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FIM DE SEMANA, 28 E 29 DE MAIO DE 2016 EDIÇÃO Nº 31 FIM DE SEMANA, 28 E 29 DE MAIO DE 2016 EDIÇÃO Nº 31 Sem carne na mesa Páginas 6 e 7

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FIM DE SEMANA, 28 E 29 DE MAIO

DE 2016

EDIÇÃO Nº 31

FIM DE SEMANA, 28 E 29 DE MAIO

DE 2016

EDIÇÃO Nº 31

Sem carne na mesa

Páginas 6 e 7

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Tiago Bald

Profissão: jornalista

QUEM FEZ ESTA EDIÇÃ[email protected]

Direção Editorial e Coordenação: Fernando Weiss - Produção: Tammy Moraes - Arte: Gianini Oliveira e Fábio Costa -

Foto de capa: Carolina Leipnitz Fotografia - Tiragem: 7.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística)

Eu curtoAgenda deeventosAgenda de

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Pratas da Casa AcústicoLocal: Teatro do Sesc.

Horário: 20hA edição de junho do

Pratas da Casa Acústico apresenta o artista Mar-cos Guimarães, que toca os sucessos de seu CD, Quiet Songs, com clássi-cos do rock e pop rock. A apresentação instrumen-tal terá participação de convidados especiais.

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Ballet da RússiaLocal: Teatro do Cen-

tro Cultural Univates. Horário: 20h

O ballet da Rússia de-sembarcou em São Paulo em abril para turnê que passará por diversas cida-des brasileiras. A iniciati-va de trazer a companhia ao Brasil é do produtor Augusto Stevanovich com apoio do Ministério da Cultura da Rússia. A sua intenção faz parte de uma campanha de popu-larizar o ballet russo em todo o Brasil e preservar a herança da coreografia daquele país, bem como da Europa Ocidental.

Inspire-se

O que proporciona?Sou um entusiasta das artes. Música, cinema, litera-

tura, teatro. Acredito que elas humanizam, nos fazem conhecer a história, ampliam nossas percepções sobre o mundo e até mesmo alteram convicções. É entreteni-mento formidável, nos faz rir e chorar. Costumo dizer que assistir a um bom filme está entre os grandes pra-zeres do mundo.

Como iniciou a atividade?Foi por influência dos meus pais, Enio e Noemi.

Com 35 anos, sou da geração em que o videocassete era novidade, no começo dos anos 90. Lembro como se fosse ontem: eu acompanhando meus pais às locadoras da cidade. Voltávamos para casa, nos fins de semana, com seis ou sete fitas para assistir. Na adolescência e pós, com opção pelo curso de Jornalismo, essa paixão se acentuou. E bagagem de filmes assistidos foi se am-pliando.

Como concilia com a rotina?Costumo assistir a filmes e trabalhar no Picanha Cul-

tural à noite e nos fins de semana, em meus horários de folga. Tenho um trabalho que amo e, para minha sorte, me possibilita essa conciliação tranquilamente.

Aconselharia outras pessoas a praticar também? Por quê?

Sempre. Assistir a filmes é ampliar os conhecimen-tos, estabelecer conexões com outras culturas e épocas. É valorizar as formas de arte. Estar disposto a isso é também se educar.

CinemaAssistir a filmes é prática rotineira na casa do lajeaden-

se Tiago Bald, 35. A coleção de DVDs cresce a cada dia. Como resultado da paixão pela sétima arte, montou o blog Picanha Cultural, em parceria com o amigo Hen-rique Sulzbach. No endereço on-line, fazem resenhas de filmes, séries, CDs e peças teatrais. Entre os gêneros mais apreciados pelo cinéfilo, estão os clássicos e obras europeias, orientais e sul-americanas.

(...) assistir a um bom filme está

entre os grandes prazeres do

mundo.”

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Blusa feminina Anselmi

Blusa feminina Anselmi

Casaco feminino Facinelli

Casaco feminino London Coutur

Jaqueta feminina Alpelo

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Roupas da Loja Star Modas

Sem erro Coluna

“Olha que coisa mais lindaMais cheia de graçaÉ essa meninaQue vem e que passaNum doce balançoA caminho do mar[...]

