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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ANÁLISE DO FLUXO DE LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DOS UTENSÍLIOS DE UM RESTAURANTE DE ESCALA INDUSTRIAL Trabalho de Conclusão de Curso II realizado sob a orientação do Prof. Dr. Walther Azzolini Junior. Bruno Teixeira Botelho Orientador: Prof. Dr. Walther Azzolini Junior São Carlos Julho 2012

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ANÁLISE DO FLUXO DE LIMPEZA E

HIGIENIZAÇÃO DOS UTENSÍLIOS DE UM

RESTAURANTE DE ESCALA INDUSTRIAL

Trabalho de Conclusão de Curso II realizado sob a

orientação do Prof. Dr. Walther Azzolini Junior.

Bruno Teixeira Botelho

Orientador: Prof. Dr. Walther Azzolini Junior

São Carlos

Julho – 2012

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Bruno Teixeira Botelho

ANÁLISE DO FLUXO DE LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO

DOS UTENSÍLIOS DE UM RESTAURANTE DE ESCALA

INDUSTRIAL

Trabalho de Conclusão de

Curso apresentado à Escola

de Engenharia de São Carlos

da Universidade de São

Paulo, para obtenção do título

de Graduação em Engenharia

de Produção Mecânica

Orientador: Prof. Dr. Walther Azzolini Junior

São Carlos

Julho - 2012

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Dedicatória

Dedico este trabalho a todas as pessoas que estiveram envolvidas comigo

durante esses cinco anos de universidade, que de uma maneira ou de outra me

influenciaram e me ajudaram a tomar os melhores caminhos e decisões, e contribuíram

para a realização deste trabalho.

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Agradecimentos

Agradeço ao Prof. Walther por estar sempre presente e pronto a ajudar e

orientar.

Agradeço aos amigos de sala, que me proporcionaram estudar em umas das

melhores turmas que a USP/EESC já viu.

Agradeço a USP/EESC que me ensinou e me transformou durante esses cinco

anos de universidade, e me ajudou a ter um dos melhores anos de minha vida, e aos

professores que foram grandes guias durante a jornada.

Agradeço a EESC jr., Pró-Produção e SemEP que fizeram parte da minha

graduação, me ajudando a desenvolver habilidades extra-curriculares.

E principalmente a minha família, que sem a qual não estaria aqui hoje, que

sempre deu apoio incondicional e suporte.

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Resumo

BOTELHO, B. T. Análise do Fluxo de Limpeza e Higienização dos Utensílios

de um Restaurante de Escala Industrial. Trabalho de Conclusão de Curso – Escola de

Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo (USP), 2012.

O trabalho visa o desenvolvimento de parâmetros, com unidade em tempo por

demanda, para as diferentes atividades de trabalho dentro de um restaurante de escala

industrial na área de higienização de utensílio, após o mapeamento do fluxo de valor do

mesmo da situação atual. O resultado desse trabalho é a definição dos tempos de

trabalho necessários referentes a cada posição definida para o serviço prestado no fluxo

de atendimento à demanda relacionado à higienização de utensílios do Restaurante da

USP do Campus de São Carlos.

Para isso foi feita uma revisão bibliográfica relacionada ao processo e técnicas

de Planejamento e Controle da Produção, Produção Enxuta, Ferramentas da Produção

Enxuta, Cronoanálise, Teoria das Filas e gestão de serviços, mais especificamente

relacionado ao setor alimentício de restaurantes industriais.

Palavras-chave: Planejamento e Controle da Produção; Produção Enxuta; Restaurante

Industrial, Mapeamento do Fluxo de Valor, Cronoanálise, Teoria das Filas, Definição de

Tempos.

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Abstract

This undergraduate assignment aims the development of parameters, with unit-

time per demand for the different working activities in the cleaning utensils area within

a restaurant in an industrial scale, after mapping the value stream of the current situation

of the site. The result of this work is the definition of working time required for each

position defined for the service in meeting the demand flow related to the cleaning of

utensils in the Restaurant's USP Campus of São Carlos.

Therefore was made a literature review related to the process and techniques of

Production Planning and Control, Lean Production, Lean Production Tools,

Cronoanalysis, Queueing Theory and management services, specifically related to

the industrial food sector of restaurants.

Keywords: Production Planning and Control, Lean Production, Industrial Restaurant,

Value Stream Mapping, Cronoanalysis, Queueing Theory, Definition of Time.

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Sumário

Lista de Figuras ................................................................................................................. I

Lista de Tabelas ................................................................................................................ II

Lista de Equações ........................................................................................................... III

Lista de Abreviaturas ...................................................................................................... IV

1. Introdução.................................................................................................................. 1

1.1 Contextualização ................................................................................................ 1

1.2 Oportunidade de Estudo ..................................................................................... 2

1.3 Objetivos ............................................................................................................ 3

1.4 Justificativa ........................................................................................................ 3

1.5 Estrutura do Trabalho ........................................................................................ 3

1.6 Método ............................................................................................................... 4

1.6.1 Coleta de Dados .......................................................................................... 4

2. Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 6

2.1 Planejamento e Controle da Produção (PCP) .................................................... 6

2.2 Cronoanálise ...................................................................................................... 7

2.2.1 Executando a medição .............................................................................. 10

2.2.2 Número de ciclos a serem cronometrados ................................................ 11

2.2.2.1 Método estatístico ................................................................................. 11

2.2.3 Determinação do tempo padrão ................................................................ 12

2.3 Teoria das filas ................................................................................................. 13

2.3.1 Variáveis do Sistema ................................................................................ 15

2.3.2 Modelos de Fila ........................................................................................ 18

2.4 Produção Enxuta (Lean Production) ............................................................... 18

2.4.1 Ferramentas da Produção Enxuta ............................................................. 20

2.4.1.1 Mapeamento do Fluxo de Valor ........................................................... 20

2.4.1.2 Mapa do Estado Futuro ......................................................................... 24

2.5 Empresa de Serviços e Industrial ..................................................................... 28

2.5.1 Setor de Serviços: Restaurante ................................................................. 28

2.5.1.1 Atividades do Restaurante – Processo Produtivo de Refeições ............ 29

2.6 Produção Enxuta e o Setor de Serviços ........................................................... 31

2.6.1 Lean Service ............................................................................................. 31

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3. Estudo de Caso ........................................................................................................ 33

3.1 O Restaurante Universitário ............................................................................. 33

3.1.1 Restaurante I ............................................................................................. 33

3.1.2 Restaurante II ............................................................................................ 34

3.2 Divisão do trabalho .......................................................................................... 35

3.3 Coleta de dados ................................................................................................ 36

3.3.1 Coleta de dados do fluxo de consumidores do serviço do restaurante ..... 37

3.3.2 Definição e descrição das atividades executadas no processo de

higienização de bandejas e talheres ......................................................................... 39

3.3.3 Medição do tempo de execução das atividades executadas no processo de

higienização de bandejas e talheres ......................................................................... 40

3.3.4 Definição e descrição das atividades executadas no processo de

higienização de utensílios da cozinha ..................................................................... 42

3.3.5 Medição do tempo de execução das atividades executadas no processo de

higienização de utensílios da cozinha ..................................................................... 43

3.4 Resultados Obtidos .......................................................................................... 45

3.4.1 Análise dos resultados (dimensionamento da equipe terceirizada) .......... 45

3.4.1.1 Higienização de bandejas e talheres ..................................................... 45

3.4.1.2 Higienização de utensílios .................................................................... 50

4. Conclusão ................................................................................................................ 57

5. Desenvolvimentos Futuros ...................................................................................... 58

Referências Bibliográficas .............................................................................................. 59

Apêndice A – Relatório Final..........................................................................................63

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I

Lista de Figuras

Figura 1 - Modelo de sistema de produção....................................................................... 6

Figura 2 - Curva de rendimento médio de um trabalhador............................................. 10

Figura 3 - Número de Canais de Serviço ........................................................................ 15

Figura 4 - Etapas do Serviço........................................................................................... 15

Figura 5 - Variáveis em um sistema de filas .................................................................. 15

Figura 6 - Mapa de Fluxo de Valor Atual ...................................................................... 23

Figura 7 - Mapa de Fluxo de Valor do Estado Futuro .................................................... 27

Figura 8 - Processo Produtivo Geral de Restaurantes .................................................... 30

Figura 9 - Número de usuários que entraram - Almoço - Campus I .............................. 38

Figura 10 - Número de usuários que entraram - Jantar - Campus I ............................... 38

Figura 11 - Tempos das Atividades de Higienização de Bandejas – Atual .................... 47

Figura 12 - Tempos das Atividades de Higienização de Bandejas – Balanceamento

Proposto .......................................................................................................................... 48

Figura 13 - Tempos das Atividades de Higienização de Talheres – Atual..................... 50

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II

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Exemplo de uma operação com três elementos............................................. 12

Tabela 2 – Variáveis em um sistema de filas ................................................................. 16

Tabela 3 - Relações básicas entre variáveis.................................................................... 16

Tabela 4 - Notação de Kendall ....................................................................................... 18

Tabela 5 - Comparação entre estoques e filas ................................................................ 32

Tabela 6 - Demanda do Restaurante - Campus I ............................................................ 37

Tabela 7 - Demanda do Restaurante - Campus II ........................................................... 37

Tabela 8 - Atividades de Higienização de Bandejas ...................................................... 39

Tabela 9 - Atividades de Higienização de Talheres ....................................................... 40

Tabela 10 - Tempo das atividades de higienização de bandejas .................................... 41

Tabela 11 - Tempo das atividades de higienização de talheres ...................................... 41

Tabela 12 - Atividades de Higienização de Utensílios em Geral ................................... 42

Tabela 13 - Atividades de Higienização Específicas...................................................... 43

Tabela 14 - Tempo de lavagem da Caixa Branca ........................................................... 44

Tabela 15 - Tempo de lavagem da GN ........................................................................... 44

Tabela 16 - Tempos de lavagem de utensílios ................................................................ 45

Tabela 17 - Tempo de Higienização de Bandejas .......................................................... 46

Tabela 18 - Tempo de Higienização de Talheres 49

Tabela 19 - Tempo de lavagem de utensílios de preparação .......................................... 51

Tabela 20 - Tempos de higienização dos utensílios de preparação para 2600 pessoas .. 52

Tabela 21 - Tempo de Higienização de utensílios da distribuição - Cardápio Fácil ...... 53

Tabela 22 - Tempo de Higienização de utensílios da distribuição - Cardápio Difícil .... 54

Tabela 23 - Tempo de Higienização de utensílios da distribuição para 2600 pessoas -

Cardápio Fácil ................................................................................................................ 55

Tabela 24 - Tempo de Higienização de utensílios da distribuição para 2600 pessoas -

Cardápio Difícil .............................................................................................................. 56

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III

Lista de Equações

Equação 1 – Número de ciclos a serem cronometrados ................................................. 12

Equação 2 – Probabilidade em regime permanente ........................................................ 16

Equação 3 - Probabilidade de o número de clientes (N) ser maior que n clientes ......... 17

Equação 4 - Número médio de clientes no sistema ........................................................ 17

Equação 5 - Tamanho médio da fila ............................................................................... 17

Equação 6 - Tempo médio de espera .............................................................................. 17

Equação 7 - Probabilidade de um cliente ter de esperar mais que um tempo v ............. 17

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IV

Lista de Abreviaturas

GN - Cuba Gastronômica

CCSC - Coordenadoria do Campus de São Carlos

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1

1. Introdução

Os princípios da Produção Enxuta estão bem difundidos no setor industrial, por

exemplo, na indústria automobilística, que é onde remonta sua origem, porém

atualmente esta realidade está se ampliando para os processos administrativos e de

serviços, como o surgimento do Lean Office.

No caso desse trabalho serão abordadas as áreas de higienização de utensílios de

um restaurante de escala industrial, neste caso os Restaurantes Universitários, mais

conhecidos como Bandejão, da Universidade de São Paulo, do campus I e II de São

Carlos, buscando determinar parâmetros, como o tempo necessário para o cumprimento

de atividades de trabalho para uma determinada carga de trabalho.

Essas atividades hoje são terceirizadas e realizadas durante o período do almoço

e jantar, sendo que a busca desses parâmetros visa ajudar a contratação de empresas

terceirizadas.

1.1 Contextualização

O presente trabalho foi desenvolvido nos Restaurantes Universitários, mais

conhecidos como Bandejão, da Universidade de São Paulo, nos Campus I e II de São

Carlos, sendo que o do Campus I oferece almoço e jantar, e o do Campus II somente

almoço. Mas durante o trabalho foi dado um enfoque ao Restaurante I, devido ao seu

maior porte e movimento de usuários, sendo que os tempos e dados adquiridos são

desse respectivo Restaurante.

Os Restaurantes Universitários, administrado pelas Seções de Restaurante e

Alimentação, oferece diariamente mais de três mil e oitocentas refeições a alunos,

funcionários e visitantes. O sistema de atendimento é self-service, com opções de pratos

quentes, saladas, guarnições, acompanhamento, suco e sobremesa, de acordo com a

CCSC.

