Akademicos 42

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Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1341, de 25 de Março de 2010 e não pode ser vendido separadamente. Ak adémicos 42 FOTO: DAVID SINEIRO Carminho Fadista “O fado esteve sempre presente na minha vida” 06 e 07 Oportunidades e desafios em rede 04 e 05 Mercado de trabalho

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N. 42 do Jornal Akademicos

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Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1341,de 25 de Março de 2010 e não pode ser vendido separadamente.

Akadémicos42

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CarminhoFadista

“O fado esteve sempre presente na minha vida”

06 e 07

Oportunidades e desafios em rede 04 e 05

Mercado de trabalho

música26 de Março, 21:30Campo Pequeno, LisboaAlphavilleAlphaville em Lisboa no próximo dia 26 de Março. Inacreditável? É o concerto mais esperado pelos fãs dos anos 80… Os donos de Forever Young – uma das baladas mais co-nhecidas - vêm apresentar uma festa dançante no Campo Peque-no, ao som de êxitos como Big in Japan, Sounds Like A Melody, Jet Set, ou Dance With Me. Depois de festejarem 25 anos de existência, os alemães vêm até Lisboa mostrar o melhor do techno pop alemão.

01 de Abril, 21:30Campo Pequeno, LisboaDiabo na CruzVirou! é o nome do novo do álbum de Diabo na Cruz, um quinteto cria-do em 2008 por Jorge Cruz, a quem se juntam Bernardo Barata (voz e baixo), João Gil (teclados), João Pi-nheiro (bateria) e B Fachada (viola e vozes). No Campo Pequeno, em Lisboa, apresentam o seu primeiro álbum, um disco de rock que vai ao encontro do folclore e da música tradicional portuguesa. Este é um registo original e cheio de ritmo, que obteve grandes elo-gios da crítica.

7 de Abril, 22:00Cinema S. Jorge, LisboaMaria De Medeiros e The Legendary TigermanThe Legendary Tigerman é o convidado es-pecial de Maria de Medeiros no concerto de apre sentação do seu novo álbum, Pe-nínsulas & Continentes. O músico acom-panhará a actriz e intérprete portuguesa em These Boots Are Made For Walking – música integrante do seu álbum, Femina. No dia seguinte, Maria de Medeiros vai apresentar o seu novo trabalho de origi-nais no Auditório Municipal de Gaia, mas, desta vez, sem a presença de Paulo Furtado. Já à venda, os bilhetes para Lis-boa custam entre 18 e 30 Euros, enquanto para o espectácu-lo de Gaia têm o preço único de 10 Euros.

música5 de Abril, 21:30Pequeno Auditório, Centro Cultural e Con-gressos, Caldas da RainhaO Laço Branco O Laço Branco, de Michael Haneke, é um fil-me alemão que tem vindo a arrebatar vários prémios internacionais. A película retrata uma escola rural alemã em 1913, local de castigos rituais. Será que os rituais tem um efeito sobre o sistema escolar e são um pre-cursor do fascismo? Este é um filme sobre as sementes da violên-cia e do nazismo. O realizador recebeu no Festival de Cannes, a Palma de Ouro para Melhor Filme.

02 JORNAL DE LEIRIA 25.03.2010

DORA MATOSUma agenda do mês

Director:José Ribeiro [email protected]

Director adjunto:João Nazá[email protected]

coordenadora de RedacçãoAlexandra [email protected]

coordenadora PedagógicaCatarina [email protected]

apoio à EdiçãoAlexandre [email protected]

secretariado de RedacçãoDora Matos, Filipa Araújo

Redacção e colaboradoresÂngela da Mata, Anne Abreu, Carla Silva, David Sineiro, Diana Almeida, Dora Matos, Filipa Araújo, Ivo Santos, Joana Roque, Juliana Batista, Mariana Rodrigues, Maria Pereira, Nadir Silva, Sara Vieira, Tiago Figueiredo

Departamento GráficoJorlis - Edições e Publicações, LdaIsilda [email protected]

maquetizaçãoLeonel Brites – Centro de Recursos Multimédia ESECS–[email protected]

Presidente do instituto Politécnico de LeiriaNuno [email protected]

Director da EsEcsLuís Filipe [email protected]

Directora do curso de comunicação sociale Educação multimédiaAlda Mourã[email protected]

Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do IPL e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.