Nos primórdios da civilização ocidental, o comércio de rua se dava nas ágoras (“praças” gregas, utilizadas para o comércio, mas também para a discussão filosófica), também nos fóruns roma-nos (“praças” utilizadas para o comércio, peças teatrais, brigas de animais, festas, entre outras atividades). As grandes navegações per-mitiram a formação de grandes feiras de produtos importados. Com o desenvolvimento do comércio, essas feiras deixam de ser efêmeras e passam a se tornar permanentes. Em alguns casos, as ruas ganham coberturas e surgem as galerias.

Quem acompanha esta coluna já sabe que a arquitetura prima pela necessidade de ter uma correlação direta com a situação na qual ela é construída, ou seja, a arquitetura tem que responder aos problemas atuais. Uma versão atualizada disso é o shopping center, pois as semelhanças são muitas.

O comércio continua; o teatro pode até ter, mas hoje são mais populares os cinemas; as brigas de aninais não existem mais, mas há espaços para apostas e desafios nos vídeogames e espaços de lazer nos parques in door; a comida também se mantém, apenas foi atualizada.

A grande diferença é que hoje isso não acontece mais nos centros. Esses centros de negócios são instalados nas regiões periféricas das cidades, o que tem o aspecto positivo de aliviar o fluxo de pessoas no centro, mas que tem como aspecto negativo o mesmo ponto, ou seja, ao esvaziar o centro, tira-se a essência da sua própria subsistên-cia, da sua vida.

Se o velho argumento que o shopping é bom porque é seguro (e não está errado pensar assim), o agito do comércio de rua é o que nos dá a segurança. Quanto mais pessoas vivenciarem o centro e seu comércio, mais segurança teremos. Mas não basta termos apenas comércio nas ruas e tampouco um comércio especializado. É neces-sário diversidade!

Precisamos de moradias, comércio diurno e noturno (vespertino), precisamos de fluxo de pessoas indo e vindo também após às 18h, quem sabe até as 22h. Escolas, bares, farmácias, padarias, moradias, serviços, cinema, espaço cultura e tudo mais que puder atrair públicos distintos a maior parte do tempo. Cada qual com seu sistema de climatização tão comum em regiões de clima frio como a nossa.

Comércio de ruaCasacos a postos

Os dias frios vieram para ficar e é hora de escolher as peças que me-lhor ajudam a aquecer o corpo. Os blusões são opção certeira para

usar por baixo do casaco. Aposte nas cores básicas, que combinam com tudo. O casaco de lã é um dos preferidos para fazer sobrepo-sição. Em cores sóbrias, ele dá abertura para ousar em outras peças do look.

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DIVULGAÇÃO

Blusa femini

Blusa femini

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Sociedade

De olho no palco

Ana Mafassioli Dullius (esq.) e Lia Dullius marca-ram presença na semana passada no Centro Cultural Univates. A dupla prestigiou a peça Frida Kahlo – À Revolução, que conta a história da artista.

LançamentoLaerte Lagermann, Ali-

ce Lagemann, Nadine Lagemann e Felipe Kuffel estiveram no lançamento da Expovale 2016 (foto 1, da esq. para a dir.). Daiane Fontana (esq.) e Fernanda Calvi também prestigia-ram o evento (foto 2).

Novo espaçoLuisa Ely e Bruno Martines pres-

tigiaram a inauguração do Marreta, pub de Lajeado, na semana passada.

A proprietária da Maçã com Canela, Pa-trícia Becker, junto de Ariana Horn, Camila Henz e Bruna Soares, recebeu clientes e ami-gos na comemoração de dois anos da loja (da esq. para a dir.).

Comemoração

LISIANE DA SILVA

FERNANDA TAVARES

FOTOS ANDERSON LOPES

TAMMY MORAES

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Prática do

veganismo ganha

adeptos e coloca

Lajeado no mapa

estadual dos

defensores desse

estilo de vida

Comportamento

Um olhar sobre o sofrimento animal

Um prato variado. Co-lorido e sem carne. Difícil de pensar. Talvez sim, em espe-

cial para o estado que mais con-some carne vermelha no país. Na terra do churrasco, famílias que defendem uma nova rela-ção com os alimentos buscam espaço e apresentam alternati-vas para tornar as refeições mais saudáveis e saborosas.

