AN LISE DA UTILIZA O DA INTERMODALIDADE NO … · curso de especializaÇÃo em transporte...

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE CARGA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DA INTERMODALIDADE NO TRANSPORTE DAS CARGAS DA USINA CSN PARA O NORDESTE ABELARDO EDSON SANTOS E SANTOS Rio de Janeiro 2008

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  • CURSO DE ESPECIALIZAO EM TRANSPORTE FERROVIRIO DE CARGA

    INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

    ANLISE DA UTILIZAO DA INTERMODALIDADE NO

    TRANSPORTE DAS CARGAS DA USINA CSN PARA O NORDESTE

    ABELARDO EDSON SANTOS E SANTOS

    Rio de Janeiro 2008

  • 2

    CURSO DE ESPECIALIZAO EM TRANSPORTE FERROVIRIO DE CARGA

    INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

    ABELARDO EDSON SANTOS E SANTOS

    ANLISE DA UTILIZAO DA INTERMODALIDADE NO

    TRANSPORTE DAS CARGAS DA USINA CSN PARA O NORDESTE

    Monografia apresentada no curso de Especializao em Transporte Ferrovirio de Cargas do Instituto Militar de Engenharia, como requisito para a obteno do certificado de concluso de curso.

    Orientador: Profa. Vnia Barcellos Gouva Campos Tutor: Edson Fernandes Eustquio

    Rio de Janeiro 2008

  • 3

    Dedico este trabalho ao meu pai, a minha esposa Juliana e minha filha Ana Jlia, pelo incentivo e

    pacincia nos momentos em que estive ausente.

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Ao Instituto Militar de Engenharia, que me deu a honra e o privilgio de cursar a Especializao em Transporte Ferrovirio de Cargas. professora Vnia Barcellos Gouva Campos pela orientao neste trabalho. Aos professores Luis Antnio Silveira Lopes e Manoel Ferreira Mendes, pelo acompanhamento e orientao ao longo do Curso. A todos os professores do IME, que ao transmitirem os seus conhecimentos, tornaram possvel esta monografia. A todos os colegas da Especializao, em especial ao Larcio Jnior, Cristiano Mendona e Patrick Pedroni pela amizade, cooperao e pelas dicas de Via Permanente.

  • 5

    H homens que lutam um dia e so bons. H outros que lutam um ano e so melhores.

    H os que lutam muitos anos e so muito bons. Porm, h os que lutam toda a vida.

    Esses so os imprescindveis.. (Bertolt Brecht)

  • 6

    RESUMO

    Nesta apresenta-se uma anlise operacional e econmica do transporte intermodal

    de bobinas de ao da Usina da CSN em Volta Redonda - RJ para a regio Nordeste

    do Brasil. Neste caso, prope-se que a MRS Logstica seja a transportadora de Volta

    Redonda - RJ para Contagem MG. A partir desta rota ferroviria, a TORA pode

    efetuar a descarga das bobinas de ao, realizando o transbordo para o modal

    rodovirio. O terminal rodo-ferrovirio TORA, situado em Contagem MG fica,

    assim, responsvel por toda a logstica das bobinas a partir da chegada em seu

    Ptio. No estudo verifica-se as alternativas de transporte mais favorveis para

    reduo dos custos de distribuio, atravs da intermodalidade.

    Palavras-chave: intermodalidade, terminal rodo-ferrovirio, transportes.

  • 7

    ABSTRACT

    This monograph presents, as main subject, the operational and economic analysis

    applied on intermodal steel coils transportation, from the CSN mill located at Volta

    Redonda RJ to the Brazilian Northeast region. In this process the enterprise MRS

    Logistical is responsible of the steel coils transportation from Volta Redonda RJ to

    Cottage MG using the rail modal. Arriving at Cottage MG another enterprise,

    Torah, assume the transportation control. The enterprise truck-rail terminal, located

    at Cottage MG, is responsible of the modal change, the goods unloading process

    and all goods logistic at the moment they arrive at the patio of the terminal. This

    study also pretends to verify all available alternatives of distribution cost reduction,

    through intermoldality strategy.

    Key words: intermodality, rail-highway terminal, transports.

  • 8

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Mapa esquemtico da Proposta Intermodal ...................................16

    Figura 2 Localizao de dependncias Tora no Brasil e Exterior ...............34

    Figura 3 Cobertura da Malha Ferroviria MRS .............................................. 39

    Figura 4 Mapa dos percursos do Fluxo Operacional Atual ..........................41

    Figura 5 Desenho Esquemtico do Fluxo Operacional Atual ...................... 42

    Figura 6 Mapa dos percursos do Fluxo Operacional Proposto ....................45

    Figura 7 Desenho Esquemtico do Fluxo Operacional Proposto ................46

    Figura 8 Localizao TORA na grande BH ......................................................48

    Figura 9 Desenho Esquemtico do vago PBS .............................................49

  • 9

    LISTA DE FOTOS

    Foto 1 Usina Presidente Vargas CSN Volta Redonda RJ .....................33

    Foto 2 Pra ferroviria duplicada em bitola mista ......................................36

    Foto 3 Vista area da Central de Logstica Integrada TORA .....................37

    Foto 4 Movimentao de bobinas CSN no terminal TORA LOGSTICA ...38

    Foto 5 Vista Parcial do transbordo rodo-ferrovirio ..................................47

  • 10

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Tipo de carga x Modal Adequado ......................................................15

    Tabela 2 Caractersticas dos modais de transporte ......................................23

    Tabela 3 Volumes escoamento CSN p/ Nordeste 2008 ..................................43

    Tabela 4 Distncias rodovirias entre a CSN e clientes regio Nordeste ....43

    Tabela 5 Distncia ferroviria CSN para TORA ..............................................43

    Tabela 6 Tempo de percurso da CSN para os clientes na regio

    Nordeste....................................................................................................................44

    Tabela 7 Tempo de percurso Fluxo Operacional Atual em horas .............51

    Tabela 8 Tempo de percurso Fluxo Operacional Proposto em horas .......51

    Tabela 9 Frete por tonelada Fluxo Operacional Atual ....................................52

    Tabela 10 Custo com frete no modal rodovirio Fluxo Operacional Atual -

    Ano: 2008 .................................................................................................................53

    Tabela 11 Frete por tonelada Fluxo Operacional Proposto .............................53

    Tabela 12 Custo com frete no modal rodovirio Fluxo Operacional Proposto -

    Ano: 2008 .................................................................................................................54

    Tabela 13 Custo com frete no modal ferrovirio Fluxo Operacional Proposto -

    Ano: 2008 .................................................................................................................54

    Tabela 14 Custo com transbordo Fluxo Operacional Proposto Ano: 2008

    ....................................................................................................................................55

    Tabela 15 Comparativo dos Custos do Fluxo Operacional Atual e Proposto

    ....................................................................................................................................56

  • 11

    SUMRIO

    1 INTRODUO.................................................................................................13

    1.2 Objetivos..............................................................................................17

    2 REFERENCIAL TERICO .............................................................................17

    2.1 Conceitos bsicos de transporte .....................................................17

    2.2 Tipos de Modais de Transportes ......................................................18

    2.3 Caractersticas dos modais de transporte ......................................20

    2.4 Transporte Ferrovirio .......................................................................25

    2.5 Transporte Intermodal e Intermodalidade........................................26

    2.6 Terminais ............................................................................................27

    3 CARACTERIZAO DO PROBLEMA ESTUDADO......................................31

    3.1 Companhia Siderrgica Nacional .....................................................31

    3.2 Tora Logstica Armazns e Terminais Multimodais S/A ................33

    3.3 MRS Logstica S/A..............................................................................38

    4 ANLISE DOS FLUXOS DE TRANSPORTE DO PROBLEMA ESTUDADO

    ....................................................................................................................................40

