Alianças Vivas - Programa anual 2016

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ALIANÇAS VIVAS IMAGINAÇÕES COLETIVAS PARA UM BELO HORIZONTE SUSTENTÁVEL Uma iniciativa da Aliança Francesa e da Savassi Criativa

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Imaginações coletivas para um belo horizonte sustentável

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ALIANÇAS VIVAS IMAGINAÇÕES COLE T IVAS PARA UM BELO HORIZONTE SUSTENTÁVEL U m a i n i c i a t i v a d a A l i a n ç a F r a n c e s a e d a S a v a s s i C r i a t i v a

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INICIATIVAS INVENTÁRIO

FLORESCÊNCIA ÁGUA

ECONOMIA CIRCULAR CIDADANIA

CONVIVÊNCIA BIODIVERSIDADE

PATRIMÔNIO

O MANIFESTO ALIANÇAS VIVAS

Nós, moradores e atores institucionais da cidade de Belo Horizonte, com valores éticos, estéticos e culturais, visando a promover bem-estar social, igualdade educacional e valorização do território e sem efeito primário lucrativo.

ATRAVÉS DO PROJETO ALIANÇAS VIVAS, QUEREMOS:· Elaborar juntos um inventário das problemáticas insustentáveis e das iniciativas/soluções sustentáveis já existentes no bairro/cidade/região; · Aliar nossas forças de cidadãos, artistas, coletivos, start-ups, associações, etc., a fim de debater ideias centrais da nossa época e aumentar o peso e impacto do discurso tanto de cada um, como de criar e promover sinergias de projetos coletivos sob o label Alianças Vivas;

· Identificar, valorizar e proteger territórios, patrimônios, espaços públicos e impulsionar dinâmicas construtivas dentro deles;

· Impor o conceito de “sustentabilidade”, e todas as temáticas a ele relacionadas, dentro do discurso público, e no centro de uma visão coletiva na escala da região.

· Conceber um guia de boas práticas/propostas sustentáveis destinado aos poderes públicos e aos cidadãos.

Acreditamos que um projeto cidadão desta ambição, de essência multidisciplinar, em dois laboratórios pilotos bem identificados, pode contribuir para posicionar, ainda mais, Belo Horizonte como referência de cidade sustentável.

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A Aliança Francesa tenta a cada ano, através do seu espaço cultural “Galeria Georges Vincent”, promover e valorizar a criação artística mineira. Em dezembro de 2015, quando lançamos o edital de ocupação 2016 da nossa galeria, momento em que acontecia em Paris a COP 21, nosso objetivo era simples: criar uma relação entre arte e sustentabilidade, abrindo uma janela para todas as interpretações possíveis.

A riqueza e a variedade das propostas recebidas mostraram a consciência e o engajamento da arte mineira para o meio ambiente, o patrimônio, a cidadania, entre outros exemplos de temáticas sustentáveis. Assim, essas exposições, sensibilizações poéticas à temática da sustentabilidade, criaram um incentivo para lançar um projeto piloto: as Alianças Vivas. A partir das obras artísticas, gostaríamos de convidar cidadãos, coletivos, associações, empresas a criarem sinergias de ações coletivas. A cada mês, de março até novembro, com uma temática relacionada a cada exposição, iremos propor nove palavras chaves: iniciativa, inventário, florescência, água, economia circular, cidadania, convivência, biodiversidade e patrimônio.

Visando esse objetivo criamos 2 laboratórios, de tamanhos micro e macro, para reunir e impulsionar iniciativas cidadãs que viabilizassem a realização deste projeto. Tivemos a sorte de encontrar um parceiro muito importante, a Savassi Criativa, que nos ofereceu a possibilidade de tentar visualizar o projeto dentro do laboratório macro: o bairro Savassi. Enquanto que o prédio da Aliança Francesa, se tornou laboratório micro. Idealmente, esses laboratórios representariam territórios de criações, pesquisas e de iniciativas para desenvolver ações participativas e coletivas para mudar, passo a passo, nossa vida quotidiana. Essas ações resultariam na criação de um jardim urbano, no aproveitamento da energia solar, na ocupação do espaço público, na sistematização da triagem seletiva de lixo, na Festa dos vizinhos ou do Patrimônio: pistas de ações colaborativas a desenvolver! Convidamos todos vocês a se juntar a nós, e aos nossos parceiros, para assinar o manifesto que se encontra dentro desse programa cultural 2016. Sendo assim, seremos umas “Imaginações coletivas para um belo horizonte sustentável...”

