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    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

    PS-GRADUAO LATU SENSU

    ANLISE ECONMICO-FINANCEIRA DE EMPRESAS

    Aluno: Marcelo Souza da Silva

    Orientador: Professor Luiz Cludio Lopes Alves D. Sc.

    Rio de Janeiro

    2008

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    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDESINSTITUTO A VEZ DO MESTRE

    PS-GRADUAO LATU SENSU

    ANLISE ECONMICO-FINANCEIRA DE EMPRESAS

    OBJETIVOS:

    Esta monografia pr-requisito para formao em

    ps-graduao em Finanas e Gesto Corporativa

    da Universidade Candido Mendes, Instituto a Vez do

    Mestre elaborada pelo aluno Marcelo Souza daSilva.

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    AGRADECIMENTOS

    A Deus pela nossa existncia, a meus pais pela

    minha criao, a minha esposa pelo apoio, ao colega

    Marcelo Costa, pois me incentivou a entrar no curso, aoscolegas de turma e aos professores, em especial Ana

    Cludia pois suas aulas me ajudaram a escolher o assunto

    da Monografia.

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    DEDICATRIA

    Dedico a meus filhos Vtor e Vernica, pois s

    crianas pertence o reino dos cus.

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    RESUMO

    Muitas empresas no Brasil, hoje, fecham suas portas por razes

    econmico-financeiras. Os motivos do encerramento das atividades so

    diversos, mas todos convergem para a mesma concluso: os empresrios

    desconhecem a sade financeira da empresa. Apesar de a legislao brasileira

    permitir a no-divulgao de algumas demonstraes contbeis, para micro e

    pequenas empresas, o que se tem observado o total desconhecimento por

    parte do empresariado das informaes que as demonstraes traduzem.Alguns at se preocupam com a emisso desses documentos com informaes

    fidedignas; mas mesmo esses, em sua maioria, no so capazes de interpretar

    os dados da contabilidade. Uma empresa pode, por exemplo, dar sinais de

    estar com o endividamento oneroso muito elevado, o que ocorre geralmente

    quando os scios no possuem reservas para suprir eventuais prejuzos. Este

    endividamento pode se dar por conta do aumento das vendas. importante

    que a empresa possua capital de giro para suprir esse aumento, sem recorrer a

    bancos por meio de emprstimos com altas taxas de juros. A contabilidade

    influencia inclusive o relacionamento com agentes do macro-ambiente. Os

    bancos possuem funcionrios com bastante expertise para analisar os dados

    contbeis, e resolver sobre assistncia creditcia. O governo controla por meio

    do demonstrativo de resultado o correto pagamento de imposto. Os acionistas

    tomam deciso de investimento por meio do impacto da divulgao do

    Resultado. Conclumos, assim, que as decises devem sempre considerar a

    situao financeira da empresa e quais conseqncias que essas decises

    podem trazer ao patrimnio da empresa.

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    METODOLOGIA

    O presente trabalho acadmico tem por fonte bsica consulta

    bibliogrfica.

    As experincias trocadas com os professores em sala de aula tambm

    apoiaro o contedo apresentado, principalmente no que tange aos exemplos

    que foram empregados pertinentes ao assunto.

    Algumas experincias vividas por empresrios serviram como objeto de

    pesquisa, ainda que no citadas diretamente, mas que permearam o campo da

    observao prtica do comportamento das empresas, no que diz respeito ao

    campo da Contabilidade Gerencial.

    A proposta da Monografia aproximar pessoas que no observam

    aplicaes prticas de frmulas como a diviso do ativo pelo passivo comoforma de mensurao de capital de giro e tantas outras que sinalizam a

    respeito da sade financeira da empresa, que muitas vezes vai mal. E

    continua-se gastando ineficientemente e ineficazmente, sem perceber os

    efeitos nocivos que isto traz.

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    SUMRIO

    INTRODUO.....................................................................................................9

    CAPTULO I - ANLISE FINANCEIRA............................................................ 12

    1.1 - NDICES DE LIQUIDEZ...............................................................13

    1.1.1 - Liquidez Geral................................................................13

    1.1.2 - Liquidez Corrente...........................................................14

    1.1.3 - Liquidez Seca.................................................................14

    1.1.4 - Liquidez Imediata...........................................................15

    1.1.5 - Capital de Giro (Capital circulante lquido).....................15

    1.2 - CICLO DE CAPITAL DE GIRO.......................................................16

    1.2.1 - Prazo mdio de estoque....................................................16

    1.2.2 - Prazo mdio de recebimento das vendas.........................17

    1.2.3 - Ciclo operacional...............................................................17

    1.2.4 - Prazo mdio de pagamento das compras.........................18

    1.2.5 - Ciclo Financeiro.................................................................18

    1.2.6 - Necessidade ou disponibilidade de capital de giro............19

    1.3 - ESTRUTURA DE CAPITAL............................................................191.3.1 - Composio de endividamento.........................................20

    1.3.2 - Grau de endividamento.................................................... 20

    1.3.3 - Garantia do Capital Prprio...............................................20

    1.3.4 - Garantia ao Capital de Terceiros.......................................21

    1.3.5 - Cobertura de Juros............................................................21

    1.3.6 - Grau de alavancagem.......................................................21

    1.3.7 - Imobilizao do Patrimnio Lquido...................................22

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    CAPTULO II - ANLISE ECONMICA............................................................23

    2.1 - RENTABILIDADE.........................................................................24

    2.1.1 - Taxa de retorno sobre investimentos (ROI)......................25

    2.1.2 - Taxa de retorno sobre o Patrimnio Lquido.....................26

    2.1.3 - Taxa de retorno do Ativo...................................................26

    2.2 LUCRATIVIDADE...........................................................................26

    2.2.1 - Margem de Lucro sobre as vendas...................................272.2.2 - Margem Bruta....................................................................27

    2.2.3 - Margem Lquida.................................................................27

    2.2.4 - Lucro por Ao..................................................................28

    2.2.5 - Giro do Ativo......................................................................28

    2.2.6 Valor patrimonial da ao.................................................29

    CONCLUSO....................................................................................................30

    REFERNCIAS.................................................................................................32

    ANEXOS............................................................................................................33

    NDICE...............................................................................................................37

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    INTRODUO

    Quem de ns ao se deparar com certos conceitos matemticos nunca se

    perguntou: - isso serve pra qu? As escritas contbeis, como o Balano

    Patrimonial e o Demonstrativo de Resultados do Exerccio servem para

    registrar fatos e atos relacionados aos acontecimentos financeiros da empresa.

