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Sumário Executivo Soja – Refletindo a expansão do consumo global, os preços internacionais seguem com tendência de alta moderada, apesar das safras recordes nos EUA e no Brasil e do crescimento da safra na Argentina. Em sentido contrário, as cotações domésticas devem permanecer em queda nos meses à frente, com o avanço da colheita recorde no Brasil. Milho – As cotações internacionais devem continuar em alta, a despeito das safras recordes. A trajetória é sustentada pelo crescimento da demanda mundial. Os preços domésticos, em contrapartida, seguem em tendência de baixa nos próximos meses, com o avanço da colheita. Além disso, a entrada da segunda safra a partir do segundo semestre do ano, com volumes recordes, reforça a expectativa de queda dos preços no mercado interno. Café – As cotações no mercado externo devem continuar subindo, refletindo a oferta global mais ajustada. A safra brasileira de baixa bienalidade para o arábica, somada à produção do robusta ainda abaixo do potencial, fundamenta a continuidade de tendência altista para os preços domésticos. Boi – A expansão esperada para as exportações não deverá impulsionar as cotações domésticas do boi, já que os embarques representam 20% do consumo total. Ademais, dois fatores pressionarão para baixo os preços internos do boi: (i) o consumo doméstico ainda contido nos próximos meses e (ii) a ampliação da oferta de boi gordo, em resposta ao clima mais chuvoso e à maior oferta de bezerros. Açúcar e Etanol – As cotações internacionais do açúcar devem permanecer nos patamares atuais, diante do déficit global de produção, embora menor do que o inicialmente previsto. No Brasil, a entrada de nova safra deve exercer pressão baixista nos preços de etanol no mercado interno. Fevereiro de 2017 Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Panorama Macroeconômico A retomada da confiança no início deste ano, a expectativa de safra agrícola recorde e a sinalização da continuidade de corte da taxa Selic em 0,75 p.p. na próxima reunião do Banco Central sustentam nossa expectativa de recuperação gradual da economia neste ano. Estimamos alta do PIB de 0,3% em 2017. Apesar da ligeira alta da atividade econômica, projetamos forte aumento da produção agrícola, com alta de 6,0% para o PIB do setor (após queda estimada de 6,0% em 2016), que deve ser a maior contribuição para o crescimento da economia em 2017. Esse cenário, por sua vez, segue sustentando nossas expectativas favoráveis para a inflação, principalmente para a continuidade da descompressão dos preços de alimentos. Após o IPCA ter encerrado 2016 com elevação de 6,3%, abaixo do teto da meta estabelecida pelo BC, esperamos que em 2017 a variação do índice atinja 4,2%, abaixo do cento da meta. A menor alta de preços de alimentos e a desaceleração dos preços de serviços, diante da lenta recuperação da economia, favorecerão a descompressão da inflação em 2017. Além disso, a continuidade de apreciação cambial segue contribuindo positivamente para a desinflação em curso. Esperamos que o Real encerre este ano e o próximo cotado a R$/US$ 3,30 e R$/US$ 3,40, respectivamente. A despeito da trajetória altista da dívida pública no curto prazo, acreditamos que os esforços continuarão concentrados na aprovação da Reforma da Previdência, cuja Comissão Especial foi formada neste mês, e na renegociação da dívida dos Estados. Diante desse cenário, revisamos nossa projeção de Selic para 9,00% no final de 2017 e mantivemos a expectativa de 8,50% para o final do próximo ano. Os últimos dados divulgados sugerem continuidade do desempenho mais favorável da economia norte- americana, especialmente do consumo das famílias, elevando a probabilidade de aumento do ritmo de normalização da política monetária dos EUA. Esperamos três altas nas taxas de juros do país, com algum efeito sobre a liquidez global, o que pode gerar alguma instabilidade nos mercados durante o processo. Apesar desses efeitos, o maior crescimento da economia dos EUA deverá impulsionar a aceleração da economia internacional em 2017, também influenciada por alguma flexibilização das condições monetárias e financeiras de alguns países emergentes. Além disso, a atividade econômica da Área do Euro também apresenta trajetória positiva no curto prazo, a despeito das incertezas advindas dos processos eleitorais em diversos países do bloco. A alta dos preços de commodities continua beneficiando o Brasil, com melhora dos termos de troca. AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

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Sumário Executivo

Soja – Refletindo a expansão do consumo global, os preços internacionais seguem com tendência de alta moderada, apesar das safras recordes nos EUA e no Brasil e do crescimento da safra na Argentina. Em sentido contrário, as cotações domésticas devem permanecer em queda nos meses à frente, com o avanço da colheita recorde no Brasil.

