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ANAIS DO III EGEAD III ENCONTRO DE GEOGRAFIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO PIAUÍ “Potencialidades e Vulnerabilidades do Nordeste Brasileiro” ISSN: 2525-3573

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ANAIS DO III EGEAD

III ENCONTRO DE GEOGRAFIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO PIAUÍ

“Potencialidades e Vulnerabilidades do Nordeste Brasileiro”

ISSN: 2525-3573

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ANAIS DO III ENCONTRO DE GEOGRAFIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO PIAUÍ

TEMA CENTRAL:

“Potencialidades e Vulnerabilidades do Nordeste Brasileiro”

ORGANIZADORES

Prof. Me. José Francisco de Araújo Silva (COORDENADOR GERAL DO EVENTO)

Prof. Esp. João Correia da Silva(COORDENADOR GERAL DO EVENTO)

Prof. Dr. Raimundo Wilson Pereira dos Santos (COORDENADOR DO CURSO)

Prof. Me. Cicero Rodrigues de Sousa (COORDENADOR DE TUTORIA)

PERIODICIDADE BIANUAL

Picos - PI 2018

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ORGANOGRAMA INSTITUCIONAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

PROF. DR. JOSÉ ARIMATÉIA DANTAS LOPES REITOR

PROFª. DRª. NADIR DO NASCIMENTO NOGUEIRA

VICE-REITOR

PROF. DR. LUCAS LOPES ARAÚJO PRÓ-REITORIA DE ADMINISTRAÇÃO

PROF. DR. ANDRÉ MACEDO SANTANA

PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO

PROF. DR. NELSON JULIANO CARDOSO MATOS PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

PROFª. DRª. REGINA LÚCIA FERREIRA GOMES

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROF. DR. JOÃO XAVIER DA CRUZ NETO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA

PROFª. DRª. CLEÂNIA DE SALES SILVA

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO

PROFª. DRA. ADRIANA DE AZEVEDO PAIVA PRÓ-REITORA DE ASSUNTOS ESTUDANTIS E COMUNITÁRIOS

PROFª. DRª. JACQUELINE LIMA DOURADO

SUPERINTENDÊNCIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

UNIVERSIDADE ABERTA DO PIAUÍ – UAPI

PROF. DR. GILDÁSIO GUEDES FERNANDES DIRETOR-GERAL DO CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – CEAD

CURSO DE GEOGRAFIA EAD/CEAD/ UFPI

PROF. DR. RAIMUNDO WILSON PEREIRA DOS SANTOS COORDENADOR DO CURSO DE

GEOGRAFIA EAD

PROF. ME. CÍCERO RODRIGUES DE SOUSA COORDENADOR DE TUTORIA DO CURSO DE GEOGRAFIA / EAD

REALIZAÇÃO

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Comissão Geral Prof. Dr. Raimundo Wilson Pereira dos Santos (COORDENADOR DO CURSO)

Prof. Me. Cicero Rodrigues de Sousa (COORDENADOR DE TUTORIA) Prof. Me. José Francisco de Araújo Silva (COORDENADOR DO EVENTO)

Profª. Esp. Glácia Lopes Araújo Profª. Esp. Tyago Santos de Carvalho Prof.Ma. Roneide dos Santos Sousa

Patrocínio e Logística Natanael de Sousa Martins (Coordenador)

Afonso Gilberto Galvão Glenia Regia de Araújo luz

Paula Andreia Ferreira Borges Rosenilda Rosa de Moura

Francisca Adalgisa dos Santos Silva Antônio Eusébio de Sousa

Comissão Científica EIXO 01 – Dinâmica urbana-rural e Potencialidades do Espaço Geográfico

Prof. Me. Sara Raquel Cardoso Teixeira de Sousa Prof. Me. Fabiana da Silva Pessoa

Prof. Me. Ângela Oliveira Vieira EIXO 02 – Diferentes linguagens do Ensino de Geografia

Prof. Me. Tiago Caminha de Lima Prof. Doutorando Lineu Aparecido Paz e Silva Prof. Me. Tailson Francisco Soares da Silva

EIXO 03 – Dinâmica, ocupação e Impactos Socioambientais

Prof. Doutorando Francílio Amorim dos Santos Prof. Me. HikaroKayo de Brito Nunes

Prof. Me Leilson Alves dos Santos Prof. Me. Jéssica Cristina Oliveira Frota

Comissão de Comunicação José Francisco de Araújo silva (coordenador)

Fabiana da Silva Leyliane Holanda Araújo Marina Nunes Santana Eliana de Sousa Barros

Paulo Sergio Batista de Barros

Atividade Cultural Glácia Lopes Araújo (Coordenadora)

Monica Sebastiana Brito de Sa LyellaAraujo Buenos Aires Alencar AntonioFredson da Silva Miranda

Lucas Ramon Rodrigues Leal Sergio Matos Franco

Apoio/Monitores Maria Ronalda da Silva

Maria do Socorro Rocha Borges Patricia Kelly da Silva Cleide de Sousa Sa

Luciana Lima da Silva Leal Marcela Borges dos Santos

Leyliane Holanda Araujo Marina Nunes Santana

Fabiana da Silva LyellaAraujo Buenos Aires Alencar

Eliana de Sousa Barros Eva Graça Maria de Brito

Fernanda Camila Goncalves de Moura Francisca Adalgisa dos Santos Silva

Valdemir de Paula Matia

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PROGRAMAÇÃO

DIA 20 DE ABRIL DE 2018

ATIVIDADE HORÁRIO

Livre 7h às 13h

Credenciamento 14h às 18h

Janta RU 17h às 18h

Conferência de Abertura: “Piauí no Contexto Regional: MATOPIBA”

Palestrante: Profª. Dra. Marcia Regina Soares de Araújo – IFPI

Mediador: Prof. Me. HikaroKayo de Brito Nunes – UEMA

18h às 21h

Lançamento de livros 21h às 22h

Atividade cultural 21h às 23h

DIA 21 DE ABRIL DE 2018

Credenciamento 7h às 8h

Mesa I: “Desenvolvimento Regional do Piauí: Potencialidades e Vulnerabilidades”

Palestrante: Prof. Me. Felipe Mendes de Oliveira – UFPI/Prof. Aposentado

Departamento de economia

Palestrante: Prof. Mestrando Werton Francisco Rios da Costa Sobrinho –

UESPI

Mediador: Prof. Doutorando Juscelino Lima – IFPI/Picos

8h às 10h

Apresentação de trabalhos 10h às 12h

Livre 12h às 13h

Minicursos 14h às 16h

Mesa II: “A Energia Eolica e Solar na Organização do Espaço Nordestino 16h às 18h

Conferência de encerramento: “Pontencialidades e Vulnerabilidades do Nordeste Brasileiro”

Palestrante: Prof. Dr. Ailson Barbosa da Silva – UEMA

Mediador: Prof. Dr. Raimundo Wilson Pereira dos Santos – UFPI

18h às 20h

DIA 22 DE ABRIL DE 2018

GEOTUR 8h às 12h

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APRESENTAÇÃO

O III Encontro de Geografia da Educação a distância será sediado na Universidade

Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, na cidade de Picos/PI. Terá por

tema: Potencialidades e Vulnerabilidades do Nordeste Brasileiro, com carga horária de 30h.

Objetiva construir uma base alicerçada em temas que se interrelaciona com o fenômeno

educativo, compreendendo assim, o espaço como uma ferramenta de comunicação e de

participação social, promovendo o desenvolvimento de cidadãos críticos e reflexivos.

Espera-se, dessa forma, poder trabalhar questões educacionais de acordo com a

realidade do estado do Piauí e da região Nordeste, a fim de oferecer meios para qualificar o futuro

professor de Geografia com novas formas de intervenção no ambiente escolar, bem como na

utilização de ferramentas metodológicas inovadoras. Assim, trata-se de espaços destinados à

discussão e intercâmbio de conhecimentos atrelados a um conjunto de palestras, minicursos,

apresentação de trabalhos científicos e excursão de campo, propiciando troca de conhecimento

entre os participantes.

Coordenação do Evento

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SUMÁRIO

EIXO 2– DIFERENTES LINGUAGENS DO ENSINO DE GEOGRAFIA

ASSISTINDO A GEOGRAFIA DO CINEMA Talibio Camilo de Leles Torres de Almeida Tiago Caminha de Lima

14

O USO DO GOOGLE EARTH COMO FERRAMENTA NO ENSINO DE GEOGRAFIA Fabiana da Silva Maria do Socorro Rocha Borges

Patrícia Kelly Silva

25

PRIMEIRAS NOÇÕES CARTOGRÁFICAS: SÉRIES INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Abel Ferreira Vieira

Joaquim Gonçalves Neto

Maria Ronalda da Silva

33

A INTERDISCIPLINARIDADE EM GEOGRAFIA POR MEIO DO PROJETO ALUNO NOTA AZUL, NOTA DEZ, NA ESCOLA PAULO FERRAZ NO MUNICÍPIO DE CAPITÃO DE CAMPOS – PI. Tiago Venício de Sousa Memória Antonia Rosa de Oliveira Pereira Tatiele Martins Evangelista Lusineide Maria de Sousa

40

A DIDÁTICA E O ENSINO DE GEOGRAFIA: UM OLHAR SOBRE O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA EDUCAÇÃO NAS AULAS DE GEOGRAFIA Fabiana de Sousa Nogueira Paula Andreia Ferreira Borges Rosenilda Rosa de Moura

48

GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO MUNICÍPIO DE CAXIAS-MARANHÃO Francisca Sousa Silva Ricarla Apolinario Barbosa Tiago Caminha Lima

55

O USO DO CROQUI NO ENSINO DA CARTOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL Vandgleys da Silva Antônio Ferdinand Ribeiro de Sousa Iris Carolynne Santos Damasceno Tiago Caminha de Lima

66

A CONTRIBUIÇÃO DOS SITES DE BUSCA NO ENSINO DE GEOGRAFIA EM SALA DE AULA NA CONTEMPORANEIDADE Alzenira Costa de Olivei

75

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Antônia Sales de Sá Saionara Carneiro Lima

GEOGRAFIA ESCOLAR E SUSTENTABILIDADE NO INFANTIL II, EM PIRACURUCA - PI Maria Waldiana Sousa Rodrigues Michele do Amaral Silva Francílio de Amorim dos Santos

83

USO DAS GEOTECNOLOGIAS E DO SOFTWARE GOOGLE EARTH NO ENSINO DE GEOGRAFIA Kelita da Vera Rodrigues

92

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AO ENSINO DE GEOGRAFIA Onélia Maria Lima Rodrigues Francisco Jordason de Oliveira Tayson Antonio Soares Sidineyde Soares de Lima Costa

99

O USO DE GEOTECNOLOGIAS COM ÊNFASE EM IMAGENS DE SATÉLITE NO ENSINO DE GEOGRAFIA: INTERVENÇÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO NO MUNICÍPIO DE PIRACURUCA-PIAUÍ

Wallisderlan Azevedo Santos Luciana Sousa dos Santos

110

APLICAÇÃO DO GOOGLE EARTH COMO RECURSO DIDÁTICO GEOGRÁFICO, NA UNIDADE ESCOLAR MARCOS PARENTE EM PICOS/PI Eliana de Sousa Barros Fernanda Camila Gonçalves Moura Marina Nunes Santana Natanael de Sousa Martins

119

A INTERNET COMO ESTRATÉGIA DIDÁTICA-PEDAGÓGICA DE DIFUSÃO E COMPREENSIBILIDADE NO ENSINO DE GEOGRAFIA: uma discussão necessária frente aos novos processos de ensino-aprendizagem Francisca Adalgisa dos Santos Silva Leyliane Holanda Araújo Sérgio Matos Franco

127

A UTILIZAÇÃO DO “GOOGLE MAPS” PARA O APRENDIZADO DA GEOGRAFIA URBANA Roseane Valente Acelino Pereira Evanildo Nunes

137

INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM UTILIZADOS NA UNIDADE ESCOLAR HELVÍDEO NUNES, MUNICÍPIO DE SUSSUAPARA –PI Eliana de Sousa Barros Cleide de Sousa Sá Marina Nunes Santana

144

ENSINO E APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA EM ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL DE TERESINA/PIAUÍ: PERCEPÇÃO DOS LICENCIANDOS SOBRE OS DESAFIOS E

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POSSIBILIDADES Ana Beatriz Ribeiro dos Santos Raimundo Lenilde de Araújo GEOGRAFIA E LITERATURA: UMA BREVE DISCUSSÃO Francisco Jefferson de Sousa Santos Ismael Rodrigues Silva Ana Carolina Nunes de Azevedo Tiago Caminha de Lima

162

A CATEGORIA LUGAR NO ROMANCE JULIETA, COISA E TAL DE RODRIGUES MARQUES Ismael Rodrigues Silva Tiago Caminha de Lima

174

O ENSINO DE GEOGRAFIA EM ESCOLAS PÚBLICAS DE TERESINA- PI: MOTIVOS E CONSEQUÊNCIAS DO DESGASTE DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DOCENTE Emilson Oliveira dos Santo Danielle Pereira de Oliveira

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EIXO 2 – DIFERENTES LINGUAGENS DO ENSINO DE GEOGRAFIA

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ASSISTINDO A GEOGRAFIA DO CINEMA

Talibio Camilo de Leles Torres de Almeida1 Tiago Caminha de Lima2

RESUMO:A utilização de filmes torna-se somativo para ao conhecimento, visto que, este instrumento eficaz para melhor desenvolvimento das atividades nas aulas de Geografia. Esses filmes entram como recursos alternativos no ensino de geografia inseridos por propostas de professores no qual o docente deverá estudar,analisar a necessidade da aplicação do recurso cinematográfico antes de apresenta-lo nas aulas de Geografia. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar como os recursos cinematográficos podem contribuir na compreensão dos conteúdos geográficos no 6º ano do ensino fundamental.Visto que os filmes utilizados na pesquisa serão de acordo com o conteúdo ministrado pelo professor em sala de aula. Para a realização desta investigação tem-se como objetivos específicos a esse trabalho:discutir os pressupostos teóricos direcionados a Geografia Escolar;debater a relação entre a Geografia e o Cinema; aplicar o recurso cinema como proposta didática para melhor desenvolvimento nas aulas de Geografia do 6º ano do ensino fundamental; analisar os aspectos positivos e negativos a partir da utilização dos recursos cinematográficos como transmissor didático para as aulas de geografia do 6° ano do ensino fundamental.A modalidade da pesquisa a ser utilizada é a quali-quantitativa, pois esta abordagemconsidera o ambiente natural como fonte direta de dados, o pesquisador como principal instrumento. Astécnicas de pesquisa utilizadas neste trabalhado constituirá pelo levantamento bibliográfico, pesquisa de campo, aplicação de entrevista juntos aos docentes e questionários juntos aos discentes da instituição a ser escolhida. Assim o presente trabalho partir da pesquisa bibliográfica por meio do referencial teórico na discussão da Geografia Escolar nas ideias de: Cavalcanti (2002), Moraes (2007), Sauer (2014), Wagner; Mikesell (2014). Discutindo a relação entre o cinema e a geografia, por parte de geógrafos e exploradores com o objetivo representar a realidade de lugares, e das pessoas nos lugares, partindo as ideias de Fazenda (1998), Azevedo (2009), dentre outros autores. Na pesquisa de campo na qual será aplicado o questionário e entrevistas para alunos e professores.Deste modo, é perceptívela importância da linguagem cinematografia nas aulas de geografia, como forma de analisare refletir como a relação do cinema comorecurso audiovisual e linguagem aplicada a geografia e o saber geográfico unem-se a princípios de uma aprendizagem expressiva. Lembrando que está pesquisa é referente ao trabalho de conclusão de curso e encontra-se em andamento

Palavras Chaves:Geografia e Cinema, Práticas Pedagógicas, Ensino de Geografia.

1. INTRODUÇÃO

As mudanças ocorridas do ensino de Geografia no Brasil nos anos 1970, principalmente

no período conhecido como Movimento de Renovação da Geografia, este buscava inovações

metodológicas na ciência geográfica, principalmente no âmbito escolar, onde procurava utilizar

metodologias e a busca pela interdisciplinaridade como complemento de ensino. E a utilização de

filmes torna-se somático para ao conhecimento, visto que os alunos assistem, apreciam,

compartilham, porém poucos desconhecem a importância desse recurso na qual pode colaborar

1Discente do curso de Licenciatura Plena em Geografia - Centro de Estudos Superiores de Caxias - Universidade Estadual do

Maranhão - CESC/UEMA. E-mail: [email protected] 2Orientador. Professor substituto do curso de Licenciatura Plena em Geografia - Centro de Estudos Superiores de Caxias -

Universidade Estadual do Maranhão – CESC/UEMA. Tutor a Distância do curso de Licenciatura Plena em Geografia -

Universidade Federal do Piauí. Mestre em Geografia - Universidade Federal do Piauí - UFPI. E-mail:

[email protected]

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no processo de ensino-aprendizagem. No entanto a sociedade na qual vivemos está incluso nas

tecnológica e informacional, o que se torna fundamental refletir sobre a prática docente de modo

que estabeleça ao discente o ensino/aprendizagem com diferentes linguagens e acessibilidade

para melhor compreensão destes.

Contudo visando conhecer as vantagens e problemas da utilização deste material como

transmissor didático para as aulas de Geografia do 6º ano do ensino fundamental. Desde modo, a

problemática deste trabalho caracteriza-se na seguinte pergunta: qual a contribuição do cinema

enquanto linguagem como recurso didático-pedagógico na sua aplicação em sala de aula na

disciplina de Geografia do 6º ano do ensino fundamental?

Deste modo a presente pesquisa tem como objetivo geral analisar como os recursos

cinematográficos enquanto linguagem podem contribuir na compreensão dos conteúdos

geográficos no 6º ano do ensino fundamental.A pesquisa consta-se na modalidade quali-

quantitativa, na qual o questionamentoreflete no ambiente natural como fonte direta de dados, o

investigador com principal instrumento, além do mais, presume a vivência de uma conexão

dinâmica entre a realidade e o sujeito (GIL, 2009). As técnicas de pesquisautilizadas neste

trabalhado constituirá pelo levantamento bibliográfico, pesquisa de campo, aplicação de

entrevista juntos aos docentes e questionários juntos aos discentes da instituição a ser

escolhidaEm relação à pesquisa bibliográfica destaca o pensamento Lakatos e Marconi(2003, p.

183) ao descrever que “sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que

foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates

eu tenha sido transcrito por alguma forma, que publicadas, que gravadas”.

2. GEOGRAFIA ESCOLAR: CIÊNCIA E ENSINO

A década 1970 é um período de muitas mudanças em todas as classes dasociedade. As

modificações mostradas pelos especialistas ocorreram em grande velocidade, na economia, na

comunicação, nas práticas culturais, na área da reflexão e produção do conhecimento. Através

disso, a prática e a teoria da educação, com princípio em projetos diferenciados, têm conhecido

alterações e combatendo dilemas e polêmicas para alcançar a continuar realizando tarefas

sociais relevantes

Segundo Cavalcanti (2002, p. 11), “a Geografia escolar tem procurado pensar o seu papel

nessa sociedade em mudanças, indicando novos conteúdos, reafirmando outros, reatualizando

alguns outros, questionando métodos convencionais, postulando novos métodos”.

E no final da década de 1970 com o início de um período de transformações em torno

projetos de pesquisa e ensino, no qual ficou conhecido como Movimento de Renovação da

Geografia. E a partir desse momento, muitas alternativas foram escolhidas para realizar uma

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análise crítica da fundamentação teórico-metodológica da ciência geográfica e para sugerir

caminhos ao modo de trabalhar essa ciência como matéria escolar.

Para Callai (1998, p.56, citado por CAVALCANTI 2002, p. 13), a Geografia é a ciência

que estuda, analisa e tenta explicar (conhecer) o espaço produzido pelo homem e, enquanto

matéria de ensino, ela permite que o aluno “se perceba como participante do espaço que estuda,

onde os fenômenos que ali ocorrem são resultados da vida e do trabalho dos homens e estão

inseridos num processo de desenvolvimento”. E esse intuito do estudo geográfico na escola é o

espaço geográfico compreendido como espaço social, concreto, em movimento.

A elaboração organizada no ensino não limita o papel do professor, longe disso, assume

seu papel mediador. No ensino convencional, a atividade do aluno, sua maneira de construção de

conhecimento, é dirigida, não é uma atividade espontânea. É uma atividade mediada, que

necessita uma intervenção no desenvolvimento intencional e consciente do docente.Os

posicionamentos atuais para o ensino de Geografia têm dado destaque e essa utilidade de

trabalhar com os conhecimentos prévios dos alunos, de conceber os alunos como sujeitos ativos

do processo, de investigar a geografia do cotidiano.

Assim Pontuschka (1999, citado por CAVALCANTI, 2002, p. 21),o domínio do

conhecimento geográfico a ser ensinado é a primeira condição para que o professor de Geografia

desempene bem o seu papel. No entanto, fazem parte do “acervo cultural e profissional do

professor” conhecimentos na área da psicologia de aprendizagem, da psicologia social, da

história da educação, da história da disciplina geográfica, de linguagens e métodos a serem

utilizados em sala de aula.

E esse afastamento conteúdo escolar-cotidiano dos alunos, compreende-se a carência de

refletir a Geografia da vida cotidiana, de determinar conexões entre os conceitos cotidianos dos

alunos e os trabalhos pela ciência geográfica. No entanto para essa afinidade seja pelos docentes

no dia-a-dia da sala de aula, é fundamental, antes de qualquer coisa, que eles entendam que eles

próprios sejam capazes de ver esse papel da geografia para o cotidiano. A escola é um local de

encontros de saberes A escola é um ambiente de construção de saberes,no qual a escola lida

com culturas. E conforme Cavalcanti (2002, p. 33) comenta que:

Na escola, portanto, o ensino das diferentes matérias escolares, a metodologia e os procedimentos de ensino devem ser pensados em função da cultua dos alunos, da cultura escolar, do saber sistematizado e em função, ainda, da cultura da escola. A tensão entre a seleção a priori de um conhecimento, a organização do trabalho pedagógico na escola e a identidade de alunos e professores deve ser a base para a definição do trabalho docente. Nesse sentido, ensinar Geografia é abrir espaço na sala de aula para o trabalho com diferentes saberes dos agentes do processo de ensino – alunos e professores.

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A ideia mais habituada no espaço de vivência demanda hoje, instrumentos conceituais

que torna se possível aprenderem o máximo dessa espacialidade, por isso o cuidado com a

organização dos conteúdos investigando a formação de conceitos geográficos. E essa formação

de conceitos é uma capacidade essencial para a vida cotidiana. De acordo com Cavalcanti (2002,

p. 36):

Para trabalhar com vistas à formação de conceitos, é recomendável a consideração das representações sociais dos alunos, ao menos por duas razões. Em primeiro lugar, o expressar o conhecimento cotidiano do aluno, ou seja, o que ele já conhece e que é compartilhado socialmente, elas (as representações sociais) ajudam na superação do relativismo e do subjetivismo no ensino. Em segundo lugar, são conhecimentos ainda em construção, cuja referência inicial é a imagem mental. Sendo assim, utilizar esse recurso metodológico permite o trabalho com conhecimentos ainda não-conscientes e não-verbalizados, as representações sociais estão no nível do conhecimento vivido e sentido, que contém elementos de um conceito já potencialmente existentes dos alunos, podendo assim, ser tomado como parâmetro de aprendizagem significativa.

A produção sócio construtivista de ensino não exclui os modelos mais convencionais de

produzir o ensino de Geografia, com aulas expositivas e os trabalhos em grupo na sala de aula, já

que interessa não é o tipo de procedimento utilizado, mas a precaução da capacidade de

atividade intelectual dos alunos. Como Cavalcanti (2002, p. 82) descreve:

Um grande desafio enfrentado atualmente pelos professores na prática de ensino é o de considerar que o trabalho escolar insere-se numa sociedade plena de tecnologia. O mundo de hoje é um mundo de grandes avanços tecnológicos, sobretudo nas áreas de comunicação e informação. O aluno é um sujeito permanentemente estimulado pelos artefatos tecnológicos: TV, vídeo, games, computador, internet. Ainda que ele não seja dono de uma série deles, esse mundo “entra” em sua cabeça pela TV e outros meios, ditando os ritmos e os movimentos da sociedade atual, os padrões e valores da vida, as linguagens e leituras de mundo.

Entretanto muitas escolas encontram-se carentes em recursos didáticos, e longes dessas

informações tecnológicas. E o professor não pode produzir seu trabalho em sala de aula sem

trazer em conta esse mundo, esse é um mundo dos alunos, e sua linguagem. Desta maneira, há

que ressaltar sua capacidade de levar o aluno a compreender, a geografia do cotidiano, para

fazer relação entre seu conhecimento cotidiano e o científico, para questionar o conteúdo escolar

e partir de outras linguagens e de diferentes formas de expressão.

A condição interdisciplinar que a educação mostra reveste-se a cima de tudo de questões

pluridisciplinares e transdisciplinares que propiciara novas formas de participação, especialmente

o na direção no sentido de uma policompetência. Havendo a ambiguidade como critério, as novas

posições de educação requisitaram a conjugação de outros teóricos-didáticos, que conseguirão

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eventualmente ajudar para o desenvolvimento de diferenciadas, organizações e estruturações do

entendimento.

Uma outra concepção interessante é conhecer que a interdisciplinaridade se mostra

essencial no mundo atual, há uma falta de reflexão profunda e de um diálogo frequente entre as

pessoas e grupos incluídos em um projeto que objetiva ser interdisciplinar. Assim, a

interdisciplinaridade pode produzir novos conhecimentos e ajudar na aproximação prática social

por meio de leituras diversificadas do espaço geográfico e de conteúdos de grandes utilidades e

necessidades para o Brasil e para o mundo.

A certificação inicial visível resultado de anos de pesquisa na temática da

interdisciplinaridade relaciona-se ao caráter intuitivo das práticas comumente chamadas

interdisciplinares. Nelas sujeita o fluxo de conceitos e esquemas cognitivos sem aparência, ou

apenas disciplinarmente consistentes, logo, insuficientes para agir ou pensar

interdisciplinarmente. Esta verificação tem-nos compelido a um trabalho de desenvolvimento

teórico interdisciplinar que se propõe ao ingresso de concepções paralelas e à abertura a esses

olhares, convergentes ou divergentes, em síntese, ao trabalho pleno da ambiguidade nos

assuntos de educação.

Fazenda (1998, p. 13) retrata “o sentido da ambiguidade em seu exercício maior impele-

nos, ao mesmo tempo, a enfrentar o caos e a buscar a matriz de uma ordem, de uma ideia básica

de organização”. Quando se discuti a questão do conhecimento pedagógico, acontece forte ação

em se posicionar o problema de uma opinião unicamente epistemológico, com desdobramento no

curricular. Compreendendo que é necessário colocá-la sob o ponto de vista da prática efetiva,

concreta e histórica. As perguntas básicas vêm a ser da relação do conhecimento com a prática

humana.

É relevante especificar integração e interdisciplinaridade, e proporcionar sua

complementaridade. Como a interdisciplinaridade mantém os saberes escolares, a integração é

primeiramente correlacionada as finalidades da aprendizagem. Ela deve determinar relações

estreitas entre as ideias de interdisciplinaridade e integração.

3. A LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA: CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA

Perante o progresso tecnológico e da vasta series de informações fornecidos pela mídia e

pelas redes de computadores, é essencial entender a processar e analisar esses dados. A

escola, neste cenário, adota papel importante ao assumir vários modelos de linguagem como

meio de comunicação. Na era da globalização, no qual as informações ocorrem de forma rápida

através da televisão, do cinema, do rádio, do vídeo, do computador, o trabalho pedagógico do

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professor enriquecer-se-á se ele aplica todos esses recursos para a criação de uma compreensão

que auxilie o aluno a entender o mundo em que vive. Como descreve Belloni (2009, p. 7) no qual:

O impacto do avanço tecnológico (entendido com um processo social) sobre processos e instituições sociais (educação, comunicação, trabalho, lazer, relações pessoais e familiares, cultura, imaginário e identidades etc.) tem sido muito forte, embora percebido de modos diversos e estudado a partir de diferentes abordagens.

O gosto pelo cinema, enquanto simpatia está relacionado ao princípio social e familiar das

pessoas e a experiência de ver filmes, de acordo com suas experiências culturais e do modo de

ver do grupo social ao qual participam. Segundo Bourdieu (1979, citado por DUARTE, 2009, p.

13) ao destacar que:

E experiências das pessoas com o cinema contribui para desenvolver o que se pode chamar de “competência para ver”, isto é, uma certa disposição, valorizada socialmente, para analisar, compreender e apreciar qualquer história contata em linguagem cinematográfica. Entretanto, o autor assinala que essa “competência” não é adquirida apenas vendo filmes; a atmosfera cultural em que as pessoas estão imersas – que inclui, além da experiência escolar, o grau de afinidade que elas mantêm com as artes e a mídia – é o que lhes permite desenvolver determinadas maneiras de lidar com os produtos culturais, incluindo o cinema.

A partir das décadas de 1950 e 1960 a utilização de documentários como maneira de

demonstrar e retratar diferentes lugares eram uma atividade comum entre os geógrafos,

tornando-se o cinema perspectivado como uma janela sobre a realidade. E com início em 1980, a

análise geográfica em cinema estabelece a constituir-se como campo de estudo preocupado com

o avanço de uma perspectiva de um ponto de vista crítico a utilização de filmes enquanto retrato

rigoroso do mundo, dos lugares e das pessoas nos lugares. De acordo com Napolitano (2010. p.

11) expõe:

Trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte. Assim dos mais comerciais e descomprometidos aos mais sofisticados e “difíceis”, os filmes têm sempre alguma possibilidade para o trabalho escolar.

Com início na década de 1980 com a difusão da TV, do vídeo cassete, e mais recente o

aparelho de DVD, possibilitou que o cinema saísse das grandes telas e passasse a compor parte

do hábito diário das pessoas. Desse ponto que o andamento para a sala de aula foi rápido, logo

os professores perceberam que os filmes poderiam servir no auxilio pedagógico em todas as

áreas do conhecimento, como maneira de ilustração ou para incorporar novos conhecimentos ou

o próprio filme como objeto de conhecimento. O uso do cinema na escola pode ser introduzido

em linhas gerais, em um amplo campo de atuação pedagógica chamado “mídia educação” com o

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desenvolvimento das novas formações para a adaptação crítica e criativa das novas tecnologias

de informação e comunicação (TIC). Assim, Napolitano (2010, p. 12) comenta:

Embora o conceito de mídia-educação seja mais aplicável à chamada “comunicação de massa” (televisão, rádio e as TIC – Tecnologias se Informação e Comunicação, como um todo), o cinema, enquanto indústria cultural, também é uma forma de mídia moderna, voltada cada vez mais para um espectador formando pelas novas TIC, ao menos nas suas expressões mais populares. A peculiaridade do cinema é que ele, além de fazer parte do complexo da comunicação e da cultura de massa, também faz parte da indústria do lazer e (não nos esqueçamos) constitui ainda obra de arte coletiva e tecnicamente sofisticada. O professor não pode esquecer destas várias dimensões do cinema ao trabalhar filmes em atividades escolares.

Deste modo, é necessário que o docente opere como mediador entre a obra e os alunos,

mesmo que ele pouco interceda na hora da projeção. As diversas expectativas e conhecimento

cotidianos dos alunos ao assistirem aos filmes será o primeiro andamento na ligação à atividade

“cinema na sala ade aula”. Assim a escola tento o docente como mediador, deve sugerir leituras

mais ousadas além da pura diversão, fazendo uma conexão entre emoção e compreensão de

modo mais rigoroso e crítico, criando ligação de conteúdo/linguem do filme com o conteúdo

escolar. Como explica Napolitano (2010, p. 16) expõe:

Quando mais elementos da relação ensino-aprendizagem estimularem o interesse do aluno e quanto mais a alfabetização, no sentido tradicional da expressão, estiver avançada, tanto mais o uso do cinema na sala de aula será otimizado. Esta é uma premissa importante, pois não concordo com certas propostas de uso de recurso e fontes de aprendizagem inovadoras como fórmulas mágicas de salvação da escola. Além disso, devemos ter cuidado com modelos prontos de uso de novas linguagens na sala de aula. O importante é que, valendo-se de sistematização básica e de troca constante de experiência, todo professor e toda escola criem seus próprios mecanismo e procedimento e, mais importante ainda, reflitam coletivamente sobre eles.

Mas a utilização mais ou menos regular de filmes por parte dos alunos e professores e a

presença de instrumentos técnicos para exibi-los não definem a forma como eles serão utilizados.

Apesar de estimado, o cinema ainda não e considerado pelos meios educacionais como fonte de

conhecimento, já que se cria a ideia de que o cinema é apenas diversão e entretenimento, no

qual os discentes, faz uso dos filmes apenas como recurso didático de segunda ordem, ou

melhor, para “ilustra”, de modo divertido e atrativo, no que acredita estar englobado em fontes

mais transparentes. Deste modo Duarte (2009, p. 71) expõe que:

Entretanto, geralmente, a escolha dos filmes que são exibidos em no texto escolar dificilmente é orientada pelo que se sabe sobre cinema, mas, sim, pelo conteúdo programático que se deseja desenvolver a partir ou por meio deles. Neste caso, o filme não tem valor por ele mesmo ou pelo como que representa no contexto da produção cinematográfica como um todo; vale pelo o uso que podemos ou não fazer dele em nossa prática pedagógica.

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O grau de realismo objetivo apresentado pelo documentário era aparentemente construído

durante o processo de realização dos filmes, transferindo a ideia que o retrato factual

desenvolvido no decorrer do processo de criação da narrativa não era o objeto de manipulação.A

forte tradição geográfica de aprendizagem e interpretação da paisagem aumentava esse tipo de

compreensão, que veio a ampliar-se ao cinema de ficção no seu conjunto. A modificação da

paisagem por meio de várias técnicas cinematográficas com proposito de produzir uma

determinada imagem de lugar passou-se comum no cinema, propiciando a preocupação dos

geógrafos. Dessa forma, incluía-se o estudo do objeto fílmico em toda variedade nas áreas de

investigação geográfica. Conforme Azevedo (2009, p. 98):

O quadro crítico emergente dessas novas posturas proporcionou um redimensionamento do cinema enquanto objeto de investigação geográfica o cinema enquanto “janela sobre a realidade geográfica” encobria a natureza do filme como representação subjetiva e parcial do mundo, que denota sempre o ponto de vista do realizador, animado pelas expectativas mais diversas em relação ao próprio filme.

Contudo, apesar de ser um campo parcialmente esquecido dentro da geografia humana,

a análise geográfica em cinema desenvolvido nas últimas décadas despertar o próprio modo

como vemos os lugares através desse meio, apresentando um ponto de vista crítico e reflexiva,

por parte do investigador, em relação ao conteúdo geográfico do filme e potenciando o debate

das descrições ou retratos constantemente estereotipados do mundo e dos lugares exibidos.

Azevedo (2009, p. 100), discute sobre a “a ênfase nos diferentes produtos culturais, pelo

modo como estes representam lugares, associava-se, assim, à tentativa de compreensão dos

significados produzidos e reproduzidos pelas mais variadas formas culturais”. Compreendido

como produto cultural, o cinema mostra-se como objeto capaz de disponibilizar um amplo campo

de investigação em geografia humana. Atribuído enquanto forma cultural, o cinema, nas suas

mais diversas expressões, auxilia a entender o papel da memória e dos inúmeros imaginários

geográficos na criação imagens de lugar e na concepção das paisagens culturais.

O destaque no cinema como finalidade de análise e no entendimento do espaço, do lugar

e da paisagem como problemáticas de observação veio estabelecer o conjunto de

questionamentos de tendências transdisciplinar que determinaram os desenvolvimentos atuais da

geografia humana. Ao estender a geografia humana para os estudos em cinema, a observação

geográfica em cinema, vinha pôr em consenso áreas científicas que se constatavam muito

afastadas, colaborando para a dinâmica entre as ciências sociais, as humanidades e as artes.

Como descreve Azevedo (2009, p. 102), “em sentido lato, a geografia do cinema explora o modo

como os filmes podem ser usados para elucidar conceitos e problemáticas tratadas em geografia

humana”.

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A investigação de uma problemática de observação em geografia do cinema deve ter em

conta as paisagens culturais decorrentes em contextos mediados por ambientes de tela,

esclarecendo as dinâmicas incessantes que vão acontecendo entre os indivíduos e o meio que

atuam e premindo o entendimento das novas e complexas espacialidades assim reproduzidas. A

experiência em captar a assimilação do espaço pelo cinema determina pela investigação da

participação das características atuais nos sistemas de reprodução que organizam a ação

humana aos seus níveis mais diversificados. Se o cinema, enquanto indústria cultural, dá voz a

essas características, ela se compõe, por seu turno, no seio de uma cultura vídeo-visual

otimizado do evento-imagem.

Quadro 01. Lista de filmes e os temas propostos para a disciplina de Geografia.

Filme: Ano Duração Conteúdo: Classificação

Jurassick Park - (Parque dos Dinossauros)

1993 2h 02 min A Terra e o Sistema Solar/Períodos

da Evolução/Extinção dos Dinossauros

Livre

Central do Brasil 1998 1h 53 mim

Paisagem/Relação Entre os Lugares Livre

O Núcleo – Missão ao Centro da Terra

2003 2h 14 min Camadas do Planeta Terra 14 anos

O Dia Depois de Amanhã

2004 2h 04 min Mudanças Atmosféricas: Tempo e

Clima 12 anos

A Era do Gelo 2 2006 1h 26 mim

Mudanças Atmosféricas: Tempo e Clima

Livre

Os Sem Florestas 2006 1h 25 min Os Espaços da Produção/Questões

Ambientais Livre

Documentário: A História dos Mapas

2006 47 min Orientação e Localização Livre

Viagem ao Centro da Terra

2008 1h 33 min Planeta Terra no Universo Livre

Wall-E 2008 1h 37 min Questões Ambientais Livre

Os Delírios de Consumo de Becky

Bloom 2009 1h 46 min

Os Espaços da Circulação e do Consumo

10 Anos

Lixo Extraordinário 2010 1h 39 min Questões Ambientais Livre

O Preço do Amanhã 2011 1h 41 min Os Espaços da Circulação e do

Consumo 14 Anos

Documentário: Construindo o Planta

Terra 2011 1h 30 min

A Terra e o Sistema Solar/As Eras Geologias

Livre

Rio 2 2014 1h 42 min Paisagem/Relação Entre os Lugares Livre

Terremoto - A Falha de San Andreas

2015 1h 54 min Tectonismo/Movimento das Placas

Tectônicas 12 anos

Tempestade – Planeta em Fúria

2017 1h 49 min Mudanças Atmosféricas 12 anos

Fonte: ALMEIDA, 2018.

Napolitano (2010, p. 16) destaca “ao escolher um ou outro filme para incluir nas suas

atividades escolares, o professor deve levar em conta o problema da adequação e da abordagem por meio

de reflexão previa sobre os seus objetivos gerais e específicos”.Contudo, para que a prática seja

favorável é necessário ver o filme antes de exibi-lo, identificar informações sobre ele e de outros

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filmes do gênero e formular um roteiro de debate que coloque em destaque os elementos para os

quais deseje chamar atenção.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa encontra-se em andamento, a mesma visa uma forma de aplicar a

linguagem cinematografia nas aulas de Geografia, na qual devera-se estudar, refletir, e fazer uma

análise da necessidade a utilização do filme antes de apresenta-lo em sala de aula. E sua

aplicação terá que ter relação com o conteúdo de Geografia abordados em sala de aula. A

aplicação dos filmes será desenvolvida de acordo com os conteúdos propostos pelo professor em

sala de aula.Deste modo, propõe-se rescindir com os padrões de ensino que estão ligados a

memorização, já que elas não visam um estudo de forma mais crítica, e assim, fazendo-se

mudanças, apontar novos conteúdos, indagando métodos convencionais e pleiteando novos

métodos.

Desta forma a utilização do cinema como recurso didático ligado as práticas pedagógicas,

é tornar as aulas mais agradáveis e interessantes, em decorrência que as atividades se tornam

mais perceptível. É fundamental a função do professor como mediador ao utilizar o filme, e

quanto mais elementos ligados ao ensino-aprendizagem despertarem interesse dos alunos, a

aula será mais prazerosa.Com a análise dos resultados obtidos, através dos questionários e

observação na sala de aula, pode-se entender que o uso do cinema é um recurso favorável para

o complemento das aulas de Geografia, e assim ao utilizar o filme nas aulas para trazer o aluno

mais próximo da realidade, ao expor suas opiniões, cooperando desta maneira para sua

formação de maneiras críticas.

REFERÊNCIAS AZEVEDO, Ana Francisca de. Geografia e Cinema. In: CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny (Org.). Cinema, música e espaço. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2009. BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. 3ª ed. rev. Campinas, SP: Autores Associados, 2009.

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O USO DO GOOGLE EARTH COMO FERRAMENTA NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Fabiana da Silva1 Maria do Socorro Rocha Borges2

Patrícia Kelly Silva³

RESUMO: As diversas tecnologias da informação estão se disseminando entre os alunos, tornando-os observadores,e

impulsionados a conhecê-las e usa-las das várias maneiras possíveis, este trabalho foca na ferramenta Google Earth

como ferramenta de ensino, assim as práticas pedagógicas podem e devem explorar as novas tecnologias que

associadas às geotecnologias permitem o desenvolvimento de atividades importantíssimas para a compreensão de

diversos aspectos geográficos, artigo realizado com a turma do 6º ano, do ensino fundamental II, com o objetivo de

demonstrar o uso do Google Earth no ensino de Geografia e a sua importância no processo de compreensão de alguns

aspectos, porém, para que os objetivos propostos sejam alcançados se faz necessário desenvolver uma prática de

ensino problematizada e transformadora, capaz de despertar a atenção do aluno para a aprendizagem e aplicação dos

conhecimentos geográficos no seu cotidiano. Em que a metodologia usada se deu a partir da explicação de como

acontece o processo de captação das informações que o Google Earth fornece e em seguida como acontece, na pratica,

a navegação, ferramenta que se mostrou importante e dinâmica para os alunos na compreensão do espaço vivido. Por

tanto, as geotecnologias estão se tornando cada vez mais aliadas aos professores e alunos, possibilitando uma

compreensão do espaço de forma mais clara eabrangente. Portanto, além do desenvolvimento de habilidades

relacionadas ao uso do Google Earth, a realização do artigo possibilitou o aprofundamento de conteúdos geográficos

em geral e notoriamente da região de Acauã - Piauí.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Geografia, Google Earth, Metodologia de Ensino, Novas Tecnologias.

INTRODUÇÃO

Este trabalho busca apresentar e desenvolver as funcionalidades da utilização do Google Earth em

sala de aula, frisando que este recurso colabora

muito positivamente no ensino de Geografia, tendo como foco o uso do Google Earth como ferramenta no

ensino de Geografia, que é um riquíssimo recurso didático e pedagógico nessa disciplina, devendo o

professor estimular sua utilização dentro e fora da sala de aula, pois este aplicativo é de utilização

indispensável e fundamental importância para o desenvolvimento cognitivo dosalunos.

Este artigo foi desenvolvido na Unidade Escolar Judite Maria Cavalcante, levando os alunos a

perceberem o espaço através de imagens impressas do Google Earth da sua cidade Acauã – Piauí. Para que

1Acadêmica do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI. E-mail: [email protected]

2Acadêmica do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI. E-mail: [email protected]

³Acadêmicado curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI. E-mail:[email protected]

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o processo fosse mais completo, todas as imagens utilizadas no projeto foram da cidade em que os alunos

do 6º ano do ensino fundamental II estudaram.

O ensino e a pesquisa em Geografia são fundamentados atualmente, com o uso de tecnologias de

informação, as chamadas TICs que vieram para aprimoramento do ensino e da pesquisa em Geografia, as

chamadas TICsvieram para somar no desenvolvimento econômico e mundial e com isso, inclui- se também

a vida escolar e acadêmica, consequentemente foram desenvolvidas para facilitar a interpretação de

imagens, fotos aéreas, além de técnicas de medições, monitoramento e observação em campo, através

destas novas ferramentas computacionais, surge como um marco o lançamento do software Google Earth

em 2004, um software gratuito que combina imagens de satélite com as características do terreno para

fornecer uma renderizaçãodigital que consiste em um processamento para combinação de um material

bruto digitalizado como imagens, vídeos ou áudio e os recursos incorporados ao software como transições,

legendas e efeitos. Esse processo transforma um ou mais arquivos num único resultado final, unificando

esses elementos com objetivo de melhorar a experiência do usuário. São tratadas imagens digitais em 3D

da superfície da Terra em uma interface considerada de fácil manipulação para o usuário final e de vasto

potencial de aplicação tanto para o mundo corporativo como para finsacadêmicos.

Figura 1 - Imagem do município de Acauã –PI.

Fonte:Google Earth (2017).

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AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E O ENSINO DE GEOGRAFIA

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), são entendidas como sendo

um conjunto de recursos tecnológicos que estão integrados entre si, que através das funções

tecnológicas acabam por proporcionar, a simplificação da comunicação nos negócios, na

pesquisa científica e também no ensino e aprendizagem. Correspondendo assim em todas as

tecnologias que interferem nos processos informacionais e comunicativos dosseres.

Para Lima (2013, p.1):

[...] as tecnologias integram hoje todos os segmentos da sociedade. E a Educação é uma delas. Os alunos não suportam permanecer sentados, por um extenso período, ouvindooprofessorfalarsobredeterminadoconteúdo, utilização de ferramentas podem desenvolver o aprendizado dos alunos. Diante desse fato é possível usar recursos para atrair os alunos e tornar aulas mais interessantes. Dessa forma, o computador é um grande aliado no ensino de Geografia[...].

Diante de um mundo globalizado e cercado de novas tecnologias percebe-se uma

grande necessidade de adequação dos conteúdos as novas tecnologias que possibilita um

conhecimento de forma interativa com a realidade, e mais compreensível.

Por isso faz- se necessário para as escolas a busca por utilização das novas tecnologias

que trarão aos profissionais em educação uma amplitude de didática variada, o professor

como facilitador ajudará no desenvolvimento das atividades, pois elas possibilitam o ensino e

aprendizagem de forma mais concreta, aponta:

O ritmo acelerado de inovações tecnológicas exige um sistema educacional capaz de estimular nos estudantes o interesse pela aprendizagem. E que esse interesse diante de novos conhecimentos e técnicas seja mantido ao longo da sua vida profissional, que, provavelmente, tenderá a se realizar em áreas diversas de uma atividade produtiva cada vez mais sujeita ao impacto das novas tecnologias. (apud SANCHO,1998, p. 12)

A ferramenta Google Earth através de imagens de satélite adquirida com o

acesso a internet, possibilita a visualização de diversos fenômenos e diferentes

mudanças ocorridas no espaço sendo importantíssimo essa compreensão no

ensino de geografia. Para Moura (2009):

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[...] a visualização de fenômenos geográficos de qualquer parte do mundo. As fotografias, feitas a partir de satélites, tornam a visualização quase que concreta,o que pode auxiliar a aprendizagem da Geografia e a efetivação do uso da linguagem cartográfica. A ferramenta permite o uso de coordenadas geográficas na busca de localidades e possibilita o trabalho com localizações, uma das características do ensino da Geografia [...].

Satélites ficam em órbita em torno da terra adquirindo e enviando informações

para diversas finalidades. As imagens de satélite permitem o estudo da dinâmica de

uma região, ou seja, das mudanças que ocorrem ao longo do tempo, através das

imagens de satélite identificamos de maneira compreensível todo o espaço a ser

estudado e analisado. Segundo Santos (2002, p. 06):

[...] a utilização de imagens de satélite, por exemplo, permite identificar e relacionar elementos naturais e sócio econômicospresentes na paisagem tais como serras, planícies, rios, bacias hidrográficas, matas, áreas agricultáveis, industriais, cidades, bem como acompanhar resultados da dinâmica do seu uso, servindoportanto como um importante subsídio à compreensão das relações entre os homens e de suas consequências no uso e ocupação dos espaços e nas implicações com a natureza[...]

Por isso, o professor precisa estar mais atualizado as novas ferramentas

possíveis ao ensino de geografia, pois os alunos tendem a focar nessas novas

mudanças que se usada adequadamente pode se tornar uma importante aliada no

ensino de geografia.VALENTE(1998) compreende que o objetivo da utilização dos

programas computacionais na escola não deve ser centrado no que o aluno

desenvolve, mas na filosofia de uso deste levando a assimilação de conceitos que

permeiam as atividades [...] como mediador entre o aluno e informação recebida,

promovendo o “pensar sobre” e desenvolvendo a capacidade do aluno de

contextualizar, estabelecer relações e conferir significados às informações uma “era

digital” é necessário inserirmos novos instrumentos em sala de aula

(PONTUSCHKA; PAGANELLI; CACETE, 2009, p.262).

O uso das novas tecnologias nas aulas não só de geografia mais de forma geral tem

mostrado ser um grande método de ensinar sem que percamos o foco do que ira ser ensinado,

ao contrario percebe-se um maior interesse por parte dos alunos, o uso do Google Earth no

ensino de geografia foi uma novidade para os alunos, mas que aceitaram e aprenderam com

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habilidade a usa-lo,é importante ressaltar que a inovação não está restrita ao uso da

tecnologia, mas também à maneira como o professor vai se apropriar desses recursos paracriar

projetos metodológicos que superem a reprodução do conhecimento e levem à produção do

conhecimento (BEHRENS, 2000). Como exemplo, tentaram encontrar suas casas, cartão

postal da cidade, conselho tutelar, percurso para chegar até a escola e outros, percebendo

assim a importância dessa ferramenta ,sendo importante o empenho do professor para se

adequar essas novas tecnologias:

Os professores de geografia, vistos como cientistas sociais e educadores que interagem de uma forma histórica e também dialética nos acontecimentos ocorridos no mundo globalizado são assim chamados a pesquisar, interagir, questionar, criticar e também criar perspectivas a respeito da estrutura e o contexto da inclusão digital voltada agora aos estudos das NTICs no ensino da disciplina de geografia, fazendo com que através do suporte das ferramentas didático-tecnológicas as aulas de geografia tornem-semuito mais dinâmicas, interessantes e interativas aos alunos (apud RICARTE E CARVALHO2011, p.).

