“Análise de Sobrevida em Indivíduos Submetidos ao ... · em Hospital Universitário no Rio de...

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“Análise de Sobrevida em Indivíduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitário no Rio de Janeiro” por Adriana Cristina Rodrigues D’Angeles Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre em Ciências na área de Saúde Pública. Orientadora principal: Prof.ª Dr.ª Marilia Sá Carvalho Segundo orientador: Prof. Dr. José Hermógenes Rocco Suassuna Rio de Janeiro, maio de 2009.

Transcript of “Análise de Sobrevida em Indivíduos Submetidos ao ... · em Hospital Universitário no Rio de...

ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal

em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo

por

Adriana Cristina Rodrigues DrsquoAngeles

Dissertaccedilatildeo apresentada com vistas agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias na aacuterea de Sauacutede Puacuteblica

Orientadora principal Profordf Drordf Marilia Saacute CarvalhoSegundo orientador Prof Dr Joseacute Hermoacutegenes Rocco Suassuna

Rio de Janeiro maio de 2009

Esta dissertaccedilatildeo intitulada

ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal

em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo

apresentada por

Adriana Cristina Rodrigues DrsquoAngeles

foi avaliada pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros

Prof Dr Edison Regio de Moraes Souza

Profordf Drordf Maacutercia Laacutezaro de Carvalho

Profordf Drordf Marilia Saacute Carvalho ndash Orientadora principal

Dissertaccedilatildeo defendida e aprovada em 07 de maio de 2009

ii

Agrave Lininha e Fabiana minha famiacutelia co-sanguiacutenea e

aos doentes renais a outra famiacutelia

iii

Agradecimentos

Ao final de mais uma etapa e iniacutecio de outras gostaria de fazer alguns

agradecimentos

Em primeiro lugar e natildeo poderia ser diferente agrave Marilia Saacute Carvalho esta mulher

dinacircmica admiraacutevel que brilha em qualquer lugar Te agradeccedilo pela paciecircncia

competecircncia ldquochamadasrdquo e cortes sempre oportunos Tive a satisfaccedilatildeo de tecirc-la como

orientadora com um bocircnus as aulas particulares de R e de Linux Me tornou mais uma

adepta ao software livre

Aos professores Maacutercia Laacutezaro de Carvalho Maria de Jesus Mendes Fonseca e

Cosme Marcelo Furtado Passos da Silva que mesmo sem perceberem me ajudaram nos

momentos difiacuteceis e de desacircnimo da minha vida

Ao professor Joseacute Hermoacutegenes Rocco Suassuna pelos dados utilizados e

aprendizado em nefrologia Sempre esclarecedor no ldquoroundrdquoda nefro

Agraves colegas de turma de Epidemiologia Geral ano 2007 especialmente as amigas

Glaacuteucia Thalita Possoli e a ldquoturminha de Niteroacuteirdquo Athamis de Mattos Berenice

Gonccedilalves e Faacutetima Lima Paula Pelos dias inteiros de trabalho em grupo e os

momentos ldquoterapecircuticosrdquo e gastronocircmicos do outro lado da Ponte

Aos colegas da nefrologia do HUPE que mesmo com os todos os obstaacuteculos

persistem fortemente em um objetivo comum prestar o melhor cuidado ao paciente

Aos amigos Seacutergio Roberto Martins de Souza Rafaela Lanzelotti Carneiro Frances

Valeacuteria Costa e Silva obrigada pelo incentivo e carinho sem vocecircs natildeo estaria aqui

nesse momento

Aos colegas da Gerecircncia de Dermatologia Sanitaacuteria- SMSDC-RJ obrigada pelo

apoio e carinho

Aos amigos Felipe Kaezer dos Santos e Gilda Regina Correcirca Pinheiro pelo apoio e

paciecircncia principalmente nos momentos de ausecircncia e crise

Agrave Lininha e Fabiana pela confianccedila por acreditar e por estarem ao meu lado em

todos os momentos da minha vida mesmo que distante

iv

ldquoO verdadeiro prazer do homem eacute fazer aquilo para que

foi criado Ele foi criado para mostrar boa vontade para

com seus semelhantes para ultrapassar os impulsos dos

sentidos para distinguir aparecircncias de realidade e para

prosseguir o estudo da Natureza universal e as suas obrasrdquo

Marco Aureacutelio Antocircnio Imperador romano 2ordm seacuteculo

Meditaccedilotildees livro8 paacuteg 90

Renascer Voltar a figurar neste teatro

num cenaacuterio novo numa outra personagem

Trocar a velha por uma nova roupagem

voltar a encenar na Terra um novo ato

Agenor

httpwwwovermundocombrperfisagenor

v

Resumo

As doenccedilas crocircnicas com prevalecircncia cada vez maior no Brasil trazem consigo a

carga da perda na qualidade de vida do indiviacuteduo o sofrimento da famiacutelia e os custos

sociais Doenccedilas cardiovasculares e o diabetes mellitus estatildeo entre as de maior

mortalidade e as mais incapacitantes A insuficiecircncia renal crocircnica se caracteriza pela

perda progressiva lenta e irreversiacutevel da funccedilatildeo dos rins e tem como causa principal a

hipertensatildeo arterial e ou diabetes mellitus Como forma de substituir algumas das

funccedilotildees renais o transplante renal se apresenta como a modalidade que busca trazer de

volta a qualidade de vida ao indiviacuteduo Mas este procedimento natildeo eacute isento de riscos

Variaacuteveis do receptor do rim como tambeacutem do doador podem interferir no tempo de

vida do indiviacuteduo transplantado

O presente trabalho estudou as variaacuteveis que interferem no tempo de sobrevida de

indiviacuteduos transplantados renais de um serviccedilo de nefrologia de hospital universitaacuterio

no Rio de Janeiro Dos indiviacuteduos desta amostra metade eacute do sexo masculino 78

realizavam hemodiaacutelise antes do transplante 32 tinham a hipertensatildeo arterial como

doenccedila de base 65 receberam o oacutergatildeo de doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas

foram mais frequentes no primeiro ano poacutes transplante No periacuteodo do estudo entre

janeiro de 2000 e outubro de 2008 13 foram a oacutebito Analisando o tempo de

sobrevida foram significativas idade do receptor e doenccedila de base Considerando o

tempo ateacute falecircncia do oacutergatildeo transplantado a realizaccedilatildeo de diaacutelise na primeira semana

poacutes transplante foi fator de risco significativo

O diabetes mellitus principal fator de risco para o oacutebito apoacutes o transplante ocorre

atualmente de forma quase epidecircmica Em nosso estudo natildeo esteve entre causas mais

frequentes O trabalho realizado permite-nos recomendar a adequada estruturaccedilatildeo dos

bancos de dados de serviccedilos de transplante de forma a permitir estrateacutegias inovadoras

para o serviccedilo e constante atualizaccedilatildeo da populaccedilatildeo acompanhada e tambeacutem aumentar o

poder desses estudos compartilhando informaccedilotildees com outros serviccedilos e pessoas

envolvidas neste campo de trabalho Ainda que o tempo de sobrevida poacutes-transplante

tenha seus limites relacionados aos fatores de risco aqui identificados a melhora na

qualidade de vida eacute fator importante na escolha desse tratamento

Palavras-chave Transplante renal anaacutelise de sobrevida doenccedila renal

vi

Abstract

Chronic diseases which prevalence in Brazil is increasing bring about losses in the

patient life quality family suffering and high social costs Cardiovascular diseases and

diabetes mellittus are among the ones with highest mortality and disabling sequelae

Chronic renal failure is defined as the slow progressive and irreversible loss of renal

function and its main cause is blood hypertension and diabetes To substitute some of

the renal functions the kidney transplant is considered to be the choice that gives back

the patient a better quality of life However this procedure is not without risk

Characteristics of the receptor and of the donor may interfere with the survival of the

transplanted patient

In this work we studied the variables that intervene on the survival time of the

individuals transplanted in a nephrology service of a university hospital in Rio de

JaneiroBrazil The individuals in the sample were evenly divided in sex 78 were into

hemodialysis before the transplant 65 received the kidney from a living donor 32

had blood hypertension as the base disease and the infectious diseases were the most

common in the first year after the procedure During the study period between January

2000 and October2008 13 of the patients died Analysis the survival time age and

base disease were the most significant Considering the time until the failure of the

transplanted organ dialysis in the first week after the surgery was a significant risk

factor Diabetes the main risk factor for death after transplant is almost epidemic

nowadays In our work it was not among the most frequent base diseases

vii

Sumaacuterio

1INTRODUCcedilAtildeO 1011Problema1512Justificativa16

2REVISAtildeO DE LITERATURA 1821Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal1822Doadores para Transplante Renal1923Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante Renal2024Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto renal2525O Tempo como objeto de interesse26

3OBJETIVOS 2931Objetivo Geral2932Objetivos Especiacuteficos29

4METODOLOGIA 3041Populaccedilatildeo3042Desenho do Estudo3043Local do Estudo3044Fonte dos Dados3245Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados33RESUMO34INTRODUCcedilAtildeO35METODOLOGIA36RESULTADOS37DISCUSSAtildeO45CONCLUSOtildeES47REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS48

5Comentaacuterios Finais 51Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante 60Anexo 2 Tabela de sobrevida no percenti l 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto 63Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis 65

Iacutendice Quadros

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 20045Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor19

Iacutendice de GraacuteficosGraacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-20076Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 20078Graacutefico 1 (Artigo)Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito40Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto (anexo3)65

Iacutendice de TabelasTabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto35Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal efeito bruto e controlado por idade38Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal38Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto(anexo3) 63

1INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo do perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo brasileira aponta para o

peso das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT)1 Tais doenccedilas por

caracteriacutesticas que lhe satildeo peculiares muitas vezes determinam lesatildeo de oacutergatildeos vitais A

observaccedilatildeo da dinacircmica da transiccedilatildeo demograacutefica e da transiccedilatildeo epidemioloacutegica implica

em dizer que atualmente parte da populaccedilatildeo mundial vem sendo acometida pelas

DCNT que substituem as doenccedilas infecto-parasitaacuterias como principal causa de

morbidade e mortalidade da populaccedilatildeo adulta Aleacutem do processo de envelhecimento da

populaccedilatildeo essas doenccedilas satildeo sabidamente consequecircncias da adoccedilatildeo de determinados

haacutebitos estilos de vida e agravamento da crise econocircmica mundial que refletem nas

condiccedilotildees sociais e do meio ambiente 2

A questatildeo da transiccedilatildeo demograacutefica onde a fecundidade a mortalidade e a

migraccedilatildeo interferiram na dinacircmica da composiccedilatildeo da populaccedilatildeo teve como

caracteriacutesticas acontecer de modo lento e gradual em paiacuteses desenvolvidos enquanto que

no Brasil esta se deu de maneira raacutepida com a queda da mortalidade geral e infantil

acompanhada posteriormente da queda da natalidade 34 Na deacutecada de 70 verifica-se a

queda das taxas de mortalidade geral e infantil e comeccedila a se observar o decliacutenio da taxa

de natalidade freando o crescimento populacional e modificando sua estrutura etaacuteria

Observa-se o envelhecimento lento e gradual da populaccedilatildeo como tambeacutem reflexos na

vida meacutedia ao nascer e esperanccedila de vida 4

Chama atenccedilatildeo de que muitas doenccedilas natildeo transmissiacuteveis ou acontecimentos

que as originam tecircm suas raiacutezes nos estilos de vida fiacutesico e social portanto podem ser

prevenidas ou controladas se seus determinantes forem detectados precocemente As

DCNT podem trazer mudanccedilas nas atividades diaacuterias do indiviacuteduo em diferentes graus

ou levar agrave dependecircncia de tecnologias avanccediladas durante a vida Alguns portadores

assumem a condiccedilatildeo de ldquopessoa doenterdquo enquanto outros natildeo se consideram e vivem

como sadios

10

A histoacuteria natural das DCNT eacute constituiacuteda de quatro etapas 5

1ordf Momento da aquisiccedilatildeo do primeiro fator de risco

2ordf Iniacutecio do processo patoloacutegico com irreversibilidade

3ordf Detecccedilatildeo da doenccedila por meios de sinais e sintomas cliacutenicos

4ordf Resultado da doenccedila recuperaccedilatildeo remissatildeo mudanccedila de gravidade ou

oacutebito

Esse processo eacute longo com interaccedilatildeo de fatores etioloacutegicos diversos

conhecidos e desconhecidos conjunto de fatores de riscos que possuem ligaccedilatildeo ou nexo

entre si longo tempo de latecircncia como tambeacutem de periacuteodo assintomaacutetico manifestaccedilotildees

cliacutenicas com remissatildeo e exacerbaccedilatildeo evoluccedilatildeo com graus de incapacidade ou morte

Dentre as DCNT a hipertensatildeo arterial e o diabetes mellitus merecem lugar de

destaque Programas do Ministeacuterio da Sauacutede apontam entre outras propostas accedilotildees de

prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria voltadas para o diagnoacutestico e tratamento precoce

evitando lesatildeo de oacutergatildeos vitais para o funcionamento do corpo humano que incapacitam

e limitam atividades do cotidiano Tais lesotildees implicam na utilizaccedilatildeo de tratamentos

especializados e de custo elevado para manutenccedilatildeo da vida aleacutem de sofrimento para a

populaccedilatildeo atingida 6

O estudo de carga de doenccedilas no Brasil utilizou o indicador DALY (Disability-

Adjusted Life Years) que mede o impacto dos anos de vida perdidos por morte

prematura (YLL-Years of Life Lost) os vividos com incapacidade (YLD - Years Life

with Disability) e identificou elevada carga das doenccedilas natildeo transmissiacuteveis 663

(DALY por 1000 habitantes proporcional por causas) 7

11

Quando os autores expotildeem o ldquorankingrdquo pelos indicadores DALY YLD YLL e

oacutebitos observam-se

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 2004

DALY POSTO YLD POSTO YLL POSTO OacuteBITOS POSTO

DOENCcedilAS NAtildeO-TRANSMISSIacuteVEIS

24867484 - 14556156 - 10311329 - 787876 -

DOENCcedilAS CARDIO-VASCULARES

4989406 2 523579 9 4465827 1 381202 1

DIABETES MELLITUS 1929362 9 1397878 5 531485 10 43811 10

DOENCcedilAS GENITO-URINAacuteRIAS

316040 19 63560 19 252480 13 19305 12

Adaptado Schramm et al7

Como consequumlecircncia do impacto gerado pelas complicaccedilotildees relacionadas agraves

doenccedilas natildeo transmissiacuteveis verifica-se o aumento de gastos para os sistemas de sauacutede e

previdecircncia os custos sociais e a perda na qualidade de vida dos indiviacuteduos acometidos

e famiacutelia 7

Dados do Ministeacuterio da Sauacutede do ano de 2006 estimam 23000000 de

portadores de diabetes mellitus e hipertensatildeo arterial Estima-se que em 621 dos

portadores de doenccedila renal crocircnica (DRC) a hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus

foram diagnosticados como sua causa base 8

Em um estudo feito no ano de 2004 onde se extrapolou atraveacutes de dados

obtidos nos Estados Unidos para casuiacutestica brasileira confirma-se que

ldquopara cada indiviacuteduo mantido em programa de diaacutelise crocircnica existiriam

20 a 25 com algum grau de disfunccedilatildeo renal ou seja cerca de 12 a 15

milhatildeo de brasileiros com doenccedila renal crocircnicardquo (Romatildeo Junior 2004

p-1)8

12

A ldquoDRC consiste em lesatildeo renal e perda progressiva e irreversiacutevel da funccedilatildeo

dos rinsrdquo Em sua fase mais avanccedilada chamada estaacutegio terminal da doenccedila renal

(ETDR) os rins natildeo conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

indiviacuteduo8 Existem dispositivos que substituem algumas funccedilotildees dos rins naqueles

indiviacuteduos que estatildeo em ETDR a diaacutelise e o transplante renal

A diaacutelise eacute uma terapia que consiste em depurar o sangue Retira metaboacutelitos

toacutexicos ao organismo e elimina o excesso de aacutegua e eletroacutelitos estabelecendo uma nova

situaccedilatildeo de equiliacutebrio atraveacutes de circulaccedilatildeo de sangue extracorpoacuterea (hemodiaacutelise) ou

atraveacutes do peritocircneo (diaacutelise peritoneal)9 Segundo a Sociedade Brasileira de

Nefrologia10 no ano de 2007 no Brasil o nuacutemero de indiviacuteduos em ETDR em diaacutelise era

de 73605 destes 91 em hemodiaacutelise e 9 em diaacutelise peritoneal

Graacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

Na medida em que a insuficiecircncia renal progride o indiviacuteduo apresenta

sintomas que interferem nas suas atividades diaacuterias e que os meacutetodos de diaacutelise natildeo

eliminam por completo11

Total de Pacientes em Tratamento Dialiacutetico por Ano

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

Pacientes

N Pacientes 42695 46557 48806 54523 59153 65121 70872 73605

jan00 jan01 jan02 jan03 jan04 jan05 jan06 jan07

13

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Esta dissertaccedilatildeo intitulada

ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal

em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo

apresentada por

Adriana Cristina Rodrigues DrsquoAngeles

foi avaliada pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros

Prof Dr Edison Regio de Moraes Souza

Profordf Drordf Maacutercia Laacutezaro de Carvalho

Profordf Drordf Marilia Saacute Carvalho ndash Orientadora principal

Dissertaccedilatildeo defendida e aprovada em 07 de maio de 2009

ii

Agrave Lininha e Fabiana minha famiacutelia co-sanguiacutenea e

aos doentes renais a outra famiacutelia

iii

Agradecimentos

Ao final de mais uma etapa e iniacutecio de outras gostaria de fazer alguns

agradecimentos

Em primeiro lugar e natildeo poderia ser diferente agrave Marilia Saacute Carvalho esta mulher

dinacircmica admiraacutevel que brilha em qualquer lugar Te agradeccedilo pela paciecircncia

competecircncia ldquochamadasrdquo e cortes sempre oportunos Tive a satisfaccedilatildeo de tecirc-la como

orientadora com um bocircnus as aulas particulares de R e de Linux Me tornou mais uma

adepta ao software livre

Aos professores Maacutercia Laacutezaro de Carvalho Maria de Jesus Mendes Fonseca e

Cosme Marcelo Furtado Passos da Silva que mesmo sem perceberem me ajudaram nos

momentos difiacuteceis e de desacircnimo da minha vida

Ao professor Joseacute Hermoacutegenes Rocco Suassuna pelos dados utilizados e

aprendizado em nefrologia Sempre esclarecedor no ldquoroundrdquoda nefro

Agraves colegas de turma de Epidemiologia Geral ano 2007 especialmente as amigas

Glaacuteucia Thalita Possoli e a ldquoturminha de Niteroacuteirdquo Athamis de Mattos Berenice

Gonccedilalves e Faacutetima Lima Paula Pelos dias inteiros de trabalho em grupo e os

momentos ldquoterapecircuticosrdquo e gastronocircmicos do outro lado da Ponte

Aos colegas da nefrologia do HUPE que mesmo com os todos os obstaacuteculos

persistem fortemente em um objetivo comum prestar o melhor cuidado ao paciente

Aos amigos Seacutergio Roberto Martins de Souza Rafaela Lanzelotti Carneiro Frances

Valeacuteria Costa e Silva obrigada pelo incentivo e carinho sem vocecircs natildeo estaria aqui

nesse momento

Aos colegas da Gerecircncia de Dermatologia Sanitaacuteria- SMSDC-RJ obrigada pelo

apoio e carinho

Aos amigos Felipe Kaezer dos Santos e Gilda Regina Correcirca Pinheiro pelo apoio e

paciecircncia principalmente nos momentos de ausecircncia e crise

Agrave Lininha e Fabiana pela confianccedila por acreditar e por estarem ao meu lado em

todos os momentos da minha vida mesmo que distante

iv

ldquoO verdadeiro prazer do homem eacute fazer aquilo para que

foi criado Ele foi criado para mostrar boa vontade para

com seus semelhantes para ultrapassar os impulsos dos

sentidos para distinguir aparecircncias de realidade e para

prosseguir o estudo da Natureza universal e as suas obrasrdquo

Marco Aureacutelio Antocircnio Imperador romano 2ordm seacuteculo

Meditaccedilotildees livro8 paacuteg 90

Renascer Voltar a figurar neste teatro

num cenaacuterio novo numa outra personagem

Trocar a velha por uma nova roupagem

voltar a encenar na Terra um novo ato

Agenor

httpwwwovermundocombrperfisagenor

v

Resumo

As doenccedilas crocircnicas com prevalecircncia cada vez maior no Brasil trazem consigo a

carga da perda na qualidade de vida do indiviacuteduo o sofrimento da famiacutelia e os custos

sociais Doenccedilas cardiovasculares e o diabetes mellitus estatildeo entre as de maior

mortalidade e as mais incapacitantes A insuficiecircncia renal crocircnica se caracteriza pela

perda progressiva lenta e irreversiacutevel da funccedilatildeo dos rins e tem como causa principal a

hipertensatildeo arterial e ou diabetes mellitus Como forma de substituir algumas das

funccedilotildees renais o transplante renal se apresenta como a modalidade que busca trazer de

volta a qualidade de vida ao indiviacuteduo Mas este procedimento natildeo eacute isento de riscos

Variaacuteveis do receptor do rim como tambeacutem do doador podem interferir no tempo de

vida do indiviacuteduo transplantado

O presente trabalho estudou as variaacuteveis que interferem no tempo de sobrevida de

indiviacuteduos transplantados renais de um serviccedilo de nefrologia de hospital universitaacuterio

no Rio de Janeiro Dos indiviacuteduos desta amostra metade eacute do sexo masculino 78

realizavam hemodiaacutelise antes do transplante 32 tinham a hipertensatildeo arterial como

doenccedila de base 65 receberam o oacutergatildeo de doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas

foram mais frequentes no primeiro ano poacutes transplante No periacuteodo do estudo entre

janeiro de 2000 e outubro de 2008 13 foram a oacutebito Analisando o tempo de

sobrevida foram significativas idade do receptor e doenccedila de base Considerando o

tempo ateacute falecircncia do oacutergatildeo transplantado a realizaccedilatildeo de diaacutelise na primeira semana

poacutes transplante foi fator de risco significativo

O diabetes mellitus principal fator de risco para o oacutebito apoacutes o transplante ocorre

atualmente de forma quase epidecircmica Em nosso estudo natildeo esteve entre causas mais

frequentes O trabalho realizado permite-nos recomendar a adequada estruturaccedilatildeo dos

bancos de dados de serviccedilos de transplante de forma a permitir estrateacutegias inovadoras

para o serviccedilo e constante atualizaccedilatildeo da populaccedilatildeo acompanhada e tambeacutem aumentar o

poder desses estudos compartilhando informaccedilotildees com outros serviccedilos e pessoas

envolvidas neste campo de trabalho Ainda que o tempo de sobrevida poacutes-transplante

tenha seus limites relacionados aos fatores de risco aqui identificados a melhora na

qualidade de vida eacute fator importante na escolha desse tratamento

Palavras-chave Transplante renal anaacutelise de sobrevida doenccedila renal

vi

Abstract

Chronic diseases which prevalence in Brazil is increasing bring about losses in the

patient life quality family suffering and high social costs Cardiovascular diseases and

diabetes mellittus are among the ones with highest mortality and disabling sequelae

Chronic renal failure is defined as the slow progressive and irreversible loss of renal

function and its main cause is blood hypertension and diabetes To substitute some of

the renal functions the kidney transplant is considered to be the choice that gives back

the patient a better quality of life However this procedure is not without risk

Characteristics of the receptor and of the donor may interfere with the survival of the

transplanted patient

In this work we studied the variables that intervene on the survival time of the

individuals transplanted in a nephrology service of a university hospital in Rio de

JaneiroBrazil The individuals in the sample were evenly divided in sex 78 were into

hemodialysis before the transplant 65 received the kidney from a living donor 32

had blood hypertension as the base disease and the infectious diseases were the most

common in the first year after the procedure During the study period between January

2000 and October2008 13 of the patients died Analysis the survival time age and

base disease were the most significant Considering the time until the failure of the

transplanted organ dialysis in the first week after the surgery was a significant risk

factor Diabetes the main risk factor for death after transplant is almost epidemic

nowadays In our work it was not among the most frequent base diseases

vii

Sumaacuterio

1INTRODUCcedilAtildeO 1011Problema1512Justificativa16

2REVISAtildeO DE LITERATURA 1821Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal1822Doadores para Transplante Renal1923Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante Renal2024Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto renal2525O Tempo como objeto de interesse26

3OBJETIVOS 2931Objetivo Geral2932Objetivos Especiacuteficos29

4METODOLOGIA 3041Populaccedilatildeo3042Desenho do Estudo3043Local do Estudo3044Fonte dos Dados3245Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados33RESUMO34INTRODUCcedilAtildeO35METODOLOGIA36RESULTADOS37DISCUSSAtildeO45CONCLUSOtildeES47REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS48

5Comentaacuterios Finais 51Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante 60Anexo 2 Tabela de sobrevida no percenti l 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto 63Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis 65

Iacutendice Quadros

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 20045Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor19

Iacutendice de GraacuteficosGraacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-20076Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 20078Graacutefico 1 (Artigo)Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito40Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto (anexo3)65

Iacutendice de TabelasTabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto35Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal efeito bruto e controlado por idade38Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal38Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto(anexo3) 63

1INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo do perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo brasileira aponta para o

peso das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT)1 Tais doenccedilas por

caracteriacutesticas que lhe satildeo peculiares muitas vezes determinam lesatildeo de oacutergatildeos vitais A

observaccedilatildeo da dinacircmica da transiccedilatildeo demograacutefica e da transiccedilatildeo epidemioloacutegica implica

em dizer que atualmente parte da populaccedilatildeo mundial vem sendo acometida pelas

DCNT que substituem as doenccedilas infecto-parasitaacuterias como principal causa de

morbidade e mortalidade da populaccedilatildeo adulta Aleacutem do processo de envelhecimento da

populaccedilatildeo essas doenccedilas satildeo sabidamente consequecircncias da adoccedilatildeo de determinados

haacutebitos estilos de vida e agravamento da crise econocircmica mundial que refletem nas

condiccedilotildees sociais e do meio ambiente 2

A questatildeo da transiccedilatildeo demograacutefica onde a fecundidade a mortalidade e a

migraccedilatildeo interferiram na dinacircmica da composiccedilatildeo da populaccedilatildeo teve como

caracteriacutesticas acontecer de modo lento e gradual em paiacuteses desenvolvidos enquanto que

no Brasil esta se deu de maneira raacutepida com a queda da mortalidade geral e infantil

acompanhada posteriormente da queda da natalidade 34 Na deacutecada de 70 verifica-se a

queda das taxas de mortalidade geral e infantil e comeccedila a se observar o decliacutenio da taxa

de natalidade freando o crescimento populacional e modificando sua estrutura etaacuteria

Observa-se o envelhecimento lento e gradual da populaccedilatildeo como tambeacutem reflexos na

vida meacutedia ao nascer e esperanccedila de vida 4

Chama atenccedilatildeo de que muitas doenccedilas natildeo transmissiacuteveis ou acontecimentos

que as originam tecircm suas raiacutezes nos estilos de vida fiacutesico e social portanto podem ser

prevenidas ou controladas se seus determinantes forem detectados precocemente As

DCNT podem trazer mudanccedilas nas atividades diaacuterias do indiviacuteduo em diferentes graus

ou levar agrave dependecircncia de tecnologias avanccediladas durante a vida Alguns portadores

assumem a condiccedilatildeo de ldquopessoa doenterdquo enquanto outros natildeo se consideram e vivem

como sadios

10

A histoacuteria natural das DCNT eacute constituiacuteda de quatro etapas 5

1ordf Momento da aquisiccedilatildeo do primeiro fator de risco

2ordf Iniacutecio do processo patoloacutegico com irreversibilidade

3ordf Detecccedilatildeo da doenccedila por meios de sinais e sintomas cliacutenicos

4ordf Resultado da doenccedila recuperaccedilatildeo remissatildeo mudanccedila de gravidade ou

oacutebito

Esse processo eacute longo com interaccedilatildeo de fatores etioloacutegicos diversos

conhecidos e desconhecidos conjunto de fatores de riscos que possuem ligaccedilatildeo ou nexo

entre si longo tempo de latecircncia como tambeacutem de periacuteodo assintomaacutetico manifestaccedilotildees

cliacutenicas com remissatildeo e exacerbaccedilatildeo evoluccedilatildeo com graus de incapacidade ou morte

Dentre as DCNT a hipertensatildeo arterial e o diabetes mellitus merecem lugar de

destaque Programas do Ministeacuterio da Sauacutede apontam entre outras propostas accedilotildees de

prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria voltadas para o diagnoacutestico e tratamento precoce

evitando lesatildeo de oacutergatildeos vitais para o funcionamento do corpo humano que incapacitam

e limitam atividades do cotidiano Tais lesotildees implicam na utilizaccedilatildeo de tratamentos

especializados e de custo elevado para manutenccedilatildeo da vida aleacutem de sofrimento para a

populaccedilatildeo atingida 6

O estudo de carga de doenccedilas no Brasil utilizou o indicador DALY (Disability-

Adjusted Life Years) que mede o impacto dos anos de vida perdidos por morte

prematura (YLL-Years of Life Lost) os vividos com incapacidade (YLD - Years Life

with Disability) e identificou elevada carga das doenccedilas natildeo transmissiacuteveis 663

(DALY por 1000 habitantes proporcional por causas) 7

11

Quando os autores expotildeem o ldquorankingrdquo pelos indicadores DALY YLD YLL e

oacutebitos observam-se

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 2004

DALY POSTO YLD POSTO YLL POSTO OacuteBITOS POSTO

DOENCcedilAS NAtildeO-TRANSMISSIacuteVEIS

24867484 - 14556156 - 10311329 - 787876 -

DOENCcedilAS CARDIO-VASCULARES

4989406 2 523579 9 4465827 1 381202 1

DIABETES MELLITUS 1929362 9 1397878 5 531485 10 43811 10

DOENCcedilAS GENITO-URINAacuteRIAS

316040 19 63560 19 252480 13 19305 12

Adaptado Schramm et al7

Como consequumlecircncia do impacto gerado pelas complicaccedilotildees relacionadas agraves

doenccedilas natildeo transmissiacuteveis verifica-se o aumento de gastos para os sistemas de sauacutede e

previdecircncia os custos sociais e a perda na qualidade de vida dos indiviacuteduos acometidos

e famiacutelia 7

Dados do Ministeacuterio da Sauacutede do ano de 2006 estimam 23000000 de

portadores de diabetes mellitus e hipertensatildeo arterial Estima-se que em 621 dos

portadores de doenccedila renal crocircnica (DRC) a hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus

foram diagnosticados como sua causa base 8

Em um estudo feito no ano de 2004 onde se extrapolou atraveacutes de dados

obtidos nos Estados Unidos para casuiacutestica brasileira confirma-se que

ldquopara cada indiviacuteduo mantido em programa de diaacutelise crocircnica existiriam

20 a 25 com algum grau de disfunccedilatildeo renal ou seja cerca de 12 a 15

milhatildeo de brasileiros com doenccedila renal crocircnicardquo (Romatildeo Junior 2004

p-1)8

12

A ldquoDRC consiste em lesatildeo renal e perda progressiva e irreversiacutevel da funccedilatildeo

dos rinsrdquo Em sua fase mais avanccedilada chamada estaacutegio terminal da doenccedila renal

(ETDR) os rins natildeo conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

indiviacuteduo8 Existem dispositivos que substituem algumas funccedilotildees dos rins naqueles

indiviacuteduos que estatildeo em ETDR a diaacutelise e o transplante renal

A diaacutelise eacute uma terapia que consiste em depurar o sangue Retira metaboacutelitos

toacutexicos ao organismo e elimina o excesso de aacutegua e eletroacutelitos estabelecendo uma nova

situaccedilatildeo de equiliacutebrio atraveacutes de circulaccedilatildeo de sangue extracorpoacuterea (hemodiaacutelise) ou

atraveacutes do peritocircneo (diaacutelise peritoneal)9 Segundo a Sociedade Brasileira de

Nefrologia10 no ano de 2007 no Brasil o nuacutemero de indiviacuteduos em ETDR em diaacutelise era

de 73605 destes 91 em hemodiaacutelise e 9 em diaacutelise peritoneal

Graacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

Na medida em que a insuficiecircncia renal progride o indiviacuteduo apresenta

sintomas que interferem nas suas atividades diaacuterias e que os meacutetodos de diaacutelise natildeo

eliminam por completo11

Total de Pacientes em Tratamento Dialiacutetico por Ano

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

Pacientes

N Pacientes 42695 46557 48806 54523 59153 65121 70872 73605

jan00 jan01 jan02 jan03 jan04 jan05 jan06 jan07

13

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

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INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

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METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

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RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

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Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

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OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Agrave Lininha e Fabiana minha famiacutelia co-sanguiacutenea e

aos doentes renais a outra famiacutelia

iii

Agradecimentos

Ao final de mais uma etapa e iniacutecio de outras gostaria de fazer alguns

agradecimentos

Em primeiro lugar e natildeo poderia ser diferente agrave Marilia Saacute Carvalho esta mulher

dinacircmica admiraacutevel que brilha em qualquer lugar Te agradeccedilo pela paciecircncia

competecircncia ldquochamadasrdquo e cortes sempre oportunos Tive a satisfaccedilatildeo de tecirc-la como

orientadora com um bocircnus as aulas particulares de R e de Linux Me tornou mais uma

adepta ao software livre

Aos professores Maacutercia Laacutezaro de Carvalho Maria de Jesus Mendes Fonseca e

Cosme Marcelo Furtado Passos da Silva que mesmo sem perceberem me ajudaram nos

momentos difiacuteceis e de desacircnimo da minha vida

Ao professor Joseacute Hermoacutegenes Rocco Suassuna pelos dados utilizados e

aprendizado em nefrologia Sempre esclarecedor no ldquoroundrdquoda nefro

Agraves colegas de turma de Epidemiologia Geral ano 2007 especialmente as amigas

Glaacuteucia Thalita Possoli e a ldquoturminha de Niteroacuteirdquo Athamis de Mattos Berenice

Gonccedilalves e Faacutetima Lima Paula Pelos dias inteiros de trabalho em grupo e os

momentos ldquoterapecircuticosrdquo e gastronocircmicos do outro lado da Ponte

Aos colegas da nefrologia do HUPE que mesmo com os todos os obstaacuteculos

persistem fortemente em um objetivo comum prestar o melhor cuidado ao paciente

Aos amigos Seacutergio Roberto Martins de Souza Rafaela Lanzelotti Carneiro Frances

Valeacuteria Costa e Silva obrigada pelo incentivo e carinho sem vocecircs natildeo estaria aqui

nesse momento

Aos colegas da Gerecircncia de Dermatologia Sanitaacuteria- SMSDC-RJ obrigada pelo

apoio e carinho

Aos amigos Felipe Kaezer dos Santos e Gilda Regina Correcirca Pinheiro pelo apoio e

paciecircncia principalmente nos momentos de ausecircncia e crise

Agrave Lininha e Fabiana pela confianccedila por acreditar e por estarem ao meu lado em

todos os momentos da minha vida mesmo que distante

iv

ldquoO verdadeiro prazer do homem eacute fazer aquilo para que

foi criado Ele foi criado para mostrar boa vontade para

com seus semelhantes para ultrapassar os impulsos dos

sentidos para distinguir aparecircncias de realidade e para

prosseguir o estudo da Natureza universal e as suas obrasrdquo

Marco Aureacutelio Antocircnio Imperador romano 2ordm seacuteculo

Meditaccedilotildees livro8 paacuteg 90

Renascer Voltar a figurar neste teatro

num cenaacuterio novo numa outra personagem

Trocar a velha por uma nova roupagem

voltar a encenar na Terra um novo ato

Agenor

httpwwwovermundocombrperfisagenor

v

Resumo

As doenccedilas crocircnicas com prevalecircncia cada vez maior no Brasil trazem consigo a

carga da perda na qualidade de vida do indiviacuteduo o sofrimento da famiacutelia e os custos

sociais Doenccedilas cardiovasculares e o diabetes mellitus estatildeo entre as de maior

mortalidade e as mais incapacitantes A insuficiecircncia renal crocircnica se caracteriza pela

perda progressiva lenta e irreversiacutevel da funccedilatildeo dos rins e tem como causa principal a

hipertensatildeo arterial e ou diabetes mellitus Como forma de substituir algumas das

funccedilotildees renais o transplante renal se apresenta como a modalidade que busca trazer de

volta a qualidade de vida ao indiviacuteduo Mas este procedimento natildeo eacute isento de riscos

Variaacuteveis do receptor do rim como tambeacutem do doador podem interferir no tempo de

vida do indiviacuteduo transplantado

O presente trabalho estudou as variaacuteveis que interferem no tempo de sobrevida de

indiviacuteduos transplantados renais de um serviccedilo de nefrologia de hospital universitaacuterio

no Rio de Janeiro Dos indiviacuteduos desta amostra metade eacute do sexo masculino 78

realizavam hemodiaacutelise antes do transplante 32 tinham a hipertensatildeo arterial como

doenccedila de base 65 receberam o oacutergatildeo de doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas

foram mais frequentes no primeiro ano poacutes transplante No periacuteodo do estudo entre

janeiro de 2000 e outubro de 2008 13 foram a oacutebito Analisando o tempo de

sobrevida foram significativas idade do receptor e doenccedila de base Considerando o

tempo ateacute falecircncia do oacutergatildeo transplantado a realizaccedilatildeo de diaacutelise na primeira semana

poacutes transplante foi fator de risco significativo

O diabetes mellitus principal fator de risco para o oacutebito apoacutes o transplante ocorre

atualmente de forma quase epidecircmica Em nosso estudo natildeo esteve entre causas mais

frequentes O trabalho realizado permite-nos recomendar a adequada estruturaccedilatildeo dos

bancos de dados de serviccedilos de transplante de forma a permitir estrateacutegias inovadoras

para o serviccedilo e constante atualizaccedilatildeo da populaccedilatildeo acompanhada e tambeacutem aumentar o

poder desses estudos compartilhando informaccedilotildees com outros serviccedilos e pessoas

envolvidas neste campo de trabalho Ainda que o tempo de sobrevida poacutes-transplante

tenha seus limites relacionados aos fatores de risco aqui identificados a melhora na

qualidade de vida eacute fator importante na escolha desse tratamento

Palavras-chave Transplante renal anaacutelise de sobrevida doenccedila renal

vi

Abstract

Chronic diseases which prevalence in Brazil is increasing bring about losses in the

patient life quality family suffering and high social costs Cardiovascular diseases and

diabetes mellittus are among the ones with highest mortality and disabling sequelae

