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BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCI- AÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE GOUVEIA - ANO VI N° 04 - JULHO - AGOSTO 2013 Editorial O Prêmio Afago de Literatura e os apêndices. Raimundo Nonato de Miranda Chaves O Prêmio Afago de Literatura, criado em 2010, por proposta do professor José Moreira de Souza que, desde então, é coordenador do projeto, tem como objetivo despertar, no estudante das escolas do município de Gouveia, o gosto pela literatura. São convidadas a participar do evento as escolas estaduais, localizadas na sede do município: Joviano, Aurélio Pires e Mata Machado; mais a E.E. Ciro Ribas de Vila Alexandre Mascarenhas, além das escolas municipais: João Baiano e Profa. Zezé Ribas, respectivamente, das comunidades de Camilinho e de Pedro Pereira. A última edição do Prêmio Afago realizou-se em maio de 2012 e a próxima realizar-se-á no dia quatro de outubro próximo. Os alunos concorrem ao prêmio apresentando criações literárias, na forma de crônica, artigo de opinião ou poema. As redações, sem limitação de número, devem ser encaminhadas à sede da Afago até o próximo quinze de setembro, onde serão submetidas a uma banca formada por profissionais de educação que selecionará os quinze melhores trabalhos. Aqueles selecionados serão defendidos por seus autores, em solenidade promovida em Gouveia, perante uma banca de intelectuais gouveianos que indicará quatro trabalhos para receber prêmios em dinheiro de mesmo valor. No gancho da educação registro acontecimentos recentes na área: a população estudantil rural diminui a cada ano. As famílias se transferem para a cidade e o meio rural torna-se um nicho de aposentados. A E.M. Francisco Dória, de Cuiabá, está sendo desativada por falta de alunos; não é possível manter professores em salas de aulas com meia dúzia de estudantes. A E.M.João Baiano, de Camilinho, nascida Escola Rural Mista de Camilinho foi criada pelo decreto N o . 4057 De seis de dezembro de 1913, assinado pelo governador Julio Bueno Brandão e pelo Secretário dos Negócios do Interior Delfim Moreira da Costa Ribeiro. Então, a referida escola completará, ainda em 2013, um século de existência. Conforme a legislação vigente, à época de criação, o prédio escolar era responsabilidade da comunidade. Até 1940 as aulas eram ministradas em salas de residências: Inicialmente, na de Niquinho Miranda, sob as professoras Maria Amélia e Zenilia, ambas filhas de Niquinho. Em seguida, na residência da professora Maria Luiza, nora de Niquinho, esposa de Antonio Augusto (Tonico). Posteriormente, em dependência anexa à casa de Guilherme Miranda, sob a professora Zezé Baracho, onde, antes funcionara uma tenda de ferreiro. Ali ainda estava fincado um suporte que sustentava a bigorna, ao canto, a fornalha para aquecimento do ferro. Eu comecei nesta escola, então, com cinco anos. Em 1940 João Baiano construiu, auxiliado por Chiquinho e Antônio Teles, o prédio escolar, a escolinha como a considero, e iniciou- se nova faze na educação em Camilinho, sob a professora Margarida Maria da Silva – Mestra Guidinha, contratada pela prefeitura de Diamantina por influencia de Juscelino Pio Fernandes – Coronel Sica. Assim ficam convidados todos os ex-alunos para soprar as velinhas do bolo de cem anos, em data a ser programada. A escolinha estava abandonada: portas e janelas quebradas, paredes em mau estado, telhado quase caindo. Formamos, então, um grupo de defensores da escolinha: diretora Adriana, vereador Sebastião Almeida e eu, com apoio da Secretaria Municipal de Educação, professora Maisa e do vice-prefeito Alfeu Augusto já temos autorização do Senhor prefeito municipal para iniciarmos as obras de recuperação. Seguindo a programação: a E.M. Niquinho Miranda, comunidade de Água Parada, será desativada e os alunos serão atendidos na escolinha, depois de recuperada. Tudo volta ao que era antes. A escolinha branca de janelas azuis atendendo as crianças do primeiro ciclo fundamental.

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BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCI-AÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE GOUVEIA -

ANO VI N° 04 - JULHO - AGOSTO 2013

EditorialO Prêmio Afago de Literatura e os apêndices.

Raimundo Nonato de Miranda Chaves

O Prêmio Afago de Literatura, criado em 2010, por propostado professor José Moreira de Souza que, desde então, écoordenador do projeto, tem como objetivo despertar, noestudante das escolas do município de Gouveia, o gostopela literatura. São convidadas a participar do evento asescolas estaduais, localizadas na sede do município: Joviano,Aurélio Pires e Mata Machado; mais a E.E. Ciro Ribas de VilaAlexandre Mascarenhas, além das escolas municipais: JoãoBaiano e Profa. Zezé Ribas, respectivamente, dascomunidades de Camilinho e de Pedro Pereira.

A última edição do Prêmio Afago realizou-se em maio de2012 e a próxima realizar-se-á no dia quatro de outubropróximo. Os alunos concorrem ao prêmio apresentandocriações literárias, na forma de crônica, artigo de opiniãoou poema. As redações, sem limitação de número, devemser encaminhadas à sede da Afago até o próximo quinze desetembro, onde serão submetidas a uma banca formadapor profissionais de educação que selecionará os quinzemelhores trabalhos. Aqueles selecionados serãodefendidos por seus autores, em solenidade promovida emGouveia, perante uma banca de intelectuais gouveianosque indicará quatro trabalhos para receber prêmios emdinheiro de mesmo valor.

No gancho da educação registro acontecimentos recentesna área: a população estudantil rural diminui a cada ano. Asfamílias se transferem para a cidade e o meio rural torna-seum nicho de aposentados. A E.M. Francisco Dória, de Cuiabá,está sendo desativada por falta de alunos; não é possívelmanter professores em salas de aulas com meia dúzia deestudantes.

A E.M.João Baiano, de Camilinho, nascida Escola Rural Mistade Camilinho foi criada pelo decreto No. 4057 De seis dedezembro de 1913, assinado pelo governador Julio BuenoBrandão e pelo Secretário dos Negócios do Interior DelfimMoreira da Costa Ribeiro. Então, a referida escolacompletará, ainda em 2013, um século de existência.

Conforme a legislação vigente, à época de criação, o prédioescolar era responsabilidade da comunidade. Até 1940 asaulas eram ministradas em salas de residências:Inicialmente, na de Niquinho Miranda, sob as professorasMaria Amélia e Zenilia, ambas filhas de Niquinho. Emseguida, na residência da professora Maria Luiza, nora deNiquinho, esposa de Antonio Augusto (Tonico).Posteriormente, em dependência anexa à casa deGuilherme Miranda, sob a professora Zezé Baracho, onde,

antes funcionara uma tenda de ferreiro. Ali ainda estavafincado um suporte que sustentava a bigorna, ao canto, afornalha para aquecimento do ferro. Eu comecei nestaescola, então, com cinco anos. Em 1940 João Baianoconstruiu, auxiliado por Chiquinho e Antônio Teles, oprédio escolar, a escolinha como a considero, e iniciou-se nova faze na educação em Camilinho, sob a professoraMargarida Maria da Silva – Mestra Guidinha, contratadapela prefeitura de Diamantina por influencia de JuscelinoPio Fernandes – Coronel Sica. Assim ficam convidadostodos os ex-alunos para soprar as velinhas do bolo decem anos, em data a ser programada.

A escolinha estava abandonada: portas e janelasquebradas, paredes em mau estado, telhado quasecaindo. Formamos, então, um grupo de defensores daescolinha: diretora Adriana, vereador Sebastião Almeidae eu, com apoio da Secretaria Municipal de Educação,professora Maisa e do vice-prefeito Alfeu Augusto játemos autorização do Senhor prefeito municipal parainiciarmos as obras de recuperação. Seguindo aprogramação: a E.M. Niquinho Miranda, comunidade deÁgua Parada, será desativada e os alunos serão atendidosna escolinha, depois de recuperada. Tudo volta ao queera antes. A escolinha branca de janelas azuis atendendoas crianças do primeiro ciclo fundamental.

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05/07/2013 - Guido AraujoO Livro de Mensagens é um viveiro de assuntos. Algunsvicejam, outros murcham, mas mesmo em tempo de corrubianase mantêm vivos. Um interessante foi colocado pelopresidente da Afago. Dr Raimundo Nonato postou comentáriosobre a Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000, achamada Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), e seucumprimento pelo Município de Gouveia. A lei impõe controlede gastos a estados e municípios. Outra Lei Complementar, alei Capiberibe, de número 131, de 27 de maio de 2009,determina prazos para apresentação de “ informaçõespormenorizadas sobre execução orçamentária e financeira”,em tempo real (isto é, Transparência). Estas leis têm porobjetivo evitar gastos escusos e procuram dar transparênciaà administração do estado e do município, facilitando afiscalização pelo cidadão. No caso de Gouveia, que está entreas cidades de até 50.000 habitantes, o prazo para cumprimento

Opiniões

da lei expirou em maio deste ano. O prazo foi cumprido coma criação do sitio do Município, WWW.gouveia.mg.gov.br,onde entre outros tópicos apresenta o link do Portal daTransparência. Dr. Raimundo Nonato comenta o aplicativoutilizado por Gouveia e os relatórios apresentados, estesprincipalmente no aspecto transparência. Questiona aapresentação confusa dos dados, o que dificulta acompreensão por parte do cidadão. Em conclusão, Gouveiacumpriu a lei, mas descumpriu a transparência. O Prof. JoséMoreira de Souza, entusiasta da Gouveia, comenta amensagem do Dr. Raimundo, dizendo-a importante para queo eleitor escolha candidato não só alfabetizado mas “habilitadoao cálculo. Não basta ler letras, é necessário ler números”.O sonho do nosso conterrâneo, (por que não de Gouveia), éver o cidadão analisando os feitos da administração pública,

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Notícias & comentáriosisto é, politizado, com senso crítico, interessado, atento. Estesonho exasperou meu outro conterrâneo e colega AdilsonNascimento, argumentando que em Gouveia “as pessoassomente se interessam pela gestão pública em particular”.Isto é, “se é boa para mim... é boa” A cidade de Gouveianão difere de outras da mesma condição, cidade históricade passado garimpeiro de minas exauridas, solo fraco,geografia acidentada, agricultura de subsistência. Isto é,economia fraca. Tem uma riqueza que não explora: sítioshistóricos e paisagens deslumbrantes, água pura, abundante,despencando em cachoeiras. Folclore rico em “artes” e“fazeres”. E ainda o essencial: um povo trabalhador, curioso,observador e inteligente. Raimundo Nonato, José Moreira eAdilson Nascimento apresentaram seus comentários cadaum vendo Gouveia sob determinado ângulo. O primeirocobrando o cumprimento de uma lei, que dará ao gouveianoinstrumento para ser alerta, fiscalizar os políticos. O segundo,já antecipa um resultado viável, otimista, que advirá dasituação de o cidadão ser instruído, politizado, e o terceiroconstata uma situação que não é só de Gouveia, o quadro deque o povo precisa sair, evoluir. Todos estão de acordo, nofundo, que precisa ser extirpada a ignorância. Se não háeducação, não adianta cumprir a lei de responsabilidade fiscale da transparência. Onde os políticos corruptos buscam apoiopara continuar no poder? No povo sem instrução. Adilson, aeducação acabaria com esta paisagem. Estamos entrandonuma fase diferente da conjuntura em que precisa haverDADOS e INSTRUMENTOS para análise, (o que atenderiaao Dr. Raimundo), de INSTRUÇÃO para se ter acapacidade de analisar e votar consciente, (o que atenderiaaos sonhos do Prof. Moreira), e ANÁLISE dos dados parasair do estágio da “gestão pública em particular”, (que é oseu desejo e de todos os gouveianos). Só a educação será oremédio.

08/07/2013 - Gil Martins de OliveiraNÃO, AO BRASIL BANDIDO! SIM, AO BRASILBANIDO!Somos uma nação que vai se construindo a trancos ebarrancos. Diz-se que tudo que começa bem, tende aterminar bem. O grande problema nosso está, exatamente,nesse tal início. A América foi descoberta por acaso.Colombo, a serviço da Espanha, pensava ter chegado àsÍndias e, por isso, os selvagens encontrados na ilhareceberam o nome de índios. Portugal, para não ficar paratrás, monta uma grande esquadra que é entregue aoscuidados de Pedro Álvares Cabral, que sai em busca denovas terras, esbarrando por aqui em 22 de abril de 1500.Para evitar brigas entre os dois reinos, pois a Espanha haviachegado à América antes, inventaram uma linha imaginária,a que chamaram de Tratado de Tordesilhas. Terras àesquerda, descobertas ou a serem descobertas, paraespanhóis, à direita para Portugal. De um lado, arrasaram acivilização Inca, do outro, importaram escravos negros emandaram nossas riquezas para Portugal. Pois bem, apesarde sacramentar sua presença entre nós com um missa, alémde missionários, vieram também pessoas de todo tipo, dentreas quais, muitas interessadas nas abundantes riquezas

naturais, como madeiras de lei, já dizimadas por lá. Durantemuito tempo, o pau-brasil foi a primeira vítima da ganânciaportuguesa. Mais tarde, com a introdução da cultura da canade açúcar, percebendo que nossos índios não se submetiam aotrabalho escravo, buscaram mão de obra na África. E aí,começou o martírio da gente negra que, em fétidos porões denavios, era trazida por traficantes, para ser vendida aossenhores feudais. Nos arredores da casa grande, estabeleceu-se a senzala. Nossa cultura política tem suas raízes fincadasna Casa Grande. O poder ficava nas mãos dos opressores,donos das terras e senhores dos escravos. Gente que seformava em terras portuguesas, trazendo cá uma mentalidadecoimbrista. Passaram-se os anos e continuamos a respirar,ainda, os ares dos mandos e desmandos daqueles que chegamao poder. Prevalece o espírito de oligarquia, das manipulaçõesda Casa Grande (Judiciário, Executivo e Legislativo), genteque se arranja no poder, graças aos votos de uma maioria que,politicamente ignorante, continua oprimida, sem voz nem vez,nas modernas senzalas. Cadeia e leis duras são para preto epobre. Para os outros, foro privilegiado. Na verdade, os livrosde História, em que estudamos, nunca foram muito honestosno que se refere à importância da África para a construção danossa brasilidade, nem com relação ao real significado dapresença colonialista portuguesa em nossa pátria. Aquela fugada família real para nossa terra, por exemplo, recebeu doshistoriadores um título interessante: “Transmigração da famíliareal para o Brasil”. Na realidade, Napoleão entrava pelos fundose a Corte fugia pela frente. De repente, as nossas ruas foramtomadas pela presença de dois Brasis. Um gritando por ética,justiça, lisura, transporte público, segurança, saúde e educaçãoe o outro, quebrando tudo o que via pela frente, ou seja,repetindo o que, na prática e camufladamente, já fazem milharesde políticos eleitos Brasil afora. Os piores bandidos de nossaterra não estão nos morros e favelas, pois, lá, o caveirão e oBope entram e prendem ou matam. A classe mais abjeta decriminosos de nossa esbulhada pátria mora nas chamadas zonassul ou nos tais poderes de Brasília, estados e municípios. Alémdo mais, somos manipulados pelos meios de comunicação quepregam a manutenção do status quo, — tempos atrás, no jornalda manhã, a Globo deu um relato dos custos de senador,deputado e vereador. Só para resumir, segundo a reportagem,cada senador custa, aos nossos bolsos, 33 milhões de Reais/ano, ou seja, pagamos a eles 11 mil Reais por minuto“trabalhado?” (quantia essa para pagar salário por um ou doisdias de trabalho/semana, assessores – dentre os quais, muitosparentes –, passagens de avião, correio, plano de saúde, carro,apartamento, duas férias por ano, viagens ao exterior... e poraí vai.) Só que, “não se sabe a razão”, a notícia sumiu da pautada emissora no decorrer do dia. O banditismo se revela nasvergonhosas assessorias, no nepotismo, nas mordomiaspalacianas e nos milionários e tradicionais rombos nos cofrespúblicos. Os franceses do chamado Terceiro Estado forammenos pacientes do que nós, por muito menos, tomaram aBastilha, dizimaram os poderes do Clero e da Nobreza edesfraldaram a bandeira da Liberté, Égalité Fraternité. Eis que,mais do que depressa, o governo, vaiado em campo de futebol,e os políticos malhados como Judas nas manifestações,resolveram tomar atitudes de mudanças atabalhoadas,

