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Os Portugueses continuam “invisíveis” em França 06 Albano Cordeiro Sociólogo da imigração LusoJornal / Dominique Stoenesco GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Edition nº 308 | Série II, du 03 mai 2017 Hebdomadaire Franco-Portugais Sérgio Gave Fraga O Advogado internacional Sérgio Gave Fraga acaba de publicar o livro autobiográfico “Sim, Tu és capaz” 14 Mariza foi ovacionada no Palais des Congrès de Paris Sala esgotou para ouvir a “fadista” que cantou “o seu fado” 13 Presidenciais. Campanha eleitoral continua com a implicação de Portugueses com Emmanuel Macron como com Marine Le Pen 03 Manifestação. Os emigrantes lesados do ex-BES voltaram a Manifestar em Paris, desta vez na Place du Trocadero 10 25 de Abril. Vários eventos marcaram as comemorações dos 43 anos da Revolução dos Cravos, nomeadamente na Casa de Portugal André de Gouveia 17 21 Futebol. Jovens jogadores (U9) do Club ES Villiers-sur-Marne participaram num Torneio internacional em Barcelona PUB PUB

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Os Portugueses continuam “invisíveis” em França

06

Albano CordeiroSociólogo da imigração

LusoJornal / Dominique Stoenesco

GRATUIT

FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Edition nº 308 | Série II, du 03 mai 2017 Hebdomadaire Franco-Portugais

Sérgio Gave Fraga

O Advogado internacional SérgioGave Fraga acaba de publicar o livroautobiográfico “Sim, Tu és capaz”

14

Mariza foi ovacionada no Palais des Congrès de ParisSala esgotou para ouvir a “fadista” que cantou “o seu fado” 13

Presidenciais. Campanha eleitoral continua com a implicação de Portugueses com Emmanuel Macron comocom Marine Le Pen

03

Manifestação.Os emigrantes lesados do ex-BES voltaram a Manifestarem Paris, desta vez na Placedu Trocadero

10

25 de Abril. Vários eventos marcaram ascomemorações dos 43 anosda Revolução dos Cravos,nomeadamente na Casa dePortugal André de Gouveia

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21 Futebol.Jovens jogadores (U9) doClub ES Villiers-sur-Marneparticiparam num Torneio internacional em Barcelona

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02 OPINIÃO Le 03 mai 2017

LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret:52538833600014 | Represéntée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Céline Pires, Clara Teixeira, CindyPeixoto (Strasbourg), Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira,Jorge Campos (Lyon), José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mickaël Fernandes, Nathalie deOliveira, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits |Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenuede la porte de Vanves, 75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: mai 2017 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

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No dia 25 de abril floriram os Cravosda Liberdade e da Democracia naCasa de Portugal em Paris. O CapitãoJoão Heitor animou com muito alentoe emoção os festejos, evocou a memó-ria de gerações de exilados em França.A sala Fernando Pessoa celebrou a pá-tria libertada com cantos, Grândolavila morena, Trovas do vento quepassa, E depois do adeus, cantares re-volucionários alentejanos, gemidos deguitarras de um povo que sofreu. Víti-mas da ditadura testemunharam, gri-taram o quanto sofreram na pele asperseguições da ditadura, que duroue foi dura com os mais frágeis despe-jados nas latas dos bairros de Cham-pigny.Mas há sempre alguém que resiste, hásempre alguém que diz não! E umdeles foi Mário Soares que tanto lutou

para libertar o Portugal amordaçado.Monique da Silva Terra, esposa dogrande professor e poeta José Terra,companheiro universitário de MárioSoares, relembrou a vida deste ilustreexilado em França. Mário Soarescomo também Álvaro Cunhal ficarãopara a história como os pais da liber-dade.Fica aqui uma última homenagemàquele que contrariamente a tantosoutros poderia ter vivido burgues-mente colaborando com o regime masMário Soares faz parte daquela estirpeque fez prevalecer valores mais altosde liberdade e de democracia mesmose para atingir esse fim, foi preso eexilado. Sacrificou a sua vida indivi-dual para conquistar o bem coletivo.«Talvez seja preciso renunciar à felici-dade para conquistar a felicidade»

como diria Manuel Alegre.É preciso recordar o passado para nãocometer os mesmos erros no presente!Em França estão a decorrer as elei-ções presidenciais. No dia 7 de maioos Franceses terão de escolher entreMarine Le Pen e Emmanuel Macron.Certos líderes políticos não apelarama votar pretextando que um ou outrovem dar ao mesmo. Esta atitude é ir-responsável sobretudo quando vem decertos políticos que estão sempreprontos a dar lições de democraciamas que fazem prevalecer o ego pes-soal ao interesse coletivo. São a favorda democracia desde que sejam elesa possuirem o poder e a conservá-lo.É preciso desmascarar estes falsos de-mocratas. Podemos discordar do pro-grama proposto por EmmanuelMacron e discordar das leis inspiradas

por ele como a lei do trabalho masaqui trata-se de uma questão maiscrucial, trata-se de escolher entre aDemocracia e um regime autoritário,totalitário, anti-democrático encar-nado pela Frente Nacional. A FrenteNacional não é um Partido como osoutros apesar de Marine Le Pen tentarsuavizar a sua imagem.A Frente Nacional é um Partido ra-cista, nacionalista, fechado sobre sique tenta excluir todos aqueles quejulgam como não sendo verdadeirosFranceses. Noção retrógrada e passa-dista, saudosista do tempo de Pétain,a Frente Nacional é antieuropeista. AEuropa pode ter muitos defeitos, mastem mantido a paz desde o fim da se-gunda Guerra mundial, sem citartodas as vantagens que ela trouxe paraa França como para Portugal. A Eu-

ropa é acusada de todos os males masela é dirigida por Deputados eleitosdemocraticamente. Se quiserem quemude de rumo, os Europeus devemvotar por outras políticas mais sociais.Falta criar a Europa política e social.Em França diz-se que muitos France-ses de origem portuguesa votarão Ma-rine Le Pen porque os Portuguesesestão bem integrados e que os outros,os árabes, os pretos, os muçulmanosé que são o piorio! Há os bons imi-grantes e os maus! Triste pensamento!Se é que se trata de pensamento. In-felizmente esqueceram de onde vêm,dos bairros das latas… O conforto ma-terial não deve empobrecer o conhe-cimento espiritual.É preciso não esquecer o passadopara que os mesmos crimes não seperpetuem no presente!

No dia 25 de abril floriram os Cravos da Liberdade e da Democracia na Casa de Portugal em Paris!

Opinião de António Oliveira, Secretário Coordenador da Secção PS de Paris

Se a ciência não explica tudo e se atecnologia não resolve tudo, sobre-tudo o sentido da nossa existência ea sua felicidade, também é verdadeque hoje sabemos que os astros nãoinfluenciam “magicamente” as nos-sas escolhas e o nosso destino. A nãoser que algum deles venha contra oplaneta Terra destruindo-o e a nóscom ele.Por isso, a crença que a astrologia ea magia possam comandar a vida, ésinal duma grande ignorância sobrea natureza humana e dum certo in-fantilismo que transfere para outrospseudo-poderes a responsabilidadeque nos cabe de dirigirmos a nossavida, de forma sábia e partilhada.Signos astrológicos, astros, cartas,pedras ou ossos, conchas e bola-de-cristal, mézinhas e “rezas” (que nãosão oração!) reclamam um estatutosério que não podem ter.No entanto, sempre que olho a ban-deira da Europa, vejo nela um signoinspirador e confiante. Do Apocalipsede São João, o último livro da Bíblia:“Depois, apareceu no céu um grandesinal: uma Mulher vestida de Sol,com a Lua debaixo dos pés e com

uma coroa de doze estrelas na ca-beça. Estava grávida e gritava com asdores de parto e a angústia de dar àluz” (Ap 12, 1).O círculo das dozes estrelas sobrefundo azul da bandeira europeia ins-piram-se nesta visão profética doevangelista S. João. Numa época deincerteza e grande sofrimento, provo-cados pela perseguição brutal do Im-pério de Roma contra os cristãos, osinal da Mulher - Maria e a Igreja - re-vestida da luz, que faz o dia e vencea escuridão da noite, confortou a mui-tos e fortaleceu a sua esperança queo mal não venceria para sempre.No discurso aos Chefes de Estado ede Governo no encontro comemora-tivo dos 60 anos da assinatura doTratado de Roma (ocorrido em 25 demarço de 1957) que deu origem àsComunidade Europeias (e à atualUnião Europeia), o Papa Franciscorecordava os Pais da Europa, paranos deixarmos interpelar pelas suaspalavras, pela atualidade do seupensamento, pelo esforço apaixo-nado pelo bem comum que os carac-terizou, pela certeza de serem parteduma obra maior que eles próprios e

pela amplidão do ideal que os ani-mava. O seu denominador comumera o espírito de serviço, unido à pai-xão política e à consciência de que“na origem da civilização europeia seencontra o cristianismo”, como disseo politico italiano e um dos pais daEuropa, Alcide de Gasperi (em “AEuropa nossa pátria”, Discurso naConferência Parlamentar Europeia,21 de abril de 1954) citado porFrancisco.Alcide de Gasperi - tal como outro co-fundador da Europa, o francês RobertSchuman - têm os respetivos proces-sos de beatificação a decorrer e foramjá declarados Servos de Deus. Talvezum dia os possamos ver proclamadossantos pela forma como exerceram afunção política ao serviço dos povosque governaram e da Europa que aju-daram a (re)construir. Sem complexose de forma respeitosa e respeitada,estes homens verdadeiramente visio-nários - libertos ainda das cegas dita-duras ideológicas do politicamentecorreto, do tolerantismo (coisa dife-rente da tolerância) e do pensamentoúnico obrigatório e da consagraçãoidolátrica do individualismo libertário

absolutista - afirmavam a origem ins-piradora do cristianismo, sem a qualos valores ocidentais de dignidade, li-berdade e justiça são em grande me-dida incompreensíveis. Valores quenão encontraremos, com certeza, nasrevoluções sanguinárias que fizerammilhares de vítimas pela guilhotina,fuzilamentos, guerras, cercos e fomeno último século da história europeia.“Ainda nos nossos dias - afirmou oPapa São João Paulo II - a alma daEuropa permanece unida, porque,além da sua origem comum, temidênticos valores cristãos e humanos,como são os da dignidade da pessoahumana, do profundo sentimento dajustiça e liberdade, do trabalho e doengenho, do espírito de iniciativa, doamor à família, do respeito da vida, detolerância e de desejo de cooperaçãoe de paz, que são notas que a carate-rizam” (Ato Europeísta, 9/11/1982).Ao que Francisco acrescenta: “Nestenosso mundo multicultural, tais valo-res continuarão a gozar de plena cida-dania se souberem manter a sualigação vital com a raiz que os gerou.Na fecundidade desta ligação, está apossibilidade de edificar sociedades

autenticamente laicas, livres de con-traposições ideológicas, onde encon-tram igualmente lugar o migrante e oautóctone, o crente e o não crente”.O estandarte europeu não tem nele osigno do Euro nem de uma ideologia.As dozes estrelas da visão bíblica -sinal da Mulher que dá Cristo à luz -inspiram confiança e esperança navocação humanista da Europa.Aproximando-se o centenário dasaparições de Fátima, é de novo aMãe de Jesus que se apresenta aoseuropeus como presença inspiradoraque, nestes tempos de incerteza eangústia, podem dar à luz os valo-res, as virtudes e os princípios quenós recebemos dos Pais da Europa,para fazer dela uma “comunidadede pessoas e de povos, conscientede que o todo é mais do que a parte,sendo também mais do que a sim-ples soma delas, pelo que é precisoalargar sempre o olhar para reconhe-cer um bem maior que trará benefí-cios a todos” (Papa Francisco).Mãe de Cristo e Mãe dos homens,Nossa Senhora de todas as invoca-ções em nossas alegrias e tristezas,rogai por nós!

O signo da Europa são doze estrelasOpinião do Padre Nuno Aurélio, Reitor do Santuário de Nossa Senhora de Fátima de Paris

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PRESIDENCIAIS 03

António Costa admite inquietação eadverte quenão há Europasem FrançaO Primeiro-Ministro António Costaadmitiu que aguarda “inquieto” ecom “impaciência” o resultado dasegunda volta das eleições presi-denciais francesas, pois “não ha-verá Europa sem a França”.À entrada para um Conselho Euro-peu especial, destinado à adoçãodas orientações da UE a 27 sobreo “Brexit”, António Costa foi ques-tionado por um canal de televisãofrancês sobre a segunda volta daspresidenciais em França, respon-dendo, em francês, que estas elei-ções “são muito importantes parao futuro da Europa”.Segundo António Costa, e atendendoa que um dos dois candidatos, a líderda Extrema-direita francesa MarineLe Pen, advoga a saída da França daUE, é importante “não só o resultadode quem ganhar” mas também a“expressão dos votos críticos sobreo futuro da Europa”.“Não vou interferir na escolha doseleitores Franceses, é uma escolhaque lhes cabe a eles, mas estou in-quieto sobre o futuro da Europa, por-que não haverá a Europa sem aFrança, e a França terá certamenteum papel essencial no seu futuro.Portanto, esperamos com impaciên-cia os resultados finais”, declarou.

Cap Magellanappelle au barrage auFront nationalCap Magellan décide de se posi-tionner contre le Front National,«qui prône la division et l’exclu-sion, une exclusion concernantaussi les Portugais de France».Dans uns note envoyée à lapresse, l’association afirme être«apartisane qui ne s’est jamais po-sitionnée en faveur d’un candidatou d’un projet plutôt que d’unautre, mais la gravité de la situa-tion justifie à nos yeux une positionqui se veut, qui se doit, d’être,sans aucun doute possible, enga-gée, et qui ne doit en aucun caslaisser la place à des positionsfloues ou ambiguës. L’abstention,le vote blanc, ne feront pas bar-rage au Front national, et en cesens, ne sont pas acceptables.Cap Magellan ne sera pas ambiguà ce sujet. Cap Magellan ne dé-fend pas le projet d’EmmanuelMacron. Par contre, les valeurs etles principes de Cap Magellan luiferont toujours être contre le FrontNational. Raison pour laquelle laseule voie possible dimanche 7mai est la voix pour EmmanuelMacron, seul barrage possible auFront National. Tel est notre devoir,telle est notre responsabilité!»

“Da Rosa”, a “cantina-gourmet” que conquistou Emmanuel Macron

O candidato presidencial francês Em-manuel Macron gosta de vinho e depresunto portugueses, de uma boaconversa e fala com todos, do patrãoao empregado, na “cantina gourmet”“Da Rosa”, em Paris, que já serviuJacques Chirac.José da Rosa, o patrão, é um amigodo candidato à presidência da Repú-blica francesa, com quem fala de po-lítica, da família, de França e dePortugal, gostando de o aconselhar nadescoberta de vinhos e produtos“gourmet” “made in Portugal”.“O vinho que ele bebia de cada vezera um vinho do Douro. Tambémestou a importar o vinho do Pedro Vas-concelos e Sousa que tem uma adegaque é uma das mais bonitas de Por-tugal que está no Alentejo, no Freixo.Eu disse há uns meses ao Emmanuel:‘Tens que provar este que ainda é me-lhor que esse do Douro’ e desde essedia provou, gostou muito e quandovem é esse”, contou à Lusa José daRosa.Emmanuel Macron também gosta debeber, em ocasiões mais especiais,um copo do Freixo Family Collection,“o melhor do melhor”, e José da Rosaespera levar o vinho português para ossalões do Palácio do Eliseu, onde oseu presunto pata negra já tinha deli-ciado o antigo Presidente JacquesChirac, mesmo a altas horas da noite.“Também gosta de vinho, mas gostavamuito de presunto. O presunto, eleguardava-o na cozinha dele privada, equando acordava de noite ia cortar,bebia uma cerveja e cortava com afaca dele o presunto que a gente lhevendia”, recordou.À mesa de Emmanuel Macron, no res-taurante “Da Rosa”, no bairro deSaint Germain-des-Près, é habitual

haver “presunto português ou espa-nhol pata negra, uma sopa do dia”, al-cachofras italianas, “lardo dicolonnata” italiano e o candidato aoEliseu vai provando sugestões de Joséda Rosa, como um queijo portuguêsdo Alentejo.“Eu sempre lhe disse: ‘Um dia serásPresidente, vais esquecer José daRosa’. ‘Não, a gente é muito fiel’,disse-me ele e a Brigitte. ‘Depois daeleição, que passe ou não passe, euestou aqui outra vez’”, prometeu Em-manuel Macron, com José a afiançarque se ele for eleito Presidente deFrança isso não vai modificar a ami-zade.Pela “cantina gourmet” Da Rosa jápassaram atores como Jean Dujardin,Marion Cotillard, Gilles Lellouche,Omar Sy e Vincent Lindon, políticoscomo o ex-Primeiro-Ministro ManuelValls, o Comissário europeu PierreMoscovici ou o antigo Ministro dosNegócios Estrangeiros Laurent Fabius,mas Emmanuel Macron e a esposaBrigitte são dos mais fiéis. “Ele sem-

pre foi muito humano com todas aspessoas, seja o patrão, o diretor, o em-pregado, o preto, o branco. É umacoisa que gosto muito no Emmanuelé ser tão humano que até pode pare-cer demais. Lembra-se do nome daspessoas. A Brigitte é uma pessoamuito simpática, agradável, que estámuito, muito perto dele, ajuda-omuito e sempre vieram juntos”, afir-mou.José da Rosa foi “um dos primeirosfãs” de Emmanuel Macron, que re-cebe “há 11, 12 anos”, tendo acom-panhado a sua carreira e tendo-lhesugerido “há dois anos e meio”,quando ainda era Ministro da Econo-mia, para se candidatar a Presidente,ao que Macron respondeu que refleti-ria mais tarde, depois de concretiza-dos os projetos no Governo.O franco-português de 52 anos, quechegou a França com seis anos, acre-dita que Macron “pode modificar avida dos Franceses e da França”, umpaís que precisa de “um eletrocho-que”, e, por isso, votou no candidato

centrista na primeira volta, vai repetirna segunda volta de 7 de maio, esempre o defendeu perante os seus“800 clientes”, vizinhos, familiares eamigos.“Quando falamos da Europa, é umapessoa que quer fazer muito pelaEuropa, quer fazer pela França, mastambém pelos países que estão àvolta - não só os países ricos como aAlemanha, mas também Espanha,Portugal, Itália, países onde há maisproblemas - para construir uma ver-dadeira reunificação desses Estadoseuropeus e fazer um grupo de Esta-dos europeus mais fortes”, explicou.Em Paris, além da “épicerie-can-tine” no bairro de Saint Germain-des-Près, José da Rosa tem outra“cantina gourmet” perto da PlaceVendôme e do Museu do Louvre, umatelier de degustações próximo daBastilha, e os seus produtos estão re-presentados no selecto centro co-mercial “Le Bon Marché” e na lojade decoração de interiores “La Mai-son Sarah Lavoine”.José da Rosa quer levar, nos próxi-mos anos, as suas “epiceries-can-tine” para Lisboa, Algarve e Alentejo,associadas a projetos de hotelaria e“turismo gourmet” com ateliês decozinha animados por “chefs” fran-ceses, portugueses e internacionais.Os produtos de mercearia fina com aetiqueta Da Rosa são originários, es-sencialmente, de pequenos produto-res em Espanha, Itália e Portugal,como o presunto ibérico de bellota,butarga, azeite, vinho, conservas desardinha, tendo sido aprovados por vá-rios “chefs” Michelin como Joël Ro-buchon - conhecido como o “chef”francês com mais estrelas Michelin domundo - Alain Ducasse, Guy Savoie,Hélène Darroze, Cyril Lignac ou Yan-nick Alléno.

Macron gosta de vinho e de presunto portugueses

Por Carina Branco, Lusa

Portugueses em campanha por Macronalertam contra “o risco” Le Pen

Contra Marine Le Pen “marchar, mar-char” é a palavra de ordem dos mili-tantes do movimento “Em Marcha!”de Emmanuel Macron, que intensifi-cam a campanha no terreno para evi-tar “o risco” que a Extrema-direitachegue ao poder na segunda volta daspresidenciais.Carlos Soares de Sousa, Coordenadorde campanha do movimento 'EmMarcha!' no distrito de Val-d’Oise, nosarredores de Paris, sabe que “vai seruma luta” até ao último dia de cam-panha porque a possibilidade de vitó-ria de Marine Le Pen a 07 de maio“ainda é um risco”.“Olhe que ainda é um risco, sincera-mente. Todas as sondagens dizem quenão, mas ainda há esse risco porque orisco maior que nós estamos a corrertalvez seja a abstenção e os votos bran-cos”, afirmou o vereador em Cormeille-en-Parisis, sublinhando que o eleito-rado tradicional da extrema-direita estáseguro, enquanto o do movimento “EmMarcha!” ainda é recente.