Chronic renal failure is defined as the slow progressive and irreversible loss of renal

function and its main cause is blood hypertension and diabetes To substitute some of

the renal functions the kidney transplant is considered to be the choice that gives back

the patient a better quality of life However this procedure is not without risk

Characteristics of the receptor and of the donor may interfere with the survival of the

transplanted patient

In this work we studied the variables that intervene on the survival time of the

individuals transplanted in a nephrology service of a university hospital in Rio de

JaneiroBrazil The individuals in the sample were evenly divided in sex 78 were into

hemodialysis before the transplant 65 received the kidney from a living donor 32

had blood hypertension as the base disease and the infectious diseases were the most

common in the first year after the procedure During the study period between January

2000 and October2008 13 of the patients died Analysis the survival time age and

base disease were the most significant Considering the time until the failure of the

transplanted organ dialysis in the first week after the surgery was a significant risk

factor Diabetes the main risk factor for death after transplant is almost epidemic

nowadays In our work it was not among the most frequent base diseases

vii

Sumaacuterio

1INTRODUCcedilAtildeO 1011Problema1512Justificativa16

2REVISAtildeO DE LITERATURA 1821Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal1822Doadores para Transplante Renal1923Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante Renal2024Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto renal2525O Tempo como objeto de interesse26

3OBJETIVOS 2931Objetivo Geral2932Objetivos Especiacuteficos29

4METODOLOGIA 3041Populaccedilatildeo3042Desenho do Estudo3043Local do Estudo3044Fonte dos Dados3245Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados33RESUMO34INTRODUCcedilAtildeO35METODOLOGIA36RESULTADOS37DISCUSSAtildeO45CONCLUSOtildeES47REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS48

5Comentaacuterios Finais 51Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante 60Anexo 2 Tabela de sobrevida no percenti l 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto 63Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis 65

Iacutendice Quadros

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 20045Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor19

Iacutendice de GraacuteficosGraacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-20076Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 20078Graacutefico 1 (Artigo)Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito40Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto (anexo3)65

Iacutendice de TabelasTabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto35Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal efeito bruto e controlado por idade38Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal38Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto(anexo3) 63

1INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo do perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo brasileira aponta para o

peso das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT)1 Tais doenccedilas por

caracteriacutesticas que lhe satildeo peculiares muitas vezes determinam lesatildeo de oacutergatildeos vitais A

observaccedilatildeo da dinacircmica da transiccedilatildeo demograacutefica e da transiccedilatildeo epidemioloacutegica implica

em dizer que atualmente parte da populaccedilatildeo mundial vem sendo acometida pelas

DCNT que substituem as doenccedilas infecto-parasitaacuterias como principal causa de

morbidade e mortalidade da populaccedilatildeo adulta Aleacutem do processo de envelhecimento da

populaccedilatildeo essas doenccedilas satildeo sabidamente consequecircncias da adoccedilatildeo de determinados

haacutebitos estilos de vida e agravamento da crise econocircmica mundial que refletem nas

condiccedilotildees sociais e do meio ambiente 2

A questatildeo da transiccedilatildeo demograacutefica onde a fecundidade a mortalidade e a

migraccedilatildeo interferiram na dinacircmica da composiccedilatildeo da populaccedilatildeo teve como

caracteriacutesticas acontecer de modo lento e gradual em paiacuteses desenvolvidos enquanto que

no Brasil esta se deu de maneira raacutepida com a queda da mortalidade geral e infantil

acompanhada posteriormente da queda da natalidade 34 Na deacutecada de 70 verifica-se a

queda das taxas de mortalidade geral e infantil e comeccedila a se observar o decliacutenio da taxa

de natalidade freando o crescimento populacional e modificando sua estrutura etaacuteria

Observa-se o envelhecimento lento e gradual da populaccedilatildeo como tambeacutem reflexos na

vida meacutedia ao nascer e esperanccedila de vida 4

Chama atenccedilatildeo de que muitas doenccedilas natildeo transmissiacuteveis ou acontecimentos

que as originam tecircm suas raiacutezes nos estilos de vida fiacutesico e social portanto podem ser

prevenidas ou controladas se seus determinantes forem detectados precocemente As

DCNT podem trazer mudanccedilas nas atividades diaacuterias do indiviacuteduo em diferentes graus

ou levar agrave dependecircncia de tecnologias avanccediladas durante a vida Alguns portadores

assumem a condiccedilatildeo de ldquopessoa doenterdquo enquanto outros natildeo se consideram e vivem

como sadios

10

A histoacuteria natural das DCNT eacute constituiacuteda de quatro etapas 5

1ordf Momento da aquisiccedilatildeo do primeiro fator de risco

2ordf Iniacutecio do processo patoloacutegico com irreversibilidade

3ordf Detecccedilatildeo da doenccedila por meios de sinais e sintomas cliacutenicos

4ordf Resultado da doenccedila recuperaccedilatildeo remissatildeo mudanccedila de gravidade ou

oacutebito

Esse processo eacute longo com interaccedilatildeo de fatores etioloacutegicos diversos

conhecidos e desconhecidos conjunto de fatores de riscos que possuem ligaccedilatildeo ou nexo

entre si longo tempo de latecircncia como tambeacutem de periacuteodo assintomaacutetico manifestaccedilotildees

cliacutenicas com remissatildeo e exacerbaccedilatildeo evoluccedilatildeo com graus de incapacidade ou morte

Dentre as DCNT a hipertensatildeo arterial e o diabetes mellitus merecem lugar de

destaque Programas do Ministeacuterio da Sauacutede apontam entre outras propostas accedilotildees de

prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria voltadas para o diagnoacutestico e tratamento precoce

evitando lesatildeo de oacutergatildeos vitais para o funcionamento do corpo humano que incapacitam

e limitam atividades do cotidiano Tais lesotildees implicam na utilizaccedilatildeo de tratamentos

especializados e de custo elevado para manutenccedilatildeo da vida aleacutem de sofrimento para a

populaccedilatildeo atingida 6

O estudo de carga de doenccedilas no Brasil utilizou o indicador DALY (Disability-

Adjusted Life Years) que mede o impacto dos anos de vida perdidos por morte

prematura (YLL-Years of Life Lost) os vividos com incapacidade (YLD - Years Life

with Disability) e identificou elevada carga das doenccedilas natildeo transmissiacuteveis 663

(DALY por 1000 habitantes proporcional por causas) 7

11

Quando os autores expotildeem o ldquorankingrdquo pelos indicadores DALY YLD YLL e

oacutebitos observam-se

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 2004

DALY POSTO YLD POSTO YLL POSTO OacuteBITOS POSTO

DOENCcedilAS NAtildeO-TRANSMISSIacuteVEIS

24867484 - 14556156 - 10311329 - 787876 -

DOENCcedilAS CARDIO-VASCULARES

4989406 2 523579 9 4465827 1 381202 1

DIABETES MELLITUS 1929362 9 1397878 5 531485 10 43811 10

DOENCcedilAS GENITO-URINAacuteRIAS

316040 19 63560 19 252480 13 19305 12

Adaptado Schramm et al7

Como consequumlecircncia do impacto gerado pelas complicaccedilotildees relacionadas agraves

doenccedilas natildeo transmissiacuteveis verifica-se o aumento de gastos para os sistemas de sauacutede e

previdecircncia os custos sociais e a perda na qualidade de vida dos indiviacuteduos acometidos

e famiacutelia 7

Dados do Ministeacuterio da Sauacutede do ano de 2006 estimam 23000000 de

portadores de diabetes mellitus e hipertensatildeo arterial Estima-se que em 621 dos

portadores de doenccedila renal crocircnica (DRC) a hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus

foram diagnosticados como sua causa base 8

Em um estudo feito no ano de 2004 onde se extrapolou atraveacutes de dados

obtidos nos Estados Unidos para casuiacutestica brasileira confirma-se que

ldquopara cada indiviacuteduo mantido em programa de diaacutelise crocircnica existiriam

20 a 25 com algum grau de disfunccedilatildeo renal ou seja cerca de 12 a 15

milhatildeo de brasileiros com doenccedila renal crocircnicardquo (Romatildeo Junior 2004

p-1)8

12

A ldquoDRC consiste em lesatildeo renal e perda progressiva e irreversiacutevel da funccedilatildeo

dos rinsrdquo Em sua fase mais avanccedilada chamada estaacutegio terminal da doenccedila renal

(ETDR) os rins natildeo conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

indiviacuteduo8 Existem dispositivos que substituem algumas funccedilotildees dos rins naqueles

indiviacuteduos que estatildeo em ETDR a diaacutelise e o transplante renal

A diaacutelise eacute uma terapia que consiste em depurar o sangue Retira metaboacutelitos

toacutexicos ao organismo e elimina o excesso de aacutegua e eletroacutelitos estabelecendo uma nova

situaccedilatildeo de equiliacutebrio atraveacutes de circulaccedilatildeo de sangue extracorpoacuterea (hemodiaacutelise) ou

atraveacutes do peritocircneo (diaacutelise peritoneal)9 Segundo a Sociedade Brasileira de

Nefrologia10 no ano de 2007 no Brasil o nuacutemero de indiviacuteduos em ETDR em diaacutelise era

de 73605 destes 91 em hemodiaacutelise e 9 em diaacutelise peritoneal

Graacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

Na medida em que a insuficiecircncia renal progride o indiviacuteduo apresenta

sintomas que interferem nas suas atividades diaacuterias e que os meacutetodos de diaacutelise natildeo

eliminam por completo11

Total de Pacientes em Tratamento Dialiacutetico por Ano

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

Pacientes

N Pacientes 42695 46557 48806 54523 59153 65121 70872 73605

jan00 jan01 jan02 jan03 jan04 jan05 jan06 jan07

13

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Agradecimentos

Ao final de mais uma etapa e iniacutecio de outras gostaria de fazer alguns

agradecimentos

Em primeiro lugar e natildeo poderia ser diferente agrave Marilia Saacute Carvalho esta mulher

dinacircmica admiraacutevel que brilha em qualquer lugar Te agradeccedilo pela paciecircncia

competecircncia ldquochamadasrdquo e cortes sempre oportunos Tive a satisfaccedilatildeo de tecirc-la como

orientadora com um bocircnus as aulas particulares de R e de Linux Me tornou mais uma

adepta ao software livre

Aos professores Maacutercia Laacutezaro de Carvalho Maria de Jesus Mendes Fonseca e

Cosme Marcelo Furtado Passos da Silva que mesmo sem perceberem me ajudaram nos

momentos difiacuteceis e de desacircnimo da minha vida

Ao professor Joseacute Hermoacutegenes Rocco Suassuna pelos dados utilizados e

aprendizado em nefrologia Sempre esclarecedor no ldquoroundrdquoda nefro

Agraves colegas de turma de Epidemiologia Geral ano 2007 especialmente as amigas

Glaacuteucia Thalita Possoli e a ldquoturminha de Niteroacuteirdquo Athamis de Mattos Berenice

Gonccedilalves e Faacutetima Lima Paula Pelos dias inteiros de trabalho em grupo e os

momentos ldquoterapecircuticosrdquo e gastronocircmicos do outro lado da Ponte

Aos colegas da nefrologia do HUPE que mesmo com os todos os obstaacuteculos

persistem fortemente em um objetivo comum prestar o melhor cuidado ao paciente

Aos amigos Seacutergio Roberto Martins de Souza Rafaela Lanzelotti Carneiro Frances

Valeacuteria Costa e Silva obrigada pelo incentivo e carinho sem vocecircs natildeo estaria aqui

nesse momento

Aos colegas da Gerecircncia de Dermatologia Sanitaacuteria- SMSDC-RJ obrigada pelo

apoio e carinho

Aos amigos Felipe Kaezer dos Santos e Gilda Regina Correcirca Pinheiro pelo apoio e

paciecircncia principalmente nos momentos de ausecircncia e crise

Agrave Lininha e Fabiana pela confianccedila por acreditar e por estarem ao meu lado em

todos os momentos da minha vida mesmo que distante

iv

ldquoO verdadeiro prazer do homem eacute fazer aquilo para que

foi criado Ele foi criado para mostrar boa vontade para

com seus semelhantes para ultrapassar os impulsos dos

sentidos para distinguir aparecircncias de realidade e para

prosseguir o estudo da Natureza universal e as suas obrasrdquo

Marco Aureacutelio Antocircnio Imperador romano 2ordm seacuteculo

Meditaccedilotildees livro8 paacuteg 90

Renascer Voltar a figurar neste teatro

num cenaacuterio novo numa outra personagem

Trocar a velha por uma nova roupagem

voltar a encenar na Terra um novo ato

Agenor

httpwwwovermundocombrperfisagenor

v

Resumo

As doenccedilas crocircnicas com prevalecircncia cada vez maior no Brasil trazem consigo a

carga da perda na qualidade de vida do indiviacuteduo o sofrimento da famiacutelia e os custos

sociais Doenccedilas cardiovasculares e o diabetes mellitus estatildeo entre as de maior

mortalidade e as mais incapacitantes A insuficiecircncia renal crocircnica se caracteriza pela

perda progressiva lenta e irreversiacutevel da funccedilatildeo dos rins e tem como causa principal a

hipertensatildeo arterial e ou diabetes mellitus Como forma de substituir algumas das

funccedilotildees renais o transplante renal se apresenta como a modalidade que busca trazer de

volta a qualidade de vida ao indiviacuteduo Mas este procedimento natildeo eacute isento de riscos

Variaacuteveis do receptor do rim como tambeacutem do doador podem interferir no tempo de

vida do indiviacuteduo transplantado

O presente trabalho estudou as variaacuteveis que interferem no tempo de sobrevida de

indiviacuteduos transplantados renais de um serviccedilo de nefrologia de hospital universitaacuterio

no Rio de Janeiro Dos indiviacuteduos desta amostra metade eacute do sexo masculino 78

realizavam hemodiaacutelise antes do transplante 32 tinham a hipertensatildeo arterial como

doenccedila de base 65 receberam o oacutergatildeo de doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas

foram mais frequentes no primeiro ano poacutes transplante No periacuteodo do estudo entre

janeiro de 2000 e outubro de 2008 13 foram a oacutebito Analisando o tempo de

sobrevida foram significativas idade do receptor e doenccedila de base Considerando o

tempo ateacute falecircncia do oacutergatildeo transplantado a realizaccedilatildeo de diaacutelise na primeira semana

poacutes transplante foi fator de risco significativo

O diabetes mellitus principal fator de risco para o oacutebito apoacutes o transplante ocorre

atualmente de forma quase epidecircmica Em nosso estudo natildeo esteve entre causas mais

frequentes O trabalho realizado permite-nos recomendar a adequada estruturaccedilatildeo dos

bancos de dados de serviccedilos de transplante de forma a permitir estrateacutegias inovadoras

para o serviccedilo e constante atualizaccedilatildeo da populaccedilatildeo acompanhada e tambeacutem aumentar o

poder desses estudos compartilhando informaccedilotildees com outros serviccedilos e pessoas

envolvidas neste campo de trabalho Ainda que o tempo de sobrevida poacutes-transplante

tenha seus limites relacionados aos fatores de risco aqui identificados a melhora na

qualidade de vida eacute fator importante na escolha desse tratamento

Palavras-chave Transplante renal anaacutelise de sobrevida doenccedila renal

vi

Abstract

Chronic diseases which prevalence in Brazil is increasing bring about losses in the

patient life quality family suffering and high social costs Cardiovascular diseases and

diabetes mellittus are among the ones with highest mortality and disabling sequelae

Chronic renal failure is defined as the slow progressive and irreversible loss of renal

function and its main cause is blood hypertension and diabetes To substitute some of

the renal functions the kidney transplant is considered to be the choice that gives back

the patient a better quality of life However this procedure is not without risk

Characteristics of the receptor and of the donor may interfere with the survival of the

transplanted patient

In this work we studied the variables that intervene on the survival time of the

individuals transplanted in a nephrology service of a university hospital in Rio de

JaneiroBrazil The individuals in the sample were evenly divided in sex 78 were into

hemodialysis before the transplant 65 received the kidney from a living donor 32

had blood hypertension as the base disease and the infectious diseases were the most

common in the first year after the procedure During the study period between January

2000 and October2008 13 of the patients died Analysis the survival time age and

base disease were the most significant Considering the time until the failure of the

transplanted organ dialysis in the first week after the surgery was a significant risk

factor Diabetes the main risk factor for death after transplant is almost epidemic

nowadays In our work it was not among the most frequent base diseases

vii

Sumaacuterio

1INTRODUCcedilAtildeO 1011Problema1512Justificativa16

2REVISAtildeO DE LITERATURA 1821Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal1822Doadores para Transplante Renal1923Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante Renal2024Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto renal2525O Tempo como objeto de interesse26

3OBJETIVOS 2931Objetivo Geral2932Objetivos Especiacuteficos29

4METODOLOGIA 3041Populaccedilatildeo3042Desenho do Estudo3043Local do Estudo3044Fonte dos Dados3245Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados33RESUMO34INTRODUCcedilAtildeO35METODOLOGIA36RESULTADOS37DISCUSSAtildeO45CONCLUSOtildeES47REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS48

5Comentaacuterios Finais 51Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante 60Anexo 2 Tabela de sobrevida no percenti l 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto 63Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis 65

Iacutendice Quadros

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 20045Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor19

Iacutendice de GraacuteficosGraacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-20076Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 20078Graacutefico 1 (Artigo)Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito40Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto (anexo3)65

Iacutendice de TabelasTabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto35Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal efeito bruto e controlado por idade38Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal38Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto(anexo3) 63

1INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo do perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo brasileira aponta para o

peso das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT)1 Tais doenccedilas por

caracteriacutesticas que lhe satildeo peculiares muitas vezes determinam lesatildeo de oacutergatildeos vitais A

observaccedilatildeo da dinacircmica da transiccedilatildeo demograacutefica e da transiccedilatildeo epidemioloacutegica implica

em dizer que atualmente parte da populaccedilatildeo mundial vem sendo acometida pelas

DCNT que substituem as doenccedilas infecto-parasitaacuterias como principal causa de

morbidade e mortalidade da populaccedilatildeo adulta Aleacutem do processo de envelhecimento da

populaccedilatildeo essas doenccedilas satildeo sabidamente consequecircncias da adoccedilatildeo de determinados

haacutebitos estilos de vida e agravamento da crise econocircmica mundial que refletem nas

condiccedilotildees sociais e do meio ambiente 2

A questatildeo da transiccedilatildeo demograacutefica onde a fecundidade a mortalidade e a

migraccedilatildeo interferiram na dinacircmica da composiccedilatildeo da populaccedilatildeo teve como

caracteriacutesticas acontecer de modo lento e gradual em paiacuteses desenvolvidos enquanto que

no Brasil esta se deu de maneira raacutepida com a queda da mortalidade geral e infantil

acompanhada posteriormente da queda da natalidade 34 Na deacutecada de 70 verifica-se a

queda das taxas de mortalidade geral e infantil e comeccedila a se observar o decliacutenio da taxa

de natalidade freando o crescimento populacional e modificando sua estrutura etaacuteria

Observa-se o envelhecimento lento e gradual da populaccedilatildeo como tambeacutem reflexos na

vida meacutedia ao nascer e esperanccedila de vida 4

Chama atenccedilatildeo de que muitas doenccedilas natildeo transmissiacuteveis ou acontecimentos

que as originam tecircm suas raiacutezes nos estilos de vida fiacutesico e social portanto podem ser

prevenidas ou controladas se seus determinantes forem detectados precocemente As

DCNT podem trazer mudanccedilas nas atividades diaacuterias do indiviacuteduo em diferentes graus

ou levar agrave dependecircncia de tecnologias avanccediladas durante a vida Alguns portadores

assumem a condiccedilatildeo de ldquopessoa doenterdquo enquanto outros natildeo se consideram e vivem

como sadios

10

A histoacuteria natural das DCNT eacute constituiacuteda de quatro etapas 5

1ordf Momento da aquisiccedilatildeo do primeiro fator de risco

2ordf Iniacutecio do processo patoloacutegico com irreversibilidade

3ordf Detecccedilatildeo da doenccedila por meios de sinais e sintomas cliacutenicos

4ordf Resultado da doenccedila recuperaccedilatildeo remissatildeo mudanccedila de gravidade ou

oacutebito

Esse processo eacute longo com interaccedilatildeo de fatores etioloacutegicos diversos

conhecidos e desconhecidos conjunto de fatores de riscos que possuem ligaccedilatildeo ou nexo

entre si longo tempo de latecircncia como tambeacutem de periacuteodo assintomaacutetico manifestaccedilotildees

cliacutenicas com remissatildeo e exacerbaccedilatildeo evoluccedilatildeo com graus de incapacidade ou morte

Dentre as DCNT a hipertensatildeo arterial e o diabetes mellitus merecem lugar de

destaque Programas do Ministeacuterio da Sauacutede apontam entre outras propostas accedilotildees de

prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria voltadas para o diagnoacutestico e tratamento precoce

evitando lesatildeo de oacutergatildeos vitais para o funcionamento do corpo humano que incapacitam

e limitam atividades do cotidiano Tais lesotildees implicam na utilizaccedilatildeo de tratamentos

especializados e de custo elevado para manutenccedilatildeo da vida aleacutem de sofrimento para a

populaccedilatildeo atingida 6

O estudo de carga de doenccedilas no Brasil utilizou o indicador DALY (Disability-

Adjusted Life Years) que mede o impacto dos anos de vida perdidos por morte

prematura (YLL-Years of Life Lost) os vividos com incapacidade (YLD - Years Life

with Disability) e identificou elevada carga das doenccedilas natildeo transmissiacuteveis 663

(DALY por 1000 habitantes proporcional por causas) 7

11

Quando os autores expotildeem o ldquorankingrdquo pelos indicadores DALY YLD YLL e

oacutebitos observam-se

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 2004

DALY POSTO YLD POSTO YLL POSTO OacuteBITOS POSTO

DOENCcedilAS NAtildeO-TRANSMISSIacuteVEIS

24867484 - 14556156 - 10311329 - 787876 -

DOENCcedilAS CARDIO-VASCULARES

4989406 2 523579 9 4465827 1 381202 1

DIABETES MELLITUS 1929362 9 1397878 5 531485 10 43811 10

DOENCcedilAS GENITO-URINAacuteRIAS

316040 19 63560 19 252480 13 19305 12

Adaptado Schramm et al7

Como consequumlecircncia do impacto gerado pelas complicaccedilotildees relacionadas agraves

doenccedilas natildeo transmissiacuteveis verifica-se o aumento de gastos para os sistemas de sauacutede e

previdecircncia os custos sociais e a perda na qualidade de vida dos indiviacuteduos acometidos

e famiacutelia 7

Dados do Ministeacuterio da Sauacutede do ano de 2006 estimam 23000000 de

portadores de diabetes mellitus e hipertensatildeo arterial Estima-se que em 621 dos

portadores de doenccedila renal crocircnica (DRC) a hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus

foram diagnosticados como sua causa base 8

Em um estudo feito no ano de 2004 onde se extrapolou atraveacutes de dados

obtidos nos Estados Unidos para casuiacutestica brasileira confirma-se que

ldquopara cada indiviacuteduo mantido em programa de diaacutelise crocircnica existiriam

20 a 25 com algum grau de disfunccedilatildeo renal ou seja cerca de 12 a 15

milhatildeo de brasileiros com doenccedila renal crocircnicardquo (Romatildeo Junior 2004

p-1)8

12

A ldquoDRC consiste em lesatildeo renal e perda progressiva e irreversiacutevel da funccedilatildeo

dos rinsrdquo Em sua fase mais avanccedilada chamada estaacutegio terminal da doenccedila renal

(ETDR) os rins natildeo conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

indiviacuteduo8 Existem dispositivos que substituem algumas funccedilotildees dos rins naqueles

indiviacuteduos que estatildeo em ETDR a diaacutelise e o transplante renal

A diaacutelise eacute uma terapia que consiste em depurar o sangue Retira metaboacutelitos

toacutexicos ao organismo e elimina o excesso de aacutegua e eletroacutelitos estabelecendo uma nova

situaccedilatildeo de equiliacutebrio atraveacutes de circulaccedilatildeo de sangue extracorpoacuterea (hemodiaacutelise) ou

atraveacutes do peritocircneo (diaacutelise peritoneal)9 Segundo a Sociedade Brasileira de

Nefrologia10 no ano de 2007 no Brasil o nuacutemero de indiviacuteduos em ETDR em diaacutelise era

de 73605 destes 91 em hemodiaacutelise e 9 em diaacutelise peritoneal

Graacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

Na medida em que a insuficiecircncia renal progride o indiviacuteduo apresenta

sintomas que interferem nas suas atividades diaacuterias e que os meacutetodos de diaacutelise natildeo

eliminam por completo11

Total de Pacientes em Tratamento Dialiacutetico por Ano

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

Pacientes

N Pacientes 42695 46557 48806 54523 59153 65121 70872 73605

jan00 jan01 jan02 jan03 jan04 jan05 jan06 jan07

13

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

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living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

ldquoO verdadeiro prazer do homem eacute fazer aquilo para que

foi criado Ele foi criado para mostrar boa vontade para

com seus semelhantes para ultrapassar os impulsos dos

sentidos para distinguir aparecircncias de realidade e para

prosseguir o estudo da Natureza universal e as suas obrasrdquo

Marco Aureacutelio Antocircnio Imperador romano 2ordm seacuteculo

Meditaccedilotildees livro8 paacuteg 90

Renascer Voltar a figurar neste teatro

num cenaacuterio novo numa outra personagem

Trocar a velha por uma nova roupagem

voltar a encenar na Terra um novo ato

Agenor

httpwwwovermundocombrperfisagenor

v

Resumo

As doenccedilas crocircnicas com prevalecircncia cada vez maior no Brasil trazem consigo a

carga da perda na qualidade de vida do indiviacuteduo o sofrimento da famiacutelia e os custos

sociais Doenccedilas cardiovasculares e o diabetes mellitus estatildeo entre as de maior

mortalidade e as mais incapacitantes A insuficiecircncia renal crocircnica se caracteriza pela

perda progressiva lenta e irreversiacutevel da funccedilatildeo dos rins e tem como causa principal a

hipertensatildeo arterial e ou diabetes mellitus Como forma de substituir algumas das

funccedilotildees renais o transplante renal se apresenta como a modalidade que busca trazer de

volta a qualidade de vida ao indiviacuteduo Mas este procedimento natildeo eacute isento de riscos

Variaacuteveis do receptor do rim como tambeacutem do doador podem interferir no tempo de

vida do indiviacuteduo transplantado

O presente trabalho estudou as variaacuteveis que interferem no tempo de sobrevida de

indiviacuteduos transplantados renais de um serviccedilo de nefrologia de hospital universitaacuterio

no Rio de Janeiro Dos indiviacuteduos desta amostra metade eacute do sexo masculino 78

realizavam hemodiaacutelise antes do transplante 32 tinham a hipertensatildeo arterial como

doenccedila de base 65 receberam o oacutergatildeo de doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas

foram mais frequentes no primeiro ano poacutes transplante No periacuteodo do estudo entre

janeiro de 2000 e outubro de 2008 13 foram a oacutebito Analisando o tempo de

sobrevida foram significativas idade do receptor e doenccedila de base Considerando o

tempo ateacute falecircncia do oacutergatildeo transplantado a realizaccedilatildeo de diaacutelise na primeira semana

poacutes transplante foi fator de risco significativo

O diabetes mellitus principal fator de risco para o oacutebito apoacutes o transplante ocorre

atualmente de forma quase epidecircmica Em nosso estudo natildeo esteve entre causas mais

frequentes O trabalho realizado permite-nos recomendar a adequada estruturaccedilatildeo dos

bancos de dados de serviccedilos de transplante de forma a permitir estrateacutegias inovadoras

para o serviccedilo e constante atualizaccedilatildeo da populaccedilatildeo acompanhada e tambeacutem aumentar o

poder desses estudos compartilhando informaccedilotildees com outros serviccedilos e pessoas

envolvidas neste campo de trabalho Ainda que o tempo de sobrevida poacutes-transplante

tenha seus limites relacionados aos fatores de risco aqui identificados a melhora na

qualidade de vida eacute fator importante na escolha desse tratamento

Palavras-chave Transplante renal anaacutelise de sobrevida doenccedila renal

vi

Abstract

Chronic diseases which prevalence in Brazil is increasing bring about losses in the

patient life quality family suffering and high social costs Cardiovascular diseases and

diabetes mellittus are among the ones with highest mortality and disabling sequelae

Chronic renal failure is defined as the slow progressive and irreversible loss of renal

function and its main cause is blood hypertension and diabetes To substitute some of

the renal functions the kidney transplant is considered to be the choice that gives back

the patient a better quality of life However this procedure is not without risk

Characteristics of the receptor and of the donor may interfere with the survival of the

transplanted patient

In this work we studied the variables that intervene on the survival time of the

individuals transplanted in a nephrology service of a university hospital in Rio de

JaneiroBrazil The individuals in the sample were evenly divided in sex 78 were into

hemodialysis before the transplant 65 received the kidney from a living donor 32

had blood hypertension as the base disease and the infectious diseases were the most

common in the first year after the procedure During the study period between January

2000 and October2008 13 of the patients died Analysis the survival time age and

base disease were the most significant Considering the time until the failure of the

transplanted organ dialysis in the first week after the surgery was a significant risk

factor Diabetes the main risk factor for death after transplant is almost epidemic

nowadays In our work it was not among the most frequent base diseases

vii

Sumaacuterio

1INTRODUCcedilAtildeO 1011Problema1512Justificativa16

2REVISAtildeO DE LITERATURA 1821Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal1822Doadores para Transplante Renal1923Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante Renal2024Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto renal2525O Tempo como objeto de interesse26

3OBJETIVOS 2931Objetivo Geral2932Objetivos Especiacuteficos29

4METODOLOGIA 3041Populaccedilatildeo3042Desenho do Estudo3043Local do Estudo3044Fonte dos Dados3245Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados33RESUMO34INTRODUCcedilAtildeO35METODOLOGIA36RESULTADOS37DISCUSSAtildeO45CONCLUSOtildeES47REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS48

5Comentaacuterios Finais 51Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante 60Anexo 2 Tabela de sobrevida no percenti l 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto 63Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis 65

Iacutendice Quadros

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 20045Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor19

Iacutendice de GraacuteficosGraacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-20076Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 20078Graacutefico 1 (Artigo)Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito40Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto (anexo3)65

Iacutendice de TabelasTabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto35Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal efeito bruto e controlado por idade38Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal38Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto(anexo3) 63

1INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo do perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo brasileira aponta para o

peso das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT)1 Tais doenccedilas por

caracteriacutesticas que lhe satildeo peculiares muitas vezes determinam lesatildeo de oacutergatildeos vitais A

observaccedilatildeo da dinacircmica da transiccedilatildeo demograacutefica e da transiccedilatildeo epidemioloacutegica implica

em dizer que atualmente parte da populaccedilatildeo mundial vem sendo acometida pelas

DCNT que substituem as doenccedilas infecto-parasitaacuterias como principal causa de

morbidade e mortalidade da populaccedilatildeo adulta Aleacutem do processo de envelhecimento da

populaccedilatildeo essas doenccedilas satildeo sabidamente consequecircncias da adoccedilatildeo de determinados

haacutebitos estilos de vida e agravamento da crise econocircmica mundial que refletem nas

condiccedilotildees sociais e do meio ambiente 2

A questatildeo da transiccedilatildeo demograacutefica onde a fecundidade a mortalidade e a

migraccedilatildeo interferiram na dinacircmica da composiccedilatildeo da populaccedilatildeo teve como

caracteriacutesticas acontecer de modo lento e gradual em paiacuteses desenvolvidos enquanto que

no Brasil esta se deu de maneira raacutepida com a queda da mortalidade geral e infantil

acompanhada posteriormente da queda da natalidade 34 Na deacutecada de 70 verifica-se a

queda das taxas de mortalidade geral e infantil e comeccedila a se observar o decliacutenio da taxa

de natalidade freando o crescimento populacional e modificando sua estrutura etaacuteria

Observa-se o envelhecimento lento e gradual da populaccedilatildeo como tambeacutem reflexos na

vida meacutedia ao nascer e esperanccedila de vida 4

Chama atenccedilatildeo de que muitas doenccedilas natildeo transmissiacuteveis ou acontecimentos

que as originam tecircm suas raiacutezes nos estilos de vida fiacutesico e social portanto podem ser

prevenidas ou controladas se seus determinantes forem detectados precocemente As

DCNT podem trazer mudanccedilas nas atividades diaacuterias do indiviacuteduo em diferentes graus

ou levar agrave dependecircncia de tecnologias avanccediladas durante a vida Alguns portadores

assumem a condiccedilatildeo de ldquopessoa doenterdquo enquanto outros natildeo se consideram e vivem

como sadios

10

A histoacuteria natural das DCNT eacute constituiacuteda de quatro etapas 5

1ordf Momento da aquisiccedilatildeo do primeiro fator de risco

2ordf Iniacutecio do processo patoloacutegico com irreversibilidade

3ordf Detecccedilatildeo da doenccedila por meios de sinais e sintomas cliacutenicos

4ordf Resultado da doenccedila recuperaccedilatildeo remissatildeo mudanccedila de gravidade ou

oacutebito

Esse processo eacute longo com interaccedilatildeo de fatores etioloacutegicos diversos

conhecidos e desconhecidos conjunto de fatores de riscos que possuem ligaccedilatildeo ou nexo

entre si longo tempo de latecircncia como tambeacutem de periacuteodo assintomaacutetico manifestaccedilotildees

cliacutenicas com remissatildeo e exacerbaccedilatildeo evoluccedilatildeo com graus de incapacidade ou morte

Dentre as DCNT a hipertensatildeo arterial e o diabetes mellitus merecem lugar de

destaque Programas do Ministeacuterio da Sauacutede apontam entre outras propostas accedilotildees de

prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria voltadas para o diagnoacutestico e tratamento precoce

evitando lesatildeo de oacutergatildeos vitais para o funcionamento do corpo humano que incapacitam

e limitam atividades do cotidiano Tais lesotildees implicam na utilizaccedilatildeo de tratamentos

especializados e de custo elevado para manutenccedilatildeo da vida aleacutem de sofrimento para a

populaccedilatildeo atingida 6

O estudo de carga de doenccedilas no Brasil utilizou o indicador DALY (Disability-

Adjusted Life Years) que mede o impacto dos anos de vida perdidos por morte

prematura (YLL-Years of Life Lost) os vividos com incapacidade (YLD - Years Life

with Disability) e identificou elevada carga das doenccedilas natildeo transmissiacuteveis 663

(DALY por 1000 habitantes proporcional por causas) 7

11

Quando os autores expotildeem o ldquorankingrdquo pelos indicadores DALY YLD YLL e

oacutebitos observam-se

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 2004

DALY POSTO YLD POSTO YLL POSTO OacuteBITOS POSTO

DOENCcedilAS NAtildeO-TRANSMISSIacuteVEIS

24867484 - 14556156 - 10311329 - 787876 -

DOENCcedilAS CARDIO-VASCULARES

4989406 2 523579 9 4465827 1 381202 1

DIABETES MELLITUS 1929362 9 1397878 5 531485 10 43811 10

DOENCcedilAS GENITO-URINAacuteRIAS

316040 19 63560 19 252480 13 19305 12

Adaptado Schramm et al7

Como consequumlecircncia do impacto gerado pelas complicaccedilotildees relacionadas agraves

doenccedilas natildeo transmissiacuteveis verifica-se o aumento de gastos para os sistemas de sauacutede e

previdecircncia os custos sociais e a perda na qualidade de vida dos indiviacuteduos acometidos

e famiacutelia 7

Dados do Ministeacuterio da Sauacutede do ano de 2006 estimam 23000000 de

portadores de diabetes mellitus e hipertensatildeo arterial Estima-se que em 621 dos

portadores de doenccedila renal crocircnica (DRC) a hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus

foram diagnosticados como sua causa base 8

Em um estudo feito no ano de 2004 onde se extrapolou atraveacutes de dados

obtidos nos Estados Unidos para casuiacutestica brasileira confirma-se que

ldquopara cada indiviacuteduo mantido em programa de diaacutelise crocircnica existiriam

20 a 25 com algum grau de disfunccedilatildeo renal ou seja cerca de 12 a 15

milhatildeo de brasileiros com doenccedila renal crocircnicardquo (Romatildeo Junior 2004

p-1)8

12

A ldquoDRC consiste em lesatildeo renal e perda progressiva e irreversiacutevel da funccedilatildeo

dos rinsrdquo Em sua fase mais avanccedilada chamada estaacutegio terminal da doenccedila renal

(ETDR) os rins natildeo conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

indiviacuteduo8 Existem dispositivos que substituem algumas funccedilotildees dos rins naqueles

indiviacuteduos que estatildeo em ETDR a diaacutelise e o transplante renal

A diaacutelise eacute uma terapia que consiste em depurar o sangue Retira metaboacutelitos

toacutexicos ao organismo e elimina o excesso de aacutegua e eletroacutelitos estabelecendo uma nova

situaccedilatildeo de equiliacutebrio atraveacutes de circulaccedilatildeo de sangue extracorpoacuterea (hemodiaacutelise) ou

atraveacutes do peritocircneo (diaacutelise peritoneal)9 Segundo a Sociedade Brasileira de

Nefrologia10 no ano de 2007 no Brasil o nuacutemero de indiviacuteduos em ETDR em diaacutelise era

de 73605 destes 91 em hemodiaacutelise e 9 em diaacutelise peritoneal

Graacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

Na medida em que a insuficiecircncia renal progride o indiviacuteduo apresenta

sintomas que interferem nas suas atividades diaacuterias e que os meacutetodos de diaacutelise natildeo

eliminam por completo11

Total de Pacientes em Tratamento Dialiacutetico por Ano

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

Pacientes

N Pacientes 42695 46557 48806 54523 59153 65121 70872 73605

jan00 jan01 jan02 jan03 jan04 jan05 jan06 jan07

13

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Resumo

As doenccedilas crocircnicas com prevalecircncia cada vez maior no Brasil trazem consigo a

carga da perda na qualidade de vida do indiviacuteduo o sofrimento da famiacutelia e os custos

sociais Doenccedilas cardiovasculares e o diabetes mellitus estatildeo entre as de maior

mortalidade e as mais incapacitantes A insuficiecircncia renal crocircnica se caracteriza pela

perda progressiva lenta e irreversiacutevel da funccedilatildeo dos rins e tem como causa principal a

hipertensatildeo arterial e ou diabetes mellitus Como forma de substituir algumas das

funccedilotildees renais o transplante renal se apresenta como a modalidade que busca trazer de

volta a qualidade de vida ao indiviacuteduo Mas este procedimento natildeo eacute isento de riscos