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esquecendo-se de que quando se corta a ponta do iceberg,outra vem à tona. Nemo dat quod non habet, ninguém podedar o que não tem. Na verdade, não dispomos de umamaioria de políticos eleitos identificados com o bem comum.Teriam esses, que aí estão, ética e coragem para cortar naprópria carne? Pelo que se sabe, raposa não entra emgalinheiro para dar proteção. É um beco sem saída? Não.Onde estariam as causas? Na minha modesta opinião, oensino fundamental da criminalidade, da corrupção e dobanditismo está na desestruturação familiar, causada pelosmais diversos motivos; nos pais que não percebem que seufilho está trazendo, da escola, coisas que não lhe pertencem;que dão mais costas do que colo aos filhos; que passambelos conselhos, mas não os praticam; que optam pelaprevalência do material sobre os valores morais e espirituais;que deixam Deus do lado de fora; que ensinam aos filhoscomo “passar a perna” nos outros. As causas estão, também,na escola que prefere ocupar os alunos com conhecimentos,às vezes, inúteis para a sua vida, do que ensinar EducaçãoMoral e Cívica; no professor que é condescendente com acola em sala de aula ou prefere ser um “colega legal” doque referência de valores para seus alunos; nas igrejas quemiram mais o bolso do que o coração dos fieis; nos mausmotoristas que, mesmo na companhia dos filhos, infringemas leis do trânsito. Então, não sobra ninguém que preste nomeio político? Claro que sim, pouquíssimos, dentre os quais,destaco Cristovam Buarque. O barulho que produzem,contudo, é abafado pela maioria indesejada. É bom noslembrarmos de que os corruptos não nasceram na Praçados Três Poderes, fomos nós que os mandamos para lá.Eles passaram, certamente, pelas nossas câmaras eprefeituras locais. A esperança por dias melhores está,certamente, na educação familiar, no cultivo dos valoresmorais e espirituais que só o berço proporciona. A escola éimportante sim, mas ela trabalha com “o que” mandamospara lá. Que nossa meta seja, pois, sumir com esse BRASILBANDIDO que está por aí e CONQUISTAR espaço paraum BRASIL que foi BANIDO da dignidade e do respeito.Que Deus nos ajude.

11/07/2013 - Raimundo Nonato de Miranda ChavesDr. Walmy Lessa Couto, advogado, esperto, dava nó em pingod’água com uma mão nas costas, professor de História noColégio Diamantinense; tinha um jeito muito especial deministrar suas aulas. Durante cinquenta minutos, caminhandono corredor entre as fileiras de carteiras dos alunos,concentrado no relato do fato histórico, como se fizera umaviagem no tempo e, então, presenciando a ocorrência, ele adescrevia. Mão esquerda no bolso da calça e a direitasegurando o cigarro. O cigarro era nosso marcador de tempo– relógio, naquela época, era suíço, mecânico e caro; hoje,chinês, eletrônico e barato, então, poucos o possuíam – quandoo professor acendia o terceiro cigarro sabíamos que a aula

estava no fim. Particularidade interessante é que o professorDr. Walmy sempre encontrava um fato similar, conhecidopelos estudantes, de tal forma que a comparação entre ohistórico e o atual despertava nossa atenção.Tentarei simular uma aula, ou parte dela, com a respectivaassociação dos fatos: histórico e presente. Ano de 1914, oArquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono doImpério austro-húngaro é assassinado. O poderoso impérioresponsabiliza a Sérvia pelo crime – o assassino era sérvioou, a Sérvia era a assassina? –, é a velha e conhecida históriado lobo acusando o cordeiro de estar sujando sua água, quandoele mesmo estava bebendo a montante do cordeiro. Dasuspeita, a acusação e a declaração de guerra: Império Austro-Húngaro, apoiado pela Alemanha, contra a pequena einsignificante Sérvia. A poderosa Rússia tomou as dores daSérvia. Será? Ou, decidiu proteger os estreitos entre o MarNegro e o Mar Egeu que possibilitavam sua comunicaçãocom o Mar Mediterrâneo, e, não era conveniente ter alemãespor ali. A França tinha tratado de defesa mútua com a Rússiaque a obrigaram a entrar em guerra e, pior, apoiada pelosingleses que se julgavam os donos do mundo e não queriam aAlemanha muito próximo deles. Assim, uma questão menorlevou à Primeira Guerra Mundial, com envolvimento do Japãoe, mais tarde, dos Estados Unidos.Saltando algum trecho da história chegamos a 1916, dois anosdepois de iniciado o conflito. Milhares e milhares de mortosde ambos os lados. Na Rússia: fome, as mulheres – os homensestavam nas trincheiras ou haviam morrido –, esposas ouviúvas de militares recebiam pequena pensão e, passavam anoite nas filas das padarias, se quisessem algum pão preto;as outras se prostituíam em troca de um pedaço de pão. Anobreza não! Continuava com suas reuniões festivas regadascom os melhores vinhos, as melhores carnes, pratossofisticados e saborosos. O Czar, dito de todas as Russias,era o monarca absoluto que tudo podia; a Czarina, segundoas más línguas, se deitava com Rasputin, o mago. PríncipeAndrei protegido por militares, os mais fortes e mais bemtreinados recebia seus convidados em carros luxuosos; que,saltavam deles e corriam para o interior do palácio fugindoda multidão de mulheres famintas e enfurecidas. No exercito,faltavam barracas, uniformes e comida, oficiais corruptos osvendiam. Era um caldo propicio para o germe da revolução.Ela veio e se instalou, com força total, em 1917; alterou oregime de governo que durou mais de setenta anos.Aqui, no Brasil – neste pais, como dizem alguns –, a nobrezade sangue é substituída pela nobreza funcional, os condes,duques, marqueses e similares são os congressistas, osgovernantes, os funcionários do alto escalão, os apadrinhadosde toda sorte. O poderoso Czar, no momento gozandomerecidas férias prêmio, mas contando tempo para voltar. ACzarina (des)governa. Troca os pés pelas mãos e sente apopularidade despencar. Rasputin? Bem, Rasputin, outroramuito forte, possivelmente candidato ao posto maior, caiu emdesgraça e, deprimido, se mantém em off, aguardando o pior.São cem anos decorridos entre os fatos, portanto, não se deveesperar igualdade entre eles. Existem algumas discrepâncias:

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Na Rússia, falava-se, a boca miúda, que a czarina se deitavacom Rasputin e, sempre, acompanhada de uma cortesã. Acoisa era feita a três. Justifica-se: uma czarina não pode(an)dar sozinha. Aqui, trocam-se os gêneros: o pecador! Nãoa pecadora! A grande imprensa publica suspeita sobre orelacionamento do czar com Rose – sincope de Rosemary –. O czar Nicolau era primo do kaiser Guilherme, a czarina, deorigem alemã, então, dizia-se que o casal real tinha lá seuspendores mais para o lado alemão do que para o lado russo.Aqui, o czar não tem laços de sangue, mas, laços ideológicosque o fazem pender para o boliviano Morales; o venezuelanoChavez que se vestia de vermelho, substituído pelo Maduro;e os respeitáveis irmãos Castros, lá da ilha de Cuba. Na Rússia,o medo demonstrado pela nobreza que saltava dos carros ecorria para a proteção dos palácios, é similar ao medo dospoderosos que se protegem e a seus bens. Vejam, por exemplo,agencias bancarias – Agência Savassi do Banco do Brasil –toda tamponada com tapumes de madeira pintada de preto.Entrei na agencia e perguntei: por que vocês estão de luto?Não vai repetir o que aconteceu na Rússia do inicio do séculopassado, mas, tenho fé, que a coisa vai mudar.

15/07/2013 - Gil Martins de OliveiraNOS TEMPOS DO TRAQUE E DA TACAImpressionante como éramos livres em nossa infância, apesarda vigilância dos pais, principalmente da mamãe. Brincávamospor toda a Gouveia, além de perambular pelos campos dasredondezas, à caça e apreensão de pássaros. Mas o que meimpressiona, ainda hoje, acontecia ali, na Rua das Dores, quaseem frente à Hulha Branca, onde ficava a casa de TianoFogueteiro e João Rola. Aquilo era um verdadeiro paiol demunições e fábrica de tudo quanto é tipo de bombas e fogosde artifício. Os de vara tinham muita aceitação, mas os quemetiam medo eram as ronqueiras – pequenos, mas pesadostubos de ferro cheios de pólvora — que Tiano colocava juntoao famoso toco do mastro, em frente à casa de AntônioMiranda. Quando aquilo explodia, tremia todo o chãogouveiano e, durante bons segundos, a gente ouvia o ribombardos ecos pelo Espinhaço afora. A fábrica se resumia à cozinhada casa, que devia ter uns 4 x 3 metros. O fogão a lenha, numcanto, sempre ativo e, a não mais que 2 metros de distância,sobre uma mesa escurecida pelo tempo, as gamelas cheiasde pólvora. Sem darmos conta do perigo, eu e meus irmãosíamos sempre ali. Fazer o quê? Tiano usava muita bucha depapel para socar, comprimindo a pólvora em seus artefatos, eaceitava trocar cadernos velhos por pólvora, o que para nósera um achado. Aprendemos a fazer traque. Cortávamos umatira de papel de uns 15 cm de comprimento por 5 cm delargura, formávamos o início de um triângulo que era logoenchido com um pouco de pólvora e um pedaço de barbante,como pavio. Aí, era só ir dobrando, bem apertado, o taltriângulo, e passar um pouco de grude na parte final. Estavapronto o traque. Enchíamos os bolsos e saíamos pelas ruasassustando as pessoas com o pipocar das bombinhas que nemsempre correspondiam. Às vezes, produzia só um chiado efazia fumaça... E daí? Tempos depois, tive notícia de que o

telhado da casa foi pelos ares. Isso era mais do que previsível.CIPA nenhuma se aventuraria a entrar naquela cozinha. Aindabem que não houve vítimas. De vez em quando, me vejorelembrando os graves riscos que corremos eu e meus irmãos,em nossa amada e livre Gouveia de então. Não era à toa quemamãe sempre conservava uma vara de marmelodependurada junto ao fogão a lenha. Meus irmãos, Jayme,Romeu e eu, principalmente, experimentamos, não raramente,os dissabores da pedagogia da surra. E olha que ela não batiana gente por coisa à-toa! Era para desentortar o pepinomesmo. Se relutássemos em aceitar os valores e limitesensinados... não havia outra saída senão entrar na taca. Papaisó ralhava, mamãe batia que chegasse para ele. Tudo isso,certamente, foi o verdadeiro ensino fundamental necessáriopara nos transformar nos seres humanos que, graças a Deuse aos nossos pais, somos hoje.

16/07/2013 - Nilson Pereira MachadoGil, é uma sensação tão confortante, ouvir (ler) suas estóriasde nossa amada Gouveia, ao falar de traque e taca, me vi nopastinho do Sr. João Ribas, pegando Curió Papa Capim, eramhoras e horas a esperar que o bichinho caísse no alçapão,mevi colhendo leite de gameleira para fazer visgo e tentar pegarPássaro Preto, ou Melro na lavada rua do Carrapicho,que alipousavam aos bandos, sempre acompanhados de rolinhaspedrês, o engraçado é que nunca matei uma rolinhapedrês,sentia uma certa compaixão, seu canto triste meentristecia também, só tico-tico, assanhaço, sabiá do peitoroxo ou amarelo, bem-ti-vi e outros, me vi “roubando”jabuticabas no quintal de Dona Flora e a vara de marmelo,comendo solto nas minhas pernas secas e “empuerada”chegava a ficar “foveira” por falta de um creme hidratanteque naquela época nem sei se existia. Não há melancoliamas uma saudade cortante.

24/07/2013 - Raimundo Nonato de Miranda Chaves

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Placacolocada pelo DER-Departamento de Estradas deRodagens.Ao fundo a Serra que, dizem, parece camelo,premiada noconcurso: Paisagens Mineiras do jornal Estado de Minas.Mas a comunidade se chama Camilinho. Homenagem aohomem Camilo: simples, caipira e pobre, mesmo assim maisimportante e digno de homenagem do que a montanha pormais imponente que seja. Do outro lado, do lado deCamilinho, a serra resplandecente, nem parece camelo.

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Recordações14/08/2013 - Maria Auxiliadora de Paula RibeiroGuido, plenamente conscientizada de que Gouveia era umasó família, busquei no âmago do meu coração, tão somenteOS NOSSOS VIZINHOS e os encontrei. Reconstituindo aminha história de vida, “revi” na família José Paulino, velhi-nho de abundantes cãs, como abundante era a sua integrida-de, a figura ímpar de D. Etelvina, dedicação de esposa emãe. Em Maria Alice, filha do casal, senti em meu ser omesmo carinho que ela devotava aos pais e à irmã, MariaAugusta. Em Zezé Paulino e Geraldo personifiquei amusicalidade que tornaram sonoros e doces os meus dias.Em Agnaldo e também Zezé tornou-se quase que visível ameus olhos anciãos a reunião festiva da família, quando osdois voltaram da Convocação feita para a revolução e por láficaram de prontidão, até que a mesma terminou. Era, ainda,muito criança e só, quando adulta, entendi o motivo da festa.Em Elias ecoou aos meus ouvidos o comentadíssimo casa-mento com a intelectual, vinda de fora, D. Élida, hoje, viúva,viva e muito lúcida, fazendo fluir a sua intelectualidade desempre. Na família Sr Theódulo /D. Áurea, inesquecível ovalor e elegância do chefe-pai, sempre de terno, ao lado dadedicação de D. Áurea aos filhos e a todos nós, que faziaseus filhos , também. Aí me encontrei, nesse momento com oCarinho. Em Doninha, mãe de Augusto, padrinho de batismode meu irmão, João e outros filhos: José Maria, o maestro einstrumentista, José Antônio, instrumentista também, Nilda,Eutália, encontro a matrona, a quem todos respeitavam, in-clusive a minha mãe. Doninha era a voz que se fazia ouvir e,quando nos via pelo gramado, brincando de pegador, à noite,mandava que fôssemos pra casa imediatamente. Nela, en-contro, hoje, a Autoridade com Doçura. Em Aurélio Ribas/D.Margarida, casal encarregado de nossos registros de nasci-mento e de nos acarinhar ou repreender com brandura, quan-do na porta de sua casa ficávamos a jogar maré, pião e fincodurante muito tempo, meu encontro é com a Saudade.Naabnegação e dignidade do Sr. Niquinho Abaeté/D. Carmelita,de cuja família enorme e linda saiu o meu cunhado, FernandoElói , hoje , viúvo da minha irmã Vera, encontro a dignidade.Em João Ribas/D. Vitalina, cuja filha Yvone foi afilhada debatismo de minha mãe, me vejo, ainda hoje, cercada de cari-nho, além do fato de que D. Vitalina foi a professora de meuirmão Noel do 1º ao 4º anos primários, Neles, meu encontroagora e sempre será com a Proteção. Como me lembro detodos os ancestrais das famílias do casal! Em Titino Carva-lho, o bom velhinho, inda sinto da neta, Nilda, minha colega,saudades mil. Nele, nesse instante encontro com o Respeito.Em Antenor Fonseca que trabalhava na Fábrica de SãoRoberto e D. Maria da Glória, me encontro, nesse minutocom o Trabalho. De D. Rita Trindade me vem à lembrança acarismática filha, Argentina, cujo apelido era Loura. Nessemomento, me encontro com a Bondade. Quanto às mães deGouveia, elas não olhavam apenas seus filhos, mas os filhosde todas as mães. Nelas é sublime o meu atual encontro jáque com o Amor Materno. Briguinhas politiqueiras sempreas houve e olhe que Gouveia não era, ainda, emancipada. A

contragosto meu, em se tratando delas. me encontro com aRivalidade. Por ser sempre companheira de minha mãe mui-tíssimo conhecida,estava ao lado dela em quaisquer situa-ções e momentos, razão porque conheço muito a Gouveia deoutrora, que, hoje, não pode me conhecer. Guido, já estouficando muito prolixa. Pensou bem o que seria fazer a árvoregenealógica das famílias da Gouveia de meu tempo? Nãointeressaria à Jovem Gouveia , porque para a juventude fica-ria enfadonho ler sobre pessoas que, por não terem conheci-do, não lhes foram queridas como o são, vivas ou mortas,para mim. Não farei a árvore genealógica. Porém. guarda-la–ei para sempre no baú das minhas mais ternaslembranças,hermeticamente trncado cujo nome é CORA-ÇÃO!

