Algumas Vezes Em Vão
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algumas vezes em vão, mas parecia que Olofim adivinhava seus
pensamentos e descobria a tempo qualquer coisa planejada.
Um dia, Olofim voltou coberto de glória de uma de suas conquistas
e ofereceu um grande banquete a centenas de convidados.
Ele bebeu vinho de palma até se fartar e dormiu embriagado.
Aproveitando-se disso, Iemanjá fugiu do palácio. Mas
como não conhecia os caminhos do deserto, terminou se perdendo.
E quando o dia amanheceu, ela nem sequer sabia onde
estava. Nesse meio tempo, Olofim acordou, tomou conhecimento
da fuga de Iemanjá e saiu à sua procura, com muitos
soldados. Desta vez, ela ia voltar como uma prisioneira.
Quando Iemanjá avistou o exército do marido se aproximando,
deu-se conta da tragédia que ia lhe acontecer. Foi então
que ela se lembrou do presente que recebeu de Olocum,
no dia do casamento. Abriu a bagagem e retirou o pote. E
quando Olofim mandou os soldados amarrarem a esposa, ela
palmeou o pote e arremessou no chão. E aí, deu-se o encanto:
de repente, o Oceano se avolumou, invadiu a Terra e o deserto
virou mar. Olofim e seu exército morreram afogados e Iemanjá
reinou absoluta sobre todas as águas do oceano.
Os tiranos terminam sempre se afogando na sua própria
tirania