ADEQUAÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA EM ... - monografias.ufrn.br · AGRADECIMENTOS A minha mãe, Maria...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
ADEQUAÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA EM
IDOSOS COM SARCOPENIA: RESULTADOS DO
INTERNATIONAL MOBILITY IN AGING STUDY –
IMIAS BRASIL
LUIS EDUARDO GUIEU GALVÃO TELLES RIBEIRO
NATAL/RN
2019
LUIS EDUARDO GUIEU GALVÃO TELLES RIBEIRO
ADEQUAÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA EM
IDOSOS COM SARCOPENIA: RESULTADOS DO
INTERNATIONAL MOBILITY IN AGING STUDY –
IMIAS BRASIL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Graduação em
Nutrição da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte como requisito para
obtenção do grau de Nutricionista.
Orientadora: Profa. Dra. Clélia de Oliveira Lyra
Co-orientadora: Marcely Araújo de Morais
NATAL/RN 2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde – CCS
Ribeiro, Luis Eduardo Guieu Galvao Telles.
Adequação energético-proteica em idosos com sarcopenia:
resultado international Mobility in Aging Study - IMIAS Brasil /
Luis Eduardo Guieu Galvao Telles Ribeiro. - 2019.
51f.: il.
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação) -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências
da Saúde, Departamento de Nutrição. Natal, RN, 2019.
Orientadora: Clélia de Oliveira Lyra.
Coorientadora: Marcely Araújo de Morais.
1. Envelhecimento - TCC. 2. Sarcopenia - TCC. 3. Consumo
alimentar - TCC. 4. Consumo de proteínas - TCC. I. Lyra, Clélia
de Oliveira. II. Morais, Marcely Araújo de. III. Título.
RN/UF/BS-CCS CDU 616-053.9
Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263
LUIS EDUARDO GUIEU GALVÃO TELLES RIBEIRO
ADEQUAÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA EM
IDOSOS COM SARCOPENIA: RESULTADOS DO
INTERNATIONAL MOBILITY IN AGING STUDY –
IMIAS BRASIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do
grau de Nutricionista.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________________
Profª. Drª Clélia de Oliveira Lyra
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Orientadora
__________________________________________________________
Profª. Dr.ª Marcia Marilia Gomes Dantas Lopes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
1ª examinadora
__________________________________________________________
Marcely Araújo de Morais
Mestranda em Nutrição (PPGNUT - UFRN)
2ª examinadora
Natal, 29 de Abril de 2019.
Dedico este trabalho a minhas avós,
Glória, Sophie e Nazareth. Tive a sorte
de ter vocês três como avós, referenciais
de pessoa idosa em quem eu pensava em
todo o momento da realização desse
trabalho.
AGRADECIMENTOS
A minha mãe, Maria de Fátima, por estar sempre presente e me apoiar
em qualquer decisão durante esses 10 anos que vivemos só nós dois.
Ao meu pai, Ivan, que mesmo distante fisicamente mostrou-se próximo
nos últimos anos, me apoiando em minhas escolhas e sendo um amigo.
A minha namorada, Kelly, por me apoiar e me ajudar sem fazer
perguntas ou medir esforços, mesmo não sabendo exatamente do que se tratava o
trabalho.
A minha orientadora, Clélia, por me apoiar e não negar ajuda
independente da hora ou de quão atarefada estivesse, por saber me pressionar quando
necessário e por estar sempre com as portas abertas.
A minha co-orientadora, Marcely, sem você esse trabalho não teria sido
finalizado como foi, só tenho a agradecer por todo esse apoio e dedicação que você teve
comigo.
A todos os professores e professoras que contribuíram e ainda
contribuem para minha formação acadêmica e humana como nutricionista.
As minhas colegas de turma por estarem presentes e me apoiarem nesse
momento da minha vida.
RIBEIRO, Luis Eduardo Guieu Galvão Telles. Adequação energético-proteica em
idosos com sarcopenia: resultados do International Mobility In Aging Study –
IMIAS BRASIL. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) –
Curso de Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.
RESUMO
A sarcopenia é uma doença relacionada ao envelhecimento, levando a um aumento das
necessidades nutricionais, especialmente energia e proteínas. Diante disso, esse trabalho
tem como objetivo avaliar o consumo e a adequação energético-proteica em idosos com
sarcopenia do IMIAS Brasil. Foi realizado um estudo transversal aninhado a uma coorte
utilizando os dados de 169 idosos, obtidos pela Onda 3 do IMIAS Brasil. Foi analisado
o consumo alimentar de 23 idosos com sarcopenia. Para o diagnóstico de sarcopenia,
foram utilizados os critérios definidos pelo Grupo de Trabalho Europeu sobre
Sarcopenia em Pessoas Idosas (EWGSOP), relacionando o índice de massa muscular
esquelética com a força de preensão palmar e desempenho físico. O consumo alimentar
foi avaliado por meio de 1 recordatório 24h e analisado pelo software Easy Diet Brasil.
Foi encontrada uma prevalência de sarcopenia de 14,9% entre os idosos, apresentando
associação com o Índice de Massa Corporal (IMC) (p < 0,0001). Em relação ao
consumo alimentar, verificou-se que 73% e 60,9% dos idosos apresentaram consumo
abaixo do recomendado, para energia e proteínas, respectivamente. A distribuição do
consumo de energia e proteínas não foi associada ao sexo, faixa etária ou IMC. Conclui-
se que a ocorrência de sarcopenia na população estudada trata-se de um problema de
saúde que necessita atenção, principalmente no tocante à assistência nutricional, uma
vez que foram encontrados valores alarmantes de baixo consumo energético e proteico,
que podem dificultar o tratamento da sarcopenia e agravar suas consequências.
Palavras-chaves: Envelhecimento; Sarcopenia; Consumo alimentar; Consumo de
energia; Consumo de proteínas
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Algoritmo proposto pelo EWGSOP para diagnóstico da sarcopenia.
.......................... ............................................................................................................... 19
Figura 2: Distribuição do consumo energético (Kcal), proteico (g) e quantidade de
proteína consumida (g) por kg de peso corpóreo de acordo com o sexo. P valores para o
teste de Mann-Whitney: 0,487; 0,419; 0,695, respectivamente........................... ........... 28
Figura 3: Distribuição do consumo energético (Kcal), proteico (g) e quantidade de
proteína consumida (g) por kg de peso corpóreo de acordo com a faixa etária. P valores
para o teste de Mann-Whitney: 0,693; 0,832; 0,648, respectivamente............... ............ 29
Figura 4: Distribuição do consumo energético (Kcal), proteico (g) e quantidade de
proteína consumida (g) por kg de peso corpóreo de acordo com o IMC. P valores para o
teste de Mann-Whitney: 0,839; 0,927; 0,815, respectivamente........................ .............. 30
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Caracterização geral dos idosos participantes do IMIAS Brasil e dos idosos
com sarcopenia ...............................................................................................................
24
Tabela 2: Associação da sarcopenia de acordo com sexo, faixa etária e IMC.