Durante a pratica, os alunos mostraram bastante interesse e através do Google Earth

poderão identificar alguns pontos importantes da imagem, em seguida as imagens de satélites

impressas de alguns pontos da cidade foi desenhada pelos alunos em um papel

seda,identificando alguns pontos como o colégio, prefeitura, sesc ler, conjunto habitacional da

cidade e também as áreas verdes, após a identificação, os alunos pintaram as partes que

identificaram e em seguida fizeram a apresentação da imagem desenhada mostrando os

pontos principais, sendo perceptível que os alunos mostram um maior interesse em utilizar as

novastecnologias.

Sobre a visualização geográfica, Ramos & Gerardi (2002) descrevem que ela fornece

ao usuário de mapas a possibilidade de explorar informações, estabelecer análises e, dessa

forma, obter um conhecimento. Contudo, na sala de aula, por exemplo, ela pode servir de um

novo meio de aprendizagem, elevando o conhecimento do alunado, quanto à compreensão do

assunto em questão. As imagens, quando usadas pedagogicamente em sala de aula são muito

bem aceitas tanto pela curiosidade aguçada nos aprendizes, quanto pelos detalhes que este

aplicativo fornece para compreensão, todas as imagens do Google Earth são detalhadas

minuciosamente, aparecem a vegetação, casas, comércios e é possível até ver em tempo real,

se caso tenham acesso a internet.

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Figura 2 – Aplicação do Projeto em sala de aula na Escola Maria Judite

Cavalcante

Fonte: Autor (2017).

CONCLUSÃO

Com o desenvolvimento do projeto e seus resultados podemos observar o quão é de

suma importância que as novas tecnologias sejam inseridas no ambiente escolar, o Google

Earth é uma boa ferramenta para a obtenção de imagens de alta resolução espacial. A

classificação do uso e ocupação gerada ficou mais precisa em comparação àquela gerada a

partir de imagens Landsat5, que, apesar de gratuitas, têm baixa resoluçãoespacial.

O Google Earth é disponível em versões comerciais conhecidas como Plus e Pro, que

expandem algumas funcionalidades do produto, como a qualidade de impressão e a integração

ao GPS. Ele utiliza de banco de dados de imagem, não há diferença entre a resolução espacial

das diferentes versões, mas com o Google Earth Pro é possível imprimir as imagens com alta

resolução(4.800 pixels). A questão no âmbito escolar, é que falta o mínimo aos alunos e

professores, que seria bons computadores e um sistema de internet que funcionasse e

principalmente que possam ter acesso para os trabalhos escolares. Infelizmente a realidade

não é tão boa, nem todos tem acesso as novas tecnologias. O Google Earth tem adquirido

popularidade entre os usuários epessoas das áreas de geotecnologias. A integração do

dispositivo com outros SIGstêm possibilitado o seu uso para o planejamento territorial.

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Proposta de trabalho que é um desafio, uma vez que não pode se limitar a mera transferência

de informações, mas refletir e trabalhar suas relações com o tratamento dos conteúdos

curriculares, visando a construção de conhecimento por professos e alunos. Gutierrez (1979)

diz que o mero fato de interpretar ou apropriar-se de um saber não é suficiente para que, com

propriedade de termos, possamos falar de aprendizagem autêntica. Somente pode-se chamar

de autêntico conhecimento que em si e por si mesmo seja produtivo e transformador, os

professores tem receio de oferecer algo novo, seja por falta de incentivo ou por decisão

própria de cada um. Na verdade, algo precisa ser feito para que os alunos tenham acesso a

conhecimentos que não se limitem a livros e leituras de mapas, o que requer do preceptor que

ele o transforme em conhecimento seu e reestruture a sua maneira ainformação.

A utilização do Google Earth possibilitou os alunos analisar as diferentes

localizações e perceber a cidade que viviam de uma maneira completa,sendo possível

observar vários aspectos em poucos minutos. Portanto percebe-se que a ferramenta Google

Earth proporciona a interação com a realidade de forma mais clara e objetiva levando o aluno

a se interessar para a compreensãodoassuntoque pode variar desde localização ,a

paisagemrelevoeetc,sendotambémessencialodomíniodoprofessor aessasnovastecnologias que

aliada ao ensino possibilita uma grande transformação positiva no processo de ensino e

aprendizagem.

REFERÊNCIAS

CARVALHO E RICARTE, V.M.S. Guaycuru de, Cruz, C.B.M. y E.M.F.

Rocha,Sensoriamento Remoto e o Ensino da Geografia - Novos Desafios e Metas. IV

Jornada de Educação em Sensoriamento Remoto no Âmbito do Mercosul, São Leopoldo –

RS. CD –Rom

BEHERENS, Marilda Aparecida, "Projetos de aprendizagem colaborativa num

paradigma emergente", em MORAN, José Manuel. Novas tecnologias e mediação

pedagógica, Campinas: Papirus, 2000

DOS SANTOS.N.f. O uso das geotecnologias no ensino de geografia, disponível em<http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/18979_10710.pdf> acesso dia 28/06/17.

FACINCANI.C. a utilização do googleerth na disciplina de geografia, disponível em

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http://www.ic.ufmt.br/sites/default/files/field/pdf/Monografia/ClaudineiFacincani.pudf> acesso dia26/06/2017.

GUTIERREZ, F. Linguagem total: uma pedagogia dos meios de comunicação. São Paulo: Summus, 1979.

LIMA, Evander. O Uso das Novas Tecnologias no Ensino de Geografia. Jornal Correio da Semana, 09 de novembro de 2013. Disponível em. Acesso em 09 de Set de2015.

LIMA, Raphael Nunes de Souza. Google Earth Aplicado a Pesquisa e Ensino da Geomorfologia. Revista de Ensino de Geografia, Uberlândia, v. 3, n. 5, p. 17-30, jul./dez.2012.

PONTUSCHKA, N. N.;PAGANELLI, T. I; CACETE, N.H. Para Ensinar e Aprender Geografia. São Paulo: Ed. Cortez, 2007.p. 262.

RAMOS, C.S. & GERARDI, L.H.O. Cartografia interativa e multimídia: situação atual e perspectivas. In: GERARDI, L.H.O & MENDES, I.A. (2002) Do Natural, do Social e de suas Interações: visões geográficas. Programa de Pós-Graduação em Geografia - UNESP - Rio Claro-SP. Associação de Geografia Teorética – AGETEO, p.239-250, 2002.

VALENTE, José Antônio. Computadores e conhecimento: repensando

educação. Campinas, SP: UNICAMP/NIED, 1998.

TANAN.Carla.c.r. o uso do google Earth e do googlemaps nas aulas de geografia,disponívelem<http://www.eng2016.agb.org.br/resources/anais/7/1468290283_arquivo_karlatanan_eixoeducacao.pdf> acesso dia28/06/17

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PRIMEIRAS NOÇÕES CARTOGRÁFICAS: SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Abel Ferreira Vieira1

Joaquim Gonçalves Neto2

Maria Ronalda da Silva3

RESUMO: O objetivo desse artigo é mostrar a importância do ensino da cartografia no município de São

Julião-Pi, logo de inicio nas séries iniciais do ensino fundamental, proporcionando situações de aprendizagens que valorizem as referências dos alunos quanto ao espaço vivido. No qual o ensino da cartografia vai se construir por processos onde a criança vai adquirindo conhecimento ao longo de seu desenvolvimento educacional, através de práticas pedagógicas que permite a criança construir, visualizar e reconhecer desde cedo o seu lugar de vivência, além de compreender a simbologia da cartografia, no qual o saber cartográfico devem estar incluídos conceitos como: localização, orientação, representação, paisagem, lugar e território, sendo valorizadas através da linguagem cartográfica, no qual vai instrumentalizar os alunos a se tornarem leitores e mapeadores ativos, consciente de perspectiva subjetiva na escolha cartográfica. Utilizando de oficinas cartografias e utilização de diferentes ferramentas tecnologia como Google Earth, fotografias aéreas e a internet, além de um vasto referencial teórico, este trabalho possibilitará aos alunos a aprenderem a fazer uma leitura crítica da representação cartográfica, transpondo suas informações para o uso do cotidiano.

Palavras-chave: Cartografia, ensino e práticas pedagógicas.

INTRODUÇÃO

O processo de ensino e compreensão da cartografia tem grande importância, pelo fato de

que, o profissional da educação que estará ministrando os trabalhos relacionados ao tema, possa

repassar o conhecimento com domínio do conteúdo, e por isso, é importante que o profissional da

área busque aprimorar seus conhecimentos a respeito do que é a cartografia, para que serve e

como repassá-la.

A introdução da criança ao ensino da cartografia inicia-se nas séries iniciais, onde a

mesma vai aprendendo as bases do sistema de coordenadas, seguindo assim o processo de

aprendizado, haja vista que o conhecimento vai sendo passado de acordo com a evolução de seu

aprendizado no processo de ensino. Os conhecimentos que o educando traz consigo do meio

social de convívio, podem ser utilizados para o aprimoramento do conhecimento e melhor

aprendizado. O aprendizado acontece de maneira que acriança vai descobrindo seu mundo e o

mundo ao seu redor. A partir daí a criança vai descobrindo as maneiras de visualizar e

reconhecer o mundo a que ela pertence como representá-lo e se locomover nele. Nesse

processo, aprender a reproduzir seu mundo através de maquetes e desenhos, contribui para a

assimilação do conhecimento.

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A cartografia é o conjunto de estudos e operações lógica-matemática, técnicas e artísticas

que, a partir de observações diretas e da investigação de documentos e dados, intervém na

construção de mapas, cartas, plantas e outras forma representação, bem como no seu

emprego pelo homem. Assim a cartografia é uma ciência, uma arte e uma técnica

(CASTROGIOVANNI, 2000, P.38).

É a partir desta definição, entende que a figura cartográfica ( mapa, carta ou planta) é uma

representação que , no uso cotidiano, é utilizada desde cedo pela a humanidade, no qual ela

oferece a compreensão do fenômeno tanto para o uso cotidiano como para o científico, ou seja a

figura cartográfica tem , como principio básico, uma função prática. Ela serve como instrumento

de domínio e controle de um território representado, com isso é de fundamental importância

conhecer e saber utilizar os elementos de um mapa em diferentes e possíveis leituras logo de

inicio pelas as crianças.

É importante saber ler o espaço e uma das formas é através do mapa, “pois um leitor

crítico do espaço é aquele capaz de ler o espaço real e a sua representação, o mapa” (Passini,

1994, p.17). Os mapas, em geral, representam uma coisa meio mágica, e até certa forma

incompreensível, embora sejam usados por muitas pessoas e em situações diversas. Cabe-nos,

na geografia, conseguir trabalhar com mapa como o resultado da síntese de um determinado

espaço, seja produzindo-o a partir de observações, de informações e de dados coletados, seja

fazendo sua leitura para conhecer determinado lugar. Ele sempre será uma fonte de informação.

O mapa, em suas variedades possibilidades de informar o conteúdo geográfico, faz de forma gráfica, possibilitando ao leitor visualizar a organização do espaço de forma ampla e integrada as relações de mundo. A sua linguagem é monossênica, ou seja, não é ambígua. è uma linguagem de comunicação visual, sintética e rápida (Passini,1994, p.19).

Portanto, para conseguir ler o mapa e entende-lo, é necessário que ocorra a o ensino da

leitura de cartas topográfica, a orientação no terreno e outros artifícios da topografia, ou seja, que

a criança comece a ser um mapeador do seu espaço vivido, dentro do contexto escolar comece a

explorar o universo da linguagem cartográfica por meio de desenhos de trajetos, percursos,

desenhos de plantas de sala de aula, da casa, de seu município e estes trabalhos devem ser

feitos a partir de dados reais, concretos da realidade vivida, para que possam desencadear o

conhecimento e a reflexão, ou seja, introduzindo os elementos que compõem um mapa, como

legenda, escala, título, localização, no qual ele vai compreender o significado do espaço

construído.

ESTUDO DA CARTOGRAFIA.

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A importância do contato com a cartografia nos primeiros anos escolares é evidenciada por

muitos autores em inúmeros trabalhos relacionados ao estudo da cartografia e a forma como a

mesma pode e deve ser aplicada nos anos escolares. (Voges e Chaves, 2010), através de

pesquisa de campo relacionado ao estudo cartografia nas séries iniciais demonstram que, já no

ambiente escolar, o conhecimento do mapa traz uma mudança qualitativa superior na capacidade

do aluno pensar e ver o espaço. Ele é um recurso externo à memória e possibilita ao aluno atingir

uma nova organização estrutural de sua atividade prática e de desvendamento e concepção do

espaço. E para a criança não é diferente, pois precisam de referenciais espaciais.

De acordo com as ideias de Almeida (2010),os conhecimentos relacionados à linguagem

cartográfica começam a ser trabalhadas, a partir dos anos iniciais de escolarização do aluno e

perpassando por toda a educação básica, ressalta que desde os primeiros meses de vida do ser

humano, delineam-se as impressões e percepções referentes ao domínio espacial, as quais se

desenvolvem através da interação com o meio, pois a concepção de espaço inicia-se antes do

período de escolarização do educando que se da por volta dos 7 (sete) anos de idade, período

que ingressa no ensino fundamental. Tendo em vista, que o aluno adquire seus conhecimentos

ao longo dos anos de experiência escolar, caracterizando gradualmente um processo de

assimilação sistemática, que no final, o aluno estará com conhecimentos adquiridos sobre

cartografia.

O processo do despertar da criança para o mundo que a cerca e a busca para descobrir e

interagir com as coisas ao seu redor, a busca por descobrir o que é esse mundo que esta se

abrindo, é demonstrado pelas atividades desenvolvidas por ela quando ainda bebê e contribui

para com o aprendizado, tendo em vista que o processo de desvendar o mundo ao seu redor

possibilita a aquisição de conceitos relacionados à cartografia que vão ser explorados na escola.

O ser humano tem curiosidade em conhecer e usufruir do espaço que ele ocupa, seja para

suprir suas necessidades básicas, seja para se divertir. Os primeiros rabiscos feitos numa folha

de papel, mesmo que ilegíveis pelos adultos, já retratam os elementos que a criança confere mais

estima e que lhe estão mais próximos: a família, os animais de estimação, o carro do papai, o

quintal da casa, etc. No avanço dos traçados, conforme vai aumentando a idade vai surgindo

espaços maiores e com mais detalhes. Enfim, a criança sente necessidade de experimentar e

conhecer bem seu espaço geográfico e o que ele contém. Portanto, seus desenhos já são uma

representação gráfica do espaço, ou seja, a cartografia e a geografia se manifestam juntas, desde

cedo, no desenvolvimento mental infantil. Os próprios jogos ou brincadeiras infantis também

projetam essa evolução, que deve ser trabalhada desde as primeiras séries escolares do ser

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humano, para que este compreenda a construção do seu meio e possa se adaptar a ele,

gradativamente. (PISSINATI e ARCHELA, 2007).

A alfabetização cartográfica é o objetivo básico das séries iniciais e ela propõe atividades

que desenvolvam as seguintes noções: pontos, linha, área, lateralidade, orientação, localização,

referências, noção de espaço e tempo (SANTOS e FERREIRA, 2010). E educação cartográfica

nas séries iniciais se mostra importante, partindo do principio que será a introdução do educando

aos conceitos da cartografia que lhe possibilitara desenvolver o processo de aprendizado nas

séries seguintes. Dessa forma, aos poucos o aluno estará sendo inserido no mundo das

representações gráficas e começara a conhecer o mundo das projeções, mas também, os

conhecimentos que o mesmo traz com sigo no desenvolvimento e descobrimento do mundo ao

seu redor no ambiente social em que vive, contribuirão para com seu aprendizado, incorporando

assim seus conhecimentos já adquiridos fora do ambiente escolar ao aprendizado que estará

iniciando na escola.

ANÁLISE CARTOGRÁFICA PARA LEITURA DE MAPAS

A leitura e uso de mapas contribui para desenvolvimento do raciocínio, tendo em vista que

a compreensão e decodificação dos signos existentes no mapa exigem esforço e concentração

para assimilá-los. Por outro lado, a falta de consciência sobre a presença da geografia e da

cartografia na vida cotidiana dificulta o conhecimento das pessoas sobre a teoria dos livros

didáticos e a relação com suas experiências diárias. (PISSINATI e ARCHELA, 2007).

A cartografia representa um recurso fundamental para o ensino e a pesquisa de geografia,

pois, possibilita a representação dos diferentes recortes do espaço e na escala que convém para

o ensino. Sendo assim, a cartografia se fundamenta na leitura e representação do espaço,

permitindo, pois a visualização maior desse espaço, onde o aluno entenderá como está inserido

neste espaço que pode ser local, regional e global. Através de mapas e outros recursos saberá

distinguir os mais diferentes e distantes locais, possibilitando uma visão mais crítica da realidade

na qual pertence. (SANTOS e FERREIRA, 2010).

Para Claval orientar-se e reconhecer-se são procedimentos indispensáveis que fazem

parte das relações do individuo com o espaço, são os primeiros aprendizados culturais e não

cessam de se desenvolver.

Reconhecer-se é memorizar imagens concretas, apreensões visuais sobre tudo (às vezes os odores ou barulhos) que permitem sabe se já se esteve em tal ou

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lugar. (...) orientar-se consiste em situar os lugares num espaço em referencia mais amplo e mais abstrato (Claval, 1999, p.190).

Na cartografia as atividades de representação do espaço permitem que se trabalhe com a

realidade concreta, o que facilite o desenvolvimento de habilidade de leitura de mapas.

Dependendo da vivencia da criança ela terá compreensão e domínio dos espaços, que em

termos relativos, lhe são significativos.

O trabalho foi desenvolvido na escola Antônio Gonçalo da silva especificamente na turma

do 5º ano do ensino fundamental localizada na zona rural de São Julião do Piauí.

Foi constatado que a escola possui poucos recursos tecnológicos, como somente um

computador, sendo que os principais recursos se limitam aos recursos básicos como livro didático

e para didáticos, quadro, pincel no qual os professores tem que usar a criatividade para

desenvolver seu trabalho. Foi constatado que há um laboratório de informática, maquina de

xerocopiar, mais nada funciona por falta de manutenção. Quanto ao quadro humano é composto

por diretor, secretária, professores, vigias e auxiliares diversos no qual todos se dedicam para

que escola funcione bem.

Inicialmente foi feito a pesquisa bibliográfica, com análise e leitura de diversos artigos,

além da pesquisa na internet para fundamentação teórica. A segunda etapa correspondeu a

realização de uma oficina relacionado a uma atividade com imagens aéreas sobre a cidade de

São Julião-PI, além da utilização de ferramenta tecnológica Google Earth e Google mapas no

celular e depois construção do mapa.

CONCLUSÃO

Por tudo isso mencionado, verifica-se que analise dos resultados sobre a pesquisa na

escola Antônio Gonçalo da Silva, possibilitou uma visão da estrutura física da escola, como

também conhecer o trabalho pedagógico do professor de geografia. Outro ponto importante na

pesquisa foi a interação com os alunos na oficina: características de um mapa, no qual está

experiência comprovam que a linguagem cartográfica deve ser entendida a partir da construção

de noções básicas de localização, organização, representação e compreensão da estrutura do

espaço geográfico elaborada dinamicamente pelas as sociedade.

Na atividade proposta, possibilitou aos alunos ao observar uma imagem área de um local

no qual eles conhecem e ao mesmo tempo construir e conhecer os elementos de um mapa, como

localização, legenda, título, escala, buscando entender a cartografia como ferramenta

indispensável nos estudos e compreensões nos conceitos da linguagem cartográfica,

possibilitando os alunos sintetizar informações, expressar conhecimentos, estudar situações

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sempre associada à ideia dos elementos que compõe o espaço. Por tudo isso mencionado,

percebe-se que a cartografia tem grande importância na pratica docência, e pode contribuir

bastante para o processo de ensino, independente da disciplina trabalhada.

Por fim, constata-se que o compromisso docente, exige pesquisa e conhecimento didático,

nos quais é preciso primeiramente; ouvir os alunos, sistematizar suas falas, criar e estimular as

polêmicas e dúvidas, despertar nos alunos a paixão de aprender, diversifica a metodologia de

trabalho, bem como os recursos pedagógicos, por exemplo, (visitar um bairro, uma entrevista, um

vídeo, um texto, fotografias, etc.). Portanto, faz-se necessário que professores criem condições

de trabalho que favoreçam as diferentes estratégias cognitivas e ritmos de aprendizagens,

envolvendo desde os conceitos prévios aos mais complexos, assumindo um compromisso ético e

de comprometimento coletivo. Diante disso, teremos uma educação com estruturas que poderá

criar possibilidade de aumentar o conhecimento do aluno e desenvolver a vontade e curiosidade

para a leitura de cartas e mapas.

REFERÊNCIAS

CASTROGIOVANNI, Antonio C. et. al. Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano/Antônio Castrogiovanni, organizador – Porto Alegre: Mediação, 2000. CLAVAL, Paul. A geografia cultural. Florianópolis. UFSC, 1999. PASSINI, Elsa Yasukogtabe. Alfabetização cartográfica e o livro didático; uma analise crítica. Belo Horizonte: Lê. 1994 PISSINATI, Mariza Cleonice; ARCHELA, Rosely Sampaio. Fundamentos da alfabetização cartográfica no ensino de geografia. Disponível em: <http://www2.uel.br/revistas/geografia/v16n1/8.pdf>.Acesso em 03 de setembro de 2007. SANTOS, Cíntia Bastos. FERREIRA, Saionara S. cartografia do ensino fundamental. Pesquisas e Práticas Educativas. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1483-8.pdf?PHPSESSID=2010011508402857>. Acesso em: 20 de outubro de 2010. VOGES, Magnun Souza. CHAVES, Ana Paula Nunes. Alfabetização cartográfica: trajetórias da prática escolar em séries iniciais de escolas do município de Florianópolis-SC. Universidade Federal do Estado de Santa Catarina-UFSC. Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Departamento de Geociências. Disponível em: <http://www.geografia.ufpr.br/neer/NEER-1/comunicacoes/magnun-voges.pdf>. Acesso em: 20 de outubro de 2010.

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PISSINATI, Mariza Cleonice; ARCHELA, Rosely Sampaio. Fundamentos da alfabetização cartográfica no ensino de geografia. Disponível em: <http://www2.uel.br/revistas/geografia/v16n1/8.pdf>.Acesso em 03 de setembro de 2007. ALMEIDA, Rosângela Doin de. Do Desenho ao Mapa: Iniciação Cartográfica na Escola. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2010. ALMEIDA, Rosângela Doin de; PASSINI, Elza Yasuko. O espaço geográfico ensino e representação. São Paulo: Contexto, 1994. CARDOSO, Daniela Leite. Introdução a Cartografia Escolar: uma experiência de extensão universitária na escola Roseana Sarney em João Lisboa-MA. 2012. 62f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) Centro de Estudos Superiores de Imperatriz, Universidade Estadual do Maranhão, Imperatriz, 2012.

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A INTERDISCIPLINARIDADE EM GEOGRAFIA POR MEIO DO PROJETO ALUNO NOTA AZUL, NOTA DEZ, NA ESCOLA PAULO FERRAZ NO MUNICÍPIO

DE CAPITÃO DE CAMPOS – PI

Tiago Venício de Sousa Memória¹ Antonia Rosa de Oliveira Pereira²

Tatiele Martins Evangelista³ Lusineide Maria de Sousa4

RESUMO: A interdisciplinaridade tem por objetivo proporcionar um conjunto de relações entre os conteúdos trabalhados pelas diferentes disciplinas em sala de aula. O principal desafio do professor se configura em desenvolver ações que fortaleçam esse conceito na pratica. É preciso extirpar definitivamente do cotidiano escolar e ate da vida do ser humano da hipocrisia de que devemos manter um ensino antiquado sem nem um tipo de motivação aos alunos e até mesmo aos professores. Torna-se urgente e necessário que consigamos nos adequar as exigências do mundo atual e que a escola, que tem um papel fundamental na formação estrutural do ser humano possa oferecer ao aluno uma cultura de valorização aos mesmos, pois ele ao sair da escola vai se deparar com uma realidade que exige conhecimento e competência. O presente artigo tem como objetivo relatar uma experiência vivenciada através do projeto ALUNO NOTA AZUL, NOTA DEZ, realizado na Unidade Escolar Paulo Ferraz em Capitão de Campos- Piauí, onde foi realizada uma serie de modificações no ambiente escolar, como a proibição de celulares, horário de fechamento do portão da escola, criação de simulados semanais, reunião mensal, provão bimestral etc, pois diante das medidas adotadas verificou-se que os alunos passaram a tirar melhores notas, vinham mais motivados para a escola e conseguiam se manter na chamada liga dos “Alunos nota dez”. PALAVRAS-CHAVES: Ensino de Geografia. Interdisciplinaridade. Projetos

INTRODUÇÃO

Desde sua criação a escola tem um papel fundamental na sociedade, o qual seu objetivo

era doutrinar o processo de desenvolvimento educacional das crianças ate a fase adulta, a fim de

se criar uma rotina interdisciplinar, alienada e submissa aos padrões estabelecidos por entidades

privadas. E com isso adequar facilmente às várias disciplinas como se fosse uma só.

A interdisciplinaridade na prática vai bem mais além do que a união das disciplinas. Ela

envolve a ação e a reflexão em torno da prática docente buscando facilitar o processo de

ensino/aprendizagem de forma que as disciplinas sirvam de suporte uma para outra de forma

significativa.

Com o intuito de conscientizar os alunos diante das exigências para sobrevivência no

mundo atual é necessário que busquem conhecimentos e estejam sempre em continua busca

para melhoria do seu desempenho. O projeto Aluno Nota Azul, Nota dez foi implantado na escola

Unidade Escolar Paulo Ferraz no município de Capitão de Campos – PI, com a finalidade de

ampliar as discussões que envolvam a interdisciplinaridade e a geografia, buscando incentivar o

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alunado a buscar por melhorias no seu rendimento, principalmente escola; promover uma

competitividade saudável entre os alunos; estimular a leituras e estimular o aluno na busca de

conhecimentos além de ser um método de ensino onde chama a atenção e a motivação não só

do aluno mais também do corpo docente da escola em si.

No que se refere à motivação alcançada por meio da intenadisciplinaridade a escola tem

o dever de buscar-la através de programas, projetos, aulas, enfim, o ambiente escolar precisa

estar sempre à frente da melhoria na qualidade de ensino dos alunos.

Com o objetivo de relatar uma experiência vivenciada através do projeto Aluno nota azul,

nota dez, que foi implantado na Unidade escolar Paulo Ferraz, como estratégias de ensino e

como uma forma de estar buscando o incentivo aos alunos e a organização escolar. Diante disso

o processo metodológico da pesquisa iniciou-se com a avaliação da organização do projeto que

contou com o público alvo alunos do ensino fundamental e médio, e a partir daí, foram pensadas

as etapas para obtenções dos resultados dos mesmos.

A Unidade Escolar Paulo Ferraz foi inaugurada no ano de 1965 e conta, atualmente

(2017), com 10 salas de aula, 4 banheiros, 1 laboratório compostos por computadores

conectados a internet, 1 quadra, 1 pátio, 1 sala de coordenação, 1 sala de direção. A escola

funciona com turmas de ensino fundamental II (6º ao 9º ano) e ensino médio (1º ao 3º ano) com

um total de 630 alunos e professores.

A pesquisa foi elaborada qualitativamente e quantitativamente. A coleta de dados

aconteceu no mês de novembro de 2017, com entrevistas semiestruturada, onde foi aplicado um

questionário padronizado do tipo reflexivo no qual o pesquisado responde as informações

procuradas. Além disso, foram aplicadas questões abertas, com alunos do 6° ano do ensino

fundamental ao 3º ano do ensino médio nas turmas de geografia da Unidade Escolar Paulo

Ferraz no Centro do Município de Capitão de Campos - PI.

Para obtenção de dados foram aplicados questionários com quatro questões abertas

objetivos, ocorreu na quarta-feira 08/11/2017, ás 14h00min, na segunda aula com dezesseis

alunos de 11 a 17 anos, com perguntas sobre o que eles acharam da aplicação do Projeto

ALUNO NOTA AZUL, NOTA DEZ, e sua influência.

Analisado e tabulado os dados, se utilizou método comparativo, utilizando-se tabelas e

gráficos, sintetizando e agrupando as falas, conceitos e ações básicas dos alunos entrevistados.

A INTERDISCIPLINARIDADE EM GEOGRAFIA ATRAVÉS DE PROJETOS REALIZADOS NO

AMBIENTE ESCOLAR

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O ensino de Geografia é muito abrangente e importante para que o estudante deixe de

ser um mero receptor de conhecimentos e passa a ser um grande ser ativo no processo de

ensino-aprendizagem, as variadas abordagens englobam, muitas vezes, uma visão de mundo por

parte do estudante que vai muito alem dos limites colocados em uma determinada área do

conhecimento ou disciplina escolar.

A interdisciplinaridade ocupa papel de destaque entre os fundamentais princípios

pedagógicos que estruturam as diferentes áreas de conhecimento englobando a Geografia como

uma das disciplinas com varias temáticas a serem trabalhadas. Segundo Straforini (2008, p.51) “o

ensino de Geografia é fundamental para que as novas gerações possam acompanhar e

compreender as transformações do mundo, dando à disciplina geográfica um status que antes

não possuía”.

O processo na elaboração de projetos com papel interdisciplinar onde a busca é pela

motivação e a atenção dos alunos que passam a está buscando aprender cada vez mais é um

papel que a escola pode estar promovendo continuamente sendo também um papel do professor

estar aberto ao dialogo, procurando construir os conteúdos em conjunto.

Conhecer e compreender o que é interdisciplinaridade são os primeiros passos para

entender, junto aos educadores, as instituições de ensino, as formas de organizar e colocar em

pratica projetos para promover a articulação entre Geografia e as demais disciplinas.

Portanto a elaboração de projetos através da interdisciplinaridade na disciplina de

geografia pode favorecer uma formação capaz de garantir emancipação social. Uma educação

completa e fundamental para o crescimento tanto do corpo estudantil, como do corpo docente,

priorizando sempre a relação entre escola e aluno.

A INTERDISCIPLINARIDADE EM GEOGRAFIA

As disciplinas escolares muitas vezes de forma fragmentada, apresentadas

individualmente, como se os conhecimentos não se interligassem. A intenadisciplinaridade muda

essa realidade, pois ela é uma abordagem mais completa, em que proporciona a religaçao dos

saberes disciplinares.

A interdisciplinaridade significa mais do que disciplinas que colaboram entre elas em um

projeto como um conhecimento comum, mas significa também que há um modo de pensar

organizador que pode atravessar as disciplinas e que pode dar uma espécie de unidade entre

elas.

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Para Fazenda (1979, p. 83), “numa sala de aula interdisciplinar, todos se percebem e se

tornam parceiros. Parceiros de que? Da produção de um conhecimento para uma escola melhor,

produtora de homens mais felizes”. A educação está em transformação e necessita de inovações.

O mundo moderno exige que profissionais da educação estejam abertos para buscar sempre

novas alternativas de melhorar a forma de educar.

No caso da Geografia há uma grande abertura para a aplicação de um ensino

interdisciplinar para que se trabalhem os conteúdos curriculares, haja vista que muitos deles

possuem relações diretas ou indiretas com as mais diversas áreas do saber. Abrem-se então as

possibilidades de realizar trabalhos em equipe para que o ensino possa se transformar em uma

nova rotina.

Segundo Pontuschka, (2007, p. 166) pondera que “os instrumentos teóricos-

metodologicos da geografia são diferentes dos instrumentos, por exemplo, da física e da biologia,

no entanto todos eles precisam ser apropriados pelos alunos, à luz de seu direito de cidadão”. A

interdisciplinaridade no ensino de geografia não é algo que dependa somente do professor, é

uma harmonia entre as demais formas de conhecimentos e seus diferentes contextos.

A Geografia é entendida como uma ciência multidimensional, pois, abrange desde os

fenômenos naturais, ate os fenômenos humanos, o que confere a essa ciência características

singulares, a partir das quais, se faz possível uma abordagem mais complexa e abrangente em

torno da realidade.

Segundo Andrade (2002), os ramos da Geografia são diversos, sendo uma tarefa até

difícil de delimitar ou estabelecer limites sobre o que é ou não geográfico, portanto é uma

disciplina fácil de trabalhar e de forma interdisciplinar.

Neste sentido, enquanto disciplina escolar, tais características também conferem a

ciência geográficas diversas possibilidades de uma abordagem interdisciplinar, tendo em vista, os

múltiplos e diferentes objetos de estudo próprios da Geografia.

A principal característica para colocar a interdisciplinaridade em pratica “é a ousadia da

busca, da pesquisa, a transformação da insegurança num exercício do pensar, num construir”, na

forma de diálogos que os conhecimentos devem ser trocados e aceitar os pensamentos

contraditórios (FAZENDA, 1979, P. 18).

A educação necessita de novas formas de abordagem para eliminar o problema do

fracasso escolar, ser planejada e desenvolvida para atender às necessidades formativas dos

alunos com o objetivo de torná-los capazes e preparados para enfrentar as mudanças e desafios

que o progresso e a evolução social naturalmente irão fazer.

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ANALISE DOS RESULTADOS

Em todas as etapas do processo de implantação do projeto Aluno nota azul, nota dez,

relacionado ao ensino de geografia foram planejadas possibilidades de diálogos para que o

trabalho pudesse almejar ao máximo uma pratica interdisciplinar.

Nessa intenção o estudo foi realizado com a aplicação de um questionário sobre a

realização do Projeto Aluno Nota Azul, Nota Dez nas turmas de geografia. Foram aplicados 4

(quatro) questionários com alunos selecionados das turmas de 6°ano do ensino fundamental ao

3° ano do ensino médio da Unidade Escolar Paulo Ferraz no centro do município de Capitão de

Campos - PI, com idade de 11 a 17 anos. A partir da analise das questões respondidas foi

possível identificar as principais percepções que os alunos têm sobre a implantação do projeto.

Nogueira (2001) enfatiza que o desenvolvimento de projetos é de fundamental

importância para que ocorra a interação entre todos os segmentos do conhecimento e o

desenvolvimento destes vem se tornando comum no ambiente escolar. No levantamento de

dados o intuito foi avaliar o desenvolvimento dos alunos referente ao projeto na escola. A figura 1

revela que 41% dos entrevistados responderam que o projeto Aluno Nota azul, nota Dez, é bom e

59% restantes responderam que acham ótimo.

Figura 1 - O

que você acha

da

implantação

do projeto

"Aluno Nota

Azul, Nota

dez?

Fonte: autores

da pesquisa

De

acordo com o

questionário

anterior, no

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qual era questionado sobre o que os alunos achavam do projeto, onde 59% responderam que era

ótimo, com base nisso foi realizado uma nova indagação referente à figura 2, que considerou

todos que responderam o primeiro questionamento.

Figura 2 - Qual a sensação de estar fazendo parte do projeto "Aluno Nota Azul, Nota dez?

Fonte: autores da pesquisa

Na figura 2, foi feita a seguinte indagação. “qual a sensação de esta fazendo parte do

projeto Aluno Nota Azul, Nota dez?” onde 99% responderam que era ótima, revelando que os

alunos estavam interessados pelo projeto.

Fazenda (2001) destaca que no projeto interdisciplinar não se ensina, nem se aprende:

vive-se, exerce-se. Assim sendo, a responsabilidade é coletiva, mas a marca do projeto

interdisciplinar é a responsabilidade individual.

Nesse sentido no próximo questionário foi indagado aos entrevistados: por que entrar ou

se manter no projeto Aluno Nota Azul, Nota dez? O resultado que se obteve foi a percentualidade

de 50% se sentirem incentivados, 30% se sentirem prestigiado e 20% por tirarem notas boas.

Figura 3 – Porque entrar ou se manter no projeto Aluno Nota Azul, Nota dez?

Fonte: autores da pesquisa

O próximo questionamento foi relacionado acerca da opinião dos alunos sobre o que eles

acham de escolas trabalharem com a interdisciplinaridade em geografia? Onde 99%

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responderam que acham ótimo trabalharem a interdisciplinaridade e 1% que não, que acham

ruim.

Figura 4 – O que acham das escolas trabalharem com a interdisciplinaridade em Geografia?

Fonte: autores da pesquisa

Com a aplicação destes questionários foi possível identificar o interesse dos estudantes

em estar buscando métodos que incentivem e os levem a estarem melhorando suas notas e seus

comportamentos dentro do ambiente escolar. Segundo Auler (2017, p.7), “a interdisciplinaridade

requer a análise sob vários olhares disciplinares articulados em torno de um tema constituído de

um problema aberto”.

A proposta de trabalhar projetos como ações de ensino interdisciplinar em Geografia

propõe uma metodologia de ensino onde alunos se sentem motivados a participar com mais

incentivo, e se integrar cada vez mais no ambiente escolar.

CONCLUSÃO

A interdisciplinaridade é a integração entre áreas curriculares no campo educacional,

sendo uma metodologia essencial nos dias atuais e de suma importância no processo de

aprendizagem, principalmente sob o enfoque da Geografia que permite essa dinâmica de

integração de saberes.

A escola em si, precisa ampliar suas perspectivas e inovar seus métodos através de

estratégias que estejam buscando melhorias no ensino e diversificando suas atividades.

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A implantação do projeto Aluno Nota Azul, Nota dez, na escola Paulo Ferraz em Capitão

de Campos - PI buscou uma forma onde os alunos se sentissem motivados a estarem buscando

aprender e qualificar seu aprendizado, através de ações trazidas por regras estabelecidas pela

escola para que os mesmos cumprissem e conseguissem conquistar seu mérito em cada ação

que era imposta a eles.

O caminho da educação deve ser aquele que motiva o aprender, a inovação é um

processo que aos poucos nos obriga a encontrar uma forma de evoluirmos, e dessa forma,

contribuindo sempre por uma melhor educação.

Portanto, a interdisciplinaridade através da implantação desse projeto fez com que

professores e alunos chegassem a uma visão mais ampla e consistente do conhecimento, sendo

o próprio conhecimento mais significativo. Dessa forma, o projeto teve impactos positivos,

valorizando assim o ensino no ambiente escolar, e servindo de exemplo para as demais escolas

da região.

REFERÊNCIAS:

AULER, D. Enfoque ciência-tecnologia-sociedade: pressupostos para o contexto brasileiro.

Ciência & Ensino. v. 1, p.1-20, 2007.

ANDRADE, Mario. A patologia do saber e a interdisciplinaridade. 1. Ed. São Paulo: Vozes,

2002.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro:

efetividade ou ideologia? São Paulo: Loyola, 1979.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. A integração e interdisciplinaridade no ensino de

geografia: efetividade ou ideologia? São Paulo: Loyola, p. 83, 1979

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez,

2001.

NOGUEIRA, N. R. Pedagogia dos projetos: uma jornada interdisciplinar. São Paulo: Érica,

2001.

PONTUSCHKA Nilda Nacib, PAGANELLI, Tomoko Iyda, CACETE, Núria Hanglei. Para Ensinar e

Aprender Geografia, 3° edição, São Paulo: Cortez, 2009.

STRAFORINI, Rafael. Ensinar Geografia: o desafio da totalidade-mundo nas series iniciais.

São Paulo: Annablume, 2008.

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A DIDÁTICA E O ENSINO DE GEOGRAFIA: UM OLHAR SOBRE O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA EDUCAÇÃO NAS AULAS DE

GEOGRAFIA

Fabiana de Sousa Nogueira1 Paula Andreia Ferreira Borges2

Rosenilda Rosa de Moura3

RESUMO: O presente artigo tem por objetivo discutir o processo didático-pedagógico e o ensino de Geografia dando destaque de como a utilização do computador integrado a outras mídias na prática metodológica para o ensino de Geografia em sala de aula pode influenciar no processo de ensino-aprendizagem. Na atualidade as tecnologias tem um espaço considerável em nossas vidas e estão presentes constantemente em nosso dia-dia, não é diferente na sala de aula. Com isso é importante o professor ter conhecimento das possibilidades metodológicas que as tecnologias oferecem para se trabalhar um conteúdo através de atividades criativas de um processo de desenvolvimento consciente e reflexivo do conhecimento, fazendo uso dos recursos tecnológicos. Palavras – chaves: Didática, Novas tecnologias, Educação.

1. Introdução:

A difusão da informática exige que os professores se atualizem com os novos recursos

didáticos que a tecnologia pode oferecer para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem. Essa

ação traz vantagens mútuas para professores e alunos, os avanços das tecnológicas têm sido

relevantes e necessitam conhecimentos mais profundos. As ferramentas de informação e

comunicação4 entram no processo de ensino e de aprendizagem, como materiais que iram dar

apoio ao professor. Com isso, este trabalho tem como objetivo analisar a importância da didática

no ensino de geografia dando destaque ao uso das novas tecnologias da educação.

Para realização deste trabalho o método teórico utilizado foi uma pesquisa bibliográfica.

Nesta perspectiva o trabalho se organizará com a sequência dos seguintes tópicos: A importância

da didática no ensino eo uso das novas tecnologias no ensino de geografia.

1Acadêmica do curso de Licenciatura em Geografia na Universidade Federal do Piauí-UFPI.E-

mail:[email protected]. 2Acadêmica do curso de Licenciatura em Geografia na Universidade Federal do Piauí - UFPI. E-mail:

[email protected] . 3Acadêmica do curso de Licenciatura em Geografia na Universidade Federal do Piauí - UFPI. E-mail:

[email protected] . 4Nas citações futuras utilizaremos a abreviação TIC’Spara nos referir as novas tecnologias de informação e

comunicação.

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2. A importância da didática no ensino:

A educação é o elemento da vida social que se responsabiliza pela organização das

experiências dos indivíduos que ocorrem diariamente, para que a educação ocorra com êxito

necessitamos do auxilio da didática. A didática é um campo de estudos pedagógicos que consiste

de técnicas de ensino, é uma teoria da docência. Veiga (2006, p.8) coloca que

“a didática é um campo de estudo, uma disciplina de natureza pedagógica, orientada para as finalidades educativas e comprometida com as questões concretas da docência, com as expectativas e os interesses dos alunos”.

A palavra didática tem origem na expressão grega- technédidaktiké-, que se traduz por arte

ou técnica de ensinar e foi utilizada pela primeira vez por Ratke, em 1617 em sua obra Introdução

geral à didática ou arte de ensinar. Como qualquer outra disciplina a didática percorreu uma

trajetória segundo Gasparin (2004, p. 85-86):

A constituição da didática comeniana como uma expressão pedagógica da transição da Idade Média à Idade Moderna fundamenta-se, em ambos os períodos, ao mesmo tempo, traduzindo o término de um e o início de outro. Para sermos mais precisos, representa aquele momento específico em que do velho modo de ensinar se passa ao novo.

Como Gasparin(2004) coloca ouve uma mudança na didática no período da Idade Média

para a Idade Moderna, onde vemos uma preocupação maior em se formar um homem pensante é

como se as práticas de ensino passassem por modificações ao longo da história. Por exemplo, na

Idade Média o ensino era limitado, pois boa parte do conhecimento era restrita a igreja, onde as

lições estavam ligadas aos ensinamentos bíblicos, o homem medieval era extremamente religioso

e poucos tinham acesso a esse conhecimento, o numero de pessoas que sabiam ler era

reduzido. Os métodos para ensino não tinham um papel principal, contudo com o iluminismo isso

muda e agora o homem tem que pensar por si só. Com isso novas escolas surgem e com elas

novas técnicas de ensino. Na atualidade a geografia encontra-se em movimento constante:

O ensino da ciência geográfica pressupõe uma compreensão mais elaborada do mundo, da produção e apropriação do espaço pelo homem, por se tratar de um mundo globalizado, que se transforma rapidamente e que reflete uma sociedade do consumo que vem se apropriando grandemente das chamadas tecnologias da comunicação e da informação. É um mundo altamente urbanizado, em que cada vez mais as cidades se tornam locais complexos e objeto de estudo para o ensino de Geografia. (BENTO, 2013, p.32)

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A didática é uma ferramenta essencial para uma boa atuação do educador, vários

elementos formam a didática do professor, onde cada turma exige uma prática diferente. “Não se

pode deixar de pensar que o ensino da Geografia, assim como o ensino de qualquer matéria,

supõe um determinado conteúdo e certos métodos” (BENTO, 2013, p.41). Entre os elementos da

didática temos o planejamento, a metodologia e a avaliação que são instrumentos indispensáveis

para o professor. A didática auxilia o professor para que tenha conhecimento das diferentes

formas de educar e das diversificadas tendências pedagógicas.

O trabalho de ensinar apresenta diversos desafios, segundo Nadal e Papi (2007, p.18)

“diferentemente do que se pensa ensinar não é algo natural, uma tarefa simples. Ao contrário, o

trabalho de ensinar é complexo, pois envolve o elemento humano em situações únicas,

imprevisíveis”. Em uma sala de aula encontramos alunos com varias caraterísticas, necessidades

e dificuldades de aprendizagem diferentes, o professor tem como uma de suas funções

desenvolver uma didática que seja eficiente para toda a sala. Isso requer tempo, paciência e

pesquisa.

Segundo Moura (2001, p.3) “a didática é um elemento da formação do professor, regula

num sentido amplo o comportamento de ser professor”. A didática ajuda no processo ensino-

aprendizagem, o educador tem a oportunidade de planejar as estratégias que serão utilizadas em

sala de aula e a adequá-las conforme as necessidades dos alunos.

Com os estudos a respeito da didática percebemos não se trata apenas de uma lista de

técnicas de ensino, mas sim de uma área bastante complexa do conhecimento onde se busca

fazer uma ponte entre a teoria educacional e a pratica em sala de aula.

O processo de ensino é um meio onde o professor pode alcançar seu objetivo que é a

aprendizagem de seus alunos, o processo didático é conjunto de atividades do professor e dos

alunos, sendo que o professor coordena as atividades para que haja uma assimilação ativa de

conhecimentos e desenvolvimento das habilidades dos alunos melhorando assim o processo de

ensino e aprendizagem.

3. O uso das novas tecnologias no ensino de geografia

Na atualidade as tecnologias tem um espaço considerável em nossas vidas e estão

presentes constantemente em nosso dia-dia e não é diferente na sala de aula. Com isso é

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importante o professor ter conhecimento das possibilidades metodológicas que as tecnologias

oferecem para se trabalhar um conteúdo, através de atividades criativas de um processo de

desenvolvimento consciente e reflexivo do conhecimento, fazendo uso dos recursos tecnológicos.

Como coloca Faria (2012, p.80):

O surgimento dessas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) redefiniu as relações sociais, políticas e econômicas em todo o mundo, tornando-o mais complexo em função do crescimento e aceleração do movimento da circulação de pessoas, mercadorias, dinheiro e informação por todos os cantos do planeta.

Vivemos um momento onde a tecnologia está presente constantemente em nosso dia a

dia, seja através das redes sociais ou através dos sites de informação. Como coloca Moran

(2000, p.63) “ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente

os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos”. Onde é

necessário que as escolas estejam bem preparadas e equipadas, com profissionais que

possam manusear essas ferramentas.

As TIC se configuram como um desses paradigmas modernos, que têm provocado transformações profundas e afetado significativamente as relações sociais, econômicas, culturais, ambientais e espaciais. Nesse sentido, categorias como espaço, lugar, território, sociedade precisam ser reavaliadas na ótica geográfica, para instituir ressignificações e novos parâmetros de abordagem, devido aos avanços das técnicas e das tecnologias. (SILVA, 2015, p.120)

O computador é um instrumento que chama bastante a atenção dos alunos e que está

presente em muitas escolas, contudo muitas vezes acaba não sendo utilizado, contudo as TIC‟S

não se limitam apenas ao computador. O celular também se tornou um objeto que tem presença

constante em sala de aula, contudo na maioria das vezes o celular é usado apenas como uma

ferramenta para acessar redes sociais e acabamos esquecendo do seu potencial para acessar

conteúdos didáticos e interativos de forma rápida e na palma de nossas mãos.

O data show é outra ferramenta bastante importante em sala de aula, ao contrario do

computador e do celular ele está a mais tempo sendo usado durante as aulas, o uso do data

show nos da a possibilidade de projetar imagens grandes, por exemplo é muito mais dinâmico

explicar sobre as formas de relevo como planalto, planície e depressões quando usamos imagens

para ilustrar as diferenças entre os tipos de relevo, isso foi só um pequeno exemplo de como

podemos usar o data show em sala de aula e sem esquecer que ele tem diversas outras

funcionalidades, a integração de mídias na sala de aula pode melhorar o ensino.

Esse uso de tecnologias como o computador, o celular, o tablet, dentre outrosdispositivos de informática, precisa ser ampliado para atender às demandas dos processos formativos e de ensino-aprendizagem na educação básica. Porém, o professor precisa ser preparado para lidar com essa nova realidade da educação brasileira e a sua formação inicial no ensino superior precisa contemplar o uso das

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TIC sob seu aspecto didático-pedagógico, para se tornar uma ferramenta importante na aplicação de metodologias que aperfeiçoem e dinamizem o aprendizado dos conteúdos geográficos. (SILVA, 2015, p.29)

É necessário fazer uma abordagem que demonstre como a experiência educativa mediada

pela utilização do computador e de outras mídias na prática metodológica para o ensino de

Geografia em sala de aula são meios importantes que facilitam o processo de ensino-

aprendizagem e contribuem para uma melhor aprendizagem e consequentemente para uma

melhora na qualidade da educação.

Segundo o geógrafo francês Monbeig (1956, p. 13) “para um mundo moderno convém um

ensino moderno e a Geografia é uma interrogação permanente no mundo”. O mundo encontra-se

em constante mudança onde novas possibilidades e necessidades são geradas diariamente,

nesse processo a educação é afetada e novas formas de ensinar são criadas, com a Geografia

não é diferente:

A Geografia procura se estruturar para compreender esses novos processos, relações e tecnologias para munir a ciência de parâmetros contextualizados para superar paradigmas antigos e consolidar novos para formar melhor o estudante. (SILVA, 2015, p.121)

Com isso percebemos que uso adequado dessas ferramentas no ensino de Geografia,

pode possibilitar que os educandos se insiram cada vez mais em ambientes mais participativos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação é o elemento da vida social que se responsabiliza pela organização das

experiências dos indivíduos que ocorrem diariamente. A educação visa formar indivíduos para

uma vida em sociedade, proporcionando visões que os permita compreender a sociedade como

um todo.