A primeira edição da Feira Vegana de Lajeado ocorreu no sábado passado com visitantes de todo o estado. Das 10h às 17h eles puderam descobrir novos sabores, participar de rodas de conversa e assistir a show musical acústico. O intuito do evento era desmis-tificar a alimentação livre de derivados de animais.

Das bancas da feira, duas eram dos organizadores, Jéssica e Odilom Surya, produtores de sabonetes, cosméticos naturais e doces veganos. Segundo Jés-sica, o resultado da iniciativa foi gratificante. “Todos fizemos boas vendas e novos relacio-namentos comerciais.” Mas o mais frutífero foi a troca de co-nhecimentos acerca de uma ali-mentação alternativa. “Ficamos surpresos com o tanto de vege-tarianos e veganos da região que não se conheciam.”

Para Surya, é importante fazer contatos e perceber que não se está sozinho dentro do movi-mento. “Quem vai contra o con-vencional sofre críticas e é preci-so estar preparado para isso.”

Segunda Carolina Leipnitz, uma das organizadoras, par-

ticipar da feira era forma de descobrir como se alimentar melhor, sem danificar o corpo e o ambiente.

Para ela, o evento superou as expectativas, principalmente se considerar o tempo chuvoso que poderia atrapalhar o pú-blico. “Mas no meio da tarde o sol apareceu e todos puderam circular no local.” Ver as rodas de conversas cheias de pessoas interessadas em ouvir e trocar experiências valeu os esforços para realizar a feira. “O ar inti-mista, nosso objetivo, deixou tudo mais acolhedor.”

A primeira roda ocorreu no início da tarde, com Márcia Ferrari e Helena Weizenmann, representantes dos agroecolo-gistas de Forqueta, Arroio do

Meio. Ambas fazem parte de um grupo de agricultores fun-dado faz 17 anos. Têm horta no distrito, com variedade de horta-liças e frutas. O serviço funciona

no formato de “colhe e pague”, onde disponibilizam chapéus e cestas para os clientes.

O primeiro passo é levá-los para conhecer a horta e o que há nela. Explicam o funciona-mento e os acompanham para colher o que quiserem. Segundo Márcia, quem procura o serviço preza por consumir somente alimentos orgânicos. “Temos certificação e quem quiser pode saber a origem da plantação e os

insumos utilizados.”Durante a conversa na feira,

Márcia se surpreendeu com a participação do público. Es-tavam interessados em saber como iniciaram o grupo e o que os motiva. A alimentação saudável também foi pauta do encontro. “Os produtos orgâ-nicos nunca estiveram tão em alta”, considera.

Alimentação vivaem família

Cloe Schneider liderou uma das rodas de conversa do even-to. Mãe de quatro filhos, buscou a alimentação viva (consumo de alimentos crus, grãos germi-nados e frutos frescos e secos) como forma de manter a saú-de da família. “Percebi o quão comum se tornaram doenças como o câncer. Queria uma for-ma de proteger meus filhos.”

Há dois anos, iniciou pesqui-

sas sobre formas de mudar a alimentação. A culinária viva, aplicada hoje na rotina, é a ali-mentação do futuro, afirma. Seus efeitos foram comprova-dos nos integrantes da família de Cloe. “A gente se sente bem, feliz e muito mais disposto para aproveitar o dia.”

Aliada ao consumo somente de alimentos orgânicos, a ali-mentação crua regenera o cor-po, afirma Cloe. Segundo ela, é comum pensarem que quem segue o movimento vive só de

Mudar o paladar

é questão de

persistência.”

Cloe Schneider

PAULO FREITAS

Em exposição na feira, estavam alimentos, cosméticos e bolsas. Tudo seguindo o padrão vegano. Segundo os organizadores, todos venderam bem e estabeleceram contatos com pessoas que dividem os mesmos ideais

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Confisco

Coluna

Francisco Tostes

cirurgião- plástico

Depois da maioridade da ditadura militar, veio a melhor idade das “diretas já” e outros engodos sucedâneos quando a ministra Z

confiscou as poupanças do povo por ordens colori-das e meladas.