Milho – As cotações internacionais devem continuar em alta, a despeito das safras recordes. A trajetória é sustentada pelo crescimento da demanda mundial. Os preços domésticos, em contrapartida, seguem em tendência de baixa nos próximos meses, com o avanço da colheita. Além disso, a entrada da segunda safra a partir do segundo semestre do ano, com volumes recordes, reforça a expectativa de queda dos preços no mercado interno.

Café – As cotações no mercado externo devem continuar subindo, refletindo a oferta global mais ajustada. A safra brasileira de baixa bienalidade para o arábica, somada à produção do robusta ainda abaixo do potencial, fundamenta a continuidade de tendência altista para os preços domésticos.

Boi – A expansão esperada para as exportações não deverá impulsionar as cotações domésticas do boi, já que os embarques representam 20% do consumo total. Ademais, dois fatores pressionarão para baixo os preços internos do boi: (i) o consumo doméstico ainda contido nos próximos meses e (ii) a ampliação da oferta de boi gordo, em resposta ao clima mais chuvoso e à maior oferta de bezerros.

Açúcar e Etanol – As cotações internacionais do açúcar devem permanecer nos patamares atuais, diante do déficit global de produção, embora menor do que o inicialmente previsto. No Brasil, a entrada de nova safra deve exercer pressão baixista nos preços de etanol no mercado interno.

Fevereiro de 2017

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Panorama Macroeconômico A retomada da confiança no início deste ano, a expectativa de safra agrícola recorde e a sinalização da continuidade de corte da taxa Selic em 0,75 p.p. na próxima reunião do Banco Central sustentam nossa expectativa de recuperação gradual da economia neste ano. Estimamos alta do PIB de 0,3% em 2017. Apesar da ligeira alta da atividade econômica, projetamos forte aumento da produção agrícola, com alta de 6,0% para o PIB do setor (após queda estimada de 6,0% em 2016), que deve ser a maior contribuição para o crescimento da economia em 2017. Esse cenário, por sua vez, segue sustentando nossas expectativas favoráveis para a inflação, principalmente para a continuidade da descompressão dos preços de alimentos. Após o IPCA ter encerrado 2016 com elevação de 6,3%, abaixo do teto da meta estabelecida pelo BC, esperamos que em 2017 a variação do índice atinja 4,2%, abaixo do cento da meta. A menor alta de preços de alimentos e a desaceleração dos preços de serviços, diante da lenta recuperação da economia, favorecerão a descompressão da inflação em 2017. Além disso, a continuidade de apreciação cambial segue contribuindo positivamente para a desinflação em curso. Esperamos que o Real encerre este ano e o próximo cotado a R$/US$ 3,30 e R$/US$ 3,40, respectivamente. A despeito da trajetória altista da dívida pública no curto prazo, acreditamos que os esforços continuarão concentrados na aprovação da Reforma da Previdência, cuja Comissão Especial foi formada neste mês, e na renegociação da dívida dos Estados. Diante desse cenário, revisamos nossa projeção de Selic para 9,00% no final de 2017 e mantivemos a expectativa de 8,50% para o final do próximo ano.

Os últimos dados divulgados sugerem continuidade do desempenho mais favorável da economia norte-americana, especialmente do consumo das famílias, elevando a probabilidade de aumento do ritmo de normalização da política monetária dos EUA. Esperamos três altas nas taxas de juros do país, com algum efeito sobre a liquidez global, o que pode gerar alguma instabilidade nos mercados durante o processo. Apesar desses efeitos, o maior crescimento da economia dos EUA deverá impulsionar a aceleração da economia internacional em 2017, também influenciada por alguma flexibilização das condições monetárias e financeiras de alguns países emergentes. Além disso, a atividade econômica da Área do Euro também apresenta trajetória positiva no curto prazo, a despeito das incertezas advindas dos processos eleitorais em diversos países do bloco. A alta dos preços de commodities continua beneficiando o Brasil, com melhora dos termos de troca.

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte e projeção (*): Conab, Bradesco

Produção nacional de soja

(em mil toneladas)

SO

JA

2

SOJA – Refletindo a expansão do consumo global, os preços internacionais seguem com tendência de alta moderada, apesar das safras recordes nos EUA e no Brasil e do crescimento da safra na Argentina. Em sentido contrário, as cotações domésticas devem permanecer em queda nos meses à frente, com o avanço da colheita recorde no Brasil.