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2

Durante a operação ambos os Restaurantes mantêm as seguintes premissas:

1. Horário de funcionamento durante o almoço:

Campus I - 11h00min até 01h15min

Campus II - 11h15min até 12h30min

2. Horário de funcionamento durante o jantar:

Campus I - 17h15min até 19h15min

Campus II – Não serve jantar

3. Horário de funcionamento durante o sábado:

Campus I - 11h30min até 13h00min

4. Número de refeições em média servidas durante o almoço:

Campus I – 2.144

Campus II - 331

5. Número de refeições aproximadas servidas durante o jantar:

Campus I – 1.349

O trabalho teve sua origem com a impossibilidade hoje da CCSC

(Coordenadoria do Campus de São Carlos) de exigir um número mínimo de

funcionários das empresas terceirizadas para as áreas de higienização de utensílios

durante o funcionamento, para cada atividade exercida. Hoje o que se encontra é uma

indefinição do número exato de funcionários para realizar as tarefas.

1.2 Oportunidade de Estudo

A oportunidade de estudo surgiu devido à necessidade de a CCSC realizar

licitações para provedores de serviços ao Restaurante Universitário com um contrato em

que se pudessem ter maneiras quantificáveis de cobranças de número de funcionários,

esses baseados em estudos que indique a quantidade de pessoas necessárias para realizar

certa atividade. Através disso foi devido que a melhor maneira seria parâmetros em

função da demanda, de maneira que esses pudessem ser ajustáveis nos contratos de

acordo com o nível de usuários dos Restaurantes.

E como primeira etapa desse estudo deveria ser a determinação do tempo para

realização das atividades para certa demanda, que é o objetivo desse trabalho.

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1.3 Objetivos

O trabalho visa o desenvolvimento de parâmetros, com unidade em tempo por

demanda, para as diferentes atividades de trabalho dentro do restaurante relacionadas à

higienização de utensílio, após o mapeamento do fluxo de valor de ambos os

restaurantes, apresentando as atividades do estado atual, que é obtido através da

aplicação de ferramentas da Produção Enxuta.

1.4 Justificativa

Hoje os restaurantes chegam a atender quase quatro mil usuários somente no

almoço, que dependem muito do serviço prestado por esses, tanto devido ao preço

quanto a facilidade e economia de tempo.

Atualmente a área de higienização de utensílios em geral é de responsabilidade

de uma empresa terceira, enquanto a preparação da alimentação fica por

responsabilidade de funcionários da Universidade.

E hoje não existe nenhum parâmetro que define o número necessário de

funcionários para cada atividade envolvida, ou seja, deve haver algum número que diga

que para certa atividade é necessário certo número de funcionários, para que essa seja

cumprida em tempo e com qualidade, de acordo com a demanda atual por refeições.

Conseqüentemente não há atualmente, por falta de medidas de base, como a CCSC

realizar um contrato com definição em números.

Para o início dessa definição de quantos funcionários são necessários para cada

atividade, esse trabalho foi realizado, com intuito de determinar quanto tempo é

necessário para cada atividade, em relação a certo nível de demanda.

1.5 Estrutura do Trabalho

A introdução do trabalho apresenta os comentários iniciais, como características

dos Restaurantes, problemas encontrados e os objetivos.

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A segunda parte trás uma revisão da literatura, apresentando definições e

comentários a respeito dos tópicos abordados durante o trabalho, como:

Planejamento e Controle da Produção (PCP);

Cronoanálise;

Teoria das filas;

Produção Enxuta e suas Ferramentas;

Setor de Serviços e a Produção Enxuta.

A terceira parte do trabalho trata do desenvolvimento do Estudo de Caso,

trazendo os dados coletados e resultados.

E ao final têm-se as considerações finais e propostas de trabalhos futuros.

1.6 Método

Foi feito uma pesquisa bibliográfica visando conhecimento da Produção Enxuta,

e de suas ferramentas que serviram de auxílio durante o trabalho. Além disso, foi dado

um enfoque na aplicação dos princípios da Produção Enxuta no setor de serviços,

trazendo uma leve introdução sobre o setor. Além de importantes ferramentas para a

abordagem do problema, como a Cronoanálise e a Teoria das Filas.

Após o levantamento bibliográfico partiu-se para a observação de campo, onde

foi feito uma análise direta da situação atual do restaurante, para isso analisou-se as

posições e diferentes funções existentes, o fluxo de material e o fluxo de valor dentro do

restaurante durante dias normais de atendimento.

Com o entendimento do funcionamento de ambos os restaurantes realizou-se as

medidas de tempo dos elementos das atividades e uma análise do processo de demanda,

quantificando assim o número de horas de trabalho necessárias para certa demanda.

1.6.1 Coleta de Dados

Estudou-se nesse trabalho ambos os Restaurantes presentes na USP de São

Carlos, tanto o do Campus I, Restaurante I, como o do Campus II, Restaurante II.

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Durante a coleta de dados, tanto o Restaurante I como o II foram abordados,

devido a suas diferenças, o horário das coletas foi realizada preferencialmente durante o

almoço, por ser esse horário o de maior fluxo de pessoas, ou seja, de maior demanda. A

coleta foi realizada nos períodos de Outubro a Dezembro de 2011.

O trabalho se iniciou com entrevistas realizadas com os responsáveis pelos

Restaurantes, esses funcionários da USP, obtendo-se assim uma idéia inicial do

funcionamento, dos problemas atuais e possíveis soluções. Então após contextualização

geral, partiu-se para a descrição das atividades realizadas durante a higienização de

utensílios, já tentando dividi-las em elementos menores, para realizar as respectivas

tomadas de tempo.

De posse desses dados gerais partiu-se para a coleta de dados em campo, como o

tempo em que os usuários permanecem dentro do restaurante, a conferência das

atividades descritas anteriormente com a sua realidade de execução e a cronometragem

dos tempos dos elementos das atividades.

A coleta de dados foi finalizada com a contagem de utensílios disponíveis para

uso, como panelas, bandejas, garfos, facas, etc. e com a contabilização do fluxo de

pessoas que circulam pelos Restaurantes através do próprio sistema da catraca durante a

entrada.

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2. Revisão Bibliográfica

2.1 Planejamento e Controle da Produção (PCP)

Produzir, segundo Slack et al. (2002), é transformar inputs em outputs. De

acordo com o autor, os inputs estão classificados em recursos a serem transformados e

recursos de transformação. Os recursos a serem transformados relacionam-se a

materiais, informações e consumidores, e os recursos de transformação a instalações e

funcionários.

Os outputs são os resultados dessas transformações, ou seja, bens e serviços

produzidos, conforme a Figura 1:

Então podemos afirmar que em um restaurante, a produção é tanto a preparação

dos alimentos como a higienização dos talheres em geral, pois teremos o alimento como

um bem palpável, como também a prestação de serviço, que seria a limpeza e a

distribuição dos alimentos.

A produção pode ser empurrada ou puxada. De acordo com Tubino (2007), a

produção é empurrada quando se produz a peça, que em seguida é remetida ao estágio

de montagem e transformada num produto acabado.

Figura 1 - Modelo de sistema de produção

Fonte: SLACK (2002) p.36

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Como não se sabe se o estágio de montagem está precisando daquela peça que

está sendo empurrada, pode ocorrer a formação de estoques. Esse tipo de produção é o

que acontece normalmente nas empresas. Já na produção puxada nada é produzido até

que o cliente (interno ou externo) solicite a fabricação; ou seja, evita-se a produção

antecipada. Este tipo de produção está relacionado à filosofia just in time. Na produção

puxada não há formação de estoques e os custos com matérias-primas são mais baixos,

visto que as mesmas somente serão utilizadas quando necessárias.

De acordo com Schafranski (2002), a gestão da produção ou planejamento e

controle da produção é uma função administrativa que tem por objetivo fazer os planos

que orientarão a produção e servirão de guia para seu controle. Geralmente esta função

é exercida por um departamento que leva seu nome. Em termo simples o PCP determina

o que vai ser produzido, como vai ser produzido, onde vai ser produzido, quem vai

produzir e quando vai ser produzido.

O objetivo do planejamento e controle da produção é produzir os produtos com

eficiência, entregando na data correta e na quantidade prevista (SLACK et al., 2002).

Os Restaurantes estudados funcionam com o PCP, pois toda a demanda é

estimada com dados passados e de acordo com a experiência dos responsáveis,

realizando assim a produção de comida do dia e as compras com base nessas previsões,

havendo assim uma produção empurrada.

2.2 Cronoanálise

A medição dos tempos da execução das atividades produtivas nas empresas é um

procedimento que permite determinar a quantidade de tempo requerido, sob certas

condições, para tarefas que implicam alguma atividade humana.

Com isso é determinado o tempo padrão de uma operação, que Coimbra e Silva

(1989) definem como a quantidade de tempo necessária para executar uma unidade de

trabalho, em condições determinadas, de acordo com um processo e método pré-

estabelecidos, por um operador qualificado e treinado, possuindo habilidade média,

trabalhando com esforço médio durante todas as horas de sua jornada de trabalho.

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Os tempos padrão são determinados com o propósito de:

Auxiliar as empresas na estruturação de Programas de Programação da

Produção;

Apontar para a direção da definição de padrões de custos mais precisos

das operações;

Avaliar os objetivos da produção a serem mantidos e monitorados pela

supervisão;

Avaliar a realidade da execução da operação;

Determinar o rendimento da mão de obra;

Determinar o número de máquinas com que uma pessoa pode operar;

Para dividir o trabalho por grupo de atividades ou em seqüência;

Comparar métodos de execução das operações de produção;

Determinar as necessidades de mão de obra;

Determinar as necessidades de equipamentos.

Segundo Mazzeu (2011), o estudo de tempos permite reavaliar e adequar os

métodos de trabalho de modo a aumentar a eficiência e a padronização das atividades

realizadas estabelecendo os tempos padrão e o registro das condições de trabalho. Esse

estudo faz uso de diversas técnicas para a medida do trabalho como tempos históricos,

estimados e calculados, cronometragens, tempos pré-determinados ou sintéticos e

amostragem do trabalho.

Ainda segundo Mazzeu (2011), o estudo de tempos ou medida do trabalho pode

ser considerado um procedimento que permite definir a quantidade de tempo que uma

pessoa qualificada e treinada a partir de um método adequado, e trabalhando sob certas

condições padrões, execute uma trabalho específica.

Segundo Coimbra e Silva (1989) os objetivos implícitos do estudo de tempos

são:

Melhoria dos métodos – o estudo de tempos tem como objetivo analisar

as operações e condições de trabalho para verificar as possibilidades de

melhoria dos métodos existentes;

Melhoria da eficiência – o estudo de tempos tem como objetivo

incrementar a eficiência do trabalho através de mudanças nos

movimentos necessários;

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Padronização das operações – o estudo de tempos tem como objetivo

estabelecer e padronizar condições adequadas de trabalho pertinente a

operação;

Estabelecimento de tempos padrão – o estudo de tempos tem como

objetivo estabelecer tempos padrão de trabalho consistente;

Compilação de dados padrão – o estudo de tempos tem como objetivo

fornecer dados confiáveis para a compilação de dados padrão, gráficos e

fórmulas;

Registro das condições de trabalho – o estudo de tempos tem como

objetivo fornecer um registro constante das condições reais de trabalho

referentes ao tempo padrão.

Segundo Mazzeu (2011), o estudo de tempos deve ser realizado a partir da

averiguação de alguns requisitos básicos quanto à disposição do local de trabalho onde a

operação deve ser realizada:

1. Deve existir lugar definido e fixo para todas as ferramentas e materiais;

2. Ferramentas, materiais e controles devem localizar-se perto do local do

uso;

3. Deverão ser usados depósitos e caixas alimentadoras por gravidade para

distribuição do material o mais perto possível do local de uso;

4. Materiais e ferramentas devem ser localizados de forma a permitir a

melhor seqüência de movimentos;

5. A altura do local de trabalho e do ponto de contato com o trabalhador

deve ser tal que possibilite ao operador trabalhar alternadamente em pé e

sentado, tão facilmente quanto possível;

6. Deve ser respeitada a área normal de trabalho do operador, nunca sendo

ultrapassada a área máxima de trabalho.

Contudo, o estudo de tempos e métodos busca a divisão do processo de

execução de uma operação em elementos que representa uma pequena subdivisão de um

ciclo de trabalho ou de uma operação, possuindo um ponto de início e fim bem definido,

que pode ser descrito e medido com precisão.

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Segundo Rother e Harris (2002) um elemento de trabalho é o menor incremento

de trabalho que pode ser transferido para outra pessoa, tendo como exemplo: pegar uma

mangueira e colocá-la na bancada. E não seria elemento pegar uma mangueira

2.2.1 Executando a medição

Segundo Mazzeu (2011), uma vez superada a fase inicial de levantamento e

análise dos dados relativos à operação, o cronometrista está pronto para iniciar a

medição dos tempos. A hora da cronometragem, principalmente para estudos com ciclo

de curta duração, deve ser considerada evitando-se os períodos de início do trabalho

pela manhã e após o almoço, bem como os períodos de fim do expediente, onde a fadiga

e a lassidão se fazem sentir. De preferência, procura-se escolher os momentos em que a

atividade do executante esteja próxima à de referência. Durante a jornada de trabalho, o

rendimento médio geral de um trabalhador varia conforme a Figura 2.