Além de intensificar a campanha para“ir buscar os que ainda não sabemem quem votar”, o franco-portuguêsexplicou que há que “convenceraqueles que votaram Mélenchon” naprimeira volta, acrescentando que sefossem “buscar 70%” dos eleitoresque votaram em Jean-Luc Mélenchon“seria uma maravilha” porque “hámuitos que não vão votar, há muitosque vão votar em branco” e há o riscode que “alguns votem na Le Pen”.Com muitos cartazes enrolados de-baixo do braço e um “pin” no casacocom a inscrição “EM!” (“Em Mar-cha!”), Carlos Soares de Sousa tirouférias para se dedicar totalmente aofinal da campanha, participando, porexemplo, na colagem de cartazesonde se junta aos apoiantes de Em-manuel Macron, armados de baldesde cola e largos pincéis.Em frente à estação dos caminhos-de-ferro de Taverny, nos arredores deParis, um enorme painel com cartazesde Jean-Luc Mélenchon é o primeirovisado por Joel Perie, o responsável do“Em Marcha!” na cidade, que, em

tom divertido, diz querer “tudo ta-pado” e “muita cola nos cantos queé por aí que vêm descolar”.Atenta aos conselhos está Maria Cha-ves Doyen, uma antiga socialista quefoi vereadora em Taverny e que seafastou do PS em 2014, sendo a pri-meira vez que participa na colagemde cartazes “porque as mulheres noPS não costumavam colar” visto que“por vezes encontra-se pessoas daFrente Nacional e é extremamenteviolento”.“Inscrevi-me no movimento ‘Em Mar-cha!’ em dezembro porque o Emma-nuel Macron é um dos únicospolíticos hoje que tem vontade defazer política de uma outra maneira.Quer dizer, fazer política verdadeira-mente com o povo”, defendeu a psi-coterapeuta de 53 anos que nasceuem Angola, viveu na República De-mocrática do Congo, na Bélgica e estáhá cerca de 30 anos em França.Paula Pinto Poulet também era socia-lista, participou na campanha das pri-márias do PS em apoio a Manuel Valls,mas a escolha de Benoît Hamon como

candidato presidencial desmotivou-a,assim como o resultado da primeiravolta das presidenciais, tendo deci-dido participar na campanha de Em-manuel Macron.Ainda que esteja “no terreno há poucotempo”, a professora do ensino espe-cial, de 49 anos, tem a mala do carrocheia de cartazes, cola e tinta, e dizque “de certeza que amanhã os carta-zes já vão estar cobertos pelos da Ma-rine Le Pen”.“Estamos a fazer tudo para que elepossa vencer. Vai ser mesmo um tra-balho de presença por todo o lado,mas também estar ao pé das pessoasa explicar o que é possível, o que nãoé possível, o que quer dizer votar Ma-rine Le Pen porque as pessoas quevão votar na Marine Le Pen estãonuma de dizer não”, considerou afranco-portuguesa de 49 anos.No final, a equipa colou várias de-zenas de cartazes em 38 painéisda cidade e deixou intactas certaspublicidades locais como a Festaparoquial portuguesa de Montmo-rency.

Por Carina Branco, Lusa

Le 03 mai 2017

LusoJornal - Antonio Borga

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Fillon e Macronforam os preferidos dos eleitores Franceses inscritos emPortugal

O candidato da direita às Presiden-ciais francesas, François Fillon, e o in-dependente Emmanuel Macronforam os favoritos dos Franceses re-sidentes em Portugal que votaram naprimeira volta do escrutínio, segundodados fornecidos à Lusa.Segundo os números da Embaixadade França em Portugal, disponibiliza-dos à Lusa, apenas 4.307 (32,9%)dos 13.099 inscritos votaram nas elei-ções de domingo 23 de abril, 3.336dos quais em Lisboa e os restantes noPorto.Dos 11 candidatos, François Fillon foio preferido dos Franceses em Portu-gal, reunindo 35,9% dos votos, se-guido do centrista independenteEmmanuel Macron, com 33,6%. Ocandidato da extrema-esquerda,Jean-Luc Mélenchon, foi o terceiromais votado, reunindo 12,3% dosvotos entre os eleitores em Lisboa eno Porto.Marine Le Pen, da extrema-direita,reuniu 7,9% dos votos, enquanto osocialista Benoît Hamon obteve6,5%.

François Fillon1.530 votos (35,86%)

Emmanuel Macron1.434 votos (33,61%)

Jean-Luc Mélenchon527 votos (12,35%)

Marine Le Pen335 votos (7,85%)

Benoît Hamon277 votos (6,49%)

Nicolas Dupont-Aignan69 votos (1,62%)

François Asselineau32 votos (0,75%)

Philippe Poutou30 votos (0,7%)

Jean Lassalle16 votos (0,37%)

Nathalie Arthaud12 votos (0,28%)

Jacques Cheminade5 votos (0,12%)

04 PRESIDENCIAIS

Jean-Marie Le Pen diz que a Comunidadeportuguesa nunca colocou problemas

O fundador da Frente Nacional Jean-Marie Le Pen disse à Lusa que “a Co-munidade portuguesa nunca colocounenhum problema a França” e que osPortugueses “não têm nada a temer”se a filha, Marine Le Pen, for eleitaPresidente de França.“Os Portugueses são Europeus e,ainda por cima, a Comunidade portu-guesa nunca colocou nenhum pro-blema a França, pelo contrário. AFrente Nacional não é contra os Emi-grantes, sobretudo quando são Euro-peus, mas contra a emigraçãomassiva e incontrolada”, disse àLusa Jean-Marie Le Pen, acrescen-tando que os Portugueses “não têmnada a temer”.Jean-Marie Le Pen, que foi afastadoda Frente Nacional (FN) pela filha,mas continua a ser o Presidente ho-norário do Partido, afirmou que osimigrantes Portugueses “são pessoasque, na maioria, têm sentimentos pa-trióticos” pela França. “Quero trans-mitir-lhes toda a minha amizade, todaa minha confiança, porque têm valo-res de vida que são exatamente osmesmos que os nossos, por isso,temos as mesmas ideias”, considerouo também Eurodeputado, cujo pri-meiro assento no Parlamento europeufoi conquistado em 1984.Aos 88 anos, Jean-Marie Le Pen afir-mou, ainda, ser “um amigo de Portu-gal” e disse ter “uma grande estima euma grande simpatia pelo povo por-tuguês”, considerando “que os Portu-gueses o sabem”.Questionado sobre as consequências

para Portugal em caso de se concreti-zar o “Frexit”, ou seja, uma saída daFrança da União Europeia, o pai dacandidata da Extrema-direita às presi-

denciais defendeu que “a Europa écomo um espartilho para os países eu-ropeus”.“Cada um deve recuperar as suas res-

ponsabilidades nacionais e o seu dina-mismo nacional. Não há absoluta-mente nenhum interesse em pertencera esta formação que é onerosa e relati-vamente autoritária”, argumentou.Jean-Marie Le Pen disse não ter es-tranhado que o novo cartaz de cam-panha da filha só tenha o nome“Marine” e não o apelido Le Pen,ainda que continue de relações cor-tadas com a sucessora que o expul-sou do FN em 2015 devido às suasdeclarações antissemitas e revisio-nistas sobre o Holocausto. “Não mechoca, eu fiz a mesma coisa, ‘Jean-Marie Presidente’. Não é um pro-blema. Não penso que marque, daparte dela, um distanciamento doapelido da família, tanto mais quemesmo que se ela se quisesse sepa-rar dele, a opinião pública não dei-xaria”, lançou o político, com umasonora gargalhada pelo telefone.O pai de Marine Le Pen foi candi-dato à Presidência em 2002 e tam-bém passou à segunda volta, naqual perdeu contra Jacques Chirac,da direita, por 82,2% contra17,7%. Agora, a filha quer vencer abatalha que o pai perdeu, depois deanos a distanciar-se do discursomais radical de Jean-Marie Le Pen,condenado várias vezes pelas suasdeclarações antissemitas e racistas.“É impossível prever os resultados,mas bato-me para que ela consiga”,afirmou, confirmando que “provavel-mente” ainda está “chateado” coma filha, mas pronto para comemorara eventual vitória junto dela “se forconvidado”.A segunda volta é a 07 de maio.

Pai diz que está pronto para comemorar com a filha “caso seja convidado”

Por Carina Branco, Lusa

Davy de Oliveira é Diretor nacional adjuntoda Frente Nacional da Juventude (FNJ)

Davy Rodriguez de Oliveira é filho demãe portuguesa e pai espanhol,apoiou Jean-Luc Mélenchon, da Es-querda radical, nas presidenciaisfrancesas de 2012 e hoje é uma dasvozes da juventude de Marine Le Pen,a candidata da extrema-direita ao Eli-seu.Atual Diretor nacional adjunto daFrente Nacional da Juventude (FNJ),Davy tem 23 anos, começou a militarem 2010 contra uma reforma naeducação, passou pelo Partido Socia-lista nas primárias para as Presiden-ciais de 2012 e face à vitória deFrançois Hollande decidiu sair e en-trar para o Front de Gauche (Frentede Esquerda) para apoiar Jean-LucMélenchon nesse mesmo ano. “Pen-sava que o Mélenchon podia ter umapolítica menos liberal, muitas vezesfalava de pátria, de república, de no-ções que para mim eram essenciais.O problema que eu tinha com o Frontde Gauche era a sua política no temaeuropeu porque eu sou mais sobera-nista que federalista”, afirmou ementrevista à Lusa, acrescentando queo tema da imigração também o fez

sair.Filho de imigrantes, o Vice-Presidenteda juventude do FN argumentou quenão há nenhum paradoxo em defen-der a política anti-migração de MarineLe Pen porque os pais “quando che-garam eram estrangeiros mas apren-deram a cultura” francesa, umesforço que - no seu entender - não éfeito atualmente pelos imigrantes.“Eu acho que primeiro temos queparar com a imigração para conseguirintegrar, assimilar essas pessoas quejá chegaram há 30, 20 ou 15 anos edepois, se calhar, se a situação me-lhorasse, era possível ter mais imigra-ção mas, de momento, não é possívelporque essa assimilação não está afuncionar”, defendeu.O jovem diplomado em Sciences-Po,titular de um mestrado em Direito pú-blico e económico, afirmou que “real-mente há muitos lusodescendentes”a votar Marine Le Pen, insistindo napalavra lusodescendentes contra otermo portugueses porque “são Fran-ceses de origem portuguesa” e ne-gando que o seu perfil de filho deimigrantes possa ser instrumentali-zado pelo FN para dar uma imagemmais aberta do partido. “Aqui em

França muitos lusodescendentesvotam Frente Nacional porque os Por-tugueses aqui fizeram um esforço deintegrar-se, assimilar-se e estão a vermuitas populações, por exemplo deÁfrica, que não estão a fazer o mesmoesforço. Os Portugueses - que fizeramtudo para que os seus filhos apren-dessem francês, para que fossem in-tegrados e assimilados na sociedadefrancesa - querem que os outros quetambém imigraram façam o mesmoesforço”, continuou.Davy Rodriguez de Oliveira não con-corda que a abstenção seja “a melhoramiga do FN”, realçando que o seuPartido é o mais capaz de convenceras pessoas a irem às urnas e acredi-tando que “hoje é o momento” paraMarine Le Pen levar “o Partido doequilíbrio” ao Palácio do Eliseu facea “candidatos caricaturais”.À imagem do FN que defende um re-ferendo para a saída de França daUnião Europeia, Davy Rodriguez deOliveira, que em 2013 criou a asso-ciação universitária eurocética “Criti-que de La Raison Européenne”,considera que “a União Europeia estáa destruir a Europa”.“Não está a defender a Europa, está

a destruir as economias, está a fazercom que os jovens não encontremtrabalho. Esse sistema está realmentea destruir, por exemplo, Portugal ouEspanha, e está também, pouco apouco, a atacar França agora com umsistema de austeridade”, considerou.Depois de a Polícia francesa ter de-tido dois suspeitos de um “atentadoiminente” que alegadamente visavaos candidatos, Davy Rodriguez de Oli-veira louvou o trabalho das autorida-des, disse não ter medo de ataquesterroristas durante a campanha efalou em “oportunidade política” parafalar sobre imigração e terrorismo is-lâmico. “É a possibilidade para falaragora desses temas, o terrorismo is-lâmico, porque temos aqui um pro-blema em França. Somos agora umauniversidade de terrorismo islâmicoporque não estamos a lutar contraele. A primeira coisa que temos defazer é parar a imigração. Depoisfazer realmente a assimilação”, rema-tou.O lusodescendente vai fazer outromestrado em Direito, pretende, de-pois, exercer a advocacia e no futuro,talvez, ser candidato a uma eleiçãocom a etiqueta do FN.

O lusodescendente que trocou Mélenchon por Marine Le Pen

Por Carina Branco, Lusa

Le 03 mai 2017

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lusojornal.com

06 ENTREVISTA

Albano Cordeiro, chercheur et militant politique

Économiste-sociologue, chercheur auCNRS (Centre National de la Re-cherche Scientifique), à l’Universitéde Grenoble puis à l’Université DenisDiderot - Paris-VII (dernière affecta-tion avant sa retraite en 2002), auteurde nombreux travaux sur l’immigra-tion en France, et particulièrement surl’immigration et le mouvement asso-ciatif portugais, lauréat en économieet démographie par l’Université La Sa-pienza, à Rome, Albano Cordeiro estégalement militant de plusieurs asso-ciations et organisations de défensedes droits des immigrés, s’intéressantnotamment à la question des droits ci-viques, à la citoyenneté et à la démo-cratie participative.

Les multi-appartenancesd’Albano CordeiroDans un article intitulé «Citoyenneté etnationalité» publié en janvier 2010dans son blog «Changement & So-ciété» (albanocordeiro.wordpress.com),voici comment Albano Cordeiro ex-prime le sentiment d’appartenance:«Le sentiment d’appartenir à une col-lectivité désignée par le nom d’un Étatétant le résultat d’une socialisation,multiples appartenances sont possi-bles, puisqu’il n’est pas dit que les en-fants et les jeunes sont forcémentsocialisés dans une seule culture(langue, souvenirs et histoires parta-gées par les membres d’une société,valeurs communes)».Par ailleurs, mieux que tout autretexte formel, ces extraits d’une corres-pondance avec son amie franco-suisse Danielle Dériaz, en janvier2010 (blog «Changement & So-ciété»), nous permettront, en guised’introduction à l’entretien qu’AlbanoCordeiro nous a accordé en mars der-nier, de planter quelques jalons de sonitinéraire et d’esquisser son portrait:«A la base je me définis ‘luso-mozam-bicain’, né dans une famille portu-gaise transplantée en Afrique. Maculture dominante est portugaise maisle contexte africain (bien que mis à‘distance’ par le système) me fournitégalement des éléments d’identité.En réalité, mon identité luso-mozam-bicaine advient surtout du fait que j’aipris fait et cause pour l’indépendancedu Mozambique. Je suis devenu mo-zambicain non pas par une légitimitépuisant dans un ‘héritage’ familial, nidans un partage artificiel du passé duMozambique d’avant la colonisation,mais par un choix de me projeter dansun avenir, pour construire un nouveaupays, en rupture avec l’époque colo-niale. Ces engagements me portent àm’exiler, après quelques annéesd’université au Portugal (ce qui estvenu nourrir ma portugalité). J’aboutisà l’université de Rome, où je restecinq ans. L’expérience italienne memarquera. Je parle couramment ita-lien, je suis revenu en Italie plusieursfois (j’habitais alors dans le Sud-estde la France).J’ai repris mes liens avec le Mozam-bique depuis 1994. Je suis l’actualitéde là-bas presque quotidiennement

(merci internet). J’ai été observateurélectoral à deux reprises. Je suismembre de la Ligue Mozambicainedes Droits Humains. En moyenne,tous les deux ans, j’y fais un séjourd’une à deux semaines. La dernièrefois, j’ai invité ma fille à venir connaî-tre ma ville, Maputo, pendant une se-maine.Et puis, je vis en France depuis plusde quarante ans. Je suis un peu Fran-çais, bien que la portugalité, la mo-zambicanité et l’italianité prennent ledessus. Je supporte mal l’idéologiecourante française, l’arrogance fran-çaise, sa croyance d’être ‘Ze pays desdroits de l’homme’. Des posturesidéologiques que l’on trouve aussibien à droite qu’à gauche. J’ai de-mandé la nationalité française en1977 pour des raisons de carrière auCNRS. Dans un premier temps ellem’a été refusée, pour des faits remon-tant à la période Mai 68. Avec l’arrivéede la gauche en 81, j’ai pu la rede-mander et je l’ai obtenue.J’ai fait également des séjours longsau Maroc, en Algérie et au Luxem-bourg. Par ailleurs, actuellement,suite à un mariage tardif avec unefranco-hollandaise, je vais souvent enHollande. Comme disait la jeune filledans une vignette où elle était repré-sentée la tête par terre et les jambesen l’air: ‘C’est simple, je suis compli-quée!’. C’est simple, je suis luso-mo-zambicain-italo-français… avecquelques compléments pour faire letour de la question».

Un chercheur engagéMilitant contre la guerre colonialeportugaise en Afrique dans les an-nées 60, militant pour les droits ci-

viques des résidents étrangers, mili-tant politique au sein des Verts, Al-bano Cordeiro a été - et dans certainscas il l’est toujours - co-fondateur etmembre de très nombreux mouve-ments associatifs et organismes so-ciaux, tels que l’AssociationFranco-Portugaise de Grenoble, leCollectif d’Études et de Dynamisa-tion de l’Émigration Portugaise(CEDEP), le Fonds d’Action Sociale(FAS), l’Association Portugais deFrance Actifs et Solidaires, l’Associa-tion Française d’Économie Politique(Économistes atterrés), Convergence84 pour l’Égalité, le Conseil des As-sociations d’Immigrés de France(CAIF) ou l’Association MemóriaViva.

Le titre de l’interview que vous avezdonnée dans la revue Hommes & Mi-grations (sept. 2006) est: «Parcoursd’un chercheur engagé». En quoiêtes-vous un chercheur engagé?Être un chercheur engagé consiste àavoir, d’abord, la conscience que lesdonnées et les récits tenus pour«scientifiques» par l’opinion publiqueet les communautés d’individus sup-posés avertis, concernant les phéno-mènes sociaux individuels, collectifs,communautaires, institutionnels etinter-institutionnels, sont des combi-naisons d’interprétations de faitsréels, de calculs plus ou moins scien-tifiques sur des données chiffrées. Lechercheur engagé tient à cœur detrouver l’angle qui révèle l’écart entreles interprétations données et son pro-pre système de valeurs, tout en inté-grant les acquis de connaissance.En deuxième lieu, le chercheur en-gagé donne une importance particu-lière au travail militant sur le terrain,permettant des échanges avec des ac-teurs individuels et collectifs de faits

produits dans son champ d’étude.Ainsi, dans le domaine de l’émigra-tion/immigration, le mouvement asso-ciatif dit «communautaire» est enpremière ligne. De même que lesmouvements «transcommunautaires»militant pour les droits de la popula-tion issue de l’immigration. Un exem-ple: la citoyenneté de résidence. Lechercheur qui soutient l’approche dela citoyenneté de résidence pour lesrésidents étrangers, se doit de partici-per aux mouvements émergeant dansla société civile en vue d’aboutir àl’inscrire dans la Constitution.

Précisément, quel est votre approchede la citoyenneté de résidence?Être citoyen c’est être reconnu en tantque membre constitutif d’une popu-lation caractérisée par le territoire oùelle habite, formant une société civile.Cette reconnaissance porte à considé-rer tous ses membres majeurs et ca-pables comme étant des acteurs de lasociété civile œuvrant pour l’IntérêtGénéral.Les conceptions traditionnelles de lacitoyenneté associent celle-ci à uneappartenance nationale définie par fi-liation, par naissance dans le territoire«national» ou encore par naturalisa-tion. Les nouvelles conceptions l’as-socient au respect et à la défense del’intérêt général qui concernent toutesociété civile établie sur un territoiredonné, donc toutes les appartenancesnationales présentes sur ce territoire.Ces définitions privilégient le Vivre En-semble sans hiérarchiser les apparte-nances ethniques, nationales ouidéologiques des citoyens. Pour vivreensemble les citoyens se doivent des’informer sur les autres (individus,groupes, acteurs collectifs) et de coo-pérer pour que le Vivre Ensemble soitune réalité.

La démocratie - celle sans rajout d’ad-jectif - ne connaît et ne reconnaîtcomme acteur social que le citoyen-individu. Alors que la démocratie dansle Vivre Ensemble doit tenir comptede la dimension collective de la vie ensociété. Les actions collectives - quisont d’une importance capitale - doi-vent elles aussi avoir lieu dans le res-pect de l’Intérêt Général et de laSécurité des citoyens. De ce fait, la re-connaissance d’une citoyenneté col-lective, en cohérence avec lacitoyenneté de résidence, semble bienlégitime, étant donné que l’informa-tion circule de mieux en mieux ausein de la société. Tout en sachantque son institutionnalisation s’avèrecomplexe.