Variaacuteveis do receptor do rim como tambeacutem do doador podem interferir no tempo de

vida do indiviacuteduo transplantado

O presente trabalho estudou as variaacuteveis que interferem no tempo de sobrevida de

indiviacuteduos transplantados renais de um serviccedilo de nefrologia de hospital universitaacuterio

no Rio de Janeiro Dos indiviacuteduos desta amostra metade eacute do sexo masculino 78

realizavam hemodiaacutelise antes do transplante 32 tinham a hipertensatildeo arterial como

doenccedila de base 65 receberam o oacutergatildeo de doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas

foram mais frequentes no primeiro ano poacutes transplante No periacuteodo do estudo entre

janeiro de 2000 e outubro de 2008 13 foram a oacutebito Analisando o tempo de

sobrevida foram significativas idade do receptor e doenccedila de base Considerando o

tempo ateacute falecircncia do oacutergatildeo transplantado a realizaccedilatildeo de diaacutelise na primeira semana

poacutes transplante foi fator de risco significativo

O diabetes mellitus principal fator de risco para o oacutebito apoacutes o transplante ocorre

atualmente de forma quase epidecircmica Em nosso estudo natildeo esteve entre causas mais

frequentes O trabalho realizado permite-nos recomendar a adequada estruturaccedilatildeo dos

bancos de dados de serviccedilos de transplante de forma a permitir estrateacutegias inovadoras

para o serviccedilo e constante atualizaccedilatildeo da populaccedilatildeo acompanhada e tambeacutem aumentar o

poder desses estudos compartilhando informaccedilotildees com outros serviccedilos e pessoas

envolvidas neste campo de trabalho Ainda que o tempo de sobrevida poacutes-transplante

tenha seus limites relacionados aos fatores de risco aqui identificados a melhora na

qualidade de vida eacute fator importante na escolha desse tratamento

Palavras-chave Transplante renal anaacutelise de sobrevida doenccedila renal

vi

Abstract

Chronic diseases which prevalence in Brazil is increasing bring about losses in the

patient life quality family suffering and high social costs Cardiovascular diseases and

diabetes mellittus are among the ones with highest mortality and disabling sequelae

Chronic renal failure is defined as the slow progressive and irreversible loss of renal

function and its main cause is blood hypertension and diabetes To substitute some of

the renal functions the kidney transplant is considered to be the choice that gives back

the patient a better quality of life However this procedure is not without risk

Characteristics of the receptor and of the donor may interfere with the survival of the

transplanted patient

In this work we studied the variables that intervene on the survival time of the

individuals transplanted in a nephrology service of a university hospital in Rio de

JaneiroBrazil The individuals in the sample were evenly divided in sex 78 were into

hemodialysis before the transplant 65 received the kidney from a living donor 32

had blood hypertension as the base disease and the infectious diseases were the most

common in the first year after the procedure During the study period between January

2000 and October2008 13 of the patients died Analysis the survival time age and

base disease were the most significant Considering the time until the failure of the

transplanted organ dialysis in the first week after the surgery was a significant risk

factor Diabetes the main risk factor for death after transplant is almost epidemic

nowadays In our work it was not among the most frequent base diseases

vii

Sumaacuterio

1INTRODUCcedilAtildeO 1011Problema1512Justificativa16

2REVISAtildeO DE LITERATURA 1821Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal1822Doadores para Transplante Renal1923Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante Renal2024Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto renal2525O Tempo como objeto de interesse26

3OBJETIVOS 2931Objetivo Geral2932Objetivos Especiacuteficos29

4METODOLOGIA 3041Populaccedilatildeo3042Desenho do Estudo3043Local do Estudo3044Fonte dos Dados3245Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados33RESUMO34INTRODUCcedilAtildeO35METODOLOGIA36RESULTADOS37DISCUSSAtildeO45CONCLUSOtildeES47REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS48

5Comentaacuterios Finais 51Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante 60Anexo 2 Tabela de sobrevida no percenti l 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto 63Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis 65

Iacutendice Quadros

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 20045Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor19

Iacutendice de GraacuteficosGraacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-20076Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 20078Graacutefico 1 (Artigo)Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito40Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto (anexo3)65

Iacutendice de TabelasTabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto35Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal efeito bruto e controlado por idade38Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal38Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto(anexo3) 63

1INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo do perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo brasileira aponta para o

peso das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT)1 Tais doenccedilas por

caracteriacutesticas que lhe satildeo peculiares muitas vezes determinam lesatildeo de oacutergatildeos vitais A

observaccedilatildeo da dinacircmica da transiccedilatildeo demograacutefica e da transiccedilatildeo epidemioloacutegica implica

em dizer que atualmente parte da populaccedilatildeo mundial vem sendo acometida pelas

DCNT que substituem as doenccedilas infecto-parasitaacuterias como principal causa de

morbidade e mortalidade da populaccedilatildeo adulta Aleacutem do processo de envelhecimento da

populaccedilatildeo essas doenccedilas satildeo sabidamente consequecircncias da adoccedilatildeo de determinados

haacutebitos estilos de vida e agravamento da crise econocircmica mundial que refletem nas

condiccedilotildees sociais e do meio ambiente 2

A questatildeo da transiccedilatildeo demograacutefica onde a fecundidade a mortalidade e a

migraccedilatildeo interferiram na dinacircmica da composiccedilatildeo da populaccedilatildeo teve como

caracteriacutesticas acontecer de modo lento e gradual em paiacuteses desenvolvidos enquanto que

no Brasil esta se deu de maneira raacutepida com a queda da mortalidade geral e infantil

acompanhada posteriormente da queda da natalidade 34 Na deacutecada de 70 verifica-se a

queda das taxas de mortalidade geral e infantil e comeccedila a se observar o decliacutenio da taxa

de natalidade freando o crescimento populacional e modificando sua estrutura etaacuteria

Observa-se o envelhecimento lento e gradual da populaccedilatildeo como tambeacutem reflexos na

vida meacutedia ao nascer e esperanccedila de vida 4

Chama atenccedilatildeo de que muitas doenccedilas natildeo transmissiacuteveis ou acontecimentos

que as originam tecircm suas raiacutezes nos estilos de vida fiacutesico e social portanto podem ser

prevenidas ou controladas se seus determinantes forem detectados precocemente As

DCNT podem trazer mudanccedilas nas atividades diaacuterias do indiviacuteduo em diferentes graus

ou levar agrave dependecircncia de tecnologias avanccediladas durante a vida Alguns portadores

assumem a condiccedilatildeo de ldquopessoa doenterdquo enquanto outros natildeo se consideram e vivem

como sadios

10

A histoacuteria natural das DCNT eacute constituiacuteda de quatro etapas 5

1ordf Momento da aquisiccedilatildeo do primeiro fator de risco

2ordf Iniacutecio do processo patoloacutegico com irreversibilidade

3ordf Detecccedilatildeo da doenccedila por meios de sinais e sintomas cliacutenicos

4ordf Resultado da doenccedila recuperaccedilatildeo remissatildeo mudanccedila de gravidade ou

oacutebito

Esse processo eacute longo com interaccedilatildeo de fatores etioloacutegicos diversos

conhecidos e desconhecidos conjunto de fatores de riscos que possuem ligaccedilatildeo ou nexo

entre si longo tempo de latecircncia como tambeacutem de periacuteodo assintomaacutetico manifestaccedilotildees

cliacutenicas com remissatildeo e exacerbaccedilatildeo evoluccedilatildeo com graus de incapacidade ou morte

Dentre as DCNT a hipertensatildeo arterial e o diabetes mellitus merecem lugar de

destaque Programas do Ministeacuterio da Sauacutede apontam entre outras propostas accedilotildees de

prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria voltadas para o diagnoacutestico e tratamento precoce

evitando lesatildeo de oacutergatildeos vitais para o funcionamento do corpo humano que incapacitam

e limitam atividades do cotidiano Tais lesotildees implicam na utilizaccedilatildeo de tratamentos

especializados e de custo elevado para manutenccedilatildeo da vida aleacutem de sofrimento para a

populaccedilatildeo atingida 6

O estudo de carga de doenccedilas no Brasil utilizou o indicador DALY (Disability-

Adjusted Life Years) que mede o impacto dos anos de vida perdidos por morte

prematura (YLL-Years of Life Lost) os vividos com incapacidade (YLD - Years Life

with Disability) e identificou elevada carga das doenccedilas natildeo transmissiacuteveis 663

(DALY por 1000 habitantes proporcional por causas) 7

11

Quando os autores expotildeem o ldquorankingrdquo pelos indicadores DALY YLD YLL e

oacutebitos observam-se

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 2004

DALY POSTO YLD POSTO YLL POSTO OacuteBITOS POSTO

DOENCcedilAS NAtildeO-TRANSMISSIacuteVEIS

24867484 - 14556156 - 10311329 - 787876 -

DOENCcedilAS CARDIO-VASCULARES

4989406 2 523579 9 4465827 1 381202 1

DIABETES MELLITUS 1929362 9 1397878 5 531485 10 43811 10

DOENCcedilAS GENITO-URINAacuteRIAS

316040 19 63560 19 252480 13 19305 12

Adaptado Schramm et al7

Como consequumlecircncia do impacto gerado pelas complicaccedilotildees relacionadas agraves

doenccedilas natildeo transmissiacuteveis verifica-se o aumento de gastos para os sistemas de sauacutede e

previdecircncia os custos sociais e a perda na qualidade de vida dos indiviacuteduos acometidos

e famiacutelia 7

Dados do Ministeacuterio da Sauacutede do ano de 2006 estimam 23000000 de

portadores de diabetes mellitus e hipertensatildeo arterial Estima-se que em 621 dos

portadores de doenccedila renal crocircnica (DRC) a hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus

foram diagnosticados como sua causa base 8

Em um estudo feito no ano de 2004 onde se extrapolou atraveacutes de dados

obtidos nos Estados Unidos para casuiacutestica brasileira confirma-se que

ldquopara cada indiviacuteduo mantido em programa de diaacutelise crocircnica existiriam

20 a 25 com algum grau de disfunccedilatildeo renal ou seja cerca de 12 a 15

milhatildeo de brasileiros com doenccedila renal crocircnicardquo (Romatildeo Junior 2004

p-1)8

12

A ldquoDRC consiste em lesatildeo renal e perda progressiva e irreversiacutevel da funccedilatildeo

dos rinsrdquo Em sua fase mais avanccedilada chamada estaacutegio terminal da doenccedila renal

(ETDR) os rins natildeo conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

indiviacuteduo8 Existem dispositivos que substituem algumas funccedilotildees dos rins naqueles

indiviacuteduos que estatildeo em ETDR a diaacutelise e o transplante renal

A diaacutelise eacute uma terapia que consiste em depurar o sangue Retira metaboacutelitos

toacutexicos ao organismo e elimina o excesso de aacutegua e eletroacutelitos estabelecendo uma nova

situaccedilatildeo de equiliacutebrio atraveacutes de circulaccedilatildeo de sangue extracorpoacuterea (hemodiaacutelise) ou

atraveacutes do peritocircneo (diaacutelise peritoneal)9 Segundo a Sociedade Brasileira de

Nefrologia10 no ano de 2007 no Brasil o nuacutemero de indiviacuteduos em ETDR em diaacutelise era

de 73605 destes 91 em hemodiaacutelise e 9 em diaacutelise peritoneal

Graacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

Na medida em que a insuficiecircncia renal progride o indiviacuteduo apresenta

sintomas que interferem nas suas atividades diaacuterias e que os meacutetodos de diaacutelise natildeo

eliminam por completo11

Total de Pacientes em Tratamento Dialiacutetico por Ano

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

Pacientes

N Pacientes 42695 46557 48806 54523 59153 65121 70872 73605

jan00 jan01 jan02 jan03 jan04 jan05 jan06 jan07

13

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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sobrevida em longo prazo de transplantados renais J Bras Nefrol 2002 24(3)

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27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

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28 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied

to living donor kidney transplantation computer method sand programs in

biomedicine 90 (2008) 217ndash229

29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

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32 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo de Transplantes httpdtr2001saudegovbr

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httpdtr2001saudegovbrtransplantesportarialei10211htm (acessado em

03032008)

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45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

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49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Abstract

Chronic diseases which prevalence in Brazil is increasing bring about losses in the

patient life quality family suffering and high social costs Cardiovascular diseases and

diabetes mellittus are among the ones with highest mortality and disabling sequelae

Chronic renal failure is defined as the slow progressive and irreversible loss of renal

function and its main cause is blood hypertension and diabetes To substitute some of

the renal functions the kidney transplant is considered to be the choice that gives back

the patient a better quality of life However this procedure is not without risk

Characteristics of the receptor and of the donor may interfere with the survival of the

transplanted patient

In this work we studied the variables that intervene on the survival time of the

individuals transplanted in a nephrology service of a university hospital in Rio de

JaneiroBrazil The individuals in the sample were evenly divided in sex 78 were into

hemodialysis before the transplant 65 received the kidney from a living donor 32

had blood hypertension as the base disease and the infectious diseases were the most

common in the first year after the procedure During the study period between January

2000 and October2008 13 of the patients died Analysis the survival time age and

base disease were the most significant Considering the time until the failure of the

transplanted organ dialysis in the first week after the surgery was a significant risk

factor Diabetes the main risk factor for death after transplant is almost epidemic

nowadays In our work it was not among the most frequent base diseases

vii

Sumaacuterio

1INTRODUCcedilAtildeO 1011Problema1512Justificativa16

2REVISAtildeO DE LITERATURA 1821Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal1822Doadores para Transplante Renal1923Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante Renal2024Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto renal2525O Tempo como objeto de interesse26

3OBJETIVOS 2931Objetivo Geral2932Objetivos Especiacuteficos29

4METODOLOGIA 3041Populaccedilatildeo3042Desenho do Estudo3043Local do Estudo3044Fonte dos Dados3245Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados33RESUMO34INTRODUCcedilAtildeO35METODOLOGIA36RESULTADOS37DISCUSSAtildeO45CONCLUSOtildeES47REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS48

5Comentaacuterios Finais 51Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante 60Anexo 2 Tabela de sobrevida no percenti l 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto 63Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis 65

Iacutendice Quadros

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 20045Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor19

Iacutendice de GraacuteficosGraacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-20076Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 20078Graacutefico 1 (Artigo)Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito40Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto (anexo3)65

Iacutendice de TabelasTabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto35Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal efeito bruto e controlado por idade38Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal38Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto(anexo3) 63

1INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo do perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo brasileira aponta para o

peso das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT)1 Tais doenccedilas por

caracteriacutesticas que lhe satildeo peculiares muitas vezes determinam lesatildeo de oacutergatildeos vitais A

observaccedilatildeo da dinacircmica da transiccedilatildeo demograacutefica e da transiccedilatildeo epidemioloacutegica implica

em dizer que atualmente parte da populaccedilatildeo mundial vem sendo acometida pelas

DCNT que substituem as doenccedilas infecto-parasitaacuterias como principal causa de

morbidade e mortalidade da populaccedilatildeo adulta Aleacutem do processo de envelhecimento da

populaccedilatildeo essas doenccedilas satildeo sabidamente consequecircncias da adoccedilatildeo de determinados

haacutebitos estilos de vida e agravamento da crise econocircmica mundial que refletem nas

condiccedilotildees sociais e do meio ambiente 2

A questatildeo da transiccedilatildeo demograacutefica onde a fecundidade a mortalidade e a

migraccedilatildeo interferiram na dinacircmica da composiccedilatildeo da populaccedilatildeo teve como

caracteriacutesticas acontecer de modo lento e gradual em paiacuteses desenvolvidos enquanto que

no Brasil esta se deu de maneira raacutepida com a queda da mortalidade geral e infantil

acompanhada posteriormente da queda da natalidade 34 Na deacutecada de 70 verifica-se a

queda das taxas de mortalidade geral e infantil e comeccedila a se observar o decliacutenio da taxa

de natalidade freando o crescimento populacional e modificando sua estrutura etaacuteria

Observa-se o envelhecimento lento e gradual da populaccedilatildeo como tambeacutem reflexos na

vida meacutedia ao nascer e esperanccedila de vida 4

Chama atenccedilatildeo de que muitas doenccedilas natildeo transmissiacuteveis ou acontecimentos

que as originam tecircm suas raiacutezes nos estilos de vida fiacutesico e social portanto podem ser

prevenidas ou controladas se seus determinantes forem detectados precocemente As

DCNT podem trazer mudanccedilas nas atividades diaacuterias do indiviacuteduo em diferentes graus

ou levar agrave dependecircncia de tecnologias avanccediladas durante a vida Alguns portadores

assumem a condiccedilatildeo de ldquopessoa doenterdquo enquanto outros natildeo se consideram e vivem

como sadios

10

A histoacuteria natural das DCNT eacute constituiacuteda de quatro etapas 5

1ordf Momento da aquisiccedilatildeo do primeiro fator de risco

2ordf Iniacutecio do processo patoloacutegico com irreversibilidade

3ordf Detecccedilatildeo da doenccedila por meios de sinais e sintomas cliacutenicos

4ordf Resultado da doenccedila recuperaccedilatildeo remissatildeo mudanccedila de gravidade ou

oacutebito

Esse processo eacute longo com interaccedilatildeo de fatores etioloacutegicos diversos

conhecidos e desconhecidos conjunto de fatores de riscos que possuem ligaccedilatildeo ou nexo

entre si longo tempo de latecircncia como tambeacutem de periacuteodo assintomaacutetico manifestaccedilotildees

cliacutenicas com remissatildeo e exacerbaccedilatildeo evoluccedilatildeo com graus de incapacidade ou morte

Dentre as DCNT a hipertensatildeo arterial e o diabetes mellitus merecem lugar de

destaque Programas do Ministeacuterio da Sauacutede apontam entre outras propostas accedilotildees de

prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria voltadas para o diagnoacutestico e tratamento precoce

evitando lesatildeo de oacutergatildeos vitais para o funcionamento do corpo humano que incapacitam

e limitam atividades do cotidiano Tais lesotildees implicam na utilizaccedilatildeo de tratamentos

especializados e de custo elevado para manutenccedilatildeo da vida aleacutem de sofrimento para a

populaccedilatildeo atingida 6

O estudo de carga de doenccedilas no Brasil utilizou o indicador DALY (Disability-

Adjusted Life Years) que mede o impacto dos anos de vida perdidos por morte

prematura (YLL-Years of Life Lost) os vividos com incapacidade (YLD - Years Life

with Disability) e identificou elevada carga das doenccedilas natildeo transmissiacuteveis 663

(DALY por 1000 habitantes proporcional por causas) 7

11

Quando os autores expotildeem o ldquorankingrdquo pelos indicadores DALY YLD YLL e

oacutebitos observam-se

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 2004

DALY POSTO YLD POSTO YLL POSTO OacuteBITOS POSTO

DOENCcedilAS NAtildeO-TRANSMISSIacuteVEIS

24867484 - 14556156 - 10311329 - 787876 -

DOENCcedilAS CARDIO-VASCULARES

4989406 2 523579 9 4465827 1 381202 1

DIABETES MELLITUS 1929362 9 1397878 5 531485 10 43811 10

DOENCcedilAS GENITO-URINAacuteRIAS

316040 19 63560 19 252480 13 19305 12

Adaptado Schramm et al7

Como consequumlecircncia do impacto gerado pelas complicaccedilotildees relacionadas agraves

doenccedilas natildeo transmissiacuteveis verifica-se o aumento de gastos para os sistemas de sauacutede e

previdecircncia os custos sociais e a perda na qualidade de vida dos indiviacuteduos acometidos

e famiacutelia 7

Dados do Ministeacuterio da Sauacutede do ano de 2006 estimam 23000000 de

portadores de diabetes mellitus e hipertensatildeo arterial Estima-se que em 621 dos

portadores de doenccedila renal crocircnica (DRC) a hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus

foram diagnosticados como sua causa base 8

Em um estudo feito no ano de 2004 onde se extrapolou atraveacutes de dados

obtidos nos Estados Unidos para casuiacutestica brasileira confirma-se que

ldquopara cada indiviacuteduo mantido em programa de diaacutelise crocircnica existiriam

20 a 25 com algum grau de disfunccedilatildeo renal ou seja cerca de 12 a 15

milhatildeo de brasileiros com doenccedila renal crocircnicardquo (Romatildeo Junior 2004

p-1)8

12

A ldquoDRC consiste em lesatildeo renal e perda progressiva e irreversiacutevel da funccedilatildeo

dos rinsrdquo Em sua fase mais avanccedilada chamada estaacutegio terminal da doenccedila renal

(ETDR) os rins natildeo conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

indiviacuteduo8 Existem dispositivos que substituem algumas funccedilotildees dos rins naqueles

indiviacuteduos que estatildeo em ETDR a diaacutelise e o transplante renal

A diaacutelise eacute uma terapia que consiste em depurar o sangue Retira metaboacutelitos

toacutexicos ao organismo e elimina o excesso de aacutegua e eletroacutelitos estabelecendo uma nova

situaccedilatildeo de equiliacutebrio atraveacutes de circulaccedilatildeo de sangue extracorpoacuterea (hemodiaacutelise) ou

atraveacutes do peritocircneo (diaacutelise peritoneal)9 Segundo a Sociedade Brasileira de

Nefrologia10 no ano de 2007 no Brasil o nuacutemero de indiviacuteduos em ETDR em diaacutelise era

de 73605 destes 91 em hemodiaacutelise e 9 em diaacutelise peritoneal

Graacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

Na medida em que a insuficiecircncia renal progride o indiviacuteduo apresenta

sintomas que interferem nas suas atividades diaacuterias e que os meacutetodos de diaacutelise natildeo

eliminam por completo11

Total de Pacientes em Tratamento Dialiacutetico por Ano

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

Pacientes

N Pacientes 42695 46557 48806 54523 59153 65121 70872 73605

jan00 jan01 jan02 jan03 jan04 jan05 jan06 jan07

13

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

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03032008)

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Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Sumaacuterio

1INTRODUCcedilAtildeO 1011Problema1512Justificativa16

2REVISAtildeO DE LITERATURA 1821Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal1822Doadores para Transplante Renal1923Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante Renal2024Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto renal2525O Tempo como objeto de interesse26

3OBJETIVOS 2931Objetivo Geral2932Objetivos Especiacuteficos29

4METODOLOGIA 3041Populaccedilatildeo3042Desenho do Estudo3043Local do Estudo3044Fonte dos Dados3245Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados33RESUMO34INTRODUCcedilAtildeO35METODOLOGIA36RESULTADOS37DISCUSSAtildeO45CONCLUSOtildeES47REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS48

5Comentaacuterios Finais 51Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante 60Anexo 2 Tabela de sobrevida no percenti l 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto 63Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis 65

Iacutendice Quadros

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 20045Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor19

Iacutendice de GraacuteficosGraacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-20076Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 20078Graacutefico 1 (Artigo)Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito40Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto (anexo3)65

Iacutendice de TabelasTabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto35Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal efeito bruto e controlado por idade38Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal38Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto(anexo3) 63

1INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo do perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo brasileira aponta para o

peso das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT)1 Tais doenccedilas por

caracteriacutesticas que lhe satildeo peculiares muitas vezes determinam lesatildeo de oacutergatildeos vitais A

observaccedilatildeo da dinacircmica da transiccedilatildeo demograacutefica e da transiccedilatildeo epidemioloacutegica implica

em dizer que atualmente parte da populaccedilatildeo mundial vem sendo acometida pelas

DCNT que substituem as doenccedilas infecto-parasitaacuterias como principal causa de

morbidade e mortalidade da populaccedilatildeo adulta Aleacutem do processo de envelhecimento da

populaccedilatildeo essas doenccedilas satildeo sabidamente consequecircncias da adoccedilatildeo de determinados

haacutebitos estilos de vida e agravamento da crise econocircmica mundial que refletem nas

condiccedilotildees sociais e do meio ambiente 2

A questatildeo da transiccedilatildeo demograacutefica onde a fecundidade a mortalidade e a

migraccedilatildeo interferiram na dinacircmica da composiccedilatildeo da populaccedilatildeo teve como

caracteriacutesticas acontecer de modo lento e gradual em paiacuteses desenvolvidos enquanto que

no Brasil esta se deu de maneira raacutepida com a queda da mortalidade geral e infantil

acompanhada posteriormente da queda da natalidade 34 Na deacutecada de 70 verifica-se a

queda das taxas de mortalidade geral e infantil e comeccedila a se observar o decliacutenio da taxa

de natalidade freando o crescimento populacional e modificando sua estrutura etaacuteria

Observa-se o envelhecimento lento e gradual da populaccedilatildeo como tambeacutem reflexos na

vida meacutedia ao nascer e esperanccedila de vida 4

Chama atenccedilatildeo de que muitas doenccedilas natildeo transmissiacuteveis ou acontecimentos

que as originam tecircm suas raiacutezes nos estilos de vida fiacutesico e social portanto podem ser

prevenidas ou controladas se seus determinantes forem detectados precocemente As

DCNT podem trazer mudanccedilas nas atividades diaacuterias do indiviacuteduo em diferentes graus

ou levar agrave dependecircncia de tecnologias avanccediladas durante a vida Alguns portadores

assumem a condiccedilatildeo de ldquopessoa doenterdquo enquanto outros natildeo se consideram e vivem

como sadios

10

A histoacuteria natural das DCNT eacute constituiacuteda de quatro etapas 5

1ordf Momento da aquisiccedilatildeo do primeiro fator de risco

2ordf Iniacutecio do processo patoloacutegico com irreversibilidade

3ordf Detecccedilatildeo da doenccedila por meios de sinais e sintomas cliacutenicos

4ordf Resultado da doenccedila recuperaccedilatildeo remissatildeo mudanccedila de gravidade ou

oacutebito

Esse processo eacute longo com interaccedilatildeo de fatores etioloacutegicos diversos

conhecidos e desconhecidos conjunto de fatores de riscos que possuem ligaccedilatildeo ou nexo

entre si longo tempo de latecircncia como tambeacutem de periacuteodo assintomaacutetico manifestaccedilotildees

cliacutenicas com remissatildeo e exacerbaccedilatildeo evoluccedilatildeo com graus de incapacidade ou morte

Dentre as DCNT a hipertensatildeo arterial e o diabetes mellitus merecem lugar de

destaque Programas do Ministeacuterio da Sauacutede apontam entre outras propostas accedilotildees de

prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria voltadas para o diagnoacutestico e tratamento precoce

evitando lesatildeo de oacutergatildeos vitais para o funcionamento do corpo humano que incapacitam

e limitam atividades do cotidiano Tais lesotildees implicam na utilizaccedilatildeo de tratamentos

especializados e de custo elevado para manutenccedilatildeo da vida aleacutem de sofrimento para a

populaccedilatildeo atingida 6

O estudo de carga de doenccedilas no Brasil utilizou o indicador DALY (Disability-

Adjusted Life Years) que mede o impacto dos anos de vida perdidos por morte

prematura (YLL-Years of Life Lost) os vividos com incapacidade (YLD - Years Life

with Disability) e identificou elevada carga das doenccedilas natildeo transmissiacuteveis 663

(DALY por 1000 habitantes proporcional por causas) 7

11

Quando os autores expotildeem o ldquorankingrdquo pelos indicadores DALY YLD YLL e

oacutebitos observam-se

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 2004

DALY POSTO YLD POSTO YLL POSTO OacuteBITOS POSTO

DOENCcedilAS NAtildeO-TRANSMISSIacuteVEIS

24867484 - 14556156 - 10311329 - 787876 -

DOENCcedilAS CARDIO-VASCULARES

4989406 2 523579 9 4465827 1 381202 1

DIABETES MELLITUS 1929362 9 1397878 5 531485 10 43811 10

DOENCcedilAS GENITO-URINAacuteRIAS

316040 19 63560 19 252480 13 19305 12

Adaptado Schramm et al7

Como consequumlecircncia do impacto gerado pelas complicaccedilotildees relacionadas agraves

doenccedilas natildeo transmissiacuteveis verifica-se o aumento de gastos para os sistemas de sauacutede e

previdecircncia os custos sociais e a perda na qualidade de vida dos indiviacuteduos acometidos

e famiacutelia 7

Dados do Ministeacuterio da Sauacutede do ano de 2006 estimam 23000000 de

portadores de diabetes mellitus e hipertensatildeo arterial Estima-se que em 621 dos

portadores de doenccedila renal crocircnica (DRC) a hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus

foram diagnosticados como sua causa base 8

Em um estudo feito no ano de 2004 onde se extrapolou atraveacutes de dados

obtidos nos Estados Unidos para casuiacutestica brasileira confirma-se que

ldquopara cada indiviacuteduo mantido em programa de diaacutelise crocircnica existiriam

20 a 25 com algum grau de disfunccedilatildeo renal ou seja cerca de 12 a 15

milhatildeo de brasileiros com doenccedila renal crocircnicardquo (Romatildeo Junior 2004

p-1)8

12

A ldquoDRC consiste em lesatildeo renal e perda progressiva e irreversiacutevel da funccedilatildeo

dos rinsrdquo Em sua fase mais avanccedilada chamada estaacutegio terminal da doenccedila renal

(ETDR) os rins natildeo conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

indiviacuteduo8 Existem dispositivos que substituem algumas funccedilotildees dos rins naqueles

indiviacuteduos que estatildeo em ETDR a diaacutelise e o transplante renal

A diaacutelise eacute uma terapia que consiste em depurar o sangue Retira metaboacutelitos

toacutexicos ao organismo e elimina o excesso de aacutegua e eletroacutelitos estabelecendo uma nova

situaccedilatildeo de equiliacutebrio atraveacutes de circulaccedilatildeo de sangue extracorpoacuterea (hemodiaacutelise) ou

atraveacutes do peritocircneo (diaacutelise peritoneal)9 Segundo a Sociedade Brasileira de

Nefrologia10 no ano de 2007 no Brasil o nuacutemero de indiviacuteduos em ETDR em diaacutelise era

de 73605 destes 91 em hemodiaacutelise e 9 em diaacutelise peritoneal

Graacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

Na medida em que a insuficiecircncia renal progride o indiviacuteduo apresenta

sintomas que interferem nas suas atividades diaacuterias e que os meacutetodos de diaacutelise natildeo

eliminam por completo11

Total de Pacientes em Tratamento Dialiacutetico por Ano

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

Pacientes

N Pacientes 42695 46557 48806 54523 59153 65121 70872 73605

jan00 jan01 jan02 jan03 jan04 jan05 jan06 jan07

13

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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2011-2019

36 Goldfarb-Rumyantzev AS HurdleJF Baird BC Stoddard G Wang Z

Scandling JD Barenbaum LL Cheung AK The role of pre-emptive re-

transplant in graft and recipient outcome Nephrol Dial Transplant (2006) 21

1355ndash1364

37 Loupy A Anglicheau D Suberbielle C Mejean A Martinez F Zuber J

Mamzer-Bruneel MF Kreis H Thervet E Thiounn N Legendre C Long-

term outcome of third kidney transplants Nephrol Dial Transplant 2007 22

2693ndash2700

56

38 Brenner BM The Kidney Ed Elsevier Philadelphia Pennsylvania 7th edition

2004 p 2574

39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

Expanding the donor pool to increase renal transplantation Nephrol Dial

Transplant (2005) 20 34ndash41

40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

Matas AJ The impact of the quality of initial graft function on cadaver kidney

transplants Transplantation Mar 1994 57(6) 812-816

41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

editores Angiologia e cirurgia vascular guia ilustrado Maceioacute

UNCISALECMAL amp LAVA 2003 Disponiacutevel em URL

httpwwwlavamedbrlivro (acesso em 05032008)

42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

httpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPORT2002PT-1018htm (acessado

em 03032008)

43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

FornaraP Pietruck F Frei U Donauer J Lison AE and Michel U

Relationship of hepatitis B or C virus prevalences risk factors and outcomes in

renal transplant recipients Analysis of German Data Transplant ProcMay

200840(4) 909-914

44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

prevenccedilatildeo Rev Bras Epidemiol 2004 Dez 7(4) 473-487

45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

Relatoacuterio do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia

Gastroenterologia Endoscopia Digestiva 199918 (supl 1) S3-S8

46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

Rio de Janeiro 2007 Available from

httpwwwsaudegovbrtuberculosedadosshtml (acesso em 120209)

57

47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

problemas e estrateacutegias para o sucesso J bras pneumol [perioacutedico na Internet]

2007 Jun [citado 2009 Fev 13] 33(3) 323-334 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophp

script=sci_arttextamppid=S1806-37132007000300015amplng=pt doi

101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Iacutendice Quadros

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 20045Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor19

Iacutendice de GraacuteficosGraacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-20076Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 20078Graacutefico 1 (Artigo)Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito40Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto (anexo3)65

Iacutendice de TabelasTabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto35Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal efeito bruto e controlado por idade38Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao transplante renal38Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto(anexo3) 63

1INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo do perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo brasileira aponta para o

peso das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT)1 Tais doenccedilas por

caracteriacutesticas que lhe satildeo peculiares muitas vezes determinam lesatildeo de oacutergatildeos vitais A

observaccedilatildeo da dinacircmica da transiccedilatildeo demograacutefica e da transiccedilatildeo epidemioloacutegica implica

em dizer que atualmente parte da populaccedilatildeo mundial vem sendo acometida pelas

DCNT que substituem as doenccedilas infecto-parasitaacuterias como principal causa de

morbidade e mortalidade da populaccedilatildeo adulta Aleacutem do processo de envelhecimento da

populaccedilatildeo essas doenccedilas satildeo sabidamente consequecircncias da adoccedilatildeo de determinados

haacutebitos estilos de vida e agravamento da crise econocircmica mundial que refletem nas

condiccedilotildees sociais e do meio ambiente 2

A questatildeo da transiccedilatildeo demograacutefica onde a fecundidade a mortalidade e a

migraccedilatildeo interferiram na dinacircmica da composiccedilatildeo da populaccedilatildeo teve como

caracteriacutesticas acontecer de modo lento e gradual em paiacuteses desenvolvidos enquanto que

no Brasil esta se deu de maneira raacutepida com a queda da mortalidade geral e infantil

acompanhada posteriormente da queda da natalidade 34 Na deacutecada de 70 verifica-se a

queda das taxas de mortalidade geral e infantil e comeccedila a se observar o decliacutenio da taxa

de natalidade freando o crescimento populacional e modificando sua estrutura etaacuteria

Observa-se o envelhecimento lento e gradual da populaccedilatildeo como tambeacutem reflexos na

vida meacutedia ao nascer e esperanccedila de vida 4

Chama atenccedilatildeo de que muitas doenccedilas natildeo transmissiacuteveis ou acontecimentos

que as originam tecircm suas raiacutezes nos estilos de vida fiacutesico e social portanto podem ser

prevenidas ou controladas se seus determinantes forem detectados precocemente As

DCNT podem trazer mudanccedilas nas atividades diaacuterias do indiviacuteduo em diferentes graus

ou levar agrave dependecircncia de tecnologias avanccediladas durante a vida Alguns portadores

assumem a condiccedilatildeo de ldquopessoa doenterdquo enquanto outros natildeo se consideram e vivem

como sadios

10

A histoacuteria natural das DCNT eacute constituiacuteda de quatro etapas 5

1ordf Momento da aquisiccedilatildeo do primeiro fator de risco

2ordf Iniacutecio do processo patoloacutegico com irreversibilidade

3ordf Detecccedilatildeo da doenccedila por meios de sinais e sintomas cliacutenicos

4ordf Resultado da doenccedila recuperaccedilatildeo remissatildeo mudanccedila de gravidade ou

oacutebito

Esse processo eacute longo com interaccedilatildeo de fatores etioloacutegicos diversos

conhecidos e desconhecidos conjunto de fatores de riscos que possuem ligaccedilatildeo ou nexo

entre si longo tempo de latecircncia como tambeacutem de periacuteodo assintomaacutetico manifestaccedilotildees

cliacutenicas com remissatildeo e exacerbaccedilatildeo evoluccedilatildeo com graus de incapacidade ou morte

Dentre as DCNT a hipertensatildeo arterial e o diabetes mellitus merecem lugar de

destaque Programas do Ministeacuterio da Sauacutede apontam entre outras propostas accedilotildees de

prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria voltadas para o diagnoacutestico e tratamento precoce

evitando lesatildeo de oacutergatildeos vitais para o funcionamento do corpo humano que incapacitam

e limitam atividades do cotidiano Tais lesotildees implicam na utilizaccedilatildeo de tratamentos

especializados e de custo elevado para manutenccedilatildeo da vida aleacutem de sofrimento para a

populaccedilatildeo atingida 6

O estudo de carga de doenccedilas no Brasil utilizou o indicador DALY (Disability-

Adjusted Life Years) que mede o impacto dos anos de vida perdidos por morte

prematura (YLL-Years of Life Lost) os vividos com incapacidade (YLD - Years Life

with Disability) e identificou elevada carga das doenccedilas natildeo transmissiacuteveis 663

(DALY por 1000 habitantes proporcional por causas) 7

11

Quando os autores expotildeem o ldquorankingrdquo pelos indicadores DALY YLD YLL e

oacutebitos observam-se

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 2004

DALY POSTO YLD POSTO YLL POSTO OacuteBITOS POSTO

DOENCcedilAS NAtildeO-TRANSMISSIacuteVEIS

24867484 - 14556156 - 10311329 - 787876 -

DOENCcedilAS CARDIO-VASCULARES

4989406 2 523579 9 4465827 1 381202 1

DIABETES MELLITUS 1929362 9 1397878 5 531485 10 43811 10

DOENCcedilAS GENITO-URINAacuteRIAS

316040 19 63560 19 252480 13 19305 12

Adaptado Schramm et al7

Como consequumlecircncia do impacto gerado pelas complicaccedilotildees relacionadas agraves

doenccedilas natildeo transmissiacuteveis verifica-se o aumento de gastos para os sistemas de sauacutede e

previdecircncia os custos sociais e a perda na qualidade de vida dos indiviacuteduos acometidos

e famiacutelia 7

Dados do Ministeacuterio da Sauacutede do ano de 2006 estimam 23000000 de

portadores de diabetes mellitus e hipertensatildeo arterial Estima-se que em 621 dos

portadores de doenccedila renal crocircnica (DRC) a hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus

foram diagnosticados como sua causa base 8

Em um estudo feito no ano de 2004 onde se extrapolou atraveacutes de dados

obtidos nos Estados Unidos para casuiacutestica brasileira confirma-se que

ldquopara cada indiviacuteduo mantido em programa de diaacutelise crocircnica existiriam