[email protected]

Vai lá, vai... Nos nossos dias, a empregabilidade e a procura de emprego reveste-se de contornos que são claramente distintos dos típicos de há alguns anos atrás. O conceito de “emprego para toda a vida” deixou de ser uma realidade e a mobilidade entre funções desempenhadas na empresa ou entre empregos é cada vez mais frequente. Este paradigma conduz a maiores exigências em termos de qualificação e de versatilidade de quem procura emprego, sendo as entidades de sistema científico e tecnológico, e em particular de ensino universitário e politécnico, um forte aliado dessa qualificação, através da maior adaptação dos planos curriculares dos diversos cursos que ministram. Do ponto de vista das entidades empregadoras, a fonte de know-how que advém dos diversos colaboradores, por vezes multifacetados, pode conduzir a um esforço adicional de estabilização das equipas de trabalho internas. O Instituto Politécnico de Leiria, desde a sua origem, sempre primou pela forte proximidade com o tecido industrial, o que

permitiu desde cedo, e ainda permite, uma identificação das necessidades de colaboradores qualificados por parte das empresas com o perfil dos seus diplomados. Embora os níveis de empregabilidade se verifiquem mais generosos em áreas tecnológicas e das ciências empresariais, a generalidade dos diplomados do IPL encontram à sua disposição diversos mecanismos de procura e criação de emprego. A bolsa de emprego e o centro empreendedor do IPL, onde o incentivo à implementação do próprio negócio é fomentado e acompanhado, são apenas alguns exemplos. No âmbito das temáticas da inovação, tecnologia, formação e emprego, o IPL, em parceria com a Exposalão-Batalha, realiza nos próximos dias 25 a 28 de Março, o FITEC 2010 – Fórum de Inovação Tecnologia e Emprego. Neste certame, os visitantes poderão conhecer o IPL através de uma mostra do conhecimento, tecnologia e investigação que se faz na instituição.

abertura

Leopoldina alvesDirectora do Centro de Transferência e

Valorização do Conhecimento (CTC)Instituto Politécnico de Leiria

DRDR

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03JORNAL DE LEIRIA 25.03.2010

Está a dar

Nos dias 16, 17 e 18 de Abril, a Tum’Acanénica vai organizar a 13ª edição da Real FesTA, o já tradicional festival de tunas académicas em homenagem a D.Dinis – o Trovador. Para quem não co-nhece, a Real FesTA trata-se de um festival de tunas mis-tas que, ao longo das 12 edi-ções anteriores, tem vindo a assegurar um lugar “cativo” na programação cultural da cidade e no panorama tu-nante nacional.

O evento contará com cer-ca de 200 participantes, que durante três dias, tomarão

de assalto a cidade de Leiria. Estarão presentes diversas tunas convidadas tais como a Viriatuna (Viseu), a EnfTu-na (Portalegre), TAUA (Aço-res) e a VicenTuna (Lisboa), que irão representar diversos pontos de Portugal. O elenco ascenderá ao palco do Teatro José Lúcio da Silva, no dia 17 de Abril, pelas 21:00. O es-pectáculo encerrará com a actuação da tuna anfitriã – a Tum’Acanénica – Tuna Mista da Escola Superior de Educa-ção e Ciências Sociais do Ins-tituto Politécnico de Leiria, que se prepara para come-

morar o seu 15º aniversário, já em Maio deste ano. O tema escolhido deste ano designa-se como “A Evolução da Espé-cie – A História das Tunas”. É pretendido desta forma demonstrar uma clara evo-lução pelos séculos da His-tória desta manifestação artística e cultural. Os bi-lhetes estarão à venda no próprio Teatro José Lúcio da Silva com preços entre 3 (estudantes)e 5 Euros (res-tante público).

A organização promete “originalidade” para esta 13ª edição da Real FesTA.

O Estádio Dr. Magalhães Pessoa, recebeu, no dia 14 de Março, a segunda edição do Projecto Mini-Craque. O Mini-Craque é um evento des-portivo na área do atletismo, desenvolvido com o objectivo de descobrir novos talentos e implementar o gosto pela prática da modalidade. Nataniel Lopes e João Nuno, alunos da ESECS, fina-listas do curso de Desporto e Bem-Estar, tiveram a oportu-nidade de organizar a segun-da edição do Mini-Craque, no âmbito da unidade curricu-lar de Estágio a decorrer no

clube desportivo Juventude Vidigalense, responsável pelo projecto. A ideia inicial partiu do professor Paulo Reis, antigo docente na ESECS, treina-dor e um dos directores do clube desportivo Juventude Vidigalense, que justifica a iniciativa com o facto de se ter dado conta, que muitas crianças não praticam des-porto fora do ambiente es-colar. No clube trabalham professores de educação físi-ca que lhe foram dando con-ta desta situação, levando-o a agir, explica.