Les Portugais de France et la question de leur«invisibilité»Les Portugais de France sont-ils tou-jours «invisibles»?La question de l’«invisibilité» des Por-tugais en France a été posée dans lesannées 80. Elle résumait les observa-tions à l’œil nu concernant la partici-pation des Portugais résidant ennombre dans les quartiers populaires.Il avait été constaté que les Portugaisétaient peu nombreux à participer auxactivités sociales et civiques courantesdans ces quartiers, comme lesconseils scolaires, les comités d’orga-nisation de fêtes locales, les séancesd’information de la mairie, etc. Il avaitété également remarqué que la com-munauté étrangère qui avait le plusgrand mouvement associatif de l’his-toire de l’immigration en France, étaitostensiblement absente des initiativesciviques du mouvement associatif na-tional, régional ou local, y compriscelles concernant la défense des tra-vailleurs sans papiers, situation tou-chant de très nombreux travailleursportugais pendant une longue période(années 60 et 70).Mais le fait qu’en France la xénopho-bie et le racisme ont comme princi-pale cible les «musulmans» (terme àusage plus ethnique que religieux), aeu comme effet de «protéger» (relati-vement) les Portugais de l’hostilité desracistes français. Étant la commu-nauté de résidents étrangers la plusnombreuse (années 70 et 80), lesPortugais étaient destinés à subircette hostilité, comme autrefois lesPolonais et les Espagnols.L’émergence, au début des années80, d’un important mouvement re-vendicatif des jeunes dits «issus del’immigration», permettra de voir quele battage médiatique sur l’immigra-tion maghrébine, considérée commel’immigration «qui-pose-problème»,cachait des initiatives émergeant dansd’autres communautés, en particulierdans la communauté portugaise. Cesinitiatives (expositions, débats, films,théâtre, etc.) provenaient essentielle-ment de jeunes portugais arrivés avecleurs parents dans les années 60-70(les «Tos», raccourci de «Portos»). Al’instar des jeunes d’origine maghré-

Immigration, Citoyenneté, Identité

Par Dominique Stoenesco

Albano CordeiroLusoJornal / Dominique Stoenesco

Le 03 mai 2017

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ENTREVISTA 07

lusojornal.com

bine, ils ont également voulu apporterleur contribution pour une refonte desrapports entre immigrants d’originesdiverses (en associant des jeunes demouvements divers: Asiatiques, Turcs,Africains, etc.) et, concomitamment,entre eux et leurs interlocuteurs fran-çais.Ainsi, des jeunes portugais se senti-rent partie prenante de l’émergencedes mouvements de jeunes issus del’immigration. Ils accompagnèrent lesévènements de la première marche(1983) et participèrent aux débats quis’en étaient suivis. Face aux diver-gences internes entre les organisa-teurs maghrébins de cette premièremarche et ceux qui s’étaient joints àeux, les jeunes portugais s’associèrentà un des courants qui se manifes-taient en faveur d’une deuxièmemarche autour de la question d’une«nouvelle définition de la France» entant que pays multiethnique et pluri-culturel. La «marche» en mobylettesuivant cinq itinéraires (franco-ma-ghrébin, portugais, turc-asiatique,etc.) a été l’illustration de cette reven-dication: les itinéraires convergeaientvers Paris (Convergence 84 Pourl’Egalité). La référence de ce courantétait maghrébine, dans la personne deFarida Belghoul. La revendication dela multiculturalité et de l’égalité s’ins-crivait dans la lutte contre le racismede tous bords, mais les médias persis-tèrent à vouloir traiter Convergence 84comme une «marche des Beurs bis»,une initiative de lutte contre le ra-cisme anti-maghrébin. Farida Belghoul, lors d’une réunion dela Commission Nationale d’Organisa-tion du 15 novembre 1984, à quinzejours de l’arrivée à Paris, proposa unchangement d’objectifs de Conver-gence 84. La majorité de la compo-sante portugaise s’opposa à cechangement, et nombreux furent ceuxqui ne défilèrent pas lors de la marched’arrivée. Le rôle de co-organisateursde la «marche des mobylettes» passasous silence dans les grands médiaset à la télévision. Cette expérience ve-nait confirmer les observations faitesconcernant l’«invisibilité» des immi-grants portugais dans les villes et lesquartiers populaires où ils étaientnombreux. Une «invisibilité» quijusqu’alors était l’œuvre des Portugaiseux-mêmes. Cependant, à l’occasionde la «marche», les immigrés portu-gais (et leurs descendants) étaientbien présents dans l’espace publicnational… Mais, encore une fois, lephénomène de leur «disparition» seproduit. Et cette fois-ci elle ne pouvaitpas leur être imputée. Les raisons decette situation se trouvent dans lemode de traiter le racisme dans lesmédias en France et le contexte his-torique des règlements de comptesliés à la libération de l’Algérie et duMaghreb.

Vous avez été très critique à propos duslogan «Só conta quem vota», lors desélections pour les représentants descommunautés portugaises à l’Assem-blée de la République Portugaise.Pourquoi?En tant qu’originaires d’un pays mem-bre de l’UE, les résidents portugaissont électeurs lors des élections lo-cales du pays de résidence (souscondition d’inscription dans les listes),ainsi que dans le village d’origine; ilssont électeurs aux élections législa-

tives et présidentielles concernant lepays d’origine et ils sont égalementélecteurs du Conseil des Communau-tés Portugaises, organe auxiliaire duParlement portugais. Ainsi, une partiedu mouvement associatif portugais enFrance, engagé politiquement, fait cir-culer l’information sur ces élections etincite subsidiairement à voter dans telou tel sens.Le slogan «Só conta quem vota», di-vulgué par quelques associationsconnues, liées aux milieux politisés dumouvement associatif, fait croire quesi le (la) citoyen(ne) vote dans l’unede ces consultations, il (elle) estcompté(e). Mais cela relève d’un jeude mots. En effet, dans le cadre de ladémocratie la plus pratiquée dans lemonde, la démocratie représentative,le droit-devoir du citoyen de voters’avère être un tour de passe-passe detechnologie politique par lequel lepouvoir du citoyen est transmis au re-présentant (en attendant la votationsuivante). Corrigeant le slogan cité, onpourrait dire que «Celui qui vote passeson pouvoir au représentant voté sicelui-ci est appelé à faire partie de lamajorité parlementaire». Si le repré-sentant est un membre de l’opposi-tion, il ne lui restera que le pouvoir decontester le pouvoir de la majorité par-lementaire…

CommunautarismeLorsqu’on aborde la question du com-munautarisme, qui est largement cri-tiqué en France, vous dites qu’il estcomme le cholestérol: il y a le bon etle mauvais. Pouvez-vous expliquer?

L’expression «bon et mauvais choles-térol» a été divulguée par Pierre-AndréTaguieff, philosophe néoconservateur,auteur dans la mouvance NouvelleDroite. Il l’appliquait au communau-tarisme, étant donné que celui-ci,selon les conditions dans lesquelles ilapparaît et se développe, apporte desréponses au besoin de vivre ensembleou, au contraire, aggrave et alimenteles différences ethniques, culturelleset sociales, dégénérant en discrimina-tions. Il reste que la caractérisation de

«bon» et «mauvais» est toujourscontestable. Pourquoi tel communau-tarisme serait «bon» et un autre se-rait-il «mauvais»? Pour ce qui est desimmigrés portugais en France, ils ontcréé, via leur mouvement associatif (leplus important de l’immigration), despetites communautés locales assurantdes fonctions collectives ouvertes(fêtes, sport, folklore). Ces commu-nautés locales, qui prolongent égale-ment la solidarité inter-familiale, sontà citer comme représentatives d’unbon communautarisme.

De la monarchierépublicaine à ladémocratie réelleCertains candidats aux élections pré-sidentielles françaises actuelles sesont engagés à convoquer - s’ils sontélus - une Assemblée constituanteafin de rédiger une nouvelle Consti-tution. Le droit de vote des immigrésaux élections locales et la loi d’ini-tiative citoyenne sont deux de leursprincipales priorités. Comment ac-cueilliez-vous ces propositions?Certes, une nouvelle Constitutions’avère inéluctable. Les causes sontdiverses: la crise en cours de la démo-cratie et du mode de fonctionnementde l’Etat (qui sont des priorités pourla bonne gestion des problèmes so-ciaux), ainsi que la crise de la diteclasse politique et du système despartis tendant à professionnaliser lesmilitants actifs et les élus. En France,il est désormais clair pour beaucoup

de gens que la Monarchie Républi-caine à la française (chef d’État avecplus de pouvoirs que les rois euro-péens en exercice!) est déraisonnableet dépassée. Cependant, le «change-ment de système» et de type de dé-mocratie, désormais inadaptée à nostemps, demanderont bien plus detemps, peut-être une ou deux généra-tions. La démocratie représentativeactuelle fonctionne en s’appuyant surla combinaison d’opinions distilléesauprès des citoyens. Opinions en

grande partie façonnées par l’éduca-tion, l’environnement culturel, les mé-dias à grande diffusion et la plupartappartenant à des puissants de l’éliteéconomique et financière, dont l’inté-rêt est le maintien d’un système quipréserve les inégalités. Il s’agirait doncde mettre en place une DémocratieRéelle (pour reprendre l’expressionapparue lors des rassemblements dela Puerta del Sol, à Madrid, en 2012)qui sollicite et organise la participa-tion des citoyens, par vote ou parconsensus, à la définition des poli-tiques respectant l’intérêt général etla justice sociale.

Retour au MozambiqueRécemment vous êtes retourné auMozambique, pays où vous avez vécujusqu’à l’âge de 20 ans et où vousavez «ouvert les yeux sur le monde».Comment voyez-vous la situation dece pays?Le Mozambique, où j’ai vécu toutemon adolescence, m’a marqué pourtoute la vie. Après avoir quitté ce pays,pendant mes premières études uni-versitaires à Porto, j’ai été SecrétaireGénéral de l’Association des Étudiantsdes Colonies («Casa dos Estudantesdo Império»). Puis, au début de laguerre coloniale, en 1961, je me suisréfugié à Paris, et ensuite à Rome, oùj’ai poursuivi mes études. J’ai aussimilité à l’UGEAN (Union des Étu-diants des Colonies Portugaises), dontj’ai été l’un des dirigeants, représen-tant le Mozambique. Plus tard, à la fin

d’une longue guerre civile (1975-1992), ont eu lieu les premièresélections libres au Mozambique, en1994, durant lesquelles j’ai été Ob-servateur international (ONU,France).Les luttes pour les indépendancesafricaines ont en partie été possiblesgrâce aux aides qu’elles recevaientdans le cadre de la Guerre Froide.Mais une fois acquise, l’indépen-dance n’a pas été en mesure d’ap-porter une réponse aux attentes de

la grande majorité de la population.Les régimes en place n’ont fait quereproduire le système économiquecapitaliste. Autour du parti dominants’est créée une bourgeoisie, alimen-tée par la corruption et possédant lecontrôle des institutions étatiques etpara-étatiques, et bénéficiant descontrats avec l’État. Ultérieurement,a émergé une bourgeoisie liée auxaffaires privées et à l’exploitation desrichesses naturelles, souvent domi-née par des sociétés étrangères. Glo-balement, le Mozambique s’estdéveloppé, mais en accroissant lesinégalités. En 2014, il occupait le178e rang (sur 187) au classementde l’indice de développement hu-main des Nations Unies.Sous Armando Guebuza, qui a oc-cupé pendant dix ans la charge dePrésident de la République - par ail-leurs, considéré l’homme le plusriche du pays - trois sociétés de l’in-dustrie de la pêche, dont EMATUM(son principal actionnaire étant leprésident Armando Guebuza), ontbénéficié de prêts bancaires d’unmontant de 1,4 milliards de dollars,non déclarés au budget de l’État. LeFonds Monétaire International lui-même a réagi face à cette opération,prenant ses distances à l’égard duGouvernement du pays. Cela étant,me considérant comme issu du Mo-zambique et de sa diversité de peu-plement, ce pays jouit toujours demes sympathies.

Brève BibliographieFonds Albano Cordeiro à la BDIC.Dans le cadre d’une convention si-gnée en 2016 entre l’Université deParis Ouest Nanterre, la BDIC (Bi-bliothèque de Documentation In-ternationale Contemporaine) etl’Association Memória Viva, unfonds d’archives sur l’immigrationportugaise a été créé et est alimentépar cette dernière association à laBDIC. Le fonds Albano Cordeiroconstitue le premier apport documen-taire important résultant de cetteconvention.DVD: Entretien avec Albano Cor-deiro. D’autre part, dans le cadre dela campagne d’archives oralesmenée par l’Association Génériques,un DVD sur l’itinéraire personnel,professionnel et militant d’AlbanoCordeiro a été édité par cette asso-ciation en 2014, sous le titre «His-toire et mémoires de l’immigration».L’entretien, réalisé par AbderahmenMoumen, est consultable à l’Asso-ciation Génériques, ainsi qu’aux Ar-chives Nationales et à la BDIC.Publications: «Pourquoi l’immigra-tion en France» (OMMC, 1981); «Lacitoyenneté dans tous ses états - del’immigration à la nouvelle citoyen-neté», avec Saïd Bouamama et Mi-chel Roux (L’Harmattan, 1992);«L’immigration» (La Découverte,1983); «Enfermement et ouvertures- Les associations portugaises enFrance», collectif (CEDEP, 1986). Etde très nombreux articles dans lesrevues Hommes et Migrations, Lati-tudes-Cahiers lusophones, Collectifou Migrations et Société, auxquels ilfaut ajouter les dizaines d’articles etcommunications publiés sur Internet(albanocordeiro.wordpress.com).

Manifestação em Paris em 2009LusoJornal / Dominique Stoenesco

Le 03 mai 2017

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08 COMUNIDADE

Conselho Permanente do Conselho das Comunidadesdefine plano de açãoO Conselho Permanente do Conselhodas Comunidades Portuguesas (CCP),presidida por Flávio Martins, foi recon-duzido por mais um ano, anunciou opróprio. “A mesa diretora vai manter-se”, disse Flávio Martins aos jornalis-tas, no último dia da reunião doConselho Permanente do CCP, quedecorreu na Assembleia da Repú-blica, em Lisboa, na semana passada.A Direção, que é assim reconduzidapelos pares no final de um ano demandato, é composta por Flávio Mar-tins (Presidente, Brasil), Nelson PontaGarça (Vice-Presidente, Estados Uni-dos) e Manuel Coelho (Secretário, Na-míbia). O Conselho Permanente écomposto por 12 membros e presi-dido por um dos Conselheiros, eleitoentre os seus pares, comissões temá-ticas e conselhos regionais.As principais áreas do plano de açãotrienal do Conselho das ComunidadesPortuguesas (CCP) (2017-2020) sãoa participação cívica-política, a línguae cultura como identidade e a igual-dade de direitos para a diáspora.“Levando em consideração a missãoe os princípios do Conselho que apro-vamos no ano passado, nós delibera-mos três áreas de coordenação paraeste plano de ação trienal (2017-2020), que são a questão da cidada-nia e a participação cívica e política;a língua e a cultura para a identidade;e também a isonomia (igualdade) dosdireitos fundamentais, sociais e eco-nómicos para a diáspora”, declarouaos jornalistas Flávio Martins, Presi-dente do Conselho Permanente doCCP.“Destas linhas de ação, nós elegemos

alguns pontos que consideramos im-portantes, por exemplo, a questão dorecenseamento automático e a possi-bilidade de termos outras formas devotação”, afirmou Flávio Martins.Outro ponto que consta do plano, se-gundo Flávio Martins, “é o prazo doCartão do cidadão e do Passaporte,que Conselheiros gostariam de ver au-mentados de cinco para 10 anos,porque se não é um problema em Por-tugal a renovação, na Diáspora a si-tuação pode ser diferente”.“Ainda há a questão de termos umamelhor comunicação entre nósConselheiros, e do próprio Conselhocom outros órgãos, então surgiu uma

ideia, sem termos que ir ao orça-mento, de um ‘site’ autónomo, própriodo CCP, para que desta forma mel-hore, inclusive, a comunicação comos ‘media’”, sublinhou ainda o Presi-dente do CP-CCP.De acordo com o Plano de Ação apro-vado pelo Conselho Permanente, aoqual a Lusa teve acesso, o CCP quera promoção de uma política de requa-lificação dos Consulados, o aprofun-damento dos direitos políticos dosPortugueses da Diáspora, o direito decidadãos com dupla nacionalidadepoderem candidatarem-se, proporuma revisão da lei eleitoral e do recen-seamento e ainda propor um aumento

de Deputados pelos círculos da emi-gração.O plano de ação também propõe queseja definido “uma política educativapara as Comunidades que promova osdireitos educacionais dos lusodescen-dentes que privilegie uma perspetivaintegral da evolução da língua portu-guesa em qualquer processo de aqui-sição e desenvolvimento da língua”,querendo ainda ver novos modelosnos vários níveis de ensino, do básicoao secundário, bem como o apoio acriação de escolas portuguesas comeducação bilíngue, entre outras su-gestões.Também apoiam a promoção da ava-

liação do ensino do português, a rede-finição do quadro de responsabilidadee ação das coordenações de ensino noestrangeiro e o reconhecimento e va-lorização da ação das associações depais e outras organizações vocaciona-das para o ensino.O plano também quer o compro-misso de políticas de reforço do mo-vimento associativo e ainda o incen-tivo para uma política de atração dajuventude lusodescendente com oobjetivo de “afirmação futura daidentidade portuguesa e do prolonga-mento de Portugal e da língua e dacultura portuguesas no mundo”.Outro ponto que os Conselheirosconsideram fundamental e deixa-ram explícito no seu plano de açãoé a busca pela isonomia (igual-dade) de direitos da Diáspora,sendo que um dos pontos assinala-dos é o da reformulação dos pro-gramas sociais voltados para osportugueses no exterior (Apoio So-cial a Idosos Carenciados/ASIC eApoio Social aos Emigrantes Ca-renciados/ASEC), para se “ter umaresposta mais eficaz e abrangente”às situações de idosos e pessoascarenciadas.O plano propõe que seja promovido arevisão de acordos internacionais deSegurança Social, com vista a reforçara proteção social de trabalhadores esuas famílias, entre outras medidas.O CCP conta atualmente com 63Conselheiros, que são eleitos por cír-culos eleitorais correspondentes apaíses ou grupos de países por man-datos de quatro anos, por sufrágio uni-versal, direto e secreto.

Reunião teve lugar em Lisboa na semana passada

O 25 de Abril, a Liberdade e as Comunidades PortuguesasOpinião de Teresa Soares, Secretária Geral do SPCL

Festejou-se na passada terça-feiramais um aniversário da Revolução dosCravos, que teve lugar em Portugal em1974 e que, abrindo a porta à liber-dade negada pelo regime político decaráter fascista, mudou profunda-mente a vida do país e dos Portu-gueses.Liberdade política, liberdade de ex-pressão, liberdade de pensamentosem o medo de poder ser vítima deperseguição pela polícia política, aPIDE.E também a liberdade de poder vivercom uma nova Constituição, queconsagrou direitos a um grupo de Por-tugueses geralmente ignorados, osPortugueses espalhados pelo mundo,vivendo e trabalhando fora do territórionacional.A Constituição, fruto da Revolução deAbril, concede, aos Portugueses forade Portugal, o direito à participação navida política portuguesa, mediante oexercício do voto, e também o direitoàs aulas de Língua e Cultura Portu-guesas para os seus filhos.E agora, 43 anos após a Revolução,que temos? Vários jornais em Portugalpublicaram artigos sobre o facto de arazão de ser do 25 de Abril estar a cairem esquecimento e já não se revestir

de grande significado, especialmentepara as camadas mais jovens.É estranho que um feriado, que é afi-nal o mais recente de todos os feriadosnacionais portugueses esteja, com opassar do tempo, a ser apenas maisum dia livre.Quais as razões para tal? Indiferença?Ignorância política? Ou uma certa in-consciência, apoiada por com umadose de comodismo, que leva, enga-nosamente, a pensar que as liber-dades, uma vez conquistadas, nãopoderão ser perdidas?A Liberdade não é um bem perpétuoe nunca se conquista totalmente,sendo necessária a luta diária paraconservar a mesma, porque existemsempre forças, indivíduos e ideologiasque apenas dão valor à liberdade dementir, defraudar e explorar.É, infelizmente, verdade que os ma-nuais escolares em Portugal cada vezmencionam menos o 25 de Abril, re-duzido a um conjunto de poucas lin-has nos livros de História.E que os manuais escolares de usoobrigatório no estrangeiro, onde o Por-tuguês já não é língua de origem massim estrangeira, nem sequer mencio-nam esse acontecimento, parte inte-grante da cultura portuguesa, levando

os professores portugueses, que têm aseu cargo os alunos lusodescen-dentes, a ter de compilar, eles pró-prios, os materiais necessários paraexplicar o significado de um feriadoimportantíssimo na nossa História, eque só no presente ano voltou a ser fe-riado para os docentes no estrangeiro,visto ter sido retirado em 2012.Uma conquista muito significativa,mas da qual pouco se fala, assimcomo também pouco se comenta ofacto de se estarem a perder muitasliberdade e direitos dos trabalhadoresportugueses, dentro e fora do país.Vejamos por exemplo o que se passacom a função pública. A quem se en-contra impedido de trabalhar, por mo-tivo de doença, comprovada medianteatestado médico, é descontado o ven-cimento dos primeiros três dias, quasena totalidade, seguindo o princípio de“quem não trabalha, não come”. Édesumano? Claro que sim. Foi umamedida instituída pelo anterior go-verno, pouco democrático, mas que oatual não pensou ainda em retirar.Nesse ponto, os professores no estran-geiro ainda estão pior, pois a partir de60 dias de faltas ao serviço, justifica-das, podem ser despedidos. Excluem-se os casos de acidente de serviço ou

internamento hospitalar.Face a este panorama, apetece per-guntar porque é que não foi sugeridointernamento em clínica psiquiátricapara quem introduziu tal medida, fielao insustentável princípio de que ofacto de ficar gravemente doente podeser causa de despedimento.No respeitante aos Portugueses no es-trangeiro, a lista de condicionantes li-mitadoras da liberdade é longa. Porexemplo, podem votar, desde que reu-nam as condições para isso. Porém,como é difícil reunir as mesmas,quase não votam.A percentagem de votos da emigraçãonas últimas eleições, em 2015, foiapenas de 7%, situação que faz pen-sar como é que o ditador em potencialna Turquia conseguiu, há pouco, reu-nir mais de 40% dos votos dos cida-dãos turcos residentes no estrangeiro.Certamente terão um sistema de votomais eficaz do que o português.Não sendo intenção elogiar o citadoditador, que vai espezinhando a demo-cracia e a liberdade enquanto os ou-tros países ignoram e assobiam para olado, tem de se reconhecer que o sis-tema de recolha de votos realmentefuncionou bem.Assim funcionasse o nosso. E assim

funcionasse o espírito crítico de mui-tos, cá e lá, que vêem as crianças e jo-vens portugueses no estrangeiroimpedidos, oficialmente, de aprendera sua língua de origem como línguamaterna, só existindo a possibilidadedo português língua estrangeira, comos professores obrigados a lecionar osalunos portugueses como estrangei-ros, proibidos de escolher os manuaisdidáticos que melhor convenham àscompetências dos mesmos.A liberdade de um ensino de quali-dade da língua identitária perdeu-se,estando porém já disponibilizada a “li-berdade” de aprender Português àdistância, mediante pagamento.Será que os Portugueses no estran-geiro estão a perder a liberdade de sermesmo Portugueses, mas que aindanão se aperceberam disso porque asmudanças vão sucedendo pouco apouco? É possível.Nada é gratuito. Manter e defender osnossos direitos, as nossas liberdades,exige esforço. O esforço de pensar,questionar, criticar independente-mente e sem temor.É um trabalho duro. Mas vale a pena.Porque lutamos por nós e por aquelesque nos seguirão.Livres.