16/08/2013 - Adilson do NascimentoNo melhor estilo Auxiliadora, também tenho as minhas lem-branças e saudades dos amigos vizinhos que tive navila operária da Fábrica São Roberto, desde os meus tem-pos de criança, até a minha vida adulta, quando de lá saí aos30 anos de idade. Lembro muito claramente da família deJosé Nunes; de Sebastião de Aguiar; de Chico Vieira; dePedro Baiano; de Antônio de Paula; de Antônio de Jota; deTarcízio Saraiva; de Toninho Amorim; de José Santana; deNazário dos Santos; de Toninho Eletricista; de Vavá Ponciano;de Eli Guimarães; de João Paneleiro; de José Gouveia; deJosé do Bateeiro; de José Maria de Assis; de José Elpídio; deXanda; de Edgar Campista; de Osório Martins; de JoãoVeloso; de José Viana; de José Casaca; de Tito Rodrigues;de José Cunha; de D. Inhá; de Antônio de Deus; de JoãoPintinho; de Raimunda Simões; de Oliveira Simões; de D’nanaRocha; de Antônio Germano; de Vivaldo Lélis; de Luiz dePaula; de Expedito de Paula; de Seu Guilherme da Reserva;de José Rocha; de Antônio Proto; de Antônio Ernesto; deVicente Moura; de Geraldo Diniz; de Seu Washington; deDr. Raimundo; de Elias Gomes; de Zé Lebreia; de TotonhoPedreiro; de Joselino; de Osvaldo Raimundão; de JoséBaiano; de Adelino; de Leôncio, Ampere e Oséias Nunes; deJosé Lima; de João de Pacífico. Embora lembre, não devocitar os nomes das esposas, nem dos filhos, alguns meusamigos de infância, para não tornar este texto uma novela.Uma coisa muito interessante que chamava a atenção emSão Roberto, era a facilidade com que se destinava um ape-lido a uma pessoa, com base em alguma característica, eesse apelido se firmava para o resto da vida. Por exemplo:alguém com as pernas tortas tomava o apelido de alicate; oslábios inferiores salientes virava cinzeirinho; neguinho bomde bola virava pelé; originário do Serro virava paneleiro; moçacom o rosto achatado virava bolacha; com as ancas largasvirava carroção; mocinha “p’rá frente” virava espoleta; ocozinheiro, ainda que fosse um chef, virava lebreia. Hoje,muitas dessas alcunhas seriam consideradas ofensas e repri-midas até com um processo judicial.

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17/08/2013 - Adilson do NascimentoBastou postar a mensagem onde menciono os vizinhos davila operária (que eram todos os moradores) para surgiremas polêmicas. Uma delas, e que eu pretendo dar curso, veiode um amigo que me disse que eu não mencionei as esposas,não por falta de espaço, mas por falta de memória. Entãovamos lá: esposa de Zé Nunes, D. Jove; de Sebastião Aguiar,D. Alice; de Chico Vieira, D. Mundinha (minha sogra); dePedro Baiano, D. Dorinha; de Antônio de Paula, D. Izabel;de Antônio de Jota, D. Rita; de Tarcízio Saraiva, D. Luiza; deToninho Amorim, D. Lourdes; de José Santana, D. Eva; deNazário, D. Geralda; de Toninho Eletricista, D. Augusta; deVavá Ponciano, D. Amélia; de Eli Guimarães, D. Helena; deJoão Paneleiro, D. Maria de Vanju; de José Gouveia; D. Luiza;de José Maria de Assis, Zá; de José Elpídio, D. Maria Cu-nha; de Edgar Campista, Nininha; de Osório Martins, Vanju;de João Veloso, D. Zelinda; de José Casaca, D. Efigênia de

Vanju; de Tito Rodrigues, Mariinha; de José Cunha, D.Sebastiana; de João Pintinho, Tiana Vieira; de Oliveira Simões,Adinha; de Vivaldo Lélis, D. Amélia; de Luiz de Paula, D.Istelita; de Expedito de Paula, Dina; de José Rocha, D. Ma-ria Rocha; de Vicente Moura, Flor de Maio; de Geraldo Diniz,D. Terezinha; de Dr. Raimundo, D. Diva (apenas ele morouna vila); de Elias Gomes, D. Hélida; de Zé Lebreia, Maria;de Joselino, Marta; de Osvaldo Raimundão, Nazinha; de JoséBaiano, Chica; de Leôncio Nunes, Marta; de Ampere Nunes,Anita; de Oseias Nunes, D. Stael; de José Lima, ConceiçãoVieira; de João de Pacífico, Jocunda; de Joaquim de Paula,Gilda; de José do Bateeiro, Chica; de Antônio Ernesto, MariaVeloso; de Antônio Proto, Tuca. Ficou faltando o nome difícilda esposa de Totonho Pedreiro que eu realmente não lem-bro. Tá aí, Francisco, de boa memória, se me “apoquentar”eu dou os nomes dos filhos.

Sociais07/07/2013 - Raimundo Nonato de Miranda ChavesCasaram-se, ontem, seis de julho, às vinte e trinta horas:Ana Carolina e Ivan. Ana Carolina é bisneta de JoãoBaiano, neta de João Zico, filha de João Lucas e irmã deJoão Hermano – haja João; sua mãe: Lucy é CardosoFagundes, de Gouveia, mas a origem é Ribeirão de Areia.Ivan, o felizardo, filho de Arlindo Ferreira dos Santos (inmemorian) e Maria de Fátima dos Santos; residentes emBelo Horizonte, mas sertanejos de Montes Claros.

17/07/2013 - Raimundo Nonato de Miranda ChavesManoel Luiz Ferreira de Miranda – Dr. ManoelMiranda –, diretor jurídico da Afago, receberá, no dia 26/07/2013, honrosa homenagem da CooperativaAgropecuária de Jequitibá (MG): O prédio sede daCooperativa, revitalizado, receberá seu nome.Manoel que foi grande produtor de leite neste município,proprietário da Fazenda Camilinho, exerceu a presidênciada Cooperativa durante nove anos, três mandatos – 1993a 2002; antes de assumir a presidência Manoel foi Diretor,no período: 1989 a 1993.Manoel em homenagem ao avô paterno: Manoel Pinto deMiranda – Niquinho Miranda –; Luiz em homenagem aoavô materno: Luiz Ferreira de Abreu.Filho de Antônio Augusto de Miranda – Tonico – e MariaLuIza Ferreira de Miranda. Ele, homem de excelente tinocomercial organizou a maior venda de secos e molhados dacomunidade; exerceu, também, atividade agropecuária emCamilinho. Ela, professora da Escola Rural de Camilinho e

líder comunitária. Mulher forte e sensível, preocupada coma deficiência, melhor a inexistência, de serviço público desaúde no meio rural, assumiu a responsabilidade de ajudara população necessitada da comunidade. Nesta missão elaatendia a todos, sem medir dificuldades. Portanto, Manoel,o neto, tem genes bons; colocou a letra “t” e tornou-se genteboa. Acrescenta-se à carga genética o fato de Manoel tersido moldado em ambiente espartano. Ele e seis irmãos –Jair, o primeiro filho do casal faleceu na infância –, foramcriados protegidos e com carinho, em ambiente de regrasrígidas onde se exigia responsabilidade e dedicação, e, eles,todos eles, foram além das exigências, se superaram e setornaram posteriormente exemplos, da geração seguinte.Não se pode falar de Manoel Luiz sem falar de Zélia, comquem ele se casou. Mulher determinada daquelas que sededicam de corpo e alma quando são solicitadas. Difícil dedescrever, melhor é ler: Ouça a Vida, de Zélia Miranda,publicado pela Imprensa Oficial de Minas Gerais, em 1984,excelente publicação, na qual ela descreve seu empenhoem desenvolver a linguagem de uma pessoa com deficiênciaauditiva. Zélia é digna da sogra Maria Luiza e Manoelconviveu com as duas.O casal, Manoel e Zélia, geraram três filhos: Zuleica,Pedagoga, ensinou Linguagem Brasileira de Sinais -LIBRAS, na UFMG. Hoje trabalha na Escola EstadualFrancisco Salles; casada com Cleibe, são os pais de Cauã;Cristiano, casado com Luciana, cardiologista respeitadoque, também, escreve bons artigos de orientação médicapara o Boletim Informativo da Afago e Karina, noiva de

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Leonardo, braço direito do pai na empresa ContabilidadeMiranda. Manoel Luiz nasceu em Camilinho, município deGouveia, bebeu água de nascentes, no alto da Serra doEspinhaço, e nunca mais se esquece de lá. Adquiriu umafazenda, em 1989, no município de Jequitibá, deu-lhe umnome novo: Fazenda Camilinho, homenagem a sua origem.De Camilinho, onde passou sua infância, transferiu-se coma mãe e os irmãos para Diamantina, todos eles tinham quecontinuar os estudos; o pai Tonico continuou em Camilinhoà frente de seus negócios; sacrifício dos pais em beneficiodos filhos, mantendo duas residências nos períodos letivos.

Férias, sempre em Camilinho: batendo bola de meia nogramado em frente da escola; explorando o pomar da avóAmélia, banho no córrego da Raiz, montando cavalo empelo e tomando leite ao pé da vaca. Consequência:incremento do prazer pelas coisas do campo; crescimentodo ruralista.A mãe, Maria Luiza, queria mais para seus filhos, eles deviamir alem do curso secundário. Decidiu, com Tonico, enfrentara grande cidade. Obstáculos quase intransponíveis. Setefilhos. Despesas crescendo. Receitas diminuindo: movimentodo comercio varejista em Camilinho diminuía: Muitas famíliassaindo do meio rural. Estrada Curvelo a Diamantina jáoferecia facilidades para o deslocamento de gente emercadorias, alternativas de negócios na cidade. A famílianão se intimidou, em 1954, instalou-se em Belo Horizonte.Os mais velhos estudando e trabalhando. Todos engajadosna luta, freqüentaram faculdades e realizaram o sonho dospais e os próprios. Manoel Luiz, continuando a saga dosFerreira de Miranda, Contador e Advogado, fundou aempresa Contabilidade Miranda, atualmente em atividade;

adquiriu propriedade rural em Jequitibá que denominouFazenda Camilinho tornou-se grande produtor de leite.Competente, dinâmico, espírito de liderança, de fácilrelacionamento sobressaiu entre os associados daCooperativa Agropecuária de Jequitibá e se elegeu Diretor,um ano depois de se associar. Trabalhou como Diretordurante três anos e foi eleito Presidente, cargo que exerceude 1993 até 2002. Durante sua gestão construiu o prédioprincipal da cooperativa que, agora remodelado, receberáseu nome, em solenidade a realizar-se no próximo dia 26de julho, em Jequitibá.Manoel atuou como Conselheiro da CCPR/Itambé,Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas GeraisLtda, de 1996 a 2002. Sócio fundador, membro doConselho Fiscal e, agora, Diretor Jurídico da Afago –Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia. Detentor dediploma que lhe foi entregue pela Comissão Mineira deFolclore – CMFL por relevantes e desprendidos serviçosprestados à entidade.

Este é o Dr. Manoel Miranda, um vencedor e um exemploa ser seguido.

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Notícias & comentáriosPalavras de Doutor Manoel Miranda pronunciadasna solenidade do dia 26/07/2013Referência às as autoridades presentes, cooperados,administradores, colaboradores, senhoras e senhores.Quero fazer uma retrospectiva de nossa história com acooperativa, culminando com a construção deste edifíciosede e nossa convivência com a mesma, com oscooperados e com a comunidade. No período de fevereirode 1990 a março de 2002, quando deixamos apresidência.Ao adquiriru m ap ro p r i e d a d erural nestemunicípio noano de 1989 eter iniciadomeu contatocom ac o o p e r a t i v a ,constatando asnecess idadesdesta, e,v e r i f i c a n d oque poderia serútil ao seudesenvolvimento,aceitei oconvite denosso saudosop r e s i d e n t eCinézio DiasBarbosa paraparticipar com ele na administração, como diretor noperíodo de fevereiro/1990 a março/1993.pós o termino do primeiro mandato como diretor, já em1993, sendo Cinézio candidato a prefeito, indicou a minhapessoa para o cargo de presidente, iniciando ai minhajornada e minha responsabilidade maior com os destinosda cooperativa. Levantei suas prioridades e verifiqueique o maior desafio seria aglutinar todos os produtoresdo município em torno dela, com objetivo maior: “ o seudesenvolvimento”.Depois de várias visitas a produtores e mostrando quenossa administração seria apolítica e sim administrativa,conseguimos o retorno destes e de vários outros demunicípios vizinhos que entregavam suas produções paraoutras cooperativas ou laticínios. Com isso conseguimosdobrar o volume de leite recebido e das vendas doarmazém.Outra tarefa, e ai nos orientávamos pelo que determinao estatuto, foi implantar uma convivência social eharmoniosa dos produtores em torno da cooperativa paraisto implantamos os torneios leiteiros, que se tornaramgrandes eventos do município com uma festa no final paraentrega dos prêmios aos vencedores e criamos, também,campeonatos de truco para os colaboradores dasfazendas. Com tudo isto o movimento da cooperativa

aumentou tanto que nosso espaço físico ficou pequenopara atender aos cooperados do município e de outrosque a nós se juntaram. Foi quando nos vimos naobrigação de construir uma nova sede a altura dacooperativa, dos cooperados, e do município, que estavamávidos por um supermercado; como já se mostravasolução comercial de outros centros.Iniciamos assim em 1996, com a cara e coragem, aconstrução de nossa sede e do supermercado, o primeiroda cidade de jequitibá. Não me esqueço do espanto dos

transeuntes, quandodeparavam com carretas deconcreto usinado, que vinhamde Sete Lagoas paraencherem os tubulões daconstrução. Não possoesquecer do apoio ecolaboração efetiva dos doisdiretores que comigoestiveram durante todo esteperíodo o Senhor EdsonAntonio da Silva e o DoutorEduardo Rossi Zanforlin.Nossos agradecimentos aduas pessoas que muito nosajudaram, quando nosvíamos apertadosfinanceiramente, e naiminência de paralisar a obraque foi o Doutor Souto MaiorFilizola, pela ajudafundamental na construçãoda laje da obra, que nos deu

grande alivio. A outra pessoa e com nosso muito especialagradecimento em nome da cooperativa e de todos oscooperados é com nosso saudoso amigo e ex presidenteda Itambé Doutor José Pereira Campos Filho, que faleceurecentemente, pelo apoio a nós dispensado e a quemrecorríamos nas horas de necessidades. E que, aqui, noshonrou com sua presença no dia da inauguração destacasa em 11.09.1998.Finalizando, por tudo isto: nossos agradecimentos aItambé pela honrosa presença do presidente do Conselhode Administração Doutor Jaques Gontijo, aquirepresentado pelo vice presidente Doutor Carlos Amorim.Aos diretores que comigo somaram esforços paraconstrução desta casa. Aos colaboradores na pessoa dosenhor Gerente e amigo Sergio Sader Dias – salientandoque tudo foi possível pelo trabalho em equipe e pelaharmonia e convivência de todos. E apoio doscooperados. Finalmente agradecimento muito especial emmeu nome e de meus familiares ao Senhor Presidente atualda cooperativa Doutor Auromar Jare Amador dos Santospela honrosa homenagem a minha pessoa, em reinauguraro prédio desta casa com meu nome, porque me fez sentirrealizado e gratificado em ter sido útil aos cooperados ea comunidade.O meu muito obrigado.