Figura 2 - Curva de rendimento médio de um trabalhador

Fonte: Mazzeu (2011)

A Figura 2 indica que o início e o fim de cada período de uma jornada de

trabalho são os horários em que um trabalhador apresenta os menores índices de

rendimento, portanto devem sempre ser evitados.

De acordo com Mazzeu (2011), as medições devem ser anotadas em uma Folha

de Estudo do Processo, no qual o trabalho está dividido em elementos, no qual deve ser

revista com os trabalhadores, isso ajudará na tomada de tempo, e numa próxima fase,

quando se começar a definir melhorias na operação.

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11

Algumas dicas de cronometragem, citadas por Rother e Harris (2002), no livro

“Criando Fluxo Contínuo” são descritas:

Coletar os tempos reais no processo, não confie em dados de arquivo;

Posicionar-se de tal forma que possa ver os movimentos da mão do

operador;

Cronometrar cada elemento de trabalho separadamente;

Cronometrar diversos ciclos de cada elemento do trabalho;

Observar um operador que seja qualificado para o trabalho;

É comum observar que os operadores variam o jeito de fazer ciclo a

ciclo, fixar a observação na maneira mais correta de fazer o trabalho;

Sempre separar o tempo do operador do tempo da máquina;

Selecionar o menor tempo repetido para cada elemento;

Lembrar-se da cortesia no chão de fábrica.

2.2.2 Número de ciclos a serem cronometrados

Coimbra e Silva (1989) destacam a importância em salientar que o estudo de

tempos por cronometragem é um processo de amostragem, de modo que quanto maior

for o número de ciclos cronometrados, mais representativos serão os resultados obtidos

para a operação em estudo e, conseqüentemente, mais precisos.

Coimbra e Silva (1989) ainda destacam que o tempo requerido para a execução

dos elementos de uma operação variará ligeiramente de ciclo para ciclo.

Mesmo que o operador trabalhe num ritmo constante, com padronização na

posição das peças e ferramentas usadas pelo operador, nem sempre executará cada

elemento de ciclos consecutivos exatamente no mesmo tempo, ou seja, quanto maior for

à variabilidade das leituras de um elemento, tanto maior será o número de observações

para que se tenham tempos consistentes, com a precisão desejada.

2.2.2.1 Método estatístico

Se considerar um estudo de tempos para 10 ciclos consecutivos de uma

operação, constituída de 3 elementos de acordo com a Tabela 1.

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Tabela 1 - Exemplo de uma operação com três elementos.

Elemento 1 0,0

7

0,0

8

0,0

9

0,0

6

0,0

8

0,0

7

0,0

8

0,0

9

0,0

7

0,0

7 Elemento 2 0,1

2

0,1

3

0,1

5

0,1

1

0,1

2

0,1

3

0,1

3

0,1

5

0,1

2

0,1

1 Elemento 3 0,2

6

0,2

7

0,2

4

0,2

6

0,2

2

0,2

7

0,2

4

0,2

6

0,2

7

0,2

5 Fonte: Coimbra e Silva (1989)

Para determinar o número de ciclos a serem cronometrados, baseado nesta

amostra com um erro relativo de ±5% e um nível de confiança de 95% pode-se utilizar a

seguinte equação, sendo x o valor da medida de acordo com a Equação 1.

Equação 1 – Número de ciclos a serem cronometrados

O procedimento para a determinação do número de ciclos a serem

cronometrados:

1. Somatória das leituras individuais;

2. Cada leitura individual é elevada ao quadrado, efetuando-se depois a sua

somatória;

3. Determinação do número de vezes a ser medido.

2.2.3 Determinação do tempo padrão

Segundo Mazzeu (2011), após determinado os tempos normais e as freqüências

dos elementos da operação, avaliado e determinado as concessões a ser aplicado, o

próximo passo é calcular o tempo padrão da operação em estudo.

A soma dos tempos dos elementos de trabalho por unidade de medida fornecerá

o tempo total da operação, porém sem as restrições necessárias.

A essa somatória denomina-se “Minutos Líquidos por unidade de medida”.

De acordo com Mazzeu (2011), adicionando-se as restrições por necessidades

pessoais, fadiga e demoras inevitáveis, sob a forma de porcentagem sobre o tempo total

líquido, determina-se o tempo padrão para a operação, em minutos, por unidade.

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2.3 Teoria das filas

Segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000), uma fila é uma linha de clientes

esperando quando necessitam de serviços de um ou mais prestadores. Contudo, a fila

não necessita ser uma linha física de pessoas em frente a um servidor. Pessoas

colocadas à espera de um telefonista formam uma espécie de fila. Em qualquer sistema

de serviço, a fila se forma quando a demanda excede a capacidade existente do servidor.

Para definir um sistema de filas, Bronson (1985, p.286) faz a seguinte afirmação: “O

sistema consiste em um conjunto de usuários, com um conjunto de atendentes e uma

ordem pela qual os usuários chegam e são processados. Um sistema de filas é um

processo de nascimento-morte com uma população composta de usuários esperando

para serem atendidos e sendo atendidos. Um nascimento ocorre quando um usuário

chega ao estabelecimento de prestação de serviços; uma morte ocorre quando um

usuário deixa este estabelecimento. O estado do sistema é o número de usuários no

estabelecimento.”

Segundo Torres (1966), a teoria das filas de espera é um método estatístico que

permite estimar as demoras que ocorrem quando um serviço tem de ser proporcionado a

clientes cuja chegada se dê ao acaso, como, por exemplo, fregueses que esperem para

ser atendidos numa loja e automóveis que se congestionem num posto de pedágio. E o

processo de fila é caracterizado por três elementos:

1. Regime de chegada;

2. Regime de serviço; e

3. Disciplina da fila.

Ainda segundo Torres (1966), o regime de chegada inclui os seguintes

elementos:

1. Especificação da população de clientes: finita ou infinita;

2. Distribuição da probabilidade do intervalo de tempo entre chegadas (λ - taxa

média de chegada): essa distribuição pode ser estacionária ou variável no

tempo, pode depender do tamanho da fila, etc.

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No regime de serviço existem três aspectos a ser considerados:

1. A disponibilidade do serviço: alguns sistemas só atendem durante certo

intervalo de tempo; outros estão sempre disponíveis;

2. A capacidade do sistema (μ – número de clientes em atendidos em um dado

intervalo de tempo);

3. A duração do tempo de serviço de cada cliente, que pode ser constante ou

aleatória, com distribuição de probabilidade estacionária ou não,

dependendo, inclusive, do tamanho da fila.

Segundo Camelo (2010), a disciplina da fila é o conjunto de regras que

determinam a ordem em que os clientes são atendidos. Há várias possibilidades: A mais

comum se dá pela ordem de chegada, na qual o primeiro que chega é o primeiro a ser

atendido (First in, First out - FIFO). Outras alternativas são: o último a chegar é o

primeiro a ser atendido (Last in, First out - LIFO); pelo atendimento com prioridade

para certas classes de cliente, independente da hora de chegada no sistema (Priority

service – PRI); e pela seleção de atendimento de forma aleatória, independente da

ordem de chegada na fila (Service in randon order – SIRO).

Outras características da fila também podem ser citadas (ABAD, 2002;

ANDRADE, 2004; BANKS; CARSON; NELSON, 1999; FARRERO; TARRÉS, 2009;

MIRANDA, 2005; PRADO, 2006):

1. Número de canais de serviços, conforme Figura 3: Refere-se ao número de

servidores em paralelo que prestam serviços simultâneos aos clientes. Um

sistema de filas pode apresentar um ou múltiplos canais de atendimento,

operando independentemente um do outro. Nesse último caso, pode-se ter

uma fila única ou uma fila para cada canal.

2. Capacidade de Armazenamento do Sistema: É o número máximo de

usuários, tanto aqueles sendo atendidos, quanto aqueles nas filas, permitidos

no estabelecimento de prestação de serviços ao mesmo tempo, podendo ser

finito ou infinito.

3. Etapas do Serviço, conforme Figura 4: Um sistema de filas pode ter apenas

um único estágio de atendimento, como no caso de supermercados e

barbearias, ou pode ter vários estágios. Nesse caso, denominado de multi-

estágio, o cliente precisa passar por vários estágios até deixar o sistema.

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Figura 3 - Número de Canais de Serviço

Fonte: CAMELO (2010)

Figura 4 - Etapas do Serviço

Fonte: CAMELO (2010)

2.3.1 Variáveis do Sistema

Um sistema de filas, em situação estável, em que clientes chegam e esperam

para serem atendidos por “c” servidores, conforme representado pela Figura 5,

apresenta as variáveis mostradas na Tabela 2.

Figura 5 - Variáveis em um sistema de filas

Fonte: Camelo (2010)

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Tabela 2 – Variáveis em um sistema de filas

Variáveis referentes ao processo de chegada λ = taxa média de chegada ou ritmo médio de chegada

IC = intervalo médio entre chegadas Variáveis referentes à fila

TF = tempo médio de permanência na fila NF = número médio de clientes na fila

Variáveis referentes ao processo de atendimento ou de serviço TA = tempo médio de atendimento ou de serviço c = capacidade de atendimento ou quantidade de servidores (atendentes)

NA = número médio de transações ou clientes que estão sendo atendidos

µ = taxa média de atendimento ou ritmo médio de atendimento de cada servidor Variáveis referentes ao sistema

TS = tempo médio de permanência no sistema NS = número médio de transações ou clientes no sistema

Fonte: Prado (2006, p. 43)

A Tabela 3 mostra as relações básicas entre as variáveis de um sistema de filas:

Tabela 3 - Relações básicas entre variáveis

VARIÁVEIS FÓRMULA Intervalo Entre Chegadas IC = 1 / λ Tempo do Atendimento TA = 1 / µ Taxa de Utilização dos Atendentes ρ = λ / c µ Intensidade de Tráfego i = | λ / µ | = | TA / IC |

Relações entre Fila, Sistema e

Atendimento

NS = NF + NA NA = λ / µ

NS = NF + λ / µ = NF + TA / IC TS = TF + TA

NA = ρ = λ / c µ

Fórmulas de Little NF = λ . TF NS = λ . TS

Ciclo Ciclo = TS + TFS Ciclo = Tamanho da População / λ

Fonte: Prado (2006, p. 43)

Outras relações que valem ser citadas, conforme relacionadas por Torres (1966):

Pn (t) a probabilidade de haver n clientes no sistema no instante t:

As probabilidades em regime permanente são de acordo com a Equação 2:

Equação 2 – Probabilidade em regime permanente

Probabilidade de o número de clientes (N) ser maior que n clientes de acordo

com Equação 3.

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Equação 3 - Probabilidade de o número de clientes (N) ser maior que n clientes

O número médio de clientes no sistema de acordo com a Equação 4.

Equação 4 - Número médio de clientes no sistema

O tamanho médio da fila de acordo com a Equação 5.

Equação 5 - Tamanho médio da fila

Tempo médio de espera de acordo com a Equação 6.

Equação 6 - Tempo médio de espera

Probabilidade de um cliente ter de esperar mais que um tempo v (tempo total) de

acordo com a Equação 7.

Equação 7 - Probabilidade de um cliente ter de esperar mais que um tempo v

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2.3.2 Modelos de Fila

Um modelo de filas pode ser descrito pela notação de Kendall: A/B/c/K/m/Z,

conforme mostrada na Tabela 4, em que: A descreve a distribuição dos intervalos entre

chegadas; B descreve a distribuição do tempo de serviço; c é o número de canais de

serviço ou capacidade de atendimento; K é o número máximo de clientes permitidos no

sistema; m é o tamanho da população que fornece clientes e Z é a disciplina da fila.

Tabela 4 - Notação de Kendall

Características Símbolos Explicação

A

Distribuição de tempo entre

chegadas

M D

GI

Lei de Poisson (Markoviano) Determinística

Erlang δ (δ = 1,2,...)

Independência Geral

B

Distribuição de tempo de

serviço

M D

GI

Lei de Poisson (Markoviano) Determinística

Erlang δ (δ = 1,2,...)

Independência Geral c Número de canais de serviços 1,2,..., infinito - K Capacidade do sistema 1,2,..., infinito - m Tamanho da população 1,2,..., infinito -

Z

Disciplina da fila

FIFO

LIFO

SIRO

PRI

1º que chega é o 1º a ser atendido

Último que chega é o 1º a ser atendido

Serviço com ordem aleatória

Prioridade

Fonte: Camelo (2010)

Assim, por exemplo, a notação M/D/3/20/_/LIFO indica uma processo com

chegadas Marcoviana, atendimento Determinístico, 3 atendentes, capacidade máxima

do sistema igual a 20 clientes, população infinita e o última que chega é o primeiro a

sair do sistema.

2.4 Produção Enxuta (Lean Production)

O termo Produção Enxuta ou Lean Production surgiu como resultado de uma

pesquisa realizada pelo Masachusets Institute of Technology (MIT) em empresas do

setor automobilístico que procuravam “fazer cada vez mais com menos” em seus

sistemas produtivos. Como resultado da pesquisa, surgiu o livro “A Máquina que

Mudou o Mundo”, escrito por Womack, Jones e Ross em 1992, no qual descreve as

práticas aplicadas nas empresas japonesas que conseguiam reduzir seus custos

produtivos e obter um melhor desempenho.