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Fundamentos O USDA divulgou o 10º levantamento da safra 2016/17 de grãos, que já foi colhida nos EUA e está

sendo colhida no Brasil e na Argentina. Para os EUA, o USDA manteve a estimativa de produção em 117,2 milhões de toneladas, atingindo patamar recorde. O resultado representa uma elevação de 9,7% em relação à safra passada. O USDA manteve as estimativas para a produção de soja no Brasil em 104 milhões de toneladas, abaixo do volume esperado pela Conab. Assim, nos próximos levantamentos, o USDA poderá revisar para cima sua estimativa de oferta brasileira. A relação entre o estoque e o consumo global está estimada em 24,3%, ligeiramente inferior à observada na safra passada (24,5%). As projeções para o consumo mundial vêm sendo revisadas para cima nos últimos três meses, apontando alta de 4,8% ante a safra anterior.

A Conab divulgou a 5ª estimativa da safra 2016/17, que já sendo colhida no Brasil. Com a expectativa de clima mais regular durante o desenvolvimento da safra, espera-se retorno aos bons níveis de produtividade alcançados antes da quebra ocorrida em 2016. Assim, a produção deve ser recorde, alcançando 105,6 milhões de toneladas, ante 95,4 milhões da safra passada, o equivalente a uma expansão de 10,6%. Na comparação com o levantamento do mês anterior, a Conab revisou para cima sua estimativa de produção, que passou de 103,8 para 105,6 milhões de toneladas, refletindo a melhor expectativa para a produtividade.

Apesar das safras recordes nos EUA e no Brasil e do crescimento da safra na Argentina, os preços

internacionais seguem com tendência de ligeira elevação, diante da expansão do consumo global neste ano. Já os preços domésticos devem seguir tendência de queda nos próximos meses, à medida que avançar a colheita da safra recorde brasileira.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

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Produtividade da lavoura de soja (em kg por ha)

Fonte e (*) projeção: Conab, Bradesco

Fonte: Deral, Bradesco

Preço de soja em grão ao produtor – Praça Paraná - (em R$ por saca de 60 kg)

3

Fonte: Bloomberg, Bradesco

Soja - Preço futuro 1º vencimento (em US$ cents/bushel) Projeção de preço: média dos preços futuros

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

MIL

HO

MILHO – As cotações internacionais devem continuar em alta, a despeito das safras recordes. A trajetória é sustentada pelo crescimento da demanda mundial. Os preços domésticos, em contrapartida, seguem em tendência de baixa nos próximos meses, com o avanço da colheita. Além disso, a entrada da segunda safra a partir do segundo semestre do ano reforça a expectativa de queda dos preços no mercado interno.

Fonte e (*) projeção: Conab, Bradesco

Produção nacional de milho

(em mil toneladas)

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24.096

30.77133.174

37.442 35.71632.393

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7*

Fundamentos O USDA divulgou o 10º levantamento da safra 2016/17. A estimativa de produção de milho nos EUA foi

mantida em 384,8 milhões de toneladas, alcançando patamar recorde. O montante é equivalente uma expansão de 11,4% em relação à safra passada. Para a Argentina, foi mantida a estimativa do mês anterior, de produção de 36,5 milhões de toneladas, que também representa um nível recorde. No caso do Brasil, que deverá ter a segunda maior safra já registrada, o USDA manteve sua projeção de oferta em 86,5 milhões de toneladas. A relação entre estoque e consumo global de milho foi estimada em 21,1%, nível próximo ao da safra passada (21,9%). Além disso, as expectativas para o consumo mundial continuaram sendo revisadas para cima. Assim, espera-se crescimento 7,8% da demanda global ante a safra anterior.

A Conab divulgou a 5ª estimativa da safra 2016/17 para o Brasil, que está sendo colhida. Dada a expectativa de clima mais regular, espera-se que a produtividade retorne ao patamar alcançado antes da quebra de safra observada no ano passado. Assim, a produção total de milho deve alcançar 87,4 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 31,4% em relação à safra anterior. A primeira safra, que não sofreu quebra relevante de produtividade no último ano, deve atingir 28,8 milhões de toneladas, subindo 11,5%, também ante a safra passada. Já a segunda safra, que apresentou redução significativa da produtividade no período anterior em função da estiagem, deve recuperar o potencial produtivo. Dessa forma, a safra, que deve atingir patamar recorde, chegará a 58,6 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 44,0% em relação ao ano passado. Na comparação com o levantamento do mês anterior, a Conab revisou para cima a produção da primeira safra, de 28,4 para 28,8 milhões de toneladas, refletindo, principalmente, a melhor estimativa para a produtividade. Para a segunda safra, cuja colheita começará em junho, as estimativas oscilaram de 56,1 para 58,6 milhões de toneladas.