A didática é uma ferramenta com a qual podemos criar, planejar e avaliar. Não podemos

esquecer que o professor é um dos responsáveis pela eficiência do processo de ensino-

aprendizagem e que a participação do aluno, da escola e da família também tem o mesmo valor

de importância, onde tudo precisa ser considerado. Muitas são as dificuldades enfrentadas no

trabalho de ensinar, o professor sempre deve estar atento se suas praticas de ensino estão

dando resultados positivos, pois em uma sala encontram-se indivíduos que tem necessidades e

dificuldades diferentes, o mesmo método de ensino não vai surtir efeito igual em todos. Também

temos como inimigo a falta de interesse de muitos alunos e os recursos reduzidos das escolas.

Os avanços das tecnológicas têm sido relevantes e podem auxiliar na melhoria da

educação, contudo ainda necessitam conhecimentos mais profundos sobre o tema. As

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ferramentas de informação e comunicação entram no processo de ensino e de aprendizagem,

como materiais que iram dar apoio ao professor.Muitassão as possibilidades de uso das

Tecnologias da Informação e Comunicação para auxiliar no processo de ensino. Entretanto ainda

há muito o que ser explorado para que as TICs possam ser aproveitadas ao máximo.

REFERÊNCIAS

BENTO, I. P. A mediação didática na construção do conhecimento geográfico: uma análise do

processo de ensino e aprendizagem de jovens do ensino médio e da potencialidade do lugar.

2013. Tese (Doutorado em Geografia) – Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade

Federal de Goiás, Goiânia.

FARIA, M. O. de. Em busca de uma epistemologia de Geografia escolar: a transposição didática.

2012. Tese (Doutorado em Educação) Programa de doutorado em Educação da Faculdade de

Educação da Universidade Federal da Bahia (FACED – UFBA), Salvador.

GASPARIN, J. L. Gênese histórica do campo da didática moderna. IN:ROMANOWSKI, J. P;

MARTINS, P. L.; JUNQUEIRA, S. R. A (Orgs.).Conhecimento local e conhecimento

universal:pesquisa, didática e ação docente. Curitiba: Champagnat, 2004.

MOURA, M. O. A atividade de ensino como ação formadora. In: CASTRO, A. D.; CARVALHO, A.

M. P. Ensinar a ensinar:didática para a escola fundamental e média. São Paulo: Pioneira

Thomson Learning, 2001.

MORAN, J. M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas. In:

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias

e mediação pedagógica. 17. ed. Campinas, SP: Papirus, 2000.

MONBEIG, P. Papel e valor do ensino da geografia e de sua pesquisa. In: Boletim Carioca de

Geografia, ano VII, 1954, nos. 1 e 2, p. 05-27. Disponível em:

http://www.ffp.uerj.br/tamoios/Monbeing.pf. Acesso em: 15 de março 2018.

NADAL, B. G.; PAPI, S. O. G. O trabalho de ensinar: desafios contemporâneos. In: NADAL, B. G.

(Org.) Práticas Pedagógicas nos anos iniciais: concepção e ação. Ponta Grossa: Editora UEPG,

2007.

VEIGA, I. P. A. (Org.) Lições de didática. São Paulo: Papirus, 2006.

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SILVA, J. R. R.da.As tecnologias da informação e comunicação no ensino de geografia: formação

e prática docente. 2015. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal de

Uberlândia.

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GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO MUNICÍPIO DE CAXIAS-MARANHÃO

Francisca Sousa Silva1 Ricarla Apolinario Barbosa2

Tiago Caminha Lima3

RESUMO: Sabe-se que que a modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem um papel importante no processo de ensino-aprendizagem, pois através da mesma oportuniza jovens e adultos que não tiveram acesso, aos estudos, uma oportunidade iniciar ou retornar sua vivência na sala de aula. A presente pesquisa encontra-se em andamento, pois mesma está relacionado ao trabalho de conclusão de curso. A pesquisa do seguinte trabalho acontecerá na escola Centro de Ensino Odolfo Medeiros,localizada no município de Caxias - Maranhão. A modalidade da pesquisa a ser utilizada é a qualitativa, pois esta abordagem analisa o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como principal instrumento, além disso, pressupõe a existência de uma afinidade dinâmica entre a realidade e o sujeito. A metodologiada pesquisa consiste na pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e a prática de campo. O levantamento bibliográfico consiste no levantamento da literatura da temática. A fundamentação teórica está embasada em autores, como: Gadotti (1995); Freire (2002); Callai (2002); Kaercher (2004); Saviani (2008); Libânio (2009); Borges Neto (2010); Cavalcanti (2010); Flamarion (2011). Quando se discuti na disciplina Geografia remete-se o pensamento de “estratégias”, pois o docente deve sempre está em busca de novas metodologias que garantirá uma melhor aprendizagem e proporcionará ao aluno um maior interesse durante as aulas. Portanto, os conteúdos e os métodos de ensino devem ter características próprias nessa modalidade de ensino, deste modo é preciso estratégias apropriadas para atingir as possibilidades dos mesmos bem como suas necessidades. Diante do exposto, percebe-se que a Geografia é uma disciplina que vai além do livro didático, pois pode ser usado diversos recursos facilitando o processo ensino-aprendizagem do alunado, e assim o mesmo se torna capaz de produzir conhecimento, fazendo a utilização da teoria com a prática. E que através da educação o ser humano se realiza socialmente, culturalmente promovendo também o crescimento de sua autoestima e o seu pensar crítico enquanto cidadão. A presente pesquisa ainda se encontra em andamento, pois a mesma está relacionada ao trabalho de conclusão de curso-TCC. Palavras-chave: Ensino de Geografia. Educação de Jovens e Adultos. Práticas Pedagógicas.

1.INTRODUÇÃO

Particularmente, a Geografia escolar tem procurado pensar o seu papel nessa sociedade

em mudança, indicando novos conteúdos, reafirmando outros, questionando métodos

convencionais, postulando novos métodos. Numa análise da história dessa disciplina do Brasil é

possível marcar o final da década de 1970 com o início de um período de mudanças significativas

em torno de propostas de pesquisas e ensino [...]”. (CAVALCANTI, 2002, p. 11).

1Acadêmica do curso de Licenciatura Plena emGeografia – Centro de Estudos Superiores de Caxias - Universidade Estadual do

Maranhão - CESC/UEMA. E-mail: [email protected] 2 Acadêmica do curso de Licenciatura Plena em Geografia – Centro de Estudos Superiores de Caxias - Universidade Estadual do

Maranhão - CESC/UEMA. E-mail: [email protected] 3 Professor substituto do curso de Licenciatura Plena em Geografia - Centro de Estudos Superiores de Caxias - Universidade

Estadual do Maranhão- CESC/UEMA. E-mail: [email protected]

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A prática pedagógica docente é uma forma de expor em sala de aula uma prática de

cunho construtivista, pois o aluno é o foco nesse processo. O papel do professor é fazer com que

seu aluno seja um sujeito ativo e participativo dentro e fora do ambiente escolar.

Se o professor de Geografia é o mediador no processo de formação do aluno, se a

qualidade dessa mediação interfere nos processos intelectuais, afetivos e sociais do aluno, ele

tem tarefas importantes a cumprir. Sua formação inicial e continuada, que ocorre nas

Universidades e Faculdades e no exercício cotidiano da profissão deve estar voltada para o

cumprimento dessa tarefa social. (CAVALCATI, 2002, p. 21). O professor precisa ter uma

formação continuada, pois o mesmo irá atender alunos de todas as faixas etárias e saber lhe dá

com cada um e isso acaba acontecendo principalmente na Modalidade de Educação de Jovens e

Adultos-EJA, pois a mesma tende jovens e adultos de diferentes idades e personalidades e graus

de aprendizagem diferente.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade que atende jovens e adultos

que não tiveram oportunidade de concluir seus estudos no tempo certo, a EJA é ofertada pela

Secretaria de Educação. Na história da Educação de Jovens e Adultos pode-se perceber que os

resultados não foram satisfatórios, pois apresenta vários programas que antecederam e que

nenhum foi capaz de formar cidadãos críticos porque tanto o MEB, MOBRAL e a FUNDAÇÃO

EDUCAR apenas buscavam ensinar ler eescrever.

A Geografia dentro da Modalidade de Educação de Jovens e Adultos mostra ao seu

alunado seus direitos seja social, político e cultural leva sempre em consideração a vivencia do

aluno, fazendo sempre conexões de acordo com a realidade do aluno.O professor está sempre

em busca de novos métodos para facilitar suas aulas, pois só o livro de didático não é capaz de

suprir a necessidade o aluno, as aulas de geografia hão uma imensa forma de falar a aula ficar

prazerosa usando recursos como: datashow, televisão, aparelho de som, filmes, máquina

fotográfica digital, jornais, cartazes, revistas e o livro didático.

O objetivo deste trabalho é fazer uma análise de como a Modalidade de Educação de

Jovens e Adultos (EJA) ao longo desses anos vem contribuindo para seu público alvo, e analisar

suas práxis como se concretiza garantindo acesso à educação. Os principais autores que

fundamentam o presente artigo são: Friedrich (1995); Gadotti (1995); Santos (2012); Vilanova

(2009) e Fávero (2006). O artigo está dividido em duas etapas, no primeiro momento discuti em

relaçãoatrajetória da Educação de Jovens e Adultos no estado do Maranhão e em seguida faz um

breve histórico sobre o ensino da Educação de Jovens e Adultos no município de Caxias –

Maranhão.

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2 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO ESTADO DO MARANHÃO:

FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Segundo Maranhão (2012) em 1950 o estado do Maranhão passa a oferecer o Programa

de Educação de Jovens e Adultos, mas era estabelecida pelas bases de ensino supletivo. Eram

oferecidos cursos noturnos e era ministrado por professores tanto remunerados como voluntários.

A EJA só passa mesmo a ser executado de fato mesmo na década de 1960 que passou a ser

financiado pelo Movimento de Educação de Base (MEB). Verdadeiramente aparece a Educação

de Jovens e Adultos (EJA) em nível Maranhense. SegundoMaranhão (2012) na década de 1970,

foi criado o Departamento de Ensino Supletivo (DESU), exercendo em níveis federal e estadual a

administração da EJA, no Maranhão [...]. Em 1973, o estado do Maranhão, através do Conselho

Estadual de Educação torna oficial o Ensino Supletivo com a Lei nº 15/73. A que estabelece

normas gerais para o Ensino Supletivo no Sistema de Ensino do Maranhão.

Em 1983 a 1986 funcionava oprojetointitulado: Coordenação de Ensino Supletivo (CESU),

através do mesmo eram ofertados alguns programas como: Programa de Alfabetização Funcional

(PAF); Programa de Educação Integrada (PEI) dentre outros.

Em 1992, formam desativados todos os projetos educacionais. De 1995 até 1998, a Coordenadoria de Ensino Especial- Divisão de Ensino Supletivo (DISUP) se responsabiliza pelo ensino supletivo no Maranhã, lança diversos programas como: o Programa de Ensino Fundamental para jovens e adultos (PEJA); O Telecurso 2000- Ensino Fundamental; o Curso Médio para Jovens e Adultos-Imperatriz e Timon; e o Projeto Leio e Escrevo- experiência em Itapecuru-Mirim. Neste mesmo período, formam realizadas confecções e apostilas de português e matemática, capacitação de professores, exame s supletivo de ensino fundamental e médio, reativação de estudos supletivos (CES) e a formação da banca permanente de avaliação. No ano de 1999, a DISUP foi extinta e transformada na assessoria de Ensino Especial e de Jovens e Adultos. (MARANHÃO, 2012 P. 51).

No ano de 2001, aconteceu a fragmentação de alguns programas que foram: a

Assessoria de Ensino Especial e de Jovens e Adultos, sendo renomeado de Ensino de Jovens e

Adultos (AEJA). Concedeu nesse mesmo ano alguns programas incompletos somente para o

município maranhense de Itapecuru, sendo que em outro período já teria assessorado outros

dezoito municípios maranhense.

Após 2001, a assessoria deEnsino Especial de Jovens e Adultos (AEJA) cria outros

programas além dos mesmos que já existiam. Foram designados programas tanto na zona

urbana quanto na zona rural. A AEJA foi convertida em subgerência de educação de jovens e

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adultos, ou seja, era um cargo no qual substituía a ausência da gerência. A subgerência era

constituída pela fiscalização da Educação de Jovens e Adultos.

Segundo Santos (2012) em 2004 a Secretaria de Estado e de Educação (SEMEDUC) se

reestruturou e transformou a subgerência de Educação de Jovens e Adultos (SUPEJA). De 2004

a 2008, a SUPEJA, supervisão da Gestora da época ofereceu os seguintes cursos e programas

para a EJA:

a) Curso de ensino fundamental e médio para jovens e adultos;

b) Curso de ensino médio para jovens e adultos;

c) Curso sistema modular (semipresencial) ensino fundamental e médio;

d) Exames supletivos- ensino fundamental e médio;

e) Programa Brasil Alfabetizado;

f) Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de

Educação de Jovens e Adultos (PROEJA).

Conforme a resolução CNE/CEB nº 1 de 05 de julho de 2000 - Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Educação e Jovens e Adultos, afirma que o público que a EJA atende jovens e

adultos que não tiveram oportunidade ou não deram continuidade em seus estudos na idade

certa.

Os alunos da EJA são pessoas que geralmente são trabalhadores ou desempregados

que não tiveram acesso à educação.O público alvo da EJA no Maranhão é formado por jovens,

adultos, idosos e por pessoas que tem ou tiveram problemas com a lei. A EJA busca também

alunos que se evadiram da escola para serem inseridos na sociedade e no mercado de trabalho a

fim de se integrar dentro da sociedade.

Para Santos (2012) a 0brigatoriedade do cumprimento dos princípios das Diretrizes

Nacionais para a Educação para Educação de Jovens e Adultos, SEMEC administra a EJA

através de programas nacionais, estaduais e departamentos especializados próprios. Através de

conceitos e teorias que construíam a educação escolarizada e a EJA ao longo da história da

educação, o Estado do Maranhão estabelece sua proposta curricular para a EJA em preposições

vigotskianas e freirianas de educação.

Segundo Maranhão (2012) em relação às proposições deVygotsky fundamenta suas

ideias através da explicação de como se concretiza o processo de ensino e aprendizagem

através dos níveis de desenvolvimento, onde fundamenta que a aprendizagem ocorre na relação

professor e aluno. E Paulo Freire defende a Pedagogia Libertadora, em que o aluno pudesse

desenvolver a criticidade dos alunos.

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Segundo Santos (2012) no Maranhão a EJA utiliza uma proposta curricular para seu

“cumprimento” que é a política pública nacional onde é conhecido como, Programa Nacional de

Integração de Educação profissional com a Educação Básica na Modalidade da Educação de

Jovens e Adultos (PROEJA), que se define como uma EJA profissionalizante.

O Programa Nacional da Integração da Educação Básica com a Educação Profissional na

Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA),oportuniza jovens adultos e idosos que

já concluíram o ensino fundamental para o mercado de trabalho e desenvolver competências e

habilidades para formar alunos capazes de interagir dentro da sociedade. E a EJA possibilita ao

aluno ser inserido em sociedade e no mercado de trabalho.

A EJA no Estado maranhense ainda não cumpre seus objetivos formadores, percebe-se

que ainda há boas leis e assistencialismos sem efeito transformador na educação de adultos de

forma geral faz cinco anos que o Estado estagnou em políticas públicas educativas para o

desenvolvimento da EJA. ( SANTOS, Ano 2012, p. 56)

3 HISTÓRICO SOBRE O ENSINO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO MUNICÍPIO DE

CAXIAS - MARANHÃO.

A Educação de Jovens e Adultos no município de Caxias-MA, como na maior parte tem

sua origem na educação popular, pois seu papel inicial era a alfabetização dos trabalhadores da

Fábrica Têxtil, e aqueles que pretendiam trabalhar ou ser alfabetizados, jovens e adultos que

almejava participar desse sistema de ensino, à vontade, o desejo, de aprender ultrapassam ao

direito de acesso à escola, mas, o direito a uma escola que contribua com a realização do aluno.

De acordo com Vilanova (2009), origina-se oficialmente através da associação Benemérita da União Operária Caxiense. As aulas eram ofertadas aos funcionários e a candidatos a vagas de emprego das fábricas da cidade e mesmo, sendo informais, os conteúdos ministrados correspondiam ao ensino primário e não gerava custos ao aluno, o ensino aos adultos na cidade de Caxias-MA seguia assim proporcionando a alfabetização aos adultos e jovens.

No geral o ensino aos jovens e adultos na cidade de Caxias-MA segue o fluxo das

esferas estadual e federal, o ensino intitulado de EJA surge no referido município pelas

experiências com grupos de alfabetização de adultos sustentados por organizações não

governamentais, pode-se exemplificar o programa Alfabetização solidária, salvo pela intervenção

de instituições filantrópicas de cunho religioso.Segundo Oliveira (2012) a partir da década de

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1990 com a nova LDBEN (Lei 9.394/96) e a reafirmação do direito a educação de forma

especifica e adequada ao universo do jovem e do adulto, bem com a obrigatoriedade de oferta de

ensino a esse público é que a EJA entra em pauta oficial do município.

Através da Lei de Diretrizes e Bases Lei 9394\96 ganha destaque, pois a mesma

proporciona ao indivíduo um direito amparado por lei como direito á educação nas instituições de

ensino e pesquisa, disciplina a educação escolar, que se desenvolve através do ensino e se

propaga predominantemente através do ensino e em instituições culturais e está diretamente

vinculada ao ambiente do trabalho e á pratica social.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (2002) SEMEDUC a EJA no

município ganhou importância a partir da ação de diversas Organizações Governamentais Sem

Fins Lucrativos-ONGs, como BB educar, a Alfabetização Solidária e a Alfalit Brasil, dentre outros,

bem como das ações.A Secretaria Municipal de Educação (SEMEDUC), visa garantir o ensino

fundamental a todos os que não tiveram acesso na idade própria ou que não o concluíram,

proporciona amenização do analfabetismo, proporcionou ao jovem e adultospela busca ao

ensino, vindo propiciar aos alunos a capacidade de ampliação de seus conhecimentos no

ambiente escolar.

O Núcleo de Educação de Jovens e Adultos (NEJA) teve início em 2005, com a finalidade

de promover o estudo sistemático da modalidade e a mediar o diálogo entre o município e as

diferentes instituições em atividade com a mesma caraterística, e o apelo à educação

permanente, a solidariedade, a igualdade e a diversidade.Também em 2005 foi assinado termo

de adesão do município junto a então Secretária de Educação continuada, Alfabetização,

Diversidade (SECAD), Atualmente Secretária de Educação continuada, Alfabetização Diversidade

e inclusão-SECADI para cumprimento do programa Brasil Alfabetizado, neste mesmo ano o

município oferta 2º segmento do ensino fundamental (5º a 8º séries). (OLIVEIRA, 2012, p.39).

4 A DISCIPLINA GEOGRAFIA NA MODALIDADE DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

A Geografia escolar tem um papel ideológico. Por isso, não cabe à ideia da neutralidade

cientifica; se, de um lado, essa disciplina para a reprodução da denominação, por outro lado, as

práticas educativas demonstraram lutas concretas dos educadores dessa área para a melhoria do

ensino público. (LIMA; VLASCH, 2002, p. 01)

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O ensino da Geografia deve ir além dos muros da escola e dos livros didáticos, os alunos devem compreender o espaço em que estão inseridos através do seu desenvolvimento psicológico e da sua noção de espaço. O livro de didático não retrata a realidade como deveria retratar, dificultando a visão do aluno dentro da verdadeira geografia.

O conhecimento do conteúdo geográfico precisa ser repassado de forma apropriada, de

maneira que produza os conhecimentos culturalmente pela humanidade, redefinindo

possibilidades de reconstrução contínua pelo aluno e pelo professor, no cotidiano da sala de aula.

(LIMA; VLACH, 2002. p. 45).

O ensino da Geografia diante dos alunos é de insatisfação, porque o professor não busca adequar o conteúdo de acordo com a vivencia de seu alunado. Todas as metodologias são as mesmas não possibilitando aos alunos a inovação da mesma.

Na escola, portanto, o ensino das diferentes matérias escolares, a metodologia e os

procedimentos de ensino devem ser pensados em função da cultura dos alunos, da cultura

escolar, do saber sistematizado e em função, ainda, da cultura da escola. A tensão entre a

seleção a priori de um conhecimento, a organização do trabalho pedagógico na escola e a

identidade de alunos e professores deve ser a base para a definição do trabalho docente. Nesse

sentido, ensinar Geografia é abrir espaço na sala de aula para o trabalho com diferentes saberes

dos agentes do processo de ensino- alunos e professores”. (CAVALCANTI, 2002, p. 33).

Diante de todos os problemas que a disciplina enfrenta, na grade curricular tem uma imensa importância, pois o ser humano vive geografia todos os dias, porque a geografia acontece no dia- a- dia em tudo que fazemos. Vai desde a construção do espaço geográfico através do trabalho do ser humano produzindo interação entre o homem e a natureza.

A geografia tem uma função privilegiada na grade curricular da escola, uma vez que

proporciona uma maior interação entre o ambiente do aluno e o mundo do qual ele faz parte, na

medida em que favorece uma visão de complexidade sócio-econômica que, por sua vez implica

na (re)construção do espaço geográfico por meio do trabalho humano, do longo processo

histórico. (MOREIRA; MARÇAL; ULHOA, 2006, p. 26)

Ao dialogar sobre a disciplina Geografia remete-seao pensamento de “estratégias”, pois o docente deve sempre está em busca de novas metodologias que garantirá uma melhor aprendizagem e proporcionará ao aluno um maior interesse durante as aulas. Só que ainda existem professores tradicionais que não busca novos caminhos permanece com asmesmas didáticas em todas as aulas, fazendo com que não desperte no aluno o interesse pela disciplina.

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Conforme Cavalcanti (2010) em razão das inúmeras dificuldades que enfrentam no

trabalho, alguns professores se sentem inseguros e se fecham em uma atitude conservadora:

optam por manter os rituais rotineiros e repetitivos da sala e aula, desistindo de experimentar

caminhos novos. Outros pautam seu trabalho pelo desejo permanente de promover a

aprendizagem significativa dos conteúdos que ensinam, envolvendo seus alunos e articulando

intencionalmente seus projetos profissionais a projetos sociais mais amplos.

Através da tradicionalidade do professor durante as aulas causam a desmotivação dos

alunos a através dessa desmotivação o aluno passa a ser um indivíduo com uma visão limitada.O

ensino de Geografia ele não está presente somente dentro da sala de aula, a Geografia

vivenciamos a mesma no nosso dia-a-dia, através das relações com a natureza, com as questões

do conhecimento empírico.

O conhecimento geográfico sempre se fez presente na vida dos seres humanos, muito

antes da sistematização desde saber como área do conhecimento cientifico. Um saber geográfico

se desenvolvia por meio das ações da vida cotidiana, particularmente nas suas relações com a

natureza onde extraiam os alimentos e abrigo necessários a sua subsistência. Ainda, traçavam

rotas e caminhos a serem alcançados e se orientavam no espaço ao qual viviam mostrando desta

forma, o caráter prático e efeito deste conhecimento na vida dos seres humanos.” (ALEXANDRE,

AZABUJA, 2013, p.02).

As aulas de Geografia muito mais centradas nos aspectos teóricos que acompanham o

exercício docente, também predominam referenciais teóricos sem associação com práticas

educativas. A disciplina Geografia é uma área do conhecimento que se ocupam com o processo

de ensino- aprendizagem, dos alunos. Na maioria das vezes usam referenciais teóricos sem

associação com práticas educativas e na maioria das vezes os conteúdos são abordados de

forma superficial.

A disciplina Geografia nos dias atuais dispõe de um leque de propostas de ensino de

geografia e uma diversidade de linhas de trabalho no ensino da geografia. Na disciplina geografia,

o docente ministro aula com exposição de conteúdo, mencionando fenômenos sociais, político,

natural ou cultural, percebe-se que falta uma conexão, um contexto no seu devido lugar, no qual é

transmitido ao aluno. As explicações precisam se desenvolver numa relação de fazer conexões,

ligar, fazer ligação com o lugar ou do espaço no qual o aluno vive, onde o mesmo está inserido.

Todas as explicações devem se desenvolver por meio de um conjunto de conteúdo (Geografia

econômica, humana e física), cada área com suas especificidades.

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Conforme Kaercher(2004), queremos apenas enfatizar que a geografia, ainda que, como

disciplina escolar possa, muitas vezes, parecer insípida, até desagradável para os alunos, é uma

prática social inerente e permanente a todo e qualquer agrupamento humano.

A Geografia dentro da Modalidade de Educação de Jovens e Adultos-EJA possibilita

compreender as relações do cotidiano e experiência do individuo do espaço em que vive. As

práticas docentes dentro da Modalidade de Educação de Jovens e Adultas são de modo

construtivista, cheias e estratégias, experiências. A Educação de Jovens e Adultos exige ser uma

modalidade capaz de possibilitar a teoria e a prática buscando aprofundar o conhecimento capaz

de fazer com que o aluno dessa modalidade seja um ser humano crítico e capaz de inserir dentro

da sociedade para fazer a diferença.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não se pode refletir sobre a Educação de Jovens e Adultos sem relacioná-la diretamente

a forma como a sociedade está estruturada, adultos que voltam aos estudos na EJA buscam, em

sua maioria a certificação de conclusão dos estudos, ou obter uma situação mais favorável no

mundo do trabalho. E também tem intenção de ingressar em uma Universidade.Educação de

Jovens e Adultos possui suas especificidades essa modalidade de ensino trabalha com um

público especifico, em geral são pessoas que não estudaram no tempo adequado ou por algum

motivo deixaram de frequentar a escola, os objetivos da educação são muitos, mas, todos

convergem para transformar os alunos em cidadãos críticos.

A EJA se constitui complexa, por ser uma modalidade de ensino diferenciado, pois a

mesma torna o aluno capaz de influenciar o mundo no qual o vivem de forma positiva, pois

diagnostica a aquisição de várias habilidades, interpretar textos, eles vivenciam um processo de

formação, proporcionado pela educação.A disciplina Geografia dentro da modalidade de

Educação de Jovens e Adultos proporciona aos alunos uma diversidade de conteúdos para a

construção do saber. A geografia escolar.O professor desempenha um papel em sala de aula

capaz de despertar em seu aluno interesse pela disciplina, embora alguns alunos não sentem

interesse pela disciplina.

Conclui-se que o ponto principal da modalidade EJA é proporcionar a inserção desses indivíduos

na sociedade, considerando o pouco tempo de estudo para a formação do aluno e esse estudo

atenda as demandas do público da EJA, notadamente porque para o público da EJA, o tempo é

um fato importantíssimo.

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Dissertação

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O USO DO CROQUI NO ENSINO DA CARTOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Vandgleys da Silva1; Antônio Ferdinand Ribeiro de Souza2;

Iris Carolynne Santos Damasceno3; Tiago Caminha de Lima4

;

RESUMO: Os mapas surgem a partir da necessidade de se explicar a representação topográfica da superfície terrestre e se alinha à busca do homem em conhecer e identificar os locais que lhe rodeiam. Partindo dessa premissa,o presente trabalho tem por objetivo, discutir e mostrar a importância do croqui como recurso didático no ensino de Geografia, em especial na cartografia escolar aplicada no 3° ano do ensino fundamental, assim como sua aplicabilidade e desenvolvimento em sala de aula. A modalidade da pesquisa a ser utilizada é exploratória com estudo de campo, posto que considera o ambiente de sala de aula como fonte direta através da coleta de dados com variáveis indefinidas que fomentam a existência de uma relação dinâmica entre a realidade e o sujeito. Na Seara metodológica foram realizadas a pesquisa bibliográfica prévia e a prática de campo efetivada com auxílio de alunos do ensino fundamental na Unidade de Ensino fundamental Balbina Carvalho, situada em Bacabal Maranhão. A representação cartográfica por meio do croqui leva em consideração a realidade vivida pelos alunos, buscando desenvolver e aperfeiçoar a sua capacidade cognitiva, a sua criatividade para elaborar da melhor forma possível um esboço (croqui), de determinada localidade ou espaço que o mesmo deseja representar e então ajudá-los a ter uma melhor compreensão do lugar em que vivem e assim familiarizar-se com os mapas através da orientação espacial oferecida pela cartografia. Dessa forma, a pesquisa teve como objeto de estudo a produção cartográfica de alunos do ensino fundamental proporcionando trocas de experiências entre alunos, graduandos e professores do ensino fundamental. A partir do resultado obtido, se fez possível desenvolver conteúdo de cartografia visando sempre uma aprendizagem significativa do aluno. Palavras-chave: Ensino de Geografia. Cartografa Escolar. Croqui. Recurso Didático. Ensino Fundamental.

1INTRODUÇÃO

Os mapas surgem a partir da necessidade de se explicar a representação topográfica da

superfície terrestre. Pois desde o seu surgimento o ser humano tem a necessidade de conhecer,

identificar e localizar os lugares que o rodeiam. Antes da existência dos mapas, nossos ancestrais

1Graduanda do curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia–Universidade Federal do Maranhão/Campus

Bacabal. E-mail: [email protected] 2Graduando do curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia – Universidade Federal do

Maranhão/Campus Bacabal.E-mail:[email protected]; 3Graduanda do curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia – Universidade Federal do

Maranhão/Campus Bacabal. E-mail: [email protected]; 4

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já faziam croquis nas superfícies rochosas, depois em papel dos locais por onde passavam como

forma de localizarem-se e de registrar suas rotas.

Ultrapassada a noção de processo de aprendizagem como construtiva, temos que nos ater

ao tema específico do trabalho, qual seja,a noção cartográfica dos alunos do ensino fundamental

(especificamente, estudante do 3ª ano do ensino fundamental) utilizando como instrumento de

avaliação a criação de croquis que representam o ambiente que os rodeia no caminho da escola.

Tendo noção que o croqui é um tipo de esboço que está inserido no campo da Cartografia,

inicialmente, falaremos sobre a mesma. Assim, a Organização das Nações Unidas estabeleceu a

Cartografia como “ciência que trata da concepção, estudo, produção e utilização de mapas”

(ONU, 1949), ou seja, a ciência cartográfica tem por finalidade a produção de mapas para

identificar, localizar e representar o lugar de uma determinada sociedade.

[...] o croqui em geografia aparece vinculado a um tipo de trabalho que se constrói paulatinamente enquanto discurso gráfico, como uma ocasião de ensaios ou mesmo síntese momentânea do estado de uma reflexão. Sempre fazendo referência a um certo tema e sem a preocupação de exaustividade da informação, o croqui se revela como uma primeira tentativa de compreender uma realidade em construção de forma simples e arrojada”. (De BIAGGI, 1996 P. 18).

Os croquis que surgem na Geografia como forma de expressão gráfica para representar

espaços delimitados, caminhos e localizações é importante, visto que ensina de forma simples,

espontânea e sem regras específicas, tendo por característica principal a falta de rigor técnico,

sendo assim, de fácil aprendizagem o que é ideal para ser utilizado nas séries iniciais do ensino

fundamental, já que o mesmo é um esboço feito à mão, ideal para se trabalhar com os alunos que

estão iniciando sua jornada pela cartografia geográfica.

O croqui, tema principal do presente artigo é abordado ainda nas séries iniciais do ensino

fundamental – 3º ano especificamente – no estudo da geografia cartográfica. Por vezes,

visualizamos que o contato do aluno com a geografia como um todo é completamente superficial

e voltado apenas para a atividade de memorização, especialmente quando tratamos do ensino

fundamental menor, ao contrário do que ocorre com o estudo da linguagem e até mesmo da

matemática.

Perante a necessidade de criar meios acessíveis a aprendizagem significativa que trabalhe

no contexto dos alunos com atividade que possa levá-los ao reconhecimento do espaço vivido

como maneira de estimular a leitura cartográfica e os conhecimentos da geografia. Destaca-se o

uso dos recursos como o croqui no ensino fundamental menor, no qual os alunos estão na fase

dos primeiros contatos diretos com os mapas, dando início ao processo de contextualização dos

mesmos, onde o professor é mediador dessa construção através dos esboços.

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Objetiva-se com este trabalho que os alunos do terceiro ano do ensino fundamental

consigam identificar, relacionar e representar seu espaço de vivência, assim como fazer a relação

e leitura de mapas, compreendendo os elementos que o compõem. Proporcionando ao aluno e

professor troca de experiências em sala de aula, através dos conteúdos de Geografia, em

especial o uso de croqui relacionado a cartografia, visando construir uma aprendizagem efetiva.

Desta forma o objetivo principal é mostrar a importância do croqui no ensino da Cartografia

no terceiro ano do ensino fundamental, propondo-o como recurso didático para facilitar o ensino

de Geografia visando atender uma demanda crescente de leitura de imagens cartográficas que

fazem parte do cotidiano dos alunos, sejam eles em livros didáticos, revistas, celulares, TVs,

internet e outros. Ressaltando os desafios em criar forma didática de se trabalhar a Cartografia

em sala de aula, em especial os croquis.

2 METODOLOGIA

O presente artigo foi desenvolvido a partir da tese de Morone, 2007: “O uso de croquis

cartográficos no ensino médio”.Também foi utilizado o livro: Manual do Professor Aprendendo

Junto do terceiro ano do ensino fundamental, os artigos: “Alfabetização Cartográfica: Práticas

Pedagógicas nas Séries Iniciais” de Ricardo Bahia Rios e Juliendy Silva Mendes, e “Aprendendo

a Ler o Mundo: A Geografia nos Anos Iniciais Do Ensino Fundamental” de Helena Copetti Callai

e, os livros de Antônio Carlos Gil “Como Elaborar Projetos de Pesquisa” e “Metodologia Científica”

de João Álvaro Ruiz os quais foram de fundamental importância para a elaboração dos métodos a

serem utilizados em nossa pesquisa de campo, realizados na cidade de Bacabal-MA, bairro

Trizidela Velha, na Unidade de Ensino Fundamental Balbina Carvalho, na qual desenvolvemos

uma atividade com os alunos do terceiro ano do fundamental, no período matutino, voltada para o

ensino do croqui como forma de mostrar a importância do uso do mesmo, para o ensino da

cartografia na disciplina de geografia.

Haja vista que o croqui é um mapa sem escala, esboço de um espaço com o objetivo de se

fazer uma representação rápida e simples de algum lugar e de suas características, por não

conter o rigor técnico dos mapas e plantas, pode ser utilizado para se trabalhar o conteúdo de

geografia nas séries iniciais de maneira lúdica sem compromisso com escala ou exatidão de um

mapa, retornado ao professor a noção básica de localização do aluno.

O mestre é necessário para a seleção de recursos, de instrumentos adequados ao trabalho do estudante [...] é necessário como mediador entre o programa e o aluno. [...] Na quase generalidade dos casos, acreditamos que o tempo que o aluno passa nas salas de aula constitua a maior parte do tempo que dedica aos estudos. (RUIZ, 2011, p. 28, 29).

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Na citação acima, Ruiz deixa claro que tanto escola, quanto professor (a) devem buscar

formas e recursos que levem o aluno a aprender de maneira significativa e, o entusiasme a

dedicar-se aos estudos, visto que o tempo que o mesmo dedica ou é obrigado a disponibilizar a

estudar e aprender, dar-sena escola. Sendo assim desenvolver estratégias de ensino que levem

o aluno, a saber, resolver situações problemas no contexto educativo e social deve ser

prioridades no ensino-aprendizagem educacional.

3RESULTADOS E DISCUSSÃO

A ciência cartográfica faz parte de um contexto de ensino-aprendizagem sobre o espaço

geográfico, tem por papel representar a realidade se utilizando de recursos como os mapas

através de uma linguagem ilustrativa do Território. A cartografia escolar adquire assim a função

de explicar e demonstrar a espacialidade para assim o aluno reconhecer conceitos básicos como

localização, orientação, fusos horários, lugares entre outros.

Neste contexto, é preciso entender como a cartografia vem sendo aplicada em sala de aula

desde as séries iniciais quando então se inicia a alfabetização cartográfica. Está deve acontecer

sob medida de atividades que estimulem ao aluno desenvolver habilidades como: noção da

espacialidade, percepção visual, interpretação entre outros.

Nesta condição atribuísse a tarefa do professor conduzir seus alunos de forma intencional

e planejada, fazendo com que ele produza de maneira criativa e dinâmica, sem deixar de estar

adquirindo conhecimento teórico, ou seja, o professor deve deixar o aluno livre para uma

construção autônoma, porém sendo organizado e guiado pelo mesmo, pois o professor é de

fundamental importância no processo de ensino aprendizagem ao utilizar técnicas que

represente o cotidiano do aluno de forma acessível.

O domínio da linguagem cartográfica constitui-se num fator de relevância para o desenvolvimento e ensino dos conteúdos relacionados a Geografia entre outras disciplinas escolares, principalmente para as crianças, porque a partir desses conhecimentos, os alunos, passam a compreender melhor a organização do espaço onde eles se encontram, minimizando dessa forma as dificuldades nas séries posteriores, onde os conteúdos se apresentam de forma mais complexa. (RIOS, 2009, p. 01).

Na descrição acima é possível ressaltar a importância da alfabetização cartográfica quanto

ao desenvolvimento do aluno que interfere não só na geografia,mas dá suporte quanto a

metodologia para interdisciplinaridade com outras disciplinas. A alfabetização cartográfica deve

ser considerada como o meio de inter-relação entre os conteúdos. A cartografia atribui a

geografia nas séries inicias introduzir o estudo sobre os mapas e seus mais variados tipos de

aplicação.

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Dessa maneira, os mapas devem levar o aluno a reconhecer seu espaço, a sua realidade,

o lugar no qual ele está inserido, ao avaliar a capacidade em sintetizar informações, localizar

pontos e orientar-se perante as coordenadas geográficas. Além dessas habilidades devem

permitir ao aluno fazer uma leitura do espaço enquanto eles tentam superar as dificuldades de

abstração, a criança precisa aprender a representar o seu espaço (CALLAI 2005).

Dessa forma os “croquis”, palavra francesa que significa esboço e é traduzido para o

português como croqui e que caracteriza-se por ser um desenho ou esboço de determinado lugar

ou espaço e não exigir rigor técnico em sua elaboração, torna-se uma ferramenta de fundamental

importância para promover uma alfabetização cartográfica significativa, já que este está previsto

como recurso didático que visa desenvolver habilidades como saberes geográficos que são

previstos nos PCN`s (Parâmetros Curriculares Nacionais) de Geografia em especial no ensino

fundamental.

Desenhar trajetos, percursos, plantas da sala de aula, da casa, do pátio da escola pode ser o início do trabalho do aluno com as formas de representação do espaço. São atividades que, de um modo geral, as crianças dos anos iniciais da escolarização realizam, mas nunca é demais lembrar que o interessante é que as façam apoiadas nos dados concretos e reais e não imaginando/fantasiando. (CALLAI, 2005, p. 244.).

Na visão da autora à aprendizagem da cartografia tem que fazer interconexão entre um

mundo imaginário da criança respeitando sua criatividade, além de mostrar como é organizado o

espaço concreto, ou seja, como as crianças vão aplicar seu conhecimento imaginário visualizado

na vida real. O mapa pode ser construído levandoem consideração aspectos simples do cotidiano

presente até mesmo no ambiente escolar, basta o professor proporcionar ao aluno análise sobre

o lugar que estes estão inseridos.

Daí a necessidade de se criar técnicas acessíveis a condição de aprendizagem do aluno

respeitando suas limitações. Seja através de conduzir atividades relacionadas interpretação do

espaço através do uso de mapas, este que pode ser utilizado através de formas e linguagens

diferenciadas como caso de mapas mentais, do próprio uso de croquis que estimulam o

imaginário do aluno ao permitir a sua autonomia de construção. Neste sentido, a cartografia

adquiriu a função primordial de possibilitar o uso de técnicas favoráveis à aprendizagem nas mais

distintivas fases do ensino, inclusive no ensino infantil.

- Oficina: Práticas pedagógicas

A partir do tema abordado, fora feita uma pesquisa de campo na U. de E. Fundamental

Balbina Carvalho, localizada na cidade de Bacabal-MA, no formato de oficina com os alunos do 3°

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ano do Ensino Fundamental desta escola, a qual foi dividida em três momentos que serão

mostrados na tabela abaixo.

1° Momento Explicação e exposição oral do conceito de croqui para adequá-lo ao entendimento dos alunos.

2° Momento Elaboração do croqui pelos alunos para representar seu espaço de vivência de casa à escola.

3° Momento Leitura do croqui realizado pelos alunos, como eles percebem seu espaço geográfico e se conhecem os pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste).

Tabela 1. Tabela mostrando os três momentos de atividade em sala de aula

Baseado nos momentos descritos acima, o primeiro momento serviu para desenvolver a

compreensão dos alunos em relação ao conceito de croqui e o uso do mesmo como forma de

compreender e representar o espaço vivido. No segundo momento com os alunos já inteirados do

conceito de croqui e do que se tratava a visita feita pelos graduandos à turma, os mesmos deram

início ao processo de produção do desenho retratando o seu percurso de casa à escola dando

ênfase no ponto de vista dos mesmos em relação às características do local observado e

escolhido para desenvolver seu esboço, conforme ilustra a figura abaixo:

Figura 1.Aluno 01 - Croqui do trajeto de casa à escola.

Fonte: Grupo de Pesquisa, 2017.

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Figura 2. Alunos 01-02-03-04-05-06 - Croqui do trajeto de casa à escola. Fonte:Grupo de Pesquisa, 2017.

No último momento, houve a socialização entre graduandos e alunos para expor de forma

lúdica através de seus desenhos como os mesmos percebem e localizam-se no espaço em que

estão inseridos. No decorrer da pesquisa feita com a turma do 3° ano do ensino fundamental,

notou-se uma grande facilidade em compreender o que estava sendo pedido, visto que a noção

espacial que os mesmos possuem fora sentida e observada pelo grupo ali presente, despertando

a admiração dos componentes à frente, diante de tamanha desenvoltura dos alunos ao

representar através do croqui sua realidade.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados obtidos através da pesquisa bibliográfica e de campo aqui exposta,

compreende-se que o croqui é um importante recurso didático que promove o desenvolvimento

cognitivo, aprimora habilidades que possibilitam ao aluno conhecer o espaço em que se encontra

transmitindo assim noções como: espaço, orientação e localização, que serão aprimoradas

futuramente com o ensino cartográfico, na construção de um mapa no qual os mesmos

aprenderam a localizar-se enquanto cidadão de uma rua, bairro, cidade, estado, país e

continente.

Deste modo ao realizar-se este trabalho nota-se que quando as noções de cartografia com

ênfase no croqui são bem trabalhadas nos primeiros anos do ensino fundamental, percebe-se

que seu desenvolvimento tanto na disciplina de geografia quanto na sua própria noção espacial

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desenvolve-se de maneira superior aos demais. Haja vista que nesta fase os alunos estão aptos

a terem os primeiros contatos com a mesma.

Ao aplicar este tema em uma escola pública pode-se conhecer a realidade dos alunos,

suas vulnerabilidades, saindo assim da parte teórica e partindo para observação empírica, o que

pode vir a contribuir para o desenvolvimento de projetos que agregam conhecimentos, valores,

mudanças positivas no cotidiano desses alunos, buscando sempre uma interação entre escola e

família através do ensino de um tema em uma determinada disciplina, visto que o mesmo pode

ser explorado de diversos modos por todas as áreas educacionais.

Dessa forma, a pesquisa proporcionou trocas de experiências entre alunos graduandos e

professores do ensino fundamental que criou o ambiente ideala elaboraçãode materiais para um

aperfeiçoamento do plano de aula capaz de maximizar a eficiência no ensino da cartografia a

nível fundamental.

5Referências

BIAGGI, E.M. Cartografia e Grande Imprensa: análise das representações doLeste Europeu – 1992. Dissertação de Mestrado. DG/FFLCH/USP, São Paulo,1996. BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclo: Geografia. Brasília: MECSEF, 1998. CALLAI, H. C. - “Aprendendo a ler o mundo: a geografia nos anos iniciais do ensino fundamental”. Cad. Cede, Campinas, vol. 25, n. 66, p. 227-247, maio/ago. 2005, Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v25n66/a06v2566.pdf> Acesso em 27 de outubro de 2017, às 15h25min40seg DIAS, Tielle Soares - “Cartografia nas séries iniciais do ensino fundamental: para ler além das convenções”. In:10° Encontro Nacional de Prática de Ensino em Geografia, Porto Alegre, 2009. Anais... Porto Alegre, 2009. Disponível em:http://www.agb.org.br/XENPEG/artigos/GT/GT6/tc6%20%28999%29.pdf>Acesso em 27 de outubro 2017, às 18h4020seg. HAGAT, Cristiane de Lurdes Xavier, SILVA, Camila Benson da, DEON, Alana Rigo, Cartografia e Leitura de Mundo no Ensino de Geografia, In: XI Encontro Nacional da ANPEGE, Anais..., 2015. Disponível em: http://www.enanpege.ggf.br/2015/anais/arquivos/11/330.pdf> Acesso em 27 de outubro 2017, às 17h10min40seg. RIOS, Ricardo Bahia - “Alfabetização cartográfica: práticas pedagógicas nas séries iniciais”. In:10° Encontro Nacional de Prática de Ensino em Geografia, Porto Alegre, 2009. Anais... Porto Alegre, 2009. Disponível em: http://www.agb.org.br/XENPEG/artigos/GT/GT6/tc6%20%288%29.pdf> Acesso em 27 de outubro 2017, às 16h12min50seg.

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SILVA, Leda Leonardo. Aprender Juntos Geografia 3. 4ª edição, São Paulo, Edições SM Ltda. 2014.

RONCA,Antonio Carlos Caruso. Teorias de ensino: a contribuição de David Ausubel. Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 2, n. 3, p. 91-95, dez. 1994 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1994000300009&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 04 abr. 2018. 6 AGRADECIMENTOS

Aproveitamos o ensejo para agradecer à Raiany Cristina da Silva Sousa e Edileia Barbosa

Reis que contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho, bem como à Escola Municipal

Balbina Carvalho, nas pessoas de sua diretora Gilvane Ramos e professora Marlene Oliveira

Costa que permitiram a aplicação prática da proposta inicial e com isso a análise dos resultados

obtidos.

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A CONTRIBUIÇÃO DOS SITES DE BUSCA NO ENSINO DE GEOGRAFIA EM SALA DE AULA NA CONTEMPORANEIDADE

Alzenira Costa de Oliveira* Antônia Sales de Sá**

Saionara Carneiro Lima***

RESUMO: Com o processo de globalização, as tecnologias surgiram como ferramentas, sendo utilizadas como auxilio em várias atividades desenvolvidas pelos seres humanos, proporcionando uma maior interação e ao mesmo tempo resolutividade em tempo hábil de atividades antes demoradas. São várias as ferramentas tecnológicas que surgiram e ao passar do tempo estas são aperfeiçoadas de acordo com o desenvolvimento da sociedade, bem como surgem sempre novas. Os sites de busca são possibilidades que contribuem no processo de ensino e aprendizagem. Diante disso surgiu a seguinte problemática: Qual a contribuição dos sites de busca no ensino de Geografia em sala de aula, na contemporaneidade? A humanidade a cada dia que passa, acompanha e se aperfeiçoa em todos os campos com o uso das tecnologias, e na educação, estas podem: oferecer suporte aos professores no desenvolvimento de sua metodologia de ensino; despertar nos alunos a curiosidade em buscar respostas a possíveis perguntas; propor aos professores a capacidade de despertar nos docentes uma aprendizagem mais rápida e descontraída. O presente artigo tem como objetivo geral apresentar vantagens na utilização dos sites de busca no processo de ensino e aprendizado de Geografia nas escolas, na contemporaneidade, e objetivos específicos: identificar dificuldades encontradas pelos docentes a respeito do ensino de Geografia em sala de aula; despertar nos educadores a importância do uso dos sites de busca no processo de ensino-aprendizagem; analisar as diferenças entre o sistema convencional de ensino com o sistema que acompanha a globalização. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, em busca do entendimento acerca do que já foi estudado sobre o assunto em questão. O interesse pelo tema surgiu da curiosidade de entender como os sites de busca auxiliam no progresso em ensinar a disciplina de Geografia em sala de aula. Assim, foi possível perceber que os sites de busca,, se utilizadas conscientemente, muito tem a contribuir tanto para aluno, como para toda a comunidade escolar. Palavras-chave: Ensino de Geografia; Prática Docente; Sites de Busca.

1- INTRODUÇÃO

A formação do currículo de Geografia contempla o meio ambiente, suas diferenças e transformações, sejam

elas naturais ou de natureza humana, esta ultima pode prejudicar o espaço geográfico, podendo se tornar

irreversíveis. No entanto, para que sejam resolvidas ou ao menos minimizadas, é necessário que as pessoas exerçam

a cidadania, assim, neste contexto a Geografia Escolar se apresenta como o meio para a formação de cidadãos

críticos capazes departicipar positivamente deste cenário, sendo uma ferramenta importantíssima para a reflexão

sobre soluções para os problemas existentes no espaço geográfico. De acordo com Cavalcanti (2012):

____________

* ** ***Alunas do curso de Licenciatura em Geografia, na Universidade Federal do Piauí-UFPI. Centro de Educação Aberta e a

Distância-CEAD.

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A escola é, nessa linha de entendimento, um lugar de encontro de culturas, de saberes, de saberes científicos e de saberes cotidianos, ainda que o seu trabalho tenha como referência básica os saberes científicos. A escola lida com culturas, seja no interior da sala de aula, seja nos demais espaços escolares, e a geografia escolar é uma das mediações pelas quais o encontro e o confronto entre culturas acontecem. Na escola, portanto, o ensino das diferentes matérias escolares, a metodologia e os procedimentos devem ser pensados em razão da cultura dos alunos, da cultura escolar, do saber sistematizado e em razão, ainda, da cultura da escola. A tensão entre a seleção a priori de um conhecimento, a organização do trabalho pedagógico na escola e a identidade de alunos e professores deve ser a base para a definição do trabalho docente. Nesse sentido, ensinar geografia é abrir espaço na sala de aula para o trabalho com os diferentes saberes dos agentes do processo de ensino – alunos e professores. (CAVALCANTI, 2012 p.45).

Segundo a autora, a Geografia Escolar é uma auxiliar ao professor com relação à expansão dos conhecimentos

sobre o espaço e as diferenças existentes entre estes, a partir da vivência e realidade de cada aluno, despertando a

participação no processo de desenvolvimento do meio social. A sociedade contemporânea está a cada dia, mais

atualizada em todos os campos, em acompanhamento ao desenvolvimento da globalização, possibilitando uma

eficiência em maior porcentagem, no que diz respeito a oferecimento de serviços, no meio administrativo, de

produção, de vendas, educação, saúde, entre outros.