O Mini-Craque destina-se a estudantes do 3º e 4º ano de escolaridade, “idade em que as crianças já têm algu-ma coordenação motora” ar-gumenta Nataniel Lopes. O aluno refere ainda que mui-tas crianças podem ter talen-to para a modalidade sem o saberem. Corrida de quarenta me-tros, lançamento de vortéx, salto em comprimento e cor-rida de resistência… o even-to englobou áreas do atletis-mo, que segundo Nataniel, são por vezes desconhecidas do público.

O projecto contou com duas fases. Uma de pré-se-lecção das crianças partici-pantes dentro das escolas e a final que se realizou no Está-dio Municipal Dr. Magalhães Pessoa. O autor da ideia Pau-lo Reis, afirma terem partici-pado no evento cerca de 400 crianças de 31 escolas, o que é um dado demonstrativo do sucesso da iniciativa, conclui. Apesar de já ter existido uma primeira edição do Mini-Cra-que “esta foi muito melhor”, acrescenta. Paulo Reis salienta ainda que o trabalho dos estagiá-

rios foi fundamental para o sucesso do projecto e expli-ca que eles foram o elo de ligação entre o clube e as escolas, para além de terem dado “mais dinamismo ao evento”. Nataniel Lopes justifi-ca o empenho com o gosto pela actividade, segundo o aluno “a partir daí as coisas acontecem naturalmente”. Frisa mesmo que os estagi-ários, “respeitando a dinâ-mica de funcionamento da instituição, podem e devem ter um papel activo” junto dos respectivos centros.

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mini-craque descobre talentos

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Festival de Tunas

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Real FesTa está de volta

04 JORNAL DE LEIRIA 25.03.2010

Está a dar

As novas tecnologias po-dem ser uma poderosa ferra-menta de articulação com o mercado de trabalho. Por um lado, a existência de um número crescente de portais de emprego, alguns especializados por área (como é o caso do Carga de Trabalhos que disponibiliza anúncios de emprego na área da Comuni-cação), potencia a divulgação e disseminação das ofertas de trabalho, comunicando com os públicos de forma cada vez mais orientada. Por outro, a possibilidade de criação e partilha de por-tefólios digitais, currículos e vídeo-currículos, permite, aos candidatos, inovações nos modos de se dar a conhecer ao mercado. Tiago Lapa, soció-logo e docente na ESECS, ex-plica que, ainda que os canais de procura de emprego conti-nuem a ser importantes e se verifiquem variações no im-pacto da tecnologia consoan-te o sector de actividade, são possibilitadas “formas criati-vas de marketing pessoal”. Páginas pessoais em blo-gues ou redes sociais como o Facebook, o Myspace ou o Twit-ter podem também constituir factores de diferenciação no

mercado de trabalho, eviden-ciando perfis, hobbies, áreas de interesse e competências, aumentando as possibilidades e o alcance da comunicação, facilitando a criação de redes de contactos e criando um potencial acrescido de inte-racção entre empregadores e candidatos. A empresa de telecomuni-cações Optimus, por exemplo, lançou durante o mês de Mar-ço uma campanha de recru-tamento exclusiva para uti-lizadores do Facebook. O inte-ressado deveria tornar-se “fã” da página da Optimus nesta rede social, e disponibilizar o seu currículo como resposta ao anúncio de emprego. Tiago Lapa explica ain-da que há pesquisas que re-velam que indivíduos com muitos laços fracos (com muitos conhecidos) “têm uma maior probabilidade de obter informações relevan-tes sobre as oportunidades que aparecem no mercado de trabalho do que um in-divíduo com poucos laços fracos”. Um fenómeno que o docente indica não ser novo mas poder ser acentuado pe-las redes sociais. “Sites como o Facebook podem constituir

um meio poderoso para am-pliar a nossa rede de laços”. Nuno Pais, 32 anos, a actu-ar na área da auditoria, revela que a sua presença nas redes, especialmente no Linkedin, onde vai registando o seu cur-rículo, tem permitido divul-gar o seu percurso nacional e internacionalmente. Ainda que refira não ter activamen-te procurado emprego, a sua presença neste espaço social especialmente vocacionado para partilhas de perfis profis-sionais, já fez com que lhe che-gassem algumas propostas. As empresas de recruta-mento são exemplo de enti-dades que contactam de perto com os candidatos e que uti-lizam muitas das funcionali-dades das novas tecnologias. Sofia São João, consultora da Unidade Sul da Factor H, caracteriza a empresa como sendo um intermediário entre o candidato e a entidade em-pregadora, responsável por desenvolver processos de re-crutamento e avaliações psi-cológicas de candidatos para várias outras entidades. Segundo explica, a Factor H não se encontra represen-tada em nenhuma rede social, por considerar que o seu grau

