ANÁLISE DA VULNERABILIDADE AMBIENTAL À EROSÃO DO … · 3.2.7 Uso e cobertura da terra ......
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
MIRELLA BARBOSA MULLER
ANÁLISE DA VULNERABILIDADE AMBIENTAL À EROSÃO DO MUNICÍPIO DE ITAGUAÇU-ES: SUBSÍDIOS AO
PLANEJAMENTO TERRITORIAL E GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS
VITÓRIA – ES 2017
MIRELLA BARBOSA MULLER
ANÁLISE DA VULNERABILIDADE AMBIENTAL À EROSÃO DO MUNICÍPIO DE ITAGUAÇU-ES: SUBSÍDIOS AO
PLANEJAMENTO TERRITORIAL E GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Espírito Santo, junto ao Centro de Ciências Humanas e Naturais, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Geografia. Orientador: Prof. Dr. André Luiz Nascentes Coelho
VITÓRIA – ES 2017
MIRELLA BARBOSA MULLER
ANÁLISE DA VULNERABILIDADE AMBIENTAL À EROSÃO DO MUNICÍPIO DE ITAGUAÇU-ES: SUBSÍDIOS AO
PLANEJAMENTO TERRITORIAL E GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Geografia da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Geografia.
Aprovada em 20, de julho de 2017.
COMISSÃO EXAMINADORA: ___________________________________________ Prof. Dr. André Luiz Nascentes Coelho Universidade Federal do Espírito Santo Orientador
___________________________________________ Me James Rafael Ulisses dos Santos Universidade Federal do Espírito Santo Examinador ___________________________________________ Ma Nara Rodrigues Barreto Universidade Federal do Espírito Santo Examinador
ANÁLISE DA VULNERABIDO MUNICÍPIO DE ITAG
PLANEJAMENTO TERRITO
MIRELLA BARBOSA MULLER
ANÁLISE DA VULNERABILIDADE AMBIENTAL À EDO MUNICÍPIO DE ITAGUAÇU-ES: SUBSÍDIOS AO
PLANEJAMENTO TERRITORIAL E GESTÃO DE RECNATURAIS
LIDADE AMBIENTAL À EROSÃO ES: SUBSÍDIOS AO
RIAL E GESTÃO DE RECURSOS
Dedico este trabalho à minha avó, Maria Orli Santos Barbosa (in memoriam), uma mulher incrível, que durante grande parte de sua vida residiu no município de Itaguaçu.
AGRADECIMENTOS
A esta Universidade, por ter me dado à oportunidade de realizar este curso.
Ao meu professor e orientador Dr. André Luiz Nascentes Coelho, pela paciência, e
ensinamentos que possibilitaram que eu realizasse este trabalho.
Aos meus pais, que tiveram participação fundamental em minha trajetória
acadêmica. Obrigada pelo amor incondicional, pela criação e por todo apoio que
sempre me deram.
A Arthur, meu companheiro, pela força, pelo carinho e pelas palavras de motivação
que eu tanto precisei em todo esse processo. Obrigada por ser o meu porto seguro.
Aos meus amigos desde o início da graduação, Ricardo, Dayane e Emilly, por todos
os momentos bons e difíceis que passamos juntos ao longo desses anos. Vocês são
responsáveis pelas melhores memórias que tenho deste período de minha vida!
E por fim, porém não menos importante, obrigada aos demais professores, colegas
de curso e familiares que também fizeram parte de minha vida acadêmica e
contribuíram com minha formação de alguma maneira.
RESUMO
O trabalho em questão teve como objetivo principal realizar uma análise da
vulnerabilidade ambiental à erosão do município de Itaguaçu-ES como forma de
subsidiar futuras intervenções relacionadas ao Planejamento Territorial e a Gestão
de Recursos Naturais. A metodologia utilizada para a realização da análise da
vulnerabilidade ambiental a erosão da área de estudo foi desenvolvida por CREPANI
et al (2001) a partir do conceito da Ecodinâmica de TRICART (1977), que se baseia
na relação entre Pedogênese, processo formador de solo, e a Morfogênese,
processo erosivo. Com isso, foi feito um cruzamento de variáveis ambientais, como
geologia, inclinação, classes de solo, pluviosidade e vegetação, utilizando as
ferramentas e técnicas fornecidas pelas Geotecnologias como agente facilitador na
avaliação dos dados gerados por softwares de SIG juntamente com o conhecimento
teórico e o levantamento de campo, gerando deste modo, como produto final, um
mapa do potencial de vulnerabilidade à perda de solos em todo o município.
Palavras-Chave: Vulnerabilidade Ambiental; Erosão; Planejamento Territorial;
Gestão de Recursos Naturais; Sistemas de Informações Geográficas.
ABSTRACT
The main objective of this work was to analyze the environmental vulnerability in
erosion of the municipality of Itaguaçu with the objective of providing a subsidy to
future intervention related to Territorial Planning and the Management of Natural
Resources. The metodology used to realize this analysis was developed to CREPANI
et AL (2001) from the Ecodynamic concept of TRICART (1977), which is based in the
relation between Pedogenesis, soil-forming process, and Morphogenesis, erosive
process. A cross-reference of environmental variables such as geology, slope, soil
types, rainfall and vegetation was made using the tools and techniques provided by
Geotechnologies as a facilitating agent in the evaluation of data generated by GIS
software together with theoretical and The field survey, thus generating, as final
product, a map of the vulnerability potential to soil loss in the entire municipality.
Keywords: Environmental Vulnerability; Erosion; Territorial Planning; Natural
Resource Management; Geographic Information Systems.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Mapa de Localização do Município de Itaguaçu-ES. .............................. 16
Figura 2 - Erosão laminar (Modificado de Bigarella, 2003) ...................................... 19
Figura 3 - Erosão por sulcos e ravinas (Modificado de Bigarella, 2003) .................. 19
Figura 4 – Representação de uma voçoroca (Modificado de Bigarella, 2003) ........ 20
Figura 5 - Estrutura geral de Sistemas de Informação Geográfica de Davis &
Câmara (2001)......................................................................................................... 27
Figura 6 - Mapa Geológico do Município de Itaguaçu. ............................................ 31
Figura 7 - Mapa Geomorfológico do Município de Itaguaçu. ................................... 33
Figura 8 - Mapa Hipsométrico do Município de Itaguaçu. ........................................ 34
Figura 9 - Mapa de Inclinação do município de Itaguaçu. ....................................... 35
Figura 10 - Mapa de Pedologia do Município de Itaguaçu. ...................................... 37
Figura 11 - Mapa de Precipitação do município de Itaguaçu. .................................. 39
Figura 12 - Padrão de drenagem DendrÍtico (adaptado de CHRISTOFOLETTI,
1980). ...................................................................................................................... 40
Figura 13 - Mapa de Hidrografia do Município de Itaguaçu. .................................... 41
Figura 14 - Mapa de Uso e Cobertura da Terra do Município de Itaguaçu. ............. 44
Figura 15 - Fluxograma das Etapas Metodológicas................................................. 47
Figura 16 - Álgebra de Mapas para a Obtenção das Áreas Vulneráveis à Erosão. . 51
Figura 17 - Mapa de Vulnerabilidade Ambiental à Erosão do Município de
Itaguaçu. .................................................................................................................. 53
Figura 18 - Mapa da área de estudo ........................................................................ 55
Figura 19 - Registros fotográficos localizados em áreas de alta vulnerabilidade à
erosão. ..................................................................................................................... 57
Figura 20 - Registros fotográficos localizados em áreas de alta vulnerabilidade à
erosão. ..................................................................................................................... 58
Figura 21 - Registros fotográficos localizados em áreas de alta vulnerabilidade à
erosão. ..................................................................................................................... 60
Figura 22 - Registros fotográficos localizados em áreas de média vulnerabilidade à
erosão. ..................................................................................................................... 61
Figura 23 - Registros fotográficos localizados em áreas de baixa vulnerabilidade à
erosão. ..................................................................................................................... 63
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Características dos Litotipos presentes na área de estudo. .................. 30
Quadro 2 – Modelo de Ficha de Campo Utilizada. .................................................. 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Relação em porcentagem entre classes de uso e cobertura da terra e
com a área territorial do município ........................................................................... 43
Tabela 2 - Estabilidade das categorias morfodinâmicas. ......................................... 46
Tabela 3 - Pesos de Vulnerabilidade para Geologia ............................................... 48
Tabela 4 - Pesos para a vulnerabilidade para Inclinação. ....................................... 49
Tabela 5 - Pesos de vulnerabilidade para Pedologia............................................... 49
Tabela 6 - Pesos de vulnerabilidade para Precipitação. .......................................... 50
Tabela 7 - Pesos de vulnerabilidade para Vegetação. ............................................ 50
Tabela 8 - Porcentagem das categorias morfodinâmicas. ....................................... 52
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANA – Agência Nacional de Águas
CMDRS – Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável
CPRM – Serviço Geológico do Brasil
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
GEOBASES – Sistema Integrado de Bases Geoespaciais do Estado do Espírito Santo
GPS - Global Positioning System
IAEG - Associação Internacional de Geologia e Engenharia
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEMA – Instituto Estadual de Meio Ambiente
IJSN – Instituto Jones dos Santos Neves
INCAPER – Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural
MC – Meridiano Central
PEC – Padrão de Exatidão Cartográfica
PDM – Plano Diretor Municipal
PMRR – Plano Municipal de Redução de Riscos
PROATER – Programa de Assistência Técnica Rural
SIG – Sistema de Informações Geográficas
SRTM – Shurtle Radar Topography Mission
TSI – Terreno Sujeito a Inundação
UFES – Universidade Federal do Espírito Santo
UTM – Sistema Transversal de Mercator
SiBCS – Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
SIRGAS – Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13
1.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 14
1.2 Objetivos específicos .................................................................................... 14
1.3 Justificativa ................................................................................................... 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 17
2.1 Processos erosivos ....................................................................................... 17
2.2 Vulnerabilidade ambiental ............................................................................. 21
2.3 A importância da análise Integrada da paisagem no planejamento territorial
e gestão de recursos de recursos naturais com base no estudo de
vulnerabilidade ambiental à erosão .................................................................... 23
2.4 SIG: Evolução, características e sua importância para a tomada de
decisões .............................................................................................................. 26
3 CONHECENDO A ÁREA DE ESTUDO.............................................................. 29
3.1 Localização ................................................................................................... 29
3.2 Aspectos ambientais ..................................................................................... 29
3.2.1 Geologia .............................................................................................. 29
3.2.2 Geomorfologia ..................................................................................... 32
3.2.3 Pedologia ............................................................................................. 36
3.2.4 Clima ................................................................................................... 38
3.2.5 Hidrografia ........................................................................................... 40
3.2.6 Vegetação............................................................................................ 42
3.2.7 Uso e cobertura da terra ...................................................................... 43
4 MATERIAIS, MÉTODOS E TÉCNICAS.............................................................. 45
4.1 Materiais e fontes de aquisição ..................................................................... 45
4.2 Processo metodológico ................................................................................. 45
4.3 Geoprocessamento ....................................................................................... 47
5 RESULTADOS E ANÁLISES ............................................................................. 52
5.1 Análise da vulnerabilidade a erosão ............................................................. 52
5.2 Verificação em campo ................................................................................... 54
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 64
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 65
13
1 INTRODUÇÃO
Obviamente, a produção de alimentos e tantas outras coisas não seriam possíveis se
não fossem os solos. Para Lepsch (2010, p.19) “[...] o solo é a coleção de corpos
naturais e dinâmicos, que contém matéria viva, e resulta da ação do clima e de
organismos sobre um material de origem, cuja transformação em solo se realiza
durante um certo tempo e é influenciada pelo tipo de relevo”. Também são os
responsáveis pela existência de nascentes, mananciais e da biodiversidade das
florestas. No entanto, a utilização indiscriminada deste recurso vem favorecendo cada
vez mais sua degradação. Consta na lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981 que institui
a Política Nacional de Meio Ambiente, artigo 3, inciso II, que a Degradação Ambiental é
uma “[..] alteração adversa das características do meio ambiente.” Apesar de bastante
simplificado, o conceito mostra que a degradação ambiental possui uma conotação
negativa.