A educação por muito tempo se utilizou do ensino tradicional, no qual os professores seguem simplesmente a

sequencia do livro didático adotado pela escola, sem sair da linha de direcionamento do mesmo, esta maneira de

ensino, de certa forma proibia o aluno de pensar criticamente e ao menos discordar do que estava sendo exposto,

tendo este que aceitar e reproduzir sem nenhuma modificação as informações. As TIC’s (Tecnologias de Informação

e Comunicação) são vias, as quais proporcionam a este processo de crescimento, alterações significativas,

fornecendo resolutividade em tempo hábil. A educação em meio a tantas transformações se questiona: Como

propor o ensino a uma sociedade plenamente tecnológica? E assim surge a problemática: Qual a contribuição dos

sites de busca no ensino de Geografia em sala de aula na contemporaneidade?

As transformações políticas, sociais, econômicas, culturais muito tem sido influenciadas pelo crescimento

tecnológico, o qual se apresenta como ferramenta de auxilio às mudanças significativas. Diante disso surge a

necessidade de buscar entender como as tecnologias podem oferecer suporte para os métodos de ensino. Segundo

Barros (2011):

No espaço escolar, a utilização e integração cada vez maior das tecnologias da informação e da comunicação (TIC), em geral, coloca novos desafios pedagógicos e obriga à redefinição dos papéis dos diferentes parceiros no processo educativo. Neste sentido, as TIC podem ser encaradas como um reforço aos métodos tradicionais de ensino ou como uma forma de renovação das oportunidades de aprendizagem. (BARROS et al, 2011 p.08).

Para os autores, por se tratar de um espaço que precisa estar em constantes renovações, à

escola utiliza as tecnologias da informação e da comunicação (TICs), como meios para

proporcionar aos professores a mudança e/ou renovação das práticas metodológicas, aliadas ao

uso dos recursos mais comuns: livro didático, pincel, quadro branco, entre outros.

O objetivo geral da pesquisa pode ser entendido como: apresentar vantagens na utilização

dos sites de busca no processo de ensino e aprendizado de Geografia nas escolas da atualidade,

e objetivos específicos: identificar dificuldades encontradas pelos docentes a respeito do ensino

de Geografia em sala de aula; despertar nos educadores a importância do uso desta ferramenta

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no processo de ensino-aprendizagem; analisar as diferenças entre o sistema convencional de

ensino com o sistema que acompanha a globalização. A tecnologia surge e traz consigo um

grande desafio para a sociedade, visto que a porcentagem de professores que tem pouco ou

nenhum contato com os meios tecnológicos ainda é considerável, principalmente os docentes que

possuem uma carreira delonga, e os que desenvolvem suas atividades na zona rural, muitas

vezes por falta de conhecimento e outras por falta de estrutura e disposição das ferramentas para

execução de atividades tecnológicas. Para Barros (2011):

As tecnologias digitais são ferramentas ou recursos que permitem, para além de armazenamento e transporte de informação, novas formas de acesso ao conhecimento e de relacionamento entre conteúdos e actores no processo. Com elas cresce também a necessidade de novas concepções do processo educativo, do desenvolvimento de novas estratégias de ensino-aprendizagem, de novas práticas mais flexíveis, em termos de tempo, espaço, conteúdos e processos. (BARROS et al, 2011 p.76).

A educação muito tem a seu favor a partir do momento que colocam em prática a utilização

das tecnologias, levando em consideração as necessidades e realidade dos alunos, bem como a

preparação dos professores para utiliza-las e que estes conheçam os procedimentos didáticos, os

quais possam ser desenvolvidos com a inserção destas ferramentas, proporcionando melhor

qualidade de ensino e uma aprendizagem que fomenta o aumento de uma perspectiva

educacional com mais eficiência, visto que com o sistema convencional, os alunos muitas vezes

apresentam desinteresse pelo acompanhamento da aula. Diante disso o professor precisa star

sempre em busca de ferramentas que lhes possibilitem exercer sua função de maneira que

desperte o interesse dos discentes pelos conteúdos. Os sites de busca é uma ferramenta que

oferece aos docentes esta possibilidade.

Para a realização da pesquisa contou-se com o suporte teórico de autores que tratam do

tema em suas produções, proporcionando auxilio no decorrer de todo o processo da produção do

conteúdo. No processo de inserção destas ferramentas, fica evidente que toda a comunidade

escolar precisa ter o conhecimento das vantagens assim como os envolvidos estejam dispostos a

aprimorarem suas atividades, com o objetivo de uma melhor qualidade de ensino, atrelada à

capacidade de acompanhar o desenvolvimento tecnológico, utilizando este a seu favor.

2- ASPECTOS SOBRE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

A educação brasileira sempre sofreu várias transformações, as quais proporcionaram sua

evolução, desde ter como prioridade ser ofertadas aos filhos de reis e imperadores até chegar à

realidade dos dias de hoje, que passou a ser ofertada para todas as classes sociais, sem

diferenciação de cor, raça, etnia, posição na sociedade, entre outros fatores que antes eram

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levados em consideração. Este crescimento evolutivo muito tem haver com o crescimento

econômico do país e com o desenvolvimento politico. . De acordo com Romanelli (2001 p.34),

apud CANHOLATO e SILVA (2015):

A evolução da educação escolar está diretamente ligada à evolução do poder político, pois a mesma é utilizada para atender aos interesses daqueles que estão no poder. Por mais que os objetivos do sistema de educação visem atender a sociedade como um todo, acabam sempre favorecendo ao grupo social detentor do poder, pois são esses que legislam e fazem de acordos com os valores adquiridos para a sua ocupação na estrutura social. Em diferentes períodos a educação escolar passou a se organizar não só de forma fragmentária por causa do avanço e do fortalecimento do regime político centralizador, mas de forma que refletisse a contradições de um sistema político responsável mais pela metamorfose das formas tradicionais de controle do poder do que realmente pelas novas formas. (ROMANELLI (2001. p 34) apud CANHOLSTO; SILVA, 2015 p.17).

Diante destas modificações, tanto humanas como de serviços, a cada dia surge um novo processo de

funcionamento das atividades tendo as tecnologias como meio para identificação de problemas e resolução com

mais eficiência. Na educação estas proporcionam ao professor auxilio no desenvolvimento de suas atividades

metodológicas, este atuando como facilitador do aprendizado dos alunos. De acordo com Alves (2009):

O movimento mais significativo da transformação do pensamento técnico, afastando-o do caráter descritivo para se comprometer com a experimentação, a verificação e comprovação de dados e teorias, dá-se nos princípios do séc. XVIII, através do estreitamento dos laços entre o saber técnico e o saber intelectual. A partir de então, a tecnologia estuda, de forma profunda e segundo uma ordem sistemática, como encontrar os meios de atingir um objetivo final, a partir de princípios verdadeiros e de experiências seguras. Desta forma, a tecnologia passa a ser considerada como a aplicação de conhecimentos científicos na resolução de problemas. Tecnologia passa a ser

sinônimo de ciência aplicada. (ALVES, 2009 p.18).

Para a autora, a tecnologia passa a propor a interligação entre o aprendizado teórico e o

conhecimento mental, com o objetivo de alcançar a resolutividade de problemas, tendo a

tecnologia como meio para esta ligação. Na educação esta proporciona uma reordenação do seu

processo de ensino com a pretensão de melhorar a sua qualidade. Diante da globalização visível

na atualidade, Alves (2009) afirma que:

A Tecnologia Educativa surge, por um lado, como via de acesso ao processo geral de tecnização da vida, isto é, o homem deve ser educado para atuar conscientemente num ambiente tecnológico e, por outro lado, como uma ciência aplicada capaz de contribuir para tornar o processo educativo mais eficaz, isto é, melhorar a aprendizagem. O domínio de estudo da Tecnologia Educativa consiste, assim, na construção de sistemas de ensino-aprendizagem capazes de provocar mudanças educativas significativas. (ALVES, 2009 p.21).

Várias foram às mudanças no mundo com relação ao surgimento e inserção destas

ferramentas, a cada tempo uma evolução mais significativa, proporcionando as pessoas o

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manuseio de máquinas para uma produção de utensílios e serviços em tempo hábil e em grande

quantidade. A tecnologia se apresenta desde formas simples até as mais complexas, visíveis no

dia-a-dia de cada cidadão. Segundo Fernandes e Zitzke (2012):

Desde os primeiros objetos criados pela necessidade humana a técnica esteve presente, na pintura de um quadro até a fabricação de um carro novo é necessário técnica (s), a produção destes se diferenciam em como se utilizam essa (s) técnica (s), individualmente ou coletivamente, manualmente ou com a ajuda de “máquinas”. Sapatos, roupas, utensílios domésticos, móveis, dentre outros, eram confeccionados por artesãos, a partir do século XIX, com a Revolução Industrial o trabalho individualizado passou a ser coletivo, novas técnicas foram surgindo, e conseguinte ao avanço da técnica o surgimento da tecnologia. (FERNANDES; ZITZKE, 2012 p 01).

O crescimento populacional proporciona que tanto as indústrias se desenvolvessem sempre,

em busca da melhoria da qualidade dos seus serviços como na diminuição de tempo para a

realização deste. No campo da educação, o interesse pela implantação da tecnologia não poderia

deixar de acontecer, visto que o docente, precisa sempre estar atento a todas as mudanças e se

qualificar constantemente com o intuito de proporcionar aos discentes aulas criativas e

consideravelmente atrativas, pois é evidente que os educandos a cada dia se posicionam como

seres automaticamente tecnológicos. As últimas gerações estão sempre e firmemente em contato

direto com o campo tecnológico e assim fomentam o desejo da atualização das metodologias

aplicadas em sala de aula. Para Barros et al (2011):

Nesse cenário social e tecnológico, a emergente dinâmica cognitiva e comunicacional exige uma sala de aula presencial e online capaz acolher essa tendência sociotécnica e com ela potenciar as teorias e práticas de mediação docente e de aprendizagem historicamente reconhecidas como democráticas, colaborativas, interacionistas, multiculturais. Mais do que ter tudo isso em conta, os professores são convidados à formação contínua, capaz de prepará-los para enfrentar os desafios na nova ambiência de conhecimento, crenças, artes, valores, leis, costumes, hábitos e aptidões desenvolvidos pelas sociedades na era digital em rede global. Uma formação capaz de os motivar a estarem sintonizados com o movimento das tecnologias digitais de informação e comunicação e suas implicações cognitivas e comunicacionais na educação “presencial” e online, na formação da cidadania, da cibercidadania. (BARROS, et al, 2011 p.02).

A aquisição de conhecimentos acerca das tecnologias e todos os seus processos de

desenvolvimento, almeja uma preparação prévia dos seus possíveis manipuladores, os docentes

precisam ser preparados para aprofundamento dos seus conhecimentos prévios, sendo que com

estes é possível a interação de aluno-tecnologia-professor, e esta se tornando um ciclo de troca

de conhecimentos, tendo como ponto de partida o conhecimento apresentado pelo educador e

construído com este processo de interação, partindo do pressuposto que o aluno precisa aguçar

seu senso crítico, visto que com esta característica estes podem levar uma vida tranquila e

decidida enquanto cidadão.

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3- RELAÇÃO ENTRE O PROFESSOR DE GEOGRAFIA E OS SITES DE BUSCA

Os sites de busca podem oferecer aos professores a capacidade de orientar o acesso dos

alunos em busca do conhecimento de vários assuntos de Geografia, a partir de um planejamento,

no qual os docentes organizem os conteúdos e apresentem questionamentos que despertem nos

alunos a curiosidade e assim pesquisarem nos sites, para um possível debate e troca de

informações, aprimorando o trabalho e intensificando o senso critico. O desenvolvimento

tecnológico, muito contribuiu para a atuação do professor em sala de aula, proporcionando a

diversificação e praticidade em transmitir o seu conhecimento para os alunos e o mais importante,

atiçar neles a capacidade de se tornarem cidadãos críticos e presentes no processo de evolução

e crescimento social. Tendo a fantástica tarefa de instruir pessoas no ato de educar, estes

profissionais precisam estar sempre acompanhando as transformações das ferramentas

tecnológicas, é imprescindível que os docentes saibam manipular e estejam capacitados para as

utilizarem, da melhor maneira possível. Para Barros et al (2011):

A formação não pode basear-se na simples transmissão da informação mas sim na potenciação de competências como o pensamento crítico, a gestão do conhecimento, o aprender a aprender, entre outras. Para tal são necessárias estratégias formativas baseadas em processos educativos inovadores que permitam o desenrolar de processos de aprendizagem eficazes. (BARROS et al 2011 p 75).

Para os autores a educação não se limita ao simples ato de transmitir os conhecimentos dos

professores dos alunos assimilarem estes, ela vai além, podendo proporcionar aos alunos a

capacidade de desenvolver seu pensamento critico a respeito dos temas e isso é possível, a

partir do momento que os professores se permitam, conhecer, aprender e utilizar ferramentas

tecnológicas em suas metodologias de ensino.

Os docentes são fundamentais para mediação de conhecimentos, por serem os

responsáveis por dar a direção que os alunos devam seguir para se tornarem seres atuantes no

seu desenvolvimento intelectual. Segundo Barros et al (2011):

São apontadas uma série de mudanças no papel dos professores em interações mediadas por computadores, com os seus alunos, que reforçam a ideia do professor como guia e provedor de recursos. O docente deve estabelecer as directrizes do trabalho para o estudante desenvolver o seu processo de aprendizagem reforçando a ideia de auto-aprendizagem. Neste sentido, preconiza-se uma maior sensibilidade aos estilos de aprendizagem dos estudantes. (BARROS et al, 2011 p.80).

Para o professor de Geografia, são muitas as vantagens com relação à mediação, visto que

esta é uma disciplina intitulada por muitos alunos de difícil compreensão, situação que exigem

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dos professores a tornarem suas aulas instigantes, proporcionado ao aluno uma aprendizagem

de qualidade. Borges; Santos; Santos (2013) deixam bem claro, quando afirmam que:

Assim, percebendo que o comportamento dos alunos nas aulas de geografia não é diferente nas outras disciplinas, percebe-se que é necessário reunir elementos capazes para ressignificar o trabalho dessa disciplina em sala de aula. De preferência, utilizando um recurso atual e atrativo para os mesmos, as redes sociais. (BORGES; SANTOS; SANTOS, 2013 p.10).

Diante destes aspectos a entidade educacional precisa em seus planejamentos ficarem

atentos a possibilidade de estarem sempre ofertando aos professores capacitações, tornando

assim o corpo docente capaz de ir além do que utilizarem somente o livro didático, o quadro e o

pincel, e concomitantemente utilizem de maneira consciente recursos tecnológicos para o

aprimoramento de suas atividades. É certo que alguns professores possam parecer serem

resistentes ao uso destas, mas é imprescindível que sejam esclarecidos das vantagens destas

ferramentas, assim como da sua importância no meio social.

A necessidade de aprimorar a didática no ensino de Geografia nas escolas, mesmo com a

utilização dos instrumentos, fica mais óbvio quando se para pra analisar a vida cotidiana das

pessoas e em especial dos jovens, os quais estão em constante contato com a internet, bem

como utilizam sempre os sites de busca, a partir desta realidade, o professor pode fazer a junção

de algo do interesse para os alunos com o desenvolvimento de suas atividades, permitindo o uso

e este monitorado de sites de busca em salas de aula, esta atividade não precisa

necessariamente ter uma sala de computação na escola, pois esta atividade pode ser realizada

com o auxilio dos celulares dos alunos.

4- CONCLUSÃO

Hoje os meios tecnológicos estão ao alcance da população e sempre com mais frequência, através da sua

utilização na escola, é possível que docentes e discentes consigam grandes resultados com relação ao ganho de

conhecimentos e desenvolvimento de algumas habilidades. Os sites de busca proporcionam aos professores o

dinamismo em sala de aula, assim como atiça nos estudantes a curiosidade em utiliza-los em prol das atividades

escolares, visto que se é possível o uso de celulares, e este monitorado, este pode ser um meio de despertar o

interesse pela aula, pois irão utilizar uma ferramenta que está presente no dia-a-dia de cada um.

Ao momento que os alunos se dedicam a pesquisar, estudar sobre determinado assunto e este com a

utilização dos sites de busca, este indiretamente desenvolve alguns requisitos positivos, como: sucesso na escola,

motivação elevada, vontade de ir à busca de conhecimento, entre outros. É evidente que frente a tantos pontos

positivos, existam os negativos, com relação ao uso de ferramentas tecnológicas. No ensino de Geografia, assim

como em qualquer disciplina, estas devem ser usadas com responsabilidade e da melhor maneira possível

proporcionando o desaparecimento dos pontos negativos, deixando á mostra apenas os que valam a pena conhecer

e vivenciar, e nesse momento o professor passa de transmissor de conhecimentos para mediador do aprendizado,

possibilitando um ensino de qualidade, com a incorporação de novas competências aos envolvidos no processo de

ensino-aprendizado.

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REFERÊNCIAS

ALVES, T.A.S. Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas escolas: da idealização à realidade. Lisboa, 2009.

BARROS, D.M.V. et al. Educação e Tecnologias: reflexões, inovações e práticas. Lisboa, 2011.

BORGES, G.F; SANTOS, L. G; SANTOS, L.A. Proposta de Ensino de Geografia mediada pelas TICs: Uso de imagem no

G+. I Jornada Baiana de Pedagogia. Ilhéus, 2013.

CANHOLATO, C. A; SILVA, F. M. C. O Uso das tecnologias da informação e comunicação no ensino de Geografia.

Monografia. Campos dos Goytacazes/RJ. 2015.

CAVALCANTI, L. S. O ensino de geografia na escola. Campinas, SP: Papirus, 2012.

FERNANDES, E.R; ZITZKE, V.A. A evolução da técnica e o surgimento da tecnologia no contexto econômico e

educacional. III Congresso Internacional de História da UFG/Jataí. ISSN 2178-1281. Jataí, 2012.

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GEOGRAFIA ESCOLAR E SUSTENTABILIDADE NO INFANTIL II, EM PIRACURUCA - PI

Maria Waldiana Sousa Rodrigues1 Michele do Amaral Silva2

Francílio de Amorim dos Santos3

RESUMO: O presente artigo teve como principal objetivo analisar as diversas formas de abordagem do tema sustentabilidade no contexto da Geografia Escolar, no Infantil II. Sabe-se que as crianças da educação infantil têm maior facilidade para adquirir conhecimentos, devido a isso é fundamental abordar o tema sustentabilidade logo no início de sua vida escolar. O estudo foi realizado na Unidade Escolar Deputado João Henrique de Sousa, no município de Piracuruca, em uma sala de aula da Educação Infantil, particularmente no Infantil II. A atividade constou de 4 (quatro) etapas, quais sejam: i) montar a palavra sustentabilidade; ii) conversa informativa; iii) aplicação da dinâmica do espelho; iv) a exposição de brinquedos e utensílios recicláveis. Nesse sentido, cabe destacar que durante o desenvolvimento da atividade os alunos mostraram-se interessados e motivados em participar. Dessa forma, durante a execução da prática dinâmica do espelho foi possível mostrar aos alunos que todos são responsáveis pela conservação do planeta. Foi, ainda, realizada uma palestra com uso de cartazes, apresentação de slides e vídeos onde foi mostrado o futuro do planeta, caso não sejam adotas estratégias sustentáveis. Em suma, o estudo possibilitou às crianças participarem da produção do conhecimento e, como tal, pensar ações que promovam mudanças para garantir a manutenção da vida na Terra.

Palavras-chave: Sustentabilidade, Educação infantil, Meio ambiente.

INTRODUÇÃO

O ensino sobre sustentabilidade permite a sensibilização e o desenvolvimento de ações

que visam minimizar as agressões ao meio ambiente. Logo, é fundamental que esse ensino seja

praticado desde as séries iniciais na educação infantil, pois são esses educandos que podem

mudar a realidade na qual nos encontramos e assim transmitir os conhecimentos adquiridos aos

familiares e a comunidade como um todo, notadamente para praticarem atitudes sustentáveis.

De acordo com Dantas (2003) é na educação infantil que as crianças desenvolvem melhor

o ensino-aprendizagem, por esta razão o estudo teve como foco o referido tema no ensino

infantil, notadamente no Infantil II, levando em consideração que esta seja a melhor fase para se

adquirir conhecimentos. Foi considerada, ainda, a importância do tema sustentabilidade como

forma de transformar as atitudes das crianças enquanto cidadãos.

Diante da realidade, tornou-se necessária e oportuna uma reflexão sobre o conceito e as

estratégias relacionadas à sustentabilidade no contexto do ensino de Geografia, bem como a

1Graduanda em Geografia, pela Universidade Federal do Piauí / Polo Território dos Cocais. E-mail:

[email protected]. 2Graduanda em Geografia, pela Universidade Federal do Piauí / Polo Território dos Cocais. E-mail:

[email protected]. 3Mestre em Geografia (UFPI); Docente do Instituto Federal do Piauí / Campus Piripiri; Tutor do curso de Geografia da

Universidade Federal do Piauí / Polo Território dos Cocais. E-mail: [email protected].

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produção de material áudio visual, como forma de subsidiar ações voltadas à sensibilização

ambiental e a sustentabilidade. Nessa perspectiva, o presente estudo buscou analisar as diversas

formas de abordagem do tema sustentabilidade no contexto da Geografia Escolar, no Infantil II.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Importância da educação ambiental na educação infantil

Inicialmente, cabe salientar que a Educação Ambiental (EA) é um tema que cada dia mais

vem se destacando por conta da preocupação com meio ambiente. Portanto, sua discussão é

assunto fundamental a vida de todos, contudo muitas pessoas presentes no meio social não

conseguem compreender de forma precisa o real motivo, riscos e as proporções em relação ao

uso inadequado dos recursos naturais.

A EA deve ser inserida no cotidiano da sociedade, seja nas escolas, nas ruas, no trabalho

ou dentro de casa. Posto que a EA tenha seu maior foco nas atitudes e comportamentos dos

indivíduos em relação à conservação do meio ambiente, ou seja, a mudança desses para uma

vida que possibilite a sobrevivência da espécie humana bem como da própria natureza.

Desse modo Dias (1992) assevera que EA pode ser considerada como um processo

permanente, onde os indivíduos e a comunidade devem coletivamente tomar consciência em

relação ao meio ambiente, notadamente para aquisição de conhecimentos, valores, habilidades,

experiências e determinação para criação de ações individuais e coletivas para resolução dos

problemas ambientais.

A educação infantil constitui a melhor fase no que diz respeito ao processo de aquisição de

conhecimento e formação de cidadãos. Pois sua inserção na sociedade demanda aptidões para

praticar boas ações sem prejudicar o meio ambiente. Desse modo, cabe às instituições de ensino

buscar métodos de aprendizagem como projetos, oficinas e atividades em geral que abranjam o

ensino sobre o meio ambiente, a partir da sustentabilidade.

Nesse contexto, os professores têm um papel importantíssimo no que concerne à

produção de conhecimentos sobre as questões ambientais. Para isso se faz necessário que

estejam preparados, com conhecimentos e informações que sejam capazes de sensibilizar e

possibilitar o ensino de forma qualitativa. Desse modo, Medeiros el al. (2011) afirmam que a EA é

essencial em todos os níveis dos processos educativos e em especial nos anos iniciais da

escolarização, já que é mais fácil conscientizar as crianças sobre as questões ambientais do que

os adultos.

Para Ramão et al. (2010), uma das formas de levar a prática do ensino reflexivo as

comunidades é pela ação direta do professor na sala de aula, ao realizar leituras, análises de

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casos, pesquisas e debates, onde os alunos possam entender e tecer problemáticas que afetam

a comunidade onde vivem e, como tal, sejam levados a refletir e criticar as ações de sua vivência.

De acordo com Silva Rodrigues (2015), o planejamento e execução de uma oficina sobre EA

possibilita ao aluno a construção da percepção acerca do meio ambiente, a partir da

representação social, e debater as práticas de cidadania que ser realizadas pela comunidade em

prol de um ambiente equilibrado.

Sustentabilidade e o contexto escolar

Trabalhar o tema sustentabilidade é sumamente importância tanto no que diz respeito à

conservação ambiental quanto à qualidade de vida, principalmente das futuras gerações. De

acordo com Boff (2012), o tema sustentabilidade existe há mais de 400 anos, sendo de grande

relevância não somente para os protetores ambientais, mas em todos os ramos, a exemplo do

comércio por conta do marketing que é realizado com os produtos.

A sustentabilidade está relacionada a toda ação que se destina à manutenção das

condições energéticas, informacionais, físico-químicas que sustentam todos os seres,

particularmente a Terra viva, a comunidade de vida e a vida humana, visando sua continuidade e

o atendimento das necessidades da geração presente e das futuras (BOFF, 2012).

Vascocellos (2013) aponta que a discursão do tema sustentabilidade na escola é

fundamental e o professor deve ter a iniciativa de abordar esse tema de forma relevante e deve

propor-se a trabalhar com atitudes, formação de valores, com o ensino e a aprendizagem de

procedimentos. O mesmo autor ressalta, ainda, o fato de que a perspectiva ambiental integrada a

EA deve remeter os alunos à reflexão sobre os problemas que afetam a sua vida, a de sua

comunidade, a de seu país e a do planeta.

Bianchini et al. (2015) sugerem que a palestra educativa, em sala de aula, associada as

atividades lúdicas pode-se fixar o conhecimento, no que concerne a textos e conceitos

relacionados a sustentabilidade. Por sua vez, Torma e Sommer (2015) afirmam que por meio de

jogos e atividades lúdicas pode-se intermediar a aprendizagem de conceitos como

sustentabilidade.

Na concepção de Santos et al. (2017), a disciplina de Geografia é fundamental e possui um

leque de informações que vão além da sua concepção da EA, tratada como conteúdo importante.

Essa ciência passa a ser um instrumento que proporciona meios ao educando no sentido da

reflexão sobre as questões ambientais, pois trabalha com uma proposta ligada a EA favorecendo

uma visão clara dos problemas locais, regionais e até mesmo globais, o que facilita a produção

dos conhecimentos dos alunos.

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Por meio de diversos fatores o meio ambiente vem sendo agredido diariamente,

principalmente pelas ações do homem. Logo, torna-se de suma importância a mudança dessa

realidade, para amenizar os problemas ambientais. Desse modo, cabe a cada indivíduo ter o

conhecimento necessário desde os primeiros anos de vida para subsidiar a criação de estratégias

futuras, para o desenvolvimento da sustentabilidade.

METODOLOGIA

O estudo foi realizado na Unidade Escolar Deputado João Henrique de Sousa, no

município de Piracuruca, norte do estado do Piauí, em uma sala de aula da Educação Infantil,

particularmente do Infantil II, com 25 alunos com a faixa etária de 4 anos. Inicialmente, procedeu-

se ao levantamento bibliográfico de artigos científicos e revistas educativas, cuja finalidade foi

subsidiar o planejamento do projeto e seleção dos materiais a serem utilizados. O projeto foi

executado no dia 27 de novembro de 2017, tendo sido desenvolvido em 4 (quatro) etapas, a

saber: i) montar a palavra sustentabilidade; ii) conversa informativa, com o uso de cartazes, slides

e vídeos; iii) aplicação da dinâmica do espelho; iv) a exposição de brinquedos e utensílios

recicláveis.

Para realização do projeto os alunos ficaram em uma roda, onde foram utilizados os

seguintes materiais: exposição de cartazes, formação da palavra sustentabilidade de EVA;

exibição de slides e vídeo educativo sobre sustentabilidade, com auxílio de projetor de multimídia;

caixa de som e notebook. Ressalta-se que para a dinâmica foi usada uma caixa de sapato e um

espelho, bem como brinquedos e utensílios recicláveis que, posteriormente, foram expostos.

Ressalta-se que esses procedimentos foram utilizados para evidenciar a importância do

planejamento e estratégias de materiais no ensino-aprendizagem da educação infantil.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A realização do projeto contribuiu para o desenvolvimento do conhecimento dos

educandos sobre o tema sustentabilidade, considerando que o planejamento foi fundamental para

alcançar os objetivos propostos. Sendo que o meio para a realização da palestra foi um momento

proveitoso no qual os educandos participaram de forma efetiva, considerando de fundamental

importância essa participação.

Com o projeto pode-se, ainda, proporcionar um ensino diferente e descontraído, com

conhecimentos novos e aprendizagem significativa. Durante o projeto os alunos mostraram-se

interessados e motivados em participar de forma direta, fato esse observado durante o

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desenvolvimento das atividades propostas, na qual a participação contribuiu para a promoção de

ensino de forma compreensiva do tema abordado.

Inicialmente, cabe mencionar o uso da dinâmica do espelho (Figura 1), que foi efetuada

mediante a utilização de uma caixa de sapato com um espelho dentro. Esta estratégia foi utilizada

como forma de mostrar que todos são responsáveis pela conservação do planeta. Ressalta-se,

também, que a dinâmica funcionava da seguinte maneira: primeiramente dizia-se que quem iria

salvar o planeta estava dentro da caixa, então cada aluno por vez olhava para dentro da caixa de

sapatos e o que eles viam era sua imagem refletida e, como tal, ficavam surpresos.

Figura 1 - A dinâmica do espelho com o objetivo de descobrir quem é o responsável pela conservação do

planeta.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

A posteriori, foi formada a palavra sustentabilidade com a ajuda dos alunos (Figura 2),

embora os educandos não soubessem tiveram uma participação significativa ao formar a palavra,

falando cada letra e assim ao final da atividade formaram a palavra que realmente era do tema

proposto.

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Figura 2 - Formação da palavra sustentabilidade em EVA, que posteriormente foi colada na parede da sala.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Em seguida, iniciou-se uma palestra com uso de cartazes mostrando o futuro do planeta

caso não sejam adotadas providências (Figura 3) e, ainda, foi apresentado slides e vídeos em

relação ao tema do projeto (Figura 4). Destaca-se, também, que foi realizada uma exposição dos

brinquedos e dos utensílios recicláveis (Figura 5), onde os alunos tiveram a oportunidade de ver

os materiais que tornar-se-iam lixo e que foram transformados em brinquedos e utensílios uteis,

ao processo de ensino-aprendizagem.

O trabalho exposto possibilitou as crianças um novo conhecimento que, a partir de agora,

poderá fazer grande diferença no seu modo de conviver com o meio a sua volta. Diga-se, ainda,

que possibilitará realizar ações que promovam mudanças para garantir a vida na Terra e que

devem ser tratadas como assunto primordial, tanto em instituições de ensino como também nos

nossos lares, lugar que é a base para uma boa educação.

Figura 3 - Exposição de cartazes mostrando como ficará o planeta sem atitudes sustentáveis.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

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Figura 4 - Palestra com exibição de slides e vídeo.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Figura 5 - Exposição de brinquedos e utensílios reciclados.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Diante do exposto fica clara a importância das crianças desde cedo serem educados

ambientalmente, assim como aconteceu na realização deste projeto, onde se enfatizou noções

sobre sustentabilidade e conservação do meio ambiente. Lembrando que, para que ocorram

verdadeiras mudanças, essa questão deverá ser trabalhada constantemente no âmbito escolar.

Pois diariamente é possível ensinar as crianças com situações que ocorrem no cotidiano escolar,

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a exemplo, de jogar o lixo em locais adequados, não desperdiçar água dos bebedouros,

reaproveitar papel para os trabalhos escolares, etc.

CONCLUSÕES

A realização do projeto contribuiu para promover o desenvolvimento do conhecimento

necessário em relação à sustentabilidade. Nesse sentido, infere-se que as técnicas utilizadas

foram de suma importância, possibilitando aos educandos desenvolverem uma visão crítica. Pois

apesar da pouca idade demonstraram que já sabem o que é certo e o que é errado em relação à

conservação do meio ambiente.

Diga-se, ainda, que a realização da atividade demandou baixo custo no que concerne à

aquisição do material utilizado, demandando apenas criatividade para desenvolver o

ensino/aprendizagem dos educandos na educação infantil. Com o objetivo traçados no projeto foi

possível realizar um trabalho que logrou bons resultados, onde se pode perceber que o

planejamento é fundamental para obtenção de resultado proveitoso e satisfatório. O trabalho

contribuiu para mais uma experiência significativa na vida acadêmica das autoras do projeto

como também para os educandos.

Ressalta-se que as crianças transmitem sempre o que aprendem na escola e geralmente

levam para os pais e familiares os que eles estão aprendendo. Logo, na mesma proporção que

eles são educados a terem consciência sobre a conservação do meio ambiente, as famílias

certamente iriam aprender a terem atitudes corretas em relação à conservação do planeta.

Ratifica-se, desse modo, a importância do ensino na educação infantil em formar cidadãos

conscientes e críticos para um modo de vida mais sustentável e, como tal, amenizar os impactos

ambientais sobre o planeta Terra.

REFERENCIAS

BIANCHINI, D.C.; FANK, J.C.; SEBEN, D.; RODRIGUES, P.; RODRIGUES, A.C. Sustentabilidade e Educação Ambiental na Escola Estadual de Ensino Fundamental Waldemar Sampaio Barros. Revista Monografias Ambientais, Edição Especial, p.188-194, Curso de Especialização em Educação Ambiental. 2015. BOFF, L. Sustentabilidade: o que é- O que não é. Petrópolis/ Rio de Janeiro, Editora Vozes, 2012. DANTAS, J.R. A importância da educação infantil para o processo ensino-aprendizagem nas series iniciais do ensino fundamental. Monografia (Pós-Graduação Latu Sensu em Supervisão Escolar), Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro - RJ, 2003. DIAS, G.F. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo, Gaia, 1992.

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MEDEIROS, A.B.; MENDONÇA, M.J.S.L.; SOUSA, G.L.; OLIVEIRA, I.P. A Importância da educação ambiental na escola nas séries iniciais. Revista Faculdade Montes Belos, Montes Belos, v.4, n.1, p.1-17, set. 2011. RAMÃO, F.S.; MELO, M.V.N.; OLIVEIRA, L.D. A ideologia do desenvolvimento sustentável: considerações sobre a sua prática no ensino de geografia. Encontro de Geografia, III, Semana de Ciências Humanas, VI, Campos de Goytacazes - RJ, Anais... Campos de Goytacazes: 2010 p.1-10. SANTOS, W.S.; ANDRADE, M.B.; TAVARES, J.A.V. O meio ambiente a partir dos PCNs de geografia e sua contribuição por uma conscientização ambiental para o Colégio Estadual Gilson Amado. In: Encontro Internacional de Formação de Professores, 10, Fórum Permanente de Inovação Educacional, 11, Aracaju - SE, Anais... Aracaju: 2017, p.1-11. SILVA, R.N.R. As práticas de educação ambiental no ensino de Geografia. In: Encontro Pesquisa em Educação Ambiental - EPEA, VIII, Rio de Janeiro - RJ, Anais... Rio de Janeiro: 2015, p.1-11. TORMA, R.R.; SOMMER, J.A.P. Sustentabilidade e Meio Ambiente: o ensino através de atividades lúdicas sustentabilidade e educação. In: Encontro de Ciências em Educação para a Sustentabilidade, 2, Canoas - RS, Anais... Canoas: 2015, p.1-10. VASCONCELOS, M.V. As abordagens teóricas da relação entre ensino de Geografia e educação ambiental. In: Simpósio Regional Norte e Nordeste de Pós Graduação em Geografia, 3º, João Pessoa - PB, Anais... João Pessoa: 2013 p.1-11.

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O USO DAS GEOTECNOLOGIAS E DO SOFTWARE GOOGLE EARTH NO

ENSINO DE GEOGRAFIA

Kelita da Vera Rodrigues1

RESUMO: Este artigo tem como objetivo apresentar a importância da utilização das geotecnologias como instrumento para o ensino aprendizagem de geografia, principalmente o Google Earth sendo que a utilização das mesmas permite uma representação da realidade sócioespacial do cotidiano do aluno. Nesse sentido, a justificativa desse trabalho é inserir as geotecnologias no ensino de geografia, pois permite uma expansão dos conhecimentos elevando a qualidade do ensino aprendizagem de geografia. Os métodos adotados foram levantamentos bibliográficos a respeito das geotecnologias, e no intuito de despertar o interesse pelos recursos das geotecnologias, foi realizado com os alunos do primeiro ano do ensino médio da escola Senador Dirceu Arcoverde, localizada no município de São João do Piauí - PI, uma palestra de forma a levá-los a uma melhor compreensão e entendimento desses recursos nas aulas de geografia com destaque para o Software Google Earth, onde foi analisado as imagens de satélites da expansão da urbanização de São João do Piauí - PI obtidas no Google Earth e depois foi ensinado a fazer o downloads do mesmo e como manuseá-lo. Sendo assim, como resultados as geotecnologias são ferramentas de grande apoio ao processo de ensino aprendizagem de geografia, principalmente o Google Earth, pois permite a inter-relação entre sociedade e meio ambiente, com ela o aluno é capaz de conhecer o espaço local e global com maior exatidão e realidade.

Palavras-chave: Ensino de Geografia; Geotecnologias; Google Earth.

INTRODUÇÃO

Houve um grande aumento da utilização das tecnologias na educação e na sociedade, e

isso pode provocar a compreensão dos conceitos do espaço geográfico. Desse modo, o ensino

de Geografia apresenta estratégias no processo de ensino aprendizagem como disciplina na

educação básica, permitindo que o aluno venha compreender a vivência do cotidiano e a buscar

diversos questionamentos acerca do local vivido. Com os avanços das tecnologias surgiram

então às geotecnologias, que são compostas por soluções em hardware, software e peopleware

que juntos formam ferramentas importantes para a sociedade. Dentre as geotecnologias pode se

citar: sistemas de informação geográfica, cartografia digital, sensoriamento remoto, sistema de

posicionamento global e a topografia. Pode-se destacar uma das geotecnologias que vem

ganhando grande destaque no processo de ensino aprendizagem é o Google Earth, por ser um

Software gratuito onde simula um globo terrestre com imagens de satélite, mapas, fotografias, e

informações sobre a área selecionada. Nesse sentido, busca se responder o seguinte

questionamento: Qual a importância das geotecnologias no ensino de geografia? Diante desta

indagação busca-se verificar a seguinte hipótese: As geotecnologias como ferramentas de apoio

para o professor no processo de ensino aprendizagem de geografia.

1 Acadêmica do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI. E-mail: [email protected]

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O ensino de geografia tem passado por grandes transformações no mundo atual, com o

avanço das novas tecnologias vêm permitindo uma inovação nas aulas de geografia tornando as

mais interessantes e prazerosas, chamando a atenção dos alunos. Nesse sentido, a geografia

seja talvez a ciência onde a o maior aproveitamento dos avanços tecnológicos em sala de aula,

pelo surgimento das geotecnologias onde seus resultados são baseados em informações com

referência geográfica. Sendo assim, os objetivos desse trabalho são: identificar a importância do

uso das geotecnologias aplicadas ao ensino de geografia; perceber as transformações ocorridas

no espaço geográfico analisando imagens da expansão da urbanização da cidade de São João

do Piauí nos anos de 2008 e 2014 obtidas no Google Earth. O que justifica esse trabalho é a

necessidade de inserir as geotecnologias no ensino de geografia, pois permite uma expansão dos

conhecimentos elevando a qualidade do ensino aprendizagem.

A metodologia adotada para alcançar os objetivos proposto nesse trabalho foi através de

referências bibliográficas com atenção para revistas; artigos; dissertações; livros, relacionados ao

tema, e uma palestra na turma do primeiro ano do ensino médio da escola Senador Dirceu

Arcoverde, na cidade de São João do Piauí – PI, a fim de inserir o uso das geotecnologias no

ensino de geografia principalmente do Software Google Earth. A utilização desse software foi

desenvolvida da seguinte maneira: Inicialmente foi explicado aos alunos a importância das

geotecnologias no ensino de geografia, principalmente o Software Google Earth, com foco em

analisar as mudanças ocorridas numa determinada escala temporal e como se dão as

transformações ocorridas no espaço geográfico. Os alunos visualizaram as imagens de satélites

obtidas pelo Google Earth a fim de identificar a modificação ocorrida no espaço com o passar dos

anos, como por exemplo, o aumento da urbanização na cidade de São João do Piauí - PI nos

anos 2008 e 2014; posteriormente foi ensinado como manusear o Google Earth e a importância

dele, como uma fonte enriquecedora para aumentar conhecimentos de forma interativa nas aulas

de geografia.

O USO DAS GEOTECNOLOGIAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Segundo Moraes (2017, p. 8), “as geotecnologias também conhecidas como

"geoprocessamento", são o conjunto de tecnologias para coleta, processamento, análise e

disponibilização de informações com referência geográfica”. Nesse sentido, Moraes destaca

ainda as diversas ferramentas que compõem as geotecnologias.

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Dentre as geotecnologias estão os SIGs, o Sensoriamento Remoto, o GPS, a Aerofotogrametria, a Geodésia e a Topografia, dentre outros. Os hardwares são os equipamentos que armazenam os bancos de dados (Computadores), os softwares são os programas computacionais, que permite manipular os dados e gerar produtos georreferenciados de qualquer parte do planeta, os peoplewares são as pessoas que trabalham diretamente ou indiretamente, com a área de tecnologia da informação ou mesmo com Sistema de Informação (MORAES, 2017, p. 8).

Conforme Fitz (2008), as geotecnologias podem ser entendidas como as novas tecnologias

ligadas às geociências e correlatas, as quais trazem significativos avanços em ações de

planejamento, em processos de gestão, manejo e demais aspectos relacionados ao espaço

geográfico.

De acordo com Ferreira et al. (2014, p. 7) “a geotecnologia vem a ser uma aliada a

educação fazendo com que o mundo esteja presente dentro das salas de aula com mais

facilidade, podendo fazer um estudo tanto em um âmbito local, como global”. O sensoriamento

remoto é um processo que permite obter dados e informações sobre um determinado objeto, uma

área ou um fenômeno sem estar em contato com ele, através de equipamentos acoplados em

aeronaves que rastreiam e fotografam toda a superfície terrestre. Para o ensino da Geografia em

sala de aula, o sensoriamento remoto permite aos professores e alunos conhecerem de maneira

interativa os diferentes pontos do planeta por meio do aplicativo como o Google Earth que pode

ser instalado em computadores e smartphones.

O sensoriamento remoto pode ser definido como técnica que permite a obtenção de informações acerca de objetos, áreas ou fenômenos (alvos) presentes na superfície terrestre, sem que haja necessidade de contato direto com os mesmos. O termo restringe-se à utilização de energia eletromagnética no processo de informações. (VENTURI 2005, P.34 citado por SANT‟ANNA 2009).

Com a utilização do sensoriamento remoto em sala de aula, Carvalho (2012) citado por

Moraes (2017, p. 11) aborda que “muitas imagens estão disponíveis na internet, várias delas

acompanhadas da interpretação de alguns aspectos mais significativos, sem contar o acesso hoje

aos sites que mostram todo o planeta, de forma interativa, como o Google Earth”. Isso permite

que as imagens de satélites sejam usadas como recursos didáticos para trabalhar a

fotointerpretação e a cartografia nas aulas de geografia, as imagens possuem diversas

informações acerca dos problemas ambientais. Segundo o IBGE (2017), “Um dos principais

objetivos do Sensoriamento Remoto é adquirir informações acerca da superfície da Terra para

avaliação e monitoramento dos aspectos ambientais”, ao comparar as imagens de satélites é

possível encontrar soluções de problemas geográficos e desenvolver nos alunos a capacidade da

percepção visual das imagens.

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A linguagem visual possibilita o desenvolvimento de noções que facilitam a análise do espaço geográfico e por isso deve-se trabalhar com imagens que retratam o espaço vivido do aluno, pois torna a aprendizagem mais interessante. Além disso, as tecnologias espaciais, em ambiente educacional, instigam o aluno ao aprendizado, a partir da interação com as imagens de satélite os alunos demonstraram entender o ambiente em que vivem, refletindo e questionando a sua realidade, e principalmente como aquilo que é real, concreto para eles, pode ser expresso na forma de mapas. (DAMBRÓS, G; CASSOL, R; 2011, p. 3306 citado por PEREIRA; 2017).

As geotecnologias no ensino de geografia darão aos professores uma nova forma de

ensinar, dessa forma possibilitando desenvolver no aluno uma maior capacidade, tornando assim

sua utilização uma forma vantajosa no ensino.

No que se referem ao ensino da Geografia os Parâmetros Curriculares Nacionais definem

o seguinte:

É importante que os alunos tenham os recursos tecnológicos como alternativa

possível para a realização de determinadas atividades. Por isso, a escola deve

possibilitar e incentivar que os alunos usem seus conhecimentos sobre as

tecnologias para comunicar-se e expressar-se, como utilizar imagens produzidas

eletronicamente na ilustração de textos e trabalhos; pesquisar assuntos;

confeccionar folhetos, mapas, gráficos etc. (BRASIL, 1998, p.144).

É importante o uso das novas tecnologias no ensino de Geografia e aprendizagem na sala

de aula, sendo uma forma de espalhar o conhecimento sobre os novos recursos, permitindo aos

alunos o desenvolvimento de atividades dentro e fora da sala de aula.

A utilização das geotecnologias hoje para o professor pode ser uma maneira mais trabalhosa para o professor vir a utilizar, mas tornando os alunos mais atentos e interessados aos conteúdos, pois estes estímulos deixam os alunos de certa maneira mais presentes dentro de seu cotidiano, que estão cada vez, mas sendo estimulados por estímulos virtuais. (FERREIRA et al, 2014, p. 9).

O USO DO SOFTWARE GOOGLE EARTH NA ESCOLA SENADOR DIRCEU ARCOVERDE

O software Google Earth disponibiliza imagens de satélite de todo o Planeta Terra,

podendo ser adquirido de forma gratuita e aplicado de varias formas como uma ferramenta de

auxílio nos diversos conteúdos da Geografia.

O que torna o Google Earth uma referência entre outros aplicativos do gênero são os seus recursos em tecnologia 3D. Quando visualizados, os lugares podem ser vistos de qualquer ângulo, como se o usuário estivesse no local observando a paisagem. Os alunos podem, por meio de observação de maneira tão real de paisagens distantes, fazer analogias com seu entorno, “ancorando” a nova paisagem àquelas que conhecem por vivência (OLIVEIRA, 2012).

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O software permite que os alunos visualizem as mudanças ocorridas na paisagem com o

passar dos anos, isso permite que o professor de Geografia incentive a análise das imagens os

elementos que surgiram, desapareceram e/ou foram transformados na paisagem. A utilização do

Google Earth como ferramenta de apoio ao processo de ensino e aprendizagem da Geografia,

desperta nos alunos a capacidade de pensar, analisar e avaliar os conteúdos, oportunizando uma

educação diferenciada e estimulando a busca por compreender a realidade.

De acordo com Sousa Neto:

O Google Earth é um aplicativo que oferece ao usuário um globo virtual composto por imagens de satélite e aéreas de todo o planeta, permitindo cálculo de distâncias entre diversos lugares, criação de rotas, visualização de edifícios, monumentos e construções em 3D, além de muitos outros recursos. (SOUSA NETO, 2009, p. 7).

O Google Earth é um aplicativo de pesquisa que pode ser instalado em computadores,

smartphones e tablets, que possibilita a visualização de diversos locais no planeta. Desse modo,

é uma alternativa para o desenvolvimento das aulas de Geografia, pois permite aos professores

trabalhar em sala de aula a organização espacial das cidades, regiões, países, continentes,

estudar o espaço em que residem e compreender as paisagens naturais e geográficas.

Com base nisso, a palestra apresentada na turma do primeiro ano do ensino médio na

escola Senador Dirceu Arcoverde, teve como objetivo a percepção dos alunos as transformações

ocorridas no espaço geográfico analisando duas imagens da entrada de São João do Piauí nos

anos de 2008 e 2014 obtidas no Google Earth.

Figura 3- Vista aérea da Entrada de São João do Piauí (PI) em 2008

Fonte: Google Earth (2017)

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Foram pedidos aos alunos que identificasse o que tinha de diferente entre as duas

imagens, os alunos conseguiram identificar algumas diferenças como o aumento do processo de

urbanização no decorrer dos anos. Depois foi feita a seguinte pergunta: Quais as consequências

que a intervenção do homem pode causar no meio ambiente? Devido a essa pergunta houve um

pequeno debate em torno dessa temática, uns acreditam que não ocorre consequências, já

outros acreditam e citaram como exemplo: a extinção dos animais e vegetação nativa;

degradações dos rios citaram o exemplo do Rio Piauí na cidade de São João do Piauí que esta

bastante degradado; efeito estufa e aquecimento global.

Em seguida os alunos se deslocaram ate o laboratório de informática onde foi demostrado

como se baixa o software Google Earth e como manuseia o software. Os alunos ficaram

fascinados quando visualizaram as imagens e perguntaram se conseguiria ver suas casas, logo

depois foram realizadas algumas pesquisas relacionadas às residências dos alunos e alguns

pontos da cidade. Para concluir foi explicada a importância das Geotecnologias no ensino de

Geografia e no cotidiano.

CONCLUSÃO

As geotecnologias são ferramentas de grande apoio ao processo de ensino aprendizagem

de Geografia, inseridas no ensino possibilita ao aluno melhor compreensão do conteúdo em sua

realidade e de como reconhecê-los e aplicá-los no seu dia a dia, despertando interesse e prazer

nas aulas. No caso do professor, é necessário que esteja apto a experimentar esses avanços

Figura 4 - Vista aérea da Entrada de São do Piauí (PI) em 2014 Fonte: Google Earth (2017)

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tecnológicos para uma inovação no ensino de geografia, visando a capacitação do aluno para

uma construção mais elaborada e aprimorada do conhecimento do espaço geográfico.

O uso do Software Google Earth no ensino de geografia é uma ferramenta com aspectos

inovadores e motivadores no processo de ensino e aprendizagem, pois ela permite a inter-relação

entre sociedade e meio ambiente, com ela o aluno é capaz de conhecer o espaço local e global

com maior exatidão e realidade. Podendo contribuir para formação de um aluno crítico aos

problemas sociais e ambientais.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais -Terceiro e Quarto Ciclos: Apresentação dos Temas Transversais. Brasília; MEC/SEF, 1998.

FERREIRA, Alan Leonardo Oliveira; JUNIOR, José Itamar de Oliveira; SIQUEIRA, Reubem de Araújo; BRITO, Suellem de Paula Pinheiro. A Geotecnologia Como Perspectiva Da Geografia No Ensino Fundamental. I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014.

