Administracao Eclesiastica

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Curso Livre de Graduação – Bacharelado Matérias: Administração Eclesiástica Faculdade de Educação Teológica Fama FACULDADE DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA FAMA CURSO LIVRE DE TEOLOGIA À DISTÂNCIA MATÉRIA ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA www.fatefama.com.br

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Apostila de Administração Eclesiástica - Para Líderes Religiosos.

Transcript of Administracao Eclesiastica

Curso Livre de Graduao Bacharelado Matrias: Administrao Eclesistica Faculdade de Educao Teolgica Fama

FACULDADE DE EDUCAO TEOLGICA FAMACURSO LIVRE DE TEOLOGIA DISTNCIA

MATRIA ADMINISTRAO ECLESISTICA

I. CONCEITO GERAL DE ADMINISTRAO

O termo administrao vem do latim ad (direo, tendncia para) e minister (subordinao ou obedincia), designa o desempenho de tarefas de direo dos assuntos de um grupo.

O conceito de Administrao bastante amplo, mas em todas as definies existem duas palavras-chave: gerenciamento e organizao. Isso pode ser comprovado nas palavras dos estudiosos Stoner e Feeman, os quais ensinam que Administrao o "processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organizao, e de usar todos os recursos disponveis da organizao para alcanar os objetivos definidos.

A administrao uma cincia social que est relacionada a todas as atividades que envolvem planejamento, organizao, direo e controle. [...] a tarefa da administrao a de interpretar os objetivos propostos pela organizao e transform-los em ao organizacional por meio de planejamento, organizao, direo e controle de todos os esforos realizados em todas as reas e em todos os nveis da organizao, a fim de alcanar tais objetivos de maneira mais adequada situao.

A administrao j foi chamada de a arte de fazer as coisas atravs de pessoas. Esta definio foi dada por Mary Parker Follet.

A administrao essencial em toda a cooperao organizada (e a igreja se enquadra), a ao de dirigir o bom andamento dos propsitos estabelecidos. Em nosso caso, como igreja,. O pastor, presbtero, tem que acompanhar os objetivos propostos pela igreja e transform-los em ao atravs de planejamento, organizao, direo e controle de todos os esforos realizados em todas as reas e em todos os nveis a fim de atingir tais objetivos.

II. ORIGEM

Desde o incio dos primeiros grupos sociais, a fim de conduzir bem os trabalhos, criou-se a necessidade de estabelecer uma escala de comando cuja funo seria dirigir e gerir esses trabalhos coletivos. Diga-se de passagem, que a Igreja um agrupamento humano com um objetivo a ser alcanado, um propsito a ser atingido, um alvo para cumprir.

A administrao necessria, pois desde muito cedo se verificou que impossvel ao homem realizar a maioria das atividades que a prpria sobrevivncia lhe exigia, sem o auxlio de outras pessoas. Mas esse auxlio s poderia ser eficaz em determinadas circunstncias, que pouco a pouco passou a conhecer. Como resultado imediato, surgiu um conjunto de atividades e de atitudes que tomaria o nome de administrao e que, com o decorrer do tempo, se transformou num campo definido de conhecimentos cientficos.

Muitos autores tm negado que a administrao constitua uma cincia na exata expresso da palavra. Na verdade, toda cincia se caracteriza pelo conhecimento metodizado da verdade em relao a um conjunto definido de fenmenos ou fatos. Se bem que, como todas as cincias sociais, a administrao apresente uma grande complexidade, devido aos inmeros fatores integrantes de seus fenmenos.

A administrao apareceu como cincia independente no fim do sculo XIX. Todo homem procura obter o mximo com o mnimo de esforo. Este princpio determinou a procura do rendimento mximo para qualquer atividade humana e, conseqentemente, o estudo de como obter esse rendimento. Frederick W. Taylor nos estados Unidos j no sculo XVIII comprovou que a baixa produo em qualquer atividade se deve falta de uma metodologia da produo.

A realizao de um objetivo, porm, se faz por meio de um processo divisvel em partes ou etapas que, na sua continuao, levam ao resultado final. Essas etapas podem ser definidas e caracterizadas por funes especficas, marcadas por um grau maior ou menor de dificuldades que exigiro um grau maior ou menor de especializao. Assim o processo de realizao de um objetivo pode ser estudado como uma srie de funes especializadas; funes que devem ser reunidas para se obter, da forma mais eficiente, o resultado almejado. Veja abaixo as diversas teorias da administrao.

ASPECTOS PRINCIPAIS ABORDAGENS PRESCRITIVAS E NORMATIVAS DE ADMINISTRAO

TEORIA CLSSICA TEORIA DAS RELAES HUMANAS

I. TEORIA NEOCLSSICA

nfase Nas tarefas e na estrutura organizacional

Nas pessoas No ecletismo: tarefas, pessoas e estrutura

Abordagem da Organizao, Organizao formal exclusivamente

Organizao Informal exclusivamente

Organizao formal e informal

Conceito de Organizao Estrutura formal como conjunto de rgos, cargos e tarefas

Sistema social como conjunto de papis sociais

Sistema social com objetivos a serem alcanados racionalmente

Principais Representantes:

Taylor, Fayol,Gilbreth, Gantt, Gulick, Urwick,Mooney,

Emerson Mayo, Follet, Roethlisberger,

Dublin,Cartwright, French,

Zalesnick,Tannenbaum,Lewin.

Drucker,Koontz, Jucius,

Newman,Odiorne,Humble,

Gelinier,Schleh,Dale.

Caracterstica Bsica da Administrao

Engenharia Humana e Engenharia de Produo

Cincia Social Aplicada Tcnica social bsica e administrao por objetivos

Concepo do Homem Homo Economicus Homo Social Homem Organizacional e administrativo

Comportamento Organizacional do Indivduo

Ser isolado que reage como indivduo (atomismo tayloriano)

Ser social que reage como membro de grupo social

Ser racional e social voltado para o alcance de objetivos individuais e organizacionais.

Sistema de Incentivos Incentivos materiais e salariais Incentivos sociais e simblicos Incentivos mistos, tanto materiais como sociais.

Relao entre Objetivos Organizacionais e Objetivos Individuais

Identidade de interesses. No h conflito perceptvel.

Identidade de interesses. Todo conflito indesejvel e deve ser evitado.

Integrao entre objetivos organizacionais e objetivos individuais.

Resultados Almejados Mxima eficincia Satisfao do operrio Eficincia e eficcia.

Tabela 01:Esquema Comparativo das Teorias da Administrao Fonte: CHIAVENATO,1993, 627

II. A ADMINISTRAO ECLESISTICA

Embora possamos adotar alguns princpios da administrao secular, no obstante, a Igreja precisa ser norteada por outros princpios. Em virtude de sua natureza, a Igreja no se confunde com nenhuma sociedade ou grupos ticos. A sua corporalidade, organicidade, fraternidade, unicidade e consensualidade nascem, estruturam-se e se perpetuam na regenerao em Cristo Jesus, o criador da comunho dos santos.

A misso da igreja ser serva de Jesus Cristo pelo culto permanente e exclusivo Trindade; pelo amor interno, que confraterniza seus membros; pela fidelidade s Escrituras; pela igualdade de seus componentes; pela misso evangelizadora entre todos os povos; pelo incansvel testemunho cristo.

1) O Termo Bblico para Administrao

A palavra despenseiro (Gr. oikonomos) encontrada dez vezes no Novo Testamento. Por vezes tambm traduzida por mordomo (Lc 12.42) ou administrador (Lc 16.1), e eventualmente, como tesoureiro (Rm 16.23) ou curador (Gl 4.2). A responsabilidade do despenseiro (Gr. oikonomia) mencionada nove vezes, sendo traduzida por administrao (Lc 16.2), dispensao (Cl 1.25) ou servio (1Tm 1.4). O conjunto de palavras tem como radicais os vocbulos casa (Gr. oikos) e lei (Gr. nomos). No grego clssico, oikonomia significava, originalmente, a gerncia de um lar, e oikonomos denotava o mordomo da casa. No latim, o termo oeconomia, de onde se deriva o nosso vocbulo economia. Despenseiro equivale a ecnomo, originalmente um indivduo encarregado da administrao de uma casa grande (Cf. Isaias 22:19, 21; Lc 16:1-17).