........................................................................................................................................ . 26
Tabela 3: Adequação energético proteica do consumo alimentar dos idosos com
sarcopenia ....................................................................................................................... 27
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10
2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 12
2.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 12
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 12
3. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 13
3.1. PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ............................................................. 13
3.2. SARCOPENIA: DEFINIÇÕES E DIAGNOSTICO NO ENVELHECIMENTO
........................................................................................................................... 14
3.3. CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS .......................................................... 16
4. METODOLOGIA .............................................................................................. 18
4.1. ASPECTOS ÉTICOS .......................................................................................... 18
4.2. DELINIAMENTO DO ESTUDO ....................................................................... 18
4.3. RECRUTAMENTO, DESCRIÇÃO E CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE DA
POPULAÇÃO .................................................................................................... 18
4.4. COLETA DE DADOS ......................................................................................... 19
4.5. ELENCO DE VARIÁVEIS ................................................................................. 19
4.5.1. Sarcopenia ....................................................................................................... 20
4.5.2. Consumo Alimentar ........................................................................................ 22
4.6. ANÁLISE DE DADOS ....................................................................................... 24
5. RESULTADOS .................................................................................................. 25
6. DISCUSSÃO ...................................................................................................... 32
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 35
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 36
APÊNDICES ............................................................................................................. 40
ANEXOS .................................................................................................................... 48
10
1. INTRODUÇÃO
As alterações que ocorrem no organismo decorrentes da idade avançada
podem ser entendidas como diversas modificações orgânicas e psicológicas que
caracterizam o envelhecimento fisiológico. Durante esse processo, o corpo não
consegue mais manter o equilíbrio homeostático e há o declínio de várias funções
corporais (FIRMINO, 2006).
Para retardar o processo de envelhecimento, uma boa nutrição é a
principal variável externa aliada, tendo um papel fundamental na promoção,
manutenção e recuperação da saúde do idoso. Naturalmente a população idosa é mais
acometida por problemas nutricionais, causados por alterações fisiológicas, metabólicas,
uso de medicações controladas, depressão e alterações da mobilidade, e
consequentemente a alteração das necessidades nutricionais (MARTINS, 2015).
Os idosos normalmente não conseguem atingir as recomendações
nutricionais, mesmo sendo menores que indivíduos jovens devido à diminuição da taxa
metabólica basal. A quantidade e qualidade adequados de proteína e energia na
alimentação dos idosos é essencial no aumento e manutenção da massa magra, sendo é
possível retardar o surgimento de sarcopenia e suas complicações (MARCHESI e
CONDE, 2018; MARTINS, 2015; TRAMONTINO et al., 2009).
A diminuição da ingestão energética pode estar associada ao nível de
escolaridade, socioeconômico, e à insegurança alimentar, fatores normalmente
associados à carência da boa nutrição. (MENEZES e MARUCCI, 2011).
O Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas
(EWGSOP) apresentou, em 2018, uma definição para a sarcopenia como sendo uma
desordem generalizada e progressiva de músculos esqueléticos, associada com o
aumento da probabilidade de resultados adversos como quedas, fraturas, deficiências
físicas e mortalidade, podendo ser complementada como uma doença multifatorial,
diretamente ligada ao avançar da idade, em conjunto com um estilo de vida sedentário e
uma má nutrição. Para o diagnóstico podem ser utilizados três critérios: baixa força
muscular, baixa qualidade ou quantidade muscular, e baixa performance física (CRUZ-
JENTOFT et al., 2018; KIM et al., 2010).
A sarcopenia pode ser definida como primária, quando seu surgimento se
dá exclusivamente pelo processo de envelhecimento, ou secundária, quando outros
fatores podem ser atribuídos ao seu surgimento, como doenças sistêmicas, sedentarismo
11
relacionado ou não à dificuldade de locomover-se, e consumo proteico inadequado
(CRUZ-JENTOFT et al., 2018).
Em 13% a 24% dos indivíduos entre 60 e 70 anos de idade, e em mais de
50% daqueles acima de 80 anos é possível encontrar o diagnóstico da sarcopenia. A
partir dos 75 anos, a prevalência da sarcopenia torna-se maior em homens (58%) que
em mulheres (45%), podendo ser devido à diminuição na secreção do hormônio do
crescimento (GH) e até pela redução dos níveis de testosterona (LEITE et al.,2012).
A sarcopenia pode estar associada à desnutrição, estando relacionada
com uma baixa ingestão energética (fome, inabilidade de comer), baixa
biodisponibilidade de nutrientes (vômitos, diarreia), ou alta necessidade nutricional
(doenças inflamatórias como câncer ou falência de órgãos com caquexia) (CRUZ-
JENTOFT et al., 2018).
A ingestão energética e proteica tem um papel de grande importância na
prevenção e tratamento da sarcopenia, visto que se trata de uma perda gradativa de
musculatura esquelética. Estudos encontraram que populações em envelhecimento (56 a
80 anos) possuem uma maior necessidade proteica diária comparado às pessoas jovens.
Para a prevenção de sarcopenia e fragilidade em geral, é indicado um consumo diário de
24 a 36 Kcal/Kg de peso, buscando a manutenção de peso e evitando perda ou ganho
excessivo (KIM et al., 2010; VOLKERT, 2011).
Em comparação, indivíduos com sarcopenia apresentam um maior
consumo energético que aqueles que não apresentam a doença. Entretanto, o que pode
ser observado é que os idosos não costumam atingir suas recomendações de consumo
energético, o que seria um grande fator de proteção contra a sarcopenia (MARTINS,
2015).
Neste sentido, a sarcopenia demonstra-se como uma condição
desenvolvida com o avançar da idade e que causa alterações nas necessidades
nutricionais, sugerindo a importância do aumento da ingestão de proteínas de alto valor
biológico, assim como um consumo energético adequado aliado à presença de
antioxidantes (KIM et al., 2010).
Visto que o consumo energético e proteico está diretamente relacionado
aos mecanismos do envelhecimento e da sarcopenia, e que não há estudos analisando o
consumo alimentar de idosos com sarcopenia no Nordeste do Brasil, este trabalho tem
12
por justificativa a aquisição de conhecimentos sobre o tema, possibilitando ações mais
específicas de prevenção e de promoção à saúde para essa população.
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL:
Avaliar o consumo alimentar e a adequação energético-proteica em idosos com
sarcopenia.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Estimar prevalência de sarcopenia entre os idosos do IMIAS Brasil;
Avaliar a adequação de Valor Energético Total (VET) e do consumo proteico dos
idosos com sarcopenia do IMIAS Brasil;
Observar a relação entre o consumo energético proteico com o sexo, estado
nutricional antropométrico e faixa etária;
Observar a associação da sarcopenia com sexo, faixa etária e estado nutricional
antropométrico.
13
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
À medida que a vida se prolonga, as pessoas ficam cada vez menos
ativas, tem perdas em suas capacidades físicas, diminuem a frequência de atividades
físicas, facilitando o aparecimento de doenças crônicas, que tornam processo de
envelhecimento ainda mais difícil (MATSUDO et al., 2000).
O envelhecimento em si pode ser representado por um conjunto de
alterações e consequências da passagem do tempo, sendo um processo irreversível e
tornando o organismo mais vulnerável a agressões internas e externas. Os efeitos da
idade avançada sobre o organismo podem ser compreendidos como uma série de
alterações orgânicas e psicológicas caracterizadas como o envelhecimento fisiológico,
podendo haver diminuição da capacidade funcional e sobrecarga do controle
homeostático. (FIRMINO, 2006; MORAES et al., 2010).
O envelhecimento primário, também chamado de envelhecimento
normal, é aquele que atinge todas as pessoas de forma gradativa e progressiva por
determinação genética. O envelhecimento secundário é resultante de influências
externas ao organismo, como doenças, fatores culturais e geográficos. Já no
envelhecimento terciário são observadas grandes perdas físicas e cognitivas devido ao
efeito cumulativo do envelhecimento e possíveis patologias (FECHINE e TROMPIERI,
2012).
Entre as alterações mais conhecidas associadas à senilidade estão a
diminuição da massa muscular e óssea, perda de força e flexibilidade, além de um
aumento da massa gorda, e o surgimento de patologias decorrentes dessas mudanças
como doenças cardíacas, osteoporose, hipertensão arterial, diabetes (FILHO et al.,
2010).