Le 03 mai 2017

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lusojornal.com

Comunicadodo Núcleo do Bloco deEsquerda/Eu-ropa sobre os lesados do BESTranscrevemos o comunicado do nú-cleo do BE/Europa sobre os lesadosdo BES.“Como sucedeu desde a primeirahora, o Núcleo Europa do Bloco deEsquerda vem afirmar a sua solida-riedade para com os Emigrantes por-tugueses lesados do BES e a justaluta que travam há longos mesespara que lhes sejam devolvidas aseconomias de vidas inteiras de traba-lho e de sacrifício.Como tal, o Núcleo Europa do Blocode Esquerda responderá ao apelo dosEmigrantes lesados do BES emFrança e manifestará ao seu lado nosábado, dia 29 de abril no Parvis desDroits de l’Homme no Trocadéro.O Bloco de Esquerda considera inad-missível que volvidos quase três anossobre o colapso do BES, ainda nãotenha sido encontrada uma soluçãopara os emigrantes lesados, contra-riamente ao que sucedeu com os le-sados do papel comercial residentesem Portugal.O Bloco de Esquerda não pode acei-tar que o Governo se apronte paravender o Novo Banco, de graça, àLone Star (um fundo abutre ameri-cano) com as poupanças que os emi-grantes foram constituindo à custa detantos sacrifícios ao longo da vida.É a razão pela qual o nosso Partidocontinuará a apoiar a luta dos Emi-grantes lesados, intervindo junto doGoverno para que seja encontradauma solução, como o tem feito atéaqui e manifestando ao lado dos Emi-grantes como o fará amanhã numlugar simbólico no Trocadéro.Lembramos que mais de cinquentadirigentes nacionais do Bloco assina-ram a Petição que deu entrada naAssembleia da República no passadodia 12, para que sejam identificadaspráticas de venda fraudulenta aosEmigantes lesados do BES bemcomo condenadas as propostas co-merciais apresentadas pelo NovoBanco.

Gabinete Regional deApoio ao MadeirenseEmigranteO Gabinete Regional de Apoio ao Ma-deirense Emigrante (GRAME) é umserviço do Governo Regional da Ma-deira, dedicado exclusivamente àprestação de serviços à pessoa emi-grante. Presta apoio nas mais varia-das áreas, desde aconselhamento aquem queira emigrar, até assuntos desegurança social, entre muitos outros.Infos: +351 291 203 [email protected]

10 COMUNIDADE

Emigrantes lesados alertam turistas que“Portugal não é o país que se pensa”

Com a Torre Eiffel como pano defundo, mais de cem emigrantes lesa-dos do BES/Novo Banco voltaram aprotestar no sábado passado em Parispara reclamar as poupanças e mos-trar aos turistas que “Portugal não éo país que se pensa”.Carlos Costa é um dos membros dogrupo Emigrantes Lesados Unidosque desde janeiro tem organizadoprotestos uma vez por mês na capitalfrancesa, estando agendada já para oúltimo sábado de maio uma nova ma-nifestação “junto de instituições por-tuguesas”.“Estamos aqui para divulgar nestesítio turístico - porque há aqui muitasnacionalidades que passam aqui porParis - para divulgar que Portugal nãoé o país que a gente pensa. Portugalé o país só do sol, o resto a prova estáaqui à frente dos nossos olhos: temoso sistema financeiro completamentecorrompido, sobretudo da parte doBES/Novo Banco”, disse à Lusa Car-los Costa.O português e a sua família tinham“as poupanças de uma vida” no ex-BES e vai continuar a organizar pro-testos para mostrar “esta tristeza queestá aqui a acontecer aos emigrantesque foram roubados e há três anosque isto está a durar”, alertando que“há pessoas que estão prontas a fazercoisas graves” e que “podem perdera cabeça de um momento para ooutro”.Na praça do Trocadero, perante cen-tenas de turistas que passavam e pa-ravam para ler os cartazes, muitosdeles em várias línguas, ManuelSousa, de 65 anos, segurava umafaixa onde se lia “Portugal - o paísonde o terrorismo financeiro éaceite”, afirmando à Lusa que voltoua protestar para dizer “basta!”“O que está a acontecer financeira-mente em Portugal, nem só com oNovo Banco mas com os bancos emgeral, é um autêntico terrorismo fi-nanceiro, são autênticos atentados.Verificamos que temos um Governo eum Presidente em Portugal quefazem bons anúncios mas ficam na

linha da treta, ficam mesmo na linhada mentira”, expressou o reformadoque vive há 47 anos em França.Associando-se aos ‘slogans’ entoadosem coro, como “Lesados na rua, aluta continua”, Rodrigo Pinheiro Lou-renço exibiu um cartaz com a frase“Tudo o que foi ganho em Paris foiburlado em Portugal”.“Metia tudo lá, erro que fiz, a partirde agora nada, nada, nada mesmoem Portugal. É absurdo. Mesmo fé-rias não me apetece muito. Se estouaqui é porque acredito mas estou-mea aperceber que o Governo atual etodas as promessas que foram feitasnão estou a ver isto avançar muito.Estou a ficar desiludido”, contou oemigrante de Amarante de 41 anosque chegou a França com 14.Na praça que dá para a Torre Eiffel,cantou-se “Grândola, Vila Morena”quatro dias depois do 25 de Abril epediu-se “justiça”, uma palavra gri-tada repetidamente por Sérgio Mor-gado que tem estado em todos osprotestos dos emigrantes lesados doBES em Paris e em Portugal e trouxeuma faixa com uma fotografia do Pri-

meiro-Ministro e o Presidente da Re-pública com a frase “promessas leva-as o vento”.“É importante que o senhor Primeiro-Ministro nos ajude, com a promessaque nos deu, que nos ajude ao obrigara Direção do Novo Banco a reunirconnosco e a entrar num acordo por-que isto pode começar a piorar. Porexemplo, nós podemos começar a or-ganizar manifestações, chegar aoConsulado e bloquear o Consulado”,adiantou o Português de 55 anos,acrescentando que se podem tam-bém fazer protestos em exposiçõesportuguesas em Paris.Além de várias bandeiras de Portugal,havia também bandeiras do Bloco deEsquerda (BE), e Cristina Semblano,membro do Secretariado do núcleodo BE em França e na Europa, disseà Lusa que voltou a marcar presençapara denunciar “uma obscenidade”três anos após o colapso do BES enuma altura em que “o Governoapronta-se para vender o Novo Bancode borla” à Lone Star que classificoucomo “o fundo abutre americano”.“São três anos que passaram após o

colapso do Novo Banco. Já vai quaseum ano que passou desde a vinda doPrimeiro-Ministro e do Presidente daRepública festejar o 10 de Junho emParis, dia em que eles afirmaram queia ser encontrada uma solução. OPresidente da República até disseque vinha passar o 10 de Junho emParis porque os Emigrantes eram atémais importantes que os residentesnacionais e está-se a brincar com osEmigrantes”, defendeu Cristina Sem-blano.Há duas semanas, a Associação Mo-vimento dos Emigrantes Lesados Por-tugueses (AMELP) entregou noParlamento português uma petiçãocom mais de 7.000 assinaturas aalertar os Deputados para o seu casoe a defender uma investigação àsvendas fraudulentas de produtos ban-cários, designadamente com uma Co-missão de inquérito.O Governo e o Banco de Portugal as-sinaram em março um acordo com ofundo norte-americano Lone Starpara a venda de 75% do Novo Banco,mantendo o Fundo de Resolução os25% de participação restantes.

Manifestação dos lesados do BES no Trocadero

Por Carina Branco, Lusa

Portugal assina Protocolo com municípiode Soufflenheim para apoiar ComunidadeportuguesaO Governo português assinou no sá-bado passado um Protocolo com a au-tarquia de Soufflenheim (nos arredoresde Strasbourg) para proporcionar ativi-dades culturais e desportivas e facilitara relação com emigrantes portugueses,uma experiência que quer replicar naAlemanha e Reino Unido.O Protocolo foi assinado em França,pelo Secretário de Estado das Co-munidades Portuguesas, José LuísCarneiro, a Maire de Soufflenheim,Camille Scheydecker, e o Presidenteda Associação Portuguesa de Souf-flenheim, Mário Salgueiro Pereira.“Será o segundo Protocolo com um

município estrangeiro que procurarecriar o equivalente aos Gabinetesde Apoio ao Emigrante que temosnos municípios portugueses”, des-creveu aos jornalistas o governante.Em março, o executivo portuguêsestabeleceu o mesmo tipo de coo-peração com as autoridades dePontault-Combault, também emFrança, cujo plano de ação será esta-belecido no dia 4 de junho, “numagrande festa, com 15 mil Portugue-ses”, adiantou, referindo-se à Festafranco-portuguesa.O objetivo da iniciativa é “criar umacultura institucional nos municípios

onde há grandes Comunidades portu-guesas para uma relação mais afetiva,mais aberta, mais tolerante”, explicouJosé Luís Carneiro.Com o Protocolo, os municípioscomprometem-se a “abrir as suasinstalações para atividades culturais,recreativas ou desportivas realizadaspelos Portugueses”.Por outro lado, também se pretendegarantir uma articulação com as as-sociações de Portugueses para que,“perante pedidos de licenciamento,requerimentos ou pedidos de infor-mação, possa haver uma outra ce-leridade ou até alguma desburo-

cratização, se for possível, na rela-ção formal, administrativa com osPortugueses que aí vivem”, acres-centou o Secretário de Estado dasComunidades.“Criar essa cultura de relação dos Por-tugueses com os municípios no estran-geiro é um objetivo muito interessante,porque no poder local estão muitas dasresponsabilidades que interferem coma vida dos Portugueses lá fora”, co-mentou.O Governo prevê estabelecer em breveprotocolos semelhantes em Osna-brück, na Alemanha e também noReino Unido.

Lusa / Carina Branco

Le 03 mai 2017

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COMUNIDADE 11

lusojornal.com

Hommage aux 349 Portugais des Brigades internationales «internés» au Camps de Gurs

Ce jour 30 avril était dédié au niveaunational au souvenir des victimes etdes hérons de la déportation. A l’invi-tation de l’association Terre de Mé-moire(s) et de Luttes, a accueillis lesnombreux Espagnols venus commé-morer la mémoire des Brigades inter-nationales qui après la «retirada» ontété interpellés par l’Etat français et in-ternés au Camp de Gurs, a l’issue dela Guerre d’Espagne.Dans ce Camp de Gurs, les Juifs alle-mands y furent internés avant de re-partir en Allemagne pour y êtreexterminés.Les Brigades internationales étaientcomposées de ressortissants de plusde 53 pays.L’histoire ne raconte que les grandeslignes des événements des pays et à

ce jour peu de personnes savent queles Portugais firent partie de Brigadesinternationales, communistes, anar-chistes, républicains, opposés à ladictature de Salazar qui soutenaitFranco. Ces Portugais au nombre de349 sont passés par le Camp de Gurset certains ont été déportés dans lesCamps de concentration allemands.Grace au travail de mémoire de Ma-nuel Dias Vaz et du Comité françaisd’hommage à Aristides de SousaMendes, et a l’invitation de l’associa-tion Terre de Mémoire(s) et le Luttes,les Portugais ont pu être associés àces manifestations pour la premièrefois, ainsi que l’association France-Portugal Europe qui tient à mettre envaleurs l’engagement de ses citoyenspour la Liberté et la Démocratie.Cette journée a commencé par lacommémoration devant le Monument

des Républicains Espagnols venusnombreux, puis c’est devant le Monu-ment de la Résistance et de la Dépor-tation qu’a eu lieu la cérémonie enprésence des autorités civiles et mili-taires.L’après midi après la cérémonie au ci-metière du Camp, présidé par EricMorvan, Préfet des Pyrénées-Atlanti-ques, les officiels allemands et les re-présentants de la communauté juive,en raison du très mauvais temps du aune tempête, ont tenu les discoursdans la salle du foyer municipale.Les nombreuses personnalités civiles,militaires et religieuses les délégationsAllemandes et Espagnoles ont sou-ligné la présence dans ces Camps desprisonniers portugais, mentionnant laprésence d’une délégation portugaisepour la première fois à cette commé-moration.

Par Christian Godfrin

Casa Oliveira abriu mais um espaço em Grigny, Lyon

No domingo dia 30 de abril, o esta-belecimento comercial Casa Oliveira,que já integrava um supermercado eum restaurante, em Grigny (69), nosarredores de Lyon, inaugurou o seunovo espaço “Eventos”, com 2.500metros quadrados. O proprietário, Oli-vier Desmonceau, criou uma empresade revenda ao retalho de produtos ali-mentares portugueses, mas sempredemonstrou ter objetivos de divulgare ajudar a promover a cultura portu-guesa, através da gastronomia, dosespetáculos, e da vida associativa por-tuguesa da região Rhône-Alpes-Au-vergne, fornecendo vários tipos deprodutos e bebidas.“Estou muito satisfeito com o quehoje aqui vivemos pois registramoscerca de mil pessoas que assistiramao espetáculo com o cantor popularZé Amaro, o meu convidado, e maisquinhentas pessoas estiveram de pas-sagem” explica Olivier Desmonceauao LusoJornal. “Fiz também apelo a

duas grandes associações da região,a de Brignais e a de St Genis-Laval,que vieram animar com folclore, mastambém me ajudaram nos espaços derestauração. Foi casa cheia e pensoque com este saldo positivo irei, apósobras nesta grande sala de eventos,

continuar a programar durante o anoespetáculosde artistas portugueses eassim promover a cultura musicalportuguesa no seio da Comunidade”.“Não sou português, mas sintogrande paixão por este país, pelo povoe por toda a sua cultura em geral”

concluiu Olivier Desmonceau ao Lu-soJornal.Após um almoço com ementa bemportuguesa, estiveram em palco osgrupos folclóricos de St Genis Laval ede Brignais. No final, o cantor ZéAmaro criou ambiente de festa com

os seus temas populares e as suasdançarinas.“Este verão estará pronto para avenda um DVD do meu último espe-táculo filmado ao vivo, que incluiumuitos temas do meu último traba-lho, ‘O meu Caminho’” aproveitarpara informar ao LusoJornal, o cantorZé Amaro.“Gostei muito de passar aqui este do-mingo de festa. Espero que tudo oque aqui aconteceu se renove muitasvezes, pois uma sala como esta, ondese pode comer e ver um espetáculode qualidade, não se vê muito aqui naregião. Longa vida e sucesso para oOlivier que teve esta grande e lindainiciativa para com a Comunidadeportuguesa aqui na região de Givors eGrand Lyon” declarou Fernando,membro da associação de St Genis-Laval.Estiveram em parceria com a CasaOliveira, o banco CIC Iberbanco e aempresa de transportes Andrade-Voyages. A animação sonora esteve acargo de David da Sono CocoNuts.

Por Jorge Campos

Pour la première fois

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Embarcaçõesfrancesas desfilaram no TejoAssociação Naval de Lisboa festeja160 anos com desfile de 300 embar-cações no rio TejoA Associação Naval de Lisboa encer-rou no domingo passado as celebra-ções dos seus 160 anos com umdesfile no rio Tejo que juntou cerca de300 embarcações a remos, à vela ea motor.O desfile náutico, que decorreu nodomingo à tarde entre as docas de Al-cântara e o Padrão dos Descobri-mentos, em Belém, contou com“cerca de 300 barcos” e “cerca demil pessoas na água”.

LusoJornal / Jorge Campos

Le 03 mai 2017

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12 CULTURA

Lusoscopie: un mois de mai très «portugais» à Paris

Entre mai et juin, une dizaine d’exposi-tions à Paris, dont 6 individuelles, réunis-sant 16 artistes, permettront d’attirerl’attention sur la présence naturelle de lacréation portugaise dans les réseaux inter-nationaux, notamment dans la réalité dumarché de l’art et de la critique française.«Une simple observation de la program-

mation régulière des galeries parisiennesnous permet de constater qu’environ deuxdizaines d’entre elles travaillent, réguliè-rement, avec un grand nombre d’artistesportugais, les présentant dans leur pro-grammation annuelle, les divulguant dansles foires, les musées et centres d’art ré-gionaux et nationaux» écrit João Pinha-

randa Conseiller culturel de l’Ambassadede Portugal et Directeur du Centre CulturelCamões à Paris. «Les galeries contactéesont accepté volontiers le défi d’intégrerdans leur programmation du mois de mailes noms de quelques-uns des artistesportugais qu’elles exposent régulièrement.Ainsi, l’enjeu international de l’art portu-gais actuel est réuni, pour la première fois,dans un ensemble cohérent».La première édition de cet événement estorganisée par l’Ambassade du Portugal enFrance et le Centre Culturel Camões àParis en collaboration avec la banqueCaixa Geral de Depósitos, Fidelidade As-surances, l’INAPA et des galeries portu-gaises travaillant avec les artistesreprésentés comme les Galeries FilomenaSoares, Ratton Cerâmicas ou João Estevesde Oliveira.L'action intègre la «Nocturne de la RiveDroite» et la «Nuit européenne des Mu-sées», qui auront lieu le 17 et le 20 maiet vise à devenir une manifestation an-nuelle.Renforcer et rénover, à chaque édition, lespropositions artistiques présentées, contri-buer à promouvoir une plus grandeconnaissance de la scène artistique por-tugaise d’ampleur internationale, élargirl’intérêt du marché et de la critique inter-nationale par la réalité créative au Portu-

gal, stimuler les échanges entre galeriesfrançaises et portugaises ce sont les ob-jectifs du projet «Lusoscopie».En parallèle, d’autres événements ont puêtre engagés dans la divulgation et discus-sion autour de la culture visuelle portu-gaise: un colloque, des films, deslancements, des spectacles et des expo-sitions.

Expositions individuelles:

Manuel Cargaleiro (1927 -), peintureGalerie Hélène Bailly, 71 rue du FaubourgSaint-Honoré, à Paris 08

Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), peintureGalerie Hélène Bailly, 71 rue du FaubourgSaint-Honoré, à Paris 08

Jorge Martins (1940 -), «La peau des nuages», dessinsKogan Gallery, 96 bis rue Beaubourg,à Paris 03

Rui Chafes (1966 -), «Absences», sculptureGalerie Mendes, 36-45 rue de Penthièvre,à Paris 08

Bela Silva (1966 -) céramique

Galerie du Passage, 20-26 Galerie Véro-Dodat, à Paris 01

Rodolphe Bouquillard (1992 -), «Variations africaines», peintureGalerie Thorigny, 1 place de Thorigny, àParis 03

Expositions collectives:

Jorge Molder (1947 -). Exposition collec-tive réunissant les œuvres de 3 autres ar-tistes.Galerie Bernard Bouche, 123 rue Vieilledu Temple, à Paris 03

“Figuras de Convite : quatre artistes por-tugaises”. Adriana Molder (1975 -), AnaLéon (1957 -), Maria Beatriz (1940 -),Maria Loura EstêvãoGalerie Álvaro Roquette/Pedro AguiarBranco, 19 rue de Beaune, à Paris 07

«Corps et âmes - un regard prospectif».Arpad Szenes (1897-1985), Maria He-lena Vieira da Silva (1908-1992), Mi-chael Biberstein (1948-2013), MiguelBranco (1963 -), Rui Moreira Rui Moreira(1971 -). Exposition collective réunissantles œuvres de 29 autres artistes.Galerie Jeanne Bucher Jaeger / EspaceMarais, 5-7 rue de Saintonge, à Paris 03

Expositions, colloques, cinéma, danse, livres,...

Cinéma: «Un avant-poste du Progrès» de Hugo Vieirada Silva débarque à Paris

Le film tant attendu de Hugo Vieira daSilva, «Un avant-poste du Progrès», dé-barque dans au MK2 Beaubourg à Parisle 10 mai. L’avant première a lieu laveille avec la rencontre du réalisateur.Le film traite d’abord le colonialismeportugais, reflétant l’idéologie civilisa-tionniste européenne de l’époque, maisrenferme également des caractéristiquesspécifiques, la présence du Portugal au19ème siècle en Afrique datant de 400ans. A la fin du 19ème siècle, le Portu-gal a commencé à importer dans ses co-lonies les nouveaux modèlesanglo-saxons de “progrès” et de “civili-sation”. A première vue, cela pouvait pa-raître étranger aux formes traditionnellesportugaises présentes en Afrique.

