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IFES- Instituto Federal do Espírito Santo Engenharia Mecânica Segurança do Trabalho Professor Antelmo da Silva Junior ANALISE DE RISCO NA ATIVIDADE DE FERRARIA Rafael Montagner Escobar

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IFES- Instituto Federal do Espírito SantoEngenharia Mecânica

Segurança do TrabalhoProfessor Antelmo da Silva Junior

ANALISE DE RISCO NA ATIVIDADE DE FERRARIA

Rafael Montagner Escobar

São Mateus2014

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INTRODUÇÃO

Ainda hoje, tempos em que o trabalho manual está se tornando cada vez mais

obsoletos, ainda existe atividade de ferreiros na região do Espirito Santo. Apesar de que

sua obra se tornou limitada, uma vez que a produção em larga escala de outros materiais

é muito mais barato que a produção manual de uma peça pela ferraria, existem ferreiros

que produzem foices e conseguem competir com a produção industrial da mesma. Esta é

uma atividade de alto risco para o operador já que o produto precisa ser aquecido a

altíssimas temperaturas para mudar a microestrutura do aço e tornar mais fácil a

operação com este, além de outros equipamentos como o martelo de forja, a qual o

operador atinge a peça com este liberando faíscas e possíveis lascas do material

podendo atingir o operador. O manuseio de materiais, como o aço, emprego de força e

movimentos repetitivos podem levar a lesões por traumas cumulativos podendo este

ocasionar incapacidade funcional dos membros superiores. O objetivo desse trabalho é

detectar e avaliar os riscos que um operador na atividade de ferraria está exposto e

propor uma intervenção se necessário.

MÉTODOS

Foi observado um ferreiro destro de 38 anos, do sexo masculino e uma altura de

1,73 m submetido a uma carga horaria de 8 horas diárias de segunda a sexta com 1 hora

e meia de almoço e meio expediente aos sábados, com breves pausas em respeito a sua

saúde física.

O ferreiro executa cerca de seis tarefas diversificadas como solda, lixamento,

aquecer o aço, batimentos, entre outros as quais incluem quatro diferentes

equipamentos. O ferreiro não possui controle sobre o ritmo e muitas vezes esta em

posição ortostática.

No local de trabalho as ferramentas estão organizadas adequadamente na oficina,

o local é devidamente iluminado, mas pouco ventilado com apenas algumas janelas as

quais passam uma corrente de ar. Há na oficina um kit de primeiro socorros e algumas

mobílias para se sentar. Verificou-se que toda peça passa por uma lixadeira de bancada

seja para dar melhor acabamento ou para corrigir eventuais falhas. A maior parte do

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tempo é gasto martelando e aquecendo a peça, cerca de 50% do tempo, e por isso essa

atividade será priorizada nesse estudo.

O martelo utilizado possui um polímero na base, que ajuda no amortecimento do

impacto, e possui um comprimento de 30 cm com um peso de 3 kg aproximados. Em

combinação com o martelo, o operador precisa utilizar uma espécie de garra, devido à

alta temperatura da peça, para evitar que a peça se movimente devido ao impacto do

martelo. O ferreiro utiliza luvas com proteção ao fogo e uma mascara para evitar

fagulhas e lascas de material encandeceste entrar em contato com partes sensíveis do

rosto como os olhos.

Para avaliar o nível de cansaço e dor (de zero a dez) do ferreiro utilizou-se um

questionário subjetivo seguindo o protocolo da RULA (método de averiguação de riscos

de disfunções relacionadas ao esforço repetitivo, com ênfase nos membros superiores) o

qual classifica as atividades da seguinte maneira: 1 ou 2 indica postura aceitável; 3 ou 4

é necessário investigação cuidadosa; 5 ou 6 requer investigação adicional e medidas de

controle podem ser necessárias; e 7 ou mais requer investigação e medidas de controle

imediato.

RESULTADOS

A partir do questionário proposto constatou-se uma correlação entre os níveis de

cansaço e dor em quase todas as tarefas realizadas, na operação de batimento a média

dos valores obtidos foi de 8 e 5 respectivamente e na aplicação da RULA verificou-se

uma nota de 4 havendo necessidade de investigação cuidadosa.

DISCUSSÃO

O presente estudo buscou analisar a exposição a riscos ocupacionais a um

ferreiro de uma determinada ferraria. Segundo o questionário subjetivo, realizado após

as operações dos equipamentos, bem como o nível de cansaço dos mesmos.

A operação de batimento ocasionou em alto nível de cansaço e um nível médio

de dor, provavelmente devido à medida que o ferreiro tomou quanto a sua saúde. O

protocolo da RULA foi escolhido por englobar principalmente os aspectos

biomecânicos dos membros superiores, além de considerar forças estáticas e a

repetitividade. Esse protocolo analisa separadamente os membros superiores detalhando

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as amplitudes de movimento das articulações do ombro, cotovelo, punho, tronco e

pescoço.

Avaliando-se os riscos biomecânicos do ombro, cotovelo e punho tem-se que a

repetitividade da operação durante longos períodos causa uma sobrecarga nas

articulações que é agravada durante o impacto do martelo/peça. A postura de risco para

os ombros se mostrou mais lesiva que nas demais articulações, possivelmente devido a

alguma lesão que o ferreiro teve no passado. Quanto aos riscos nas demais tarefas, um

estudo breve mostrou sintomas no tronco devido à posição estática que o ferreiro

permanecia, mas não muito preocupante.

CONCLUSÃO

O presente trabalho constatou que as atividades de ferraria são complexas e

expõem seus trabalhadores a diversos riscos. Para as atividades analisadas observou-se a

presença de riscos biomecânicos para as articulações dos membros superiores e no

tronco que se associa às dores que o ferreiro relatado no questionário, justificando assim

que as dores são de origem ocupacional.

Este trabalho atingiu o objetivo em detectar e avaliar os riscos ocupacionais na

atividade de ferraria e as intervenções propostas é de extrema relevância para a

aplicabilidade pratica do estudo devendo ser adotada da melhor forma possível.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

FRANCISO C. O, ARCURI J. F, OKADA V. T, CARNAZ L. Analise de fatores de

risco em marceneiros durante a utilização da lixadeira de bancada e serra circular.

UFSCar.

McATAMNEY L. CORLETT N. RULA – Rapid Upper Limb Assessment Too. COPE.

University of Nottingham. U.K, Nottingham, 1993.