A retirada de vegetação de topos de morro para a criação de pastagem, cultivo de
monoculturas por logos períodos de tempo, assim como o despejo de resíduos sólidos
e construções irregulares nas margens dos corpos d' água, são algumas das principais
intervenções destrutivas pelas quais passam grande parte dos espaços rurais do
Espírito Santo. Um dos principais problemas ambientais decorrente de tais práticas é a
erosão que promove a perda dos solos, pois é um processo que envolve o
desprendimento e transporte das partículas. Varella (1999, p.11) ressalta que
Existem duas formas de erosão: a erosão geológica, a qual é oriunda de fenômenos naturais, atuando como agente benéfico para a formação do próprio solo; e a erosão acelerada, a qual é provocada pelo homem devido à destruição do equilíbrio das condições naturais, sendo comumente caracterizada como erosão.
Diante de tal consequência problemática para o ordenamento territorial e para a gestão
ambiental, este trabalho elaborou uma análise integrada da paisagem e de seu
potencial erosivo. Para tanto, foram levados em conta na caracterização do meio físico,
os seguintes componentes fisiográficos: os elementos litológicos, as declividades do
relevo, a média de precipitação anual, os diferentes tipos de solos, as variações de
14
cobertura vegetal, comportamento hidrológico e as intervenções antrópicas. As
relações existentes entre esses atributos, a paisagem e os sistemas socioeconômicos
atuantes possibilitam a integração de forma interdisciplinar na organização do espaço.
Neste sentido, a temática deste trabalho permitiu englobar ferramentas de apoio como:
a cartografia, o SIG e o sensoriamento remoto na gestão de recursos naturais e na
detecção de áreas mais susceptíveis a erosão.
Isto posto, foi promovida uma análise espacial das áreas mais fragilizadas e
vulneráveis a erosão do município de Itaguaçu - ES. Esta análise foi feita por meio do
cruzamento dos dados fisiográficos, gerando deste modo, como produto final, um mapa
do potencial de vulnerabilidade à perda de solos em todo o município.
Perante tais considerações, este trabalho visa responder a seguinte questão: Como o
mapeamento das áreas mais susceptíveis a erosão pode ser um eficiente
instrumento no planejamento territorial e na gestão de recursos naturais do
município de Itaguaçu?
1.1 Objetivo Geral
Realizar uma análise da vulnerabilidade ambiental à erosão do município de Itaguaçu –
ES, com a utilização do SIG, como subsídio para o planejamento territorial e para a
gestão de recursos naturais do município.
1.2 Objetivos específicos
• Conceituar vulnerabilidade ambiental ligada aos processos erosivos e apontar
relevância dessas informações no planejamento territorial e na gestão de
recursos naturais;
• Caracterizar os elementos do meio físico;
• Mapear as marcas dos processos erosivos;
• Elaborar uma carta do potencial de vulnerabilidade a erosão.
15
1.3 Justificativa
A justificativa para a realização deste trabalho vem da necessidade de aprofundar e
estimular análise integrada da paisagem baseada em estudos que apontem o grau
de vulnerabilidade à erosão dos ambientes nos projetos de planejamento territorial
e gestão de recursos naturais. Também se justifica em virtude das tragédias
passadas que ocorreram no município como deslizamentos de encostas e
assoreamento de importantes cursos d’ água, visando, desta forma, evitar futuros
problemas ambientais diante das novas dinâmicas de uso dos espaços rurais.
17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Processos erosivos
Não é novidade que a utilização indiscriminada dos recursos naturais pela sociedade
ao longo de sua história, causa danos nocivos à natureza e ao bem-estar humano.
Dentre os diversos problemas ambientais existentes, a erosão vem ganhando cada
vez mais destaque em estudos com enfoque em riscos ambientais.
A Erosão, como considera Fendrich et al (1997 apud OLIVEIRA et al, 2013, p. 02) é
um processo que envolve “[...] a desagregação, o transporte e a deposição dos
solos, subsolo e/ou rocha em estado de decomposição, promovido pela ação das
águas (pluviais e fluviais), ventos ou geleiras”.
Em áreas urbanas, os processos erosivos, promovem eventos catastróficos já bem
conhecidos, como deslisamento de encostas, que na maioria das vezes estão
ocupadas por famílias de baixa renda. Nas áreas rurais, a perda de solos, devido a
seu uso inadequado, afeta diretamente a produção de alimentos e matérias primas.
Ferreira (2008 apud SANTOS, 2005) , aponta uma estimativa média de que a perda
de solos dos meios ruais do Brasil está em torno de 25 toneladas por hectare a cada
ano.
Os processos erosivos podem ser oriundos de fenômenos naturais (erosão
geológica) ou pode ser provocada por atividades antópicas (erosão acelerada).
Podem ocorrer, segundo Ferreira (2008), em duas fases: a denundação, que é
caracterizada pela remoção das partículas e o transporte do material que foi
removido, neste caso, realizado por agentes como água, vento e gelo.
É sabido, que as áreas tropicais do planeta recebem grandes volumes de chuva,
principalmente no verão. O Espírito Santo está inserido na zona climática tropical
úmida e em sua estação chuvosa as precipitações ficam em média acima de 300
mm ao ano (INCAPER, 2017).
18
Em ambientes com essas características climáticas, a erosão hídrica é a mais
comum, pois é consequência do acelerado desprendimento e transporte de
partículas pela ação das chuvas (GUERRA 1999; BIGARELLA, 2003). A intensidade
dos eventos chuvosos, juntamente com as características topográficas do relevo, o
tipo de solo e a energia cinética liberada pela queda de uma gota d’ água na
superfície, estabelecem a capacidade erosiva do ambiente (GUERRA, 1999).
Quanto a dinâmica do escoamento, as diversificadas formas de uso da terra, a partir
da retirada da cobertura vegetal nativa, causam alteração em seu regime, tanto na
surperfície, quanto abaixo dela (INFANTI JR e FORNASARI FILHO, 1998). As gotas
da chuva promovem a compactação do solo com seu impacto, que por sua vez,
ocasiona na perda de capacidade de infiltração e facilita o processo de enxurradas,
principalmente se a inclinação do terreno for muito acentuada Guerra (1999). Para
Bertoni e Lombardi Neto, (2005) e Hancock, (2007) os perfis topográficos côncavos
são os mais vulneráveis aos processos erosivos.
As vertentes, por sua vez, estão em constante processo de transformação e a
erosão faz parte de sua evolução. Os movimentos de massa causados pelos
processos erosivos, deslocam rochas e detritos pelas encostas. Podem ser do tipo
rastejo, movimento lento e contínuo do solo em uma vertente; podem ser do tipo
deslizamento, movimento rápido, com um considerável volume de detritos; do tipo
movimento de blocos rochosos e do tipo corridas de lama, que possuem altos teores
de água e solo (CRUDEN, 1990 apud FERREIRA; 2008).