Pierre Alfarroba Thierry CarréDIRETOR PRESIDENTE

APRESENTAÇÃO

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O QUE É?

O nosso programa anual de atividades culturais para o ano 2016 se baseia num ambicioso trítico de pesquisas a fim de frisar os questionamentos maiores da sociedade atual:

#sensibilização poética: Como em 2015, lançamos um edital de seleção de projetos artísticos, chamado esse ano ARTE 21 – Criação Artística & Sustentabilidade. Onze artistas foram selecionados para apresentar seus trabalhos durante 8 exposições individuais e uma coletiva, A ocupação da galeria Georges Vincent com artes visuais é o ponto de partida do projeto Alianças Vivas.

#reflexão coletiva: O discurso desenvolvido nas exposições será prolongado durante o programa de palestras e encontros regulares, organizados em comitês com nossos parceiros. Esses encontros terão como objetivo criar sinergias coletivas, relacionar as iniciativas de todos num só impulso para dinâmicas exponenciais, apoiar as forças de proposta e de realização das ideais nascidas no caldeirão Alianças Vivas.

#ações participativas: Por fim e resultado dessas pesquisas coletivas, iremos organizar uma lista de ações, oficinas, e acontecimentos participativos propostos coletivamente, incluindo 2 laboratórios:— O laboratório Micro “AFBH”, onde serão desenvolvidos projetos experimentais dentro dos muros da Aliança Francesa, com a ajuda da REDE VERDE, Solcial ou de BH Parklets,— O laboratório Macro Savassi, onde iremos organizar eventos de grande escala onde serão incentivadas e celebradas a convivência, a diversidade, a consciência cidadã e a valorização do território. Este laboratório se insere na dinâmica fomentada por projetos da Savassi Criativa.

QUE TIPO DE AÇÕES PARTICIPATIVAS?

PISTAS DE AÇÕESNo Micro Laboratório (“Prédio da AFBH”), serão desenvolvidos projetos locais na AFBH, como:— um jardim urbano participativo— a criação de um parklet cidadão— instalação de paneis solares — oficinas de “gambiologia”— oficinas educativas de sensibilização, etc.;

No Macro Laboratório (“Bairro Savassi”), serão organizadas ações na escala do bairro Savassi, como:— identificação e “tombamento simbólico” das suas árvores urbanas,— organização dos “Dias do Patrimônio” com acesso e visita guiada a lugares de grandes importância histórica e cultural — organização da “Festa dos vizinhos” para estimular maior convivência — Iniciar e sistematizar o processo de triagem seletiva de lixo fazendo deste bairro, piloto para outras regiões— Criação de um bloco para o Carnaval 2017.

COMO PARTICIPAR?

Se você estiver interessado em patrocinar, comentar, ou mesmo participar do projeto Alianças Vivas, basta entrar em contato conosco no endereço [email protected] e [email protected] e iremos convidá-lo a participar das reuniões e comitês de trabalho.

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AS EXPOSIÇÕES · SENSIBILIZAÇÕES POÉTICASARTE 21 · CRIAÇÃO ARTÌSTICA E SUSTENTABILIDADE

DATA

23/03 — 13/04

20/04 — 11/05

18/05 — 08/06

15/06 — 13/07

20/07 — 10/08

17/08 — 14/09

19/10 — 09/11

21/09 — 12/10

16/11 — 07/12

PAL AVRA-CHAVE

iniciativas

inventário

florescência

água

economia circular

cidadania

biodiversidade

patrimônio

convivência

ARTISTA

Mostra Coletiva*

Efe Godoy

Cecília Alvarenga

Fernanda Fernandes

Flávio Cro

Vitor Novato

Alves

Baba Jung

Daniel Pinho / Renata Laguardia/ Miguel Gontijo

TÍTULO

Lançamento Alianças Vivas

Como se eu estivesse lá

Força e Fragilidade; as árvores também

sentem dor

Km 4

Revoada

Nós edifício

Cerrado em quadrinhos

Metamorfose do abandono

Limitrocidade

* PARTICIPAÇÃO ESPECIAL DA ARTISTA BIA MEDEIROS, COM O PROJE TO AUDIOVISUAL “DESTERRA”.

