo com a família, ter suas atividades de lazer e desfrutar de férias.

17 Medicina Preventiva e Social

1. IntroduçãoA Medicina Preventiva e Social começou a ser inserida nas universidades por volta dos anos 1960. Essa especialidade dedica-se à prevenção das doenças em vez de somente tratamento e é, por na-tureza, coletiva, plural (envolvendo várias áreas do conhecimento científi co não biomédico) e, acima de tudo, de caráter preventivo. A prática pode variar quando se trata de trabalhar no setor público e no setor privado. No público, tem sua atuação com base em dados epidemiológicos, a fi m de intervir nas doenças ou enfermidades de maior frequência e gravidade considerando a sua vulnerabilidade à tecnologia existente e o menor custo possível. No setor privado, atua na área preventiva, que tem perspectiva de identifi cação precoce por meio da genética médica ou de exames preventivos capazes de intervir na minimização de danos. Essa residência tem duração de 2 anos, com carga horária de no mínimo 2.300 horas por ano e acesso direto.

Residência Médica

Entrada Acesso direto

Duração 2 anos

Rodízio nas áreas

- Epidemiologia, Administração e Planejamento, Educação em Saúde e Desenvolvimento de Recursos Humanos, Saúde Ocupacional e Ambiental, Investigação em Saúde Coletiva, Ciências Sociais e Prestação de Serviços Básicos de Saúde;

- Ações de Vigilância Epidemiológica e Epidemiologia Clínica, Elaboração e/ou Análise de Diagnósticos de Nível de Saúde e de Sistema de Prestação de Serviços de Saúde; elaboração e/ou análise de Planos e Programas de Saúde para níveis local e regional; análise de Planos e Programas de Saúde para níveis estadual e nacional;

- Participação em atividades de administração em níveis local, regional e/ou central; participação em programas de prestação de Recursos Humanos para a Saúde; participação em atividades de órgãos ou serviços de Saúde Ocupacional; realização de atividades em programas de Cuidados Básicos de Saúde e/ou outros programas prioritários de assistência médica, tais como, Saúde Materno-Infantil, Controle de Doenças Transmissíveis, Saúde Mental e Doenças Degenerativas.

Média de vagas no país 17:- Sudeste: 17.

53MEDICINA PREVENTIVA E SOCIAL

3. Vantagens e difi culdadesPara o profi ssional que gosta de atuar no setor administrativo, com dados epidemiológicos, bem como planejar e organizar ações que possibilitem o bem-estar e a saúde do próximo, é a carreira ideal. O que pode vir a ser uma difi culdade para alguns é exatamente o distanciamento da prática clínica. Outro problema é a adesão da saúde coletiva no curriculum acadêmico. Com isso, a Resi-dência tem difi culdade em defi nir um perfi l de formação e treinamento em serviços de acordo com um programa de Residência Médica.

O que o tornará um bom médico preventivo e social?- Saber planejar, organizar e administrar serviços de saúde;- Gostar de trabalhar em equipe de saúde;- Ser apto a desenvolver programas de preparação e utilização de recursos humanos em saúde; - Conhecer e utilizar métodos e técnicas de educação e participação comunitária em saúde.

4. Situação atual e perspectivasA prática da Medicina Preventiva e Social está sendo subestimada pelos recém-formados. Logo quando foi criada, por volta dos anos 1970, era uma carreira disputada; todos almejavam participar da organização de promoção da saúde na atenção primária. Porém, tem havido notável difi culdade tanto no mercado de trabalho quanto no desenvolvimento de sua formação. Há uma ociosidade das vagas que estão abertas para a especialidade, mas quem está no campo de trabalho encontra problemas para conseguir um bom emprego.

Médicos preventivo e social em atividade (dados em 2014)Cerca de 1.790

2. Áreas de atuaçãoNo setor privado, atuam na área preventiva, em que buscam identifi car as doenças precocemente por meio da genética médica ou de exames preventivos capazes de intervir na minimização de danos. No setor público, tem atuação com base em dados epidemiológicos, a fi m de intervir nas doenças ou nas enfermidades de maior frequência e gravidade, considerando a sua vulnerabili-dade à tecnologia existente e o menor custo possível. Seu foco de trabalho e ação está muito mais voltado aos problemas que afetam a população geral do que às questões de cunho individual, es-pecializado e eminentemente curativo.

Remuneração (média)De R$5.000,00 a R$7.000,00

guia de 54 ESPECIALIDADES

5. Estilo de vida A rotina desse profissional não possui carga horária que lhe impossibilite realizar tarefas além do seu trabalho. São 30/40 horas semanais, permitindo ao médico outras atividades durante a se-mana, ficar com a família, dedicar-se ao lazer e tirar férias.

18Neurocirurgia

1. IntroduçãoA Neurocirurgia é a especialidade que se encarrega do diagnóstico e do tratamento de pacientes com lesões ou doenças do cérebro, da coluna, da medula e dos nervos periféricos. Ofi cialmente é defi nida como uma especialidade cirúrgica que executa tratamento cirúrgico e não cirúrgico (incluindo preven-ção, diagnóstico, avaliação, tratamento, cuidados intensivos e reabilitação) das desordens ou doenças do sistema nervoso central, periférico e autonômico, incluindo em sua atuação as estruturas de su-porte e proteção, assim como suprimento vascular.

Trata de pacientes com trauma cranioencefálico, de coluna vertebral, doenças vasculares (como aneu-rismas e obstruções arteriais cerebrais e na região cervical, que podem levar a isquemia cerebral), com dor crônica na coluna, defeitos congênitos de nascimento em crianças e adultos, tumores do cé-rebro, da coluna e medula, assim como lesões de nervos periféricos na face, nos braços e nas pernas.

A Neurocirurgia tem grande contribuição para as realizaç õ es cientí fi cas da Medicina no Brasil. Sua constante evolução gerou contribuiç õ es signifi cativas tanto em qualidade quanto em quantidade, ha-bilitando os neurocirurgiõ es brasileiros para contribuiç õ es cientí fi cas em ambito internacional.

Residência MédicaEntrada Acesso diretoDuração 5 anos

Rodízio nas áreas

- Embriologia e Neuroanatomia;- Fundamentos de Neurofi siologia Clínica;- Clínica Neurológica;- Bioética e Responsabilidade Médica;- Neurorradiologia;- Clínica Neurocirúrgica;- Técnica Neurocirúrgica;- Anatomia Microcirúrgica;- Neuropatologia;- Cirurgia de Coluna e Nervos Periféricos;- Neurocirurgia Pediátrica, Funcional e Vascular;- Base de Cranio;- Neuro-Oncologia;- Doença Encefalovascular Isquêmica;- Doença Encefalovascular Hemorrágica;- Comas;- Neuropatologia;- Métodos de Estudo Anatomopatológico do Sistema Nervoso;- Colorações Especiais; - Imuno-histoquímica;- Princípios de Neuroendoscopia.

GUIA DE 56 ESPECIALIDADES

3. Vantagens e difi culdadesEssa pode ser dita como uma das especialidades mais nobres da Medicina. O especialista geral-mente é muito bem visto, existem muitos procedimentos e, em geral, é uma área bem remunerada. Há bastante mercado, e os profi ssionais estão satisfeitos com a área.