O escoamento superficial, dependendo das condições em que ocorre, pode
ocasionar dois tipos de erosão: a erosão laminar, que consiste na retirada de forma
homogênea das camadas superficiais dos solos (Figura 2); e a erosão linear que
acontece quando se formam na superfície do terreno, linhas de fluxo de água para o
escoamento e que posteriormente dão origem as ravinas (Figura 3) e as voçorocas
(Figura 4) (SALOMÃO e IWASA,1995).
19
Figura 2 - Erosão laminar (Modificado de Bigarella, 2003)
Fonte: Ferreira, 2008, p.11
Figura 3 - Erosão por sulcos e ravinas (Modificado de Bigarella, 2003)
Fonte: Ferreira, 2008, p.12
20
Figura 4 – Representação de uma voçoroca (Modificado de Bigarella, 2003)
Fonte: Ferreira, 2008, p.13
Obviamente, a erosão irá responder de formas distintas para as variadas classes de
solos. A percolação, ou o movimento dá água no solo, vai variar dependendo de
características morfológicas como a estrutura, a permeabilidade, a textura e a
densidade (FERREIRA, 2008). No Brasil, em meio ao clima tropical úmido, as áreas
que mais se destacam quanto as ocorrências erosivas possuem cobertura
pedológica de Argissolos, Latossolos, Neossolos Quartzarênico e depósitos
aluviocoluvionares (FERREIRA, 2008).
Solos arenosos como Neossolo Quartzarênico, são mais frágeis a erodibilidade, pois
apresentam macroporos e se desagregam facilmente. Por este motivo, as erosões
lineares, que promovem as ravinas e voçorocas, são mais frequentes nesse tipo de
solo. Em contrapartida os Latossolos e Argissolos são mais agregados, o que lhes
confere maior estabilidade física, principalmente se houver presença de matéria
orgânica, que favorece o desenvolvimento de microorganismos e melhora a
penetração das raízes e da água (SÃO PAULO, 1989). Primavesi (1987, p.14) afirma
que “ a agregação do solo por matéria orgânica(bioestrutura), é caracterizada pelos
agregados secundários formados pelos microorganismos a partir de agregados
primários, de formação química”.
Isto posto, é importante frisar que, o controle da erosão acelerada em espaços
rurais, ocasionada por atividades antrópicas, irá depender da forma como o manejo
21
do solo ocorre. Para tanto, deverá ser levado em conta a importância de se evitar o
impacto das gotas de chuvas diretamente no solo exposto. Diante do exposto neste
tópico, conclui-se que a necessidade de identificar, avaliar e monitorar áreas de
elevado potencial erosóvo é imprescindível, pois ajuda a evitar futuros desastres.
2.2 Vulnerabilidade ambiental
A exposição aos riscos ambientais torna algumas parcelas da população vulneráveis.
A vulnerabilidade de ambientes e de pessoas é um fenômeno complexo e mostra-se
cada vez mais relevante para o Planejamento Territorial, pois considera que pessoas e
os lugares são diretamente afetados por mudanças negativas nos ecossistemas,
apresentando grande probabilidade de danos ao bem-estar dos seres vivos
(KASPERSON et al, 2005).
O debate sobre vulnerabilidade e sua avaliação surgiu a partir de três abordagens,
como afirma (EAKIN e LUERS, 2006 apud JORDÃO, 2011):
a) Risco-perigo – Esta abordagem considera as consequências negativas de
fatores como as mudanças de temperatura, as precipitações, a ocorrência de
eventos extremos e o potencial de perda da população exposta.
b) Economia política e ecologia política – Essas perspectivas surgiram a partir de
críticas feitas à abordagem de risco-perigo, visando além da dimensão
puramente ecológica da vulnerabilidade, as dimensões políticas, sociais,
culturais e econômicas.
c) Resiliência Ecológica – Esta é uma abordagem mais recente sobre a
vulnerabilidade, e contribui com uma perspectiva mais abrangente em relação à
variedade fatores que podem causar estresses e choques nos sistemas
humanos e ambientais.
Segundo Jordão (2011) essas abordagens levaram muitas análises e metodologias
distintas para se trabalhar com a vulnerabilidade. No entanto, de forma geral, o termo
induz ao entendimento de condição instável, perante exposição a algum risco. Para
Tobin e Montz, (1997 apud JORDÃO, 2011, p. 6) a vulnerabilidade pode ser entendida
como “[...] a probabilidade que uma comunidade, estrutura, serviços ou área geográfica
tem de ser danificada ou perturbada pelo impacto de algum perigo”.
22
Alves (2005, p. 43) denomina vulnerabilidade como “uma categoria de análise espacial
onde se articula os fatores de risco e as formas de degradação ambiental, mediante a
situação de pobreza e de privação social”.
Acselrad (2006) esclarece que o processo de vulnerabilidade é associado a fatores
individuais, políticos-institucionais e sociais, além de ser socialmente produzido, e que
muitas práticas da administração pública contribuem para que certos grupos sociais
permaneçam em situação vulnerável:
[...] Se a vulnerabilidade é decorrência de uma relação histórica estabelecida entre diferentes segmentos sociais, para eliminar a vulnerabilidade será necessário que as causas das privações sofridas pelas pessoas ou grupos sociais sejam ultrapassadas e que haja mudança nas relações que os mesmos mantêm com o espaço social mais amplo em que estão inseridos (ACSELRAD, 2006, p. 2 e 5).
Em muitos estudos sobre vulnerabilidade um dos fatores que mais se destaca é a
exposição de um sistema à perturbações. Christofoletti (1999 apud NAPOLEÃO, 2003,
p. 21), conceitua sistema como “um conjunto estruturado de objetos e atributos que
consistem de componentes ou variáveis que assumem relações discerníveis uns com
os outros e operam conjuntamente como um todo complexo, de acordo com
determinado padrão”.
Há estudos recentes que fazem essa abordagem sobre o tema dentro de um
geossitema. Embrapa (2010, p.11) define geossistema como “[...] uma paisagem
delimitada pelas características morfológicas e geológicas, dentre outras, de uma
determinada região, em níveis espaciais decrescentes. Exemplos: planícies,
planaltos, serras, depressão sertaneja”.
Lima et al (2000,p. 268) salienta que a vulnerabilidade de um geossistema pode ser
avaliada “[...]analisando-se características dos meios físicos (solo, rocha, relevo, clima
e recursos hídricos), biótico (tipo de vegetação) e antrópico (uso e ocupação do solo),
que tornam o relevo mais ou menos instável ou sujeito a processos erosivos”.
23
Os problemas ambientais que muitas vezes favorecem as ocorrências de desastres
naturais colocam no cerne da questão as relações estabelecidas entre a sociedade e a
natureza. No final dos anos de 1980, com a publicação do Relatório Brundtland, surge
à ciência da sustentabilidade que, desde então, vem destacando a importância de se
pensar o desenvolvimento econômico sob a perspectiva de uma possível crise
ambiental global (NASCIMENTO, 2011).
Em amplo sentido, a sustentabilidade pode ser definida como uma atividade que pode
ser mantida para sempre (MIKHAILOVA, 2004). “Um desenvolvimento econômico
sustentável seria o respeito à capacidade de produção dos sistemas ambientais
atendendo as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de atender
às necessidades das futuras gerações” (BRUNDTLAND, 1987).
Os sistemas ambientais, frente às intervenções humanas, podem indicar variados
graus de vulnerabilidade a erosão, pois qualquer alteração nos componentes naturais
altera o estado de equilíbrio do ambiente (ROSS e SPÖRL, 2004).É importante
destacar, neste caso, que ameaças ambientais, causadas pelas atividades humanas,
não se manifestam maneira uniforme nos territórios. Elas ocorrem principalmente em
espaços ocupados por populações menos favorecidas economicamente.
Portanto, a análise de vulnerabilidade ambiental se faz necessária, para a gestão
ambiental e o planejamento territorial, pois permite mensurar a fragilidade de sistemas
ambientais perante determinadas situações e desenvolver medidas mitigadoras
visando à redução de possíveis impactos negativos.
2.3 A importância da análise Integrada da paisagem no planejamento territorial
e gestão de recursos de recursos naturais com base no estudo de
vulnerabilidade ambiental à erosão
O conceito de paisagem, no meio cientifico, surge primeiramente com Van Umboldt,
entre 1969 e 1859. De forma genérica, era considerado como “característica total de
uma região terrestre” (METZGER, 2001, p. 2).
24
As concepções das escolas alemãs e soviéticas, representadas respectivamente por
Humboldt e Dokoutchaev, priorizam os elementos físicos, o que as torna
exclusivamente naturalistas. A escola francesa, por outro lado, fundamenta-se em
questões sócio-cultural com Max Sorre, tornando as pesquisas sobre o tema mais
qualitativas do que quantitativas (WATANABE, 2011).
A obra de Passarge denominada: “Fondements de La landschaftskunde”, no início
do século XX, torna-se o parâmetro para o estabelecimento da ciência da paisagem
(CHRISTOFOLETTI, 1999). Segundo Passarge (1924 apud WATANABE, 2011,
p.20) “a paisagem é o palco dos animais e dos homens”, onde relevo, clima,
vegetação e classes de solo são apenas um objeto, e a relação entre homens e
animais é somente uma relação de dependência.