FITZ, Paulo Roberto. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. 160 p.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Introdução ao Processamento Digital de Imagens. Disponível em < http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20%20RJ/ManuaisdeGeociencias/Introducao%20ao%20Processamento%20Digital%20de%20Imagens.pdf>. Acesso em 20 jan. 2017.

MORAES, Maria Valdirene Araújo Rocha. Geotecnologias: Aplicações em Análise Ambiental e no Ensino de Geografia. Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2017.

OLIVEIRA, Éder Geovani da Paz. A utilização do Google Earth e Google Maps como recurso didático para o ensino de Cartografia escolar. Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Educação, 2012.

PEREIRA, Eric Goulart; Geotecnologias: desafios e perspectivas na apropriação para o processo de ensino-aprendizagem em Geografia. 2017. 49 f. Monografia (Licenciatura em Geografia) Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

SANT‟ANNA, Paulo Sergio Pereira de. O uso do sensoriamento remoto como ferramenta no ensino de Geografia no Ensino Médio. 2009. 66 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Geografia) Unidade Universitária de Ciências Sócio-Econômicas e Humanas da Universidade Estadual de Goiás, Anápolis.

SOUSA NETO, Wanderley Patrício de. Usando API do Google Maps para criar um mapa interativo. Estudo de caso: Campus-Viçosa. 2009. 42 p. Monografia (disciplina EAM 498 – Seminário e Monografia II – do Curso de Graduação de Engenharia de Agrimensura) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2009.

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GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AO ENSINO DE GEOGRAFIA

Onélia Maria Lima Rodrigues1 Francisco Jordason de Oliveira2

Tayson Antonio Soares3 Sidineyde Soares de Lima Costa4

RESUMO: O uso das geotecnologias em sala aula vem aumentando ao longo dos anos. Essas ferramentas tornaram-se essenciais como ligação entre a necessidade do aprender e a facilidade de transmitir. A busca pela qualidade de ensino deve ser apoiada por competências que facilite a compreensão do que se é transmitido. Neste contexto, a utilização das geotecnologias nas aulas de Geografia corresponde a procedimentos metodológicos que caracterizam uma didática eficiente, servindo como mediador entre o ensino e a aprendizagem. Assim, este artigo tem como objetivo discutir a importância das geotecnologias aplicadas ao ensino de Geografia, além de demonstrar o uso de softwares como Google Maps e Google Earth permitindo a adequação do processo conceitual e sua aplicabilidade como técnica inovadora, principalmente na turma do 1º ano do ensino médio da Unidade Escolar Antonio Deromi Soares, fazendo uso de procedimentos metodológicos de cunho investigativo como entrevistas e questionários, além de pesquisa bibliográfica, associadas às obras de autores como: Simielli (1999), Seabra (2010), Rego & Serafim (2015), dentre outros. Agregado a essa apresentação os resultados fornecem informações básica para a compreensão da importância do uso das TICs e ao mesmo tempo percebe-se que há um longo caminho a percorrer. As escolas ainda estão longe de se adaptarem as novas tecnologias, o docente no contexto atual também ver-se desafiado e busca adequar-se às transformações, e os discentes são os resultados dessa dinâmica neste processo, com a inovação do ensino e aprendizagem. Palavras-chave: Softwares. Tecnologia da Informação e Comunicação. Globalização.

INTRODUÇÃO

1 Acadêmica do Curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí-UFPI. Licenciada em Biologia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. Pós-Graduada em Educação Ambiental com Ênfase em Gestão Ambiental pela Faculdade da Aldeia de Carapicuíba-FALC. E-mail: [email protected] 2 Acadêmico do Curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí-UFPI. Bacharel em Administração pela Faculdade Médio do Parnaíba-FAMEP. E-mail: [email protected] 3 Acadêmico do Curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí-UFPI. E-mail: [email protected] 4 Docente do Curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí-UPFI. Doutoranda em Geociências pela Universidade Federal do Pernambuco-UFPE. Mestre em Geologia pela Universidade Federal do Ceará-UFC. Licenciada em Geografia pela Universidade Federal do Piauí-UFPI. E-mail: [email protected]

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O sistema educativo vem sofrendo mudanças aos longos dos anos, principalmente, no que

concerne aos fatores relacionados à globalização. Tais mudanças contribuíram para a expansão

das Tecnologias Digitais que ganharam espaços e passaram a ser inseridas dentro dos

ambientes educacionais, entretanto, mesmo com aparatos tecnológicos cada vez mais

sofisticados como: Data/show, computadores, microssystem, algumas escolas ainda perpassam e

reafirmam o ensino tradicional, limitando-se ao uso do livro didático e de exercícios de fixação.

As TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) auxiliam o ensino e na produção de

conhecimento em sala de aula, entretanto, não é tarefa fácil, pois exige habilidades por parte dos

docentes, visto que boa parte deles ainda tem dificuldade em manuseá-las e inseri-las a seu favor

em suas práticas, além disso, exige interesse por parte dos alunos em se proporem em utilizar

toda essa tecnologia voltada para os estudos.

Os recursos tecnológicos, quando empregados no ensino de Geografia, são poderosos

recursos didáticos extremamente eficazes no processo ensino-aprendizagem, possibilitando

ensinar de maneira diferenciada, preenchendo os espaços vazios deixados pelo ensino

tradicional.

Os professores de Geografia podem fazer uso das tecnologias educacionais em suas

aulas, como por exemplo, o uso de softwares como Google Earth, Google Maps, imagens de

satélites, disponibilizadas pelo Google, além de vídeos da internet, apps da Play Store, dentre

outros, porém, infelizmente a maioria dos alunos, utilizam a tecnologia apenas como instrumento

de distração, seja em redes sociais, em filmes e jogos online, etc.

Nessa perspectiva, o presente trabalho objetiva abordar a importância das geotecnologias

aplicadas ao ensino de Geografia, além de salientar a importância do uso de softwares como

Google Maps e Google Earth nas aulas de Geografia na turma do 1º ano “C” do ensino médio da

Unidade Escolar Antonio Deromi Soares.

Dessa forma, o referido estudo se justifica pela necessidade do ensino se adequar ao

momento em que vivemos na sociedade, onde as tecnologias influenciam as relações sociais na

sociedade contemporânea, além disso, é preciso aproximar o processo de ensino-aprendizagem

com as geotecnologias existentes, tendo em vista sua vasta contribuição à formação crítica do

aluno e uma importante ferramenta para a aprendizagem do espaço geográfico.

Para legitimar este estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em artigos e livros de

obras relacionadas ao tema como Simielli (1999), Seabra (2010), Rego & Serafim (2015), entre

outros; além da aplicação de questionário, com perguntas abertas, direcionados aos alunos do 1º

ano “C” e uma entrevista com o professor de Geografia da referida turma.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Foi feita também uma pesquisa de campo de cunho qualitativa e quantitativa, na qual fez-se

necessário observações e aplicação de questionamentos com vinte quatro discentes do 1º ano C

do ensino médio e com professor de geografia da referida unidade ensino.

A escola em questão está localizada na rua Doca Marinho, bairro Oiti, na cidade Buriti dos

Montes-PI, cidade pertencente a microrregião de Campo Maior e a mesorregião Centro-Norte

Piauiense, a cerca de 230 km da capital Teresina, nas coordenadas geográficas latitude 05º 18‟

43‟‟ S e longitude 41º 05‟ 50‟‟ W com uma altitude média em relação ao nível do mar de 500

metros.

No primeiro momento foi realizada uma pequena pesquisa com os alunos sobre o uso das

geotecnologias em sala de aula, como Google Maps e Google Earth, dentre outras, a fim de

saber um pouco mais quais as estratégias metodológicas utilizadas pelo professor de Geografia

em suas aulas, assim como quais aparatos tecnológicos ele faz uso em sala de aula e em quais

situações.

Em seguida, foi solicitado que alunos e o professor da turma respondessem um pequeno

questionário, a partir do qual, pode perceber-se o uso ou não das geotecnologias nas aulas de

Geografia. As conversas informais com os alunos e professor também foram levadas em

consideração para a construção deste artigo.

A análise e tratamento dos dados foram feitas em forma de texto com discussão de acordo

com as informações coletadas durante o estudo e respostas deixadas pelos envolvidos.

A IMPORTÂNCIA DAS TECNOLOGIAS NA ERA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

A contemporaneidade é marcada pelos avanços na comunicação, na informática e por

outras tantas transformações tecnológicas e científicas, transformações estas que interferem em

quase todas as esferas da vida social, provocando mudanças desde econômicas, até sociais,

políticas e culturais, afetando, também o ambiente escolar, educadores e educandos, assim como

a forma de lecionar.

Atualmente o desafio dos educadores é utilizar as TICs como meio para construir e difundir

conhecimentos de forma que o ensino proporcione ao aluno a aproximação de realidades

distintas do seu espaço de vivência, contemplando o espaço em diferentes escalas, seja a

mundial ou até mesmo a local.

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Os PCNs (1998) ratificam para a possibilidade de utilização de diferentes ferramentas e

recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos por parte dos alunos. Dessa

forma, inseri-los nas aulas de Geografia, pode ser uma maneira de deixar os alunos mais atentos

e interessados aos conteúdos, pois além de estimula-los quanto a participação nas aulas, de

certa maneira os encoraja a conhecer e se familiarizar mais com o lugar onde vivem, tornando-os

sujeitos ativos e participativos, e não apenas um mero recebedor de informações.

Simielli (1999), apud Oliveira, (2008, p.73), aponta que em muitas escolas do Brasil, a

educação geográfica escolar vem mantendo uma prática tradicional, tanto no ensino fundamental

quanto no ensino médio.

A aplicação e uso de diferentes técnicas e ferramentas de apoio para trabalhar a interação

dos fenômenos naturais e humanos no ensino da Geografia, possibilita aos professores dessa

disciplina a oportunidade de ensinar de uma forma diferente daquela tradicional, limitada apenas

ao conteúdo do livro didático, proporcionando uma nova concepção na forma de se ensinar

Geografia.

Atualmente as geotecnologias são bastante utilizadas no ensino de Geografia, tornando-se

uma importante ferramenta para o aprendizado do espaço geográfico.

Seabra (2010) em seus estudos cita que:

Cada vez mais mapear não se resume à cartografia, e vários recursos disponíveis na internet (ferramentas de geoprocessamento, como o Geobusca, Google Maps ou Google Earth) permitem desenvolver projetos na escola, inserindo marcas coloridas, informações, fotos e até vídeos nesses mapas. Uma atividade, por exemplo, pode ser a de os alunos encontrarem no mapa o local onde, onde moram. O resultado, com a identificação de cada um da classe no mapa, é o surgimento de padrões, a identificação de vizinhanças, o sentimento de pertencimento, fazendo

com que cada um se sinta incluído no mapa. (SEABRA, 2010, p.18)

Leite (2011) aponta que para que o trabalho pedagógico do docente seja desempenhado

de modo competente e em sintonia com o cenário atual, que tem exigido maior integração das

tecnologias eletrônicas no ensino, é necessário que o professor tenha “domínio técnico,

pedagógico e crítico da tecnologia”.

Dessa forma, nota-se que o professor de Geografia de forma alguma deve usar as

geotecnologias em sala de aula apenas para transmitir informações aos seus alunos, cabe ao

professor adotar uma postura mediadora, orientando seus alunos onde colher informações, como

tratá-las e mais importante, como aplicá-las no seu cotidiano. A Geografia também precisa ser

ensinada a partir da realidade do aluno, fazendo relação direta sempre com o espaço de

vivências dos alunos.

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UTILIZAÇÃO DAS TICs, NO ENSINO DE GEOGRAFIA: GOOGLE MAPS E GOOGLE EARTH

Rosa (2005) define as geotecnologias como sendo um conjunto de técnicas utilizadas

para coleta, processamento, análise e disponibilização de informações com referência geográfica,

constituídas de software, hardware e peopleware. A respeito disso, surge a geotecnologia ligada

diretamente com as novas tecnologias, e a sua aplicabilidade encontra-se nos mais diversos

campos, principalmente na Geografia, porém, infelizmente o que se presencia é que a

geotecnologia perde espaço em sala de aula, pois nem todos os professores buscam ou não

conseguem acompanhar esses avanços tecnológicos.

São vários os procedimentos metodológicos que o professor de Geografia pode fazer uso

em sala de aula, a plataforma do Google oferece aplicativos descomplicados e de fácil manuseio,

a utilização do programa Google Maps e Google Earth, constitui-se uma das mais fáceis além de

ser uma ferramenta com infinitas possibilidades no ensino de Geografia.

Google Maps e Google Earth são softwares similares, visto que ambos fornecem imagens

de satélites, no entanto são usadas de maneira diferentes. O Google Maps oferece uma visão

menos detalhada do espaço, entretanto, pode ser acessada de qualquer navegador da internet, já

o Google Earth é um programa que deve ser baixado pelo usuário, além disso, possui como

característica a visualização tridimensional do planeta Terra.

Rego & Serafim (2015) referem-se ao Google Maps como um mapa online de serviço

gratuito de pesquisa e visualização de mapas e imagens de satélites da Terra que possibilita

encontrar qualquer lugar do mundo. Além disso, esse software apresenta outras características

muito úteis, como ferramentas para calcular direções entre dois pontos, traçar trajetos, e etc.

Se tratando da aplicabilidade desses softwares como recurso didático nas aulas do ensino

médio, estes possibilitam ao professor de Geografia trabalhar alguns conceitos da cartografia,

além de tornar aula mais dinâmica, estimulando assim o senso crítico dos discentes,

oportunizando a estes uma conduta não só de aprendiz, mas também de investigadores e

solucionadores de problemas, diante dos conteúdos apresentados.

Latuf e Bandeira (2005) argumentam que a utilização de imagens de satélite, por exemplo,

no ensino de Geografia, é um importante subsídio à compreensão das relações entre os homens

e suas consequências no uso e ocupação dos espaços e nas implicações com a natureza.

Assim, adição das geotecnologias como Google Maps e Google Earth no ensino da

geografia, certamente possibilita formação crítica dos alunos, tanto para o conhecimento do

espaço onde vivem, como para participação ativa nas tomadas de decisão pela sociedade.

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Nesta perspectiva, Rego e Serafim (2015), expressam que os discentes a partir do uso

desses aplicativos podem assimilar como o espaço geográfico está organizado e subdividido em

continentes, países, regiões e cidades. A visualização destes espaços distantes, por meio dos

softwares descritos, melhora a aprendizagem dos alunos, permitindo as aulas irem muito além da

descrição e explicação teórica da organização espacial. Os alunos poderão entender melhor o

meio onde vivem, ou o meio estudado, compreendendo entre outros fatores, os inúmeros

aspectos naturais e humanos constituintes do espaço.

Contudo, as mudanças na educação, sobretudo na forma de ensinar Geografia, também

dependem dos discentes:

Alunos curiosos e motivados facilitam enormemente o processo, estimulam as melhores qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do professor-educador. Alunos motivados aprendem e ensinam, avançam mais, ajudam o professor a ajudá-los melhor. (MORAN, 2000, p. 17-18)

Por fim, é inegável as vantagens proporcionadas pela as tecnologias da informação e

comunicação, estas enquanto recursos didáticos auxiliam o processo ensino-aprendizagem, além

de ser um recurso que permite trabalhar com os conteúdos da geografia. As geotecnologias

ampliam as possibilidades dos professores ensinarem e do aluno aprender. Os estudantes de

hoje aprendem com muita facilidade e rapidez, mas se cansam facilmente das práticas repetitivas

do ensino cotidiano, inovar na forma de ensinar, criando e manuseando metodologias adequadas

tornam as aulas mais atrativas, não há dúvidas que a prática e manuseio de geotecnologias

propiciam novos saberes aos discentes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS

A pesquisa intitulada geotecnologias aplicadas ao ensino de Geografia, trouxe inúmeras

discussões, pois através desse estudo foi possível analisar como a escola trabalha com as TICs e

consequentemente a inserção das geotecnologias nas aulas de Geografia.

Os dados foram analisados de acordo com as respostas dos 24 (vinte e quatro alunos)

alunos e do professor de Geografia da turma, mediante a aplicação de questionários e através de

observações. No primeiro momento foi aplicado um questionário com 7 (sete) perguntas

direcionadas aos discentes.

A primeira questão foi para saber se os mesmos utilizavam algum aparato tecnológico no

dia a dia. Gráfico 1.

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Gráfico 1: Porcentagem de alunos que utilizam recursos tecnológicos.

Fonte: Própria pesquisa, 2018.

Como se percebe quase cem por cento dos alunos utilizam algum recurso tecnológicos,

prevalecendo o uso do celular e computador.

Na segunda pergunta questionou-se se o uso deste recurso está voltado para seus

estudos. Gráfico 2.

Gráfico 2: Alunos que utilizam os recursos tecnológicos para estudar.

Fonte: Própria pesquisa, 2018

A maioria respondeu que utilizam os recursos tecnológicos para estudar, recorrendo assim,

em alguns momentos, outros recursos além do livro didático que os auxilia nas atividades

escolares.

A terceira pergunta indaga os discentes quanto à utilização de computadores durante as

aulas de Geografia. Dos 24 alunos da turma, 15 afirmaram que já utilizaram, no entanto, esta

prática se deu em pouquíssimas vezes, já que seu acesso é restrito e com a presença do

professor da turma. De acordo com seus relatos, foram levados algumas vezes para a sala de

mídia da referida escola para fazerem pesquisas e trabalhos escolares.

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A indagação da questão seguinte era para saber se os referidos alunos sabem o que é

geotecnologia. Boa parte respondeu que sim, cerca de 17 alunos responderam que tem

conhecimento deste recurso. A outra indagação foi a respeito do conhecimento sobre os

softwares Google Maps e Google Earth, cerca de 20 alunos já conhecem essa tecnologia. E

quanto ao seu uso? Foi a pergunta seguinte, onde a maioria dos discentes disseram que já

utilizaram estes softwares como ferramenta para a compreensão dos conteúdos de Geografia.

Gráfico 3.

Gráfico 3 – Uso do Google Maps ou Google Earth

Fonte: Própria pesquisa, 2018

No último questionamento indagou-se se em algum momento o professor de Geografia,

explicou sobre o uso das geotecnologias como Google Maps e Google Earth? Todos foram

unânimes em dizer que sim, entretanto, ressaltaram que isso se deu de forma esporádica.

A segunda etapa da pesquisa foi uma entrevista com o professor responsável por ministrar

as aulas de Geografia na turma, onde se questionou se a escola dispunha de computadores e se

estes estavam acessíveis aos seus alunos. Sua resposta foi firme dizendo que sim, explicou

ainda que a escola possui uma sala de mídia equipada e que está disponível tanto para alunos

quanto para professores.

Indagou-se também sobre as dificuldades no uso das TICs em sala de aula e sua resposta

foi que não tem tantas dificuldades com relação ao manuseio, todavia, acrescentou que a

educação está em constante mudança, e acompanhar estas mudanças sem perder o ritmo não

tem sido fácil nem para ele e nem para seus colegas profissionais da educação. Ribeiro (2010)

reconhece que a falta de prática pelos professores em manusear as TICs, contribui para que o

uso dessas tecnologias em sala de aula seja deixado de lado. Para tanto faz se necessário que

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ocorram constantes capacitações com intuito de aperfeiçoar estes profissionais para que esses

recursos não sejam subutilizados.

O professor acrescenta ainda que a maior dificuldade é convencer os alunos a utilizar os

aparelhos eletrônicos como computadores e celulares para fins educativos. Segundo o mesmo,

sempre que possível trabalha didaticamente com uso de geotecnologias em suas aulas, além de

incentivar seus alunos a utilizar a tecnologia para fazerem pesquisas, principalmente sobre a

região onde moram, contudo, ele afirma que isso não tem sido uma tarefa das mais fáceis, pois

os alunos costumam ficar dispersos e pouco utilizam estes aparelhos para fins educativos.

Neira (2016) reconhece que tecnologia e educação, ambas caminham na mesma direção,

entretanto, unifica-las exige que os professores busquem qualificação, pois assim como oferece

desafios e oportunidades, o ambiente digital pode tornar-se uma barreira para a aprendizagem

quando mal utilizado.

Dessa forma, percebe-se que embora os alunos conheçam as TICs, estes não sabem

como utiliza-las especificamente para fins educativos.

Todavia, com as novas tecnologias inseridas na escola, o educando pode ampliar sua

realidade e seus conhecimentos, não se pode esquecer que a sociedade está cada vez mais

comunicativa e que a tecnologia pode e deve ser usada para ampliar a compreensão do mundo

através do ambiente escolar.

A dificuldade de desenvolver a profissão de professor aumenta com grau de evolução

tecnológica, principalmente quando o ambiente escolar não apresenta um atrativo à prática de

atividade com aparatos tecnológicos, ainda assim, todavia, o ensino de Geografia tem

proporcionado significativas mudanças na forma de trabalhar os conteúdos programáticos

utilizando geotecnologias. Assim, pode-se concluir que o uso das geotecnologias como recursos

didáticos tem permitido de forma facilitadora a compreensão do conteúdo, tornando possível um

aprendizado prazeroso, já que é visivelmente viável a correlação entre teoria e prática, além de

promover um estreitamento na relação professor-aluno. A utilização de programas como Google

Earth e Google Maps proporciona aos discentes conhecer diferentes lugares no espaço

geográfico.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, fica evidente que as tecnologias são um recurso inestimável para a

aprendizagem, desde que sejam usadas com significado e critério, cabe ainda ressaltar que a

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tecnologia pode contribuir para a produção do conhecimento e a melhoria do processo ensino-

aprendizagem.

O uso das TICs no processo de aprendizagem ainda é inibido pelas dificuldades técnicas,

porém, a capacitação e o incentivo ao uso podem contribuir para preencher essa lacuna, pois

quanto mais familiarizados com as ferramentas os professores estiverem, maior a probabilidade

de elas serem utilizadas por eles em suas aulas.

O uso de geotecnologias em sala de aula pode desempenhar um novo papel no contexto

escolar, a inserção destas no cotidiano escolar é um desafio que os professores e alunos devem

estar dispostos a enfrentar, pois não há como fugir da situação que está posta a todos os

educadores.

As geotecnologias podem e devem ser utilizadas em atividades educativas, como

ferramentas didáticas podendo tornar as aulas mais dinâmicas e de certa maneira os alunos mais

interessados nos conteúdos.

REFERÊNCIAS

LATUF, M. O. e BANDEIRA, S. C. Uma Proposta de Utilização de Cartas Imagens no Ensino Médio de Geografia para Aplicação no Monitoramento do Uso do Solo. São Leopoldo, RS. Quarta Jornada de Educação em Sensoriamento Remoto no Âmbito do Mercosul, 2005.

LEITE, Lígia Silva. Mídia e a perspectiva da tecnologia educacional no processo pedagógico contemporâneo. In: FREIRE, Wendel (org.). Tecnologia e educação: as mídias na prática docente. 2 ed. Rio de Janeiro: WAK, 2011.

MORAN, José Manuel et al. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 6. ed. Campinas: Papirus, 2000. NEIRA, Ana Carolina. Professores aprendem com a tecnologia e inovam suas aulas. Jornal Estado de São Paulo. 23 de fevereiro de 2016. São Paulo, 2016.

OLIVEIRA. Marlene Macário. O processo de ensino-aprendizagem na Geografia: uma revisão necessária. Paraíba: Revista Okara: Geografia em debate, 2008. Disponível em: http://www.periodicos.ufpb.br/index.php/okara/article/viewFile/1807/2703. Acesso em 06 mar. 2018.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. Terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 174p

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REGO, E. E.; SERAFIM, M. L. A utilização dos aplicativos Google Maps e Google Earth no ensino de Geografia: múltiplas possibilidades. In: II CONEDU - Congresso Nacional de Educação, 2015, Campina Grande. RIBEIRO, Ana Carolina Ribeiro. O computador como uma ferramenta para auxiliar na aprendizagem: a visão de alunos e professores. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/renote/article/view/30877. Acesso em: 18 mar. 2018

ROSA, R. Geotecnologias na Geografia aplicada. Revista do Departamento de Geografia. 16(2005):81-90. SEABRA, Carlos. Tecnologias na Escola. Porto Alegre: Telos Empreendimentos Culturais, 2010 SIMIELLI, M. E. R. Cartografia no ensino fundamental e médio. In: A geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999.

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O USO DE GEOTECNOLOGIAS COM ÊNFASE EM IMAGENS DE SATÉLITE NO ENSINO DE GEOGRAFIA: INTERVENÇÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO NO

MUNICÍPIO DE PIRACURUCA-PIAUÍ

Wallisderlan Azevedo Santos¹ Luciana Sousa dos Santos²

RESUMO: O desenvolvimento de competências e habilidades ligadas à tecnologia é de sumária importância para que se possa disseminar a globalização de informações. As geotecnologias em geral são de fundamental relevância nesse processo, ligadas diretamente a Geografia, e o melhoramento do ensino-aprendizagem. O presente artigo objetivou em desenvolver, analisar, evidenciar e problematizar a temática escolhida para aplicar, em sala de aula, recurso geotecnológico com ênfase nos satélites, que por sua vez são equipamentos para captar e transmitir dados meteorológicos e ambientais. Para conclusão das etapas foi utilizada uma aula em ambiente escolar com alunos de ensino médio e se deu através de aplicação de questionário de conhecimento prévio; após isso foi dado início a apresentação da temática escolhida; posteriormente houve a realização de exercício prático com intuito de descrever imagens de satélites. As informações contidas no presente trabalho foram fundamentadas através de revisão de literatura respeitando o eixo temático. A análise dos resultados norteou-se a uma problemática bastante preocupante: alunos que estão saindo do ensino básico não possuem capacidade crítica quanto à descrição de mapas, creditando isso a uma ineficiência educacional generalizada. Como o cerne do problema encontrado tem reflexo em todo o ensino básico, a intervenção realizada pode, posteriormente, servir de suporte de análise para que os entes políticos e sociedade civil atuem em conjunto para que as geotecnologias sejam inseridas de forma eficaz no processo de ensino-aprendizagem. Palavras-chave: Tecnologias. Bioma. Ensino-aprendizagem.

INTRODUÇÃO

As geotecnologias são o conjunto de tecnologias para coleta, processamento, análise e oferta de

informações com referência geográfica. As geotecnologias, em sua essência, implementam-se

por soluções de inovações tecnológicas que se debruçam em diversos constituintes da tecnologia

da informaçãoque conjuntamente realizam a percepção do mundo real. Dentre as geotecnologias

podemos destacar: sistemas de informação geográfica, cartografia digital, sensoriamento remoto,

sistema de posicionamento global e a topografia (ROSA, 2005). A utilização desses recursos é

gerida por satélites que se encontram na órbita do planeta.

¹ Acadêmico do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí - UFPI. E-mail: [email protected]

² Acadêmica do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí - UFPI. E-mail: [email protected]

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No Brasil as tecnologias da informação e comunicação trazem ares, a princípio, na

segunda metade do século XX, percebendo nitidamente o uso acessível a todos e possuindo

valor educativo-pedagógico. O desenvolvimento de competências e habilidades ligadas às

tecnologias é fator determinante na globalização de ideias, sendo realidade nas escolas

brasileiras trazendo assim mudanças ao contexto educacional (MACÊDO, SILVA e MELO, 2015).

A qualidade do ensino atrelada as inovações tecnológicas são relevantes para sua

melhoria. A Inserção de aparato tecnológico na escola deve-se levar em consideração o modo de

como será repassado aos discentes para que se tenha êxito na formação do conhecimento de

forma crítica e ativa (GATTI, 1993).

Desse modo a inserção das tecnologias no ensino de Geografia potencializa a uma aula

mais inclusiva, participativa e, sobretudo, facilitadora dos conceitos básicos (região, lugar,

território e paisagem) que são inerentes à ciência geográfica. As inovações tecnológicas têm

avançado em todas as áreas do conhecimento.

Sacramento e Munhoz (2009) revelam que a geografia escolar, a utilização de meios

digitais, tais como o computador para fazer a mediação ensino-aprendizado ao propor ambientes

diferenciados nos quais discentes e docentes podem assimilar de forma prática o meio em que

vivem. Pode-se perceber então a sumária importância que a tecnologia da informação tem

desempenhado dentro do ensino da Geografia, porém faz-se necessário buscar uma reflexão de

como estão sendo empregadas essas tecnologias em favor do alunado em geral.

Rosa (2005) ao discorrer a respeito das Geotecnologias a serviço da Geografia

complementa:

“[...] As geotecnologias são compostas por soluções em hardware, softwaree

peoplewareque juntos constituem poderosas ferramentas para tomada de decisões.

Dentre as geotecnologias podemos destacar: sistemas de informação geográfica,

cartografia digital, sensoriamento remoto, sistema de posicionamento global e a

topografia.”

Com o aperfeiçoamento das modernas tecnologias espaciais, dentre as quais se incluem

os satélites artificiais, tornou-se possível “(re) conhecer” a Terra, através da coleta de diferentes

dados e da aquisição de imagens da superfície (SANTOS, 1998). Dessa forma podemos destacar

o uso dos satélites dentro da geografia, aonde vem adquirindo fundamental importância,

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disponibilizando imagens de diversas resoluções como: espacial, espectral, radiométrica e

temporal, servindo para as mais diversas modalidades. No ensino de Geografia esta ferramenta é

relevante para o processo de ensino-aprendizagem fazendo com que o aluno relacione as

condições naturais terrestres ao seu cotidiano.

Nesse sentido, o foco de análise no presente artigo é mostrar o bioma Caatinga numa

visão de sua condição atual através de imagens de satélites fazendo comparações temporais da

situação, destacando a problemática ambiental no que tange sua degradação e preservação,

além de despertar aos alunos de ensino médio do município de Piracuruca a importância de se

conhecer mais a fundo, visto que a região em que vivem possui ocorrência do referido bioma.

De modo geral, a Caatinga tem sido descrita apenas como um bioma pobre e de pouca

importância biológica. Contudo, estudos mostram que esse ecossistema possui um grande

contingente de espécies endêmicas, ou seja, que ocorrem apenas nesta região, tendo nesse

aspecto caráter relevante ao seu estudo.

O que se objetiva neste trabalho é desenvolver, analisar, destacar e problematizar a

temática escolhida para que em uma sala de aula no Ensino Médio os discentes construam

consciência crítica e tenham mais informação sobre a realidade que os rodeiam. Foram

delimitadas três etapas para conclusão do projeto de intervenção: aplicação de questionário,

apresentação da temática e atividade prática.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização do projeto de intervenção necessário o engajamento dos indivíduos

envolvidos para o planejamento, aplicação e redação das etapas realizadas à conclusão do

mesmo. Iniciou-se com elaboração de material impresso (questionário e atividade prática) e em

seguida criação de apresentação de conteúdo no programa PowerPoint, posteriormente

repassados ao publico alvo e em seguida a conclusão de atividade com a participação dos

discentes.

O projeto de intervenção centrou-se na Unidade Escolar Hesíchia de Sousa Brito,

localizada no Centro da cidade de Piracuruca, estado do Piauí. Foi escolhida uma turma de

terceiro ano, no turno vespertino, na disciplina de Geografia gerida pelo professor Marineldo Brito,

membro que integra o corpo docente da instituição de ensino.

Para elaboração do presente artigo se fez uso de revisão bibliográfica (artigos científicos e

livros) a respeito da temática abordada escolhida, como forma de enriquecer e dar relevância as

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informações que forem pertinentes e ponderadas pelos autores do referido trabalho. Procurou-se,

ainda, trazer os resultados de forma bastante sucinta e coerente no que tange a realidade vivida

no ambiente escolar, bem como a discussão do mesmo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A aplicação do projeto de intervenção que foi submetido em sala de aula foi realizada em

três etapas. Na primeira foi aplicado um questionário de conhecimento prévio, no qual serviu para

a análise do que os discentes sabem sobre a temática escolhida e submeter-lhes ao pensamento

crítico dos conteúdos vistos ao longo da educação básica. Na segunda etapa foi introduzida a

apresentação propriamente do tema discutido. Na terceira houve a realização de atividade prática

que remeteram a Caatinga e sua observação e descrição por duas imagens de satélites.

Dessa forma, inicialmente estiveram presentes 18 alunos na turma escolhida que foi a

terceira série do ensino médio (3° ano), com predominância de idade de 17 a 20 anos. Foram

distribuídas as folhas com as respectivas perguntas para todos os presentes. O questionário

continha cinco questões subjetivas de prévio saber descritas na tabela 1. As perguntas foram

elaboradas respeitando o nível de entendimento do alunado e a série em que se encontram. O

tempo estipulado para responder foi de 15 minutos.

Tabela 1 – Questões aplicadas em sala de aula

Número da questão Descrição da Questão

1ª O que você entende por bioma?

2ª Cite pelo menos três características do bioma

Caatinga?

3ª Para você qual a importância da preservação dos

biomas brasileiros em geral?

4ª Cite dois componentes da fauna e flora da Catinga?

5ª Cite pelo menos dois estados brasileiros onde ocorre o

ecossistema Caatinga?

Org. Autores, (2017)

Dessa forma, a análise dos dados obtidos em relação às respectivas respostas foi descrita

e encaixada nas seguintes resoluções: em relação à primeira questão, cerca de seis alunos

responderam que bioma é “um conjunto de seres vivos”, o restante apontou bioma como um

“lugar onde existe muita seca, pois bioma vem de caatinga e do Cerrado”.Pode-se concluir que

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nenhum aluno questionado soube responder corretamente a mesma. Quanto à segunda questão,

17 discentes caracterizaram bioma como um “lugar seco, com vegetação rasteira”, sendo que

apenas um respondeu que “caatinga é composta de fauna e flora, animais, plantas e vegetais”.

No que tange a terceira questão, dos 18 estudantes, apenas 16 responderam que para eles a

preservação seria “essencial para as gerações futuras, animais e plantas” e dois não souberam

ou não quiseram responder.A pergunta era de cunho pessoal, não levando em consideração a

discrepância das respostas.

A análise do quarto quesito mostrou que dos dezoito alunos, dezesseis souberam citar

corretamente os componentes da fauna e flora do bioma caatinga, porém, dois não souberam ou

não quiseram responder, em sua maioria citam como membros da fauna animais como veado e

tatu, e da flora a carnaúba e o cacto.Em relação a indagação sobre o ecossistema da Caatinga e

estados em que há ocorrência, doze alunos colocaram como resposta“Piauí/Ceara”, três alunos

citaram “Ceará/Piauí/Bahia”, e três responderam “Piauí/Pernambuco/Ceará”.Todos os discentes

responderam corretamente sendo possível observar que Piauí e Ceará foram os estados mais

citados por eles, por estarem mais próximo de sua realidade. O presente resultado pode ser

mostrado na Figura 1 abaixo.

Figura 1 – Análise Geral do Questionário

Org. Autores, (2017)

Na apresentação do conteúdo foi explanado o conceito do termo Caatinga bem como sua

ocupação e área. Fauna e flora também foram destacadas mostrando com ilustrações, servindo

de exemplos para fixação da diversidade que a Caatinga possui. Sabe-se que há inúmeras

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ameaças de degradação deste bioma, portanto para destaque da problemática ambiental buscou

alertar os alunos de que o ecossistema é um dos mais prejudicados do país ao destacar as ações

antrópicas que são praticadas na região de ocorrência. Houve, ainda ao final, a preocupação de

sensibilizar os discentes para a importância de preservar, não só o bioma escolhido, mas todos

os existentes no território nacional.

Na última etapa realizada, a atividade prática, foi pedido ao alunado presente que, com

base nas instruções dadas e nas informações expostas, realizassem a descrição de duas

imagens de satélites Landsat extraídas da internet, pediu-se que formassem duplas para os

alunos se ajudassem. Na Figura 2 mostra um mapa destacando a situação da seca no Nordeste,

em 2011 e 2012, faz um comparativo na mesma época dos dois anos. E na Figura 3 destaca a

localização da Caatinga e as diferenças que cor que se tem fazendo analogias com outras

regiões do Brasil. Os critérios estabelecidos para fazer o comparativo foram: A. Cor; B. Dimensão

Territorial; C. Abundância de vegetação ou a falta dela; D. comparar a Caatinga com outra região.

Figura 2 – imagem da seca no Nordeste 2011/2012

Fonte: Google Imagens

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Figura 3 – localização da Caatinga no Brasil

Fonte: Google Imagens.

Dos dezoito alunos a quem foi aplicada a tarefa prática, apenas seis responderam

corretamente o que se pedia e dez parcialmente corretos, sendo que dois não quiseram ou não

souberam responder. E possível concluir que a grande maioria do alunado desconhecia o bioma

ao qual estão inseridos, não sabendo responder indagações simples como a cor dos mapas, por

exemplo, e não souberam comparar a Caatinga com outro bioma. Destaca-se um exemplo de

resposta correta de um aluno que descreveu da seguinte forma: “No primeiro mapa pode-se

observar que aos poucos a vegetação foi drasticamente atingida pela seca provocado por

queimadas e no mapa 2 pode-se a observar a seca, falta de água. Portanto a preocupação no

que tange o conhecimento dos alunos de terceiro ano é muito alta, pois eles não conseguem ou

não sabem realizar atividades como essa de forma totalmente correta.

CONCLUSÕES

No ensino de Geografia, diversos recursos existem e estão disponíveis para todos,

bastando que o docente utilize acordo com as reais necessidades dos discentes. Esta inserção

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garante o desenvolvimento do conhecimento e transforma os alunos em atores sociais ativos e

críticos.Na medida em que se usam recursos tecnológicos a serviço da educação o publico alvo

só tem a ganhar, seja no avanço ou qualidade do ensino. A globalização perpassa e traz seus

incrementos em todas as áreas do conhecimento. A eficácia da prática pedagógica só tende a

aumentar visto que o ator social principal conseguirá mais facilidade de conhecer o mundo.

Foi possível observar durante a atividade que a grande parcela dos alunos não tem

conhecimento de leitura cartográfica, apesar de ter dado dicas para a descrição dos mapas, tendo

certas dificuldades para compreender as informações ali contidas, atraindo obstáculos para

assimilar as imagens do bioma tratado neste trabalho. Os mapas e os demais instrumentos

cartográficos são de sumária importância para o entendimento do cotidiano. Esse trabalho

possibilitou abordar reflexões sobre a atualidade da leitura cartográfica nas escolas. Os

resultados obtidos com essa culminância mostram que os alunos questionados, ou pelo menos

sua grande maioria, não conseguem identificar elementos básicos em uma imagem de satélite, e

consequentemente não conseguem interpretar um mapa.

Um dos maiores desafios do professor de geografia, no ensino-aprendizagem é constituir

essa linguagem cartográfica que facilita a aferição dos fatos geográficos. A defasagem de

conhecimento na turma escolhida denota uma acentuada adversidade local: alunos não tem

capacidade autônoma de construir para si uma forma de problematizar e logo discutir uma

realidade quer seja próxima ou até mesmo distante dos mesmos. O que preocupa também é a

falta de recurso tecnológico nas instituições de ensino, ficando inviável a introdução de formas

eficazes de garantia do desenvolvimento pleno do aluno. As possibilidades existem, mas se falta

incentivo dos atores políticos em propiciar o aparato técnico e financeiro que se precisa nas

escolas brasileiras.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca/PAN-Brasil. Brasília (DF): Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Recursos Hídricos, 2004. 214p.

GATTI, Bemadete. Os agentes escolares e o computador no ensino. Acesso. São Pauto: FDE/ SEE. Ano 4, dez.93.

MACÊDO, H.C de. SILVA, R. de O. MELO, J. A. B. de. O Uso da TIC‟S na Aprendizagem de Conceitos Cartográficos e Geográficos no Ensino Fundamental. Revista de Ensino de Geografia, Uberlândia, v. 6, n. 10, p. 88-105, jan./jun. 2015.

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MAINART, Domingos de A. SANTOS, Ciro M. A Importância da Tecnologia no Processo Ensino-Aprendizagem. In: XII Congresso Virtual Brasileiro - Administração. São Paulo, SP. Anais... 2010.

MARTIN, Laurentin. Monitoramento com Imagens de Satélites. Disponível em: <http://www.engesat.com.br/monitoramento-imagens-satelite>. Acesso em: 30 Jun. 2017.

ROSA, R. Geotecnologias na Geografia Aplicada. Revista do Departamento de Geografia, n. 16, p. 81-90, 2005.

SACRAMENTO, Ana Claúdia R.; MUNHOZ, Gislaine B. Animações e jogos digitais: uma alternativa pra auxiliar professores de geografia. In: X Encontro Nacional de Prática de Ensino em Geografia, Porto Alegre, RS. Anais... Porto Alegre-RS, 2009.

SANTOS. V.M.N. O Uso Escolar das Imagens de Satélite: a socialização da ciência tecnologia espacial. in.: PENTEADO, H.D. Pedagogia da Comunicação. São Paulo: Cortez, 1998.

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APLICAÇÃO DO GOOGLE EARTH COMO RECURSO DIDÁTICO GEOGRÁFICO, NA UNIDADE ESCOLAR MARCOS PARENTE EM PICOS/PI

Eliana de Sousa Barros1 Fernanda Camila Gonçalves Moura2

Marina Nunes Santana3 Natanael de Sousa Martins4

RESUMO: O ensino de geografia vem passando por intensas transformações, principalmente, com relação ao uso das mais diversas metodologias de ensino, com a introdução de geotecnologias, como o sensoriamento remoto e o Google Earth. O presente artigo aborda uma experiência educativa mediada pela utilização do Google Earth e da confecção de carta-imagem a partir de uma imagem impressa de satélite da cidade de Parnaíba, como uma forma prática de estabelecer relações entre os conceitos básicos de cartografia e, consequentemente, da geografia, a prática e a realidade.A pesquisa teve como objetivo principal entender a importância das geotecnologias para a aprendizagem de conceitos básicos de Geografia e da Cartografia e para demonstrar se os estudantes conheciam e sabiam utilizar o software.Foi utilizado como metodologia uma aula teórica e outra prática em uma sala de aula,logo depois foi feita uma pesquisa bibliográfica, para subsidiar o artigo, além da análise da aprendizagem dos conceitos aplicados de forma abstrata e efetiva. Como resultado obteve através do relacionamento entre teoria e prática os alunos realmente compreenderam os conceitos, principalmente, quando a concepção é levada para a realidade dos estudantes. Portanto foi concluído que se o professor for além do livro didático, poderá proporcionar ao aluno um maior interesse e consequentemente um maior aprendizado no espaço escolar. Os principais autores utilizados foram Ramos, Leme, Joly e Martinelli. Palavras-chaves: Ensino de Geografia; Recurso Didático; Geotecnologias.

1 INTRODUÇÃO

O ensino de Geografia vem passando por intensas transformações em relação ao uso de

novas metodologias de ensino, onde a cada dia surgem novas tecnologias que podem ser usadas

como forma de relacionar teoria e prática pelo professor e, principalmente, pelo aluno, ou seja, a

cada instante surgem novas formas do professor tornar suas aulas mais interessantes tanto para

ele quanto para os alunos, usando outras formas de ensino, prosseguindo além do livro didático e

do quadro.

Hoje, o professor tem a possibilidade de usar diversas tecnologias que o dão a chance de

dinamizar as suas aulas e de torna-las interessante e para que isso seja possível o professor

deve apropriar-se dessas novas tecnologias.(LEME, 2012).

1 Acadêmica do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI. E-mail:

[email protected] 2 Acadêmica do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI.E-mail: [email protected]

3 Acadêmica do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí - UFPI. E-mail: [email protected]

4 Docente do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI. E-mail: [email protected]

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Porém, sabe-se que muitos dos profissionais da educação focam apenas em o aluno

decorar os conceitos, além de não possuírem formação para o uso dessas novas formas de

ensinar e acabam por ficarem preso naquela velha maneira de repassar conteúdos. E para que

os docentes possam usar essas novas tecnologias de forma educativa é preciso que estes se

reciclem e se adequem a nova realidade que faz parte o dia a dia dos nossos alunos e, portanto,

não podem ficar fora e ainda devem usa-las a seu favor.

Segundo Ramos (2005),

A Geografia possui possibilidades de se apropriar dos avanços das tecnologias em suas aulas, e isso acontece devido as Geotecnologias, que nada mais é, que a introdução da informática na Cartografia e que ganhou força a partir da década de 1970.

As Geotecnologias podem funcionar como um facilitador para a compreensão dos

conceitos básicos de Cartografia e dessa forma dos assuntos da Geografia Escolar. Pois através

delas o professor pode proporcionar ao aluno uma forma de relacionar a teoria presente nos

livros, com a prática e também com a realidade local.

Nesse contexto, o trabalho foi realizado com alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola

Marcos Parente, buscando contribuir para a compreensão dos alunos em relação aos conceitos

básicos da Geografia e para que possam entender que os meios tecnológicos podem ser usados

como meio de aprendizado, que a internet não está presa apenas nas redes sociais, na diversão,

mas que através dos mais diversos meios tecnológicos podemos aprender. Os principais autores

utilizados foram Ramos, Leme, Joly e Martinelli.

Utilizou-se como materiais: computador, o software Google Earth, papel vegetal, lápis, caneta,

lápis de cor, imagem de satélite impressa. Além disso, primeiramente, foi feito um plano de aula

para subsidiar a aula teórica e prática.

Como método foi feita uma introdução sobre o software usado à aula na praticidade e

teoria, onde foi possível adquirir os resultados da pesquisa, revisão bibliográfica, para subsidiar a

parte teórica do artigo, onde, em sala de aula, foi feito, inicialmente, uma explanação sobre as

geotecnologias e sobre os conceitos básicos de Cartografia e, consequentemente, de Geografia,

em seguida foi utilizado o Google Earth e a confecção de carta-imagem pelos alunos.

Nesse artigo, optou-se por utilizar o Google Earth como metodologia para uma aula onde

fosse relacionado à teoria e prática e a realidade local. Onde segundo Correia, Fernandes e Paini

(2010) é um programa gratuito disponibilizado pela Google, com a função de apresentar o planeta

Terra de forma tridimensional, usando simbologias para sua realização. Além desse software, o

Google também disponibiliza o Google Maps, que nos proporciona imagens bidimensionais.

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De acordo com Correia, Fernandes e Paini (2010) através do Google Earth e do Google

Maps é possível identificar os mais variados lugares do planeta, tem-se a visualização

bidimensional e tridimensional da paisagem, bem como localizar os fenômenos e objetos

geográficos.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O ensino de Geografia, muitas vezes é lecionado por professores sem capacitação na área

que apenas pulam ou passam por cima de assuntos de cartografia ou que apenas objetivam que

os alunos decorem os conceitos apresentados nos livros didáticos. E isso ocorre, não apenas

com os sem capacitação, também ocorrem com professores formados em Geografia que apenas

repassam os assuntos de forma cansativa e sem vinculação com a realidade, pois muitas das

vezes não possuem os conhecimentos necessários para repassar corretamente os ensinos de

cartografia.

Como afirma LEME (2012) a maioria dos professores de Geografia possui enorme

dificuldade em ensinar os conteúdos de Cartografia, pois muitas das vezes nem eles possuem

conhecimentos nessa área, e dessa forma prejudicam o adquiri de conhecimentos pelo aluno. E

quando repassam esses conceitos, muitas vezes não fazem uma relação com a realidade local

dos alunos. E para isso, o Google Earth é uma ótima maneira de proporcionar aos estudantes a

chance de relacionar os conceitos com a sua realidade.

Segundo Joly (2008), a Cartografia surgiu a partir da necessidade de conhecer e de

representar a Terra:

Os homens sempre procuraram a memória dos lugares e dos caminhos úteis às suas ocupações. Aprenderam a gravar os seus detalhes em placas de argila, madeira ou metal, ou desenhá-los nos tecidos, nos papiros e nos pergaminhos. Assim, apareceram no Egito, na Assíria, na Fenícia e na China os primeiros esboços cartográficos. (JOLY, 2008, p. 31).

Dessa forma, surgem as primeiras menções de representação cartográfica. Que com o

passar do tempo foi se automatizando, inicialmente, com o surgimento dos computadores e mais

tarde com os satélites artificiais.

A Cartografia teve sua automação introduzida em seus processos por volta 1946 com o

surgimento dos computadores.

Mas é a partir da década de 1960 que podemos considerar uma Cartografia assessorada

por computador, a qual passa a ser operacionalizada em todas as etapas de elaboração dos

mapas. (Martinelli, 2005).

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E assim foi ocorrendo o desenvolvimento da Cartografia até o surgimento das

Geotecnologias que para os autores Correa, Fernandes e Paini (2010):

[...] geotecnologias, estas entendidas como sendo as novas tecnologias ligadas às geociências e às outras correlatas. As geotecnologias trazem, no seu bojo, avanços significativos no desenvolvimento de pesquisas, em ações de planejamento, em processos de gestão e de tantos outros aspectos à questão espacial (FITZ, 2005 apud CORREA, FERNANDES e PAINI, 2010, p. 93).

Há quatro mais importantes geotecnologias e que se destacam dentro da Geografia, e

também no ensino dessa ciência, são elas: GIS (GeographicalInformations System) ou SIG

(Sistema de Informação Geográfica), GPS (Sistema de Posicionamento Global), Sensoriamento

Remoto e Google Earth.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A unidade Escolar Marcos Parente é uma escola localizada na cidade de Picos/PI no bairro

Bomba próxima ao Hospital Regional Justino Luz. Ela contém 11 salas de aula climatizadas,

possui um auditório onde acontecem palestras sobre muitos temas, que se localiza no segundo

andar, uma biblioteca, uma sala da psicopedagoga, uma quadra coberta, um refeitório, uma sala

de rádios, vários banheiros e bebedouros. A classe onde foi apresentado o projeto foi a do 1º ano

“A” do ensino médio, realizado no laboratório de informática.

Figura 01 – Escola Marcos Parente

Fonte: Google(2018)

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Como resultados obteve-se que através de aulas onde há uma relação entre teoria e

prática há um maior aprendizado, principalmente, quando é feito uma relação dos conceitos com

a realidade local.

Então, foi percebido que através do uso de geotecnologias, como o Google Earth que traz

imagens tridimensionais de qualquer lugar da Terra e a confecção da carta-imagem pudemos

observar que os alunos conseguiram identificar os elementos presentes na imagem.

Para Santos (2007, p. 16) o as utilidades das novas tecnologias e de computadores com

conexão à internet proporcionam rapidez, conforto e eficácia porisso estão se fazem presentes

em todos os campos respeitáveis das sociedades da atualidade.