João de Mattos et Sant’Anna, les deuxprotagonistes du film, symbolisent cettegénération de Portugais pour quil’Afrique Centrale, au regard de cettenouvelle mentalité, devient progressive-ment un lieu “d’incompréhension”, leslaissant dès lors à la croisée des che-mins.«A la fin du XIXème siècle, deux colonsportugais inexpérimentés, le fringant etsérieux João de Mattos Nuno Lopes etl’insouciant Sant’Anna, mus par unvague désir de civiliser les colonies, sontenvoyés dans un comptoir dédié aucommerce de l’ivoire au beau milieu dela jungle congolaise, auquel on accèdepar voie du fleuve homonyme sur desbateaux à vapeur. Ils ont fait le voyage àcause du décès du précédent responsa-ble du site et de la nécessité de le main-

tenir en activité. Sur place, ils constatentque les esclaves ne soint pas très portéssur le travail. L’ivoire se fait plus rare, toutcomme l’envie d’en trouver. Sant’Annas’abandonne à l’eau-de-vie et tente dese rapprocher des indigènes, tandis queDe Mattos est rapidement atteint par lamalaria...»La version du récit explique comment lesouvenir des relations passées entre lesportugais et les congolais fut refoulé parcette nouvelle génération. «Ces refoule-ments (une constance dans l’histoireportugaise) ont favorisé la naissance defantasmes. Les Portugais sont claire-ment hantés dans le film par les fan-tômes d’un passé oublié né au cœur dela forêt du Congo. Ces fantômes nous ra-content une histoire commune: l’escla-vage, l’inquisition (qui existait aussi sous

les tropiques), la culture congolaise etses icônes...au fond un long voile d’am-nésie qui a perduré jusqu’à nos jours».Hugo Vieira da Silva avoue que cela fai-sait longtemps qu’il voulait faire un filmen Angola. «Quand j’étais jeunehomme, ma conception de l’Afriques’effaçait derrière de vagues représenta-tions de choses que je n’avais jamaisvues et d’épars souvenirs familiaux tein-tés par les mythologies coloniales om-niprésentes au Portugal. Je soupçonnaisdepuis longtemps que ces souvenirsvagues cachaient des choses fonda-mentales, et cela m’a paru plus clair de-puis que je vis hors du Portugal». Iltombe par hasard sur la nouvelle de Jo-seph Conrad «Un Avant-Poste du Pro-grès», une œuvre puissante sur lacolonisation, la question de l’autre et le

lien ambigu entre colon et colonisé.«J’ai voulu réinventer cette histoire dansle contexte colonial portugais, dont lepremier rapport à cette région est trèsancien, et en ce sens explorer la pré-sence portugaise au Congo esquissantune éventuelle symptomatologie du co-lonialisme portugais de la fin du XIXesiècle».«Un Avant-Poste du Progrès» de Conradest un kaléidoscope fort qui dépeint lacomplexité de la relation coloniale, enrelativisant les points de vue et position-nements des personnages: il n’y a pasde gentils ni de méchants, seulementdes rapports de pouvoir, des transferts etinterdépendances.Avec Nuno Lopes, Ivo Alexandre et DavidCaracol, le film produit par PauloBranco, est distribué par Alfama Films.

Par Clara Teixeira

“A sombra de Giorgio Chirico”, de Rui Chafes

Le 03 mai 2017

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CULTURA 13

lusojornal.com

Quand Mariza électrise le public du Palais des CongrèsQuand nous avons rencontré Mariza,à peine une heure avant son entréeen scène, habillée avec simplicité etconfort, nous avons trouvé une jeunefemme disponible, calmement en-jouée, n’hésitant pas à développer savision du fado et de sa carrière, insis-tant sur sa volonté de transmettre sesémotions, justifiant dans son par-cours ses allées et venues et ses fu-sions entre fado traditionnel (titre deson avant dernier album) et musiquesdu monde, dont le fado («Mundo» estle titre de son dernier album) parfoisavec humour: bref extrait de notredialogue:- Après Mundo, ce sera quoi, fado tra-ditionnel à nouveau?- (sourire) Après Mundo, ce seraAmor- Amor traditionnel ou Amor mondial?- (éclat de rire) Les deux, nous tra-vaillons sur ce projet, dans lequels’implique aussi Jorge Fernando, quifut mon premier producteur…Une Mariza étonnamment sereinejuste avant d’arriver devant les 3.700spectateurs, salle complète, robelamée argent qu’elle changera pourle rouge. Et une sérénité qui contras-tait avec la folle énergie déployée toutau long d’un concert, accompagnéepar les mêmes musiciens qu’il y adeux ans au Grand Rex (José ManuelNeto, cador de la guitare portugaise,le très flamenquiste Pedro Joia à laguitare classique, l’impavide angolaisFernando Araújo à la guitare basse,et Hugo Marques aux percussions).

Autant le concert du Grand Rex avaitpu laisser un goût d’inachevé (l’al-bum «Mundo» venait de sortir et l’en-semble n’était pas tout à fait rôdé),autant celui-là fut remarquable debout en bout, certes articulé autourdes moments forts de «Mundo» («Mal-dição», «Sem ti», «Caprichosa», quiest une «fadisation» d’un tango chanté

naguère par le grand Carlos Gardel,«Padoce do céu azul», réminiscenceafricaine au rythme de morna, «Melhorde mim»…) mais alternés avec des«classiques» du répertoire de Mariza,comme le toujours ébouriffant«Gente da minha terra», le très pro-fond «Fadista louco» chanté a ca-pella, «Chuva», où Mariza et l’arran-

gement musical dynamisent la mé-lodie (un peu mièvre) de Jorge Fer-nando et en font une re-créationprenante, «Barco negro» ou encore letrès populaire «Rosa branca».Mariza réussit à allier une maîtrisetrès «show biz» (complicités fré-quentes avec le public qui peut par-fois aller un peu trop loin, commeavec l’interminable appel, cela dit en-tendu, au public pour lui faire chan-ter quelques mots du «Padoce»,longue promenade dans l’immensesalle tandis que les guitaristes conti-nuent à jouer le «Gente da minhaterra») et une émotion non feintelorsque qu’elle interprète tel fado defaçon poignante ou lorsqu’elle sent lepublic répondre au don qu’elle luifait.Car bien au-delà des quelques facili-tés citées plus haut, Mariza respecteau plus haut point son public et sedonne sans compter. Ajoutez sesmoyens vocaux exceptionnels (maiselle n’aurait peut être pas du chanterce fado traditionnel sans micros pourelle et ses musiciens: ce qui passafort bien dans l’acoustique sophisti-quée de la salle Pleyel voici quelquesannées se perdit un peu dans l’im-mense palais des Congrès à l’acous-tique plus sommaire), sa maîtriserythmique hors pair qui lui permet dese démarquer de se libérer descontraintes métriques des textes pourleur donner toutes leurs couleurs:Mariza est une grande, très grandechanteuse de fado, qui s’inscrit déjàdans la légende du genre, et unegrande artiste tout court.

L’artiste a été ovationnée par le public

Par Jean-Luc Gonneau

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Concerto patrocinado pelo Banque BCPO Concerto de Mariza no Palais de Congrès de Paris foi organizado pela Dyamde José Antunes e patrocinado pelo Banque BCP que ofereceu um cocktail antesdo concerto a alguns dos seus clientes. Aliás Jean-Philippe Diehl, o Presidentedo Diretório do Banque BCP subiu ao palco para ofereceu um enorme ramo derosas vermelhas à fadista.Na sala estavam várias personalidades, entre as quais o Secretário de Estadodas Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que chegou de Strasbourga tempo de assistir ao fim do concerto.

LusoJornal / Mário Cantarinha

Delegação deRambouilletdeslocou-se aTorres Novas

Ao abrigo do Protocolo de Geminaçãoentre os municípios de Torres Novase Rambouillet, esteve de visita a Tor-res Novas, entre os dias 19 e 26 deabril, uma delegação com cerca de30 elementos provenientes desta ci-dade francesa.A receção teve lugar nos Paços doConcelho, no passado dia 19 de abril,pelas 16h30. Do programa fizeramparte visitas a locais de interesse tu-rístico no concelho e na região, bemcomo a participação nas comemora-ções torrejanas do 43º aniversário do25 de Abril de 1974.O objetivo foi aprofundar o intercâmbiocultural e promover a cooperação e in-teração entre habitantes de TorresNovas e Rambouillet, mantendo laçospermanentes entre os dois municípios.Recorde-se que esta geminação nas-ceu da vontade da Comunidade por-tuguesa residente em Rambouillet,tendo o acordo formal sido assinadoem maio de 2010.A oficialização da Geminação tevelugar no dia 7 de maio, com a assina-tura do Protocolo, por ocasião das“Memórias da História”, numa ceri-mónia onde marcaram presença Gé-rard Larcher, Presidente do Municípiode Rambouillet e Presidente do Se-nado da República Francesa, bemcomo Jaime Gama, à data Presidenteda Assembleia da República Portu-guesa.Conjugar esforços a fim de assegurar,na plena medida dos seus meios, osucesso deste empreendimento depaz e prosperidade, promover, atra-vés desta geminação, os valores uni-versais que unem os dois países: aliberdade e a democracia, e aindapromover a partilha, a troca de expe-riências, a opinião e os valores, incen-tivando a realização do intercâmbiocultural e a cooperação entre os seuscidadãos, fazem parte dos objetivosdas duas cidades.Considerando que estas trocas e liga-ções permitem um enriquecimento edesenvolvimento dos cidadãos, noque se refere à compreensão mútua,esta geminação procura promover osvalores da liberdade, da democraciae da União Europeia.

Le 03 mai 2017

Por Clara Teixeira

Todas as semanas, estamos ao seu lado

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14 CULTURA

Sérgio Gave Fraga publica livro autobiográfico

O advogado Sérgio Gave Fraga apre-sentou na semana passada, na FNACde Braga, o livro autobiográfico “Sim,tu és capaz”, com edição de autor, ena qual percorre a incrível aventurade uma criança que nasce de uma re-lação da mãe com um cunhado, queé praticamente abandonado aindabebé e que viveu sosinho em Paris,com apenas 16 anos, até se licenciarem Direito aos 46 anos, ser Candi-dato a Presidente da República eagora acabar de anunciar a sua can-didatura a Presidente da Câmara Mu-nicipal dos Arcos de Valdevez.Sérgio Gave Fraga nasceu a 8 demaio de 1966, em Cabreiro, Arcos deValdevez, filho da “Rosa da Coimbra”como era conhecida a mãe. Uma mãeque já tinha 6 filhos e que depoisaproveitou a ausência do marido,emigrado em França nos anos 60,para se deitar com o cunhado, comquem teve mais três filhos. Sérgio - opequeno “Fernandinho”, como lhechamavam - foi o último dos 9 filhosda mãe. “Sou um filho indesejado,fruto de uma relação extraconjugal,criado sem amor nem carinho” es-creve o autor do livro. “Ainda bebé,fui abandonado, deixado aos cuida-dos de uma senhora que diziam serminha avó, mas era apenas a mãe daminha ‘mãe’”. Está dado o tom!A população denunciou os maus tra-tos da avó e Sérgio Gave Fraga foiparar a um orfanato. “Com três anos,fui ‘condenado a uma pena de prisãoefetiva’, de doze anos, por um crimeque não havia cometido. Fui conde-nado sem direito a defesa e à liber-

dade condicional ou liberdade provi-sória” escreve no livro. E só saiu doorfanato porque a mãe, entretantotambém emigrante em França, o foibuscar doze anos mais tarde. “Apa-nhámos o comboio na Estação deSanta Apolónia, em Lisboa, com des-tino à Gare d’Austerlitz, em Paris.Não posso sequer esquecer estalonga e interminável viagem. Levavana bagagem muita esperança e mui-tos sonhos. Chegados a Paris, um ta-xista levou-nos a minha futura casa.Aos quinze anos, ia, finalmente, viveruma história que nunca começara”.Mas compreendeu depressa que “al-cançar o carinho e o amor de mãe nãopassava de uma ilusão”. Na opiniãodo autor, a mãe trouxe-o para Paris,para receber o abono de família porser filho de menor idade.Tentou suicidar-se, foi impedido denamorar com uma rapariga muçul-mana e acabou por sair de casa. DeBrunoy (91), levou a mobilete e uma

mochila. Tinha 16 anos e dormiu narua, nas entradas dos prédios de Parise por baixo das pontes. Até que deci-diu levantar a cabeça, arregaçar asmangas e tentar encontrar destino.Foi modelo, ator de cinema e até can-tor. Trabalhou em restaurantes deprestígio e chegou a ser Diretor dorestaurante “Le Grenier sur L’eau” emParis.Casou e mudou-se para Portugal paraque a mulher tirasse o curso de en-fermeira. Entretanto vendeu aparta-mentos. “Depois de ter enfrentado eultrapassado ao longo da minha in-fência, adolescência e início de vidaadulta vários obstáculos, derrubadovárias barreiras e ganho várias bata-lhas, a vida, finalmente, corria-mebem”.Depois da mulher estar licenciada,decidiu também ele estudar e, depoisde ter chegado ao 12° ano, inscreveu-se no ensino superior. O sonho de sercantor fez com que se inscrevesse

num curso superior de canto, massaiu da secretaria, pensou duasvezes, e voltou a entrar para se matri-cular em... Direito.Hoje é advogado, com escritórios emArcos de Valdevez, em Braga e emParis. Viaja entre os dois países comosempre fez desde os 15 anos.“Quando as pessoas lerem o meulivro, vão deixar de se queixar tanto.Vão ver por tudo o que eu passei e vãodizer que este homem transmite forçae motivação” confiou numa entrevistaao LusoJornal. “Porque editei estelivro? Para dizer às pessoas que, seeu fui capaz, eles também serão ca-pazes”.Depois do sonho de ser cantor, surgiuo sonho de ser... Presidente da Repú-blica. Foi Pré-Candidato em 2016,mas acabou por não conseguir as7.500 assinaturas de que necessi-tava. “Queria ser a voz dos emigrantese dos mais frágeis. Queria dar-lhes vi-sibilidade” conta ao LusoJornal. “Nãofoi desta, mas serei candidato em2021” prometeu.Entretanto Sérgio Gave Fraga anun-ciou na semana passada ser candi-dato independente a Presidente daCâmara Municipal dos Arcos de Val-devez, “sem qualquer Partido polí-tico, completamente livre eindependente” diz nas redes sociais.O livro é ao mesmo tempo uma tera-pia, um programa eleitoral e umatransmissão de “positividade” aos lei-tores.Mas ainda é mais do que isso: é tam-bém um ato de solidariedade, já queo autor é Presidente da associaçãoPalco d’Abrigo, uma associação deapoio à criança e ao jovem!

Advogado trabalha entre Paris e Arcos de Valdevez

Por Carlos Pereira

Portologia et La Chapelle des Lombards:deux lieux differents, même idée du Fado

LusoJornal avait déjà couvert l’ou-verture, voici un peu plus d’un an,de Portologia, lieu, comme sonnom l’indique, dédié aux vins dePorto (mais proposant aussi d’au-tres vins portugais et des petiscosde qualité) logée au cœur du Ma-rais à Paris, non loin du CentreGeorges Pompidou.Julien dos Santos et son équipeont eu depuis le début de cetteannée la bonne idée d’y organiserdes apéritifs de fado, qui de fait seprolongent jusqu’à plus de 22h00.Ce sont Filipe de Sousa (guitarra)et Nuno Estevens (viola), comptantparmi les tout meilleurs musiciensde fado en France, qui assurent laprogrammation de fado. Commen-cée avec des chanteuses de lajeune génération (Jenyfer Rainho,Mónica Cunha, Lizzie, DanielaCosta, entre autres), elle incluraaussi dans les prochaines semai-nes quelques «anciens», mais enpleine forme, du fado parisien,puisque, par exemple, Sousa San-tos y est annoncé prochainement.Cela se passe un mercredi surdeux, à partir de 19h30, et l’artisteinvité se produit au cours de troissets, entrecoupés de pauses. Il ar-

rive, souvent, que des collègues depassage soient invités à chanter unou deux fados. La salle est petite(pas plus de quarante places,mieux vaut réserver), ses murs cou-verts de bouteilles qui font envie,l’ambiance est chaleureuse, etc’est parti pour une jolie soiréefado-porto en partageant des plan-ches de fromages ou charcuteriesportugaises.La Chapelle des Lombards, qui futun haut lieu de la salsa et du jazzdans la rue du même nom a depuislongtemps quitté les Halles pours’installer rue de Lappe, à la Bas-

tille, avec les mêmes exigences deprogrammation. Plus récemment,elle a ouvert ses portes en début desoirée à des musiques différentes,dont le flamenco et le fado.Le décor est celui d’un club, sansrien de portugais ou d’espagnol«typique». Rien à voir avec Porto-logia. On n’y boit guère de Porto,c’est plutôt Coca, bière, rhum ouwhisky. Et pas de petiscos. Mais,comme à Portologia, le fado sedonne une soirée par quinzaine, engénéral le jeudi pour un «apéro-fado». Et on y retrouve, comme àPortologia, Filipe de Sousa et Nuno

Estevens aux manettes musicales,là aussi avec une programmationcentrée sur les jeunes talents dufado mais aussi avec des gens d’ex-périence puisque Joaquim Camposs’y produira prochainement.La formule: un mini-concert d’en-viron une heure de l’artiste invité;ça commence vers 20h00, et à22h00, la Chapelle s’ouvrira auxdanseurs pour toute la nuit.La formule «récital» pour ces deuxlieux permet aux vocalistes de s’ex-primer plus largement que dans laplupart des prestations proposéespar les dîners-fado des restaurantsoù les soirées de fado vadio, quiont cela dit d’autres avantages, etleur offre la possibilité, qu’ellessaisissent ou pas, de conceptuali-ser un répertoire. Elles complètenten tout cas de façon intéressantela palette que propose le fado enFrance.

Portologia42 rue Chapon75003 ParisInfos: 09.52.59.22 29

La Chapelle des Lombards19 rue de Lappe75011 ParisInfos: 01.43.57.24.24

Par Jean-Luc Gonneau

«Dame de nuit»,de Manoela Sawitzki

En automne de l’an dernier, les Édi-tions Tupi or not Tupi, créées en 2012à Toulouse, nous ont donné l’occasionde découvrir l’écrivain et auteur debande-dessinée Lourenço Mutarelli, àtravers son roman «L’odeur du siphon»(«O cheiro do ralo»). En automne pro-chain, Tupi or not Tupi récidivera,mais cette fois-ci à travers la pré-sence à Paris de l’auteure brésilienneManoela Sawitzki, pour la présenta-tion de son roman «Dame de nuit»(éd. Tupi or not Tupi, 2014). Cesdeux écrivains font partie de la géné-ration post-Jorge Amado qui proposede nouvelles stratégies d’écriture etqui donne à la cartographie littérairebrésilienne une nouvelle orientation.Manoela Sawitzki est née en 1978,dans l’État de Rio Grande do Sul etactuellement elle vit à Rio de Janeiro.Journaliste et dramaturge, diplôméeen Lettres, «Dame de Nuit» (titre ori-ginal: «Suite Dama de Noite») est sondeuxième roman.Entre confessions et lutte pour la sur-vie, entre amour et mensonges, JúliaCapovilla, protagoniste du roman, està la recherche d’elle-même et de sonexistence. Elle vit dans un univers demensonges qu’elle fabrique elle-même, comme si cela était un re-mède à ses souffrances. Par exemple,elle aimait jouer à des amours clan-destines. Et entre normalité et trans-gressions, elle finit par croire à sespropres mensonges et à ses inven-tions qui deviennent son arme préfé-rée. Jusqu’au jour où elle apprendle décès de Leonardo, officielle-ment son ami d’enfance. Alors sonmonde titube et s’écroule. Elle, lafemme distante, la fonctionnairediscrète, l’amante enflammée, sevide à petit feu.Avec finesse et une écriture jolimentmaîtrisée, et aussi avec une bonnedose de fantaisie, Manoela Sawitzkinous propose à travers ce récit unpuissant portrait des relations et descontradictions humaines. Par ail-leurs, ses personnages sont tellementvrais qu’ils finissent par envahir lemonde réel du lecteur. Enfin, «Damede nuit» nous apparaît aussi commeun écho d’une société rongée par sesnormes et empreinte de morale ca-tholique.

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

Le 03 mai 2017

Le Fado selon Portologia, à ParisDR

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Dia da LínguaPortuguesa no ConsuladoGeral de Portugal emParisO Consulado Geral de Portugal emParis vai acolher as celebrações doDia da Língua Portuguesa que terãolugar nos Salões Eça de Queirós, nopróximo dia 03 de maio, pelas18h30. Estas celebrações são orga-nizadas em colaboração com a Coor-denação do Ensino Português emFrança e com o Centro Cultural Ca-mões em Paris.Numa primeira parte será encerradoo concurso com o nome da escritorae antiga Coordenadora do ensino por-tuguês em França, Maria Isabel Bar-reno: “Corredores Secretos” concursofotográfico de leitura”. Vão ser apre-sentadas as fotografias premiadas eserá feita leitura, pelos alunos, dostextos que as inspiraram.A segunda parte intitula-se “Parler,falar, hablar, parlare, to speak, spre-chen…”. Espetáculo/Debate emtorno do ensino das línguas, comquestões teóricas e práticas, e pro-postas de outras formas de ensino. Apartir do atelier bilingue de Graça dosSantos, «Passages du corps à la voix,à la recherche de l’autre» do UFRLCE / Département de Portugais (Uni-versité Paris Nanterre), serão feitasapresentações de textos de MárioCarvalho, por alunos atores e profes-sores.