    Legal, e da? Quando se diz que as informaes desses demonstrativos

    permitem fazer um diagnstico na hora de uma concesso de crdito, na

    tomada de deciso de investimento, na hora da abertura de capital, entre

    outros; fica um pouco mais aceitvel e compreensvel.

    Como responder s seguintes perguntas: possvel perceber se a

    poltica de preos da empresa est eficiente? Se os custos fixos esto sendo

    pagos? Se a empresa est comprando mal? Se o endividamento da empresa

    est crescendo por meio de capital oneroso? A idia que atravs da anlise

    dos demonstrativos contbeis ns possamos observar indcios de boa ou m

    gesto. Se no, de que outra forma ser possvel fazer uma anlise de

    investimento? Como comprar aes de uma empresa que no sabemos nem

    se consegue arcar com suas dvidas?

    Um profissional da Administrao moderna que no detm

    conhecimentos mnimos dos relatos contbeis da empresa, simplesmenteignorando os nmeros da empresa, corre srio risco de ver a empresa falir sem

    se dar conta do que aconteceu para a empresa se encontrar naquela situao.

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    por esse motivo que um Administrador deve saber aplicar os conceitos

    da Contabilidade na sua prtica diria, procurando aperfeioar os mecanismos

    de controle para que se tenha um retrato fiel da capacidade do negcio e de

    como esto sendo geridos os ativos da empresa e o tamanho do resultado que

    ela proporciona.

    Esse trabalho tem por objetivo discutir situaes relacionadas aos

    Demonstrativos Contbeis, com a preocupao de identificar possibilidades de

    deficincias na situao financeira das empresas. No sero fornecidas

    frmulas que forneam respostas universais, mas informaes que precisam

    ser investigadas pelo analista quando constatar alguma das situaesexemplificadas nesta monografia.

    Casos recentes envolvendo empresas como a Parmalat e a Enron so

    bons exemplos que a aparncia no tudo. importante sempre uma viso

    crtica e enxergar o que est por detrs dos nmeros e dos fatos geradores: as

    pessoas e seus atos.

    Com relao obteno dos demonstrativos, a Lei das S.A.

    obriga que as empresas consideradas como mdias e grandes a elaborarem e

    divulgarem as demonstraes como o Balano e o Demonstrativo de

    Resultado. J as empresas de pequeno porte esto dispensadas de

    elaborao, mas seria importante que o fizessem. Pois segundo Ching (2003),

    a funo fundamental da contabilidade fornecer informao til para a

    tomada de decises econmicas.

    Preliminarmente, importante entender a diferena entre situao

    financeira e econmica. Quando uma empresa possui capacidade de gerar

    recursos para pagar suas obrigaes, nos prazos avenados, estamos

    cuidando da anlise financeira da empresa. Ento, a situao financeira a

    boa, regular ou ruim gesto do fluxo de caixa, ou o processo de entrada e

    sada de dinheiro do ativo da empresa. conhecida como clculo da

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    capacidade financeira. J a anlise econmica observa o patrimnio, ou seja, a

    capacidade de enriquecimento da empresa. Ento, a situao econmica

    verifica os bens da empresa, seu capital, os recursos que financiam a

    atividade. Cuida de verificar se a empresa est gerando lucro ou tendo

    prejuzo.

    A anlise financeira e a econmica so feitas pelo meio de aplicao de

    frmulas, que devem ser calculadas observando-se no mnimo dois perodos

    contbeis. Devem-se considerar aquelas que efetivamente tragam alguma

    resposta para o aspecto que est sendo observado. Alm disso, se os ndices

    e indicadores encontrados servirem apenas como uma colcha de retalhos, aanlise ficar prejudicada, pois no se encontrar nenhuma concluso que seja

    vlida para responder ao fenmeno que est sendo estudado.

    Antes de partir para a prtica, cabe relembrar que existem diversas

    outras variveis que a empresa no deve descuidar como a sua poltica de

    obteno de recursos, a capacidade de produo, gesto de materiais de

    produo, ou de bens de patrimnio, etc. O empresrio deve ter sobre suaempresa uma viso holstica: no dissociar as partes do todo. A anlise da

    empresa deve ser feita de forma a se observar todos os aspectos de cunho

    financeiro, econmico, social, poltico e outros que assim se fizerem

    necessrios.

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    CAPTULO I

    Anlise Financeira

    Atravs dessa anlise sero observados aspectos relacionados

    principalmente ao Balano Patrimonial. possvel dizer se a empresa est

    saudvel e se ter condio de se manter, sem a necessidade de interveno

    dos scios, seja por meio de injeo de capital prprio, trazendo novos scios

    ou se endividando.

    Existe um processo anterior anlise chamado de reclassificao das

    contas que um grupamento de contas visando a dar maior exatido anlise.

    Este processo no ser verificado em nossa anlise, mas deve ser realizado

    previamente quando as contas descritas nos ndices no estiverem claramente

    descrita nas demonstraes financeiras da empresa analisada.