Com o neopositivismo o conceito ganha uma abordagem sistêmica, onde a
paisagem é considerada uma categoria de análise concreta que é possível ser
representada cartograficamente (TRICART, 1982). Hauck (2009) salienta que a
partir da década de 1970, até a atualidade, o conceito é desenvolvido focando em
métodos sistêmicos e quantitativos.
Ainda que os estudos das paisagens possuam em grande parte um caráter
quantitativo, não significa que sejam restritos apenas ao que é visível, pois para
compreender as dinâmicas dos espaços é indispensável que se estabeleça com
esses dados, uma análise que considere questões ambientais, sociais, políticas e
econômicas (SUERTEGARAY, 2001).
As atividades humanas e suas mais variadas formas de uso e ocupação dos
espaços geográficos garantem a sobrevivência e a manutenção das necessidades
de produção e consumo dos indivíduos. No entanto, por vezes, essas interações
humanas com o meio, acontecem de forma imprudente e desordenada, sem um
plano de organização que considere de fato, os limites dos ambientes e de seus
recursos naturais colocando em risco não só a natureza, mas também uma parcela
da população que vive em situação de vulnerabilidade social (Acselrad, 2006).
25
As contribuições da análise integrada da paisagem com uma abordagem
interdisciplinar nos estudos geográficos, permitem uma interpretação mais completa
sobre o espaço e suas dinâmicas, partindo da relação homem-natureza. Bertrand
(1972) reforça a importância desta relação sob o ponto de vista de uma Geografia
Global, pois não se pode pensar na paisagem sem as interferências humanas.
Desse modo, para o autor, a paisagem é:
Uma determinada porção do espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução. (BERTRAND, 1972, p.29).
Os estudos integrados da paisagem devem considerar, dessa forma, as questões
ambientais, sociais, políticas e econômicas, visando dar suporte a atividades
socialmente responsáveis (MANOSSO, 2009).
Para o russo Sotchava (1962), as organizações espaciais se manifestam em
variadas escalas e espacializações territoriais. A escala da esfera municipal,
atualmente, evidencia as potencialidades e as deficiências dos espaços livres e dos
ocupados. Através de instrumentos como o PDM, gestores públicos juntamente com
a população local determinam as funções que o território precisa desempenhar.
A noção de desenvolvimento sustentável começa a ser discutida de forma mais
ampla no Estatuto da Cidade, instrumento legal de orientação ao planejamento e
gestão territorial no Brasil, regulamentado pela Lei Federal 10.257/2001. Em seu
artigo 2º, a Lei define as funções da cidade e da propriedade rural, atendendo, de
acordo com o inciso I, à garantia ao direito a cidades sustentáveis.
A implantação dos processos de ordenamento territorial contidos em um PDM deve
buscar o desenvolvimento sustentável a partir de uma visão ambiental integrada
(VITORINO, 2007). Por esse motivo, o PDM torna-se um dos principais instrumentos
de gestão e planejamento da política municipal, pois visa definir as diretrizes e
prioridades que norteiam o conceito de desenvolvimento sustentável, onde a
preocupação com o meio ambiente e seus recursos, torna-se central.
26
A partir de então, a elaboração do PDM, passa a ser feita por meio de análises
integradas da paisagem e se baseiam em estudos ambientais que destacam as
potencialidades e as limitações dos ambientes de interesse (VITORINO, 2007).
Por conseguinte os estudos que envolvem análises de vulnerabilidade ambiental à
erosão, tornam-se instrumentos de grande relevância para estudos ambientais que
apontem as condições adequadas de uso da terra frente aos impactos negativos da
crescente demanda por recursos naturais, já que permitem ações bem planejadas,
de modo que, as áreas menos vulneráveis a erosão sejam visadas para futuras
intervenções e as áreas mais vulneráveis recebam medidas mitigadoras e/ou
compensatórias proporcionais.
2.4 SIG: Evolução, características e sua importância para a tomada de
decisões
A evolução tecnológica ocorrida no século XX proporcionou a ciência geográfica
novas técnicas e ferramentas de investigação do espaço geograficamente
construído, além de diversas formas de aplicabilidade das geotecnologias.
Santos (1997) explica que essas técnicas e ferramentas marcam o período histórico
atual, que ele chama de Meio Técnico-Científico-Informacinal. Castells (1999)
salienta que a massificação dos computadores transformou por completo a
Cartografia, já que possibilitou a evolução dos Sistemas de Informação Geográfica
(SIG), ampliando e intensificando a relação entre ambos.
A ciência geográfica passa então, a adotar o SIG como recurso metodológico e
técnico para fazer sua leitura das metamorfoses do espaço, já que as informações
podem ser adquiridas em tempo real (SANTOS,1997).
Para Burrough (1987 apud MEDEIROS; 2012, p.02), um SIG é “[...] um conjunto de
‘ferramentas’ especializadas em adquirir, armazenar, recuperar, transformar e emitir
informações espaciais”. A partir dos conceitos de manipulação de dados espaciais
27
georreferenciados dos SIGs inseridos em sistemas computadorizados, surge o termo
geoprocessamento (CÂMARA e ORTIZ, 1993).
Câmara, citado por Antunes, resume as principais características de um SIG em três
apontamentos:
1 - Integrar, numa única base de dados, informações espaciais provenientes de dados cartográficos, dados de censo e cadastro urbano e rural, imagens de satélite, redes e modelos numéricos de terreno; 2 - combinar as várias informações, através de algoritmos de manipulação, para gerar mapeamentos derivados; 3 - consultar, recuperar, visualizar e plotar o conteúdo da base de dados geocodificados (CÂMARA, 1993 apud ANTUNES, 2004, p.1).
Davis e Câmara (2001) evidenciam a existência de uma hierarquia entre os níveis de
estruturação de um SIG e os atribui basicamente em: interface com o usuário;
entrada e integração de dados; funções de consulta e análise espacial; visualização
e plotagem e armazenamento e recuperação de dados (organizados sob a forma de
um banco de dados geográficos) conforme apresentado na Figura 5.
Figura 5 - Estrutura geral de Sistemas de Informação Geográfica de Davis & Câmara (2001).
Fonte: http://mtc-m12.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/sergio/2004/04.22.07.43/doc/publicacao.pdf
28
Entender as dinâmicas e o funcionamento do espaço geográfico é imprescindível
para qualquer estudo que aborde temáticas ambientais e de planejamento. O
planejamento Territorial possui especificidades econômicas, ambientais, sociais e
institucionais que devem ser devidamente respeitadas no processo, considerando
que, as regiões a serem transformadas possuem características distintas (COSTA e
LIRA, 2010).
Já gestão ambiental requer cinco etapas vitais para sua consecução, tais como:
elaboração da caracterização ambiental e da atividade; realização de uma análise
ambiental; estudo e adoção de ações mitigadoras, e proposição, instalação e
operação de uma rede de monitoramento, (SOUZA, 2000).
Para tanto, todo esse conjunto de procedimentos necessita ser manipulado de forma
precisa, e o SIG mostra-se um instrumento de auxílio bastante eficiente, já que
consegue trabalhar e armazenar uma grande quantidade de informações
pertinentes. Estrada, A. F. D. e Estrada, J. A. F. D. ressaltam que:
A estrutura de um SIG lhe permite manipular, armazenar dados geográficos, ou seja, dados espacialmente distribuídos, podendo ser de diversos aspectos (ambientais, sociais, estatísticos e etc.), fortalecendo o sistema para o monitoramento dos temas estudados a partir da implantação de uma base de dados. Assim, são criadas condições para a realização de um planejamento e gestão da área de interesse (Estrada, A. F. D. e ESTRADA, J. A. F. D., 2013, p.12).
Tanto o planejamento quanto a gestão, são processos que dependem de
organização e trabalham com uma extensa gama de informações, por esse motivo, o
SIG tornou-se um importante agente estruturador no planejamento de estratégias e
respectivamente um agente facilitador para a tomada de decisões.
29
3 CONHECENDO A ÁREA DE ESTUDO
3.1 Localização
O município de Itaguaçu pertence à região serrana do Espírito Santo. Segundo o
Proater (2011), está distante 137 km da capital Vitória, localizado na direção noroeste,
no paralelo 19°48’10” de latitude Sul e no meridiano 40°51’24" de longitude Oeste, a
uma altitude média de 513 metros em relação ao nível do mar.
Possui área de 534,633 km², o que corresponde a 1,14% do território estadual. Faz
limite ao norte com os municípios de Baixo Guandú e Colatina; ao sul com Laranja da
Terra e Itarana; a leste com Santa Teresa e São Roque do Canaã e a oeste com Baixo
Guandú novamente.
3.2 Aspectos ambientais
3.2.1 Geologia
O município de Itaguaçu está inserido no Complexo Embasamento Cristalino, que se
estende por grande parte do território estadual e pertence ao Maciço Brasileiro
(ANTONGIOVANNI e COELHO, 2005).
Os litotipos mais representativos na área de estudo são: Charnockito, rocha ígnea e
plutônica, Enderbito, rocha ígnea e plutônica; Depósito de areia, sedimentos
inconsolidados; Aglomerado/Lterita, rochas químicas e vulcânicas;
Metagranodiorito/Rocha Granulítica, rochas metamórficas; Metatonalito, rocha
metamórfica; Granito, rocha ígnea e plutônica e Tonalito, rocha ígnea e plutônica.
Todas estas feições geológicas estão esquematizadas no Quadro 1 e na Figura 6.
30
Quadro 1 - Características dos Litotipos presentes na área de estudo.