    4.1 Anlise Fluxo Operacional Atual ......................................................40

  • 12

    4.2 Anlise Fluxo Operacional Proposto ...............................................44

    4.3 Estrutura da TORA .............................................................................47

    4.4 Estrutura da MRS ...............................................................................49

    4.5 Comparativo dos tempos de entrega ...............................................50

    5 ANLISE FINANCEIRA DOS FLUXOS DE TRANSPORTE .........................52

    5.1 Custo Fluxo Operacional Atual .........................................................52

    5.2 Custo Fluxo Operacional Proposto...................................................53

    5.3 Anlise Comparativa dos Custos do Fluxo Atual e Proposto....... 55

    6 CONCLUSES................................................................................................57

    6.1 Sugestes para trabalhos futuros.....................................................58

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..........................................................................59

  • 13

    1 INTRODUO

    O custo de transporte representa a maior parcela dos custos logsticos na maioria

    das empresas. Ele pode variar entre 4% e 25% do faturamento bruto, e em muitos

    casos, supera o lucro operacional.

    O sistema de transporte no Brasil, que ficou vrios anos sem receber investimentos

    significativos, est passando por um momento de transio no que diz respeito s

    possibilidades de utilizao de mais de um modal na movimentao de cargas por

    toda a cadeia de suprimentos. Isto ocorre principalmente pelo processo de

    privatizao de ferrovias e portos, execuo de obras de infra-estrutura e tambm

    pela iniciativa de vrios embarcadores e prestadores de servios logsticos.

    Os tipos de produtos predominantemente transportados por mais de um modal so

    commodities, como minrio de ferro, gros e cimento, todos caracterizados como

    produtos de baixo valor agregado. Portanto, para que estes produtos sejam

    competitivos indispensvel um sistema de transporte eficiente, pois o custo de

    transporte uma parcela considervel do valor destes produtos.

    Para produtos de maior valor agregado, o fluxo de transporte por mais de um modal

    bastante insipiente no Brasil. Nos Estados Unidos, o transporte rodo-ferrovirio

    apresentou crescimento acumulado de 50% nos ltimos 10 anos, tendo transportado

    em 1998, cerca de nove milhes de contineres e carretas. ( Marco Antonio Oliveira

    Neves 2006).

  • 14

    Como cada vez mais se busca reduo nos custos logsticos e maior confiabilidade

    no servio prestado, o uso de mais de um modal no Brasil surge como grande

    oportunidade para as empresas tornarem-se mais competitivas, visto que o modal

    rodovirio predomina na matriz de transporte do Brasil, mesmo para

    produtos/trechos onde no o mais competitivo.

    Embora se possam observar alguns exemplos de solues logsticas que

    contemplem a utilizao de mais de um modal, estas iniciativas ainda esbarram em

    questes de infra-estrutura e de regulamentao, tais como: eficincia dos portos,

    terminais para integrao entre os modais e regulamentao da operao de

    transporte por mais de um modal.

    Distores na infra-estrutura de transportes e nos valores de fretes levam

    utilizao inadequada dos modais. No Brasil a disputa entre o modal rodovirio e o

    ferrovirio intensa. Diferente dos Estados Unidos, a ferrovia no Brasil perde

    espao nas longas distncias, justamente onde ela deveria ser mais competitiva.

    Nos Estados Unidos a distncia mdia percorrida de 1.350 quilmetros; no Brasil

    permanece abaixo de 600 quilmetros.

    Para cada tipo carga existe um modal adequado, conforme mostrado na tabela a

    seguir.

  • 15

    Tipo de Carga Distncia Modal Recomendado

    De moderado a alto valor

    e at 25 toneladas At 1.200 km Rodovirio

    De moderado a baixo

    valor, mltiplos tamanhos

    de carga

    De 800 a 1.200 km Ferrovirio

    De moderado a alto,

    mltiplos tamanhos de

    carga

    De 1.200 a 2.500 km

    Intermodal, utilizando o

    rodovirio nas pontas (coletas e

    entregas)

    Alto valor, pequenos

    volumes Mais de 2.000 km Areo

    De moderado a baixo,

    volumes diversos Entre 500 e 2.500 km Hidrovirio ou ferrovirio

    De alto a baixo valor,

    diferentes tipos de carga Mais de 4.000 km Martimo

    Lquidos e gases Varivel Dutovirio

    Tabela 1 Tipo de Carga x Modal Adequado

    Fonte: A Multimodalidade e o Custo Brasil - Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves - 2006

    Diante deste cenrio, o objeto deste estudo avaliar o fluxo logstico atravs da

    utilizao da Intermodalidade no transporte de bobinas de ao da CSN da Usina

    situada em Volta Redonda RJ para os clientes da regio Nordeste, buscando

    reduzir os custos logsticos desta operao.

  • 16

    O desafio proposto comparar custos de transportes atualmente utilizados pelo

    modal rodovirio a partir de Volta Redonda RJ at os clientes na regio Nordeste.

    No entanto, neste estudo, considera-se o enfoque da questo da Intermodalidade de

    transporte. Nesse sentido, o modelo, aplicado s alternativas intermodais vai

    comparar os custos de transporte praticados pelas transportadoras que operam todo

    o trecho pelo modal rodovirio, com custos de transporte ferrovirio da Usina CSN

    at o terminal rodo-ferrovirio em Contagem MG, somados aos custos de

    transbordo e frete rodovirio at a regio Nordeste Brasileira.

    Na figura 1, segue mapa esquemtico da Proposta Intermodal.

    Figura 1 Mapa esquemtico da Proposta Intermodal

    Fonte: Google Dados cartogrficos 2008

    Ferrovirio MRS de Volta Redonda RJ para Contagem

    Transbordo em

    Contagem - MG

    Rodovirio de

    Contagem at regio Nordeste

  • 17

    1.2 OBJETIVOS

    O objetivo geral verificar a viabilidade da utilizao da Intermodalidade no

    transporte das cargas da Usina CSN destinada regio Nordeste do Brasil.

    Como objetivos especficos destacam-se:

    - Mapear o fluxo logstico do processo entre a Usina CSN em Volta Redonda-RJ at

    os clientes no Nordeste.

    - Mensurar o ganho/perda financeiro com a implementao do projeto como um todo

    - Analisar operacionalmente o desempenho da operao logstica na TORA e MRS,

    do transbordo at a entrega pelo modal rodovirio.

    2. REFERENCIAL TERICO

    Esta etapa do projeto apresenta uma breve discusso terica, na perspectiva de

    fundament-lo na literatura atual, servindo de base para anlise e interpretao do

    problema estudado.

    2.1 Conceitos bsicos de transportes

    Segundo Bowersox (1986), O transporte a rea operacional da logstica que

    movimenta geograficamente o estoque. A importncia dos transportes se d pelo

    fato dos recursos estarem distribudos pelo mundo de forma desigual, obrigando que

  • 18

    ocorra movimentao destes recursos de um ponto para o outro. De acordo com

    Stlp & Pl (1992), o segmento de transporte um dos que mais interfere na

    eficincia dos diversos setores da economia de um pas.

    Bustamante (2005) afirma que o transporte, no contexto da Economia, um setor de

    servio ou uma demanda intermediria. Ou seja, isoladamente ele no cria riqueza,

    mas atua como um fator viabilizador de tal forma que as potencialidades econmicas

    de um determinado local no podem ser desenvolvidas sem a sua presena.

    Desta forma, pode-se concluir que o transporte inerente a qualquer atividade

    geradora de valor sendo um dos segmentos que mais interfere na eficincia dos

    diversos setores da economia de um pas, absorvendo entre um e dois teros do

    total dos custos logsticos (BALLOU, 2001).