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A organização tomada como referência foi a Toyota Motors Company, cujas

práticas já eram conhecidas como Sistema Toyota de Produção ou filosofia Just-in-

Time.

Para o Lean Institute Brasil (2011), Lean é:

“Uma estratégia de negócios para aumentar a satisfação dos clientes através da

melhor utilização dos recursos. A gestão lean procura fornecer, consistentemente, valor

aos clientes com os custos mais baixos (PROPÓSITO), através da identificação de

melhoria dos fluxos de valor primários, e de suporte (PROCESSOS), por meio do

envolvimento das pessoas qualificadas, motivadas e com iniciativa (PESSOAS). O foco

da implementação deve estar nas reais necessidades dos negócios e não na simples

aplicação das ferramentas lean. As práticas envolvem a criação de fluxos contínuos e

sistemas puxados, baseados na demanda real dos clientes, a análise e melhoria do fluxo

de valor das plantas e da cadeia completa, desde as matérias-primas até os produtos

acabados, e o desenvolvimento de produtos que efetivamente sejam soluções do ponto

de vista do cliente.”

A Produção Enxuta, segundo Ohno (1997) e Womack, Jones e Ross (1992), liga

a vantagem do desempenho da manufatura a três princípios:

a. Melhorar o fluxo de material e informação no ambiente de trabalho;

b. Foco na produção puxada pelo consumidor, ao invés da produção

empurrada pela manufatura;

c. Melhora contínua por meio do desenvolvimento das pessoas.

A base da Produção Enxuta é a eliminação de desperdício. Russell e Taylor

(1999) definem desperdício como “outra coisa que não seja a quantidade mínima de

equipamentos, materiais, peças, espaço e tempo que são essenciais para agregar valor ao

produto”. Ohno (1997) identificou sete categorias de perdas ou desperdícios no

processo produtivo da manufatura:

Desperdício de superprodução;

Desperdício de tempo disponível (espera);

Desperdício em transporte;

Desperdício do processamento em si;

Desperdício de estoque disponível (estoque);

Desperdício de movimento;

Desperdício de produzir produtos defeituosos.

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Desperdício utiliza recursos, mas não adiciona valor ao produto.

A Produção Enxuta combina as melhores características da produção em massa e

da produção artesanal: a capacidade de reduzir os custos por unidade e melhorar

drasticamente a qualidade e, ao mesmo tempo fornecer uma gama cada vez maior de

produtos e mais trabalho desafiador (WOMACK; JONES; ROSS, 1992).

2.4.1 Ferramentas da Produção Enxuta

2.4.1.1 Mapeamento do Fluxo de Valor

O mapeamento do fluxo de valor é uma ferramenta que permite apresentar

visivelmente todas as etapas dos fluxos de material e informação conforme o produto

segue o fluxo de valor, auxiliando no entendimento da agregação de valor, desde o

fornecedor até o consumidor. Os princípios são baseados na identificação e eliminação

dos desperdícios encontrados ao longo do fluxo produtivo (ROTHER; SHOOK, 2003).

Para Soliman (1999), os mais importantes e fundamentais elementos da análise

do processo são o mapeamento do processo e o seu entendimento. Através do processo

de mapeamento torna-se mais simples determinar onde e como melhorar o processo. De

acordo com Aguiar e Weston (1993), o mapeamento do processo pode melhorar o foco

no cliente do processo, auxiliar a eliminação de atividades que não agregam valor e

reduzir a complexidade do processo.

“O mapeamento é uma ferramenta qualitativa que consiste na representação

destes fluxos de forma simples e de fácil compreensão, por meio de desenhos, não

havendo necessidade do uso de computadores ou softwares especializados. Os ícones

usados no mapeamento são facilmente identificáveis (por exemplo, um triângulo indica

um ponto de estocagem).” (MOREIRA; FERNANDES, 2011).

No mapeamento do fluxo de valor o fluxo de material é desenhado na parte

inferior, da esquerda para a direita. Conforme se percorre o fluxo de material de uma

família de produtos, podem-se encontrar processos onde o estoque se acumula. Através

da detecção dos pontos onde há estoque, desenha-os no mapa da situação atual, pois

assim nota-se onde o fluxo está parando. Já o fluxo de informação é desenhado na parte

superior dos mapas, da direita para a esquerda.

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Da mesma forma que o fluxo de material, percorrendo os processos, o fluxo de

informação é apresentado, mostrando como cada processo é informado sobre o que

fazer e quando, para assim atender seu processo cliente. (ROTHER; SHOOK, 2003).

A primeira etapa para o mapeamento do estado atual é selecionar a família de

produtos que será mapeada. Então coletar as informações sobre as demandas destes

produtos, identificando as necessidades dos clientes que devem ser representadas em

uma caixa de dados disposta no canto superior direito do mapa, geralmente, são

descritos qual é a demanda para a família de produtos mapeada, quantas peças

diferentes são feitas, a freqüência de entrega, o tamanho do lote de entrega e outras

informações que forem relevantes, de acordo com as características dos clientes e

produtos. (ROTHER; SHOOK, 2003).

Além dessas informações, segundo Nazareno, Silva e Rentes (2003), todos os

processos produtivos relacionados à família de produtos selecionada, deverão possuir

alguns dados básicos sobre eles coletados, sendo mostrados a partir de uma caixa de

dados padrão, abaixo do respectivo processo, que pode conter os seguintes dados:

Tempo de ciclo (T/C): tempo entre a saída de um componente e o próximo;

Tempo de trocas (T/R): tempo de setup;

Disponibilidade: tempo disponível por turno no processo descontado os tempos

de parada e manutenção;

Número de pessoas necessárias para operar o processo.

Além disso, é importante identificar como é o sistema de programação entre os

sistemas, que pode ser empurrada, puxada, seqüenciada (FIFO) ou fluxo contínuo.

Então conforme se nota como cada processo é informado sobre o que fazer e quando

fazer para o seu processo cliente, podem ser identificados os movimentos de materiais

que são empurrados pelo produtor e não puxados pelo cliente.

Na produção empurrada os processos fornecedores tenderão a produzir partes

que os seus processos clientes não precisam naquele momento, e tais partes serão

empurradas para o estoque, em um sistema de “lote e empurra” que torna quase

impossível o estabelecimento de um fluxo contínuo completo, peça fundamental para se

conseguir atingir o objetivo principal da Produção Enxuta, que é criação de um fluxo de

valor enxuto.

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Nessa condição, cada processo tem a sua própria programação, operando como

uma ilha isolada, não conectada ao processo seguinte, onde cada um produz em um

ritmo e gera lotes de tamanhos que fazem sentido somente a partir de suas próprias

perspectivas, e não a partir da ótica do fluxo de valor enxuto (QUEIROZ; RENTES;

ARAUJO, 2011).

O próximo passo é a identificação da localização e da quantidade média de

estoques, em número de peças e dias, tomando como base a média de consumo.

Estes pontos são importantes, pois indicam onde o fluxo de material está

parando, cujo ícone utilizado para representar o estoque é o triângulo (NAZARENO;

SILVA; RENTES, 2003).

Pegando-se a quantidade de estoque entre os processos e dividindo-a pelos

pedidos diários, mensais, ou na forma em que a organização trabalha, obtém o lead time

para estes estoques, expressos na medida usada, que deve ser identificado abaixo do

triângulo de estoque.

Com o lead time de cada processo presente no fluxo e mais o lead time de cada

estoque obtém o lead time total da produção.

Da experiência de Moreira e Fernandes (2011), em um estudo de caso que

realizaram, afirmam que o mapeamento é, no mínimo, uma ferramenta que estimula o

relacionamento entre pessoas na empresa, a aprendizagem, a curiosidade, a pró-

atividade e o entendimento global do fluxo de materiais e informações, o que facilitará e

estimulará ações visando à eliminação de desperdícios.

Na Figura 6 é apresentado um mapa de fluxo de valor da situação atual, de uma

fábrica, desenvolvido no livro “Aprendendo a Enxergar”.

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Figura 6 - Mapa de Fluxo de Valor Atual

Fonte: (ROTHER; SHOOK, 2003).

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2.4.1.2 Mapa do Estado Futuro

Após ter-se escolhido uma família de produtos e mapeado o estado atual da

empresa para esses produtos, que deverão ser escolhidos de acordo com a importância

que os clientes dão a estes, seja por serem mais vendidos, mais caros, etc., chegou a

hora de desenhar um estado futuro para o mapa, ou seja, uma idealização de como a

empresa pode ser com a eliminação de todos os desperdícios encontrados. Para haver

uma transformação em Produção Enxuta, segundo Moreira e Fernandes (2011), os 8

passos são: determinar o takt time, que é em quanto tempo precisa-se produzir um

produto, determinar se os produtos finais serão dispostos em supermercados ou

produzidos diretamente para a expedição, identificar os processos que têm tempos de

ciclo próximos e que podem ser colocados em fluxo contínuo, estabelecer onde será

usado o sistema de puxadas, determinar qual será o processo puxador, fazer o

nivelamento do mix de produção, determinar o pitch e as melhorias necessárias para

atingir tal estado.

Segundo Rother e Shook (2003), o que torna o fluxo de valor enxuto é fabricar

os produtos em um fluxo contínuo completo, com o lead time suficientemente curto

para permitir a produção somente dos pedidos confirmados e com o tempo de troca bem

baixo entre os diferentes produtos. Para isso, são necessários inúmeros mapas do estado

futuro, cada um mais enxuto e mais próximo do ideal, com o processo fornecedor

fazendo somente o que o processo cliente necessita e quando necessita.

Para isso deve-se ao máximo tentar ligar os processos em um fluxo contínuo,

desde as matérias-primas até a expedição ao cliente.

No entanto, para que o mapa do estado futuro consiga efetivamente atingir o

fluxo de valor enxuto da matéria-prima ao produto acabado é fundamental obedecer

algumas regras coerentes com os princípios enxutos, segundo Queiroz, Rentes e Araujo

(2011):

Produzir de acordo com o takt time: o takt time é calculado dividindo-se o tempo

disponível de trabalho pelo volume da demanda do cliente, trata-se de um número

de referência que dá a noção do ritmo em que cada processo deve estar

produzindo para atender à demanda do cliente, sem que gere um excesso de

produção;

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Desenvolver um fluxo contínuo onde possível: o fluxo contínuo significa produzir

uma peça de cada vez, com cada item sendo passado imediatamente de um estágio

do processo para o seguinte, sem nenhuma parada;

Utilizar supermercados para controlar a produção onde o fluxo contínuo não se

estende aos processos anteriores: onde não se é possível produzir em fluxo

contínuo cria-se supermercados, aonde o processo cliente vai ao supermercado e

retira somente o que precisa e quando precisa, cabendo ao processo fornecedor

produzir apenas para o reabastecimento desse supermercado;

Procurar enviar a programação do cliente para somente um processo de produção,

o chamado processo puxador: esse é o processo da produção controlado pelos

pedidos dos clientes externos;

Nivelar o mix de produção, ou seja, distribuir a produção de diferentes produtos

uniformemente no decorrer do tempo no processo puxador,

Nivelar o volume de produção, ou seja, criar uma puxada inicial com a liberação e

retirada de somente um pequeno e uniforme incremento de trabalho no processo

puxador;

Desenvolver a habilidade de produzir toda parte todo dia nos processos anteriores

ao processo puxador e, com o tempo, toda parte todo turno, toda hora e todo pitch.

No livro “Criando Fluxo Contínuo”, Rother e Harris (2002) citam algumas dicas

que podem ser usadas durante o período de definição dos elementos de trabalho e as

respectivas tomadas de tempo, e que já podem vir a ajudar na criação do mapa futuro,

tal processo é chamado de Kaizen no papel:

Enquanto se observa e registra os elementos de trabalho, deve-se observar os

desperdícios;

Os desperdícios primeiramente são eliminados no papel antes do processo ser

colocado na prática;

Não incluir nenhuma caminhada como elemento de trabalho, porque a caminhada

real no novo projeto é desconhecida e será minimizada;

Não inclua operadores esperando o ciclo da máquina como elemento de trabalho;

Deve-se cronometrar cada elemento de trabalho em separado e não o tempo total,

pois o tempo total inclui os tempos de desperdício;

Escolha um operador experiente e qualificado para desempenhar o trabalho;

Não escolha o operador mais rápido e nem o mais lento, mas o típico.

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Conforme Rother e Harris (2002), existem algumas questões que devem ser

respondidas em seqüência para ajudar na criação do fluxo contínuo, conseqüentemente

no desenho o mapa do estado futuro, que são:

1. “Você escolheu os produtos finais adequados?

2. Qual é o takt time?

3. Quais são os elementos de trabalho necessários para fazer um item?

4. Qual é o tempo real necessário para cada elemento de trabalho?

5. O seu equipamento pode atender o takt time?

6. Qual o nível de automação?

7. Como organizar um processo físico para que uma pessoa possa fazer um

item da maneira mais eficiente possível?

8. Quantos operadores são necessários para atender o takt time?

9. Como distribuir o trabalho entre os operadores?

10. Como você irá programar o processo puxador?

11. Como o processo puxador reagirá frente às mudanças na demanda dos

clientes?”