20 a 25 com algum grau de disfunccedilatildeo renal ou seja cerca de 12 a 15

milhatildeo de brasileiros com doenccedila renal crocircnicardquo (Romatildeo Junior 2004

p-1)8

12

A ldquoDRC consiste em lesatildeo renal e perda progressiva e irreversiacutevel da funccedilatildeo

dos rinsrdquo Em sua fase mais avanccedilada chamada estaacutegio terminal da doenccedila renal

(ETDR) os rins natildeo conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

indiviacuteduo8 Existem dispositivos que substituem algumas funccedilotildees dos rins naqueles

indiviacuteduos que estatildeo em ETDR a diaacutelise e o transplante renal

A diaacutelise eacute uma terapia que consiste em depurar o sangue Retira metaboacutelitos

toacutexicos ao organismo e elimina o excesso de aacutegua e eletroacutelitos estabelecendo uma nova

situaccedilatildeo de equiliacutebrio atraveacutes de circulaccedilatildeo de sangue extracorpoacuterea (hemodiaacutelise) ou

atraveacutes do peritocircneo (diaacutelise peritoneal)9 Segundo a Sociedade Brasileira de

Nefrologia10 no ano de 2007 no Brasil o nuacutemero de indiviacuteduos em ETDR em diaacutelise era

de 73605 destes 91 em hemodiaacutelise e 9 em diaacutelise peritoneal

Graacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

Na medida em que a insuficiecircncia renal progride o indiviacuteduo apresenta

sintomas que interferem nas suas atividades diaacuterias e que os meacutetodos de diaacutelise natildeo

eliminam por completo11

Total de Pacientes em Tratamento Dialiacutetico por Ano

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

Pacientes

N Pacientes 42695 46557 48806 54523 59153 65121 70872 73605

jan00 jan01 jan02 jan03 jan04 jan05 jan06 jan07

13

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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16 Ridruejo E Cusumano A Diaz C Daacutevalos Michel M Jost L Josth L Soler

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17 Ingsathit A Thakkinstian A Kantachuvesiri A Sumethkul V Different impacts

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21 Mohsin N Budruddin M Khalil M Pakkyarra A Jha A Mohammed E

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Daar A Donor Gender Balance in a Living-Related Kidney Transplantation

Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

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44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

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48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

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49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

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50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

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51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

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52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

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Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

1INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo do perfil epidemioloacutegico da populaccedilatildeo brasileira aponta para o

peso das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT)1 Tais doenccedilas por

caracteriacutesticas que lhe satildeo peculiares muitas vezes determinam lesatildeo de oacutergatildeos vitais A

observaccedilatildeo da dinacircmica da transiccedilatildeo demograacutefica e da transiccedilatildeo epidemioloacutegica implica

em dizer que atualmente parte da populaccedilatildeo mundial vem sendo acometida pelas

DCNT que substituem as doenccedilas infecto-parasitaacuterias como principal causa de

morbidade e mortalidade da populaccedilatildeo adulta Aleacutem do processo de envelhecimento da

populaccedilatildeo essas doenccedilas satildeo sabidamente consequecircncias da adoccedilatildeo de determinados

haacutebitos estilos de vida e agravamento da crise econocircmica mundial que refletem nas

condiccedilotildees sociais e do meio ambiente 2

A questatildeo da transiccedilatildeo demograacutefica onde a fecundidade a mortalidade e a

migraccedilatildeo interferiram na dinacircmica da composiccedilatildeo da populaccedilatildeo teve como

caracteriacutesticas acontecer de modo lento e gradual em paiacuteses desenvolvidos enquanto que

no Brasil esta se deu de maneira raacutepida com a queda da mortalidade geral e infantil

acompanhada posteriormente da queda da natalidade 34 Na deacutecada de 70 verifica-se a

queda das taxas de mortalidade geral e infantil e comeccedila a se observar o decliacutenio da taxa

de natalidade freando o crescimento populacional e modificando sua estrutura etaacuteria

Observa-se o envelhecimento lento e gradual da populaccedilatildeo como tambeacutem reflexos na

vida meacutedia ao nascer e esperanccedila de vida 4

Chama atenccedilatildeo de que muitas doenccedilas natildeo transmissiacuteveis ou acontecimentos

que as originam tecircm suas raiacutezes nos estilos de vida fiacutesico e social portanto podem ser

prevenidas ou controladas se seus determinantes forem detectados precocemente As

DCNT podem trazer mudanccedilas nas atividades diaacuterias do indiviacuteduo em diferentes graus

ou levar agrave dependecircncia de tecnologias avanccediladas durante a vida Alguns portadores

assumem a condiccedilatildeo de ldquopessoa doenterdquo enquanto outros natildeo se consideram e vivem

como sadios

10

A histoacuteria natural das DCNT eacute constituiacuteda de quatro etapas 5

1ordf Momento da aquisiccedilatildeo do primeiro fator de risco

2ordf Iniacutecio do processo patoloacutegico com irreversibilidade

3ordf Detecccedilatildeo da doenccedila por meios de sinais e sintomas cliacutenicos

4ordf Resultado da doenccedila recuperaccedilatildeo remissatildeo mudanccedila de gravidade ou

oacutebito

Esse processo eacute longo com interaccedilatildeo de fatores etioloacutegicos diversos

conhecidos e desconhecidos conjunto de fatores de riscos que possuem ligaccedilatildeo ou nexo

entre si longo tempo de latecircncia como tambeacutem de periacuteodo assintomaacutetico manifestaccedilotildees

cliacutenicas com remissatildeo e exacerbaccedilatildeo evoluccedilatildeo com graus de incapacidade ou morte

Dentre as DCNT a hipertensatildeo arterial e o diabetes mellitus merecem lugar de

destaque Programas do Ministeacuterio da Sauacutede apontam entre outras propostas accedilotildees de

prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria voltadas para o diagnoacutestico e tratamento precoce

evitando lesatildeo de oacutergatildeos vitais para o funcionamento do corpo humano que incapacitam

e limitam atividades do cotidiano Tais lesotildees implicam na utilizaccedilatildeo de tratamentos

especializados e de custo elevado para manutenccedilatildeo da vida aleacutem de sofrimento para a

populaccedilatildeo atingida 6

O estudo de carga de doenccedilas no Brasil utilizou o indicador DALY (Disability-

Adjusted Life Years) que mede o impacto dos anos de vida perdidos por morte

prematura (YLL-Years of Life Lost) os vividos com incapacidade (YLD - Years Life

with Disability) e identificou elevada carga das doenccedilas natildeo transmissiacuteveis 663

(DALY por 1000 habitantes proporcional por causas) 7

11

Quando os autores expotildeem o ldquorankingrdquo pelos indicadores DALY YLD YLL e

oacutebitos observam-se

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 2004

DALY POSTO YLD POSTO YLL POSTO OacuteBITOS POSTO

DOENCcedilAS NAtildeO-TRANSMISSIacuteVEIS

24867484 - 14556156 - 10311329 - 787876 -

DOENCcedilAS CARDIO-VASCULARES

4989406 2 523579 9 4465827 1 381202 1

DIABETES MELLITUS 1929362 9 1397878 5 531485 10 43811 10

DOENCcedilAS GENITO-URINAacuteRIAS

316040 19 63560 19 252480 13 19305 12

Adaptado Schramm et al7

Como consequumlecircncia do impacto gerado pelas complicaccedilotildees relacionadas agraves

doenccedilas natildeo transmissiacuteveis verifica-se o aumento de gastos para os sistemas de sauacutede e

previdecircncia os custos sociais e a perda na qualidade de vida dos indiviacuteduos acometidos

e famiacutelia 7

Dados do Ministeacuterio da Sauacutede do ano de 2006 estimam 23000000 de

portadores de diabetes mellitus e hipertensatildeo arterial Estima-se que em 621 dos

portadores de doenccedila renal crocircnica (DRC) a hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus

foram diagnosticados como sua causa base 8

Em um estudo feito no ano de 2004 onde se extrapolou atraveacutes de dados

obtidos nos Estados Unidos para casuiacutestica brasileira confirma-se que

ldquopara cada indiviacuteduo mantido em programa de diaacutelise crocircnica existiriam

20 a 25 com algum grau de disfunccedilatildeo renal ou seja cerca de 12 a 15

milhatildeo de brasileiros com doenccedila renal crocircnicardquo (Romatildeo Junior 2004

p-1)8

12

A ldquoDRC consiste em lesatildeo renal e perda progressiva e irreversiacutevel da funccedilatildeo

dos rinsrdquo Em sua fase mais avanccedilada chamada estaacutegio terminal da doenccedila renal

(ETDR) os rins natildeo conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

indiviacuteduo8 Existem dispositivos que substituem algumas funccedilotildees dos rins naqueles

indiviacuteduos que estatildeo em ETDR a diaacutelise e o transplante renal

A diaacutelise eacute uma terapia que consiste em depurar o sangue Retira metaboacutelitos

toacutexicos ao organismo e elimina o excesso de aacutegua e eletroacutelitos estabelecendo uma nova

situaccedilatildeo de equiliacutebrio atraveacutes de circulaccedilatildeo de sangue extracorpoacuterea (hemodiaacutelise) ou

atraveacutes do peritocircneo (diaacutelise peritoneal)9 Segundo a Sociedade Brasileira de

Nefrologia10 no ano de 2007 no Brasil o nuacutemero de indiviacuteduos em ETDR em diaacutelise era

de 73605 destes 91 em hemodiaacutelise e 9 em diaacutelise peritoneal

Graacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

Na medida em que a insuficiecircncia renal progride o indiviacuteduo apresenta

sintomas que interferem nas suas atividades diaacuterias e que os meacutetodos de diaacutelise natildeo

eliminam por completo11

Total de Pacientes em Tratamento Dialiacutetico por Ano

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

Pacientes

N Pacientes 42695 46557 48806 54523 59153 65121 70872 73605

jan00 jan01 jan02 jan03 jan04 jan05 jan06 jan07

13

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

A histoacuteria natural das DCNT eacute constituiacuteda de quatro etapas 5

1ordf Momento da aquisiccedilatildeo do primeiro fator de risco

2ordf Iniacutecio do processo patoloacutegico com irreversibilidade

3ordf Detecccedilatildeo da doenccedila por meios de sinais e sintomas cliacutenicos

4ordf Resultado da doenccedila recuperaccedilatildeo remissatildeo mudanccedila de gravidade ou

oacutebito

Esse processo eacute longo com interaccedilatildeo de fatores etioloacutegicos diversos

conhecidos e desconhecidos conjunto de fatores de riscos que possuem ligaccedilatildeo ou nexo

entre si longo tempo de latecircncia como tambeacutem de periacuteodo assintomaacutetico manifestaccedilotildees

cliacutenicas com remissatildeo e exacerbaccedilatildeo evoluccedilatildeo com graus de incapacidade ou morte

Dentre as DCNT a hipertensatildeo arterial e o diabetes mellitus merecem lugar de

destaque Programas do Ministeacuterio da Sauacutede apontam entre outras propostas accedilotildees de

prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria voltadas para o diagnoacutestico e tratamento precoce

evitando lesatildeo de oacutergatildeos vitais para o funcionamento do corpo humano que incapacitam

e limitam atividades do cotidiano Tais lesotildees implicam na utilizaccedilatildeo de tratamentos

especializados e de custo elevado para manutenccedilatildeo da vida aleacutem de sofrimento para a

populaccedilatildeo atingida 6

O estudo de carga de doenccedilas no Brasil utilizou o indicador DALY (Disability-

Adjusted Life Years) que mede o impacto dos anos de vida perdidos por morte

prematura (YLL-Years of Life Lost) os vividos com incapacidade (YLD - Years Life

with Disability) e identificou elevada carga das doenccedilas natildeo transmissiacuteveis 663

(DALY por 1000 habitantes proporcional por causas) 7

11

Quando os autores expotildeem o ldquorankingrdquo pelos indicadores DALY YLD YLL e

oacutebitos observam-se

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 2004

DALY POSTO YLD POSTO YLL POSTO OacuteBITOS POSTO

DOENCcedilAS NAtildeO-TRANSMISSIacuteVEIS

24867484 - 14556156 - 10311329 - 787876 -

DOENCcedilAS CARDIO-VASCULARES

4989406 2 523579 9 4465827 1 381202 1

DIABETES MELLITUS 1929362 9 1397878 5 531485 10 43811 10

DOENCcedilAS GENITO-URINAacuteRIAS

316040 19 63560 19 252480 13 19305 12

Adaptado Schramm et al7

Como consequumlecircncia do impacto gerado pelas complicaccedilotildees relacionadas agraves

doenccedilas natildeo transmissiacuteveis verifica-se o aumento de gastos para os sistemas de sauacutede e

previdecircncia os custos sociais e a perda na qualidade de vida dos indiviacuteduos acometidos

e famiacutelia 7

Dados do Ministeacuterio da Sauacutede do ano de 2006 estimam 23000000 de

portadores de diabetes mellitus e hipertensatildeo arterial Estima-se que em 621 dos

portadores de doenccedila renal crocircnica (DRC) a hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus

foram diagnosticados como sua causa base 8

Em um estudo feito no ano de 2004 onde se extrapolou atraveacutes de dados

obtidos nos Estados Unidos para casuiacutestica brasileira confirma-se que

ldquopara cada indiviacuteduo mantido em programa de diaacutelise crocircnica existiriam

20 a 25 com algum grau de disfunccedilatildeo renal ou seja cerca de 12 a 15

milhatildeo de brasileiros com doenccedila renal crocircnicardquo (Romatildeo Junior 2004

p-1)8

12

A ldquoDRC consiste em lesatildeo renal e perda progressiva e irreversiacutevel da funccedilatildeo

dos rinsrdquo Em sua fase mais avanccedilada chamada estaacutegio terminal da doenccedila renal

(ETDR) os rins natildeo conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

indiviacuteduo8 Existem dispositivos que substituem algumas funccedilotildees dos rins naqueles

indiviacuteduos que estatildeo em ETDR a diaacutelise e o transplante renal

A diaacutelise eacute uma terapia que consiste em depurar o sangue Retira metaboacutelitos

toacutexicos ao organismo e elimina o excesso de aacutegua e eletroacutelitos estabelecendo uma nova

situaccedilatildeo de equiliacutebrio atraveacutes de circulaccedilatildeo de sangue extracorpoacuterea (hemodiaacutelise) ou

atraveacutes do peritocircneo (diaacutelise peritoneal)9 Segundo a Sociedade Brasileira de

Nefrologia10 no ano de 2007 no Brasil o nuacutemero de indiviacuteduos em ETDR em diaacutelise era

de 73605 destes 91 em hemodiaacutelise e 9 em diaacutelise peritoneal

Graacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

Na medida em que a insuficiecircncia renal progride o indiviacuteduo apresenta

sintomas que interferem nas suas atividades diaacuterias e que os meacutetodos de diaacutelise natildeo

eliminam por completo11

Total de Pacientes em Tratamento Dialiacutetico por Ano

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

Pacientes

N Pacientes 42695 46557 48806 54523 59153 65121 70872 73605

jan00 jan01 jan02 jan03 jan04 jan05 jan06 jan07

13

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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32 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo de Transplantes httpdtr2001saudegovbr

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httpdtr2001saudegovbrtransplantesportarialei10211htm (acessado em

03032008)

34 Orsenigo E Casiraghi T Socci C Zubber V Caldara R Secchi A

Staudacher C Impacto of recipient and donor ages on patient and graft survival

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35 Locke JE Warren DS Dominici F Cameron AM Leffell MS MacRann

DA Melancon JK Segev DL Simpkins CE Singer AL Zachary AA

Montgomery RA Donor ethnicity influences outcomes following deceased donor

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36 Goldfarb-Rumyantzev AS HurdleJF Baird BC Stoddard G Wang Z

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37 Loupy A Anglicheau D Suberbielle C Mejean A Martinez F Zuber J

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38 Brenner BM The Kidney Ed Elsevier Philadelphia Pennsylvania 7th edition

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39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

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40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

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41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

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42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

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45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

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20084553-561

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52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

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Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Quando os autores expotildeem o ldquorankingrdquo pelos indicadores DALY YLD YLL e

oacutebitos observam-se

Quadro 1 Ranking dos indicadores DALY YLDYLL e oacutebitos no Brasil Ano 2004

DALY POSTO YLD POSTO YLL POSTO OacuteBITOS POSTO

DOENCcedilAS NAtildeO-TRANSMISSIacuteVEIS

24867484 - 14556156 - 10311329 - 787876 -

DOENCcedilAS CARDIO-VASCULARES

4989406 2 523579 9 4465827 1 381202 1

DIABETES MELLITUS 1929362 9 1397878 5 531485 10 43811 10

DOENCcedilAS GENITO-URINAacuteRIAS

316040 19 63560 19 252480 13 19305 12

Adaptado Schramm et al7

Como consequumlecircncia do impacto gerado pelas complicaccedilotildees relacionadas agraves

doenccedilas natildeo transmissiacuteveis verifica-se o aumento de gastos para os sistemas de sauacutede e

previdecircncia os custos sociais e a perda na qualidade de vida dos indiviacuteduos acometidos

e famiacutelia 7

Dados do Ministeacuterio da Sauacutede do ano de 2006 estimam 23000000 de

portadores de diabetes mellitus e hipertensatildeo arterial Estima-se que em 621 dos

portadores de doenccedila renal crocircnica (DRC) a hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus

foram diagnosticados como sua causa base 8

Em um estudo feito no ano de 2004 onde se extrapolou atraveacutes de dados

obtidos nos Estados Unidos para casuiacutestica brasileira confirma-se que

ldquopara cada indiviacuteduo mantido em programa de diaacutelise crocircnica existiriam

20 a 25 com algum grau de disfunccedilatildeo renal ou seja cerca de 12 a 15

milhatildeo de brasileiros com doenccedila renal crocircnicardquo (Romatildeo Junior 2004

p-1)8

12

A ldquoDRC consiste em lesatildeo renal e perda progressiva e irreversiacutevel da funccedilatildeo

dos rinsrdquo Em sua fase mais avanccedilada chamada estaacutegio terminal da doenccedila renal

(ETDR) os rins natildeo conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

indiviacuteduo8 Existem dispositivos que substituem algumas funccedilotildees dos rins naqueles

indiviacuteduos que estatildeo em ETDR a diaacutelise e o transplante renal

A diaacutelise eacute uma terapia que consiste em depurar o sangue Retira metaboacutelitos

toacutexicos ao organismo e elimina o excesso de aacutegua e eletroacutelitos estabelecendo uma nova

situaccedilatildeo de equiliacutebrio atraveacutes de circulaccedilatildeo de sangue extracorpoacuterea (hemodiaacutelise) ou

atraveacutes do peritocircneo (diaacutelise peritoneal)9 Segundo a Sociedade Brasileira de

Nefrologia10 no ano de 2007 no Brasil o nuacutemero de indiviacuteduos em ETDR em diaacutelise era

de 73605 destes 91 em hemodiaacutelise e 9 em diaacutelise peritoneal

Graacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

Na medida em que a insuficiecircncia renal progride o indiviacuteduo apresenta

sintomas que interferem nas suas atividades diaacuterias e que os meacutetodos de diaacutelise natildeo

eliminam por completo11

Total de Pacientes em Tratamento Dialiacutetico por Ano

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

Pacientes

N Pacientes 42695 46557 48806 54523 59153 65121 70872 73605

jan00 jan01 jan02 jan03 jan04 jan05 jan06 jan07

13

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

A ldquoDRC consiste em lesatildeo renal e perda progressiva e irreversiacutevel da funccedilatildeo

dos rinsrdquo Em sua fase mais avanccedilada chamada estaacutegio terminal da doenccedila renal

(ETDR) os rins natildeo conseguem mais manter a normalidade do meio interno do

indiviacuteduo8 Existem dispositivos que substituem algumas funccedilotildees dos rins naqueles

indiviacuteduos que estatildeo em ETDR a diaacutelise e o transplante renal

A diaacutelise eacute uma terapia que consiste em depurar o sangue Retira metaboacutelitos

toacutexicos ao organismo e elimina o excesso de aacutegua e eletroacutelitos estabelecendo uma nova

situaccedilatildeo de equiliacutebrio atraveacutes de circulaccedilatildeo de sangue extracorpoacuterea (hemodiaacutelise) ou

atraveacutes do peritocircneo (diaacutelise peritoneal)9 Segundo a Sociedade Brasileira de

Nefrologia10 no ano de 2007 no Brasil o nuacutemero de indiviacuteduos em ETDR em diaacutelise era

de 73605 destes 91 em hemodiaacutelise e 9 em diaacutelise peritoneal

Graacutefico 1 Total de pacientes em tratamento dialiacutetico por ano no Brasil 2000-2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

Na medida em que a insuficiecircncia renal progride o indiviacuteduo apresenta

sintomas que interferem nas suas atividades diaacuterias e que os meacutetodos de diaacutelise natildeo

eliminam por completo11

Total de Pacientes em Tratamento Dialiacutetico por Ano

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

Pacientes

N Pacientes 42695 46557 48806 54523 59153 65121 70872 73605

jan00 jan01 jan02 jan03 jan04 jan05 jan06 jan07

13

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

O transplante consiste em

ldquoTransferir um oacutergatildeo ou tecido de uma pessoa para outra ou de uma parte

corporal a outra para substituir uma estrutura doente restaurar a funccedilatildeo

ou alterar funccedilatildeo ou mudar a aparecircnciardquo (Anderson amp Anderson

2001p-953)12

O transplante renal constitui em procedimento de retirada de um rim ldquoem

funcionamentordquo de um indiviacuteduo vivo ou de um doador falecido e sua transferecircncia para

um indiviacuteduo com a doenccedila renal em estaacutegio terminal (receptor)

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um

retorno agraves atividades habituais Esse tem sido o tratamento de escolha para a maioria de

indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal13 Deveria ser a primeira opccedilatildeo de

terapia substitutiva renal sem o indiviacuteduo ter passagem pela diaacutelise pois estes

possivelmente seriam mais jovens e teriam condiccedilotildees de ldquosauacutederdquo melhores e

consequumlente aumento nas chances de sucesso14

Quando se compara a sobrevida de transplantados renais com controles de

mesma idade na populaccedilatildeo geral aquela eacute significativamente menor15 A comparaccedilatildeo da

sobrevida de indiviacuteduos em diaacutelise com aqueles transplantados eacute complexa sendo

necessaacuterio que a comparaccedilatildeo seja feita controlando por todos os principais fatores de

risco idade doenccedila de base co-morbidades tempo de hemodiaacutelise antes do transplante

entre outras A longa duraccedilatildeo do ETDR associa-se com a piora do prognoacutestico do

enxerto sendo significante apoacutes seis meses de terapia dialiacutetica havendo piora na

sobrevida do indiviacuteduo apoacutes um ano Desse modo indiviacuteduos com sintomas urecircmicos

natildeo devem adiar a terapia dialiacutetica enquanto aguardam o transplante O tempo do ETDR

eacute o melhor preditor de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto16

14

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Graacutefico 2 Percentual de pacientes em tratamento dialiacutetico na fila de espera para transplante renal no Brasil por regiatildeo Ano 2007

Fonte Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia10

11Problema

O serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto eacute uma das

referecircncias para transplante renal no estado do Rio de Janeiro Os indiviacuteduos

transplantados satildeo acompanhados rotineiramente pelo ambulatoacuterio e suas consultas satildeo

registradas em prontuaacuterio proacuteprio e posteriormente digitadas em uma planilha Alguns

desses indiviacuteduos requerem ao longo de sua situaccedilatildeo de transplantado de um

atendimento de urgecircncia seguido ou natildeo da necessidade de internaccedilatildeo

Nos casos onde ocorre internaccedilatildeo o diagnoacutestico de intercorrecircncias poacutes

transplante pode ser complexo Observam-se doenccedilas de tratamento difiacutecil e custoso

que podem levar a perda do enxerto ao oacutebito e consequumlente desgaste da equipe de

profissionais envolvidos e sofrimento dos familiares Enquanto isso outra parte da

clientela que foi transplantada natildeo apresenta ocorrecircncia de internaccedilatildeo por nenhum

agravo permanecendo essa apenas sob acompanhamento ambulatorial

Com o advento de faacutermacos imunossupressores potentes veio a melhora

significante da qualidade de vida e na sobrevida do indiviacuteduo transplantado17181920

Pacientes em Diaacutelise em Fila de Espera para Transplante Renal no Brasil por Regiatildeo Ano 2007

34

4643

4953

47

0

10

20

30

40

50

60

Sul Sudeste Centro-oeste

Nordeste Norte Total

Regiotildees

Pe

rce

ntu

al

15

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Mas os riscos de doenccedilas e de morte natildeo estatildeo ausentes no indiviacuteduo

transplantado Mesmo com o uso do esquema de imunossupressatildeo adequado os efeitos

colaterais e adversos destes medicamentos remetem agrave possibilidade de perda do enxerto

por rejeiccedilatildeo infecccedilotildees oportunistas problemas cardiovasculares cacircnceres e

modificaccedilatildeo na aparecircncia fiacutesica18

Inuacutemeros trabalhos publicados com indiviacuteduos transplantados

renais151820212223242526salientam fatores que interferem em sua sobrevida e na do

enxerto transplantado Entre eles idade do receptor e do doador doenccedila de base para a

insuficiecircncia renal tempo em terapia dialiacutetica preacute-transplante transfusatildeo de sangue preacute-

transplante pesquisa de anticorpos demora na funccedilatildeo do enxerto necessidade de diaacutelise

na primeira semana poacutes-transplante fonte do oacutergatildeo doador causa morte do doador

(falecido) entre outros

A associaccedilatildeo dos fatores sociais demograacuteficos e econocircmicos na sobrevida dos

indiviacuteduos transplantados tem sido pouco explorada ateacute o momento Alguns artigos

abordam o niacutevel educacional do indiviacuteduo na preacute-diaacutelise e resultados poacutes transplante

renal ou ainda se o niacutevel educacional interfere no tempo de espera para o transplante27

Natildeo haacute um perfil que caracterize a populaccedilatildeo de transplantados no HUPE E a

avaliaccedilatildeo epidemioloacutegica sistemaacutetica nos serviccedilos de transplante eacute uma praacutetica pouco

usual que acontece em situaccedilotildees pontuais de acordo com a demanda externa

12Justificativa

O indiviacuteduo apoacutes o transplante renal pode ser acometido por diversos agravos

provocados pela baixa imunidade co-morbidades como o diabetes mellitus as doenccedilas

caacuterdio-vasculares problemas gastrointestinais hematoloacutegicos processos oncogecircnicos

entre outros O uso de medicamentos imunossupressores pode estar relacionado ao

aparecimento desses agravos

Este estudo justifica-se principalmente pela carga da doenccedila renal pelo

sofrimento do indiviacuteduo e seus familiares pela dor fiacutesica pelos anos de vida perdidos

pelos anos de vida com incapacidade pelo desconforto do tratamento e seu custo pelo

impacto gerado na sociedade observado pela mortalidade e morbidade em idade

16

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

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Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

produtiva pelos gastos em aposentadorias e pensotildees o uso de tecnologia recursos

humanos especializados e equipamentos de alto custo nos serviccedilos de sauacutede

O resultado desse trabalho constituiraacute uma das ferramentas factiacuteveis para o

diagnoacutestico de situaccedilatildeo do serviccedilo de transplante renal pela atual equipe de profissionais

do serviccedilo e poderaacute nortear condutas a serem tomadas principalmente neste momento

de realizaccedilatildeo do mileacutesimo transplante renal Um histoacuterico de importacircncia na assistecircncia

no ensino e na pesquisa para o serviccedilo para o HUPE e que beneficia os usuaacuterios do

Sistema Uacutenico de Sauacutede

Para salientar a importacircncia deste estudo cumpre citar referecircncias de artigos

que tiveram como base de dados os casos de transplante renal do HUPE que jaacute foram

publicados e apresentados em eventos Entre eles Aacutevila et al20 Costa et al28 Infantosi

et al29 Surgem nesse contexto algumas questotildees sobre o perfil da clientela o tempo de

sobrevida dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal e as variaacuteveis que interferem

nesta sobrevida

bullQuais os fatores que interferem na sobrevida de indiviacuteduos que se submeteram ao

transplante renal no Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

bullE quais as causas de oacutebitos desta populaccedilatildeo

17

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

2REVISAtildeO DE LITERATURA

Essa revisatildeo perpassaraacute os seguintes pontos seleccedilatildeo de receptores

caracteriacutesticas dos transplantes meacutetodos de anaacutelise de sobrevida

21Seleccedilatildeo de receptores de Transplante Renal

Para seleccedilatildeo de receptores de transplante renal existe uma sequumlecircncia de etapas a

ser seguida pelo candidato a receptor Eacute um processo de importacircncia para avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees do candidato a receptor de um rim 3031

1ordm O indiviacuteduo se dirige ao centro de transplante mais proacuteximo de sua

residecircncia para marcaccedilatildeo de consulta de avaliaccedilatildeo Nesta consulta o indiviacuteduo candidato

a receptor deveraacute ser informado e orientado sobre

Riscos mortalidade morbidades recidiva da doenccedila de base e rejeiccedilatildeo

Resultados em comparaccedilatildeo com terapia dialiacutetica

Efeitos colaterais e secundaacuterios da imunossupressatildeo (neoplasias

infecccedilotildees aparecircncia fiacutesica etc)

Uso de medicamentos e acompanhamento perioacutedico

Origem do oacutergatildeo

Acompanhamento psicoloacutegico social e familiar

Acompanhamento e investigaccedilotildees especiacuteficas

2ordm O indiviacuteduo seraacute encaminhado para inscriccedilatildeo na lista uacutenica de espera de

transplante renal na Central de Transplantes

3ordm O indiviacuteduo deveraacute dar continuidade agraves reavaliaccedilotildees perioacutedicas (atualizaccedilatildeo

de exames necessaacuterios para o transplante renal)

18

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

22Doadores para Transplante Renal

Doador vivo

O transplante renal com doador vivo oferece bons resultados na sobrevida do

enxerto e do indiviacuteduo em relaccedilatildeo ao doador falecido2030

A legislaccedilatildeo brasileira permite a doaccedilatildeo de parentes consanguumliacuteneos ateacute o quarto

grau Quando o doador eacute ldquonatildeo relacionadordquo permite-se a doaccedilatildeo do cocircnjuge ou um ente

proacuteximo Este uacuteltimo com autorizaccedilatildeo preacutevia judicial O doador deve ser adulto maior

de 21 anos legalmente capaz em bom estado psicoloacutegico31

O doador vivo necessita de exames preacutevios e atendimento psicoloacutegico onde seraacute

verificado o grau de motivaccedilatildeo para o ato da doaccedilatildeo

Doador Falecido

Para o doador em morte encefaacutelica existe um protocolo nacional que eacute seguido

rigidamente pelas equipes de captaccedilatildeo Os principais passos satildeo os seguintes9

1 Constatar a morte encefaacutelica e obter a autorizaccedilatildeo da famiacutelia

2 Afastar qualquer doenccedila que inviabilize o transplante

3 Reconhecer a viabilidade do oacutergatildeo a ser doado

4Realizar as provas de compatibilidade

5Procurar o receptor mais adequado

6Enviar o oacutergatildeo ao local da cirurgia do receptor

A doaccedilatildeo segundo a legislaccedilatildeo brasileira dependeraacute da autorizaccedilatildeo do cocircnjuge

ou parente de maior idade obedecida agrave linha sucessoacuteria reta ou colateral ateacute o segundo

grau firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes agrave verificaccedilatildeo da

morte33 O potencial doador deve ser mantido sob cuidados intensivos com atenccedilatildeo

especial as condiccedilotildees hemodinacircmicas para evitar alteraccedilatildeo na funccedilatildeo dos oacutergatildeos

19

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

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INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

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METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

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RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

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Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

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OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

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OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

23Variaacuteveis de interesse na sobrevida do indiviacuteduo submetido ao Transplante

Renal

Idade

A idade do receptor eacute fator que influencia na decisatildeo de um transplante Haacute

uma tendecircncia em realizar este procedimento em receptores mais jovens pelo fato da

expectativa de vida da menor frequecircncia de morbidades associadas a doenccedila renal e

pela mobilizaccedilatildeo e disposiccedilatildeo em procurar um doador vivo entre os familiares A

literatura natildeo mostra diferenccedilas na sobrevida de indiviacuteduos e enxertos renais quando

comparados receptores com 60 anos ou mais com receptores com menos de 60 anos

logo eacute uma boa opccedilatildeo de tratamento para indiviacuteduos ETDR com mais de 60 anos Jaacute a

variaacutevel idade do doador possui efeito negativo na sobrevida de indiviacuteduos e enxerto

renal quando o doador eacute de idade igual ou superior a 55 anos34 pois fisiologicamente a

massa renal nesses indiviacuteduos diminui aumentando o niacutevel de creatinina

Raccedila

Alguns trabalhos apontam a raccedila como fator associado a sobrevida do

indiviacuteduo transplantado renal e enxerto transplantado Em um estudo realizado com

receptores de rim de doador falecido do banco de dados da United Network for Organ

Sharing (UNOS) de 1993 agrave 2006 concluiacuteram que receptores de raccedila negra que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos negros tem melhor sobrevida do que negros que

receberam oacutergatildeo de doadores falecidos de raccedila caucasiana Em seus resultados houve

diminuiccedilatildeo de 70 do risco de perda do enxerto e 59 do risco de oacutebito35

Nuacutemero de Transplantes

Quando acontece a perda do enxerto transplantado o indiviacuteduo retorna a

terapia dialiacutetica e possivelmente agrave fila de transplante renal ou caso selecione algum

doador vivo compatiacutevel inicia-se novamente todo processo para realizaccedilatildeo do novo

transplante renal Em alguns casos esses indiviacuteduos com rejeiccedilatildeo crocircnica se submetem

ao transplante antes mesmo da necessidade da diaacutelise Goldfarb-Rumyantzev et al36

revelam que o retransplante preemptivo estaacute associado ao alto rico de falecircncia de

enxerto exceto aqueles que transplantaram apenas uma vez estes tem diminuiccedilatildeo do

20

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

risco em 17 Os indiviacuteduos que ficaram em diaacutelise por longo tempo entre os

transplantes tem efeito negativo na sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo

Os indiviacuteduos que re-transplantaram possuem caracteriacutesticas cliacutenicas

especiacuteficas Historicamente esses estatildeo associados aos piores prognoacutesticos37 Nestes

casos uma avaliaccedilatildeo minuciosa nos testes imunoloacutegicos e seleccedilatildeo do esquema de

imunossupressatildeo mais potente e adequado agraves caracteriacutesticas cliacutenicas desses indiviacuteduos

se faz necessaacuteria

Forma de Tratamento Dialiacutetico

Existem duas formas de tratamento dialiacutetico a hemodiaacutelise (HD) e a diaacutelise

peritoneal Na hemodiaacutelise o sangue do cliente passa por um filtro sinteacutetico

denominado ldquodialisadorrdquo atraveacutes do qual satildeo retirados os eletroacutelitos e as escoacuterias

sanguumliacuteneas bem como a quantidade de liacutequido acumulada no organismo38 A

hemodiaacutelise requer sessotildees que duram em meacutedia 4 horas com periodicidade de 3 vezes

na semana em cliacutenica especializada

O outro tipo de terapia renal substitutiva eacute a diaacutelise peritoneal (DP) Neste

meacutetodo utiliza-se o peritocircnio do cliente como membrana de troca Assim atraveacutes do

implante de um cateter na superfiacutecie da cavidade abdominal eacute infundida uma soluccedilatildeo

especial de caraacuteter hipertocircnico Em contato com a membrana peritoneal o liacutequido

exerce pressatildeo capaz de gerar ultrafiltraccedilatildeo do liacutequido e osmose das substacircncias

indesejaacuteveis para o organismo Em periacuteodos de 4 a 6 horas esse liacutequido infundido na

cavidade deve ser drenado e uma nova soluccedilatildeo eacute introduzida na cavidade38

Doenccedila de Base

Diversas patologias levam a insuficiecircncia renal crocircnica Dentre elas cabe citar

a hipertensatildeo arterial diabetes mellitus glomerulonefrites as doenccedilas geneacuteticas e

hereditaacuterias (doenccedila policiacutestica) as de origem indeterminada outras morbidades como

as doenccedilas infecciosas litiacutease renal anemia falciforme e as decorrentes de acidentes

que levam perda traumaacutetica do rim9

21

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

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INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Causa Mortis (doador falecido)

A causa da morte cerebral entre doadores falecidos parece interferir na

sobrevida do enxerto e do indiviacuteduo transplantado Segundo Cohen et al39 o doador

ideal seria aquele com idade entre 16 e 45 anos de idade que tenha sido viacutetima de

acidente de tracircnsito Mas o que ocorre no continente europeu eacute que os doadores satildeo

mais velhos e geralmente esses chegam a morte encefaacutelica por acidente vascular

encefaacutelico fato que piora significativamente a sobrevida do enxerto Este fato eacute

resultado da queda no nuacutemero de acidentes de tracircnsito e melhora nos cuidados

intensivos prestados aos indiviacuteduos que sofrem este tipo de acidente

Diaacutelise poacutes Transplante

Esta variaacutevel eacute definida como necessidade de uma ou mais diaacutelise no periacuteodo

inicial poacutes transplante com intuito de reduzir escoacuterias no sangue Este procedimento

caracteriza a funccedilatildeo retardada do enxerto A qualidade da funccedilatildeo do enxerto no poacutes-

transplante imediato eacute um importante preditor a longo prazo40

Tempo de Isquemia

Tempo de Isquemia Quente

Durante o procedimento ciruacutergico de retirada do oacutergatildeo do doador eacute o intervalo

entre o cessar da circulaccedilatildeo sanguumliacutenea para o rim ateacute o armazenamento do oacutergatildeo em

soluccedilatildeo de perfusatildeo fria (temperatura de 0deg a 4deg Celsius) No doador falecido o tempo

de isquemia quente eacute igual a zero jaacute que a perfusatildeo do liacutequido de preservaccedilatildeo eacute feita ldquoin

siturdquo No doador vivo o tempo eacute de aproximadamente 2 minutos (periacuteodo desde o

pinccedilamento dos vasos renais ateacute a retirada do oacutergatildeo e sua perfusatildeo)41

Tempo de Isquemia Fria

Intervalo entre a perfusatildeo da soluccedilatildeo de preservaccedilatildeo fria ateacute o periacuteodo de

reaquecimento quando eacute iniciado a realizaccedilatildeo das anastmoses dos vasos renais do