    Um sistema de transporte eficiente e barato tem o poder de alterar o sistema

    produtivo, baseado nos seguintes fatores:

    Um transporte barato viabiliza o alcance de mercados mais distantes e a

    descentralizao das unidades de produo.

    Leva a reduo dos custos de produo dos produtos aumentando a competitividade

    no mercado.

    2.2 Tipos de Modais de Transportes

    Neste item so tratados os modais Aquavirio, Rodovirio, Aerovirio e Dutovirio.

  • 19

    Aquavirio: um modal de transporte altamente limitado por questes geogrficas.

    Como afirma Ballou (2001), um transporte, na mdia, mais lento que o ferrovirio.

    Quanto aos ndices de desempenho disponibilidade e consistncia, pode-se afirmar

    que so diretamente dependentes das condies climticas (inverno pode

    apresentar guas congeladas e vero com perodos de secas). Algumas barcaas

    so capazes de transportar at 40 mil toneladas o que torna o modal apto para o

    transporte de alta capacidade com flexibilidade. Investimentos feitos nos ltimos

    anos para a melhoria do modal se preocuparam com sistemas de navegao por

    radar, piloto automtico, entre outros.

    Rodovirio: o mais flexvel dos modais quanto entrega para o cliente.

    conhecido por ser um transporte porta - porta. Devido a sua flexibilidade, trabalha-se

    tanto com carga fechada (lotao do equipamento) quanto com carga fracionada. O

    modal possui limitaes na quantidade carregada, no s pelo alto peso prprio

    (tara), mas tambm por leis que regulam o limite de peso nas estradas. No Brasil,

    o modal mais utilizado devido poltica de transporte nacional ter privilegiado este

    tipo de modal quando na poca da formao da infra-estrutura de transportes do

    pas.

    Aerovirio: um modal mais utilizado para o transporte de produtos com alto valor

    agregado. Dentre todos os modais que o que possui o maior preo de transporte e,

    apesar do custo associado, sua utilizao para o transporte de cargas est em

    constante aumento. Caracteriza-se pela alta rapidez, mas o tempo de entrega no

    diretamente proporcional velocidade do avio (existe o tempo do embarque e o

    perodo em que a aeronave fica taxiando). Vale lembrar que um modal de

  • 20

    transporte que afetado diretamente pelas condies climticas. Por se tratar de um

    servio de transporte considerado nobre sua qualidade superior aos demais.

    Dutovirio: Segundo Ballou (2001), um modal limitado quanto capacidade e

    faixa de servios. Quanto consistncia pode-se considerar altssima e requer

    apenas uma manuteno preditiva para assegurar esta confiabilidade. Sua

    velocidade de transporte baixa. Segundo a Agncia Nacional de Transportes

    Terrestres, o transporte Dutovirio pode ser dividido em:

    Oleodutos, para o transporte de petrleo, leo combustvel, gasolina, diesel, lcool,

    GLP, querosene e nafta, entre outros.

    Minerodutos, para transporte de Sal-gema, Minrio de ferro e Concentrado

    Fosftico, entre outros.

    Gasodutos, para o transporte do gs natural.

    2.3 Caractersticas dos Modais de Transportes

    Os modais de transporte apresentam custos e caractersticas operacionais

    especficas, que os tornam mais ou menos adequados para determinados tipos de

    operaes e produtos. Essas caractersticas especficas tornam os diferentes

    modais complementares de tal forma que eles devem ser combinados para que o

    custo total de transporte seja o mnimo para o usurio sem reduo dos nveis de

    servio. Nesse sentido, Lcio (1995) ressalta que a viabilizao e integrao dos

    corredores modais de transporte (rodovia, ferrovia, hidrovia) aumentam a

  • 21

    competitividade dos produtos, integrando as reas de produo, centros

    consumidores e o mercado internacional.

    A seguir citam-se a principais caractersticas dos modais de transportes segundo

    Bustamante (2005) e Ojima (2004):

    Disponibilidade: capacidade do modal atender os pontos mais diversos possveis. O

    modal rodovirio tem uma alta disponibilidade por teoricamente poder atingir

    qualquer lugar. O segundo em disponibilidade o ferrovirio, dependendo claro da

    malha ferroviria do pas.

    Acessibilidade: alm de estar disponvel, um modal deve estar acessvel de tal forma

    que ele possa ser utilizado nos locais em que est disponvel.

    Qualidade de servio: fator subjetivo que serve como diferencial na hora escolha do

    modal a ser contratado. Est relacionada capacidade do modal em atender e

    superar as expectativas dos clientes.

    Economicidade: est relacionada ao custo/benefcio do transporte. Tambm um

    fator subjetivo, mas decisivo na opo pelo modal a ser contratado.

    Velocidade: tempo decorrido na movimentao da carga do ponto de origem at o

    destino, tambm conhecido como transit time. O modal areo o mais rpido de

    todos. Vale lembrar que, considerando que dentro deste critrio levado em

  • 22

    considerao o tempo de carga e descarga, a vantagem do modal areo s ocorre

    para distncias mdias e grandes, Nazrio, et al (2000).

    Consistncia: capacidade do modal de cumprir os tempos previstos. Como afirma

    Ojima (2004), por no ser afetado pelas condies climticas ou por

    congestionamentos, o duto apresenta uma alta consistncia. J o modal areo tem

    uma grande sensibilidade a questes climticas devido sua elevada preocupao

    com questes de segurana e por isso possui uma baixa consistncia (FLEURY,

    2002).

    Flexibilidade: relacionada possibilidade de um determinado modal atender

    diferentes produtos com volumes distintos. Cabe aqui um destaque para o modal

    aquavirio por poder lidar praticamente com qualquer tipo de produto ou volume.

    Freqncia: percentual de tempo til de um modal, ou o total de tempo que pode ser

    utilizado num determinado horizonte e tempo. O duto o que apresenta o melhor

    desempenho neste sentido por poder trabalhar 24 horas por dia.

    Estas dimenses do uma orientao sobre os pontos forte de cada modal de

    transporte uma vez que eles no so estritamente concorrentes, mas

    complementares, cada um com seu campo de ao mais eficiente (BUSTAMANTE,

    2005).

    Na tabela 2 a seguir apresentam-se os diversos modais segundo suas

    caractersticas:

  • 23

    Ferrovia Rodovia Aquavia Aerovia Dutovia

    DI linear linear superficial superficial linear

    AC pontual linear pontual pontual linear

    QU regular boa baixa tima tima

    EC boa regular tima baixa boa

    VE boa alta regular tima baixa

    CO boa alta regular baixa tima

    FL alta boa tima regular baixa

    FR boa alta baixa regular tima

    Tabela 2 - Caractersticas dos modais de transporte

    Fonte: Ojima (adaptado) (2004)

    Segundo Bustamante (2005), quanto caracterstica disponibilidade:

    - a ferrovia possui disponibilidade linear, pois ela tem a capacidade de atender

    somente os pontos ao longo de suas vias frreas que podem ser limitadas por

    fatores de segurana e, principalmente, de topografia;

    - a rodovia tem tambm disponibilidade linear, com restries de atendimento em

    geral reduzidas, ditadas geralmente, assim como as ferrovias, por fatores de

    segurana ou de topografia;

    - as aquavias apresentam disponibilidade superficial, ou seja, pela superfcie da

    gua de oceanos, mares, lagos, rios e canais, etc;

    - o transporte aerovirio, apesar da existncia das vias areas que o classificariam

    como linear, teoricamente, tem disponibilidade superficial;

  • 24

    - o transporte dutovirio tem disponibilidade linear ao longo dos dutos de passagem

    dos produtos transportados.