    Esta anlise composta de dois momentos: num primeiro momento ser

    observado se a empresa possui capacidade de pagamento. atravs dos

    ndices de liquidez e pela anlise do ciclo operacional e financeiro que se podeter uma resposta a esta questo. A maioria das empresas concede prazo de

    pagamento a seus clientes e negocia junto aos seus fornecedores pelas

    mercadorias compradas, o que d subsdios para essa anlise, pois

    geralmente esses prazos no coincidem, o que gera um dficit ou supervit. H

    a necessidade de realocao do capital para socorrer os pagamentos da

    empresa em caso de dficit.

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    Posteriormente, sero analisadas a composio do capital e a

    participao de capital de terceiros no capital da empresa. por meio desses

    ndices que instituies financeiras avaliam se a empresa encontra-se

    endividada no mercado, principalmente pelo endividamento oneroso, que

    prejudicial quando em excesso, pelo aspecto do pagamento de juros.

    1.1 - ndices de Liquidez

    Representa a capacidade de a empresa transformar seus bens e direitos

    em moeda, representadas pelo Ativo, para quitar suas dvidas representadas

    pelo Passivo. Avaliar a liquidez determinar a capacidade da empresa de

    pagar suas dvidas de curto prazo.

    O saldo destas contas varia muito rapidamente, o que implica em menos

    preciso nas projees futuras. Em empresas saudveis o valor obtidocostuma ser > 1. So utilizados basicamente os trs descritos abaixo:

    1.1.1 - Liquidez Geral

    Representa a razo entre os direitos que a empresa possui (ativos de

    curto e longo prazo) e as obrigaes de curto e longo prazo com terceiros, ou

    seja, exceto o capital prprio. Quanto maior for esse ndice melhor, pois

    representa que a empresa possui uma proporo maior de ativos no

    permanentes em relao ao seu passivo, ou seja, possui capacidade de honrar

    seus compromissos, em especial os de curto prazo.

    Se o resultado for menor que um, significa que a empresa possui mais

    valores no passivo do que no ativo no permanente e, conforme Ching (pg

    106), insuficincia de fundos para pagamento das obrigaes.

    Teoricamente, essa empresa encontra-se em dificuldades financeiras,

    pois no possui recursos suficientes para cobrir o seu endividamento. O ideal

    nesse caso um ingresso de capital prprio ou a venda de bens da empresa,

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    aumentando o ativo circulante e no aumentando o passivo oneroso ou capital

    de terceiros.

    FRMULA: AC + RLP

    PC + ELP

    1.1.2 - Liquidez corrente

    Considera apenas o circulante. o ndice encontrado pela diviso do

    ativo circulante pelo passivo circulante. importante quando se faz uma

    anlise de curto prazo (at 360 dias). Da mesma forma que a liquidez geral,

    quanto maior, melhor. Neste caso, alm das solues apresentadas na liquidezgeral, um alongamento do perfil da dvida pela contrao de dvidas de maior

    prazo de pagamento pode ser uma soluo.

    Este ndice no deve ser analisado isoladamente. No levada em

    considerao a cronologia com que os pagamentos e recebimentos so

    efetuados. Geralmente o ndice acima de 1 considerado bom, j que indica

    que a empresa possui um ativo circulante maior que o passivo circulante,portanto consegue pagar suas dvidas de curto prazo. Ocorre que esse ativo

    pode estar mascarado por um estoque encalhado. Sem vender seus estoques

    a empresa no vai reunir dinheiro para pagar as dvidas.

    Frmula: AC

    PC

    1.1.3 - Liquidez seca

    Nesta modalidade de clculo da liquidez estaremos verificando o peso

    dos estoques no ativo circulante. Na frmula estaremos subtraindo os estoques

    do ativo total. Comparando-se com o resultado do item anterior d pra se ter

    uma noo de quanto o ativo circulante est carregado pelos estoques, os

    quais a empresa pode estar encontrando dificuldade em vender, o que

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    discutiremos no item ciclo de capital de giro, especialmente no clculo do giro

    do estoque e do prazo mdio de estoques.

    Exemplificando: se o ndice de liquidez seca for 0,75, a empresa dispe

    de R$ 0,75 de recursos para pagar cada real de dvida sem depender de seus

    estoques. Ou seja, depende exclusivamente da venda de parte de suas

    vendas, sem o qual no poder honrar com seus compromissos de

    pagamentos junto aos fornecedores.

    FRMULA: AC Estoques

    PC

    1.1.4 Liquidez imediata

    Este ndice pouco utilizado, medindo a relao entre quanto a empresa

    possui de dinheiro para pagar dvidas de curto prazo. importante que a

    empresa construa reservas financeiras, para socorro em situaes imprevistas,

    preferencialmente recursos aplicados de forma a no desvalorizar o recurso.

    Em muitos casos a empresa compra muito estoque e fica sem recursos

    para efetuar pagamentos de curto prazo, gerando restries ao crdito. Atravs

    da anlise da liquidez imediata possvel observar se foi feita reserva

    financeira para os pagamentos imediatos.

    1.1.5 Capital de Giro (Capital circulante lquido)

    O capital de giro ou circulante lquido representado pelos recursos de

    curto prazo disponveis para financiamento das atividades da empresa.

    medido pela diferena entre o ativo e o passivo circulantes. Quando a empresa

    possui um Ativo Circulante maior que o Passivo Circulante, tem disponibilidade

    de capital de giro. Se o Ativo Circulante for menor, significa que a empresa tem

    necessidade de capital de giro.

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    Pode ser medido tambm pela diferena entre o ciclo operacional e o

    prazo de pagamento das compras. Quando o ciclo menor, significa que a

    empresa ainda vai levar alguns dias para pagar pela mercadoria comprada,

    podendo utilizar-se desse recurso pelos dias que restarem. Se por outro lado o

    prazo do ciclo operacional maior, significa que a empresa ainda no recebeu

    e ter que pagar pelas compras, necessitando utilizar o recurso de outra fonte

    que no a venda.