22

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

receptor e o rim Quanto menor o periacuteodo de isquemia fria menores as complicaccedilotildees

poacutes-transplante O ideal eacute que este periacuteodo dure no maacuteximo 30 horas Isto com chances

de 25 de demora no funcionamento renal41

Histocompatibilidade HLA (antiacutegenos leucocitaacuterios humanos)

As moleacuteculas de HLA satildeo glicoproteiacutenas de membrana que pertencem agrave

famiacutelia das imunoglobulinas Satildeo classificadas em classe I (localizam-se na superfiacutecie

de ceacutelulas nucleadas) e classe II (presentes em ceacutelulas apresentadoras de antiacutegenos

como ceacutelulas dendriacuteticas macroacutefagos linfoacutecitos B e T ativados e ceacutelulas endoteliais

ativadas por interferon gama)30

A seleccedilatildeo de doadores para transplante renal se baseia na compatibilidade

HLA A sobrevida do enxerto eacute superior quando o doador eacute HLA-idecircntico em

comparaccedilatildeo a qualquer outro tipo de doador O tempo de vida do enxerto renal de

doadores vivos vaacuteria de 11 anos (haploidecircntico) e 27 anos (HLA idecircntico) em doador

cadaveacuterico varia entre 8 anos (HLA diferentes) e 17 anos quando natildeo haacute

incompatibilidades HLA30

Classificaccedilatildeo quanto HLA30

bullHLA idecircnticos (soacute irmatildeos)

bullHLA haplo-idecircnticos (pais e 50 dos irmatildeos)

bullHLA diferentes (25 dos irmatildeos e outros)

Cross-Match (prova cruzada)

O cross-match eacute um teste que se realiza para prever uma possiacutevel rejeiccedilatildeo aguda

mediada por anticorpos preacute-formados contra antiacutegenos HLA do doador Eacute realizado no

periacuteodo preacute-transplante E quando se detecta a presenccedila de anticorpos IgG contra

antiacutegenos HLA classe I eacute contra indicado o transplante formalmente30

Atividade Reativa ao Painel (PRA panel reactive activity)

Este exame investiga a presenccedila de anticorpos anti-HLA no soro do receptor

Realiza-se anaacutelise dos soros de receptores de uma lista de espera de transplante ante um

23

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

painel de ceacutelulas de diferentes especificidades HLA (variedades polimoacuterficas de HLA)

Niacuteveis de PRA elevado representam um importante fator de risco para a sobrevida do

transplante a curto e longo prazo30

Imunossupressatildeo e Faacutermacos Imunossupressores

Eacute a supressatildeo artificial da atividade imunoloacutegica bloqueia as diversas fases da

ativaccedilatildeo celular que culmina na rejeiccedilatildeo do oacutergatildeo transplantado pelo organismo Satildeo

utilizados diversos faacutermacos para profilaxia e tratamento da rejeiccedilatildeo e terapia de

manutenccedilatildeo30 Para montar um esquema terapecircutico deve se ter em conta o tipo de

doador vivo ou falecido a qualidade do oacutergatildeo risco imunoloacutegico do receptor presenccedila

de comorbidades Os efeitos adversos variam entre os medicamentos

Quadro 2 Principais fatores de eleiccedilatildeo do esquema imunossupressor

Fatores VariaacuteveisDoador Vivo ou cadaveacuterico idade convencional ou com

criteacuterios expandidosOacutergatildeo Massa renal causa oacutebito do doador tempo de

isquemia fria Receptor Compatibilidade HLA raccedila idade presenccedila de

disfunccedilatildeo inicialImunossupressores Efetividade efeitos colaterais (DM HA

dislipidemia)Comorbidades Obesidade hepatopatia infecccedilotildees latentesRisco imunoloacutegico Sensibilizaccedilatildeo e compatibilidade HLA

retransplante raccedila negra hemotransfusotildees gravidez

Fonte Noronha et al Manual de transplante renal30

O Protocolo Cliacutenico e Diretrizes TerapecircuticasndashTransplantes Renais atraveacutes da

Portaria nordm 1018 de 23 de Dezembro de 2002 estabelece os criteacuterios de

inclusatildeoexclusatildeo de indiviacuteduos no tratamento criteacuterios de diagnoacutestico esquema

terapecircutico preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo deste

tratamento42

24

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

24Efeito de alguns marcadores de co-morbidades na sobrevida do indiviacuteduo e

do enxerto renal

Infecccedilatildeo pelo Citomegaloviacuterus

O citomegaloviacuterus (CMV) eacute um dos principais agentes infecciosos que

acometem indiviacuteduos transplantados renais A doenccedila citomegaacutelica apresenta-se desde

formas leves ateacute doenccedila grave e geralmente letal Geralmente se manifesta apoacutes a 3ordf

semana ou no 2ordm mecircs poacutes transplante mais frequente Suas manifestaccedilotildees cliacutenicas vatildeo

de sintomas inespeciacuteficos como febre ou leucopenia ateacute comprometimento de oacutergatildeos

como rim pulmatildeo fiacutegado trato gastrointestinal e medula oacutessea Em estudo realizado

com indiviacuteduos transplantados renais com doenccedila por CMV foi observado impacto

negativo na sobrevida de enxertos renais e do indiviacuteduo26

Infecccedilatildeo pelo HBV (Viacuterus da hepatite B) e HCV (Viacuterus da hepatite C)

A prevalecircncia de hepatite B e C entre indiviacuteduos em hemodiaacutelise eacute mais alta do

que na populaccedilatildeo em geral Isto se deve porque enquanto o indiviacuteduo aguarda o

transplante ele eacute exposto a fatores de risco de infecccedilatildeo durante o tempo em diaacutelise e a

repetidas hemotransfusotildees42 A infecccedilatildeo quando o status HbsAg(+) eacute maior que 7 eacute

considerada de prevalecircncia alta E prevalecircncia intermediaacuteria quando esse status estaacute

entre 2 a 744

As hepatopatias como cirrose hepaacutetica hepatoma e hepatite aguda estatildeo em

quarto lugar em comparaccedilatildeo a outras causas como causa de oacutebito em transplantados

renais A idade e sexo satildeo fatores que estatildeo associados agraves hepatopatias interferindo na

sobrevida deste indiviacuteduo24

Jaacute a prevalecircncia do HCV na populaccedilatildeo brasileira natildeo eacute precisa Calcula-se que

essa prevalecircncia circula em torno de 1 a 2 na populaccedilatildeo em geral e segundo a

Sociedade Brasileira de Hepatologia a prevalecircncia na populaccedilatildeo de indiviacuteduos em

hemodiaacutelise eacute de 383545 A infecccedilatildeo exclusiva pelo HCV em indiviacuteduos

transplantados renais pode ser uma variaacutevel associada ao oacutebito do indiviacuteduo ou a

falecircncia do enxerto Mas quando se analisa a co-infecccedilatildeo HCV e HBV haacute

aparentemente uma piora significativa na sobrevida desses indiviacuteduos Portanto o

25

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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21 Mohsin N Budruddin M Khalil M Pakkyarra A Jha A Mohammed E

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Daar A Donor Gender Balance in a Living-Related Kidney Transplantation

Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

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44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

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48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

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49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

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51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

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52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

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Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

rastreamento soroloacutegico criterioso eacute de importacircncia na seleccedilatildeo de receptores de

transplante renal22

Tuberculose

A tuberculose eacute a maior causa de mortalidade e morbidade no mundo Possui

alta incidecircncia de casos novos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro Em 2003 foram

875 casos por 100000 habitantes46 Os indiviacuteduos receptores de transplante renal

(imuno-comprometidos) satildeo os mais propensos a infecccedilatildeo primaacuteria e a reativaccedilatildeo do

Micobacterium tuberculosis comparado a populaccedilatildeo em geral Devido as drogas

imunossupressoras a doenccedila frequentemente acontece de forma atiacutepica com

acometimento extrapulmonar dificultando seu diagnoacutestico47

25O Tempo como objeto de interesse

Nos estudos de sobrevida satildeo avaliados os efeitos de fatores de risco ou de

fatores prognoacutesticos (variaacuteveis quantitativas ou qualitativas) interferindo no tempo de

sobrevida do indiviacuteduo desde sua entrada na condiccedilatildeo a ser estudada ateacute o

acontecimento do desfecho de interesse ou ateacute sua perda no periacuteodo de observaccedilatildeo

(censura)48 A anaacutelise de sobrevida permite responder questotildees onde o risco de

ocorrecircncia do evento natildeo eacute homogecircneo ao longo do tempo aleacutem de informar o risco de

um evento a probabilidade de sobreviver e o nuacutemero esperado de eventos em um

determinando periacuteodo de tempo Neste tipo de estudo o objeto de interesse do

pesquisador eacute o tempo contabilizado do instante inicial ateacute a ocorrecircncia do desfecho49

O tempo eacute dividido no contexto epidemioloacutegico em trecircs dimensotildees A

primeira dimensatildeo na idade do indiviacuteduo a segunda na duraccedilatildeo de uma exposiccedilatildeo ateacute o

desfecho e a terceira dimensatildeo o tempo calendaacuterio propriamente dito49

Como qualquer outro modelo de regressatildeo o modelo de sobrevida eacute composto

de uma variaacutevel resposta covariaacuteveis explicativas a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e o erro

A funccedilatildeo analisada nos modelos de sobrevida eacute expressa de duas formas

probabilidade de sobrevida que informa a probabilidade de ldquosobreviverrdquo por mais do

que t unidades de tempo Esta probabilidade eacute igual a 1 no iniacutecio da observaccedilatildeo taxa de

incidecircncia tambeacutem chamada de hazard e eacute definida como a probabilidade instantacircnea

26

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

de ocorrer o evento de interesse no tempo t desde que natildeo haja ocorrido em tempo

anterior a t

Geralmente os desenhos de estudo em sobrevida satildeo coortes que podem ser

abertas o momento de entrada de indiviacuteduos na coorte varia E para estabelecer o tempo

T de observaccedilatildeo se faz necessaacuterio subtrair o tempo calendaacuterio final (F ) de observaccedilatildeo

do tempo calendaacuterio inicial (I ) ou registrar o tempo calendaacuterio inicial o tempo

calendaacuterio final de acompanhamento do indiviacuteduo49

A censura nos diz que houve perda da informaccedilatildeo decorrente de natildeo se ter

observado o tempo do indiviacuteduo do grupo em estudo A censura agrave direita eacute a mais

frequente Nesta observa-se o indiviacuteduo desde sua entrada no estudo ateacute o evento e os

indiviacuteduos que natildeo experimentaram o evento ateacute o tempo final de observaccedilatildeo satildeo

censurados4850

Na construccedilatildeo do banco de dados a descriccedilatildeo da variaacutevel dependente da forma claacutessica

consiste em registrar o tempo de acompanhamento e o status (ou ocorrecircncia do evento)

A variaacutevel status assume valor 1 se o evento ocorreu e 0 se foi censurado49

O estimador produto de Kaplan-Meyer (KM) eacute um estimador natildeo parameacutetrico

que estima a funccedilatildeo de sobrevida quando haacute censuras

ldquoele utiliza os conceitos de independecircncia de eventos e de probabilidade

condicional para desdobrar a condiccedilatildeo de sobreviver ateacute o tempo t em uma

sequecircncia de elementos independentes que caracterizam a sobrevivecircncia em

cada intervalo de tempo anterior a t e cuja probabilidade eacute condicional aos

que estatildeo em risco em cada periacuteodordquo (Carvalho et al 2005p-95)49

A cada tempo em que ocorrer um evento a probabilidade de sobrevivecircncia seraacute

estimada pelo nuacutemero de indiviacuteduos que sobrevivem ateacute aquele tempo sobre os

indiviacuteduos que estavam em risco E o estimador de KM eacute o produto das probabilidades

de sobrevivecircncia a cada tempo4950

O KM gera uma funccedilatildeo escada pois o risco se manteacutem constante ateacute a proacutexima

ocorrecircncia de evento com saltos de tamanhos que dependem do nuacutemero de eventos

observados a cada tempo e de censuras observadas Para realizar anaacutelise de KM com

diferentes curvas (diferentes caracteriacutesticas) dentro da mesma variaacutevel o meacutetodo KM

27

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

utiliza a estratificaccedilatildeo A estratificaccedilatildeo consiste em separar o conjunto de observaccedilotildees

em grupos distintos de acordo com as covariaacuteveis e estimar a funccedilatildeo de sobrevivecircncia

para cada estrato49

O teste de hipoacuteteses log-rank compara os eventos observados e eventos

esperados de cada estrato da covariaacutevel sob a hipoacutetese nula H0 que o risco do evento eacute o

mesmo em todos os estratos No resultado da comparaccedilatildeo se a distribuiccedilatildeo observada

for equivalente a esperada diz-se que a curva do referido estrato eacute equivalente agrave curva

de sobrevida dos outros estratos logo a covariaacutevel natildeo eacute significativa na sobrevida49

Com a visatildeo de estimar os efeitos das covariaacuteveis na sobrevida utiliza-se o

modelo semiparameacutetrico de riscos proporcionais de Cox Este possui o pressuposto da

proporcionalidade dos riscos durante todo o tempo de observaccedilatildeo49 Assume um efeito

multiplicativo entre as covariaacuteveis na funccedilatildeo de risco A estimativa dos coeficientes β eacute

feita a partir de uma verossimilhanccedila parcial produto das verossimilhanccedilas individuais

Onde o efeito basal eacute eliminado considerando-se apenas os indiviacuteduos sob risco49

Para seleccedilatildeo do modelo deve-se comparaacute-los atraveacutes do teste de Wald (testa a

hipoacutetese nula H0 que o paracircmetro β eacute igual a zero) e anaacutelise da funccedilatildeo de desvio ou

teste da razatildeo de verossimilhanccedila (testa a hipoacutetese nula H0 de que natildeo haacute diferenccedila entre

os modelos)49

Alguns estudos em transplantados renais utilizaram anaacutelise de sobrevida como

meacutetodo para identificar fatores associados ao oacutebito eou perda do enxerto2234353751

28

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

3OBJETIVOS

31Objetivo Geral

bull Analisar a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal em

um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro

32Objetivos Especiacuteficos

Descrever o perfil dos indiviacuteduos submetidos ao transplante

renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida de

indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

Identificar variaacuteveis que estatildeo associadas agrave sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto renal de indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

29

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

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49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

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52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

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Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

4METODOLOGIA

41Populaccedilatildeo

A populaccedilatildeo desta pesquisa foi composta de indiviacuteduos submetidos a um

transplante renal em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Foram

estudados 277 indiviacuteduos de ambos os sexos de diversas faixas etaacuterias que foram

submetidos a um transplante renal no periacuteodo de janeiro de 2000 a julho de 2007 no

Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto

42Desenho do Estudo

Trata-se de uma coorte retrospectiva onde foram empregadas teacutecnicas de

anaacutelise univariada e multivariada nos registros de um banco de dados de transplante

renal do serviccedilo de nefrologia do HUPE

A data de entrada do indiviacuteduo no estudo se deu no dia em que ocorreu a

cirurgia do transplante renal A data inicial de observaccedilatildeo do estudo foi em 01012000

e a data final 29102008

Foram censurados os indiviacuteduos que abandonaram o acompanhamento

ambulatorial que transferiram seu acompanhamento para outra unidade ou para outro

estado por mudanccedila de residecircncia por diagnoacutestico de complicaccedilotildees ciruacutergicas no poacutes-

operatoacuterio do transplante renal e por insuficiecircncia renal no periacuteodo de observaccedilatildeo

O oacutebito do receptor e a perda do enxerto renal por rejeiccedilatildeo crocircnica foram os

eventos selecionados neste estudo

O pacote estatiacutestico escolhido para a anaacutelise dos dados foi o R(versatildeo 281)

pela sua disponibilidade gratuidade e por oferecer ao usuaacuterio teacutecnicas desenvolvidas

por profissionais envolvidos com modelagem em todo mundo4952

30

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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03032008)

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Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

43Local do Estudo

O Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) inaugurado em 1950 eacute uma

instituiccedilatildeo vinculada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro Localizado na

Boulevard 28 de setembro nordm77 no bairro de Vila Isabel municiacutepio do Rio de Janeiro

estado Rio de Janeiro

Possui 44000m2 de aacuterea construiacuteda ambulatoacuterio de diversas especialidades

com 150 consultoacuterios e uma unidade de internaccedilatildeo com mais de 60 especialidades e

sub-especialidades da aacuterea meacutedica 600 leitos e 16 salas ciruacutergicas Eacute unidade de

referecircncia para procedimentos e tecnologias sofisticadas como cirurgia cardiacuteaca

transplante renal e transplante de coraccedilatildeo

O HUPE eacute um hospital de grande porte com cobertura assistencial estimada de

1000000 (hum milhatildeo) de habitantes considerado Centro de Excelecircncia e Referecircncia

para o Estado do Rio de Janeiro na aacuterea de Ensino e Sauacutede

O corpo de recursos humanos eacute composto por teacutecnicos administrativos corpo

docente profissionais contratados de vaacuterias categorias e alunos de diversas aacutereas e fases

de formaccedilatildeo

O serviccedilo de Nefrologia situa-se no 3ordm andar eacute subdividido em 3 setores

Hemodiaacutelise Diaacutelise Peritonial e Enfermaria de Transplante O atendimento

ambulatorial eacute realizado em preacutedio anexo

O setor de Hemodiaacutelise funciona durante 24 horas e atende indiviacuteduos internos

e externos Possui um salatildeo de hemodiaacutelise com 8 cadeiras 8 maacutequinas de hemodiaacutelise

com capacidade de funcionamento de ateacute 4 turnos de 4 horas De acordo com a

demanda do hospital satildeo hemodialisados indiviacuteduos nos seus respectivos setores de

internaccedilatildeo dependendo da avaliaccedilatildeo da necessidade e gravidade em que o indiviacuteduo se

encontra

O setor de Diaacutelise Peritoneal funciona em regime ambulatorial Possui um

consultoacuterio uma sala para treinamento do indiviacuteduo e famiacutelia 4 maacutequinas para diaacutelise

peritoneal automatizada utilizadas principalmente nos indiviacuteduos internados que

utilizam este meacutetodo dialiacutetico

31

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

O Ambulatoacuterio eacute dividido em diferentes clientelas indiviacuteduos em tratamento

conservador da funccedilatildeo renal indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de

doador vivo indiviacuteduos candidatos a receber transplante renal de doador falecido e

indiviacuteduos que jaacute se submeteram ao transplante renal

A Enfermaria de Transplante Renal possui 12 leitos sendo 6 leitos para o sexo

masculino 6 leitos para o sexo feminino e 2 isolamentos Satildeo internados neste setor

indiviacuteduos em fase de diagnoacutestico da doenccedila renal indiviacuteduos com IRC e

prioritariamente receptores de transplante renal em preacute-operatoacuterio e poacutes-operatoacuterio e

clientes transplantados renais com doenccedilas oportunistas e outras complicaccedilotildees O setor

ainda atende urgecircncias de indiviacuteduos transplantados renais nas 24 horas

44Fonte dos Dados

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos transplantados estatildeo em uma planilha no

formato Excel Para sistematizaccedilatildeo das informaccedilotildees foi criado um questionaacuterio no

formato Epidata (versatildeo 31) composto de informaccedilotildees de identificaccedilatildeo do receptor

histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e informaccedilotildees poacutes transplante renal

relativas a internaccedilatildeo e complicaccedilotildees (Anexo 1)

Na verificaccedilatildeo da causa do oacutebito uma listagem dos indiviacuteduos foi

confeccionada exclusivamente para identificaccedilatildeo da causa de oacutebito Nesta listagem

constavam as seguintes informaccedilotildees nome completo data de nascimento data do

transplante data do oacutebito e endereccedilo Posteriormente esta listagem foi pesquisada no

banco do sistema de informaccedilatildeo de mortalidade (SIM) da SMS-RJ Mas devido agrave

demora na liberaccedilatildeo das informaccedilotildees e a qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees

de oacutebito (DO) esta anaacutelise ficou prejudicada Optou-se por natildeo incluiacute-la neste trabalho

Os dados de identificaccedilatildeo do receptor e doador do rim seratildeo mantidos em

sigilo em todas as apresentaccedilotildees e publicaccedilotildees provenientes deste estudo Importante

salientar que natildeo haveraacute nenhum tipo de exposiccedilatildeo que cause qualquer dano ou prejuiacutezo

ao indiviacuteduo transplantado eou seus familiares

O projeto foi inscrito no CONEP sob o ndeg FR 207876 e foi aprovado pelo CEP

(Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa) do HUPE Este estudo natildeo utilizou o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por se tratar de um trabalho onde as

informaccedilotildees foram obtidas atraveacutes de dados secundaacuterios

32

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

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living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Natildeo pudemos analisar por excesso de dados ausentes creatinina na alta

creatinina no 1ordm ano tempo em diaacutelise esquema de imunossupressatildeo atual mudanccedila na

imunossupressatildeo pulsoterapia hematoacutecrito hemoglobina imc antigenemia CMV do

receptor uso de amina no doador falecido volume urinaacuterio do doador creatinina do

doador tempo de parada cardiorespiratoacuteria do doador falecido

A variaacutevel ldquotempo em diaacuteliserdquo natildeo foi analisada por ser uma informaccedilatildeo

geralmente relatada pelo proacuteprio indiviacuteduo a ser transplantado e apesar de ter-se

recorrido aos registros de prontuaacuterios e ao programa NEFRODATA53 boa parte dos

dados natildeo foi encontrada

45Apresentaccedilatildeo e Anaacutelise dos Resultados

Optou-se pela apresentaccedilatildeo dos resultados em forma de artigo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis do receptor das variaacuteveis do

doador e do transplante atraveacutes da frequecircncia absoluta e percentual nas variaacuteveis

contiacutenuas e meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas Estas foram categorizadas

para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e frequecircncia dos desfechos

Dos 277 indiviacuteduos transplantados no periacuteodo de estudo houve 8 exclusotildees

devido a trombose de vasos renais no poacutes-operatoacuterio imediato

A anaacutelise univariada do tempo de sobrevida foi obtida por estimaccedilatildeo natildeo

parameacutetrica por meio do produto Kaplan-Meier utilizando o teste log-rank para

selecionar os fatores com p-valor abaixo de 020 que foram incluiacutedos no modelo de

riscos proporcionais de Cox

Foram testadas interaccedilotildees entre as covariaacuteveis e analisados os efeitos dessas

atraveacutes do efeito bruto e efeito controlado pela covariaacutevel ldquoidade do receptorrdquo no

desfecho oacutebito

33

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

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52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Artigo ANAacuteLISE DE SOBREVIDA EM INDIVIacuteDUOS SUBMETIDOS

AO TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO RIO DE

JANEIRO

DAngeles Adriana Cristina RodriguesCarvalho Marilia Saacute

Suassuna Joseacute Hermoacutegenes Rocco

RESUMO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio terminal

Nessa dissertaccedilatildeo analisamos a sobrevida de indiviacuteduos submetidos ao transplante renal

em um hospital universitaacuterio no estado do Rio de Janeiro Buscou-se analisar variaacuteveis

relacionadas ao indiviacuteduo ao doador do oacutergatildeo e ao transplante renal propriamente dito

A populaccedilatildeo foi composta de 277 indiviacuteduos submetidos ao transplante renal no

serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto de janeiro de 2000 a

julho de 2007 Utilizou-se teacutecnicas de anaacutelise de sobrevida ndash Kaplan-Meyer e modelos

de riscos proporcionais de Cox ndash para avaliar fatores influentes no tempo ateacute o oacutebito e

no tempo ateacute a falecircncia do enxerto Os modelos foram ajustados no software livre R

Metade dos indiviacuteduos estudados satildeo do sexo masculino os receptores de oacutergatildeo de

doador vivo e as complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano poacutes-transplante foram as

caracteriacutesticas mais frequentes neste estudo As variaacuteveis idade do receptor doenccedila de

base foram significativas para o tempo de sobrevida do indiviacuteduo ateacute o oacutebito e a diaacutelise

na primeira semana poacutes- transplante foi significativa para sobrevida ateacute a falecircncia do

enxerto Foi encontrado alto risco para o oacutebito de indiviacuteduos portadores de diabetes

mellitus como causa precursora da doenccedila renal Como tambeacutem os indiviacuteduos que

apresentaram retardo na funccedilatildeo do enxerto tiveram menor tempo de sobrevida ateacute a

falecircncia do enxerto

A qualidade dos bancos de dados neste tipo de serviccedilo eacute um problema a ser

enfrentado Informaccedilotildees dos serviccedilos de captaccedilatildeo de oacutergatildeos natildeo estatildeo sempre

disponiacuteveis junto ao prontuaacuterio do paciente embora algumas dessas sejam fatores de

risco Eacute de suma importacircncia esforccedilos na alimentaccedilatildeo dos bancos e anaacutelise

epidemioloacutegica sistematizada com objetivo de estar instrumentalizado para a

assistecircncia e pesquisa

34

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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21 Mohsin N Budruddin M Khalil M Pakkyarra A Jha A Mohammed E

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Daar A Donor Gender Balance in a Living-Related Kidney Transplantation

Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

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44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

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48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

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49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

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51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

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52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

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Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

INTRODUCcedilAtildeO

O transplante renal eacute defendido como terapecircutica que proporcionaria um retorno agraves

atividades habituais para a maioria de indiviacuteduos com doenccedila renal em estaacutegio

terminal1 Entretanto a maioria dos estudos de sobrevida de transplantados renais e para

a falecircncia do enxerto satildeo realizados com base de dados internacionais que natildeo

incorporam as particularidades da realidade da populaccedilatildeo e dos serviccedilos de sauacutede

brasileiros

A opccedilatildeo entre terapia dialiacutetica e transplante deve considerar diversas questotildees Se

por um lado a diaacutelise eacute um tratamento incocircmodo espoliativo que diminui a percepccedilatildeo

da qualidade de vida dos indiviacuteduos por interferir nos haacutebitos de vida diaacuteria o

transplante renal natildeo estaacute isento de riscos ainda que a qualidade de vida poacutes transplante

e o retorno das atividades diaacuterias anteriores agrave doenccedila renal sejam importante fator na

vida destes indiviacuteduos2 Mesmo com advento de novos faacutermacos imunossupressores os

efeitos colaterais e adversos provenientes destes medicamentos como sua proacutepria accedilatildeo

farmacoloacutegica podem levar agrave falecircncia do oacutergatildeo e ao oacutebito aleacutem da incidecircncia de outros

comprometimentos3456

Fatores como idade sexo raccedila do receptor e do doador tipo de terapia dialiacutetica preacute-

transplante marcadores virais preacute-transplante origem do oacutergatildeo transplantado

compatibilidade HLA nuacutemero de transplantes que o indiviacuteduo jaacute foi submetido nuacutemero

de hemotransfusotildees retardo na funccedilatildeo do enxerto doenccedila que originou a insuficiecircncia

renal complicaccedilotildees no primeiro ano poacutes-transplante satildeo alguns dos fatores de risco no

tempo de sobrevida do indiviacuteduo e do enxerto

Dessa forma faz-se necessaacuterio analisar o efeito de vaacuterios fatores de risco no tempo

de sobrevida poacutes-transplante renal como meio de instrumentalizar os serviccedilos que

realizam esse procedimento e acompanham os pacientes em suas atividades de

assistecircncia ensino e pesquisa e fortalecer a troca de experiecircncias com outros serviccedilos

Neste trabalho foram avaliados em serviccedilo de transplante de hospital universitaacuterio no

Rio de Janeiro o efeito de fatores de risco relacionados ao receptor ao doador e ao poacutes-

transplante imediato

35

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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21 Mohsin N Budruddin M Khalil M Pakkyarra A Jha A Mohammed E

Kamble P Ahmed H Militsala E Prabhakar NA Al-Marhuby H Ahmed J

Daar A Donor Gender Balance in a Living-Related Kidney Transplantation

Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

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52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

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Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

METODOLOGIA

Foram analisados de 269 indiviacuteduos que se submeteram a um transplante renal

de janeiro de 2000 a julho de 2007 no serviccedilo de nefrologia do Hospital Universitaacuterio

Pedro Ernesto (HUPE) um dos hospitais de referecircncia em transplante renal no Rio de

Janeiro Oito indiviacuteduos que apresentaram a complicaccedilatildeo trombose foram excluiacutedos do

estudo por essa complicaccedilatildeo impedir a perfusatildeo sanguiacutenea no enxerto renal que eacute

retirado imediatamente

As informaccedilotildees dos indiviacuteduos submetidos ao transplante renal foram

coletadas dos prontuaacuterios e colocadas em um questionaacuterio no formato Epidata

composto de identificaccedilatildeo do receptor histoacuterico da doenccedila informaccedilotildees do doador e

informaccedilotildees poacutes-transplante renal relativas agrave internaccedilatildeo e complicaccedilotildees

Trata-se de uma coorte retrospectiva em que o periacuteodo de observaccedilatildeo foi de

01012000 a 29102008 Foram selecionados os eventos oacutebito e falecircncia do enxerto

Foram analisadas as seguintes variaacuteveis sexo raccedila e idade do receptor regiatildeo

de moradia doenccedila de base forma de diaacutelise nuacutemero de transplantes HCV HbsAg

CMV nuacutemero de hemotransfusatildeo HLA tipo de doador sexo raccedila e idade do doador

causa morte do doador falecido tempo de isquemia fria CMV do doador complicaccedilotildees

no 1ordm ano poacutes transplante diaacutelise na 1ordf semana dias de internaccedilatildeo

Procedeu-se anaacutelise descritiva das variaacuteveis atraveacutes de frequecircncia absoluta e

percentual nas variaacuteveis contiacutenuas meacutedia e desvio padratildeo nas variaacuteveis discretas As

variaacuteveis discretas foram categorizadas para melhor observaccedilatildeo de sua frequecircncia e

frequecircncia dos desfechos

A estimativa do efeito das variaacuteveis para o tempo de sobrevida de ambos os

desfechos ndash oacutebito e falecircncia do enxerto ndash foi feita utilizando o modelo de riscos

proporcionais de Cox7 A seleccedilatildeo das variaacuteveis foi atraveacutes do teste log-rank com niacutevel

de significacircncia de 20 (p-valorlt=020) As anaacutelises foram realizadas no software livre

R versatildeo 2818

36

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

RESULTADOS

A meacutedia de idade na populaccedilatildeo estudada foi de 38 anos (Tabela 1) O

transplante renal foi o procedimento mais frequente na faixa etaacuteria de 20 a 40 anos de

idade e menos na faixa etaacuteria de maiores de 60 anos Encontrou-se 52 do sexo

feminino 516 caucasianos Como terapia dialiacutetica antes do transplante a hemodiaacutelise

foi prevalente em 777 e 12 nunca passou por nenhum meacutetodo dialiacutetico A

hipertensatildeo arterial ocasionou a doenccedila renal em 318 dos indiviacuteduos e a diabetes

mellitus em apenas 22 Nesta categoria metade dos indiviacuteduos foram a oacutebito O

status soroloacutegico para HCV foi positivo em 219 enquanto que para hepatite B e CMV

foi de 64 e 665 respectivamente (Tabela 1)

A origem do oacutergatildeo transplantado em 65 foi de doador vivo em 415 o

acidente vascular encefaacutelico foi a causa de morte cerebral entre os doadores falecidos

Doadores do sexo feminino constituiu 58 do total de doaccedilotildees e o tempo de isquemia

fria do rim teve meacutedia de 512 minutos A meacutedia de idade dos doadores foi de 32 anos e

natildeo ocorreu oacutebito em receptores de rim de doadores na faixa etaacuteria acima dos 60 anos

de idade Os 495 dos doadores em relaccedilatildeo a compatibilidade HLA foram haplo

idecircnticos (Tabela 1)

Em relaccedilatildeo as variaacuteveis relacionadas ao poacutes transplante imediato a meacutedia de

dias de internaccedilatildeo foi de 19 dias Necessitaram dialisar na primeira semana poacutes-

transplante 279 dos indiviacuteduos Complicaccedilotildees infecciosas estiveram presentes em

383 dos indiviacuteduos no primeiro ano poacutes-transplante Permanecem em

acompanhamento nas consultas 657 e 36 estatildeo sem informaccedilotildees recentes

registradas em prontuaacuterio (Tabela 1)

37

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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21 Mohsin N Budruddin M Khalil M Pakkyarra A Jha A Mohammed E

Kamble P Ahmed H Militsala E Prabhakar NA Al-Marhuby H Ahmed J

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Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Tabela 1 Descriccedilatildeo de variaacuteveis e frequecircncia dos desfechos oacutebito e falecircncia

do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() N p-valor N p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

2215

0462 1519

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

22105

025413119

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

29130

0544

27411

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

1412

0004252

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

423

01353

280656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

234

0945252

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

335

1361

0004

028

1290

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

1818

01241914

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

1795

05761766

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

175

0749183

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

7152

02323

181

0231

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

2215

0232 1914

0149

Causa morte doadorAVETCE

OutrasIgnorada

94(100)39(415)25(265)

8(85)22(235)

481

0084841

0968

38

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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54

21 Peres LAB Hi Kyung A Camargo MTA Rohde NRS Matsuo T

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Pestana J O Rejeiccedilatildeo aguda como fator de risco para sobrevida e sua incidecircncia

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24 Ianhez LE Fonseca JA Paula FJ Neto ED Saldanha LB Sabbaga E

Hepatopatia como causa de oacutebito poacutes-transplante renal J Bras

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29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

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httpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPORT2002PT-1018htm (acessado

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FIOCRUZ 2005395-p

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20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

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Kidney Int 1999 55692-699

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Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

OacuteBITO FALEcircNCIA

Nordm de transplantes12

269(100)256(95)

12(5)361

0645 312

0505

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

143

1478

0244

223

12104

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

1419

00791813

lt0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

5239

07734

209

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

Np-valor

Np-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

113185

00036

14111

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

61403

0321111323

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264(1459)1042

111625

45

1490

0133

05

1390

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

1447

05221046

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

81270

-4

1352

-

A variaacutevel idade do receptor se mostrou significativa (p=0003) (Tabela 1)e a

faixa etaacuteria de maiores de 60 anos de idade apresentou menor tempo de sobrevida ateacute o

oacutebito (Graacutefico 1A) Verificou-se um risco 5 maior do indiviacuteduo transplantado renal ir

a oacutebito para cada ano vivido (Tabela 2) Destaca-se a curva de sobrevida dos indiviacuteduos

diabeacuteticos que foram transplantados das demais causas de doenccedila renal (Graacutefico 1B)

Seu efeito bruto teve um risco 5 vezes maior de oacutebito entre os portadores de diabetes

mellitus do que os portadores de hipertensatildeo arterial (Tabela 2) Quando se avalia o

efeito da variaacutevel doenccedila de base controlado pela idade verifica-se leve aumento do

risco em todas as categorias exceto para o diabetes mellitus (Tabela 2)

39

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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15 Bittar J Cepeda P la Fuente J Douthat W Arteaga J Massari PU Renal

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16 Ridruejo E Cusumano A Diaz C Daacutevalos Michel M Jost L Josth L Soler

Pujol G Mandoacute OG Vilches A Hepatitis C viacuterus infection and outcome of renal

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17 Ingsathit A Thakkinstian A Kantachuvesiri A Sumethkul V Different impacts

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18 Baid-Agrawal S Frei UA Living donor renal transplantation recent

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21 Mohsin N Budruddin M Khalil M Pakkyarra A Jha A Mohammed E

Kamble P Ahmed H Militsala E Prabhakar NA Al-Marhuby H Ahmed J

Daar A Donor Gender Balance in a Living-Related Kidney Transplantation

Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

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28 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

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43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

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44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

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45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

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46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

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48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

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49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

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50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

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51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

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52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Tabela 2 Razatildeo de riscos para oacutebito entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal efeito bruto e controlado por idade

RR bruto RR controlado pela Idade

Variaacutevel exp IC 95 exp IC 95

Idade Receptor 105 (102-108) - -

Doenccedila de base (HA)DMGHGNINOU

528110058053036

(149-1869)(031-388)(021-164)(020-141)(005-276)

502160093084056

(141-1783)(045-570)(031-275)(030-236)(007-435)

HCV (positivo) 29 (134-628) 251 (114-553)

Diaacutelise na 1ordf semana (sim) 184 (092-367) 129 (063-266)

Causa morte do doador (AVE)OUTRAS

TCE130345

(014-1160)(104-1150)

123294

(014-1111)(086-1006)

Sexo doador (masc) 166 (086-320) 158 (082-304)

HbsAg (positivo) 22 (076-637) 235 (081-682)

Idade doador 098 (096-101) 098 (095-101)

Eacute niacutetida a piora da sobrevida do indiviacuteduo observada na curva de portadores de

hepatite C (Graacutefico 1C) A razatildeo de riscos eacute 29 vezes maior em indiviacuteduos HCV+ do

que em indiviacuteduos com status soroloacutegico negativo (Tabela 2) O mesmo acontece com a

hepatite B variaacutevel que apresentou sobrevida significativa para o oacutebito (p=0135)

(Tabela 1) onde foi encontrado risco 22 vezes maior de oacutebito entre os portadores do

viacuterus B do que aqueles que natildeo apresentam positividade para este viacuterus Quando esta

variaacutevel eacute controlada pela idade seu risco de oacutebito aumenta em aproximadamente 68

(Tabela 2)

Tabela 3 Razatildeo de riscos para falecircncia entre indiviacuteduos submetidos ao

transplante renal

Variaacutevel exp IC 95

Diaacutelise na 1ordf semana 364 (178-744)

Tipo de doador (falecido) 166 (083-333)

40

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

A origem do oacutergatildeo transplantado apresentou significacircncia para o desfecho

falecircncia do enxerto (p=0149) (Tabela 1) O Graacutefico 1I revela menor probabilidade de

sobrevida para o indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador falecido ao final da coorte O

risco de perda do enxerto foi de 66 para receptores de doador falecido em comparaccedilatildeo

ao receptor de oacutergatildeo de doador vivo (Tabela 3)

Entre doadores falecidos a causa morte apresentou sobrevida significativa

(p=0084) para o oacutebito (Tabela 1) O tempo de sobrevida do traumatismo cracircnio-

encefaacutelico (TCE) no percentil 80 (Graacutefico 1G) foi de 16 meses E o risco de oacutebito entre

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por TCE eacute 345 vezes maior do que

em indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doador falecido por AVE (Tabela 2)

41

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Graacutefico 1 Graacuteficos de Kaplan-Meyer das variaacuteveis significantes para o oacutebito