Da mesma forma que é considerada uma especialidade rica em diversos aspectos, possui diversas difi culdades, como o fato de ser uma Residência extremamente longa, além de ser uma das mais difíceis de serem acessadas. Não obstante, a permanência não é fácil, já que em geral há uma prova anual para avaliar a qualidade do residente; muitas vezes, lida com pacientes mais graves e prog-nósticos sombrios.

O que o tornará um bom neurocirurgião?- Excelentes habilidades manuais;

- Gostar de resultados cirúrgicos imediatos;

- Ser criativo e detalhista;

- Permanecer relaxado e confi ante mesmo sob elevado estresse.

4. Situação atual e perspectivasAinda existe bom mercado para esse profi ssional. Não são muitos em atividade, principalmente fora dos grandes centros, e as vagas espalhadas pelo Brasil são poucas. Por ser uma área extre-mamente técnica, leva-se muito tempo para adquirir prática acurada, por isso a fi liação em equipes é importante.

2. Áreas de atuaçãoO neurocirurgião trabalha em consultórios particulares, hospitais de vários tipos, serviços de alta complexidade e sob a forma de plantões ou sobreaviso. Ao se formar, o profi ssional deve traba-lhar em serviços de emergência ou se integrar em alguma equipe de cirurgiões já formada. Ao longo do tempo, esse especialista pode abrir o próprio consultório.

Vale lembrar que difi cilmente um neurocirurgião permanece atuando em todas as áreas dessa disciplina, tendo de, invariavelmente, especializar-se em alguma subárea.

Remuneração (média)De R$8.000,00 a R$15.000,00

Residência Médica

Média de vagas no país

106:- Norte: 3;- Nordeste: 11;- Centro-Oeste: 4;- Sul: 24;- Sudeste: 64.

57NEUROCIRURGIA

5. Estilo de vida Esse profissional, em geral, trabalha bastante. Por ser uma área em que os plantões e sobreavisos são interessantes, o médico acaba tendo um prejuízo em qualidade de vida e tempo livre.

Vale lembrar que muitas cirurgias são extremamente extensas, e as jornadas de trabalho acabam sendo longas devido a isso.

A remuneração em geral é atraente, mas o profissional não deve ter muito tempo livre durante a semana ou mesmo aos finais de semana.

6. Subespecialidades - Microcirurgia (Oncologia, Vascular, Base de Cranio); - Exames de Imagem; - Neuronavegação; - Radiologia Intervencionista; - Doppler Transcraniano; - Cirurgia Funcional; - Estereotaxia; - Cirurgia de Coluna; - Hidrodinamica; - Trauma; - Cirurgia Minimamente Invasiva; - Endoscopia Cerebral; - Eletrofisiologia; - Tratamento da Dor; - Neurointensivismo; - Neuroendocrinologia; - Neurocirurgia Pediátrica.

A forma de trabalho em plantões ou sobreaviso é interessante, já que em geral a remuneração é maior do que em outras especialidades, e esse profissional não é a chamada “linha de frente” como o cirurgião geral, o que leva a menos atendimentos durantes as jornadas.

Como é uma área largamente tecnológica, cada vez mais se observam avanços como interface cérebro–máquina, em que computadores podem desempenhar funções neurológicas perdidas, comandando um cursor através do pensamento ou movendo um braço mecanico, implantes de eletrodos cerebrais profundos acoplados a geradores elétricos que têm a capacidade de estimular ou inibir funções cerebrais, entre outros implantes complexos utilizados nas diversas áreas da Neurocirurgia.

Por isso, é importantíssimo o profissional estar em atualização constante.

Neurocirurgiões em atividade (dados em 2014)Cerca de 2.875

19 Neurologia

1. IntroduçãoA Neurologia é um ramo especializado da Medicina, dentro da grande área de Neurociências, que lida com distúrbios do sistema nervoso. Atua, especificamente, com o diagnóstico e o tratamento de todas as categorias de doenças que envolvam os sistemas nervosos central, periférico e au-tônomo, incluindo os seus revestimentos, vasos sanguíneos e todos os tecidos efetores, como os músculos. Neurologistas também podem estar envolvidos em pesquisas e ensaios clínicos, bem como na pesquisa básica e translacional. A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) é a maior e mais importante associação dos neurologistas do Brasil, fundada na cidade do Rio de Janeiro em 5 de maio de 1962.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 3 anos

Rodízio nas áreas

- Clínica Médica;- Pronto-socorro/pronto atendimento;- Unidade de Terapia Intensiva;- Ambulatórios;- Enfermarias;- Psiquiatria;- Medicina Fí sica e Reabilitaç ã o;- Infectologia;- Oncologia Clí nica;- Eletroencefalografi a;- Eletroneuromiografi a;- Neurorradiologia;- Laborató rio de Lí quido Cerebrospinal;- Neuropediatria;- Neuro-Oftalmologia;- Otoneurologia.

Média de vagas no país

219:- Norte: 3;- Nordeste: 33;- Centro-Oeste: 15;- Sul: 44;- Sudeste: 124.

59NEUROLOGIA

3. Vantagens e difi culdadesA Neurologia é uma área especial, pois é nela que mais existe diagnóstico a partir de sinais e sinto-mas. Este, chamado diagnóstico topográfi co, é seguido pelo etiológico. Essa característica intrín-seca da Neurologia leva a uma profunda satisfação intelectual desse profi ssional. Algo que pode ser considerado vantagem para uns e difi culdade para outros é a proximidade com outras áreas em algumas doenças, como Psiquiatria, Ortopedia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia e a pró pria Clí nica Mé dica, o que pode ser vantajoso quando se leva em conta a troca de experiências e ações para diagnóstico e terapêutica, porém podendo haver confl ito de mercado, por exemplo.

O que o tornará um bom neurologista?- Resolver problemas de maneira lógica, realizando bons diagnósticos topográfi cos;

- Ser intelectual e curioso;

- Saber lidar com doenças em que o tratamento não será tão efi caz;

- Gostar de tratamento em longo prazo.

4. Situação atual e perspectivasNão faltam oportunidades de trabalho para o neurologista. Apesar de haver muitos profi ssionais, existe um largo campo de atuação, pois a incidência e a prevalência das doenças ligadas à Neuro-logia são enormes e o mercado ainda não está saturado. Existem, também, inúmeras áreas espe-cífi cas dentro da Neurologia, como Dor e Neurofi siologia Clínica, que levam a ainda mais procura.

Como perspectivas, as Neurociê ncias têm atuado cada vez mais sobre as fronteiras do conheci-mento humano – e os neurologistas pesquisadores têm ligação total nisso. Essa é uma á rea em grande expansã o; nos próximos anos, compreenderemos melhor os mecanismos de doenç as neu-ropsiquiá tricas, aprenderemos a combater as doenç as neurodegenerativas, como as de Alzheimer e de Parkinson, e conseguiremos nos defender mais das doenç as imunoló gicas que afetam o sis-tema nervoso e que tê m sido descritas nos ú ltimos anos em nú mero crescente.

Trata-se de uma especialidade que exige constante estudo e atualizaç ã o, inclusive relativa à inter-pretaç ã o dos exames complementares que facilitam o seu exercí cio.