    Cabe observar que, na lgica, empresas com capital de giro positivo

    no tm necessidade de capital de giro. Admite-se a possibilidade de estaremaumentando seus ativos, o que em teoria poderia ser feito com o capital de giro

    prprio da atividade da empresa.

    1.2 - Ciclo de Capital de Giro

    Estaremos estabelecendo para a empresa os prazos mdios de estoque,

    de compra e de venda. O ciclo de capital de giro o espao de tempo entre ofim do ciclo operacional, ou seja, desde a compra da matria-prima at a data

    do seu pagamento e o ciclo financeiro, que o intervalo de tempo entre a

    entrega da mercadoria e o recebimento por esta venda.

    O ideal seria no existir esse ciclo, pois assim as empresas no

    necessitariam recorrer a recursos de terceiros, mas j que quase impossvel

    coincidir o ciclo operacional e o financeiro, importante que a empresadisponha de fontes saudveis de financiamento.

    Por exemplo: escolas costumam receber adiantado e efetuam o

    pagamento das despesas posteriormente. Desconsiderando uma possvel

    inadimplncia, se a receita de R$ 50 mil e as despesas montam R$ 40 mil, o

    excedente pode ser aplicado (reserva). Por que recorrer a emprstimos?

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    1.2.1 - Prazo mdio de estoque (ou de renovao de estoque )

    a razo entre o estoque multiplicado por 360 dias (ano comercial) e o

    custo das mercadorias vendidas. Indica, em mdia, quantos dias a empresa

    leva para vender o seu estoque. (Marion, pg 470). uma importante medida

    para se detectar estoques inchados, ou seja, difceis de ser vendido e que por

    vezes mascaram o valor total do ativo.

    Se a empresa possui R$ 500 mil de estoque e o C.M.V. de R$ 2

    milhes, tem-se 360 x 500 mil / 2 milhes = 90 dias. Ento, a empresa leva, em

    mdia 90 dias para vender o seu estoque.

    1.2.2 Prazo mdio de recebimento das vendas

    a razo entre a conta Clientes ou duplicatas a receber (do Ativo

    Patrimonial) e o total das vendas ou ROB (receita operacional bruta). Indica,

    em mdia, quantos dias a empresa espera para receber suas vendas. (Marion,

    pg 470).

    Se a empresa possui R$ 200 mil para receber em duplicatas e vendeu

    no ano o total de R$ 4 milhes, ento o P.M.V. de 18 dias. Ento, a empresa

    espera 18 dias em mdia para receber por suas vendas.

    Uma observao importante que ocorrem recebimentos vista, e,

    portanto, o prazo mdio considera esses recebimentos em D+0 paraestabelecimento do prazo mdio. Quanto maior o valor do recebimento vista,

    melhor, pois facilitar o fluxo de pagamentos das compras.

    1.2.3 - Ciclo Operacional

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    Corresponde ao tempo decorrido entre a compra de matria-prima e o

    seu respectivo pagamento. Ento, o ciclo operacional dado pela soma do

    prazo mdio de vendas e a renovao dos estoques.

    O favorvel para a empresa que a soma do prazo mdio de estoque

    com o prazo mdio de recebimento das vendas seja inferior ou igual ao prazo

    mdio de compras, o que torna o ciclo financeiro favorvel, sem necessidade

    de complementao por meio de capital de giro.

    Um cuidado que se deve ter observar se esse prazo mdio de estoque

    corresponde a realidade do ramo empresarial onde a empresa est inserida.Por exemplo, uma empresa do ramo de comrcio varejista de roupas deve

    possuir um prazo de estoque no inferior a 30 dias e superior a 90, pois caso

    contrrio, pode estar queimando o estoque a preo de custo ou com prejuzo,

    ou estar com a produo encalhada, o que de certa forma trar prejuzo, visto

    que a cada poca do ano as roupas so diferentes.

    1.2.4 - Prazo mdio de pagamento das compras

    Tambm utilizam a multiplicao por 360, neste caso utilizando a razo

    da conta Fornecedores (do passivo) pelo montante de compras.

    Neste caso, se o valor da conta Fornecedor for de R$ 1 milho e o total

    das compras foi de R$ 2,5 milhes, o P.M.C. de 144 dias. Ou seja, a empresa

    dispe, em mdia, de 144 dias de prazo para efetuar o pagamento das suascompras.

    1.2.5 - Ciclo Financeiro

    Correspondente ao prazo decorrente desde a compra da matria-prima

    at o recebimento pela venda da mercadoria. Indica, tambm, o prazo que a

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    empresa precisar de financiamento complementar, ou seja, de capital de giro

    para financiar esse descaso de prazo entre compra e venda de mercadoria.

    Se por exemplo os estoques levam 30 dias para serem vendidos e a

    empresa recebe em um prazo mdio de 45 dias (vende para 30 e 60 dias),

    possuindo de prazo para pagamento das compras 60 dias em mdia, isto

    significa que o ciclo de capital de giro ou financeiro de 15 dias (30 + 45 60).

    1.2.6 - Necessidade ou disponibilidade de capital de giro

    o valor que a empresa precisa ou o que dispe para suprir seus

    pagamentos no prazo acordado, visto que os recebimentos podero ocorrer em

    momento posterior ao pagamento das compras, ou ento o prazo de estoque

    muito alto.

