Acumulo de Silicio Em Banana

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XX Congresso Brasileiro de Fruticultura 54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES ______________________________________________________________________________ ACÚMULO DE SILÍCIO EM FOLHAS DE BANANEIRA (MUSA SP.) Samuel Fernandes de Souza Júnior 1 ; André Luís de Andrade 2 ; Paulo Sérgio Góes Almeida 2 ; Humberto Carvalho Marcílio 3 ; Rodrigo Folman 1 ; Francyelle Fernandes Bezerra 1 ; Renata Vilalba 1 ; Suzane Scherer 1 1 Graduandos em agronomia do Centro de Ensino Superior de Rondonópolis/CESUR, e-mail: [email protected]; 2 Professores do Centro de Ensino Superior de Rondonópolis/CESUR, e- mail: [email protected]; 3 Pesquisador da Empresa Matogrossense de Pesquisa e Extensão Rural/EMPAER-MT INTRODUÇÃO A utilização do silício na adubação, pode ser uma alternativa para a melhoria da sanidade dos cultivos e da qualidade dos frutos produzidos. O Silicio pode aumentar o crescimento e a produção vegetal através de várias ações indiretas, como a diminuição do auto- sombreamento, deixando as folhas mais eretas, decréscimo na suscetibilidade ao acamamento, maior rigidez estrutural dos tecidos, proteção contra estresses abióticos, como a redução da toxidez por Al, Mn, Fe e Na, diminuição na incidência de patógenos e aumento na proteção contra herbívoros, incluindo os insetos fitófagos. Em fruticultura, estudos realizados com adubação silicatada em macieira, observaram um aumento na sanidade das plantas e produção. As plantas tratadas com silício apresentaram um amadurecimento mais uniforme, melhora na coloração dos frutos e aumento de 10% da produção (CAI; QIAN, 1995). Entretanto, o primeiro passo para desenvolver programas de adubação que utilizem o silício como elemento benéfico, é verificar se determinada espécie acumula este elemento nos seus tecidos. Para isto, Jones e Handreck (1967), citados por Goussain (2001), propuseram a divisão das plantas em grupos, de acordo com a concentração de silício encontrada na matéia seca, em acumuladoras (46 a 69 g.K -1 de Si), intermediárias (4,6 a 13,8 g.Kg -1 de Si) e não acumuladoras (menos que 4,6 g.Kg -1 de Si). Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o acúmulo de silício no tecido foliar de bananeiras, em função do modo de aplicação.

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XX Congresso Brasileiro de Fruticultura 54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

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ACÚMULO DE SILÍCIO EM FOLHAS DE BANANEIRA (MUSA SP.)

Samuel Fernandes de Souza Júnior1; André Luís de Andrade2; Paulo Sérgio Góes Almeida2;

Humberto Carvalho Marcílio3; Rodrigo Folman1; Francyelle Fernandes Bezerra1; Renata

Vilalba1; Suzane Scherer1

1Graduandos em agronomia do Centro de Ensino Superior de Rondonópolis/CESUR, e-mail:

[email protected]; 2Professores do Centro de Ensino Superior de Rondonópolis/CESUR, e-

mail: [email protected]; 3Pesquisador da Empresa Matogrossense de Pesquisa e Extensão

Rural/EMPAER-MT

INTRODUÇÃO

A utilização do silício na adubação, pode ser uma alternativa para a melhoria da sanidade

dos cultivos e da qualidade dos frutos produzidos. O Silicio pode aumentar o crescimento e

a produção vegetal através de várias ações indiretas, como a diminuição do auto-

sombreamento, deixando as folhas mais eretas, decréscimo na suscetibilidade ao

acamamento, maior rigidez estrutural dos tecidos, proteção contra estresses abióticos, como

a redução da toxidez por Al, Mn, Fe e Na, diminuição na incidência de patógenos e aumento

na proteção contra herbívoros, incluindo os insetos fitófagos.

Em fruticultura, estudos realizados com adubação silicatada em macieira, observaram um

aumento na sanidade das plantas e produção. As plantas tratadas com silício apresentaram

um amadurecimento mais uniforme, melhora na coloração dos frutos e aumento de 10% da

produção (CAI; QIAN, 1995).

Entretanto, o primeiro passo para desenvolver programas de adubação que utilizem o silício

como elemento benéfico, é verificar se determinada espécie acumula este elemento nos

seus tecidos. Para isto, Jones e Handreck (1967), citados por Goussain (2001), propuseram

a divisão das plantas em grupos, de acordo com a concentração de silício encontrada na

matéia seca, em acumuladoras (46 a 69 g.K-1 de Si), intermediárias (4,6 a 13,8 g.Kg-1 de Si)

e não acumuladoras (menos que 4,6 g.Kg-1 de Si).

Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o acúmulo de silício no tecido foliar de

bananeiras, em função do modo de aplicação.

XX Congresso Brasileiro de Fruticultura 54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

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MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado na Área Experimental do Centro de Ensino Superior de

Rondonópolis-MT (CESUR).