O povo ficou ensandecido pelo desaforo na pe-gada de merrecas dos pobres e os bancos ficaram reféns da moderna ditadura, branda e silenciosa, de um homem que perdeu seu mandato e direitos políticos pelo tempo regulamentar. Mas hoje ele é senador da República. Agora um novo confisco.

Quando os interessados mordem os cofres públi-cos, sempre falta dinheiro para a saúde, a educação e a segurança insegura deixam a desejar. Ao mes-mo tempo, já se pensa em poupança fraterna. Ao mesmo tempo, obras faraônicas são construídas e superfaturadas. Ao mesmo tempo em que compras e vendas, vendas e compras escandalizam o país e ne-gociatas espúrias com sombras escusas se oferecem quando uns fogem e ficam e outros voltam e ficam, mas detentos não são detentos, mas sempre atentos, têm pena reduzida ou relaxada.

Ao mesmo tempo em que gente pobre entra na política enriquece do dia para noite. Quatro ou cin-co anos bastam para serem milionários. Esse milagre causa inveja a Jesus de Nazaré na multiplicação dos peixes.

Até quando vamos assistir aos recursos se esgotan-do pelo ralo da perdição? É quando astutos políticos alcançam com a mão D e recolhem com a mão E.

Como filho da pátria amada idolatrada, estou me sentindo lesado como qualquer pagador de im-postos, numa terra onde uns perdem cabelos para sobreviver e outros os im-plantam por vaidade. Salve Salve, Brasil varonil!

salada. Mas há infinidades de pratos que podem ser prepara-dos dentro da premissa, como queijos, pães e doces, conta.

A adaptação em casa foi fácil, pois a família já era vegetaria-na, lembra. Mas tudo ocorreu aos poucos. “Mudar o paladar é questão de persistência.” O exemplo dos pais é parte im-portante, considera. A primeira ação foi eliminar da dieta os ali-mentos industrializados, com-prados em supermercado. Nada de corantes e conservantes.

A rotina alimentar inicia pela manhã, com suco verde e algas, que dão sensação de saciedade e nutrem o corpo. Para Cloe, tomar esse suco é o primeiro passo para quem quer mudar os hábitos alimentares. No almoço, arroz integral, feijão e muita co-mida verde, rica em cálcio, mag-nésio, zinco, potássio e ferro.

Cloe pensava ser a única em Lajeado a seguir a alimentação viva. Mas acabou descobrin-do outros e assim pôde trocar conhecimentos e dicas. O mo-vimento tem poder de mudar hábitos até fora da alimentação, comenta. “Passei a me preocu-par mais com o ambiente e a ter mais inclinação ao veganismo.”

Desafios do ativismo vegano

Roger D’Oliveira contou ao público sobre os percalços e ale-grias dos seus 12 anos de vega-nismo e ativismo pelos direitos dos animais. Em 2004, quando iniciou a militância, não imagi-nava que o movimento ganharia as proporções de hoje.

Quando começou, a ideia era pouco difundida. Na região, não conhecia alguém vegano. Os produtos que seguiam a premis-sa dificilmente eram encontra-

dos nos supermercados. A famí-lia estranhou e de início resistiu aos ideais de D’Oliveira. “Foi uma época difícil, mas resolvi persistir mesmo sozinho.”

Ele realizava manifestações em eventos com cartazes e dis-tribuição de panfletos contra o uso de pele e de animais em circos e rodeios. Isso lhe ren-deu perseguições no trabalho e em casa. Depois de ter a vida pessoal e profissional afetada, decidiu seguir com a militân-cia de outra maneira.

A intenção era propagar os ideais do veganismo. E deu cer-

to. O primeiro churrasco vegano foi promovido por ele, em 2012. O público foi o dobro do espe-rado. “Eu senti que não estava mais sozinho.” Segundo ele, a expansão da comunidade de pessoas simpáticas à causa é motivadora para permanecer na militância.

D’Oliveira conta ter aprendi-do que não vale a pena “bater de frente” com a indústria alimen-tícia. O importante para o movi-mento agora é demonstrar amor pelos animais. “Muito mais que apontar erros, precisamos bus-car soluções.”

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Os alimentos orgânicos ganharam a vez durante a feira. Representantes dos agroecologistas de Forqueta realizaram venda e roda de conversa sobre alimentação saudável

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