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Dona Zezé Ribas

José Moreira de SouzaNão sei por onde começar. Começo pelo fim.No dia 8 de agosto deste ano, atendo ao telefone. Era Lucíolapara me lembrar que nesse dia sua mãe, Maria José AlvesGomes Pereira completaria 100 anos. Só isto. Em seguida,encaminhou-me o cartão reproduzido acima. Eu pedi queescrevessem depoimentos sobre a celebração do centenário.Não fui atendido.Escrevo este artigo para puxar a orelha dos filhos que nãome atenderam e escrevo este artigo para lembrar aosgouveianos as principais mensagens que guardei dessa mulhervalente, educadora, pioneira, nascida para a posteridade.

03/08/2013 - Adilson do NascimentoParabéns ao ALEX MENDES que ocupa toda a página11 do jornal “Estado de Minas” de hoje, com referência àsua participação na ONG Caminhos da Serra que vemlutando para preservar os recursos naturais do nossomunicípio. Você, Alex, apesar de “estrangeiro” é umexemplo para a comunidade gouveana.

08/08/2013 - José Moreira de SouzaHoje é dia de celebrarmos o CENTENÁRIO DEDONA ZEZÉ RIBAS, a moça dos colibris, diretora doAurélio Pires, esposa do Efigênio, mãe de Luci, Luciano,Lucigênio e Lucíola, filha de Augusto Taioba e DonaInhazinha Ribas. Que quiser dar algum depoimento sobreessa pessoa “elétrica”, como eu disse a ela, pode mandarpara publicação no Boletim da Afago, até o dia 12 deagosto, segunda feira.

Há pessoas que nascem póstumas, o mundo gira devagar eelas já se encontram cem anos à frente. Gouveia tem emdona Zezé essa imagem.

Para começar pelo fim recuo à festa de Santo Antônio doano de 1995 (?). Um senhor residente em Belo Horizonte,tomou a peito reunir os gouveianos ausentes no dia 13 dejunho. Eu me comprometi. No final da tarde, após guardaras coisas no hotel Murungu, Adélia e eu subimos a avenidaem direção à matriz. No percurso, paramos na farmáciapara cumprimentar Efigênio.- Oi, Figênio!-Zé, eu estou muito preocupado. Zezé viajou para BeloHorizonte e até agora não deu notícia nenhuma.- Preocupação boba essa sua. As boas notícias andam apé, as más andam a cavalo!Eu disse sempre pronto para negar maus presságios. Nãovaleu. Efigênio continuou preocupado.- Não, alguma coisa aconteceu. Zezé não faz isso.Após esse encontro, terminamos o percurso na igreja. Haviapoucas pessoas. Em dado momento, uma pessoa cochichoupara outra, e os fiéis se tornaram uns para os outros telefonessem fio.

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Finda a celebração, soube o pior. Zezé fora vítima de umacidente fatal quase na chegada a Belo Horizonte, na BR040, no bairro Água Branca. Dirigimo-nos à casa deEfigênio. A sala estava cheia de gente. Geraldo Bitencourt,então prefeito, ofereceu todos os préstimos para viagemurgente. Não houve mais festa.No dia seguinte, a Gouveia se esvaziou para a despedidade Zezé, juntamente com sua neta, Fabrícia - e o futurogenro de sua filha Luci. Até hoje calculo orientado pelos“se”.Primeiro “se”. Se Zezé tivesse ouvido Efigênio?- Ei, Zezé, agora que todo mundo está vindo para Gouveiapara a festa, você está indo embora?Outro “se”. Por que Zezé não seguiu a rotina de sempre?Tomar o ônibus em Gouveia diretamente até Belo Horizonte.Zezé correu atrás de seu destino. Papai do Céu a chamou eEfigênio percebeu e foi impotente.Primeiro, ir depois da festa de Santo Antônio; segundo, irdiretamente. Não. Zezé viajou antes da festa e desceu emCurvelo para aproveitar carona (xepa como se dizia emGouveia) da neta e do namorado da neta – Fabrícia. Umcaminhão desgovernado saltou a mureta e não deu nemtempo aos passageiros do automóvel saberem de quemorreriam. Acordaram instantaneamente junto a São Pedro.Há mais um “se”. E se Zezé, ao invés de ir até Curvelo,dissesse à neta:- Já que vocês estão em Curvelo, por que não dão umpulinho até Gouveia?Efigênio tentou evitar tudo isso. O danado do homem foium bruxo nesse dia. Primeiro, tentou convencer Zezé a nãoviajar. Perdeu na argumentação. Não se contentou com adespedida à porta do ônibus. Entrou também eacompanhou-a até a saída de Gouveia, onde desembarcoue retornou desconsolado e pressuroso.Entendam como quiserem. Há mistério em tudo isso. Muitomistério. Eu vi, eu acompanhei, eu assisti, testemunhei.Dona Zezé gostava muito de estar com os filhos em BeloHorizonte. A última vez que a visitei, ela comentou que sentiachoques elétricos.- Então, eu tinha razão quando escrevi que você era a“professora elétrica do Aurélio Pires”.Imediatamente, ela corrigiu:- Não é essa eletricidade a que você referiu.Corrijo também, eram duas eletricidades. Uma mandavamensagens, profetizava, previa. Outra a fazia se movimentarirrequieta. Eu captei a segunda e Efigênio, a primeira.Não fui aluno de Dona Zezé. Quando ingressei no Grupodos meus amores Escolar Aurélio Pires, Dona Zezé já eravice-diretora de Dona Adalgisa. Mas ela gostava de ir ter

às salas, tão logo descobrisse alguma novidade para revelaraos alunos.Certo dia, entrou em nossa sala com um livro de históriasinfantis. Totalmente novidade, as ilustrações eram móveis.Chamava-se Anselmo e Pretelmo. Ela se encantou e quismostrar para todos nós a grande novidade.Hoje eu imagino Dona Zezé atualizada. Entrando numa salade aula, com um desses PCs ultra-pós-modernos emostrando às crianças como brincar com zootycoon,Pokémon, e toda essa parafernália que as encanta.No grupo, Zezé montou um museu para lembrar os cinquentaanos da Abolição; dispôs, no mesmo ambiente, recursosda mineração e das atividades econômicas em Gouveia –casulos do bicho-da-seda, turmalinas, topázios, cristais,instrumentos de tortura. No quintal, criou uma imitação dezoológico, com pequenos animais.Em casa criava tartarugas, cágados, peixes. Logo na entradauma colmeia de abelhas mosquitinhas.Teatro? Foi a última grande animadora dessas atividadesem Gouveia, apostando no brilho de Geraldo Bitencourt,Vicente e Maria Rita de Ávila, Edmar Miranda, e toda umageração de antigos e novos. A encenação de “Lágrimas deHomem” será para sempre lembrada.Fixem bem “Lágrimas de Homem”. Efigênio guardou estamensagem.Zezé não era desse mundo.

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13/08/2013 - Adilson do NascimentoNo dia 13 de agosto de 1924, portanto, há 89 anos, nasciaem Minas Novas uma criança do sexo masculino querecebeu o nome de SERAFIM FERNANDES DE

ARAÚJO. Aquelemenino passou suainfância emI tamarand iba ,cursando o ensinofundamental noGrupo EscolarCoronel JonasCâmara. Estudouno Seminário deD i a m a n t i n aformando-se emHumanidades em1942 e emFilosofia em 1944.Foi estudar emRoma, na Itália,onde fez mestradoem Teologia eDireito Canônicona Pontifícia Universidade Gregoriana. Foi ordenadosacerdote em 12 de março de 1949, na Catedral de SãoJoão Latrão em Roma. Como continuou os seus estudosem Roma, até 1951, celebrou sua primeira missa em 17 desetembro de 1951, em Itamarandiba. Foi pároco de Gouveiade 1951 até 1957, quando foi transferido para Curvelo eelevado a Cônego. Foi ordenado Bispo por Dom JoséNewton de Almeida Baptista, Arcebispo de Diamantina,com 34 anos de idade (o mais novo bispo do Brasil), em 7de maio de 1959 e transferido para Belo Horizonte, paraser auxiliar de Dom João de Resende Costa, a quemsucedeu como Arcebispo em 5 de fevereiro de 1986. Em

21 de fevereiro de 1998 recebeu o barrete cardinalício e otítulo de São Luís Maria Grignion de Montfort. Desde 28de janeiro de 2004, quando contava 79 anos de idade,aposentou-se, sendo sucedido por Dom Walmor Oliveirade Azevedo. Desde então passou a ser Arcebispo Eméritode Belo Horizonte. Dom Serafim, nesta data tão especialpara Vossa Eminência Reverendíssima, para seus familiarese para a comunidade católica gouveana, receba os fervorososvotos de saúde plena e de muita felicidade deste seu humildecoroinha da Capela da Fábrica São Roberto, cuja admiraçãopelo seu existir beira às raias da idolatria.

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11/08/2013 - Adélia Anis Raies de SouzaA ilustre gouveiana Audrey Regina Carvalho de Oliveira,coordenadora da Magistra – Escola de Formação eDesenvolvimento Profissional de Educadores de MinasGerais -,promoveu um grande encontro deaproximadamente 600 diretores das escolas públicas deMinas Gerais. Esta foi oportunidade de conhecer o trabalhodesenvolvido por nossa conterrânea. Como diretora da

Escola Estadual

“Aarão Reis”,retornei bastante impressionadaapós participar intensamente do programa desenvolvidodurante uma semana. Parabéns à Audrey, ao Albany, aoPonteiro e Da Luz, e à Gouveia!

Gonzaga: candidato ao Prêmio Nacionalde Culturas Populares

Raimundo Nonato de Miranda Chaves

Minas são muitas, quem afirma é Guimarães Rosa; Gerais,significa,também: amplitude, largueza, lonjura a se perder devistas. Então minas gerais são muitas larguezas continuas econtinuadas, formando este mundão de Deus, repleto decidades espalhadas pelos montes e vales. São centenas decidades, mais de oito centenas formando o Estado das MinasGerais. São cidades grandes, pelo menos uma, muito grande:cheia de gente e de contradições; outras, são pequenas e atémiúdas – Serra da Saudade tem apenas 807 moradores –;Algumas, parece, têm o nome maior do que a cidade: SãoSebastião da Vargem Alegre ou Santa Bárbara do MonteVerde. De modo geral, têm nomes bonitos originários delínguas ou dialetos nativos: Aiuruoca, Aracitaba, Camanducaia,Cuparaque, Durandé, Ipuiuna, Jampruca, Taparuba e

Tupaciguara. Há cidades dormitórios, cidades históricas e atécidades fantasmas.De muitas destas cidades, pequenas e, aparentemente,insignificantes têm surgido pessoas que se sobressaem emuma ou outra atividade e ocupam posição de destaque a níveldo estado e do pais. Salientam-se nas artes, no esporte, napolítica ou na administração. Na opinião de Andréa Chavessão pontos fora da curva de freqüência da atividade. Estoume referindo a pessoas como: Ataulfo Alves, de Mirai; Vando,de Cajurí; Paula Fernandes, de Congonhas do Norte – ela sediz de Sete Lagoas –; Pelé, de Três Corações; José Maria

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Notícias & comentários

Alkimin, de Bocaiúva; Cardeal Serafim Fernandes, de MinasNovas e Gonzaga de Ávila Silva, de Gouveia.— Opa! Quem é Gonzaga??

Agora, você vai saber: Gonzaga é escultor, entalhador erestaurador da melhor qualidade. Escultor de Mérito,julgamento do professor Moreira; candidato ao PrêmioCulturas Populares do Ministério da Cultura – MINC.Gonzaga foi apresentado ao MINC pela Afago, por obra egraça do ilustre professor José Moreira de Souza que, comempenho e competência, realizou diversas viagens a Gouveiaonde entrevistou o artífice, recolheu material e elaborou opacote para ser encaminhado ao MINC. O pacote com cópiasde documentos pessoais, formulários preenchidos e mais doisDVDs; um deles, com cerca de 4,2 gigabytes de entrevistase outro com fotos, apresentação em power point e maisentrevistas. Citado pacote foi endereçado ao MINC porcorreio tradicional e a Afago fez a apresentação do candidatoao Prêmio por correio eletrônico. Apresentação em powerpoint, preparada pelo professor Moreira, encaminhada aoMINC, e, agora, disponibilizada para o internauta, contemtextos que me permito transcrever porque são esclarecedores:

1. A propósito de Gonzaga ser escolhido pelaAssociação dos Filhos e Amigos de Gouveia pararepresentar este município no Prêmio CulturasPopulares 2012/2013 tem a ver com a profundavinculação de nossa associação – AFAGO – coma Comissão Mineira de Folclore. Com efeito aComissão Mineira vivia um momento de quaseextinção quando a Diretoria da AFAGO se dispôsa oferecer sua sede em Belo Horizonte paraacolher a Comissão, dar-lhe assessoria jurídicae contábil, tudo isto sem qualquer custo. Uma dasdificuldades resultava da extinção pelo Governodo Estado de Minas do Centro de TradiçõesMineiras, tendo em vista a criação da CidadeAdministrativa. A convivência estreita entre estasduas instituições motivou a escolha.