No Novo Testamento, despenseiro (oikonomos) refere-se ao administrador da casa e das propriedades de um Senhor. No Evangelho de Lucas, o termo se emprega alternadamente com escravo (Gr. doulos). O despenseiro ou mordomo tinha direito legal de agir em nome do seu senhor, e deveria ser fiel e prudente (Lc 12.42, 1Co 4.2). Um perodo de tempo determinado era concedido ao despenseiro, embora ele no soubesse por quanto tempo haveria de durar a sua administrao.

Deus permite aos homens, enquanto suas criaturas, serem despenseiros. Somos despenseiros sobre a criao de Deus. Ao criar o homem e a mulher sua imagem e semelhana, Deus os fez responsveis. Na qualidade de criatura de Deus, o homem deveria cuidar da criao que Deus colocou diante dele e sua disposio, e desenvolv-la. Isso fez o primeiro casal responsvel diante do Criador no exerccio de domnio e sujeio da natureza, assim como no relacionamento com outros homens e tambm no seu relacionamento com Deus. E Deus os abenoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos cus e sobre todo animal que rasteja pela terra. Isso mostra o papel central que Deus havia reservado para o ser humano, dentro de sua criao. Obedecendo ao Criador o ser humano estaria desenvolvendo seu relacionamento com ele e sendo fiel. O homem estaria cumprindo o seu mandato (Gn 1.26, 28, 2.15). O homem deveria tomar tempo para cultivar o solo, exercer o domnio e, conseqentemente, desfrutar do trabalho de suas mos. Fazendo assim, tambm estaria obedecendo ao Criador que o havia criado e equipado para tais coisas. O ser humano, criado imagem e semelhana de Deus, deveria, em certo sentido, representar o Criador e fazer cumprir a sua soberana vontade. Assim, exerceria uma espcie de papel de gerncia ou de mordomo. Um dos mais proeminentes ensinos da Bblia que o homem responde perante Deus. responsabilidade inescapvel do homem que algum dia ele deve prestar contas ao Criador.

Na sua inaudita graa, Deus permite aos seus filhos serem despenseiros. Somos mordomos sobre a Casa de Deus. Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graa de Deus (1Pe 4.10). O povo de Deus, a comunidade de Deus, sua casa (1Tm 3.15). Assim, o Novo Testamento, a partir dos ensinos de Jesus Cristo, adverte-nos que a mordomia sbia e diligente, a servio do Mestre, importante. Os despenseiros no devem considerar as questes da casa como sendo assuntos particulares deles; so meramente despenseiros dos dons que lhes foram confiados, e devem prestar contas de sua administrao. E a fiel administrao determina que Deus confiar ao despenseiro as riquezas maiores, verdadeiras.

O pastor possui funes privativas e atribuies, que quando desenvolvidas, demonstram que est sendo um bom administrador, um bom mordomo dos bens que pertencem ao Senhor:

2) Funes privativas.

a) Administrar os sacramentos (cerimnias).

b) Invocar a Beno Apostlica sobre o povo de Deus.

c) Celebrar casamento religioso com efeito civil.

d) Orientar e supervisionar a liturgia na Igreja de que pastor.

3) Atribuies.

a) Orar com o rebanho e por ele.

b) Apascent-lo na doutrina Crist.

c) Exercer as suas funes com zelo.

d) Orientar e superintender as atividades da Igreja, a fim de tornar eficiente a vida espiritual do povo de Deus.

e) Prestar assistncia pastoral.

f) Instruir os nefitos, dedicar ateno infncia, adolescncia, mocidade, bem como aos necessitados, aflitos, enfermos e desviados.

g) Exercer, juntamente com outros presbteros, o poder coletivo de governo.

III. FUNES PRECPUAS DOS ADMINISTRADORES

Podemos identificar alguns deveres em nossa responsabilidade como despenseiros de Deus? Tomamos como referncia os nossos (j assumidos) compromissos confessionais, para identificar sete compromissos nos quais o administrador, individualmente, e a Igreja, corporativamente, devem estar envolvidos. So deveres do crente e de sua igreja, que aqui selecionamos, numa lista que no pretende ser exaustiva. Para isto, vamos inicialmente oferecer citaes da Confisso de F, identificando a referncia de captulo e seo; a seguir, destacamos alguns textos bblicos relacionados ao compromisso em questo.

Como despenseiro da multiforme graa de Deus, voc deve:

1. PROMOVER A PREGAO DO EVANGELHO AOS INDIVDUOS E S NAES

A revelao do evangelho a pecadores para naes e indivduos... Em todas as eras, a pregao do evangelho tem sido feita em grande variedade de extenso ou limitao, a indivduos e a naes, de acordo com o conselho da vontade de Deus (20.3).

O evangelho o nico meio externo de revelao de Cristo e da graa salvadora, e, como tal, abundantemente suficiente para isso (20.4).

No exerccio desse poder de que est investido, o Senhor Jesus chama a si aqueles que deste mundo lhe foram dados pelo pai, atravs do ministrio da Palavra, e por seu Esprito, a fim de que possam caminhar diante dEle, em todos os caminhos que Ele lhes prescreve na Palavra (26.5).

Joo 10.16 Ainda tenho outras ovelhas, no deste aprisco; a mim me convm conduzi-las; elas ouviro a minha voz; ento haver um rebanho e um pastor. Mateus 28.19,20 Ide, portanto, fazei discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias at a consumao do sculo.

Marcos 16.15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.

Atos 1.8 Mas recebereis poder, ao descer sobre vs o Esprito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalm como em toda a Judia e Samaria e at aos confins da terra.

Romanos 10.14,15,17 Como, porm, invocaro aquele em que no creram? E como crero naquele de quem nada ouviram? E como ouviro, se no h quem pregue? E como pregaro se no forem enviados? Como est escrito: Quo formosos so os ps dos que anunciam cousas boas! E, assim, a f vem pela pregao e a pregao pela palavra de Cristo.

O que voc tem feito em prol da pregao do evangelho aos indivduos e naes? Voc cr que tem responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que tem feito? Como voc tem se colocado na igreja diante deste dever?

2. BATALHAR PELA PRESERVAO DA PALAVRA DE DEUS, E TAMBM PARA QUE ELA SEJA TRADUZIDA E DISSEMINADA NA LNGUA DE CADA NAO

Visto que as Lnguas Originais no so conhecidas de todo o povo de Deus que tem direito e interesse nas Escrituras, e que ordenado a ler e examinar as Escrituras no temor de Deus os Testamentos devem ser traduzidos para a lngua de cada nao, a fim de que, permanecendo a Palavra no povo de Deus, abundantemente, todos adorem a Deus de maneira aceitvel, e pela pacincia e consolao das Escrituras possam ter esperana (1.18).

2 Timteo 3.15-17 E que desde a infncia sabes as sagradas letras que podem tornar-te sbio para salvao pela f em Cristo Jesus. Toda Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a repreenso, para a correo, para a educao na justia, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.

Isaas 8.20 lei e ao testemunho! Se eles no falarem desta maneira, jamais vero a alva.

Lucas 16.29,31 Respondeu Abrao: Eles tm Moiss e os profetas; ouam-nos... Abrao, porm, lhe respondeu: Se no ouvem a Moiss e aos profetas, tampouco se deixaro persuadir, ainda que ressuscite algum dentre os mortos.

Romanos 15.4 Pois tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela pacincia, e pela consolao das Escrituras, tenhamos esperana.

2 Pedro 1.19-21 Temos assim tanto mais confirmada a palavra proftica, e fazeis bem em atend-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, at que o dia clareie e a estrela da alva nasa em vossos coraes; sabendo, primeiramente, isto, que nenhuma profecia da Escritura provm de particular elucidao; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens [santos] falaram de parte de Deus movidos pelo Esprito Santo.

Lucas 24.27,44 E, comeando por Moiss, discorrendo por todos os profetas, expunhalhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras... A seguir Jesus lhes disse: So essas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco; que importava se cumprisse tudo o que de mim est escrito na Lei de Moiss, nos Profetas e nos Salmos.

2 Tessalonicenses 2.13 Entretanto, devemos sempre dar graas a Deus, por vs, irmos amados pelo Senhor, por isso que Deus vos escolheu desde o princpio para a salvao, pela santificao do Esprito e f na verdade.

