NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO OFICINA DE FORMAÇÃO

JOSÉ ANTÓNIO ESTEVES ARROZ SANT’ANAJUNHO/2011

O acordo ortográfico tem em vista um vocabulário ortográfico comum da Língua Portuguesa, tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível no que se refere às terminologias científicas e técnicas.

A adoção do acordo ortográfico vai ser fácil para aqueles alunos que já frequentam o 1º ciclo. Há casos em que será mais fácil a sua adaptação, por exemplo no caso das sequências consonânticas, em que as letras invariavelmente mudas nas pronúncias cultas da Língua se eliminam.Devido à alteração na acentuação há várias palavras que irão ficar com a mesma grafia, nestes casos o contexto ortográfico irá permitir distinguir claramente tais homógrafas.

Dizer que o novo acordo ortográfico é contra o idioma português é algo totalmente errado dado que a Língua Portuguesa tem vindo a evoluir ao longo dos anos, não é uma língua morta.

As crianças em processo de alfabetização, como acontece no meu caso, que leciono a uma turma de 1º ano, serão as menos afetadas. Isso porque no primeiro ano, os meus alunos preocupam-se com outros aspectos da ortografia que não a colocação ou não de hifenes.Há uma maior preocupação com a correta utilização do h (Base II), a homofonia de grafemas consonânticos (Base III), as sequências consonânticas (Base IV), a acentuação gráfica das palavras oxítonas (Base VIII), o uso das maiúsculas e minúsculas (Base XIX) e a divisão silábica (Base XX).

Além disso, houve o cuidado de logo no princípio do ano letivo implementar o novo acordo ortográfico, pelo que os alunos tiveram pouco contacto com a grafia antiga.

1 – Como se escreve? Coloca V (verdadeiro) ou F (falso).Janeiro janeiro inverno Inverno maio Maio Verão verão

2 – Risca a palavra que está mal escrita

cacto cato

chapéu de chuva chapéu-de-chuva

correcto correto

detective detetive

fatura factura

3 – Escreve uma frase para cada palavra correta.

1 – Descobre os erros no texto e sublinha-os. O Carlos caiu e magoou-se no dedo da mão.Não lavou o dedo e ficou infectado.

Foi à sala da enfermeira e levou uma injecção.

2 – Escreve de novo o texto sem erros, com as palavras corretas.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3 – Lê a frase e faz o desenho.a) O pelo do cão é macio. b) O carro para no STOP.

d) O Luís anda pelo caminho coberto de flores

c) O Luís vai para casa na mota da mãe

Assinala com as frases que têm palavras mal escritas.

•O lápis é um objecto da sala de aulas. •É ótimo comer queques de laranja. •O mês de Agosto é muito quente. •A Gina comeu uma pêra verde. •Uma reta é um risco a direito. •O Guedes pintou um retângulo. •Reflectir é o mesmo que pensar. •A Guida deu-me uma colecção de cromos.

2 – Completa as palavras com as letras que faltam.

p______ __arço j_______ c_______

ba___za__ de____tive j_______

É importante ressalvar que o acordo não interfere na Língua falada. Cada uma das nações de Língua Portuguesa mantém seus padrões de entoação e pronúncia. Essa diversidade de sotaques não será abalada. Por isso, a adaptação não deve ser tão difícil para quem escreve com frequência, dado que muitos órgãos de comunicação social já adotaram as normas da nova ortografia e as pessoas já foram interiorizando as diferenças da Língua escrita.

Assim sendo, poderá haver alguns professores que demonstrem alguma resistência a esta mudança, mas é necessário inovar e melhorar as nossas competências para promover e elevar o prestígio da nossa Língua, mas poderão desde já iniciar um processo de reconversão, aplicando algumas das seguintes atividades:

• Pedir aos alunos que escrevam cartazes com as palavras que eles mais usam cuja grafia foi alterada e deixar o material exposto na sala.• Organizar a produção coletiva de um manual com as novas regras, acompanhadas de exemplos. Assim os estudantes terão outro material de consulta sempre à mão. É importante que todos participem da elaboração.

• Combinar com a turma o período em que a grafia antiga será aceite e quando ela passará a ser considerada incorreta. O prazo deve ser estabelecido quando o professor perceber que todos já incorporaram as mudanças, permitindo assim um período de adaptação, que tem de ser breve.

• Planear momentos para apontar e comentar as alterações - mas sem se desviar do conteúdo previsto para trabalhar. Durante a leitura de um determinado texto, se surgir a palavra joia grafada da maneira antiga (jóia), incentivar os alunos a justificar o "erro”, descobrindo, por exemplo, quando o livro foi impresso.