2. Áreas de atuaçãoO neurologista é um médico clínico, que pode atuar com atendimento em ambulatórios ou consul-tó rios especializados e particulares, em unidades de emergê ncia, em hospitais gerais, onde, alé m de prestar atendimento aos pacientes com doenç as primariamente neuroló gicas, interage com generalistas e muitos outros especialistas, além do meio acadêmico.

As doenç as neuroló gicas sã o muito prevalentes na populaç ã o, como o acidente vascular cerebral (principal causa de mortalidade no Brasil), as cefaleias, epilepsias, doenç as degenerativas como a doenç a de Alzheimer e a doenç a de Parkinson e as polineuropatias. Há, ainda, as complica-ções neurológicas devido às doenças de base, como diabetes, doenç as autoimunes, infecciosas e neoplá sicas.

Remuneração (média)De R$7.000,00 a R$13.500,00

guia de 60 ESPECIALIDADES

5. Estilo de vida Como uma boa área clínica, o profissional escolherá, ao longo do tempo, como melhor atuar. O co-meço com certeza será trabalhoso, pois a baixa remuneração, pelo período ainda em formação ou mesmo pela clientela ainda não consolidada, será compensada por plantões, em Clínica Médica ou mesmo como especialista.

Ao longo do tempo, os profissionais tendem a abandonar os plantões, elevando a qualidade de vida, lidando apenas com hospitais ou com diversos serviços em que estará ligado, além de, é claro, atendimento em consultórios particulares.

6. Subespecialidades - Distúrbios do Movimento; - Doenças Neuromusculares; - Epilepsia; - Neurofisiologia Clínica; - Neurologia do Comportamento; - Neurologia Infantil; - Neuro-Oncologia; - Neurovascular; - Cefaleia.

Neurologistas em atividade (dados em 2014)Cerca de 4.362

20 Oftalmologia

1. IntroduçãoA Oftalmologia foi um dos primeiros ramos da Medicina a ser tratado como especialidade indepen-dente. Os antigos egípcios já estudavam o órgão da visão, no entanto a Oftalmologia Clínica começou, de fato, com os gregos. A especialidade ocupa lugar especial na evolução da Medicina, em virtude das peculiaridades do órgão da visão: a importância de sua função e o mistério de seu funcionamento fi ze-ram que, durante muito tempo, fossem atribuídos ao olho poderes mágicos, benfazejos ou nefastos, capazes de lançar mau-olhado ou quebranto.

A Oftalmologia é a especialidade médica à qual cabem o estudo, o diagnóstico e o tratamento das doenças e lesões do olho e seus órgãos anexos. O oftalmologista dedica-se não só aos aspectos pato-lógicos da visão, mas também à análise de sua fi siologia.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 3 anos

Rodízio nas áreas

- Plástica Ocular;- Laboratório;- Tumores;- Úvea e AIDS;- Banco de olhos;- Vias lacrimais;- Doenças Externas e Córnea;- Motilidade Extrínseca Ocular;- Retina e Vítreo;- Ultrassom;- Pronto-Socorro;- Glaucoma;- Órbita;- Trauma Ocular;- Neuroftalmo;- Óptica Oftalmológica;- Cirurgia Refrativa;- Catarata;- Catarata Congênita;- Anatomia Patológica Ocular;- Visão Subnormal;- Eletrofi siologia Visual;- Psicologia/Psicoterapia/Oftalmologia e Bioengenharia Ocular.

GUIA DE 62 ESPECIALIDADES

3. Vantagens e difi culdadesO oftalmologista está preparado para tratar diversas afecções do olho. É uma área que evolui a cada dia, necessitando de profi ssionais sempre atualizados como referência. No entanto, cabe ao oftalmologista ir atrás daquilo que deseja. Se em pouco tempo as técnicas e as máquinas evoluem, o médico deve saber manuseá-las com destreza.

Além disso, as máquinas são equipamentos muito caros. Para aqueles que desejam montar o pró-prio consultório, deve ser feito um enorme investimento. Outro fato relevante é que os plantões (muitas vezes, sobreaviso) são muito mal remunerados, além de certos convênios pagarem muito mal por uma consulta com o especialista.

Apesar disso, há inúmeras oportunidades na área, e a demanda a ser tratada é enorme. Cabe ao oftalmologista saber explorar e lidar com um mundo ultraespecializado e moderno.

O que o tornará um bom oftalmologista?- Gostar de trabalhar com as próprias mãos;

- Ser um expert em uma área médica superespecializada;

- Gostar de ver resultados imediatos;

- Ter excelente destreza manual e coordenação “olho–mão”;

- Ter noções de física.

2. Áreas de atuaçãoMuitos médicos trabalham em serviços públicos e enfrentam a precariedade da saúde pública, que faz que haja constante necessidade de profi ssionais a serviço da população. Esses não são tão bem pagos, mas o profi ssional não precisará desembolsar grandes somas para montar o pró-prio consultório e será um funcionário público, o que tem suas vantagens.

Outra forma de entrar no mercado é trabalhar em clínicas de outros médicos. Há os pontos posi-tivos e negativos. Mas, de forma geral, esse é o ponto inicial de muitas carreiras.

Muitos se aventuram montando a própria clínica. Sabe-se do custo para isso, mas, em geral, mui-tos oftalmologistas têm a clínica cheia de pacientes. O fator negativo é que os convênios pagam muito mal pela consulta.

Já sobre trabalhar sob plantão, geralmente os médicos fi cam em esquema de sobreaviso. Há pou-cas emergências. No entanto, o plantão desse especialista é um dos mais mal pagos.

Remuneração (média)De R$8.000,00 a R$16.000,00

Residência Médica

Média de vagas no país

369:- Norte: 14;- Nordeste: 64;- Centro-Oeste: 41;- Sul: 48;- Sudeste: 202;

63OFTALMOLOGIA

4. Situação atual e perspectivasÉ vista por todos como uma excelente área. Em muitas subespecialidades e mesmo na área geral, o oftalmologista tem a oportunidade de trabalhar como um médico clínico/cirúrgico.

A área é promissora. Inovações ocorrem em curtos intervalos de tempo, e cabe ao médico se atua-lizar. Por ser uma área que envolve muita tecnologia, esse profissional deve sempre estar a atento às novidades do mercado.

Oftalmologistas em atividade (dados em 2014)Cerca de 11.763

5. Estilo de vida Não há uma regra acerca da vida que o oftalmologista terá. O que acontece é que muitos médicos têm a oportunidade de ter a agenda feita por eles mesmos. Dessa forma, oftalmologistas traba-lham muitas horas seguidas durante a semana (consultórios cheios), no entanto podem se dar ao luxo de não trabalhar em outros dias. Além disso, poucos médicos vivem em esquema de plantão, afastando cada vez mais a especialidade das emergências.

6. Subespecialidades - Banco de Olhos; - Bioengenharia; - Catarata e Catarata Congênita; - Córnea; - Cirurgia Refrativa; - Doenças Externas e Córnea; - Eletrofisiologia; - Estrabismo; - Farmacologia; - Glaucoma; - Lente de Contato e Refração; - Motilidade Extrínseca; - Neuroftalmologia; - Oftalmopediatria; - Oncologia; - Órbita; - Pesquisa Clínica; - Plástica Ocular; - Retina e Vítreo; - Trauma Ocular; - Úvea e AIDS; - Vias Lacrimais.