Embora a massa livre de gordura seja composta por água, vísceras, ossos,
tecido conectivo e músculos, o músculo é o que apresenta maior declínio com o
envelhecimento, de aproximadamente 40%. Estimativas realizadas utilizando a excreção
de creatinina na urina indicam perdas drásticas de massa muscular, chegando próximo
dos 50%, entre os 20 e os 90 anos. As principais causas prováveis dessa perda de massa
muscular são a diminuição nos níveis do hormônio de crescimento, natural no
14
envelhecimento, a diminuição no nível de atividade física do indivíduo, e a diminuição
do volume alimentar ingerido (MATSUDO et al., 2000).
Perda de dentição, alterações nas percepções sensoriais, diminuição de
motilidade gástrica, constipação, alteração nos níveis e mecanismos de ação de
determinados hormônios são as principais alterações fisiológicas relacionadas à
diminuição da ingestão alimentar pelos idosos (SOUSA et al., 2008).
A desnutrição é a alteração do estado nutricional de maior relevância que
pode ser observada em idosos, estando associada a um aumento da mortalidade, da
propensão a infecções e a uma queda da qualidade de vida. Pode ser definida como a
consequência de um desequilíbrio entre o aporte nutricional e as necessidades
individuais, geralmente ocasionado por uma dieta inadequada, ou outros fatores que
comprometam a ingestão, absorção e utilização dos nutrientes. Os sinais clínicos da
desnutrição podem ser dificilmente distinguíveis daqueles provenientes do
envelhecimento natural, porém se essa condição não for identificada, pode levar a um
agravamento de manifestações clínicas associadas a inúmeras doenças crônicas não
transmissíveis e aumento de mortalidade (SOUSA et al., 2008).
Também é esperado um aumento na produção de Espécies Reativas de
Oxigênio (ERO), que, quando em excesso, estão associadas a lesões e envelhecimento
celular e inclusive danos no DNA, podendo estar relacionadas com o desenvolvimento
de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão arterial, síndrome
metabólica. Entretanto, uma dieta rica em antioxidantes aliada a um estilo de vida
saudável pode reduzir a formação das EROs e garantir maior longevidade e qualidade
de vida (SILVA et al., 2011).
3.2 SARCOPENIA: DEFINIÇÕES E DIAGNOSTICO NO ENVELHECIMENTO
O envelhecimento é uma fase da vida a qual são associadas diversas
modificações no corpo humano. As síndromes geriátricas são comuns, complexas e
levam a piora da saúde de indivíduos idosos, sendo resultado de interações, não
totalmente compreendidas, entre a idade e doenças, levando a diversos sinais e
sintomas. A perda progressiva de tecido muscular esquelético é uma grave alteração
associada à velhice e que leva a perdas de força e funcionalidade. Essa diminuição da
massa muscular associada à idade senil é denominada sarcopenia (CRUZ-JENTOFT et
al., 2010).
15
Essa definição corrobora que a sarcopenia seja definida pela perda de
massa muscular esquelética (EVANS, 1995). Além disso, a sarcopenia é também
determinada como a “perda de massa e funcionalidade muscular e está associada a uma
série de disfunções e doenças sistêmicas que acometem os idosos” (LEITE et al.,2012).
É possível complementar aquilo supracitado definindo a sarcopenia como uma doença
multifatorial relacionada à idade e associada a estilo de vida sedentário, má nutrição,
perda de resposta anabólica e anti-catabólica a mudanças na concentração extracelular
de aminoácidos, e ao aumento anormal de espécies reativas de oxigênio (ERO) (KIM et
al. em 2010).
O Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas
(EWGSOP) em 2018, define a doença como sendo uma desordem generalizada e
progressiva de músculos esqueléticos associada com o aumento da probabilidade de
resultados adversos como quedas, fraturas, deficiências físicas e mortalidade (CRUZ-
JENTOFT et al., 2018).
A identificação da sarcopenia pode ser feita a partir de sintomas como
quedas, fraqueza, baixa velocidade de marcha, dificuldade de levantar-se, e para o
diagnóstico, a EWGSOP, em 2018, sugeriu a utilização de três critérios, baixa força
muscular, baixa qualidade ou quantidade muscular, e baixa performance física. Quando
há baixa força muscular, a presença de sarcopenia é provável. O diagnóstico pode ser
confirmado pela presença de baixa qualidade ou quantidade muscular. E caso os três
critérios sejam atendidos, a sarcopenia pode ser considerada severa (CRUZ-JENTOFT
et al., 2018).
Segundo CRUZ-JENTOFT et al., 2018, a sarcopenia pode ser
caraterizada como primária, quando é amplamente atribuída ao envelhecimento, ou
secundária, quando há outros fatores evidentes, como uma doença sistêmica, inatividade
física relacionada ou não à dificuldade de locomoção, e ingestão proteica inadequada.
Também foi definida a categorização da sarcopenia como aguda, durando menos de seis
meses podendo ser causada por lesões ou doenças agudas, ou crônica, com duração
igual ou superior a seis meses, sendo associada a uma condição progressiva e aumento
de mortalidade (CRUZ-JENTOFT et al., 2018).
A sarcopenia associada à desnutrição pode ser causa por baixa ingestão
energética (fome, inabilidade de comer), baixa biodisponibilidade de nutrientes
16
(vômitos, diarreia), ou alta necessidade nutricional (doenças inflamatórias como câncer
ou falência de órgãos com caquexia) (CRUZ-JENTOFT et al., 2018).
A sarcopenia pode ser diagnosticada em 13% a 24% dos indivíduos entre
60 e 70 anos de idade, e em mais de 50% daqueles acima de 80 anos. A partir dos 75
anos, a prevalência da sarcopenia torna-se maior em homens (58%) que em mulheres
(45%), podendo ser por causa da diminuição na secreção do hormônio do crescimento
(GH) e até pela redução dos níveis de testosterona (LEITE et al.,2012).
Em resumo, a sarcopenia aparenta ser mediada por uma variedade de
fatores que indicam mudanças das necessidades nutricionais com o avançar da idade.
Tais mudanças sugerem a necessidade de aumentar o consumo de proteínas de alto
valor biológico e a importância de uma dieta energeticamente adequada e rica em
antioxidantes (KIM et al., 2010).
3.3 CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS
Uma boa nutrição é a variável externa mais importante no que diz
respeito a atenuar o processo de envelhecimento, exercendo um papel fundamental na
promoção, manutenção e recuperação da saúde de pessoas idosas (MONTEIRO, 2009).
A população idosa é naturalmente mais acometida por problemas
nutricionais, causados por mudanças fisiológicas, metabólicas, uso de medicações
controladas, depressão e alterações da mobilidade, resultando na alteração das
necessidades nutricionais (SOUSA et al., 2008; ACUNA et al., 2004).
O consumo em quantidade e qualidade adequados de proteína por idosos
é essencial no aumento e manutenção da massa magra, auxiliando no retardo do
surgimento de sarcopenia e suas complicações (MARCHESI e CONDE, 2018).
As necessidades energéticas dos idosos são menores que dos indivíduos
jovens, sendo devido a uma diminuição na taxa metabólica basal, podendo ser
parcialmente explicada pela modificação da composição corporal, com aumento da
massa gorda e diminuição da massa muscular. É observado que junto ao declínio do
consumo energético há um aumento no percentual de ingestão de carboidratos e declínio
da ingestão de gorduras (BARAZZETTI et al., 2013; TRAMONTINO et al., 2009).