2. A escolha de Gonzaga leva em consideraçãoalguns pontos fundamentais. Mostra-se ainterface do saber popular com a questão darestauração de obras históricas e da permanênciada cultura mineira em seu momento de esplendor,o século XVIII, o dos “Resíduos Seiscentistas”como o designou Affonso Ávila em obraconsagrada . Gonzaga diz inspirar-se noAlejadinho. Porém, há que insistir que ele respiraos ares do antigo Distrito Diamantino. Nasceuem “São Francisco do Parauna” – atual CostaSena, distrito de Conceição do Mato Dentro.Costa Sena tem uma igreja tombada, comimportantes obras do período “Barroco”. Adecadência de Costa Sena fez com que osprincipais artífices migrassem para Gouveia –arraial contemporâneo de Paraúna – e dessemforça à musica e às artes nessa localidade. Valelembrar que os restos mortais de BernardoFonseca Lobo, o descobridor oficial dosdiamantes , repousam na matriz de Santo Antoniode Gouveia; e também que a Capelinha das Doresconstruída na década de 1860 em Gouveia abrigao altar que pertenceu à Capela de Chica da Silvaconforme registra Júnia Furtado em sua obra

“Chica da Silva”. É nesse contexto que Gonzagaassume a figura de quase “sobrevivência” de umdistante – atualizado Século XVIII. Restauradorpopular e Criador. Sua presença é quase umadenuncia às políticas culturais de conservaçãodo Patrimônio Histórico e Artístico. Vale frisarcomo esse artista é descoberto e apoiado peloclero da Arquidiocese de Diamantina, para criare restaurar obras na periferia dos monumentosnão tombados.

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Notícias & comentários3. Não vivo das obras que crio. Não tem jeito.

Trabalho como empregado da Prefeitura deGouveia no setor de obras, comecei varrendo rua,depois fui encarregado dos serviços de água, hojeestou no setor de obras. Aqui não tem jeito deviver só de arte.Tenho pouco tempo paradesenvolver as obras. É só depois que chego dotrabalho na Prefeitura. Preciso trabalhar paragarantir o sustento familiar, mas ainda assim tenhodentro da minha comunidade e região apoio,reconhecimento e divulgação. Enfrento osproblemas com muita persistência, foco, objetivoe vontade de vencer, pois amo a arte, que tem meacompanhado desde 1983. Tem trinta anos.

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.

Placa

24/07/2013 - Raimundo Nonato de Miranda Chaves

Placa colocada pelo DER-Departamento de Estradas deRodagens.

Ao fundo a Serra que, dizem, parece camelo, premiada noconcurso: Paisagens Mineiras do jornal Estado de Minas.Mas a comunidade se chama Camilinho. Homenagem aohomem Camilo: simples, caipira e pobre, mesmo assim maisimportante e digno de homenagem do que a montanha pormais imponente que seja. Do outro lado, do lado deCamilinho, a serra resplandecente, nem parece camelo.

08/08/2013 - Raimundo Nonato de MirandaChaves

Dias: 19 a 22/08/2013

Realização: Semana Mineira de FolcloreLocal: UFMG – FafichPrograma: Roda de Conversa/ Apresentação de Tesede Doutorado/ Apresentação e autógrafo de livros/Lançamento da Revista Comissão Mineira de FolcloreNo. 25/ Abrindo linha de pesquisa.Aquisição de Livros: Muitos livros, doados pelosassociados e autores à CMFL, poderão seradquiridos em ótimas condições.Veja tudo isto no site: www.Afagouveia.org.br/ComissaoMineiraFolclore.htm.

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Notícias & comentários

Prêmio AFAGO 2013Homenageia Escola Estadual

“Joviano de Aguiar”

A E.E. “Joviano de Aguiar”, código 024147, tipologiaR035C3, situada à Rua dos Alves, nº 430, centro, Gouveia –MG, oferece a educação Básica: Ensino Fundamental do 6ºao 9º Ano, Educação de Jovens e Adultos (EJAsFundamental e Médio), e Ensino Médio Regular,atendendo à demanda da localidade e povoados vizinhos.

A seguir um breve histórico sobre a escola.Pelo decreto 11.341 de 15 de fevereiro de 1.968,

publicado em 25 de setembro de 1.968 no governo do Dr.Israel Pinheiro da Silva, sendo Secretário da Educação Dr.José Maria Alkimin, foram criadas em Gouveia as EscolasReunidas “Joviano de Aguiar” e instaladas em 25 de maiode 1.968, sendo transformadas em Grupo Escolar com omesmo nome pelo Decreto 11.922 de 17 de junho de 1.968.Foi dado ao Grupo o nome de “Joviano de Aguiar” emhomenagem ao avô do Dr. José Roberto de Aguiar, que,junto à CESE, trabalhou para sua construção.

De acordo com a resolução 810/74 da Secretaria deEducação, publicado no Minas Gerais de 06 de julho de1.974, a Escola passou a denominar-se Escola Estadual“Joviano de Aguiar” - 1º e 2º Graus.

Obteve a autorização de funcionamento de 5ª e 6ªsérie, pela Resolução 1.270/75 de 11 de março de 1.975 eem 10 de fevereiro de 1.976, 7ª e 8ª série pela resolução1.802/76.

Foi criado nesta Escola, o ensino de 2º Grau, pelodecreto 25.677 de 13 de fevereiro de 1.986, com habilitaçãode Magistério de 1º Grau de forma gradativa.

Com a Portaria 998/87, publicada no Minas de 11 demarço de 1.987 foi autorizado o funcionamento de maisum curso profissionalizante e a escola passou a oferecertambém o Curso Técnico em Contabilidade.

Em 1.998 foi implantado na escola o Projeto“Acertando o Passo” – 5ª à 8ª séries, com a duração previstapara 04 anos. Com a conclusão da primeira turma do 4ºPeríodo do Projeto (8ª série), iniciou-se em 2.000 o Projeto“A Caminho da Cidadania”, abrangendo o Ensino Médio.Cada período do “Acertando o Passo” e “A Caminho daCidadania” Tinha a duração de um semestre. Também, em2.000, foi implantado o Pós Médio, contando com duasturmas, com funcionamento em um prédio separado daescola, por falta de salas disponíveis no mesmo.

Em julho de 2.002, houve a conclusão da últimaturma do Projeto “A Caminho da Cidadania”. De 2.003 a2.005, a escola passou a atender somente ao EnsinoFundamental (5ª à 8ª séries) e o Ensino Médio.

Em 2.006 a escola começou a ofertar a Educação deJovens e Adultos (EJA – Fundamental), em 2.008 EJA –Ensino Médio e em 2.009 o PEP EJA com habilitação de

Técnico em Administração Empresarial concluindo o cursoem julho de 2.011.

Também, em 2.008, teve início na escola o ProjetoPEAS (Programa de Educação Afetivo Sexual) e quefunciona até o momento atual. No ano seguinte, 2.009, oGDP (Grupo de desenvolvimento Profissional) quetambém mantém o seu funcionamento.

Nos anos de 2008, 2009, 2010 a Escola ofertou aosalunos dos 3º anos do Ensino Médio, o Aprofundamentode Estudos e em 2011 a oferta se estendeu aos alunos do2º Ano. Neste ano de 2012 não foi possível oferecer oAprofundamento de Estudos por falta de professores queatendessem as exigências legais, tais como: extensão decarga horária e professor excedente na Escola.

Atualmente, a escola funciona com o EnsinoFundamental do 6º ao 9º ano, Ensino Médio Regular,Educação de Jovens e Adultos – EJA Fundamental e Médioe os Projetos PEAS e GDP.

A escola conta com um total de 70 funcionários:

· Diretor: 01· Vice-diretor: 03· Especialista em Educação Básica - EEB: 03· Secretária: 01· ATB:06· Professor para uso da biblioteca: 03· Professores da Educação Básica - PEB: 42· Auxiliares de Serviços Básicos - ASB:14

Totalizam-se na Escola 73 cargos: 01 de Diretor; 03de Vices; 01 de Secretaria; 03 de Especialistas; 06 de ATB;14 de ASB e 42 de PEB. Alguns professores ocupam 02cargos. Do total de professores, 25 são efetivos / efetivadose 23 designados.

3º PRÊMIO AFAGO DELITERATURA, CERIMÔNIA DEAPRESENTAÇÃO EPREMIAÇÃO – DIA 4 DEOUTUBROData final para encaminhamentopara banca de avaliação – 15 desetembro.

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ARTIGOSA culpa foi da cerveja

Pércio Monteiro PradoCorria o mês de setembro, anunciando o princípio da estaçãodas chuvas. No jardim em frente ao Hospital, já se notava overde da grama e da primavera. Eu e a Dra. Valdeneconversávamos ali, animadamente. Era uma conversaagradável, entre dois amigos, num final de tarde, que nãoprometia nenhuma surpresa.Valdene é o paradigma da ética médica. Da competência.Do bom relacionamento. Em animado bate-papo,falávamos sobre o ilustre cirurgião mineiro Dr. Antônio dePádua Gandra Santiago. Pelas mãos deste mestre da cirurgiamineira, aprendi a segurar um bisturi. Foi também pelas suasmãos que fixei minha residência em Gouveia.Fui o primeiro médico que veio a Gouveia para trabalhar eaqui acabou plantando suas raízes e fazendo sua história. Aquinasceram meus filhos. Aqui plantei árvores e amigos. Os filhoscresceram e o amor pela cidade foi crescendo junto comeles. Os filhos casaram... Vieram os netos... O barulho dacriançada pela casa... Veio o outono de minha vida... Veioessa sensação de que Gouveia faz parte de mim e eu façoparte de Gouveia! Desculpe-me o leitor, por ter devaneado um pouco, maseu estava mesmo falando de quê? Ah, sim, da conversa comminha amiga naquela tarde de setembro. Pois é...Eu e Valdene estávamos conversando quando chega até nóso Vininho da Fazenda. Ele chegou apressado, dirigindo umacamionete vermelha. Caminhou em nossa direção e foi logofalando:-Olha, Dr. Pércio, o caso é até simples. O homem está ali,deitado na carroceria da camionete. Está muito mal. Achoaté que já está morto. Briga de facas. Se for o caso, isto é, seestiver morto, o senhor autoriza o enterro e nós o levamospara o cemitério do peixe.Naquela época, eu tinha uns trinta anos e tomava umacervejinha aos sábado. Sem excessos. Mas o pior de tudo éque esse dia era sábado...Saí rápido para chegar até o local em que estava a camionete.Valdene vinha atrás e dizia:-Calma, Pércio, calma.Mas não dei ouvidos. Dei a volta e subi na traseira dacamionete, pelo estribo. Olhei para o homem deitado, asroupas manchadas de sangue. Assim de relance, ele mepareceu pálido e sem vida. Sem me dar ao trabalho deexaminar o homem, fui logo sentenciando:- Ah, o homem está morto. Podem levar para enterrar nocemitério do peixe.Mas diante da possibilidade de ser enterrado vivo, o pacientetirou forças não sei de onde, levantou a cabeça e sem hesitarfoi logo dizendo:-Não, doutor, estou vivo.Fiquei meio sem graça. Pedi a Valdene para examinar ohomem e cuidar do caso. Ferimentos leves. Pequenas suturas.Hoje o “morto-vivo”, que é conhecido por Zé Pescocinho,quando me vê na rua vai logo dizendo: -E aí, doutor! O senhor quase me mata, hein?Revisão: Maria Ivonete de Lima Ávila

Jubileu de Cemitério do Peixe

Raimundo Nonato de Miranda Chaves

O Jubileu do Cemitério do Peixe realizou-se, neste ano de2013, nos dias 15 a 18 de agosto; maior presença de públicono sábado e no domingo, respectivamente, dias 17 e 18.

Na tarde de sábado a tradicional chegada das cavalgadas:dezenas de cavaleiros e amazonas, em garbosas montarias,vindos de diversas origens. Os primeiros, de Gouveia:depois, os de Vila Alexendre em vistosas camisas de corvermelha com textos alusivos ao acontecimento; Registroa presença, neste grupo, dos irmãos Ribas: Heraldo e doutorHaroldo, este, vice-presidente da Afago; o último grupo,vindo de Fechados, trouxe um berranteiro quedemonstrou sua habilidade com o instrumento e recebeuaplausos calorosos da multidão. Adolescentescompuseram cada grupo, alguns, até muito jovens,demonstravam habilidades na condução das montarias –garantia de continuidade da tradição. Cada grupo, aochegar, formava um bloco compacto, recebiam as boasvindas do padre Carvalhais e os aplausos do público; emseguida, saindo em fila indiana eram abençoados pelopadre, enquanto aspergia água benta sobre cada cavaleiroe sua montaria.

Neste mesmo dia, à noitinha, celebração da eucaristia ehasteamento da bandeira de São Miguel, ao cantar dosfoliões de Mestre Geraldo Gonçalves e ao repicar de sinos;muitos fogos de artifício e, ao lado, grande fogueira queiluminava e aquecia a noite fria.

Domingo: Missa solene, celebrada pelo cônego PauloHenrique e concelebrada por quatro outros sacerdotes;padre Carvalhais, padre Carlos Pinto e padre Itamar são ospilares que vêem sustentando o jubileu. A eles se juntouo padre Alessandro Pinto. Participação ativa, também, degrande número de ministros a distribuir a eucaristia paratoda a multidão. Os cânticos sob a responsabilidade do

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ART IGOS

coral do Terço dos Homens, paróquia Sagrada Família, deCurvelo, com letras sobre temas religiosos adaptadas aícones da música sertaneja. O pregador, padre Carvalhais,fez importante reflexão sobre as dificuldades do homem

do campo e o êxodo para a cidade em busca de melhorescondições de vida.

Interação povo x celebrantes: ocasal João Guedes e Tereza foramconvidados para a plataforma àfrente da capela para receberemaplausos; eles haviam se casado,ali, há 58 anos; foram ovacionadosao som do tradicional cântico deparabéns.

À tarde, do mesmo dia, a grandeprocissão com as imagens de Nos-sa Senhora e de São Miguel, quan-do a multidão cantando e rezandopercorreu o contorno do lugarejoe, no final, se reuniu à frente daCapela ocupando toda a PraçaCanequinha, onde os padres aben-çoaram os animais, as plantações,os objetos e finalmente o padreCarvalhais transmitiu a benção pa-pal; agradeceu a presença e a par-ticipação de todos, anunciou, para o próximo ano, osmordomos do mastro: Neide Maria e Luiza de Oliveira e osfesteiros: Luiz Rodrigues e Anita.

Novidades?

Sim! A primeira delas, conseqüência da mudança no co-mando da paróquia de Santo Antônio de Gouveia: Saiu, no

inicio do ano, o reverendíssimo cônego Paulo Nicolau deAlmeida Neto do Prado Franco, lídimo representante danobreza sergipana. Entrou o reverendíssimo cônego PauloHenrique Soares, sertanejo de Curvelo. O pároco anteri-or não demonstrava interesse pelo jubileu do Cemitério

do Peixe, enquanto, o atual compareceue presidiu a solenidade de abertura do ju-bileu; compareceu, novamente, no dia doencerramento, celebrou a missa solene,às 11:00 horas de domingo.