    E quanto acessibilidade:

    - a ferrovia, por razes tcnico-operacionais e econmicas, s pode ser acessada

    em determinados locais pr-definidos. Por isso, diz-se que a ferrovia tem

    acessibilidade pontual (em terminais, estaes, ptios);

    - a rodovia, devido a sua facilidade de parada e partida em quase todos locais, pode

    ser considerada de acessibilidade linear no decorrer de sua via;

    - da mesma forma do que a ferrovia, o transporte aquavirio tambm possui

    acessibilidade pontual (portos);

    - o transporte aerovirio por razes tcnicas, topogrficas e ambientais de

    segurana tem acessibilidade pontual (aeroportos). Vale lembrar que os

    helicpteros tm acessibilidade superficial; e

    - o transporte dutovirio como oferece poucas restries de acesso, tem

    acessibilidade linear.

  • 25

    2.4 Transporte Ferrovirio

    Segundo Chopra (2003), devido ao alto custo fixo e ao baixo custo varivel de

    operao, o transporte ferrovirio cobra preos que incentivam grandes cargas a

    serem levadas por longas distncias. A estrutura de preos e a capacidade para

    cargas pesadas fazem do transporte ferrovirio um meio ideal para carregamento de

    produtos grandes, pesados ou de alta densidade.

    Segundo projees da Associao Nacional dos Transportadores Ferrovirios

    (ANTF), feitas no final de 2006, as ferrovias que responderam, em 2005, por 25%

    (vinte e cinco por cento) do transporte de cargas no Brasil, devem, em 2008, chegar

    ao percentual de trinta por cento.

    Em recente reportagem publicada na Revista EXAME1, a expanso da malha

    ferroviria e a modernizao da frota provocaram importantes mudanas no Setor

    Ferrovirio. Nos ltimos tempos, as grandes operadoras ferrovirias passaram a

    explorar um novo tipo de cliente: as indstrias. Com isso, os vages passaram a

    levar com freqncia crescente produtos de maior valor agregado.

    Para continuar a crescer neste ritmo e atender a esta nova clientela, as empresas

    ferrovirias partiram para uma nova estratgia: as solues sob medida. Trata-se da

    aplicao do conceito de personalizao de produtos, conhecida no jargo do

    marketing como customizao, ao mundo das ferrovias. As empresas ferrovirias

    1 REVISTA EXAME. Matria Trilhos sob medida. Data de publicao: 05.10.2006.

  • 26

    estudam as necessidades de seus clientes ou possveis clientes e adaptam o

    servio que oferecem a essas demandas.

    Em contrapartida, o transporte ferrovirio apresenta as suas desvantagens.

    Conforme apresentado no site do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e

    Comrcio2 Coordenao-Geral de Logstica, Regimes Aduaneiros, Crdito e

    Financiamento, as desvantagens so: menor flexibilidade no trajeto, tempo de

    viagem demorado e irregular, necessidade maior de transbordo, diferena na largura

    das bitolas e carncia de terminais intermodais.

    2.5 Transporte Intermodal e Intermodalidade

    Segundo Bowersox (2006) o transporte intermodal combina dois ou mais tipos

    modais para tirar vantagem das economias inerentes a cada modal e, com isso,

    oferecer um servio integrado a um custo mais baixo.

    Ainda segundo os autores, as ofertas de transporte intermodal comearam a se

    desenvolver com maior sucesso durante os anos 50, a partir da integrao dos

    servios ferrovirio e rodovirio.

    O transporte rodo-ferrovirio tem como vantagens - em relao ao transporte

    rodovirio - o custo baixo do transporte ferrovirio para longas distncias e da

    acessibilidade do transporte rodovirio. Esse arranjo intermodal combina o baixo

    2 Ministrio dos Transportes. Disponvel em: http://www.transportes.gov.br. Acesso em 20.05.2008

  • 27

    custo em curtas distncias do transporte rodovirio, com a movimentao por longas

    distncias h um tempo relativamente maiores do transporte ferrovirio, buscando,

    portanto, um melhor equilbrio na relao preo/servio.

    A intermodalidade caracteriza-se pela emisso individual de documento de

    transporte para cada modal, bem como pela diviso de responsabilidade entre os

    transportadores. Por exemplo, se em uma operao de transporte so utilizados

    caminho, navio e trem, necessita-se da emisso de trs documentos de transporte

    independentes, um de cada transportador. Quanto responsabilidade pelo

    transporte, cada um dos modais assume a sua parte do trajeto, desde o ponto inicial

    em que coletou a carga at o destino da entrega (KEEDI, 2001, p. 80).

    2.6 Terminais

    O conhecimento dos conceitos que abrangem os terminais de transporte essencial

    para o bom desempenho da logstica de transportes. DEMARIA ( 2004 ) diz que o

    termo Terminal corresponde etimologicamente a uma realidade funcional, desde que

    cada tipo de instalao permita especificamente o trmino de uma seqncia ou o

    incio de outra.

    Para HAY (1977) os terminais podem ser considerados a soma total de facilidades e

    sua localizao onde o transporte pode ser originado, terminado e/ou intercambiado

    antes, durante ou depois do deslocamento, incluindo os servios de facilidades para

    veculos e equipamentos utilizados no transporte.

  • 28

    Em outras palavras, o terminal a origem ou destino do transporte, mas em alguns

    casos, o terminal o ponto onde a carga necessita de servios de consolidao e

    desconsolidao para a distribuio da carga. Como exemplo, pode-se citar uma

    exportao martima em container LCL (Less than Container Load): a carga

    enviada inicialmente a um terminal designado pelo transportador martimo, onde

    ser consolidada e posteriormente enviada ao porto para o despacho ao exterior.

    THIRIET-LONGS (1982) afirma que os terminais tm uma importncia capital na

    adequao dos transportes. De sua localizao, de seu dimensionamento e de seus

    componentes fsicos e organizacionais dependem a eficincia e a rentabilidade dos

    sistemas em nvel nacional. Ao mesmo tempo, ser garantida ou no a equiparao

    operacional e a competitividade da nao perante o mercado internacional. De

    acordo com as finalidades fundamentais, os terminais justificam uma classificao

    em trs categorias de instalaes:

    Destinada ao transbordo de interface;

    Para consolidao/desconsolidao (estocagem transitria);

    Para racionalizar o preparo-prolongamento dos fluxos intermodais (otimizao de

    modais).

    Essas categorias correspondem a determinadas funes operacionais que iro influir

    diretamente sobre os acessos modais. No transbordo de interface, a funo bsica

    se resume na transferncia da unidade de carga de uma modalidade para outra.

  • 29

    No terminal de consolidao/desconsolidao, as funes essenciais se norteiam

    em operaes transitrias de estocagem, de armazenagem ou ensilagem (carga

    granel slida). Trata-se de cargas indo ou vindo da rede de transportes e ento

    consolidadas (ovadas em unidades, como containeres, trailers, etc.) ou

    desconsolidadas (distribuio). Esse tipo de terminal no considerado como um

    depsito, pois nele esto apenas mercadorias em trnsito.

    O objetivo dos terminais de preparo ou prolongamento dos fluxos dos intermodais

    o atendimento das seguintes alternativas:

    Descongestionamento dos trfegos urbanos;

    Agrupamento de lotes de cargas locais por transportadoras, usurios ou indstrias

    locais, sendo esse agrupamento complementado por funes especficas tais como

    entrepostos.