Joo 16.13,14 Quando vier, porm, o Esprito da verdade, ele vos guiar a toda a verdade; porque no falar por si mesmo, mas dir tudo o que tiver ouvido, e vos anunciar as cousas que ho de vir. Ele me glorificar porque h de receber do que meu, e vo-lo h de anunciar.

Joo 6.45 Est escrito nos Profetas: E sero todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim.

Colossenses 3.16 Habite ricamente em vs a Palavra de Cristo; instru-vos e aconselhaivos mutuamente em toda sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cnticos espirituais, com gratido, em vossos coraes.

Mateus 22.29 Respondeu-lhes Jesus: Errais no conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.

O que voc tem feito a fim de que a Palavra de Deus seja traduzida e disseminada na lngua de cada nao? Voc cr que tem responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que tem feito? Como voc tem se colocado na igreja diante deste dever?

3. PROMOVER A ADORAO A DEUS, DO MODO PRESCRITO NAS SAGRADAS ESCRITURAS, O QUE INCLUI O CULTO PBLICO E A CELEBRAO DAS ORDENANAS

[O Senhor Jesus] manda que as pessoas assim chamadas caminhem juntas, formando sociedades locais, as igrejas, para a edificao mtua e a devida performance do culto pblico que Ele requer dos seus neste mundo (26.5).

Todos os crentes tm a obrigao de congregar-se em igrejas locais, no lugar que lhes seja possvel, e quando lhes seja possvel (26.12).

A adorao religiosa deve ser dada a Deus (22.2), com a orao com aes de graas (22.3), a leitura das Escrituras; a pregao e o ouvir da Palavra de Deus; o ensino e a advertncia mtua; o louvor, com salmos, hinos e cnticos espirituais... a administrao do batismo, e a Ceia do Senhor: todos so partes da adorao religiosa, que devem ser cumpridos em obedincia a Deus, com entendimento, f, reverncia e temor piedoso. Alm disso, em ocasies especiais devem ser usados a humilhao solene, com jejuns, e as aes de graas, de uma maneira santa e reverente (22.5).

Deus deve ser adorado... muito mais solenemente nos cultos pblicos, os quais no devem ser intencional ou inconseqentemente negligenciados ou esquecidos, pois Deus mediante sua Palavra e providncia, nos conclama a prest-lo (22.6).

O Batismo e a Ceia do Senhor so ordenanas que foram institudas de maneira explcita e soberana, pelo prprio Senhor Jesus o nico que legislador. Ele determinou que sejam continuadas em sua igreja estas ordenanas, at o fim do mundo (28.1).

No cumprimento da ordenana [da Ceia do Senhor], o Senhor Jesus determinou que seus ministros orem e abenoem os elementos, po e vinho, separando-os de seu uso comum para um uso sagrado. Os ministros devem tomar e partir o po; tomar o clice e, participando eles mesmos desses elementos, d-los tambm, ambos, aos demais comungantes (30.3).

Joo 4.23 Mas vem a hora, e j chegou, quando os verdadeiros adoradores adoraro o Pai em esprito e em verdade; porque so estes que o Pai procura para seus adoradores.

Romanos 1.25 ...pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura, em lugar do Criador, o qual bendito eternamente. Amm.

Salmo 95.1-7 Vinde, cantemos ao Senhor, com jbilo, celebremos o rochedo da nossa salvao. Saiamos ao encontro, com aes de graa, vitoriemo-lo com salmos. Porque o Senhor o Deus supremo, e o grande rei acima de todos os deuses. Nas suas mos esto as profundezas da terra, e as alturas dos montes lhe pertencem. Dele o mar, pois ele o fez; obras de suas mos os continentes. Vinde, adoremos e prostremo-nos, ajoelhemos diante do Senhor que nos criou. Ele o nosso Deus, e ns povo do seu pasto, e ovelhas de sua mo. Hoje, se ouvirdes a sua voz...

1 Timteo 4.13 At a minha chegada, aplica-te leitura, exortao, ao ensino.

Colossenses 3.16 Habite ricamente em vs a palavra de Cristo; instru-vos e aconselhaivos mutuamente em toda sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cnticos espirituais, com gratido, em vossos coraes.

Efsios 5.19 ... falando entre vs com salmos, entoando e louvando de corao ao Senhor, com hinos e cnticos espirituais...

Atos 2.42 E perseveravam na doutrina dos apstolos e na comunho, no partir do po e nas oraes.

Atos 20.7 No primeiro dia da semana, estando ns reunidos com o fim de partir o po, Paulo, que devia seguir de viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso at a meia-noite.

Marcos 16.16 Quem crer e for batizado ser salvo; quem, porm, no crer ser condenado.

Mateus 26.26,27 Enquanto comiam, tomou Jesus um po, abenoando-o, o partiu e o deu aos seus discpulos, dizendo: Tomai, comei; isto o meu corpo. A seguir tomou um clice e, tendo dado graas, o deu aos discpulos, dizendo: Bebei dele todos.

1 Corntios 11.26 Porque todas as vezes que comerdes este po e beberdes o clice, anunciais a morte do Senhor, at que ele venha. O que voc tem feito no sentido de promover a adorao a Deus, do modo prescrito nas Sagradas Escrituras? O que voc tem feito pela manuteno do culto pblico e das Ordenanas de Cristo? Voc cr que tem responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que tem feito? Como voc tem se colocado na igreja diante deste dever?

4. PRESTAR ASSISTNCIA MATERIAL AOS MINISTROS DA IGREJA

Uma Igreja local, reunida e completamente organizada de acordo com a mente de Cristo, consiste de membros e oficiais. Os oficiais designados por Cristo sero escolhidos e consagrados pela igreja congregada. So eles os ancios (ou bispos) e os diconos (26.8).

A incumbncia dos pastores atender constantemente obra de Cristo nas igrejas, no ministrio da Palavra e da orao, zelando pelo bem espiritual das almas que lhes foram confiadas, e das quais tero de prestar contas a Cristo. As igrejas tm a incumbncia de prestar todo o respeito que devido aos seus ministros; e faz-los participantes de todas as boas coisas materiais, de acordo com as possibilidades de cada igreja, para que os ministros possam viver confortavelmente e no tenham que emaranhar-se em ocupaes seculares, podendo tambm exercer hospitalidade para com os outros. Isto requerido pela prpria lei da natureza, e pelo mandato expresso de nosso Senhor Jesus, que ordenou aos que pregam o evangelho, que vivam do evangelho (26.10).

Embora a tarefa de serem diligentes na pregao da Palavra seja, por definio de ofcio, uma incumbncia dos bispos (os pastores) das igrejas, a pregao da Palavra no est confinada exclusivamente a eles. Outras pessoas, que tenham sido dotadas e preparadas pelo Esprito Santo, e que tambm tenham sido convocadas pela igreja, podem e devem ocupar-se com a obra da pregao (26.11).

Atos 6.4 e, quanto a ns, nos consagraremos orao e ao ministrio da palavra. Hebreus 13.17 Obedecei aos vossos guias, e sede submissos para com eles; pois velam por vossas almas, como quem deve prestar contas, para que faam isto com alegria e no gemendo; porque isto no aproveita a vs outros.

1 Timteo 5.17,18 Devem ser considerados merecedores de dobrados honorrios os presbteros que presidem bem, com especialidade os que afadigam na palavra e no ensino. Pois a Escritura declara: No amordaces o boi, quando pisa o gro. E ainda: O trabalhador digno do seu salrio.

Glatas 6.6,7 Mas aquele que est sendo instrudo na palavra faa participante de todas as cousas boas aquele que o instrui. No vos enganeis: de Deus no se zomba; pois aquilo que homem semear, isso tambm ceifar.

2 Timteo 2.4 Nenhum soldado em servio se envolve em negcios desta vida, porque o seu objetivo satisfazer quele que o arregimentou.

1 Timteo 3.2 necessrio, portanto, que o bispo seja irrepreensvel, esposo de uma s mulher, temperante, sbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar...