21 Ortopedia e Traumatologia

1. IntroduçãoA histó ria da Ortopedia tem início nos tempos primitivos, passando por egí pcios, gregos, romanos e á rabes. Depois de anos de pouca importâ ncia na Idade Mé dia, ressurge no sé culo XII e chega ao sé culo XX, desenvolvendo-se com as grandes guerras.

A Ortopedia é a especialidade médica que cuida das doenças e deformidades dos ossos, múscu-los, ligamentos e articulações. Já a Traumatologia é a especialidade médica que lida com o trauma do aparelho musculoesquelético. No Brasil, as especialidades são unificadas, recebendo o nome de Ortopedia e Traumatologia.

Outro importante campo de atuação da especialidade é a área do esporte, onde temos as lesões esportivas com características próprias de cada modalidade. As lesões decorrentes das ativida-des esportivas envolvendo o sistema musculoesquelético, de modo geral, envolvem os músculos, tendões, cápsula e ligamentos articulares e os ossos nos mais diversos graus de comprometi-mento, afastando o atleta de suas atividades esportivas por tempo determinado, de acordo com a gravidade da lesão.

Residência Médica

Entrada Acesso direto

Duração 3 anos

Rodízio nas áreas

- Ambulatório;- Enfermaria;- Pronto-Socorro;- Centro Cirúrgico das diversas áreas: Tumores, Quadril, Coluna, Ombro

e Cotovelo, Pé, Joelho, Mão, Trauma, Trauma Esportivo, Doenças Oste-ometabólicas etc.

Média de vagas no país

718:- Norte: 22;- Nordeste: 108;- Centro-Oeste: 48;- Sul: 125- Sudeste: 415.

65ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

3. Vantagens e difi culdadesExistem boas oportunidades de trabalho, e essa é uma área de acesso direto, diminuindo as tensões de novas provas de acesso, como na Cirurgia Geral. Normalmente a remuneração é boa, e as di-versas áreas de atuação permitem ao profi ssional atuar naquilo que mais lhe interessa. Ao longo do tempo, o ortopedista consegue melhorar as condições de trabalho, fi liando-se a uma equipe já formada ou mesmo abrindo e expandindo o consultório particular.

Como difi culdades, existe a grande carga de trabalho, já que os ortopedistas não trabalham em um só local. A demora para obter prestígio e clientela também é grande quando o profi ssional monta um consultório particular, o que o acaba levando a trabalhar em plantões, já que toda Emergência necessita de ortopedistas. Existem também difi culdades como as crescentes questões médico-le-gais, a frequente exposição a radiação ionizante e a forte necessidade de atualizações.

O que o tornará um bom ortopedista?- Ser criativo, detalhadamente orientado, e cobrar de si mesmo alto padrão de postura;

- Permanecer relaxado e confi ante, mesmo sob extrema pressão;

- Ter ótima destreza manual.

4. Situação atual e perspectivasA Ortopedia é uma das melhores especialidades do momento, devido a várias questões: envelhe-cimento da população, aumentando o número de possíveis pacientes; população preocupada em aumentar atividades físicas, com o boom das academias de ginástica e, como consequência, maior frequência de lesões de esforço repetitivo; alta frequência de pequenos procedimentos em nível ambulatorial, assim como cirurgias pequenas, médias e grandes; indústria de órteses e próteses com novas e constantes tecnologias, facilitando o trabalho do ortopedista e impulsionando a es-pecialidade; possibilidade de expandir os serviços com utilização da Medicina do Esporte; consi-derável número de acidentes de todos os tipos, estimulando o crescimento da Traumatologia; e incremento, no país, das atividades industriais e comerciais que levam a maiores vícios de postura, e diversos outros pontos.

2. Áreas de atuaçãoA Ortopedia é uma especialidade clínico-cirúrgica, com área de atuação dividindo-se em consul-tó rio, salas de cirurgia, visitas pré e pó s-operató rias, plantões de Ortopedia ou Trauma, tudo isso em hospitais públicos e privados. Dependendo da sua formação, o profi ssional pode realizar ci-rurgias, tratar de pacientes politraumatizados, com fraturas ósseas simples ou mais complicadas, bem como tratar e orientar pacientes com malformação óssea e problemas de postura.

Alguns mitos devem ser esclarecidos sobre a Ortopedia: não é uma área exclusiva de homens e não exige somente força física. Cada vez mais mulheres estão nessa área, e muitas vezes são re-ferência. Outro mito é que esses profi ssionais não são inteligentes ou capacitados; a área exige um conhecimento considerável e atualização constante, com diversas técnicas surgindo a cada dia, o que exige do profi ssional estudar tanto ou mais do que em outras áreas.

Remuneração (média)De R$6.500,00 a R$13.000,00

guia de 66 ESPECIALIDADES

5. Estilo de vida Existe uma boa imagem com relação à qualidade de vida dos ortopedistas. Apesar de a carga ho-rária ser extenuante, o profissional pode escolher entre dar ou não plantões, o que acrescenta muito em relação à qualidade de vida. Há boa remuneração, e, ao longo do tempo, com consultório particular e fazendo parte de uma equipe, esse médico pode contar com maior qualidade de vida. Vale lembrar que, excetuando-se os plantões e traumas, os procedimentos cirúrgicos da área são, em geral, eletivos.

6. Subespecialidades - Ortopedia Geral; - Ombro e Cotovelo; - Mão e Microcirurgia; - Joelho; - Pé; - Coluna; - Quadril; - Medicina do Esporte; - Ortopedia Pediátrica; - Traumatologia.

Ortopedistas em atividade (dados em 2014)Cerca de 13.143

22 Otorrinolaringologia

1. IntroduçãoA Otorrinolaringologia é o ramo da Medicina especializado no diagnóstico e no tratamento de doenças da cabeça e do pescoço. Trata-se de uma área clínico-cirúrgica extremamente complexa, com doenças bem prevalentes na população.

Também é uma área bastante antiga, que lida com 3 dos 5 sentidos humanos (audiç ã o, olfato e gus-taç ã o), alé m dos distú rbios da voz. Vem ampliando muito sua á rea de atuaç ã o, abrangendo, alé m das á reas bá sicas de Ouvido, Nariz e Garganta, o estudo das Apneias Obstrutivas do Sono, Glâ ndulas Sali-vares, Cirurgia Esté tica Facial, Medicina do Trabalho, Otoneurologia, Cirurgia Cervicofacial, Audiologia, Craniomaxilofacial e Cirurgia da Base Anterior e Posterior Craniana.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 3 anos

Rodízio nas áreas

- Bucofaringologia;- Estomatologia e Laringologia;- Otologia e Otoneurologia;- Rinologia e Sinusologia;- Tumores da Face, Pescoç o e Base do Crâ nio;- Cirurgia do Trauma e Esté tica Facial;- Urgê ncias e Emergê ncias em Otorrinolaringologia.

Média de vagas no país

194:- Norte: 7;- Nordeste: 28;- Centro-Oeste: 8;- Sul: 28;- Sudeste: 123.

2. Áreas de atuaçãoEssa é uma área clínico-cirúrgica em que o profi ssional poderá nã o só dedicar-se à cirurgia ou à clí nica, mas também mesclar as atividades ou até dedicar-se somente à clínica, como alguns especialistas têm feito. Os locais de atuação podem ser consultórios particulares, hospitais de todos os portes, inclusive os de referência, os particulares e os públicos, alguns plantões (não são muitos) e o meio acadêmico.