    O objetivo principal dos sistemas intermodal e multimodal de transporte a

    dinamizao das operaes da origem at o destino da carga. No processo de

    integrao dos modais, procura-se conferir uma determinada dinmica operacional

    para cada tipo de terminal:

    Dinmica do escoamento intermodal para o terminal de transbordo ou interface,

    com o objetivo de transferir rapidamente a carga j unitizada sem que seja

    significativamente aumentado o tempo de escoamento das unidades de carga nas

    interfaces rodovia, ferrovia e hidrovia;

  • 30

    Dinmica do acondicionamento que trata apenas da estocagem transitria das

    mercadorias pela qual a carga ser unitizada corretamente com o intuito de permitir

    um escoamento por rotas que utilizem diferentes modais, atravs de equipamentos

    especializados e de alta produtividade. No processo inverso, esse terminal permitir

    a desconsolidao das cargas recebidas para ento despach-las ao proprietrio;

    Dinmica do prosseguimento para o terminal de preparo ou prolongamento de

    fluxos intermodais, no qual se procura otimizar o trfego local, evitando os

    desperdcios causados pelos congestionamentos. Para alcanar essa otimizao

    preciso racionalizar a demanda e a oferta de transporte. Operacionalmente, as

    instalaes sero subdivididas entre vrias empresas privadas, dentro de galpes

    comuns ou separados, interessando principalmente aos plos de consumo-

    produo.

    Segundo a Associao Brasileira de Transportadores Intermodais (ABTI, 2004), para

    o desenvolvimento das estruturas de terminais de transporte intermodais e/ou

    multimodais, os principais critrios tcnicos operacionais a serem determinados na

    programao nacional de implantao dos terminais so os seguintes:

    Localizao dos terminais;

    Tipos de terminais a serem adotados em funo da localizao;

    Compatibilizaro da capacidade operacional entre os terminais (dimensionamento,

    (equipamentos, processo, organizao, documentao padro, etc.);

  • 31

    Agilizao da regulamentao nas redes modais, criao de servios

    alfandegrios e de fiscalizao adaptados s necessidades dinmicas dos terminais.

    3. CARACTERIZAO DO PROBLEMA ESTUDADO

    O problema em estudo envolve trs empresas: a Companhia Siderrgica Nacional, a

    Tora Logstica Armazns e Terminais Multimodais S/A e a MRS Logstica S/A. A

    seguir esto descritas as caractersticas operacionais de cada uma destas

    empresas.

    3.1 Companhia Siderrgica Nacional

    A Companhia Siderrgica Nacional foi fundada em 9 de abril de 1941 e iniciou suas

    operaes em 1 de outubro de 1946. Como primeira produtora integrada de ao

    plano no Brasil, a CSN um marco no processo brasileiro de industrializao. O seu

    ao viabilizou a implantao das primeiras indstrias nacionais, ncleo do atual

    parque fabril brasileiro. Privatizada em 1993, e aps mais de seis dcadas de

    atividade, continua a fazer histria.

    Com capacidade de produo anual de 5,6 milhes de toneladas e cerca de

    dezesseis mil empregados, a CSN concentra suas atividades em siderurgia,

    minerao e infra-estrutura.

    A estratgia integrada e alinhada ao negcio principal assegura posio de liderana

    no setor siderrgico brasileiro. A aquisio dos ativos da Heartland Steel,

  • 32

    constituindo a CSN LLC, nos Estados Unidos, em 2001, marcou o incio do processo

    de internacionalizao da CSN. Atualmente, entre seus ativos a empresa conta com

    uma usina siderrgica integrada, cinco unidades industriais, sendo duas delas no

    exterior (Estados Unidos e Portugal), minas de minrio de ferro, calcrio e dolomita,

    uma forte distribuidora de aos planos, terminais porturios, participaes em

    estradas de ferro e em duas usinas hidreltricas. Com uma gesto firme e

    inovadora, a empresa acredita na fora empreendedora do capital nacional e no

    enorme potencial brasileiro de competitividade no setor siderrgico.

    O ao da CSN est presente em diversos segmentos, entre os quais se destacam o

    Automotivo, Construo Civil, Embalagem, Linha Branca e OEM, fornecidos para

    clientes no Brasil e no Exterior.

    A CSN produz os seguintes tipos de ao em sua Usina em Volta Redonda RJ:

    - Laminados a quente

    - Laminados a frio

    - Galvanizados

    - Folhas metlicas

    - Ao Pr- Pintado

  • 33

    FOTO 1: Usina Presidente Vargas CSN Volta Redonda RJ

    Fonte: Site CSN

    3.2 Tora Logstica Armazns e Terminais Multimodais S/A

    A TORA Transportes Industriais Ltda. foi fundada em 1972 e, desde ento, vem

    atuando na rea de transportes industriais no Brasil e Mercosul, nos segmentos

    siderrgico, qumico, petroqumico, metalrgico, de alimentos e bebidas.

    Na dcada de 90 foi criada a Tora Logstica para atender operaes logsticas de

    grandes massas, armazenagem, gesto de estoques, operaes rodo-ferrovirias e

    desenvolvimento de projetos logsticos conforme necessidades dos clientes.

    Atualmente, conta com cerca de 500 colaboradores e 700 veculos, distribudos

    estrategicamente de modo a oferecer a melhor cobertura no territrio nacional e no

    Mercosul.

  • 34

    Possui 36 filiais no Brasil - sendo 4 no Mercosul e 4 terminais de carga (2 deles com

    integrao Rodo-Ferroviria, sendo um em Contagem MG e outro em Vitria - ES).

    Os terminais rodo-ferrovirios possuem galpes e equipamentos adequados para

    movimentao e armazenagem de produtos e pra ferroviria em bitola mista com

    localizao estratgica para distribuio e captao de cargas.

    Terminais de CargaRodo Ferrovirio

    Filial

    Terminais de Carga

    Terminais de CargaRodo Ferrovirio

    Filial

    Terminais de Carga

    Terminais de CargaRodo Ferrovirio

    Filial

    Terminais de Carga

    FIGURA 2 : Localizao de dependncias Tora no Brasil e Exterior

    Fonte: Tora Logstica

    O foco de atuao da Tora o transporte de grandes tonelagens, sendo que a

    estratgica de crescimento aumentar a participao nos clientes atuais, com oferta

    de servios diferenciados e utilizando equipamentos mais especializados.

  • 35

    O setor siderrgico, base do mercado da Tora, prev expressivo crescimento de

    produo para o prximo qinqnio, alm de novos projetos em fase de instalao.

    Esto previstas expanses na Usiminas, Arcelor Mittal em Joo Monlevade e Juiz de

    Fora, Companhia Siderrgica Nacional em Volta Redonda e Casa de Pedra, nova

    planta da V & M, CSA em Itagua, o que representa dobrar a capacidade instalada

    nos prximos anos.

    As reformulaes dos modelos de logstica dos clientes esto priorizando as

    operaes ferrovirias, o que abre espao para novas operaes, em mercado

    menos concorrido.

    Em Contagem/MG est a Matriz da Tora, estrategicamente localizada oferecendo

    aos seus clientes uma Central de Logstica Integrada - CLI, composta de terminal

    Rodo-Ferrovirio, galpes e equipamentos adequados para movimentao,

    armazenagem e distribuio de cargas.

    A estrutura ferroviria constituda de uma pra ferroviria duplicada e em bitola

    mista, possuindo equipamentos adequados para movimentao e transbordo rodo-

    ferrovirio e localizao que permite o acesso Ferrovia Centro Atlntica, MRS e

    VALE.

  • 36

    FOTO 2: Pra ferroviria duplicada em bitola mista

    Fonte: Tora Logstica

    O galpo principal tem 34.000 m2, de rea coberta, com p direito de 11 metros,

    piso industrial de alta resistncia, edificado em estrutura metlica pesada, dispondo

    de onze pontes rolantes com capacidade de 5, 10 e 25 toneladas. Possui

    estacionamento para caminhes de 40000 m2.