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THIAGO PENAFazer parte da equipe de seleção da Aliança Francesa foi uma experiência que me abriu vários novos pontos de vista, como artista sempre participei de editais a fim de ser selecionado, pela primeira vez estive do outro lado e pude entender na prática algumas das várias possibilidades desse trabalho. Dividir, pensar, questionar e compactuar opiniões, às vezes ter de abrir mão de ótimos trabalhos em virtude da temática exigida pelo edital ou por incompatibilidade com a linearidade da programação como um todo, combinar elementos gráficos, abordagens, pensar minuciosamente a individualidade de cada proposta. Esse exercício de transitar o tempo todo entre essas óticas de cosmo e caos, tudo isso me foi muito enriquecedor. Acredito que fizemos um bom trabalho, a sequência de exposições deste ano convidará o espectador a pensar sobre a sustentabilidade em seu sentido mais amplo e contemplar a cidade e seu entorno.

Thiago possui bacharelado em Artes Plásticas pela Guignard, escola de Belas Artes da UEMG, onde também obteve o diploma de pós-graduação em Mediação em Arte, Cultura e Educação. Atualmente, ele é professor de Introdução à Gravura em metal e assistente dos ateliers de Litografia, Xilogravura e Gravura em metal na mesma instituição. Participa desde 2004 de exposições coletivas e individuais nacionais e internacionais.

MIRELL A SPINELLIO edital de seleção para mostras na Galeria Georges Vincent, Aliança Francesa-BH, propôs, de maneira inovadora, neste ano de 2016 o tema Arte-21 – Criação Artística & Sustentabilidade. O tema do edital faz parte do programa de exposições que visam promover o diálogo entre arte e ecologia, criação e desenvolvimento sustentável. Nada mais atual enquanto ainda estamos sob o impacto da tragédia iniciada com o rompimento da barragem em Mariana e que seguiu seu curso de destruição a caminho do mar.

Durante o processo seletivo, vários artistas se destacaram. A adequação à proposta sugerida pelo tema, a criatividade e qualidade dos trabalhos compuseram os critérios de seleção. Tais artistas propuseram diferentes olhares que, sem dúvida, instigarão os espectadores à reflexão diante dos desafios que nos confrontam neste século 21.

Mirella nasceu em São João del Rey, cidade histórica mineira que alimentou sua imaginação e sua criatividade. Após concluir o curso de Artes Visuais da UFMG, ela se especializou na PUC e na FUNDEP-UFMG. Como ilustradora, já publicou vários livros a vocação educativa e didática, assim como quadrinhos. Mirella também foi professora de desenho de observação e teoria da cor na FUMEC e está atualmente envolvida em vários projetos artísticos.

PALAVRAS DO JURI

AS E

XPOS

IÇÕE

S SE

NSIB

ILIZ

AÇÕE

S PO

ÉTIC

AS

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Um sobrevôo. Um olhar sobre um lugar. O presente projeto de exposição: Como se eu estivesse là, tem pretensão de mostrar os recentes trabalhos em desenho e instalação do jovem artista mineiro Efe Godoy. Todos os trabalhos são inéditos e datados entre final de 2015 e início de 2016.