GUIA DE 68 ESPECIALIDADES

3. Vantagens e difi culdadesAs principais vantagens concentram-se no fato de ser uma área clínico-cirúrgica, em que o médico pode escolher praticamente tudo o que quer fazer, lidando desde com Alergia ou Otoneurologia, por exemplo, até com Cirurgias de Base de Crâ nio, Face e Regiã o Cervical.

Vale lembrar que é uma área com grande resultabilidade, o que gera grande satisfação ao profi ssio-nal, além da grande demanda, já que as patologias atendidas por otorrinos são muito frequentes.

Como difi culdades, podemos citar a grande dependência de planos de saúde, o início de carreira, principalmente devido à difi culdade de montar um consultório (alto custo de materiais), e a relativa pequena quantidade de vagas nos locais de Residência Médica, o que faz aumentar a concorrência.

O que o tornará um bom otorrinolaringologista?- Gostar de trabalhar com as próprias mãos;

- Trazer sempre novas ideias para a resolução de problemas;

- Gostar de ter bastante contato com pacientes;

- Gostar de ver resultados imediatos;

- Atentar-se a detalhes e ser perfeccionista.

4. Situação atual e perspectivasA Otorrinolaringologia é vista, hoje, como uma das melhores especialidades a serem escolhidas, que alia boa qualidade de vida a uma área ampla e bem vista. Antigas visões estão sendo deixadas de lado, como a de que os otorrinos operavam apenas amígdalas ou que eram chamados de “médicos do ronco”. Os profi ssionais têm bom campo de trabalho, com diversas oportunidades de emprego, e, apesar de haver muitos profi ssionais, o mercado ainda não está saturado, principalmente fora dos grandes cen-tros, sendo o profi ssional responsável pela maioria das cirurgias faciais realizadas no país.

A especialidade lida também com todas as idades e tipos de pessoas, desde aquelas com infecções rotineiras até pacientes oncológicos. Os profi ssionais devem atualizar-se constantemente, pois no-vas tecnologias e métodos são incorporados à profi ssão, de diagnóstico ou de tratamento. O futuro do otorrino é permeado de possibilidades: implantes cocleares cada vez mais frequentes, novos e modernos aparelhos de surdez, cirurgia robótica e até prevenção sobrepujando as correções.

Otorrinolaringologistas em atividade (dados em 2014)Cerca de 5.703

Existe relação com outras áreas da saúde, como a Fonoaudiologia, que geralmente realiza exames importantes para o Otorrino, como a Audiometria. Por isso, algumas vezes, em consultórios dessa área, há associação a profi ssionais de Fonoaudiologia.

Vale lembrar que existe a possibilidade de cirurgias estéticas na Otorrinolaringologia, como a oto-plastia (correção da “orelha de abano”). Outro fator importante de atuação é o público-alvo, que vai de recém-nascidos a idosos.

Remuneração (média)De R$4.500,00 a R$9.000,00

69OTORRINOLARINGOLOGIA

5. Estilo de vida Apesar de ser uma especialidade cirúrgica, a Otorrinolaringologia promove boa qualidade de vida aos seus profissionais. Há muito atendimento em consultórios, particulares ou mesmo convênios, o que leva o médico a escolher a melhor maneira de atuar, com carga horária bastante flexível.

A relação de possíveis procedimentos diagnósticos ou terapêuticos agrega valor às consultas, o que é muito bom para esses profissionais.

As cirurgias, de modo geral, não são muito demoradas e também não levam a complicações frequentes, sem contar o fato de que a grande maioria delas é eletiva, o que eleva a qualidade de vida.

6. Subespecialidades - Rinologia; - Otologia; - Laringologia e Voz; - Bucofaringologia e Estomatologia; - Otoneurologia; - Otorrinopediatria; - Medicina do Sono; - Estética Facial.

23 Patologia e Patologia Clínica

1. IntroduçãoA Patologia, ou Anatomia Patológica, é uma especialidade médica de acesso direto voltada para a avaliação das doenças por meio das possíveis manifestações patológicas no organismo. Envolve tanto a ciência básica quanto a prática clínica e é voltada ao estudo das alterações estruturais e funcionais das células, dos tecidos e dos órgãos que estão ou podem estar sujeitos a doenças. É a especialidade que estabelece a ligação entre as cadeiras básicas e as aplicadas, exigindo do profi ssional conheci-mentos teórico-práticos além de amplos e profundos.

O laboratório de Patologia é o local de trabalho desse especialista, que analisa e interpreta as alte-rações macro e microscópicas ocorridas nos órgãos e que lhe causaram alterações permanentes e graves, que muitas vezes culminaram em sua morte. Os patologistas, por isso, são os médicos espe-cializados na arte e na ciência do diagnóstico. Com base nesses laudos, os clínicos e cirurgiões que acompanham um paciente poderão instituir seu tratamento.

A Patologia Clínica ou Medicina Laboratorial é uma especialidade médica também de acesso direto, que tem por objetivo auxiliar os médicos de outras especialidades a diagnosticarem doenças por meio da análise de sangue, urina, fezes, líquido ascítico, fl uido seminal, líquido pleural e diversos outros fl ui-dos corpóreos que, quando alterados, podem dar pistas da possível causa da afecção que está aco-metendo o paciente.

Esses líquidos corpóreos podem ser mensurados e quantifi cados, e, a partir da avaliação de seus valo-res-padrões de normalidade, o médico poderá identifi car se seu paciente está doente, além de buscar e tratar a causa.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 3 anos

Média da vagas no país

Patologia – 128:- Norte: 3;- Nordeste: 20;- Centro-Oeste: 8;- Sul: 27;- Sudeste: 79.Patologia Clínica – 21:- Sul: 1;- Sudeste: 20.

71PATOLOGIA E PATOLOGIA CLÍNICA

3. Vantagens e difi culdadesAs especialidades de Anatomia Patológica e Patologia Clínica são muitas vezes procuradas por mé-dicos que optam em não ter contato direto com o paciente e que visam trabalhar em locais tran-quilos, longe dos barulhos hospitalares do dia a dia. Por isso, acaba sendo uma área de atuação que proporciona melhor qualidade de vida nesse aspecto, mas a carga horária não deixa de ser alta se comparada à de qualquer outra especialidade.

Uma das desvantagens é que o profi ssional fi cará restrito aos ambientes laboratoriais dos grandes hospitais ou clínicas, não sendo possível a abertura de um consultório médico. Mas esse, muitas vezes, já é o objetivo, não sendo, portanto, um empecilho na escolha dessa especialidade.

Mais uma difi culdade encontrada na área da Patologia Clínica é que sua atuação é compartilhada por profi ssionais de outras áreas, como o biólogo, o biomédico, o farmacêutico e o bioquímico, to-dos especializados em análises clínicas, química clínica e biologia molecular.

O que o tornará um bom patologista ou patologista clínico?- Dominar a área da avaliação diagnóstica macro e microscópica;

- Manter boa relação com as demais especialidades médicas, assim como com os profi ssionais de outras áreas;

- Saber manusear os equipamentos laboratoriais e interpretar seus resultados;

- Ter paciência para avaliar com cautela os achados microscópicos e reavaliá-los, caso seja necessário;

- Buscar sempre estar atualizado diante das pesquisas em sua área de atuação.