1 Corntios 4.1 Assim pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistrios de Deus.

1 Corntios 9.6-14 Ou somente eu e Barnab no temos direito de deixar de trabalhar?

Quem jamais vai guerra sua prpria custa? Quem planta a vinha e no come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e no se alimenta do leite do rebanho? Porventura falo isto como homem, ou no o diz tambm a lei? Porque na lei de Moiss est escrito: No atars a boca ao boi que debulha. Acaso de bois que Deus se preocupa? Ou seguramente por ns que ele o diz? Certo que por ns que est escrito, pois o que lavra cumpre faz-lo com esperana; o que debulha, faa-o na esperana de receber a parte que lhe devida. Se ns vos semeamos as cousas espirituais, ser muito recolhermos de vs bens materiais? Se outros participam desse direito sobre vs, no o temos ns em maior medida? Entretanto no usamos desse direito; antes suportamos tudo, para no criarmos qualquer obstculo ao evangelho de Cristo. No sabeis vs que os que prestam servios sagrados, do prprio templo se alimentam; e quem serve ao altar, do altar tira o seu sustento? Assim ordenou tambm o Senhor aos que pregam o evangelho, que vivam do evangelho.

O que voc tem feito no sentido de assistir materialmente os ministros da Igreja? Em termos prticos, qual a importncia atribuda por voc ao Ministrio da Palavra? Voc tem contribudo para a manuteno de um Ministrio fiel da Palavra em sua Igreja? Voc cr que tem responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que tem feito? Como voc tem se colocado na igreja diante deste dever?

5. EXPRESSAR A COMUNHO DOS SANTOS, INCLUINDO A ASSISTNCIA AOS DOMSTICOS DA F

Estando unidos uns aos outros no amor, [todos os santos] tm comunho nos dons e nas graas de cada um; e tm a obrigao de cumprir os deveres pblicos ou particulares que, de uma maneira ordeira, conduzam ao bem-estar comum, tanto em questes espirituais quanto materiais (27.1).

Os santos, ao fazerem sua profisso de f, comprometem-se a manter uma santa associao e comunho para adorar a Deus e prestar outros servios espirituais, que tendam sua mtua edificao; tambm tm compromisso de socorrer uns aos outros em coisas materiais, de acordo com as habilidades e as necessidades de cada um.

Esta comunho, segundo a norma do evangelho, deve especialmente ser exercida no mbito familiar e nas igrejas; mas, conforme Deus oferea oportunidade para isso, tambm deve ser estendida a toda a famlia da f, a todos os que, em todo lugar, invocam o nome do Senhor Jesus.

Entretanto, a comunho de uns com os outros, como santos, no destri nem infringe o

direito ou a propriedade de cada pessoa, seus bens e possesses (27.2).

1 Joo 3.17,18 Ora, aquele que possuir recursos deste mundo e vir a seu irmo padecer necessidade e fechar-lhe o seu corao, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, no amemos de palavra, nem de lngua, mas de fato e de verdade

Glatas 6.10 Por isso, enquanto tivermos oportunidade, faamos o bem a todos, mas principalmente aos da famlia da f. Hebreus 10.24,25 Consideremo-nos tambm uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e s boas obras. No deixemos de congregar-nos, como costume de alguns, antes, faamos admoestaes, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima.

1 Pedro 4.10,11 Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graa de Deus. Se algum fala, fale de acordo com os orculos de Deus; se algum serve, faa-o na fora que Deus supre, para que em todas as cousas seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo a quem pertence a glria e o domnio pelos sculos dos sculos. Amm.

Tiago 2.14-17 Meus irmos, qual o proveito, se algum disser que tem f, mas no tiver obras? Pode, acaso, semelhante f salv-lo? Se um irmo ou uma irm estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vs lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessrio para o corpo, qual o proveito disso? Assim, tambm a f, se no tiver obras, por si s est morta.

2 Corntios 9. 1,5-15 Ora, quanto assistncia a favor dos santos, desnecessrio escrever-vos... Julguei conveniente recomendar-vos aos irmos que me precedessem entre vs e preparassem de antemo a vossa ddiva j anunciada, para que esteja pronta como expresso de generosidade e no de avareza. E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco tambm ceifar; e o que semeia com fartura com abundncia tambm ceifar. Cada um contribua segundo tiver proposto no corao, no com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem d com alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda graa, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficincia, superabundeis em toda boa obra, como est escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justia permanece para sempre. Ora, aquele que d semente ao que semeia e po para alimento tambm suprir e aumentar a vossa sementeira e multiplicar os frutos da vossa justia; enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermdio, sejam tributadas graas a Deus. Porque o servio desta assistncia no s supre a necessidade dos santos, mas tambm redunda em muitas graas a Deus, visto como, na prova desta ministrao, glorificam a Deus pela obedincia da vossa confisso quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribus para eles e para todos, enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em virtude da superabundante graa de Deus que h em vs. Graas a Deus pelo seu dom inefvel!

O que voc tem feito no sentido de expressar a comunho dos santos, com a beneficncia aos domsticos da f? Em sua prtica, isto algo regular e freqente? Voc cr que tem responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que tem feito? Como voc tem se colocado na igreja diante deste dever?

6. BATALHAR PELA PROSPERIDADE E EXPANSO DE TODAS AS IGREJAS DE CRISTO, EM TODO LUGAR E EM TODAS AS OCASIES

Os membros de cada igreja local devem orar continuamente pelo bem e pela prosperidade de todas as igrejas de Cristo, em todo lugar. E devem trabalhar para a expanso da Igreja, em todas as ocasies, exercendo cada um os seus dons e graas, na sua rea de atuao, e de acordo com o seu chamamento (26.14).

As igrejas quando dispostas pela providncia de Deus de uma maneira em que isto seja possvel devem desfrutar da oportunidade e vantagens de manterem comunho entre si, a fim de promoverem a paz, o amor, e a edificao mtua (26.14).

(...) Segundo a mente de Cristo, muitas igrejas devem reunir-se em comunho, mediante representantes, para considerar e opinar sobre o assunto de divergncia; e o seu parecer deve ser comunicado a todas as igrejas envolvidas (26.15).

Romanos 16.1,2 Recomendo-vos a nossa irm Febe, que est servindo igreja de Cencria, para que a recebais no Senhor como convm a santos, e a ajudeis em tudo que de vs vier a precisar; porque tem sido protetora de muitos, e de mim inclusive.

Atos 11.29,30 Os discpulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmos que moravam na Judia; o que eles, com efeito, fizeram, enviando-o aos presbteros por intermdio de Barnab e de Saulo.

1 Corntios 16.1,2 Quanto coleta para os santos, fazei vs tambm como ordenei s igrejas da Galcia. No primeiro dia da semana cada um de vs ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e v juntando, para que se no faam coletas quando eu for.

2 Corntios 8.1-4, 11 Tambm, irmos, vos fazemos conhecer a graa de Deus concedida s igrejas da Macednia; porque, no meio de muita prova de tribulao, manifestaram abundncia de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntrios, pedindo-nos, com muitos rogos, a graa de participarem da assistncia aos santos... Completai, agora, a obra comeada, para que, assim como revelastes prontido no querer, assim a leveis a termo, segundo as vossas posses.

Filipenses 4.10, 14-17 Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual tambm j tnheis antes, mas vos faltava oportunidade... Fizestes bem, associando-vos na minha tribulao. E sabeis bem vs, filipenses, que, no incio do evangelho, quando parti da Macednia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, seno unicamente vs outros; porque at Tessalnica mandastes no somente uma vez, mas duas, o bastante para minhas necessidades. No que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa o fruto que aumente o vosso crdito. Recebi tudo e tenho abundncia; estou suprido, desde que Epafrodito me passou s mos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifcio aceitvel e aprazvel a Deus.

O que voc tem feito em prol da prosperidade e expanso das igrejas de Cristo, em todo lugar? Tem batalhado sempre, e em todas as ocasies? Voc cr que tem responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que tem feito? Como voc tem se colocado na igreja diante deste dever?

7. EXERCER OS DEVERES DE NECESSIDADE E DE MISERICRDIA O dia de descanso santificado ao Senhor quando os homens... ocupam o tempo em... deveres de necessidade e de misericrdia (22.8).

As boas obras, feitas em obedincia aos mandamentos de Deus, so os frutos e a evidncia de uma f verdadeira e viva (16.2).

