Acordo ortográfico
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Transcript of Acordo ortográfico
Agrupamento de Escolas de Quinta da Lomba
Escola Básica 2,3 de Quinta da Lomba
…ou o resultado de uma reflexão
proposta aos alunos no âmbito da
aplicação do acordo ortográfico.
Agrupamento de Escolas de Quinta da Lomba
Escola Básica 2,3 de Quinta da Lomba
Agrupamento de Escolas de Quinta da Lomba
Escola Básica 2,3 de Quinta da Lomba
Agrupamento de Escolas de Quinta da Lomba
Escola Básica 2,3 de Quinta da Lomba
Ana Rita Rogado
9ºB, Nº2
Agrupamento de Escolas de Quinta da Lomba
Escola Básica 2,3 de Quinta da Lomba
Os meus olhos estão feridos
Vou ser direta ao assunto, e pedir permissão para criticar os
objetivos do futuro de Portugal. Surgiram gémeos que pelos
vistos são esquisitos; houve divórcios que já não precisam de
qualquer ligação; houve queda de consoantes, como o “pê” e
como o “cê”; e o meu mês de aniversário, e todos os outros
passaram a ter a importância de, por exemplo, uma caneta.
Estas novas, e desconhecidas palavras ferem os olhos, e
qualquer dia partem-me as lentes dos óculos graduados.
Diz-se que os estrangeiros invadem as nossas praias no mês
de agosto, mas que importância é que tem, se agora os
meses têm a o mesmo privilégio que a palavra praia? Quantas
foram as canetas vermelhas que a professora da escola
primária utilizou para fazer uma cruz onde faltavam “cês” e
“pês”?
Os meus dedos, que adoravam estar em ação com o teclado
do computador enquanto escreviam textos, estão a tornar-se
preguiçosos. E agora, (quando enunciar o meu destino),
sendo Castelo Branco, Cabo Verde, ou qualquer outro que
leve “hífen”, vai sentir-se só. Quando for ao teatro, vou
visualizar “ato”, e claro, confunde-se com o verbo “atar”.
Quando ligar a televisão, vou ver “direto” em vez de “directo”,
como era habitual. Quando escrever por exemplo: senhor
doutor Dinis da Silva, já nem terá direito “D” maiúsculo. E, até,
para me referir a uma disciplina escolar, se a escrever com
letra minúscula – português – é considerado correto.
A minha ação está a diminur e a minha deceção a aumentar!
Minha Língua Portuguesa, o que foste, o que és, e o que
serás!
Ana Rita Rogado 9ºB, Nº2
Agrupamento de Escolas de Quinta da Lomba
Escola Básica 2,3 de Quinta da Lomba
João Macedo
9ºB, Nº13
Agrupamento de Escolas de Quinta da Lomba
Escola Básica 2,3 de Quinta da Lomba
Crise Ortográfica
Ultimamente, costuma-se dizer que a crise toca a todos, e, realmente, tocou mesmo a todos, até à desgraçada da nossa comezinha ortografia, que, agora, ficou ainda mais pobre. Com os cortes no orçamento, palavras como „há-de‟ vão perder o seu chamado “abono de família”, e ficam assim a escrever-se „ha de‟, mas pensemos positivo.
Não podia ser só cortar, temos que fazer crescer em algum lado,como tal, palavras como „mini-saia‟ ganharam um prémio por separação de longa data, prémio esse que consiste em unir as mesmas, e dobrar a consoante, passa assim a escrever-se „minissaia‟. Bem, mas se estas ganharam um prémio, parece que algumas, como „óptimo‟ ou „recepcionista‟ vão ter que apertar o cinto daqui para a frente, pois a boa vida do „p‟ acabou, e agora passam a escrever-se sem o mesmo. Mas, não notam algo de estranho? Este acordo ortográfico, aprovado na altura do inverno, veio com gripe, é que palavras como „académico‟, passam a escrever-se „acadêmico‟, parece que estavam com o nariz entupido ou coisa assim parecida, é capaz de ser bom para beneficiar as chamadas “tias” que a partir de agora se veem reconhecidas perante a língua portuguesa.
Bem, resumindo e concluindo, este acordo acaba por ser engraçado, é uma série de alterações, mas, claro, valem a pena, afinal de contas, todas têm uma história interessante para ajudar os outros. Já se questionaram se algum dia palavras como comboio ou autocarro serão incluídas neste “pec” e terão de apertar o cinto de tal forma que passam a escrever-se „tren‟ e „ônibus‟? Esperemos para ver...