BELO HORIZONTE, FIM DO ANO DE 2015, Uma cidade vítima. Um feed de noticias numa rede social. Todos os feeds mostram uma mesma historia. As imagens coletadas e mostradas aqui foram selecionadas ao crescer de uma linha do tempo. Os recortes de desenhos, pessoas, seres, que habitam as paisagens de uma cidade vítima só enfatizam o desejo do amparo, mesmo que a distancia. Um assunto grande. Arrasta devagarinho. Tudo alastra. De uma cidade pra outra passa. Passarinho.

sm (lat inventariu) 1 Catálogo, registro, rol dos bens deixados por alguém que morreu ou dos de pessoa viva em caso de se-questro etc. 2 Documento em que se acham inscritos e descritos esses bens. 3 Dir Processo no qual são enumerados os herdeiros e relacionados os bens de pessoa falecida, a fim de se apurarem os encargos e proceder-se à avaliação e partilha da herança. 4 Avaliação de mercadorias; balanço. 5 Registro, relação, rol. 6

Longa enumeração. 7 Descrição pormenorizada.

COMO SE EU EST IVESSE L ÀEfe Godoy (d e s e nh o/c o l age m / i n s t a l a ção)

I N V E N TÁ R I O

BIOGRAFIAEfe Godoy, mineiro, sete lagoano, sagitariano, 27 anos, é filho de professora do estado e de um advogado que resolveu cuidar de animais.

Tudo ao redor o influencia, na hora de criar. Não teve dúvidas em escolher o campo da arte para alimentar seus dias.

Colecionador desde sempre, coleciona trabalhos que mergulham nos universos da flora e da fauna inventada.

Multiartista, Efe passou pela Escola Guignard - UEMG e hoje, o jovem artista vive a experiência da liberdade de experimentar. Vocalista no projeto musical Absinto Muito, seus últimos trabalhos/acontecimentos foram a participação na exposição Sobre o Que se Desenha, (Museu de Arte da Pampulha, 2015), e Troco Taco por Jardim (2016) em parceria com Esther, na Casa Camelo - BH.

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Um dos espaços mais tradicionais da cidade de Belo Horizonte, a avenida Bernardo Monteiro e seus fícus centenários, foi no coração de polêmicas ambientais nesses últimos anos. A infestação pela mosca branca dos fícus, a demora nas respostas e pouca eficácia dos tratamentos propostos, levaram à morte de grande parte das árvores.

A série de fotografias de Cecília Alvarenga faz um paralelo entre imagens de árvores saudáveis, imponentes e belas, com imagens impactantes das árvores devastadas pela praga da Mosca Branca. Está aqui proposta uma homenagem a esses “entes” muitas vezes impressionantes, mas que, mesmo assim, passam frequentemente despercebidos aos nossos olhos. Desmatamento, descaso, poluição do meio ambiente... são atitudes do homem que agridem as árvores, e por serem seres vivos, a exposição busca representar atitudes e sentimentos como reação ou consequência desses comportamentos insustentáveis.

sf (lat florescentia) 1 Ato de florescer. 2 Tempo em que as flores desabrocham. 3 Força, pujança. 4 Esplendor, brilho.

BIOGRAFIASempre apaixonada pela fotografia, Cecília Alvarenga fez em 2012 o Curso Completo de Fotografia da Escola de Imagem de Belo Horizonte, com a duração de 1 ano.

Em 2013 participou do Concurso Cultural Nacional ANABB de Fotografia, ganhando o primeiro lugar na categoria Paisagens. Neste mesmo ano participou do Concurso Fotográfico DescubraMinas.com / SENAC - Gastronomia Mineira, Patrimônio do Mundo, ganhando o prêmio do segundo lugar além de 2 menções honrosas na categoria câmera digital.

Em Outubro de 2014 fez sua primeira exposição individual - Abstratas Reflexões, na Maison Escola e Galeria de Arte, em Belo Horizonte, com 33 fotografias abstratas.

FORÇA E FRAGILIDADE; AS ÁRVORES TAMBÉM SENTEM DORCecília Alvarenga ( f o t o g r a f i a)

F L O R E S C Ê N C I A

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KM 4Fernanda Fernandes (p i n t u r a)

Á G U A

“Na imaginação, eu inundava o espaço que me cercava e no centro do qual caminhava. Vivia numa imersão inventada. Deslocava-me no centro de uma matéria fluida, luminosa, protetora, densa, que era a água do mar, a lembrança da água do mar. Esse artifício bastava para humanizar aos meus olhos um mundo de uma secura repugnante, conciliando-me com as rochas, com o silêncio, com a solidão (...). Minha própria fadiga estava amenizada. Meu peso apoiava-se em sonho nessa água imaginária.” Philippe Diolé, em Le Plus Beau Désert du monde, 1955 Visito lugares imaginados durante a pintura. Refletindo sobre a memória e a paisagem, aproprio-me de um imaginário pessoal de percepções espaciais no campo do devaneio para uma pintura de catarse. Os resultados são composições limítrofes entre a realidade e a abstração.