Uma queda do consumo energético pode estar relacionada com nível de
escolaridade, baixo nível socioeconômico, e insegurança alimentar. Tais fatores
mostram grande relação com uma boa nutrição (MENEZES e MARUCCI, 2011).
17
Pode ser visto um maior consumo energético em indivíduos sem
sarcopenia, quando comparado àqueles acometidos pela doença. Porém, os idosos de
maneira geral apresentam um consumo energético baixo quando comparado às
recomendações, consumo esse que representa um importante fator de proteção contra a
sarcopenia (MARTINS, 2015).
Foi observado em estudo que 32% a 41% das mulheres e 22% a 38% dos
homens acima de 50 anos não atingem a ingestão diária recomendada (RDA) de
proteínas (0,8g/Kg/dia), e que nenhum idosos ingeria a mais alta distribuição proteica
de 35% da ingestão calórica diária (MORLEY et al., 2010).
Por tratar-se de uma perda gradual de músculo esquelético, a ingestão
proteica tem um papel bastante significante na prevenção e tratamento da sarcopenia.
Estudos encontraram que populações em envelhecimento (56 a 80 anos) possuem uma
maior necessidade proteica diária de 1,14g/kg de peso, comparado a 0,8g/kg de peso
para pessoas jovens (KIM et al., 2010).
Para a prevenção de sarcopenia e fragilidade em geral, é indicado um
consumo diário de 24 a 36 Kcal/Kg de peso, buscando a manutenção de peso, evitando
perda ou ganho excessivo, e um consumo de 0,8 a 1,2g de proteína de alta qualidade por
Kg de peso corporal (VOLKERT, 2011).
Uma baixa ingestão proteica pode levar à depleção de reservas de
proteína, especificamente a massa muscular, levando a uma piora na condição geral e
aumentando o risco de deficiências e quedas. Entretanto, uma quantidade muito elevada
de proteínas em indivíduos idosos (em torno de 2g/Kg de peso/dia) pode aumentar o
risco de perda de função renal em idosos e idosas saudáveis (GENARO e MARTINI,
2010).
Foi constatado em estudo que idosos que mantiveram um maior consumo
proteico perderam cerca de 40% menos massa magra em 3 anos que o restante dos
idosos (HOUSTON, 2008). Além disso, outro estudo apresentou que uma deficiência
energética pode levar a fraqueza, fadiga, perda de peso e de massa muscular, assim
como a deficiência de ingestão proteica pode prejudicar a síntese de proteína muscular
(VOLKERT, 2011).
Não há dúvidas da importância dos fatores nutricionais na senilidade.
Deve ser evitada a perda de peso e deve ser garantida uma dieta rica em proteínas de
alto valor biológico, em alimentos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
18
Uma dieta variada e balanceada aliada à atividade física pode ser a melhor maneira de
prevenir o surgimento da sarcopenia. Uma boa nutrição não tem efeitos-colaterais e está
acompanhada de prazer e satisfação (VOLKERT, 2011).
4. METODOLOGIA
4.1. ASPECTOS ÉTICOS
O estudo está vinculado ao projeto intitulado “Declínio da mobilidade na
velhice: análise das diferenças entre os sexos sob a perspectiva epidemiológica do Curso
da Vida e Carga Alostática”, que foi aprovado pelo comitê de ética do Hospital
Universitário Onofre Lopes, com registro CAAE 0052.0.294.000-11 (ANEXO I).
4.2. DELINEAMENTO DO ESTUDO
Trata-se de um estudo transversal, aninhado a uma coorte, cujos dados
utilizados para a realização do presente estudo foram obtidos da pesquisa intitulada
International Mobility in Aging Study (IMIAS Internacional). O IMIAS é um estudo
populacional longitudinal, em formato de coorte, multicêntrico e multidisciplinar
conduzido em 5 cidades espalhadas pelo mundo, sendo elas: Tirana (Albânia), Natal
(Brasil), Manizales (Colômbia), Kingston (Ontário, Canadá), e São Jacinto (Quebec,
Canadá). Foram realizadas três ondas consecutivas no período de 4 anos (Onda 1 =
2012; Onda 2= 2014; Onda 3 = 2016), sendo coletados dados demográficos, sobre saúde
física, hábitos não saudáveis, saúde mental, participação social e cívica, fatores
psicossociais, violência (física ou não), exame físico e performance física e exames
bioquímicos (GOMEZ et al., 2018).
4.3. RECRUTAMENTO, DESCRIÇÃO E CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE DA
POPULAÇÃO
A população do estudo foi composta por homens e mulheres com idade
entre 65 a 80 anos, residentes na comunidade local. A estratificação por sexo objetivou
o recrutamento de 200 homens e 200 mulheres em cada local da pesquisa. O tamanho da
amostra de cada local foi calculado a permitir a comparação da prevalência do declínio
da mobilidade na linha de base em homens e mulheres.
19
Estudos pilotos ocorreram em cada local para estimar as taxas de resposta
e estabelecer a logística da entrevista. No Brasil, em Natal/RN, os idosos foram
recrutados a partir das informações cadastrais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e,
assim como nas demais localidades, foi aplicado um teste cognitivo, cujos participantes
com pontuação inferior a 4 em relação a escala de orientação do Teste de cognição PCL
foram excluídos do estudo.
A população do estudo foi composta por homens e mulheres com idade
entre 65 a 80 anos, usuários dos serviços oferecidos pelas Unidades Básicas de Saúde
(UBS) de Natal, Rio Grande do Norte. Os dados utilizados no presente estudo foram
obtidos somente na Onda 3 do IMIAS. Dos 249 idosos participantes do estudo IMIAS
Brasil, 169 participaram do segundo momento da coleta da Onda 3. Destes, não há
dados de consumo alimentar de 8, restando 161 idosos com dados relativos ao consumo
alimentar atual. Dos 169, 25 apresentavam sarcopenia, mas apenas 23 apresentavam
recordatório 24h, limitando a população do estudo a 23 idosos do IMIAS Brasil com
sarcopenia e dados de consumo alimentar.
4.4. COLETA DE DADOS
Os dados foram coletados por entrevistadores treinados, utilizando o
questionário IMIAS Internacional, que contém perguntas e instrumentos de avaliação
validados em estudos internacionais de envelhecimento humano. A capacitação dos
entrevistadores foi padronizada seguindo as instruções contidas no manual do IMIAS
Internacional. Nessa capacitação os pesquisadores envolvidos foram devidamente
capacitados com objetivo de minimizar possíveis erros de aferição de medidas
antropométricas, consumo alimentar e impedância biolétrica (BIA).
4.5. ELENCO DE VARIÁVEIS
As variáveis do estudo são sarcopenia, como variável dependente, e
ingestão de energia e proteínas, como variáveis independentes.
A variável faixa etária foi separada em dois grupos, sendo o primeiro de
“idosos jovens” (65 a 74 anos) e o segundo os “idosos longevos” (> 75 anos).
Para a definição da variável sarcopenia, foram utilizadas as seguintes
medidas: peso, altura, resistência, IMME, força de preensão palmar e desempenho
físico.
20
Todas as avaliações foram realizadas no plano sagital direito, salvo
exceções (presença de úlceras de pressão, curativos, feridas ou imobilidade dos
membros) que impossibilitaram a tomada da medida neste lado. O protocolo de
mensuração das medidas antropométricas seguiu o proposto pela WHO (1995). Todas
as medidas foram avaliadas em duplicata. Quando houve diferença maior que 1 cm para
os perímetros e comprimentos, 1 mm para as dobras cutâneas e 100 g para o peso
corporal, realizou-se uma terceira medição e tomou-se como resultado a média
aritmética das duas avaliações mais próximas.