Para a construção do artigo foi observado à participação e o quanto puderam entender a

partir do ato de relacionar teoria e prática de conceitos básicos de cartografia e de levar o

conceito para a sua realidade. Além da análise bibliográfica para subsidiar a construção do artigo

Figura 02- Imagem de satélite de Parnaíba/PI

Fonte: Google Earth

Em relação a imagem acima de satélite do Google Earth, a maioria dos alunos relataram já

terem utilizado o programa para navegar pela cidade de Picos e também outros lugares. Foram

questionados se já teriam usado ou não. Só não sabiam a importância para os estudos

geográficos.

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Figura 03 -Alunos confeccionado a carta-imagem

Fonte: Autores(2017)

Verificou-se uma maior compreensão dos alunos com a aula, a imagem acima mostra a

participação ativa dos alunos na atividade, além de terem se interessado pelo assunto. Houve

muitas perguntas e curiosidades, a interação com os discentes foi muito intensa. O trabalho foi

aplicado com êxito.

Figura 04- Processo de confecção da carta-imagem

Fonte: Autores(2017)

A imagem 4, mostra os alunos colorindo a vegetação e o rio, sem dúvida foi a parte do

trabalho mais atrativa para eles.

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5 CONCLUSÃO

Existem várias geotecnologias e algumas destas podem ser usadas para subsidiar o

ensino de geografia, como o Google Earth, que foi usado como metodologia para subsidiar a

pesquisa deste artigo, onde foi observado que este instrumento funciona extremamente bem

como forma de se fazer uma relação teoria prática, além de proporcionar a possibilidade de levar

o conceito estudado para nível local, já que ele nos dá uma imagem tridimensional de toda a

Terra.

E também houve a percepção dos alunos ao identificarem os elementos naturais e

artificiais, além de observarem espaços na imagem de satélite que são antigos, devido à imagem

não ser atual. Para o artigo, foi avaliado o aprendizado dos alunos e pesquisas bibliográficas, que

subsidiaram os resultados e o embasamento teórico para a construção do artigo.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, M. A. Martins. Século de prática de ensino de Geografia: permanências e

mudanças. In: REGO, Nelson et al. (Org.). Geografia: metodologias para o ensino médio. Porto

Alegre: Penso, 2011. P. 13 – 30.

CORREA, M. G. G. Fernandes, R. R. PAINI, L. D. Os avanços tecnológicos na educação: o

uso das geotecnologias no ensino de geografia, os desafios e a realidade escolar. Maringá.

JOLY, F. A cartografia. Campinas Paponus, 11ª edição, 2008.

LEME, A. Magnum. Utilização de Cartografia e Geotecnologias para o Ensino de Geografia:

Experiências do Projeto GEOENCART. Rio Claro, 2016. P. 10.

LEME, A. M. ZANILATTO, R. C. BASOTTI, I. S. Elaboração do site CGeoenCart: o auxílio das

Geotecnologias no ensino de Cartografia. In: XXIV Congresso de Iniciação Cientifica, nº XXIV.

2012. Rio Claro. UNESP: Rio Claro, 2012.

MARTINELLI, M. Curso de cartografia temática. São Paulo: Contexto, 1991.

RAMOS, C. S. Visualização cartográfica e cartografia multimídia: Conceitos e tecnologias.

São Paulo: Editora UNESP, 2005.

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SANTOS, A.E.O. Educação e Comunicação: A utilização das novas tecnologias por adolescentes

em ambiente escolar. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente e Sustentabilidade). Caratinga,

agosto, 2007.

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A INTERNET COMO ESTRATÉGIA DIDÁTICA-PEDAGÓGICA DE DIFUSÃO E COMPREENSIBILIDADE NO ENSINO DE GEOGRAFIA: uma discussão

necessária frente aos novos processos de ensino-aprendizagem

Francisca Adalgisa dos Santos Silva1 Leyliane Holanda Araújo2

Sérgio Matos Franco3

RESUMO: O presente artigo trata sobre a tecnologia digital como estratégia didático-pedagógica de difusão e compressibilidade no ensino de geografia escolar na contemporaneidade. Diante do avanço das novas tecnologias digitais, a internet. Como objetivo geral pretende-se saber de que forma a disciplina de geografia é aplicada como uso da internet. Os objetivos específicos verificamtambém se os docentes e discentes utilizam as novas tecnologias digitais de informação e comunicação; identificar como se dar a aplicação das ferramentas tecnológicas digitais em sala de aula e, constatar de que forma essa aplicabilidade facilita ou não o manuseio das ferramentas tecnológicas durante a difusão do ensino e a compreensão nas instituições escolares. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica através de livros do meio físico e eletrônico de autores como Silva (2014), Borba (2004),Seabra (2010), Bezerra (2014), dentre outros. As conclusões são que: ainda há desafios em relação ao uso das ferramentas digitais, isto é, a internet, principalmente ao que compete as habilidades de manuseio e domínio dos discentes, uma vez que os alunos, em sua maioria, estão rodeados diariamente de aplicativos, ferramentas e plataformas digitais, conectados com o mundo tecnológico vinte e quatro horas por dia. Palavras Chave: Ensino de Geografia, Estratégia didático-pedagógica,Internet

1INTRODUÇÃO

É interessante, antes de aprofundar o assunto, fazer uma conceituação do que é

Geografia4 e também apontar alguns fatores comoera utilizada por muitos navegantes,

desbravadores e também alguns pensadores importantes dos antepassados. A Geografia é uma

ciência que estuda os fenômenos humanos e físicos simultaneamente. Além dos citados campos

de estudo, a Geografia abrange ainda fenômenos biológicos e também sobre as condições de

tempo e espaço no Planeta Terra.

Os campos de estudos da geografia vão muitos mais além. Segundo Borba (2004)

elementos físicos, humanos biológicos e fenômenos do Planeta Terra, assim também como

1 Acadêmicado curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI.Email: [email protected]

2 Acadêmica do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI.Email: [email protected]

3 Acadêmico do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI. Email:

[email protected]

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questões sociais como geoeconomia,geofísica, geociência, entre outros. É uma ciência

desenvolvida pela Grécia Antiga1 ainda surgida no ano de IV a. C.

Os gregosdesenvolviam conhecimentos ao realizarem observações a respeito do clima e

tempo e condições de progressão terrestre, para assim percorrerem regiões a fim de conquistar o

comércio. Outro pensador de bastante reconhecimento é Aristóteles, já que ele foi um dos

pioneiros em observações do espaço e definidor de que a terra tinha formato esférico.Strabãofoi

outro historiador natural que se destacou ao escrever a obra contida com 17 volumes, o

Geograhice, realizando após percorrer entre a Galícia e Bretanha para a Índia, assim também

como do Mar Negro para a Etiópia.

No Brasil, de acordo com Silva (2014) a aplicação do ensino de geografia deu-se a partir

do surgimento do Imperial Colégio de Pedro II, localizado no Rio de Janeiro, no século XIX, por

volta de 1837. Foi então que se tornou oficializado o ensino da disciplina escolar de Geografia.

Entretanto, se assemelhava muito ao modelo europeu, proveniente da França. Nessa época,

queria-se que outras instituições de ensino fossem elas privadas ou públicas, seguissem como

padrão o Colégio Imperial de Pedro II.

Contudo, o presente trabalho tem como objetivo saber de que forma a disciplina de

geografia é aplicada; verificar também se os docentes e discentes utilizam as novas tecnologias

digitais de informação e comunicaçãono que diz respeito ao uso da internet; identificar como se

dar a aplicação das ferramentas tecnológicas digitais em sala de aula e, constatar de que forma

essa aplicabilidade facilita ou não o manuseio das ferramentas tecnológicas durante a difusão do

ensino e a compreensão nas instituições escolares.

O trabalho justifica-se conformeà medida que o avanço tecnológico digital, através do uso

da internet, vem se propagando cada vez mais e está inserido em várias repartições públicas,

privadas e no cotidiano em geral. Portanto, há principalmente, a necessidade de estudar de que

forma está sendo utilizada no ensino escolar na disciplina de geografia.

Com o surgimento da internet, será que melhorou o ensino nas escolas?Será que nas

escolas são utilizadas as novas tecnologias digitais de informação e comunicação como a

internet? Como será que professores e alunos utilizam a internet para a difusão do conhecimento

na disciplina de geografia?

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica através de livros do meio físico e

eletrônico de autores como Silva (2014), Borba (2004), Seabra (2010), Bezerra (2014), dentre

outros.

1 Disponível em: <http://acienciageograficatoco.blogspot.com.br/2010/04/pequena-historia-da-geografia.html> Acesso

em: 04/02/2018

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A pesquisa bibliográfica é um tipo de metodologia utilizada na realização de trabalhos

científicosque de acordo com Fonseca (2002) permite o pesquisador se aprofundar a respeito do

assunto estudado através de livros físicos (impressos), revistas, artigos e também com recursos

do meio eletrônico como páginas de websites, ebooks etc.

2TECNOLOGIA DIGITAL E ENSINO

Segundo Seabra (2010) a educação é uma das áreas com maior privilégio após o

surgimento da internete a inserção das NTDIC`S (Novas Tecnologias Digitais de Informação e

Comunicação) isto porque auxilia de forma mais rápida a encontrar o conteúdo

desejado.NTDIC`S é umaárea do conhecimento que utiliza ferramentas tecnológicas com intuito

de viabilizar, enriquecer e dinamizar as formas de comunicação, visto que,é também através

dessesrecursos que se tem maior facilidade ao realizar pesquisas e dinamizar o ensino.Moran

(2007) destaca que houve muitas transformações no mundo à medida que a tecnologia provoca

mudanças de pensamento e comportamento humano. Segundo Moran (2007, p. 167):

As tecnologias são pontes que abrem a salas de aula para o mundo, que representam, medeiam o nosso conhecimento do mundo. São diferentes formas de representação da realidade, de forma abstrata ou concreta, mais estática ou dinâmica, mais linear ou paralela, mas todas elas combinadas, integradas possibilitam uma maior apreensão da realidade e desenvolvimento detoda potencialidade do educando dos diferentes tipos de inteligências, habilidades e atitudes

É possível encontrar através denavegações na internet várias publicações comobibliotecas

eletrônicas, revistas online, textos, fotos, imagens, vídeos e áudios. Dessaforma os alunos e os

professores podem permanecer próximos uns aos outros, mesmo que, distantes em espaço

geográfico, a conexão através da internet permite essa ligação. Há ferramentas que possibilitam

conectar vários alunos, simultaneamente, formando grupos e assim fomentar debates e

discussões.Aausência de tecnologia digital na escola é um problema, e o uso de um tipo de

tecnologia pode ser a solução ou uma possibilidade dentro do contexto do ensino

Seabra (2010) acrescenta que o uso da internet nas escolas é importante e o professor

responsável por ministrar as aulas e a difusão das disciplinas, deve ter o maior conhecimento e

domínio do uso de ferramentas, possuir habilidades que envolvem durante a pesquisa e a

navegação, competências estas que estão cada vez mais básicas.

Por se tratar de ferramentas há muitas delas que são utilizadas comumente como forma de

comunicação. Há exemplos algumas ferramentas como: Windows Live Messenger (Msn), Google

como buscadores e também o Gmail, Hotmail, Yahoo, estes três últimos são ferramentas de

envio de correio eletrônico, os e-mails.

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Segundo Seabra (2010, p. 4):

A utilização da internet como ferramentas de busca para trabalhos escolares e até mesmo para projetos de aprendizagem é algo cada vez mais comum na vida dos estudantes. Estas ferramentas podem colaborar na educação, desde que não sejam usadas a esmo sem a orientação do professor. Sua utilização pode abrir novas possibilidades para alunos e professores, superando as barreiras físicas e o acesso limitado de recursos existentes, e literalmente, colocando o mundo acessível na ponta dos dedos

Através das novas tecnologias, a internet e suas ferramentas proporcionam facilidades de

ensino e aprendizado à distância, através do computador, uma vez que hoje, na atualidade,

existem diversos cursos e programas de ensino à distância, sem que haja a necessidade de o

aluno sair de casa para realiza-los.

3AS PRINCIPAIS TECNOLOGIAS DIGITAIS UTILIZADAS NO ENSINO NO CONTEXTO

CONTEMPORÂNEO

Sousa e Carvalho (2011) ressaltam que a educação e as novas tecnologias hoje estão

cada vez mais diferentes dos modelos tradicionais e, o que se via antes como: o professor fala e

o aluno escuta; o professor dita e o aluno escreve. Atualmente há uma interação e

compartilhamento de conhecimentos entre aluno e professor. A utilização de data show nas salas

de aula facilitou em muito a vida dos professores e também dos alunos. É bastante comum a

utilização desses aparelhos, porém, é necessário, alguns cuidados com o uso dessa tecnologia,

O uso contínuo de data show por mais de uma hora pode tornar cansativo e desviar a

concentração do aluno, é, portanto, que se tome outra alternativa como o uso do quadro branco e

o pincel para a escrita de observações, exemplos, etc.Faz-se assim um grande diferencial em

relação ao modelo tradicional que utilizava para escrever e repassar para os alunos, como

ferramenta, apenas giz e quadro negro. Nesse caso, o professor é um mediador no processo de

ensino e o uso de tecnologia digital pode ser uma possibilidade dentro dessa mediação

Com a internet, novas metodologias surgiram tambémcomo ferramentas de ensino.Seabra

(2010) aponta que o professor pode utilizar como ferramentas de busca e pesquisa como Google,

Youtube, Bing, Enciclopédia Online etc. Estas podem auxiliar nos estudos e facilitar no

aprendizado fazendo com que possa ampliar o conhecimento a respeito de um tema. Outra

ferramenta que Seabra (2010) destaca, é a utilização da WebQuestcom a finalidade de pesquisas

em grupo de alunos. Com isso, pode se pesquisar a respeito da comunidade, do bairro e outros

assuntos e, assim inserir novos conhecimentos dentro do tema estudado.

A WebGincana é outra forma de metodologia que pode dinamizar e instigar o interesse do

aluno. De fato, essa pesquisa utilizando a webgincana pode ter imagens, vídeos, fotografias,

textos e como regras haver pontuação por etapas concluídas. Para tanto, é necessário que o

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professor tenha o preparo e habilidade suficiente para trabalhar com essas metodologias em sala

de aula.

Os textos eplanilhas são ferramentas dentro do campo tecnológico da informática que

podem ser utilizados pelos professores tanto na escola quanto em casa para a elaboração de

provas e trabalhos e, pelos alunos em casa, no laboratório, em lanhouses como uma extensão da

sala de aula. Planilha Eletrônica, Apresentação de slides e Gerenciador de Bancos de dados, são

alguns dos aplicativos contidos que auxiliam alunos e professores na produção e execução de

tarefas.

Sousa (2011) destaca que quando o professor em seu trabalho pedagógico utiliza os vários

recursos multimídias tem se maior proveito e maior facilidade de absorção do aprendizado e

maior motivação para com o aluno, isso porque esses diversos fatores multimídias despertam e

instigam os sentidos cognitivos dos alunos.

4A TECNOLOGIA DIGITAL COMO ESTRATÉGIA DIDÁTICA-PEDAGÓGICA NO ENSINO DE

GEOGRAFIA

O ensino da disciplina de geografiana atualidade tem se mostrado de extrema importância

por conta dos diversos recursos que a tecnologia oferece. Silva (2014) acrescenta que com o uso

dessas tecnologias o ensino não se torna cansativo e dinamiza o aprendizado.

Sabe-se que o uso da tecnologia digital vem cada vez mais se expandindo de forma geral

em meio à sociedade e nas intuições de ensino, conforme Bezerra(2014) explica que além dos

sites de busca, da comunicação por e-mail aos quais professores e alunos se correspondem,

existe também a tecnologia móvel, isto é, através de telefones celulares capazes de gravar áudio

e vídeos e também registrar por meio de fotografias, há também as câmeras fotográficas digitais.

Com estes aparelhos é possível que alunos trabalhem em grupo ou de forma individual. As

produções feitas por alunos podem ser veiculadas em redes sociais como facebook, tweeter,

youtube este último sendo o maior portador de vídeos da internet.

Mesmo com todos as ferramentas tecnológicas, recursos e demais aparatos técnicos, Silva

(2014) aponta que há ainda desafios por parte dos professores em estimularem os alunos para

que estes se mostrem cada vez mais interessados e assim possam compreender e absorver o

aprendizado. “A educação tem que se transformar também, principalmente, os professores de

geografia tem que buscar esse suporte como ferramenta tentando levar mais informações e

buscando se atualizar no mundo” (SILVA, 2014)

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Há um vasto leque de recursos tecnológicos dentro do ensino de geografia que de acordo

com Oliveira (2013) possibilita tanto o aluno quanto demais pessoas a utilizarem em seu

cotidiano. Alguns sites de localização geografia estão disponíveis na internet, visto que há

também uma facilidade para se obter informações quando se pretende realizar uma viagem seja

ela terrestre, marítima ou aérea. Alguns sites de localização como Google Maps, Fligth Radar24 e

Marine Traffic estão disponíveis gratuitamente na internet e podem ser acessados a qualquer

hora do dia.

Algumas escolas são tomadas como exemplo de pesquisa a respeito do uso da internet e

das novas tecnologias no processo de ensino. De acordo com Silva (2014) destaca como caso de

estudo a escola EEEFM Estevam Marinho localizada no município de Sousa na Paraíba. Nessa

escola foram avaliados professores e alunos no tocante ao uso das tecnologias como ensino e

aprendizado.

Outro caso mais recente foi publicado no site porvir.org1onde estudos realizados com

alunos do Rio de Janeiro utilizando as novas tecnologias. Aparelhos celulares, computador e

internet foram utilizados como ferramentas metodológicas provando a eficácia e satisfação por

parte dos alunos e professores, provando que esse método tornou o aprendizado satisfatório e de

grande utilidade para mobilidade urbana. Navegaram pelo site Google Maps e aplicaram estudos

para detectarem quanto tempo levariam de um ponto de a outro utilizando rotas e meio de

transportes.

5O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM EM GEOGRAFIA

Silva (2014) enfatiza que os docentes precisam saber da importância de repassar e ter a

motivação ao exercer seu papel de educador no processo de ensino-aprendizagem. Ter maior

êxito na execução dessa tarefa. É de suma importância que o profissional incumbido de ensinar,

possa traçar metas para alcançar resultados positivos no auxílio e motivação do aluno.No ensino-

aprendizagem, tanto o docente quanto o discente são atores sociais e com o uso da geografia

escolar pode se manter contato com o habitante, conviver e ter contato com o meio social,

cultural, político e natural.

É importante destacar as formas de utilização de alguns sites de busca de localização

citados no tópico anterior para que seja esclarecido as formas de usabilidade. Oliveira (2013)

aponta que o Google Maps é um site de busca de localização que permite identificar rotas

1Disponível em: <http://porvir.org/aula-de-fisica-faz-estudantes-pensarem-em-solucoes-de-mobilidade-urbana/>

Acesso em: 09/02/2018.

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terrestres e que estas já identificam as distâncias de partida do local ao ponto de chegada,

exibindo assim as rotas que dão acesso ao local desejado, mostrando todas as condições de

tráfego como as estradas as serem percorridas. É possível também identificar a quantidade de

tempo gasto ao realizar tráfego por determinada rota, com outras palavras, a distância, o tempo

gasto, as condições de locomoção como ônibus, carro, trem, a pé, de bicicleta são todas

disponíveis para se fazer avaliação antes de progredir no percurso(OLIVEIRA,2013)

O Marine Traffic permite também de forma semelhante a localização de navios

apresentando localização, horário e local de partida e de chegada, pontos, bandeiras, e

condições de tempo. O aplicativo oferece também a visualização de aproximadamente 900

portos; locais favorecedores de tráfegos, detalhes sobre condições dos navios e demais

informações podem ser utilizadas nas aulas de geografia(OLIVEIRA,2013)

O Fligthradar24 dispõe de visualização de aviões do mundo inteiro, em tempo real, através

dos mapas que são disponibilizados pelo Google Maps, sendo que se pode visualizar todo o

planejamento de voos do mundo todo, permitindo a escolha por parte do viajante a qual escala

embarcar e quais aterrissagens pode haver durante a viagem. É um recurso tecnológico que pode

ser utilizado e trabalhado em salas de aulas com professores e alunos(OLIVEIRA, 2013)

Não só os sites de localização, como também está disponível na internet bolgs e sites que

possibilitam o conhecimento de clima e tempo1 fornecendo dados de como está a temperatura

local e também de qualquer região a qual deseja obter informações. Recursos como infográficos

e a apresentação meteorológica disponibilizada no youtube sendo na mesma página, nesse caso

não é necessário abrir uma nova aba para ter informações no youtube.Com isso, é possível que

se tenha a previsão do tempo e suas condições climáticas. Há blogs que dispõem de informações

a respeito das fases das nuvens2 e suas transformações indicando o que pode acontecer à

medida que elas variam de cores e tamanhos. Há formatos que simbolizam chuvas, tempestades,

céu aberto com condições favoráveis que se desejado pode realizar algum tipo de

tráfego(OLIVEIRA, 2013)

Entre outros caminhos há também os dos jogos eletrônicos que podem tanto assessorar o

professo como conquistar e instigar os alunos a participarem das aulas de forma prazerosa

Bezerra (2014) destaca que essa metodologia pode beneficiar o processo de ensino-

aprendizagem, uma vez que eles podem ter uma compreensão melhor do assunto e aprender de

forma divertida. Entretanto, é importante ressaltar que esses métodos que utilizam jogos servem

1Disponível em: https://www.climatempo.com.br/previsao-do-tempo/amanha/cidade/263/picos-pi

Acesso em:08/02/2018 2Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/nuvens.htm>Acesso em: 08/02/2018

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para facilitar e instigar, mas que é indispensável o acompanhamento e monitoramento para saber

se realmente o aluno aprendeu.

6AVANÇOS E DESAFIOS NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Um dos grandes desafios da atualidade está relacionado a angariar recursos tecnológicos

para as instituições de ensino para assim modernizar o ensino como um todo. Em relação à

geografia escolar,Bezerra (2014) destaca que além de recursos tecnológicos, o uso da

metodologia tradicional ainda é um desafio. Isso porque muitos professores não acompanharam

os avanços tecnológicos e não sabem manusear equipamentos eletrônicos, aplicativos digitais

entre outras ferramentas e aparatos das novas tecnologias digitais de informação e comunicação.

Dessa forma os alunos que se encontram inseridos no seu dia a dia em meio às novas

tendências tecnológicas, percebem a deficiência do ensino, resultando em perca de interesse e

desvio da atenção para com o aprendizado da disciplina.

De acordo com Sousa (2016) é necessárioa realização e implantação de um novo aporte

teórico-metodológico para suprir a necessidade de capacitação do corpo docente e esses

familiarizarem-se com as novas ferramentas e aplicativos tecnológicos para a disseminação do

conhecimento e difusão do ensino de geografia na contemporaneidade.Antes do surgimento da

internet e o aparecimento das novas tecnologias digitais de informação e comunicação, o

ensinode geografia, tinha apenas a relação captação e memorização do aluno, ainda mais sem

tecer o pensamento crítico e, considerando o professor como detentor absoluto do conhecimento.

Uma breve reflexão do surgimento da internet, Sousa (2016, p. 2) aponta que:

Com o passar dos tempos, a partir da segunda metade do século XX, com o surgimento da internet nas últimas décadas e, início do século XXI,surgiram novas tecnologias que possibilitam um maior conhecimento através de aplicativos e ferramentas digitais. Dando assim um diferencial em relação ao modelo tradicional em que o aluno tinha como ferramenta o livro e limitava-se apenas às ilustrações das páginas

A informática e o surgimento da internet provocaram mudanças significativas na sociedade

como um todo. Na educação desde o ensino básico até o avançado, o ensino de geografia

enriqueceu através do meio digital, sendo que mesmo lentamente foram aparecendo novas

tecnologias digitais de informação. Para Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG`s), Sistema

de Posicionamento Global (GPS), e também a WEB(internet). Hoje, no ensino de geografia a

informática é um meio indispensável para escolas.No entanto, houve um avanço considerável

porque os meios de ensino que utilizam as novas tecnologias assim como os alunos que estão

inseridos, automaticamente requerem acompanhar esse avanço. É impossível obter resultados

satisfatórios apenas com o uso da metodologia de ensino tradicional, ou seja, apenas com livro

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para os alunos e giz e quadro negro para professores. Contudo, isso, é um desafio e um avanço.

Os dois necessitam andar paralelamente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a pesquisa bibliográfica deste artigo, foi possível identificar como as NTDIC`S

(Novas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação) no que se refere ao uso da

internetrevolucionaram o mundo e ao que está direcionado a educação como um todo,

principalmente como objeto de estudo,o uso da internet como estratégia didática-pedagógica de

difusão e compreensibilidade no ensino de geografia.

No decorrer da pesquisa bibliográfica realizada por vários aportes teóricos, foi possível

perceber que ainda há desafios em relação ao uso das ferramentas digitais, principalmente ao

que compete as habilidades de manuseio e domínio dos discentes, uma vez que os alunos, em

sua maioria, estão rodeados diariamente de aplicativos, ferramentas e plataformas digitais,

conectados com o mundo tecnológico vinte e quatrohoras por dia. No entanto, há o outro viés de

que as novas tecnologias trouxeram mais facilidades também em relação à disseminação,

expansão e difusão do conhecimento da geografia escolar com as diversas ferramentas

encontradas gratuitamente na internet.

Acreditamos que mesmo com a evolução tecnológica, o uso do modelo tradicional atrelado

a contemporaneidade se faz necessário, isto porque a presença do professor é terminantemente

indispensável e, pode se unir a tecnologia para que os alunos não sejam meros consumidores

passivos de informação engessados apenas a ouvir, e sim, possam compartilharem

conhecimentos visando melhorias para o ensino escolar e para a atuação em sociedade.

É importante destacar que é papel da escola inserir políticas que possam angariar

melhorias em aparatos tecnológicos digitais, preparar docentes e discentes para fazer o bom uso

e assim manter-se sempre atuante caminhando junto com a evolução. É também de inteira

responsabilidade do professor, já que esse é o mediador e difusor do conhecimento, preocupar-

se sempre em acompanhar e evoluir junto para assim contribuir com melhorias tanto para o

alunado quanto para si próprio e, também em prol da instituição.

Por fim, as tecnologias estão aí para se aliar com a educação, visando melhorias para com

a sociedade em geral.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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A UTILIZAÇÃO DO “GOOGLE MAPS” PARA O APRENDIZADO DA GEOGRAFIA URBANA

Roseane Valente1 Acelino Pereira2

Evanildo Nunes3

RESUMO As tecnologias da informação e da comunicação- TIC tem transformado as esferas do espaço Geográfico em ciberespaço moldados pelo poder das redes técnicas. Gerando dessa forma impactos em todo o contexto da educação formal e repercutindo positivamente no processo de ensino aprendizagem na disciplina de geografia.Este trabalho descreve a relação dos locais considerados centros urbano da cidade de Teresina para um melhor entendimento e aprendizado dos alunos dos centros comerciais, polos de saúde, áreas residenciais, colégios a fim de propiciar leitura do espaço geográfico em questão. Trata-se de um estudo descritivo e qualitativo, desenvolvido no período de junho 2017 a julho de 2017. Os passos metodológicos consistiram na pesquisa em artigos que descrevem a importância da utilização da ferramenta Google Maps para o aprendizado e localização dos principais hospitais públicos, alguns conjuntos residenciais, lojas e comércios localizados dentro dos núcleos urbanos dos bairros de Teresina. A criação destas informações e mapas permitiu que houvesse mais eficiência na escolha dos locais para deslocamento, associando dados informativos e da distância percorrida, identificando fatores de custo benefício. A utilização da ferramenta Google Maps mostrou-se importante no planejamento de ações de deslocamento, contribuindo para a uma comodidade maior e também economia financeira e de tempo.

Palavras-chaves: Aplicativo de mapas; Ferramentas; Localização; Ensino de Geografia.

INTRODUÇÃO

O estudo sobre a importância do Google Maps para efeito de localização e deslocamento

provou nortear diversos fatores ambientais e econômicos que se inter-relacionam. No ensino de

Geografia, as possibilidades que esta ferramenta proporciona são diversas. A utilização das

ferramentas como o Google Maps e Google Earth pode despertar interesse dos alunos para

diversos assuntos da Geografia, por exemplo, a hidrografia, geografia urbana, geomorfologia,

climatologia, ecologia, geologia, entre outros. Buscando informar e orientar às pessoas aos

principais locais considerados centros comerciais para atendimento na região da cidade de

Teresina. É importante considerar que este recurso pode colaborar muito positivamente para o

ensino de Geografia e para mapeamento de locais de utilidade pública, devendo assim haver uma

maior utilização do mesmo. A utilização desse recurso é de fundamental importância para o

norteamento das pessoas aos grandes pontos comerciais de Teresina de acordo com suas

necessidades. Descrever da ferramenta Google Maps para a aprendizagem da Geografia urbana

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identificando as ferramentas necessárias para a localização dos principais núcleos urbanos de

Teresina- PI contribuindo para a eficácia do aprendizado da Geografia Urbana em sala de aula

através do Google Maps com o intuito de comprovar a eficácia das geotecnologias, evidenciando

o Google Maps como instrumento de construção da aprendizagem na Geografia. A pesquisa foi

realizada através de artigos publicados na internet e pesquisas em sites. Com base no estudo do

material e das imagens foi sendo destacadas as relações entre eles, com o intuito de fazer com

que o aluno sinta-se parte deste processo de aprendizagem ao visualizar espaços comuns o seu

cotidiano.

A princípio foram realizadas leituras nos materiais citados, para posterior análise e

compreensão da dinâmica e eficácia da geotecnologia Google Maps, como instrumento essencial

para o aprendizado da geografia urbana. Com base na pesquisa foi explorado o recurso

tecnológico em questão para obtenção das informações referentes à utilização dessa ferramenta.

O objetivo deste trabalho é demostrar aos alunos a importância da utilização da ferramenta

Google Maps para o ensino da geografia, em especial a geografia urbana. Com a utilização dessa

ferramenta o professor e o aluno podem também trabalhar com temáticas como o sensoriamento

remoto, torna-se fundamental a importância da utilização destes recursos tecnológicos para o

desenvolvimento cognitivo.

DESENVOLVIMENTO

Os aplicativos mencionados permitem uma navegação interessante pelo espaço geográfico, e apresentam uma

representação deste de forma sistematizada por meio de imagens que mais parecem “fotos” do espaço

representado em suas diferentes escalas, o que permite ao navegador, um maior “realismo” em sua pesquisa,

deixando mais rica com relação à percepção de informações sobre o relevo, a rede hidrográfica, a vegetação, a rede

viária, a distribuição dos equipamentos urbanos, e outras mais. (FREITAS, 2006). Ao inserir as novas tecnologias na

escola, o aluno pode ampliar sua realidade e seus conhecimentos. O aluno ao entrar no Google visualiza a opção

“mapas” e se deparando com diversas opções para visualização de mapas que demonstram países, cidades, bairros,

ruas, entre outros. A escola tem o papel de desempenhar essa aproximação entre o aluno e as novas tecnologias,

estimular dentro e fora da escola à utilização de ferramentas como a internet para fins de pesquisas, pois só assim a

educação e o conhecimento se expandirão e fortalecerão. Segundo Santos (2002) no ensino da Geografia, a

utilização de imagens de satélite, por exemplo, permite identificar e relacionar elementos naturais e sócios

econômicos presentes na paisagem, tais como, serras, planícies, rios, bacias hidrográficas, cidades, entre outros.

Podemos visualizar na Figura 01, a página inicial do Google Maps indica diversas opções e uma visão ampla dos

territórios.

Figura 01 – página inicial do Google Maps

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Fonte: Imagem do Google Maps (2017). Organizado por Sousa (2017).

Utilizando o Google Maps o professor também pode estar trabalhando as noções de

Sensoriamento Remoto, esse programa pode ser utilizado como recurso didático para uma

melhor aprendizagem. Alguns locais mais importantes já se encontram localizados no mapa, caso

contrário, pode-se localizar qualquer território através da ferramenta de pesquisa. A localização

dos lugares ocorre de forma simples e pode ser feita tanto pelo endereço como por meio das

coordenadas geográficas, a ferramenta possibilita traçar trajetos, verificar distâncias, arquivar

mapas, marcar pontos de referência. O programa oferece vários tipos de visualização, como:

mapa, satélite e Earth. Conforme figura 02, ilustra a opção de visualização “satélite”.

Figura 02 – visualização pela opção “satélite”

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Fonte: Imagem do Google Maps (2017). Organizado por Pimentel (2017).

A atividade como uma prática educativa auxilia na construção do conhecimento, para além

dos livros, é uma metodologia de ensino que visa trabalhar a realidade local dos alunos além dos

muros da escola, fazendo com que esses possam despertar para a realização de uma leitura

crítica da realidade e para a busca de sua autonomia, pensando dessa forma em ações de

intervenção para o exercício de sua cidadania.

Na opção “Mapa”, a apresentação da área pesquisada ocorre por meio de um mapa

rodoviário onde as escalas são alteradas de acordo com a modificação do zoom, onde se é

possível aproximar a imagem através da ampliação da párea selecionada. A se clicar numa

localidade marcada é possível visualizar informações como fotos, endereço, e telefones para

contato do lado esquerdo da tela, conforme figura 03.

Figura 03 – Opção de visualização de informações dos locais.

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Fonte: Imagem do GoogleMaps (2017). Organizado por Pimentel (2017).

De acordo com Compiani e Carneiro (1993, p.90); é preciso ilustrar os vários conceitos

vistos nas salas de aula; guiar os processos de observação e interpretação; motivar o aluno a

estudar determinado tema e orientar o aluno para resolver ou propor um problema.

A Geografia Urbana proporciona a realização de estudos sobre as práticas humanas na

cidade e no espaço urbano em geral, esta área da geografia é a responsável pelos estudos das

cidades e do meio urbano, analisa e descreve sobre temas como a urbanização, metropolização,

formação das médias cidades, desigualdades no espaço das cidades, assim como outros casos e

tipificações. A utilização da ferramenta “GoogleMaps” auxilia na localização desses espaços

urbanos, esse recurso cartográfico tecnológico permite uma melhor identificação de fatores

relacionados ao estudo do meio ambiente, as imagens de satélites mostram a superfície terrestre

com uma maior realidade e riqueza de detalhes assim como também as informações adicionais.

Por intermédio dessa ferramenta é possível identificar áreas verdes urbanas, espaços públicos e

suas estruturas, além de redes de emergência, ferrovias, rodovias e etc.

CONCLUSÃO

Dessa forma, cabe ao professor de geografia comprometido com os novos saberes, buscar

se aperfeiçoar e encontrar formas de interagir com as novas tecnologias educacionais, sendo que

este profissional também necessita utilizar da criatividade para desenvolver de forma proativa

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atividades apoiadas nas TIC que possam facilitar à transmissão dos conteúdos eminentes a

disciplina em questão. As tecnologias da informação nos auxiliam na busca e na construção do

conhecimento para todos, além de nos comunicar uns com os outros de forma intensa. O Google

Maps é uma ferramenta importante e gratuita, mas que necessita da internet, uma das mais

importantes ferramentas da informação. A utilização desta propicia conhecer lugares onde nunca

estivemos com apenas alguns comandos; observar erosões, desmatamentos, construções ou

rodovias, sem precisarmos sair de casa ou da escola.

Nesse contexto avalia-se a importância desse recurso com acesso restrito, tendo em vista

o pouco acesso que a maioria dos alunos de escolas públicas possui, por outro lado, pode ser

também um fator motivador, já que as facilidades e os benefícios obtidos em termos de

conhecimento são muitos.A contribuição informativa dada por meio das leituras foi significativas, a

exemplo, citação de Compiani e Carneiro onde estes destacam com ênfase a questão da

motivação que possibilita o uso das geotecnologias em sala de aula.

A utilização e implantação do Google Maps em sala de aula ainda é um grande desafio,

essa tecnologia é pouco utilizada a considerar a pouca estrutura das escolas, muitas vezes sem

computadores e sem internet. A dificuldade é maior de fato quanto ao não investimento, já que a

tecnologia na maioria das vezes desperta o interesse dos alunos.O uso de recursos tecnológicos

no ensino da geografia urbana trata-se de uma evolução, identificar o urbano e o não urbano por

uso da ferramenta “Google Maps”, aprender de forma simples e não monótona, são pontos

positivos para o ensino da geografia.

REFERÊNCIAS

COMPIANI, M. e CARNEIRO C. D. R. Investigaciones y experiências educativas: Os papeis

didáticos das excursões geológicas. Ensenanza de las Ciências de La Tierra, p 90-97, 1993.

GOOGLE MAPS. Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@-5.0933825,-

42.7586003,15z. Acesso em: Jun. 2017.

MOURA, Rosa; BRANCO, M. L. G. C.; FIRKOWSKI, O. L. C. F. Movimento pendular e

perspectivas de pesquisas em aglomerados urbanos. São Paulo perspectiv. Vol. 19. Disponível

em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-

88392005000400008&script=sci_arttext&tlng=pt>>>>. Acesso em 28 jun. 2017.

SANTOS, A.E.O. Educação e Comunicação: A utilização das novas tecnologias por adolescentes

em ambiente escolar. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente e Sustentabilidade). Caratinga,

agosto, 2007.

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FACINCANI, C. A UTILIZAÇÃO DO GOOGLE EARTH NA DISCIPLINA DE

GEOGRAFIA.Disponívelem:http://ueadsl.textolivre.pro.br/2013.1/papers/upload/151

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INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM UTILIZADOS NA UNIDADE ESCOLAR HELVÍDEO NUNES, MUNICÍPIO DE SUSSUAPARA –PI

Eliana de Sousa Barros1 Cleide de Sousa Sá2

Marina Nunes Santana³

RESUMO: A avaliação escolar é um processo delicado que exige um avaliador responsável, pois se trata do resultado de tudo que foi ensinado para o aluno, tem a finalidade de verificar a aprendizagem. O presente artigo busca identificar os instrumentos de avaliação da aprendizagem utilizados na Unidade Escolar Helvídeo Nunes, município de Sussuapara –PI, com o intuito de suscitar o debate da avaliação da aprendizagem como meio essencial no processo de ensino-aprendizagem. Este estudo justifica-se porque a avaliação por muito tempo foi usada como instrumento para classificar e rotular os alunos entre “os bons e os que dão trabalho”. Na prática, ainda hoje é utilizada por professores e pais como modo de punir o aluno indisciplinado, quebrando seu verdadeiro papel na aprendizagem. Tem como objetivo geral identificar os três instrumentos de avaliação mais utilizados na Unidade Escolar Helvídeo Nunes, no município de Sussuapara-PI. E como objetivos específicos: Conceituar esses instrumentos, para ter conhecimento das suas finalidades; Verificar aceitação dos mesmos pelos alunos; Saber dos professores o posicionamento ao aplicar os instrumentos avaliativos. A metodologia adotada neste artigo envolveu o levantamento e análise teórica, etapas estas necessárias ao correto embasamento sobre os assuntos discutidos para a realização desta comunicação, envolveu ainda incursões de campo na Unidade Escolar Helvídeo Nunes, no município de Sussuapara, onde foram realizadas entrevistas com a direção e professores da referida unidade escolar acerca dos instrumentos de avaliação utilizados, sendo estes dados posteriormente analisados qualitativamente. É possível haver um debate entre escola, professores e alunos na busca de maior transparência desse processo e de buscar uma melhor utilização dos vários meios possíveis de avaliar, criar uma direção que sirva para que os instrumentos de avaliação utilizados pelo professor consigam alcançar a aprendizagem dos alunos. Palavras-chave: Professor. Aluno. Ensino de Geografia.

INTRODUÇÃO

O presente artigo busca identificar os instrumentos de avaliação da aprendizagem

utilizados na Unidade Escolar Helvídeo Nunes, município de Sussuapara –PI, com o objeto de

levantar o debate da avaliação da aprendizagem como meio final e principal da conclusão do

processo ensino-aprendizagem.

Segundo Castro(1992, p.13), “a avaliação não deve ser vista como uma caça aos

incompetentes, mas como uma busca de excelência pela organização escolar como um

1 Acadêmico do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI. E-mail: [email protected]

2 Acadêmico do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI. E-mail: [email protected]

³ Acadêmico do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí - UFPI. Email: [email protected]

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todo”. Antes do professor chegar na avaliação da aprendizagem de seus alunos, existe caminhos

para uma avaliação satisfatória para o verdadeiro protagonista - aluno.

A avaliação escolar é um processo delicado que exige um avaliador responsável, pois se

trata do resultado de determinado período que foi ensinado para o aluno, tem a finalidade de

verificar a aprendizagem. Para que as avalições tenha sentido é preciso que o professor obedeça

critérios sobre alguns tipos de atividades, provas, ao longo do seu trabalho, criando um acervo de

referência para suas atividades de avaliação dentro de seu processo de ensino.

Para Luckesi (2010),

No caso do ensino-aprendizagem na escola, os instrumentos dependerão do Projeto Pedagógico, ou seja, o que se propôs e foi efetivamente ensinado e como foi ensinado. Os instrumentos acompanham o projeto de ensino, desde que o que se está avaliando, no caso da educação escolar, deveria ser os resultados do projeto de ensino, efetivamente executado. O instrumento é o recurso pelo qual o educador pede ao educando que revele se aprendeu o que ele ensinou. Somente

isso(p.73).

Este estudo justifica-se porque a avaliação por muito tempo foi usada como instrumento

para classificar e rotular os alunos entre “os bons e os que dão trabalho”. Na prática, ainda hoje é

utilizada por professores e pais como modo de punir o aluno indisciplinado, quebrando seu

verdadeiro papel na aprendizagem.

A avaliação não deve tão pouco adquirir caráter disciplinador, como cita Freitas(1995,p.63)

“A avaliação não se restringe a instrumentos de medição, mas acaba sendo configurada como

instrumento de controle disciplinar, de aferição de atitudes e valores dos alunos”.

A presente pesquisa tem como objetivo geral identificar os três instrumentos de avaliação

mais utilizados na Unidade Escolar Helvídeo Nunes, no município de Sussuapara-PI. E como

objetivos específicos: Conceituar os instrumentos utilizados, para ter conhecimento das suas

finalidades; Verificar aceitação dos mesmos pelos alunos; Saber dos professores o

posicionamento ao aplicar os instrumentos avaliativos.

Foi adota a perspectiva qualitativa, e tem como objetivo analisar as concepções de

avaliação existentes no âmbito escolar, metodologia adotada neste artigo envolveu o

levantamento e análise teórica, etapas estas necessárias ao correto embasamento sobre os

assuntos discutidos para a realização desta comunicação, envolveu ainda incursões de campo na

Unidade Escolar Helvídeo Nunes, no município de Sussuapara, onde foram realizadas entrevistas

com a direção e professores da referida unidade escolar acerca dos instrumentos de avaliação

utilizados, sendo estes dados posteriormente analisados qualitativamente.

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DESENVOLVIMENTO

A pesquisa foi realizada na Unidade Escolar Helvídeo Nunes, sediada na Rua Projetada

S/N – Bairro Novo Paquetá, zona urbana do município de Sussuapara-PI.

Figura 01- U. E. Helvídeo Nunes

Fonte: Autores(2018)

A escola estadual, atualmente é bem estruturada com seis salas de aulas, uma sala

utilizada para a diretoria, uma secretaria, uma sala de atendimento pedagógico e uma sala para

os professores, oito banheiros, um depósito para merenda e outro para material de limpeza, um

refeitório, uma biblioteca, um laboratório de informática, um de ciências e uma quadra de esportes

escolar ideal para o desenvolvimento de práticas esportivas e demais eventos comemorativos

que a escola necessite usufruí-la.

A escola dispões de Livros didáticos, Paradidáticos, quadros de acrílicos e alguns kits

pedagógicos. Conta também com um acervo bibliotecário, que está chegando aos poucos e

agora a escola possui espaço físico para funcionamento adequado da biblioteca, capaz de

atender a clientela.

Avaliar vem do latim “a+valere”, que significa atribuir um juízo de valor (LUCKESI, 1995,

p.28). Em sala de aula existe variados instrumentos para avaliar o aluno, é preciso conhecer cada

um para que sejam utilizá-los de forma adequada. Alguns instrumentos de avaliação, que são os

mais usados na prática avaliativa das nas escolas são: Autoavaliação; Portfólio; Memorial;

Relatório (individual ou em grupo); Testes, Provas escritas e orais.

Conforme, Libâneo(2008):

Podemos então definir a avaliação escolar como um componente do processo de ensino que visa, através da verificação e qualificação dos resultados obtidos,

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determinar a correspondência destes com os objetivos propostos e, daí, orientar a

tomada de decisões em relação às atividades didáticas(p.196).

De acordo com a pesquisa realizada na Unidade Escolar Helvídeo Nunes, município de

Sussuapara-PI os três instrumentos de avalição mais utilizados na unidade escolar são:

Relatório: (individual ou em grupo) – registro de dados que informam os resultados de

atividades de ensino e de aprendizagem já realizadas. Tem a estrutura de um texto dissertativo

com o intuito de documentar todas as atividades realizadas para o alcance de um determinado

estudo, pesquisa, experiência, visitas.

Teste: o objetivo deste instrumento é realizar uma sondagem dos conteúdos que foram

estudados parcialmente. Alguns professores usam o termo pré-teste para designar a sondagem

feita sobre uma quantidade mínima de assuntos estudados. Tem a mesma estrutura da prova,

contém questões objetivas, dissertativas ou fechadas de marcar.

Provas escritas e orais: instrumento de maior uso no contexto da educação escolar, por

isso vamos nos deter nelas mais um pouco. A prova é uma organização de questões objetivas ou

dissertativas, preparadas pelo professor com o intuito de verificar se o conteúdo ensinado foi

aprendido. Assim como a aula expositiva que nasce na educação tradicional e passa por

mudanças de paradigmas até chegar à aula dialógica de Freire, também a prova tem sua origem

na abordagem tradicional, e passa por transformações, contribuindo hoje com a avaliação

mediadora e processual.

A avaliação tem sido tomada como o ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os

alunos, sendo, portanto, reduzida à cobrança daquilo que o aluno memorizou.

Segundo uma professora da Unidade Escolar Helvídeo Nunes, tais instrumentos são

utilizados na escola sem maiores transtornos de repulsa por parte dos alunos, mas ainda há

alunos insatisfeitos com um ou outro instrumento utilizado.

Como defende Luckesi (2005, p.81), não podemos mais pensar a avaliação como um

instrumento de autoritarismo e classificação, que decide sobre a aprovação ou reprovação do

aluno. A atual conjuntura da educação requer por parte dos professores uma maior reflexão e

flexibilidade ao avaliar.

Segundo a direção, buscam juntamente com os professores adequar os instrumentos de

avalição de acordo com o perfil das turmas, afim de proporcionar aos alunos a melhor maneira de

avaliá-los.

Segundo, Hoffmann(2007):

Entretanto, uma nova perspectiva de avaliação exige do educador uma concepção de criança, de jovem e adulto, como sujeitos do seu próprio desenvolvimento,

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inseridos no contexto de sua realidade social e política. Seres autônomos intelectuais e moralmente (com capacidade e liberdade de tomar suas próprias decisões), críticos e criativos (inventivos, descobridores, observadores) e participativos (agindo com cooperação e reciprocidade)(p.18).

No PPP da Unidade Escolar Helvídeo Nunes, propõe-se a ajudar os alunos a construir

conhecimentos, formas de pensar e sentir mais organizadas, assim como valores éticos, morais e

sociais, implicando relações recíprocas entre o aluno e o universo a ser reconhecido. E que

estejam baseados a partir de quatro princípios que constituem os quatro pilares da educação:

aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

Adota-se a concepção de educação como sendo um processo contínuo e permanente de

construção de conhecimentos, encarando a realidade com dinamismo, favorecendo uma

interação recíproca entre todos, de modo a promover um crescimento pessoal, cultural e ético,

colocando a serviço de uma formação social.

Moretto(2002) coloca que,

é necessário que o professor conheça as características do grupo como um todo, o desenvolvimento cognitivo, psicológico e social e, a partir daí, organize condições adequadas para a aprendizagem, redirecionando o planejamento, dentro de seus aspectos de flexibilidade, e suas estratégias de ensino, pois aprender é construir significados e ensinar é oportunizar esta construção (p.58).

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional projetada, em 1988, e

aprovada em 1997, o processo avaliativo é contemplado no Art. 24, inciso V, alínea (a) e diz

sobre a verificação do rendimento escolar. “Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do

aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo

do período sobre os de eventuais provas finais”.

Por isso, Freire (2003, p.118) defende a ideia de que “ensinar não é transferir

conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Nesta

perspectiva, Freire (2003, p.118) acrescenta:

Meu papel como professor, ao ensinar o conteúdo a ou b, não é apenas o de me esforçar para, com clareza máxima, descrever a substantividade do conteúdo para que o aluno o fixe. Meu papel fundamental, ao falar com clareza sobre o objeto, é incitar o aluno a fim de que ele, com os materiais que ofereço, produza a compreensão do objeto em lugar de recebê-la, na íntegra, de mim. Ele precisa se apropriar da inteligência do conteúdo para que a verdadeira relação de comunicação entre mim, como professor, e ele, como aluno se estabeleça.

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Nessa dimensão, a avaliação educacional com o foco na aprendizagem do aluno e

preocupada com o melhoramento da prática, efetiva-se na busca constante da renovação dos

saberes dentro da sala de aula.

CONCLUSÃO

Diante das entrevistas, pode-se observar que muitas ações são propostas pelos

professores visando a melhoria do processo ensino e aprendizagem dos alunos, seguindo as

orientações propostas na LDB, no PPP e no Regimento Escolar, mesmo assim, ainda é utilizado

o método tradicional na hora de avaliar.

A diversidade de opiniões sobre as avaliações e os instrumentos que processam em sala

de aula é questão de debate tanto entre os professores, como entre os alunos. O único ponto

comum é a visão de que a avaliação dos alunos é uma parte esperada e essencial do processo

de educação.

É possível haver um debate entre escola, professores e alunos na busca de maior

transparência desse processo e de buscar uma melhor utilização dos vários meios possíveis de

avaliar, criar uma direção que sirva para que os instrumentos de avaliação utilizados pelo

professor consigam alcançar a aprendizagem dos alunos.

O papel que cada um deve assumir neste processo é importantíssimo, o professor

observar e identificar individualmente reações e a aprendizagem dos alunos diante das diversas

atividades, também ser flexível a sugestões construtivas do alunado. O aluno também precisa

fazer sua parte para obter os melhores resultados, tirar suas dúvidas, realizar as atividades

propostas pelo professor, o processo de avaliação de aprendizagem é construído através de

trocas entre o professor e aluno, não deve ser encarado separadamente.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases. Brasil: MEC, 1996.