A Figura 7 apresenta o mapa do estado futuro, em relação ao mesmo mapa do

estado atual apresentado na seção anterior, com melhorias já implementadas, como as

reduções de tempos de preparação de máquinas e a formação de uma célula de

manufatura que acaba por contribuir para a redução dos estoques intermediários, e

assim, a redução do lead time total.

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27

1

Figura 7 - Mapa de Fluxo de Valor do Estado Futuro

Fonte: (ROTHER; SHOOK, 2003).

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28

2.5 Empresa de Serviços e Industrial

Tubino (1999) classifica os sistemas produtivos de diversas maneiras. Sob a

ótica da natureza do produto, estes podem produzir bens ou serviços. Quando o produto

produzido é algo tangível o sistema de produção é uma manufatura de bens. Por outro

lado, se o produto gerado é intangível, diz-se que o sistema de produção é um prestador

de serviços. No caso, apesar dos Restaurantes Universitários produzirem comida, algo

que é tangível, ele pode ser considerado também um prestador de serviços, pois não está

no alimento a única produção, mas também existe uma gama de serviços por trás, como

servir o alimento, higienização de utensílios a serem usados, limpeza do ambiente, entre

outros atividades que não podem ser claramente percebidos, mas que pertencem e são

necessários ao sistema.

Uma questão que pode vir à tona é se a empresa de serviços é diferente da

empresa industrial. Então segundo Contador (2001) “a empresa de serviços não é

diferente da empresa industrial. Mas convém dá-la de outra forma: a empresa de

serviços difere da empresa industrial tanto quanto a empresa de uma indústria difere da

de outra, tanto quanto uma fábrica de confecções difere de uma fábrica de autopeças.

Obviamente, os processos produtivos são diferentes: o processo de uma siderúrgica é

diferente do de uma metalúrgica, o processo de uma lavanderia é diferente do de um

restaurante ou do de um banco.”

Dentro deste contexto, levando-se em consideração a questão tempo,

Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000) apontam que: “Os serviços são criados e

consumidos simultaneamente e, portanto, não podem ser estocados, o que constitui uma

característica crítica para a administração de serviços. Esta impossibilidade de estocar

serviços impede o uso da estratégia da manufatura tradicional, de confiar em estoques

como um tampão para absorver flutuações na demanda”.

2.5.1 Setor de Serviços: Restaurante

Os restaurantes podem ser classificados em diferentes tipos, como Restaurante

Comercial, recebendo a denominação de Unidades Produtoras de Refeições, ou de

Coletividade. No caso o Restaurante trabalhado pode ser classificado como de

Coletividade, sendo denominada Unidade de Alimentação e Nutrição, que Fonseca

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29

(2000) coloca como sendo: “Tratam-se de restaurantes situados em prédios ou

complexos industriais ou comerciais, com o intuito de oferecer alimentação para os

empregados da respectiva empresa. Esse tipo de restaurante possui uma

responsabilidade muito grande, perante os comensais e a empresa, pois sua clientela é

cativa e muitas vezes responderá pela quase totalidade das alimentações do trabalhador.

Normalmente atendem um grande número de pessoas, haja vista que as empresas que

possuem um número menor de empregados oferecem vales de alimentação, com custos

mais acessíveis para uma escala menor. O cardápio deve ser muito bem balanceado a

fim de atender às necessidades nutricionais dos diferentes níveis da empresa e suas

respectivas necessidades calóricas. O serviço é necessariamente simples, em grande

parte, auto-serviço. Na maioria das vezes, a refeição é subvencionada pela empresa, que

cumpre sua obrigação de empregadora e, além disso, recebe alguns benefícios fiscais,

como desconto proporcional no imposto de renda”.

Segundo Baba (2008), “o serviço de alimentação comercial abrange as

modalidades de restaurantes comerciais, lanchonetes, serviços de hotelaria, além de

outras modalidades de serviço de alimentação. Nestes casos os usuários não apresentam

nenhum grau de dependência em relação à unidade”.

Os restaurantes de coletividade podem ser administrados de diferentes formas,

pela própria empresa responsável em fornecer a alimentação, por uma contratada,

especializada na produção de refeições, ou terceirizando alguns serviços do restaurante,

como acontece no caso do trabalho, em que as atividades ligadas à cocção são de

responsabilidade da Universidade enquanto tarefas ligadas a limpeza e higienização

ficam a cargo de uma contratada.

2.5.1.1 Atividades do Restaurante – Processo Produtivo de

Refeições

Segundo Lippel (2002) “o processo tradicional de produção de refeições é

aquele no qual as refeições são consumidas no mesmo local e no mesmo dia em que são

preparadas, devendo ser mantidas até o momento de consumo a temperaturas que

assegurem sua qualidade organoléptica e microbiológica”. Os Restaurantes abordados

utilizam desse processo, sendo que alguns alimentos são produzidos em uma unidade e

transportados para outra e vice-versa, só que no futuro isso será mudado, com a

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instalação de um novo sistema em que a comida será produzida e armazenada a certa

temperatura, podendo ser utilizada posteriormente, no prazo de alguns dias.

Ainda segundo Lippel (2002), o esquema de organização do processo produtivo,

pode ser analisado considerando-se duas funções: “as principais, relacionadas

diretamente com o processamento dos alimentos; e as funções anexas, ligadas à

manutenção de utensílios e instalações. As funções principais englobam compra,

recepção de matéria-prima, estocagem, pré-preparo, cocção, conservação da preparação

pronta, distribuição das refeições e contabilização. Já as funções anexas envolvem a

higienização dos utensílios e das instalações, bem como a eliminação dos dejetos.” O

fluxo deste processo produtivo e suas principais funções podem ser vistas na Figura 8.

Figura 8 - Processo Produtivo Geral de Restaurantes

Fonte: Lippel (2002)

Ou seja, o ambiente de estudo deste trabalho esta incluso nas funções anexas,

higienização de utensílios, na qual todas ficam a cargo da empresa contratada.

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31

2.6 Produção Enxuta e o Setor de Serviços

Os princípios e ferramentas da Produção Enxuta já estão bem inseridos na

indústria automobilística e seus fornecedores. Só que atualmente estes princípios estão

se ampliando também para os outros setores industriais e também para os processos

administrativos e de serviços, porém, segundo Ferro (2011), essas aplicações ainda não

são muito praticadas, porém tem um grande potencial de crescimento. Ele considera a

abordagem enxuta como sendo um sistema de negócio que é aplicável a qualquer setor,

inclusive em serviços. E relata algumas aplicações de sucesso em negócios como nos

correios japoneses, aviação comercial e hospitais americanos.

Segundo Bowen e Youngdahl (1998), uma diferença fundamental entre a

Produção Enxuta e a sua abordagem para serviços é que esta última ocorre na presença

do consumidor/cliente, enquanto que em uma manufatura típica isto não ocorre.

A Produção Enxuta pode ser aplicada ao setor de serviços, como relatam os

trabalhos de Silva (2007), que aplicou as práticas da manufatura enxuta no Restaurante

Universitário da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). O autor percebeu que

havia desperdício de tempo, devido à espera na fila do restaurante, que era causada em

conseqüência da disposição do layout dos bufês. Os bufês foram modificados, de

maneira a aumentar o fluxo de pessoas, acarretando um maior número de pessoas

entrando no restaurante universitário.

2.6.1 Lean Service

Segundo Arruda e Luna (2006) “a aplicação do Lean Service é baseada nos

princípios do Lean Thinking, só que com as adaptações voltadas para as empresas

prestadoras de serviços, ou seja, transferir para as operações de serviços não a lógica da

linha de montagem, e sim, as práticas da Produção Enxuta”.

Em fórum realizado em Amsterdam, denominado Lean Service Summit Europe

2004, James Womack, Presidente do Lean Enterprise Institute, apresentou uma

proposta de Plano de Ação para implementação do Lean Service nas empresas. Womack

(2004) enfatiza a importância da compreensão dos valores da companhia e de seus reais

objetivos como condição primária e sugere algumas etapas:

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32

a) Identificação dos processos-chave, ou seja, os processos primários (que

agregam valor ao processo), de suporte, os vitais para os clientes e para

empresa, com os respectivos responsáveis por cada processo;

b) Depois se deve selecionar processos, os mais importantes e o

detalhamento do fluxo atual, contando com a colaboração dos clientes e

responsáveis. Tem-se então o mapa do estado atual, que deve ser

validado por todos os envolvidos;

c) Deve-se ter especial atenção com a identificação dos valores do ponto de

vista do cliente, é quando se indicará as atividades que não agregam

valor. Será necessário elaborar um novo fluxo, o mapa do estado futuro.

d) Na etapa de implementação das mudanças é imprescindível o papel da

liderança na introdução dos Princípios Lean de forma a realmente contar

com o apoio de todos e na real introdução dos conceitos, em um ciclo

contínuo em busca do processo perfeito para cada serviço – Kaizen.

Levando em consideração o desperdício de estoque, a Tabela 5 traz uma

comparação de estoque de bens, numa empresa de manufatura e estoque de pessoas,

numa empresa de serviços, que poderia ser, por exemplo, uma fila de pessoas.

Tabela 5 - Comparação entre estoques e filas

Item ESTOQUES (filas de materiais) ESTOQUES (filas de pessoas)

Custo Empata capital Desperdiça tempo

Espaço Requer armazém Requer áreas de espera

Qualidade Os defeitos são escondidos Gera impressão negativa

Conexão entre estágios Torna estágios independentes Permite divisão do trabalho e

especialização

Utilização

Estoque em processo mantém

estágios do processo ocupados

Clientes esperando mantém servidores

ocupados

Coordenação Evita ter que sincronizar o fluxo Evita ter que adequar fornecimento e

demanda

Fonte: Slack et al. (2002)

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33

3. Estudo de Caso

A coleta de dados para a realização do estudo de caso durou de Outubro a

Dezembro de 2011, tanto as entrevistas com os funcionários quanto a coleta em campo

de valores e processos.

3.1 O Restaurante Universitário

Os restaurantes universitários da USP de São Carlos são administrados pela

Seção de Restaurante e Alimentação da Coordenadoria do Campus de São Carlos

(CCSC) e funciona em sistema de auto-gestão, produzindo e distribuindo refeições para

alunos, funcionários e outros usuários. A seção de alimentação não tem fins lucrativos,

sendo que as refeições dos alunos são subsidiadas pela CCSC. Os gêneros alimentícios

são adquiridos por meio de requisições ao setor de compras, que realiza licitações para

contratar fornecedores.

Os alimentos são preparados nas cozinhas de ambos os restaurantes, sendo que a

tendência é toda comida passar a ser produzida no Restaurante II e trazida para o

Restaurante I, devido à expansão planejada para este. Hoje já existe parte da comida que

é preparada no Restaurante II e trazida para o I.

Durante o período de junho a outubro, exceto julho, de 2011 o Restaurante I

atendeu uma média diária de 2.432 usuários no almoço, retirando os sábados, e 1.349 no

jantar, e o Restaurante II uma média diária de 331 durante o almoço, obtendo-se picos

no Restaurante I de 2.844 refeições servidas e no II de 486 refeições.

3.1.1 Restaurante I

Hoje o Restaurante conta com uma cozinha industrial, capaz de atender a

demanda atual.

No Restaurante I as refeições são servidas através de quatro balcões de

distribuição e mais um balcão para vegetarianos, formando-se antes dos balcões duas

filas para pegar bandeja e talheres. Todo o sistema funciona de maneira self-service.

Sendo que somente em alguns casos a mistura é servida por funcionários.

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34

E após os usuários realizarem sua alimentação, as bandejas são colocadas em um

balcão em frente aos funcionários, para serem lavadas, e os talheres são despejados em

orifícios separadamente por tipo.

O sistema de abastecimento de comida no restaurante, na área de alimentação,

pelos funcionários, funciona da seguinte forma: pega-se o alimento já preparado, que

estão dentro dos pass-through, que são equipamentos utilizados para armazenar o

alimento já preparado e pronto para ir aos balcões de distribuição e que mantém os

alimentos na temperatura correta, leva-o para os balcões de distribuição, que é onde os

alunos se servirão. Após a comida das GNs, recipiente onde é armazenada a comida

para ser servida, conhecida como cuba gastronômica, acabar, essa é recolhida e

encaminhada novamente para os pass-through; nestes os funcionários as recolherão e

realizarão a lavagem, através de uma máquina, se for de inox, às vezes precisando de

uma relavagem manual, ou se for de alumínio lavagem manual. Os alunos ao

terminarem de comer encaminham as bandejas e talheres a área de lavagem desses

utensílios, na qual a bandeja é lavada por um jato de água, para a tirada do resto

ingestão, as sobras de comida, e colocada na máquina de higienização, caso a comida do

dia tenha osso ou casca de melancia, por exemplo, deve-se realizar a separação desses,

devido ao triturador. Os talheres são despejados em locais específicos, separadamente,

para facilitar a coleta, para a colocação posterior na máquina de higienização; após a

passagem de talheres e bandejas pela máquina, estes são colocados na área do

restaurante para serem usados novamente, conforme a necessidade.

3.1.2 Restaurante II

Hoje o Restaurante II conta com uma cozinha industrial moderna, que foi

recentemente inaugurada, capaz de atender a demanda atual e futura.