O peso corpóreo foi mensurado a partir de uma balança eletrônica da
marca Balmak®, com capacidade de 300 kg e precisão de 50g. A medição da estatura
foi realizada somente nos idosos sem restrição de mobilidade, por meio do estadiômetro
portátil Caumaq® de 1,0 mm de precisão e base antiderrapante. Posicionou-se o
indivíduo no centro e abaixo do equipamento com a cabeça em plano de Frankfurt e
livre de adereços e realizou-se a leitura da estatura com o indivíduo ainda posicionado,
sem soltar a parte móvel do equipamento. As medidas de peso e estatura foram
utilizadas para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) = Peso / Altura² (kg/m²).
Foi utilizada a classificação do estado nutricional antropométrico, segundo os pontos de
corte preconizados por LIPSCHITZ (1994), de magreza (< 22), eutrofia (22 a 27) e
excesso de peso (> 27), que são recomendados pelo Ministério da Saúde do Brasil.
4.5.1 Sarcopenia
Para definir o diagnóstico de sarcopenia foi relacionado IMME, com as
medidas de força de preensão palmar e desempenho físico, seguindo o fluxograma
definido por CRUZ-JENTOFT et al. (2010).
21
Figura 1: Algoritmo proposto pelo EWGSOP para diagnóstico da sarcopenia.
Na avaliação da função física, foi realizado, por acadêmicos e
profissionais da fisioterapia, o teste Short Physical Performance Battery (SPPB) ou
Pequena Bateria de Testes de Performance Física, em tradução livre, que consiste de
três diferentes testes: equilíbrio, velocidade de marcha num percurso de 4 metros, e
levantar-se de uma cadeira. Cada teste tem o mesmo peso para fins de cálculo e é
pontuado de 0 a 4, com 0 representando inabilidade para desempenho do teste, e 4
representando desempenho mais alto, totalizando 12 pontos. Um valor de de 8 ou menos
é um ponto de corte para a sarcopenia (BEAUDART, 2014).
Para a avaliação da força muscular, a força de preensão palmar foi
testada por meio do dinamômetro JAMAR (Saehan Corporation). O dinamômetro foi
colocado, preferencialmente, na mão dominante e o indivíduo foi colocado na posição
sentada em uma cadeira padrão, com apoio nas costas, sem apoio nos braços. Foram
obtidas três medidas em quilogramas força (Kgf) com isometria de 6 segundos a cada
intervalo de um minuto entre elas e foi obtido o valor médio das três medidas e
selecionado a medida máxima de força de preensão palmar. Barbosa et al. (2016),
avaliaram pontos de corte para a população do presente estudo. Os pontos de corte
classificaram o indivíduo como fraco quando a força < 26 Kgf, para homens, e < 16
Kgf, para mulheres.
22
Para a definição da Massa Muscular Esquelética será utilizada a equação
proposta por Janssen et al. (2000).
MME = [(Estatura (cm)² / Resistência x 0,401) + (sexo x 3,825) + (idade x
-0,071)] + 5,102
Onde:
MME = Massa Muscular Esquelética (kg);
Sexo: homem = 1, mulher = 0;
Idade em anos completos.
Posteriormente foi calculado o Índice de Massa Muscular Esquelética
(IMME), a partir da seguinte fórmula:
IMME = MME (kg) / Estatura (m)²
A Avaliação Bioelétrica pela BIA foi realizada com o analisador de
composição corporal BIODYNAMICS, modelo 450. Para a definição de sarcopenia, foi
utilizado do relatório impresso da BIA apenas o valor de Resistência ®: precisão de ±
0,1%, amplitude de 200 a 1500 Ohms, resolução de 0,1 Ohm.
A BIA é um método sensível às alterações do estado do avaliado. Logo, o
consumo de álcool, cafeína e a prática de atividade física antes da aferição pode
provocar uma leitura de bioresistência acima dos valores reais, desta forma
superestimando a quantidade de gordura corporal. Para solucionar a situação, os
pacientes do presente estudo receberam as orientações necessárias para a realização do
exame (BIODYNAMICS CORPORATION, 2007).
Para realizar a análise, cada participante do estudo foi orientado a estar
deitado na maca, em decúbito dorsal, ficando numa posição relaxada e confortável,
desprovido de calçados, meias, relógio, pulseiras ou afins e a esvaziar os bolsos. As
pernas foram arranjadas de modo a ficarem afastadas entre si e as mãos abertas apoiadas
na maca (BIODYNAMICS CORPORATION, 2007).
Em seguida, os eletrodos foram colocados nos seguintes pontos
anatômicos: pé direito – o eletrodo distal na base do dedo médio e o eletrodo proximal
um pouco acima da linha da articulação do tornozelo, entre os maléolos medial e lateral.
23
Mão Direita: o eletrodo distal na base do dedo médio e o eletrodo proximal um pouco
acima da linha da articulação do punho, coincidindo com o processo estilóide. O cabo
sensor será conectado no monitor e suas extremidades nos eletrodos (BIODYNAMICS
CORPORATION, 2007).
Os dados foram preenchidos no formulário de antropometria e análise de
bioimpedância (APÊNDICE I).
Uma baixa Massa Muscular Esquelética foi definida quando o idoso
apresentou valor de IMME inferior ao percentil 20 da amostra do estudo, separado por
homens (< 8,97 kg/m²) e mulheres (< 6,06 kg/m²).
4.5.2 Consumo Alimentar
Os dados referentes ao consumo alimentar e dietético foram obtidos por
meio de um recordatório 24 horas (R24h), de acordo com o formulário disposto no
APÊNDICE II, o qual permitiu identificar e quantificar a totalidade de alimentos e
bebidas consumidas no período referente às 24 horas precedentes ou ao dia anterior da
entrevista. Desde forma, tivemos o consumo atual do entrevistado.
Não foram realizadas entrevistas nas segundas-feiras, evitando-se assim a
obtenção de dados atípicos, já que nos finais de semana há uma maior possibilidade da
alimentação não corresponder ao consumo característico dos demais dias da semana.
Visando facilitar o registro da quantidade de alimentos consumidos, no
momento da entrevista, realizada individualmente, foram utilizados registros
fotográficos de medidas caseiras e de porções de alimentos, que permitiram aos
entrevistados apontar qual(is) utensílio(s) costumam utilizar no seu dia a dia, assim
como também, quantificar em pequeno, médio ou grande as porções dos alimentos e
bebidas consumidas.
Para a análise dos dados dietéticos foi realizada a padronização dos
alimentos consumidos com o objetivo de uniformizar os diversos modos de preparo e
marcas comerciais consumidas, como forma de minimizar erros na análise do consumo
dietético.
Foram utilizadas as porções usuais de alimentos de acordo com as
quantidades consumidas pela população em estudo. As porções pequena, média e
grande corresponderam, respectivamente, aos percentis 25, 50 e 75 das quantidades
referidas pela amostra para cada alimento.
24
Para análise dos dados de energia e demais nutrientes da dieta, foi
utilizado o software EasyDiet Brasil. Foram realizadas também adaptações no banco de
dados, com a inclusão de informações referentes à composição de alimentos referidos
pelos entrevistados, que não constavam no banco de informações originais do software.
Para tanto, foram utilizadas informações da Tabela de Composição de Alimentos
(TACO, 2011), Pesquisa de Orçamentos Familiares (IBGE, 2011), Tabela de
Composição de Alimentos (PHILIPPI, 2002), United States departament Agriculture
(USDA, 2014) e informações nutricionais retiradas de rótulos de alimentos
industrializados, citados na respectiva ordem de preferência de utilização.