Na série Km 4, minha vista não encontra anteparo. Diante do mar, antes da tangente que limita o olhar, a altura dos meus olhos os permite um alcance distante do meu corpo, e eles percorrem os 4.371,84 metros revelados pelo cálculo matemático. A pintura

proporciona uma aproximação dessa paisagem, a partir de exercícios de abstração ali plásticos.

sf (lat aqua) 1 Líquido natural (H2O), transparente, in-color, geralmente insípido e inodoro, indispensável para a sobrevivência da maior parte dos seres vivos. 2 Esse líquido como recurso natural que cobre cerca de 70% da superfície terrestre, sob a forma de mares, rios, lagos.

BIOGRAFIAFernanda Fernandes nasceu em 1980, Belo Horizonte, onde vive e trabalha. Estudou Artes Plásticas na Escola Guignard e Arquitetura e Urbanismo na PUC Minas. Sua pesquisa em arte é motivada por reflexões acerca do caráter transiente da matéria e da vulnerabilidade das existências. Há um impulso de captura no ato de pintar, desenhar e fotografar e de investigação da cor e suas plasticidades. Refletindo sobre a memória e a paisagem, apropria-se de um imaginário pessoal de percepções espaciais no campo do devaneio para uma pintura de catarse. Os resultados são composições limítrofes entre a realidade e a abstração.

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REVOADAFlávio Cro (p i n t u r a /as s e m b lage m)

E C O N O M I A C I R C U L A R

O projeto nasceu quando um amigo de Flávio CRO estava montando uma academia de escalada, e deixando os recortes de madeira que sobravam para o artista experimentar novas soluções pictóricas nas aulas com Sebastião Miguel. Um passo a mais foi completado quando Flávio levou sua pintura para a área de paisagem urbana, se inspirando de Tales Bedeschi e suas gravuras Revoadas (das quais ele tomou o título emprestado) e de Adriana Varejão e seu Azulejões, pinturas modulares.

Como nas suas referências, o trabalho do CRO passou a integrar-se ao espaço absorvendo a arquitetura do local no qual se instala, imergindo o expectador.

Põe-se aqui a questão da reciclagem de materiais, de técnicas e de formas, tornando-se quebra-cabeça contemporâneo e repensando a diferença, a inconstância e mais ainda, a adaptabilidade das soluções estéticas e poéticas. Cada recorte é um pássaro e cada revoada uma história...

sf (gr oikonomía) 1 Ciência que estuda os fenômenos relacionados com a obtenção e a utilização dos recursos materiais necessários ao bem-estar. A economia circular se baseia num ciclo de desenvolvimento positivo contínuo que preserva e aprimora o capital natural, otimiza a produ-ção de recursos e minimiza riscos sistêmicos administran-do estoques finitos e fluxos renováveis.

BIOGRAFIAMestrando pela Escola Guignard e ESMU da UEMG, além Pós Graduado e Graduado na instituição. O trabalho de Flávio CRO transita entre o conceitual e o experimental, muitas vezes fazendo da rua o seu atelier ou trazendo as suas experiências urbanas para dentro das galerias, faz com que o trabalho se modifique a cada vez que é apresentado, causando um embate dinâmico entre o público, a obra e o espaço expositivo. Com exposições pelo Brasil e exterior, Flávio CRO é um dos novos expoentes da arte mineira.