Mateus 12.12-13 Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, lcito fazer bem aos sbados. Ento disse ao homem: Estende a tua mo. Estendeu-a, e ela ficou s como a outra. Tiago 1.27 A religio pura e sem mcula, para com o nosso Deus e Pai, esta: visitar os rfos e as vivas nas suas tribulaes e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.

Mateus 25.35-36 Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.

Mateus 6.2-4 Quando, pois, deres esmola... Tu, porm, ao dares a esmola, ignore a tua mo esquerda o que faz a tua mo direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que v em secreto, te recompensar.

Atos 10.2, 4 ...piedoso e temente a Deus com toda a sua casa, e que fazia muitas esmolas ao povo e de contnuo orava a Deus... E o anjo lhe disse: As tuas oraes e as tuas esmolas subiram para memria diante de Deus.

Efsios 4.28 Aquele que furtava, no furte mais; antes trabalhe, fazendo com as prprias mos o que bom, para que tenha com que acudir ao necessitado.

O que voc tem feito no sentido de cumprir seus deveres de necessidade e de misericrdia? Isto se constitui algo regular, um estilo de vida? Voc cr que tem responsabilidades pessoais com isto? Voc cr que deveria canalizar este esforo, tanto quanto possvel, por meio do Corpo de Cristo, que a Igreja? E sua igreja, o que tem feito? Como voc tem se colocado na igreja diante deste dever?

Ao nos referirmos a crentes e igrejas confessionais, devemos nos lembrar que a questo, em rigor, no : Cremos que temos tais deveres? Tais deveres j esto pressupostos quando fizemos a confisso pblica de nossa f naqueles termos, tanto como membros individualmente, quanto tambm na comunho do Corpo. Mas uma questo certamente pertinente: Quo importantes tais deveres tm sido para voc e sua igreja? Voc tem dado de si mesmo, na proporo do dom de Deus, ou ainda acima das suas posses, a fim de que, para a glria de Deus, tais propsitos sejam atingidos? Em termos prticos, o quanto lhe tem custado regularmente, de tudo quanto Deus lhe tem colocado para administrar? Ao recolher os frutos do sustento que Deus lhe tem dado regularmente, voc se reconhece despenseiro da graa de Deus?

No que diz respeito contribuio financeira, o princpio bblico de uma participao regular, sistemtica, deveria ser assumido. Por que deveramos pressupor que podemos receber o sustento do Senhor e no contribuir regularmente, na mesma freqncia e regularidade, para a obra do Senhor? Precisamos patentear o compromisso do discpulo com seu Mestre, do membro com o Corpo, das ovelhas com os pastores, da comunidade pactual com os pobres (especialmente os da famlia da f), da igreja local diante do mundo sem Cristo... No deveramos simplesmente negligenciar nossos compromissos. E o seu compromisso com a Casa de Deus tambm passa pelo fator financeiro. E neste caso, o desafio bsico tem sido o mesmo em toda a Bblia: a sua renncia e generosidade, e a priorizao do reino de Deus e sua justia. E a expresso deste compromisso do crente, individualmente, e de nossas famlias, coletivamente, deveria ser to regular quanto o dom recebido, e tanto quanto a medida de graa e generosidade que Deus coloca em nosso corao. Esse nos parece um bom princpio.

O Senhor e Mestre disse: Porque onde est o teu tesouro, a estar tambm o teu corao (Mt 6.21). Onde est o seu tesouro?

Devemos reconhecer a suprema verdade de que somos despenseiros, e procurar exercer sabiamente a nossa administrao, com o auxlio do Pai. No reconhecimento desta verdade o crente deve entregar-se ao Mestre e pr tudo sua disposio para o crescimento do seu Reino. Assuma um compromisso de ser um melhor despenseiro, achado fiel e prudente pelo Senhor.

IV. FUNES PRECPUAS DA ADMINISTRAO

Como j afirmamos anteriormente, Stoner e Feeman, ensinam que Administrao o "processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organizao, e de usar todos os recursos disponveis da organizao para alcanar os objetivos definidos.

Veremos agora, quatro aspectos do processo da administrao secular e que so tambm importantes na vida da igreja:

1) Planejar: Significa estabelecer os objetivos da igreja, especificando a forma como eles sero alcanados. Parte de uma sondagem do presente, passado e futuro, desenvolvendo um plano de aes para atingir os objetivos traados. a primeira das funes, j que servir de base diretora operacionalizao das outras funes. Ao fazer o planejamento perguntamos: o que queremos, quais so os nossos objetivos, qual nossa misso; que recursos dispomos e quais deveremos buscar; quem nos ir ajudar nesta tarefa, etc.

2) Organizar: a forma de coordenar todos os recursos da igreja, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido.

3) Dirigir ou liderar: Contrate e forme lderes que administrem a igreja. Guardada as devidas propores, como um jogo de futebol, que em cada jogo (obstculo) tenha que ser vencido para que se ganhe o campeonato (planejamento). Motivar e incentivar a equipe.

Delegue autoridade e responsabilidade e cobre resultados. Elogie, premie, e comemore. Lidere a equipe motivada e satisfeita para que o time alcance os objetivos. O trabalho em equipe que leva a igreja a ter sucesso pois acabou a era do eu sozinho. No acredito na administrao democrtica, mas sim na participativa, onde as equipes envolvidas nos processos eleitos para se atingir os objetivos do planejamento buscam juntas as solues.

4) Controle ou Coordenao: O que no medido difcil de ser avaliado. O que no cobrado no feito. Esta atividade que nos permite dirigir e corrigir os trabalhos que no esto sendo feitos dentro do nosso planejamento. Com o controle o lder pode premiar as equipes que atingem os objetivos.

A ADMINISTRAO DO TEMPO

Ponha as primeiras coisas em primeiro lugar e teremos as segundas a seguir; ponha as segundas coisas em primeiro lugar e perderemos ambas C.S. Lewis

Que insensatez temer o pensamento de desperdiar a vida de uma s vez, mas por outro lado, no ter nenhuma preocupao em jog-la fora aos poucos John Howe

Nada caracteriza melhor a vida moderna do que o lamento, Se eu tivesse tempo...

Esta uma frase muito comum em nosso dia a dia. Aqueles que esto sempre reclamando de falta de tempo geralmente no tm mtodos para utiliz-lo e, somente, comprovam que a problemtica do tempo no saber o que fazer com ele.

Uma anlise das tarefas realizadas pelo pastor nos leva a fazermos a seguinte lista: as inmeras e cobradas visitas pastorais nos lares, reunies com os presbteros, reunies para discusses sobre os planos de trabalho, quatro ou cinco sermes semanais, estudos bblicos, cada um com uma mdia de duas a trs horas de preparao, o boletim semanal, compromissos

para falar em outras igrejas, casamentos, funerais, colocar em dia a leitura, visitas aos hospitais, algumas prioritrias (especialmente os idosos) etc.

Normalmente, o resultado desta correria para atender a tantos compromissos da agenda a constante tirania do urgente. Uma coisa planejar nosso trabalho; outra trabalhar nosso plano.

Perguntas para reflexo:

1) Quais tarefas inacabadas so motivo de grande preocupao para voc neste instante?

2) Faa uma lista de dois ou trs objetivos mais importantes em sua vida para as duas prximas semanas.

3) Quando foi a ltima vez que voc separou ao menos uma hora para analisar a direo em que voc est indo?

H uma grande diferena entre estar muito ocupado e ser produtivo. Claramente, podemos observar que existem pessoas que se esgotam trabalhando e no conseguem progresso algum, enquanto outras, com menor esforo, atingem objetivos e so bem sucedidas. No podemos esquecer tambm aqueles que vencem na vida trabalhando tanto que chegam a sacrificar alguns valores extremamente importantes como o lazer, a famlia e, s vezes, at a sade. H tambm aqueles que esto sempre girando em torno de tudo, como verdadeiros furaces, em grande movimento. Contudo, quando analisados com profundidade, pouca coisa apresentam de produtivo.

provvel que voc j tenha ouvido o termo "workaholic". uma expresso americana que teve origem na palavra alcoholic (alcolatra). Serve para denotar uma pessoa viciada, no em lcool, mas em trabalho. As pessoas viciadas em trabalho sempre existiram, no entanto, esta ltima dcada acentuou sua existncia motivada pela alta competio, necessidade (talvez mais adequado seria dizer obsesso) por dinheiro, vaidade, sobrevivncia ou ainda alguma necessidade pessoal de provar algo a algum ou a si mesmo. Podemos encontrar esta figura tambm no Ministrio pastoral.