  • 37

    FOTO 3 - Vista area da Central de Logstica Integrada TORA

    Fonte: Tora Logstica

    Nesta Central so movimentados os seguintes produtos e respectivas tonelagens:

    Aos No-Planos 140.000 tons/ms

    Aos Planos 100.000 tons/ms

    Automotivos 30.000 tons/ms

    Tubos 12.000 tons/ms

    Alimentos 10.000 tons/ms

    Qumicos 6.000 tons/ms

    H mais de 20 anos, a empresa mantm parceria com a CSN, prestando servios de

    transporte e distribuio de produtos. Atualmente, a TORA vem atuando tambm na

  • 38

    integrao rodo-ferrovirio, armazenagem, movimentao, gesto de estoques e no

    desenvolvimento de projetos logsticos.

    Foto 4: Movimentao de bobinas CSN no terminal TORA LOGSTICA

    Fonte: Tora Logstica

    3.3 MRS Logstica S/A

    A MRS Logstica S/A uma concessionria que controla, opera e monitora a

    malha Sudeste da Rede Ferroviria Federal - RFFSA, abrangendo os Estados

    do Rio de janeiro, So Paulo e Minas Gerais, com extenso de 1.674 Km.

    A MRS interliga importantes plos econmicos nacionais e os principais

    centros consumidores brasileiros. Sua rea de influncia favorece a atividade

  • 39

    ferroviria, na medida em que concentram empresas siderrgicas, cimenteiras e

    de minerao, alm de uma importante rea de produo agrcola. Atua nos

    mercados de agricultura, automotivo, carga geral, construo civil, containeres,

    industrial, de minerao, petroqumico e siderrgico.

    A localizao da empresa considerada estratgica por estar em uma regio que

    concentra aproximadamente 65% do produto interno bruto do Brasil e onde esto

    instalados os maiores complexos industriais do pas. Alm disso, a MRS possui

    acesso a portos importantes do Brasil como o porto de Sepetiba, do Rio de Janeiro e

    o de Santos (o mais importante da Amrica Latina). A figura 3 a seguir apresenta a

    malha ferroviria da MRS Logstica.

    Figura 3: Cobertura da Malha Ferroviria MRS

    Fonte: site MRS

  • 40

    4. ANLISES DOS FLUXOS DE TRANPORTE DO PROBLEMA ESTUDADO

    Com o intuito de descrever o cenrio onde ocorre o transporte das bobinas de ao

    da CSN para os clientes do Nordeste apresenta-se o fluxo atual e posteriormente o

    fluxo proposto.

    4.1 Anlise Fluxo Operacional Atual

    Atualmente, o material siderrgico produzido pela Usina da Companhia Siderrgica

    Nacional em Volta Redonda RJ destinado a regio Nordeste escoado totalmente

    pelo modal rodovirio. Para este estudo considerar-se-o trs destinos: Recife PE,

    Jaboato dos Guararapes PE e Maracana CE.

    Conforme a figura 4, est descrito o percurso a partir da Usina da CSN em Volta

    Redonda RJ (ponto A) para as trs localidades na regio Nordeste do Brasil

    (pontos B, C e D).

  • 41

    FIGURA 4: Mapa dos percursos do Fluxo Operacional Atual

    Fonte: Google Dados cartogrficos 2008

    Atualmente, o produto carregado diretamente em carretas na Usina CSN e segue

    viagem rodoviria at os clientes da regio Nordeste, conforme o esquema da figura

    5, sendo que esta operao gerenciada pela filial da TORA em Volta Redonda

    RJ.

  • 42

    FIGURA 5: Desenho esquemtico do Fluxo Operacional Atual

    Segue premissas do Fluxo Operacional Atual:

    Dados:

    - Volumes de escoamento de Janeiro a Dezembro/2008

    - Distncias entre Usina, terminal e clientes

    - Custos

    - Capacidade dos equipamentos MRS

    - Capacidade, rea de estocagem e movimentao Tora

    Rodovirio Direto

    Cliente Recife - PE

    Cliente Jaboato do Guararapes

    Cliente Maracana - CE

    Carregamento das bobinas de ao em caminhes

    Volta Redonda - RJ

  • 43

    Volumes de escoamento

    Para facilitar a anlise do trabalho, foram considerados os dados abaixo

    correspondentes previso informada pela Usina Companhia Siderrgica Nacional.

    TABELA 3 - VOLUMES CONSIDERADOS (EM TONELADAS) JAN a DEZ 2008

    Fluxo Jan - Mar Abr - Jun Jul - Set Out - Dez Total

    Recife - PE 4500 6000 7500 9000 27000

    Jaboato dos Guararapes - PE 4500 6000 7500 9000 27000

    Maracana - CE 3000 6000 12000 9000 30000 Tabela 3: Volumes escoamento CSN p/ Nordeste 2008

    Distncias

    Nas tabelas 4 e 5, seguem as distncias rodovirias e ferroviria que so referentes

    a este estudo:

    Origem Destino Distncia (km)

    CSN Volta Redonda - RJ

    Recife - PE 2266 Jaboato dos Guararapes - PE 2251 Maracana - CE 2589

    Tabela 4: Distncias rodovirias entre a CSN e clientes regio Nordeste

    Origem Destino Distncia (km)

    CSN Volta Redonda - RJ

    TORA LOGSTICA Contagem - MG

    436 Tabela 5: Distncia ferroviria CSN para TORA

    Investimentos

    No que tange aos investimentos, a Tora Logstica no necessita de investimentos

    em espao fsico, equipamentos e na malha ferroviria no terminal em Contagem

  • 44

    MG. O terminal j est preparado operacionalmente para receber o transbordo das

    bobinas da CSN.

    A MRS Logstica j dispe de equipamentos para o transporte de Volta Redonda

    RJ para Contagem MG, operando com um trem por dia neste trajeto.

    Tempo de percurso

    Na tabela 6, est demonstrado o tempo de percurso do transporte das bobinas de

    Volta Redonda RJ at os clientes na regio Nordeste do Brasil.

    Origem Destino

    Tempo de Percurso (horas)

    CSN Volta Redonda - RJ

    Recife - PE 168 Jaboato dos Guararapes - PE 168 Maracana - CE 180

    Tabela 6: Tempo de percurso da CSN para os clientes na Regio Nordeste

    4.2 Anlise do Fluxo Operacional Proposto

    Neste estudo prope-se o escoamento das bobinas de ao para o Nordeste atravs

    da Intermodalidade, utilizando modal ferrovirio de Volta Redonda -RJ at um

    terminal de transbordo em Contagem MG e rodovia at os clientes.

    O objetivo do Fluxo Operacional Proposto a reduo dos custos logsticos na

    operao de distribuio das bobinas de ao da CSN para os clientes da regio

    Nordeste do Brasil. Neste caso, prope-se a utilizao de mais de um modal de

    transporte com intuito de criar um Sistema de Transporte Eficiente.

  • 45

    Nesta operao proposta, a MRS disponibilizaria vages na Unidade Industrial da

    CSN em Volta Redonda RJ para carregamento das bobinas. A partir dos vages

    carregados, seria efetuado o transporte no trem de carga geral da MRS, com destino

    a Tora Logstica em Contagem MG.

    Conforme a figura 6, entre os pontos A (Volta Redonda RJ) e B (Contagem MG)

    prope-se a utilizao do modal ferrovirio, atravs da MRS e no terminal Tora

    Logstica (ponto B), feito o transbordo para o modal rodovirio com destino aos

    clientes da regio Nordeste do Brasil (pontos C, D e E).