LITOTIPO IDADE PERÍODO CLASSE SUBCLASSE
Charnockito 540 milhões Cambriano Ígnea Plutônica
Depósitos de Areia
Não definida Neogeno Sedimentos Sedimentos
Inconsolidados
Aglomerado, Laterita
Não definida Neogeno Sedimentos Química,Vulcânica
Enderbito 650 milhões Ediacarano Ígnea Plutônica
Granito 650 milhões Ediacarano Ígnea Plutônica
Metagranodiorito, Rocha Granulítica
650 milhões Ediacarano Metamórfica Metamorfismo
Regional
Metatonalito 650 milhões Ediacarano Metamórfica Metamorfismo
Regional
Tonalito 540 milhões Cambriano Ígnea Plutônica
Produzido pela autora.
Esses litotipos presentes na área de estudo compõem a “Suíte Intrusiva Aimorés”
pertencente a Unidade Carlos Chagas. A Suíte Intrusiva Aimorés foi definida por Silva
et al. (1987) e ocorre entre o Espírito Santo e Minas Gerais próximo à cidade de
Aimorés (MG). O Programa Geologia do Brasil, desenvolvido pelo CPRM no ano de
2015, ressalta que
Essas rochas formam corpos intrusivos circunscritos e de tamanhos diversos, com formas aproximadamente circulares a alongadas, espalhados principalmente pelos quadrantes centro-ocidental e noroeste do estado, onde se destacam grandes intrusões localizadas nos municípios de Barra de São Francisco, Baixo Guandu, Colatina, Águia Branca e Itaguaçu (CPRM, 2015, p. 179).
32
3.2.2 Geomorfologia
Com base nos dados do Mapeamento Geomorfológico do Estado do Espírito Santo,
realizado pelo IJSN em parceria com a UFES, no ano de 2012, foi identificado na área
de estudo, em escala de 1:175.000, a seguinte taxonomia: a morfoestrutura Faixa de
Dobramentos Remobilizados; a região geomorfológica Planaltos da Mantiqueira
Setentrional; e as unidades Patamares Escalonados do Sul Capixaba e Maciços do
Caparaó I e II (Figura 7).
A morfoestrutura Faixa de Dobramentos Remobilizados indica que em sua formação
ocorreram movimentos crustais, com marcas de falhas, deslocamentos de blocos e
falhamentos transversos (IJSN, 2012).
A região geomorfológica Planaltos da Mantiqueira Setentrional, é caracterizada por ser
montanhosa e muito dissecada pelos rios. Além disso, possui fraquezas litológicas,
estruturais e variados níveis altimétricos (IJSN, 2012).
A unidade Patamares Escalonados do Sul Capixaba é formada por níveis de
dissecação escalonados. Dispõe de falhas com caimento topográfico para sudeste,
indicando que os blocos basculados são resultantes de impulsos epirogenéticos
pertencentes aos ciclos geotectônicos. Já as unidades Maciços do Caparaó I e II
apresentam um modelado fortemente dissecado, com altitudes médias em torno de
600 metros e alguns maciços superiores a 2.000 metros.
No entanto, em Itaguaçu, parte das unidades Maciços do Caparaó I e II alcançam em
média 1340 metros (Figura 8). As escarpas adaptadas, as falhas e elevações residuais
são consequência dos eventos tectônicos e do clima predominantemente úmido (IJSN,
2012). Além disso, a inclinação de grande parte das vertentes varia entre 0 e 80%
(Figura 9).
36
3.2.3 Pedologia
Segundo fontes como o IJSN e o SiBCS 2013, na escala de 1:175.000, o município
de Itaguaçu apresenta quatro classes de solos: Argissolo Vermelho-Amarelo
Eutrófico (PVAe2), Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico (LVAd5), Neossolo
Litólico Eutrófico e Distrófico (RLed) e Nitossolo Vermelho Eutrófico (NVe1) (Figura
10).
Os Argissolos Vermelho-Amarelo são solos, em média, profundos, com transição
abrupta entre os horizontes A e B. Apresenta horizonte B textural, com textura argilosa
e possui uma drenagem moderada. Suas cores são claras e dispõem de baixos teores
de matéria orgânica. Desenvolvem-se em ambientes de relevo plano a ondulado.
(JARBAS et al, [201-?]).
Latossolo vermelho-amarelo geralmente são solos que passaram por grandes
processos intempéricos, possuindo características como: horizonte diagnóstico, argilas
de baixa atividade (baixa CTC), argilas com grandes quantidades de óxido de ferro e
baixa saturação por bases (ALMEIDA; SANTOS; ZARONI, [201-?]).
Os Neossolos Litólicos possuem limitações quanto ao seu uso, pois geralmente estão
associados a relevos com inclinações acentuadas. Além do mais, são solos raros que
mesmo totalizando as camadas dos horizontes sobre a rocha não ultrapassa 50 cm, o
que lhes conferem maior risco a erosão (ALMEIDA; SANTOS; ZARONI, [201-?]).
Os Nitossolos possuem horizonte diagnóstico subsuperficial B nítico, caracterizado pela
cerosidade. Além disso, podem apresentar característica alítica, pois possuem baixa
atividade de argila e apresentam textura argilosa ou muito argilosa (ALMEIDA;
SANTOS; ZARONI, [201-?]).
38
3.2.4 Clima
Arthur Strahler divide o Brasil em cinco grandes domínios climáticos, sendo eles:
Equatorial Úmido (Convergência dos Alísios), Tropical (Inverno seco e verão úmido),
Tropical Semi-Árido (Tendendo a seco pela irregularidade da ação das massas de
ar), Litorâneo Úmido (Influenciado pela Massa Tropical Marítima), Subtropical Úmido
(Costas orientais e subtropicais, com predomínio da Massa Tropical Marítima).
Cerca de 95% do Espírito Santo está inserido no domínio Subtropical Úmido os
outros 5% estão inseridos no domínio Tropical (GALVANI,[201-?]).
Grande parte do território do Espírito Santo está sob a influência do clima tropical
quente úmido que é regido pelas Masas de Ar, que por sua vez dependem das
condições de latitude e continentalidade. (BARRETO, 2013).
De acordo com Coelho (2013 apud BARRETO, 2013, p.50) a Massa de Ar Tropical
Atlântica (mTa), formada a partir do anticiclone semifixo do Atlântico Sul, constitui os
ventos alísios e facilita o seu deslocamento para o interior do estado por meio das
correntes NE e L. A (mTa),durante período de inverno, é influenciada pela da Massa
Polar Atlântica (mPa) e promove as chuvas orográficas nas áreas mais elevadas.
Segundo o Proater (2011), a precipitação média anual do município de Itaguaçu é de
1.066 mm (pautados em 19 anos de observação) sendo recorrente entre os meses
de novembro a março. Podem acontecer durante esses meses chuvosos, períodos
de estiagens prolongadas, ocasionando uma escassez hídrica significativa na
região.
A incidência dessas estiagens vem ocorrendo com uma duração que varia de 1 a 10
meses no ano. Com os valores de intensidade pluviométrica espacializados dentro
do limite municipal, foi possível constatar que a parte sul do município recebe um
volume maior de chuvas do que as partes norte e leste (Figura 11).
40
3.2.5 Hidrografia
A área de estudo em questão compõe a bacia hidrográfica do Rio Doce, que
representa o nível 2 e 3 da classificação de Ottobacias e a bacia hidrográfica do Rio
Santa Joana que representa o nível 4 (Figura 13).
A metodologia de subdivisão das Ottbacias, criada por Otto Pfafstatter, Engenheiro
brasileiro do extinto Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS),
realiza uma codificação para bacia de drenagem, que otimiza o gerenciamento dos
recursos naturais, além de permitir um maior controle sobre as ações antrópicas no
sistema. A codificação das Ottobacias, nada mais é do que um método de
hierarquização que baseia-se na topografia do terreno, e permite um maior
detalhamento do sistema hídrico. (GOMES e BARROS, 2011)
Além da categorização das bacias, a identificação das redes de drenagem operantes
torna a caracterização e avaliação do sistema hídrico da área de estudo mais
completo e preciso, pois expõem à situação espacial dos rios e seu comportamento
diante dos padrões geológicos e topográficos da região. No caso da Ottobacia do
Rio Santa Joana a rede de drenagem atuante é a dendrítica, que também é
conhecida como arborescente, já que aparenta o formato de galhos de uma árvore,
com várias ramificações. Esta rede de drenagem evolui em rochas sedimentares
com orientação horizontal, rochas ígneas e metamórficas, conforme a Figura 12
(FONTES, 2010).
Figura 12 - Padrão de drenagem DendrÍtico (adaptado de CHRISTOFOLETTI, 1980).
42
3.2.6 Vegetação
O Espírito Santo encontra-se inserido no bioma Mata Atlântica, que apresenta
diversificados conjuntos de ecossistemas florestais devido principalmente às
características climáticas dos ambientes onde ocorrem.
A Floresta Estacional Semidecidual, é um dos conjuntos de ecossistema florestal
presente na mata Atlântica e de extrema relevância para o presente trabalho, pois a
área de estudo localiza-se em um ambiente em que tal formação ocorre.
As florestas estacionais semideciduais, desenvolvem-se em ambientes de transição
entre a zona úmida costeira e o semiárido. A vegetação pode chegar a 20 metros de
altura. No período chuvoso torna-se muito parecida com a Floresta Ombrófila Densa,
todavia é no período seco que é possível fazer uma melhor distinção entre as duas
formações florestais, pois nesta fase a apresenta uma considerável perda de folhas.
(FILHO, [201-?]).