Com a forte expansão da produção de milho no Brasil neste ano, as exportações poderão ser um canal de escoamento do excedente. Na safra passada foram exportadas 18,9 milhões de toneladas e neste ano a Conab estima que devem ser embarcadas 5,1 milhões de toneladas a mais, somando 24 milhões de toneladas. Existe a possibilidade de o México, segundo maior importador mundial, suspender as importações de milho dos EUA e direcionar suas compras para Brasil e Argentina. O México importa anualmente quase 40% do seu consumo interno, o equivalente a 14 milhões de toneladas. Neste ano, a Argentina terá um excedente exportável de 3,3 milhões de toneladas e o Brasil 5,1 milhões de toneladas a mais do que a safra passada.

A expansão do consumo global deve impulsionar as cotações internacionais de milho, a despeito das safras recordes. No Brasil, o avanço da colheita pressiona para baixo os preços domésticos. A entrada da segunda safra a partir do segundo semestre do ano, com volumes recordes, reforça a tendência de queda dos preços internos.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Produtividade – milho (em kg por ha)

Fonte e projeções (*): Conab, Bradesco

Fonte: Deral, Bradesco

Preço de milho ao produtor – Praça

Paraná (em R$ por saca de

60 kg)

5

Milho - Preço futuro 1º vencimento (em US$ cents por bushel) Projeção de preço: média dos preços futuros

Fonte: Bloomberg, Bradesco 217

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

CAFÉ – As cotações no mercado externo devem continuar subindo, refletindo a oferta global mais ajustada. A safra brasileira de baixa bienalidade para o arábica, somada à produção do robusta ainda abaixo do potencial, fundamenta a continuidade de tendência altista para os preços domésticos.

Produção nacional de café (em mil sacas de 60 kg)

Fonte e projeção (*): Conab, Bradesco

CA

6

26.000

16.800

27.500

18.860

34.547

27.170

31.10028.137

48.480

28.820

39.272

32.944

42.512

36.070

45.992

39.470

48.095

43.484

50.82649.152

45.34243.235

51.369

45.580

11.000

21.000

31.000

41.000

51.000

61.000

94/9

5

95/9

6

96/9

7

97/9

8

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1

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9

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3

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4

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6

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8*

Fundamentos Em dezembro, o USDA divulgou o relatório semestral da safra 2016/17, que será colhida no Brasil e

em fase de colheita nos demais países produtores. O consumo global foi revisado para cima entre junho e dezembro, de 150,8 para 153,3 milhões de sacas. No mesmo sentido, a estimativa para a produção global subiu de 155,7 para 156,6 milhões de sacas no período. Assim, a relação entre estoque e consumo passou de 20,9% para 21,7%, mas segue abaixo do verificado na safra passada (22,9%). A estimativa para a oferta colombiana aumentou de 13,3 para 14,5 milhões de sacas entre junho e dezembro. Vale destacar que o país vem recuperando anualmente sua produção desde 2012. Para o Vietnã, a projeção foi revisada para baixo, oscilando de 27,3 para 26,7 milhões, em virtude da estiagem do ano passado. O próximo levantamento do USDA será divulgado em junho deste ano.

Para o Brasil, o USDA revisou a estimativa de oferta de 55,9 para 56,1 milhões de sacas, refletindo a melhora da expectativa de produção de café arábica, que passou de 43,8 para 45,6 milhões de sacas. Por outro lado, a projeção de produção do café robusta caiu de 12,1 para 10,5 milhões de sacas, refletindo a estiagem no Espírito Santo. Já a Conab apontou produção de arábica em 43,4 milhões de sacas, ampliação de 35,4% em relação à safra passada, como consequência da bienalidade. Em contrapartida, a produção de robusta deve atingir 7,9 milhões de sacas, recuando 28,6% ante a safra passada, em resposta à estiagem. Dessa forma, espera-se que a safra total alcance 51,4 milhões de sacas, o equivalente a uma alta de 18,8%, na mesma base de comparação.

A Conab divulgou o primeiro levantamento da safra 2017/18 em janeiro, que começará a ser colhida a partir de abril. Considerando os intervalos médios, a produção esperada total de café é de 45,6 milhões de sacas. O montante corresponde a um recuo de 11,3% ante a safra anterior, que reflete a bienalidade baixa do arábica, cuja produção foi estimada em 36,5 milhões de sacas, uma queda de 16,0%, na mesma métrica. Já a projeção de produção do café robusta é de 9,1 milhões de sacas, uma elevação de 14,3%, na mesma base de comparação. A expectativa de alta é explicada pela melhora climática para as regiões produtoras em Rondônia, Bahia e Espírito Santo e a consequente recuperação da produtividade.

