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Brigadistas de Incêndio Florestal do DTCEA-GI ESPAÇ Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA N O T Í C I A S - A n o 5 - n º 3 2 AERO

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Brigadistas de Incêndio Florestal do DTCEA-GI

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Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA

NO

T Í C I A S - A n o 5 - n º 3 2

AERO

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Índice

Seção:Notícias do SISCEABILS CAT I entra em operaçãono Aeroporto InternacionalSalgado Filho, em Porto Alegre

Artigo:Qualidade de Vida

Seção:Conhecendo o DTCEAChapada dos Guimarães – MT

Auditoria da OACIA sua Unidade já está preparada?

ExpedienteNossa capa

A foto de capa desta nossa edição traz os Brigadistas de Incêndio Florestal do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo da Chapada dos Guimarães (DTCEA-GI), que é o

único subordinado ao Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) que possui este serviço. A Brigada de Incêndio Florestal do DTCEA-GI conta com uma equipe de 13 militares formados pelo Ibama. A primeira turma foi formada em 2005 e todos os anos é feito um curso de atualização. Dentre os instrumentos utilizados estão abafadores, bomba costal, facões, foices, enxadas e pinga-fogo.

O incidente mais recente foi o incêndio do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, ocorrido na primeira semana de setembro de 2007.

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEAproduzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Diretor-Geral:Ten Brig Ar Ramon Borges Cardoso

Assessor de Comunicação Social e Editor:Paullo Esteves - Cel Av R1

Redação:Daisy Meireles (RJ 21523-JP)

Telma Penteado (RJ 22794-JP)

Daniel Marinho (MTB 25768-RJ)

Diagramação:Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ)

Fotografia & Capa::Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)Contatos:Home page: www.decea.gov.brIntraer: www.decea.intraerEmail: [email protected] / [email protected]ço: Av. General Justo, 160 - CentroCEP 20021-130 - Rio de Janeiro/RJTelefone: (21) 2123-6585 - Fax: (21) 2262-1691Editado em setembro/2008Fotolitos & Impressão: Ingrafoto

Brigadistas de Incêndio Florestal do DTCEA-GI

Seção:ASEGCEA realiza reunião

para implantação do SMS

Seção:Notícias do SISCEAB

CCA-BR capacita multiplicadoresda nova tecnologia de software livre

Literalmente FalandoMeus sonhos de criança

Seção:Quem É?

Eliseu Rodrigues de Moraes

Seção:Notícias do SISCEABVisitas de inspeção do DECEA

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Seção:Notícias do SISCEAB

A importância das estatísticas de movimento de tráfego para o

planejamento das atividades técnico-operacionais do DECEA

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Editorial

A í está em suas mãos mais uma edição da nossa Revista Aeroespaço Notícias. Ao longo dos últimos anos esta revista tem cumprido um papel importante na

divulgação de nossas realizações cotidianas - que são muitas e muitas vezes complexas - espelhando a multidisciplinaridade das tarefas cometidas ao DECEA na equação do tempo. É um instrumento que serve a a um só tempo de estímulo e exemplo, multiplicando em nosso universo profissional a agradável sensação de pertencer a um seleto grupo de militares e civis que conduzem o Controle do Espaço Aéreo no Brasil.

É importante, porém, estarmos sempre um passo à frente do que se mostra útil e necessário, principalmente diante do mundo em permanente e vertiginosa esfera de transformações. Assim é que neste ano de 2008 estamos investindo na otimização de nossos portais na Internet e Intraer, tratando de transferir às páginas eletrônicas o que é considerado rotina e que ano após ano se repete como, por exemplo, nossas visitas de Inspeção aos órgãos do Sistema. Desta forma, estaremos, gradativamente, alterando a linha editorial da Revista buscando que se torne também em um fórum de discussões sobre temas de relevância para o Sistema e no geral para o transporte aéreo. Neste sentido desde já convoco a nossos colaboradores a se manifestarem livremente sobre suas opiniões, conceitos, críticas e sugestões abrindo-se, assim, um universo novo de comunicação, com vistas a ampliar nossa visibilidade junto, também, a um seleto público externo. A dimensão e a grandeza da missão do DECEA estão por merecer este destaque e nada melhor do que a palavra dos nossos profissionais e especialistas, para compor este novo e promissor mosaico de contribuição intelectual e operacional.

Está lançado o desafio.Vamos em frente.

Ten Brig Ar Ramon Borges CardosoDiretor-Geral do DECEA

Edit

oria

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Marcelo Brederodes Campos - 2T Esp ComCOMGAR/GIA/SIGINT

Carta do LeitorÉ com imensa satisfação que parabenizo toda a equipe da revista Aeroespaço. Vocês tem realizado

um excelente trabalho a frente dessa revista. Fiquei muito feliz que o meu trabalho acadêmico, transformado em artigo, publicado na edição 30 da revista (Gestão de DTCEA - Competências Gerenciais) tenha servido de mote, na edição 31, para um debate tão importante, nessa área de conhecimento para o DECEA.

A iniciativa da revista foi brilhante, porque trouxe outros pontos de vistas, sob óticas diferentes, com pessoas que estão, efetivamente, envolvidas com esse tema. Isso só demonstra o elevado grau de competência, compromisso e inovação da equipe com a comunicação institucional do DECEA. A todos que fazem essa tão prestigiosa revista, meus parabéns!

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A Importância das estatísticas de movimento de tráfego para o planejamento das atividades técnico-operacionais do DECEA

Divisão de Coordenação e Controle (DCC) – subordinada ao Subdepartamento de Operações (SDOP) - promove treinamento dos módulos Off-line e Aeródromo do Sistema Estatístico de Tráfego Aéreo (Seta Millennium) para órgãos regionais e operacionais

O treinamento foi realizado nas ins-talações do Centro de Computação de Aeronáutica do Rio de Janeiro (CCA-RJ), no período de 30 de junho a 03 de julho, e contou com a participação de graduados e civis dos órgãos regio-nais e operacionais jurisdicionados, responsáveis pela digitação e valida-ção de dados de movimento de tráfe-go em aeródromo e em TMA/CTR, que deverão ser multiplicadores das informações adquiridas.

A abertura do evento contou com a presença do Brig Ar José Roberto Machado e Silva, chefe do SDOP do DECEA, que enfatizou a importân-cia das estatísticas de movimento de tráfego para o planejamento das ati-vidades técnico-operacionais do DE-CEA, além do trabalho indispensá-vel de cada um dos participantes em prol de uma base confiável de dados dessa natureza.

O Brig Roberto destacou a impor-tância do novo módulo Aeródromo com referência à variedade das es-tatísticas de tráfego a serem dispo-nibilizadas, às novas periodicidades oferecidas (mensal, diária e horária) e ao tempo de acesso às mesmas estatís-ticas, que passa a ser de 48 horas. “O usuário poderá ter acesso hoje a dados de movimento de anteontem, o que vem a ser uma valiosa conquista para o SISCEAB” – declarou.

O Seta Millennium deverá ser com-posto por quatro módulos essenciais, a saber: Off-line, Aeródromo, TMA/CTR e FIR. O primeiro módulo a ser desenvolvido foi o módulo Off-line, utilizado pelos órgãos não automati-zados e que, agora, recebe a sua pri-meira manutenção evolutiva.

Juntamente com a manutenção evolutiva do módulo Off-line, foi apresentado o segundo módulo do

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sistema: o Aeródromo.Os módulos TMA/CTR e FIR estão

em fase de desenvolvimento pela Fun-dação Atech – Tecnologias Críticas, sob o gerenciamento da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA).

O treinamento do módulo Off-line consistiu na apresentação da nova ver-são, composta de novas funcionalida-des desenvolvidas pela Saipher ATC Ltda. (empresa de desenvolvimento e comercialização de sistemas, serviços e produtos), que irão agilizar a digita-ção de dados, além de torná-los mais consistentes. Os dados digitados são oriundos de 49 órgãos ATS não au-tomatizados do DECEA (16 aeródro-mos e 33 APP), enviados via Intraer (Internet do Comando da Aeronáuti-ca) para a DCCO, para fins de com-patibilização e disponibilização aos usuários.

Já o treinamento do módulo Ae-ródromo consistiu na apresentação e aprendizagem de suas funcionalida-des, que irá disponibilizar as novas es-tatísticas de movimento por meio de tabelas e gráficos, nas periodicidades já citadas, como também um novo Anuário Estatístico.

As novas estatísticas vão ao encontro das necessidades que há muito tempo são demandadas pelos integrantes do SISCEAB para fins de análises técnico-

operacionais. Assim sendo, o módulo Aeródromo contempla as referidas estatísticas em 75 tipos de relatórios: 21 anuais; 18 mensais; 19 diários; 16 horários e 01 específico, enquanto o Anuário Estatístico apresenta, na sua totalidade, 10 tabelas e 08 gráficos na Seção 1: Aeródromo.

Como exemplo das novas estatísti-cas, têm-se o movimento por região geográfica e unidade federativa; por pista; por regra de vôo; por tipo de

vôo; variação anual e variação média anual de movimentos; movimento horário do dia pico do mês; horas por condição operacional; horas em condições meteorológicas abaixo dos mínimos IFR para ARR e DEP; mo-vimento em aeródromo provido de EPTA Cat A; por sobrevôo; por em-presa aérea; por tipo de aeronave de asa fixa; por tipo de aeronave de asa rotativa e movimentos em intervalos horários, segundo os meses e dias do ano.

Torna-se importante ressaltar a existência do relatório específico que, como o próprio nome sugere, tem a finalidade de atender, principalmente, às consultas mais detalhadas.

Numa primeira etapa, o módulo Aeródromo disponibilizará estatísti-cas de apenas 48 aeródromos (32 au-tomatizados e 16 não automatizados), entretanto os principais aeródromos do País em movimento e em valor ta-rifário de navegação aérea estarão in-seridos nesse contexto.

Os 32 aeródromos automatizados que já integram o módulo são: Ara-caju, Bacacheri, Belém, Boa Vista, Brasília, Campo Grande, Confins, Congonhas, Corumbá, Cuiabá, Curi-tiba, Eduardo Gomes, Fernando de Noronha, Florianópolis, Fortaleza, Foz do Iguaçu, Galeão, Guarulhos, Maceió, Campo de Marte, Natal, Por-to Alegre, Porto Seguro, Porto Velho,

Palestra de treinamento

Participantes do treinamento

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Recife, Rio Branco, Salvador, Santos-Dumont, São José dos Campos, São Luís, Tabatinga e Uruguaiana.