4. Situação atual e perspectivasA Anatomia Patológica é uma área de extrema necessidade por ser uma das principais bases diagnósticas de neoplasias que acometem grande parte da população. A Patologia Clínica, por ser a área de diagnósticos laboratoriais, é de suma necessidade para a elucidação diagnóstica e o acompanhamento de tratamentos. De qualquer forma, ambas são áreas de constante crescimento e estudos, visando à precocidade e à rapidez nos diagnósticos.

Patologistas em atividade (dados em 2014)Cerca de 3.162

2. Áreas de atuaçãoTanto o patologista quanto o patologista clínico trabalham em laboratórios particulares, hospitais ou universidades. São auxiliados por uma equipe composta por técnicos de laboratório e assisten-tes administrativos, onde avaliam o material coletado e descrevem as alterações encontradas por meio dos laudos anatomopatológicos ou da liberação dos resultados laboratoriais.

O patologista realiza, ainda, autópsias no Instituto de Medicina Legal (IML) ou no Serviço de Ve-rifi cação de Óbito (SVO) quando há dúvida sobre a doença que levou ao falecimento do paciente.

Remuneração (média)De R$8.000,00 a R$15.000,00

guia de 72 ESPECIALIDADES

5. Estilo de vida São campos de atuação profissional que possibilitam melhor qualidade de vida, pois trabalham em locais mais tranquilos, distantes do estresse dos corredores hospitalares. E, mesmo a carga horá-ria sendo extensa, pode-se optar por não trabalhar como plantonistas noturnos, o que possibilita boa qualidade de vida.

6. Subespecialidades A Patologia Clínica possui áreas de atuação específicas como: - Química Clínica; - Hematologia, Imuno-Hematologia e Hemoterapia; - Imunologia; - Microbiologia (bactérias, fungos, vírus); - Parasitologia; - Urinálise; - Biologia Molecular; - Genética Médica.

Médicos em Patologia Clínica em atividade (dados em 2014)Cerca de 1.699

24Pediatria

1. IntroduçãoAté o século XIX, muitas crianças faleciam devido à falta de entendimento, higiene, diagnóstico e tra-tamento infantil. No fi nal desse século, iniciou-se a criação de algumas especialidades médicas, dentre elas a Pediatria. A institucionalização da área foi difícil, pois não se compreendia a diferença entre a medicina voltada para o adulto e a voltada para a criança. Para a criação da especialidade, foi defen-dido que as crianças necessitavam de uma semiologia e de um tratamento para suprir todas as sin-gularidades e fragilidades infantis.

Para especializar-se em Pediatria, o acesso é direto e tem a duração de 2 anos.

Residência Médica

Entrada Acesso direto

Duração 2 anos

Rodízio nas áreas

- Unidade de Internação Geral;- Ambulatório;- Urgência e Emergência;- Neonatologia;- Unidade de Internação;- Unidade de Terapia Intensiva Pediatria/Neonatal;- Cursos obrigatórios: Atenção Perinatal (binômio mãe–feto e

reanimação neonatal), Treinamento em Aleitamento Materno, Controle de Infecção Hospitalar, Controle de Doenças Imunopre-veníveis, Prevenção de Acidentes na Infância e na Adolescência, Crescimento e Desenvolvimento e Atenção à Saúde do Adoles-cente.

Média de vagas no país

1.548:- Norte: 66;- Nordeste: 282;- Centro-Oeste: 128;- Sul: 243;- Sudeste: 829.

GUIA DE 74 ESPECIALIDADES

3. Vantagens e difi culdadesAs principais difi culdades que o pediatra sofre, no início da carreira, são a princípio a falta de ex-periência, fato comum entre qualquer recém-formado, por não ter intimidade com os familiares da criança, e a escolha da especialidade ou da subespecialidade dentro da Pediatria.

O que é gratifi cante ao pediatra é poder observar a melhora do seu paciente, pois a criança trans-parece verdadeiramente o que está sentindo e, quando está doente, fi ca totalmente indisposta, ge-rando um enorme mal-estar em todos que a cercam. Porém, ao se recuperar, logo volta a brincar e a sorrir. Outra vantagem é a grande possibilidade de empregos e variedade de subespecialidades.

O que o tornará um bom pediatra?- Ser atencioso com a criança e com os familiares;

- Ter facilidade de lidar com pessoas;

- Ser bom observador;

- Ser paciente.

4. Situação atual e perspectivasA Pediatria continua a ser uma das maiores especialidades do país, mesmo com a diminuição da procura dos médicos recém-formados. A carreira não apresenta difi culdade em conseguir empre-gos, pois é muito ampla e estão faltando profi ssionais. De qualquer forma, vem se modernizando, incorporando os avanços tecnológicos para promoção da saúde, prevenção de doenças e obtenção de tratamentos precocemente.

Pediatras em atividade (dados em 2014)Cerca de 34.637

2. Áreas de atuaçãoA Pediatria cuida das crianças desde o período neonatal até a adolescência. Além do tratamento, precisa haver um bom entendimento com a família, para poder orientar sobre questões como ali-mentação, aleitamento materno, vacinação e prevenção de acidentes. O pediatra trabalha com puericultura, desenvolvendo a prevenção e o acompanhamento de todos os sistemas, e pode tra-balhar na área curativa, aplicando técnicas de tratamentos das mais diversas e fazendo pesquisas para métodos que desenvolvam mais rapidamente os diagnósticos. O campo de prestação de ser-viço pode abranger clínicas, consultórios, hospitais e ambulatórios tanto particulares quanto pú-blicos. O pediatra, além de tratar da saúde infantil, pode orientar as famílias sobre questões como alimentação, aleitamento materno, vacinação e prevenção de acidentes.

Remuneração (média)De R$6.000,00 a R$12.000,00

75PEDIATRIA

5. Estilo de vida Devido ao amplo campo de atuação, o pediatra pode definir como quer dividir os seus horários de trabalho, de lazer ou de descanso. Dois caminhos podem ser seguidos: dedicar-se somente à car-reira, com menos tempo livre, o que é plausível dentro da Pediatria, diante de tantas possibilidades de emprego; e dividir o tempo de serviço com outras atividades, dedicando parte de seu tempo aos pacientes e à família, ao lazer e às férias.

6. Subespecialidades - Oncologia; - Cardiologia; - Endocrinologia; - Pneumologia; - Neurologia; - Gastroenterologia; - Infectologia; - Medicina Intensiva; - Nefrologia; - Nutrologia; - UTI; - Neonatologia; - Hebiatria; - Hematologia e Hemoterapia.

25Psiquiatria

1. IntroduçãoA Psiquiatria é uma especialidade da Medicina que lida com as diferentes formas de sofrimentos mentais, de cunho orgânico ou funcional, com manifestações psicológicas severas, como depres-são, esquizofrenia, demência, transtornos de ansiedade, transtornos de personalidade e muitas outras patologias que acometem a mente humana. Os psiquiatras têm, por objetivo, prevenir, identificar e atuar no tratamento dessas afecções que acometem cada vez mais a população dos grandes centros.

Atualmente, passamos por um momento em que essas doenças estão sendo mais diagnosticadas, por isso a meta principal do psiquiatra é proporcionar o alívio do sofrimento e o bem-estar psíquico do paciente. Para isso, é necessária uma avaliação completa do indivíduo, com perspectivas biológicas, psicológicas e de ordem cultural.