Filme dePedro Pinhojunta-se à Seleção daQuinzena dosRealizadores,em CannesO filme “A fábrica de nada”, do reali-zador português Pedro Pinho, foi adi-cionado à programação da Quinzenados Realizadores, um dos programasparalelos do festival de Cinema deCannes, em maio, em França, já de-pois do fecho da última edição do Lu-soJornal.A Quinzena de Realizadores decor-rerá de 18 a 28 de maio, e a progra-mação oficial foi anunciada nasemana passada, mas o filme dePedro Pinho foi entretanto adicionadonuma “sessão especial”, por decisãoda organização.“A fábrica de nada” é “um filme ori-ginal que varia entre o drama íntimo,a comédia social realista e inclui ummomento musical”, afirma o respon-sável pela Quinzena, Édouard Wain-trop, através do Twitter. Esta será aestreia de Pedro Pinho em Cannes,com um filme “sobre a incapacidadeaparente de as pessoas se juntareme conseguirem mudar as coisas. Ésobre a impotência de se agir emconjunto sobre o que se passa àvolta”, explicou o realizador à Lusa.

16 CULTURA

Além Fado» et «Un avant-poste du progrès»au Cinema Le Meliès à Pau

Le mardi 25 avril, à 20h30, l’asso-ciation Lusophonie de Pau, présidéepar Guy Faure, en partenariat avec leCinéma le Méliès, organisait une soi-rée d’un genre très particulier.En première partie, un concert deFado assuré par le trio «Além Fado»,projet né d’une rencontre de 3 musi-ciens: Lizzie au chant, Filipe deSousa à la guitare portugaise et NunoEstevens à la viola classique.Etonnant spectacle de fado qui vabien au-delà des racines tradition-nelles de cette musique. Celui-cimélange passion, tradition et inter-prétation singulière. Révélation d’unfado personnel et d’aujourd’hui queLizzie a voulu offrir au public palois.Cette jeune Française a suivi très tôtun parcours naviguant entre piano,guitare folk, Chopin, Barbara etJames Taylor. Amoureusement plon-gée depuis longtemps dans la luso-phonie, après un an passé dans lequartier d’Alfama à Lisboa, Lizzienous revient la saudade chevillée aucorps.

En seconde partie de soirée, place augrand écran.D’après la nouvelle de Joseph Conradpubliée en 1897 dans la revue Cos-mopolis et inspirée de sa propre ex-périence en Afrique, «Un avant-postedu progrès» a été réalisé en 2016 parHugo Vieira da Silva. Pour ce filmd’un genre très particulier, le publicne s’est pas trompé sur sa qualitétant philosophique, théâtrale, histo-

rique qu’esthétique. L’associationLusophonie de Pau ainsi que le ci-néma le Méliès ont réussi ce tour deforce de le projeter en avant-première15 jours avant sa sortie nationaleprogrammée pour le 10 mai: jour dela commémoration de l’abolition del’esclavage.A la fin du XIXe siècle, deux colonsportugais inexpérimentés, Kayerts etCarlier, mus par un vague désir de ci-

viliser les colonies, débarquent par lepetit vapeur qui n’apparaît que tousles 6 mois, dans un coin reculé dufleuve Congo afin d’y assurer l’orga-nisation d’un comptoir commercial.Des babioles et des cotonnadescontre de l’ivoire. Sous l’œil de Ma-kola, l’africain. Le réalisateur abordele thème de la colonisation portu-gaise en Afrique avec un ton et uneliberté parfois à la limite de l’absurdeet du burlesque. Hugo Vieira da Silvase livre à une libre adaptation duroman éponyme de Joseph Conrad etentraîne le spectateur dans unvoyage étonnant au cœur d’une jun-gle hallucinée. Jungle présentée icicomme une scène théâtrale où l’es-pace d’action et d’inaction s’avère fi-nalement restreint, confiné, aumilieu de nulle part. De quoi rendrefou. Magnifiques images en noir etblanc très en rapport des clichésphotographiques de nos archives surcette période coloniale. Avec NunoLopes, Ivo Alexandre, David Caracol,Inês Helena, António Mpinda, JoséManuel Mendes, Cleonise Malulo,Domingo Sita.

Organisé par l’association Lusophonie

Par Gracianne Bancon

Foi apresentado um livro sobre a “Amicale”dos Portugueses de VincennesNo passado sábado, dia 22 de abril,foi apresentado o livro “ACPV -L’Amicale des Portugais de Vincen-nes - Memórias Fotográficas”.Mais de uma centena de pessoasassistiram à apresentação, que con-tou com a presença e intervençãodo Deputado Carlos Gonçalves,eleito pelo círculo eleitoral da Eu-ropa.Trata-se de mais uma obra da edi-tora “Portugal Mag Edições”, com acoordenação de Frankelim Amaral ePedro António, e com a colaboraçãode Adélio Amaro.A Portugal Mag Edições iniciou umprojeto de recuperação de testemu-nhos, provas, vivências e história,das principais Associações e Insti-tuições lusófonas. Cada livro per-tencerá a uma colecção intituladade: “Memórias Fotográficas”.“Tudo isto porque nos dias de hoje,há cada vez mais a necessidade demarcar a memória, de vincar as nos-sas tradições, raízes, língua, o tra-

balho como instituição, grupo fol-clórico ou associação lusófona”.Esta edição, tal como as outras, teráuma parte dos livros expostos noConsulado Geral de Portugal, em

Paris, para pesquisa e realização deum espólio cultural, para posteriorconsulta sobre as associações e ins-tituições Lusófonas. Ao longo daspáginas deste livro, além da biogra-

fia do rancho e dos membros admi-nistrativos, podemos ver, em foto-grafias, toda a história desde ostempos mais longínquos, até aosdias de hoje.

Nantes: festival «Lusophonie - A la rencontre de la langue portugaise»Le 5 mai est le jour de la langue et laculture portugaise dans le monde, etla semaine de l’Europe!Pour la deuxième année consécutivele Programme Portugais LangueÉtrangère (Prople) de l’Université deNantes propose le festival «Lusopho-nie, A la rencontre de la langue por-tugaise». Ce festival entièrementgratuit s’installe à Nantes pour troisjours de films, concerts, conférence,DJ set, expositions, pour partir à la

rencontre de la langue portugaise etdes différentes cultures qui la parlent.Pour les mélomanes en quête de nou-veautés le mardi 2 mai sonne, dès18h00, l’ouverture en musique dufestival avec deux concerts et un DJSet unique au Pôle étudiant. Venezpour du classique avec les vertueuxbrésiliens du Duo Camarà, Vitor Gar-belotto (guitare) & João Vaz (percus-sion), et le rockuduro survitaminé dule groupe «Throes and the Shine».

Les cinéphiles trouveront leur bon-heur avec la série de 10 projectionsorganisées sur les trois jours, de filmsclassiques et projections inédites auPôle Étudiant, à l’École d’Architec-ture et au bar le Baroudeur, organi-sées par Accès au Cinéma Invisible,Mire et le CCC.Linguistes et littéraires, écouteront le3 mai, à 16h00, la conférence sur lapoésie portugaise du libraire et édi-teur Michel Chandeigne à la Libraire

Durance, ou bien vont discuter «mu-sique brésilienne» le 4 mai, dès19h30, autour d’un verre lors d’uncafé franco-portugais animée par uneenseignante brésilienne au bar le Ba-roudeur.A tout cela s’ajoute une exposition surla Révolution des Œillets, une projec-tion de portraits du Mozambique lorsdu concert du Duo Camarà et enfindes «reverse graffiti» dès 10h00 etpour toute la journée du mardi 2 mai!

LusoJornal / Gracianne Bancon

Le 03 mai 2017

Portugal Magazine

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ASSOCIAÇÕES 17

Une belle celébration du 25 Avril à la Maison du Portugal

La Maison du Portugal de la Cité Uni-versitaire de Paris a accueilli la soiréecommémorative de la Révolution desœillets, ce 25 avril. Accueil personni-fié par la Directrice de la Maison, AnaPaixão, avec toute la délicatessequ’on lui connait dans son discoursde bienvenue. Les Amis de Lusofo-lie’s rassemblent, autour de João Hei-tor, qui fut l’infatigable animateur dece lieu culturel dont nous espéronstous la réouverture, celles et ceux qui,artistes, militants, simples clients,amateurs d’arts, de musique, de lit-térature, de débats de société, ontparticipé à la vie de Lusofolie’s. Et ilsétaient nombreux ce soir de 25 avril,remplissant largement la salle Fer-nando Pessoa de la Maison du Portu-gal, en présence notammentd’António Albuquerque Moniz, Con-sul du Portugal, et de Paulo Pisco,Député portugais.Des discours, des lectures poétiques,des chansons, des témoignages, de lamusique ont illustré la liberté retro-uvée du peuple portugais ce jour du

25 avril 1974 après des décennies dedictature. Une présentation par JoãoHeitor des exilés portugais célèbresqui trouvèrent refuge en France au

cours des siècles, en commençantpar André de Gouveia, fameux profes-seur, louangé par Montaigne, et dontla Maison du Portugal porte le nom,

en passant par le dramaturge Al-meida Garrett, le romancier Alexan-dre Herculano, le poète Mário de SáCarneiro, le chanteur Luís Cília pour

finir par Mário Soares - dont Moniqueda Silva Terra, veuve du professeur etpoète José Terra, évoqua quelques as-pects de son exil - et Álvaro Cunhal.Parties musicales avec le Groupe deCantares Alentejanos de Paris, troupeamateur franco-portugaise qui nouslivra une belle version de «Grândola,Vila Morena», reprise comme il sedoit en cœur par le public, les chan-sons interprétées par José Vala etAgripino, le mini-concert du quartetde guitares de Paris. Des lectures etdes témoignages (Rui Meirelles, Ar-mando Ribeiro, Anabela César, JorgeTomé, d’autres encore… Tout pourune belle soirée amicale comme lesaime João Heitor, montrant aussi quemilitance et poésie savent faire bonménage. A la fin, encore un petitcoup de «Grândola, Vila Morena»avant de se retrouver devant le pot etles petiscos de l’amitié, servis par lesassociations Gaivota et 3M, chacuneet chacun repartant avec son œillet,fleurs apportées par Luís Ferreira, in-fatigable militant et homme de cœur.Les amis de Lusofolie’s, c’est quelquechose!

Organisée par les Amis de Lusofolie’s

Par João Silveirinho

Comemorar Abril nas Secções Portuguesas de Saint Germain-en-Laye, Paris e Saint-Cloud

Passaram 43 anos sobre a «Revoluçãodos Cravos». Todavia, como escreve oantigo dirigente estudantil AlbertoMartins, «o 25 de Abril foi passado econtinua a ser futuro». É uma razãopara transmitir esta mensagem aos jo-vens.Nesta linha de pensamento, a SecçãoPortuguesa do Liceu Internacional [LI]de Saint Germain-en-Laye organizou,com as suas congèneres dos LiceusBalzac e Montaigne (Paris) e Alexan-dre Dumas (Saint-Cloud) duas confe-rências proferidas pelo «Capitão deAbril» António Rosado da Luz.A primeira teve lugar, a 26 de abril,no anfiteatro do Château d’Henne-mont [LI] em presença do Cônsul-Geral Adjunto, João Melo Alvim e doantigo «Proviseur» do LI Yves Le-maire. Com a sala completamente

cheia, o Coronel Rosado da Luz en-cantou jovens e adultos contextuali-zando a «Revolução dos Cravos» noquadro da História de Portugal para,num segundo momento referir e ilus-trar com imagens a sua própria vivên-cia do dia 25 de abril de 1974, comooficial de ligação entre o posto de co-mando, na Pontinha, Costa Martins noaeroporto e, sobretudo, ao lado deSalgueiro Maia, no Largo do Carmo.No fim da exposição, um grupo dealunos do Ensino Primário entoou aconhecida canção de ErmelindaDuarte «Somos Livres», contagiandoa assistência.A segunda conferência realizou-se a27 de abril no Liceu Montaigne, empresença da Coordenadora do EnsinoAdelaide Cristóvão e do Proviseur JoelBianco despertando a participaçãoentusiástica dos presentes.Estas ações são tanto mais importan-

tes quanto todos sabemos que a Li-berdade e a Democracia não sãodados adquiridos «ad aeternum». Háque cultivá-las, conscientes que umPovo sem História é um Povo sem fu-turo. Comemorámos Abril. Mas a His-tória não é apenas comemoração. Éuma tomada de consciência do pas-sado para traçarmos, com lucidez, co-ragem e ousadia, as linhas deconstrução do futuro.Deixamos um sentido «Bem hajam!Senhores Capitães de Abril», poraquilo que fizeram há 43 anos. Agra-decemos ao Coronel Rosado da Luzpelo testemunho que nos soube trans-mitir. Os ideais do 25 de Abril sãopara sempre.

(*) José Carlos Janela Antunes é o Di-retor da Secção portuguesa do LiceuInternacional de Saint Germain-en-Laye

Por José Carlos Janela Antunes (*)

Jantar da Liberdade em Montesson

Homens e mulheres juntam-se emMontesson (78) para comemoraremo 25 de Abril. Esta iniciativa de doisamigos começou há 4 anos, com 18pessoas, agora a organização nãopôde satisfazer todos os pedidos, de-vido à capacidade de acolhimento doRestaurante “Les Jardins de Montes-son” que é de 100 pessoas.Foram pois homens e mulheres queneste jantar dito da Liberdade, entoa-ram a “Grândola, Vila Morena” e ou-tras canções do carismático ZecaAfonso. Canções simbólicas da nossaRevolução, considerada a mais belade todas as Revoluções que o mundoconheceu até agora (e talvez a ja-mais) sem vítimas, sem violência.

Esta comemoração do quadragésimoterceiro aniversário da Revolução dosCravos,onde todos tinham histórias elembranças desse tempo, e comosempre e logo que se fala de “relem-brar”, alguns convivas, com emoção,contaram como viveram o 25 deAbril... antes durante e depois e atécomo atores, como foi o testemunhode José Oliveira que foi oficial e ser-viu sobre as ordens do Capitão Fer-nando José Salgueiro Maia.O Deputado socialista Paulo Piscotambém relembrou que o povo por-tuguês se libertou do Fascismo e quedevemos ser vigilantes e responsáveispelas nossas ações. E que é um deverde relembrar esta data do 25 deAbril... e o porquê dessa Revolução!Porque o mundo em que vivemos é

um mundo incerto, um mundo detentações, um mundo onde milhõesde humanos vivem sobre o domíniode ditadores e outros “marchands derêves” que prometem mundos e ma-ravilhas. Ninguém se deixe cair natentação de “experimentar” outra va-riante da democracia para ver se ascoisas são melhores.Deixo-vos com esta citação de Nel-son Mandela: “Ninguém nasceodiando outra pessoa pela cor desua pele, por sua origem ou aindapor sua religião. Para odiar, as pes-soas precisam aprender, e se podemaprender a odiar, podem ser ensina-das a amar!”

(*) Luís Gonçalves foi um dos dois or-ganizadores do jantar

Por Luís Gonçalves (*)

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Le 03 mai 2017

Maria José Henriques

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18 ASSOCIAÇÕES

Academia do Bacalhau de Paris acolhe Presidente de Associação Desportiva do Campanário

Na iniciativa Roupa Sem Fronteiras2015, a Academia do Bacalhau deParis (ABP) apoiou a Associação Des-portiva do Campanário, na Madeira.Na sequência desse apoio, um grupode Compadres e Comadres da ABPdeslocou-se àquela ilha portuguesaem outubro de 2016. No dia 22 deabril de 2017, foi a vez de os Compa-dres acolherem em Paris Luís Dru-mond, Presidente da associação.A noite foi preparada para proporcio-nar um evento de classe: um passeiode barco pelo rio Sena, acompanhadode um jantar. O ponto de encontro, aopé da Torre Eiffel, obrigou algunsCompadres e Comadres a apressarem-se para não perderem o barco, que

levou os 34 convivas a apreciar algunsdos mais belos monumentos da capi-tal francesa.A ementa, 100% de origem francesa,incluiu foie gras, poulet de bresse ousalmão grelhado, seguido de um bolode chocolate para sobremesa. Masmais que um jantar, esta foi uma oca-sião para os presentes conviverem,debaterem e aproveitarem um bommomento juntos.De regresso ao cais, os Compadresapressaram-se de novo, desta vez parachegar a tempo ao Portologia, ondeforam extremamente bem-recebidospelo gerente, Julien dos Santos. Aoentrar no espaço, no bairro de Arts etMétiers, os convivas foram invadidospelo odor do vinho do Porto, dos cafésacabados de servir, dos queijos de

cabra e da charcutaria tradicional por-tuguesa. Enquanto esperavam paradegustar os típicos pastéis de nata,Luís Drumond agradeceu a todos ospresentes pela simpática receção epela amizade que se instalou entre aspessoas das ABP e da AssociaçãoDesportiva do Campanário.A noite teria terminado pelas 23h00,após uma degustação de vinhos doPorto, não fosse o facto de FernandoLopes, Presidente da ABP, fazer anosno dia seguinte. O grupo ficou entãoaté à meia-noite, altura em que come-çou a cantar os parabéns em unís-sono. Seguiu-se o hino da Academiado Bacalhau - tudo à porta fechada,para impedir que os turistas curiososque por ali passavam se juntassem àfesta.

Jantar pelo rio Sena

Por Diana Bernardo

Association Socioculturelle des Anciens Combattantsdes Ex-colonies Portugaises fête ses 20 ans

Les membres de l’Association Socio-culturelle des Anciens Combattantsdes Ex-Colonies Portugaises, dont lesiège est à Roubaix, pour fêter le20ème anniversaire et au mêmetemps les 43 ans de la Révolution desŒillets, se sont réunis avec leursépouses à la Maison du Portugal deRoubaix, le dimanche 30 avril, autourd’un repas convivial.Conviés pour l’évènement, nous avonsdemandé à Manuel Pereira, Secrétairede l’association s’il n’était pas d’unecertaine façon ringard de continuer àorganiser ce type de rencontres? SelonManuel Pereira, il est plus que jamaisnécessaire d’organiser et partager detels moments. Il y a eu des combatssur le terrain et d’autres qui ont étémenés, comme par exemple, pour ob-tenir des droits à la retraite pour lesannées passées sous les drapeaux.Quelques dizaines d’années post-guerre coloniale, des ex-combattants

souffrent encore de séquelles phy-siques et morales, tel que «le stressde guerre». Maux qui pour quelquesuns n’ont pas encore été reconnus.Des démarches sont encore en coursautour de cette reconnaissance ainsique sur le thème de l’attribution d’unecarte de malade militaire qui donne-

rait accès à des traitements médica-menteux en externe gratuits.Le repas annuel organisé par l’Asso-ciation des Combattants des ex-Colo-nies Portugaises est l’occasion derevoir des amis et d’échanger. Audébut de la rencontre une minute desilence a été respectée en honneur

des membres de l’association décé-dés.Etaient présents au repas, des asso-ciés qui ont fait leur service militaireen Angola, Mozambique, Guinée-Bis-sau et même en Inde.A tous les membres présents, ManuelPereira a fait la surprise en offrant unbol et sous-tasse avec la date de larencontre. Symboliquement et ensouvenir du 25 Avril, toutes lesépouses se sont vues offrir un œilletrouge, symbole de Liberté. Libertéque selon Manuel Pereira, est mena-cée en France. Il se dit attristé de voirdes lusodescendants voter aux élec-tions présidentielles en France pourMarine le Pen. Il ne souhaite plus re-venir au temps des deux portes mon-naies: l’euro ayant facilité bien deschoses. Il est également important depouvoir avoir le choix de sa nationalitéet que le droit de vote des étrangerssoit conservé, voir qui soit élargie àd’autres élections que les élections lo-cales et européennes.

L’association qui représente dans leNord de la France les «Veteranos deGuerra de Braga» et qui est affiliée à«Liga Portuguesa dos Combatentes»était présente lors des Cérémonies du99ème Anniversaire e la Bataille de laLys, le 22 avril, à Richebourg et LaCouture.Le centenaire de la Bataille de la Lysest dans un an, et l’association nor-diste compte bien participer et colla-borer à ce qui devrait être un momentimportant pour la Nation portugaise.Associations, représentants de l’état,ainsi que d’autres forces vives auronsà l’honneur de rappeler notre Devoirde Mémoire.L’association s’est occupée, le long deses 20 ans, de plus de 250 dossiersde retraite. Le thème est moins d’ac-tualité, toutefois des combats restentà mener: ne pas oublier, défendre lesacquis, faire reconnaitre des droitsainsi que les valeurs de nos deux peu-ples, France et Portugal, tels que laLiberté, l’Égalité et la Fraternité.