As cotações internacionais devem continuar subindo, como resultado da oferta global mais ajustada ao consumo. A safra brasileira que começará a ser colhida a partir de abril será de baixa bienalidade para o café arábica e poderá ser 16% menor ante a safra passada. Já para o café robusta, espera-se ampliação de 14,3% da produção, diante do aumento da produtividade. Apesar disso, a produção seguirá abaixo do potencial de 12 milhões de sacas, volume que corresponde à média produzida no período anterior à estiagem no Espírito Santo. Com isso, os preços domésticos permanecem pressionados.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte: CEPEA ESALQ, Bradesco

Preço do café arábica (em R$ por saca de 60 kg) Projeção de preço: média dos preços futuros BMF

7

Fonte: Bloomberg, Bradesco

Café arábica - NYBOT Preço futuro 1º

vencimento (em US$ cents por

libra peso)

Projeção de preço: média dos preços futuros

115,06

63,07 65,9567,78

99,48

127,53

96,55

131,18

152,04

108,67

142,45

272,07

180,03

150,03

117,62

197,02

118,14

160,47

138,62

152,65

25,0

75,0

125,0

175,0

225,0

275,0

325,0

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dez/

17

223,6 239,8

337,0

230,4

291,4269,8

247,5

328,0

530,8

408,6

247,7

366,3

480,1

424,0491,1

556,7

634,3

50,0

150,0

250,0

350,0

450,0

550,0

650,0

750,0

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

BO

I BOI – A expansão esperada para as exportações não deverá impulsionar as cotações domésticas do boi, já que os embarques representam 20% do consumo total. Ademais, dois fatores pressionarão para baixo os preços internos do boi: (i) o consumo doméstico ainda contido nos próximos meses e (ii) a ampliação da oferta de boi gordo, em resposta ao clima mais chuvoso e à maior oferta de bezerros.

8

Fundamentos O relatório semestral do USDA divulgado em outubro apontou estimativas positivas para 2017 para

o Brasil. O departamento norte-americano espera ampliação de 2,0% da produção brasileira, com elevação de 5,4% das exportações e de 1,1% do consumo doméstico. Em 2016, os embarques brasileiros encerraram o ano com recuo de 0,9%, frustrando a expectativa do USDA de crescimento de 8,5%. Durante o primeiro semestre do ano passado, as exportações registraram maior dinamismo, com a abertura de diversos mercados e com a depreciação cambial observada no período. Dentre os países que abriram mercado para a carne brasileira, merecem destaque os crescimentos das exportações no ano passado para os Estados Unidos (8,0%), para o Oriente Médio (14,3%) e para a China (69,%). No caso da Venezuela e da Rússia, os embarques foram reduzidos em 76,0% e 22,5%, respectivamente. Cabe lembrar que as economias dos dois países são dependentes da produção de petróleo, commodity que apresentou forte queda de preços no ano passado.

Diante da expectativa de retomada gradual da economia, com o emprego reagindo de forma defasada à melhora da atividade, acreditamos que o consumo doméstico de carne bovina, que corresponde por cerca de 80% da demanda total, continuará em baixo patamar no curto prazo.

Como resultado da retenção de fêmeas realizada nos últimos anos, a oferta doméstica de bezerros

está em expansão, levando à redução dos preços dos animais. Com isso, a relação de troca entre boi gordo e bezerro está melhor, mesmo com a recente queda de preços do boi. Essa elevação propiciará uma ampliação da oferta de animais prontos para abate no curto e no médio prazos.

As exportações deverão registrar expansão neste ano, em resposta à consolidação dos mercados recém conquistados. O crescimento dos embarques não deverá pressionar as cotações domésticas do boi, pois representam apenas 20% da demanda total. Ademais, dois fatores pressionarão para baixo os preços internos do boi: (i) o consumo doméstico ainda contido nos próximos meses e (ii) a ampliação da oferta de boi gordo, em resposta ao clima mais chuvoso e à maior oferta de bezerros.

Exportações brasileiras de carne bovina

(em mil toneladas)

Fonte: Secex, Bradesco

129.482

97.221

115.666

95.497

108.879

90.000

95.000

100.000

105.000

110.000

115.000

120.000

125.000

130.000

135.000

140.000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2015

2016

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Boi gordo – Preço ao produtor – Praça São Paulo (em R$ por arroba)

Fonte: CEPEA, Bradesco

9

Projeção de preço: média dos preços futuros BMF BOVESPA

Abate de bois em mil

cabeças

Fonte: MAPA, Bradesco

2.485

2.2562.253

2.058

1.996

1.800

2.000

2.200

2.400

2.600

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2014

2015

2016

61,8

93,3

74,5

109,6 106,9

90,897,0

108,4

125,2

150,7157,7

140,8

145,9144,02

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

222.429 223.460240.944

287.810314.969

257.592

320.650359.316

431.413

474.800

559.432

604.514623.905

560.364588.916

658.822634.767

665.586694.545

150.000

250.000

350.000

450.000

550.000

650.000

90/9

1

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2

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3

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1

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AÇÚCAR E ETANOL – As cotações internacionais do açúcar devem permanecer nos patamares atuais, diante do déficit global de produção, embora menor do que o inicialmente previsto. No Brasil, a entrada de nova safra deve exercer pressão baixista nos preços de etanol no mercado interno.