A história da Psiquiatria tem origem, ainda, no século V a.C., enquanto os primeiros hospitais para doentes mentais foram criados na Idade Média. Durante o século XVIII, a área evoluiu como campo médico, e as instituições passaram a utilizar tratamentos mais elaborados e humanos. No século XIX, houve um aumento importante no número de pacientes. No século XX, renasceu o entendimento biológico das doenças mentais, introdução de classifi cações para os transtornos e medicamentos psiquiátricos.

Residência Médica

Entrada Acesso direto

Duração 3 anos

Média de vagas no país

417:- Norte: 2;- Nordeste: 81;- Centro-Oeste: 29;- Sul: 84;- Sudeste: 221.

77PSIQUIATRIA

3. Vantagens e difi culdadesO médico, ao decidir-se pela Psiquiatria, tem a comodidade de já ter o acesso direto como escolha, sem precisar de outra área como pré-requisito. Logo que conclui os estudos ele pode atuar como um profi ssional entendedor das afecções mentais.

Uma das difi culdades encontradas nessa área é que muitas doenças psiquiátricas não têm cura, fazendo que o paciente necessite de atendimento durante toda a vida, causando um empecilho àquele profi ssional que gosta de resultados mais imediatos, como um clínico que consegue rever-ter um infarto agudo do miocárdio; o psiquiatra não consegue solucionar uma depressão em ques-tão de dias, meses ou até anos. O número de pacientes do psiquiatra também não aumenta tão rapidamente, em função do preconceito que persiste com relação à especialidade.

O que o tornará um bom psiquiatra?- Ser confi ante e ter uma boa prática médica para atuar diante do paciente psiquiátrico;

- Manter boa relação médico–paciente, pois dela dependerá o sucesso ou o fracasso desse tipo de trata-mento;

- Ter carisma e transmitir fatos coerentes e viáveis aos pacientes;

- Não ser intempestivo e saber o momento certo de agir e parar;

- Tomar condutas coerentes e, se for o caso, até individualizadas perante cada caso;

- Buscar sempre estar atualizado adiante das pesquisas em sua área de atuação.

4. Situação atual e perspectivasA Psiquiatria é uma área de grande excelência por lidar com as patologias da mente, pois é dela que o ser humano depende para poder atuar diante de uma sociedade, às suas diversas facetas de relações interpessoais e a si mesmo. Uma pessoa desprovida de características mentais ou psicos-sociais não consegue se expressar ou conviver com os outros indivíduos. É uma área de extrema necessidade e em constante aprimoramento, com o surgimento de fármacos que tentam melhorar a condição de inúmeros pacientes acometidos por essas afecções mentais.

2. Áreas de atuaçãoO psiquiatra pode realizar suas atividades profi ssionais em hospitais de urgência e emergência psi-quiátricas, em hospitais que realizam internação dos casos mais graves, consultórios particulares ou atendimento nos ambulatórios do sistema público de saúde. Atua, também, em centros de de-pendentes químicos ou em locais que lidem com detentos de alta periculosidade, como na psiquia-tria forense.

O psiquiatra tende a intervir na doença ou no problema psíquico por meio de medicamentos ou terapêuticas diversas, como a psicoterapia, a psicofarmacologia ou, dependendo do caso, a ele-troconvulsoterapia. A avaliação psiquiátrica envolve o exame do estado mental e a história clínica. Testes psicológicos, neurológicos e neuropsicológicos e exames de imagem podem ser utilizados como auxiliares na avaliação.

Remuneração (média)De R$9.000,00 a R$17.000,00

guia de 78 ESPECIALIDADES

5. Estilo de vida Assim como as diversas outras áreas médicas, esse profissional almeja uma qualidade de vida que lhe proporcione satisfação profissional somada aos cuidados com a família e momentos de lazer. Muitos profissionais, para alcançarem essa estabilidade, buscam atuar em seus próprios consul-tórios ou atender pacientes em enfermarias, longe das portas de prontos-socorros de urgência e emergência.

6. Subespecialidades - Psiquiatria da Infância e do Adolescente; - Psiquiatria Geriátrica; - Psiquiatria Forense.

Psiquiatras em atividade (dados em 2014)Cerca de 9.010

26 Radiologia e Diagnóstico por Imagem

1. IntroduçãoA história da Radiologia começou em 1895, com a descoberta experimental dos raios x pelo físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen. A 1ª radiografia foi feita em dezembro de 1895: o pesquisador radiografou a mão da própria mulher, obtendo a imagem dos ossos dentro de tecidos moles me-nos densos. Essa descoberta foi revolucionária para a Medicina da época, pois permitia observar o interior do paciente. No Brasil, a 1ª radiografia foi realizada no ano de 1896. Com o passar dos anos e o avanço dos métodos, tornou-se universal a sua abrangência na pesquisa diagnóstica do ser humano. No começo do século XX, modificações foram feitas nos métodos e novos equipa-mentos surgiram, para aperfeiçoar a qualidade da imagem e diminuir a quantidade de radiação ionizante usada nos pacientes de maneira que não fosse prejudicial à vida deles e à do operador das máquinas. Hoje, as tomografias computadorizadas, as ressonâncias magnéticas, as cintilogra-fias e outros diversos exames de imagem são de alta tecnologia e fornecem imagens totalmente seccionadas do organismo, sem que o paciente sofra com isso, permitindo o diagnóstico precoce.

A especialidade tem uma área de abrangência imensa, pois é preciso ter um conhecimento geral sobre toda a Medicina para atuar nesse campo. É bastante versátil, pois tem contato direto com todas as outras áreas. Nos 3 anos de Residência, aprende-se um pouco de tudo, como física, ana-tomia e patologia de cada sistema. O radiologista não trabalha tão pouco, como muitos pensam, a começar pela carga horária da Residência, que é completa e tem plantões todos os anos. O exer-cício profissional pode ser intenso devido à alta demanda de exames e plantões. E, apesar de não parecer, o radiologista tem contato com os pacientes. Em diversos exames o contato é direto e, em alguns, atuam como intervencionistas. Existem procedimentos em que o médico tem contato com o doente antes, durante e depois do procedimento, podendo existir uma relação médico–pa-ciente mais duradoura.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 3 anos

Média da vagas no país

385:- Norte: 9;- Nordeste: 63;- Centro-Oeste: 27;- Sul: 69;- Sudeste: 226.

GUIA DE 80 ESPECIALIDADES

3. Vantagens e difi culdadesÉ recompensador saber que se pode auxiliar e fazer a diferença na condução de um caso. E são muito gratifi cantes a convivência, a troca de experiências com os demais especialistas e a confi r-mação de um diagnóstico. Sempre se está em contato com outras especialidades, tanto em reu-niões multidisciplinares quanto na rotina de um plantão, com isso se pode aprender muito uns com os outros. Como desvantagem, há a dependência de uma atualização constante das máquinas, que são caras, assim como a manutenção. Existe a difi culdade de dominar todas as áreas, pois na maio-ria dos serviços não há uma subdivisão da especialidade.