A la Maison du Portugal de Roubaix

Par António Marrucho

Pedalar pela paz: Carlos Vieira atravessa a Françadepois de ter sido recebido pelo Papa

Com 65 anos de idade, Carlos Vieira,o bombeiro-ciclista de Leiria, foi rece-bido pelo Papa Francisco, no Vati-cano, e regressa a Fátima de bicicleta,pela terceira vez, num percurso commais de 3.000 km, acompanhado porAntónio Figueiredo, 56 anos, médicoortopedista de Coimbra, e por MiguelVilar, 60 anos, antigo piloto de Fór-mula 1. Depois de ter recuperado amobilidade perdida no seguimento deum acidente, Miguel Vilar atravessou,em 2011, os Estados Unidos em bi-cicleta. Estão a ser acompanhados porFrancisco, 70 anos, um “fiel compa-nheiro” de Carlos Vieira, que segue

numa carrinha de apoio aos ciclistaspatrocinados pela Liberty Seguros.Aquando da etapa entre Toulon eArles, no passado dia 27 de abril, ostrês ciclistas pararam em Saint Gilles,no Gard, onde os aguardavam algunsamigos Portugueses, para os felicita-rem. Foram recebidos em casa de Al-fredo Paiva, onde aguardava um jantarpreparado por Adília Paiva. Foi ummomento de convívio, com alegria,mas onde se falou também da impor-tância desta peregrinação de paz.No dia 28 de abril, a comitiva reto-mou a estrada para mais uma etapade 145 km, entre Arles e Béziers.Quando chegaram à região de Lunel,no Hérault, foram acolhidos em Lan-

sargues, por Diamantino Coelho e es-posa, o Presidente da Associação Cul-tural Portuguesa de Lansargues e porTony Inácio, correspondente do Luso-Jornal na região. Depois do almoço, ogrupo seguiu viagem, em direção deBéziers, onde estava previsto seremrecebidos por mais Portugueses.A chegada a Fátima está prevista parao dia 11 de maio, por isso ainda fal-tam algumas etapas. Mas há duas pa-ragens com mais significado: uma noSantuário de Lourdes, em França, eoutra no Santuário de Nossa Senhorado Pilar, em Espanha.A empresa Liberty Seguros patrocina,em parte, esta excursão ciclista pelapaz.

São três ciclistas e uma carrinha de apoio

Por Tony Inácio

LusoJornal / António Marrucho

LusoJornal / Tony Inácio

Le 03 mai 2017

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BernardoSilva: “Não vaiser um jogofácil frente àJuventus”

Esta quarta-feira, o Monaco vai dis-putar a primeira mão das meias-finaisda Liga dos Campeões europeusfrente aos italianos da Juventus. Ementrevista ao LusoJornal, BernardoSilva, avançado dos monegascos,abordou este encontro importantenuma temporada.

Que antevisão podemos fazer do jogofrente à Juventus?Sabemos que a Juventus apenasconcedeu dois golos nesta edição daLiga dos Campeões. Não vai ser umjogo fácil, mas vamos jogar para ga-nhar a eliminatória e ultrapassar estafase da prova para chegarmos à final.

Com esta campanha na Liga dosCampeões, há muitos clubes interes-sados pelo Bernardo…Estou tranquilo. Quero é terminar damelhor maneira esta temporada como Mónaco. Quero sair desta épocacom o título e ter chegado o maislonge possível na Liga dos Campeões.No fim da temporada veremos o quese vai passar.

O interesse desses clubes nãomudou nada?Não mudou nada no meu quotidiano.Já faz algum tempo que se fala de in-teresses. Vou dar simplesmente omeu melhor para ser Campeão.

Na outra meia-final da prova, o RealMadrid de Cristiano Ronaldo defrontao Atlético Madrid. Recorde-se que afinal da temporada passada foi entreestas duas equipas e o Real tinhavencido por 5-3 na marcação dasgrandes penalidades, após o empatea uma bola no fim do tempo regula-mentar e do prolongamento.

Liga Europa:Final entreAnthonyLopes e JoséMourinho?Esta quarta-feira, o Lyon do interna-cional português Anthony Lopes tam-bém joga frente aos holandeses doAjax, num jogo a contar para a pri-meira mão das meias-finais da LigaEuropa. Enquanto o Manchester Uni-ted, do Técnico português José Mou-rinho, joga apenas na quinta-feirafrente aos espanhóis do Celta Vigo.

20 DESPORTO

Les Lusitanos de St Maur continuent d’y croire

Victorieux de la réserve du Havre B(2-0), lors de la 28ème journée deCFA, les Lusitanos s’offrent le droitde croire à une possible montée lorsdes dernières journées face à l’En-tente SSG et Fleury-Mérogis!Après avoir renoué avec la victoireface à Calais (2-1), à domicile, lesLusitanos savaient qu’ils n’avaientpas le droit à l’erreur au moment dese rendre jusqu’au Havre pour af-fronter la réserve du club doyen dufootball français. Sauver de la relé-gation, le HAC espérait renouer avecla victoire à domicile après plusieursmois sans succès. Pour cela, ellepouvait compter sur les renforts deStephan Milosavljevic, de BradleyDanger, Taher Mohamed et Sébas-tien Salles-Lamonge. Une oppositionjamais simple. Surtout que cetteannée, les Lusitanos n’ont pas fran-chement été à la fête face aux ré-serves professionnelles de Lille ou deLens. Et privés de nombreux joueursblessés (Bituruna, Moreira, Eloy, DeOliveira,…) ou suspendus (Rangoly)mais avec les premières minutes enCFA de Stephano Fonseca Cabral,les Lusitanos savaient que sans unegrande solidarité, le voyage retouraurait pu paraitre bien long. Et l’en-tame de match paraissait bien com-pliquée. Les hommes de CarlosSecretário mettant quelques mi-nutes pour se mettre en route. Kevin

Farade et Kevin Diaz étant les pre-miers à allumer la mèche. Mais le ré-veil de Saint Maur allait se fairegrâce à… Revelino Anastase. Le por-tier saint-maurien se jetant aprèsprécision dans les pieds du très re-muant Teddy Okou. Dans la foulée,c’est Ousmane Kanté qui allait enfintrouver la faille.Monté aux avant-postes, le défen-seur central allait récupérer un cen-tre en retrait de Kevin Diaz, puisenchaîner un crochet et une frappedu gauche imparable (0-1, 39 min).Dans la foulée, Pedro Nova tenterasa chance de loin mais c’est JoëlSaki qui allait se mettre en évidence.

Bien servi sur coup-franc par le maî-tre de la passe, Kévin Diaz, Joël Sakiplacera une tête en pleine lucarne deMilosavljevic qui ne peut queconstater les dégâts (0-2, 44 min).Un avantage plus que mérité qui al-lait se montrer décisif au final.En seconde période, les Lusitanoscontinuaient à faire preuve d’unegrande maîtrise collective. Man-quant de peu de marquer un nou-veau but pour alourdir le score. Maisavec ce succès, les Saint-Maurienspeuvent continuer à rêver de la mon-tée en National. «C’est une belle vic-toire», analysait Carlos Secretário.«On a su réussir un beau match. On

a su marquer au meilleur des mo-ments pour faire la différence. Etmême si nos deux buts ont eu lieuen première période, je trouve quel’on a été encore mieux. Maintenant,on sait que l’on n’a plus notre destinentre les mains mais une chose estsûre. On ne lâchera rien lors desdeux matchs qui nous restent».L’Entente Sannois-Saint-Gratien etFleury-Mérogis continuent la courseen tête avec 54 points. Soit une lon-gueur d’avance sur les Lusitanos quidans deux semaines recevront Viry-Châtillon avec l’envie de mettre en-core plus la pression sur leursadversaires.

Football / CFA

Par Eric Mendes

Wilson Davyes: «Objetivo é a manutenção do Cesson-Rennes»

O Campeonato francês de andebolparou durante cerca de três semanaspor causa de jogos internacionais. Noentanto na última jornada que decor-reu no passado dia 19 de abril, o ParisSaint Germain derrotou por 41-28 oCesson-Rennes onde atua o interna-cional português Wilson Davyes.Em entrevista exclusiva ao LusoJornal,Wilson Davyes abordou esta tempo-rada e a próxima onde vai representaro Dunkerque.

A diferença de golos no jogo frente aoPSG não é muito grande?É muito. Perder por 13 pontos de di-ferença, não é fácil. Por outro lado,temos de ser realistas, porque o Parisé uma equipa que foi construída paraganhar tudo em França, e se possívelganhar a Liga dos Campeões. A reali-dade da nossa equipa é outra. Elesestão a ocupar o primeiro lugar, en-quanto nós ainda não conseguimosgarantir a manutenção, portanto estadiferença mostra a distância que háentre nós e o Paris. Os Parisienses ga-nharam com todo o mérito.

O Wilson parecia frustrado dentro docampo, quase enervado pela formacomo decorria o encontro…A frustração deve-se ao facto de nossentirmos impotentes, porque quere-mos inverter a situação e não conse-

guimos encontrar as soluções. Issofaz parte do andebol e temos de sabergerir esta frustração para sermos maiseficazes.

Que balanço podemos fazer, por en-quanto, desta temporada?No início da época tive lesões, foramtrês consecutivas, e isso impediu-mede ter boas prestações e de jogar. Masnesta segunda parte do Campeonato,tenho-me sentido muito bem, sobre-tudo desde o início de março. Se ana-lisarmos as minhas estatísticas antesdo mês de março e agora, vemos umagrande evolução. Isto deixa-me bas-tante feliz.

A nível individual, tem sido um dosmelhores jogadores da equipa commuitos golos apontados…Tem sido uma boa época nesse as-peto porque tenho contribuído bas-tante em jogos decisivos como frenteao Saran e ao Ivry por exemplo, quesão adversários diretos na luta pelamanutenção, e com os quais tínha-mos perdido na primeira volta doCampeonato. Na segunda volta ga-nhámos e consegui dar o meu contri-buto.

Faltam poucos jogos para assegurar amanutenção?Sim, mas ainda temos um jogo emcasa frente ao Sélestat, e um em Cré-teil frente aos “Cristoliens”. Acho que

uma vitória em casa pode garantir de-finitivamente a manutenção, que é ogrande objetivo da equipa neste mo-mento.

Um objetivo a alcançar antes de sairpara o Dunkerque?Claro que quero garantir a manuten-ção do Cesson-Rennes na primeira di-visão. Eu estou em final de contratoe já assinei pelo Dunkerque, masquero deixar o Cesson-Rennes no es-calão mais alto do andebol francês,não me passa mais nada pela cabeça.

A aventura do Wilson continua entãoem França, uma terceira equipa de-pois do Nantes e do Cesson-Rennes...Acho que é fruto do meu trabalho.Apesar de algumas lesões, que tenhoacumulado, felizmente há Treinado-res que vêem qualidades em mim.Estou motivado para me preparar nasférias e ajudar o Dunkerque na pró-xima temporada. O objetivo do clubevai ser lutar pelos lugares cimeiros databela classificativa e isso é moti-vante para qualquer jogador. Estoufeliz por me juntar a uma equipa como prestígio do Dunkerque.

Vários jogadores portugueses estãoem França, mostra que há qualidadeno andebol luso?Não devemos nada a jogadores de ou-tros países. Temos apenas a infelici-dade da nossa Seleção não ter

participado nos grande eventos comoos Europeus e os Mundiais, e issoreduz a nossa visibilidade. Mas anossa qualidade é muito elevada eprova disso é que os clubes francesesapostam em nós. Eles interessam-secada vez mais pelos jogadores portu-gueses.

Em Portugal, o Porto é quase Cam-peão?Não. Ainda faltam alguns jogos paraacabar o Campeonato. Cada jogo éuma final e o clube tem de levartodos os jogos a sério numa fase final.Não podem deixar pontos porque issopode dar esperanças às outras equi-pas. Até agora o Porto tem feito umgrande Campeonato mas vamos terde esperar até ao fim.

De notar que o próximo jogo doCesson-Rennes é no dia 13 demaio, em casa, frente ao Sélestat.O Cesson-Rennes ocupa atual-mente o 11° lugar com 15 pontos,enquanto o Créteil, que conta nassuas fileiras com o internacionalportuguês Nuno Grilo, está no 13°lugar com 10 pontos.De referir por fim que tanto WilsonDavyes como Nuno Grilo, foram con-vocados pelo Selecionador portuguêsPaulo Pereira para os dois confrontosfrente à Suíça a contar para o apura-mento para o Campeonato da Europade 2018, que se disputa na Croácia.

Andebol

Por Marco Martins

Por Marco Martins

Joël Saki, buteur sur le 2-0Lusitanos de St Maur / EM

Le 03 mai 2017

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Equipe U9 du ES Villiers-sur-Marne à Barcelone

Ils ont vécu 4 jours de rêve, les joueursdu Club ES Villiers-sur-Marne (94), àBarcelone, du 21 au 24 avril dernier.C’était dans le cadre d’un Tournoi in-ternational, que 14 joueurs et 7adultes se sont rendus à Salou pourdisputer les différents matchs. Parmiles petits de 9 ans, le lusodescendantLucas Moreira a pu connaître avec sescopains, la capitale de la Catalogne etsurtout s’imprégner de l’ambiance dufootball espagnol. C’est d’ailleurs sonpère, Philippe Moreira, l’un des diri-geants du club, qui a fait aussi partiedu voyage. «Ce fut une expérience en-richissante et inoubliable pour les en-fants comme pour nous! Une grandepremière pour le club qui manque demoyens et qui sans l’aide des sponsorscela n’aurait jamais pu se réaliser».Fraîchement débarqués à Barcelone levendredi, ils se sont aussitôt rendus auprestigieux Camp Nou où ils ont pus’asseoir sur les fauteuils des joueursdu FC Barcelone.Avec une participation personnelle de150 euros chacun, cela a permis aussisur place d’avoir certains plaisirscomme se voir offrir en souvenir le fa-meux maillot du Barça ou encore aller

à la plage, profiter de la piscine etmanger des glaces sous un grand so-leil...C’est pendant le week-end que les ga-mins du groupe B sont passés auxchoses sérieuses et ont connu dans unpremier temps leurs adversaires dumême groupe: CF Canonja (Catalogne),RFC Huy (Allemagne) et le Soccer EliteFA (Angleterre).Arrivés en 8ème position, ils dégringo-lent en 12ème place après une défaitesur les pénaltys. Avec des matchs à 7joueurs, de deux fois 15 minutes, lesFrançais ont dû jouer à tour de rôle.«On prenait 5 très bons et 2 moyens,et dès qu’on s’approchait de la fin onfaisait jouer les autres et notammentune fille»!Parmi les 32 équipes participantes, leES Villiers a cependant impressionnéles différents professionnels par le ta-lent de certains de ses joueurs. LucasMoreira a été notamment l’un d’eux, cequi fait la grande fierté de son papa.«J’avoue que j’avais remarqué un cer-tain talent chez lui et le fait d’entendrecertains coachs le dire et s’intéresser àlui, ont confirmé mon ressenti», dit-ilsans prétention.C’est depuis un certain temps que Phi-lippe Moreira a commencé à s’intéres-

ser davantage à l’équipe de son fils -U9 - après avoir remarqué que l’équipepossédait plusieurs pépites et qui bril-lait par ses résultats. Ayant un autre filsde 14 ans qui joue également dans leclub depuis plusieurs années, le res-ponsable a pu faire la comparaison.«Car son équipe n’a jamais montré lesmêmes capacités, c’est pourquoi je mesuis d’abord demandé, auprès de cer-tains parents, si vraiment l’équipe deLucas avait un bon niveau». Il se rap-proche alors de certains clubs, en oc-tobre dernier, qui lui font part dufameux tournoi de Barcelone «etl’aventure a ainsi démarré», dit-il auLusoJornal.Après s’être retourné vers le club qui a

aussitôt fait comprendre son incapacitéde financer le projet, Philippe Moreiraa très vite pu compter sur la générositéde plusieurs partenaires franco-portu-gais et les enfants ont ainsi pu partici-per à un projet de telle envergure.Désormais plus confiant, il se penched’ores et déjà sur les nouveaux Tournoiset tient vraiment à donner plus de visi-bilité à son club. C’est au stade OctaveLapize à Villiers-sur-Marne (94) quel’équipe s’entraîne et joue tous les sa-medis. L’équipe ne ‘chôme’ pas cardéjà ce lundi, jour férié, ils ont parti-cipé à un autre Tournoi à Reims. D’au-tres sont déjà prévus un peu plus tard.«Je vais présenter quelques joueurs àd’autres clubs plus grands que lenôtre», dit-il optimiste. Une vraieéquipe de potes, les enfants partagentbeaucoup plus qu’une passion pour lefoot mais aussi une vraie amitié. «Uneéquipe soudée et en plus avec des vraistalents» fait le bonheur de PhilippeMoreira, originaire de Carnide, Pombal,centre du Portugal, mais aussi de tousles villiérains.Le club ES Villiers remercie tous lessponsors: Luso Conseils, CM Promo-tion, Caticom/2mevent, Axa Villiers,Eurelec, Macolis.fr, Century 21 Chelleset Elyzé cuirs & peau.

Lucas Moreira est un des joueurs prodige de l’équipe

Par Clara Teixeira

Le PSG file en finale de la Ligue desChampions

La finale était encore un rêve il y aquelques semaines. Elle est désormaisréalité pour les Parisiennes. Ce samedi29 avril, Paris reçoit le FC Barceloneen demi-finale retour de la Ligue desChampions. Après un match ‘aller’maîtrisé, avec une victoire 3-1 en terrecatalane, le PSG doit confirmer ce bonrésultat au retour. Pour se faire, ilcompte dans ses rangs les BrésiliennesCristiane et Formiga, titulaires au coupd’envoi. En face, leur compatriote An-dressa Alves est encore une fois ab-sente, elle qui revient tout juste d’une

blessure à la cheville.Dans un Parc des Princes acquis à leurcause, avec près de 19.000 specta-teurs, les Parisiennes ne tremblent pasface aux Barcelonaises. Leur plusgrosse frayeur intervient en début derencontre, avec un corner repris parRuth de la tête (9e). Paris domine dansun match globalement terne, avec unfaux rythme et peu d’occasionsfranches des deux côtés. Il faut atten-dre la seconde période pour que le clubde la capitale prenne l’avantage. Cris-tiane obtient un penalty en provoquanten face à face la gardienne barcelo-naise. Un penalty que Sabrina Delan-

noy converti sans problème (1-0, 55min). Si les espoirs sont minces pourle Barça, ils sont rapidement anéantisavec le deuxième but parisien. IrèneParedes reprend le ballon sur la ligneaprès une action confuse (2-0, 66min).Le plus dur est fait pour le PSG, qui secontente de gérer la fin de match. Aucoup de sifflet final, Paris exulte. Il està nouveau en finale de la Ligue desChampions, deux ans après l’échecface à Francfort. Il y retrouvera d’ail-leurs un autre club français, l’Olym-pique Lyonnais. Opposées àManchester City, les Lyonnaises se sont

inclinées chez elles 1-0, mais se qua-lifient grâce à leur victoire à l’aller enAngleterre 3-1.Ce sera la première finale franco-fran-çaise de l’histoire de la Ligue desChampions féminine. Seul un pays yétait parvenu pour le moment: l’Alle-magne. En 2006, Francfort avait alorsfait face au Turbine Potsdam. Ce PSG-OL s’inscrit par ailleurs dans un en-chaînement de trois rencontres entreles deux clubs. Tout d’abord en Cham-pionnat le 13 mai prochain. Puis en fi-nale de Coupe de France à Vannes le20 mai. Pour enfin finir à Cardiff le 1erjuin dans une finale déjà historique.

Football Féminin

Par Daniel Marques

DESPORTO 21

Futebol: OPSG ganha…O PSGperde…

Esta se-mana foialgo atí-pica emrelaçãoao fute-bol fran-cês. Nasemana

passada no dia 26 de abril, o ParisSaint Germain eliminou o Monaco nasmeias-finais da Taça de França por 5-0. Uma derrota justificada pelo factode Leonardo Jardim, Treinador lusodo Monaco, ter alinhado uma equipasecundária da equipa do Sul daFrança, com alguns jogadores a dis-putarem o primeiro jogo como profis-sionais. Leonardo Jardim decidiuapostar no Campeonato francês e naLiga dos Campeões, enquanto o PSGvai disputar a final da Taça de Françafrente ao Angers no próximo dia 27 demaio.No fim do jogo, conseguimos falarcom o internacional português do Mo-naco, Bernardo Silva, que não jogoufrente ao PSG.

O que podemos dizer desta derrotafrente ao PSG?Foi uma boa experiência para os jo-vens jogadores. Para muitos foi o pri-meiro jogo como profissionais e não éfácil frente ao Paris Saint Germain queé uma das melhores equipas domundo. Sabíamos que íamos jogarcom os jovens e que isto podia acon-tecer.

Mas o Bernardo acabou por não jogarfrente ao PSG…Foi uma decisão do Clube, do Téc-nico, porque temos ainda duas com-petições importantes que são oCampeonato e a Liga dos Campeões.Não é fácil deixar uma competição,mas agora estamos focados nas ou-tras duas provas.