João Macedo, 9ºB, Nº13
Agrupamento de Escolas de Quinta da Lomba
Escola Básica 2,3 de Quinta da Lomba
Catarina Sousa
9ºA, Nº2
Agrupamento de Escolas de Quinta da Lomba
Escola Básica 2,3 de Quinta da Lomba
Um “espetáculo espetacular”
Há nove anos que estudo, há nove anos que aprendo novas
palavras, há nove anos que trago na minha mochila cês, pês e
acentos, que sempre me foram pedidos pelos professores.
Nove anos passados, obrigam-me a deixá-los em casa porque
já não fazem falta, não preciso deles para ser um “bom
português”. Daqui a poucos meses, regressarei ao 1º ciclo, irei
(re)aprender a escrever, e vou ter de aprender depressa, pois
o tempo não pára para me ensinarem, a mim e a tantos
outros, a escrever.
Não posso dizer que estou contente com esta decisão de
dispensar pês, cês e acentos e tantos mais do meu livro de
memórias, um livro com nove anos de idade, em que fui
“espetadora” assídua de livros de gramática e aulas de Língua
Portuguesa, mas, pelos vistos, não sou a única intrigada no
meio deste “espetáculo”, que tem como “objetivo” secundário
e despropositado fazer-me ser uma “espetadora” ainda mais
assídua e pontual de livros de gramática e de aulas de Língua
Portuguesa.
Parece que, para os mais pequeninos, aqueles que têm nove
e mais anos pela frente, será mais fácil “adotarem” esta nova
forma de escrever e que, pelo que se diz, todo este
“espetáculo” pretende dispensar coisas que não fazem tanta
falta.
Ah! Já agora, que ninguém está a ler tudo isto, esta nova
forma de ensinar e aprender a escrever, veio para ficar. Em
Setembro, já cá canta!
Catarina Sousa, 9ºA, Nº2
Agrupamento de Escolas de Quinta da Lomba
Escola Básica 2,3 de Quinta da Lomba
Gil Gomes
9ºA, Nº7
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Escola Básica 2,3 de Quinta da Lomba
Consoantes a mais…
Com a nova ortografia, muitas consoantes, principalmente os discretos
“tês” e os recatados “cês”, foram obrigados a abandonar algumas palavras.
A ação já não é a mesma. Os “cês” e os “tês” já não atuam da mesma
maneira. Como uma pessoa redigir uma ata, enquanto ata os sapatos. As
palavras sem essas consoantes discretas é como o Egito sem faraós,
consoantes essas que me acompanharam desde o meu primeiro ano até
agora, e agora custa-me desfazer-me delas… Consoantes que, por sorte,
nunca me esqueci de pôr nas palavras (por isso devem estar gratas para
comigo). Confesso que não tenho expetativas quanto a este novo acordo!
E quando algumas palavras saem, outras entram e ganham outro
estatuto, como os “erres”, que se se escrevesse neorrealismo,
antigamente, estaria errado, assim como autorretrato, mas se os hífenes já
não se sentem bem nessas palavras, quem sou eu! Também os “és”
passaram a ser menos originais, como nas palavras veem e teem (lá se
vai o tempo em que cada qual queria ser como era…). Mas os “és” não
foram os únicos, os meses também perderam a sua originalidade, e, acima
de tudo, a importância, pois passaram a ser escritos com minúsculas,
ficando ao mesmo nível de carro, gato e chapéu. Agora o que está a dar é
otimizar os recursos, mas pelos vistos as letras também são otimizadas,
com a queda do p em certas palavras.
Os professores da disciplina de Língua Portuguesa terão de ensinar um
pouco mais sobre a formação de palavras, pois irão aparecer por aí várias
síncopes novas.
As palavras acompanham-nos para o resto da nossa vida, e, por vezes,
com pequenas (grandes) mudanças. Os tempos mudam, e tudo isto é sinal
da atualidade, da vontade de mudança. Espero que pelo menos este novo
acordo não me faça mudar de direção, e que me dê maiores expetativas
quanto ao futuro. Os “cês” e os “pês” podiam ser espetaculares, mas está
na hora de me despedir deles…
Gil Gomes, 9ºA, nº7
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HELDER MACHADO
9ºA, Nº 9
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CAROLINA ROCHA
9ºD, Nº5
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