Outra complicação é a falta de história clínica fornecida nos pedidos de exame, o que prejudica a escolha do protocolo ideal de exame. Com a utilização adequada dos equipamentos de proteção individual, não considerando os radiologistas que trabalham com intervenção, que estão expostos a uma dose maior que os demais, não há com que se preocupar com relação à excessiva exposição a radiação ionizante. Outra difi culdade enfrentada é que outros especialistas ignoram os laudos dos radiologistas, interpretando as imagens, algumas vezes, errando o diagnóstico, por serem fa-cilmente disponibilizadas em CDs.

O que o tornará um bom radiologista?- Manter-se sempre atualizado;

- Dominar a tecnologia de todo equipamento utilizado;

- Ter maior conhecimento geral sobre Medicina;

- Ter noções de física;

- Ser extremamente concentrado;

- Gostar de trabalhar com equipe multidisciplinar.

2. Áreas de atuaçãoO radiologista pode atuar em hospitais e ambulatórios e realizar exames em pacientes de qual-quer faixa etária. A sua rotina se defi ne em saber realizar o exame pessoalmente ou oferecer as coordenadas para a execução de um técnico ou biomédico. Esse profi ssional faz a análise crítica do pedido de exame, conhece as indicações e contraindicações dos métodos, faz exames e laudos, correlacionando os achados obtidos com os dados clínicos, e deve ter base de física para enten-der a obtenção das imagens, procurando sempre melhorá-la e realizar uma documentação de boa qualidade. Também pode atuar na área administrativa, opinando na escolha dos equipamentos, realizando contratos de compra e de manutenção e atualizando protocolos de exames. Pode atuar, ainda, na área acadêmica ao dar aulas na graduação e ensinar os residentes a conhecer e a mani-pular os aparelhos e a laudar os exames realizados. O profi ssional que se interessa pela carreira científi ca pode participar de congressos nacionais e internacionais e redigir artigos e capítulos de livros para publicação.

Remuneração (média)De R$2.500,00 a R$4.500,00

81RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

4. Situação atual e perspectivasA carreira passa por uma valorização profissional. Sua demanda é alta, com absorção imediata ao término da Residência e maior rotação entre os que estão na área há mais tempo. O mercado de trabalho é variável, pois acompanha o desenvolvimento econômico do país, uma vez que os meios de contraste e os equipamentos são importados, portanto as dívidas são feitas em dólares.

A remuneração no setor público é baixa, mas interessante, devido às diversidades de doenças, ao ingresso na área acadêmica e ao desenvolvimento de pesquisas científicas. Já no setor privado a remuneração é melhor, permitindo ao profissional um plano de carreira, com mudanças dos níveis salariais e valorização do currículo devido à educação médica continuada. Hoje em dia, o setor pri-vado está competindo com o setor público na busca dos melhores talentos, desenvolvendo ativi-dades acadêmicas e científicas. Nesse mesmo setor privado existe uma variação quanto ao salário: quanto mais afastado dos grandes centros, maior a remuneração.

Radiologistas em atividade (dados em 2014)Cerca de 9.672

5. Estilo de vida Diferentemente das outras áreas, o radiologista não precisa de muito tempo para se estabilizar financeiramente. Ficam a critério do profissional o quanto ele quer trabalhar e o quanto almeja ga-nhar. Para quem gosta de um estilo de vida mais tranquilo, existe a opção de trabalhar períodos menores, ganhando um pouco menos. Mas também existe a possibilidade para quem prefere uma carreira profissional mais atarefada. Porém, é um mito dizer que o radiologista trabalha pouco; não é nada comparado à vida de um cirurgião, mas ainda assim é cansativa, pois exige alto grau de concentração.

27 Radioterapia

1. IntroduçãoA radioterapia é um método de combate ao câncer, capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes. O tratamento consiste basicamente na aplicação de radiaç ã o em uma determinada área de tecido que englobe o tumor, por determinado período de tempo. A relação entre o dano e o benefício deve ser considerada, a fi m de causar o menor dano à s cé lulas normais circunvi-zinhas ao tumor.

O radioterapeuta é o profi ssional dessa área, especializado em tratar tumores malignos. Ele tem as funç õ es de avaliar o caso clínico do paciente, planejar a radioterapia, monitorizar a resposta e os efei-tos colaterais do tratamento, proceder aos ajustes e as modifi caç õ es té cnicas quando necessá rio e se certifi car de que o tratamento está sendo realizado no melhor controle de qualidade disponí vel.

Residência MédicaEntrada Acesso direto

Duração 3 anos

Rodízio nas áreas

- Cancerologia;- Clí nica Mé dica;- Patologia;- Radioterapia Clí nica e Princí pios de Radiobiologia;- Fí sica Mé dica e Informá tica;- Radioterapia Clí nica;- Radiobiologia e Fí sica Mé dica com Treinamento de Braquiterapia de

Baixa, Mé dia e Alta Taxa de Dose;- Ressonâ ncia Magné tica e Sistemas Computadorizados de Planeja-

mentos;- Radiocirurgia;- Terapia Conformacionada;- Feixes de Intensidade Modulada;- Té cnicas de Radiaç ã o de Campos Alargados e Implantes Intersti-

ciais.

Média de vagas no país

53:- Norte: 1;- Nordeste: 5;- Centro-Oeste: 13;- Sul: 7;- Sudeste: 37.

83RADIOTERAPIA

3. Vantagens e difi culdadesEsses profi ssionais estão em falta no mercado. Existem regiões do país com número baixíssimo de radioterapeutas, e isso, com certeza, é uma grande vantagem, pelas ótimas oportunidades de empregos.

Por outro lado, os pacientes com os quais esse médico trabalha são mais graves e, por vezes, debi-litados, e o profi ssional deve ter uma estrutura emocional mais elevada. Também é uma área que gera grandes avanços a cada dia, o que exige atualização constante.

O que o tornará um bom radioterapeuta?- Ter capacidade emocional para trabalhar com pacientes mais graves;

- Estar sempre antenado em novas tecnologias;

- Ter visão clínica para acompanhar vários aspectos do paciente ao mesmo tempo;

- Ter boa relação interpessoal/médico–paciente.

4. Situação atual e perspectivasGrande campo e alto reconhecimento têm sido a marca dessa especialidade. Novas técnicas sur-gem constantemente, e não é possível prever quais tecnologias teremos em alguns anos, porém a área deve continuar como ótima opção por muitos anos.

Radioterapeutas em atividade (dados em 2014)Cerca de 619

5. Estilo de vida Trata-se de uma área que certamente possibilita ótima qualidade de vida, por trabalhar com re-gime ambulatorial, sem procedimentos de urgência/emergência. O profi ssional pode escolher que esquema de trabalho melhor se encaixa em suas pretensões e assim fl exibilizar seus horários. A rotina com pacientes mais debilitados pode ser fator de certo desgaste emocional, o que pode ser compensado com tratamentos bem-sucedidos em muitos pacientes.

2. Áreas de atuaçãoA atuação dos radioterapeutas acontece basicamente em grandes hospitais gerais e especializa-dos em Oncologia ou, ainda, em clínicas especializadas em Radioterapia, já que o maquinário e os equipamentos necessários para as técnicas têm custo elevadíssimo. Se esse profi ssional tem um grande aporte fi nanceiro, pode abrir a própria clínica, porém isso exige elevado capital. Outra forma de atuação está no meio acadêmico, no ensino ou mesmo na pesquisa.

Remuneração (média)De R$6.500,00 a R$12.500,00