Por Marco Martins

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Lucas Moreira

Le 03 mai 2017

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22 TEMPO LIVRE

Boa notícia

A voz do PastorHá uma coerência extraordinária entreas leituras que escutaremos na missado próximo domingo, dia 7. Seja osalmo, a segunda leitura ou o Evange-lho, os três textos convidam-nos a me-ditar as tradicionais dinâmicas entreum pastor e as suas ovelhas e trans-portam-nos até um ambiente campes-tre e rural.O salmo compara a relação entreDeus e Israel com o cuidado e a aten-ção dados por um pastor ao seu reba-nho: «O Senhor é meu pastor: nadame falta. Leva-me a descansar em ver-des prados».Na segunda leitura, São Pedro com-para os homens sem fé às ovelhasperdidas: «Vós éreis como ovelhasdesgarradas, mas agora voltastes parao pastor e guarda das vossas almas».E no Evangelho de São João, Jesusdesenvolve o Seu longo discurso sobreo Bom Pastor: «Ele chama cada umadelas pelo seu nome e leva-as parafora (...) e as ovelhas seguem-no, por-que conhecem a sua voz».No Evangelho encontramos aindauma outra imagem que Jesus aplica asi mesmo: «Eu sou a porta. Quem en-trar por Mim será salvo». É uma outramaneira de afirmar que Ele é o Mes-sias, o Salvador. Graças a Ele o reba-nho alcançará a verdadeira vida.Mas a lição que me parece mais im-portante é a seguinte: Jesus explicaque as ovelhas seguem o Pastor por-que conhecem a Sua voz. Por detrásdesta imagem pastoral encontramosuma importante realidade da nossavida de fé: para seguir o Messias é ne-cessário conhecer a Sua voz, a SuaPalavra.Que tal se terminarmos com um pe-queno exame de consciência?Caro amigo(a), a tua Bíblia tem tidoalgum uso, ou está numa prateleira aencher-se de pó?Coragem!Vamos ler mais a Palavra do Senhor!Vamos dar tempo, na nossa vida, àSua Voz!

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Eglise Notre Dame du Sacré-CœurRue Elisa Roubaud94500 Champigny-sur-MarneDomingo às 9h30

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Jusqu’au 5 mai Exposition «Terra Brasil» peintures de MarciaPrates, dans le cadre de la 9ème TemporadeBrésil Sertão et Mer. Maison de l’Animation etde la Culture, 10 rue Michel Berger, à PontSainte Marie (10). Infos: 03.25.82.81.29.

A partir du 17 mai Exposition de Rui Chafes, «Absences», sculp-ture, dans le cadre de Lusoscopie. GalerieMendes, 36 & 45 rue de Penthièvre, à Paris08. Le lundi de 14h00 à 19h00 et du mardi auvendredi, de 11h00 à 19h00. Samedi sur ren-dez-vous.

A partir du 17 mai Exposition de Bela Silva, céramique, dans lecadre de Lusoscopie. Galerie du Passage, 20-26 galerie Véro-Dodat, à Paris 01. Du mardi ausamedi, de 11h00 à 19h00.

A partir du 19 mai Exposition de Manuel Cargaleiro, peinture, dansle cadre de Lusoscopie. Galerie Hélène Bailly, 71rue du Faubourg Saint Honoré, à Paris 08. Dulundi au dimanche, de 10h00 à 19h00.

A partir du 19 mai Exposition de Maria Helena Vieira da Silva, pein-ture, dans le cadre de Lusoscopie. Galerie Hé-lène Bailly, 71 rue du Faubourg Saint Honoré, àParis 08. Du lundi au dimanche, de 10h00 à19h00.

A partir du 20 mai “Figuras de Convite: quatre artistes portugaises”:Adriana Molder, Ana Léon, Maria Beatriz et MariaLoura Estêvão, dans le cadre de Lusoscopie. Ga-lerie Álvaro Roquette/Pedro Aguiar Branco, 19rue de Beaune, à Paris 07. Du lundi au samedi,de 14h00 à 20h00.

Jusqu’au 31 mai Exposition «Chiado et Carmo» Arts dans lasphère publique. Plusieurs institutions d’ensei-gnement artistique de Lisbonne, Paris, Grenade

et Auckland sont associées à ce projet de 27 ar-tistes, avec des conférences, des expositions,des projections vidéo et un livre d’essais.Commissaire: José Quaresma. En partena-riat avec la Chaire Lindley Cintra de l’Uni-versité Paris Nanterre, le Lectorat portugaisde l'Université Paris 8 et le Centre culturelCamões - Ambassade de Portugal. Maisondu Portugal André de Gouveia, 7P boulevardJordan, à Paris 14.

Du 19 mai au 10 juin Exposition de Jorge Martins, «La peau desnuages», dessins, dans le cadre de Lusosco-pie. Kogan Gallery, 96 bis rue Beaubourg, àParis 03. Du mardi au samedi, de 14h00 à19h00. Fermée les jours fériés.

Jusqu’à début juillet «Corps et âmes - un regard prospectif» avecArpad Szenes, Maria Helena Vieira da Silva,Michael Biberstein, Miguel Branco, Rui Mo-reira et 29 autres artistes, dans le cadre deLusoscopie. Galerie Jeanne Bucher Jaeger,Espace Marais, 5-7 rue de Saintonge, à Paris03. Du mardi au samedi, de 10h00 à19h00.

Du 20 mai au 8 juillet Exposition collective de 4 artistes, dont JorgeMolder, dans le cadre de Lusoscopie. GalerieBernard Bouche, 123 rue Vieille du Temple,à Paris 03. Du mardi au samedi, de 14h00à 19h00.

Jusqu’au 9 juillet Exposition «Pissarro à Eragny - La natureretrouvée» du peintre impressionnisted’origine portugaise Camille Pissarro, auMusée du Luxembourg, 19 rue Vaugirard,à Paris 6. Du lundi au jeudi, de 10h30 à18h00 et du vendredi au dimanche, de10h30 à 19h00.

Du 31 mai au 27 août “La violence et la grâce” de Graça Morais.Fondation Calouste Gulbenkian, Délégationen France, 39 boulevard de La Tour Mau-bourg, à Paris 07. Infos: 01.53.85.93.93.

Jusqu’au 3 septembre Exposition collective «Tous, des sang-mêlés», quipropose d’explorer une notion tout aussi univer-selle que brûlante: l’identité culturelle. Partici-pation de l’artiste Marco Godinho. Musée d’artcontemporain MAC du Val-de-Marne, place dela Libération, à Vitry-sur-Seine (94).

Du 19 mai au 23 septembre Exposition de Rodolphe Bouquillard, «Variationsafricaines», peinture, dans le cadre de Lusosco-pie. Galerie de Thorigny, 1 place de Thorigny, àParis 03. Du mardi au samedi, de 11h00 à19h00.

Le jeudi 11 mai, 19h00 Conférence«Une folle exubérance: la mondia-lisation du luxe» par Marc Abélès. FondationCalouste Gulbenkian - Délégation à Paris, 39boulevard de la Tour-Maubourg, à Paris 07.Inscription obligatoire au 01.53.85.93.93.

Le jeudi 18 mai, 9h15 Colloque «Voix aux images! (faire et penserl’art en portugais)». Dans le cadre du «Jour de la Langue por-tugaise»: organisé par l’Ambassade de Por-tugal/Centre Culturel Camões à Paris encollaboration avec la Fondation CalousteGulbenkian. Fondation Calouste Gulben-kian - Délégation à Paris, 39 boulevard dela Tour-Maubourg, Paris 07.

Le mardi 23 mai, 19h00 Conférence «Contacts, conquêtes, colonies.L’Insulinde, laboratoire d’une histoire-mondes(16e-19e siècles)» par Romain Bertrand. Fon-dation Calouste Gulbenkian - Délégation àParis, 39 boulevard de la Tour-Maubourg, àParis 07. Inscription obligatoire au 01.53.85.93.93.

Le mercredi 24 mai, 19h00 Lancements des livres de photographies et dé-dicaces d’Ângelo de Sousa, Carlos Lobo, Ma-nuela Marques et Sandra Rocha. Librairie Loco,6 rue Charles-François Dupuis, à Paris 03.

Le mercredi 31 mai, 19h00 Conférence «Négocier l’observation» par MarionNaccache. Fondation Calouste Gulbenkian - Dé-légation à Paris, 39 boulevard de la Tour-Mau-bourg, à Paris 07. Inscription obligatoire au01.53.85.93.93.

Les 6 et 7 juin Colloque «Graça Morais: le mythe et la méta-morphose». Fondation Calouste Gulbenkian -Délégation à Paris, 39 boulevard de la Tour-Mau-bourg, à Paris 07.

Le jeudi 4 mai, 20h30 Spectacle de danse «Le propre et le sale», deVera Mantero, dans le cadre des Chantiers d’Eu-rope. Théâtre des Abbesses, 31 rue des Ab-besses, à Paris 18.

Les 16, 17 et 18 mai, 20h30 Spectacle de danse «Os Serrenhos do Cal-deirão, exercices en anthropologie fictio-nelle». Dans le cadre des Rencontreschorégraphiques internationales de Seine-Saint-Denis. Centre National de la Danse, 1rue Victor Hugo, à Pantin (93).

Le samedi 10 juin, 15h00 20ème concours de Poésie Lusophone sur “Omeu futuro”, organisé par l’Association CulturellePortugaise. Espace de Loisirs Le 167, 167 ave-nue Charles de Gaulle, à Neuilly-sur-Seine(92). Infos: 01.55.62.62.50.

Le vendredi 5 mai, 20h30 José Cruz, one man show, au Centre Culturel deBiganos, 1 rue Pierre de Coubertin, à Biganos(33). Infos: 06.72.32.74.26.

Jusqu’au 28 mai «Les peintres au charbon» de Lee Hall, FabriceMelquiot et Marc Delva, avec, entre autres, le co-médien portugais Thomas Brazete. Théâtre 13,

EXPOSITIONS

CONFÉRENCES

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DANSE

POÉSIE

Le 03 mai 2017

Page 23: Albano Cordeiro Sociólogo da imigração - LusoJornal - Informação de … · 2017-07-02 · Portugal André de Gouveia 17 21 utebol. Jovens jogadores ... cartas, pedras ou ossos,

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30 rue du Chevaleret, à Paris 13. Infos: 01.45.88.16.30.

A partir du 10 mai «Un avant poste avancé du progrès», un film deHugo Vieira da Silva, avec Nuno Lopes, IvoAlexandre et David Caracol. Dans les sales fran-çaises.

A partir du 17 mai «Saint Georges», un film de Marco Martins, avecNuno Lopes, drame portugais. Dans les salesfrançaises.

Le jeudi 18 mai, 19h00 Projection du documentaire «Durante o fim»(sous-titré en français), de João Trabulo, sur letravail de Rui Chafes. Goethe Institut, 17 avenued’Iéna, à Paris 16.

Le mercredi 3 mai, 19h30 Fado avec Tânia Caetano accompagnée parNuno Estevens et Filipe de Sousa. Portologia, 42rue Chapon, à Paris 03. Infos: 09.52.59.22.29.

Le samedi 13 mai, 20h30 Concert de Fado/Flamenco organisé par le RotaryClub Pau Béarn, au profit de l’association «TerreFraternité», avec Nuno Sérgio et Isa Cardoso, ac-compagnés par Silvio Girão (guitarra) et José Ma-nuel Rodrigues (viola), ainsi qu’Alma Flamenca.Théâtre Saint Louis, à Pau (64). Infos: 05.59.27.27.08.

Le samedi 13 mai, 21h00 Autour du Fado, concert de Fado organisé parl’Association Luso-Balneolaise. Salle Gabriel Cos-son, 13 rue Gabriel Cosson, à Bagneux (92).Infos: 06.17.50.35.74.

Le mercredi 17 mai, 19h30 Fado avec Sousa Santos accompagné par NunoEstevens et Filipe de Sousa. Portologia, 42 rueChapon, à Paris 03. Infos: 09.52.59.22.29.

Le samedi 20 mai, 18h00 “Há Fado na Academia”, spectacle des élèvesde l’Académie de Fado. Théâtre de Ménilmon-tant, 15 rue du retrait, à Paris 20. Infos: 01.43.28.14.61.

Le mercredi 7 juin, 19h30 Fado avec Mónica Cunha, accompagnée parNuno Estevens et Filipe de Sousa. Portologia, 42rue Chapon, à Paris 03. Infos: 09.52.59.22.29.

Le jeudi 25 mai, 15h00 15ème éditions de Nuits Sonores (du 23 au28 mai). Carte Blanche Lisbonne 1. 16h00Bispo, 17h15 Jibóia, 18h30 Rocky Marsianoet Meu Kamba Sound et 19h30 Dj Marfox. Lessubsistances, 8 bis quai Saint Vincent, à Lyon1er.Gratuit.

Le vendredi 26 mai, 15h00 15ème éditions de Nuits Sonores (du 23 au28 mai). Carte Blanche Lisbonne 2. 16h00Mighty Sands, 17h15 Keep Razors Sharp,18h30 Niagara et 19h45 Rastronaut. Lessubsistances, 8 bis quai Saint Vincent, àLyon 1er. Gratuit.

Le samedi 27 mai, 20h30 Nelson Freitas, Beautiful Live Tour, à l’Olympia,28 boulevard des Capucines, à Paris 9.

Le samedi 27 mai, 15h00 15ème éditions de Nuits Sonores (du 23 au28 mai). Carte Blanche Lisbonne 3. 15h00Lovers et Lollypops, 16h30 Pega Monstre,17h45 Legendary Tigerman et 19h00 DeLos Miedos b2b Black. Les subsistances, 8bis quai Saint Vincent, à Lyon 1er. Gratuit.

Le samedi 6 mai, 21h00 Spectacle avec Elena Correia et ses danseuses,bal animé par Leonel Figueira, dans le cadre du11ème Festival de folklore de l’Association Por-tugaise de Voreppe. Salle de l’Arrosoir, rue Nar-dan, à Voreppe (38).

Le samedi 6 mai, 21h30 Spectacle avec le duo Némanus, dans lecadre du 27ème anniversaire de l’Associa-tion culturelle et sportive portugaise. Gym-nase Léo Lagrange, avenue Léo Lagrange,près du Lycée François Arago, à Vil-leneuve-Saint-Georges (94). Infos: 06.61.57.64.15.

Le samedi 6 mai, 21h00 Soirée dansante animée par Fernando Santana,Armindo Campos et Dupla Spartakus, organiséepar l’Association Amicale Franco-Portugaise.Salle de Fêtes Municipale, place Hunebelle, àClamart (92). Infos: 06.22.41.19.23.

Le dimanche 7 mai, 20h30 Nuit spéciale avec Daniel et la participation deJohnny et de Jackson et Alessandro. Salle JeanVilar, 9 boulevard Héloïse, à Argenteuil (95).

Le samedi 13 mai, 21h00 Spectacle du groupe Némanus, bal avec LeonelFigueiredo, organisé par le Groupe folkloriqueNeuvy-Dompierre, en partenariat avec l’Asso-ciation Notre Dame de Fátima de Moulins. Lieudit Site de Tricoule, à Tiel-sur-Acolin (03).Infos: 06.67.29.01.19.

Le dimanche 14 mai, 15h00 Spectacle d’Elena Correia, bal avec Leonel Fi-gueiredo, organisé par le Groupe folkloriqueNeuvy-Dompierre, en partenariat avec l’Asso-ciation Notre Dame de Fátima de Moulins.Messe le matin. Lieu dit Site de Tricoule, à Tiel-sur-Acolin (03). Infos: 06.67.29.01.19.

Les 3 et 4 juin Fête Franco-Portugaise avec Lucenzo, MarcoPaulo, Némanus, JH La Légende, Rui Ban-deira, Manuel Campos, Johnny, Papa London,Marcus et Nelo Ferreira, organisée par l’APCSde Pontault-Combault. Dans le Parc de l’Hôtelde Ville de Pontault-Combault (77). Entrée gratuite.

Le samedi 6 mai, 14h00 11ème Festival de folklore de l’Association Por-tugaise de Voreppe. Salle de l’Arrosoir, rue Nar-dan, à Voreppe (38).

Le dimanche 7 mai, 14h30 Festival de folklore avec les groupes Flores doMinho de Villeneuve-Saint Georges, As Canta-rinhas de La Queue-en-Brie, Campinos do Ri-batejo de Montgeron, ARCOP de Nanterre, OsAventureiros de Thiais, Terras do Minho deKremlin Bicêtre et Alegria do Minho de Vi-gneux-sur-Seine, dans le cadre du 27ème an-niversaire de l’Association culturelle et sportiveportugaise. Gymnase Léo Lagrange, avenue LéoLagrange, près du Lycée François Arago, à Vil-leneuve-Saint-Georges (94). Entrée libre.Infos: 06.61.57.64.15.

Le dimanche 7 mai, 12h00 Repas et après-midi folklorique avec la partici-pation de 6 groupes, organisé par l’AssociationAmicale Franco-Portugaise. Salle de Fêtes Mu-nicipale, place Hunebelle, à Clamart (92).Infos: 06.22.41.19.23.

Le dimanche 14 mai, 15h00 Festival de folklore au siège de l’Association desparents et travailleurs portugais de Villiers-le-Bel, à l’occasion du 20ème anniversaire dugroupe Flor de Lima, au siège de l’association,rue Jules Ferry, à Villiers-le-Bel (95). Entréelibre. Déjeuner sur place à partir de 12h00.

Le dimanche 21 mai, 14h30 Festival de Mondétour avec la participation desgroupes Esperança de Les Ulis-Orsay, Ju-ventude de Paris 7, Alegria do Convívio deGometz-le-Châtel, Juventude de Ville-neuve-le-Roi et Pastores da Serra da Es-trela de Montigny-les-Cormeilles. 12h00déjeuner avec spécialités portugaises.Place du Marché de Mondétour, à Orsay(91). Infos: 06.09.81.25.19.

Le dimanche 21 mai, 14h00 Festival de folklore organisé par Les AmisFranco-Portugais de Montreuil, avec lesgroupes Vale do Ave de Montreuil, Estrelasdo Norte de Paris 19, Ceifeiras do Minhode Chelles, Aldeias do Vez de Rosny-sous-Bois, Estrelas do Mar de Nogent-sur-Marne, Aldeias de Sargaceiros dePierrelaye et Estrelas Douradas de Ver-sailles. Gymnase Henri Wallon, 5 rue HenriWallon, à Montreuil (93). Infos: 06.22.48.07.05.

Le samedi 27 mai, 21h00 Rusgas avec Aldeias do Minho de Mala-koff, Danças e Cantares do Minho deParis/Stains, Amizade e Sorrisos de Cla-mart, Aldeias do Minho de Draveil, Raizesdo Minho de Puteaux, Ceifeiras do Minhode Chelles. Salle de Fêtes, 13 avenueJules Ferry, à Malakoff (92). Infos: 06.76.47.55.43.

Le dimanche 28 mai, 14h00 Festival de folklore avec Aldeias do Minhode Malakoff, Arcop de Nanterre, As Mar-gens do Lima de Choisy-le-Roi, Os Minho-tos Unidos de Noisy-le-Sec, Ronda TípicaAmis du Portugal de Pont-à-Mousson,Bombos Os Bravos de Pont-à-Mousson,Casa dos Arcos de Paris e Estrelas de Por-tugal de Cergy-Pontoise. Salle de Fêtes, 13avenue Jules Ferry, à Malakoff (92). Infos: 06.76.47.55.43.

Le dimanche 7 mai, 18h00 Commémoration du Centenaire des appa-ritions de Notre Dame de Fátima à la Pa-roisse Saint-Anne-de-Montjuzet. 18h00:Chapelet médité et chanté à Notre Damede la Médaille Miraculeuse; 19h00: pro-cession de Notre Dame de la Médaille Mi-raculeuse jusqu’à Saint Vincent de Paul;19h30: Messe solennelle du pèlerinage àSaint Vincent de Paul; 20h30: partage duGâteau des 100 ans. Paroisse Saint Anne-de-Montjuzet, à Clermont-Ferrand (63).

Le samedi 13 mai, 20h30 Chapelet suivi d’une procession en hon-neur de Notre Dame de Fátima, organisépar le Centre Pastoral des Portugais, à laBasilique d’Argenteuil (95).

Le samedi 13 mai, 14h30 Commémoration du Centenaire des ap-paritions de Notre Dame de Fátima. Cé-nacle de prière à la Chapelle duMonastère de la Visitation de Saint Flour,7 avenue du Dr Mallet, à Saint Flour(15).

Le samedi 13 mai, 20h30 Veillée aux flambeaux, dans le cadre du50ème anniversaire du Pèlerinage àNotre Dame de Fátima. Sanctuaire duMont Roland, à Dôle (39), dans le Jura.Infos: 06.71.95.90.69.

Le samedi 13 mai, 18h30 Messe de commémoration de NotreDame de Fátima. Eglise de Montesson(78).

Le dimanche 14 mai, 11h00 Messe en honneur de Notre Dame de Fá-tima suivie d’une procession entre la Ba-silique d’Argenteuil et la Salle Jean Vilar.A partir de 15h00 spectacle avec la Phil-harmonique Portugaise de Paris et balavec José Cunha, organisé par le CentrePastoral des Portugais, à Salle Jean Vilar,9 boulevard Héloïse, à Argenteuil (95).

Le dimanche 14 mai, 10h30 Messes et processions. A 15h00 Chape-let et clôture du 50ème anniversaire duPèlerinage à Notre Dame de Fátima.Sanctuaire du Mont Roland, à Dôle (39),dans le Jura. Infos: 06.71.95.90.69.

Le dimanche 14 mai, 9h30 Commémoration du Centenaire des ap-paritions de Notre Dame de Fátima.Messe suivie de la procession à l’inté-rieur de l’église avec méditation du cha-pelet. Paroisse Notre-Dame des sourcesau Pays Riomois, à Volvic (63).

Les 19, 20 et 21 mai 8ème Marché Portugais de Cenon, orga-nisé par la ville de Cenon et l’AssociationAlegria Portuguesa de Gironde. Artisanatd’art et gastronomie. Domaine du Loret,à Cenon (33). Entrée gratuite. Infos: 06.26.93.34.19.

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