Os 16 não automatizados são: Aná-polis, Araxá, Barbacena, Búzios, Cabo Frio, Cachimbo, Fronteira, Furnas, Governador Valadares, Guajará-Mi-rim, Ipatinga, Itumbiara, Lagoa San-ta, Oiapoque, Tiriós e Varginha.

Os dados dos aeródromos automa-tizados são extraídos do Sistema de Gerenciamento de Torre de Controle (SGTC), por meio do Banco de In-formações de Movimento de Tráfego Aéreo (BIMTRA), que vem a ser um banco de dados brutos de movimento de tráfego aéreo, que se encontra sob a responsabilidade da Assessoria para Assuntos de Tarifas de Navegação Aérea (ATAN), subordinada à Vice-Direção do DECEA.

O módulo Aeródromo permite que os quatro tipos de movimentos de trá-fego aéreo considerados – pouso, de-colagem, toque e arremetida e sobre-vôo – sejam selecionados pelo usuário de maneira independente, gerando o relatório de seu interesse, a fim de atender às suas necessidades de pes-quisa.

A exportação de dados para a pla-nilha excel também será possível ob-jetivando a criação de outros gráficos, além dos já oferecidos, e de novas for-matações de tabelas, acrescentando-se, também, a facilidade de acesso a

técnicas estatísticas fornecidas pela referida planilha como também por software estatísticos. A exportação de dados poderá, ainda, ocorrer em for-mato PDF, cuja vantagem é a padro-nização da visualização e a impressão do documento, independente da pla-taforma onde ele estiver sendo lido ou impresso.

Torna-se mister, mais uma vez, re-gistrar que o módulo Aeródromo per-

mitirá o acesso a dados com apenas dois dias ou 48 horas de defasagem, corrigindo uma grande deficiência do antigo Sistema Estatístico de Tráfego Aéreo, correspondente à obtenção de dados somente na periodicidade anu-al, além das constantes inconsistên-cias apresentadas.

O acesso às estatísticas ocorrerá após solicitação de login e senha à DCCO e conforme um dos quatro níveis de acesso à usuários:• nível1–órgãocentral–DECEA:

consultas anuais, mensais, diárias, horárias e específicas;

• nível 2–órgãos regionais: con-sultas anuais, mensais, diárias e horárias;

• nível 3 – órgãos operacionais:consultas anuais, mensais e diá-rias; e

• nível 4 – outros usuários: con-sultas anuais.

O Anuário Estatístico estará dis-ponível a todos os usuários, inde-pendente do seu nível de acesso. Ini-cialmente, ele apresentará somente estatísticas de aeródromo, enquanto que as estatísticas de TMA/CTR e FIR serão disponibilizadas quando do término de desenvolvimento dos respectivos módulos. Enquanto estes

Visão geral dos pontos de captação

Movimento mensal de aeródromos por regras de vôo

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módulos não estiverem operacionali-zados, tais estatísticas deverão ser so-licitadas diretamente à DCCO.

Considerando-se que o BIMTRA passou a armazenar dados de movi-mentos em aeródromo, a contar de 2005, serão disponibilizadas estatís-ticas a partir do ano em questão, en-quanto que o Anuário Estatístico será disponibilizado a contar de 2007.

Nos quatro dias de treinamento, os participantes demonstraram bas-tante interesse pelo conteúdo minis-trado, quando em vários momentos esclareceram dúvidas e contribuíram com sugestões a serem apreciadas em uma futura manutenção evolutiva dos referidos módulos. Na oportu-nidade, os participantes foram infor-mados que para comunicação com os usuários do Seta Millennium e dos usuários entre si, a DCCO es-tará disponibilizando um chat e os e-mails ([email protected] e [email protected]), no portal do Seta Millennium (http://10.32.56.53/seta/).

Intencionando uma valorização da estatística no setor aéreo, a DCCO convidou a economista Pérola Kot-tler, da Agência Nacional de Aviação

Civil (Anac), para apresentar o traba-lho intitulado Demanda Detalhada dos Aeroportos Brasileiros, que apre-senta as projeções de demanda para os horizontes de curto (cinco anos), médio (dez anos) e longo prazos (20 anos) de 150 aeródromos. Foram apresentadas pela palestrante as prin-cipais conclusões do estudo quanto às tendências de evolução dos merca-

dos doméstico e internacional relati-vos aos movimentos anuais de passa-geiros, carga, mala postal e aeronaves dos aeródromos em questão.

Até o final de 2009, o Seta Millen-nium deverá proporcionar o acesso a dados de mais 160 aeródromos, per-fazendo um total de 208. Para tanto, a ATAN iniciou um processo de ins-talação de antenas e de 150 licenças do Total Air Traffic Information Con-trol (TATIC TWR Lite), em todas as rádios e aeródromos de baixo movi-mento espalhados pelo País.

O TATIC TWR Lite foi desenvol-vido pela Saipher ATC Ltda., sendo considerado um aprimoramento do SGTC, também desenvolvido por essa empresa e instalado em 106 ae-ródromos nacionais. O SGTC, assim como o TATIC TWR, intenciona a substituição das strips convencionais de papel por strips eletrônicas de progressão de vôo, as quais contêm informações do plano de vôo e são digitalmente distribuídas entre as vá-rias posições operacionais da torre.

O Seta Millennium intenciona ser um essencial e valioso sistema de es-tatísticas de movimento de tráfego aéreo, por permitir a transformação de dados em informações válidas para importantes tomadas de decisão, no âmbito do SISCEAB.

Uma das telas de trabalho

Movimentos específicos em aeródromos - Formulários de consulta

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PAME-RJCom honras militares e uma

apresentação impecável da Banda de Música da Base Aérea do Ga-leão, o Parque de Material de Ele-trônica do Rio de Janeiro (PAME-RJ) recebeu a comitiva de inspeção do DECEA na manhã do dia 2 de julho.

Prestes a completar 34 anos de criação, o PAME-RJ vem se cons-cientizando de sua importância, na medida em que se torna, cada vez mais, peça imprescindível e de-cisiva para o sucesso – não apenas do SISCEAB, mas também para os Sistemas de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), de Tele-comunicações (STCA), de Busca e Salvamento (SISSAR) e o de Tec-nologia da Informação (STI) do Comando da Aeronáutica.

O Maj Brig Ar Élcio Picchi – Vice-Diretor do DECEA – reco-nheceu, em sua apresentação, que o PAME-RJ é o órgão central de manutenção e que, dentro da nova formulação do DECEA e das novas atribuições do Parque, a OM pre-cisa de novos aportes de recursos humanos, orçamentários e mate-riais.

Em seu brifim à comitiva do DECEA, o diretor do PAME-RJ, Cel Eng Fernando Cesar Pereira Santos, contou um pouco da his-

tória da Organização e ressaltou as principais realizações. Ainda du-rante a apresentação, sugeriu visita ao Laboratório Central de Eletrô-nica (LCE), à Oficina de eletrome-cânica, à Divisão de Publicações Aeronáuticas e às Subdivisões de Suprimento e de Metrologia para inspeção.

No roteiro, apresentado pelo Cel Fernando à equipe de inspeção, foram citados, além de outros tó-picos, o PTA da Organização, as principais realizações e os proble-mas e sugestões para soluções e vi-são prospectiva.

O Cel Fernando declarou que o PAME-RJ, neste ano de reafirma-ção do SISCEAB, vem cumprindo sua missão de prestar apoio logís-tico necessário ao Sistema de Con-trole do Espaço Aéreo Brasileiro.

Ressaltou, ainda, que a Unidade tem contribuído para que o DECEA saia fortalecido para alçar novos, seguros e duradouros vôos.

Ao final da visita, o diretor do PAME-RJ disse que a comitiva do DECEA contribuirá muito para o trabalho da Unidade, na medida em que surgirão as orientações ne-cessárias em busca da melhor so-lução possível para os óbices apre-sentados por ele no brifim, permi-tindo que o PAME-RJ continue a dar sua parcela de contribuição para que o DECEA mantenha sua

inestimável contribuição ao País: a manutenção da soberania do espa-ço aéreo.

CINDACTA I

A Comitiva de Inspetores do DECEA esteve na capital federal, nos últimos dias 9 e 10, para re-alizar a 10ª visita de inspeção do calendário de 2008. A inspeção deu-se no Primeiro Centro Inte-grado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I).

Presidida pelo Vice-Diretor do

O Vicea visita instalações do PAME acompanhado pelo Cel Eng Fernando

O Maj Brig Ar Picchi visita o ACC do CINDACTA I ao lado do Comandante Brig Ar Rodrigues Filho

Visitas de Inspeção

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DECEA, Maj Brig Ar Élcio Picchi, e integrada por autoridades repre-sentantes dos subdepartamentos do DECEA, a comitiva foi recebida pelo comandante da OM, Brig do Ar Rodrigues Filho.

Os inspetores, após as cerimônias militares e a recepção, oferecidas pela organização, seguiram para o auditório da unidade, onde o Maj Brig do Ar Picchi deu início às ati-vidades do evento.

O comandante do CINDACTA I, Brig do Ar Rodrigues Filho, por sua vez, apresentou a estrutura, a histó-ria, o Programa de Trabalho Anual, os custeios e a organização das ativi-dades da Unidade, além das dificul-dades enfrentadas e das perspectivas futuras para a execução dos objeti-vos. Ressaltou a importância que o Centro vem dando à instrução do idioma inglês aos Controladores de Tráfego Aéreo frente às orientações e acordos de metas com a Organiza-ção de Aviação Civil Internacional (OACI) - órgão da ONU responsá-vel pela normatização das atividades relacionadas à aviação civil interna-cional.

CCA-BR No dia 10 julho, o Ten Cel Por-

fírio (chefe do CCA-BR) recebeu a comitiva de inspeção do DECEA, comandada pelo Maj Brig Ar Pic-chi.

Foi um exemplo do que é uma inspeção produtiva, pois não fica-ram restritos à verificação de itens

do ano anterior. Todos os pontos contidos no anexo 6 da ICA 121-7 foram abordados.

O chefe do CCA-BR apresentou à comitiva as principais atividades realizadas e possibilitou ao DECEA verificar o desempenho da Unidade no período 2007/2008.

Atuando como centro de excelên-cia em software livre, o CCA-BR está dando continuidade ao projeto AC-Aer (Autoridade Certificadora do Comando da Aeronáutica) e às futuras atividades decorrentes da sua implantação, até que sejam to-madas as decisões estratégicas per-tinentes.

O curso de capacitação em GNU/Linux básico e avançado foi um dos eventos realizados em 2008. Como parte do projeto de migração de sof-tware livre do COMAER - milita-res do CINDACTA IV, do SERIPA VII e dos Destacamentos de Con-trole do Espaço Aéreo (DTCEA) de Porto Velho, Boa Vista, São Luís e Belém concluíram o curso.