    Neste momento, imprescindvel um controle efetivo do fluxo de caixa,

    pois as informaes desses demonstrativos so usadas para: avaliar a liquidez

    e a flexibilidade financeira e o fluxo tambm ajuda a prever futuros fluxos de

    caixa. (Hong Yun Ching, pg 78). Esse valor encontrado pela diferena entreo valor dos recebimentos e dos custos e o prazo o do ciclo financeiro,

    portanto calculado como prazo mdio, mas pode variar de acordo com os

    vencimentos dos ttulos.

    1.3 Estrutura de Capital

    por meio desses indicadores que medido o nvel de endividamento

    da empresa. O Ativo pode ser financiado por Capitais de Terceiros e por

    Capitais Prprios.

    Segundo Marion (pg 464) em poca inflacionria apetitoso trabalhar

    mais com Capital de Terceiros que com Capital Prprio, desde que seja

    composto principalmente por exigveis no onerosos, isto , sem encargos

    financeiros explcitos para a empresa.

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    Por outro lado, uma participao exagerada de capital de terceiros no

    total do Passivo da empresa torna a empresa vulnervel a qualquer problema

    do macroambiente econmico, que no controlvel pela empresa.

    1.3.1 Composio de endividamento

    a razo entre o Passivo Circulante e o Exigvel Total. Compara

    percentualmente o endividamento de curto prazo e o de longo prazo. Forma de

    anlise de endividamento que representa a parcela que vence em curto prazo,

    no endividamento total.

    Frmula : [(PC / (PC + PELP)] x 100.

    Se a parcela de curto prazo for representativa no endividamento total,

    significa que a empresa deve reunir recursos imediatamente para liquid-los.

    Ocorre que este perfil de endividamento no saudvel para a vida financeira

    da empresa.

    1.3.2 Grau de endividamento (ou participao do Capital de Terceiros)

    a razo entre o Capital de Terceiros (Passivo Circulante + Exigvel a

    Longo Prazo) e o Ativo Total. Outra forma de medir o endividamento dividir o

    somatrio do Capital de Terceiros pelo Patrimnio Lquido.

    Quanto menor for esse ndice, melhor a condio da empresa. Se o

    ndice for menor que 50 %, significa dizer que a maior parte do ativo est sendo

    financiada por Capitais Prprios. Acima desse percentual a predominncia de

    Capital de Terceiros.

    1.3.3 Garantia do Capital Prprio

    20

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    a razo entre o patrimnio lquido da empresa e o exigvel total (PC +

    ELP).

    Se, por exemplo, a razo entre o P.L. e o exigvel for de 1 para 1,

    significa que a empresa possui R$ 1,00 de Capital Prprio de garantia para

    cada R$ 1,00 de Capital de Terceiros. Portanto, o ideal que esse ndice seja

    igual ou superior a 1, pois indica que o Patrimnio prprio maior que as

    dvidas.

    1.3.4 Garantia ao Capital de Terceiros

    Corresponde a quanto a empresa possui de capital prprio (Patrimnio

    Lquido) para pagar pelo Capital de Terceiros (Passivo Circulante + Exigvel a

    Longo Prazo).

    Se a empresa possui um Patrimnio Lquido de R$ 12 mil, um Passivo

    Circulante de R$ 9 mil e Realizvel a Longo Prazo de R$ 13 mil, isso

    corresponde a um ndice de 0,54, ou seja, no h garantia de que a empresa

    v pagar todas as suas dvidas.

    1.3.5 Cobertura de Juros

    representada pelo lucro antes do Imposto de Renda divido pelos juros.

    Mede a capacidade de pagamento dos juros devidos pelos financiamentosonerosos da empresa. Se a empresa contrai emprstimos bancrios de tal

    forma que os lucros gerados pela empresa no so suficientes para honr-los,

    leva a um prejuzo no perodo, tendo a empresa que recorrer a suas reservas

    de capital prprio.

    Frmula: LAIR

    J

    21

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    1.3.6 Grau de alavancagem

    Forma de anlise de endividamento que representa outro modo de

    observar a dependncia de recursos de terceiros. Do ponto de vista

    estritamente financeiro, quanto maior esse ndice menor a liberdade de

    decises financeiras da empresa ou maior a dependncia a esses terceiros. Se

    esse quociente, durante vrios anos, for consistente e acentuadamente maior

    que um, denotaria uma dependncia exagerada de recursos de terceiros.

    Existem dois perigos em se utilizar em alto grau de recursos de

    terceiros: altos pagamentos de juros e dificuldade de administrao de fluxo de

    caixa.

    Um ndice muito grande pode indicar o risco de insolvncia. Por outro

    lado, a alavancagem total pode ser importante quando as margens de lucro so

    pequenas e existe a necessidade de aumentar a lucratividade dos acionistas.

    Os bancos usam a liquidez e a relativa estabilidade dos fluxos de caixa

    dos servios financeiros para permitir um uso mais amplo da dvida.

    Frmula : [(PC + PELP) / (PL)] x 100.

    1.3.7 Imobilizao do Patrimnio Lquido

    a razo entre o Ativo Permanente e o Patrimnio Lquido. Determina

    quanto do investimento prprio dos scios foi em Ativos Permanentes. Esses

    recursos teoricamente so mais difceis de serem convertidos em dinheiro.

    Frmula: AP

    PL

    22

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    CAPTULO II

    Anlise Econmica

    Para que servem as Demonstraes Financeiras? Qual a situao

    econmico-financeira da empresa?

    No suficiente ter uma boa viso das Demonstraes Financeiras sem,

    pelo menos, ter uma rpida idia de anlise destas demonstraes. Assim,

    decidimos concluir este trabalho fornecendo ao seu usurio um comentrio

    bastante objetivo e resumido sobre a Anlise das Demonstraes Financeiras

    ou, o que mais comum, Anlise de Balanos.

