Actinopodas

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Reino Protista Filo Actinopodas - Diversidade (n. de spp.): O Filo Actinopoda, protistas amebóides, abrange quatro grandes grupos - os Acantários, Radiolários, Heliozoários e os Feodários - com 4240 espécies, aproximadamente, descritas. Radiolários Heliozoários - Habitat(s): Os Heliozoários são o único grupo não plantônico, podendo ocorrer tanto em água doce (maior frequência) como habitats marinhos. Geralmente são encontrados fixos em bentos ou detritos submersos, através de uma haste protéica ou base citoplasmática. Já os demais grupos são exclusivamente marinhos e plantônicos. - Suporte: Os Acantários, Radiolários e Feodários possuem o citoplasma dividido em duas partes por uma parede capsular mucoprotéica: o endoplasma – interno, denso e granuloso, contendo a maioria de suas organelas - e o ectoplasma (ou calima) – externo, contendo mitocôndrias (cristas tubulares), vacúlos digestivos e extrusomas. Ambos possuem, também, esqueletos internos que circundam o endoplasma. Nos Acantários o esqueleto é formado por sulfato de estrôncio embebido por uma matriz protéica e, nos Radiolários e os

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Page 1: Actinopodas

Reino Protista

Filo Actinopodas

- Diversidade (n. de spp.):

O Filo Actinopoda, protistas amebóides, abrange quatro grandes grupos - os Acantários, Radiolários, Heliozoários e os Feodários - com 4240 espécies, aproximadamente, descritas.

Radiolários Heliozoários

- Habitat(s):

Os Heliozoários são o único grupo não plantônico, podendo ocorrer tanto em água doce (maior frequência) como habitats marinhos. Geralmente são encontrados fixos em bentos ou detritos submersos, através de uma haste protéica ou base citoplasmática. Já os demais grupos são exclusivamente marinhos e plantônicos.

- Suporte:

Os Acantários, Radiolários e Feodários possuem o citoplasma dividido em duas partes por uma parede capsular mucoprotéica: o endoplasma – interno, denso e granuloso, contendo a maioria de suas organelas - e o ectoplasma (ou calima) – externo, contendo mitocôndrias (cristas tubulares), vacúlos digestivos e extrusomas. Ambos possuem, também, esqueletos internos que circundam o endoplasma. Nos Acantários o esqueleto é formado por sulfato de estrôncio embebido por uma matriz protéica e, nos Radiolários e os Feodários, a composição vem de elementos sílicosos, onde a solidez só se encontra nos Radiolários, sendo oco nos Feodários.

Os Heliozoários não apresentam nenhuma parede dividindo seus citoplasmas, mas existe uma distinção entre um meio interno granular e uma região superficial vacuolizada. Esta superfície possui um revestimento celular, onde há um esqueleto formado por espinhas sílicosas secretadas.

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- Locomoção:

A locomoção é praticamente passiva e ocorre principalmente por finos pseudópodes irradiados do corpo celular e suportados por um núcleo interno de microtúbulos – os axopódios (estrutura a qual refere-se o nome do filo - pseudópodes mais rígidos, longos e com forma que lembra uma agulha). Cada axopódio contém um bastão central, que é recoberto com um citoplasma adesivo e móvel, algumas espécies também apresentam filópodos delicados e longos. O axopódio auxilia na manutenção da posição do protozoário na coluna d’água por contrações e expansões de vacúolos presentes em si. Processos excrecionais também atuam aqui, flutuando ou afundando-os após as trocas com o ambiente.

Corte de um axopódio

- Nutrição:

Inteiramente heterotróficos, a nutrição ocorre por fagocitose de outros protistas, bactérias ou até invertebrados menores, por intermédio de estruturas presentes em seus axopódios, como cinetocistos e mucocistos, que produzem muco e estruturas fibrosas e farpadas, provocando a aderência da presa aos axopódios. Dependendo do tamanho da presa, seu mecanismo alimentar difere, podendo ser englobada diretamente por um vacúolo alimentar, quebrada por largos pseudópodes ou digerida extracelularmente por lisossomos secretados. O alimento adentra a célula, acompanhado do vacúolo, por fluxo citoplasmático (o citoplasma dos actinopodos apresenta movimento bidirecional) e é completamente digerido na parte central da mesma. Alguns Actinopodas (com exceção dos Feodários) podem apresentar simbiose com algas, que provém-los alimento.

- Excreção e trocas gasosas:

As trocas gasosas ocorrem por difusão através da membrana celular. A excreção é a amônia, principal resíduo nitrogenado, e a quantidade eliminada varia de acordo com a quantidade de proteína consumida.

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- Sensibilidade:

Os actinopodas respondem a estímulos químicos ou físicos (receptores) evitando condições adversas, localizando alimento e achando parceiros; A sinalização química intercelular (feromônios) envolve frequentemente, moléculas de sinalização (serotonina, endorfina, acetilcolina e AMP cíclico) que nos animais funciona como neurotransmissores e mensageiros internos.

- Reprodução:

A reprodução assexuada ocorre por fissão múltipla ou binária, ou por brotamento. Nos Heliozoários a fissão binária ocorre por qualquer plano do corpo, já nos Radiolários, em planos determinados pela simetria corpórea e arranjo esquelético. Na maioria Radiolária e Acantária, fissão múltipla é o único modo de reprodução assexuada.

É raro acontecer reprodução sexuada nos Actinopodos, mas alguns gêneros de Heliozoários submetem-se à autogamia (auto-fertilização). A autogamia é geralmente desencadeada por uma falta do alimento ou, a contrário, segue-se a alimentação pesada. Primeiro a célula se fecha em um cinstos e sofre uma divisão mitótica para produzir dois gametócitos. Cada núcleo do gametócitos se divide por meiose, sem citocinese. Todos os núcleos, a não ser dois, desintegram-se. Os dois sobreviventes haplóides fundem núcleos ainda no interior do cisto, formando um zigoto diplóide que, mais tarde, surge a partir do cisto quando as condições ambientais se tornam favoráveis.

Adulto(2n) Cistos(2n) [Mitose] Gametócito [Meiose I] [Meiose II] Gametas(n) Fusão dos Gametas Zigocistos Adulto (2n)

- Outras estruturas, hábitos ou informações relevantes ou interessante:

Os Heliozoários são usados para estudar locomoção, alimentação e recursos bioquímicos. Com exceção destes, os Actinopodos tem pouco uso em experimentos laboratoriais, pois não é possível mantê-los por muito tempo em culturas. A natureza de seus esqueletos é o aspecto mais útil ao ser humano. O esqueleto dos Acantários (sulfato de estrôncio) pode ser usado para medições de radiação, natural ou não, em ambientes marinhos. O esqueleto silicoso dos Radiolários e Feodários não se dissolve em grandes pressões e, portanto, se acumula em depósitos chamados “lama siltosas” nos pisos de bacias oceânicas. Esses esqueletos datam do Cambriano e são usados como indicadores paleoambientais.

Marcela CalvoNatália SpilaPedro TeixeiraVinícius Maximo