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NÓS EDIFÍCIOVitor Novato (d e s e nh o/g rav u ra /as s e m b lage m /o b j e t o)

C I D A D A N I A

Uma janela para o jardim, evidencia a relação entre homem e natureza intermediada pelo concreto, onde a relação mais próxima que podemos ter com a vegetação se da pela construção artificial, o jardim, e que em muitos cacos pode não existir. Em Piscina podemos nos encontrar imersos em uma grande caixa de concreto cheia de petróleo, como mergulhar nas ruas, que mais parecem rios de asfalto. Somos dia após dia engolidos pelo concreto, mastigados pela boca do cimento, do consumo e da violência, habitamos o cimento, vivemos como pássaros aprisionados em ninhos ou gaiolas de alvenaria, nos esfacelamos em pensamentos concretos, de modo que a nossa própria existência seja insustentável, passamos a depender quase que integralmente do modo de vida consumista e poluente, longe de relações saudáveis com a natureza nos edificamos, nos constituímos parede, pedras de sentimentos, entraves de realizações, barragens de sensações, pedágios de sermos.

sf (cidadão+ia1) 1 Qualidade de cidadão -> indivíduo que vive de acordo com um conjunto de estatutos pertencentes a uma comunidade politicamente e socialmente articulada. Os direitos e deveres estão interligados, e o respeito e cumprimento de am-bos contribuem para uma sociedade mais equilibrada e justa.

BIOGRAFIAVitor Novato é graduando pela Escola de Belas Artes da UFMG. Em 2013, participou da exposição coletiva Deriva7 e juntamente com Augusto Hendricus e Renan Bolcont, e realizou uma intervenção artística no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG em 2014.

O ano passado, participou da exposição coletiva Zé do Monte: mestre tipografo e ministrou a oficina Monotipia: a impressão como alternativa plástica.

Foi bolsista em um projeto interdisciplinar entre a Faculdade de Letras e a Escola de Belas Artes, em editoração.

Atualmente sua pesquisa visual gira em torno das relações entre arquitetura/cidade e humanos, através de assemblagens, pinturas, desenhos, gravuras, monotipias e esculturas que buscam explorar os confrontos mentais contemporâneos.

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LIMITROCIDADEDaniel Pinho/Renata/Miguel ( f o t o g r a f i a /p i n t u r a / t e x t o)

C O N V I V Ê N C I A

8 pontos no mapa da cidade de Belo Horizonte e seu entorno foram escolhidos exatamente onde a massa cinzenta urbana se dissolve dando lugar à paisagem natural da região. De um lado, a cidade fluida que expande, pulsa e com energia centrífuga arremessa para fora tudo aquilo que não lhe é conveniente. Do outro, a natureza impassível que se sobrepõe a tudo que escapa à manutenção da cidade.

As imagens foram feitas dando as costas para o centro de Belo Horizonte evidenciando a natureza circunstante que possivelmente dará lugar à expansão contínua da cidade. O projeto também conta com pintura e texto para cada uma das 8 imagens numa abstração gradual, onde a fotografia representa o olhar do fotógrafo e a mecanicidade da máquina fotográfica, a pintura representa o véu do olhar e dos gestos do pintor na criação da imagem, enquanto o texto representa o aglomerado de símbolos que na tentativa de descrever a imagem, criam novos significados.

sf (convivente+ia2) 1 Ação ou efeito de conviver. 2 Familiaridade, intimidade. 3 Reunião de pessoas que convivem na mais estreita harmonia.

BIOGRAFIADaniel Pinho (Belo Horizonte - Brasil, 1985) se formou em Comunicação Social antes de iniciar estudos artísticos na Europa. Na Itália, realizou o mestrado em fotografia na Academia de Belas Artes, e foi depois para Düsseldorf onde desenvolveu importantes trabalhos da sua pesquisa artística. De volta ao Brasil, busca uma compreensão maior sobre a memória e o cotidiano.

Renata Laguardia (Belo Horizonte - 1991) é formada em pintura pela UFMG. Atualmente reside na França onde cursa o seu mestrado em Artes Plásticas. Sua pesquisa permeia a memória e a formação do indivíduo e sua identidade através da sua representação imagética.

