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Page 1: Algumas Vezes Em Vão

algumas vezes em vão, mas parecia que Olofim adivinhava seus

pensamentos e descobria a tempo qualquer coisa planejada.

Um dia, Olofim voltou coberto de glória de uma de suas conquistas

e ofereceu um grande banquete a centenas de convidados.

Ele bebeu vinho de palma até se fartar e dormiu embriagado.

Aproveitando-se disso, Iemanjá fugiu do palácio. Mas

como não conhecia os caminhos do deserto, terminou se perdendo.

E quando o dia amanheceu, ela nem sequer sabia onde

estava. Nesse meio tempo, Olofim acordou, tomou conhecimento

da fuga de Iemanjá e saiu à sua procura, com muitos

soldados. Desta vez, ela ia voltar como uma prisioneira.

Quando Iemanjá avistou o exército do marido se aproximando,

deu-se conta da tragédia que ia lhe acontecer. Foi então

que ela se lembrou do presente que recebeu de Olocum,

no dia do casamento. Abriu a bagagem e retirou o pote. E

quando Olofim mandou os soldados amarrarem a esposa, ela

palmeou o pote e arremessou no chão. E aí, deu-se o encanto:

de repente, o Oceano se avolumou, invadiu a Terra e o deserto

virou mar. Olofim e seu exército morreram afogados e Iemanjá

reinou absoluta sobre todas as águas do oceano.

Os tiranos terminam sempre se afogando na sua própria

tirania