As necessidades de gasto de energia total (GET) dos indivíduos foram
calculadas a partir das equações propostas pela FAO/WHO (2001), de acordo com a
idade e o sexo. A equação I calcula o GET para indivíduos do sexo feminino, enquanto
que a equação II apresenta o cálculo para o sexo masculino com idade superior a 60
anos.
(Equação I) GET (fem) = [(9,082 x peso (kg)) + 658,5] x NAF (nível de atividade
física)
(Equação II) GET (mas) = [(11,711 x peso (kg)) + 587,7] x NAF (nível de atividade
física)
Para o NAF foram utilizados os pontos médios de 1,55 para estilo de vida
sedentário ou atividade leve, 1,85 para estilo de vida ativo ou moderadamente ativo, e
2,20 para estilo de vida vigoroso ou muito ativo. Os pontos médios foram definidos de
acordo com a FAO/OMS (2001). Os idosos foram classificados de acordo com seus
relatos de atividade física.
A adequação da ingestão energética foi analisada considerando o
intervalo de 97% a 103% em relação ao GET. A adequação dos macronutrientes da
alimentação foi avaliada com base nos valores propostos pela FAO/OMS (2001), exceto
proteína. Para ingestão de proteínas foi considerado o valor de 1,14 a 1,2g/kg de peso
(KIM et al., 2010). Para fins de comparação dos valores médios do consumo de energia
e proteínas foram calculadas as recomendações médias por sexo e comparadas ao
25
intervalo recomendado de energia e aos intervalos de distribuição aceitável para
proteínas.
4.6. ANÁLISE DE DADOS
O banco de dados foi construído e calculado no EasyDiet Brasil e
posteriormente exportado para o Microsoft Excel e Statistical Package for the Social
Sciences (IBM® SPSS® Statistics) v.20 for Windows. A análise dos dados foi de acordo
com a natureza das variáveis que foram apresentadas conforme a frequência, média e
desvio padrão.
Para a comparação entre medianas das variáveis quantitativas consumo
energético (Kcal), consumo proteico (g) e quantidade de proteína consumida (g) por kg
de peso corpóreo com sexo e faixa etária, foi utilizado o teste de Mann-Whitney, e com
o estado nutricional antropométrico foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis.
Para a associação da sarcopenia com sexo, faixa etária e estado
nutricional antropométrico, foi utilizado o teste qui-quadrado de Pearson.
5. RESULTADOS
Foram utilizados os dados de sexo, faixa etária e IMC dos 169 idosos
participantes do IMIAS Brasil, dentre estes, 25 apresentavam sarcopenia, 2 deles sem
dados de consumo alimentar, sendo desconsiderados nos dados dessa variável. Dentre
os 169 participantes, 1 foi considerado missing em relação à presença de dados de
sarcopenia.
Na população geral, a predominância foi do sexo feminino, “idosos
jovens”, e excesso de peso. Na população que apresenta sarcopenia, a predominância
manteve-se no sexo feminino, “idosos jovens”, porém predominando magreza e
eutrofia.
A Tabela 1, abaixo, apresenta a caracterização da população geral do
estudo e daqueles com sarcopenia.
Tabela 1: Caracterização geral dos idosos participantes do IMIAS Brasil e dos idosos
com sarcopenia
Variáveis n %
26
Idosos do IMIAS Brasil
Sexo
Masculino 82 48,5
Feminino 87 51,5
Faixa etária
“Idosos jovens” (65 a 74 anos) 115 68
“Idosos longevos” (> 75 anos) 54 32
IMC
Magreza 62 36,7
Eutrofia 18 10,7
Excesso de peso 89 52,7
Idosos com Sarcopenia
Sexo
Masculino 11 44
Feminino 14 56
Idosos com Sarcopenia
Faixa etária
“Idosos jovens” (65 a 74 anos) 15 60
“Idosos longevos” (> 75 anos) 10 40
IMC
Magreza 11 44
Eutrofia 11 44
Excesso de peso 3 12
NAF
Sedentário ou leve 20 87
Moderadamente ativo ou ativo 3 13
A prevalência de sarcopenia entre os idosos do IMIAS Brasil foi de
14,9%. Não foi observada relação de significância da sarcopenia com sexo e faixa
etária. Porém, houve significância em relação ao IMC, visto que mais de 60% do idosos
com baixo peso apresentam sarcopenia. Os dados podem ser observados na Tabela 2,
abaixo.
Tabela 2: Associação da sarcopenia de acordo com sexo, faixa etária e IMC.
Sarcopenia
Variáveis Sim** Não**
p-valor* n % n %
Sexo 0,406
Masculino 11 13,6 70 86,4
Feminino 14 16,1 73 83,9
Faixa etária 0,223
“Idosos jovens” (65 a 74 anos) 15 13 100 87
“Idosos longevos” (> 75 anos) 10 18,9 43 81,1
IMC <0,0001
Magreza 11 64,7 6 35,3
27
Eutrofia 11 17,7 51 82,3
Excesso de peso 3 3,4 86 96,6
p* - correspondente ao teste qui-quadrado de Pearson;
** - Valores ignorados para 1 idoso.
O consumo energético dos idosos com sarcopenia, foi observado uma
grande inadequação em relação ao intervalo recomendado.
Entretanto, o consumo proteico, apenas 2 idosos apresentaram-se
adequados ao valor de 1,14 a 1,2g/Kg de peso corporal definido como padrão do
presente trabalho. De forma geral, salve exceções, temos baixos valores de consumo
energético e proteico dos idosos com sarcopenia, como podemos visualizar na Tabela 3,
abaixo.
Tabela 3: Adequação energético proteica do consumo alimentar dos idosos com
sarcopenia.
Variáveis n %
Consumo energético
Baixo (< 97%) 17 73,9
Adequado (97% a 103%) 2 8,7
Excessivo (> 103%) 4 17,4
Consumo proteico
Baixo (< 1,14g/kg de peso) 14 60,9
Adequado (1,14 a 1,2g/kg de peso) 2 8,7
Excessivo (>1,2g/kg de peso) 5 21,7
Muito excessivo (> 2g/kg de peso) 2 8,7
O consumo de energia (Kcal), de proteínas (g) e a quantidade de proteína
consumida (g) por kg de peso corpóreo não apresentaram diferença significativa entre
sexos, faixas etárias e diferentes IMCs, como pode ser observado nas figuras 2 a 4, a
seguir.
28
Figura 2: Distribuição do consumo energético (Kcal), proteico (g) e quantidade de proteína consumida (g) por kg de peso corpóreo de acordo
com o sexo. P valores para o teste de Mann-Whitney: 0,487; 0,419; 0,695, respectivamente.
29
Figura 3: Distribuição do consumo energético (Kcal), proteico (g) e quantidade de proteína consumida (g) por kg de peso corpóreo de acordo
com a faixa etária. P valores para o teste de Mann-Whitney: 0,693; 0,832; 0,648, respectivamente.
30
Figura 4: Distribuição do consumo energético (Kcal), proteico (g) e quantidade de proteína consumida (g) por kg de peso corpóreo de acordo
com o IMC. P valores para o teste de Mann-Whitney: 0,839; 0,927; 0,815, respectivamente.
31
Apesar de não ter sido encontrada relação de significância quando
relacionando sarcopenia às variáveis sexo e faixa etária, foi possível encontrar
significância (p <0,0001) em relação ao IMC. Entre os 25 idosos com sarcopenia,
11 estavam classificados com magreza, e dos 169, 17 idosos foram classificados na
faixa de magreza. Os 11 idosos com magreza e sarcopenia representaram 64,7% do
total de idosos nessa faixa de IMC. Apesar de não apresentar diferença
significativa, o consumo calórico nos participantes com sarcopenia na faixa da
magreza é bastante inferior ao consumo daqueles nas outras faixas, variando de em
torno de 1000 a 1500 kcal, em relação à variação de em média 800 a 2500 kcal na
faixa de eutrofia, e de 1000 a 2000 kcal na faixa de excesso de peso.