OacuteBITO

A B

C D

42

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Biol 2006 3331-28

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48

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15 Bittar J Cepeda P la Fuente J Douthat W Arteaga J Massari PU Renal

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16 Ridruejo E Cusumano A Diaz C Daacutevalos Michel M Jost L Josth L Soler

Pujol G Mandoacute OG Vilches A Hepatitis C viacuterus infection and outcome of renal

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17 Ingsathit A Thakkinstian A Kantachuvesiri A Sumethkul V Different impacts

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Transplant Proc Jun 2007 39(5)1424-1428

18 Baid-Agrawal S Frei UA Living donor renal transplantation recent

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19 Koo DDH Welsh KI Mclaren AJ Roake JA Morris PJ Fuggle SV

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49

20 Iglesias-Maacuterquez RA Santiago-Delpiacuten EA Zayas E Gonzaacutelez-Caraballo Z

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21 Mohsin N Budruddin M Khalil M Pakkyarra A Jha A Mohammed E

Kamble P Ahmed H Militsala E Prabhakar NA Al-Marhuby H Ahmed J

Daar A Donor Gender Balance in a Living-Related Kidney Transplantation

Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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15 Ojo AO Hanson JA Wolfe RA Leitchtman AB Agodoa LY Port FK

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16Goldfarb-Rumyantzev A Hurdle JF Scandling J Wang Z Baird B

Barenbaum L Cheung AK Duration of end-stage renal disease and kidney

transplant outcome Nephrol Dial Transplant 2005 20 167ndash175

17 Akbar SA Jafri SZ Amendola MA Madrazo BL Salem R Bis KG

Complications of renal transplantation Radiographics Sep-Oct 2005

25(5)1335-56

18 Palaacutecios JMJ e colaboradores Influencia de histocompatibilidad HLA em

sobrevida de injerto renal anaacutelisis de 135 casos Revista Chilena de Cirurgia 2002

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19 Tantravahi J Womer KL Kaplan B Why hasnrsquot eliminating acute rejection

improved graft survival Annu Rev Med 200758369-85

20 Aacutevila CAL Ruzany F Souza ERM Sampaio JC Dorigo D Suassuna

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Janeiro between 1975 and 2000 Transplant Proc 2004 35865-867

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21 Peres LAB Hi Kyung A Camargo MTA Rohde NRS Matsuo T

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22 Correcirca JRM Rocha FD Peres AA Gonccedilalves LF Manfro RC Efeito a

longo prazo da infecccedilatildeo pelos viacuterus das hepatites B e C na sobrevida de indiviacuteduos

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23 Galante NZ Tedesco HSJr Machado PGP Pacheco-Silva A Medina-

Pestana J O Rejeiccedilatildeo aguda como fator de risco para sobrevida e sua incidecircncia

reduzida por ciclosporina entre HLA-idecircnticos J Bras Nefrol 2002 24(1) 12-19

24 Ianhez LE Fonseca JA Paula FJ Neto ED Saldanha LB Sabbaga E

Hepatopatia como causa de oacutebito poacutes-transplante renal J Bras

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25 Cepeda PA Balderramo DC Artega J Douthat WG Massari PU Infeccion

urinaria temprana em la trasplante renal Factores de riesgo y efecto en la

sobrevida del injerto Medicina (Buenos Aires) 2005 65409-414

26 Deboni L Manfro R Reck P Keitel E Bittar A Neumann J Garcia V

Incidecircncia e impacto da infecccedilatildeo citomegaacutelica diagnosticada pela antigenemia na

sobrevida em longo prazo de transplantados renais J Bras Nefrol 2002 24(3)

115-126

27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

of access to and outcomes after kidney transplantation in the United States Am J

Kidney Dis May 200851(5)811-8

28 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied

to living donor kidney transplantation computer method sand programs in

biomedicine 90 (2008) 217ndash229

29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

JHR Definiccedilatildeo de variaacuteveis em redes neurais artificais por anaacutelise de

componentes principais aplicaccedilatildeo em transplante renal In IX Congresso

55

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03032008)

34 Orsenigo E Casiraghi T Socci C Zubber V Caldara R Secchi A

Staudacher C Impacto of recipient and donor ages on patient and graft survival

after kidney transplantation Transplant Proc2007391830-1832

35 Locke JE Warren DS Dominici F Cameron AM Leffell MS MacRann

DA Melancon JK Segev DL Simpkins CE Singer AL Zachary AA

Montgomery RA Donor ethnicity influences outcomes following deceased donor

kidney transplantation in black recipients J Am Soc Nephrol Out 2008 19 (10)

2011-2019

36 Goldfarb-Rumyantzev AS HurdleJF Baird BC Stoddard G Wang Z

Scandling JD Barenbaum LL Cheung AK The role of pre-emptive re-

transplant in graft and recipient outcome Nephrol Dial Transplant (2006) 21

1355ndash1364

37 Loupy A Anglicheau D Suberbielle C Mejean A Martinez F Zuber J

Mamzer-Bruneel MF Kreis H Thervet E Thiounn N Legendre C Long-

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56

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2004 p 2574

39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

Expanding the donor pool to increase renal transplantation Nephrol Dial

Transplant (2005) 20 34ndash41

40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

Matas AJ The impact of the quality of initial graft function on cadaver kidney

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41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

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UNCISALECMAL amp LAVA 2003 Disponiacutevel em URL

httpwwwlavamedbrlivro (acesso em 05032008)

42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

httpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPORT2002PT-1018htm (acessado

em 03032008)

43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

FornaraP Pietruck F Frei U Donauer J Lison AE and Michel U

Relationship of hepatitis B or C virus prevalences risk factors and outcomes in

renal transplant recipients Analysis of German Data Transplant ProcMay

200840(4) 909-914

44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

prevenccedilatildeo Rev Bras Epidemiol 2004 Dez 7(4) 473-487

45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

Relatoacuterio do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia

Gastroenterologia Endoscopia Digestiva 199918 (supl 1) S3-S8

46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

Rio de Janeiro 2007 Available from

httpwwwsaudegovbrtuberculosedadosshtml (acesso em 120209)

57

47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

problemas e estrateacutegias para o sucesso J bras pneumol [perioacutedico na Internet]

2007 Jun [citado 2009 Fev 13] 33(3) 323-334 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophp

script=sci_arttextamppid=S1806-37132007000300015amplng=pt doi

101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

OacuteBITO

E F

G H

43

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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10 Carvalho MS Henderson R Shimakura S Sousa IPSC Survival of

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15 Bittar J Cepeda P la Fuente J Douthat W Arteaga J Massari PU Renal

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16 Ridruejo E Cusumano A Diaz C Daacutevalos Michel M Jost L Josth L Soler

Pujol G Mandoacute OG Vilches A Hepatitis C viacuterus infection and outcome of renal

transplantation Transplant Proc Dec 200739(10)3127-30

17 Ingsathit A Thakkinstian A Kantachuvesiri A Sumethkul V Different impacts

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Transplant Proc Jun 2007 39(5)1424-1428

18 Baid-Agrawal S Frei UA Living donor renal transplantation recent

developments and perspectives Nat Clin Pract Nephrol Jan 2007 3(1)31-41

19 Koo DDH Welsh KI Mclaren AJ Roake JA Morris PJ Fuggle SV

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before transplantation Kidney International 1999 56 1551ndash1559

49

20 Iglesias-Maacuterquez RA Santiago-Delpiacuten EA Zayas E Gonzaacutelez-Caraballo Z

Morales-Otero L Delayed graft function in kidney transplant recipients risk factors

and short-term outcome Transplant Proc Feb 2002 34(1) 352-354

21 Mohsin N Budruddin M Khalil M Pakkyarra A Jha A Mohammed E

Kamble P Ahmed H Militsala E Prabhakar NA Al-Marhuby H Ahmed J

Daar A Donor Gender Balance in a Living-Related Kidney Transplantation

Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

FALEcircNCIA

I J

O risco de oacutebito entre indiviacuteduos transplantados que necessitaram de dialisar na

primeira semana poacutes transplante eacute 84 maior do que naqueles que natildeo dialisaram O

Graacutefico 1H mostra a menor sobrevida entre os indiviacuteduos que dialisaram Tambeacutem

houve significacircncia desta variaacutevel quando o desfecho eacute a falecircncia do enxerto (plt0001)

(Tabela 1) Observa-se que a probabilidade de sobrevida do enxerto entre os indiviacuteduos

que dialisaram eacute menor do que os natildeo dialisaram na primeira semana (Graacutefico 1J) Haacute

um risco 364 vezes maior de falecircncia do enxerto naqueles que necessitaram de dialisar

na primeira semana poacutes transplante (Tabela 3)

O sexo e a idade do doador natildeo estatildeo associados ao tempo de sobrevida

Quando se testa a interaccedilatildeo entre a compatibilidade HLA e a idade do doador a

categoria de compatibilidade HLA ldquopobrerdquo e idade doador passa a ter significacircncia

(p=0020) Todos os doadores na faixa etaacuteria de 0 a 15 anos satildeo falecidos 75 de

compatibilidade HLA pobre este ocorrido pode explicar a diminuiccedilatildeo da sobrevida dos

indiviacuteduos que receberam oacutergatildeo de doadores nesta faixa etaacuteria

44

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

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52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

DISCUSSAtildeO

Uma das limitaccedilotildees desse estudo foi a alta frequecircncia de informaccedilotildees natildeo

disponiacuteveis em prontuaacuterio (ldquoignoradasrdquo) impossibilitando algumas anaacutelise de interesse

Entre essas variaacuteveis relacionadas ao doador falecido pois dependem da central de

captaccedilatildeo de oacutergatildeos cujas informaccedilotildees natildeo estatildeo facilmente sempre disponiacuteveis Na

verdade essas informaccedilotildees deveriam constar do prontuaacuterio do paciente no serviccedilo de

transplante pois satildeo parte de seu histoacuterico

O processo de envelhecimento da populaccedilatildeo e aumento na longevidade tem

refletido no crescimento da prevalecircncia das doenccedilas crocircnicas9 Esse envelhecimento

tambeacutem eacute constatado nos indiviacuteduos em terapia dialiacutetica e os indiviacuteduos mais velhos

satildeo os que possuem o pior prognoacutestico quanto ao tempo de sobrevida10 Atualmente

aproximadamente 5 dos pacientes em estaacutegio final da doenccedila renal no Brasil satildeo

submetidos ao transplante renal e dos inscritos na fila de espera para o transplante

renal apenas 19 o que ainda eacute pouco quando comparado a prevalecircncia de pacientes

em diaacutelise no Brasil (468 por milhatildeo da populaccedilatildeo)11

Apesar do transplante renal ser uma opccedilatildeo de terapia de substituiccedilatildeo renal em

grande parte dos indiviacuteduos a disponibilidade de um doador compatiacutevel natildeo eacute uma

situaccedilatildeo frequente fazendo com esses indiviacuteduos recorram agrave lista de espera de

transplante de doador falecido Percebe-se que a seleccedilatildeo dos receptores quando da

disponibilidade do oacutergatildeo se daacute entre os indiviacuteduos que aleacutem de compatiacuteveis estejam

bem clinicamente e com o miacutenimo ou sem nenhuma morbidade associada Ramos e

Brennan12 justificam que os candidatos a receptores devem ser cuidadosamente

avaliados para detecccedilatildeo e tratamento de possiacuteveis co morbidades pois essas podem

interferir na sobrevida poacutes transplante

Indiviacuteduos com idade igual ou maior que 65 anos representaram 212 dos

indicados para o transplante renal e a maior ocorrecircncia de diabetes mellitus13 No estudo

de Shah et al14 concluiu-se que houve diminuiccedilatildeo da sobrevida do indiviacuteduo com o

avanccedilar da idade principalmente naqueles com idade em torno dos 80 anos

O diabetes mellitus fator de risco para doentes em ETDR10 foi a doenccedila de

base de menor frequecircncia no estudo e apresentou menor tempo de sobrevida como

causa base da doenccedila renal Cunha et al13 que estudaram a sobrevida de pacientes com

insuficiecircncia renal ateacute o transplante destacaram que a maior proporccedilatildeo de pacientes

45

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

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18 Baid-Agrawal S Frei UA Living donor renal transplantation recent

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Daar A Donor Gender Balance in a Living-Related Kidney Transplantation

Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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17 Akbar SA Jafri SZ Amendola MA Madrazo BL Salem R Bis KG

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18 Palaacutecios JMJ e colaboradores Influencia de histocompatibilidad HLA em

sobrevida de injerto renal anaacutelisis de 135 casos Revista Chilena de Cirurgia 2002

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19 Tantravahi J Womer KL Kaplan B Why hasnrsquot eliminating acute rejection

improved graft survival Annu Rev Med 200758369-85

20 Aacutevila CAL Ruzany F Souza ERM Sampaio JC Dorigo D Suassuna

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Janeiro between 1975 and 2000 Transplant Proc 2004 35865-867

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21 Peres LAB Hi Kyung A Camargo MTA Rohde NRS Matsuo T

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22 Correcirca JRM Rocha FD Peres AA Gonccedilalves LF Manfro RC Efeito a

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26 Deboni L Manfro R Reck P Keitel E Bittar A Neumann J Garcia V

Incidecircncia e impacto da infecccedilatildeo citomegaacutelica diagnosticada pela antigenemia na

sobrevida em longo prazo de transplantados renais J Bras Nefrol 2002 24(3)

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27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

of access to and outcomes after kidney transplantation in the United States Am J

Kidney Dis May 200851(5)811-8

28 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied

to living donor kidney transplantation computer method sand programs in

biomedicine 90 (2008) 217ndash229

29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

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FornaraP Pietruck F Frei U Donauer J Lison AE and Michel U

Relationship of hepatitis B or C virus prevalences risk factors and outcomes in

renal transplant recipients Analysis of German Data Transplant ProcMay

200840(4) 909-914

44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

prevenccedilatildeo Rev Bras Epidemiol 2004 Dez 7(4) 473-487

45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

Relatoacuterio do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia

Gastroenterologia Endoscopia Digestiva 199918 (supl 1) S3-S8

46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

Rio de Janeiro 2007 Available from

httpwwwsaudegovbrtuberculosedadosshtml (acesso em 120209)

57

47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

problemas e estrateacutegias para o sucesso J bras pneumol [perioacutedico na Internet]

2007 Jun [citado 2009 Fev 13] 33(3) 323-334 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophp

script=sci_arttextamppid=S1806-37132007000300015amplng=pt doi

101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

indicados ao transplante renal satildeo natildeo diabeacuteticos esta proporccedilatildeo aumenta entre os

portadores de hipertensatildeo arterial Bittar et al15 natildeo encontraram diferenccedilas

significativas na sobrevida de diabeacuteticos e natildeo diabeacuteticos mas observaram que as

doenccedilas cardio vasculares associadas ao diabetes mellitus diminuem em

aproximadamente 50 a sobrevida do indiviacuteduo Natildeo se pode avaliar a ocorrecircncia de

doenccedilas caacuterdio vasculares associadas ao diabetes mellitus neste trabalho

A prevalecircncia do viacuterus da hepatite B e C continua sendo um grande problema

entre indiviacuteduos que foram expostos a hemodiaacutelise (cerca de 6 para HbsAg (+) e 30

de HCV(+)) Ridruejo et al16 observaram em seus estudos de sobrevida um aumento no

risco de perda do enxerto e de oacutebito com transplantados renais HCV(+) A sobrevida do

enxerto em HCV(+) pode ser explicada pela progressatildeo da doenccedila hepaacutetica e maior

prevalecircncia de diabeacuteticos apesar que nem todos os estudos mostram diferenccedilas

significativas O viacuterus B no estudo de Ingsathit et al17 foi associado a diminuiccedilatildeo na

sobrevida do indiviacuteduo transplantado aleacutem de ter tido uma forte razatildeo de risco para o

oacutebito principalmente nos primeiros 12 meses de transplante A utilizaccedilatildeo da vacina anti

hepatite B tem sido recomendada entre os indiviacuteduos que satildeo submetidos agrave diaacutelise

como forma de prevenir a infecccedilatildeo

Baid-Agrawal e Frei18 afirmam que o transplante renal de doador vivo estaacute

associado com bons resultados para os receptores O doador falecido em nosso estudo

natildeo foi significativo para 95 mas apresentou aumento de risco de falecircncia de enxerto

de 66 Koo et al 19 atribuem este fato agraves condiccedilotildees do oacutergatildeo captado ao tempo de

armazenamento (isquemia fria) agraves condiccedilotildees quanto aos cuidados intensivos antes da

morte encefaacutelica nos doadores falecidos como tambeacutem agrave causa morte Ainda nesse

estudo eles detectaram expressiva titulaccedilatildeo de antiacutegenos antes do armazenamento do

oacutergatildeo sugerindo que a resposta inflamatoacuteria nesses doadores acontece horas ou dias

antes da coleta do oacutergatildeo favorecendo o risco de perda do enxerto Geralmente a funccedilatildeo

retardada do rim estaacute associada agrave transplantes de doador falecido e ao tempo de

isquemia fria20 nesses casos sessotildees de diaacutelise na primeira semana poacutes transplante

podem ser necessaacuterias Mais da metade dos receptores de rim de doador falecido

necessitou dialisar na primeira semana poacutes-transplante e pode-se observar que a

proporccedilatildeo de indiviacuteduos que dialisaram na primeira semana aumenta a medida que

aumenta o nuacutemero de horas de isquemia fria

46

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1Callaghan CJ Bradley JA Current status of renal transplantation Methods Mol

Biol 2006 3331-28

2 Bittencourt ZZLC Alves Filho G Mazzali M Santos NR Qualidade de vida

em transplantados renais Rev Sauacutede Puacuteblica 2004 38 (5)732-734

3 Akbar SA Jafri SZ Amendola MA Madrazo BL Salem R Bis KG

Complications of renal transplantation Radiographics2005 Sep-Oct 25(5)1335-56

4 Palaacutecios JMJ e colaboradores Influencia de histocompatibilidad HLA em sobrevida

de injerto renal anaacutelisis de 135 casos Revista Chilena de Cirurgia Jun 2002 54(3)

231-234

5 Tantravahi J Womer KL Kaplan B Why hasnrsquot eliminating acute rejection

improved graft survival Annu Rev Med 200758369-85

6 Aacutevila CAL Ruzany F Souza ERM Sampaio JC Dorigo D Suassuna

JHR Long-term outcome of renal transplantation at a university center in Rio de

Janeiro between 1975 and 2000 Transplant Proc 2004 35865-867

7 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005

8 R Development Core Team R a language and environment for statistical computing

R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005 Disponiacutevel em

httpwwwR-projectorg

48

9 Alves LC LeimannBCQ Vasconcelos MEL Carvalho MS Vasconcelos

AGG Fonseca TCO Lebratildeo ML Laurenti R A influecircncia das doenccedilas

crocircnicas na capacidade funcional dos idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Cad Sauacutede

PuacuteblicaAgo 2007 23(8)1924-1930

10 Carvalho MS Henderson R Shimakura S Sousa IPSC Survival of

hemodialysis patients modeling differences in risk of dialysis centers Internacional

Journal for Quality in Health Care2003 15(3)189-196

11 SBN-Sociedade Brasileira de Nefrologia Censo 2007 httpwwwsbnorgbrCenso

2007censo_SBN_2007 (acesso em 26032008)

12 Ramos EMH Brennan DC Evaluation of the potential renal transplant recipient

httpwwwuptodatecompatients (acesso em 28022009)

13 Cunha CB Ponce de Leon AC Schramm JMA Carvalho MS Souza Jr

PRB Chain R Tempo ateacute o transplante e sobrevida em indiviacuteduos com

insuficiecircncia renal crocircnica no Estado do Rio de Janeiro Brasil 1998-2002 Cad

Sauacutede Puacuteblica Abr 2007 23(4) 805-813

14 Shah T Bunnapradist S Hutchinson I Pravica V Cho YW Mendez R

Mendez R Takemoto SK The evolving notion of senior kidney transplant

recipients Clin Transplant Nov-Dec 2008 22(6)794-802

15 Bittar J Cepeda P la Fuente J Douthat W Arteaga J Massari PU Renal

Transplantation in Diabetic Patients Transplant Proc 2006 38 895ndash898

16 Ridruejo E Cusumano A Diaz C Daacutevalos Michel M Jost L Josth L Soler

Pujol G Mandoacute OG Vilches A Hepatitis C viacuterus infection and outcome of renal

transplantation Transplant Proc Dec 200739(10)3127-30

17 Ingsathit A Thakkinstian A Kantachuvesiri A Sumethkul V Different impacts

of hepatitis B virus and hepatitis C virus on the outcome of kidney transplantation

Transplant Proc Jun 2007 39(5)1424-1428

18 Baid-Agrawal S Frei UA Living donor renal transplantation recent

developments and perspectives Nat Clin Pract Nephrol Jan 2007 3(1)31-41

19 Koo DDH Welsh KI Mclaren AJ Roake JA Morris PJ Fuggle SV

Cadaver versus living donor kidneys Impact of donor factors on antigen induction

before transplantation Kidney International 1999 56 1551ndash1559

49

20 Iglesias-Maacuterquez RA Santiago-Delpiacuten EA Zayas E Gonzaacutelez-Caraballo Z

Morales-Otero L Delayed graft function in kidney transplant recipients risk factors

and short-term outcome Transplant Proc Feb 2002 34(1) 352-354

21 Mohsin N Budruddin M Khalil M Pakkyarra A Jha A Mohammed E

Kamble P Ahmed H Militsala E Prabhakar NA Al-Marhuby H Ahmed J

Daar A Donor Gender Balance in a Living-Related Kidney Transplantation

Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 Barreto ML Carmo EH Padrotildees de adoecimento e morte da populaccedilatildeo brasileira

os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

200712(sup)1779-1790

2 Mello Jorge MHP Gotlieb SLD As Condiccedilotildees de Sauacutede no Brasil- Retrospecto

de 1979 a 1995 Rio de Janeiro Editora FIOCRUZ 2000

3 Laurenti R1990 Questatildeo demograacutefica e transiccedilatildeo epidemioloacutegica In Anais do I

Congresso Brasileiro de Epidemiologia Campinas ABRASCO

4 PossasC 1989 Epidemiologia e Sociedade- Heterogeneidade Estrutural e Sauacutede no

Brasil Satildeo Paulo HUCITEC

5 Lessa I Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis In___ O adulto brasileiro e as doenccedilas

da modernidade Epidemiologia das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis Rio de

Janeiro Hucitec Abrasco1998 1ordf ediccedilatildeo

6 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo Cliacutenica de Doenccedila Cardiovascular Cerebrovascular e

Renal Crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 1-56 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica nordm 14) (Seacuterie A normas e manuais teacutecnicos)

7 Schramm JMA Oliveira AF Leite IC Valente JG Gadelha AMJ Portela MC

Campos MR Transiccedilatildeo epidemioloacutegica e o estudo de carga de doenccedila no Brasil

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Dez 2004 9(4) 897-908

8 Romatildeo Jr JE Doenccedila renal crocircnica definiccedilatildeo epidemiologia e classificaccedilatildeo J Bras

Nefrol Ago 2004 17(3 sup 1)1-3

9 ABTO Associaccedilatildeo Brasileira de Transplante de Oacutergatildeos Manual do transplante renal

httpwwwabtoorgbrpopulacaoservicosmanual_transplante_rimpdf (acessado

em 07112007)

10 SBNSociedade Brasileira de Nefrologia Censo 2007 httpwwwsbnorgbrCenso

2007censo_SBN_2007 (acesso em 26032008)

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11 Bittencourt ZZLC Alves Filho G Mazzali M Santos NR Qualidade de vida

em transplantados renais importacircncia do enxerto funcionante Rev Sauacutede Puacuteblica

Out 2004 38(5) 732-734

12 Anderson KN Anderson LE Mosby-dicionaacuterio de enfermagem Satildeo Paulo

Editora Roca 20012ordf ediccedilatildeo1046-p

13 Callaghan CJ Bradley JA Current status of renal transplantation Methods Mol

Biol 2006 3331-28

14 Cunha CB Ponce de Leon AC Schramm JMA Carvalho MS Souza Jr

PRB Chain R Tempo ateacute o transplante e sobrevida em indiviacuteduos com

insuficiecircncia renal crocircnica no Estado do Rio de Janeiro Brasil 1998-2002 Cad

Sauacutede Puacuteblica 2007 Abr 23(4) 805-813

15 Ojo AO Hanson JA Wolfe RA Leitchtman AB Agodoa LY Port FK

Long-term survival in renal transplant recipients with graft function Kidney Int

2000 57307-313

16Goldfarb-Rumyantzev A Hurdle JF Scandling J Wang Z Baird B

Barenbaum L Cheung AK Duration of end-stage renal disease and kidney

transplant outcome Nephrol Dial Transplant 2005 20 167ndash175

17 Akbar SA Jafri SZ Amendola MA Madrazo BL Salem R Bis KG

Complications of renal transplantation Radiographics Sep-Oct 2005

25(5)1335-56

18 Palaacutecios JMJ e colaboradores Influencia de histocompatibilidad HLA em

sobrevida de injerto renal anaacutelisis de 135 casos Revista Chilena de Cirurgia 2002

Jun 54(3) 231-234

19 Tantravahi J Womer KL Kaplan B Why hasnrsquot eliminating acute rejection

improved graft survival Annu Rev Med 200758369-85

20 Aacutevila CAL Ruzany F Souza ERM Sampaio JC Dorigo D Suassuna

JHR Long-term outcome of renal transplantation at a university center in Rio de

Janeiro between 1975 and 2000 Transplant Proc 2004 35865-867

54

21 Peres LAB Hi Kyung A Camargo MTA Rohde NRS Matsuo T

Uscocovich VFM Delfino VDA Anaacutelise da sobrevida de enxertos e

receptores de 188 transplantes renais realizados na cidade de Cascavel PR J Bras

Nefrol 2003 25(3) 133-41

22 Correcirca JRM Rocha FD Peres AA Gonccedilalves LF Manfro RC Efeito a

longo prazo da infecccedilatildeo pelos viacuterus das hepatites B e C na sobrevida de indiviacuteduos

transplantados renais Rev Assoc Med Bras 2003 49(4)389-94

23 Galante NZ Tedesco HSJr Machado PGP Pacheco-Silva A Medina-

Pestana J O Rejeiccedilatildeo aguda como fator de risco para sobrevida e sua incidecircncia

reduzida por ciclosporina entre HLA-idecircnticos J Bras Nefrol 2002 24(1) 12-19

24 Ianhez LE Fonseca JA Paula FJ Neto ED Saldanha LB Sabbaga E

Hepatopatia como causa de oacutebito poacutes-transplante renal J Bras

Nefrol199719(2)138-142

25 Cepeda PA Balderramo DC Artega J Douthat WG Massari PU Infeccion

urinaria temprana em la trasplante renal Factores de riesgo y efecto en la

sobrevida del injerto Medicina (Buenos Aires) 2005 65409-414

26 Deboni L Manfro R Reck P Keitel E Bittar A Neumann J Garcia V

Incidecircncia e impacto da infecccedilatildeo citomegaacutelica diagnosticada pela antigenemia na

sobrevida em longo prazo de transplantados renais J Bras Nefrol 2002 24(3)

115-126

27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

of access to and outcomes after kidney transplantation in the United States Am J

Kidney Dis May 200851(5)811-8

28 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied

to living donor kidney transplantation computer method sand programs in

biomedicine 90 (2008) 217ndash229

29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

JHR Definiccedilatildeo de variaacuteveis em redes neurais artificais por anaacutelise de

componentes principais aplicaccedilatildeo em transplante renal In IX Congresso

55

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30 Noronha IL Manfro RC Pacheco-Silva A Casadei DH Manual de

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31 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Guia SUS

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32 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo de Transplantes httpdtr2001saudegovbr

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33_______________________ Lei nordm10211 de 2001

httpdtr2001saudegovbrtransplantesportarialei10211htm (acessado em

03032008)

34 Orsenigo E Casiraghi T Socci C Zubber V Caldara R Secchi A

Staudacher C Impacto of recipient and donor ages on patient and graft survival

after kidney transplantation Transplant Proc2007391830-1832

35 Locke JE Warren DS Dominici F Cameron AM Leffell MS MacRann

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36 Goldfarb-Rumyantzev AS HurdleJF Baird BC Stoddard G Wang Z

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37 Loupy A Anglicheau D Suberbielle C Mejean A Martinez F Zuber J

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56

38 Brenner BM The Kidney Ed Elsevier Philadelphia Pennsylvania 7th edition

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39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

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40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

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41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

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UNCISALECMAL amp LAVA 2003 Disponiacutevel em URL

httpwwwlavamedbrlivro (acesso em 05032008)

42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

httpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPORT2002PT-1018htm (acessado

em 03032008)

43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

FornaraP Pietruck F Frei U Donauer J Lison AE and Michel U

Relationship of hepatitis B or C virus prevalences risk factors and outcomes in

renal transplant recipients Analysis of German Data Transplant ProcMay

200840(4) 909-914

44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

prevenccedilatildeo Rev Bras Epidemiol 2004 Dez 7(4) 473-487

45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

Relatoacuterio do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia

Gastroenterologia Endoscopia Digestiva 199918 (supl 1) S3-S8

46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

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httpwwwsaudegovbrtuberculosedadosshtml (acesso em 120209)

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47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

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101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

No caso de morte encefaacutelica do doador causada por traumatismos decorrentes

de acidentes e outros traumas graves esses doadores podem experimentar liberaccedilatildeo

sistecircmica de mediadores inflamatoacuterios em altos niacuteveis em resposta as muacuteltiplas

lesotildees19 Isso pode justificar a pior sobrevida do indiviacuteduo que recebeu oacutergatildeo de doador

que sofreu TCE em comparaccedilatildeo aos que sofreram AVE

Haacute uma predominacircncia de doadores (vivo) do sexo feminino e receptores do

sexo masculino21 mas este fenocircmeno natildeo estaacute claramente justificado22 Eacute observado

com frequecircncia a doaccedilatildeo em vivo de matildees para filhos de compatibilidade haplo de

irmatildes para irmatildes (atildeos) e de esposas para seus maridos A ligaccedilatildeo co sanguiacutenea junto a

possibilidade de maior compatibilidade HLA o status de doador vivo e questotildees

relacionadas ao gecircnero talvez pudessem explicar essa tendecircncia do sexo feminino no

ato da doaccedilatildeo

A frequecircncia de complicaccedilotildees infecciosas no primeiro ano de transplante

apesar de natildeo ter sido significativa na sobrevida de ambos os desfechos nos induz a

pensar aleacutem da diminuiccedilatildeo da imunidade do indiviacuteduo na realidade de vida dessas

pessoas que chegam ao transplante E quem sabe no que caracteriza a sauacutede da

populaccedilatildeo de um paiacutes em desenvolvimento Cabe lembrar que somente 5 dos

pacientes em estaacutegio final de doenccedila renal no Brasil satildeo transplantados o que ainda eacute

pouco quando comparado agrave crescente incidecircncia de doentes renais e competecircncia

teacutecnica existente no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

CONCLUSOtildeES

A avaliaccedilatildeo do perfil dos indiviacuteduos transplantados dos fatores de risco e da

sobrevida bem como sua variaccedilatildeo no tempo deveria ser uma atividade perioacutedica nos

serviccedilos de transplante renal Sua contribuiccedilatildeo ao ensino assistecircncia e pesquisa

justificam a estruturaccedilatildeo e alimentaccedilatildeo dos bancos de dados de forma sistemaacutetica

Esforccedilos desde o procedimento de captaccedilatildeo de oacutergatildeos ateacute o transplante

propriamente dito merecem destaque com a finalidade de reduzir o tempo de isquemia

fria do rim e possiacutevel funccedilatildeo retardada do enxerto

47

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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10 Carvalho MS Henderson R Shimakura S Sousa IPSC Survival of

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Mendez R Takemoto SK The evolving notion of senior kidney transplant

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15 Bittar J Cepeda P la Fuente J Douthat W Arteaga J Massari PU Renal

Transplantation in Diabetic Patients Transplant Proc 2006 38 895ndash898

16 Ridruejo E Cusumano A Diaz C Daacutevalos Michel M Jost L Josth L Soler

Pujol G Mandoacute OG Vilches A Hepatitis C viacuterus infection and outcome of renal

transplantation Transplant Proc Dec 200739(10)3127-30

17 Ingsathit A Thakkinstian A Kantachuvesiri A Sumethkul V Different impacts

of hepatitis B virus and hepatitis C virus on the outcome of kidney transplantation

Transplant Proc Jun 2007 39(5)1424-1428

18 Baid-Agrawal S Frei UA Living donor renal transplantation recent

developments and perspectives Nat Clin Pract Nephrol Jan 2007 3(1)31-41

19 Koo DDH Welsh KI Mclaren AJ Roake JA Morris PJ Fuggle SV

Cadaver versus living donor kidneys Impact of donor factors on antigen induction

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49

20 Iglesias-Maacuterquez RA Santiago-Delpiacuten EA Zayas E Gonzaacutelez-Caraballo Z

Morales-Otero L Delayed graft function in kidney transplant recipients risk factors

and short-term outcome Transplant Proc Feb 2002 34(1) 352-354

21 Mohsin N Budruddin M Khalil M Pakkyarra A Jha A Mohammed E

Kamble P Ahmed H Militsala E Prabhakar NA Al-Marhuby H Ahmed J

Daar A Donor Gender Balance in a Living-Related Kidney Transplantation

Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 Barreto ML Carmo EH Padrotildees de adoecimento e morte da populaccedilatildeo brasileira

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Renal Crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 1-56 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica nordm 14) (Seacuterie A normas e manuais teacutecnicos)

7 Schramm JMA Oliveira AF Leite IC Valente JG Gadelha AMJ Portela MC

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8 Romatildeo Jr JE Doenccedila renal crocircnica definiccedilatildeo epidemiologia e classificaccedilatildeo J Bras

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9 ABTO Associaccedilatildeo Brasileira de Transplante de Oacutergatildeos Manual do transplante renal

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10 SBNSociedade Brasileira de Nefrologia Censo 2007 httpwwwsbnorgbrCenso

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12 Anderson KN Anderson LE Mosby-dicionaacuterio de enfermagem Satildeo Paulo

Editora Roca 20012ordf ediccedilatildeo1046-p

13 Callaghan CJ Bradley JA Current status of renal transplantation Methods Mol

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14 Cunha CB Ponce de Leon AC Schramm JMA Carvalho MS Souza Jr

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insuficiecircncia renal crocircnica no Estado do Rio de Janeiro Brasil 1998-2002 Cad

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15 Ojo AO Hanson JA Wolfe RA Leitchtman AB Agodoa LY Port FK

Long-term survival in renal transplant recipients with graft function Kidney Int

2000 57307-313

16Goldfarb-Rumyantzev A Hurdle JF Scandling J Wang Z Baird B

Barenbaum L Cheung AK Duration of end-stage renal disease and kidney

transplant outcome Nephrol Dial Transplant 2005 20 167ndash175

17 Akbar SA Jafri SZ Amendola MA Madrazo BL Salem R Bis KG

Complications of renal transplantation Radiographics Sep-Oct 2005

25(5)1335-56

18 Palaacutecios JMJ e colaboradores Influencia de histocompatibilidad HLA em

sobrevida de injerto renal anaacutelisis de 135 casos Revista Chilena de Cirurgia 2002

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19 Tantravahi J Womer KL Kaplan B Why hasnrsquot eliminating acute rejection

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20 Aacutevila CAL Ruzany F Souza ERM Sampaio JC Dorigo D Suassuna

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54

21 Peres LAB Hi Kyung A Camargo MTA Rohde NRS Matsuo T

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22 Correcirca JRM Rocha FD Peres AA Gonccedilalves LF Manfro RC Efeito a

longo prazo da infecccedilatildeo pelos viacuterus das hepatites B e C na sobrevida de indiviacuteduos

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23 Galante NZ Tedesco HSJr Machado PGP Pacheco-Silva A Medina-

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24 Ianhez LE Fonseca JA Paula FJ Neto ED Saldanha LB Sabbaga E

Hepatopatia como causa de oacutebito poacutes-transplante renal J Bras

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25 Cepeda PA Balderramo DC Artega J Douthat WG Massari PU Infeccion

urinaria temprana em la trasplante renal Factores de riesgo y efecto en la

sobrevida del injerto Medicina (Buenos Aires) 2005 65409-414

26 Deboni L Manfro R Reck P Keitel E Bittar A Neumann J Garcia V

Incidecircncia e impacto da infecccedilatildeo citomegaacutelica diagnosticada pela antigenemia na

sobrevida em longo prazo de transplantados renais J Bras Nefrol 2002 24(3)

115-126

27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

of access to and outcomes after kidney transplantation in the United States Am J

Kidney Dis May 200851(5)811-8

28 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied

to living donor kidney transplantation computer method sand programs in

biomedicine 90 (2008) 217ndash229

29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

JHR Definiccedilatildeo de variaacuteveis em redes neurais artificais por anaacutelise de

componentes principais aplicaccedilatildeo em transplante renal In IX Congresso

55

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30 Noronha IL Manfro RC Pacheco-Silva A Casadei DH Manual de

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31 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Guia SUS

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03032008)

32 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo de Transplantes httpdtr2001saudegovbr

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33_______________________ Lei nordm10211 de 2001

httpdtr2001saudegovbrtransplantesportarialei10211htm (acessado em

03032008)

34 Orsenigo E Casiraghi T Socci C Zubber V Caldara R Secchi A

Staudacher C Impacto of recipient and donor ages on patient and graft survival

after kidney transplantation Transplant Proc2007391830-1832

35 Locke JE Warren DS Dominici F Cameron AM Leffell MS MacRann

DA Melancon JK Segev DL Simpkins CE Singer AL Zachary AA

Montgomery RA Donor ethnicity influences outcomes following deceased donor

kidney transplantation in black recipients J Am Soc Nephrol Out 2008 19 (10)

2011-2019

36 Goldfarb-Rumyantzev AS HurdleJF Baird BC Stoddard G Wang Z

Scandling JD Barenbaum LL Cheung AK The role of pre-emptive re-

transplant in graft and recipient outcome Nephrol Dial Transplant (2006) 21

1355ndash1364

37 Loupy A Anglicheau D Suberbielle C Mejean A Martinez F Zuber J

Mamzer-Bruneel MF Kreis H Thervet E Thiounn N Legendre C Long-

term outcome of third kidney transplants Nephrol Dial Transplant 2007 22

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56

38 Brenner BM The Kidney Ed Elsevier Philadelphia Pennsylvania 7th edition

2004 p 2574

39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

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40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

Matas AJ The impact of the quality of initial graft function on cadaver kidney

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41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