No Restaurante II as refeições são servidas através de três células, onde possuem

dois balcões de distribuição cada uma, mais a área de tempero para saladas e na sua área

interna já possui o seu próprio pass-through para abastecimento dos balcões. Todo o

sistema funciona de maneira self-service também. E após os usuários realizarem sua

alimentação, as bandejas com os talheres são colocadas em uma esteira, que os levam

até os funcionários, para serem lavados.

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35

A distribuição da comida nos balcões é toda feita internamente à célula, sendo

que já há um estoque em um pass-through presente na célula, ou seja, não há a

necessidade do funcionário caminhar para ir buscar as GNs. Após o pass-through estar

vazio, esse é trocado por outro já abastecido, presente na cozinha.

A área de limpeza de talheres e bandejas possui algumas diferenças em relação

ao Restaurante I, como citado acima, devido à existência de uma esteira para os usuários

colocarem a bandeja e talheres. Mas sendo o processo de limpeza da bandeja

praticamente o mesmo, a partir do momento em que se retira a bandeja da esteira, sendo

a única diferença a não existência do triturador embaixo dos tanques de enxágüe das

bandejas, assim tendo que jogar os restos de comida em um saco de lixo primeiramente,

e os talheres despejados em uma caixa com sabão e água.

Os utensílios de cozinha são lavados em tanques, esses utensílios são trazidos

por duas portas de entrada diferentes, uma em cada ponta, uma para a área de cocção e

outra para o refeitório, e quando esses são limpos são armazenados em estantes

específicas.

3.2 Divisão do trabalho

Para melhor realização do trabalho, o local de trabalho foi dividido em duas

frentes, que se dividem fisicamente em:

1. Higienização de bandejas e talheres:

A higienização de bandejas e talheres inicia logo depois que o usuário termina a

sua refeição, vai à área de higienização de bandejas e talheres e coloca a bandeja em

cima do balcão (área destinada às bandejas utilizadas) e os talheres nos orifícios

separados por tipo de talher. Assim inicia-se o processo.

A finalidade deste processo é entrar bandejas e/ou talheres utilizados e sair

bandejas e/ou talheres limpos e prontos para serem usados novamente. Dentro desse

processo existem várias atividades para o processo ser realizado com êxito.

As atividades se resumem principalmente em: esguichar água nas bandejas

utilizadas, colocar as bandejas na máquina de higienização e levá-las à área de

distribuição, para as bandejas.

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Para os talheres são: retirar talheres do recipiente que estava de molho, colocar

na máquina de higienização, separar os talheres nos porta-talheres e levá-los à área de

distribuição.

2. Higienização de utensílios da cozinha:

A higienização de utensílios inicia logo depois que os utensílios foram usados

tanto na cozinha (aqueles usados na preparação dos alimentos) quanto na área de

distribuição e levados para a área de limpeza. Assim inicia-se o processo.

A finalidade deste processo é entrar utensílios usados e sair utensílios limpos e

prontos para serem usados novamente. Dentro desse processo existem várias atividades

para o processo ser realizado com êxito.

As atividades se resumem principalmente em: pegar o utensílio do lugar que ele

foi deixado, lavar, enxaguar e guardar no devido lugar.

Os principais utensílios lavados são os seguintes: assadeira normal, assadeira

preta, bacia, caixa branca, caneca, frigideira, GN, panela, pegador e tampa da GN.

3.3 Coleta de dados

O trabalho tem o intuito de construir parâmetros para a quantificação do número

de funcionários necessários para área de trabalho, para cada um dos Restaurantes

Universitários.

Mas após as análises de ambos os Restaurantes, o foco passou a ser dado para o

Restaurante do Campus I, que possui movimento muito maior que o do Campus II,

então as atividades são exercidas de maneira mais intensa e por completo, enquanto que

no Campus II existem algumas atividades que não são executadas, e, portanto não

puderam ser mensuradas, e devido ao ritmo ser menor, pois a carga de trabalho é

reduzida.

Como as atividades exercidas em ambos os Restaurantes são as mesmas, os

tempos e dados utilizados durante o trabalho são os adquiridos no Campus I.

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3.3.1 Coleta de dados do fluxo de consumidores do serviço do

restaurante

Os dados coletados para o fluxo de consumidores foram o tempo médio de

permanência no restaurante universitário, a demanda dos usuários diária e horário de

entrada dos usuários no restaurante.

Para o tempo médio de permanência foi realizado uma medição onde, um ticket

com um número foi entregue aos usuários que estavam pegando bandejas e talheres e

neste momento foi anotado em uma planilha o horário de entrada, e quando estavam

saindo era requerido que a pessoa entregasse o ticket para anotar o horário de saída do

usuário e assim ter o tempo de permanência de cada um.

Foram realizadas 65 tomadas de tempo e a média foi de 25,97 minutos e com um

desvio padrão de 6,14 minutos.

Para o estudo da demanda diária dos Restaurantes foi tomado como base os

próprios dados fornecidos pelos responsáveis da administração dos Restaurantes.

Nas Tabelas 6 e 7 segue algumas informações tiradas a partir da análise dos

dados fornecidos. Lembrando que o Restaurante do Campus II não fornece jantar e nem

almoço de sábado, portanto devendo ser considerados como dias a menos para o cálculo

das médias.

Tabela 6 - Demanda do Restaurante - Campus I

Campus I

Campus I - Exceto Sábados

Junho Agosto Setembro Outubro

Junho Agosto Setembro Outubro

Máx. do Mês: 2.844 2.731 2.842 2.728

2.844 2.731 2.842 2.728

Média do Mês: 2.291 2.220 1.984 2.079

2.520 2.507 2.256 2.450

Máx. Total: 2.844

2.844

Média Total: 2.144

2.432

Tabela 7 - Demanda do Restaurante - Campus II

Campus II

Junho Agosto Setembro Outubro

Máx. do Mês: 486 436 455 387

Média do

Mês: 347 364 298 303

Max. Total: 486

Média Total: 331

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O horário de entrada dos usuários foi pego do próprio sistema da USP, e teve o

intuito de verificar o fluxo de usuários do Restaurante, verificando assim picos de

demanda, ou seja, quais horários possuem uma maior freqüência de entrada. Para isso

foi analisado o fluxo de usuários para um certo dia.

Na Figura 9 e 10 seguem dois gráficos mostrando o comportamento da entrada

dos usuários durante o almoço e jantar, apresentando a quantidade de entradas em um

intervalo de tempo de 5 minutos.

Figura 9 - Número de usuários que entraram - Almoço - Campus I

Figura 10 - Número de usuários que entraram - Jantar - Campus I

0 1 0

28

85

32 24

38 45

37

60 58

39

63 64 70 65 63

48

80

52

71 66 61 50

84

66 62

88 77

58

7

0

20

40

60

80

100

10

:45

1

0:5

0

10

:55

1

1:0

0

11

:05

1

1:1

0

11

:15

1

1:2

0

11

:25

1

1:3

0

11

:35

1

1:4

0

11

:45

1

1:5

0

11

:55

1

2:0

0

12

:05

1

2:1

0

12

:15

1

2:2

0

12

:25

1

2:3

0

12

:35

1

2:4

0

12

:45

1

2:5

0

12

:55

1

3:0

0

13

:05

1

3:1

0

13

:15

1

3:2

0

Número de usuários que entraram - Almoço - Campus I

Horário de Entrada

0

47

21 12

27 34

26 40 39

55 57

85

63 52

36 44

56

35 31

0 0 0 0

20

40

60

80

100

17

:15

17

:20

17

:25

17

:30

17

:35

17

:40

17

:45

17

:50

17

:55

18

:00

18

:05

18

:10

18

:15

18

:20

18

:25

18

:30

18

:35

18

:40

18

:45

18

:50

18

:55

19

:00

Número de usuários que entraram - Jantar - Campus I

Horário de Entrada

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39

3.3.2 Definição e descrição das atividades executadas no

processo de higienização de bandejas e talheres

O nome das atividades, descrição das atividades (apresentadas através da ação

inicial e final) e a quantidade de funcionários que a realizam (na maioria das vezes

existe mais de uma atividade realizada pelo mesmo funcionário, sendo assim, cada um

foi caracterizado por uma letra do alfabeto para simplificação e melhor visualização)

estão mostradas na Tabela 8 e 9.

É importante ressaltar que existe uma diferença no layout e número de

funcionários do Campus I para o Campus II, devido à diferença de número de usuários,

porém as atividades são semelhantes com exceção da primeira atividade da Tabela 8

que só é realizada no Campus II porque a pia não possui um triturador, e que é realizada

para não entupir a pia com os dejetos.

Tabela 8 - Atividades de Higienização de Bandejas

Nome da atividade Descrição da Atividade Número de

Funcionários

Retirar bandeja da

esteira (Feita

apenas no Campus

II)

-Pegar bandeja usada da esteira.

-Bater bandeja na lixeira para retirar o resto de

alimento 1 E

Retirar do resto

ingestão da bandeja

-Pegar bandeja usada do balcão.

-Esguichar água na bandeja para retirar o resto

de alimento e colocar a bandeja ao lado da pia 2 (A e B)

Levar bandeja para

a mesa ao lado de

máquina

-Pegar bandeja ao lado pia

-Levá-la para uma bancada que se encontra ao

lado da máquina de limpeza 2 (A e B)

Colocar bandeja na

máquina

-Pegar bandeja da bancada

-Colocar as bandejas na gaveta e colocar gaveta

com bandejas dentro da máquina de limpeza 1 C

Limpeza de

bandejas dentro da

máquina

-Entrada da gaveta dentro da máquina, inicia o

processo de higienização das bandejas

-Saída da gaveta com as bandejas limpas do

outro lado da máquina

Máquina

Retirar gaveta com

bandejas da

máquina

-Retirar gaveta da máquina e retirar bandejas da

gaveta

-Colocar bandejas na mesa para secar e passar

gaveta para o início da máquina

1 D

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40

Colocar bandeja no

carrinho de

transporte

-Pegar bandejas na mesa

-Colocar as bandejas no carrinho de transporte 1 D

Repor mesa de

bandejas e talheres

-Levar o carrinho de transporte de bandejas para

área de distribuição, colocar bandejas na mesa

de distribuição

-Retornar e estacionar carrinho dentro da área

de limpeza de bandejas e talheres

1D

Tabela 9 - Atividades de Higienização de Talheres

Nome da atividade Descrição da Atividade Número de

Funcionários

Colocar talheres na

máquina

-Pegar recipiente com talheres de molho,

colocar talheres na gaveta

-Levar gaveta para a bancada e colocar

gaveta na máquina de limpeza

2 (A e B)

Limpeza de talheres

dentro da máquina

-Entrada da gaveta dentro da máquina, inicia

o processo de higienização dos talheres

-Saída da gaveta com os talheres limpos do

outro lado da máquina

Máquina

Colocar novamente

talheres na máquina

-Pegar gaveta da esteira da máquina

-Levá-la ao início da esteira para ser

higienizada novamente. 1 D

Retirar gaveta com

talheres da máquina

-Retirar gaveta da esteira

-Despejar talheres em um recipiente próprio

e passar gaveta para o início da máquina 1 D

Colocar talheres no

porta-talher

-Pegar talheres limpos

-Colocar talheres na posição correta dentro

do porta-talher

3 (funcionário da

USP)

Levar talheres para

área de distribuição

-Levar, na mão, porta-talher para o display

de talheres

-Voltar ao ambiente de trabalho

3 (funcionário da

USP)

3.3.3 Medição do tempo de execução das atividades

executadas no processo de higienização de bandejas e

talheres

As bandejas e talheres possuem um processo bem semelhante de higienização,

passando pelas mesmas atividades, diferenciando somente em seu final, quando os

talheres necessitam ser separados por tipo.

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41

Foi medido o tempo de todas as atividades descritas no tópico 3.3.2, sendo esta

tomada de tempo realizada várias vezes no ambiente de trabalho para depois de calcular

a média dos tempos, chegar-se a um valor muito próximo da realidade para ser utilizado

no trabalho.

A Tabela 10 mostra o tempo médio das atividades para higienização das

bandejas, tempo este em segundos para uma quantidade de 100 bandejas.

Tabela 10 - Tempo das atividades de higienização de bandejas

Atividade

Tempo (s)

para 100

bandejas

1 Início: Esguichar água na bandeja

348,14 Fim: Colocar bandeja ao lado pia

3 Início: Pegar bandeja da pia

44,28 Fim: Colocar bandejas na mesa da máquina

5 Início: Pegar bandejas da mesa da máquina e colocar na gaveta

135,95 Fim: Colocar gaveta com bandejas na esteira

7 Início: Gaveta entra na máquina

195,09 Fim: Gaveta sai da máquina (TC da máquina)

9 Início: Retirar gaveta da maquina, colocar bandeja na mesa

144,44 Fim: Passar gavetas para frente

11 Início: Pegar bandejas da mesa

85,00 Fim: Colocar bandejas no carrinho

13 Início: Pegar carrinho de bandejas, colocar bandejas na mesa de

distribuição

37,42 Fim: Voltar e estacionar o carrinho dentro da área novamente

Os tempos para as atividades de higienização de 100 talheres esta na Tabela 11.