É uma mudança cultural, e não só para a Aeronáutica, mas - até no-vembro - o CCA-BR pretende ven-der a idéia do Linux e alcançar 21 OM com a capacitação de multipli-cadores, que apoiarão a instalação, a configuração e o suporte aos servi-ços baseados em tecnologia livre.

Na visão prospectiva, o CCA-BR pretende, ainda, aumen-tar o escopo da certificação ISO 9001-2000 e conseguir certificação ISO 27001-20009, além de adotar

uma gestão projetizada na Unidade (escritório de Projetos) ainda em 2008.

O atual chefe do SDTI e ex-chefe do CCA-BR, Brig Vilaça, um dos integrantes da comitiva de inspe-ção, percebeu claramente a moti-vação dos oficiais na gestão do Ten Cel Porfírio.

Foram visitados pela comitiva a sala-cofre, as instalações da divisão técnica, da chefia e da divisão ad-ministrativa.

No debriefing o Vice-diretor do DECEA declarou que “apesar das instalações serem pequenas, o efeti-vo do CCA-BR vem cumprindo sua missão com motivação, profissiona-lismo e conhecimento de TI”.

Agradecendo as orientações dos integrantes da comitiva do DECEA, o Chefe do CCA-BR disse que vai prosseguir na melhoria contínua de qualidade na OM. “É bom es-tar ao lado do DECEA. As críticas e sugestões de toda a comitiva são bem-vindas. Nos esforçaremos para cumprir todas as recomendações, tanto na área administrativa quan-do técnica. Também estamos certos da restrição orçamentária, por isso queremos colaborar, seguindo as instruções” – concluiu.

GEIV No dia 24 de agosto, o coman-

dante do GEIV, Ten Cel Walcyr, e seu efetivo receberam a comitiva de inspeção do DECEA, presidida pelo Vice-diretor Maj Brig Ar Pic-chi. Como a visita de inspeção é um processo contínuo e seu objetivo é trazer informação ao DECEA para planejamentos futuros, o GEIV procurou mostrar no roteiro da visi-ta os óbices e visão prospectiva para a Unidade. Mesmo sendo uma uni-dade aérea – a única do DECEA – o GEIV tem uma estrutura diferen-ciada, por não estar situada em base aérea. São 230 militares que cum-prem a missão de executar as ativi-dades relacionadas com a inspeção em vôo e com a radiomonitoragem de interesse do SISCEAB.

Três oficiais-generais que faziam parte da comitiva de inspeção já ha-viam passado pelo GEIV: Brig Hé-lio (SDAD), Brig Castro (SDTE) e Brig Roberto (SDOP) e por isso a

O Ten Cel Porfírio recebe o Vicea nas instalaçôes do CCA-BR

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visita teve um momento de con-graçamento. Algumas necessidades do Grupo foram apontadas pelo comandante do GEIV, entre elas a aquisição de um médico para a Unidade e - de acordo com os inspetores - o COMGEP está se empenhando para atender ao pedi-do. O Comandante citou algumas obras e serviços a serem executados pelo GEIV ainda em 2008, desta-cando-se a construção de um mu-seu histórico de inspeção em vôo - sonho de muitos pioneiros do Grupo. Outra importante situação apresentada pelo Ten Cel Walcyr foi a atualização das aeronaves para o cenário CNS/ATM.

SRPV-SPNa manhã do dia 12 de agosto,

a comitiva do DECEA, presidida pelo VICEA, Maj Brig Ar Picchi, chegou ao Serviço de Proteção ao

Vôo de São Paulo (SRPV-SP) para sua visita de inspeção.

Abrindo o brifim, o Chefe do

SDOP do DECEA, Brig Ar Ro-berto, destacou o reconhecimento do trabalho realizado no SRPV-SP, tanto pelo seu tamanho, quanto por sua qualidade. “Sabemos que aqui a guerra é real. Não é um trei-namento”, comentou.

“Tenham certeza de que todos estão sendo vistos e muito bem vistos”, completou.

Nas palavras do VICEA, o DE-CEA fornece todo o apoio à esta OM em termos de planejamento e legislação.

Pela primeira vez a Assessoria de Comunicação (ASCOM) do DECEA participou ativamente das inspe-ções, realizando o levantamento de dados da seção para futura elabora-ção de manual de procedimentos.

No debrifim, realizado na ma-nhã do dia 13, o Maj Brig Ar Pic-chi parabenizou o comandante e o efetivo pelo trabalho realizado, lembrando-os de jamais deixarem de lado as raízes militares.

CINDACTA IINa tarde do dia 13 de agosto a

comitiva do DECEA se reuniu no auditório 14 Bis - do Segundo Centro Integrado de Defesa Aé-rea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), para o brifim do comandante, Cel Av Leônidas.

Após a apresentação de um vídeo sobre o Centro, o Cel Leônidas apresentou um breve histórico do CINDACTA II, que teve sua cria-

O Maj Brig Ar Picchi visita a nova torre de controle do SRPV-SP

Comitiva do DECEA visita o avião-laboratório do GEIV

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ção em 1º de novembro de 1982 e ativação em 06 de fevereiro de 1985.

Diferente dos demais CINDAC-TAs, este possui estruturas de base, tais como uma SIPAA (Sistema de Investigação e Prevenção de Aciden-tes Aeronáuticos), uma Prefeitura de Aeronáutica, um canil, hotéis de trânsito para oficiais e graduados, uma capela com um pequeno cemi-tério e um hospital.

Com um efetivo de 2413 militares e 64 civis, o CINDACTA II reali-zou, neste ano – na área de Geren-ciamento de Tráfego Aéreo - a im-plantação de um órgão ATC (Con-trole de Tráfego Aéreo – Air Traffic Control) em Maringá (PR), uma operação radar em Campo Grande (MS) e o incremento da proficiên-cia da língua inglesa com um curso especializado.

Com relação às implantações, os números apontam a intensidade de trabalhos: foram 414 instalações de antenas, 99 edificações, 313 AD agrícolas e 907 documentos emiti-dos.

Foram computadas sete operações militares até agosto deste ano (FAex X, Transportex, Revo FAe III, Cen-tro Oeste, Poraquê, Porteira Fecha-da e Atlântico) e mais quatro até o final do ano (TAC, Sudeste, Guara-ni e Cruzex).

Na área de Psicologia, destaca-se a realização do acompanhamento e

da avaliação de pessoal; a partici-pação na investigação de incidentes ATC, o gerenciamento de palestras ao efetivo operacional; o Estágio de Padronização de Instrutores (EPI); e as auditorias de segurança opera-cional.

Na Divisão Administrativa ressal-ta-se o Posto Regional de Venda de Fardamento; o Hospital com cerca de 13.000 usuários; a Prefeitura de Aeronáutica com 460 PNR; o BINFA com cerca de 330 militares; o Ran-cho que fornece em média 700 re-feições diárias e a Seção de Inativos com 1.800 usuários (entre inativos e pensionistas).

Dentre as visões prospectivas estão a ressetorização da FIR CW (área de responsabilidade de Curitiba), a elaboração de projetos alternativos para a construção de edificações e a aquisição do DLRS para recebimen-to dos sinais das aeronaves R-99 A e B.

No debrifim, o Maj Brig Ar Pic-chi atestou que o CINDACTA II vem cumprindo sua missão dentro dos recursos humanos e orçamentá-rios alocados e, ainda segundo ob-servações do VICEA, a equipe e o comando estão sintonizados.

Por fim, o desfile da tropa - mui-to elogiado por todos da comitiva - contou com demonstração de rapel, salva de tiros e desfile de cães.

1º GCCA comitiva do DECEA foi recebi-

da pelo Comandante do 1º GCC, Ten Cel Av Jerônimo, no dia 20 de agosto de 2008.

No seu brifim, o Cel Jerônimo apresentou o Grupo (estrutura, efe-tivo e óbices), ressaltando as impor-tantes missões das quais esta OM participa. Logo em seguida as visitas se iniciaram.

Após o almoço, e encerradas as visitas, a comitiva reuniu-se com o Comandante do 1º GCC e com representantes do efetivo para o de-brifim.

O VICEA, Maj Brig Ar Picchi, elogiou o Braço Armado do DECEA pelo excelente serviço prestado.

A comitiva inspeciona a sala de controle do CINDACTA II, acompanhada pelo comandante Cel Av Leônidas

A comitiva inspeciona seções do 1º GCC, acompanhada pelo ComandanteTen Cel Av Jerônimo

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O DECEA, por meio da Assessoria de Segurança do Controle do Espaço Aéreo (ASEGCEA), promoveu entre os dia 5 e 8 de agosto de 2008, na CIS-CEA, uma reunião para tratar de as-suntos referentes à implantação de Sis-temas de Gerenciamento da Segurança Operacional – SMS no SISCEAB.

De acordo com as Normas e Méto-dos Recomendados (SARPS) da OACI contidos no Anexo 11 – Serviços de Tráfego Aéreo, os provedores de servi-ço são responsáveis de por em prática um Sistema de Gerenciamento da Se-gurança Operacional (SMS). O SMS é um enfoque sistemático para o ge-renciamento da segurança operacional, incluindo a estrutura organizacional, linhas de responsabilidade, políticas e procedimentos necessários.

A referida reunião contou com a par-ticipação da ASEGCEA, dos chefes das Seções de Investigação e Prevenção de Acidentes/Incidentes do Controle do Espaço Aéreo (SIPACEA) e de repre-sentantes do SPRV-SP, CINDACTA I, CINDACTA II, CINDACTA III, CINDACTA IV, CGNA e INFRAERO.

Como resultado dos trabalhos de-senvolvidos neste período, foram ela-boradas propostas de:•Diretrizparadesenvolvimentode

Sistemas de Gerenciamento de Segurança Operacional no SIS-CEAB;

•PolíticadeSegurançaparaosCIN-DACTA, SRPV-SP e CGNA;

•PlanodeImplementaçãodoSMS(MS Project);

•LevantamentodeMetaseIndica-dores de Segurança Operacional para o SMS;

•Estruturamínimanecessáriaparaa Implementação do SMS nos provedores de ATS e no CGNA.

•Umesboço,comlinhasmestres,de um SMSM (Manual de Siste-mas de Gerenciamento da Segu-rança Operacional).

•Análisedofaltante(Gapanalysis)na estrutura existente para imple-mentação de Programas de Segu-rança Operacional do DECEA; e

•Análisedofaltante(Gapanalysis)na estrutura existente, para im-plementação de SMS nos Prove-dores de Serviço.