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ÚC

AR

E

E

TAN

OL

Produção nacional de cana-de-açúcar em mil toneladas

Fonte e projeção (*): Conab, Bradesco

Fundamentos Em novembro, o USDA divulgou seu relatório semestral sobre a safra 2016/17 de açúcar. As estimativas

de produção passaram de 169,3 em maio para 170,9 milhões de toneladas no levantamento atual, refletindo as estimativas mais positivas para Brasil e China. Para o Brasil, a projeção de produção subiu de 37,1 para 37,8 milhões de toneladas, enquanto a expectativa para a oferta chinesa oscilou de 8,2 para 9,5 milhões de toneladas. Para o consumo, o USDA manteve o nível projetado em 173,6 milhões de toneladas. Com isso, o déficit global entre produção e consumo, antes estimado em 4,3 milhões de toneladas, foi reduzido para 2,6 milhões de toneladas. Na safra anterior, esse déficit chegou a 6,7 milhões de toneladas. A relação entre estoque e consumo caiu para 17,7%, ante 19,0% na estimativa anterior, seguindo abaixo dos 22,0% da safra passada.

A Conab divulgou o 3º levantamento da safra 2016/17 em dezembro. A produção de cana foi revisada para cima entre agosto e o último mês do ano passado, de 684,8 para 694,5 milhões de toneladas. Essa revisão refletiu a ampliação de 1,5% da estimativa para a área plantada ante o levantamento anterior, visto que a produtividade permaneceu inalterada. Em relação à safra passada, a produção será 4,4% maior, como resultado da melhora do clima e da expansão da área cultivada. A estimativa para a produção de açúcar permaneceu em 39,8 milhões de toneladas, atingindo nível recorde, com alta de 18,9% em relação à safra passada. A produção de etanol também não sofreu revisão relevante, sendo estimada em 27,9 milhões de litros, retração de 8,5% ante a safra passada.

O próximo levantamento da Conab será divulgado em abril, trazendo o fechamento dos números da safra 2016/17 e a primeira estimativa para a safra 2017/18, quando se iniciará a colheita. O clima favorável, com chuvas regulares, e o nível atual dos preços poderão impulsionar a expansão da produção. Apesar disso, não há consenso entre os analistas sobre o tamanho da próxima safra. De todo modo, a renovação do canavial na safra passada foi de 10%, em média, abaixo do nível ótimo de 17,0%, podendo limitar o incremento da safra.

As cotações internacionais do açúcar devem permanecer nos patamares atuais, diante do déficit global de produção, embora menor do que o inicialmente previsto. No Brasil, a entrada de nova safra deve exercer pressão baixista nos preços de etanol no mercado interno.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Preço de etanol hidratado (em R$ por metro cúbico)

Fonte: BMF BOVESPA, Bradesco

11

Preços internacionais de açúcar

(em US$ cents por bushel)

Projeção de preço: média

dos preços futuros

Fonte: Bloomberg, Bradesco

Produção nacional de açúcar (em mil

toneladas) e produção nacional de etanol (em

mil litros)