Veja como podemos caracterizar o "workaholic":

1. Trabalha mais que onze horas

2. Almoa trabalhando

3. No tira frias de vinte dias h trs anos

4. Eternamente insatisfeito

5. Acha que trabalha mais que os outros

6. Fala ao telefone mais de uma hora por dia (13% do dia)

7. Avalia as pessoas pelo seu aspecto profissional e, depois, pelo pessoal

Em corolrio das caractersticas acima, podemos antever alguns sintomas geralmente diagnosticados:

1. Ambiente tenso no lar;

2. Sensao de fracasso pessoal;

3. Dificuldades financeiras;

4. Exigncia de um padro de vida sempre superior, ou melhor.

Para no recebermos o rtulo de "workaholic", primeiramente, necessitamos nos organizar melhor em relao ao tempo e, dessa forma, conhecer os tipos de "ladres ou desperdiadores de tempo", e como podemos resolv-los. Mas antes, precisamos entender que o tempo :

Tempo: uma estrutura teolgica

O Salmo 118:24 no deveria ser apenas um fato, mas nosso alvo em nosso uso do tempo: este o dia que o Senhor fez. Nosso alvo que nosso uso do tempo deste dia reflita uma genuna autoria de Deus. O puritano Jeremiah Burroughs estabeleceu um excelente princpio:

Esteja certo de seu chamado para todo empreendimento que voc tiver frente. Mesmo que seja o menor empreendimento, esteja certo de seu chamado para o mesmo. Ento, com o que for que se encontrar, voc pode aquietar seu corao com isto: eu sei que estou onde Deus gostaria que eu estivesse. Nada no mundo aquietar o corao tanto quanto isto: quando me encontro com alguma cruz, eu sei que estou onde Deus gostaria que eu estivesse, em meu lugar e em meu chamado: estou no trabalho que Deus estabeleceu para mim.10

Claramente isto envolve considerar antecipadamente o que Deus nos tem chamado a fazer, confiante de que este ser o mais feliz e satisfatrio uso de nosso tempo.

Um princpio semelhante chega at ns atravs de Efsios 5:16, traduzido como remindo o tempo e fazendo o melhor de cada oportunidade. O verbo exagorazo.O gora era o mercado onde se comprava mercadorias e escravos. Exagorazo fazer sua seleo a partir das opes disponveis. Em Efsios 5:16 o que est disponvel ton kairon: o tempo, mas tempo de um certo tipo (pois existem duas palavras para tempo em grego): o tempo de hoje visto como oportunidade, cheio de possibilidades de realizaes ou perdas ressentidas.

Se combinarmos as palavras chegamos a este pensamento. Procuramos assegurar, como visto to extraordinariamente na vida de nosso Senhor, a autoria de Deus de nosso tempo de tal forma que possamos dizer com confiana, Este dia, o modo como est rendendo, o dia que o Senhor fez; alegro-me e regozijo-me nele. para esta tarefa que nos voltamos.

O gerenciamento do tempo tanto uma arte quanto uma cincia, e tem uma literatura profusa. Uma grande quantidade de cursos sobre isto est disponvel tanto nas organizaes seculares como nas crists.

Nas pginas a seguir daremos algumas dicas que sero teis para que possamos gerenciar melhor o nosso tempo:

1. Mitos sobre a administrao do tempo.

2. Razes para administrar o tempo:

3. Desperdiadores e economizadores de tempo;

4. Dicas para se economizar tempo;

5. Solues prticas para economizar tempo;

6. Como fazer reunies criativas.

I. Mitos sobre Administrao do Tempo

Comecemos por analisar alguns mitos acerca da administrao do tempo.

1) O primeiro que quem administra o tempo torna-se escravo do relgio. A verdade bem o contrrio. Quem administra o tempo coloca-o sob controle, torna-se senhor dele. Quem no o administra por ele dominado, pois acaba fazendo as coisas ao sabor das presses do momento, no na ordem e no momento em que desejaria.

A verdade que administrar o tempo no programar a vida nos mnimos detalhes: adquirir controle sobre ela. necessrio planejar, sem dvida. Mas preciso ser flexvel, saber fazer correes de curso. Se voc est fazendo algum trabalho e est inspirado, produzindo bem, no h razo para parar, simplesmente porque o tempo alocado quela tarefa expirou. Se a tarefa que viria a seguir, em seu planejamento, puder ser re-agendada, sem maiores problemas, no interrompa o que voc vem fazendo bem. Administrar o tempo fazer o que voc considera importante e prioritrio, ser senhor do prprio tempo, no program-lo nos mnimos detalhes e depois tornar-se escravo dele.

2) O segundo mito que a gente s produz mesmo, ou ento s trabalha melhor, sob presso. Esse um mito criado para racionalizar a preguia, a indeciso, a tendncia procrastinao. No h evidncia que o justifique, at porque os que assim agem poucas vezes tentam trabalhar sem presso para comparar os resultados-sobre si mesmos e sobre os que os circundam. A evidncia, na verdade, justifica o contrrio daquilo que expressa o mito. Em contextos escolares, por exemplo, quem estuda ao longo do ano, com calma e sem presses, sai-se, geralmente, muito melhor do que quem deixa para estudar nas vsperas das provas e, por isso, v-se obrigado a passar noites em claro para fazer aquilo que deveria vir fazendo durante o tempo todo. Nada nos permite concluir que o que vale no contexto escolar, a esse respeito, no valha em outros contextos.

3) O terceiro mito que administrar o tempo algo que se aplica apenas vida profissional.

Falso. Certamente h muitas coisas em sua vida pessoal e familiar que voc reconhece que deve e deseja fazer mas no faz-"por falta de tempo". Voc pode estar querendo, h anos, reformar algumas coisas em sua casa, escrever um livro ou um artigo, aprender uma outra lngua, desenvolver algum hobby, tirar duas semanas sem perturbaes para descansar, curtir os filhos que esto crescendo, tudo isso sem conseguir. A culpa vai sempre na falta de tempo. A administrao do tempo poder permitir que voc faa essas coisas em sua vida pessoal e familiar.

4) O quarto mito que ter tempo questo de querer ter tempo. Voc certamente j ouviu muita gente dizer isso. De certo modo essa afirmao verdadeira-at onde ela vai. Normalmente damos um jeito de arrumar tempo para fazer aquilo que realmente queremos fazer. Mas a afirmao no diz tudo. No basta simplesmente querer ter tempo para ter tempo. preciso tambm querer o meio indispensvel de obter mais tempo-e esse meio a administrao do tempo.

Contrria a esses mitos, a verdade que administrar o tempo saber us-lo para fazer aquelas coisas que voc considera importantes e prioritrias, tanto no ministrio pastoral, quanto na vida pessoal. Administrar o tempo organizar a sua vida de tal maneira que voc obtenha tempo para fazer as coisas que realmente gostaria de estar fazendo, e que possivelmente no vem fazendo porque anda to ocupado com tarefas urgentes e de rotina (muitas delas no to urgentes nem to prioritrias) que no sobra tempo.

Quem tem tempo no quem no faz nada: quem consegue administrar o tempo que tem.

Todos ns conhecemos pessoas (um tio idoso, uma prima) que (pelos nossos padres) no fazem nada o dia inteiro e, no entanto, constantemente se dizem sem tempo.

Por outro lado, quem administra o tempo no quem est todo o tempo ocupadssimo. Pelo contrrio. Se voc vir algum que trabalha o tempo todo, fica at mais tarde no servio, traz trabalho para casa noite e no fim de semana, pode concluir, com certeza, que essa pessoa no sabe administrar o tempo. Quem administra o tempo geralmente no vive numa corrida perptua contra o tempo, no precisa trabalhar horas extras-e, geralmente, produz muito mais!

Mas no se engane: o processo de administrar o tempo no fcil. preciso realmente querer tornar-se senhor de seu tempo para conseguir administr-lo.