De acordo com Filho ([201-?]), as principais classes de solos que estão associadas
a este tipo de floresta são os Argissolos e Latossolos Amarelos e Vermelho-
Amarelos Distróficos e alguns Argissolos Vermelhos. Incluem espécies arbóreas
como a Tabebuia chrysotricha, Standley (pau-d`arco-amarelo), Cordia sp
(freijó), Plathymenia foliolosa Benth (amarelo), Tabebuia avellanedae Lorentz ex
Griseb (pau-d’arco-roxo), Pithecolobium polycephalum Benth (camondongo)
e Caesalpinia echinata Lam (pau-brasil).
Itaguaçu detém aproximadamente 18% de cobertura florestal nativa, considerando
matas e capoeiras. Foi realizado um zoneamento de áreas aptas para o Corredor
Ecológicos “Alto Misterioso” que ocupa 80% do território municipal, além da
implantação da RPPN - “Reserva dos Garimbus”, que conta com quinze
propriedades já mapeadas e cadastradas (PROATER, 2011).
43
3.2.7 Uso e cobertura da terra
O principal uso da terra se dá por meio da agricultura familiar, desenvolvida por
cerca de quarenta associações, que possuem representação junto ao CMDRS
(Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável). Essas famílias
trabalham adquirindo insumos e comercializando produtos como: café, laticínios,
carne, frutas e eucalipto (PROATER, 2011).
Com o mapeamento da classificação do uso e cobertura da terra, na escala de
1:175.000, obteve-se as seguintes classes: Afloramento rochoso, T.S.I (Terreno
Sujeito a Inundação), Agricultura, Mata Nativa, Pastagem, Eucalipto, Área Urbano,
Reservatórios (Figura 14).
A tabela 1 mostra a relação entre a área em hectare de cada classe com a
porcentagem territorial do município que ela ocupa.
Tabela 1 - Relação em porcentagem entre classes de uso e cobertura da terra e com a área
territorial do município
CLASSE ÁREA (ha) PORCENTAGEM (%)
Município 53.096,25 100
Afloramento Rochoso 3.376,80 6,4
T.S.I 3,44 0,1
Agricultura 5.730,48 10,8
Mata Nativa 13.894,30 26,2
Pastagem 27.574,04 51,6
Eucalipto 2.328,77 4,4
Área Urbana 169,96 0,3
Reservatórios 18,46 0,3
produzido pela autora.
45
4 MATERIAIS, MÉTODOS E TÉCNICAS
4.1 Materiais e fontes de aquisição
• Dados Vetoriais de Limites Municipais e Estaduais do IBGE – escala
1:250.000 do ano de 2009;
• Dados Vetoriais de Hidrografia, Curvas de Nível, Uso e Cobertura da Terra,
Geologia, Geomorfologia e Pedologia do IJSN – escala de 1:15.000 do ano
de 2011;
• Séries históricas das médias anuais de precipitação das estações
pluviométricas operantes no município da ANA.
• Imagem de Radar SRTM (ShuttleRadar Topography Mission ) da EMBRAPA
– Formato GEOTIFF (16 bits), resolução espacial de 90 metros, escala de
1:250.000 do ano de 2005;
• Ortofoto do Espírito Santo cedida pelo IEMA – escala 1:15.000 dos anos de
2007 e 2008;
• GPS – Sistema de Posicionamento Global, modelo Garmin, utilizado durante
o trabalho de campo para a obtenção de coordenadas dos pontos;
• Câmara fotográfica digital Canon modelo A540, com 6.0 mega pixel de
resolução, utilizada para tomadas fotográficas no trabalho de campo.
4.2 Processo metodológico
A metodologia utilizada para a realização da análise da vulnerabilidade ambiental a
erosão da área de estudo foi desenvolvida por CREPANI et. al (2001) a partir do
conceito da Ecodinâmica de TRICART (1977), que se baseia na relação entre
Pedogênese, processo formador de solo, e a Morfogênese, processo erosivo.
Essa proposta metodológica sugere uma avaliação dos ambientes por meio da
análise integrada dos aspectos dinâmicos de elementos físicos, biológicos e
antrópicos, que por sua vez, tornam a paisagem um conjunto indissociável e em
permanente evolução (AMARAL e ROSS, 2009).
46
Inicialmente, após a delimitação do tema, problema e objetivos da pesquisa, foram
realizados levantamentos bibliográficos e cartográficos e posteriormente mapas
temáticos de geologia, geomorfologia, inclinação, pedologia, hidrografia, cobertura
vegetal e uso e cobertura da terra, na escala de 1:175.000, foram gerados. Em
seguida determinou-se os valores da vulnerabilidade utilizando os seguintes
critérios: I – Para geologia, informações relativas ao grau de coesão das rochas; II -
Para inclinação seus respectivos percentuais; III - Para solos, os diferentes tipos e
suas composições; IV – Para precipitação, suas médias anuais; V - Para vegetação,
as subclasses de uso e cobertura da terra da Floresta Estacional Semidecidual.
Os valores para a classificação do grau da vulnerabilidade para cada uma das
classes temáticas propostas por Crepani et al (2001) são pesos que variam de 1,0 a
3,0, em função das condições predominantes de pedogênese e morfogênese, sendo
1 para situações de predomínio de pedogênese, que é considerada situação estável;
2 para situações intermediárias, ou seja, o equilíbrio entre pedogênese e
morfogênese e 3 para situações de predomínio da morfogênese, que neste caso é
considerada situação instável, conforme a Tabela 2 abaixo:
Tabela 2 - Estabilidade das categorias morfodinâmicas.
Fonte: Crepani et al (2001) , p. 19
Todas as etapas metodológicas deste trabalho estarão representadas no fluxograma
a seguir (Figura 15):
47
Figura 15 - Fluxograma das Etapas Metodológicas.
4.3 Geoprocessamento
Os mapas base de geologia, inclinação, pedologia, precipitação e uso e cobertura da
terra foram produzidos no software ArcMAP 10.5, principal componente da suíte de
programas de processamento geo-espacial Arcgis, da empresa Esri, licenciado pelo
48
laboratório de Cartografia e Geotecnologias do Departamento de Ciências
Geográficas da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Para a elaboração do mapeamento geológico da área de estudo utilizaram-se os
planos de informações vetoriais no formato Shapefile de limites municipais do
Espírito Santo e de feições geológicas. Os pesos para a vulnerabilidade atribuídos
as unidades geológicas da área de estudo são os propostos por Crepani et al (2001)
que variam de 1,0 a 3,0, conforme indicado na Tabela 3:
Tabela 3 - Pesos de Vulnerabilidade para Geologia
Produzido pela autora.
Os percentuais de inclinação para a elaboração do mapa foram obtidos por meio de
dados do radar SRTM, através das ferramentas “surface” e “slope” do software
ArcMAP 10.5. A atribuição de pesos de vulnerabilidade dos percentuais de
inclinação da área de estudo são os propostos por Crepani et al (2001) que variam
de 1,0 a 3,0, conforme indicado na Tabela 4:
ROCHAS / LITOTIPO SIGLA DA UNIDADE PESO /
VULNERABILIDADE
Charnockito C_cortado_a_gamma_4Cib 2,2
Depósitos de Areia Q2a 2,5
Aglomerado, Laterita NQdl 2,7
Enderbito NP3a_gamma_1Ist 1,7
Granito C_cortado_a_gamma_4Iip 1,1
Metagranodiorito,
Rocha Granulítica NP3a_gamma_1Imc 1,2
Metatonalito NP3a_gamma_2Scl 1,2
Tonalito C_cortado_a_gamma_4Ivt 1,2
49
Tabela 4 - Pesos para a vulnerabilidade para Inclinação.
Produzido pela autora.
O mapa de pedologia foi elaborado com a base no plano de informação vetorial de
limites municipais do Espírito Santos e pedologia. A Tabela 5, a seguir, contém os
valores adotados para a vulnerabilidade de cada classe de solo encontrada na área
de estudo, conforme Crepani et al (2001).
Tabela 5 - Pesos de vulnerabilidade para Pedologia.
CLASSE SATURAÇAO TEXTURA PESO /
VULNERABILIDADE
Argissolo Vermelho-Amarelo
Eutrófico Argilosa 2,0
Latossolo Vermelho-Amarelo
Distrófico Argilosa 1,0
Neossolo Litólico Eutrófico e Distrófico
Média e Argilosa 3,0
Nitossolo Vermelho Eutrófico Argilosa 2,0
Produzido pela autora.
Para análise da distribuição de chuvas foram utilizadas as médias de precipitação
fornecidas pelos dados históricos das estações pluviométricas cadastradas no site
da ANA e pelo INCAPER. Com essas informações foi possível realizar a relação
entre a precipitação média anual (PMA) e a duração do período chuvoso (DPC),
para obteve os valores de intensidade pluviométrica (IP) e desta forma, poder definir
INCLINAÇÃO (%) PESO /
VULNERABILIDADE
0 – 20 2,0
20 – 40 2,5
40 – 60 3,0
60 – 80 3,0
> 80 3,0
50
os valores de vulnerabilidade à erosão de acordo com Crepani et al (2001) (Tabela
6).
Tabela 6 - Pesos de vulnerabilidade para Precipitação.
Produzido pela autora.
A base vetorial de cobertura vegetal foi feito por meio do plano de informação
vetorial de uso e cobertura da terra. Deste modo, foi possível determinar os valores
de vulnerabilidade, conforme CREPANI et al (2001), para os diferentes tipos de
cobertura vegetal, Tabela 7:
Tabela 7 - Pesos de vulnerabilidade para Vegetação.