    Embora a expresso mais adequada seja Anlise das Demonstraes

    Financeiras, uma vez que todas as demonstraes so alvo de anlise,

    constatamos que a denominao Anlise de Balanos mais utilizada para

    intitular este tpico. Na verdade no s Balano Patrimonial que ser

    analisado, no sendo, portanto, a expresso Anlise de Balanos tecnicamente

    perfeita.

    Anlise das Demonstraes Financeiras to antiga quanto a prpria

    Contabilidade.

    Se nos reportarmos para o incio da Contabilidade em sua forma

    predatria, encontraremos os primeiros inventrios de rebanhos, poca em que

    23

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    a principal atividade econmica era o pastoreio, e a preocupao do homem

    com a variao de sua riqueza.

    A anlise da variao da riqueza realizada entre a comparao de dois

    inventrios em momentos distintos nos leva a um primeiro sintoma de que a

    anlise to antiga quanto a prpria Contabilidade possvel.

    E por exigir apenas o Balano para Anlise que se introduz a

    expresso Anlise de Balanos, que dura at os dias de hoje. Com o tempo

    comeou a exigir outras demonstraes para anlise e para concesso de

    crdito, como a Demonstrao do Resultado do Exerccio; porm, a expresso

    Anlise de balanos j tradicionalmente utilizada. Como um forte argumentopara consolidao da denominada Anlise de Balanos, salientamos que a

    Demonstrao do Resultado do Exerccio foi conhecida como Balano

    Financeiro.

    A Anlise das Demonstraes Financeiras desenvolve-se ainda mais

    com o surgimento dos Bancos Governamentais bastante interessados na

    situao econmico-financeira das empresas tomadoras de financiamentos.

    A abertura do Capital por parte das empresas (Corporation-S.A.),

    possibilitando a participao de pequenos ou grandes investidores como

    acionistas, leva-os escolha de empresas mais bem sucedidas, tornando-se a

    Anlise das Demonstraes Financeiras um instrumento de grande importncia

    e utilidade para aquelas decises.

    As operaes a prazo de compra e venda de mercadorias entre

    empresas, os prprios gerentes (embora com vises diferentes dos outros

    interessados) na avaliao da deficincia administrativa e na preocupao do

    desempenho dos seus concorrentes, os funcionrios na expectativa de

    identificarem melhor a situao econmico-financeira, vm consolidar a

    necessidade imperiosa da Anlise das Demonstraes Financeiras.

    24

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    No calculo da rentabilidade deve-se considerar: a coerncia necessria

    do lucro utilizado no clculo com o denominador. Por exemplo: lucro

    operacional/ ativo operacional ou lucro lquido/ ativo total. O ativo e o

    patrimnio lquido a ser utilizado so o mdio, visto que ocorre variao do

    valor inicial para o final.

    2.1 Rentabilidade

    Os indicadores econmicos esto voltados para a gerao de resultados

    e tero seus indicadores extrados da Demonstrao de Resultados doExerccio. Esses ndices tm fundamental importncia, pois sua anlise estar

    voltada para a habilidade em gerar riqueza, seu potencial de vendas, como

    esto sendo geridas as despesas, a gerao de resultado, quanto est

    voltando para o acionista que investiu na empresa.

    Empresas grandes costumam ser escolhidas pela capacidade de pagar

    dividendos, ou seja, uma participao pelos seus Resultados. Como o acionistatomar sua deciso se no souber como aquela empresa est

    economicamente? Se ela rentvel, e capaz de dar-lhe o retorno esperado?

    atravs dos ndices de Rentabilidade que se espera conseguir algumas

    respostas para essas perguntas.

    2.1.1 Taxa de retorno sobre investimentos (ROI)

    expresso pela razo entre o lucro lquido da empresa e o valor total do

    Ativo Patrimonial. Essa indiretamente uma medida de investimento seja do

    capital dos scios como de terceiros, pois o dinheiro ingresso na empresa

    geralmente revertido no ativo, seja por um depsito bancrio, compra de

    mercadorias ou de um bem.

    25

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    Se, por exemplo, a taxa de retorno de uma empresa for de 0,1 ou 10 %,

    isto significa dizer que um investidor leva 10 anos para obter de volta o valor

    investido na empresa.

    Frmula: LL

    AT

    2.1.2 Taxa de retorno sobre o Patrimnio Lquido

    representada pela razo entre o Lucro Lquido e o Patrimnio Lquido.Esse ndice a medida do investimento dos scios na empresa.

    Se o lucro lquido fosse de R$ 100 mil e o P.L., de R$ 500 mil, ento a

    taxa de retorno seria de 20 %. Ou seja, para cada R$ 1,00 investido pelos

    scios ou acionistas, h um ganho de R$ 0,20. Significa, tambm, que a

    empresa leva em mdia 5 anos para recuperar seus investimentos.

    2.1.3 Taxa de retorno do Ativo

    Esse ndice mede quanto de lucro gerado por cada R$ 1,00 investido

    em ativos.

    Esse ndice importante medida de quanto est voltando para o capital

    da empresa do valor que investido, seja por meio de depsito no banco,compra de mercadorias, compra de maquinrio ou um imvel.

    2.2 Lucratividade

    Cada ramo de atividade possui caractersticas especiais no tocante a

    lucratividade. No caso de empresas que trabalham com produtos intensivos, de

    26

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    pouca diferenciao, as margens de lucro costumam ser pequenas, mas a

    quantidade vendida alta, o que gera um montante total alto.

    Por outro lado, produtos com alto grau de diferenciao, na maior parte

    das vezes individualizados, possuem altas margens de lucro, mas as

    quantidades vendidas so mnimas, se comparadas aos produtos intensivos.

    Isso ocorre geralmente quando o produto feito sob encomenda e o cliente

    escolhe as caractersticas do produto, como cor e tamanho.

    A lucratividade importante medida de investimento. Um acionista, ao

    comprar aes de determinada empresa, est preocupado em saber: se aempresa capaz de retornar o seu investimento e em quanto tempo esse

    retorno ocorre.