CASTRO, A. D. & CARVALHO, A.M.P. Ensinar a Ensinar: Didática para a Escola Fundamental e

Média. São Paulo: Pioneira Thonison Learning LTDA,cap.09, 2001.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 28. ed. São

Paulo: Paz e Terra, 2003.

FREITAS, Luiz Carlos de. Crítica da Organização do Trabalho pedagógico e da Didática. 7ª Ed.

Campinas – SP, Papirus Editora, 1995.

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FREITAS, Luiz Carlos de. Disponível emhttps://avaliacaoeducacional.com/author/freitaslc/Acesso

em 15 mar. 2018.

GADOTTI, Moacir. Educação e Poder - Introdução à Pedagogia do Conflito. 8ª Ed. São Paulo:

Cortez, 1988.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 28 ed. São Paulo: Cortez, 2008.

________, José C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem e educação. Disponível em

<http://luckesi.blog.terra.com.br/2007/06/> Acesso em 17 jan. 2010.

LUCKESI, C.C. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. São Paulo, Cortez,

1995.

LUCKESI, Cipriano C. Disponível em <http://luckesi.blogspot.com.br/ > Acesso em 10 mar. 2018.

LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14 ed. São Paulo: Cortez, 2002.

MORETTO, Vasco Pedro. Prova – um momento privilegiado de estudo – não um acerto de

contas. 3 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação - Mitos e Desafios. Uma Perspectiva Construtivista. 38 ed. Porto

Alegre: Mediação, 2007.

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ENSINO E APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA EM ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL DE TERESINA/PIAUÍ: PERCEPÇÃO DOS LICENCIANDOS SOBRE

OS DESAFIOS E POSSIBILIDADES

Ana Beatriz Ribeiro dos Santos1 Raimundo Lenilde de Araújo2

RESUMO: A educação geográfica possui significativa contribuição na educação escolar de modo que estuda os aspectos sociais e naturais bem como suas inter-relações. A escola em tempo integral vai muito além da ampliação da carga horária escolar, aumentando as relações entre aluno-professor-escola e, portanto, um avanço significativo para diminuir as desigualdades sociais e ampliar democraticamente as oportunidades de aprendizagens. Este artigo tem como objetivo identificar a percepção dos licenciandos (estagiários) de Geografia sobre desafios do processo de ensino e aprendizagem em escolas de tempo integral na cidade de Teresina/PI. O percurso metodológico consistiu em levantamentos e análises bibliográficas, foram aplicadas entrevistas com quatro licenciandos (estagiários) de escolas de tempo integral; Ao final da etapa da aplicação de entrevistas, paras as atividades de gabinete com o intuito de agrupar os dados coletados, tabulá-los com software para esse fim de modo que contribuiu para a discussão dos dados e alcance dos objetivos. Foram aplicadas entrevistas semiestruturadas com quatro licenciandos (estagiários) de escolas de tempo integral; posterior à etapa de realização de entrevistas, houve agrupamento e tabulação dos dados coletados, com software para esse fim de modo que contribuiu para a discussão dos dados e alcance dos objetivos. Os resultados mostra que temos no contexto atual sobre a escola de Tempo Integral ainda não trabalhada na forma ideal onde o ensino ainda está aliado a memorização. Assim, através das entrevistas, foi notado que os licenciandos apontaram que é comum a relação da interdisciplinaridade no ensino das escolas integrais, onde a Geografia é trabalhada aliada à outras áreas do conhecimento enriquecendo ainda mais a sua abordagem em sala de aula. Palavras-chave: Educação Integral. Interdisciplinaridade. Espaços Educativos.

INTRODUÇÃO

Segundo Oliveira (2002), o ensino de Geografia é fundamental para que as novas

gerações possam acompanhar e compreender as transformações do mundo. Destacamos a

discussão para tratar da importância da Geografia Escolar na compreensão da dimensão espacial

dos fenômenos/fatos e das coisas mundiais. Os aspectos que marcam o mundo contemporâneo,

globalizado, revelam que são necessárias teorias que deem conta da tarefa de compreendê-lo e

de apontar possibilidades de nele intervir (CAVALCANTI, 2012).

Cada vez mais, os saberes escolares são associados às mudanças da sociedade e têm de

dialogar com inúmeras orientações pedagógicas contemporâneas, a fim de desenvolver nos

1 Acadêmica do Programa de Pós-Graduação de Geografia da Universidade Federal do Piauí – UFPI. E-mail: [email protected]

2 Doutor em Educação. Professor Adjunto de Geografia na Universidade Federal do Piauí – UFPI. E-mail: [email protected]

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alunos a cooperação, a sociabilidade, a apropriação dos conteúdos e a construção do

conhecimento.

Essa concepção está centrada no formato de educação integral com ênfase na oferta de

atividades diversificadas, articuladas a outros setores da sociedade e com a participação da

escola, da família e da comunidade. Considera-se ainda que a educação não deve ser

considerada, apenas, como responsabilidade da comunidade escolar, e sim do âmbito familiar e

social.

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN/1996), a Educação

Integral é o aumento progressivo da jornada escolar na direção do regime de tempo integral,

valorizando as iniciativas educacionais extraescolares e a vinculação entre o trabalho escolar e a

vida em sociedade.

Diante do exposto, este artigo tem como objetivo geral identificar a percepção dos

licenciandos (estagiários) de Geografia sobre desafios e possibilidades do processo de ensino e

aprendizagem em escolas de tempo integral na cidade de Teresina/PI. Os procedimentos

metodológicos adotados nesse estudo consistiram em levantamentos e análises bibliográficas e

teóricas. Segundo Gil (1991), a pesquisa bibliográfica é o conjunto das produções escritas para

esclarecer as fontes, ou seja, é toda a literatura originária de determinada fonte ou a respeito de

determinado assunto.

Foram aplicadas entrevistas semiestruturadas com uma (01) pergunta objetiva e onze (11)

subjetivas com quatro licenciandos (estagiários) de escolas de tempo integral; posterior à etapa

de realização de entrevistas, houve agrupamento e tabulação dos dados coletados, com software

para esse fim de modo que contribuiu para a discussão dos dados e alcance dos objetivos.

APORTE TEÓRICO-METODOLÓGICO

O ensino de Geografia, como as demais ciências que fazem parte do currículo de ensino

fundamental e médio, tem como intuito desenvolver no aluno a capacidade de observar, analisar,

interpretar e pensar criticamente a realidade tendo em vista a sua transformação.

A educação em tempo integral vai muito além da ampliação da carga horária escolar,

aumentando as relações entre aluno-professor-escola. Segundo Cavalcanti (2003, p. 25), o

“ensino é um processo de conhecimento pelo aluno, mediado pelo professor e pela matéria de

ensino, no qual devem estar articulados seus componentes fundamentais: objetivos, conteúdos e

métodos de ensino.” Moll (2012) aponta que a Educação Integral articula as diversas áreas do

conhecimento em formas de aprendizagem e fomenta a parceria escola e comunidade.

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É possível ir além da aula descritiva e distante exige um esforço do professor para trazer

para realidade do aluno aquilo que está sendo estudado; para ir além das descrições - sejam elas

aulas expositivas realizadas pelo professor, escritas no livro didático ou apresentadas nos mapas

– quando procura estudar o porquê do espaço se apresentar de um ou de outro modo (CALLAI,

1998, p.60).

A escola de tempo integral (ETI) não é uma escola de dupla jornada com a repetição de

tarefas e metodologias. A ampliação do tempo escolar deve ser entendida como possibilidade de

formação integral dos sujeitos envolvidos nos processos de ensino e de aprendizagem, com a

ampliação de carga horária escolar devem existir atividades que ocorram paralelamente as aulas

como projetos, oficinas e esportes. Atividades estas que apresentam caráter interdisciplinar com

as ciências que fazem parte da formação escolar.

A proposta de Educação em Tempo Integral fundamenta-se no Projeto de Lei referente ao

Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020, que propõe, na meta seis, a oferta

progressiva de Educação em Tempo Integral em cinquenta por cento das escolas públicas de

educação básica. Indica, também, a importância de se fomentar a articulação da escola com os

diferentes espaços educativos e equipamentos públicos como centros comunitários, bibliotecas,

praças, parques, museus, teatros e cinema, desenvolvendo-se assim, novas práticas curriculares,

pedagógicas e de gestão que buscam conjugar maiores oportunidades de aprendizagem com

proteção social. É, portanto, um avanço significativo para diminuir as desigualdades sociais e

ampliar democraticamente as oportunidades de aprendizagens.

Esse avanço se efetivara de fato, quando houver a articulação, em uma melhor

infraestrutura da escola para que possa acolher todo o seu alunado, professores e servidores da

escola para que haja o desenvolvimento de novas posturas curriculares para ter um avanço

educacional.

A escola de tempo integral, portanto, é uma modalidade de instituição escolar que busca

aplicar princípios da educação integral (Quadro 1).

Quadro 1 – Princípios da educação integral.

I- Ampliação da jornada escolar, geralmente para os dois turnos do dia;

II- Promoção de atividades de enriquecimento da aprendizagem para além das atividades da sala de aula, incluindo em alguns casos atividades de reforço escolar para alunos com dificuldades de aprendizagem e aumentar o tempo de estudo de todos os estudantes.

III-Potencializar efeitos de métodos e procedimentos de ensino ativo como estudos do meio, utilização de situações concretas do cotidiano e da comunidade,

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integrando conteúdos, saberes experienciais dos alunos, arte, cultura;

IV- Provimento de experiências e vivências de diversidade social e cultural seja em relação às diferenças étnicas seja às próprias características individuais e sociais dos alunos;

V- Integração mais próxima com a família e a comunidade, incluindo a valorização de conhecimentos e práticas da vida em família e na comunidade, isto é, integrar a escolas com outros espaços culturais, envolvendo também parcerias com a comunidade.

Fonte: Libâneo (2014). Organização: Ana Beatriz Ribeiro dos Santos (2018).

No contexto da educação integral a interdisciplinaridade é uma reorganização de

disciplinas e conteúdos, mas para isso deve existir uma qualificação bastante expressiva para

que os professores dessa modalidade estejam aptos para trabalhar com essa

interdisciplinaridade, compreende-se que:

O prefixo inter, dentre várias conotações que podemos lhe atribuir, tem o significado de troca, reciprocidade e disciplina, de ensino, instrução, ciência. Logo a interdisciplinaridade pode ser compreendida como um ato de troca, de reciprocidade entre as disciplinas ou ciências - ou melhor, de áreas do conhecimento (JAPIASSÚ, 1976, p.23).

A prática pedagógica dos professores interdisciplinares precisa envolver atributos de

interações de associações, colaboração, cooperação, complementação o e integrações o entre as

disciplinas. Esse contexto de interação entre as disciplinas passa a ser a essência e o

fundamento de atitudes de interdisciplinaridade que o professor precisa ter para firmar as

relações de parceria, noção considerada como um dos princípios da prática interdisciplinar

(FAZENDA, 1979).

A educação integral se integra no encontro dialógico de tempo e qualidade e qualidade

com tempo. Isso significa dizer, que quando se trata de educação integral a relação que se

estabelece com a escola e a comunidade educativa é construída no convívio com o grupo extra e

a comunidade. Visto que, “a educação se dá em tempo integral, na escola, na família, [...] no

cotidiano de todas as nossas experiências e vivencias” (GADOTTI, 2009, p. 22).

ENSINO E APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA

Ao considerar a prática docente no Ensino de Geografia, Cavalcanti (2006) diz que pensar

esse ensino, os saberes e práticas dos professores, com base nas mudanças ocorridas na

dinâmica da sociedade contemporânea, de fato, é um elemento importante, pois o ensino e a

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educação são expressões da sociedade, da economia, da política, da cultura, enfim, de todo esse

conjunto.

Para Cavalcanti (1998, p.11):

O conhecimento geográfico é, pois, indispensável à formação de indivíduos participantes da vida social à medida que propicia o entendimento do espaço geográfico e do papel desse espaço nas práticas sociais.

Callai (2003, p.101) aborda que o processo de construção do conhecimento é tarefa que o

educando deve realizar, ao professor cabe oportunizar as condições para que o conhecimento

aconteça, uma vez que “uma educação que tem como objetivo a autonomia do sujeito passa por

municiar o aluno de instrumentos que lhe permitam pensar, ser criativo e ter informações a

respeito do mundo em que vive”.

Conforme Castrogiovanni (2009, p.13):

[...] existe ainda pouca aproximação da escola com a vida, com o cotidiano dos alunos, e com essa falta de aproximação os alunos ainda enxergam a disciplina de Geografia como algo distante da sua realidade.

Então deve haver essa ligação do cotidiano dos alunos com a disciplina de Geografia para

que facilite o entendimento prático dos alunos com a Geografia.

Sob o ponto de vista das relações pedagógicas, que se constituem na prática de cada sala

de aula, dizer que um movimento de polarização “espontâneo”, ai verificado, tende a valorizar: ou

(a) o professor, ou (b) o aluno, ou (c) as relações entre professor e aluno. Esta polarização, diga-

se de passagem, é consequência e não a causa do processo escolar (BECKER, 2012).

Sugere-se que o professor trabalhe em sala de aula sempre de maneira correlacionada

com o cotidiano do alunado, com vistas à absorção dos conteúdos abordados em sala de aula. E

“na prática cotidiana, no espaço de sua sala de aula o professor pode favorecer a aprendizagem

escolar desenvolvendo ações de modo a ensinar seus alunos a pensar e a aprender” (FILIZOLA,

2009, p. 35).

Cavalcanti (2002) aponta o papel do professor como sendo de extrema importância para o

desenvolvimento do conteúdo estudado através de “ligações do conteúdo com a matéria

anteriormente estudada e com o conhecimento cotidiano do aluno”. É preciso, sobretudo

problematizar o conteúdo a ser estudado (CAVALCANTI, 2002, p. 80).

Cavalcanti (2010, p. 139) aponta que:

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[...] a construção de conceitos é uma habilidade fundamental para a vida cotidiana, uma vez que possibilita à pessoa organizar a realidade, estabelecer classes de objetos e trocar experiências com o outro. Seja o educador, seja o colega, precisam dessas trocas, dessas classificações e experiências para entender melhor a si mesmos a ao local que o cercam.

Castrogiovanni (2007) critica essa formalidade ao afirmar que devemos construir

conhecimentos a partir de conteúdos e não em uma sequência proposta pelos livros didáticos,

pois essa pode não ser a maneira mais sensata. É preciso um olhar atento e questionador para

avaliar a real necessidade e importância dos conteúdos listados nesses verdadeiros manuais de

reprodução em série.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A reconfiguração que temos no contexto atual sobre Educação Integral trabalha numa

perspectiva de valorização cultural nos diversos espaços educativos (ARROYO, 2012). Parte-se

da ampliação de tempo, espaços e oportunidades educativas que qualifiquem o processo

educacional e melhorem o aprendizado do aluno.

Durante a entrevista, quando os licenciandos foram questionados sobre a sua percepção

sobre a contribuição da Geografia nas Escolas de Tempo Integral (ETIs), aferiu-se que a maioria

respondeu que a disciplina de Geografia relaciona os conteúdos trabalhados nas aulas a outras

áreas do conhecimento, que tenham a noção de que o espaço geográfico é construído por pelas

práticas diárias, como feiras, gincanas, aula de campo, projetos dentro das escolas ex: horta na

escola, que poderia englobar as disciplinas de geografia, ciências, feiras de leitura (português e

textos geográficos), dentre outras (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Percepção dos entrevistados sobre a Contribuição da Geografia nas ETIs.

Organização: Ana Beatriz Ribeiro dos Santos (2018).

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Percebe-se que a Geografia é uma disciplina integradora que reúne conhecimentos de

vastas áreas, somando e enriquecendo, assim, saberes teóricos e práticos para o ensino e

aprendizagem. A ciência geográfica pode contribuir de diversas formas para a realização de

práticas interdisciplinares em escolas de tempo integral, como a execução integrada de projetos

reunindo a Geografia com as demais disciplinas da escola, realização de eventos e feiras

interdisciplinares com a participação de alunos e professores, juntamente com a comunidade,

entre outras nas quais podem ser feitas diversas intervenções favorecendo o ensino da Geografia

para os alunos.

Posteriormente quando questionados sobre os resultados da ampliação da jornada escolar

nas ETIs, os licenciandos explicaram que com esse aumento de horas na jornada escolar, é mais

fácil o desenvolvimento de atividades extras no contra turno com os alunos, como por exemplo,

oficinas de leitura e reforço escolar consequentemente os alunos tem uma aproximação maior

com o ambiente escolar tirando os alunos de possíveis situações de risco como violência, usos de

drogas (Gráfico 2).

Gráfico 2 – Resultados da ampliação da jornada escolar na ETIs.

Organização: Ana Beatriz Ribeiro dos Santos (2018).

Com a ampliação do tempo na escola e dedicação exclusiva, os professores acabam

criando um maior vínculo e participação no ambiente escolar.

Sobre a interdisciplinaridade da Geografia com outras disciplinas, os entrevistados

listaram as seguintes: Música, Literatura, Biologia e Português. É possível e importante realizar

práticas pedagógicas que mobilizem toda a comunidade escolar em acordo com todos os

professores para que a interdisciplinaridade ocorra efetivamente (Gráfico 3).

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Gráfico 3 – Disciplinas que dialogam com atividades interdisciplinares da Geografia.

Organização: Ana Beatriz Ribeiro dos Santos (2018).

Destaca que a Geografia enquanto disciplina escolar pode ser relacionada com outras

disciplinas na vivência escolar e cotidiana dos alunos.

Em relação ao questionamento sobre relação da Geografia com outras disciplinas, eles

afirmam que podem sem feitas várias atividades, como feira de geografia e interdisciplinaridade,

trabalhar com músicas e poemas com conteúdos geográficos, elaboração de redação, etc

(Gráfico 4).

Gráfico 4 – Relação da Geografia com outras disciplinas.

Organização: Ana Beatriz Ribeiro dos Santos (2018).

A partir dos relatos sobre a relação da Geografa com outras disciplinas é possível ir além

da aula descritiva e distante exige um esforço do professor para trazer para realidade do aluno

aquilo que está sendo estudado; para ir além das descrições - sejam elas aulas expositivas

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realizadas pelo professor, escritas no livro didático ou apresentadas nos mapas – quando procura

estudar o porquê do espaço se apresentar de um ou de outro modo (CALLAI, 1998).

Conforme o Gráfico 5, os licenciandos afirmam que para melhorar esse programa seria

necessário uma melhoria na infraestrutura, disponibilidade de mais recursos tecnológicos,

financeiros, materiais didáticos. Estimular mais os alunos a participar de todas as atividades feitas

na escola, todos os professores trabalhar juntos para que exista realmente a interdisciplinaridade,

e que os professores fossem mais ouvidos nas escolas assim melhoravam mais o ambiente

escolar.

Gráfico 5 – Melhorias para esse programa nas escolas.

Organização: Ana Beatriz Ribeiro dos Santos (2018).

Moran (2000) afirma que, quando professor e aluno estão abertos ao processo de ensinar

e ao trocar ideias, vivências e experiências, das quais ambos saem enriquecidos, estabelece-se

um processo de comunicação que acaba facilitando o relacionamento professor/aluno e,

consequentemente, a aprendizagem.

CONCLUSÃO

A realidade e os desafios do processo de ensino e aprendizagem em Geografia em

escolas de tempo integral da cidade de Teresina precisam ser superados, pois ainda faltam

muitos pontos a ser melhorados para que as escolas tenham uma relação com os principio da

educação integral, pois o Plano Nacional de Educação (PNE) visa promover, com o apoio da

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União, a oferta de educação básica pública em tempo integral, por meio de atividades de

acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma que

o tempo de permanência dos alunos na escola, ou sob sua responsabilidade.

Nessas escolas os licenciandos colocam no cotidiano dos alunos práticas pedagógicas

inovadoras assim como a renovação dos conteúdos abordados em sala de aula, pois os

professores devem ter várias estratégias para prender a atenção dos alunos considerando a sua

realidade A escala de análise deve abranger o global, o regional e acima de tudo o local pois os

alunos devem compreender a realidade no qual seus alunos estão inseridos, buscaram trabalhar a

execução de projetos integradores com a comunidade para haver a ligação e o envolvimento com a

comunidade.

A o ensino de Geografia ainda falta ser trabalhada de forma mais intensa para que haja uma

relação entre o que é ensinado em sala de aula com as dinâmicas que ocorrem na sociedade

sempre mantendo o contato com o cotidiano do aluno, instigando o senso crítico do aluno.

REFERÊNCIAS

ARROYO, M. Ofício de Mestre: Imagens e auto-imagens. Petrópolis, RJ, Brasil: Vozes, 2001.

BECKER, F. A epistemologia do professor: o cotidiano da escola. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

CALLAI, H. C. A formação do profissional da geografia: o professor. Ijuí: Ed. Unijuí, 2013.

CALLAI, H.C. O Ensino de Geografia: Recortes espaciais para análise. In CASTROGIOVANI, A. C.; CALLAI, H.C.; SHÄFFER, N.O.; KAERCHER, N.A. (Org.) Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre. Editora da UFGRS, 1998.

CASTROGIOVANNI, A. C; CALLAI H. C; KAERCHER N. A. Ensino de Geografia. Editora Mediação. Porto Alegre. 7. ed. 2009.

CASTROGIOVANNI, A. C. Para entender a necessidade de práticas prazerosas no ensino de geografia na pós-modernidade. In: REGO, N.; CASTROGIOVANNI, A. C.; KAERCHER, N. A. (Org.). Geografia: práticas pedagógicas para o ensino médio. Porto Alegre: Artmed, 2007.

CAVALCANTI, L. de S. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 4. ed. Campinas: Papirus, 2003.

______. Bases teórico-metodológicas da Geografia: uma referência para a formação e a prática de ensino. In: CAVALCANTI, L. S. (Org.). Formação de professores: concepções e práticas em Geografia. Goiânia: Vieira, 2006, p. 27-49.

______. Geografia e práticas de ensino: Geografia escolar e procedimentos de ensino numa perspectiva

socioconstrutivista. Goiânia, Alternativa, 2002.

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______. A Geografia Escolar e a Cidade: Ensaios Sobre o Ensino de Geografia para a Vida Urbana

Cotidiana. 3. ed. Campinas: Papirus, 2010.

FAZENDA, Ivani. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia? São Paulo: Loyola, 1979.

FILIZOLA, Roberto. Didática da Geografia. Editorial Base. São Paulo. 2009.

GADOTTI, Moacir. Educação Integral no Brasil: inovações em processo. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2009.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.

LIBÂNEO, J. C. Escola de tempo integral em questão: lugar de acolhimento social ou de ensino-aprendizagem?. In: BARRA, Valdeniza M. da. (Org.). Educação: ensino, espaço e tempo na escola de tempo integral. Goiânia: CEGRAF, 2014.

MOLL, J. Caminhos da educação integral no Brasil: direito a outros tempos educativos. Porto Alegre: Artmed, 2012.

MORAN, J. M. Mudanças na comunicação pessoal: gerenciamento integrado da comunicação pessoal, social e tecnológica. 2. ed. São Paulo: Paulinas, 2000.

OLIVEIRA, Ariovaldo. Umbelino. Para onde vai o ensino de Geografia?. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2003.

OLIVEIRA, L. Ainda sobre percepção, cognição e representação em Geografia. In: MENDONÇA, F.; KOZEL, S. (Org.). Elementos de Epistemologia da Geografia contemporânea. Curitiba: Editora UFPR, 2002.

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GEOGRAFIA E LITERATURA: UMA BREVE DISCUSSÃO

Francisco Jefferson de Sousa Santos1 Ismael Rodrigues Silva¹

Ana Carolina Nunes de Azevedo2 Tiago Caminha de Lima3

RESUMO: A interdisciplinaridade, no âmbito das ciências Humanas e Sociais, nos tem ganhado notoriedade por estabelecer um diálogo com áreas afins, tendo por objetivo entender e interpretar as transformações ocorridas no mundo, levando em consideração os aspectos sociopolíticos, econômicos e culturais.Ao relacionar geografia e literatura é possível afirmar ser uma pratica decorrente dos primeiros escritos poéticos, já que seus sentimentos sempre estavam inspirados em um fato observando a realidade, um lugar habitado ou até mesmo um fenômeno escondido, são fatores que auxiliam a entender e imaginar todas as atribuições vividas por cada poeta, através da força de sua inspiração. Deste modo, a presente pesquisa possui como objetivo geral desenvolver-se uma reflexão na relação entre ensino de geografia e a arte literária no contexto do espaço geográfico da narrativa e como estes podem ser trabalhadas nas aulas de geografia a fim de instigar debate nestas áreas do conhecimento.Este trabalho foi realizado a partir de uma pesquisa bibliográfica,ou seja, leitura de teses, dissertações, artigos científicos e dentre outras fontes. Concluiu-se que apesar de ser um tema em ascensão na evolução do pensamento geográfico e diante da riqueza literária que o Brasil apresenta as produções acadêmicas ainda estão engatinhando Palavras-chave: Interdisciplinaridade. Geografia e Literatura. Ciência e Arte.

INTRODUÇÃO

A geografia escolar foi abordada, por muito tempo, como sendo uma disciplina decorativa e

que, portanto, passou a ser uma disciplina desinteressante na sala de aula. Podendo ser ainda

perceptível nos dias atuais, no entanto, paralelamente a este fato, podemos ver uma tentativade

esforço de renovação do ensino da Geografia.Tal tentativa tem buscado conforme Callai (2013)

trabalhar o cotidiano dos alunos de acordo com os conteúdos abordados em sala de aula, a fim

de desenvolver habilidades ecompetências que hão de contribuir para formação cidadã e para a

construção de conceitos constitutivos da especificidade do conhecimento geográfico e para o

estabelecimento das bases da aprendizagem da geografia na escola.

1Discentes do curso de Licenciatura Plena em Geografia - Centro de Estudos Superiores de Caxias - Universidade Estadual do

Maranhão - CESC/UEMA. E-mail: [email protected] 2Licenciada em Geografia - Centro de Estudos Superiores de Caxias - Universidade Estadual do Maranhão - CESC/UEMA. E-

mail: [email protected] 3Orientador. Professor substituto do curso de Licenciatura Plena em Geografia - Centro de Estudos Superiores de Caxias -

Universidade Estadual do Maranhão – CESC/UEMA. Tutor a Distância do curso de Licenciatura Plena em Geografia -

Universidade Federal do Piauí. Mestre em Geografia - Universidade Federal do Piauí - UFPI. E-mail:

[email protected]

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Pensando nesta perspectiva, entende-se, pois, que aeducação geográfica, de acordo com

a autora em tela, oportuniza pensar a espacialidade em que vivemos com bases nos conceitos

chaves do pensamento geográfico, superando, assim, a mera transmissão de informações

decorativas.

Já que a educação geográfica envolve o desenvolvimento de“raciocínios espaciais”

(CALLAI, 2013), a literatura torna-se, portanto, uma das várias possibilidades de incorporação de

outros saberes no ensino desta disciplina. Dessa maneira, pode-se buscar dento da literatura

conteúdos geográficos, pois a partir da construção do enredo da obra literária, nós, geógrafos,

podemos analisar os conflitos sociais, dinâmica urbana, uma ordem ideológica, valores culturais,

a própria paisagem construída dentro da obra que servem como testemunhos de um tempo

histórico que revela a organização e produção do espaço, portanto, o estudo do espaço

geográfico ou social.

A interdisciplinaridade, no âmbito das ciências Humanas e Sociais, nos tem ganhado

notoriedade por estabelecer um diálogo com áreas afins, tendo por objetivo entender e interpretar

as transformações ocorridas no mundo, levando em consideração os aspectos sociopolíticos,

econômicos e culturais. O trabalho interdisciplinar, também, tem servido como uma resposta aos

inúmeros questionamentos e teorias que não se esgotam apenas em uma área do conhecimento

(FEITOSAet al 2012).

Desse modo, a Geografia tem procurado incorporar outras formas de saber às suas

análises, como a Literatura, a Religião, a Arte. Marandola (2006) diz que está geografia é mais

antropocêntrica no sentido de procurar descrever o envolvimento do homem com seu lugar, numa

relação orgânica que nos constitui enquanto seres humanos.Deste modo, a presente pesquisa

possui como objetivo geral desenvolver-se uma reflexãona relaçãoentre ensino de geografia e a

arte literária nocontexto do espaço geográfico da narrativa e como estes podem ser trabalhadas

nas aulas de geografia a fim de instigar debate nestas áreas do conhecimento.

Para a aquisição de informações realizou-se uma pesquisa bibliográfica, pesquisa na

internet para melhor conhecimento do tema. A bibliográfica como levantamento de dados,

pesquisas de teses e dissertações para uma fundamentação teórica.Para Amaral (2007), a

pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo trabalho científico, de modo a influenciar

todas as categorias de uma pesquisa na medida em que se almeja uma base teórica que será a

base do trabalho, consistem no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de

informações referentes à pesquisa.

GEOGRAFIA E LITERATURA: CONTEXTO TEÓRICO

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A Geografia Escolar desde os anos de 1980, século de difusão da Geografia Crítica e

ressignificação da Geografia Cultural no Brasil, está passando por diversas transformações,

principalmente na educação básica. Na busca pela interdisciplinaridade com outros saberesdeixa

de ser uma ciência simplesmente decorativa, torna-se crítica em que o alunado perceba a sua

inter-relação entre a disciplina e o seu meio. Assim, ampliam-se discussões e questionamentos

com outras ciências compreendendo melhor o seu espaço.

As práticas pedagógicas no contexto atual estão revitalizando-se, visto que existe o

desenvolvimento de metodologias para o ensino da Geografia, caracterizando a mesma como

uma disciplina crítica em que o aluno é instigado a desenvolver o seu próprio pensar. O saber

local é essencial para a construção e caracterização do espaço geográfico.

A utilização de metodologias de ensino diversificadas atualmente é um diferencial

consistente no auxílio da aprendizagem do aluno dentro e fora da sala de aula. Tendo em vista a

necessidade de utilizar recursos alternativos para contribuir em uma compreensão e motivação

dos estudos realizados em sala.Na estrutura curricular atualmente busca-se a

interdisciplinalidade, visto que a mesma é necessária, a partir dela são elaboradas novas

metodologias de ensino. Com essas inovações metodológicas busca-se uma melhor

compreensão dos conteúdos e uma percepção de desenvolvimento de um senso crítico do aluno

a um determinado conteúdo exposto em sala de aula e no seu dia a dia.A busca pela

interdisciplinaridade cada vez se evidência no cenário escolar e se faz necessário à ampliação

nas discussões, principalmente na Geografia, destaca Giovanni (2007, p. 44) que:

a geografia talvez seja a disciplina que mais trabalha com práticas interdisciplinares, percorrendo um leque de possibilidades na área da educação. No mundo globalizado, não há como evitar a recorrência aos conceitos básicos da geografia para entendermos o mundo e as sociedades”. A disciplina se solidifica em abordar temas relacionados ao cotidiano do alunado, assim, expandindo sua influência nas interações com áreas do ensino.

A geografia em sua ampla concepção referencia-se como uma disciplina com base em

estudos voltados para a compreensão da natureza de seus fenômenos e espacialidades

caracterizando uma ideia de ciência dinâmica. Interpretar a relação entre geografia e literatura,

faz-se necessário atender as etapas que constitui a ideia da evolução do pensamento geográfico,

fazendo uso de suas correntes de acordo com os conceitos analisados em seu espaço e tempo,

assim poderíamos mencionar a humanística, onde a mesma revela elementos referentes à

condição humana, estilos de vida, características históricas, sociais, econômicas, físicas, entre

outras condições capazes de fazer das duas ciências uma cronologia da realidade humana.

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Designam-se como geografia: relatos de viagem escritos em tom literário; compêndios de curiosidades sobre lugares exóticos; áridos relatórios estatísticos de órgãos de administração; obras sintéticas, agrupando os conhecimentos existentes a respeito dos fenômenos naturais; catálogos sistemáticos sobre os continentes e os países do globo, etc. Na verdade, trata-se de todo um período de dispersão do conhecimento geográfico, onde é impossível falar essa disciplina como um todo sistematizado e particularizado. (MORAES, 2007, p.50).

As obras literárias podem ser citadas como uma fonte de investigação geográfica, pois é

notável que suas práticas abrangem as inúmeras possibilidades de compreender o espaço e os

fatores que o compõe, ambas se manifestam como elemento cultural, onde em seu processo

evolutivo o homem e seus instrumentos de vida incorporam denominações que se destacam a

maneira de suas ações, revelando visões frente a realidade que o cerca, como também do

mundo.

Ao relacionar geografia e literatura é possível afirmar ser uma pratica decorrente dos

primeiros escritos poéticos, já que seus sentimentos sempre estavam inspirados em um fato

observado a realidade, um lugar habitado ou até mesmo um fenômeno escondido, são fatores

que auxiliam a entender e imaginar todas as atribuições vividas por cada poeta, através da força

de sua inspiração.

Questionar a união de ambas possibilita aos seres pensar a grandeza de sua relação com

a infância vivenciada, onde o homem em sua fase de desenvolvimento a construção do pensar é

instituído a partir das histórias, que são contadas, tais como o mundo fantástico e lendário, a força

dos super-heróis, sendo estes a certeza de suas vivencias futuras, onde os desafios a serem

enfrentados, poderão ser transformados em um mundo literário, mostrando o potencial da

coragem e resistência como também a relação entre espaço e tempo.

As sensações são uma apreensão do real, mas só se tornam seguras quando assumem uma forma estável. Isso ocorre quando se superpõe a sensação uma percepção. Os homens quase sempre ouviram falar de lugares que eles abordam antes de os pisarem, de modo que seu olhar não é mais perfeitamente no novo. Sua experiência é guiada por aquilo que eles aprenderam ao escutarem as pessoas em torno deles e discutindo com elas (CLAVAL, 1997, p.93).

O espaço proporciona ao homem uma ampla reflexão de que os elementos que constitui o

meio não estão inseridos nas tecnologias contemporâneas que nos permite andar o mundo em

seu estado de repouso, outras vidas e outros lugares podem ser apreciados em bons textos

literários que se constituem de ideias de outras épocas, pensamentos e prazeres vivenciados que

no decorrer de sua história fizeram do passado presente, proporcionando ao homem uma

aproximação de si mesmo.

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A Geografia, a partir do século XX, tem procurado dialogar com outras áreas do saber a fim

de melhor compreender e analisar o espaço geográfico. Uma dessas áreas do conhecimento que

tem ganhado destaque, caracterizando um trabalho interdisciplinar, tem sido a Literatura.A

Geografia muito tem a ganhar através da incorporação crítica de discursos como o da literatura,

os quais podem servir como recurso de renovação metodológica para o ensino desta disciplina

(BARCELLOS, 2009).

Nesse sentido, Dimas (1994), aponta que o espaço pode apresentar-se como componente

principal da narrativa, sendo fundamental, quando não determinante, no desenvolvimento da

ação. No entanto, a geografia brasileira tem se privado de participar deste debate, a despeito da

riqueza espacial que apresenta sua produção.

O interesse pelo tema a respeito da geografia e literatura permitiu que várias tendências se

tornassem matéria de reflexão, tanto pelo teor de criticidade no que se refere às questões sociais,

econômica quanto ao que está em jogo no discurso da representação dos lugares e do espaço,

desse modo, a literatura não somente reconstitui uma experiência, mas também passa formular

tais experiências.

Souza (2014) sustenta que é fundamental compreendermos a relação do ser ou criador

artístico com a experiência da narrativa dos lugares, uma vez que o estudo realizado por viés de

obras literárias possibilita entendermos o passado e compreender o presente, e, por conseguinte,

o futuro. É evidente que as transformações sociais, econômicas, culturais e, consequentemente,

as espaciais estão presentes nas obras literárias. "O olhar geográfico na interioridade da obra

literária traduz a percepção que o geógrafo tem do mundo circundante, assim como do autor

literato e dos próprios personagens da trama, seja dos romances, contos ou poemas" (SOUZA,

2014, p.163).

Além de descrever e explicar o mundo, a Geografia possibilita situar as relações da

sociedade com o espaço também propostas de reflexão sobre a situação atual dos lugares, a

Geografia procura na Literatura um meio de demonstrar aquilo que a realidade poderia e deveria

ser (RAMOS, 2016). Portanto, "a literatura é considerada pelos geógrafos uma forma de

conhecimento importante para conhecer o contexto social da época que a produção literária

representa" (RAMOS, 2016, p. 34).

Conforme Olanda e Almeida (2008), desde os anos 1940 os franceses já emergiam ideias

de regatar aspectos geográficos de romance, contos, poesias e crônicas. Sendo assim,

percebemos que o interesse dos geógrafos pela literatura não é recente. Contudo, Ramos (2016)

nos diz que os trabalhos produzidos até a década de 1970 eram bem escassos, mas a geografia

humanista anglo saxão multiplicou o apelo em favor da utilização de fontes literárias. Os trabalhos

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publicados antes dos anos 1970 debatiam a utilização do romance como complemento das

análises regionais (RAMOS, 2016).

A partir da década de 1970, em reação a Nova Geografia, surge a Geografia Humanística

e a Geografia Crítica. Estas vão sugerir que o objeto de estudo da geografia deveria dar uma

importância maior ao lugar e à relação que os indivíduos estabelecem com ele. Surge aí, uma

tentativa de colocar o sujeito no centro dos trabalhos dos geógrafos, evocando a fenomenologia e

as obras literárias, isso na Geografia Humanística. "Esta poderia servir de fonte capaz de avaliar

a originalidade e a personalidade dos lugares e fornece exemplos de apreciação pessoal dos

lugares" (RAMOS, 2016, p. 27). Na Geografia Humanística, a Literatura de acordo com Barcellos

(2009, p. 43):

Teria importância para o estudo geográfico por transcrever as experiências concretas que o autor tem com os lugares, sendo vista assim como resultado de percepção da qual guardará o vestígio. O romance é visto como o encontro entre o mundo objetivo e a subjetividade humana, isto quer dizer que o romance daria conta não apenas dos aspectos objetivos da realidade, mas também de sua subjetividade.

Mas, Brosseau (1996 apud BARCELLOS, 2009) contesta a perspectiva da fenomenologia,

a qual trabalha com a ideia de que o corpo e a linguagem seriam cofundadores da experiência.

Segundo o autor, a linguagem com a qual um indivíduo representa uma experiência no exato

momento em que ele a viveu através de seu corpo e sua linguagem é diferente da linguagem

mobilizada pelo romance, mesmo quando este reconstitui uma experiência igual. Neste sentido,

observa-se uma tendência a tomar o romance, em especial o realista, de forma utilitária em

relação às experiências pessoais do autor com um dado lugar.

Já na corrente da Geografia Crítica, a literatura teria como um dos seus objetivos mostrar a

realidade como esta deveria ser, apresentando uma função libertadora que seria contrária ao

monopólio da realidade estabelecida. A interpretação literária, segundo esta perspectiva, acredita

na importância de se realocar o texto ao contexto social e histórico de sua produção. A literatura

deve estar a serviço da mudança e se opor à ideologia dominante. Porém, o cuidado para com o

perigo de transfigurar a literatura em movimento militante, distorcendo as ideias, e de condenar

aquela não engajada como sendo uma má literatura.

Fernandes (2013) ao se apoiar no balanço historiográfico proposto por Brosseau (2007),

diz que a relação geografia e Literatura apresentam três perfis: primeiro, a literatura aparece

como complemento de uma geografia regional; em um segundo momento, como transcrição da

experiência dos lugares; e em um terceiro momento, como crítica social da realidade.

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O primeiro perfilesteve pautado nas tentativas de fazer da literatura um complemento da

geografia regional (FERNANDES, 2013). Pode-se indicar a existência de uma preocupação rígida

com o método e o comprometimento do conhecimento científico com a construção da verdade.

De acordo com Brosseau (2007), algumas questões de cunho metodológico assumiam

determinada importância na tentativa de averiguar a veracidade das informações que o romance

trazia à tona, tais como: “ver se o autor viveu nos lugares que descreve”; realizar “leituras

comparativas” de diferentes autores que falem do mesmo tema em uma determinada

época.Brosseau (2007 apud FERNANDES,2013, p. 25). Essas questões tinham como propósito

avaliar a capacidade documental do romance (idem). Ainda vale destacar que o romance realista

do século XIX foi o favorecido na sua capacidade de relação com a geografia (idem).

O segundo perfil está associado à geografia humanista e procura “situar o sujeito no centro

das preocupações dos geógrafos em suas reflexões sobre os lugares” (BROSSEAU, 2007, apud

FERNANDES, p. 29, 2013). Conforme Ramos (2016), para os geógrafos humanistas, a Literatura

permite reencontrar expressões mais subjetivas da experiência dos lugares e das paisagens e

voltar a uma época em que as relações entre homem e natureza eram harmoniosas, com vontade

de valorizar um relacionamento com o território de sentido em reação aos espaços

estandardizados, que no século XX se multiplicaram.É nesse perfil que é trabalhado os valores,

as representações, as intenções, a subjetividade, a identidade, o enraizamento, a experiência

concreta e a percepção do sujeito, ou seja, o seu espaço de vivência.

O terceiro perfil identificado a partir do levantamento historiográfico de Brosseau (2007)

parte da utilização da literatura como uma forma de “crítica da realidade ou ideologia dominante”.

Essa perspectiva, segundo o autor, pretende buscar na relação geografia-literatura formas que

possam potencializar a construção de um futuro com “uma justiça social mais ampla”. Além disso,

“os estudos de inspirações marxistas também procuraram na literatura um meio de demonstrar

aquilo que a realidade poderia ou deveria ser”.

A partir desse levantamento teórico, podemos compreendercom o tempo presente a

retomada da discussão acerca do sujeito e de suas possíveis representações. No entanto, não

entendemos que a aproximação do sujeito para o centro do debate elimina as relações

contextuais mais amplas associadas a elementos teóricos e políticos (FERNANDES, 2013).

Temos por princípio a ideia de que de, em todo texto, o leitor tira melhor pretexto se compreender

seu contexto, mas, para isso, a consideração do sujeito é algo fundamental (FERNANDES, 2013).

PRINCIPAIS EVENTOS EABORDAGENS DA RELAÇÃO GEOGRAFIA E LITERATURA

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Os resultados obtidos neste tópico tiveram como base o estudo realizado por Suzuki

(2017). Sendo assim,conforme o autor citado a riqueza de estudos relacionando Geografia e

Literatura é enorme, como foi possível ser capturado por Eduardo Marandola Júnior e Lívia de

Oliveira (2009), em sua multiplicidade em termos de abordagens e enfoques: leitura realista;

conteúdo geográfico; espaço telúrico e imaginação da matéria; percepção e experiência

ambiental; paisagens vividas e significadas; paisagens culturais e representações; sentido do

lugar; experiência espacial do autor; espacialidade e temporalidade; geografias simbólicas e

criadas; e espaço romanesco.

Ainda de acordo com o autor em tela, a proposta de Marandola Júnior e Oliveira (2009)

valoriza a diversidade de leituras presentes, sobretudo, na diversidade de abordagens da

Geografia Humanista e Fenomenológica, o que mantem estreita relação numérica com os

estudos realizados principalmente nas últimas duas décadas no Brasil.

Dentre os principais eventos dos grupos de estudos da linha geografia e literatura,

podemos destacar, de acordo com Suzuki (2017): o IX Encontro Nacional da Associação Nacional

de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia – ENANPEGE, ocorrido em 2011, em Goiânia,

tendo como organizadores Eguimar Felício Chaveiro (UFG), Júlio César Suzuki (USP) e Cláudio

Benito Oliveira Ferraz (UNESP). Nesse evento foram apresentados 12 textos, dos quais podemos

citar: 1) A cidade e o Flâneur: a cidade como lugar de consumo, Maria Ester Ferreira da Silva

(2011); 2) As existências geográficas na Literatura de Moacyr Scliar, de Carolina Machado Rocha

Busch Pereira (2011); 3) Cavernas metafóricas: geograficidade e representação da paisagem na

produção literária, de Luiz Afonso Vaz de Figueiredo (2011); 4) Diálogos entre Geografia e

Literatura: uma experiência em escola, de Marcelo Alonso Morais (2011); 5) Geografia e

Literatura: diálogo em torno da construção da identidade territorial sul-mato-grossense, de

Robinson Santos Pinheiro (2011); 6) Imaginário Cidade e Literatura: compreendendo o espaço a

partir da sensibilidade, de Valéria Cristina Pereira da Silva (2011); 7) Interpretações sobre o

dualismo sertão/litoral na obra de Mário Palmério, de Naiara Cristina Azevedo Vinaud (2011); 8) O

campo e a cidade a partir do romance O moleque Ricardo de José Lins do Rego, de Marcos

Aurélio Fernandes (2011); 9) O espaço e o sujeito metropolitano sob a narrativa urbana, de

Angelita Pereira de Lima (2011); 10) O olhar viajante em Breviário do Brasil: limites do

testemunho na leitura dos lugares, de Júlia Fonseca de Castro (2011); 11) O poeta e a cidade na

obra marioandradeana”, de Júlio César Suzuki (2011);12) Um diálogo entre o lugar e a Literatura,

de Melissa Anjos (2011) e 13) O Lugar Geográfico em Beira Rio Beira Vida de Assis Brasil, de

Tiago Caminha de Lima (2017)

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Além da enorme riqueza de debates e da troca de experiências de mediação entre

Geografia e Literatura, as atividades realizadas pelo Grupo de Trabalho resultaram no

planejamento de inúmeras ações, entre elas, Geografia e Literatura: abordagens e enfoques

contemporâneos Revista do Centro de Pesquisa e Formação / Nº 5, setembro 2017 a criação de

uma revista (em vias de divulgação do seu primeiro número, em que pese já ter sido aprovada

junto ao Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da

Universidade de São Paulo: Revista Geografia, Literatura e Arte); a organização do Simpósio

Nacional/Internacional de Geografia, Literatura e Arte (SIGEOLITERART), em São Paulo, em

2013, do qual trataremos no próximo item; e a criação de um Grupo de Pesquisa junto ao CNPq,

o que foi realizado de imediato, a partir da Universidade de São Paulo, sob a liderança

institucional de Júlio César Suzuki (USP) e Eguimar Felício Chaveiro (UFG), com o nome de

Grupo de Pesquisa Geografia, Literatura e Arte (GEOLITERART)

Em 2013, foi realizado, em Campinas – SP, X ENANPEGE (Encontro Nacional da

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia), sob a organização de

Eguimar Felício Chaveiro (UFG), Júlio César Suzuki (USP), Eduardo Marandola Júnior

(UNICAMP) e Cláudio Benito Oliveira Ferraz (UNESP), nesse eventofoi apresentado 18 textos,

dentre os quais podemos citar 1) A espacialidade no romance Tropen, de Robert Müller (1887-

1924): territórios possíveis de um imaginário europeu alemão, de Sibele Paulino (2013); 2) A

poético-musical Guarani enquanto máquina de guerra: o pensamento nômade atravessando a

Geografia, de Anedmafer Mattos Fernandes (2013); 3) Práticas de leitura da juventude na UFG:

os múltiplos territórios e a influência socioespacial da metrópole, de Andréa Pereira dos Santos

(2013); 4) Curral de Serras: o encontro entre Geografia e Literatura na obra de Alvina Gameiro,

de Denise Raquel Barbosa Soares e Elisabeth Mary de Carvalho Baptista (2013); 5) Do Caderno

de Geographia ao O nosso Ceará: o geográfico e o telúrico em Rachel de Queiroz, de Tiago

Vieira Cavalcante e Lívia de Oliveira (2013).

Em 2015, o Grupo de Trabalho: Geografia e Literatura: interlocuções possíveis incorpora a

colaboração de pesquisadores da Rede Imagens, Geografias e Educação, passando a ser

identificado como Geografias, Imagens e Literatura: interlocuções possíveis, sob a coordenação

de Eguimar Felício Chaveiro (UFG), Flaviana Gasparotti Nunes (UFGD), Júlio Cé- sar Suzuki

(USP), Ana Maria Lima Daou (UFRJ) e Jones DariGoettert (UFGD). Nesse evento foram

apresentados 20 textosdentre os quais podemos destacar: 1) Goiânia, Sonho e Argamassa:

Poemas de Jesus Barros Boquady, poema e documento da cidade de Goiânia, de Gabriel Elias

Rodrigues de Souza (2015); 2) Geografia e Literatura: Uma análise socioespacial do romance O

Quinze, de Rose dos Santos Maia (2015); 3) Morar, moradia e morador no mundo das

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machambas: imagens de uma cartografia social geopolítica – Inhambane/Moçambique, de Ana

Carolina de Oliveira Marques (2015); 4) O lugar e o mundo através da poética de Carlos

Drummond de Andrade: imagens e cotidiano, de Ernandes de Oliveira Pereira (2015); 5) A

poética da garoa na paisagem urbana da cidade de São Paulo sob o olhar de Mário de Andrade,

de Tânia Cristina Amaral (2015).

Entre 24 e 26 de maio de 2017, na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul, foi

realizado o IV Simpósio Nacional de Geografia, Literatura e Arte e o III Simpósio Internacional de

Geografia, Literatura e Arte, sob a coordenação Jones DariGoettert (UFGD), Eguimar Felício

Chaveiro (UFG), Júlio César Suzuki (USP), Cláudio Benito de Oliveira Ferraz (UNESP-PP) e

Flaviana Gasparotti Nunes (UFGD), contando com 26 comunicações livres, divididas em 4 eixos

temáticos; 2 mesas redondas; e a conferência de encerramento com Verónica Hollman

(Universidad de Buenos Aires, CONICET, Argentina) (SIGEOLITERART, 2017).Para 2019, está

programada a realização, no Rio de Janeiro, do V Simpósio Nacional de Geografia, Literatura e

Arte e o IV Simpósio Internacional de Geografia, Literatura e Arte, sob a coordenação geral de

Adriana Carvalho Silva.

CONCLUSÃO

Os escritos fazem parte do processo de produção do conhecimento cuja intenção é

produzir um saber objetivo e cientifico encontrando em seu entorno as bases construtoras de todo

processo. A ideia de descrição é um fenômeno existente desde o princípio dos homens na terra,

que encontravam nos desenhos e cartas a base ideal de descrição das riquezas Brasileiras,

viabilizando em suas inspirações um atrativo para o conhecimento de todo vasto território, onde a

exuberância do lugar fez de suas heranças um palco de grandes transformações. E foi a partir

das artes e escritos que a história foi surgindo, começava a se observar a natureza ganhando

formas, os homens mudando seus princípios, e as riquezas naturais a cada dia conhecendo

outros mundos nunca visitados.