II. Razes para administrar o tempo

1) Tempo Vida: o tempo o recurso fundamental da nossa vida, a matria prima bsica de nossa atividade.

Quando o nosso tempo termina, acaba a nossa vida. No h maneiras de obter mais. Por isso, tempo vida. Quem administra o tempo ganha vida, mesmo vivendo o mesmo tempo.

Prolongar a durao de nossa vida no algo sobre o qual tenhamos muito controle.

Aumentar a nossa vida ganhando tempo dentro da durao que ela tem algo, porm, que est ao alcance de todos.

O tempo um recurso no renovvel e perecvel. Quando o tempo acaba, ele acaba mesmo. E o tempo no usado no pode ser estocado para ser usado no futuro. O tempo no como riquezas, que podem ser acumuladas para uso posterior. Quem no administra o seu tempo joga sua vida fora, porque um dia s pode ser vivido uma vez. Se o tempo de um dia no for usado sabiamente, no h como aproveit-lo no dia seguinte. Amanh ser sempre um novo dia e o hoje perdido ter sido perdido para sempre. Mas o tempo, embora no renovvel e perecvel, um recurso democraticamente distribudo.

A capacidade mental, a habilidade, a inteligncia, as caractersticas fsicas so muito desigualmente distribudas entre as pessoas. O tempo, porm, enquanto estamos vivos,

distribudo igualmente para todos. O dia tem 24 horas tanto para o mais alto executivo como para o mais pobre desempregado.

Todos recebemos 24 horas de tempo por dia. Na verdade, temos todo o tempo que existe: no existe tempo que algum possa guardar para si, em detrimento dos outros. Algum pode roubar meu dinheiro, os objetos que possuo. Mas ningum consegue roubar meu tempo: outra pessoa s conseguir determinar como eu vou usar meu tempo se eu o consentir. Se assim, devemos nos perguntar por que alguns produzem tanto com o tempo de que dispem e outros no conseguem produzir nada-no mesmo tempo. No que os ltimos no faam nada (no so daqueles que se levantam mais cedo apenas para ter mais tempo para no fazer nada): s vezes so ocupadssimos, e, no entanto, pouco ou mesmo nada produzem.

A explicao est no seguinte: o importante o que fazemos com nosso tempo.

2) Tempo Dinheiro

importante se compenetrar do fato de que nosso tempo valioso. H pessoas e instituies que esto dispostas a pagar dinheiro pelo nosso tempo. Por isso que se diz que tempo dinheiro . Quem administra o tempo, na verdade, ganha no apenas vida: pode tambm transformar esse ganho de vida em ganho de dinheiro.

Para alcanar um determinado resultado ou produzir alguma coisa, com determinado nvel de qualidade, precisamos investir fundamentalmente tempo e/ou dinheiro.

Imaginemos exemplos corriqueiros. Seu carro est precisando de uma limpeza. Ou preciso consertar a instalao eltrica de sua casa. Suponhamos que voc saiba lavar um carro e fazer um conserto eltrico com um nvel de qualidade aceitvel, e que em ambos os casos o servio vai levar cerca de uma hora de seu tempo.

Independentemente de quanto valha a hora de seu tempo, se voc no tem mais nada que realmente queira fazer (como dormir, assistir a um jogo de futebol na TV, etc.), provavelmente vai concluir que vale mais a pena voc mesmo lavar o carro, ou consertar a instalao eltrica, do que pagar um lava-carro ou um eletricista para fazer o servio. O uso de seu tempo economiza dinheiro, nesse caso. Se, porm, voc pode empregar seu tempo ganhando mais dinheiro do que voc vai economizar, ou, ento, se h coisas que voc queira fazer que so mais importantes, para voc, do que o dinheiro que ir gastar, provavelmente vai concluir que vale mais a pena pagar um lava-carro ou um eletricista para fazer o servio.

Por outro lado, mesmo que voc tenha tempo, se voc deseja um trabalho de melhor nvel de qualidade do que aquele que capaz de produzir, pode valer mais a pena pagar um bom profissional para fazer o servio.

A questo a manter em mente que o tempo tem um valor monetrio para quem tem objetivos: a deciso de empreg-lo ou no em determinada tarefa deve levar em considerao esse valor. Se lavar o carro leva uma hora e voc economiza dez reais fazendo, voc mesmo, a tarefa, ento seu tempo, naquela situao, vale dez reais por hora. Por outro lado, se voc no tem nada mais a fazer, alm da tarefa que est contemplando realizar, ento o fator tempo deixa de ser uma varivel relevante.

Um outro exemplo pode ajudar. Suponhamos que voc no possua nem bicicleta, nem carro, nem helicptero e queira ir a uma certa cidade. Voc pode ir a p (e levar trs dias), alugar uma bicicleta (e levar vrias horas), ir de nibus (e levar cerca de trs horas, ponto a ponto), tomar um taxi (e levar um hora), ou fretar um helicptero (e levar quinze minutos). Cada uma dessas opes envolve um certo uso de tempo e um determinado dispndio de dinheiro. Se voc tem pouco tempo e bastante dinheiro, pode decidir gastar mais dinheiro e fretar o helicptero. Se voc tem pouco dinheiro e bastante tempo, pode decidir ir a p. Dependendo da "mistura", voc pode escolher uma das opes intermedirias.

A qualidade do resultado, porm, tambm precisa ser levada em considerao. Indo a p, voc vai chegar cidade cansado, sujo, estropiado. Indo de helicptero, voc vai chegar como saiu. Isso pode eventualmente pesar na deciso.

Digamos, portanto, que um investimento de tempo T e de dinheiro $ produz um resultado com um determinado nvel de qualidade Q.

Se continuarmos a investir a mesma quantidade de tempo e de dinheiro, de esperar que a qualidade vai se manter a mesma. Se aumentarmos o investimento de tempo, podemos manter a qualidade diminuindo o investimento de dinheiro, ou vice versa.

Se aumentarmos o investimento de tempo, mantendo o investimento de dinheiro estacionrio, ou vice-versa, podemos melhorar a qualidade, que pode ser mais melhorada ainda se aumentarmos ambos os investimentos. Se diminuirmos o investimento de tempo, mantendo o investimento de dinheiro estacionrio, ou vice-versa, iremos piorar a qualidade, que pode ser pior ainda se reduzirmos ambos os investimentos.

Por a voc v que pode trocar seu tempo por dinheiro. Na verdade, o trabalho uma permuta de tempo por dinheiro: algum me paga pelo meu tempo (isto , pelo meu tempo produtivo). E isso nos traz questo da produtividade.

3) Administrao do Tempo e Produtividade

Quem administra o tempo, aumenta sua produtividade. Produtividade o produto da eficcia pela eficincia.

Ser eficaz fazer as coisas certas, isto , fazer aquilo que consideramos importante e prioritrio. Ser eficiente fazer as coisas certo, isto , com a menor quantidade de recursos possvel.

Ser produtivo fazer certo as coisas certas, isto , fazer aquilo que consideramos importante e prioritrio com a menor quantidade de recursos possvel. E tempo um recurso fundamental: nada pode ser feito sem tempo. Por isso ele freqentemente escasso e caro.

possvel ser eficaz, isto , fazer o que precisa ser feito, sem ser eficiente. Todos conhecemos pessoas que fazem o que devem fazer, mas levam tempo demasiado, ou gastam muito dinheiro, para faz-lo. Essas pessoas so eficazes mas ineficientes.

Por outro lado, todos conhecemos pessoas que fazem, de maneira extremamente eficiente, coisas que no so essenciais, que no tm a menor importncia. Quem consegue colocar cem mil pedras de domin em p sem derrubar nenhuma, possivelmente seja muito eficiente nessa tarefa, mas extremamente ineficaz.

Vemos, talvez at mais freqentemente, pessoas que so ineficazes e ineficientes. Todos j vimos o balconista de loja ou o caixa de banco que tenta atender a mais de um fregus ou cliente ao mesmo tempo, que simultaneamente tenta responder s perguntas de outro, conversar com colegas que vm pedir informaes ou jogar conversa fora, etc. Esse indivduo parece ocupado, na verdade est ocupado, mas improdutivo: no mais das vezes no consegue fazer as coisas que devem ser feitas nem fazer o que faz de maneira correta.