    FIGURA 6: Mapa dos percursos do Fluxo Operacional Proposto

    Fonte: Google Dados cartogrficos 2008

    O trajeto rodovirio comea em Contagem MG e termina nos clientes da Regio

    Nordeste. Para este estudo considerar-se-o trs destinos na regio Nordeste do

    Brasil: Recife PE, Jaboato dos Guararapes PE e Maracana CE, conforme

    apresentado na figura 7.

  • 46

    FIGURA 7: Desenho esquemtico Fluxo Operacional Proposto

    Ferrovirio

    Cliente

    Recife - PE

    Cliente Jaboato do Guararapes -

    PE

    Cliente

    Maracana - CE

    Transbordo das bobinas de ao na TORA em Contagem - MG dos vages MRS para rodovirio

    Rodovirio

    Intermodalidade: mudana do modal ferrovirio para rodovirio

    Carregamento das bobinas de ao em vages MRS

    Volta Redonda - RJ

  • 47

    4.3 Estrutura da TORA

    Visando atender as necessidades da Companhia Siderrgica Nacional, com ganho

    de produtividade e custos competitivos, a TORA disponibiliza a seguinte estrutura,

    que pode ser integralmente dedicada operao de transbordo das bobinas:

    - Galpo Multiuso com 34000 m2 de rea

    - 11 pontes rolantes com capacidade de at 25 toneladas

    - rea de transbordo rodo-ferrovirio dentro do galpo

    - Capacidade de armazenar 200.000 toneladas de bobinas laminadas a quente e a

    frio.

    Foto 5: Vista Parcial do transbordo rodo-ferrovirio

    Fonte: Tora Logstica

  • 48

    Outro fator relevante, a localizao estratgica da Central de Logstica Integrada

    TORA, que situa-se s margens da Via Expressa em Contagem - MG, prxima s

    principais vias de acesso, gerao e distribuio de cargas da regio. Conforme a

    figura 8, est localizada h 05 Km da BR381, 04 Km da BR040, 05 Km da BR262 e

    04 Km do Anel Rodovirio.

    Figura 8: Localizao TORA na grande BH

    Fonte: Tora Logstica

  • 49

    4.4 Estrutura MRS

    A MRS atualmente dispe de estrutura compatvel para realizao do transporte das

    bobinas da CSN no trecho Volta Redonda RJ / Contagem MG. A MRS opera 01

    (um) trem por dia de carga geral nesta rota, onde podero ser incorporados vages

    para essa nova demanda.

    Para atendimento do fluxo proposto a MRS pode disponibilizar at 12 vages/dia

    com capacidade de 72 toneladas cada. Este nmero atende plenamente as

    tonelagens projetadas para o ano de 2008.

    Os vages que podem ser utilizados para estes produtos da CSN so os PBS

    (bobineiros), PQS e PDS (lisos). A MRS conta com uma frota de 1091 vages que

    podem operar para CSN, sendo 172 bobineiros, 39 PQS e 880 lisos.

    FIGURA 9: Desenho esquemtico do vago PBS

    Fonte: MRS Logstica

  • 50

    4.5 Comparativo dos tempos de entrega

    Um dos pontos importantes deste estudo a anlise dos tempos de entrega de cada

    fluxo operacional, devido impactar diretamente no nvel de servio3 ofertado aos

    clientes da CSN.

    O Fluxo Operacional Proposto tem como principal vantagem o transporte intermodal,

    que consiste em combinar as potencialidades dos modos de transporte ferrovirio e

    rodovirio. Desta combinao podem resultar importantes redues dos custos

    econmicos, segurana rodoviria, poluio e reduo do trfego rodovirio.

    Entretanto, o processo de mudana do modal de transporte das bobinas de ao da

    CSN, poder tornar todo o sistema menos eficiente, implicar um aumento dos custos

    (estoque em trnsito), provocarem demoras e menor confiabilidade nos prazos de

    entrega. Ser necessrio reduzir tais custos e apostar numa correta gesto do

    transbordo, transporte ferrovirio e rodovirio e da informao.

    Para facilitar a anlise, as tabelas 7 e 8 apresentam os tempos de entrega do Fluxo

    Operacional Atual e Proposto.

    3 Ballou (1995) conceitua nvel de servio como um conjunto de fatores, como prazo de entrega, grau

    de avarias, defeitos, reclamaes, entre outros, que so oferecidos por quem vende, ou desejados

    por quem compra, fatores to importantes como preo do produto, que podem afetar decisivamente

    numa negociao.

  • 51

    Tempo de Percurso Fluxo Operacional Atual - em horas

    Origem Destino Ferrovirio Transbordo Rodovirio Total

    CSN/Volta Redonda - RJ Recife - PE

    0 0 168 168

    Jaboato dos Guararapes - PE 168 168

    Maracana - CE 180 180 Tabela 7: Tempo de Percurso Fluxo Operacional Atual - em horas

    Tempo de Percurso Fluxo Operacional Proposto - em horas

    Origem Destino Ferrovirio Transbordo Rodovirio Total

    CSN/Volta Redonda - RJ Recife - PE

    37 24 144 205

    Jaboato dos Guararapes - PE 144 205

    Maracana - CE 156 217 Tabela 8: Tempo de Percurso Fluxo Operacional Proposto - em horas

    Percebe-se pelas tabelas acima que o Fluxo Operacional Proposto tem 37 horas a

    mais em cada percurso, se comparado ao Fluxo Operacional Atual.

    Considerando que todos os trs destinos do problema estudo tm distncia superior

    a 2200 quilmetros, um acrscimo de 37 horas em cada trajeto no gera tanto

    impacto. Sendo que est sendo substitudos 436 quilmetros de rodovia por ferrovia.

    A CSN poder programar junto aos clientes a entrega que contemple a

    intermodalidade de transporte, sem prejudicar os prazos de recebimento para

    produo.

    Um fator relevante a gesto da operao do Fluxo Operacional Proposto como um

    todo. necessrio que a Tora Logstica tenha total controle, desde o embarque das

    bobinas nos vages da MRS em Volta Redonda RJ. O tempo deste percurso

    importante para dimensionamento e programao das carretas para carregamento a

  • 52

    partir da chegada dos vages no terminal da Tora Logstica. Alm disso, conhecer

    com antecedncia os tipos de bobinas e seus pesos, para que seja disponibilizado

    um veculo adequado para o carregamento.

    Nota-se que o transporte intermodal s poder ser uma realidade se for competitivo

    perante o transporte rodovirio (unimodal) e, para que tal acontea, ser decisivo

    que, no processo de mudana do modal de transporte, este seja eficaz e de baixo

    custo; caso contrrio, este sistema poder no ser o mais adequado.

    5. ANLISE FINANCEIRA DOS FLUXOS DE TRANSPORTE

    Os custos logsticos considerados no desenvolvimento deste estudo so os custos

    de transporte rodovirio, ferrovirio e transbordo.

    5.1 Custo do Fluxo Operacional Atual

    A tabela abaixo demonstra os custos por tonelada dos fretes de Volta Redonda RJ

    para as cidades de Recife PE, Jaboato dos Guararapes PE e Maracana CE.

    Fluxo Frete por tonelada (R$)

    Recife - PE 256,72

    Jaboato dos Guararapes - PE 256,72

    Maracana - CE 281,47 Tabela 9: Frete por tonelada Fluxo Operacional Atual

  • 53

    A tabela 10 apresenta o valor anual atual do custo com frete da CSN no modal

    rodovirio para cada um dos destinos, totalizando um custo de R$22.306.980,00

    (vinte e dois milhes, trezentos e seis mil e novecentos e oitenta reais).