ASEGCEA realiza reunião para implantação de SMS

Participantes da reunião

Desenvolvendo os trabalhos

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Na segunda quinzena de maio, a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) executou no Aeroporto Internacional Salgado Fi-lho, em Porto Alegre, a substituição do transmissor Glide Slope, responsável pela emissão do sinal que estabelece a correta inclinação da rampa para aproximação dos aviões, permitindo assim um pouso com segurança.

Trata-se de um componente do Instru-ment Landing System (ILS), que é um sis-tema de aproximação por instrumento que permite aproximações seguras com visibilidade reduzida.

Como Porto Alegre costuma apresen-tar condições meteorológicas adversas, como neblina, por exemplo, torna-se necessário um auxílio de orientação de precisão como o ILS.

As obras de instalação do auxílio foram iniciadas em novembro do ano passado e tinham a conclusão dessa fase prevista para fevereiro de 2008. No entanto, as desfavoráveis condições climáticas, atípi-

cas nesta época obrigaram a estender o prazo de conclusão, para 15 de junho, período do ano em que os nevoeiros são constantes no Rio Grande do Sul. Con-

tudo o sistema ILS foi liberado para uso às 12h do dia 09 de junho, ou seja, seis dias antes do prazo previsto – resultado do esforço conjunto entre Infraero e Co-mando da Aeronáutica.

No processo de implantação do au-xílio estiveram envolvidos o DECEA, o Segundo Centro Integrado de Defe-sa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), o Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV), o Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ) e o Des-tacamento de Controle do Espaço Aéreo de Porto Alegre (DTCEA – PA).

Dentre as várias razões para a im-plantação do auxílio no aeroporto está sua posição estratégica em virtude das fronteiras internacionais próximas e também pela economia desenvolvida em função dos acordos do Mercosul, isso sem levar em conta o fato de que na região é intenso o movimento de turistas de diversas regiões do mundo.

ILS CAT I entra em operação no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre

Foram substituídos todos os componentes do sistema, como o Glide Slope (GS) o Localizer (LLZ), os Marcadores Externo (ME) Médio (MM), bem como instalado o Marcador Interno (MI)

Após o recebimento técnico do equipamento pelo DECEA, o GEIV realizou o vôo de inspeção para aferição e homologação do auxilio

KT-ILS

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Por ser Centro de Excelência em Sof-tware Livre, o Centro de Computação Aeronáutica de Brasília (CCA-BR) - definido na NSCA 7-6, cuja atribuição é conhecer, testar, pesquisar e apresen-tar soluções livres, eliminando a neces-sidade do gasto com aquisição/atualiza-ção de licenças de produtos proprietá-rios - está capacitando multiplicadores da nova tecnologia de software livre, informando o Subdepartamento de Tecnologia da Informação (SDTI) do DECEA sobre as diretrizes e normas do Governo Federal que tratam do as-sunto, e principalmente, divulgando e orientando as unidades sobre o novo rumo a ser trilhado pela TI da FAB.

A finalidade é regular a estratégia para o emprego do software livre em todas as Organizações Militares (OM) do COMAER.

O software é disponibilizado, gra-tuitamente ou comercializado, com as premissas de liberdade de instala-ção; plena utilização; acesso ao código fonte; possibilidade de modificações / aperfeiçoamentos para necessidades es-pecíficas; distribuição da forma original ou modificada, com ou sem custos.

O ministério do Planejamento, atra-vés da secretaria de Logística e Tecno-logia da Informação (TI), realizou um estudo sobre gastos do governo na área de TI. O aumento tem sido substancial e, para frear este ritmo, já foram cria-dos vários grupos de estudo (GT), com representantes de todos os órgãos fede-rais, visando alavancar o uso de Softwa-re Livre (SL) no governo Federal.

No Comitê de Implantação de Sof-tware Livre no Governo (CISL), foram apresentadas algumas diretrizes e nor-mas que podem motivar a utilização do SL, como - por exemplo - a Instrução Normativa 04, que entrará em vigor em janeiro de 2009.

Esta Instrução Normativa exige jus-tificativa na aquisição de softwares proprietários, padroniza o desenvolvi-mento de sistemas dentro do governo e compartilha o uso de sistemas de TI pelos órgãos federais.

A iniciativa do governo Federal de le-gislar em favor do uso do software livre motivou a implantação nos órgãos pú-blicos e na própria Aeronáutica.

O projeto de Software Livre no Co-mando da Aeronáutica teve sua apro-vação em 10 de julho de 2008, porém várias das atividades planejadas já estão em plena fase de implantação e execu-ção.

Em conjunto, os Centros de Compu-tação de Aeronáutica de Brasília, Rio de Janeiro e São José dos Campos (CCA-BR, CCA-RJ, CCA-SJ) padronizaram tecnologia para instalação e confi-guração de sistemas nas unidades do COMAER.

No dia 17 de julho foi inaugura-do o portal de Software Livre: http://www.softwarelivre.intraer/swl/. O site visa divulgar informações sobre o andamento do projeto de migração para SL dentro do COMAER e mos-trar aos usuários a importância e os benefícios que poderão ser obtidos. O portal fornece acesso a documen-tos, aplicativos, softwares padroni-zados e websites que são referências para o movimento do Código Aber-to/Software Livre. Assim, a Força Aé-rea provê um único ponto de acesso a informações pertinentes ao assunto.

A migração para o ambiente de software livre exige a designação de um elo sistêmico que sirva como referência técnica sobre o assunto. A tarefa de servir como centro de excelência de software livre será atribuída a um Elo Especializado do STI.

O CCA-BR está capacitando gerentes de TI locais e

regionais que possam atuar como multiplicadores no

processo. O recurso necessário para a implantação já está sendo alocado pelo SDTI e deverá ser apreciado pelo

Estado-Maior para inclusão nos projetos do COMAER

em 2009.No Comando da Aeronáutica (COMAER), o uso de software livre foi alavancado pelo aumento substancial de sistemas de tecnologia da informação e elevação do custo do intangível, sistemas baseados em software.

CCA-BR capacita multiplicadores da nova tecnologia de software livre

Por Daisy Meireles

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Maj Av José BERNARDO NetoGerente do Projeto de Migração do

Software Livre no COMAER e chefe da Subdivisão de Suporte/Seção de Ins-trução e Atualização Técnica (SDSP/SIAT) no CCA-BR

AeroespAço: Como pArtiCi-pAr do projeto softwAre Livre?

Major Bernardo: Para participar do Projeto Software Livre o primei-ro passo é sinalizar para o SDTI que deseja participar voluntariamente do processo. O gerente de TI poderá so-licitar capacitação para os responsáveis pela gestão de TI (Tecnologia da In-formação) da OM através do PAEAT DECEA e, ainda, pedir apoio para mi-gração da sua unidade através de ofício para o SDTI ou utilizando o chamado no SAUTI (Serviço de Atendimento aos Usuários da TI).

Aer: todA A fAB vAi utiLizAr o Linux? será oBrigAtório?

MB: Hoje, como comentei anterior-mente, a migração é voluntária, existe um acordo entre chefia e elos de serviço que, através do contato com o SDTI, solicitam apoio de capacitação, consul-toria técnica e implementação de ser-viços baseados em Software Livre (SL). Como grande parte das licenças de

softwares proprietários estão atreladas ao Hardware, com a troca do parque computacional, faz-se necessária aqui-sição de novas licenças de software, que atualmente estão sendo descontinuadas pelo uso de software livre. Mais de 50% dos usuários do COMAER já utilizam o SL, mesmo que de forma transparen-te (sem perceber ou ter necessidade de conhecer a tecnologia utilizada), por exemplo quando se acessa o portal.in-traer, todos estão utilizando um serviço de página WEB cuja estrutura está em SL.

Aer: Como está A ACeitAção peLAs om suBordinAdAs Ao deCeA? QuAis já estão utiLi-zAndo o Linux e Com suCes-so?

MB: Temos vários casos de sucesso no uso de software livre, dentro da FAB. Este chamado “sucesso” está direta-mente ligado a usuários entusiastas pela tecnologia e filosofia de colaboração, que despendem tempo de lazer para resolver incompatibilidades e pesquisar de novas soluções. São estes usuários que voluntariamente começam a utilizar o software livre nas unidades do CO-MAER. Os CINDACTAs são exemplo de utilização e economia de recursos, pois, mesmo com disponibilidade de recursos para adquirir suas licenças de software, vem utilizando e implantando

softwares livre em seus destacamentos subordinados. O CINDACTA IV, por exemplo, vem estudando uma solução de VOIP baseada em software livre para disponibilizar para Aeronáutica.

Aer: QuAis são os Custos do softwAre Livre?

MB: Quando se usa software livre, estamos trocando o gasto da aquisição da licença pelo aumento da capacitação profissional das pessoas que trabalham na área de TI. Toda capacitação feita pelos integrantes da equipe do CCA-BR se transforma em um treinamento para os demais usuários da FAB. Vários cursos já foram ministrados e em 2008 iremos capacitar mais de 600 usuários de TI em Linux. Ministramos em junho, nas dependências do CINDACTA IV, um curso de capacitação em GNU/Linux básico e avançado para os mili-tares daquela Unidade, e de outras (SERIPA VII, DTCEA-PV, DTCEA-BV, DTCEA-SL e DTCEA-BE).

O curso faz parte do projeto de mi-gração de software livre do COMAER, sendo uma das etapas do planejamento a capacitação de multiplicadores de for-ma regionalizada.

Estes multiplicadores apoiarão a ins-talação, a configuração e o suporte aos serviços baseados em tecnologia livre. Outro gasto previsto está na aquisição de novos servidores compatíveis com o Linux e que melhoram a performance do serviço disponibilizado.

Aer: QuAis os pontos positi-vos do uso do sL?

MB: Fui o chefe da Seção de Infor-mática do extinto Comando Aéreo de Treinamento (CATRE) - hoje Base Aérea de Natal (BANT) - aonde pude participar com minha equipe, do pri-meiro movimento para implantação de software livre no COMAER. Vários fo-ram os óbices, porém o ganho e o cres-cimento profissional na área de TI são imensuráveis. O Linux veio para ficar, apesar de algumas previsões pessimistas do mundo capitalista já informarem data e hora para sua morte. Sua base tem ficado cada vez mais sólida à me-dida que as grandes de TI criam novos projetos baseados no Linux. A IBM, lí-

Entrevista:

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der de mercado de TI nas décadas de 70 e 80, tem investido pesado dentro do Brasil no desenvolvimento de SL com a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento para soluções livres. A HP já vende seus produtos com Linux, tornando sua tecnologia mais acessível e levando a empresa ao topo do ranking mundial. A Novell desenvolveu uma versão da Distribuição SUSE Enterpri-se para servidores que já é uma das mais estáveis do mercado.