    2.2.1 Margem de Lucro sobre as vendas

    a relao entre o Lucro Bruto e as vendas lquidas.

    Por exemplo: Uma empresa que vende R$ 1 milho e tem uma margem

    de lucro de 10 %, tem um lucro de R$ 100 mil. Enquanto uma empresa que

    vende R$ 100 mil e tem como lucro R$ 10 mil, possui a mesma margem de

    lucro.

    2.2.2 Margem Bruta

    representado por vendas menos custo da mercadoria vendida dividido

    por vendas. a porcentagem de R$ 1,00 em vendas que restou aps pagar o

    custo dos produtos.

    Um cuidado que se deve ter observar se os custos dos produtos

    vendidos esto corretamente alocados ou se por descuido foram lanadas

    27

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    como despesa. Caso isso acontea, vai parecer que a margem bruta alta,

    quando na verdade no .

    2.2.3 Margem Lquida

    a razo entre o lucro lquido e o total das vendas. uma medida

    percentual que estabelece quanto das vendas sobrou aps serem pagas todas

    as despesas. Geralmente a que expressa melhor quanto a empresa dispe

    aps o pagamento de suas responsabilidades, pois utiliza o lucro lquido, j

    deduzidos impostos e todas as despesas.

    Se, por exemplo, o lucro da empresa for de R$ 100 mil e o total das

    vendas R$ 1 milho, a margem lquida de 10 %.

    Frmula: LL

    Vendas

    2.2.4 Lucro por Ao

    o lucro divido dividido pelo nmero de aes que a empresa possui.

    Geralmente utilizado como medida o lucro lquido. uma medida indicativa

    de quanto cada ao rendeu no exerccio.

    atravs desse ndice que as empresas calculam os dividendos a

    serem pagos aos acionistas. bvio que uma empresa que possua um nmeroreduzido de aes, com um lucro unitrio alto, tende a atrair muitos

    investidores, interessados em adquirir aes da empresa, aumentando seu

    valor de mercado.

    Frmula: LL

    nA

    28

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    2.2.5 Giro do Ativo

    Representas quantas vezes no ano a empresa girou o ativo. a razo

    entre as vendas lquidas e o Ativo Total. Girar, neste caso, significa vender o

    valor equivalente ao total do ativo.

    Se o total de vendas for, por exemplo, de R$ 3 milhes e o total do Ativo

    for de R$ 1 milho, significa que a empresa vendeu o valor equivalente a trs

    vezes o seu ativo. Ento, a empresa gira quatro vezes o seu ativo em 1 ano.

    2.2.6 Valor patrimonial da ao

    uma comparao entre o patrimnio lquido da empresa e o nmero

    de aes. Expressa se a empresa est distribuindo aes excessivamente

    quando comparado ao patrimnio que essas aes geram. Se a empresa

    estiver dando prejuzo constantemente, a tendncia que o valor do patrimnio

    caia, o que vai tornar esse ndice menor.

    Por exemplo, uma empresa possui um ndice de 1,5 para o valor

    patrimonial das aes. Nesse caso, com um patrimnio lquido de R$ 12 mil e

    com 8 mil aes distribudas. Supondo que a empresa tenha tido um prejuzo

    de R$ 2 mil no exerccio, o valor patrimonial das aes reduzido para 1,25.

    Frmula: P.L.

    nA

    29

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    CONCLUSO

    Por meio da anlise dos ndices, possvel ter uma viso de como a

    empresa encontra-se no momento em termos econmico-financeiros. Existem

    outras combinaes que ajudam a entender o momento que a empresa est

    vivendo e tambm a sua evoluo histrica.

    importante que um investidor ao deparar-se com a possibilidade de

    comprar uma participao na empresa, seja por meio de aes ou mesmo para

    receber dividendos, deve verificar alguns ndices e compara-los com empresas

    do mesmo ramo, que possam servir de parmetro de comparao.

    Os nmeros expressos nos balanos no podem ser ignorados.

    Algumas informaes relativas empresa no so visveis por meio dasdivulgaes, mas os que so possveis de serem considerados so feitos por

    meio de ndices como os que foram abordados nesta monografia.

    muito importante observar criticamente os nmeros da empresa e

    mais alm, se determinadas informaes podem ser sintomas de crise

    financeira. A crise econmica mais fcil de ser percebida, mas tambm deve

    o analista de crdito ficar muito atento para no fazer uma avaliao errada do

    30

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    ativo patrimonial e do passivo no que diz respeito a itens como ativo

    permanente, duplicatas descontadas, depreciao e outros que podem ser

    manipulados.

    No Brasil, em virtude da alta carga tributria, ocorre muita sonegao de

    impostos e a grande maioria das empresas obrigada a alterar dados de seu

    balano para parecer que o lucro foi menor. importante considerar esse fator

    procurando buscar os nmeros reais da empresa.

    O que foi discutido no esgota a anlise econmico-financeira, j que

    outras informaes podem ser extradas dos balanos. O objetivo foi o dedespertar uma anlise crtica no analista de demonstraes contbeis.

    Por fim, importante analisar outras informaes, como o EVA (valor

    agregado) e o MVA (valor de mercado), ferramentas atuais, que consideram as

    anlises financeiras, e que trazem informaes importantes de viabilidade de

    investimento.

    31

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    32/39

    REFERNCIAS

    ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e anlise de Balanos. So Paulo: Atlas,2000.

    CHING, Hong Yuh. Contabilidade e finanas para no especialistas. So Paulo:

    Prentice Hall, 2003.

    FRANCO, Hilrio. Contabilidade Geral. So Paulo: Atlas, 1975.

    MARION, Jos Carlos. Contabilidade Empresarial. So Paulo: Atlas, 1998.

    ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD Randolph W.; JAFFE, Jeffrey F.

    Administrao Financeira. Atlas, 1995.

    32

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    33/39

    ANEXOS

    33

  • 8/4/2019 Anlise de empresas

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    ANEXO 1Valores em Reais

    BALANO PATRIMONIAL

    31.12.2007 31.12.2006 31.12.2005

    ATIVO CIRCULANTE 200.000

    Disponibilidades 50.000

    Estoques 100.000

    Dupl. a receber 50.000

    175.000

    27.000

    72.000

    78.000

    143.000

    18.000

    81.000

    44.000

    REA LONGO PRAZO 150.000

    Imveis a Venda 150.000

    150.000

    150.000

    0,00

    0,00

    PERMANENTE 495.000

    Investimentos 200.000

    Imobilizado 400.000

    Depreciao (105.000)

    340.000

    150.000

    300.000

    (90.000)

    325.000

    150.000

    250.000

    (75.000)

    Total 845.000 665.000 467.000

    34

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    PASSIVO CIRCULANTE 240.000

    Emprstimo 100.000

    Fornecedores 120.000

    Impostos 20.000

    168.000

    70.000

    85.000

    13.000

    121.000

    70.000

    40.000

    11.000

    Exigvel a Longo Prazo 100.000

    Financiamento 100.000

    120.000

    120.000

    130.000

    130.000

    Patrimnio Lquido 505.000

    Capital Social 350.000

    Lucros Acumulados 155.000

    377.000

    300.000

    77.000

    216.000

    200.000

    16.000

    Total 845.000 665.000 467.000

    ANEXO 2Valores em Reais

    DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO

    31/12/2007 31/12/2006 31/12/2005

    Vendas Brutas

    (-) Dedues

    Vendas Lquidas

    (-) CPV

    Lucro Bruto(-) Despesas Operacionais

    Lucro Operacional

    (-) Despesas no-operacionais

    Receitas operacionais

    Lucro antes do I.R.

    (-) Imposto de Renda

    Lucro Lquido

    1.134.133

    (102.100)

    1.032.033

    (718.005)

    314.028(218.000)

    96.028

    (55.400)

    40.000

    111.428

    (33.428)

    78.000

    958.477

    (79.300)

    879.177

    (642.037)

    237.140(183.000)

    54.140

    (43.002)

    12.000

    87.142

    (26.142)

    61.000

    783.207

    (73.000)

    710.207

    (551.350)

    158.857(147.000)

    11.857

    (12.500)

    1.500

    22.857

    (6.857)

    16.000

    35

  • 8/4/2019 Anlise de empresas

    36/39

    ANEXO 3

    SIGLAS:

    AC Ativo Circulante

    RLP Realizvel a Longo Prazo

    AP Ativo Permanente

    36

  • 8/4/2019 Anlise de empresas

    37/39

    AT Ativo Total ou Total do Ativo

    PC - Passivo Circulante

    ELP Exigvel a Longo Prazo

    P.L. Patrimnio Lquido

    C.M.V. Custo das mercadorias vendidas

    LL Lucro lquido

    nA Nmero de Aes

    NDICE

    INTRODUO.....................................................................................................9

    CAPTULO I

    1.1 ANLISE FINANCEIRA...........................................................................12

    37

  • 8/4/2019 Anlise de empresas

    38/39

    1.1.1 NDICES DE LIQUIDEZ.................................................................13

    1.1.1.1 Liquidez Geral...................................................................13

    1.1.1.2 Liquidez Corrente.............................................................14

    1.1.1.3 Liquidez Seca...................................................................14

    1.1.1.4 Liquidez Imediata..............................................................15

    1.1.1.5 Capital de Giro (Capital circulante lquido)....................15

    1.1.2 CICLO DE CAPITAL DE GIRO......................................................16

    1.1.2.1 Prazo mdio de estoque...................................................16

    1.1.2.2 Prazo mdio de recebimento das vendas........................171.1.2.3 Ciclo operacional..............................................................17

    1.1.2.4 Prazo mdio de pagamento das compras........................18

    1.1.2.5 Ciclo Financeiro................................................................18

    1.1.2.6 Necessidade ou disponibilidade de capital de giro...........18

    1.1.3 ESTRUTURA DE CAPITAL...........................................................19

    1.1.3.1 Composio de endividamento........................................191.1.3.2 Grau de endividamento................................................... 20

    1.1.3.3 Garantia do Capital Prprio..............................................20

    1.1.3.4 Garantia ao Capital de Terceiros...................................20

    1.1.3.5 Cobertura de Juros........................................................21

    1.1.3.6 Grau de alavancagem...................................................21

    1.1.3.7 Imobilizao do Patrimnio Lquido..............................22

    CAPTULO II

    2.1 ANLISE ECONMICA..........................................................................23

    2.1.1 RENTABILIDADE........................................................................25

    2.1.1.1 Taxa de retorno sobre investimentos (ROI)...................25

    2.1.1.2 Taxa de retorno sobre o Patrimnio Lquido..................25

    38

  • 8/4/2019 Anlise de empresas

    39/39

    2.1.1.3 Taxa de retorno do Ativo...............................................26

    2.1.2 LUCRATIVIDADE........................................................................26

    2.1.2.1 Margem de Lucro sobre as vendas...............................27

    2.1.2.2 Margem Bruta................................................................27

    2.1.2.3 Margem Lquida.............................................................27

    2.1.2.4 Lucro por Ao..............................................................28

    2.1.2.5 Giro do Ativo..................................................................28

    2.2.6 Valor patrimonial da ao.................................................29

    CONCLUSO....................................................................................................30

    REFERNCIAS.................................................................................................32

    ANEXOS............................................................................................................33

    NDICE...............................................................................................................37

    39