TIPO DE VEGETAÇÃO
CLASSE SUB CLASSE PESO /
VULNERABILIDADE
Floresta Estacional Semidecidual
Montana Vegetação Secundária 1,4
Floresta Estacional Semidecidual
Montana Culturas Cíclicas, Pastagens 2,9
Floresta Estacional Semidecidual
Montana Pastagem, Culturas Cíclicas, Veg.
Secundária 2,8
Floresta Estacional Semidecidual
Montana Vegetação Secundária,
Reflorestamento 2,8
Produzido pela autora.
PRECIPITAÇÃO (mm) PESO / VULNERABILIDADE
190 - 210 1,6
210 - 230 1,7
230 - 250 1,8
250 - 270 1,9
270 - 280 2,0
280 - 300 2,0
300 - 315 2,1
315 - 330 2,2
330 – 350 2,2
51
Os mapas base de geologia, inclinação, pedologia, precipitação e uso e cobertura da
terra foram produzidos no software ArcMAP 10.5, principal componente da suíte de
programas de processamento geo-espacial Arcgis, da empresa Esri, licenciado pelo
laboratório de Cartografia e Geotecnologias do Departamento de Ciências
Geográficas da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
A confecção dos mapas base e a definição de seus pesos de vulnerabilidade
possibilitou a realização do processamento dos dados, no software ArcMAP 10.5,
que a princípio estavam em formato vetoral e posteriormente foram transformados
em Raster, com o pixel de 30m.
Após esta etapa, foram atribuídos os valores de vulnerabilidade a erosão, que
variam de 1,0 a 3,0, de acordo com a proposta metodológica de Crepani et al (2001),
com o auxílio da ferramenta Reclassify. Para obtenção do mapa final de
vulnerabilidade a erosão foi necessário utilizar a ferramenta Math, para a produção
da álgebra de mapas, que consiste na média aritmética simples dos cinco mapas
base (Figura 16).
Figura 16 - Álgebra de Mapas para a Obtenção das Áreas Vulneráveis à Erosão.
52
5 RESULTADOS E ANÁLISES
5.1 Análise da vulnerabilidade a erosão
Como ressaltado anteriormente com o mapeamento dos atributos: Geologia,
inclinação, Pedologia, vegetação e intensidade da precipitação do município de
Itaguaçu – ES foram atribuídos os valores indicativos do grau de vulnerabilidade a
erosão, para se obtiver o mapa de vulnerabilidade da área. Além disso, foram
plotados no mapa 15 pontos que correspondem às ocorrências erosivas levantadas
em campo, com o objetivo de fazer relação às classes de vulnerabilidade do mapa
(Figura 17).
A partir do mapeamento da vulnerabilidade natural à erosão da área de estudo
constatou-se que a categoria morfodinâmica estável em que prevalece a
pedogênese, abrange cerca de 30% da área de estudo. A categoria morfodinâmica
Intermediaria, em que a Pedogênese e a morfogênese encontram-se em estado de
equilíbrio, ocupa 52% da área de estudo. Os outros 18% que restam pertencem à
categoria morfodinâmica Instável em que prevalece o processo de morfogênese
(Tabela 8).
Tabela 8 - Porcentagem das categorias morfodinâmicas.
CLASSE ÁREA (ha) PORCENTAGEM (%)
Município 53.096,25 100
ALTA (Instável) 9.305,95 18
MÉDIA (Intermediária) 27.901,59 52
BAIXA (Estável) 15.888,70 30
Produzido pela autora.
54
5.2 Verificação em campo
O trabalho de campo foi realizado no dia 13 de maio de 2017 em duas etapas.
Inicialmente realizou-se o reconhecimento geral da área de estudo, por meio dos
mapas de localização e uso e cobertura da terra. Posteriormente, na segunda
etapa, já em campo, realizou-se a coleta de pontos com GPS das ocorrências dos
processos erosivos, além da obtenção dos registros fotográficos de cada ponto e
anotações em fichas de campo referentes aos elementos observados no Quadro 2.
Quadro 2 – Modelo de Ficha de Campo Utilizada
FICHA DE CAMPO
Local:
Ponto: Responsável: Mirella B. Müller Data: 13/05/2017
Coordenadas: Direção da Foto: 1.Características da área:
Em boas condições
Precário 2. Acesso formalizado/calçadas:
Em boas condições Precário
3. Vegetação:
Pasto
Eucalipto Bananeira
Mata Nativa
Coqueiro
4. Processos Geodinâmicos Atuantes:
Ravina Voçoroca
Escorregamento
Queda/tombamento
Inundação
Solapamento
5. Declividade da Encosta:
Estimativa:
Ao todo foram coletados 15 pontos que vão da parte sul a parte norte do município,
seguindo as principais rodovias (Figura 18).
56
Os registros fotográficos dos pontos P2, P3, P4, P7, P9, P10, P13, P14 e P15,
encontram-se em locais de alta vulnerabilidade à erosão, como representados a
seguir:
O ponto 2 localiza-se no distrito de Itaguaçu, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao sul e registrada nas coordenadas planas E=307743,626080 e
N=7809556,384140 (Figura 19). O acesso à área está em boas condições e ocorreu
por meio da rodovia ES-260. A vegetação que compõe o entorno é caracterizada por
plantações de eucalipto. O local do ponto apresenta uma encosta com inclinação
que varia entre 0 e 20%, evidenciando o processo de erosão por voçorocas. Em
relação aos atributos fisiográficos, o local está inserido no litotipo Metatonalito, na
unidade geomorfológica Patamares Escalonados do Sul Capixaba e na classe de
solo Latossolo Vermelho-Amarelo Distróficos. Além disso, possui uma média anual
de precipitação que varia de 190 a 210 milímetros.
O ponto 3 localiza-se no distrito de Itaguaçu, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao nordeste e registrada nas coordenadas planas E=310492,488015 e
N=7807313,265200 (Figura 19). O acesso à área está em boas condições e ocorreu
por meio da rodovia ES-260. O entorno é caracterizado por pastagem. O local do
ponto apresenta uma encosta com inclinação que varia entre 40 e 60% e evidencia o
processo de erosão laminar e por ravinas. Em relação aos atributos fisiográficos, o
local está inserido no litotipo Charnockito, na unidade geomorfológica Patamares
Escalonados do Sul Capixaba e na classe de solo Latossolo Vermelho-Amarelo
Distrófico. Além disso, possui uma média anual de precipitação que varia de 280 a
300 milímetros.
O ponto 4 localiza-se no distrito de Itaguaçu, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao norte e registrada nas coordenadas planas E=311183,792761 e
N=7808978,597770 (Figura 19). O acesso à área está em condições precárias, pois
trata-se de uma estrada sem pavimentação. O entorno é caracterizado por
pastagem. O local do ponto apresenta uma encosta com inclinação que varia entre
20 e 40% e evidencia o processo de erosão por voçorocas. Em relação aos atributos
fisiográficos, o local está inserido no litotipo Enderbito, na unidade geomorfológica
57
Patamares Escalonados do Sul Capixaba e na classe de solo Latossolo Vermelho-
Amarelo Distrófico. Além disso, possui uma média anual de precipitação que varia
de 250 a 270 milímetros.
O ponto 7 localiza-se no distrito de Itaçu, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao sul e registrada nas coordenadas planas E=309784,923779 e
N=7814806,948450 (Figura 20). O acesso à área está em boas condições e ocorreu
por meio da rodovia ES-448. A vegetação que compõe o entorno é caracterizada por
mata nativa e pastagem.
O local do ponto apresenta uma encosta com inclinação que varia entre 20 e 40% e
evidencia o processo de erosão por voçorocas. Em relação aos atributos
fisiográficos, o local está inserido no litotipo Charnockito, na unidade geomorfológica
Patamares Escalonados do Sul Capixaba e na classe de solo Latossolo Vermelho-
Amarelo Distrófico. Além disso, possui uma média anual de precipitação que varia
de 250 a 270 milímetros.
O ponto 9 localiza-se no distrito de Itaguaçu, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao oeste e registrada nas coordenadas planas E=306330,761492 e
N=7811505,585120 (Figura 20). O acesso à área está em boas condições e ocorreu
por meio da rodovia ES-164. O entorno é caracterizado por pastagem. O local do
Figura 19 - Registros fotográficos localizados em áreas de alta vulnerabilidade à erosão.
58
ponto apresenta uma encosta com inclinação que varia entre 20 e 40% e evidencia o
processo de erosão por voçorocas. Em relação aos atributos fisiográficos, o local
está inserido no litotipo Metagranodiorito/Rocha granulítica, na unidade
geomorfológica Patamares Escalonados do Sul Capixaba e na classe de solo
Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico. Além disso, possui uma média anual de
precipitação que varia de 210 a 230 milímetros.
O ponto 10 localiza-se no distrito de Itaguaçu, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao oeste e registrada nas coordenadas planas E=306241,471814 e
N=7814562,154020 (Figura 20). O acesso à área está em boas condições e ocorreu
por meio da rodovia ES-164. A vegetação que compõe o entorno é caracterizada por
plantações de eucalipto e pastagem.
O local do ponto apresenta uma encosta com inclinação que varia entre 20 e 40% e
evidencia o processo de erosão laminar. Em relação aos atributos fisiográficos, o
local está inserido no litotipo Charnockito, na unidade geomorfológica Patamares
Escalonados do Sul Capixaba e na classe de solo Latossolo Vermelho-Amarelo
Distrófico. Além disso, possui uma média anual de precipitação que varia de 250 a
270 milímetros.