Cônego Paulo Henrique, administradorexperiente, certamente trará contribui-ção positiva para a realização dos próxi-mos jubileus. Valoriza e respeita ahistória e as tradições, no momento, elejá mostrou interesse na construção deum mausoléu em homenagem ao funda-dor do jubileu: Antonio Francisco Pinto,o Canequinha. Também, quer celebrar ocentenário do jubileu, no ano de 2015.A segunda novidade: Exposição de belasfotos artísticas, tamanho A3, combinaçãode cores e luz captadas com maestriapelo fotografo Tom Alves. As fotospenduradas em cordas, na praçaCanequinha, chamavam a atenção do

público. Entre as fotos alguns textos sobre o Cemitério

do Peixe produzidos pela jornalista Carolina. Os doisjovens contaram com o apoio da Secretaria Municipalde Cultura de Conceição do Mato Dentro, para a realiza-ção da exposição.Tom, muito gentil, trabalha na Petrobras, enclausuradodurante duas semanas e durante as três seguintes

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ARTIGOS

fotografa e expõe. Sua obsessão é o sertão! Sai por ai,fotografando as Gerais e as Minas também - fotógrafo danatureza. Os dois jovens: Tom e Carolina têm um projetoambicioso: produzir um livro explorando doze temasselecionados. Cada tema com um representante símbo-lo, e, sobre este símbolo produzir a história: texto efotos. Um tema já escolhido: Fé, com representantesímbolo: Cotinha - a única moradora permanente noCemitério do Peixe - as fotos e o texto conforme de-monstrado naquela exposição. Outro tema: Escravatura.Eles estão procurando descendente de escravos pararepresentante símbolo;terceiro tema: Garimpo.Sugiro, fortemente, o acessoao site, para belas fotografi-as: www.tomalves.com.brA terceira novidade é Thiago.Antropólogo, ligado aGouveia através de parentes-co com a família proprietáriada Confecção Txai: Antoniode Ladico e Sandra.Mestrando na UniversidadeFederal de Juiz de Fora –UFJF. Tema da dissertação:Religião – Rito Funerário;coleta de dados no Vale doJequitinhonha. Projetofuturo: Doutorado, tema datese: Cemitério do Peixe.Na oportunidade, revi muitagente e conheci tantasoutras. Dentre elas donaAlair, melhor, dona Nenémcasada com Zé de Gasparino lá da outra banda doParauna. Muito bem! Dona Neném, muito simpática, mepediu um jornal onde eu escrevera a história de ManoelCustódio – avô dela. Fiquei com cara de idiota, não melembrava de Manoel Custódio, procurava descobrir comquem dona Neném estava me confundindo. Ela insistia.A ficha caiu: Manoel, lá, é Neco. Na cara de idiota, agora,o largo sorriso do escritor que, finalmente, encontroualguém que lera seu artigo.Logo depois, conversava com os Rodrigues: Luiz e seusobrinho Wilson. Luiz expôs sua mágoa, pois eu o haviacaracterizado como caçador de onças, quando contei oscausos do Genaro e, por causa disto, os órgãos de meioambiente, os ecologistas, todos, o estão atormentando,

querendo as onças de volta. Eu me corrijo: Luiz nãomatou a onça; ele entrou na loca de pedra, onde agatinha havia se escondido quando acuada pelos cachor-ros. A onça acuada, Luiz se aproximando, ela partiu parao tudo ou nada e saltou sobre ele. Luiz tirou o corpo forae com a coronha da espingarda pegou a bicha por baixoe, aproveitando, o impulso do salto, jogou a gatinha forada toca. A onça estatelou nas lajes de pedra a cachorradacaiu em cima, ela deu uma tapa no focinho da cadelaamarela, mais afoita, os outros recuaram, só um instan-te, mas o suficiente para a bicha se levantar e fugir.

Portanto, a onça não morreu. Ecologistas cuidem-se elaanda pela Serra Talhada e não diferencia os humanos:ecologistas ou caçadores!Havia mais reclamações: o fim da história de Genaro queeu não contara.Pois é, eu não sabia!Genaro, depois de muitas peripécias, decidiu começarvida nova, caiu na braquiaria, foi dar com os costados noEstado de Mato Grosso, lá, mudou de lado, assentoupraça, tornou-se policial. Como era conhecedor de todasas manhas, progrediu na carreira militar e acabou setornando delegado de policia. Assim, termina o causo deGenaro, o redimido.

Havia mais reclamações: o fim da história de Genaro que eu não contara.

Pois é, eu não sabia! Genaro, depois de muitas peripécias, decidiu começar vida nova, caiu na

braquiaria, foi dar com os costados no Estado de Mato Grosso, lá, mudou de lado, assentou praça,

tornou-se policial. Como era conhecedor de todas as manhas, progrediu na carreira militar e acabou

se tornando delegado de policia. Assim, termina o causo de Genaro, o redimido.

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Boletim Informativo da AFAGO página 20

ARTIGOS

Tropas, tropeiros e outros babados

Raimundo Nonato de Miranda Chaves

Uma das atividades de João Baiano, no segundo terço doséculo passado, era o comercio de muares. Muar é resul-tado do cruzamento artificial de jumento com égua; hibridode dois gêneros distintos – Asinus x Equus –, e,consequentemente, um animal estéril. O cruzamento debovinos, animais de origem europeia, com animais de ori-gem indiana (zebu) é outro caso: espécies diferentes, masdo mesmo gênero – Bos taurus x Bos indicus –, resultandoanimais férteis. Considero que o muar não é um produtonatural, isto é, não é um produto da natureza. A naturezatem o objetivo primordial: manutenção e evolução da es-pécie. Ora, se o muar não tem a capacidade reprodutiva,então, é incapaz de, por si só, manter-se e evoluir.

O muar é um animal destinado ao trabalho, transporte decargas ou montaria e, no que diz respeito à força, resistên-cia e rusticidade não há diferença entre machos e fêmeas,por isso, aqui, são denominados indistintamente: muar,burro, mula, besta. São animais rústicos e resistentes nosentido de suportar trabalho pesado durante muitos dias,o vigor hibrido os torna superiores aos pais. O muar trans-porta carga de oito a dez arrobas, diariamente, no percur-so de quatro léguas, durante muitos dias. A viagem deSabinópolis a Curvelo, apenas um exemplo, trazendo cafée levando produtos industrializados, durava cerca de ummês. Viagem interessante, no percurso, três biomas dis-tintos, começando na Mata Atlântica, atravessando Cam-pos Rupestres do Espinhaço e chegando ao Cerrado; topo-grafia, clima, flora e fauna, inclusive a humana, diferen-tes. Cada dia, diferente do anterior: novas paisagens, no-vas travessias de serras, de matas e de rios, também, no-vos perigos, mas a rotina diária era sempre a mesma. Aoromper do dia os animais já estavam amarrados às estacasfincadas à frente do rancho. Dois, em cada estaca. Semprea mesma dupla, a mesma parelha, era costume referir-seà compra ou venda de uma estaca de mulas. Também, de-pois de carregadas, eram soltas seguindo sempre a mes-ma ordem. A tropa, sempre em fila indiana, cada animaltinha o seu lugar. Frescura? Não! As trilhas eram estreitas,ultrapassagem difícil, passagem de córregos, lajeados es-corregadios; sempre possível, uma carga embaraçar a ou-tra causando problema. À frente viajava a mula guia, ge-ralmente, a mais forte, a mais bonita, com o peitoral decincerros, badalando ao andar do animal; cabeçada, compassadores de níquel, brilhava ao sol, era polida, dia simoutro também; a carga coberta com couro de boi, dobradoao meio, e colocado com a parte da frente bem alta, apoi-ado em sacos de paina, formando uma piranga; uma baetavermelha era amarrada ao cambito – peça de madeira ro-liça que arrochava a carga e a amarrava no animal. AbílioBarreto, em A Noiva do Tropeiro, descreve o cantar dolentedo tropeiro, saindo de Diamantina, que trocara a baetavermelha por tecido preto: – a tropa vai pro norte/ o pei-

toral não bateu/ a madrinha está de luto/ o dono delamorreu.

O último, o burro de coice, o mais manso, o mais lerdo,leva, de um lado o balaio ou a bruaca de couro com o bemcomerciável, do outro, a caixa de madeira com a tralha decozinha: panelas, pratos e canecas esmaltados, talheres,trempe e poucos gêneros alimentícios. Elemento impres-cindível na tropa era o cavalo madrinha. Um cavalo ou égua,muito manso, trazendo, um cincerro pendurado ao pesco-ço. Os burros sempre o seguiam, é uma questão instinti-va, o muar sempre acompanha, diz-se que amadrinha comum equino, afinal ele nasceu de uma égua e a acompa-nhou enquanto jovem. A importância do cavalo madrinhase mostrava, principalmente, quando a tropa pernoitavaem pastos sujos, com capoeira, e o tropeiro, dia ainda tur-vo, deveria juntar sua tropa. Então, ele se guiava mais peloouvido do que pela vista. Ouvindo o badalar do cincerrodo cavalo madrinha ele o encontrava, montava-o, no pelo,e voltava para o rancho. A tropa o seguia.

Cada parelha de bestas amarradas a uma estaca era cuida-dosamente raspada, raspadeira de latão e escova de pe-los, importante, para retirar qualquer corpo estranho dolombo do animal que poderia feri-lo quando pressionadopelo peso da carga. Em seguida, os animais eram arriadoscom a cangalha. Cada um tinha a cangalha que fora ajusta-da a seu tamanho. As cangalhas estavam dispostas em fila,uma encaixada na outra, seguindo a estrutura de pilha,isto é, a primeira a entrar era a ultima a sair. A tropa eraarriada, começando com a madrinha. Observava-se, tam-bém, a distribuição do trabalho, enquanto um tropeirocuidava dos animais o outro preparava o desjejum. Trem-pe de três peças articuladas: duas fincadas no chão de ter-ra batida e a terceira formando a ponte entre elas. Nestaponte, pequenas peças de arame grosso em forma de S e,neles, eram pendurados: o caldeirão, a cigana e a chaleira.Fogo aceso, chaleira com água quente, coava-se o café,em coador de pano colocado sobre improvisada forquilhade graveto; o caldeirão com feijão, cozido no dia anterior;na cigana fritava-se o toucinho, retirava-se o torresmo efritava a carne seca ou linguiça; na mesma cigana, refoga-va o feijão retirado do caldeirão; depois, adicionava-se otorresmo e mais farinha de mandioca. Estava pronto odesjejum: feijão tropeiro.

A importância do trabalho em dupla era visível na hora decarregar ou descarregar a tropa. Balaios ou bruacas de cou-ro têm duas alças e, por elas, devem ser pendurados, aomesmo tempo, nos cabeçotes do arção da cangalha, se-não, a carga tomba para o lado mais pesado. Os tropeiros,homens fortes e bem dispostos, tocavam dois lotes deburros. E, se ajudavam, no pouso ou na estrada. Eram soli-dários. Viagens longas, era costume trabalharem até trêspessoas: o tocador, o arrieiro e um cozinheiro, quase sem-pre um menor. É de pequenino que se torce o pepino.

O final da jornada diária, também, tinha sua rotina. Ascangalhas eram deixadas ao sol para secar o suadouro que,

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ARTIGOSdepois de seco, era raspado com um sabugo de milhosapecado ao fogo. O suor do animal, se não fosse raspado,ia acumulando e formava uma crosta que feria o lombo doanimal causando-lhe pisadura. Pisadura era um desastre,a viagem tinha que continuar e, o animal estava ferido;aquela pisadura, sob o peso da carga, cada vez aumentavamais. Cangalhas ao sol, cuidava-se de arraçoar a tropa.Usavam embornais de couro, com furos que permitiam arespiração, e colocavam neles coisa de um a dois litros demilho. Em seguida, os penduravam nas cabeças dos ani-mais. O milho, fonte de carboidrato, fornecia a energiadespendida. Era interessante aquele ruído de tantos ani-mais comendo milho; quando a ração parecia terminar, oburro levantava o focinho acima da cabeça e fazia o últimogrão de milho escorregar para a boca. A capacidade deadaptação do burro é algo admirável.

João Baiano tinha interesse especial em muares, era pro-fundo conhecedor deste animal. O primeiro que ele ad-quiriu, em 1915, foi uma besta; não uma bezerra, comofaziam quase todos. A bezerra era investimento de longoprazo A besta lhe dava retorno imediato, transportando evendendo lenha em São Roberto. Na década de vinte foitropeiro, no trecho: Sabinópolis Curvelo, com dois lotes,um deles só de bestas douradas, trabalhavam com ele osobrinho José Hipólito e o irmão Hermano Chaves, esteera o cozinheiro. Em vinte e oito, adquiriu a fazendaCamilinho e se dedicou à produção e ao comércio de bovi-nos, mas nunca se esqueceu dos muares, volta e meia an-dava ali pela região de Córregos, Tapera e Sapo, onde sem-pre adquiria tropa de muares chucros. Eram trinta a qua-renta animais jovens, ainda com pelo na barriga, idadepróxima dos dois anos. Comprava no atacado e vendia novarejo, mas agregava valores à sua tropa. Os animaischucros, recém chegados, eram colocados em pasto re-servado para encorpar e, algum tempo depois, cuidava-sede domá-los. A besta mansa era mais valorizada e não fal-tavam compradores. O processo de amansar iniciava quan-do o animal fazia a primeira muda de dentes, aos dois emeio anos de idade. Na primeira muda são substituídosquatro dentes, da frente – incisivos? É pode ser –; na se-gunda, que ocorre aos três anos e meio são substituídosoutros quatro e, finalmente, a terceira e ultima muda, aosquatro e meio anos. Os animais machos têm mais um den-te isolado – canino? talvez –, denominado columinho quenasce aos cinco anos, correspondente à idade adulta. Apartir dos cinco anos torna-se difícil saber a idade do ani-mal pela observação dos dentes. A arcada dentaria dimi-nui o abaulamento com a idade e os dentes ficamdesgastados, mas afirmar a idade, com precisão, dependemuito da experiência do observador, mesmo porque odesgaste dos dentes depende da região de pastagens.Pastagens em terrenos arenosos produzem maior desgas-te.

À época da doma, João Baiano fazia reunir a tropa e, elemesmo, selecionava os que seriam destinados para mon-taria. Os demais seriam amansados para o transporte decargas. Experiente e observador, tinha desenhado na ca-

beça, o padrão da besta de sela: bonita, elegante, bomaprumo, canela fina, lombo reto, anca bem feita, orelhasgrandes e entisoradas, isto é, com as pontas ligeiramentevoltadas para dentro, olhar vivo indicando animal atentoe ágil. Selecionado, o lote passava à responsabilidade dodomador. O domador, algumas vezes, era trazido da re-gião dos criatórios de muares, no município de Conceiçãodo Mato Dentro; outras vezes, usava-se o domador local.O único que se prestava a exercer esta perigosa atividadeera João de Neco Custódio.

João, José, Pedro e Levindo eram os filhos de Neco Custó-dio e residiram, durante toda a vida, na localidade deno-minada Crioulos, nas cabeceiras do Rio da Capivara. João eLevindo eram muito parecidos, fisicamente e no compor-tamento. João pouco menor, mas o tamanho era compen-sado pela ousadia, era mais atrevido e mais brigão. José ePedro eram diferentes dos outros irmãos. Explicar a se-melhança é fácil. Viveram na mesma localidade, portan-to, submetidos à ação do mesmo meio ambiente. Filhosdo mesmo casal, portanto, tinham a carga genética damesma origem. Mais difícil é explicar as diferenças, mascom alguma reflexão é possível chegar a uma justificativarazoável.

Cargas genéticas vindas do mesmo casal não significa quesão cargas genéticas iguais, aliás, é muito mais provávelque sejam diferentes. A probabilidade de duas cargas ge-néticas absolutamente iguais é quase um infinitésimo. Acarga genética, representada pelos pares de genes, sãomilhares deles em cada célula – cerca de 30 mil –; cada parde genes tem um componente originário da mãe e outro,do pai. Estes pares de genes estão agrupados em vinte etrês pares de cromossomos. No processo de formação decélulas reprodutivas – meiose –, os cromossomoshomólogos se separam e cada um deles é atraído para umpólo da célula que completa sua divisão em duas célulashaplóides – metade dos cromossomos – . Cadacromossomo vai para um pólo ou o outro de forma aleató-ria, assim se torna pouco provável que duas célulasreprodutivas tenham a mesma constituição genética.

Eram dez horas de uma manhã de sol ameno de outono, aturma batia uma bola no gramado em frente à escola, quan-do, a professora Guidinha bateu palmas e anunciou: ter-minou o recreio, todos para dentro! O grupo se juntavaformando a fila para entrada, alguém notou a ausência deValmy.