    Custo com frete no modal rodovirio Fluxo Operacional Atual - Ano: 2008

    Fluxo Tonelagem Anual Frete por tonelada (R$) Total

    Recife - PE 27000 256,72 6931440,00

    Jaboato dos Guararapes - PE 27000 256,72 6931440,00

    Maracana - CE 30000 281,47 8444100,00 22306980,00 Tabela 10: Custo com frete no modal rodovirio Fluxo Operacional Atual - Ano: 2008

    5.2 Custo Fluxo Operacional Proposto

    O fluxo proposto compreende no transporte de ferrovia a partir da CSN at o

    terminal da TORA, onde efetuada a operao de transbordo para o modal

    rodovirio.

    Na tabela 11, esto representados os custos por tonelada por rodovia a partir do

    terminal TORA em Contagem - MG para as cidades de Recife PE, Jaboato dos

    Guararapes PE e Maracana CE. Aps a descarga dos vages da MRS as

    bobinas de ao CSN so embarcadas em caminhes.

    Fluxo Frete por tonelada (R$)

    Recife - PE 181,72

    Jaboato dos Guararapes - PE 181,72

    Maracana - CE 206,47 Tabela 11: Frete por tonelada Fluxo Operacional Proposto

  • 54

    O custo de R$ 16.006.980,00 apresentado na tabela abaixo refere-se ao valor anual

    de custo com frete da CSN no modal rodovirio do Fluxo Operacional Proposto.

    Custo com frete no modal rodovirio Fluxo Operacional Proposto - Ano: 2008

    Fluxo Tonelagem Anual Frete por tonelada (R$) Total

    Recife - PE 27000 181,72 4906440,00 Jaboato dos Guararapes - PE 27000 181,72 4906440,00 Maracana - CE 30000 206,47 6194100,00 16006980,00 Tabela 12: Custo com frete no modal rodovirio Fluxo Operacional Proposto - Ano: 2008

    O custo do frete ferrovirio de R$42,00 por tonelada entre a CSN e a Tora

    Logstica. A tabela 13 apresenta o custo anual de frete ferrovirio de

    R$3.528.000,00, correspondente ao volume previsto de escoamento de bobina de

    ao da CSN para regio Nordeste do Brasil em 2008.

    Custo com frete no modal ferrovirio Fluxo Operacional Proposto - Ano: 2008

    Fluxo Tonelagem Anual Frete por tonelada (R$) Total

    Recife - PE 27000 42,00 1134000,00

    Jaboato dos Guararapes - PE 27000 42,00 1134000,00

    Maracana - CE 30000 42,00 1260000,00

    3528000,00 Tabela 13: Custo com frete no modal ferrovirio Fluxo Operacional Proposto Ano: 2008

    O custo com transbordo corresponde chegada dos vages da MRS na TORA para

    troca do modal ferrovirio para o rodovirio. A TORA utiliza ponte rolante para

    realizar esta operao de transbordo. O custo desta operao de R$3,25 por

    tonelada.

  • 55

    Com base no custo apresentado desta operao chega-se a um total para o ano de

    2008 de R$ 273.000,00, referente ao transbordo das bobinas de ao da CSN,

    conforme apresentado na tabela 14.

    Custo com transbordo Fluxo Operacional Proposto - Ano: 2008

    Fluxo Tonelagem Anual Frete por tonelada (R$) Total

    Recife - PE 27000 3,25 87750,00

    Jaboato dos Guararapes - PE 27000 3,25 87750,00

    Maracana - CE 30000 3,25 97500,00

    273000,00 Tabela 14: Custo com transbordo Fluxo Operacional Proposto Ano: 2008

    5.3 Anlise comparativa dos custos do Fluxo Atual e Proposto

    Para facilitar a anlise do fluxo Atual e Proposto, segue discriminada a composio

    dos custos de cada operao.

    Fluxo Operacional Atual

    O Fluxo Operacional Atual composto somente pelo modal rodovirio no trecho

    Volta Redonda RJ / Clientes Regio Nordeste.

    O custo total em 2008 desta operao R$ 22.306.980,00

    Fluxo Operacional Proposto

  • 56

    O custo total da operao obtido pela soma do custo ferrovirio MRS no trecho

    Volta Redonda RJ / Contagem MG, ao transbordo das bobinas na TORA e o

    frete rodovirio de Contagem MG at os clientes da regio Nordeste, que

    compreende um valor de R$ 19.807.980,00.

    O quadro seguinte apresenta um comparativo dos custos do Fluxo Operacional Atual

    e Fluxo Operacional Proposto, detalhados nas sesses anteriores, para a realizao

    da operao intermodal das bobinas da CSN para os clientes da regio Nordeste do

    Brasil.

    Custos Fluxo Operacional Atual Fluxo Operacional Proposto

    Rodovirio 22306980,00 16006980,00

    Transbordo - 273000,00

    Ferrovirio - 3528000,00

    Total 22306980,00 19807980,00 Tabela 15: Comparativo dos Custos do Fluxo Operacional Atual e Proposto

    Pela tabela acima, percebe-se que a intermodalidade de transporte nas cargas da

    CSN para regio Nordeste do Brasil poder gerar uma economia de R$2.499.000,00

    nos custos de transporte no ano de 2008, em comparao a utilizao do Fluxo

    Operacional Atual.

  • 57

    6 CONCLUSES

    A partir da anlise dos custos de transporte ligados aos fluxos logsticos, conclui-se

    que a operao intermodal das bobinas CSN, vivel. A estrutura atual da TORA e

    da MRS capaz de suportar a implantao imediata desta operao.

    Conforme demonstrado no fluxo proposto, apesar de terem custos nos modais

    ferrovirio e rodovirio, somados ao transbordo das bobinas, o diferencial para

    reduo do custo desta operao, a substituio do modal rodovirio para o

    ferrovirio no trecho Volta Redonda RJ / Contagem MG. Este arranjo intermodal

    da utilizao do baixo custo do modal ferrovirio aliado a flexibilidade da rodovia,

    permite uma operao porta a porta.

    Outro item que deve ser levado em considerao o ganho financeiro apresentado,

    que se d, principalmente, em funo da reduo do transporte rodovirio. O ganho

    projetado para 2008, considerando os volumes propostos, de R$2.499.000,00.

    Este impacto econmico tende a crescer em conseqncia da evoluo do

    segmento de Siderurgia, ou seja, quanto maior o volume transportado, maior o

    impacto.

    Ressalta-se que alm do resultado financeiro, a racionalizao de toda operao

    muito importante. Tendo em vista, que a rodovia brasileira encontra-se em pssimo

    estado de conservao, a reduo do trajeto rodovirio contribui para diminuio de

    impacto ambiental.

  • 58

    6.1 Sugestes para trabalhos futuros

    Para estudos futuros, sugiro avaliar a possibilidade de estender a utilizao da

    Intermodalidade de transporte em cargas da CSN para outras regies que podem

    utilizar o menor custo do modal ferrovirio, aliados a flexibilidade da rodovia.

    A CSN possui em sua carteira, clientes na regio Centro-Oeste, onde esta operao

    intermodal pode ser analisada e tornar-se vivel.

    Proponho, ainda, a anlise de se utilizar a TORA como ponto de transbordo para as

    ferrovias FCA e CVRD. Uma vez que, a Tora possui em seu terminal bitola mista,

    pode-se analisar uma operao intermodal da MRS transbordando para outra

    ferrovia. Conforme citado acima, a CSN detm clientes na regio Centro-Oeste do

    Brasil, onde a CVRD possui acesso.

    Alguns pontos crticos que devem ser analisados com cautela so os possveis

    gargalos resultantes do transporte por ferrovia e a disponibilidade de vages para

    esta operao.

  • 59

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