Assim o homem em suas inquietações procura expressar seus sentimentos dando nome a

tudo que compõe seu meio, buscando compreender por que o espaço é transformado em ritmo

acelerado; foram essas perguntas que construíram o vasto mundo literário que hoje amplia sua

história, com base nas primeiras cartas e desenhos deixados pela humanidade, que a muitos

anos estabilizou essas ciências.

Diante do exposto, pode-se perceber que a Geografia só tem a ganhar ao relacionar seus

estudos com outros campos do conhecimento, nesse caso específico, com a Literatura. De

acordo com os teóricos consultados, a Literatura possibilita, mediante análise geográfica, situar

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as relações da sociedade com o espaço mostrando, assim, para o geógrafo as transformações

ocorridas durante um percurso histórico da evolução da sociedade.

Pode-se destacar que as propostas de reflexão sobre a situação atual dos lugares, a

Geografia por meio da Literatura demonstrar aquilo que a realidade poderia e deveria ser em sua

totalidade. Concluiu-se que apesar de ser um tema em ascensão na evolução do pensamento

geográfico e diante da riqueza literária que o Brasil apresenta as produções acadêmicas ainda

estão engatinhando. A conexão entre geografia e literatura possibilita ao homem uma

aproximação com os elementos base do mundo geográfico, tendo em cada escrito a ideia de

paisagem, regiões, clima, vegetação, condições sociais entre outros fatores que fazem de ambas

um ciclo dinâmico na produção do conhecimento. A forma de interpretar é uma ideia identifica de

geração em geração onde as ações que movem a vida tem seus princípios baseados no

surgimento da humanidade, assim inovações no tempo e novas visões tende a surgir, certamente

não se difere totalmente dos fatos já vividos, o tempo apenas os transformam e cria-se uma nova

roupagem fazendo do termo espaço e homem uma constância.

REFERÊNCIAS

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A CATEGORIA LUGAR NO ROMANCE JULIETA, COISA E TAL DE RODRIGUES MARQUES

Ismael Rodrigues Silva1 Tiago Caminha de Lima2

RESUMO: A Geografia, atualmente, tem procurado incorporar em suas análises outras áreas do conhecimento, como a Religião, a Arte, a História, bem como a Literatura. Diante disso, abra-se um leque de possibilidades para nós, geógrafos, desenvolvermos trabalhos interdisciplinares. Uma dessas possibilidades, que tem ganhado notoriedade no campo da disciplina geográfica, é a relação da Geografia com a Literatura. Este trabalho é fruto de um projeto de pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Tem como objetivo apresentar uma breve discussão do conceito de lugar no romance Julieta, Coisa e Tal do autor caxiense Rodrigues Marques. Para tanto, assumimos aqui que o espaço é o “espaço vivido” e, portanto, é aquele espaço experienciado cotidianamente. Nesse caso, adotamos a categoria lugar emanada pela Geografia Humanista, corrente esta que está pautada na fenomenologia. A partir disso, a pesquisa partiu de dois pontos: a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. A bibliográfica para o conhecimento e entendimento da discussão em torno da relação Geografia e Literatura. A documental consultou-se obras da bibliografia do autor. O romance Julieta, Coisa e Tal se passam na cidade de Caxias, publicado em 1986 e gira em torno de Julieta, uma jovem que mora numa casa de prostituição a “Casa Amarela”. A obra foi escolhida para a pesquisa, por retratar uma sociedade do interior e por retratar um espaço que foi um local de vivência do autor enquanto era jovem. Concluímos que as ruas, os casarões, as praças, os locais retratados por Rodrigues Marques são dotados de sentimentos, pertencimentos, identidade. Palavras-chave: Geografia e Literatura. Identidade. Lugar.

INTRODUÇÃO

A Geografia, atualmente, tem procurado incorporar em suas análises outras áreas do

conhecimento, como a Religião, a Arte, a História, bem como a Literatura. Assim, abre-se um

leque de possibilidades para a atuação dos geógrafos. O trabalho interdisciplinar tem servido

“como uma resposta aos inúmeros questionamentos e teorias que não se esgotam apenas em

uma área do conhecimento” (FEITOSA et al 2012, p. 182), pois ele favorece uma aproximação

maior com a realidade social mediante leituras diversificadas do espaço geográfico. Embora a

interdisciplinaridade se revele como necessária no mundo atual, mas ela “não constitui panaceia

para todos os problemas da humanidade no planeta Terra” (PONTUSCHKA et al 2009, p. 143).

Mesmo assim, a Geografia tem procurado incorporar outras formas de saber às suas

análises. Marandola (2006) afirma que esta geografia é mais antropocêntrica no sentido de

1 Discente do curso de Licenciatura Plena em Geografia - Centro de Estudos Superiores de Caxias - Universidade Estadual do

Maranhão - CESC/UEMA. E-mail: [email protected] 2 Orientador. Professor substituto do curso de Licenciatura Plena em Geografia - Centro de Estudos Superiores de Caxias -

Universidade Estadual do Maranhão – CESC/UEMA. Tutor a Distância do curso de Licenciatura Plena em Geografia -

Universidade Federal do Piauí. Mestre em Geografia - Universidade Federal do Piauí - UFPI. E-mail:

[email protected]

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procurar descrever o envolvimento do Homem com seu lugar, numa relação orgânica que nos

constitui enquanto seres humanos.

Diante disso, abra-se um leque de possibilidades para nós, geógrafos, desenvolvermos

trabalhos interdisciplinares. Uma dessas possibilidades, que tem ganhado notoriedade no campo

da disciplina geográfica, é a relação da Geografia com a Literatura.

Este trabalho é fruto de um projeto de pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso

(TCC). Tem como objetivo apresentar uma breve discussão do conceito de lugar no romance

Julieta, Coisa e Tal do autor caxiense Rodrigues Marques.

Para tanto, assumimos aqui que o espaço é o “espaço vivido” e, portanto, é aquele espaço

experienciado cotidianamente, assumindo assim, a nomenclatura de lugar. Nesse caso,

entendemos que o lugar encarna as experiências e aspirações das pessoas. O lugar não é só um

fato a ser explicado na ampla estrutura do espaço, ele é a realidade a ser esclarecida e

compreendida sob a perspectiva das pessoas que lhe dão significado (TUAN, 2013).

Nesse caso, adotamos a categoria lugar emanada pela Geografia Humanista, corrente esta

que está pautada na fenomenologia. A fenomenologia, proposta por Edmund Husserl e mais

tarde discutida por outros filósofos, como Merleau-Ponty, Jean Paul Sartre e Martin Heiddeger,

aparece como uma proposta metodológica de investigação científica da relação do homem com o

meio que o circunda (PEREIRA, 2010).

A partir disso, a pesquisa partiu de dois pontos: a pesquisa bibliográfica e a pesquisa

documental. A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já

analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, teses,

dissertações, monografias e páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma

pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o

assunto. Para Severino (2012) a pesquisa bibliográfica utiliza-se de dados ou categorias teóricas

já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registrados. Nesse caso, o autor citado

aponta que os textos se tornam fontes dos temas a serem pesquisados e, portanto, o pesquisador

trabalha a partir das contribuições dos estudos analíticos constantes dos textos. A pesquisa

bibliográfica coloca frente a frente os desejos do pesquisador e dos autores envolvidos em seu

horizonte de interesse (CRUZ e NETO, 2004).

A pesquisa documental caracteriza-se pela busca de informações em documentos que não

receberam nenhum tratamento científico, como relatórios, reportagens de jornais, revistas, cartas,

filmes, gravações, fotografias, entre outras matérias de divulgação (OLIVEIRA, 2007), ou seja,

pesquisa documental é aquela que confere os conteúdos mais “empíricos” de cada investigação

(e que é elaborada a partir de material que não recebeu tratamento analítico ou interpretativo),

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que foi circunscrita na obra de Rodrigues Marques, em especial seu livro Julieta, Coisa e Tal.

Este livro se constituiu a principal fonte documental da pesquisa.

O presente texto está estruturado em três partes. A primeira, diz respeito da relação da

Geografia com a literatura, é levantada uma discussão em torno da relação destas duas áreas do

saber, os autores consultados foram Moraes E Callai (2012), Brosseau (2007), Fernandes (2013),

Christofoletti (1982), Marondola Junior, 2006, Olanda e Almeida (2008) e dentre outros.

A segunda, refere-se ao nexo do conceito de lugar, para tal consultou-se autores como

Tuan (2013) e Holzer (1999). E por fim, a terceira parte, diz respeito da apresentação da obra,

bibliografia do autor bem como este ao fazer suas narrativas no romance, evoca a categoria

lugar.

RELAÇÃO GEOGRAFIA E LITERATURA

A geografia tem como objeto de estudo o espaço geográfico, isto é, o espaço construído

pela humanidade ao longo do tempo histórico na superfície terrestre. Em cada momento histórico,

o Homem procurou retratar, seja por meio da Literatura ou através das Artes, traços da sociedade

em que vivia, fazendo, assim, uma reflexão dos problemas que ali existiam.

Desse modo, a Literatura permite ao geógrafo fazer uma análise profunda do espaço

geográfico, uma vez que as obras literárias possuem vantagens de refletir sobre a complexidade

do ser humano e da relação deste com o meio. Não podemos esquecer, enquanto geógrafos ou

não, que tempo e espaço andam juntos, nesse caso pode-se afirmar que é impossível separar

Literatura e espaço (MORAES e CALLAI, 2012).

Sendo assim, Marc Brosseau (2007) diz que o interesse dos geógrafos pela literatura não é

novo, uma vez que Paul Vidal de La Blache aponta para uma geografia existente na obra

Odisseia, assim como Humbolt dedicou dois capítulos do Cosmo à Literatura e à Pintura. No

entanto, segundo Fernandes (2013), a relação entre Literatura e Geografia ficou quase totalmente

adormecida até a década de 1970. Antes dessa década, tal relação esteve voltada para utilização

do romance como complemento das análises regionais. Os romances, e por consequência a

literatura, não eram considerados suscetíveis de construir bases sólidas para uma geografia

científica e rigorosa.

A partir da década de 1970, conforme Brosseau (1996 apud BARCELLOS, 2009) a

Geografia Humanista e a Geografia Crítica emergem como reação à produção da Nova

Geografia, sugerindo que o objeto de estudo geográfico deveria dar uma importância maior ao

lugar e à relação que os indivíduos estabelecem com ele. Em relação à literatura, esta teria

importância para o estudo geográfico por transcrever as experiências concretas que o autor tem

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com os lugares, sendo vista assim como resultado de percepção da qual guardará o vestígio. O

romance é visto como o encontro entre o mundo objetivo e a subjetividade humana, isto quer

dizer que o romance daria conta não apenas dos aspectos objetivos da realidade, mas também

de sua subjetividade.

Sendo assim, como a geografia humanista é pautada em valores, intenções, subjetividade,

identidade, enraizamento, experiência concreta, esta corrente da disciplina se tornou a principal

responsável por realizar a aproximação entre geografia e literatura. Segundo Christofoletti (1982)

a Geografia Humanística possui a fenomenologia existencial como a filosofia subjacente.

Segundo este autor, a preocupa-se em analisar os aspectos essenciais dos objetos da

consciência, preocupando-se em verificar a apreensão das essências, pela percepção e intuição

das pessoas, a fenomenologia utiliza como fundamental a experiência vivida e adquirida pelo

indivíduo.

De acordo com Christofoletti (1982), “a Geografia Humanística procura valorizar a

experiência do indivíduo ou do grupo, visando compreender o comportamento e as maneiras de

sentir das pessoas em relação aos seus lugares” (p. 22). Desse modo, para cada indivíduo existe

uma visão do mundo, que expressa através do quadro ambiente. Nesse caso, “é o contexto pelo

qual a pessoa valoriza e organiza o seu espaço e o seu mundo, e nele se relaciona”

(CHRISTOFOLETTI, 1982, p. 22).

Seguindo, ainda, a linha de pensamento de Christofoletti (1982), as noções de espaço e de

lugar surgem como muito importante para esta tendência da Geografia. Para o autor, o lugar,

nessa perspectiva, é aquele em que o indivíduo se encontra ambientado, no qual está integrado.

Ele faz parte do seu mundo, dos seus sentimentos e afeições; o lugar não é toda e qualquer

localidade, mas aquela que tem significância afetiva para uma pessoa ou grupo de pessoas.

Já a noção de espaço envolve um complexo de ideias. A percepção visual, o tato, o

movimento e o pensamento se combinam para dar-nos o nosso sentido característico de espaço,

possibilitando a capacidade para reconhecer e estruturar a disposição dos objetos. Nesse caso,

Tuan (2013) nos diz que o reconhecimento dos objetos implica o reconhecimento de intervalos e

relações de distância entre objetos e, portanto, de espaço. Portanto, “o estudo do espaço é a

análise dos sentimentos e ideias espaciais das pessoas e grupos de pessoas”

(CHRISTOFOLETTI, 1982, p. 23).

Como foi visto anteriormente, é somente a partir da década de 1970, com o

desenvolvimento da corrente humanista da Geografia, que trouxe novas concepções e novas

abordagens à ciência geográfica, com a valorização da subjetividade nas relações entre o homem

e seu ambiente, que os estudos sobre a relação entre Geografia e Literatura se aprofundaram,

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buscando perspectivas experienciais e perceptivas em obras romanescas (MARONDOLA

JUNIOR, 2006).

Em 1974, o geógrafo Yi-Fu Tuan, em seu clássico livro Topofilia, foi um dos pioneiros no

resgate da necessidade e da possibilidade de se usar a Literatura nos estudos geográficos, tendo

em vista que esta, “[...] mais do que os levantamentos das ciências sociais nos fornecem

informações detalhadas e minuciosas de como os seres humanos percebem seus mundos.”

(TUAN, 1980, p.56 apud Marandola, 2006). Assim, a Literatura nos traz as particularidades das

pessoas em suas culturas e em seus lugares de vivência.

Segundo Olanda e Almeida (2008, p. 8) descreve que a:

a leitura e a interpretação de obras literárias tornam-se, para o geógrafo humanístico, objetos de investigação, pois revelam e informam sobre a condição humana: os estilos de vida, as características socioculturais, econômicas e históricas e os diferentes meios físicos da determinada área retratada. Desse modo, reconhece-se a obra literária como documento de certa realidade, por situar coletividades ou indivíduos de determinado lugar.

Desse modo, pode-se perceber que as obras literárias são fontes indispensáveis para nós

geógrafos, pois elas retratam, em algum momento, as experiencias dos autores, bem como

funcionam como fonte bibliográfica e documental de determinado recorte temporal e espacial. A

geografia e a literatura se entrecruzam como leituras possíveis de uma recriação imaginária da

realidade, que constroem e dão sentido ao mundo e, ao mesmo tempo em que se aproximam

ficção e realidade, observam-se também suas diferenças e constata-se que as narrativas

literárias, geográficas e históricas são formas diferentes de percepção do real (ARAÚJO, 2007).

Tissier (1991 apud OLANDA e ALMEIDA, 2008) argumenta que o texto literário se refere a

um lugar preciso temático, ele se vincula à paisagem, ao conteúdo humano ou social;

epistemológico, o leitor atualiza o sentido dos lugares, as representações simbólicas de cotidiano.

A Literatura pode ser de cunho geográfico por abordar temas como espaço, paisagem, lugar,

natureza e ambiente, e pode ser uma rica fonte para os estudos geográficos, por representar o

mundo de uma forma diferente da que a ciência representa, visto que, enquanto o cientista busca

clareza e especificidade, o escritor busca a plenitude, o amplo e a perfeição (TUAN, 1978 apud

MARANDOLA, 2006).

Sendo assim, “com suas criações os escritores refletem uma visão de vida, de espaço, de

homem e de lugares de uma determinada sociedade em certo período. Assim posto, as obras

literárias revelam-se fontes para a compreensão da experiência humana” (OLANDA e ALMEIDA,

2008, p.8).

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Portanto, o texto literário cria as condições de ampliar e lançar a construção de

conhecimento, de maneira a formar novos conjuntos de ideias, imbuídas da narrativa vivenciadas

e das objetividades buscadas pela ciência, via a inserção das obras da literatura e da geografia

(ARAÚJO, 2007).

NEXOS DO LUGAR GEOGRÁFICO Dentro da ciência geográfica, a categoria lugar pode ser estudada sob dois enfoques: um,

sob o enfoque da dialética e, o outro, sob o enfoque da fenomenologia, que é o que emana da

subjetividade, da identidade. Sob o primeiro enfoque, o do da dialética, de modo holístico, o lugar

está relacionado somente como fator de localização, sendo assim, portanto, levado em conta as

diferentes escalas.

O segundo enfoque, no qual se deu a realização deste trabalho, o lugar é concebido como

sendo o lar, a rua, o bairro, a cidade. É segurança. O lugar na Geografia Humanista necessita de

simbolismos. O lugar encarna as experiências e aspirações das pessoas. O lugar não é só um

fato a ser explicado na ampla estrutura do espaço, ele é a realidade a ser esclarecida e

compreendida sob a perspectiva das pessoas que lhe dão significado. (TUAN, 2013).

Segundo Tuan (1979 apud HOLZER, 1999) espaço e lugar definem a natureza da

Geografia. Mas o lugar tem uma importância ímpar para a geografia humanista, pois significa um

conjunto simbólico, podendo ser analisado a partir da experiência pessoal de cada um (HOLZER,

1999).

O lugar é um espaço estruturado, ou seja, o lugar é necessariamente constituído a partir da

experiência que temos do mundo (TUAN, 1975 apud HOLZER, 1999). Portanto, Tuan (2013)

constrói o conceito de lugar a partir da experiência e dos sentidos, nesse caso, envolve

sentimento e entendimento. O lugar para o autor em tela, é segurança, o lugar é “onde

construímos nossa proteção existencial e material”.

APRESENTAÇÃO DA OBRA: JULIETA, COISA E TAL

Para obtenção das informações, foram consultadas resenhas e livros sobre o autor, bem

como o romance escolhido para a realização do trabalho. Das resenhas, destaca-se a sobre

Rodrigues Marques, pela jornalista Thania Klycia (2015).

Osmar Rodrigues Marques foi um escritor ativo, que além de escrever constantemente,

promovia eventos literários. Nasceu em Caxias, município do Maranhão, no dia 23 de janeiro de

1929. Na sua terra viveu a infância e publicou seu primeiro conto, aos doze anos de idade.

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Aos 21 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, com o intuito de alcançar um curso superior.

Lá, apesar das dificuldades financeiras, superadas também com o apoio do irmão, conseguiu

empregar-se e formar-se em Direito. Mudou-se em 1968 para Niterói, local em que viveu até sua

morte, em 26 de agosto de 1999. Trabalhou no Tribunal de Justiça como chefe de protocolo da

corregedoria de justiça do Rio de Janeiro.

Rodrigues Marques atuou como jornalista, contista, romancista e novelista. Seus trabalhos

foram todos escritos em prosa, contrariando a tradição de ter nascido em uma cidade que frutifica

poetas, embora a poesia impere nas suas palavras não versadas. É patrono da cadeira de

número 10 da

Academia Caxiense de Letras.

A partir de 1956 envolveu-se em movimentos literários, organizando o Festival de Poetas

Inéditos (Rio de Janeiro), fundando ainda a Editora Caminho. Foi incluído como verbete na

reunião de biografias “Brasil e brasileiros de hoje”, de Afrânio Coutinho. Esteve em Caxias pela

última vez em 1998, pouco tempo antes de falecer devido a complicações no fígado.

Recebeu vários prêmios, tais como: Orlando Dantas – IV Centenário do Rio de Janeiro;

Graça Aranha (São Luís – MA); Ficção do Banco Regional de Brasília; Ficção do Governo do DF;

Prêmio Adelino Magalhães (Rio de Janeiro) e o Prêmio Romance do Governo de Goiás, dentre

outros.

Seu estilo é facilmente reconhecido, sendo dotado de uma linguagem fluida, descritiva, que

passeia por cenas do cotidiano, sejam elas reais ou fantásticas. É fácil perceber no autor a

intensa ligação existente entre sua escrita e o mundo que o rodeia. Embora sua literatura

apresente traços do realismo mágico, os nomes e as referências aos lugares são frequentemente

reais.

O romance Julieta, Coisa e Tal recebeu o Prêmio Romance do Governo de Goiás, foi

publicado pela Editora Jornal de Letras, Rio de Janeiro em 1986. O romance passa na cidade de

Caxias – MA, que também é conhecida como “Princesa do Sertão”. O autor deu vida a

personagens verídicos, como a própria protagonista da história, cujo nome ele conservou, embora

negasse ser a sua Julieta a mesma Julieta que lhe agradeceu por ter sido homenageada através

das páginas dos seus livros, quando Marques realizou o lançamento desse livro em Caxias.

A história gira em torno da personagem Julieta, que é uma jovem vinda da cidade de

Imperatriz – MA. Está jovem, veio para Caxias a fim de levar uma vida digna e de ajudar seus

pais, que são trabalhadores rurais da sua cidade natal.

Chegando em Caxias, a jovem não consegue emprego e único local que lhe acolhe é a

casa de prostituição “Casa Amarela”, atualmente extinta. Todo o romance se desenrola entre a

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saudade de sua família e da infelicidade de conseguir dinheiro para pagar suas dívidas na casa

onde mora. O autor retrata uma sociedade do interior, em alguns momentos retrata

acontecimentos verídicos, como a existência da Casa Amarela e o caso de uma prostituta ter se

suicidado por ter se apaixonado.

Descreve a realidade das relações existentes na cidade. Retratando, portanto, um espaço

de vivência, não somente da sociedade caxiense, mas também da sua vivência, enquanto jovem,

sendo caracterizada como uma obra de memória do autor.

A presença de ruas e praças do centro da cidade de Caxias, no romance de Rodrigues

Marques é elucidativa de como esses espaços, a partir do momento que articulam vivências e

experiências, ao mesmo tempo em que passam a ser dotados de valor e sentimentos, tornam-se

lugares na narrativa do autor caxiense. Espaço urbano esse que sofreu inúmeras intervenções a

cada uma das fases de crescimento da cidade e que teve como resultado a criação de ruas e

praças que hoje fazem parte da paisagem.

Assim com também as belezas naturais da cidade de Caxias são abordadas por Marques,

uma vez que com o crescimento urbano alguns riachos citados por ele, não existem atualmente.

Em uma conversa de Julieta com Maria Gorda, personagens do romance, Maria Gorda diz para

Julieta: “Você ainda vai conhecer os banhos maravilhosos aqui de Caxias. A maioria só conhece

o Ponte e a Veneza. Mas tem banhos melhores. O Iamun, por exemplo. A Limpeza” (MARQUES,

1986, p.17).

Uma das festividades que era bem animada que acontecia na cidade de Caxias e que

captada por Marques (1986) era o carnaval. Isto fica bem claro quando o autor afirma que

Cada dia que passava, Caxias ia ganhando novas cores. Na maioria das ruas, o colorido aumentando de tom. De repente, cabeças gigantes começaram a surgir em frente a várias portas, bocarras abertas esperando a hora de engolir as pessoas. Um velho casarão fechado durante muito tempo, num e fechar de olhos, adquiriu cores e luzes, e virou clube.” (p.26)

Como Julieta, a personagem principal, era uma prostituta, a sociedade caxiense não a

aceitava como sendo uma “moça de família”. Isso significa dizer que nem locais públicos ela

podia andar. Este fato fica bem claro quando o Marques (1986, p. 44) afirma que

“Era verdade: (Julieta) não conhecia mesmo Caxias. Conhecia somente a Rua da Areia, meia dúzia de outras, os becos mais próximos (da casa Amarela), umas duas praças. Da Praça Gonçalves Dias tinha uma lembrança triste encravada na alma: assim que chegou de Imperatriz, deu vontade de sentar num banco do jardim para ver as moças e os rapazes passando, os moradores repetindo o mesmo percurso horas seguidas. Um guarda a expulsou da praça. – „Mas eu não estou fazendo nada demais, só olhando‟. O guarda a arrastou pelo braço e a deixou no

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largo da Igreja do Rosário. – „Agora suma. A Praça Gonçalves Dias é lugar de moça e não de prostituta igual a você”.

Outro ponto abordado pelo autor, é que em cima do Morro do Alecrim, uns dos pontos mais

alto da cidade, diziam que a vista da cidade era uma beleza, mas o que Julieta viu de lá foi muito

decepcionante: “Caxias não era nem mais e nem menos do que um buraco, um anel de morros

apertando o cerco” (MARQUES, 1986, p.46).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Geografia só tem a ganhar com os estudos interdisciplinares, principalmente com a

Literatura. Pois as obras literárias, com destaque para as obras realistas, são retratos fieis de

uma determinada sociedade. A obra do autor caxiense, Rodrigues Marques, também não é

diferente, uma vez que retrata acontecimentos verídicos e por representar um local de memória

de vivência do autor.

Concluímos que as ruas, os casarões, as praças, os locais retratados por Rodrigues

Marques são dotados de sentimentos, pertencimentos, identidade. Finalizamos dizendo que os

textos literários não só podem como devem ser utilizados como um rico material a ser

interpretado sobre as várias representações do espaço e do lugar e que a pesquisa em tela

constitui-se uma dentre as inúmeras possibilidades de análise geográfica da obra de Rodrigues

Marques.

Referências

ARAÚJO, Heloisa Araújo de. Geografia e literatura: um elo entre o presente e o passado no Pelourinho. Dissertação (Mestrado). Instituto de Geociências. Universidade Federal da Bahia, - Salvador, 2007. BARCELLOS, Frederico Roza. Espaço, lugar e literatura – o olhar geográfico machadiano sobre a cidade do rio de janeiro. Espaço e Cultura, UERJ, RJ, N. 25, P. 41-52, JAN./JUN. DE 2009. CHRISTOFOLETTI, A. (Org.). Perspectivas da Geografia. 2. Ed. São Paulo: DIFEL, 1982. BROSSEAU, Marc. Geografia e Literatura. IN: CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny (org.). Literatura, Música e Espaço. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2007. FERNANDES, Felipe Moura. Geografia e literatura (ciência e arte): Proposições para um diálogo. Espaço e Cultura, UERJ, RJ, N. 33, P.167-176, JAN./JUN. DE 2013.

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FEITOSA, Márcia Manir Miguel; MORAES, Cláudia Letícia Gonçalves; COSTA, Janete de Jesus Serra. O entrelaçamento de fios entre a geografia e a Literatura: a construção de um saber múltiplo. Revista NUPEM, Campo Mourão, v. 4, n. 6, jan./jul. 2012. HOLZER, Werther. O lugar na geografia humanista. Revista Território. Rio de Janeiro. ano IV, n° 7. p. 67-78. jul./dez. 1999. KLYCIA, Thania. Resenha sobre Rodrigues Marques. 2015. Disponível em: https://pt-

br.facebook.com/rodriguesmarquesescritor/posts/424372177734945 acesso em 28 de mar. 2018 MARANDOLA, Janaina A. M. Silva. O Geógrafo e o romance: aproximações com a cidade. GEOGRAFIA, Rio Claro, v. 31, n. 1, p. 61-81, jan./abr. 2006. OLANDA, Diva Aparecida Machado; ALMEIDA, Maria Geralda de. A geografia e a literatura: uma reflexão. Geosul, Florianópolis, v. 23, n. 46, p 7-32, jul./dez. 2008. PONTTUSCHKA, Nídia Nacib et al. Para ensinr e aprender Geografia. 3ª ed.- São Paulo:

Cortez, 2009.

TUAN, Yi-Fu. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Tradução: Lívia de Oliveira. Londrina: Eduel, 2013.

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O ENSINO DE GEOGRAFIA EM ESCOLAS PÚBLICAS DE TERESINA- PI: MOTIVOS E CONSEQUÊNCIAS DO DESGASTE DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

DOCENTE

Emilson Oliveira dos Santos¹ Danielle Pereira de Oliveira²

RESUMO: A prática pedagógica do professor é sua principal arma no processo de ensino-aprendizagem, pois ao procurar relacionar os estudos obtidos na teoria com as vivências alcançadas por meio da prática, este profissional escolhe a melhor maneira de ministrar suas aulas, vencendo as dificuldades e passando a atuar de forma positiva no processo do saber. Porém, quando não há uma renovação nesta prática ela tende a desgastar-se e afetar o ensino dos alunos. O objetivo deste artigo é analisar os motivos dessa alteração negativa e apontar as consequências na relação aluno – aprendizagem. Para sua construção usou-se como referência bibliográfica Castellar (2005), Cavalcanti (2002), Mendes (2005) que deram suporte científico para o seu desenvolvimento juntamente com a pesquisa de campo que proporcionou o confronto do que foi visto na teoria e percebido na prática. A escolha pelo tema deu-se pelo caráter de suma importância que a prática docente tem a cerca do ensino. Concluiu-se que o desgaste na forma que o professor conduz suas aulas podem ser resultados de uma excessiva carga horária, falta de recursos didáticos, baixos salários que afetam diretamente o aprendizado dos alunos, afastando-os do interesse pela ciência geográfica. Palavras-Chaves: Prática-Pedagógica. Professor. Geografia.

INTRODUÇÃO

Etmologicamente, Geografia significa Estudo da Terra – geo (terra); grafia (estudo).

Entretanto essa ciência vai além. Cabe a ela entender como o homem se organiza no espaço

geográfico, influenciando diretamente na natureza, buscando entender as consequências da

interação do meio social com natural e vice - versa. Toda esta complexidade que envolve a

ciência geográfica na maioria das vezes tende a se agravar quando é levada para o ambiente

escolar.

_____________________

¹ Emilson Oliveira dos Santos: Acadêmico(a) do curso de Mestrado em Geografia da Universidade Federal do Piauí –

UFPI. E-mail: [email protected]

² Danielle Pereira de Oliveira: Acadêmico(a) do curso de Mestrado em Geografia da Universidade Federal do Piauí –

UFPI. E-mail: [email protected]

O ensino de geografia por muito tempo foi caucado na descrição dos fenômenos sem a

preocupação de refleti-los. Segundo Vesentini (1999), o ensino de Geografia deve proporcionar

aos discentes formas que lhe possibilitem a não somente compreender o presente como também

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pensar a cerca do futuro. Essa problemática oriunda da formação de professores que por muito

tempo não objetivava realizar aulas de cunho crítico, reflexivo, resumindo-se em memorização de

temas geográficos sem contextualizá-los com a sociedade.

Um importante marco para o ensino de Geografia foi a criação dos Parâmetros

Curriculares Nacionais em 1997 que apresentam os conteúdos (Português, Matemática, História,

Geografia) com o objetivo de dar suporte aos professores e a ofertar aos alunos, conteúdos que

visam prepara-los para o mercado de trabalho e na formação quanto sujeitos.

Segundo os PCN‟s (1997) no Ensino Fundamental, o papel da Geografia é “alfabetizar” o

aluno espacialmente em suas diversas escalas e configurações, dando-lhe suficiente capacitação

para manipular noções de paisagem, espaço, natureza, Estado e sociedade. Já no Ensino Médio,

o aluno deve construir competências que permitam a análise do real, revelando causas e efeitos,

a intensidade, a heterogeneidade e o contexto espacial dos fenômenos que configuram cada

sociedade.

Ver-se então que a renovação curricular proposta por estes documentos visa um ensino

mais contextualizado, crítico e interdisciplinar, propondo uma nova prática pedagógica , voltada à

valorização da realidade do aluno. Sobre a importância de se levar em consideração as vivências

que o aluno traz de casa para dentro do ambiente escolar como ponto positivo para a eficiência

do ensino de geografia, Castrogiovanni (2000) infere que essa problemática é muito comum no

ambiente escolar e torna-se uma barreira na qualidade do ensino – aprendizagem. Cavalcanti

(1998) diz que o ensino de geografia necessita promover ao aluno uma consciência da

espacialidade geográfica, devendo está estritamente ligado ao seu cotidiano.

Este enorme distanciamento de ensino e realidade contribuem para a deficiência do ensino

de geografia nas escolas brasileiras, como fala Cavalcanti (2002) ditando-a como conteudista,

fragmentada e dissociada da realidade social dos alunos. Poderíamos enumerar variados motivos

que ocasionam esse desgaste do ensino de geografia no ambiente escolar. Entretanto, este

artigo se preocupa em apontar os motivos dessa problemática por outra ótica: a prática

pedagógica do professor.

O professor é um agente importante para que o ensino de geografia alcance o seu objetivo

social que é o de formar cidadãos conscientes do seu papel na sociedade enquanto indivíduos

capazes de criar e modificar o espaço em que vivem interferindo e usufruindo de forma direta dos

recursos naturais. Mas será que os professores de geografia da rede pública de Teresina

encontram-se motivados para lecionar de forma a alcançar esse objetivo? Quais os recursos que

utilizam para tornar suas aulas motivadoras e atraentes? E quais os motivos que ocasionam o

cansaço/desgaste ou desmotivação do ato de lecionar?

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Essas perguntas norteiam este artigo e tornaram-se questões motivadoras para a sua

construção, pois a partir do momento que o professor não se sente mais motivado em dar aula o

ensino torna-se um processo sem objetivo (aprendizagem) e cansativo, provocando de um lado a

desmotivação dos alunos a cerca do “saber” e de outro o não aproveitamento do conteúdo

restringindo a geografia em uma disciplina pautada em decorar aquilo que está sendo transmitido

pelo professor e resumindo-a em mera descrição e decoreba.

Este artigo foi realizado a partir de leituras bibliográficas que segundo Marconi e Lakatos

(2006) é o primeiro passo para as pesquisas. As bibliográficas que foram estudadas tratam sobre

o ensino de geografia e deram base para entender como essa disciplina deve ser abordada no

ambiente escolar de forma que os alunos tornem-se conscientes do seu papel em sociedade

enfatizando a importância da prática pedagógica docente e contribuindo para a compreensão dos

motivos que podem ocasionar a desmotivação da didática do professor e como isto pode

influenciar positiva e negativamente no aprendizado dos alunos. A metodologia permeia-se ainda

por uma abordagem qualitativa e quantitativa, que segundo Prodanov e Freitas (2013) para uma

abordagem qualitativa o ambiente estudado é a fonte para coleta de dados, tendo a abordagem

quantitativa a aplicação e análise dos dados coletados. Nesse sentido, a metodologia seguiu-se

através da aplicação de entrevistas aos docentes, análise e descrição dos mesmos para se obter

o objetivo da pesquisa.

Junto a isso foram aplicadas entrevistas com seis professores do ensino básico de escolas

públicas da rede estadual de Teresina, objetivando conhecer quais as metodologias utilizadas em

suas aulas e quais os motivos que podem ocasionar no desgaste da sua função e quais as

consequências que isso pode provocar no ensino e aprendizagem dos alunos.

PRÁTICA DOCENTE: UMA BREVE REFLEXÃO

O ensino de geografia em algumas escolas públicas do Brasil ainda acontece de forma

tradicional. O professor apenas transmite os conteúdos verbalmente e os alunos aceitam de

forma não crítica, reproduzindo aquilo que lhe é transmitido e assim, as aulas tornam-se

desinteressantes e desmotivadoras interferindo no aprendizado dos discentes.

O ensino de Geografia com raras exceções segundo Albring (2005, p.7) ainda reproduz um

conhecimento conteudista que expõe de forma fragmentada os conceitos trabalhados na

disciplina, sendo notável o desinteresse e desmotivação quanto ao ensino e aprendizagem. Pires

(2012, p. 4) ao falar a respeito disso coloca que esses conceitos quando tratados de forma

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fragmentada e dissociada da realidade dos alunos, além de contribuir para desmotivá-los, fazem

com que não se atinja o propósito da disciplina geográfica e nem sua utilidade no cotidiano.

O professor de geografia deve agir como mediador do conhecimento, respeitando a forma

de aprender de cada aluno e o contexto em quais estes vivem podendo concluir dessa forma que

o trabalho docente reflete na vida dos educandos.

Diante dessa realidade, a problemática do desinteresse dos alunos pode está relacionado

com a prática docente do professor. Nessas circunstâncias acredita-se que se faz necessário

(re)pensar a didática educativa e refletir sobre a formação de professores frente a realidade atual

das escolas considerando a grande massificação de informações digitais e a acesso rápido

oriundos da “era digital” como destaca Santos (2003).

Esse grande e rápido desenvolvimento informativo virtual, dentre outros fatores são um

grande desafio do século para a prática docente, essa realidade vem provocando profundas

modificações na relação do saber como bem coloca Moreira e Ulhôa (2009), pois corrobora para

alguns conflitos do ensinar geografia.

Nesse sentido, a arte de ensinar a ciência geográfica tem se tornado um intenso desafio,

pois a formação docente exige-se mais do que os conteúdos específicos. O professor além de

dominar os conceitos e conhecimentos geográficos tem que está disposto a se adequar as

mutações digitais e sociais e saber utilizá-los como oportunidades para o enriquecimento do

aprendizado do aluno. Castellar (2005) enfatiza a importância de aproveitar novos métodos e

técnicas na prática e exposição dos conteúdos ao relatar que o aluno absorve melhor o conteúdo

que lhe está sendo transmitido passando de um mero receptor de conteúdo para construtor do

próprio conhecimento.

A respeito disso, compreende-se que a formação e a prática docente andam integradas,

pois a formação como professor não se limita a Academia tendo que se estender durante toda

sua trajetória profissional e ir, além disso, pois a prática docente requer sempre a atualização e

desenvolvimento de conceitos e a aplicação desses na sala de aula, como argumenta Moreira e

Ulhôa (2009), destacando que o professor precisa-se reconhecer como aprendiz que se reforma

no processo de ensinar.

Dessa forma, o docente pode ser um agente motivador do grau de desinteresse de seus

alunos, visto que sua prática pode se tornar desgastante senão houver a procura por métodos

dinamizadores e adequados às formas de aprender de cada aluno.

Não se pode negar que são constantes os desafios da prática de um profissional da

educação no contexto político, social e cultural secular que se vive, especialmente aos

professores de geografia. Coloca-se aqui a necessidade de uma reflexão contínua do professor

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em relação a sua prática docente. Mendes (2005) discorre sobre isso quando fala que essa

reflexão contínua e permanente faz com que o professor avalie seu trabalho e consiga avistar as

implicações da sua didática de forma que irá redirecionar o seu fazer pedagógico.

Essa reflexão trás consigo a ação e os resultados para uma prática docente focada nos

objetivos de ensino e no aprendizado dos alunos, pois “a medida que o professor prevê os

objetivos do seu ensino, está, também, propondo os objetivos a serem alcançados pelos alunos

como resultado à aprendizagem” (HAYDT, 2008, p. 20), partindo do princípio de que o aluno é o

centro do processo de ensino aprendizagem (ALBRING, 2005). Dessa forma, a prática docente

pressupõe um planejamento contínuo e permanente, sendo um compromisso ético, político e

pedagógico como fala Mendes (2005).

Os conflitos vividos na prática docente pode também ser um reflexo da formação

profissional desse professor. Santos (1998) apresenta três pontos ligados a formação e prática

docente: os conhecimentos específicos, saberes pedagógicos e saberes de experiências – sendo

o primeiro o conhecimento específico de cada disciplina, o seguinte é a articulação da teoria e a

prática docente integrada a didática, métodos e planejamentos de ensino e o ultimo se refere aos

conhecimentos e habilidades que o profissional da área deve possuir e/ou adquirir.

Essas características colocadas por Santos, ou melhor, essas ações, formam o alicerce

para o professor conduzir sua prática. Sobre isso Mendes (2005, p.4) argumenta que “o êxito do

profissional depende de sua capacidade para manejar a complexidade e resolver problemas

práticos, através da integração inteligente e criativa do conhecimento e da técnica”.

A prática docente envolve diversificados fatores que não dependem só da atuação do

profissional, esta é uma ação conjunta professor, escola, aluno, pais/responsáveis, como infere

Mendes (2005) ao dizer que O meio social, pelos estímulos, provoca e dirige nossas atividades e

promove as condições que determinam a direção do processo educativo e/ou de formação do

professor. Diante desses fatores, recai ao professor toda a responsabilidade a cerca da

aprendizagem dos alunos, mesmo que vários fatores podem influenciar para que o resultado não

seja alcançado. Porém é importante salientar que este profissional deve sempre procurar

métodos que barrem os fatores negativos e procure constantemente melhorar sua didática a fim

de contribuir na sua própria formação quanto a dos seus discentes.

PRATICA DOCENTE EM GEOGRAFIA: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS

O professor possui um papel central no processo educativo, considerado a práxis da

atividade profissional. Este profissional não só articula o conhecimento teórico, mas corrobora

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para o desenvolvimento dos valores e práticas na construção da identidade de seus alunos. Ao

indagar sobre os desafios da prática docente, fica impossível não refletir sobre o ato de ensinar

nos dias atuais, a relação professor-aluno tendo-o o ultimo como centro do trabalho docente. Para

Tardif (2005, p. 31), “ensinar é trabalhar com seres humanos, sobre seres humanos, para seres

humanos. Esta impregnação do trabalho pelo „objeto humano‟ merece ser problematizada por

estar no centro do trabalho docente”.

Para que essa prática docente seja mais bem executada e mostre bons resultados, é

necessário conjunto de ações que vai desde uma bagagem intelectual ao dinamismo motivacional

do professor, e isso requer do professor um conjunto de saberes e repertórios teóricos e práticos.

Não se pode negar que exigi-se muito do profissional docente que por vezes não encontra um

apoio estrutura não só físicas ou estruturais como práticas para lidar com tantos conflitos e

desafios que se vislumbra no ambiente escolar. Indaga-se, será que o profissional docente não

está preparado para a realidade da sala de aula? Como não, se a academia interage com a

escola quando este ainda é graduando?

Precisa-se ser discutido com mais profundidade que o trabalho docente é árduo, pois

requer do profissional que este esteja sempre buscando se adequar as transformações sociais,

ao dinamismo, pois o centro do trabalho docente não é estático, exigindo do professor que este

não se acomode, o próprio conhecimento não é estático. É necessário/exigi-se que o mesmo

esteja sempre articulando novos conhecimentos ao dinamismo social e político em que vivemos.

Além desses fatos, quando se procura dialogar sobre os conflitos da prática é impossível não

mencionar a precariedade da educação básica brasileira, que mesmo diante dessa circunstância,

percebe-se a dificuldade do docente em articular o dinamismo do mundo contemporâneo

(transformações sociais, políticas e culturais) com a necessidade de aprimoração teórico-prática

com as condições reais de trabalho do ambiente escolar. Esse quadro gera no profissional da

educação uma cobrança física e mental, coma intensificação do trabalho quando este procura

responder as expectativas e as exigências que o próprio ambiente escolar lhe proporciona.

METODOLOGIA ADOTADA E DISSCUSÃO DOS DADOS

Adotou-se para a análise a cerca da prática pedagógica do professor de geografia o

método quantitativo e qualitativo, onde a primeira prioriza verificar numericamente a intensidade e

frequência das ações dos sujeitos pesquisados e a última busca compreender, investigar e

interpretar a fundo priorizando o contexto da pesquisa. Como instrumento de coleta de dados

usou-se a entrevista semiestruturada e a observação, buscando analisar pontos importantes da

metodologia dos professores objetivando destacar como a fraqueza nesta poderia influenciar

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negativamente no processo de ensino-aprendizagem da geografia no ambiente escolar. Como

sujeitos da pesquisa foram escolhidos seis professores de escolas diferentes, todas da rede

pública estadual da zona urbana de Teresina – Piauí, seguindo os seguintes critérios: a) ser

licenciados em geografia, b) possuir mais de seis anos de sala de aula, c) ser professor efetivo da

rede estadual de ensino. As primeiras perguntas foram sobre a formação, qualificação e anos de

magistério, onde se pode obteve-se os seguintes dados: Os professores 3 e 5 possuem cursos de

especilazação, onde o primeiro tem nove anos de sala de aula e o segundo sete como também o

professor 6. Os professores 1 e 4 ambos possuem dez anos de magistério. E o professor 2, doze

anos de docência.

Observamos que todos os professores já possuíam experiência maior ou menor no ensino

de geografia, porém apenas dois destes possuíam algum tipo de pós-graduação. Isso é um ponto

a ser observado e comentado, pois, sabe-se que a pós-graduação é importante para o docente,

pois, visa a oferecer aos professores a oportunidade de repensarem a sua prática pedagógica,

levando em conta o destacado papel que o ensino de Geografia ocupa no mundo: um instrumento

de compreensão da realidade.

Procurou-se também investigar sobre a formação continuada, tomando por base o

questionamento levantado na LDB 9394/96, que diz que a formação continuada tem por

finalidade assegurar aos profissionais da educação o aperfeiçoamento da profissão por meio da

intervenção institucional pública (municipal ou estadual), como rezam os artigos: Artigo 87 (das

disposições transitórias) - Cada município e supletivamente, o Estado e a União, deverá:

Parágrafo III- realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício,

utilizando, também para isso, os recursos da educação a distância. Artigo 67 (dos profissionais da

educação) – Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação,

assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério

publico (BRASIL, 1996).

Três dos seis pesquisados (P3, P5 e P6) dizem que procuram comparecer aos cursos de

formação disponibilizados pela Secretaria de Educação do Estado do Piauí – SEDUC-PI,

procurando renovarem sua prática. Comenta-se ainda sobre a importância dessa formação como

aperfeiçoamento das atividades docente no quesito relação teoria – prática, onde através destes

cursos os professores refletem a teoria e buscam por meio desta refletir sua didática tomando

conhecimento sobre técnicas que lhe ajudarão dentro da sala de aula.

O não comparecimento aos cursos de formação é um fator negativo quando pensamos

sobre a efetividade do saber em geografia pois quando o professor não procura aperfeiçoar ou

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mudar sua metodologia a fim de acompanhar as mudanças da nossa sociedade,

consequentemente o ensino será comprometido.

Por meio das conversas que se deram de formas informais durante as entrevistas, pode-se

perceber que todos os docentes sabiam da importância de continuarem se qualificando para

melhorarem suas práticas, muitos se queixaram da falta de tempo e dinheiro. A quarta pergunta

da entrevista foi a cerca do conceito de Geografia quanto disciplina escolar. Nas respostas pode-

se observar que todos os seis professores sabem a importância desta disciplina como meio de

tornar cidadãos capazes de efetuar uma leitura de mundo que vai além da leitura de mapas e se

concretiza na leitura crítica do mundo que estão inseridos levando em consideração as diferentes

realidades. Perguntou-se ainda sobre os materiais didáticos utilizados nas aulas de geografia, no

intuito de saber mais sobre a metodologia do docente; 20 % dos pesquisados disseram que na

maior parte das suas aulas usam somente o livro didático como recurso, os outros 80 %

responderam que utilizam data-shows, mapas, imagens, aula-campo, como demonstra o gráfico a

baixo:

GRÁFICO I - QUANTO AOS RECURSOS DIDÁTICOS UTILIZADOS EM SALA DE AULA

20%

80%

0% 0%

Livro Didático Outros recursos

Fonte: SANTOS, Emilson. 2018.

A partir dos dados obtidos observa-se que 20% dos entrevistados ainda utilizam como único

recurso didático o livro, este é um aliado importante no processo de ensino-aprendizagem,

entretanto quando as técnicas utilizadas se resumem ao seu uso, pode-se se levar a um

resultado não muito positivo, pois a maioria dos livros usados em sala de aula não leva em

consideração a realidade do aluno. Os outros 80 % salientaram que além do livro didático

utilizam outros recursos didáticos, pois quantos maios variados forem os recursos mais serão as

possibilidades de entretenimento e engajamento no conteúdo por parte dos alunos. A partir dos

dados obtidos sobre os motivos que pode levar a esse desgaste, tem-se a seguinte tabela.

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QUADRO I – SOBRE OS MOTIVOS QUE PODEM LEVAR AO DESGASTE DA PRÁTICA

PEDAGÓGICA DOCENTE

Baixos

salários

Desinteresse

dos alunos

Falta de

investimento em

pós - graduação

Não cooperação

do corpo

administrativo da

escola

Alta carga

horária

P1 P3 P5 P4

P2

P6

Fonte: OLIVEIRA, Danielle. 2018.

Observa-se que vários motivos podem levar a diminuição da qualidade de prática

pedagógica do professor de geografia, a partir dos dados obtidos têm se que a maioria dos

pesquisados acham que o motivo principal são os baixos salários que impedem investirem na

compra de livros, fazerem outros cursos de qualificação e pagar uma pós-graduação para

obterem mais conhecimentos que poderiam ser aplicados em sala de aula. Um dos pesquisados -

(P5) – respondeu que a falta de investimento em cursos complementares pode fazer com que o

professor perca a qualidade no seu modo de ministrar aulas, pois sem uma qualificação este

profissional torna-se incapaz de acompanhar as mudanças globais que são retratadas no modo

de se comportar e pensar dos alunos. Outro pesquisado – (P4) – falou que a alta carga horária

em quais são submetidos os professores o desgastam tanto psicologicamente quanto fisicamente

deixando- os sem tempo para planejar aulas e pensar sobre outras formas de ministrarem suas

aulas.

CONCLUSÃO

A Geografia deve promover a leitura do mundo, leitura está que deve ir além da

compreensão de figuras gráficas levando o aluno a refletir e desenvolver o seu senso crítico

perante o que acontece à sua volta. Para isso ocorrer o aluno precisará de um professor

capacitado e disposto a mediar o seu conhecimento de forma clara e eficiente, mas durante os

anos de docência a didática do professor pode vir sofre mudanças negativas, desgastar-se, por

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fatores internos e externos ao ambiente escolar, isso pode ser percebido com as observações e

entrevistas realizadas com docentes da rede pública estadual do munícipio de Teresina-PI.

Através da pesquisa bibliográfica e de campo conclui-se que a formação acadêmica (teoria) tem

parcela importante na construção da prática pedagógica do professor de geografia quando é

aliada nas vivências adquiridas em sala de aula (prática), porém para que a didática do professor

não se desgaste ele deve procurar sempre aprimorar os seus conhecimentos a fim de conseguir

acompanhar as mudanças da sociedade. Referente a prática pedagógica dos professores

participantes da pesquisa percebeu-se que todos tem consciência da importância do seu trabalho

para o processo de ensino – aprendizagem apesar de que poucos possuem cursos de pós-

graduação que são meios que impedem no desgaste da didática docente.

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