— Cadê Valmy? –, Jadir perguntou.

— Está na casa de tia Zenilia, num viu! – respondeu Cosme,“Num viu”, era correspondente ao “entendeu?” usado porquase todos da família de Cosme. Antes de formarem afila, Valmy chegou, excitado, entregou um embrulho àmestra Guidinha e se dirigiu para a fila, esfregando as mãosde contente, falou:

— Tio João Baiano foi para o Paiol – retiro a coisa de meialégua de distancia –, com Antonio de Benedita e João

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ARTIGOSCustódio. Eles foram buscar a tropa para João Custódioamansar.

— Hoje, quero vê-lo montar aquela mula preta de focinhovermelho – falou Edson, que conhecia a tropa.

— Não é focinho vermelho é embornal vermelho que sefala seu palhaço, – interferiu Haroldo.

— Palhaço é a mãe – respondeu Edson, partindo para cimade Haroldo. A briga estava para começar e todos se afasta-ram porque os contendores eram os maiores da turma,mas a mestra percebendo a confusão, com autoridade,gritou

— Silêncio, todos em fila! A briga foi evitada, mas a exci-tação era cava vez maior, a aula tinha que terminar antesda chegada da tropa. Todos queriam ver o desafio: ho-

mem x animal.

Vencendo a resistência da Braúna

No Paiol, João Baiano tomou café ralo, meio salobro, degarapa de cana ainda verde, cortada ali do quintal. Acen-deu um cigarro de palha e se sentou na cabeceira do cocho,enquanto os piões juntavam a tropa no pasto da Marcela.Aquele cocho lhe trazia muitas recordações: Vinte anosantes, manhã igual aquela, ainda sob nevoeiro intensoque resistia ao calor do sol, só era dissipado depois dealgumas horas. João Baiano, indiferente ao nevoeiro, re-cebia os trabalhadores e distribuía as tarefas do dia. Man-dou os carreiros atrelarem dois ternos de bois aos doiscarretões para trazerem madeira dos Tiros. — Carretão éum carro de bois, simples e primitivo, usado para trans-porte de troncos arrastados. Tiros é uma localidade namargem direita do Rio Parauna, pouco abaixo da Prata,ainda próximo das corredeiras do rio.

João Baiano gostava de uma boa prosa, mas suas ordenseram, no estilo militar, diretas, curtas e sem explicação.

–Tocam para os Tiros, eu vou também –, ordenou aoscarreiros. Montou uma besta vermelha, muito grande eforte de nome Tangerina e seguiu atrás do último carro, abesta de passo, rédea solta no pescoço e ele,tranquilamente, enrolava um cigarro. Os carros eram pu-xados, cada um, por oito bois, pesados, fortes e muitobem treinados. Os carreiros, dois para cada carro eram: osirmãos José e Augusto Teodoro, que tocavam o da frente;João Pinto e Geraldo Rita, o outro.

Niquinho Miranda, o sogro, notou a movimentação e oruído produzido pelos carros em movimento, curioso, veioao terreiro observar. João Baiano avistou o velho e se diri-giu para cumprimentá-lo.

– Bom dia Seu Niquinho, vou buscar aquela Braúna lá dosTiros. Niquinho, idoso, cabelos brancos raspados muitocurto, olhos vermelhos, levou a mão trêmula à altura do

peito, indicador apontando para João Baiano e fazendocírculos no ar, exclamou:

— Você é doido João! não tem homem que tira aquelaBraúna de lá. Ele sabia o que falava. Tratava-se de umaárvore gigantesca e centenária. João Baiano não se assus-tou e respondeu até um pouco ríspido:

— Eu tiro! Até logo Seu Niquinho. Esporeou a Tangerina,passou pelos carros e seguiu na marcha estradeira, orgu-lhoso de suas coisas: a besta, os carros, os bois e os ho-mens que o serviam; ele havia conquistado o respeito detodos eles. Parou, pouco tempo, na Contagem, cumpri-mentou Guilherme Rosa e continuou a subida, no alto doBarro Preto, desviou de seu caminho para tomar café comZé Dina, enquanto dava tempo aos carreiros de se aproxi-marem.

João Baiano chegou aos Tiros; é o fim do mundo: ao sul ascorredeiras intransponíveis, do Rio Paraúna, a leste e aonorte paredões de pedras. A única entrada e também saí-da é pelo oeste, então ali é o fim, não há como prosseguir,tem-se que retornar. Foi recebido por Manoel Saraiva quefalou, com a voz cantada dos Saraivas:

— O pau tá aí deitado! Quero ver se seus bois o arrastam.João Baiano ouviu o segundo desafio do dia e decidiu brin-car com o velho Saraiva

– Esta estaquinha aí, referindo-se ao enorme tronco deBraúna, não é peso para meus bois. Chegaram os carreiros,admiraram aquele tronco imenso de Braúna e logo inicia-ram o trabalho de colocá-lo em posição. Com a parelha debois de coice, usando alavancas de ferro e levas de madei-ra, rabearam o tronco por cima de roletes e o posicionaramcom uma das pontas pouco elevada; fizeram pequeno re-baixo para permitir empurrar o carretão e arriar a tora so-bre ele. Arrocharam com grossas correntes de ferro. Con-seguiram vencer a primeira etapa; se refrescaram no re-gato próximo, lavando os braços e o rosto e se acomoda-ram em pedaços de troncos, perto do rancho, para o almo-ço, preparado por Manoel de Souza.

João Baiano se sentou mais distante, entre alegre e preo-cupado com a empreitada, quando Manoel de Souza seaproximou trazendo um prato esmaltado com arroz e umaposta de carne. Todos pararam de comer e de conversar eo observavam. Era um pedaço de costela, pequena, sequi-nha, parecia saborosa. Ele, então perguntou:

– Que diabo de carne é essa, Manoel? Todos riram e Manoelrespondeu:

— Sei não, Seu João! Manoel Saraiva saiu de manhãzinhacom a espingarda e o cachorro e voltou com este bicho;falando que era uma leitoa que ele comprou numa vendaai na beira do rio. Todos riram e terminaram de apreciar apaca, aliás, muito bem preparada pelo habilidoso cozinhei-ro Manoel de Souza. Terminado aquele momento dedescontração, era hora de voltar ao trabalho. Engataramdezesseis bois, já disse, grandes, fortes e muito bem trei-nados; carreiros posicionados à frente e atrás, de um lado

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ARTIGOSe de outro da fileira de bois. Tudo pronto, ouviu-se a vozde comando de José Teodoro:

— Carrega Combate – era o boi de guia, amarelo, com doischifres muito grandes e uma argola de ferro parafusadaem um deles –, Combate iniciou a caminhada e os outros oseguiram. Primeiros metros, muito fácil, os bois estavamembolados, as correntes que ligavam uma junta de bois àoutra quase no chão. De repente a coisa muda, as corren-tes retesaram, os bois sentiram o peso que deveriam pu-xar; era um momento difícil, vencer a inércia de inicio domovimento. Os bois responderam: cada um deles jogavao corpo para a frente, fincavam as unhas no terreno, àsvezes chegavam a ajoelhar, a canga empurrando a gibapara trás, o pescoço alongado, os canzis pressionavam aslaterais do pescoço, as broxas dobravam as barbelas dosanimais. Os carreiros sabiam que se não rompessem a inér-cia na primeira tentativa, a tarefa ficaria muito mais difícil;parecia que empurravam os bois, estimulando-os com ocomando de voz, não com ferrão. Cada um gritava o nomedo boi na sua área:

—Carrega Sete Ouro! Vamos Rochedo! Sabiá! Sabiá! – Sabiáera treteiro –, carrega Canário!

João Baiano, numa posição mais elevada do terreno, ob-servava, sem participar diretamente, mas se sentia res-ponsável por tudo aquilo e com pensamento positivo tãoforte que parecia empurrar carro e bois, morro acima. Derepente um ligeiro estalido, um pequeno baque da tora,as rodas do carretão, vagarosamente, se movimentando.Estava ganha a batalha. Ele sorriu. O conjunto se moveudevagar, passo de bois, as vezes parava para um fôlego;depois de algum tempo alcançaram o alto do Barro Preto,onde José Dina, curioso, aguardava. João Baiano chamouseus carreiros e ordenou:

— João Pinto, você e Geraldo Rita separam seis dos seusbois e voltam para buscar o outro carretão, com madeiraleve. José e Augusto Teodoro continuam com dez bois;para frente são decidas e baixadas. Eu vou à frente e espe-ro vocês em casa. José Teodoro, não se esqueça, ao passarem frente a casa de Seu Niquinho, pára o carro e vá chamá-lo para ver a Braúna. Despediu-se de José Dina , esporeoua Tangerina e partiu. Estava calculando quantos homensforam necessários para colocar aquela tora sobre um esta-leiro para ser serrada, quando, voltou daquela viagem notempo, ao ouvir o tropel dos animais entrando no curral,acompanhados dos peões.

João Baiano se levantou e, com orgulho, observava aque-la tropa; Antônio de Benedita se aproximou e prestou con-tas:

— estão todos aí, Seu João! São vinte e um com a éguamadrinha –, e ele respondeu:

— muito bem! Amarre sua mula, chame João e vão tomar

café. Logo depois nós vamos embora.

O domador

Em Camilinho, terminada as aulas, a turma almoçou cor-rendo, trocou o uniforme azul e branco, impaciente aguar-dava. A gritaria foi geral quando viram a tropa descendo omorro do outro lado do córrego e já à frente da casa dePedro Dias; gritavam e corriam para o curral do tio JoãoBaiano. Os maiores sentados na régua mais alta da cerca,assistiam de camarote; os menores espiavam entre a ter-ceira e a quarta réguas, eram a galera. Os gritos servirampara alertar todos os desocupados e os ocupados também,que se encontravam nas vendas. Quando a tropa entrouno curral a plateia já estava posicionada para o espetácu-lo.

João Custódio acompanhou João Baiano até a cozinha, to-maram água, depois, café com biscoitos e João Baiano re-pisou suas ordens:

– você vai amansar as quatro bestas que lhe mostrei: abaia encerada, a preta com embornal vermelho, uma pelode rato calçada e a andorinha; monta nelas aqui, as crian-ças e eu também quero ver; mais tarde, Antonio deBenedita vai ajudá-lo a levá-las para sua casa. Faça o tra-balho com muito cuidado, não quero saber de animal compisadura, com boca machucada, nem aguada por excessode viagens; pago metade agora e metade quando receberas mulas mansas. Agora vamos ao trabalho que a turmaestá ansiosa.

João Custódio entrou no curral, rodilha do laço na mãoesquerda, laçada preparada, na direita. O espetáculo es-tava começando: copiavam a natureza, era o predador e apresa; João boleava o laço e se aproximava como uma leoabuscando a zebra mais vulnerável, ele procurava uma dasbestas indicadas pelo patrão. As bestas são herbívoras e,portanto, são sempre caça, cuja defesa é a fuga, é o instin-to selvagem; elas tentavam, mas como? de um lado o muroalto, de outro a cerca de réguas, na frente o predador comos olhos fixos e se aproximando; os animais inquietos semoviam, procuravam se esconder um atrás do outro e na-quele vai e volta sempre alguns ficavam visíveis. João seaproximava buscando o animal certo; de repente, a bestabaia levantou a cabeça, a distância era apropriada e Joãoatirou uma laçada certeira. Puxou a corda fazendo comque a besta ficasse de frente para ele, ainda, como a leoadesprezou os demais que saíram para os lados e ele foi seaproximando, alternando a mão que segurava o laço, sem-pre atento, dava arrancos secos no laço quando a bestatentava lhe virar o traseiro; se ela conseguisse, certamen-te, lhe tomaria o laço ou, o que poderia ser pior, ao puxaro laço o animal se sentindo sufocado levantaria as patasdianteiras e poderia cair de costas com o risco de batercom a cabeça. João, habilidoso e ágil, tinha que se aproxi-mar com rapidez; a besta estava sufocada pelo laço nopescoço que lhe dificultava a respiração: narinas dilata-das, boca aberta ela tentava respirar e a qualquer horapodia cair de exaustão ou saltar para frente sobre o preda-dor. João conseguiu se aproximar o bastante para segurar

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a orelha da besta com a mão esquerda, soltar o laço e, coma direita na outra orelha ele, literalmente, se pendurounas orelhas do animal que urrava e puxava para trás, como focinho quase no chão; agora, já respirava e se recom-pondo, mais calmo, logo se entregava, era uma cena sel-vagem e todos apreciavam. João estava com o cabrestopendurado na cinta, retirava-o e colocava no animal; a pri-meira batalha estava ganha; com o cabresto era mais fácilmanejar além de afastar o perigo de sufocar o animal.Depois de amarrado no esteio fincado no centro do curral.João que havia mostrado quem manda procurava, agora,ganhar a confiança e passava a mão sobre o pescoço, lom-bo, anca, sem se aproximar muito, sempre há o perigo decoice.

O processo de arriar o animal começa pela rédea. O freio,peça fundamental do arreio da montaria, não é posto emanimal chucro. Simula-se o freio com uma correia de cou-ro cru, colocada na boca e amarrada no queixo do animal,prende as duas pontas da rédea. A rédea é, então, enrola-da na orelha – parte sensível do animal –, e, ao mesmotempo, funciona como um tapa-olho dificultando a visãolateral. Em seguida, uma manta e o lombilho. O lombilhoé uma sela especial, construída de forma que a cabeçatem certa flexibilidade. Isto evita que se quebre no casode o animal cair ou se deitar quando arriado. Tudo pronto.É hora do vamos ver. É a hora esperada por todos. João deNeco Custódio puxa o látego do cabresto que se solta doesteio e os dois contendores: homem e mula estão pron-tos para o desafio. A mula baia tenta fugir, João segura ocabresto, com firmeza e vai se aproximando, a mula afas-ta, João se aproxima, os dois rodeiam, um em volta dooutro, até que ele consegue colocar o pé no estribo e,quase de um salto, monta a besta baia. A besta, assustada,tenta se desvencilhar de toda aquela carga e salta, e urra,e vai pra frente, esconde a cabeça entre as patas diantei-ras e urra e refuga e salta de lado e salta no mesmo lugar efaz o possível para se livrar daquele incômodo. João gritatentando tirar coragem dos gritos e da tala que trás namão direita e, com ela, bate no pescoço da baia. A plateia,excitada, aplaude, grita e estimula o domador. A besta ten-ta se proteger junto da tropa, a tropa foge daquela figuraestranha ao seu meio, em baixo, reconhecem uma mula,mas, em cima, aquela coisa estranha. A tropa foge: encon-tra a cerca, volta e se mistura com a baia montada por JoãoCustódio, ninguém mais sabe para onde fugir. Como di-zem por lá: é um pan-de-pá naquela nuvem de poeira. Éum espetáculo selvagem com exibição de força, agilidadee coragem. O homem, quase sempre vence. Ele é oagressor. Herbívoro nasceu caça, sua defesa é a fuga. Bai-xada a poeira, a besta toma um fôlego, está a ponto deceder, tremula, quase exausta, João grita:

—Pode abrir a porteira.

A porteira aberta, a besta, em frente daquele amplo gra-mado, vislumbra condição de fuga e se reanima e se supe-ra e arranca em desenfreada carreira, saltando e corren-do, tenta desvencilhar daquela carga. O esforço é muitogrande e ela, finalmente, pára, lá no alto da capela. Aprimeira lição do domador era montar e permanecer mon-tado. Era demonstrar quem manda. Fazer com que o ani-

mal se movimente para uma ou outra direção é parte im-portante do adestramento, mas é uma lição posterior. João,naquela circunstância, era incapaz de dirigir a baia, nemmesmo fazê-la voltar ao curral. Antônio de Benedita saiem socorro, montando um equino para amadrinhar a baiae trazê-la ao curral.