Fonte: Conab, Bradesco

Projeção de preço: preços futuros BMF BOVESPA

11.700

16.020

27.500

35.968

37.878

33.489

39.815

12.692

13.07810.518

14.640

23.007

25.763

27.595

23.640

30.462

27.864

8.000

15.000

22.000

29.000

36.000

43.000

93/9

4

94/9

5

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6

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9

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0

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1

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0

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1

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2

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3

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4

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5

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6

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7*

AÇÚCAR

ÁLCOOL

5,6

10,79,0 8,8

6,3

9,0

8,4

17,9

8,9

13,1

11,3

28,4

14,6

32,1

21,9

29,5

24,9

17,7

15,4

10,7

14,9

22,9

20,0

3,0

9,0

15,0

21,0

27,0

33,0

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00

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17

1.291

1.025

1.354

1.076

1.316

1.148

1.842

1.285

1.840

1.925

1.650

920

1.020

1.120

1.220

1.320

1.420

1.520

1.620

1.720

1.820

1.920

2.020

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v/13

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3m

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13de

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte: Bloomberg, Bradesco

Posições não comerciais e preços internacionais de soja

Posições não comerciais e preços

internacionais de milho

Posições não comerciais e preços

internacionais de café

Acompanhamento das posições não comerciais

985,5

-160

-120

-80

-40

0

40

80

120

160

200

240

280

800

900

1.000

1.100

1.200

1.300

1.400

1.500

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n/14

fev/

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ar/1

4ab

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out/1

4no

v/14

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5no

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6ab

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/16

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l/16

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16se

t/16

out/1

6no

v/16

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16

US$ cents por bushel em mil contratos

preço soja

Posição não-comercial

16-ju

n-

369,75

-300

-200

-100

0

100

200

300

300

350

400

450

500

550

dez/

13ja

n/14

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4no

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15se

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5no

v/15

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6ab

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16se

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out/1

6no

v/16

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16

em mil contratosUS$ cents por bushel

preço milhoposição não comercial

134,35

-40

-20

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

240

dez/

13ja

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14m

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4ab

r/14

mai

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14ju

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Café

posição não comercial

US$ c / libra peso em mil de contratos

Fonte: Bloomberg, Bradesco

Fonte: Bloomberg, Bradesco

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte: Bloomberg, Bradesco

Posições não comerciais e preços

internacionais de açúcar

Acompanhamento das posições não comerciais

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100

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Preços AçúcarPosição não comercial

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SO

JA

Complexo Soja Da soja em grão produzida no Brasil, 60% do volume é exportado e 40% é destinado à moagem. O

processo de moagem resulta em 72% de farelo e 18% de óleo. Os 10% restantes são sementes e perdas. Do farelo produzido, 50% são exportados e do óleo, 20% são embarcados.

A soja é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 40%.

Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

No mercado doméstico, a soja é utilizada na fabricação de alimentos, como mortadelas e salsichas, e cerca de 80% são usados na fabricação de rações. A soja responde por 25% a 30% da ração de aves e suínos.

Países de destino Grão: 75,0% China, 10,0% Europa.

Farelo: 56,0% Europa, 14,0% Indonésia, 8,0% Tailândia.

Óleo: 48,8% Índia, 12,0% China. Sazonalidade Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e colheita se concentra entre fevereiro e maio. Regionalização Centro-Oeste: 46,0%; Sul 37,0%; 8,0% Sudeste; 5,0% Nordeste Ranking O Brasil é o segundo maior player global na produção, com 31,2%, atrás dos EUA, com 33,4%, mas é o

maior exportador, com 43,0% do total, seguido pelos EUA, com 38,2%.

Retrato do mercado

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O milho é base das rações para os principais tipos de criação. Na composição das rações, o produto representa:

64,0% da avicultura

65,0% da suinocultura

23,0% da pecuária de leite Países de destino As exportações de milho respondem por 32,0% do volume produzido. Os principais mercados de destino

são: 15,0% Irã, 10,0% Coréia do Sul, 9,6% Japão. Sazonalidade O milho tem duas safras: Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e a colheita se concentra entre fevereiro e

maio. Representa 40,0% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 45,0% Sul; 26,0% Sudeste; 13,0% Nordeste; 10,0% Centro-Oeste.

Safra de inverno: plantio ocorre entre fevereiro e junho e a colheita se concentra entre julho e novembro.

Responde por 60,0% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 64,0% Centro-Oeste; 24,0% Sul (somente Paraná); 7,0% Sudeste; 3,0% Nordeste (somente Bahia).

Ranking O Brasil é o terceiro maior produtor global, com 8,0% de participação no mercado e o terceiro maior

exportador, com 16,0% de participação.

MIL

HO

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O Brasil exporta 70,0% do café produzido, sendo 96,0% de café verde e 4,0% de café solúvel

A cultura de café tem elevados custos com mão de obra, que representam cerca de 52% dos custos totais, pois a maior parte da colheita é manual.

Países de destino Europa 50,3%, 21,6% EUA, Japão 6,7%. Regionalização Distribuição regional da produção de café arábica: 70,6% Minas Gerais 12,7% São Paulo 8,9% Espírito Santo 3,4% Bahia 2,7% Paraná

Distribuição regional da produção de café robusta: 65,6% Espírito Santo 14,3% Rondônia 15,7% Bahia 2,9% Minas Gerais Sazonalidade A florada do café ocorre entre setembro e novembro no Brasil. A colheita tem início em maio e se

estende até setembro. Ranking O Brasil é o maior player global, com participações de 33,0% na produção e de 27,0% na exportação. Os

demais players, como Vietnã e Colômbia, têm baixo consumo interno, ao contrário do Brasil, que responde por 14,0% do consumo mundial.

CA

Retrato do mercado

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O rebanho bovino nacional é estimado em quase 200 milhões de cabeças. O rebanho comercial para abate é estimado em 40 milhões de cabeças, ou seja, este é o volume de gado em idade e peso ideais para o abate. O restante do rebanho se divide entre vacas de leite, bezerros e boi magro.