de internacionalização/ pú-blico-alvo, não o justifica. As-sim, Sofia São João, refere que a relação da empresa com as redes sociais (nomeadamente o Linkedin, especialmente de-dicado a relações profissionais) é meramente “exploratória”, pois sempre que possível ou se solicitado pelo cliente, é fei-ta uma pesquisa que assenta numa lógica de confirmação de alguns dados, verificação de recomendações, e eventual-mente na procura de uma ex-periência muito específica que possa ajustar-se às pretensões do cliente. Ainda assim, Sofia São João salienta que não há contratações feitas totalmente com base neste método. Neste sentido, a Consultora de Recursos Humanos afirma que “acompanhando a normal evolução tecnológica, é evi-dente que cada vez mais esta será uma porta (mais uma) que poderá servir o objectivo das empresas de Recrutamen-to Humano, facilitando a in-teracção directa entre quem recruta e quem é recrutado”, sublinhando, no entanto, “a importância de outras fases, de carácter presencial, que se revestem de extrema relevân-cia em todo o processo” .

A Internet e as Redes Sociais vieram

para ficar. Colocam empregadores e candidatos em

rede, criando novas oportunidades,

mas também novos desafios

na construção de percursos e na gestão

de informação.

online com empregadoresnovas Tecnologias

TExTo: DaviD sinEiRo, Diana aLmEiDa, maRia PEREiRa

Konsumo Obrigatório

Situada na praça Rodrigues Lobo em Leiria e com portas aber-tas desde Novembro, a recente loja Enjabonarte vende sabonetes confeccionados através de um processo tradicional de empaste a frio. Porque a pele é o órgão do corpo em que os outros mais repa-ram, esta nova loja vende 21 di-ferentes tipos de sabonetes, para que cada cliente possa eleger o seu

favorito e “ensaboar-se com arte”, tal como refere Diogo Teles, o pro-prietário da loja em Leiria. Elaborados a partir de azeite e de glicerina, estes sabonetes têm como “função essencial a hi-dratação”, salienta Diogo Teles. Morango, karité, coco, argilas do Mar Morto, aloé vera e chocomint são algumas das opções que esta loja coloca ao dispor dos clientes “com produtos naturais, feitos artesanalmente”, acrescenta. Enjabonarte nasceu em Espa-nha, onde são confeccionados to-

dos os produtos. Começou por ser um negócio de família que mais tarde foi expandido e que em 2000 chegou a Portugal, inaugurando a sua primeira loja na cidade do Por-to. Coimbra foi a segunda cidade a receber a arte dos “mestres sabo-neteiros”, como refere o proprietá-rio da loja em Leiria. Além dos sabonetes, esta loja vende também sais de banho, champôs, cremes corporais, atafo-nas (tipo de sais de banho que po-dem ser usados como creme hidra-tante), saboneteiras, luvas esfolian-

tes e bombas efervescentes, “que foram o grande produto sensação do Natal”, sublinha Diogo Teles. Este é um novo conceito ao qual têm aderido principalmen-te mulheres entre os 30 e os 50 anos de idade, no entanto tam-bém os homens se têm revelado apreciadores dos produtos. A loja dispõe de ofertas conso-ante as ocasiões: casamentos, dia dos namorados ou dia da Mãe, para quem gosta de oferecer um presente com glamour. Uma loja perfumada.

Ensaboar-secom arte

05JORNAL DE LEIRIA 25.03.2010

JOANA ROqUE, JULIANA BATISTA E CARLA SILVA

FOTO

: LUÍ

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MEI

DA

Normalmente, num processo de recrutamento a empresa reúne com o cliente e desenvolve o processo, de-finindo o perfil da função, delineando as características que o cliente procu-ra no candidato. Redige o anúncio, pu-blica-o e recebe os currículos, fazendo a triagem, as convocatórias, fazendo provas escritas, realizando as entre-vistas e redigindo os relatórios finais. Assim, no recrutamento, entre todas as candidaturas, apenas 3 a 5 pessoas são apresentadas ao cliente que as en-trevista e selecciona.