Tabela 11 - Tempo das atividades de higienização de talheres

Atividade

Tempo (s)

para 100

talheres

1 Início: Pegar recipiente com talheres de molho, colocar talheres na gaveta

20,21 Fim: Colocar gaveta na mesa, colocar gaveta na esteira

3 Início: Retirar gaveta da maquina

7,41 Fim: Colocar gaveta novamente na esteira

5 Início: Gaveta entra na máquina

11,71 Fim: Gaveta sai da máquina (TC da máquina)

7 Início: Retirar gaveta da maquina, despejar talheres no recipiente

7,83 Fim: Passar gaveta para frente

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42

9 Início: Gaveta entra na máquina

11,71 Fim: Gaveta sai da máquina (TC da máquina)

11 Início: Pegar talheres

126,33 Fim: Botar talheres no porta-talheres

13 Início: Pegar carrinho de bandejas

4,99 Fim: Estacionar o carrinho dentro da área novamente

3.3.4 Definição e descrição das atividades executadas no

processo de higienização de utensílios da cozinha

O nome das atividades, descrição das atividades e a quantidade de funcionários

que a realizam (na maioria das vezes existe mais de uma atividade realizada pelo

mesmo funcionário, sendo assim, cada um foi caracterizado por uma letra do alfabeto

para simplificação e melhor visualização) estão mostrados na Tabela 12.

Os utensílios, por exemplo, assadeira normal, assadeira preta, bacia, caixa

branca, caneca, frigideira, GN, panela, pegador e tampa da GN e as atividades que são

específicas para apenas um tipo de utensílio foram colocadas separadamente na Tabela

13. É importante lembrar que no Campus II, com uma cozinha mais moderna, não se

utiliza assadeiras.

Tabela 12 - Atividades de Higienização de Utensílios em Geral

Nome da atividade Descrição da Atividade Número de

Funcionários

Esfregar utensílio -Pegar utensílio usado e esponja

-Colocar detergente na esponja e esfregar o

utensílio

2 (F e G)

Enxaguar utensílio -Pegar utensílio esfregado

-Enxaguar utensílio que está ensaboado 2 (F e G)

Guardar utensílio -Pegar utensílio limpo

-Levar utensílio até a sua área de

armazenagem

2 (F e G)

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43

Tabela 13 - Atividades de Higienização Específicas

Nome da atividade Descrição da Atividade Número de

Funcionários

Lavar assadeiras

com jato

-Pegar assadeira que estava de molho ou não,

colocar no chão

-Passar um jato d'água para retirar a sujeira

mais grossa

1 F

Colocar água

sanitária nas caixas

brancas

-Pegar caixa branca, passar uma água para

tirar o grosso

-colocar água sanitária nas bordas

2 (F e G)

3.3.5 Medição do tempo de execução das atividades

executadas no processo de higienização de utensílios da

cozinha

Após a análise do ambiente de trabalho percebeu-se não haver um padrão de

trabalho, pois dependendo da quantidade de utensílios a serem lavados, o serviço era

executado de certa forma, por exemplo: às vezes uma GN era lavada por completo por

somente um funcionário, ou seja, desde esfregar o utensílio até o seu enxágüe e

armazenamento no armário, e outras vezes, um funcionário esfregava a GN e passava

para o próximo funcionário enxaguar e armazenar no local correto.

Levando isso em consideração realizou-se a medição inicial por atividades

específicas, com a cronometragem de tempo, para lavagem, enxágüe e armazenamento.

Mas a equipe percebeu que a melhor forma de cronometrar seria pegar toda a atividade,

ou seja, iniciando a cronometragem a partir do momento em que se pega o utensílio

usado até o seu armazenamento, devido esse ser o maior tempo de trabalho, e de mais

fácil tomada de tempo.

Percebeu-se para vários utensílios que a divisão do trabalho diminui o tempo de

operação, conforme mostrado nas Tabelas 14 e 15.

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44

Tabela 14 - Tempo de lavagem da Caixa Branca

Utensílio: Caixa Branca

Divisão do trabalho: Lavagem, enxágüe e armazenamento

Tempo da operação total com divisão: 63,67 segundos

Tempo da operação total sem divisão: 70 segundos

Tabela 15 - Tempo de lavagem da GN

Utensílio: GN

Divisão do trabalho: Lavagem, enxágüe e armazenamento

Tempo da operação total com divisão: 61,61 segundos

Tempo da operação total sem divisão: 73,10 segundos

Com a diferença de tempos, percebe-se a vantagem da divisão do trabalho, que

poderia ser aplicado no local, mas devendo haver um balanceamento das atividades,

para que, caso fosse 2 funcionários, eles trabalhassem por igual. E o local permite certa

divisão de atividades, pois existem 2 tanques de lavagem.

A Tabela 16 mostra os tempos de lavagem para cada utensílio.

Foi realizada a média dos tempos tomados, retirando aqueles tempos que

estavam fora dos intervalos, por ter havido, por exemplo, uma parada inesperada ou a

realização de outra atividade durante a tomada de tempo.

Processo de lavagem de utensílio: Pegar o utensílio sujo, pegar a bucha, colocar

detergente, ligar a torneira, esfregar o utensílio, enxaguar o utensílio, armazenar no

armário o utensílio.

Então a cronometragem foi iniciada quando o funcionário pegava o utensílio

usado, e parada quando ele armazenava-o no armário e voltava ao seu posto de trabalho,

no caso o tanque.

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45

Tabela 16 - Tempos de lavagem de utensílios

Utensílio Média (s)

Assadeira 103,23

Bacia 60,00

Canecão - Fácil 25,00

Canecão - Difícil 123,00

Cx Branca G 202,18

Cx Branca M 138,00

Cx Branca P 64,30

Frigideira 60,06

GN 61,75

Panela M 111,53

Pegador 16,10

Pegador Frigideira 20,40

Tampa GN 33,00

3.4 Resultados Obtidos

3.4.1 Análise dos resultados (dimensionamento da equipe

terceirizada)

Para analisar os resultados o trabalho foi divido em duas frentes, da mesma

maneira que foi realizado na coleta de dados, em higienização de bandejas e talheres e

higienização de utensílios. Para a apresentação dos parâmetros foi usado o tempo em

segundos, como unidade de medida, por 100 usuários.

3.4.1.1 Higienização de bandejas e talheres

A análise foi realizada em cima dos tempos cronometrados, em que se realizou a

média dos tempos tomados, e assim definiu-se o tempo padrão para cada atividade.

A partir disso definiu-se o tempo para 100 utensílios, bandejas ou talheres, e

então se criou um tempo como se houvesse um funcionário para cada atividade, e outro

tempo mostrando como funciona a distribuição hoje. A Tabela 17 apresenta os tempos

para cada atividade e os tempos de higienização para 100 bandejas e 2600 bandejas,

lembrando que o tempo para higienização deve ser baseado no maior tempo de

atividade, uma vez que todas as atividades são realizadas simultaneamente.

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46

Tabela 17 - Tempo de Higienização de Bandejas

Atividade

Tempo (s)

para 100

bandejas

Num.

funcionários

Tempo (s) para número e

funcionários de acordo com a

coluna ao lado

Tempo (s) de

como funciona

atualmente

Tempo (s) com

balanceamento

proposto

1

Início: Esguichar água na bandeja 348,14

2 174,07

196,21

196,21

Fim: Colocar bandeja ao lado pia

3

Início: Pegar bandeja da pia 44,28

2 22,14

Fim: Colocar bandejas na mesa da máquina

5 Início:

Pegar bandejas da mesa da máquina e colocar na

gaveta

135,95 1

135,95 135,95 135,95 Fim: Colocar gaveta com bandejas na esteira

7

Início: Gaveta entra na máquina

195,09 1 195,09 195,09 195,09

Fim: Gaveta sai da máquina (TC da máquina)

9

Início: Retirar gaveta da maquina, colocar bandeja na mesa

144,44 1 144,44

266,87

144,44 Fim: Passar gavetas para frente

11

Início: Pegar bandejas da mesa

85,00 1 85,00

122,42

Fim: Colocar bandejas no carrinho

13

Início: Pegar carrinho de bandejas, colocar bandejas na mesa

de distribuição

37,42 1

37,42

Fim: Voltar e estacionar o carrinho dentro da área

novamente

Tempo de

higienização

para: 100 bandejas 348,14 195,09 266,87 196,21 segundos

5,80 3,25 4,45 3,27 minutos

Tempo de

higienização

para: 2600 bandejas 150,86 84,54 115,64 85,02 minutos

2,51 1,41 1,93 1,42 horas

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47

De posse dos tempos de higienização, pode-se criar um gráfico (Figura 11) com

os tempos, para uma análise da distribuição dos tempos para cada atividade,

conseqüentemente para cada funcionário.

O balanceamento foi feito tanto para como é o funcionamento atual quanto para

um funcionamento proposto. Para realizar o balanceamento foi agrupado o tempo das

atividades feitas pelo mesmo funcionário, com o intuito de verificar onde estava o

conjunto de atividades-gargalo (atividade mais demorada) durante todo o processo.

A Figura 11 mostra o atual balanceamento.

Figura 11 - Tempos das Atividades de Higienização de Bandejas – Atual

Pelo gráfico percebe-se que a última atividade (que é a 9, 11 e 13 somadas) é o

gargalo de toda a operação, ou seja, essa atividade é que limita as demais, ocasionando

um estoque entre as atividades e uma maior demora para finalizar o processo todo. Para

melhorar este balanceamento e, assim sendo, melhorar o fluxo de bandejas e talheres é

apresentado na Figura 12 um novo balanceamento, em que coloca-se um funcionário

para realizar as atividades 11 e 13.

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Balanceamento das atividades - Tempo de como funciona atualmente

Tempo (s)

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48

Figura 12 - Tempos das Atividades de Higienização de Bandejas – Balanceamento

Proposto

Pode-se notar a redução de tempo para a realização completa da atividade pela

Tabela 17, em que o tempo foi diminuído de 1,93 horas de como é realizado hoje para

1,42 horas se usado o balanceamento proposto.

Para a definição dos tempos dos talheres foi usada a mesma idéia das bandejas.

A Tabela 18 mostra os tempos das atividades para higienização de talheres.

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Balanceamento proposto das atividades

Tempo (s)

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49

Tabela 18 - Tempo de Higienização de Talheres

Atividade

Tempo (s)

para 100

talheres

Num.

funcionários

Tempo (s) de

como

funciona

atualmente

1

Início: Pegar recipiente com talheres de molho, colocar talheres na gaveta 20,21 2 10,10

Fim: Colocar gaveta na mesa, colocar gaveta na esteira

3

Início: Retirar gaveta da maquina 7,41 1 7,41

Fim: Colocar gaveta novamente na esteira

5

Início: Gaveta entra na máquina 11,71 1 11,71

Fim: Gaveta sai da máquina (TC da máquina)

7

Início: Retirar gaveta da maquina, despejar talheres no recipiente 7,83 1 7,83

Fim: Passar gaveta para frente

9

Início: Gaveta entra na máquina 11,71 1 11,71

Fim: Gaveta sai da máquina (TC da máquina)

11

Início: Pegar talheres 126,33 2 63,17

Fim: Botar talheres no porta-talheres

13

Início: Pegar carrinho de bandejas 4,99 1 4,99

Fim: Estacionar o carrinho dentro da área novamente

Tempo de

higienização para: 100 talheres 126,33

63,17 segundos

2,11

1,05 minutos

Tempo de

higienização para: 2600 talheres 54,74

27,37 minutos

0,91

0,46 horas

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50

A Figura 13 mostra o mesmo modelo de gráfico de balanceamento, para as

atividades de higienização dos talheres.

Figura 13 - Tempos das Atividades de Higienização de Talheres – Atual

Percebe-se que o tempo de separar os talheres está bem alto em relação aos

outros, mas isso não acaba interferindo no final, pois existe atualmente cerca de 2.500

facas e 2.500 garfos.

3.4.1.2 Higienização de utensílios

Para analisar os resultados da higienização de utensílios foi realizada uma

separação entre os utensílios que são usados na preparação do alimento, ou seja, durante

sua cocção, e os utensílios usados durante a distribuição do alimento, que é quando os

alimentos já estão prontos e podem ser enviados para os balcões de distribuição.

Para aqueles utensílios que são proporcionais ao número de usuários, foram

feitas entrevistas com os nutricionistas e cozinheiros, para analisar o rendimento, por

exemplo, de uma GN, assadeira ou caixa branca, chegando a valores de número de

porções por utensílio.

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Balanceamento das atividades - Tempo de como funciona

atualmente

Tempo (s)

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51

3.4.1.2.1 Utensílios de preparação

Para esta parte da lavagem foi analisado aqueles utensílios que são usados para a

cocção do alimento, ou seja, aqueles que passam pela cozinha, que basicamente seriam:

panela, canecão, bacia, caixas brancas, frigideiras e GNs.

Para ter-se uma idéia do que é utilizado durante a cocção dos alimentos, foram

feitas visitas durante as preparações do alimentos para verificar o que realmente é

utilizado e o que chega a área de higienização, e perguntas aos funcionários do que eles

utilizam para a preparação de algumas refeições. Com base nisso os utensílios foram

divididos em dois tipos, aqueles que variam com a demanda do restaurante e aqueles

que se mantém fixo com a demanda, basicamente o que irá variar serão as caixas

brancas que armazenam alimentos, o resto dificilmente varia com a quantidade de

usuários do restaurante.