As exportações respondem por 20,0% da produção nacional de carne bovina. Países de destino Os principais mercados de destino em 2015 foram: 19,4% Hong Kong, 14,4% Egito, 13,2% Rússia,

8,6% União Europeia, 7,2% Irã, 7,2% China e 6,9% Venezuela. Regionalização Os abates de bovinos têm a seguinte distribuição regional: 36,1% Centro-Oeste; 21,2% Sudeste; 20,8%

Norte; 11,5 Sul; 10,4% Nordeste. Ranking O Brasil é o segundo maior produtor global de carne bovina, com 16,3% de participação, antecedido

pelos EUA, que representam 19,2%.

O Brasil é o maior exportador mundial, com 20,0% do mercado. Sazonalidade O ciclo da pecuária bovina é longo – 2,5 anos, contando desde o nascimento do bezerro até o abate do

animal com aproximadamente 15 arrobas.

O sistema de criação de bovinos no Brasil é a pecuária extensiva, ou seja, o boi é criado solto no pasto, alimentado à base de capim.

O sistema de confinamento, que é a criação do boi à base de ração em pequenos espaços, responde por apenas 5,0% do total de abates.

A safra bovina ocorre no primeiro semestre do ano, no período de chuvas, quando há pastagens abundantes. Com maior oferta de boi para abate, os preços do boi gordo nesse período são mais baixos.

A entressafra bovina ocorre no segundo semestre, período da seca, quando o frio e as geadas secam as pastagens. O boi perde peso e há menor oferta de boi para abate. Como consequência, os preços se elevam nesse período, pois a oferta é maior de boi de confinamento, cujo custo de produção é mais elevado. No pico da entressafra (outubro) ocorre o maior abate de boi macho confinado.

Nos confinamentos há dois turnos: 1º turno: aloja o boi magro entre maio-junho e entrega em agosto-setembro 2º turno: aloja o boi magro em agosto-setembro e entrega em novembro-dezembro

BO

I Retrato do mercado

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Complexo Sucroalcooleiro Da cana-de-açúcar produzida no Brasil, 47,0% se destinam à produção de açúcar e 53,0% à produção

de etanol.

O açúcar tem a seguinte destinação: 70,0% exportação e 30,0% mercado doméstico. O etanol tem a seguinte destinação: 6,0% exportação e 94,0% mercado interno.

Do total de etanol produzido, o hidratado representa 60,0% (usado como combustível nos carros flex fuel) e o anidro, 40,0% (misturado à gasolina na proporção de 20,0% a 25,0%).

O açúcar é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 70,0%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

Países de destino Açúcar: 10,4% China, 10,3% Bangladesh, 6,8% Argélia, 6,3% Índia. Etanol: 49,2% EUA, 25,2% Coreia do Sul. Sazonalidade A cana é uma cultura perene, pois o tempo entre o plantio e a colheita é de 18 meses, e da mesma

planta é possível fazer até 6 cortes, em média.

O período de colheita da ocorre entre abril e novembro. Nesse período, as usinas operam 24 horas. Entre os meses de janeiro e março as plantas industriais são desmontadas para manutenção.

O Brasil é o único grande player mundial com safra no primeiro semestre do ano. Os demais produtores relevantes (EUA, Europa, Índia, Tailândia e Austrália) têm início de safra a partir do segundo semestre.

Regionalização 65,0% Sudeste; 16,8% Centro-Oeste; 10,3% Nordeste; 7,3% Sul. Ranking O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com participação de 20,3%. Os demais players são:

Índia 16,6%; União Europeia 9,4%; Tailândia 6,3%.

O Brasil é o maior exportador, com participação de 43,4% no mercado global. Os demais exportadores são: Tailândia 16,1%; Austrália 6,7%.

Os maiores produtores mundiais de etanol são: 57,5% EUA e 27,7% Brasil.

ÚC

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Retrato do mercado

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Economistas: Ana Maria Bonomi Barufi / Andréa Bastos Damico / Ariana Stephanie Zerbinatti / Constantin Jancso / Daniela Cunha de Lima / Ellen Regina Steter / Estevão Augusto Oller Scripilliti / Fabiana D’Atri / Igor Velecico / Leandro Câmara Negrão / Marcio Aldred Gregory / Myriã Tatiany Neves Bast / Priscila Pacheco Trigo / Regina Helena Couto Silva / Thomas Henrique Schreurs Pires Estagiários: Alexandre Stiubiener Himmestein / Bruno Sanchez Honório / Christian Frederico M. Moraes / Fabio Rafael Otheguy Fernandes / Felipe Alves Fêo Emery de Carvalho / Mariana Silva de Freitas / Rafael Martins Murrer

Fernando Honorato Barbosa – Economista chefe

O DEPEC – BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO).

Equipe Técnica

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