Moeda de duas faces Mas, se as redes sociais trazem con-sigo novas formas de actuar por parte de candidatos e empregadores, poden-do constituir mais uma ferramenta estratégica na procura de oportunida-des, um pouco por todo o lado são rela-tados episódios que levantam também novas questões, nomeadamente, ao nível da gestão de informação. Quando uma finalista decidiu par-tilhar no Twitter a sua experiência de

estágio, mal sabia que esses mesmos twits seriam lidos e mal vistos pela en-tidade receptora. A ex-aluna revela que durante o seu estágio as redes sociais eram en-caradas como um meio onde poderia acompanhar os seus colegas, conhe-cendo as experiências de cada um na-quela nova etapa da vida académica, e tal como eles, também ela partilhava as suas primeiras impressões relativa-mente ao mundo do trabalho. Refere que com a passagem dos dias e algum desânimo relativamente à actividade, a sua presença no Twit-ter se foi intensificando, interagindo com os colegas, como se no pátio da escola estivessem: “relatei momentos caricatos passados no estágio mas também em casa, no autocarro en-fim, coisas banais que poderiam ser incluídas numa conversa normal do dia-a-dia”, argumenta. A questão gerou um conflito com a empresa. Numa situação em que ad-mite dever ter tido mais cuidado, con-sidera também ter havido uma inter-

pretação excessiva dos twits publica-dos. O estágio acabou por ser anulado, obrigando-a a realizar um outro na época de recurso, uma segunda expe-riência melhor sucedida. Não culpa as redes sociais que considera “em tudo úteis para partilha de informação seja ela de que tipo for; sentimentos, novi-dades, novas experiências ou apenas simples brincadeiras entre amigos que não podem ir para uma esplanada conversar. Contudo, há que lembrar que quando a página é pública e sem qualquer tipo de restrições, estamos a permitir que qualquer pessoa a visite e tire de imediato as suas conclusões e que faça a sua própria interpretação do que escrevemos.” O caso suscita uma reflexão sobre outros impactos que estas novas rea-lidades podem ter nas relações entre indivíduos e empregadores ou poten-ciais empregadores. O carácter, por vezes, intimista e convivial de blogues, twitts e posts, pode fazer esquecer o alcance e as im-plicações das mensagens. O conteúdo

público está, muitas vezes, acessível a amigos, colegas, pais, empregadores e nem todos lêem a mesma frase da mes-ma maneira. Tiago Lapa refere que em muitas situações “esse tipo de sites estão num limbo em termos simbólicos, umas vezes são considerados espaços pú-blicos, outras vezes espaços privados. E mesmo que sejam entendidos como exclusivamente privados por muitos dos seus usuários, estão muitas vezes abertos ao escrutínio público”, poden-do originar condicionamentos ao nível das relações laborais. Entre desafios e oportunidades, colocam-se questões relativas a um equilíbrio delicado entre vida pesso-al, social e profissional. Para Tiago Lapa, esse equilíbrio passará por cada um encontrar uma política pessoal de presença na rede, pelo conhecimento das políticas de privacidade e das pos-sibilidades de gestão de informação disponibilizadas nessas redes e por instrumentos legais que permitam salvaguardar direitos.

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Páginas pessoais em blogues ou redes sociais como o Facebook, o Myspace ou o Twitter podem constituir factores de diferenciação no mercado de trabalho.

“vejo muitos jovens nos concertos que dou”

Como nasceu a paixão pelo fado? O fado esteve sempre presente na minha vida, a minha mãe é fadista há muitos anos e sempre frequentámos casas de fado. Anos depois, a minha mãe teve a sua própria casa, portanto foi um tipo de música constante na minha infância. Apesar de crescer rodeada pelo fado seguiu um caminho diferente: Marketing e Publi-cidade. O que a fez enveredar por aí? Independentemente da-quilo que ia fazendo, da-quilo que ia estudando, dos objectivos que tinha, sem-pre cantei fado e, por isso, sempre pensei que fosse um hobbie e não uma profissão. Chegou a altura de seguir para a universidade e esco-lhi aquilo que achava que queria fazer, Marketing, só mais tarde é que se veio a verificar que ia optar pelo fado a tempo inteiro.

Como é que acabou por optar pela música? Depois de acabar o curso fui fazer uma viagem para tentar descobrir um pouco mais de mim, dos meus gostos, descobrir a minha verdadeira vocação. Foi aí que percebi que realmen-te gostava muito de cantar fado, que tinha meios e condições de fazer disso uma profissão e, en-tão, tomei a minha decisão.

No seu blogue, Soldados do Cozido, fala dessa viagem. Qual o sítio que mais a mar-cou? Porquê? Escolher apenas um sítio é difícil, houve vários que me marcaram. A Índia, por exem-plo, foi um dos locais mais mar-cantes, não só pela sua cultura tão diferente da nossa, e tão es-tranha para nós, mas porque fiz voluntariado que me permitiu conhecer muitas pessoas crian-do laços muito firmes.