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UNCISALECMAL amp LAVA 2003 Disponiacutevel em URL

httpwwwlavamedbrlivro (acesso em 05032008)

42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

httpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPORT2002PT-1018htm (acessado

em 03032008)

43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

FornaraP Pietruck F Frei U Donauer J Lison AE and Michel U

Relationship of hepatitis B or C virus prevalences risk factors and outcomes in

renal transplant recipients Analysis of German Data Transplant ProcMay

200840(4) 909-914

44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

prevenccedilatildeo Rev Bras Epidemiol 2004 Dez 7(4) 473-487

45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

Relatoacuterio do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia

Gastroenterologia Endoscopia Digestiva 199918 (supl 1) S3-S8

46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

Rio de Janeiro 2007 Available from

httpwwwsaudegovbrtuberculosedadosshtml (acesso em 120209)

57

47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

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httpwwwscielobrscielophp

script=sci_arttextamppid=S1806-37132007000300015amplng=pt doi

101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

O meacutetodo de anaacutelise de sobrevida permitiu identificar variaacuteveis associadas ao

transplante renal Ressaltou e reafirmou riscos associados ao oacutebito e a falecircncia do

enxerto mesmo em uma amostra reduzida

Aleacutem de identificar fatores de risco em um grupo especial de indiviacuteduos este

trabalho eacute mais um a consolidar a complexidade das consequecircncias das doenccedilas

crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e a multiplicidade de questotildees que giram em torno do

transplante renal

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1Callaghan CJ Bradley JA Current status of renal transplantation Methods Mol

Biol 2006 3331-28

2 Bittencourt ZZLC Alves Filho G Mazzali M Santos NR Qualidade de vida

em transplantados renais Rev Sauacutede Puacuteblica 2004 38 (5)732-734

3 Akbar SA Jafri SZ Amendola MA Madrazo BL Salem R Bis KG

Complications of renal transplantation Radiographics2005 Sep-Oct 25(5)1335-56

4 Palaacutecios JMJ e colaboradores Influencia de histocompatibilidad HLA em sobrevida

de injerto renal anaacutelisis de 135 casos Revista Chilena de Cirurgia Jun 2002 54(3)

231-234

5 Tantravahi J Womer KL Kaplan B Why hasnrsquot eliminating acute rejection

improved graft survival Annu Rev Med 200758369-85

6 Aacutevila CAL Ruzany F Souza ERM Sampaio JC Dorigo D Suassuna

JHR Long-term outcome of renal transplantation at a university center in Rio de

Janeiro between 1975 and 2000 Transplant Proc 2004 35865-867

7 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

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8 R Development Core Team R a language and environment for statistical computing

R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005 Disponiacutevel em

httpwwwR-projectorg

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9 Alves LC LeimannBCQ Vasconcelos MEL Carvalho MS Vasconcelos

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10 Carvalho MS Henderson R Shimakura S Sousa IPSC Survival of

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11 SBN-Sociedade Brasileira de Nefrologia Censo 2007 httpwwwsbnorgbrCenso

2007censo_SBN_2007 (acesso em 26032008)

12 Ramos EMH Brennan DC Evaluation of the potential renal transplant recipient

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13 Cunha CB Ponce de Leon AC Schramm JMA Carvalho MS Souza Jr

PRB Chain R Tempo ateacute o transplante e sobrevida em indiviacuteduos com

insuficiecircncia renal crocircnica no Estado do Rio de Janeiro Brasil 1998-2002 Cad

Sauacutede Puacuteblica Abr 2007 23(4) 805-813

14 Shah T Bunnapradist S Hutchinson I Pravica V Cho YW Mendez R

Mendez R Takemoto SK The evolving notion of senior kidney transplant

recipients Clin Transplant Nov-Dec 2008 22(6)794-802

15 Bittar J Cepeda P la Fuente J Douthat W Arteaga J Massari PU Renal

Transplantation in Diabetic Patients Transplant Proc 2006 38 895ndash898

16 Ridruejo E Cusumano A Diaz C Daacutevalos Michel M Jost L Josth L Soler

Pujol G Mandoacute OG Vilches A Hepatitis C viacuterus infection and outcome of renal

transplantation Transplant Proc Dec 200739(10)3127-30

17 Ingsathit A Thakkinstian A Kantachuvesiri A Sumethkul V Different impacts

of hepatitis B virus and hepatitis C virus on the outcome of kidney transplantation

Transplant Proc Jun 2007 39(5)1424-1428

18 Baid-Agrawal S Frei UA Living donor renal transplantation recent

developments and perspectives Nat Clin Pract Nephrol Jan 2007 3(1)31-41

19 Koo DDH Welsh KI Mclaren AJ Roake JA Morris PJ Fuggle SV

Cadaver versus living donor kidneys Impact of donor factors on antigen induction

before transplantation Kidney International 1999 56 1551ndash1559

49

20 Iglesias-Maacuterquez RA Santiago-Delpiacuten EA Zayas E Gonzaacutelez-Caraballo Z

Morales-Otero L Delayed graft function in kidney transplant recipients risk factors

and short-term outcome Transplant Proc Feb 2002 34(1) 352-354

21 Mohsin N Budruddin M Khalil M Pakkyarra A Jha A Mohammed E

Kamble P Ahmed H Militsala E Prabhakar NA Al-Marhuby H Ahmed J

Daar A Donor Gender Balance in a Living-Related Kidney Transplantation

Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 Barreto ML Carmo EH Padrotildees de adoecimento e morte da populaccedilatildeo brasileira

os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

200712(sup)1779-1790

2 Mello Jorge MHP Gotlieb SLD As Condiccedilotildees de Sauacutede no Brasil- Retrospecto

de 1979 a 1995 Rio de Janeiro Editora FIOCRUZ 2000

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4 PossasC 1989 Epidemiologia e Sociedade- Heterogeneidade Estrutural e Sauacutede no

Brasil Satildeo Paulo HUCITEC

5 Lessa I Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis In___ O adulto brasileiro e as doenccedilas

da modernidade Epidemiologia das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis Rio de

Janeiro Hucitec Abrasco1998 1ordf ediccedilatildeo

6 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo Cliacutenica de Doenccedila Cardiovascular Cerebrovascular e

Renal Crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 1-56 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica nordm 14) (Seacuterie A normas e manuais teacutecnicos)

7 Schramm JMA Oliveira AF Leite IC Valente JG Gadelha AMJ Portela MC

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8 Romatildeo Jr JE Doenccedila renal crocircnica definiccedilatildeo epidemiologia e classificaccedilatildeo J Bras

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12 Anderson KN Anderson LE Mosby-dicionaacuterio de enfermagem Satildeo Paulo

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13 Callaghan CJ Bradley JA Current status of renal transplantation Methods Mol

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14 Cunha CB Ponce de Leon AC Schramm JMA Carvalho MS Souza Jr

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15 Ojo AO Hanson JA Wolfe RA Leitchtman AB Agodoa LY Port FK

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16Goldfarb-Rumyantzev A Hurdle JF Scandling J Wang Z Baird B

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17 Akbar SA Jafri SZ Amendola MA Madrazo BL Salem R Bis KG

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21 Peres LAB Hi Kyung A Camargo MTA Rohde NRS Matsuo T

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24 Ianhez LE Fonseca JA Paula FJ Neto ED Saldanha LB Sabbaga E

Hepatopatia como causa de oacutebito poacutes-transplante renal J Bras

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25 Cepeda PA Balderramo DC Artega J Douthat WG Massari PU Infeccion

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26 Deboni L Manfro R Reck P Keitel E Bittar A Neumann J Garcia V

Incidecircncia e impacto da infecccedilatildeo citomegaacutelica diagnosticada pela antigenemia na

sobrevida em longo prazo de transplantados renais J Bras Nefrol 2002 24(3)

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27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

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28 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

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29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

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32 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo de Transplantes httpdtr2001saudegovbr

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33_______________________ Lei nordm10211 de 2001

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03032008)

34 Orsenigo E Casiraghi T Socci C Zubber V Caldara R Secchi A

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35 Locke JE Warren DS Dominici F Cameron AM Leffell MS MacRann

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Montgomery RA Donor ethnicity influences outcomes following deceased donor

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36 Goldfarb-Rumyantzev AS HurdleJF Baird BC Stoddard G Wang Z

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37 Loupy A Anglicheau D Suberbielle C Mejean A Martinez F Zuber J

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39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

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40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

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41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

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42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

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43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

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44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

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45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

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46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

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47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

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48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

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49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

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51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

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52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

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Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

9 Alves LC LeimannBCQ Vasconcelos MEL Carvalho MS Vasconcelos

AGG Fonseca TCO Lebratildeo ML Laurenti R A influecircncia das doenccedilas

crocircnicas na capacidade funcional dos idosos do Municiacutepio de Satildeo Paulo Cad Sauacutede

PuacuteblicaAgo 2007 23(8)1924-1930

10 Carvalho MS Henderson R Shimakura S Sousa IPSC Survival of

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11 SBN-Sociedade Brasileira de Nefrologia Censo 2007 httpwwwsbnorgbrCenso

2007censo_SBN_2007 (acesso em 26032008)

12 Ramos EMH Brennan DC Evaluation of the potential renal transplant recipient

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13 Cunha CB Ponce de Leon AC Schramm JMA Carvalho MS Souza Jr

PRB Chain R Tempo ateacute o transplante e sobrevida em indiviacuteduos com

insuficiecircncia renal crocircnica no Estado do Rio de Janeiro Brasil 1998-2002 Cad

Sauacutede Puacuteblica Abr 2007 23(4) 805-813

14 Shah T Bunnapradist S Hutchinson I Pravica V Cho YW Mendez R

Mendez R Takemoto SK The evolving notion of senior kidney transplant

recipients Clin Transplant Nov-Dec 2008 22(6)794-802

15 Bittar J Cepeda P la Fuente J Douthat W Arteaga J Massari PU Renal

Transplantation in Diabetic Patients Transplant Proc 2006 38 895ndash898

16 Ridruejo E Cusumano A Diaz C Daacutevalos Michel M Jost L Josth L Soler

Pujol G Mandoacute OG Vilches A Hepatitis C viacuterus infection and outcome of renal

transplantation Transplant Proc Dec 200739(10)3127-30

17 Ingsathit A Thakkinstian A Kantachuvesiri A Sumethkul V Different impacts

of hepatitis B virus and hepatitis C virus on the outcome of kidney transplantation

Transplant Proc Jun 2007 39(5)1424-1428

18 Baid-Agrawal S Frei UA Living donor renal transplantation recent

developments and perspectives Nat Clin Pract Nephrol Jan 2007 3(1)31-41

19 Koo DDH Welsh KI Mclaren AJ Roake JA Morris PJ Fuggle SV

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20 Iglesias-Maacuterquez RA Santiago-Delpiacuten EA Zayas E Gonzaacutelez-Caraballo Z

Morales-Otero L Delayed graft function in kidney transplant recipients risk factors

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21 Mohsin N Budruddin M Khalil M Pakkyarra A Jha A Mohammed E

Kamble P Ahmed H Militsala E Prabhakar NA Al-Marhuby H Ahmed J

Daar A Donor Gender Balance in a Living-Related Kidney Transplantation

Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 Barreto ML Carmo EH Padrotildees de adoecimento e morte da populaccedilatildeo brasileira

os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

200712(sup)1779-1790

2 Mello Jorge MHP Gotlieb SLD As Condiccedilotildees de Sauacutede no Brasil- Retrospecto

de 1979 a 1995 Rio de Janeiro Editora FIOCRUZ 2000

3 Laurenti R1990 Questatildeo demograacutefica e transiccedilatildeo epidemioloacutegica In Anais do I

Congresso Brasileiro de Epidemiologia Campinas ABRASCO

4 PossasC 1989 Epidemiologia e Sociedade- Heterogeneidade Estrutural e Sauacutede no

Brasil Satildeo Paulo HUCITEC

5 Lessa I Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis In___ O adulto brasileiro e as doenccedilas

da modernidade Epidemiologia das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis Rio de

Janeiro Hucitec Abrasco1998 1ordf ediccedilatildeo

6 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo Cliacutenica de Doenccedila Cardiovascular Cerebrovascular e

Renal Crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 1-56 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica nordm 14) (Seacuterie A normas e manuais teacutecnicos)

7 Schramm JMA Oliveira AF Leite IC Valente JG Gadelha AMJ Portela MC

Campos MR Transiccedilatildeo epidemioloacutegica e o estudo de carga de doenccedila no Brasil

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Dez 2004 9(4) 897-908

8 Romatildeo Jr JE Doenccedila renal crocircnica definiccedilatildeo epidemiologia e classificaccedilatildeo J Bras

Nefrol Ago 2004 17(3 sup 1)1-3

9 ABTO Associaccedilatildeo Brasileira de Transplante de Oacutergatildeos Manual do transplante renal

httpwwwabtoorgbrpopulacaoservicosmanual_transplante_rimpdf (acessado

em 07112007)

10 SBNSociedade Brasileira de Nefrologia Censo 2007 httpwwwsbnorgbrCenso

2007censo_SBN_2007 (acesso em 26032008)

53

11 Bittencourt ZZLC Alves Filho G Mazzali M Santos NR Qualidade de vida

em transplantados renais importacircncia do enxerto funcionante Rev Sauacutede Puacuteblica

Out 2004 38(5) 732-734

12 Anderson KN Anderson LE Mosby-dicionaacuterio de enfermagem Satildeo Paulo

Editora Roca 20012ordf ediccedilatildeo1046-p

13 Callaghan CJ Bradley JA Current status of renal transplantation Methods Mol

Biol 2006 3331-28

14 Cunha CB Ponce de Leon AC Schramm JMA Carvalho MS Souza Jr

PRB Chain R Tempo ateacute o transplante e sobrevida em indiviacuteduos com

insuficiecircncia renal crocircnica no Estado do Rio de Janeiro Brasil 1998-2002 Cad

Sauacutede Puacuteblica 2007 Abr 23(4) 805-813

15 Ojo AO Hanson JA Wolfe RA Leitchtman AB Agodoa LY Port FK

Long-term survival in renal transplant recipients with graft function Kidney Int

2000 57307-313

16Goldfarb-Rumyantzev A Hurdle JF Scandling J Wang Z Baird B

Barenbaum L Cheung AK Duration of end-stage renal disease and kidney

transplant outcome Nephrol Dial Transplant 2005 20 167ndash175

17 Akbar SA Jafri SZ Amendola MA Madrazo BL Salem R Bis KG

Complications of renal transplantation Radiographics Sep-Oct 2005

25(5)1335-56

18 Palaacutecios JMJ e colaboradores Influencia de histocompatibilidad HLA em

sobrevida de injerto renal anaacutelisis de 135 casos Revista Chilena de Cirurgia 2002

Jun 54(3) 231-234

19 Tantravahi J Womer KL Kaplan B Why hasnrsquot eliminating acute rejection

improved graft survival Annu Rev Med 200758369-85

20 Aacutevila CAL Ruzany F Souza ERM Sampaio JC Dorigo D Suassuna

JHR Long-term outcome of renal transplantation at a university center in Rio de

Janeiro between 1975 and 2000 Transplant Proc 2004 35865-867

54

21 Peres LAB Hi Kyung A Camargo MTA Rohde NRS Matsuo T

Uscocovich VFM Delfino VDA Anaacutelise da sobrevida de enxertos e

receptores de 188 transplantes renais realizados na cidade de Cascavel PR J Bras

Nefrol 2003 25(3) 133-41

22 Correcirca JRM Rocha FD Peres AA Gonccedilalves LF Manfro RC Efeito a

longo prazo da infecccedilatildeo pelos viacuterus das hepatites B e C na sobrevida de indiviacuteduos

transplantados renais Rev Assoc Med Bras 2003 49(4)389-94

23 Galante NZ Tedesco HSJr Machado PGP Pacheco-Silva A Medina-

Pestana J O Rejeiccedilatildeo aguda como fator de risco para sobrevida e sua incidecircncia

reduzida por ciclosporina entre HLA-idecircnticos J Bras Nefrol 2002 24(1) 12-19

24 Ianhez LE Fonseca JA Paula FJ Neto ED Saldanha LB Sabbaga E

Hepatopatia como causa de oacutebito poacutes-transplante renal J Bras

Nefrol199719(2)138-142

25 Cepeda PA Balderramo DC Artega J Douthat WG Massari PU Infeccion

urinaria temprana em la trasplante renal Factores de riesgo y efecto en la

sobrevida del injerto Medicina (Buenos Aires) 2005 65409-414

26 Deboni L Manfro R Reck P Keitel E Bittar A Neumann J Garcia V

Incidecircncia e impacto da infecccedilatildeo citomegaacutelica diagnosticada pela antigenemia na

sobrevida em longo prazo de transplantados renais J Bras Nefrol 2002 24(3)

115-126

27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

of access to and outcomes after kidney transplantation in the United States Am J

Kidney Dis May 200851(5)811-8

28 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied

to living donor kidney transplantation computer method sand programs in

biomedicine 90 (2008) 217ndash229

29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

JHR Definiccedilatildeo de variaacuteveis em redes neurais artificais por anaacutelise de

componentes principais aplicaccedilatildeo em transplante renal In IX Congresso

55

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede 2004 Ribeiratildeo Preto SP IX Congresso

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede2004 v 1 p 760-765

30 Noronha IL Manfro RC Pacheco-Silva A Casadei DH Manual de

Transplante Renal Satildeo Paulo Editora Manole 20071ordf ediccedilatildeo 395-p

31 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Guia SUS

Cidadatildeo httpwwwsauderjgovbrGuia_sus_cidadaopg_82shtml (acessado

03032008)

32 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo de Transplantes httpdtr2001saudegovbr

transplanteslegislacaohtm (acessado em 04032008)

33_______________________ Lei nordm10211 de 2001

httpdtr2001saudegovbrtransplantesportarialei10211htm (acessado em

03032008)

34 Orsenigo E Casiraghi T Socci C Zubber V Caldara R Secchi A

Staudacher C Impacto of recipient and donor ages on patient and graft survival

after kidney transplantation Transplant Proc2007391830-1832

35 Locke JE Warren DS Dominici F Cameron AM Leffell MS MacRann

DA Melancon JK Segev DL Simpkins CE Singer AL Zachary AA

Montgomery RA Donor ethnicity influences outcomes following deceased donor

kidney transplantation in black recipients J Am Soc Nephrol Out 2008 19 (10)

2011-2019

36 Goldfarb-Rumyantzev AS HurdleJF Baird BC Stoddard G Wang Z

Scandling JD Barenbaum LL Cheung AK The role of pre-emptive re-

transplant in graft and recipient outcome Nephrol Dial Transplant (2006) 21

1355ndash1364

37 Loupy A Anglicheau D Suberbielle C Mejean A Martinez F Zuber J

Mamzer-Bruneel MF Kreis H Thervet E Thiounn N Legendre C Long-

term outcome of third kidney transplants Nephrol Dial Transplant 2007 22

2693ndash2700

56

38 Brenner BM The Kidney Ed Elsevier Philadelphia Pennsylvania 7th edition

2004 p 2574

39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

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Transplant (2005) 20 34ndash41

40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

Matas AJ The impact of the quality of initial graft function on cadaver kidney

transplants Transplantation Mar 1994 57(6) 812-816

41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

editores Angiologia e cirurgia vascular guia ilustrado Maceioacute

UNCISALECMAL amp LAVA 2003 Disponiacutevel em URL

httpwwwlavamedbrlivro (acesso em 05032008)

42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

httpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPORT2002PT-1018htm (acessado

em 03032008)

43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

FornaraP Pietruck F Frei U Donauer J Lison AE and Michel U

Relationship of hepatitis B or C virus prevalences risk factors and outcomes in

renal transplant recipients Analysis of German Data Transplant ProcMay

200840(4) 909-914

44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

prevenccedilatildeo Rev Bras Epidemiol 2004 Dez 7(4) 473-487

45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

Relatoacuterio do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia

Gastroenterologia Endoscopia Digestiva 199918 (supl 1) S3-S8

46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

Rio de Janeiro 2007 Available from

httpwwwsaudegovbrtuberculosedadosshtml (acesso em 120209)

57

47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

problemas e estrateacutegias para o sucesso J bras pneumol [perioacutedico na Internet]

2007 Jun [citado 2009 Fev 13] 33(3) 323-334 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophp

script=sci_arttextamppid=S1806-37132007000300015amplng=pt doi

101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

20 Iglesias-Maacuterquez RA Santiago-Delpiacuten EA Zayas E Gonzaacutelez-Caraballo Z

Morales-Otero L Delayed graft function in kidney transplant recipients risk factors

and short-term outcome Transplant Proc Feb 2002 34(1) 352-354

21 Mohsin N Budruddin M Khalil M Pakkyarra A Jha A Mohammed E

Kamble P Ahmed H Militsala E Prabhakar NA Al-Marhuby H Ahmed J

Daar A Donor Gender Balance in a Living-Related Kidney Transplantation

Program in Oman Transplant ProcMay 200739(4)803-806

22 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied to

living donor kidney transplantation Comput Methods Programs Biomed Jun 2008

90(3) 217ndash229

50

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 Barreto ML Carmo EH Padrotildees de adoecimento e morte da populaccedilatildeo brasileira

os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

200712(sup)1779-1790

2 Mello Jorge MHP Gotlieb SLD As Condiccedilotildees de Sauacutede no Brasil- Retrospecto

de 1979 a 1995 Rio de Janeiro Editora FIOCRUZ 2000

3 Laurenti R1990 Questatildeo demograacutefica e transiccedilatildeo epidemioloacutegica In Anais do I

Congresso Brasileiro de Epidemiologia Campinas ABRASCO

4 PossasC 1989 Epidemiologia e Sociedade- Heterogeneidade Estrutural e Sauacutede no

Brasil Satildeo Paulo HUCITEC

5 Lessa I Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis In___ O adulto brasileiro e as doenccedilas

da modernidade Epidemiologia das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis Rio de

Janeiro Hucitec Abrasco1998 1ordf ediccedilatildeo

6 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo Cliacutenica de Doenccedila Cardiovascular Cerebrovascular e

Renal Crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 1-56 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica nordm 14) (Seacuterie A normas e manuais teacutecnicos)

7 Schramm JMA Oliveira AF Leite IC Valente JG Gadelha AMJ Portela MC

Campos MR Transiccedilatildeo epidemioloacutegica e o estudo de carga de doenccedila no Brasil

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Dez 2004 9(4) 897-908

8 Romatildeo Jr JE Doenccedila renal crocircnica definiccedilatildeo epidemiologia e classificaccedilatildeo J Bras

Nefrol Ago 2004 17(3 sup 1)1-3

9 ABTO Associaccedilatildeo Brasileira de Transplante de Oacutergatildeos Manual do transplante renal

httpwwwabtoorgbrpopulacaoservicosmanual_transplante_rimpdf (acessado

em 07112007)

10 SBNSociedade Brasileira de Nefrologia Censo 2007 httpwwwsbnorgbrCenso

2007censo_SBN_2007 (acesso em 26032008)

53

11 Bittencourt ZZLC Alves Filho G Mazzali M Santos NR Qualidade de vida

em transplantados renais importacircncia do enxerto funcionante Rev Sauacutede Puacuteblica

Out 2004 38(5) 732-734

12 Anderson KN Anderson LE Mosby-dicionaacuterio de enfermagem Satildeo Paulo

Editora Roca 20012ordf ediccedilatildeo1046-p

13 Callaghan CJ Bradley JA Current status of renal transplantation Methods Mol

Biol 2006 3331-28

14 Cunha CB Ponce de Leon AC Schramm JMA Carvalho MS Souza Jr

PRB Chain R Tempo ateacute o transplante e sobrevida em indiviacuteduos com

insuficiecircncia renal crocircnica no Estado do Rio de Janeiro Brasil 1998-2002 Cad

Sauacutede Puacuteblica 2007 Abr 23(4) 805-813

15 Ojo AO Hanson JA Wolfe RA Leitchtman AB Agodoa LY Port FK

Long-term survival in renal transplant recipients with graft function Kidney Int

2000 57307-313

16Goldfarb-Rumyantzev A Hurdle JF Scandling J Wang Z Baird B

Barenbaum L Cheung AK Duration of end-stage renal disease and kidney

transplant outcome Nephrol Dial Transplant 2005 20 167ndash175

17 Akbar SA Jafri SZ Amendola MA Madrazo BL Salem R Bis KG

Complications of renal transplantation Radiographics Sep-Oct 2005

25(5)1335-56

18 Palaacutecios JMJ e colaboradores Influencia de histocompatibilidad HLA em

sobrevida de injerto renal anaacutelisis de 135 casos Revista Chilena de Cirurgia 2002

Jun 54(3) 231-234

19 Tantravahi J Womer KL Kaplan B Why hasnrsquot eliminating acute rejection

improved graft survival Annu Rev Med 200758369-85

20 Aacutevila CAL Ruzany F Souza ERM Sampaio JC Dorigo D Suassuna

JHR Long-term outcome of renal transplantation at a university center in Rio de

Janeiro between 1975 and 2000 Transplant Proc 2004 35865-867

54

21 Peres LAB Hi Kyung A Camargo MTA Rohde NRS Matsuo T

Uscocovich VFM Delfino VDA Anaacutelise da sobrevida de enxertos e

receptores de 188 transplantes renais realizados na cidade de Cascavel PR J Bras

Nefrol 2003 25(3) 133-41

22 Correcirca JRM Rocha FD Peres AA Gonccedilalves LF Manfro RC Efeito a

longo prazo da infecccedilatildeo pelos viacuterus das hepatites B e C na sobrevida de indiviacuteduos

transplantados renais Rev Assoc Med Bras 2003 49(4)389-94

23 Galante NZ Tedesco HSJr Machado PGP Pacheco-Silva A Medina-

Pestana J O Rejeiccedilatildeo aguda como fator de risco para sobrevida e sua incidecircncia

reduzida por ciclosporina entre HLA-idecircnticos J Bras Nefrol 2002 24(1) 12-19

24 Ianhez LE Fonseca JA Paula FJ Neto ED Saldanha LB Sabbaga E

Hepatopatia como causa de oacutebito poacutes-transplante renal J Bras

Nefrol199719(2)138-142

25 Cepeda PA Balderramo DC Artega J Douthat WG Massari PU Infeccion

urinaria temprana em la trasplante renal Factores de riesgo y efecto en la

sobrevida del injerto Medicina (Buenos Aires) 2005 65409-414

26 Deboni L Manfro R Reck P Keitel E Bittar A Neumann J Garcia V

Incidecircncia e impacto da infecccedilatildeo citomegaacutelica diagnosticada pela antigenemia na

sobrevida em longo prazo de transplantados renais J Bras Nefrol 2002 24(3)

115-126

27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

of access to and outcomes after kidney transplantation in the United States Am J

Kidney Dis May 200851(5)811-8

28 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied

to living donor kidney transplantation computer method sand programs in

biomedicine 90 (2008) 217ndash229

29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

JHR Definiccedilatildeo de variaacuteveis em redes neurais artificais por anaacutelise de

componentes principais aplicaccedilatildeo em transplante renal In IX Congresso

55

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede 2004 Ribeiratildeo Preto SP IX Congresso

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede2004 v 1 p 760-765

30 Noronha IL Manfro RC Pacheco-Silva A Casadei DH Manual de

Transplante Renal Satildeo Paulo Editora Manole 20071ordf ediccedilatildeo 395-p

31 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Guia SUS

Cidadatildeo httpwwwsauderjgovbrGuia_sus_cidadaopg_82shtml (acessado

03032008)

32 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo de Transplantes httpdtr2001saudegovbr

transplanteslegislacaohtm (acessado em 04032008)

33_______________________ Lei nordm10211 de 2001

httpdtr2001saudegovbrtransplantesportarialei10211htm (acessado em

03032008)

34 Orsenigo E Casiraghi T Socci C Zubber V Caldara R Secchi A

Staudacher C Impacto of recipient and donor ages on patient and graft survival

after kidney transplantation Transplant Proc2007391830-1832

35 Locke JE Warren DS Dominici F Cameron AM Leffell MS MacRann

DA Melancon JK Segev DL Simpkins CE Singer AL Zachary AA

Montgomery RA Donor ethnicity influences outcomes following deceased donor

kidney transplantation in black recipients J Am Soc Nephrol Out 2008 19 (10)

2011-2019

36 Goldfarb-Rumyantzev AS HurdleJF Baird BC Stoddard G Wang Z

Scandling JD Barenbaum LL Cheung AK The role of pre-emptive re-

transplant in graft and recipient outcome Nephrol Dial Transplant (2006) 21

1355ndash1364

37 Loupy A Anglicheau D Suberbielle C Mejean A Martinez F Zuber J

Mamzer-Bruneel MF Kreis H Thervet E Thiounn N Legendre C Long-

term outcome of third kidney transplants Nephrol Dial Transplant 2007 22

2693ndash2700

56

38 Brenner BM The Kidney Ed Elsevier Philadelphia Pennsylvania 7th edition

2004 p 2574

39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

Expanding the donor pool to increase renal transplantation Nephrol Dial

Transplant (2005) 20 34ndash41

40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

Matas AJ The impact of the quality of initial graft function on cadaver kidney

transplants Transplantation Mar 1994 57(6) 812-816

41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

editores Angiologia e cirurgia vascular guia ilustrado Maceioacute

UNCISALECMAL amp LAVA 2003 Disponiacutevel em URL

httpwwwlavamedbrlivro (acesso em 05032008)

42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

httpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPORT2002PT-1018htm (acessado

em 03032008)

43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

FornaraP Pietruck F Frei U Donauer J Lison AE and Michel U

Relationship of hepatitis B or C virus prevalences risk factors and outcomes in

renal transplant recipients Analysis of German Data Transplant ProcMay

200840(4) 909-914

44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

prevenccedilatildeo Rev Bras Epidemiol 2004 Dez 7(4) 473-487

45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

Relatoacuterio do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia

Gastroenterologia Endoscopia Digestiva 199918 (supl 1) S3-S8

46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

Rio de Janeiro 2007 Available from

httpwwwsaudegovbrtuberculosedadosshtml (acesso em 120209)

57

47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

problemas e estrateacutegias para o sucesso J bras pneumol [perioacutedico na Internet]

2007 Jun [citado 2009 Fev 13] 33(3) 323-334 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophp

script=sci_arttextamppid=S1806-37132007000300015amplng=pt doi

101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

5Comentaacuterios Finais

Ao final desse estudo pode-se observar que a estruturaccedilatildeo do banco de dados

em serviccedilos de transplantes bem como a sua alimentaccedilatildeo eacute questatildeo primordial para

futuras anaacutelises e avaliaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas no perfil dos indiviacuteduos

transplantados nos fatores de risco e no tempo de sobrevida

As informaccedilotildees relativas ao doador falecido provenientes da central de

transplantes deveriam ser repassadas automaticamente a medida que o oacutergatildeo chega a

unidade transplantadora Essas informaccedilotildees fazem parte do histoacuterico daquele

procedimento e daquele indiviacuteduo Natildeo havendo nesses casos necessidade de

solicitaccedilatildeo de acesso pela unidade transplantadora

Atenccedilatildeo especial deve ser dada no procedimento de captaccedilatildeo do oacutergatildeo de

doador falecido Esforccedilos pela equipe de captaccedilatildeo equipe transplantadora e

nefrologistas nos cuidados preacute-coleta ateacute o transplante do oacutergatildeo satildeo primordiais

principalmente na reduccedilatildeo do tempo de isquemia fria e no manejo dos faacutermacos

imunossupressores

A proposta inicial envolvia detectar causas de oacutebito no entanto o acesso a esta

informaccedilatildeo foi obtida recentemente Ainda assim a anaacutelise preliminar permitiu

identificar problemas na qualidade de preenchimento das declaraccedilotildees de oacutebito (DO)

como causa baacutesica se repetindo nas causas associadas diagnoacutestico impreciso entre

outras Desta forma a identificaccedilatildeo de causas que satildeo realmente relacionadas agrave doenccedila

de base ao procedimento e causas natildeo relacionadas a doenccedila e ao transplante fica

prejudicada Seria importante que se investisse na reciclagem dos profissionais

responsaacuteveis pelo preenchimento da DO em especial em hospital universitaacuterio

A anaacutelise de sobrevida foi um meacutetodo que permitiu identificar variaacuteveis

associadas ao transplante renal em um banco local Levantou e reafirmou alguns riscos

associados ao oacutebito e a falecircncia do enxerto e apesar da utilizaccedilatildeo de uma amostra

reduzida pode demostrar o seu propoacutesito Importante salientar que o delineamento de

estudos epidemioloacutegicos eacute condiccedilatildeo iacutempar na obtenccedilatildeo de resultados com qualidade

51

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 Barreto ML Carmo EH Padrotildees de adoecimento e morte da populaccedilatildeo brasileira

os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

200712(sup)1779-1790

2 Mello Jorge MHP Gotlieb SLD As Condiccedilotildees de Sauacutede no Brasil- Retrospecto

de 1979 a 1995 Rio de Janeiro Editora FIOCRUZ 2000

3 Laurenti R1990 Questatildeo demograacutefica e transiccedilatildeo epidemioloacutegica In Anais do I

Congresso Brasileiro de Epidemiologia Campinas ABRASCO

4 PossasC 1989 Epidemiologia e Sociedade- Heterogeneidade Estrutural e Sauacutede no

Brasil Satildeo Paulo HUCITEC

5 Lessa I Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis In___ O adulto brasileiro e as doenccedilas

da modernidade Epidemiologia das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis Rio de

Janeiro Hucitec Abrasco1998 1ordf ediccedilatildeo

6 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo Cliacutenica de Doenccedila Cardiovascular Cerebrovascular e

Renal Crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 1-56 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica nordm 14) (Seacuterie A normas e manuais teacutecnicos)

7 Schramm JMA Oliveira AF Leite IC Valente JG Gadelha AMJ Portela MC

Campos MR Transiccedilatildeo epidemioloacutegica e o estudo de carga de doenccedila no Brasil

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Dez 2004 9(4) 897-908

8 Romatildeo Jr JE Doenccedila renal crocircnica definiccedilatildeo epidemiologia e classificaccedilatildeo J Bras

Nefrol Ago 2004 17(3 sup 1)1-3

9 ABTO Associaccedilatildeo Brasileira de Transplante de Oacutergatildeos Manual do transplante renal

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10 SBNSociedade Brasileira de Nefrologia Censo 2007 httpwwwsbnorgbrCenso

2007censo_SBN_2007 (acesso em 26032008)

53

11 Bittencourt ZZLC Alves Filho G Mazzali M Santos NR Qualidade de vida

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Out 2004 38(5) 732-734

12 Anderson KN Anderson LE Mosby-dicionaacuterio de enfermagem Satildeo Paulo

Editora Roca 20012ordf ediccedilatildeo1046-p

13 Callaghan CJ Bradley JA Current status of renal transplantation Methods Mol

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14 Cunha CB Ponce de Leon AC Schramm JMA Carvalho MS Souza Jr

PRB Chain R Tempo ateacute o transplante e sobrevida em indiviacuteduos com

insuficiecircncia renal crocircnica no Estado do Rio de Janeiro Brasil 1998-2002 Cad

Sauacutede Puacuteblica 2007 Abr 23(4) 805-813

15 Ojo AO Hanson JA Wolfe RA Leitchtman AB Agodoa LY Port FK

Long-term survival in renal transplant recipients with graft function Kidney Int

2000 57307-313

16Goldfarb-Rumyantzev A Hurdle JF Scandling J Wang Z Baird B

Barenbaum L Cheung AK Duration of end-stage renal disease and kidney

transplant outcome Nephrol Dial Transplant 2005 20 167ndash175

17 Akbar SA Jafri SZ Amendola MA Madrazo BL Salem R Bis KG

Complications of renal transplantation Radiographics Sep-Oct 2005

25(5)1335-56

18 Palaacutecios JMJ e colaboradores Influencia de histocompatibilidad HLA em

sobrevida de injerto renal anaacutelisis de 135 casos Revista Chilena de Cirurgia 2002

Jun 54(3) 231-234

19 Tantravahi J Womer KL Kaplan B Why hasnrsquot eliminating acute rejection

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20 Aacutevila CAL Ruzany F Souza ERM Sampaio JC Dorigo D Suassuna

JHR Long-term outcome of renal transplantation at a university center in Rio de

Janeiro between 1975 and 2000 Transplant Proc 2004 35865-867

54

21 Peres LAB Hi Kyung A Camargo MTA Rohde NRS Matsuo T

Uscocovich VFM Delfino VDA Anaacutelise da sobrevida de enxertos e

receptores de 188 transplantes renais realizados na cidade de Cascavel PR J Bras

Nefrol 2003 25(3) 133-41

22 Correcirca JRM Rocha FD Peres AA Gonccedilalves LF Manfro RC Efeito a

longo prazo da infecccedilatildeo pelos viacuterus das hepatites B e C na sobrevida de indiviacuteduos

transplantados renais Rev Assoc Med Bras 2003 49(4)389-94

23 Galante NZ Tedesco HSJr Machado PGP Pacheco-Silva A Medina-

Pestana J O Rejeiccedilatildeo aguda como fator de risco para sobrevida e sua incidecircncia

reduzida por ciclosporina entre HLA-idecircnticos J Bras Nefrol 2002 24(1) 12-19

24 Ianhez LE Fonseca JA Paula FJ Neto ED Saldanha LB Sabbaga E

Hepatopatia como causa de oacutebito poacutes-transplante renal J Bras

Nefrol199719(2)138-142

25 Cepeda PA Balderramo DC Artega J Douthat WG Massari PU Infeccion

urinaria temprana em la trasplante renal Factores de riesgo y efecto en la

sobrevida del injerto Medicina (Buenos Aires) 2005 65409-414

26 Deboni L Manfro R Reck P Keitel E Bittar A Neumann J Garcia V

Incidecircncia e impacto da infecccedilatildeo citomegaacutelica diagnosticada pela antigenemia na

sobrevida em longo prazo de transplantados renais J Bras Nefrol 2002 24(3)

115-126

27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

of access to and outcomes after kidney transplantation in the United States Am J

Kidney Dis May 200851(5)811-8

28 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied

to living donor kidney transplantation computer method sand programs in

biomedicine 90 (2008) 217ndash229

29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

JHR Definiccedilatildeo de variaacuteveis em redes neurais artificais por anaacutelise de

componentes principais aplicaccedilatildeo em transplante renal In IX Congresso

55

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede 2004 Ribeiratildeo Preto SP IX Congresso