Finalizando, a SUN, conhecida pela linguagem orientada a objeto Java e seus servidores, patrocina e desenvolve o projeto OpenOffice, suíte de escritório do Linux.

Aer: o Linux é seguro? e o Custo/BenefíCio dessA mi-grAção?

MB: Existem dois ou mais sentidos para a palavra “segurança”. Quanto à segurança como garantia de estabilida-de, posso provar que os servidores em Linux apresentam um tempo de para-da/ano inferior a um terço do tempo de parada do servidor mais eficiente da Microsoft. Quanto à segurança das in-formações armazenadas, posso afirmar – com oito anos de experiência na uti-lização de SL - que uma organização, cujos dados sejam sigilosos, não deve-ria estar armazenado os mesmos em produtos proprietários e de tecnologia fechada, no update de um servidor pro-prietário não existe garantia que dados sigilosos estejam sendo enviados para empresa responsável. Vamos exemplifi-car a segurança com algoritmos de crip-tografia: os mais utilizados e seguros são os de conhecimento público, oculta-se apenas chave privada.

Aer: QuAL o CronogrAmA de impLAntAção no deCeA e em suAs om suBordinAdAs?

MB: Temos uma previsão de troca de todos os serviços corporativos até 2010, como, por exemplo, o correio eletrônico e o servidor de páginas WEB. Para usu-ários, utilizamos como base teórica para o nosso projeto a migração do Banco do Brasil. Pretendemos disponibilizar um curso à distância de BROFFICE, suíte de escritório livre, cuja usabilidade e janelamento se assemelham bastante com o Office97 e atende prontamente às necessidades do COMAER.

Aer: Quem está ApoiAndo A impLAntAção do progrAmA?

MB: O Cel Av Porfírio, Chefe do CCA-BR, fã de produtos Microsoft, mas que vê na iniciativa do software livre uma solução para as necessidades de licença software do COMAER. Ex-pomos as necessidades do projeto para o Chefe do SDTI, Brigadeiro Villaça, que prontamente apoiou a iniciativa do CCA-BR. Precisamos de mais apoio, principalmente dos usuários, pois no meu ponto de vista, integram o projeto de migração como fator preponderan-te para o sucesso. Se todos entenderem que o projeto não é do Major Bernardo nem do CCA-BR, mas que é da For-ça Aérea Brasileira, poderemos lograr maior êxito nesta missão.

Aer: Quem fAz pArte dA eQui-pe?

MB: Hoje temos oito militares, cujas atividades não se limitam apenas ao projeto, tornando a migração de toda a Aeronáutica um desafio. Uma equipe do CCA- SJ, chefiada pelo Maj Paulo - que nos auxilia bastante. O Cap Bar-reto (CINDACTA IV) também é um grande parceiro e incentivador nessa empreitada. Existem ainda vários mili-tares, que se capacitaram por conta pró-pria ou que receberam capacitação do CCA-BR, que – indiretamente - parti-cipam do projeto nos ajudando no pro-cesso de migração. Para dar prossegui-mento a esta atividade, já solicitamos ao SDTI o comissionamento de uma equipe formada por 20 militares de

várias organizações, cuja missão se-ria disseminar a tecnologia livre pelo COMAER nos próximos dois anos.

É a junção do sistema Unix criado por dois desenvolvedores da BELL LABS (braço da pesquisa e desenvolvimento da AT&T, telefonia americana) e o projeto de um jovem estudante finlandês do curso de ciência da computação chamado Linus Torvalds.

Linux - trocadilho de Linus + Unix - é o núcleo de um sistema operacional (SO), denominado kernel. O SO completo em software livre é chamado de distribuição. A distribuição completa conta com outro projeto chamado GNU (GNU is not UNIX) de autoria de Richard Stallman, cientista do MIT.

Simplificando, GNU/Linux é um sistema operacional aberto, criado por usuários de computadores experientes, bastante utilizado em servidores no mundo todo, que nos dias atuais, através da distribuição UBUNTU vem ganhando terreno nos desktops pessoais.

O que é Linux?

Equipe de especialistas do CCA-BR

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Qualidadede Vida

Uma das atividades mais im-portantes para o ser humano é o trabalho. Trabalho como a ativi-dade para transformar a nature-za, obtendo o sustendo e o bem-estar. Infelizmente muitos têm vis-to o trabalho como algo penoso, forçado, obrigatório, um verda-deiro castigo. Talvez influencia-dos pela origem da palavra, que vem do latim tripallim, nome de um instrumento constituído de três (tri) paus (pallium), utilizado para castigar os escravos na épo-ca do império romano.

Do ponto de vista teológico este pensamento é discutido quando se alega que Deus ex-pulsou Adão do paraíso e o obri-gou a se alimentar com o suor do seu trabalho, dando a idéia equivocada de que um paraíso seria um lugar onde não preci-saríamos trabalhar. Esta visão é rebatida pela teologia reforma-da que vê no mandato cultural uma determinação para que o homem trabalhe intensamente para a transformação do mun-do e destaca a idéia da voca-ção e do dom de Deus para o exercício do trabalho. Desta for-ma o trabalho não é mais visto como um castigo, pois o próprio Jesus afirmou: “Meu Pai conti-nua trabalhando até hoje, e eu também trabalho” (Lucas 5:17).

Desde a revolução industrial o homem passou a ser exposto a muitas horas de trabalho e embo-ra as condições tenham melho-rado, podemos dizer que ainda passamos a maior parte de nosso tempo acordados dentro de am-bientes de trabalho. É impossível falarmos de qualidade de vida sem levarmos em conta a grande parcela de tempo que gastamos em nossas atividades profissio-nais. Uma pessoa que encara o seu trabalho sob uma ótica nega-tiva, nunca poderá afirmar que tem uma vida de qualidade, pois o trabalho assume um papel fun-damental na vida de qualquer ser humano.

De um ponto de vista mais am-plo e pouco tradicional, Handy (1978:273) afirma que: “...a Quali-dade de vida no trabalho influen-cia ou é influenciada por vários aspectos da vida fora do trabalho. Logo, faz se necessário uma análise da vida do trabalhador fora do meio organizacio-nal para que se possa medir a importância e interligação destas “duas” vidas”.

Podemos entender que é impossível de-sassociarmos a vida

no trabalho e a vida fora dele, não dá para dizermos que so-mos felizes no fim de semana e passamos à condição de infelizes quando entramos em nosso local de trabalho. Nós somos seres inte-grais e não existe lugar para a di-cotomia vida no trabalho e vida fora do trabalho.

A qualidade de vida no traba-lho é um tema complexo e discu-tido nas literaturas empresarial e científica desde 1950, a partir dos estudos de Eric Trist, do Tavistock Institute da Inglaterra. Começou como uma abordagem na área da Saúde e evoluiu para englobar a área da Psicologia, Sociologia e Administração. Ela está associa-da a questões que têm por base o bem-estar e a satisfação no tra-balho, analisando a relação indi-víduo-trabalho-organização.

Por Alexander de MELLO Lima - 1Ten Esp ComO autor é Comandante do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Chapada dos Guimarães, formado em Engenharia Eletrônica e Teologia, pós-graduado em Gestão Estratégica de Pessoas e Processos e especializando em Pedagogia Empresarial

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Uma abordagem psicossomática é fundamental e está associado à ética da condição humana que busca desde a identificação, eli-minação, neutralização ou con-trole de riscos ocupacionais até o significado do trabalho em si, relacionamento e a satisfação no trabalho.

Considera-se imprescindível que a qualidade de vida no trabalho seja planejada e implementada a partir de uma visão holística, levando em consideração não apenas o ambiente interno da or-ganização, com ênfase na tarefa desempenhada pelo indivíduo e nas condições físicas do trabalho, mas que leve em conta, sobretu-do, o ambiente externo, ou seja, o contexto familiar, social, político e econômico em que o indivíduo, como ser total, está inserido, in-fluenciando e sendo influenciado.

Um programa de qualidade de vida no trabalho tem como meta, gerar uma organização mais hu-manizada, na qual os trabalha-dores envolvem, simultaneamen-te, relativo grau de responsabili-dade e de autonomia em nível do cargo, recebimentos de feedback sobre o desempenho, com tarefas adequadas e desenvolvimento pessoal.

Para Walton (1973:11) “A expres-são ‘qualidade de vida’ tem sido

usada com crescente freqüência para descrever certos valores am-bientais e humanos, negligencia-dos pelas sociedades industriais em favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimen-to econômico”. O seu modelo pro-põe oito variáveis a serem consi-deradas na avaliação da QVT:

O grau com que estes fatores são desenvolvidos dentro das organi-

zações determina a qualidade de vida no trabalho. Podemos dizer que existem ações em três níveis que podem aumentar a qualida-de de vida do trabalhador: o or-ganizacional, o gerencial e o in-dividual.

No nível organizacional entra a postura estratégica de recursos humanos da instituição. Nesse ní-vel devem ser tratados aspectos como a política salarial, o plano de carreira e a assistência médica e de moradia. Dentro do Coman-do da Aeronáutica muitas destas ações estão amarradas a estru-turas legais rígidas, sendo pouco flexíveis e dependendo ainda de ações de governo, mas outras po-dem ser implementadas em nível de comando dentro das próprias OM. As possibilidades de concur-sos internos, a melhoria na assis-tência e a qualidade dos PNR são exemplos de ações nesta área.

Certamente o nível que tem mais peso na qualidade de vida do trabalho é o nível gerencial. Em uma pesquisa feita pelo Ibo-pe Solution em abril de 2007 foi observado que dos entrevistados 83% estavam satisfeitos com a empresa em que trabalhavam e a relação com a chefia era o item de maior peso nesta satisfação, à frente da política de remunera-ção, do clima e das promoções.

O chefe imediato é o responsá-vel pelo maior número de fatores que influenciam a qualidade de vida no trabalho e o clima orga-nizacional. Dentre estes podemos citar a flexibilidade de horários, o cuidado com as condições físi-cas, a redução dos riscos de aci-dentes, o equilíbrio necessário entre o trabalho e os outros níveis da vida do colaborador, a auto-nomia, o treinamento, as tarefas passadas de forma completa, o planejamento e tratamento justo

1) compensação adequada e justa (conceito relativo a salário x experiência e responsabilida-de, e à média de mercado);

2) condições de segurança e saúde no trabalho (horários, condições físicas, redução dos riscos);

3) oportunidade imediata para a utilização e desenvolvi-mento da capacidade huma-na (autonomia, informação, tarefas completas e planeja-mento);

4) oportunidade futura para crescimento contínuo e segu-rança (carreira, estabilidade);

5) integração social na orga-nização de trabalho (ausência de preconceitos e de estratifica-ção, senso geral de franqueza interpessoal);

6) constitucionalismo na or-ganização de trabalho (normas que estabelecem os direitos e deveres dos trabalhadores: di-reito à privacidade, ao diálogo livre, tratamento justo em todos os assuntos);

7) o trabalho e o espaço total da vida (equilíbrio necessário entre o trabalho e os outros ní-veis da vida do empregado como família e lazer); e

8) relevância social da vida no trabalho (valorização do próprio trabalho e aumento da auto-estima).