O solo local foi classificado como Latossolo Vermelho distrófico, textura média.

Mudas micropropagadas da cultivar prata anã (Musa sp. AAB), foram plantadas no

espaçamento 2,5 x 2,5 metros, sob irrigação por microaspersão, recebendo todos os tratos

culturais necessários.

O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com 6 repetições, sendo a

unidade experimental constituída por quatro plantas. Os tratamentos receberam silício

aplicado de diferentes modos, sendo tratamento 1 – silício via solo (60 gramas de silicato de

potássio na cova de plantio + 10 gramas por cova por cobertura); tratamento 2 – silício via

foliar (solução 0,5 %); tratamento 3 – silício via solo (60 gramas de silicato de potássio na

cova de plantio + 10 gramas por cova por cobertura) + foliar (solução 0,5 %) e tratamento 4

– testemunha (sem silício). Os tratamentos foram aplicados a cada 30 dias.

Foram avaliados no primeiro e segundo ciclo de produção, o teor de nutrientes e silício no

tecido da folha 3, no momento do florescimento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos demonstram que apesar de não ter ocorrido diferença no acúmulo de

silício em função das formas de aplicação, este elemento foi o terceiro mais absorvido nos

dois ciclos de produção, sendo apenas menos absorvido do que o potássio e o nitrogênio,

indicando ser um nutriente importante para a cultura da banana. Também não se observou

diferença significativa no acúmulo de N, P, K, Ca, Mg, S nos tecidos foliares das plantas de

banana em função dos diferentes modos de aplicação de silício, conforme observado nas

tabelas 1 e 2.

TABELA 1 - Teores de macronutrientes e silício no tecido de folhas de banana prata-anã, no primeiro

ciclo, em função de diferentes tratamentos com silício

Tratamento S Si N P K Ca Mg

--------------- ---------------------------- g kg-1 ----------------------------

Si solo 1,4 a 10,6 a 25,1 a 2,4 a 38,2 a 4,4 a 3,7 a

Si foliar 1,6 a 10,5 a 25,2 a 2,4 a 37,2 a 5,1 a 3,9 a

Si solo + foliar 2,0 a 9,5 a 25,9 a 2,5 a 37,7 a 4,6 a 3,9 a

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Test. 1,5 a 10,7 a 25,4 a 2,4 a 38,2 a 4,7 a 3,8 a

CV (%) 43,9 13,8 5,7 12,8 5,2 9,3 9,9

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

TABELA 2 - Teores de macronutrientes e silício no tecido de folhas de banana prata-anã, no segundo

ciclo, em função diferentes tratamentos com silício

Tratamento S Si N P K Ca Mg

--------------- ---------------------------- g kg-1 -----------------------------

Si solo 1,8 a 10,5 a 22,4 a 2,2 a 39,1 a 4,5 a 4,0 a

Si foliar 1,8 a 9,6 a 22,4 a 2,2 a 37,2 a 4,9 a 4,4 a

Si solo + foliar 1,7 a 10,5 a 22,4 a 2,2 a 36,8 a 4,8 a 4,2 a

Test. 1,7 a 10,3 a 23,4 a 2,2 a 36,7 a 4,6 a 4,3 a

CV (%) 13,4 14,7 11,4 10,3 5,1 10,9 8,2

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

Os resultados obtidos demonstram que a cultura da banana acumulou silício de forma

intermediária nas folhas. Entretanto, os resultados indicam que a dose de silício utilizada foi

muito baixa, não sendo suficiente para gerar diferenças em relação ao tratamento onde o

elemento não foi aplicado. Os resultados obtidos concordam em parte com as informações

de Moraes (2006), que relata que a bananeira é planta acumuladora de silício.

CONCLUSÃO

As formas de aplicação de silício não influenciaram na quantidade absorvida do elemento.

O silício foi o terceiro elemento mais absorvido pela cultura.

A banana demonstrou ser planta do grupo intermediário no acúmulo de silício.

Novos estudos com ajustes de dose precisam ser realizados, para que os dados sejam mais

conclusivos.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT), pelo apoio

financeiro.

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REFERÊNCIAS

CAI, D. L.; QIAN, F. J. Effect of silicon on yield and quality of apples. Journal Reg. Reserch

and Development, v.14, p.64-66, 1995.

GOUSSAIN, M. M. Efeito da aplicação do silício em plantas de milho no

desenvolvimento biológico da lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda (J.E. Smith,

1797) e do pulgão-da-folha Rhopalosiphum maidis (Fitch, 1856) (Hemiptera:

Aphididae). 2001, 64f. Tese (Mestrado em Entomologia). Universidade Federal de Lavras,

Lavras. 2001.

MORAES, W. S. Nutrição mineral e sanidade na cultura da banana. In: GODOY, L. J. G.;

NOMURA, E. S.; MORAES, W. S. Nutrição e adubação da cultura da banana. p.15-17,

2006. (Informações agronômicas, 116).

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