Miguel Gontijo é formado em História e Filosofia; Pós-graduado em Artes e Contemporaneidade. Ele realizou exposições plásticas e publicou livros em vários países, como por exemplo, “Pintura Contaminada” (2009-França) ou “Miguel e o Ornitorrinco” (2012-Museu Inimá-BH). Participou em mais de 100 exposições no Brasil e no exterior e foi, por inúmeras vezes, premiado em salões oficiais.

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Sertrangênicos & Cerrado em Quadrinhos dialoga com temática ambiental, usando como tema principal as novas formas de ocupação do Cerrado e os impactos advindos deste modelo na configuração natural e humana do bioma. Utilizando poesia, histórias em quadrinhos e ilustrações, são apontadas as mazelas e contradições da ocupação predatória do bioma, assim como são evidenciadas suas riquezas e potencialidades - visando reduzir a invisibilidade ambiental do Cerrado. A exposição é um desdobramento da minha Dissertação de Mestrado “Cerrado em Quadrinhos - Experiências e Contribuições Para o ensino de Geografia” defendida em 2014, no Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo resultado também na publicação do livro “Cerrado em Quadrinhos” editado pela Nemo/Autêntica e uma exposição individual no âmbito do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte.

sf (bio+diversidade) 1 Conjunto de todas as espécies de seres vivos e dos seus ecossistemas.2 Conjunto de todas as espécies de seres vivos existentes em determinada região.

SERTRANGÊNICOS & CERRADO EM QUADRINHOSAlves (aqua r e l a /quad r i n h o s)

B I O D I V E R S I D A D E

BIOGRAFIAAlves nasceu em 1976 na cidade de Itabira – MG. Au-todidata, começou a desenhar cartuns, charges, tiras e histórias em quadrinhos no ano de 1993 e não parou mais. Publicou seus trabalhos nos jornais “O Estado de Minas (MG)”, “O Tempo (MG)”, “Diário da Tarde (MG)”, “Super Notícias (MG)” e “Pasquim 21 (RJ)”. Em Março de 2012 lançou o álbum em quadrinhos “ A Rua de Lá” pelo selo 100% Quadrinhos da Editora Graffiti.

Atualmente é colaborador das revistas MAD (SP) e Graffiti 76% Quadrinhos (MG), além de publicar ilustrações e charges no jornal Le Monde Diplomatique Brasil (SP) e na Folha de São Paulo. Publica também a série de tiras “Alvescomics” no jornal Hoje em Dia de Belo Horizonte. Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Em Novembro de 2015 lançou o livro “Cerado em Quadrinhos” pela editora Nemo. Neste mesmo mês foi responsável pela exposição temática sobre o Cerrado no Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (FIQ).

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METAMORFOSE DO ABANDONOBaba Jung ( i n s t a l a ção/as s e m b lage m)

P AT R I M Ô N I O

A intensa verticalização da cidade de Belo Horizonte gerou um forte impacto na modificação do seu patrimônio histórico e ambiental. Nesse acelerado processo de urbanização, a consciência ecológica e o desenvolvimento sustentável são praticamente ignorados, provocando danos irreversíveis ao nosso meio ambiente. Este trabalho visa despertar no público o interesse pela necessidade de preservação do patrimônio histórico e ambiental de Belo Horizonte.

A partir de materiais coletados em caçambas e casas demolidas, Baba Jung cria esculturas que se relacionam com as histórias e características da cidade, efetuando uma releitura artística do que foi rejeitado.

Pretende-se que o público faça a experiência desta pesquisa, ainda que indiretamente, gerando uma reflexão e conscientização a cerca da história da cidade, suas mudanças e a importância de pensar a arquitetura local e seu desenvolvimento sustentável.

sm (lat. Patrimonium) 1 Quaisquer bens materiais ou morais, pertencentes a uma pessoa, instituição ou coleti-vidade. 2 Bem ou conjunto de bens naturais ou culturais de importância reconhecida, que passam por um processo de tombamento para que sejam protegidos e preservados.