Existem ações em três níveis que podem aumentar a qualidade de vida do

trabalhador: organizacional,

gerencial e individual

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em todos os assuntos. Não se tra-ta de ser um chefe bonzinho, pois outras pesquisas mostram que os funcionários preferem um chefe justo a um benevolente. De todas as causas de estresse laboral en-tre os trabalhadores de diversos seguimentos a forma como são tratados por seus chefes imediatos é a que mais se destaca.

Entre os aspectos mais eviden-tes está à autonomia para a rea-lização de tarefas, quando o tra-balhador pode escolher o melhor modo de executar determinada ação, exercitando assim sua cria-tividade e desenvolvendo seu po-tencial. O respeito no trato com os subordinados é outro ponto crítico para o sucesso, pois, além do ris-co do chamado assédio moral, o trato polido melhora as relações interpessoais evitando atritos que consomem a energia psíquica do trabalhador de forma não produ-tiva. E por fim, o reconhecimento dos bons serviços prestados é ou-tro ponto digno de nota, tendo o grande guru Peter Drucker afirma-do que o elogio é a mais poderosa ferramenta de motivação. Uma pesquisa da consultoria Great Pla-ce to Work Institute constatou que um bom líder consegue manter a satisfação dos funcionários em alta apesar das adversidades e que benefícios e salários contam apenas 30% na satisfação dos tra-balhadores.

Finalmente temos o nível indi-

vidual, onde constam os fatores onde cada um deve atuar na busca de sua própria qualidade de vida no trabalho. O senso ge-ral de franqueza interpessoal é um dos tópicos que mais influen-cia a qualidade, o clima amistoso e de companheirismo representa um dos aspectos que traz maior satisfação entre os colaboradores e isto independe de estruturas or-ganizacionais.

O equilíbrio entre o trabalho e os outros níveis da vida passa pela capacidade do trabalhador saber organizar melhor seu tempo e sa-ber buscar outras atividades que possam lhe trazer prazer. A ver-dade é que muitos reclamam de não ter tempo para a família por causa do trabalho, mas quando possuem algum tempo livre pas-sam em frente à TV ou bebendo com os amigos. Devemos, ainda, avaliar a real necessidade de ex-tensas jornadas de trabalho, ob-servando se estas são realmente necessárias ou se são resultado de procrastinação ou baixo ren-dimento durante o expediente ou ainda imposição da cultura da OM.

A valorização do próprio traba-lho e o aumento da auto-estima são fatores também críticos, pois ter orgulho do que se faz deter-minante para a satisfação no tra-balho. Nós, militares, devemos estar cientes de nossa vocação e orgulhosos de nosso serviço à pá-tria, é mister que encaremos nos-sa atividade com dedicação, pois aqueles que entraram para as fi-leiras da Força Aérea motivados apenas por fatores econômicos nunca poderão atingir a satisfa-ção ainda que sejam adotadas as melhores práticas organizacionais ou gerenciais. O alinhamento de valores entre o trabalhador e a

instituição e a identificação com a missão organizacional são ainda fatores determinantes para a alta Qualidade de vida no trabalho.

A qualidade de vida no traba-lho é um tema complexo, pois apresenta ações coletivas que tem respostas individuais, pois é a vida de cada colaborador que é influenciada. Embora diversos fa-tores estejam no nível estratégico e outros dependam do comporta-mento da chefia, em última aná-lise devemos ser os responsáveis pela nossa qualidade de vida no trabalho. Não podemos delegar a nossa felicidade a outros, deve-mos e podemos ser pró-ativos no que tange ao nosso próprio bem estar. A psicanalista e pesquisa-dora da Fundação Dom Cabral, Marly Sorel, afirma: “Se você re-clama ou não está nem aí, tra-balha porque está preso à antiga ética do dever, o momento atual pede para experimentarmos a éti-ca do prazer”.

Por fim, podemos afirmar que a qualidade de vida no trabalho embora esteja amarrada a diver-sos fatores, não será possível se cada um não buscar a paixão pelo que faz, se não sentir orgu-lho do azul que vestimos, se não olhar além das adversidades e vislumbrar a nobreza de nossa missão, se não encher o peito de satisfação quando olhar o abraço do filho no pai, quando este de-sembarca no aeroporto após uma viagem segura. Senhores, acima de tudo, sejam felizes!

Bibliografia:

HANDY, C. B. (1978) - Como compreender as or-ganizações. Rio de Janeiro, Zahar, 1978.VOCÊ S/A – Edição 70, ed. AbrilVOCÊ S/A – Edição 98, ed. AbrilWALTON, R. E. (1973) Quality of Working Life: What is it? Sloan Management, 15(1):11

A qualidade de vida no trabalho

não será possível se cada um não buscar a paixão pelo

que faz

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Nascido em Belém, em 23 de outubro de 1942, nosso entrevistado mora - desde 1982 – no bairro carioca de Vila Isabel e já se considera “cria da casa”.

Nosso bate papo aconteceu na sala da ASCOM e, pos-so afirmar, foi muito agradável.

Simpatia, boa prosa e boa memória para datas e fa-tos são evidentes características do Assistente Social do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA). Porém, de todas elas, a que mais se destaca é a sua garra. Garra em se dedicar integralmente ao que se presta a fazer. Garra por fazer tudo cada vez melhor. Garra por manter um ambiente de alegria e harmonia ao seu redor.

E para confirmar a veracidade desta característica do nosso entrevistado, damos a palavra ao SO SAD Silvio José Pereira de Lima, do CGNA (Centro de Gerencia-mento de Navegação Aérea).

“Já conhecia a história do Sr. Eliseu, mas foi no perí-odo de junho de 2003 a dezembro de 2005, que tive o prazer de trabalhar e conviver diretamente com ele, pois foi meu chefe imediato na seção de Serviço Social do extinto SRPV-RJ. Como ser humano é difícil encon-trar uma palavra para definir e dizer quem é o Seu Eli-seu. Um homem de caráter ilibado, muito correto em suas atitudes e com um coração enorme”.

“Trabalhar com Seu Eliseu”, prossegue, “foi muito gratificante profissionalmente para a minha vida. Posso dizer que foi um ícone de mudança porque, vendo Sr Eliseu no seu dia-a-dia, apesar de suas dificuldades, e sempre com uma palavra de carinho e incentivo e mo-tivação. Por esta razão que me senti motivado a voltar a estudar e concluir o curso de Serviço Social em agosto

de 2007. Seu Eliseu, eu e minha família só temos a lhe agradecer. Muito obrigado”.

Vamos, então, numa entrevista pingue-pongue, co-nhecer melhor o Seu Eliseu do ICA.

Aeroespaço: Por que a escolha de vir morar no Rio de Janeiro?

Eliseu: Vim para o Rio de Janeiro em 16 de abril de 1956 para estudar. Sou cego da vista esquerda, na qual tenho uma prótese, e tenho 8% da vista direita.

Ainda nos primeiros dias de vida – sete dias de nas-cido, segundo meus pais – tive uma série de compli-cações nos olhos. Em 1985 tive catarata e, por conta de remédios prescritos de forma equivocada, acabei desenvolvendo um leucoma de córnea.

Em Belém eu estudava numa escola especial para ce-gos. Quando vim para o Rio de Janeiro, fui estudar no Instituto Benjamim Constant, que é padrão na América do Sul em educação de cegos e deficientes visuais.

O 2º Grau (atual Ensino Médio) eu cursei no colégio Mallet Soares e a faculdade de Serviço Social na Univer-sidade Gama Filho, me formando no ano de 1973, após apresentar minha tese para a Banca Examinadora.

No ano de 1978 iniciei meu estágio como a assistente social na já extinta Fundação Legião Brasileira de Assis-tência (LBA).

Quando foi promulgada a nova Constituição, em 1988, nas Disposições Transitivas, foi aprovado um tex-to que dizia que toda a parte executiva da política social ficaria a cargo dos municípios.

20

EliseuRodriguesde Moraes“O trabalho é a minha motivação”

Quem é ?Se

ção

Por Telma Penteado

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Então não havia justificativa para a LBA, que até aquele momento era normativa e executiva, manter aquele con-tingente de técnicos. Assim sendo, se fez necessária uma realocação de funcionários.

Neste ínterim, no dia 08 de dezembro de 1990, quan-do foi aprovada a Lei 8.112 do Estatuto do Funcionalismo Público – Regime Jurídico Único – todas as vagas deixadas por aposentadoria ou morte seriam destinadas à realoca-ção de funcionários (para os recém-concursados seriam abertas novas vagas, criadas a partir daquela data).

Em razão disto, os Ministérios passaram a mandar expe-dientes para a LBA solicitando funcionários e, nesta leva, estava a função de Assistente Social.

AER: Foi assim que você começou a trilhar, após seu estágio, sua carreira profissional?

E: Eu tinha um contato dentro da minha área. Em 1982, eu atendi uma assistente social do então ministério da Ae-ronáutica, a civil Ana Maria, que trabalhava na DIRAP (Dire-toria de Administração do Pessoal).

Estabeleci com ela um forte contato. Pensei comigo:essa moça um dia ainda poderá ser muito importante na minha vida.

A nossa relação de amizade se manteve ainda por um longo período por que nos víamos com certa freqüência no ônibus, a caminho do trabalho, onde trocávamos algu-mas palavras.

Diante da possibilidade da realocação de funcionários, em 03 de maio de 1993 resolvi procurá-la. Ana Maria fez a maior festa quando me viu. Eu disse a ela: “olha, Ana Maria, além de lhe fazer uma visita de cortesia, eu vim ver se poderei te ser grato por toda a vida”.

“Do que se trata?”, ela me perguntou. Eu contei a his-tória toda e ela perguntou: “então você quer ser nosso colega?” - “Quero!”, disse. Prontamente ela me deu o ca-minho das pedras.

Eu deveria apresentar uma exposição de motivos ao di-retor da DIRAP, que na época era o Maj Brig Ar Carlos Alber-to Cavalheiros.