Quer revelar algum episó-dio especial da viagem? Tenho imensos episódios especiais. Lembro-me de uma

vez, na Índia, estar a cami-nho do trabalho e um maca-co roubar a comida que tinha na mão. Ainda tentei ir atrás dele, mas não consegui, os macacos são espertos. (risos)

Sabemos que fez volunta-riado, em que área actuou? Na área humanitária. Trabalhei com moribundos, pessoas que estão à beira da morte. O meu trabalho con-sistia em tentar tornar a vida dessas pessoas mais confortá-vel, proporcionando um pou-co mais de dignidade antes de morrerem.

Afirma também no blogue que o voluntariado a ajudou a conhecer-se melhor. Como? Ajudou-me imenso, aju-dou-me a perceber os meus limites, a perceber as minhas aptidões, a descobrir várias formas de poder comunicar com as outras pessoas.

Quais são as suas maiores referências como cantora? A minha grande referência

é a minha mãe. Mas durante toda a minha vida ouvi muito Beatriz da Conceição, Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, Fernando Maurício, Camané, entre muitos outros. Tenho imensas referências.

Fado, por defeito, está as-sociado à tristeza, no entanto a palavra remete para “desti-no”. O que é o fado para a Car-minho? Essa é uma pergunta difí-cil de responder. A definição de fado é sempre diferente para cada pessoa. O fado é a forma como se sentem, como se recebem sentimentos. Na minha opinião, é um mo-mento onde há uma troca entre o fadista e os músicos que transmitem os seus ver-dadeiros sentimentos, ou aqueles que querem traduzir, ao público, que também tem de estar na disposição de os receber. Considero que o fado passa por uma troca de emo-ções e de estados de espírito. Não concordo que o fado seja tristeza, para mim o fado é

06 JORNAL DE LEIRIA 25.03.2010

Sentado no mochoSentou, vai ter k explicar

carminho, Fadista

Mais conhecida por Carminho, filha

da fadista Teresa Siqueira, estreou-se a cantar em público, no

Coliseu de Lisboa, com apenas 12 anos. Foi

considerada revelação feminina de 2009 com o seu primeiro álbum Fado, mas diz que é

com naturalidade que lida com a fama

TExTo: FiLiPa aRaújoFoTos: ivo sanTos

KuRTas

melhor concerto já vistoBobby McFerrin

um concerto que gostava de ver Queen (que já não vou conseguir)

uma músicaWe are the World (Mickael Jackson)

artistaAmália Rodrigues

um filmeÁfrica Minha

um livroO Retrato de Dorian Gray (Oscar Wilde)

07JORNAL DE LEIRIA 25.03.2010

Kultos

O Livro de Eli

DaviD sinEiRo

profundo, encara temáticas da vida, como a tristeza, a alegria, a saudade, a espera, o amor.

O que representa o álbum Fado? Representa 25 anos da minha vida. Os únicos que tenho. Representa um conjunto de fados que descobri, que me ensinou a minha mãe, e as pessoas que fui ouvindo. Depois, outros que foram surgindo ao longo dos anos, não só que fui cantando, como os que fui ouvindo e que agora tive coragem de interpretar. Representa também o abrir de uma porta para o futuro. Representa ir ao encontro das pessoas que admiro, a escrever e a compor, permitindo coisas novas e inéditas para o meu reportório.

Foi considerada revelação feminina. Como lida com isso? Lido bem. Lido com natura-lidade, mas também com um grande sentido de responsabi-lidade. Ser nomeada para uma coisa boa, leva-nos a olhar para nós mesmos e pensar o porquê de aquilo acontecer. Faz-me pensar onde é que tenho de trabalhar para permitir a fide-lidade aos meus princípios e às pessoas que gostam de mim e que me reconhecem.

Também escreve letras. Como é o processo de criação? É quase nulo, porque eu escre-vo pouco. Vou escrevendo, apro-veitando os momentos de ins-piração, esse é o meu processo. Nada está definido, não sou poe-

ta de profissão, não tenho horas para escrever, não há momentos específicos, nem processos criati-vos. A única coisa que faço é não ser preguiçosa, quando sinto que tenho alguma coisa para escre-ver, escrevo.

Ser filha da respeitada fadista Teresa Siqueira foi algo que a assombrou enquanto artista? De todo, foi sempre uma grande honra poder intitular-me como tal. As pessoas do meio sempre me acarinharam por ser filha de quem sou, mais tarde por ser a pessoa que sou. Mas abriram-se portas através da minha mãe, que teve e tem a sua história no fado, e que hoje em dia é uma pessoa que me apoia imenso, que me critica, que me faz evoluir.