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede2004 v 1 p 760-765

30 Noronha IL Manfro RC Pacheco-Silva A Casadei DH Manual de

Transplante Renal Satildeo Paulo Editora Manole 20071ordf ediccedilatildeo 395-p

31 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Guia SUS

Cidadatildeo httpwwwsauderjgovbrGuia_sus_cidadaopg_82shtml (acessado

03032008)

32 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo de Transplantes httpdtr2001saudegovbr

transplanteslegislacaohtm (acessado em 04032008)

33_______________________ Lei nordm10211 de 2001

httpdtr2001saudegovbrtransplantesportarialei10211htm (acessado em

03032008)

34 Orsenigo E Casiraghi T Socci C Zubber V Caldara R Secchi A

Staudacher C Impacto of recipient and donor ages on patient and graft survival

after kidney transplantation Transplant Proc2007391830-1832

35 Locke JE Warren DS Dominici F Cameron AM Leffell MS MacRann

DA Melancon JK Segev DL Simpkins CE Singer AL Zachary AA

Montgomery RA Donor ethnicity influences outcomes following deceased donor

kidney transplantation in black recipients J Am Soc Nephrol Out 2008 19 (10)

2011-2019

36 Goldfarb-Rumyantzev AS HurdleJF Baird BC Stoddard G Wang Z

Scandling JD Barenbaum LL Cheung AK The role of pre-emptive re-

transplant in graft and recipient outcome Nephrol Dial Transplant (2006) 21

1355ndash1364

37 Loupy A Anglicheau D Suberbielle C Mejean A Martinez F Zuber J

Mamzer-Bruneel MF Kreis H Thervet E Thiounn N Legendre C Long-

term outcome of third kidney transplants Nephrol Dial Transplant 2007 22

2693ndash2700

56

38 Brenner BM The Kidney Ed Elsevier Philadelphia Pennsylvania 7th edition

2004 p 2574

39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

Expanding the donor pool to increase renal transplantation Nephrol Dial

Transplant (2005) 20 34ndash41

40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

Matas AJ The impact of the quality of initial graft function on cadaver kidney

transplants Transplantation Mar 1994 57(6) 812-816

41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

editores Angiologia e cirurgia vascular guia ilustrado Maceioacute

UNCISALECMAL amp LAVA 2003 Disponiacutevel em URL

httpwwwlavamedbrlivro (acesso em 05032008)

42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

httpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPORT2002PT-1018htm (acessado

em 03032008)

43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

FornaraP Pietruck F Frei U Donauer J Lison AE and Michel U

Relationship of hepatitis B or C virus prevalences risk factors and outcomes in

renal transplant recipients Analysis of German Data Transplant ProcMay

200840(4) 909-914

44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

prevenccedilatildeo Rev Bras Epidemiol 2004 Dez 7(4) 473-487

45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

Relatoacuterio do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia

Gastroenterologia Endoscopia Digestiva 199918 (supl 1) S3-S8

46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

Rio de Janeiro 2007 Available from

httpwwwsaudegovbrtuberculosedadosshtml (acesso em 120209)

57

47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

problemas e estrateacutegias para o sucesso J bras pneumol [perioacutedico na Internet]

2007 Jun [citado 2009 Fev 13] 33(3) 323-334 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophp

script=sci_arttextamppid=S1806-37132007000300015amplng=pt doi

101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Este trabalho aleacutem de ter permitido identificar fatores de risco em um grupo

especial de indiviacuteduos apontou algumas falhas no sistema produziu dados hospitalares

constatou a complexidade das consequecircncias das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis

logo chama atenccedilatildeo as questotildees dos haacutebitos de vida saudaacutevel e prevenccedilatildeo das doenccedilas

renais Por fim estendeu o olhar para a multiplicidade de fatores que giram em torno do

transplante renal e espero que estimule a utilizaccedilatildeo deste banco para outros tipos de

pesquisas em diversas vertentes de investigaccedilatildeo

52

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

1 Barreto ML Carmo EH Padrotildees de adoecimento e morte da populaccedilatildeo brasileira

os renovados desafios para o Sistema Uacutenico de Sauacutede Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

200712(sup)1779-1790

2 Mello Jorge MHP Gotlieb SLD As Condiccedilotildees de Sauacutede no Brasil- Retrospecto

de 1979 a 1995 Rio de Janeiro Editora FIOCRUZ 2000

3 Laurenti R1990 Questatildeo demograacutefica e transiccedilatildeo epidemioloacutegica In Anais do I

Congresso Brasileiro de Epidemiologia Campinas ABRASCO

4 PossasC 1989 Epidemiologia e Sociedade- Heterogeneidade Estrutural e Sauacutede no

Brasil Satildeo Paulo HUCITEC

5 Lessa I Doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis In___ O adulto brasileiro e as doenccedilas

da modernidade Epidemiologia das doenccedilas crocircnicas natildeo-transmissiacuteveis Rio de

Janeiro Hucitec Abrasco1998 1ordf ediccedilatildeo

6 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de

Atenccedilatildeo Baacutesica Prevenccedilatildeo Cliacutenica de Doenccedila Cardiovascular Cerebrovascular e

Renal Crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 1-56 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica nordm 14) (Seacuterie A normas e manuais teacutecnicos)

7 Schramm JMA Oliveira AF Leite IC Valente JG Gadelha AMJ Portela MC

Campos MR Transiccedilatildeo epidemioloacutegica e o estudo de carga de doenccedila no Brasil

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Dez 2004 9(4) 897-908

8 Romatildeo Jr JE Doenccedila renal crocircnica definiccedilatildeo epidemiologia e classificaccedilatildeo J Bras

Nefrol Ago 2004 17(3 sup 1)1-3

9 ABTO Associaccedilatildeo Brasileira de Transplante de Oacutergatildeos Manual do transplante renal

httpwwwabtoorgbrpopulacaoservicosmanual_transplante_rimpdf (acessado

em 07112007)

10 SBNSociedade Brasileira de Nefrologia Censo 2007 httpwwwsbnorgbrCenso

2007censo_SBN_2007 (acesso em 26032008)

53

11 Bittencourt ZZLC Alves Filho G Mazzali M Santos NR Qualidade de vida

em transplantados renais importacircncia do enxerto funcionante Rev Sauacutede Puacuteblica

Out 2004 38(5) 732-734

12 Anderson KN Anderson LE Mosby-dicionaacuterio de enfermagem Satildeo Paulo

Editora Roca 20012ordf ediccedilatildeo1046-p

13 Callaghan CJ Bradley JA Current status of renal transplantation Methods Mol

Biol 2006 3331-28

14 Cunha CB Ponce de Leon AC Schramm JMA Carvalho MS Souza Jr

PRB Chain R Tempo ateacute o transplante e sobrevida em indiviacuteduos com

insuficiecircncia renal crocircnica no Estado do Rio de Janeiro Brasil 1998-2002 Cad

Sauacutede Puacuteblica 2007 Abr 23(4) 805-813

15 Ojo AO Hanson JA Wolfe RA Leitchtman AB Agodoa LY Port FK

Long-term survival in renal transplant recipients with graft function Kidney Int

2000 57307-313

16Goldfarb-Rumyantzev A Hurdle JF Scandling J Wang Z Baird B

Barenbaum L Cheung AK Duration of end-stage renal disease and kidney

transplant outcome Nephrol Dial Transplant 2005 20 167ndash175

17 Akbar SA Jafri SZ Amendola MA Madrazo BL Salem R Bis KG

Complications of renal transplantation Radiographics Sep-Oct 2005

25(5)1335-56

18 Palaacutecios JMJ e colaboradores Influencia de histocompatibilidad HLA em

sobrevida de injerto renal anaacutelisis de 135 casos Revista Chilena de Cirurgia 2002

Jun 54(3) 231-234

19 Tantravahi J Womer KL Kaplan B Why hasnrsquot eliminating acute rejection

improved graft survival Annu Rev Med 200758369-85

20 Aacutevila CAL Ruzany F Souza ERM Sampaio JC Dorigo D Suassuna

JHR Long-term outcome of renal transplantation at a university center in Rio de

Janeiro between 1975 and 2000 Transplant Proc 2004 35865-867

54

21 Peres LAB Hi Kyung A Camargo MTA Rohde NRS Matsuo T

Uscocovich VFM Delfino VDA Anaacutelise da sobrevida de enxertos e

receptores de 188 transplantes renais realizados na cidade de Cascavel PR J Bras

Nefrol 2003 25(3) 133-41

22 Correcirca JRM Rocha FD Peres AA Gonccedilalves LF Manfro RC Efeito a

longo prazo da infecccedilatildeo pelos viacuterus das hepatites B e C na sobrevida de indiviacuteduos

transplantados renais Rev Assoc Med Bras 2003 49(4)389-94

23 Galante NZ Tedesco HSJr Machado PGP Pacheco-Silva A Medina-

Pestana J O Rejeiccedilatildeo aguda como fator de risco para sobrevida e sua incidecircncia

reduzida por ciclosporina entre HLA-idecircnticos J Bras Nefrol 2002 24(1) 12-19

24 Ianhez LE Fonseca JA Paula FJ Neto ED Saldanha LB Sabbaga E

Hepatopatia como causa de oacutebito poacutes-transplante renal J Bras

Nefrol199719(2)138-142

25 Cepeda PA Balderramo DC Artega J Douthat WG Massari PU Infeccion

urinaria temprana em la trasplante renal Factores de riesgo y efecto en la

sobrevida del injerto Medicina (Buenos Aires) 2005 65409-414

26 Deboni L Manfro R Reck P Keitel E Bittar A Neumann J Garcia V

Incidecircncia e impacto da infecccedilatildeo citomegaacutelica diagnosticada pela antigenemia na

sobrevida em longo prazo de transplantados renais J Bras Nefrol 2002 24(3)

115-126

27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

of access to and outcomes after kidney transplantation in the United States Am J

Kidney Dis May 200851(5)811-8

28 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied

to living donor kidney transplantation computer method sand programs in

biomedicine 90 (2008) 217ndash229

29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

JHR Definiccedilatildeo de variaacuteveis em redes neurais artificais por anaacutelise de

componentes principais aplicaccedilatildeo em transplante renal In IX Congresso

55

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede 2004 Ribeiratildeo Preto SP IX Congresso

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede2004 v 1 p 760-765

30 Noronha IL Manfro RC Pacheco-Silva A Casadei DH Manual de

Transplante Renal Satildeo Paulo Editora Manole 20071ordf ediccedilatildeo 395-p

31 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Guia SUS

Cidadatildeo httpwwwsauderjgovbrGuia_sus_cidadaopg_82shtml (acessado

03032008)

32 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo de Transplantes httpdtr2001saudegovbr

transplanteslegislacaohtm (acessado em 04032008)

33_______________________ Lei nordm10211 de 2001

httpdtr2001saudegovbrtransplantesportarialei10211htm (acessado em

03032008)

34 Orsenigo E Casiraghi T Socci C Zubber V Caldara R Secchi A

Staudacher C Impacto of recipient and donor ages on patient and graft survival

after kidney transplantation Transplant Proc2007391830-1832

35 Locke JE Warren DS Dominici F Cameron AM Leffell MS MacRann

DA Melancon JK Segev DL Simpkins CE Singer AL Zachary AA

Montgomery RA Donor ethnicity influences outcomes following deceased donor

kidney transplantation in black recipients J Am Soc Nephrol Out 2008 19 (10)

2011-2019

36 Goldfarb-Rumyantzev AS HurdleJF Baird BC Stoddard G Wang Z

Scandling JD Barenbaum LL Cheung AK The role of pre-emptive re-

transplant in graft and recipient outcome Nephrol Dial Transplant (2006) 21

1355ndash1364

37 Loupy A Anglicheau D Suberbielle C Mejean A Martinez F Zuber J

Mamzer-Bruneel MF Kreis H Thervet E Thiounn N Legendre C Long-

term outcome of third kidney transplants Nephrol Dial Transplant 2007 22

2693ndash2700

56

38 Brenner BM The Kidney Ed Elsevier Philadelphia Pennsylvania 7th edition

2004 p 2574

39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

Expanding the donor pool to increase renal transplantation Nephrol Dial

Transplant (2005) 20 34ndash41

40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

Matas AJ The impact of the quality of initial graft function on cadaver kidney

transplants Transplantation Mar 1994 57(6) 812-816

41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

editores Angiologia e cirurgia vascular guia ilustrado Maceioacute

UNCISALECMAL amp LAVA 2003 Disponiacutevel em URL

httpwwwlavamedbrlivro (acesso em 05032008)

42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

httpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPORT2002PT-1018htm (acessado

em 03032008)

43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

FornaraP Pietruck F Frei U Donauer J Lison AE and Michel U

Relationship of hepatitis B or C virus prevalences risk factors and outcomes in

renal transplant recipients Analysis of German Data Transplant ProcMay

200840(4) 909-914

44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

prevenccedilatildeo Rev Bras Epidemiol 2004 Dez 7(4) 473-487

45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

Relatoacuterio do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia

Gastroenterologia Endoscopia Digestiva 199918 (supl 1) S3-S8

46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

Rio de Janeiro 2007 Available from

httpwwwsaudegovbrtuberculosedadosshtml (acesso em 120209)

57

47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

problemas e estrateacutegias para o sucesso J bras pneumol [perioacutedico na Internet]

2007 Jun [citado 2009 Fev 13] 33(3) 323-334 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophp

script=sci_arttextamppid=S1806-37132007000300015amplng=pt doi

101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

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53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

11 Bittencourt ZZLC Alves Filho G Mazzali M Santos NR Qualidade de vida

em transplantados renais importacircncia do enxerto funcionante Rev Sauacutede Puacuteblica

Out 2004 38(5) 732-734

12 Anderson KN Anderson LE Mosby-dicionaacuterio de enfermagem Satildeo Paulo

Editora Roca 20012ordf ediccedilatildeo1046-p

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14 Cunha CB Ponce de Leon AC Schramm JMA Carvalho MS Souza Jr

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15 Ojo AO Hanson JA Wolfe RA Leitchtman AB Agodoa LY Port FK

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2000 57307-313

16Goldfarb-Rumyantzev A Hurdle JF Scandling J Wang Z Baird B

Barenbaum L Cheung AK Duration of end-stage renal disease and kidney

transplant outcome Nephrol Dial Transplant 2005 20 167ndash175

17 Akbar SA Jafri SZ Amendola MA Madrazo BL Salem R Bis KG

Complications of renal transplantation Radiographics Sep-Oct 2005

25(5)1335-56

18 Palaacutecios JMJ e colaboradores Influencia de histocompatibilidad HLA em

sobrevida de injerto renal anaacutelisis de 135 casos Revista Chilena de Cirurgia 2002

Jun 54(3) 231-234

19 Tantravahi J Womer KL Kaplan B Why hasnrsquot eliminating acute rejection

improved graft survival Annu Rev Med 200758369-85

20 Aacutevila CAL Ruzany F Souza ERM Sampaio JC Dorigo D Suassuna

JHR Long-term outcome of renal transplantation at a university center in Rio de

Janeiro between 1975 and 2000 Transplant Proc 2004 35865-867

54

21 Peres LAB Hi Kyung A Camargo MTA Rohde NRS Matsuo T

Uscocovich VFM Delfino VDA Anaacutelise da sobrevida de enxertos e

receptores de 188 transplantes renais realizados na cidade de Cascavel PR J Bras

Nefrol 2003 25(3) 133-41

22 Correcirca JRM Rocha FD Peres AA Gonccedilalves LF Manfro RC Efeito a

longo prazo da infecccedilatildeo pelos viacuterus das hepatites B e C na sobrevida de indiviacuteduos

transplantados renais Rev Assoc Med Bras 2003 49(4)389-94

23 Galante NZ Tedesco HSJr Machado PGP Pacheco-Silva A Medina-

Pestana J O Rejeiccedilatildeo aguda como fator de risco para sobrevida e sua incidecircncia

reduzida por ciclosporina entre HLA-idecircnticos J Bras Nefrol 2002 24(1) 12-19

24 Ianhez LE Fonseca JA Paula FJ Neto ED Saldanha LB Sabbaga E

Hepatopatia como causa de oacutebito poacutes-transplante renal J Bras

Nefrol199719(2)138-142

25 Cepeda PA Balderramo DC Artega J Douthat WG Massari PU Infeccion

urinaria temprana em la trasplante renal Factores de riesgo y efecto en la

sobrevida del injerto Medicina (Buenos Aires) 2005 65409-414

26 Deboni L Manfro R Reck P Keitel E Bittar A Neumann J Garcia V

Incidecircncia e impacto da infecccedilatildeo citomegaacutelica diagnosticada pela antigenemia na

sobrevida em longo prazo de transplantados renais J Bras Nefrol 2002 24(3)

115-126

27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

of access to and outcomes after kidney transplantation in the United States Am J

Kidney Dis May 200851(5)811-8

28 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied

to living donor kidney transplantation computer method sand programs in

biomedicine 90 (2008) 217ndash229

29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

JHR Definiccedilatildeo de variaacuteveis em redes neurais artificais por anaacutelise de

componentes principais aplicaccedilatildeo em transplante renal In IX Congresso

55

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede 2004 Ribeiratildeo Preto SP IX Congresso

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede2004 v 1 p 760-765

30 Noronha IL Manfro RC Pacheco-Silva A Casadei DH Manual de

Transplante Renal Satildeo Paulo Editora Manole 20071ordf ediccedilatildeo 395-p

31 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Guia SUS

Cidadatildeo httpwwwsauderjgovbrGuia_sus_cidadaopg_82shtml (acessado

03032008)

32 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo de Transplantes httpdtr2001saudegovbr

transplanteslegislacaohtm (acessado em 04032008)

33_______________________ Lei nordm10211 de 2001

httpdtr2001saudegovbrtransplantesportarialei10211htm (acessado em

03032008)

34 Orsenigo E Casiraghi T Socci C Zubber V Caldara R Secchi A

Staudacher C Impacto of recipient and donor ages on patient and graft survival

after kidney transplantation Transplant Proc2007391830-1832

35 Locke JE Warren DS Dominici F Cameron AM Leffell MS MacRann

DA Melancon JK Segev DL Simpkins CE Singer AL Zachary AA

Montgomery RA Donor ethnicity influences outcomes following deceased donor

kidney transplantation in black recipients J Am Soc Nephrol Out 2008 19 (10)

2011-2019

36 Goldfarb-Rumyantzev AS HurdleJF Baird BC Stoddard G Wang Z

Scandling JD Barenbaum LL Cheung AK The role of pre-emptive re-

transplant in graft and recipient outcome Nephrol Dial Transplant (2006) 21

1355ndash1364

37 Loupy A Anglicheau D Suberbielle C Mejean A Martinez F Zuber J

Mamzer-Bruneel MF Kreis H Thervet E Thiounn N Legendre C Long-

term outcome of third kidney transplants Nephrol Dial Transplant 2007 22

2693ndash2700

56

38 Brenner BM The Kidney Ed Elsevier Philadelphia Pennsylvania 7th edition

2004 p 2574

39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

Expanding the donor pool to increase renal transplantation Nephrol Dial

Transplant (2005) 20 34ndash41

40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

Matas AJ The impact of the quality of initial graft function on cadaver kidney

transplants Transplantation Mar 1994 57(6) 812-816

41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

editores Angiologia e cirurgia vascular guia ilustrado Maceioacute

UNCISALECMAL amp LAVA 2003 Disponiacutevel em URL

httpwwwlavamedbrlivro (acesso em 05032008)

42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

httpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPORT2002PT-1018htm (acessado

em 03032008)

43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

FornaraP Pietruck F Frei U Donauer J Lison AE and Michel U

Relationship of hepatitis B or C virus prevalences risk factors and outcomes in

renal transplant recipients Analysis of German Data Transplant ProcMay

200840(4) 909-914

44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

prevenccedilatildeo Rev Bras Epidemiol 2004 Dez 7(4) 473-487

45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

Relatoacuterio do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia

Gastroenterologia Endoscopia Digestiva 199918 (supl 1) S3-S8

46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

Rio de Janeiro 2007 Available from

httpwwwsaudegovbrtuberculosedadosshtml (acesso em 120209)

57

47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

problemas e estrateacutegias para o sucesso J bras pneumol [perioacutedico na Internet]

2007 Jun [citado 2009 Fev 13] 33(3) 323-334 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophp

script=sci_arttextamppid=S1806-37132007000300015amplng=pt doi

101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

21 Peres LAB Hi Kyung A Camargo MTA Rohde NRS Matsuo T

Uscocovich VFM Delfino VDA Anaacutelise da sobrevida de enxertos e

receptores de 188 transplantes renais realizados na cidade de Cascavel PR J Bras

Nefrol 2003 25(3) 133-41

22 Correcirca JRM Rocha FD Peres AA Gonccedilalves LF Manfro RC Efeito a

longo prazo da infecccedilatildeo pelos viacuterus das hepatites B e C na sobrevida de indiviacuteduos

transplantados renais Rev Assoc Med Bras 2003 49(4)389-94

23 Galante NZ Tedesco HSJr Machado PGP Pacheco-Silva A Medina-

Pestana J O Rejeiccedilatildeo aguda como fator de risco para sobrevida e sua incidecircncia

reduzida por ciclosporina entre HLA-idecircnticos J Bras Nefrol 2002 24(1) 12-19

24 Ianhez LE Fonseca JA Paula FJ Neto ED Saldanha LB Sabbaga E

Hepatopatia como causa de oacutebito poacutes-transplante renal J Bras

Nefrol199719(2)138-142

25 Cepeda PA Balderramo DC Artega J Douthat WG Massari PU Infeccion

urinaria temprana em la trasplante renal Factores de riesgo y efecto en la

sobrevida del injerto Medicina (Buenos Aires) 2005 65409-414

26 Deboni L Manfro R Reck P Keitel E Bittar A Neumann J Garcia V

Incidecircncia e impacto da infecccedilatildeo citomegaacutelica diagnosticada pela antigenemia na

sobrevida em longo prazo de transplantados renais J Bras Nefrol 2002 24(3)

115-126

27 Schaeffner ES Mehta J Winkelmayer WC Educational level as a determinant

of access to and outcomes after kidney transplantation in the United States Am J

Kidney Dis May 200851(5)811-8

28 Costa JCGD Almeida RMVR Infantosi AFC Suassuna JHR A heuristic

index for selecting similar categories in multiple correspondence analysis applied

to living donor kidney transplantation computer method sand programs in

biomedicine 90 (2008) 217ndash229

29 Infantosi AFC Almeida RMVR Costa JCGD Avila CAL Suassuna

JHR Definiccedilatildeo de variaacuteveis em redes neurais artificais por anaacutelise de

componentes principais aplicaccedilatildeo em transplante renal In IX Congresso

55

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede 2004 Ribeiratildeo Preto SP IX Congresso

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede2004 v 1 p 760-765

30 Noronha IL Manfro RC Pacheco-Silva A Casadei DH Manual de

Transplante Renal Satildeo Paulo Editora Manole 20071ordf ediccedilatildeo 395-p

31 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Guia SUS

Cidadatildeo httpwwwsauderjgovbrGuia_sus_cidadaopg_82shtml (acessado

03032008)

32 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo de Transplantes httpdtr2001saudegovbr

transplanteslegislacaohtm (acessado em 04032008)

33_______________________ Lei nordm10211 de 2001

httpdtr2001saudegovbrtransplantesportarialei10211htm (acessado em

03032008)

34 Orsenigo E Casiraghi T Socci C Zubber V Caldara R Secchi A

Staudacher C Impacto of recipient and donor ages on patient and graft survival

after kidney transplantation Transplant Proc2007391830-1832

35 Locke JE Warren DS Dominici F Cameron AM Leffell MS MacRann

DA Melancon JK Segev DL Simpkins CE Singer AL Zachary AA

Montgomery RA Donor ethnicity influences outcomes following deceased donor

kidney transplantation in black recipients J Am Soc Nephrol Out 2008 19 (10)

2011-2019

36 Goldfarb-Rumyantzev AS HurdleJF Baird BC Stoddard G Wang Z

Scandling JD Barenbaum LL Cheung AK The role of pre-emptive re-

transplant in graft and recipient outcome Nephrol Dial Transplant (2006) 21

1355ndash1364

37 Loupy A Anglicheau D Suberbielle C Mejean A Martinez F Zuber J

Mamzer-Bruneel MF Kreis H Thervet E Thiounn N Legendre C Long-

term outcome of third kidney transplants Nephrol Dial Transplant 2007 22

2693ndash2700

56

38 Brenner BM The Kidney Ed Elsevier Philadelphia Pennsylvania 7th edition

2004 p 2574

39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

Expanding the donor pool to increase renal transplantation Nephrol Dial

Transplant (2005) 20 34ndash41

40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

Matas AJ The impact of the quality of initial graft function on cadaver kidney

transplants Transplantation Mar 1994 57(6) 812-816

41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

editores Angiologia e cirurgia vascular guia ilustrado Maceioacute

UNCISALECMAL amp LAVA 2003 Disponiacutevel em URL

httpwwwlavamedbrlivro (acesso em 05032008)

42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

httpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPORT2002PT-1018htm (acessado

em 03032008)

43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

FornaraP Pietruck F Frei U Donauer J Lison AE and Michel U

Relationship of hepatitis B or C virus prevalences risk factors and outcomes in

renal transplant recipients Analysis of German Data Transplant ProcMay

200840(4) 909-914

44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

prevenccedilatildeo Rev Bras Epidemiol 2004 Dez 7(4) 473-487

45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

Relatoacuterio do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia

Gastroenterologia Endoscopia Digestiva 199918 (supl 1) S3-S8

46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

Rio de Janeiro 2007 Available from

httpwwwsaudegovbrtuberculosedadosshtml (acesso em 120209)

57

47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

problemas e estrateacutegias para o sucesso J bras pneumol [perioacutedico na Internet]

2007 Jun [citado 2009 Fev 13] 33(3) 323-334 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophp

script=sci_arttextamppid=S1806-37132007000300015amplng=pt doi

101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede 2004 Ribeiratildeo Preto SP IX Congresso

Brasileiro de Informaacutetica em Sauacutede2004 v 1 p 760-765

30 Noronha IL Manfro RC Pacheco-Silva A Casadei DH Manual de

Transplante Renal Satildeo Paulo Editora Manole 20071ordf ediccedilatildeo 395-p

31 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Guia SUS

Cidadatildeo httpwwwsauderjgovbrGuia_sus_cidadaopg_82shtml (acessado

03032008)

32 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Legislaccedilatildeo de Transplantes httpdtr2001saudegovbr

transplanteslegislacaohtm (acessado em 04032008)

33_______________________ Lei nordm10211 de 2001

httpdtr2001saudegovbrtransplantesportarialei10211htm (acessado em

03032008)

34 Orsenigo E Casiraghi T Socci C Zubber V Caldara R Secchi A

Staudacher C Impacto of recipient and donor ages on patient and graft survival

after kidney transplantation Transplant Proc2007391830-1832

35 Locke JE Warren DS Dominici F Cameron AM Leffell MS MacRann

DA Melancon JK Segev DL Simpkins CE Singer AL Zachary AA

Montgomery RA Donor ethnicity influences outcomes following deceased donor

kidney transplantation in black recipients J Am Soc Nephrol Out 2008 19 (10)

2011-2019

36 Goldfarb-Rumyantzev AS HurdleJF Baird BC Stoddard G Wang Z

Scandling JD Barenbaum LL Cheung AK The role of pre-emptive re-

transplant in graft and recipient outcome Nephrol Dial Transplant (2006) 21

1355ndash1364

37 Loupy A Anglicheau D Suberbielle C Mejean A Martinez F Zuber J

Mamzer-Bruneel MF Kreis H Thervet E Thiounn N Legendre C Long-

term outcome of third kidney transplants Nephrol Dial Transplant 2007 22

2693ndash2700

56

38 Brenner BM The Kidney Ed Elsevier Philadelphia Pennsylvania 7th edition

2004 p 2574

39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

Expanding the donor pool to increase renal transplantation Nephrol Dial

Transplant (2005) 20 34ndash41

40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

Matas AJ The impact of the quality of initial graft function on cadaver kidney

transplants Transplantation Mar 1994 57(6) 812-816

41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

editores Angiologia e cirurgia vascular guia ilustrado Maceioacute

UNCISALECMAL amp LAVA 2003 Disponiacutevel em URL

httpwwwlavamedbrlivro (acesso em 05032008)

42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

httpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPORT2002PT-1018htm (acessado

em 03032008)

43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

FornaraP Pietruck F Frei U Donauer J Lison AE and Michel U

Relationship of hepatitis B or C virus prevalences risk factors and outcomes in

renal transplant recipients Analysis of German Data Transplant ProcMay

200840(4) 909-914

44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

prevenccedilatildeo Rev Bras Epidemiol 2004 Dez 7(4) 473-487

45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

Relatoacuterio do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia

Gastroenterologia Endoscopia Digestiva 199918 (supl 1) S3-S8

46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

Rio de Janeiro 2007 Available from

httpwwwsaudegovbrtuberculosedadosshtml (acesso em 120209)

57

47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

problemas e estrateacutegias para o sucesso J bras pneumol [perioacutedico na Internet]

2007 Jun [citado 2009 Fev 13] 33(3) 323-334 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophp

script=sci_arttextamppid=S1806-37132007000300015amplng=pt doi

101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

38 Brenner BM The Kidney Ed Elsevier Philadelphia Pennsylvania 7th edition

2004 p 2574

39 Cohen B SmitsJM Haase B Persijn G Vanrenterghem Y Frei U

Expanding the donor pool to increase renal transplantation Nephrol Dial

Transplant (2005) 20 34ndash41

40 Najarian JS Gillingham KJ Sutherland DE Reinsmoen NL Payne WD

Matas AJ The impact of the quality of initial graft function on cadaver kidney

transplants Transplantation Mar 1994 57(6) 812-816

41 Baptista-Silva JCC Transplante renal In Pitta GBBCastro AA Burihan E

editores Angiologia e cirurgia vascular guia ilustrado Maceioacute

UNCISALECMAL amp LAVA 2003 Disponiacutevel em URL

httpwwwlavamedbrlivro (acesso em 05032008)

42 BrasilMinisteacuterio da Sauacutede Portaria nordm 1018 de 2002

httpdtr2001saudegovbrsasPORTARIASPORT2002PT-1018htm (acessado

em 03032008)

43 Kliem V Burg M HallerH Suwelack B Abendroth D Fritsche L

FornaraP Pietruck F Frei U Donauer J Lison AE and Michel U

Relationship of hepatitis B or C virus prevalences risk factors and outcomes in

renal transplant recipients Analysis of German Data Transplant ProcMay

200840(4) 909-914

44 Ferreira CT Silveira TR Hepatites virais aspectos da epidemiologia e da

prevenccedilatildeo Rev Bras Epidemiol 2004 Dez 7(4) 473-487

45 Fonseca JC Epidemiologia da infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite C no Brasil

Relatoacuterio do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia

Gastroenterologia Endoscopia Digestiva 199918 (supl 1) S3-S8

46 SESDC Secretaria Estadual de Sauacutede e Defesa Civil do Rio de Janeiro Estado do

Rio de Janeiro 2007 Available from

httpwwwsaudegovbrtuberculosedadosshtml (acesso em 120209)

57

47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

problemas e estrateacutegias para o sucesso J bras pneumol [perioacutedico na Internet]

2007 Jun [citado 2009 Fev 13] 33(3) 323-334 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophp

script=sci_arttextamppid=S1806-37132007000300015amplng=pt doi

101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

47 Teixeira HC Abramo C Munk ME Diagnoacutestico imunoloacutegico da tuberculose

problemas e estrateacutegias para o sucesso J bras pneumol [perioacutedico na Internet]

2007 Jun [citado 2009 Fev 13] 33(3) 323-334 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophp

script=sci_arttextamppid=S1806-37132007000300015amplng=pt doi

101590S1806-37132007000300015

48 Bustamante-Teixeira MT Faerstein E Latorre MR Teacutecnicas de anaacutelise de

sobrevida Cad Sauacutede Puacuteblica Maio-Jun 2002 18(3) 579-594

49 Carvalho MS AndreozziVL Codeccedilo CT Barbosa MTS Shimakura SE

Anaacutelise de Sobrevida teoria e aplicaccedilotildees em sauacutede Rio de Janeiro Editora

FIOCRUZ 2005395-p

50 Villar E Frimat L Ecochard R Labeeuw Speacutecificiteacutes methodologiques de

lanalyse de survie des patients dialyseacutes Nephrologie amp Theacuterapeutique

20084553-561

51 Woo YM Jardine AG Clark AF MacGregor MS BowmanAW

Macpherson SG Briggs JD Junor BJR McMillan MA Rodger RSC

Early graft function and patient survival following cadaveric renal transplantation

Kidney Int 1999 55692-699

52 R Development Core Team R a language and environment for statistical

computing R Foundation for Statistical Computing Vienna Austria 2005

Disponiacutevel em httpwwwR-projectorg

53 NEFRODATA- ACD 2008 versatildeo 328912

58

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Anexos

59

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Anexo 1 Questionaacuterio de coleta de dados do banco Transplante

BANCO DE TRANSPLANTE RENAL

RECEPTOR CARACTERISTICAS INDIVIDUAIS

reg

datatx ltddmmyyyygt

nome ltA gt

iniciais ltA gt

idrecep

sexorecep _

racarecep _

ENDERECcedilO

tipo ____ titulo ____

logradouro _______________________________________

n

complemento ____________________________

bairro ____________________________

municipio __________________________ uf__

HISTORICO PRE TX

nhemotrans __ data1dia ltddmmyyyygt formadia __

60

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

hcv _ hbsag _ cmv _

dcbase ___ ntx

DOADOR

iddoador __ sexdoador _ racadoador _

cmvdoador _

isqfria

hla _____ tipodoador _

DOADOR FALECIDO

causamorte ___ usoamina _ doseamina

crcapta pcr _ infec _

IMUNOSSUPRESSAO ATUAL

cya _ aza _ pred _ fk _ mmf _ myf _ rapa _

mudouimuno _

basix _ okt3 _ acmono _ metilpred _

POS CIRURGICO

dia1semana _ internadia agcmv _

cralta cr1ano

compli1ano __

61

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

INFORMACOES RECENTES

reg ________

data ltddmmyyyygt

motivo _____________________

situacaoat _____________________

hgb

htc

cr

62

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Anexo 2 Tabela de sobrevida no percentil 80 para desfechos oacutebito e falecircncia do

enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

SexoMasculinoFeminino

269(100)140(52)129(48)

94NA

0462NA83

0353

RaccedilaCaucasiano

NegroMesticcedilo

269(100)139(516)63(234)

67(25)

9482

NA

0254NA8190

0313

Forma de diaacuteliseHemodiaacutelise

Diaacutelise peritonealHemodPeritoneal

PreemptivoIgnorado

269(100)209(777)

21(79)18(66)3(12)

18(66)

94NA50

NA-

0544817190

NA-

0522

HCVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)59(219)137(51)73(271)

33NA

-

00045891

-

0250

HbsAgPositivo

NegativoIgnorado

269(100)17(64)

212(788)40(148)

91NA

-

01356990

-

0656

CMVPositivo

NegativoIgnorado

269(100)179(665)31(115)

59(22)

NA94

-

094583

NA-

0253

Doenccedila de baseDiabetes melitus

GeneacuteticaHereditaacuteriaGlomerulonefrites

Hipertensatildeo arterialIndeterminada

OutrasIgnorada

269(100)6(22)

19(75)56(207)86(318)68(252)17(63)17(63)

013505494

NA-

0004NA90836881

NA-

0604

Sexo do doadorFeminino

MasculinoIgnorado

269(100)156(58)99(368)14(52)

9579

-

0124NA83

-

0628

Raccedila do doadorCaucasiano

NegroMesticcedilo

Ignorado

269(100)132(483)

41(16)51(191)45(166)

928094

-

057681

NA90

-

0918

CMV doadorPositivo

NegativoIgnorado

269(100)131(486)34(127)

104(387)

9452

-

074983

NA-

0488

HLAPobreHaplo

IdecircnticoIgnorado

269(100)35(13)

133(495)31(115)

70(26)

8894

NA-

0232NA90

NA-

0231

63

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

NA

0643

Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

512 (675)1172935

NA1050

0522NA7168

0271

Dias de internaccedilatildeo7-|14

14-|3030-|60

60-|100

19 (14)7995245

- - - -

64

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

OacuteBITO FALEcircNCIA

65

OacuteBITO FALEcircNCIA

66

OacuteBITO FALEcircNCIA

67

OacuteBITO FALEcircNCIA

68

OacuteBITO FALEcircNCIA

69

OacuteBITO FALEcircNCIA

70

OacuteBITO FALEcircNCIA

71

72

  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

OacuteBITO FALEcircNCIA

VARIAacuteVEIS N() PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Tipo de doadorVivo

Falecido

269(100)175(65)94(35)

9451

023271

NA

0149

Complicaccedilotildees no 1ordm anoDiabetes

Gastro intestinalHematoloacutegica

InfecciosaOutras

Natildeo Houve

269(100)22(82)12(44)22(82)

103(383)60(224)50(185)

NA5

91947924

0244NA45

NA9081

NA

0826

Diaacutelise na 1ordf semanaSimNatildeo

Ignorado

269(100)75 (279)170(631)

24(9)

9194

-

007950

NA-

0001

Regiatildeo de moradiaInteriorCapital

Metropolitana

269(100)48(284)

161(952)60(355)

NA9451

0773NANA90

0715

Variaacuteveis numeacutericas Meacutedia (Desvio padratildeo)

PERCENTIL 80 p-valor PERCENTIL 80 p-valor

Idade do receptor0-|20anos

20-|40anos40-|60anos60-|80anos

3860 (1359)25

12310912

NA949116

000383

NANANA

0385

Nordm de hemotransfusatildeoNenhuma

1-|55-|10

Acima de 10

278 (494)68

1078

13

9480

NA4

032183907157

0652

Idade do doador0-|15

15-|3030-|4545-|6060-|75

3264 (1459)1042

111625

1529488

NA

0133NA908381

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Tempo de isquemia fria60-|720minutos

720-|1440minutos1440-|2195 minutos

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Dias de internaccedilatildeo7-|14

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- - - -

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Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

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  • ldquoAnaacutelise de Sobrevida em Indiviacuteduos Submetidos ao Transplante Renal em Hospital Universitaacuterio no Rio de Janeirordquo
  • Resumo

Anexo 3 Anaacutelise exploratoacuteria de todas as variaacuteveis

Graacuteficos de Kaplan Meyer com as estimativas das variaacuteveis categoacutericas para os desfechos oacutebito e falecircncia do enxerto

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