Ana Maria me recomendou ainda ser bem objetivo na minha exposição. E assim eu fui. Na terça-feira, dia 04 de maio, eu estava entregando a exposição de motivos à Ana Maria.

“Eu sei que a LBA não vai te liberar. Você conhece tudo, é técnico, sabe tudo na ponta da língua”, disse ela, ao que respondi: “vão me liberar sim! Está na Constituição!”

Eu então peguei o processo e corri atrás dos meus con-tatos. Em 28 de janeiro de 1994 recebi o telefonema do Dr. Sérgio Vasconcelos -dizendo que minha transferência havia sido aceita e que sua publicação sairia no Diário Ofi-cial em 30 de janeiro.

Em junho de 2003 entrei para o Serviço Regional de Pro-teção ao Vôo do Rio de Janeiro (o extinto SRPV-RJ), que na época era sediado no Aeroporto Santos-Dumont.

AER: Como foi entrar para o Comando da Aeronáutica?

E: Lá o ambiente de trabalho era maravilhoso. Tive-mos muitas realizações. Com a extinção do SRPV-RJ em 27 de dezembro de 2005, já havia interesse do Instituto

de Cartografia Aeronáutica (ICA) nos meus serviços e, assim sendo, em janeiro de 2006 eu estava trabalhando na Seção de Serviço Social do Instituto.

Dentre as atividades que exercemos em nossa Seção, estão os programas da Seção de Benefícios, tais como o Projeto Medicamentos, Odontologia, Saúde, Vacinas fora de campanhas públicas, Cesta Básica (median-te comprovação de renda) e Educação, que teve um avanço espetacular, pois com a nova ICA (Instrução do Comando da Aeronáutica) este programa está isento de licitação – o numerário vai direto para a conta do solici-tante (civil ou militar).

Agora os funcionários podem comprar o material es-colar dos seus filhos tendo o prazo de dez dias para entregar a nota fiscal que será anexada ao processo.

A gente sempre procura dar apoio. Se não pudermos atender, encaminhamos para quem possa devidamen-te auxiliar.

AER: Como eram (e são) as suas relações de trabalho?

E: Eu sou muito ético e comprometido com minhas tarefas. Eu não peço a ninguém para despachar os pro-cessos para mim. Eu logo defini as tarefas dizendo: “a parte de campo é comigo. A parte administrativa é com vocês. O que não quer dizer que uma vez que eu esteja desocupado, não possa dar um suporte. Trabalhamos juntos, somos uma equipe!”

AER: Houve mudanças na Seção de Serviço Social do ICA desde a sua entrada?

E: O Serviço Social no ICA era, de fato, um tanto aca-nhado. Nós levantamos o setor e mostramos que es-tamos aqui a fim de algo muito mais sério do que se possa imaginar.

E então nos deram toda a confiabilidade. Inclusive o chefe de Gabinete da época, Cel Ari, me disse: “o se-nhor está autorizado por mim a levar pessoalmente seu PAM. Você só deixa o processo na licitação para finaliza-ção. Pode andar com o PAM de mão em mão coletando as assinaturas”.

Tive sempre um apoio profissional muito bom. Nossa prestação de contas é feita mensalmente e faço ques-tão de ir pessoalmente.

AER: Que fato marcante você pode nos relatar?

E: Se não tive um fato marcante para relatar, ainda que muitos agradáveis, melhor ainda, não tenho ne-nhum fato desagradável!

AER: Qual é a sua motivação no trabalho?

E: Realmente o meu próprio trabalho. Não há nada melhor do que desempenhar a atividade que você mais gosta de fazer. Não fazer nada pressionado ou indo contra sua disposição.

Meu trabalho é muito bacana e gratificante. E quando não estou executando algum trabalho, apro-veito meu tempo estudando.

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AER: Sua limitação visual implicou em alguma adaptação na rotina de trabalho?

E: Enquanto você não depende de nada pra ler, eu dependo.

Ninguém, na verdade, é totalmente independen-te. O importante é a pessoa se conscientizar das suas pendências e procurar saná-las.

Quando criamos dificuldades, barreiras, tudo fica mais difícil.

Hoje uma pessoa cega não tem absolutamente nenhum entrave para estudar. A tecnologia está

de uma tal forma desenvolvida que nós temos, por exemplo, diversos softwares de ledores de tela (veja mais informações no Box).

Hoje muitos livros já estão digitalizados em MP3. Inclusive já está em andamento o MOLA Brasil,

Movimento pela Leitura Acessível no Brasil, que consiste em executar um projeto que já foi trans-formado em lei. Aliás, estamos aguardando a sua regulamentação. Enfim, o Mola Brasil luta para que tudo aquilo que for publicado seja também digita-lizado. A Câmara Brasileira do Livro já estabeleceu o prazo de cinco anos para que todas as principais obras estejam digitalizadas.

Leucoma de CórneaDe acordo com o Dr. André Parolin, do Instituto

de Olhos, o leucoma é uma opacidade na córnea, que, neste caso, toma um aspecto branco em toda sua extensão ou em parte da estrutura. O leucoma pode ser congênito ou se desenvolver após doenças infecciosas ou traumas. Esta opacidade pode provo-car alterações na curvatura da córnea, diminuindo a visão.

Ledores de tela para cegosO estudo e a leitura são fundamentais para todos,

sem exclusão. E hoje existem três recursos que tor-nam viável a leitura a um individuo com dificulda-des visuais consideráveis: o Sistema Braille, o uso do computador e o auxílio do ledor.

Existem programas de computador com a capaci-dade de tornar a máquina falante, fazendo com que leia todas as informações visíveis na tela para o seu operador. Fato este que permite ao deficiente ler livros eletrônicos, consultar a Internet etc.

Dos softwares mais conhecidos, podemos citar o DOSVOX, que é um programa nacional, desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro, baseado no uso in-tensivo de síntese de voz, que se destina a facilitar o acesso de deficientes visuais a microcomputadores; e o Virtual Vision – programa que funciona como um leitor de tela para o ambiente Windows.

Movimento pela Leitura Acessível no Brasil (MOLA Brasil)

O MOLA Brasil é uma campanha coordenada pelo psicólogo cego Naziberto Lopes e já conta mais de três mil assinaturas pela causa do livro acessível para deficientes visuais no País.

De acordo com Naziberto, a capanha é uma cor-rente interminável de pessoas das mais variadas áre-as profissionais e sociais, que sabem da importância da leitura e do conhecimento para o desenvolvi-mento e crescimento pessoal.

“Não podemos mais permitir qualquer tipo de limitação ao direito de todos à leitura, por constituir segregação e marginalização”

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Por Telma Penteado

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Conhecendo o DTCEAChapada dosGuimarães - MT

Por Telma Penteado

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O DestacamentoO Destacamento de Controle do Espaço Aéreo da Chapa-

da dos Guimarães (DTCEA-GI) foi ativado pela portaria nº R-358/GM3, de 05 de agosto de 1988, data esta que se come-mora seu aniversário.

O DTCEA-GI está localizado na Chapada dos Guimarães (MT), na serra do Atmã, e dista da cidade de Cuiabá 60km, o que corresponde a uma hora de viagem de carro.

A sua missão é operar e manter os equipamentos de Detec-ção e Telecomunicações do Sistema de Defesa Aérea e Con-trole de Tráfego Aéreo com um efetivo militar que se reveza diuturnamente para manter os equipamentos de Detecção e Telecomunicações em condições de monitorar todo o tráfego aéreo na área sob sua responsabilidade.

O Destacamento, que também contribui significativamen-te com o município e a comunidade local, sendo parceiro em diversos eventos cívicos e sociais.

Subordinado ao Primeiro Centro Integrado de Defesa Aé-rea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), em Brasília, o DTCEA-GI opera o radar TRS 2230 e possui uma Estação de VHF Park Air, entre outros equipamentos.

O ComandanteO 1º Ten Esp Com Alexander

de Mello Lima está no comando do DTCEA-GI desde 6 de janeiro de 2006.

Carioca, 34 anos, Mello é ca-sado com Jaqueline Lucas, com quem teve Júlia, de três anos.

A carreira militar teve início 1996, como soldado da FAB. Em 1998 realizou o Curso de Sargen-to e em 2005 formou-se como Oficial Especialista, assumindo o atual posto em 25 de dezembro de 2007.

Dentre as OM que já serviu, destacam-se a Universidade da Força Aérea (UNIFA) e o Grupo Especial de Inspeção de Vôo (GEIV), onde atuou, de 1999 a 2005, como Operador de Sistema.

O Ten Mello possui formação em Engenharia Eletrônica e Teologia. Concluiu pós-graduação em Gestão Estratégica de Pessoas e Processos.

Sempre se atualizando, ele está fazendo especialização em Pedagogia Empresarial na Escola Superior Aberta do Brasil.

Assistência Médica e OdontológicaToda a assistência médica e odontológica é feita em Cuia-

bá.A assistência médica é feita através de convênio – SARAM/

GAMA. Existem ótimos hospitais credenciados e o atendi-mento médico é muito bom.

Já os atendimentos odontológicos são realizados pelo Des-tacamento de Cuiabá. São, ao todo, oito vagas por semana e os militares e dependentes a serem atendidos são levados por uma viatura do DTCEA-GI.

As Inspeções de Saúde, obrigatórias para os milita-res, são realizadas no Hospital da Força Aérea (HFAB), em Brasília.

A Vila HabitacionalComo não há Hotel de Trânsito na Chapada do Guimarães,

existe um acordo com uma pousada na cidade que oferece descontos para os militares em serviço.

A vila, que fica a 15km do Destacamento (aproximadamen-te 20 minutos), possui 32 PNR, sendo 24 para sargentos, seis para cabos e dois para Oficiais.

A situação dos imóveis é boa, precisando apenas de alguns pequenos reparos. Destaca-se que não há fila de espera – atu-almente existem dez apartamentos vazios.

Há, ainda, um Centro Social composto por salão de festa, salão de jogos, quadra, sauna e piscina e quios-que para churrasqueira.

Vista do destacamento de Chapado dos Guimarães

O efetivo em momento de descontração no Centro Social

O efetivo do destacamento em formatura

O comandante Ten Mello

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O EfetivoO atual efetivo do Destacamento é composto por 52

militares – um Oficial especialista em Comunicações, 16 sargentos (sendo que nove compõem a equipe técnica), três cabos, 32 soldados, que se distribuem pela adminis-tração e infra-estrutura.

A quantidade do efetivo, que não possui civis contra-tados, varia de acordo com o período de incorporação dos soldados.