BIOGRAFIAApós anos de estudos e pesquisas no exterior (França, Espanha, Portugal,...) o artista Baba Jung voltou em 2010 para o Brasil para cursar o bachalerado em Artes Plásticas na Escola Guignard, da UEMG. Aliando reaproveitamento de materiais e consciência do Patrimônio, as pesquisas artísticas do artista levaram ele a realizar várias exposições individuais e coletivas: Lost on the way to B.C., Total Galerie, (em duo com Michel Aniol), em 2008 em Berlin na Alemanha ou Esta casa vai ser demolida, em 2015 na Galeria Quartoamado, Belo Horizonte, dentre inúmeras outras. Adaptáveis e sempre renovados, os trabalhos do artista se encontram na rua, graffitis ou assemblagens em faixadas de casas ou trens, ou em galerias com os quadros integralmente montados ou as esculturas versáteis.

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EQUIPECO-IDEALIZ AÇÃO ALIANÇAS VIVAS REALIZ AÇÃO

Idealizado em 2014, o Savassi Criativa nasceu como um movimento estratégico baseado nos conceitos preconizados pela Economia Criativa.

Nosso propósito é o desenvolvimento territorial do bairro visando criar um ambiente fértil para o desenvolvimento humano e econômico.

Nossas ações têm como objetivo principal estimular todos os atores desta comunidade (moradores, amigos, empresários, instituições e órgãos públicos) a se envolverem com criatividade e, de maneira integrada.

Através dos preceitos da Economia Criativa pretendemos fomentar, potencializar e promover os diferenciais da Savassi como um destino e uma referência de qualidade de vida e de sustentabilidade para os que ali habitam, trabalham ou frequentam.

ALIANÇA FRANCESA BELO HORIZONTE

PRESIDENTE: Thierry Lionel CarréVICE PRESIDENTE: Vania Carvalho Rôla SantosTESOUREIRA: Ana Lydia Bezerra SantiagoSECRETÁRIA GERAL: Lydia Armond Muzzi

JÚRI: Mirella Spinelli / Thiago Pena / Pierre Alfarroba

DIRETORIA: Pierre Alfarroba

SERVIÇO CULTURAL: Louise Horthemel / Inês le Gué

ADMINISTRAÇÃO: Helga Rodrigues / Giovani Marques

COMUNICAÇÃO: Daniela Nascimento / Mayra Lopes www.doizum.com

PROJETO GRÁFICO: www.45jj.org

SERVIÇOS GERAIS: Manoel Alves / Márcia Costa / Sílvia Maria de Oliveira

PARCEIROS

SAVASSI CRIATIVA: Nelson Galizzi / Natalie Oliffson

BH PARKLETS: Flávia Dornellas / Luamã Gabriel Lacerda

REDE VERDE: Marimar Poblet / José Flavio Meireles

CURRAL DEL REY: Alessandro Borsagli

QUARTO AMADO: Fernando Biagioni / Raul Sampaio

SOLCIAL: Fernando Americano

IMPACT HUB: Virginia Alfenas

GAMBIOLOGIA: Lucas Mafra

SPIRALIXO: Thiago Lopes

ZANMI: Pascal Peuzé

B&L ARQUITETURA: Edwiges Leal

EMBAIXADA DE FRANÇA: Christine Masson

A Aliança Francesa de Belo Horizonte é uma Associação Brasileira sem fins lucrativos que se dedica ao ensino do idioma francês, à promoção do intercâmbio cultural entre o Brasil e os países francófonos e à valorização dos artistas locais.

Fundada em 14 de julho de 1944, seguindo as diretrizes estabelecidas pela Delegação Geral das Alianças Francesas no Brasil e respeitando as especificidades locais, a Aliança francesa de Belo Horizonte é um polo de referência para as outras Alianças Francesas e Centros Correspondentes do estado de Minas Gerais.

Hoje, ela está situada em um belo casarão na região da Savassi e conta com uma estrutura moderna e um ambiente muito agradável.

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RE A L I Z AÇ ÃO E IDE A L I Z AÇ ÃO C OORDEN AÇ ÃO A L I A NÇ A S V I VA S

A P OIO IN S T I T UC ION A L

RUA TOMÉ DE SOUZ A , 1418 - S AVA S S I . T EL . : (31) [email protected] | aliancafrancesabh.com.br | facebook.com/aliancafrancesabh

PA RC E IRO S

A P OIO