Ainda é possível inovar no fado? Não sei. É difícil definir isso, o fado tem tido vários caminhos, e aqueles que ficam são aqueles que o povo, no sentido lato, quer e permite que fiquem. É preciso esperar para ver. Conheço a his-tória do fado na década de 30

e a forma como evoluiu para a geração da Amália. E foi ela, a Amália, a grande mentora, que permitiu um desenvolvimento e um abrir de novos caminhos ao fado, através de novos composi-tores. Actualmente sabemos e consideramos as alterações e op-ções estéticas da Amália como algo clássico, como algo que fi-cou e que assumimos como fado, como nosso.

Como vê a relação entre jovens e o fado? Lindamente! Penso que com o aparecimento de vários fadis-tas, como a Mariza, abriram-se portas. Têm tido uma grande projecção, tornando o fado mais popular entre os jovens. Eu pró-pria me sinto lisonjeada porque vejo muitos jovens nos concertos que dou. E reparem, estou a ser entrevistada por jovens. (risos). Eu também sou, tenho 25 anos e sou igual a todos os jovens da mi-nha idade, não sou diferente por gostar de fado. É este meu gosto que desperta a curiosidade nos meus amigos, que vão ao meu encontro, aos meus concertos, ao encontro de outros fadistas para descobrir o fado.

Qual é o caminho que a Carminho quer seguir? O meu. (Risos)

Há algum ritual que não dis-pense antes de uma actuação? Faço alguns exercícios para preparar a voz. Bebo um chazi-nho, mas nada de especial.

Sou iguala todosos jovensda minha idade

Meio despercebido ao lado de Alice no País das Maravilhas, estreou nos cinemas o novo fil-me de Denzel Washington, O Livro de Eli, um western pós-apocalíptico que merece toda a atenção. O mundo enfrenta a devastação deixada pela guerra nuclear de há 30 anos, os poucos sobreviventes lutam pela vida e para ter sempre mais do que o próximo. A radiação contaminou a água e destruiu a maioria da vegetação. E no entanto, Eli, o personagem de Denzel Washing-ton (Training Day/Malcolm X) continua a sua ca-minhada solitária escoltando um livro sagrado que pode ser a única salvação da humanidade. Além de ter de sobreviver a saqueadores e às adversidades de um mundo decadente, Eli vai encontrar Carnegie (Gary Oldman – Dracula/Immortal Beloved), outro sobrevivente da guer-ra e que conhece o poder presente na palavra daquele livro, querendo usá-lo para ser o novo “messias”. Mila Kunis (Max Payne/Boot Camp) e Ray Stevenson (Rome/Punisher: War Zone) com-plementam o elenco, se bem que, nesta longa-metragem, todas as atenções vão estar viradas para o personagem principal. Denzel não cos-tuma participar neste género de filmes, mas fez bem em abrir uma excepção, pois é ele que dá toda a vida e personalidade ao enigmáti-co forasteiro reminiscente de filmes como Por um Punhado de Dólares. O desenvolvimento de personagens está bem feito e o ritmo é bom. O maior defeito está mesmo em Mila Kunis, que por vezes é pouco credível.

Temas sobre a condição humana e o papel da religião no mundo interligam-se com cenas de acção coreografadas e filmadas de forma es-pectacular num filme violento, mas totalmente justificado. Muitos filmes usam uma pseudo-história para servir a acção, mas em O Livro de Eli, a acção serve a história. Pouco é gratuito nesta obra de dois realizadores gémeos, os ir-mãos Hughes (From Hell), e os cenários são do mais desolador que temos visto no grande ecrã. O mundo consegue, apesar de tudo, transmitir uma beleza estranha, dada a situação, espe-cialmente na primeira cena do filme, que quase parece um sonho, quando comparada com as restantes, adquirindo quase uma estética de novela gráfica. O som adquire também um papel funda-mental, sabendo onde e quando aparecer da forma mais eficiente, mas não sendo nada de extraordinário. Por percorrer um território que já não era bem explorado há vários anos e mostrar uma história adulta e que tem coragem para revelar o lado mau da religião lado-a-lado com o bom, é um filme que merece 9/10.

DR

Mais um ano, mais um Fórum de Inovação, Tecnologia, Formação e Emprego. O FITEC está de volta à Expo-salão, Batalha. Começa hoje e terá as portas abertas até dia 28.