O espetáculo continuou dia afora para alegria da meninada,tinha ainda três bestas para serem montadas. No final datarde João levando, à frente, o cavalo madrinha e Antoniode Benedita tocando as quatro bestas, dirigiram-se paraos Crioulos, a coisa se seis quilômetros dali.

Nos próximos dias, João Custódio, diariamente, selava asquatro bestas de João Baiano, ora uma ora outra, e davapequenas voltas pelos campos próximos. Cada dia aumen-tava a distância percorrida. Já fora à Contagem, ao Limoei-ro e até ao Barro Preto, mas ansiava pelo dia de ir atéRiacho dos Ventos, duas léguas distantes. A mula pelo derato, calçada, rendia melhor no adestramento e era a mais

mansa, já podia enfrentar a viagem.

O que é melhor?

Naquele dia João estava desinquieto, a saudade de Filóaumentava cada dia, sentou-se no banco de madeira aolado do fogão de lenha, enquanto aguardava o saborosocafé que sua mão estava coando. Pensava em Filó ereconstituía o primeiro encontro com ela. Algum tempopassado, ele ouvira, num boteco, comunidade do Crime,que Duquinha se casara com uma sertaneja morena, mui-to bonita, ali das bandas do Rio Cipó. Duquinha já passan-do de meia idade, era bruaqueiro, uma espécie de meiotropeiro que possuía poucos burros de carga e fazia trans-porte em pequenas distâncias. A cipoeira Filó, nome debatismo: Filomena, podia muito bem ser Gabriela porquetinha qualidades. A informação sobre o casal despertou aatenção de João Custódio que decidiu conferir, afinal, emvoltando para os Crioulos teria que passar por Riacho dosVentos, onde residiam Duquinha e Filó.

Já no Riacho, João dirigiu a montaria e se aproximou dacasinha, muito limpa, terreiro varrido, paredes caiadas,pequeno banquinho na frente da casa, foi recebido porseu Duquinha que o cumprimentou e convidou para apeare descansar-se. Não se fez de rogado, adentrou na peque-na sala de terra batida, sentou-se no tamborete próximoda porta e pediu água. Duquinha lhe serviu, conversaramamenidades enquanto preparava, cada um, o seu cigarrode palha. João observava. Nada da cipoeira aparecer, masseu santo era forte e Duqunha pede licença:

—Tenho que arrumar umas cargas de rapadura que leva-rei, amanhã, para Gouveia. Você me desculpa; pode des-cansar à vontade. A casa é sua. É o costume da região, opovo é hospitaleiro. João Custódio, da posição em que seencontrava, vê Filó na bica d’água. Duquinha era jeitoso:construiu pequena barragem de pedras interceptando oriacho que corria da Serra do Piquizeiro e, dali, estreitocanal fazia a água chegar à sua porta. Ao lado da casa cons-

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truiu pequena bica com apenas duas tabuas pregadas for-mando um V que despejava água à altura de um metrosobre a laje de pedra no fundo da fonte. Filó lavava algu-mas peças de roupa, a água batia na pedra e respingavaem Filó que, para se proteger juntou a saia do vestido eprendeu entre as coxas, deixando à mostra bonito par depernas: roliças e morenas. João gostou do que via, masqueria ver mais: acendeu o cigarro apagado na mão e sedirigiu, com aquele jeito despreocupado de quem nãoquer nada, e se posicionou a poucos metros, bem em frenteda fonte. Filó, curvada para frente, decote generoso, pei-tos fartos, deixava à mostra aquele cofrinho formado en-tre os dois peitos. João fixou as vista ali com tamanha in-tensidade que Filó aprumou o corpo e instintivamentelevou a mão para puxar o vestido e se proteger. Percebeu,então, que o vestido de tecido leve de algodão se molha-ra e colado a seu corpo deixava tudo à mostra. Não tendocomo se proteger, ela sorriu. João gostou de ambos: a vi-são e o sorriso; diante daquela visão enlouquecedora, ago-ra com o sorriso comprometedor de Filó, teve que se se-gurar para manter as aparências. Filó, já terminara o servi-ço, dirigiu-se para casa, descalça, nas pontas dos pés pi-sando sobre as lajes do caminho, andar sensual, aliás, tudonaquela mulher transpirava sensualidade. Entrou em casa,pelas portas do fundo, não sem antes se voltar e sorrirnovamente. João, preso onde estava, decidido a não ir-seembora sem ver Filó novamente. Despertou-se com o cha-mado de Filó que falava da porta da sala:

— seu João venha tomar o café.

Filó, agora, cuidadosamente vestida, trazendo, numa mãoum bule de café, na outra, um prato com três canecas gran-des, aguardou que Duquinha e João se sentassem e lhesserviu o café. Colocou o prato e o bule sobre a pequenamesa no canto da sala, pegou a última caneca e sentou-se

bem em frente a João Custódio. Conversaram, falaram daseca, falaram da vida. E Filó, com o discurso preparadodeu a dica:

— Seu João, o Duquinha me falou que o senhor mora comseus pais e irmãos, numa casa cheia de gente. Eu moro,aqui, sozinha com Duquinha. Ele viaja, dorme fora de casa.Eu sempre peço para ele voltar no mesmo dia, e dengosafala: mas ele não volta. Amanhã mesmo ele vai paraGouveia levar rapaduras.

João entende a jogada, sabe que deve manter as aparên-cias, mas amanhã ele voltará ao Riacho dos Ventos até apé.

— Pois é, dona Filó! Eu sei que é difícil para seu Duquinha,mas a distância é muito grande e com animais de carganão se pode correr. Tenho certeza que ele fica tão tristecomo a senhora.

Como as pessoas são falsas, quando lhes convém. Joãoconhece a máxima: fogo morro acima, água morro abaixo,mulher quando quer ninguém segura.

Como as coisas deram certo naquele e no dia seguinte:João Custódio sabia, com antecedência, das viagens deDuquinha e, coração bondoso, estava sempre disponívelpara consolar a dona Filó. As idas e vindas dele foram ob-servadas dando margens às fofocas. Duquinha, filósofo,não dava muita importância ao que ouvia. Certo dia numbuteco lá no Crime, Barbosa, o dono, provocou:

—Duquinha! As pessoas andam falando da dona Filó eJoão Custódio. Você sabe disto?

— Olha aqui seu Barbosa! O senhor está é com inveja demim porque sua mulher é danada de feia e, também, osenhor fique sabendo que é melhor comer alcatra com osamigos do que comer carne de pescoço sozinho.

Vivamus!Geraldo Augusto Silva

Uma noite,um velho índio falou ao seu neto sobre o combate que acontece dentro das pessoas.Ele disse:- Há uma batalha entre dois lobos que vivem dentro de todos nós.Um é Mau,representado pelaraiva,inveja,ciúme,tristeza,desgosto,cobiça,arrogância,pena de si mesmo,culpa,ressentimento,inferioridade,orgulhofalso,superioridade e ego.O outro é Bom, representado pela alegria,fraternidade,paz,segurança,serenidade,humildade,bondade,benevolência,empatia,generosidade,verdade,compaixão e fé.O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô :- Qual lobo vence?O velho índio respondeu:“AQUELE QUE VOCÊ ALIMENTA!”—-Somos responsáveis por tudo que criamos,não culpe nada nem ninguém.As escolhas são de nossa inteiraresponsabilidade.É mais fácil passar para os outros a responsabilidade,mas as dificuldades vou enfrentá-las depois.Escolhaos valores para seu total bem.O exercício da paz,alegria,bondade,

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À Sombra de um Cipreste.

Senhor! Tu me tiraste a companheira.Deixando-me a sós pelo caminho,E nesta minha caminhada derradeiraTerei de desviar das pedras sozinho.

Não sei se cumprirei o meu destinoOu se terei forças para continuar,Pois ela guiou-me desde meninoÉ ela quem me apoia no caminhar.

Sem Se preocupar com minha dorTu arrancaste de mim a companheiraTalvez queira ,que veja a vida verdadeira.

Talvez queira, que eu valorize o amor.Que nesta vida um dia Tu me desteE hoje a venero á sombra de um cipreste.

Nilson Pereira Machado, 19/09/13.

Com esses versos ouso agradecer, asmensagens de pêsames, pelopassamento de minha esposa no ultimodia 16/07/13

Boletim Informativo da AFAGO página 26

Na mão de Deus16/08/2013 - Hermes Nascimento da SilvaOntem faleceu em Gouveia a SANITA como era conhecida.Aos seus 106 anos era avó de minha esposa e da Leila Karla Cunha,que sempre deixa suas mensagens aqui neste livro. Ela era da cidadedo Serro, mas já residia em Gouveia a muitos anos.16/08/2013 - Adilson do NascimentoMeus sentidos pêsames para Cleuza, esposa de meu irmão Hermes,para Leila Karla e demais parentes, que perderam mais que a avó,uma árvore centenária que durante muitos anos foi o esteio firme deuma família sólida, construída à base do sacrifício, mas da religiosidade,do amor e da perseverança.12/08/2013 - Raimundo Nonato de Miranda ChavesA Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia – AFAGO – apresentacondolências à família enlutada de Maria Geralda Brazil, a Didicade Hermano, sepultada, hoje, às 17:00 horas no CemitérioParque da Colina.Didica, primogênita de Hermano e Rita Fernandes Chaves, casou-secom José Brazil. O casal gerou seis filhos: Efigênio (falecido), Evandro,Ely (falecido), Egleia, Elizabete e Eliane. Evandro participou do primeiroConselho de Administração da Afago na posição de DiretorEducacional para Fins Ecológicos.Quatro irmãos de Didica são sócios fundadores da Afago: AnaAngélica, Antoinete, Efigênia e Geraldo Fabiano. Fabiano participou,por duas vezes, do Conselho de Administração da Afago.02/09/2013 Raimundo Nonato de Miranda Chaves

Valmir Monteiro de Miranda faleceu, em dois de setembro, noHospital Biocor em Belo Horizonte e seu corpo foi transladado paraPresidente Juscelino onde foi sepultado.

Valmir era filho de Manoel Pinto de Miranda Filho, o tio Neneco eRita Monteiro de Miranda residia na Fazenda Água Boa, municípiode Presidente Juscelino. Quando jovem compunha a turma de netosde Niquinho Miranda, em Camilinho, onde freqüentava as aulas deMestra Guidinha. Ali, juntos, corremos pelos campos, saboreamos asfrutas do pomar do avô Niquinho e o pão de queijo quentinho, naboca do forno, da avó Amélia e da tia Doralice. Ali, juntos, jogamostruco, brincamos de pique, batemos bola de meia no gramado e nosbanhamos no córrego da Raiz. Às vezes, até estudávamos.

Valmir e Cosme, seu irmão, hospedavam-se na residência dos avós:Niquinho e Amélia e auxiliavam na lida da propriedade: bem cedinho,ordenhavam as poucas vacas, mais tarde, faziam queijos e, se faltavamrapaduras, lá estava Valmir cavalgando a égua russa a movimentar opequeno engenho de cana que era abastecido por Cosme.

Agora, Valmir nos deixa e acompanha outros membros da equipeque já fizeram a grande viajem, ficamos sentidos e saudosos, masaceitamos a morte como um processo natural. Apresentamos

condolências à família enlutada. Á esposa, aos filhos e aos irmãos

nossa mensagem de conforto, nesta hora difícil: Valmir foi um homem

bom e terá, com certeza, a recompensa divina.

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AniversariantesParabéns!

Boletim Informativo da AFAGO página 27

Setembro

Magda Maria Gomes Monteiro – 01Douglas Estevão de Miranda - 06Silvia Aparecida de Ávila Lacerda - 08Dáfnis Raies Moreira de Souza – 08Manoel Luiz Ferreira de Miranda – 09Jadir José Ferreira de Miranda – 11Guilherme Oliveira de Miranda - 11 -Roseno Sergio Cordeiro Matos – 13Antônio de Fátima Miranda - 14 -Luiz Machado Neto - 16 -Denise Alda Machado - 19 -Rosemaire Aparecida das Dores Oliveira - 20 -Maria Luiza Carvalho – 21Zé Gato - 23José Roberto Pedrosa - 29

Outubro

João Batista de Miranda - 02 –Cleuber Alves Monteiro Júnior – 05Luiz Flávio Cardoso de Oliveira - 05Maria Terezinha Santos – 07Gisele de Miranda Abreu – 09Neuber Rodrigo Pereira – 10Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro - 13Clemilson Alves Monteiro – 15Maria José de Miranda – 16Gilmar Miranda - 19Jacqueline Stefanie Miranda - 20Aguinaldo Antônio Rodrigues - 26Audrey Regina P. Carvalho Oliveira - 17Ailton Nascimento Silva - irmão - 21Raul Martins de Oliveira - 22 Laenne Oliveira Santos - 28Terezinha Rosa Ferreira – 29Geraldo Fabiano Chaves – 31

GOUVEIA 60 ANOS DE MUNICÍPIOGouveia se prepara para celebrar sessenta anos de emancipação.Seria muito oportuno publicar uma obra para fixar essa data. Os membros da Afago já têmpreparados originais que merecem publicação. Adilson do Nascimento discorre sobre a vila daFábrica de São Roberto, Raimundo Nonato de Miranda Chaves, sobre a Zona Rural comdestaque para Camilinho, Guido de Oliveira Araújo, sobre a atividade mineradora, Auxiliadorade Paula sobre memórias da infância e José Moreira de Souza, sobre um pouco do percursohistórico. Outros autores podem se somar a tempo.Quem se habilita a patrocinar essa publicação? Haverá interesse da Prefeitura Municipal?

O convite está feito.

Aniversário do MiltonMiranda e reunião de traba-lho dos diretores da AFAGO.

1 de setembro.

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REMETENTEAFAGO - Associação dos Filhose Amigos de GouveiaAvenida Amazonas 115 - sala1709

CEP: 30180 - 000 - BELO HORI-ZONTE - MG

IMPRESSO

Boletim da AFAGOÓrgão Informativo da Associação do Filhos e Amigosde GouveiaAno VI – N ° 4-13 - Julho - Agosto 2013.www.afagouveia.org.br

Diretor Responsável – Raimundo Nonato de MirandaChavesEditoração Gráfica: José Moreira de SouzaCrédito das Fotos: Geraldo da Consolação Miranda,Raimundo Nonato de Miranda Chaves José Moreirade Souza.

Diretoria da AFAGOPresidente de Honra: Waldir de Almeida Ribas inMemoriamPresidente: Raimundo Nonato de Miranda ChavesSecretário: Guido de Oliveira AraújoDiretor de Finanças: Adilson NascimentoPatrocinadores:Diretores da AFAGOComissão EditorialGuido de Oliveira Araújo.José Moreira de SouzaRaimundo Nonato de Miranda Chaves

Guardem bem:3º PRÊMIO AFAGO DE LITERATURA, CERIMÔNIA DE APRESENTAÇÃOE PREMIAÇÃO – DIA 4 DE OUTUBRO

Data final para encaminhamento para banca de avaliação – 15 de setembro.Instituição homenageada – Escola Estadual Joviano Aguiar.Criada pelo decreto 11.341 de 15 de fevereiro de 1.968, publicado em 25 de setembro de 1.968 no

governo do Dr. Israel Pinheiro da Silva.