Tornar mais eficiente quem ineficaz (por exemplo, dando-lhe um computador) s vezes at piora a situao. Um exemplo exagerado pode ajudar. Um bbado a p ineficaz e (felizmente) ineficiente. Se o colocarmos ao volante de um automvel, poder tornar-se muito mais eficiente em sua ineficcia (isto , fazer muito mais rapidamente o que no deveria fazer, causando um dano muito maior).

Ser produtivo, portanto, no a mesma coisa que ser ocupado. Est errado o ditado americano que diz: "Se voc quer algo feito, d isso para uma pessoa ocupada". A pessoa pode ser ocupada e no produtiva, em cujo caso no far a tarefa adicional que lhe est sendo pedida.

4) Administrao do Tempo e Reduo de Stress

Quem administra o tempo reduz o stress causado pelo mau uso do tempo. Aqui tambm a idia de mau uso ou desperdcio do tempo pressupe a noo de objetivos.

Se no tenho nenhum objetivo, seja profissional, seja pessoal, ento provavelmente vou deixar o tempo fluir, despreocupadamente, como um rio que passa por debaixo de uma ponte. No h como avaliar meu uso do tempo nesse caso. A nica coisa que posso querer fazer "matar o tempo". Numa situao como essa, provavelmente no vou ter stress.

O tempo aparece como bem ou mal usado apenas para a pessoa que tem objetivos, que quer realizar alguma coisa. O bom ou mau uso do tempo depende do que se pretende alcanar . O mau uso do tempo causa stress porque tempo mal usado tempo usado para fazer aquilo que no consideramos importante e prioritrio.

Usar o tempo de forma no planejada no equivale, necessariamente, a fazer mau uso do tempo (como j se indicou). Freqentemente temos que alterar nosso planejamento, fazer coisas que no estavam na nossa agenda. Nosso tempo s ter sido desperdiado se essas alteraes nos levarem a fazer coisas que no consideramos importantes.

Mau uso do tempo no ficar sem fazer nada, gastar tempo no lazer, dedicar tempo a hobbies ou famlia, se isso que julgamos importante e queremos-e todos ns desejamos isso em determinados momentos. Se, entretanto, num dado momento, voc realmente quer estar lendo um livro, ou trabalhando num relatrio, e se v obrigado a fazer um passeio com as crianas, ou a entreter familiares, voc se sente tenso, porque o tempo no estar sendo utilizado para aquilo que voc considera importante e prioritrio naquele momento-e, portanto, no estar sendo bem usado.

sempre bom lembrar que, da mesma forma que o mau uso do tempo causa stress, o bom uso do tempo normalmente traz satisfao, sentido de realizao e felicidade.

III. LADRES E ECONOMIZADORES DE TEMPO

Entendemos por "desperdiadores de tempo" disfunes que provocam o uso inadequado ou insatisfatrio do tempo na perspectiva do pastor e lder ou da igreja.

Uma pesquisa feita em vinte e um pases, com aproximadamente dois mil executivos de vrias organizaes, apresentou como desperdiadores de tempo mais comuns, trinta e sete itens.

Vamos detalhar abaixo os principais desperdiadores de tempo que tenho visto no meu

pastorado:

1. Falta de Planejamento;

2. Telefonemas

3. Distraes

4. Visitas inesperadas;

5. Tarefas inacabadas ou falta de disciplina no cumprimento da agenda;

6. Definio clara de objetivos na execuo das tarefas;

7. Falta de delegao ou Centralizao de poder. Excesso de compromissos: Incapacidade de dizer "no": O excesso de tarefas freqentemente paralisa: a pessoa no sabe por onde comear e acaba ficando imobilizada.

8. Menosprezo ou nfase inadequada em certas atividades;

9. Indefinio de prioridades e cobrana incompleta e descontnua;

10. Fragmentao e superficialidade;

11. Excesso de reunies (algumas desnecessrias) e burocracia interna;

12. Indefinio de prioridades;

13. M utilizao dos recursos (telefone, fax, computador, Internet,);

14. Mesa entulhada ou desorganizao pessoal;

15. Arquivamente ineficiente

16. Proscrastinao: preciso distinguir a tendncia procrastinao do bom senso que recomenda no tomar uma deciso no calor de uma discusso, ou quando no h informaes suficientes, ou coisa equivalente.

Por outro lado, voc poder utilizar-se dos economizadores de tempo atravs da:

IV. DICAS PARA SE ECONOMIZAR TEMPO

A seguir, apresentamos sete tcnicas eficazes, atitudes e comportamentos que podem

economizar seu tempo:

Planejamento: toda hora aplicada em planejamento eficiente poupa trs ou quatro na execuo e produz melhores resultados.

Organizao: a organizao um outro fator facilitador na execuo das tarefas; uma aliada do tempo. Ela deve existir principalmente nas informaes.

Delegao: atribuio de tarefas para outras pessoas a fim de liberar o tempo para tarefas mais importantes. a chave da administrao eficaz.

Benefcios da delegao:

1) A delegao facilita o trabalho do pastor;

2) A delegao aumenta a produtividade,

3) A delegao d oportunidade a outros de desenvolver a capacidade de liderana,

4) A delegao d ao lder mais tempo de desenvolver sua vida espiritual.

Telefone: use-o para evitar deslocamento desnecessrio para obter informaes.

Comunicao: a linguagem simples, concisa e isenta de ambigidades assegura acompreenso e poupa o tempo com mal-entendidos.

Tomada de decises: a anlise de deciso tem que ser precisa e baseada em informaesseguras para que o problema possa ser atacado de forma imediata.Concentrao: tempo mnimo (anterior a ao) que se julgar necessrio para conseguir progresso em menos tempo.

Enumeramos abaixo solues prticas que o ajudaro a economizar tempo:

1. Estabelea metas: anuais, mensais, semanais e dirias;

2. Programe suas tarefas e atividades da semana e do dia, em funo dessas metas;

3. Faa as coisas em ordem de prioridade;

4. Saiba onde seu tempo realmente empregado;

5. Estabelea data e hora para incio e fim de cada atividade;

6. Elimine desperdiadores de tempo;

7. Utilize uma agenda ou um calendrio de reunies;

8. Crie uma lista de afazeres;

9. Organize as tarefas;

10. Organize seu acesso com rapidez de informaes usadas com freqncia.

COMO FAZER REUNIES CRIATIVAS

Vamos a algumas dicas que tornaro suas reunies mais criativas e geradora de resultados:

1. S convoque uma reunio quando totalmente indispensvel;

2. Estabelea os objetivos;

3. Elabore uma pauta, fixando tempo para cada assunto;

4. Coloque s as pessoas s quais o assunto interessa;

5. Mantenha o rumo da discusso;

6. Sintetize as concluses;

7. Faa o acompanhamento de todas as decises tomadas.

CRITRIOS DE CLASSIFICAO DAS TAREFAS E COMPROMISSOS

Os critrios de classificao das tarefas e compromissos so pontos fundamentais para corrigirmos nossos desperdiadores de tempo. Quantas vezes no nos deparamos com situaes em que determinado compromisso era considerado como urgente? Geralmente os critrios so distorcidos. Algumas tarefas so importantes e no urgentes; outras , so importantes e urgentes; algumas, no so nem importantes nem urgentes, de acordo com o quadro abaixo .

AlgumasTendo em vista a otimizao do tempo, a idia principal no conseguir corrigir todos os itens que nos levam ao desperdcio de tempo. At porque isso impossvel, visto que muitos destes itens decorrem de fatores que no correspondem apenas ao lado pessoal, como o ambiente de trabalho, por exemplo. Se focarmos em tentar resolver quatro ou cinco pontos que consideramos crticos na nossa rotina cotidiana, teremos uma considervel melhoria nos resultados, aumentando, assim, a produtividade.

Ratificando as citaes acima relatadas, denota-se que o tempo distribudo democraticamente para todos, sem distino alguma. Percebemos vinte e quatro horas, igualitrias, a fim de utilizarmos da maneira mais apropriada e conveniente. Infelizmente, no temos muito controle para prolongarmos a nossa vida. O que podemos fazer, aumentarmos a vida, ganhando tempo dentro dela. E isso est ao alcance de todos, basta um pouco de esforo e determinao.

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