Pretendendo posicionar-se como um “ponto de encontro entre todos os agentes do mercado de traba-lho”, a grande aposta do Fórum conti-nua a ser a promoção do emprego, da formação e inovação. Este ano haverá, no entanto, algumas novidades. Para além de o Fórum decorrer em paralelo com o Festival Nacional de Robótica,

também se verifica uma nova apos-ta ao nível da imagem. Leopoldina Alves, docente do IPL e membro da equipa responsável pela organização do evento esclarece que “as novidades começam pelo facto do layout e ima-gem do espaço terem sido concebidos internamente, por uma equipa de designers da ESAD – Escola Superior de Artes e Design.” Todos os cursos do Instituto Politécnico de Leiria vão estar representados e, quanto à dis-posição das áreas de conhecimento, a professora adianta que “será dada

uma importância mais significativa às áreas de formação avançada e aos mestrados”.

Estarão também presentes, outros expositores como institui-ções de ensino superior e profissio-nal, associações empresariais, asso-ciações de municípios, instituições de emprego e formação profissional, estruturas de apoio à criação de empresas (incubadoras, centro em-preendedor, instituições bancárias, investidores), empresas em geral e imprensa especializada.

08 JORNAL DE LEIRIA 25.03.2010

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DoRa maTos

TiaGo FiGuEiREDo

Este foi um mês de novidades. Realizaram-se o II Torneio de Apuramento, a Final Four e o Campeonato Nacional Universitário Indivi-dual que contaram com a presença de várias modalidades do IPL. No que diz respeito ao II Torneio de Apu-ramento, tanto o Andebol Feminino, como o Futsal Feminino, e ainda o Hóquei em Pa-tins garantiram o apuramento para a fase final, com particular destaque para a equipa de Hóquei em Patins que venceu o torneio derrotando a equipa campeã nacional em título, a Universidade do Porto. Foram ainda

apurados para a fase de repescagem a equi-pa de Futsal Feminino e as equipas de Volei-bol Masculino e Feminino. Relativamente à Final Four a equipa de Futsal Masculina do IPL também está de parabéns, uma vez que levou de vencida a competição. Já no Cam-peonato Nacional Universitário Individual o melhor classificado do IPL foi o atleta Diogo Oliveira que alcançou o 5º lugar, represen-tando a modalidade do ténis. As equipas que defendem o IPL vão dispu-tar, entre os dias 26 e 30 de Abril, as Fases Finais na cidade de Matosinhos.

DR

inTERnETEs

útil Workshops, conferências, projectos e actividades na-cionais e internacionais… Neste site do Conselho Na-cional para a Promoção do Voluntariado é possível ficar realmente sensibilizado e encontrar muita informa-ção sobre iniciativas e for-mas de participar.

http://www.voluntariado.pt/default.asp

agradável Se queres saber tudo so-bre a sétima arte e os seus intervenientes, então esta é sem dúvida uma óptima es-colha. Sempre actual, este sítio disponibiliza apresen-tações de filmes, notícias, crítica, entrevistas e ainda uma secção de posters para os verdadeiros aficionados. Vale a pena fazer uma visita!

http://www.c7nema.net/

Últimas

artes na EducaçãoNo fim-de-semana de 7 a 9 de Maio decorre em Óbidos o encontro As Artes na Educação. O evento tem como objectivo reflectir so-bre o papel da edu-cação artística na promoção da criativi-dade. Os interessados podem inscrever-se online ou por correio até 30 de Março. In-formação detalhada em http://blogs.esecs.ipleiria.pt/artes/.

Workshops na EsaDDurante os meses de Abril e Maio, a Esco-la Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha promove um vasto leque de workshops que focarão temas como Design de Moda (Acessórios), Desenho Digital, Pho-toshop ou Produção de Evento. As formações têm como objectivos desenvolver compe-tências tecnológicas, apoiar a integração na vida activa e so-bretudo proporcionar o desenvolvimento de experiências cria-tivas. As acções são dirigidas a alunos, ex-alunos e público em geral. Os interessados poderão consultar o programa em www.esad.ipleiria.pt.

Encontro de Estudan-tes de informáticaVai decorrer em Coimbra, de 8 a 11 de Abril, o 5º Encon-tro Nacional de Estu-dantes de Informática. Para além das confe-rências, o ENEI2010 pretende oportuni-dades de networking e formação, contacto com o mundo em-presarial e alguma diversão. Mais infor-mação disponível em http://2010.enei.net/ .

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Fórum de inovação, tecnologia, formação e emprego

Torneios de apuramento

FiTEc volta a marcar presença

iPL garante presença nas fases finais

joana RoquE, maRiana RoDRiGuEs