32
6. DISCUSSÃO
O perfil populacional observado foi majoritariamente feminino e na faixa
etária dos “idosos jovens”, ou seja, de 65 a 74 anos, tanto para a população geral quanto
para o recorte feito para o estudo, e foi encontrado um valor de 14,9% de idosos com
sarcopenia no total da amostra, sendo 13,6% em homens, e 16,1% em mulheres. Os
resultados de prevalência obtidos diferem daqueles encontrados em diversos outros
estudos (MARTINS, 2015; CHIEN et al., 2008; DOMICIANO et al., 2012), mas
apresenta resultado semelhante ao estudo de SILVA et al., 2014.
No estudo de MARTINS (2015), com 136 idosos de Bauru, SP, foi
encontrada prevalência de sarcopenia de 66,6% em homens e 29,2% em mulheres. A
metodologia utilizada neste estudo diferiu somente da não utilização da velocidade de
marcha atual na classificação do desempenho físico. Em estudo semelhante de CHIEN
et al. (2008), a prevalência de sarcopenia encontrada foi de 18,6% em mulheres e 23,6%
em homens, sendo avaliados 303 idosos de Taiwan, utilizando-se da mesma equação
para classificação do IMME, mas sem a avaliação da performance física. Já o estudo de
DOMICIANO et at. (2012) com 611 idosas de Butatã, SP, encontrou diferença
significativa da utilização do IMME em relação a uma fórmula adaptada com massa
gorda para o cálculo do índice, tendo prevalências de 3,7% e 19,9%, respectivamente.
No estudo de SILVA et al. (2014), com 1149 idosos de São Paulo, SP,
foram encontradas prevalências semelhantes às encontradas no presente estudo, sendo
16,1% em mulheres e 14,4% em homens, utilizando metodologia semelhante, apenas
diferindo na equação utilizada para definir a MME.
Uma das dificuldades de comparação de resultados com outros estudos se
dá pela vasta quantidade de métodos utilizados para a definição de sarcopenia. Em
2014, PAGOTTO e SILVEIRA realizaram uma revisão sistemática dos estudos com
sarcopenia em diversos países, incluindo no Brasil, no período de 1998 a 2012.
Encontraram diversos instrumentos para a aferição de cada variável, e foram
identificados 4 critérios para a caracterização de sarcopenia, com prevalências variando
de 0% a 85,4% em homens e de 0,1% a 33,6% em mulheres.
Em 2014, BEAUDART et at. realizaram um estudo buscando avaliar o
impacto do uso de diferentes métodos de diagnóstico para sarcopenia na prevalência da
doença. Foi utilizada a definição da EWGSOP (2010) que o diagnóstico da sarcopenia
33
deve ser baseado em baixa massa muscular esquelética em conjunto com baixa força
muscular ou baixa performance física. O estudo utilizou 2 diferentes instrumentos para
cada variável, utilizando 8 combinações diferentes desses instrumentos. Foram obtidos
valores de prevalência que variaram de 8,4% a 27,6%.
A falta de padronização no diagnóstico da sarcopenia nos estudos pode
ser um grande problema na comparação de resultados, no desenvolvimento de
tratamentos e na estimativa de prevalência do problema na sociedade.
Para a manutenção da massa e força muscular, a quantidade de energia
consumida é de primordial importância. A longo prazo, a baixa ingestão energética leva
à atrofia muscular. A perda de peso em idosos afeta mais a massa muscular que uma
perda de peso semelhante em jovens adultos. De modo geral, baixo consumo energético
e de nutrientes são considerados importantes fatores de risco para o desenvolvimento e
progressão da sarcopenia (VOLKERT, 2011; WATERS, et al., 2010).
Em estudo com idosos eutróficos e desnutridos, foi possível observar
uma força de preensão palmar signicativamente menor (p<0,005) e um número de casos
de osteoporose significativamente maior (p<0,01) nos idosos desnutridos quando
relacionados aos eutróficos (VILAÇA et al., 2011).
Em outro estudo, realizado com mulheres idosas, foram comparados os
resultados de dois grupos ao longo de 9 semanas, um grupo com ingestão de 0,45g/kg
de peso de proteína por dia, e o outro grupo com 0,92g/kg de peso de proteína por dia.
No grupo com menor ingestão proteica foi possível observar perdas significativas em
massa livre de gordura, especialmente massa muscular e força muscular, enquanto no
grupo com maior ingestão proteica a massa e força muscular mantiveram-se
conservadas (VOLKERT, 2011).
No estudo de KIM et al. (2010) foi demonstrado que um consumo igual
ou inferior à RDA para proteínas implica em um maior risco de desenvolvimento de
sarcopenia, quando comparado a um consumo de 1,2g/kg de proteína. Não há
evidências que indiquem que um consumo entre 1,14 e 2g/kg de peso de proteína por
dia possam ter implicações negativas na saúde do idoso, então aqueles que foram
classificados como “consumo excessivo” podem ser classificados como adequados.
Porém, um consumo diário igual ou superior a 2g/kg de peso de proteína pode levar a
um aumento de risco de perda de função renal em homens e mulheres saudáveis
(GENARO e MARTINI, 2010).
34
Entretanto, deve-se ressaltar que o R24h utilizado nesse trabalho, apesar
de sua rápida aplicação, consegue avaliar somente o consumo atual. Apenas a aplicação
de um R24h em um dia específico pode não refletir o consumo habitual do paciente. É
de suma importância para a avaliação de um problema como a sarcopenia, que seja
verificado o consumo habitual, tendo em vista que os efeitos de possíveis ingestões
inadequadas tendem a surgir apenas após uma exposição prolongada a essa situação,
podendo considerar o uso do consumo atual como uma limitação do estudo (FISBERG,
et al., 2009).
Quanto ao nível de atividade física, 87% dos idosos foram classificados
na faixa de sedentarismo ou atividade leve. Segundo MORLEY (2010), é recomendado
um mínimo de 20 a 30 minutos de exercício de resistência 3 vezes na semana para
diminuir a perda muscular e prevenir a sarcopenia. Entretanto, quando um idoso é
submetido há um esforço, a capacidade do coração de aumentar a força e frequência
cardíaca é reduzida. A idade avançada também leva a uma queda na função pulmonar
(FECHINE e TROMPIERE, 2012).
O sedentarismo tem sido visto como um dos fatores de risco mais
significantes para o desenvolvimento de diversas doenças, dentre elas a sarcopenia
(CHASTIN et al., 2011). Uma boa nutrição aliada à prática de exercícios físicos de
resistência pode ser o melhor meio de combate à sarcopenia, sendo algo que pode ser
analisado em trabalhos futuros. (KIM et al., 2010).
35
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho pode avaliar dados nutricionais e antropométricos
dos idosos com sarcopenia participantes do IMIAS Brasil, e foi possível observar uma
notável presença de inadequação no consumo energético-proteico, com valores baixos
em 73% e 60,9% dos idosos, respectivamente, e uma prevalência bastante relevante de
sarcopenia. A prevalência de sarcopenia encontrada é alarmante que requer medidas
para melhoria da saúde dos idosos e redução desse problema.
O consumo alimentar deve ser focado em futuros trabalhos sobre a
sarcopenia devido a sua grande importância na manutenção da doença.
Para preencher as lacunas deixadas pela literatura, seria de fundamental
importância mais estudos nessa área, buscando uma padronização de metodologias e um
tamanho amostral maior.