Vale ressaltar que este é o único Destacamento subor-dinado ao Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) que possui uma Brigada de Incêndio Florestal, com uma equipe de 13 mili-tares formados pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Relação do Destacamento com as famíliasO Destacamento procura oferecer todo apoio às famílias do

seu efetivo, realizando vários eventos sociais ao longo do ano, como por exemplo comemoração do Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal.

Mensalmente, ainda, é prestado um apoio às famílias no que diz respeito às compras em supermercado. No primeiro sábado após o pagamento, um microônibus sai da vila e leva os militares para Cuiabá, com o intuito de fazer compras com um preço mais acessível.

Ressalta-se também a comemoração da Semana da Asa, que acontece em outubro e visa promover uma integração entre os militares e a sociedade chapadense.

A Petrópolis de CuiabáLocalizada a aproximadamente 890 metros acima do mar,

a Chapada dos Guimarães, por possuir um clima agradável, é chamada de Petrópolis de Cuiabá. Muitos habitantes da capi-tal mato-grossense possuem casas de campo na Chapada.

A cidade é conhecida internacionalmente pelos seus belíssimos pontos turísticos, tais como a Cachoeira Véu de Noiva – um dos cartões postais da cidade – que possui cerca de 80 metros de queda, a Cidade de Pedra e o Morro dos Ventos.

Infelizmente, há alguns meses, o Parque Nacional da Cha-

pada dos Guimarães encontra-se fechado desde o dia 21 de abril. De acordo com o site oficial do Parque, o fechamento do mesmo se deve ao desmoronamento de parte da encosta da Cachoeira Véu de Noiva.

“Mesmo com o fechamento do Parque existem diversos atrativos na região de Chapada dos Guimarães que continu-am funcionando normalmente e que fazem a visita valer a pena”, divulga o site (www.ibama.gov.br/parna_guimaraes), que ainda sita como atrações o Complexo Turístico da Sal-gadeira, o comércio da cidade de Chapada dos Guimarães, o Mirante do Centro Geodésico da América do Sul e o Mirante do Morro dos Ventos.

Quanto ao ensino, a cidade possui duas escolas públicas que vão do Jardim da Infância ao Ensino Médio e possui ain-da um colégio particular.

Quem deseja cursar faculdade tem que ir para Cuiabá. Atu-almente diversos militares do Destacamento fazem curso su-perior em faculdades de Cuiabá.

O custo de vida na cidade é alto e, por esta razão, muitos optam por fazer compras em Cuiabá.

No quesito segurança, não há nada para reclamar. A cida-de é muito segura e, como o Comandante mesmo assegura, “pode-se dormir até de janela aberta!”

A brigada de incêndio florestal do DTCEA-GI

A imcomparável beleza da Chapada

Vista de uma das diversas grutas do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães

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A Organização de Aviação Civil Inter-nacional (OACI) - órgão filiado à Organi-zação das Nações Unidas (ONU) - reali-zará, de 4 a 15 de maio de 2009, uma au-ditoria de essencial importância para todo o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro e, em especial, para o DECEA.

Essa inspeção - chamada “Programa Universal de Auditoria da Vigilância da

Segurança Operacional” ou, simplesmen-te, USOAP (Universal Safety Oversight Audit Programme) – é realizada regular-mente pelos auditores da OACI em todos os Estados contratantes. De caráter obri-gatório, seus resultados, dada a credibili-dade da instituição, costumam ser avali-zados por toda a comunidade da aviação civil internacional - e imprensa -, gerando

demandas e conseqüências, muitas vezes, de grande repercussão.

É considerável que todas as unidades, sub-departamentos, e organizações mi-litares atuantes no SISCEAB estejam cientes da realização desse programa, de modo a tomar os devidos procedimentos de ajuste aos padrões exigidos pelo órgão da ONU.

O Programa Universal de Auditoria da Vigilância da Segurança Operacional (USOAP) tem o objetivo de promover a melhoria da segurança global da aviação civil, através da realização de auditorias nos pa-íses contratantes, a fim de verificar as suas capa-cidades em realizar a vigilância da segurança ope-racional. Realizado regularmente, o USOAP avalia o nível de implementação dos elementos críticos de um sistema de vigilância da segurança operacional, bem como o estágio dos Estados na implementação dos pa-drões e práticas recomendadas (SARP’s), procedimen-tos associados, material técnico (regulamentações) e práticas de segurança operacional.Em 2000, o Brasil foi submetido a uma auditoria

relativa a apenas 3 Anexos à Convenção de Aviação Civil Internacional, quando se constataram índices satisfatórios acima da média mundial. Entretanto, com a Resolução A35-6, adotada na 35ª Assembléia da OACI de 2004, o USOAP adquiriu um enfoque sistêmico e global aplicável às disposições correlatas conti-das nos demais Anexos à Convenção de Chicago. Assim, a OACI vem executando uma auditoria extre-

mamente mais exigente - ao envolver, agora, 16 dos 18 Anexos - e transparente - ao tornar públicos os relatórios finais de cada país auditado pelo Pro-grama. Esta será a primeira vez que o Brasil será submetido aos 16 Anexos do programa.

Considerando que o Brasil consta, uma vez mais, da agenda desse programa, o Vice-Diretor do DECEA, no uso de suas atribuições regulamentares, julgou por bem baixar a Portaria DECEA No 63/VICEA, em 15 de dezembro de 2006, com a qual aprovou a consti-tuição de um Grupo de Trabalho (GT), cuja finalidade é coordenar a preparação para essa Auditoria da OACI. Assim, o citado documento concedeu ao GT USO-AP, como ficou conhecido, um prazo de quinze meses para o cumprimento de seus trabalhos. Sob a coordenação da Comissão de Estudos Relati-

vos à Navegação Aérea Internacional (CERNAI) e com a participação de técnicos dos diversos órgãos que compõem o DECEA e de assessores especialmente con-

vidados, o Grupo tem atuado segundo um cronograma de eventos que compreende, dentre outros, audito-rias internas e análises críticas das não-confor-midades levantadas, com vistas à elaboração dos correspondentes planos de ação, os quais, em seu conjunto, conformam o presente trabalho, adaptado do Manual da OACI sobre Auditoria da Vigilância da Segurança Operacional (Doc 9735/2006).E a sua unidade? Já está preparada para a inspe-

ção da OACI?Quaisquer dúvidas e sugestões, entrem em contato

com a CERNAI - Maj Wolnei - (21) 2139-9682 - [email protected]

Auditoria da OACI A sua unidade já está preparada?

O USOAP

O USOAP no DECEA

Por Daniel Marinho

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Literalmente FalandoLiteralmente FalandoSempre tive os seguintes sonhos: fazer uma grande

descoberta científica, ser uma atriz famosa, entender tudo sobre dinossauros e escavações, ser uma grande escritora, morar no Rio, saber tocar muito bem um instrumento, ser vocalista de uma banda, viajar pelo mundo sem destino, encontrar passagens secretas, criar asas e ganhar de presente de Natal a bolsa do gato Felix*.

Tive todas as condições para realizar todos eles: tive uma infância repleta de andorinhas de verão, bem-te-vis, missas aos domingos, passeios pela cidade, jogos de baralho nos dias chuvosos com direito a bolinhos de chuva.

Acontece que nem todos os sonhos de criança eu realizei. As passagens secretas continuam escondidas. Ainda não me descobri. Sou cega. Sou sombra. Escrevo e só, mas não sou uma grande escritora. E vi que escrever não muda o mundo. Muda apenas a gente mesmo. Para melhor e para pior. Escravo de si.

Não me tornei famosa. Muito menos atriz. Só fiz coisas estranhas para falarem de mim. Deu certo. Fui autêntica. E com isso, rebelde. Assim, corajosa. Portanto, inconseqüente.

Não tenho grandes conquistas. Nem bens materiais. Não ganhei dinheiro. Tenho sim muita história para contar. E modéstia parte, muito carisma. Talvez isso seja muito bom hoje em dia.

Não realizei nenhuma descoberta científica. Não escolhi profissão. Aconteceu. A vida me levou pela ingenuidade. E pelo excesso de impulso, que este sim eu tenho de sobra.

Sim, consegui morar no Rio de minhas novelas. E presenciar este mar. Minha varanda tem vista para o Pão-de-Açúcar e para o Cristo.

Cantar? Nem no chuveiro. Dinossauros? Tenho os meus para lidar. Quando eles

estão mansos, fica mais fácil. Mas confesso que não os controlo. Eis o perigo. Então procuro alimentá-los. Mas se não comerem bem, eles me devoram.

Viajar pelo mundo? Só se for o meu: o da imaginação. Por esta sede de liberdade, amei o filme “Na Natureza Selvagem”. A princípio, achei sem foco. Depois eu entendi. E meu instinto gritou.

Asas? Ainda vôo baixo. Mas acho que ainda estou voando dentro da gaiola. Bem, ela é espaçosa.

O instrumento passou a ser as coisas que eu tinha que estudar, e acabei me esquecendo dele.

A vida me levou. Por espelhos alheios. Por exemplos perfeitos que não me servem. Então virei espectro. Mas uma coisa me parece sem sentido: eu poderia ter sido tudo o que quisesse. Eu poderia ser. Senti muito medo. Medo não de aprender, mas de não conseguir aprender. Covardia.

Hoje tenho o seguinte: contas a pagar, um pouco de frustração, um excesso de franqueza, um rosto transparente, uns olhos-espelhos, algumas cicatrizes, cabelos mais curtos, experiências que me levaram a repensar por completo a minha vida, uma vontade enorme de estudar sobre vinhos e sobre cinema, uma grande paixão por fotografias, uma ruptura total no ligamento cruzado do meu joelho direito, uma espontaneidade incrível, um jeito engraçado de ser (meus amigos riem muito comigo).

Tenho também amor e ciúme por meu marido, uma bondade nata, mais amor e respeito pelos meus pais, mais compreensão com os idosos, saudade de minha avó querida, nostalgia pelos quintais históricos de minha infância, uma paz sem tamanho quando estou nadando, amigos verdadeiros, pavio curto, um sorriso na manga e carisma e história para contar, como eu havia dito.

Quanto à bolsa do gato Felix, deve estar escondida nestas passagens, que continuam secretas. Mas acho que já encontrei alguma coisa. Como dizia Martin Luther King: “I have a dream!”

*Para quem não sabe, havia um desenho do gato Felix, que tinha uma bolsa de onde retirava todas as coisas possíveis e impossíveis de que ele necessitava. Nem uma Louis Vuitton me ofereceria Tanto.

Fabiana Borgia - TenAJUR/DECEA

O novo livro de poesias de Fabiana Borgia Desconexos será lançado emdezembro próximo

Meus sonhos de criança

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