Figura 20 - Registros fotográficos localizados em áreas de alta vulnerabilidade à erosão.
59
O ponto 13 localiza-se no distrito de Itambé, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao nordeste e registrada nas coordenadas planas E=306195,280494 e
N=7826210,776730 (Figura 21). O acesso à área está em boas condições e ocorreu
por meio da rodovia ES-446. A vegetação que compõe o entorno é caracterizada por
mata nativa e pastagem.
O local do ponto apresenta uma encosta com inclinação que varia entre 60 e 80% e
evidencia o processo de erosão por voçorocas. Em relação aos atributos
fisiográficos, o local está inserido no litotipo Charnockito, na unidade geomorfológica
Patamares Escalonados do Sul Capixaba e na classe de solo Latossolo Vermelho-
Amarelo Distrófico. Além disso, possui uma média anual de precipitação que varia
de 280 a 300 milímetros.
O ponto 14 localiza-se no distrito de Itambé, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao oeste e registrada nas coordenadas planas E=306195,280494 e
N=7826210,776730 (Figura 21). O acesso à área está em boas condições e ocorreu
por meio da rodovia ES-446. A vegetação que compõe o entorno é caracterizada por
mata nativa e pastagem. O local do ponto apresenta uma encosta com inclinação
que varia entre 60 e 80% e evidencia o processo de erosão laminar e por ravinas.
Em relação aos atributos fisiográficos, o local está inserido no litotipo Charnockito,
na unidade geomorfológica Patamares Escalonados do Sul Capixaba e na classe de
solo Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico. Além disso, possui uma média anual de
precipitação que varia de 280 a 300 milímetros.
O ponto 15 localiza-se no distrito de Itambé, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao sudoeste e registrada nas coordenadas planas E E=304404,212039 e
N=7828143,189840 (Figura 21). O acesso à área está em boas condições e ocorreu
por meio da rodovia ES-446. A vegetação que compõe o entorno é caracterizada por
plantação de coqueiros e pastagem. O local do ponto apresenta uma encosta com
inclinação que varia entre 60 e 80% e evidencia o processo de erosão laminar e por
ravinas.
60
Em relação aos atributos fisiográficos, o local está inserido no litotipo Granito, na
unidade geomorfológica Patamares Escalonados do Sul Capixaba e na classe de
solo Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico. Além disso, possui uma média anual de
precipitação que varia de 280 a 300 milímetros.
Os registros fotográficos dos pontos P5, P6 e P12, encontram-se em locais de média
vulnerabilidade à erosão, como representados a seguir:
O ponto 5 localiza-se no distrito de Itaguaçu, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao leste e registrada nas coordenadas planas E=308234,177241 e
N=7811498,978830 (Figura 22). O acesso à área está em boas condições e ocorreu
por meio da rodovia ES-448. A vegetação que compõe o entorno é caracterizada por
mata nativa.
O local do ponto apresenta uma encosta com inclinação que varia entre 40 e 60% e
evidencia o processo de erosão por voçorocas. Em relação aos atributos
fisiográficos, o local está inserido no litotipo Charnockito, na unidade geomorfológica
Patamares Escalonados do Sul Capixaba e na classe de solo Latossolo Vermelho-
Amarelo Distrófico. Além disso, possui uma média anual de precipitação que varia
de 230 a 250 milímetros.
Figura 21 - Registros fotográficos localizados em áreas de alta vulnerabilidade à erosão.
61
O ponto 6 localiza-se no distrito de Itaguaçu, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao sul e registrada nas coordenadas planas E=309607,601590 e
N=7812011,971540 (Figura 22). O acesso à área está em condições precárias, pois
trata-se de uma estrada sem pavimentação. A vegetação que compõe o entorno é
caracterizada por mata nativa. O local do ponto apresenta uma encosta com
inclinação que varia entre 20 e 40% e evidencia o processo de erosão laminar e por
voçorocas. Em relação aos atributos fisiográficos, o local está inserido no litotipo
Charnockito, na unidade geomorfológica Patamares Escalonados do Sul Capixaba e
na classe de solo Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico. Além disso, possui uma
média anual de precipitação que varia de 250 a 270 milímetros.
O ponto 12 localiza-se no distrito de Palmeira, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao norte e registrada nas coordenadas planas E=306407,254407 e
N=7821765,053580 (Figura 22). O acesso à área está em boas condições e ocorreu
por meio da rodovia ES-164. A vegetação que compõe o entorno é caracterizada por
mata nativa.
O local do ponto apresenta uma encosta com inclinação maior que 80% e evidencia
o processo de erosão por ravinas. Em relação aos atributos fisiográficos, o local está
inserido no litotipo Charnockito, na unidade geomorfológica Patamares Escalonados
do Sul Capixaba e na classe de solo Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico. Além
disso, possui uma média anual de precipitação que varia de 280 a 300 milímetros.
Figura 22 - Registros fotográficos localizados em áreas de média vulnerabilidade à erosão.
62
Os registros fotográficos dos pontos P1, P8 e P11, encontram-se em locais de baixa
vulnerabilidade à erosão, como representados a seguir:
O ponto 1 localiza-se no distrito de Itaguaçu, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao sul e registrada nas coordenadas planas E=311183,792761 e
N=7808978,597770 (Figura 23). O acesso à área está em boas condições e ocorreu
por meio da rodovia ES-164. A vegetação que compõe o entorno é caracterizada por
plantações de eucalipto.
O local do ponto apresenta uma encosta com inclinação que varia entre 20 e 40% e
evidencia o processo de erosão por sulcos e ravinas. Em relação aos atributos
fisiográficos, o local está inserido no litotipo Metagranodiorito/Rocha Granulítica, na
unidade geomorfológica Patamares Escalonados do Sul Capixaba e na classe de
solo Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico. Além disso, possui uma média anual de
precipitação que varia de 250 a 270 milímetros.
O ponto 8 localiza-se no distrito de Itaguaçu, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao norte e registrada nas coordenadas planas E=310834,529818 e
N=7816734,909020 (Figura 23). O acesso à área está em boas condições e ocorreu
por meio da rodovia ES-164. A vegetação que compõe o entorno é caracterizada por
mata nativa e pastagem.
O local do ponto apresenta uma encosta com inclinação que varia entre 20 e 40% e
evidencia o processo de erosão por sulcos e ravinas. Em relação aos atributos
fisiográficos, o local está inserido no litotipo Charnockito, na unidade geomorfológica
Patamares Escalonados do Sul Capixaba e na classe de solo Latossolo Vermelho-
Amarelo Distrófico. Além disso, possui uma média anual de precipitação que varia
de 250 a 270 milímetros.
O ponto 11 localiza-se no distrito de Itaguaçu, sua respectiva imagem foi tomada em
direção ao leste e registrada nas coordenadas planas E=307140,704034 e
N=7819320,015180 (Figura 23). O acesso à área está em boas condições e ocorreu
63
por meio da rodovia ES-164. A vegetação que compõe o entorno é caracterizada por
mata nativa. O local do ponto apresenta uma encosta com inclinação maior que 80%
e evidencia o processo de erosão por ravinas.
Em relação aos atributos fisiográficos, o local está inserido no litotipo Charnockito,
na unidade geomorfológica Patamares Escalonados do Sul Capixaba e na classe de
solo Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico. Além disso, possui uma média anual de
precipitação que varia de 270 a 280 milímetros.
Figura 23 - Registros fotográficos localizados em áreas de baixa vulnerabilidade à erosão.
64
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aplicação do SIG na elaboração do Mapa de Vulnerabilidade Ambiental a Erosão
foi imprescindível para que para a conclusão deste trabalho, pois mostrou-se um
conjunto de ferramentas e técnicas de extrema eficiência tanto para análise espacial,
quanto para a criação, interpretação e armazenamento de dados geográficos. Deste
modo, tal recurso pode ser um suporte norteador na tomada de decisões que
envolvem o planejamento territorial e a gestão de recursos naturais no PDM de um
município.
É necessário, no entanto, ter cautela ao utilizar este recurso, pois por mais facilitador
que seja, não minimiza a importância do conhecimento teórico e do trabalho de
campo, já que os dados gerados pelos softwares de SIG nem sempre saem de
acordo com o esperado. O ideal, neste caso, é realizar produções de dados e
análises espaciais integradas com as ferramentas e técnicas fornecidas pelas
geotecnologias e o conhecimento e senso crítico dos profissionais envolvidos.
Assim sendo, o levantamento de campo, juntamente com toda base teórica
consultada previamente, foi fundamental para que o mapeamento da vulnerabilidade
ambiental à erosão fosse mais preciso quanto ao detalhamento das informações e
de fato mostrasse os riscos reais desse fenômeno em uma região de relevo
fortemente ondulado e de caráter rural, como é o caso do município de Itaguaçu.
Os resultados deste trabalho foram satisfatórios porque possibilita futuras
intervenções bem planejadas que não prejudiquem ainda mais os solos e
consequentemente sua produção de alimentos e matérias primas e que não fragilize
ainda mais as áreas de encostas com moradias e cursos d’água que estejam muito
próximos.
Isto posto, é possível concluir que a pergunta abordada na introdução deste trabalho
foi sanada de forma que não deixa dúvidas sobre a importância do mapeamento
feito a partir de uma análise integrada e sua utilização como auxílio na tomada de
decisões.
65
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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