36
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40
APÊNDICES
41
APÊNDICE I – Formulário de antropometria e análise de bioimpedância – IMIAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
FORMULÁRIO DE ANTROPOMETRIA E ANÁLISE DE BIOIMPEDÂNCIA -
IMIAS
NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO:__________
DATA DA COLETA: ___/___/______
Local da coleta de dados:
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome:
Data de nascimento: Idade:
Sexo: (1) Masculino (2) Feminino
2. ANTROPOMETRIA
Medida 1ª medida 2ª medida 3ª medida Média
Peso (kg)
Estatura (m)
Diâmetro abdominal sagital (cm)
Perímetro do braço (cm)
Dobra cutânea triciptal (mm)
Perímetro da cintura (cm)
Perímetro do abdômen (cm)
Perímetro da panturrilha (cm)
42
3. BIOIMPEDÂNCIA
Parâmetros Valores Parâmetros Valores
Ângulo de fase Massa Gorda (%)
Capacitância do corpo ME/MCC
Resistência IMC (kg/m2)
Reactância TMB
Massa Celular Corporal (kg) Água intracelular (L)
Massa Celular Corporal (%) Água intracelular (%)
Massa Extracelular (kg) Água extracelular (L)
Massa Extracelular (%) Água extracelular (%)
Massa Magra (kg) Água Corporal Total (L)
Massa Magra (%) ACT/Massa Magra
Massa Gorda (kg) ACT/Peso Total
4. ENTREVISTADORES
Antropometria:__________________________________________________________
BIA:__________________________________________________________________
43
APÊNDICE II – Formulário de consumo alimentar e dietético – IMIAS
Consumo Alimentar e Dietético
Dados de Identificação do Recordatório de 24 horas
Nome
Entrevistador Data da coleta de dados
1 – Que dia da semana foi ontem?
1 – Segunda-feira 4– Quinta-feira 7 – Domingo
2 – Terça-feira 5 –Sexta-feira
3 – Quarta-feira 6 – Sábado
CAFÉ DA MANHÃ
2 – Ontem você tomou café da
manhã?
10 1 – Sim (passe para questão seguinte)
2 – Não (passe para questão 5 – Período da Manhã)
3 – A que horas e onde você tomou seu café da manhã?
CAFÉ DA MANHÃ
ALIMENTO/BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)
44
4 – Ontem você comeu ou bebeu alguma coisa entre o café da
manhã e o almoço?
1
0
1 – Sim (passe para questão
seguinte)
2 – Não (passe para questão 7
– Almoço)
5 – A que horas e onde você lanchou?
LANCHE - PERÍODO DA MANHÃ
ALIMENTO/BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)
ALMOÇO
6 – Ontem você
almoçou?
10 1 – Sim (passe para questão seguinte)
2 – Não (passe para questão 10 – Período da
Tarde)
7 – A que horas e onde você almoçou?
ALMOÇO
ALIMENTO/BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)
45
PERÍODO DA TARDE
46
8 – Ontem você comeu ou bebeu alguma coisa entre o
almoço e o jantar?
1
0
1 – Sim (passe para questão
seguinte)
2 – Não (passe para questão
12 – Jantar)
9 – A que horas e onde você lanchou?
LANCHE - PERÍODO DA TARDE
ALIMENTO/BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)
JANTAR
10 – Ontem você jantou? 10 1 – Sim (passe para questão seguinte)
2 – Não (passe para questão 15 – Período da Noite)
11 – A que horas e onde você jantou?
JANTAR
ALIMENTO/BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)
47
PERÍODO DA NOITE
12 – Ontem você comeu ou bebeu alguma coisa
depois do jantar
10 1 – Sim (passe para questão seguinte)
(ou antes de dormir)? 2 – Não (passe para questão 17– Hábitos
Alimentares)
13 – A que horas e onde você lanchou?
CEIA - PERÍODO DA NOITE
ALIMENTO/BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)
ASSINATURA:
48
ANEXOS
49
ANEXO I – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte.
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Título da Pesquisa: Declínio da mobilidade na velhice: análise das diferenças entre os
sexos sob a perspectiva epidemiológica do Curso da Vida e Carga alostática.
Pesquisador: Ricardo Oliveira Guerra
Área Temática:
Versão: 1
CAAE: 0052.0.294.000-11
Instituição Proponente: Programa de pós-graduação em ciências da saúde - Programa
de Doutorado
Patrocinador Principal: CNPQ
DADOS DO PARECER
Número do Parecer:
Data prevista para a reunião do Colegiado: 11/12/2015
Apresentação do Projeto: Trata-se de um projeto de Doutorado do programa de pós-
graduação em ciências da saúde intitulado “Declínio da mobilidade na velhice: análise
das diferenças entre os sexos sob a perspectiva epidemiológica do Curso da Vida e
Carga alostática”
Objetivo da Pesquisa:
50
1. Estimar a prevalência, incidência e recuperação específicas ao sexo de
deficiência na mobilidade e as diferenças dos sexos na avaliação do espaço de vida e em
deficiências em períodos mais tardios da vida.
2. Estimar as associações específicas ao sexo entre as exposições/experiências de
vida e deficiência na mobilidade (prevalência, incidência e recuperação) e examinar os
meios das exposições na vida até a deficiência de mobilidade através de: a) condições
crônicas específicas;
b) biomarcadores de estresse e inflamatórios.
3. Avaliar as associações entre atividade física, isolamento social, violências do meio e
doméstica e pobreza com a prevalência de deficiência de mobilidade, incidência e
recuperação, e examinar como o sexo/gênero interage com esses fatores
potencialmente modificáveis para influenciar o risco de deficiência motora e seus
impactos sobre a mobilidade como medição da avaliação do ambiente de vida e de
deficiências em períodos mais tardios da vida.
Riscos
Este estudo não irá lhe expor a nenhum risco além daqueles presentes em sua rotina
diária. Esses possíveis riscos serão evitados com o treinamento do entrevistador que
estará preparado para lhe prestar auxílio quando o paciente, para sentar, levantar e
caminhar. O entrevistador também estará atento para eliminar obstáculos como:
tapetes, terrenos irregulares e escorregadios, etc. que possam lhe oferecer algum risco
de queda.
A coleta de sangue, único item invasivo desta pesquisa, será feita por um técnico de
enfermagem- profissional habilitado para tal prática. Para evitar potenciais riscos, a
coleta será feita com luvas de procedimentos e todo material descartável. Após a
coleta, o paciente será orientado a fazer compressa de gelo no local de incisão para
evitar o edema.
Benefícios
Esse estudo proverá conhecimento necessário para intervenções preventivas nos níveis
individuais, comunitários e na sociedade
51
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
Que a pesquisa possui alta relevância devido ao tema abordado, está muito bem
elaborada e a solicitação dos adendos possui uma coerência para aprimorar a tese
apresentada.
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
Que foram atendidas todas as exigências da Resolução 196/96.
Recomendações:
Considerando a publicação de uma nova Resolução para regulamentar as pesquisas
envolvendo seres humanos, recomendo a adequação da pesquisa e modificação do
TCLE para atender a resolução 466/2012 caso exista a necessidade de um novo adendo
ao projeto apresentado.
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
Que como os adendos apresentados ao protocolo CEP/HUOL 623/11EM 05/12/2013;
04/08/2014; 29/07/2015;04/11/215 E 25/11/2015 atendem a resolução 196/1996 que foi
utilizada para apreciação do projeto de pesquisa, sendo assim opino para aprovação das
referidas solicitações de adendo.
Situação do Projeto
Aprovado