A Tabela 19 mostra os parâmetros.

Tabela 19 - Tempo de lavagem de utensílios de preparação

Para 100 pessoas

Utensílio - Variável Quantidade Tempo Total (s)

Cx Branca - Prato

Principal 0,45 62,25

Cx Branca - Guarnição 0,45 62,25

Cx Branca - Folha (alface) 0,18 25,30

Cx Branca - Tomate 0,10 13,80

Cx Branca - Cebola 0,09 12,88

Cx Branca - Legume 0,12 15,87

Utensílio - Fixo Quantidade Tempo Total (s)

Panela 6 669,21

Canecão 8 200,00

Bacia 2 120,00

GN 10 617,50

Cx Branca Pão 2 276,00

Para uma comparação com a média da demanda atual para o almoço, servido a

2600 pessoas, segue na Tabela 20 uma demonstração do tempo necessário para a

higienização dos utensílios de preparação por 1 funcionário.

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52

Tabela 20 - Tempos de higienização dos utensílios de preparação para 2600 pessoas

Para 2600 pessoas

Utensílio - Variável Quantidade

Total Tempo Total (s)

Cx Branca - Prato

Principal 11,73 1618,59

Cx Branca - Guarnição 11,73 1618,59

Cx Branca - Folha (alface) 4,77 657,80

Cx Branca - Tomate 2,60 358,80

Cx Branca - Cebola 2,43 334,88

Cx Branca - Legume 2,99 412,62

Utensílio - Fixo Quantidade Tempo Total (s)

Panela 6 669,21

Canecão 8 200,00

Bacia 2 120,00

GN 10 617,50

Cx Branca Pão 2 276,00

Soma dos Tempos:

6883,98 segundos

114,73 minutos

1,91 horas

3.4.1.2.2 Utensílios de distribuição

Os utensílios de distribuição são todos aqueles envolvidos com o

armazenamento do alimento já pronto e que irão para os balcões de distribuição para

serem servidos, basicamente isso envolve GNs, tampas das GNs e assadeiras, que serão

diretamente proporcionais ao número de refeições que serão servidas no restaurante.

Foram feitos duas formas de medidas, uma para um cardápio fácil, ou seja,

aquele que utiliza poucos utensílio ou que possui menor tempo de higienização, e um

cardápio difícil, que normalmente envolve o uso de assadeiras, que possuem tempo de

higienização maior que das GNs.

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53

As Tabelas 21 e 22 mostram os parâmetros.

Tabela 21 - Tempo de Higienização de utensílios da distribuição - Cardápio Fácil

Cardápio Fácil Para 100 pessoas

Alimento

Utensílio -

Variável Quantidade Tempo (s)

Arroz GN G 0,77 47,75

Feijão GN G 0,64 39,52

Arroz integral GN G 0,12 7,41

Folha (alface) GN M 0,55 33,96

Tomate GN M 0,30 18,53

Cebola GN PP 0,28 17,29

Legume GN P 0,35 21,30

Grão GN P 0,23 14,20

Proteína GN P 0,12 7,41

Ovo GN P 0,12 7,41

Guarnição GN M 0,54 33,55

Mistura GN G 1,02 62,68

Sobremesa GN P 1,20 74,10

Tampa da

GN 6,24 205,81

Utensílio -

Fixo

Pegador 75 1207,5

Soma dos

Tempos: 1798,42 segundos

29,97 minutos

0,50 horas

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54

Tabela 22 - Tempo de Higienização de utensílios da distribuição - Cardápio Difícil

Cardápio Difícil Para 100 pessoas

Alimento

Utensílio -

Variável Quantidade Tempo (s)

Arroz GN G 0,77 47,75

Feijão GN G 0,64 39,52

Arroz integral GN G 0,12 7,41

Folha (alface) GN M 0,55 33,96

Tomate GN M 0,30 18,53

Cebola GN PP 0,28 17,29

Legume GN P 0,35 21,30

Grão GN P 0,23 14,20

Proteína GN P 0,12 7,41

Ovo GN P 0,12 7,41

Guarnição GN M 0,54 33,55

Mistura - difícil Assadeira 4,50 464,52

Sobremesa Assadeira 1,90 196,13

Tampa da GN 4,02 132,72

Utensílio - Fixo

Pegador 75 1207,5

Soma dos

Tempos: 2249,20 segundos

37,49 minutos

0,62 horas

Para uma comparação com a média da demanda atual para o almoço, servido a

2600 pessoas, segue nas Tabelas 23 e 24 uma demonstração do tempo necessário para a

higienização dos utensílios de preparação por 1 funcionário.

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55

Tabela 23 - Tempo de Higienização de utensílios da distribuição para 2600 pessoas -

Cardápio Fácil

Cardápio Fácil Para 2600 pessoas

Alimento Utensílio -

Variável Quantidade Tempo (s)

Arroz GN G 20,11 1241,59

Feijão GN G 16,64 1027,52

Arroz integral GN G 3,12 192,66

Folha (alface) GN M 14,30 883,03

Tomate GN M 7,80 481,65

Cebola GN PP 7,28 449,54

Legume GN P 8,97 553,90

Grão GN P 5,98 369,27

Proteína GN P 3,12 192,66

Ovo GN P 3,12 192,66

Guarnição GN M 14,13 872,32

Mistura GN G 26,39 1629,58

Sobremesa GN P 31,20 1926,60

Tampa da

GN 162,15 5351,06

Utensílio -

Fixo

Pegador 75 1207,5

Soma dos

Tempos: 16571,53 segundos

276,19 minutos

4,60 horas

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56

Tabela 24 - Tempo de Higienização de utensílios da distribuição para 2600 pessoas -

Cardápio Difícil

Cardápio Difícil Para 2600 pessoas

Alimento Utensílio -

Variável Quantidade Tempo (s)

Arroz GN G 20,11 1241,59

Feijão GN G 16,64 1027,52

Arroz integral GN G 3,12 192,66

Folha (alface) GN M 14,30 883,03

Tomate GN M 7,80 481,65

Cebola GN PP 7,28 449,54

Legume GN P 8,97 553,90

Grão GN P 5,98 369,27

Proteína GN P 3,12 192,66

Ovo GN P 3,12 192,66

Guarnição GN M 14,13 872,32

Mistura - difícil Assadeira 117,00 12077,46

Sobremesa Assadeira 49,40 5099,37

Tampa da GN 104,56 3450,59

Utensílio - Fixo

Pegador 75 1207,5

Soma dos

Tempos: 28291,70 segundos

471,53 minutos

7,86 horas

O Apêndice A sintetiza os resultados de acordo com o relatório apresentado à direção

do restaurante da EESC – Escola de Engenharia de São Carlos.

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57

4. Conclusão

O presente trabalho mapeou as atividades do Restaurante Universitário da USP

do Campus de São Carlos nas atividades relacionadas à higienização de utensílios e

realizou as respectivas cronometragens de tempo.

Após o entendimento do funcionamento, definiram-se quantidades de utensílios

utilizadas pelos usuários, para assim apresentar tempos de higienização para os

utensílios de acordo com certa demanda.

Como resultado final teve-se o tempo necessário para higienização de utensílios

na área de bandejas e talheres, utensílios de preparação dos alimentos e da distribuição

dos alimentos.

Os conceitos de Produção Enxuta, principalmente o de Mapeamento de

Processos que foi útil para o entendimento de como o trabalho era realizado, sendo que

a partir desse mapeamento e conexão entre processos obteve-se todo um entendimento

de como as atividades eram realizadas e de que maneira.

De posse desse mapa, o estudo de tempos foi determinante para que se chegasse

a um tempo definido de execução de cada atividade, levando-se em consideração fatos,

como fadiga e demoras inevitáveis.

Como entrega do trabalho teve-se a definição de parâmetros quantificáveis de

tempo de realização de atividade por demanda, ajudando no progresso do trabalho para

definição do número de funcionários por atividade.

Alguns limitantes foram enfrentados durante o trabalho, como a falta de

padronização das tarefas, devido a não existência de um processo especifico de

execução, pela falta de funcionários em alguns períodos e pelo próprio layout do

ambiente de trabalho. E a falta de dados históricos armazenados, que poderiam

proporcionar uma maior acuracidade das médias realizadas.

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58

5. Desenvolvimentos Futuros

O trabalho futuro poderia fazer uso do atual trabalho para desenvolver melhores

processos de trabalho, através da análise de como é realizado hoje, e propondo assim

melhorias tanto operacionais como no próprio ambiente de trabalho.

O ambiente de trabalho tanto fisicamente, em termo de infra-estrutura, quanto

ergonomicamente poderiam ser melhorados, devido ao fato que o local foi sendo

adaptado com o tempo. E em termos de atividades, poderia ser realizados padrões de

trabalho, através da análise de tempos, comparando-se maneiras mais efetivas de

realização do trabalho.

E como próximo passo tem-se a definição da quantidade ideal de funcionários

por atividade por demanda.

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59

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Apêndice A – 63

6. Relatório Final – Resultados Obtidos

O projeto de dimensionamento da equipe de higienização de utensílios de uso do

consumidor (bandejas e talheres) e utensílios de uso da cozinha (panela, canecão, bacia,

caixas brancas, frigideiras e GN – Cuba Gastronômica - Váscula) dos Restaurantes

Universitários da Universidade de São Paulo – Campus I e II da Escola de Engenharia

de São Carlos compreende duas áreas de trabalho de acordo com os itens 1 e 2.

3. Higienização de bandejas e talheres:

A higienização de bandejas e talheres inicia logo depois que o usuário termina a

sua refeição, vai à área de higienização de bandejas e talheres e coloca a bandeja em

cima do balcão (área destinada às bandejas utilizadas) e os talheres nos orifícios

separados por tipo de talher. Assim inicia-se o processo.

A finalidade deste processo é entrar bandejas e/ou talheres utilizados e sair

bandejas e/ou talheres limpos e prontos para serem usados novamente. Dentro desse

processo existem várias atividades para o processo ser realizado com êxito.

As atividades se resumem principalmente em: esguichar água nas bandejas

utilizadas, colocar as bandejas na máquina de higienização e levá-las à área de

distribuição. Para os talheres são: retirar talheres do recipiente que estava submerso em

produto de limpeza (mistura detergente e água), colocar na máquina de higienização,

separar os talheres nos porta talheres e levá-los à área de distribuição.

4. Higienização de utensílios da cozinha:

A higienização de utensílios inicia logo depois que os utensílios foram usados

tanto na cozinha (aqueles usados na preparação dos alimentos) quanto na área de

distribuição e levados para a área de limpeza. Assim inicia-se o processo.

A finalidade deste processo é entrar utensílios usados e sair utensílios limpos e

prontos para serem usados novamente. Dentro desse processo existem várias atividades

para o processo ser realizado com êxito.

As atividades se resumem principalmente em: pegar o utensílio do lugar que ele

foi deixado, lavar, enxaguar e guardar no devido lugar.

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Apêndice A – 64

Os principais utensílios lavados são os seguintes: assadeira normal, assadeira

preta, bacia, caixa branca, caneca, frigideira, GN – Cuba Gastronômica - Váscula,

panela, pegador e tampa da GN – Cuba Gastronômica - Váscula.

As Figuras 1 e 2 mostram o ambiente de trabalho atual da área de higienização

de utensílios.

Figura 14 - Área de higienização dos utensílios da cozinha do Restaurante Universitário do Campus I

Figura 15 - Armário dos utensílios da cozinha do Restaurante Universitário do Campus I

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Apêndice A – 65

A Figura 3 mostra a cozinha do Restaurante Universitário do Campus I.

Figura 16 - Cozinha do Restaurante Universitário do Campus I

O trabalho tem o intuito de construir parâmetros para a quantificação do número

de funcionários necessários para área de trabalho, para cada um dos Restaurantes

Universitários.

Mas após as análises de ambos os Restaurantes, o foco passou a ser dado para o

Restaurante do Campus I, que possui movimento muito maior que o do Campus II,

então as atividades são exercidas de maneira mais intensa e por completo, enquanto que

no Campus II existem algumas atividades que não são executadas, e, portanto não

puderam ser mensuradas.

Como as atividades que são exercidas em ambos os Restaurantes do Campus I e

II são as mesmas, os tempos e dados utilizados durante o trabalho são os adquiridos no

Campus I.

O projeto contempla cinco etapas a serem descritas.

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 66

7. Etapas

7.1 Coleta de dados do fluxo de consumidores do serviço do

restaurante

Os dados coletados para o fluxo de consumidores foram o tempo médio de

permanência no restaurante universitário, a demanda dos usuários diária e horário de

entrada dos usuários no restaurante. Para o tempo médio de permanência foi realizado

uma medição onde, um ticket com um número foi entregue aos usuários que estavam

pegando bandejas e talheres e neste momento foi anotado em uma planilha o horário de

entrada, e quando estavam saindo era requerido que a pessoa entregasse o ticket para

anotar o horário de saída do usuário e assim ter o tempo de permanência de cada um.

As Figuras 4 e 6 mostram o comportamento da entrada dos usuários durante o

almoço e jantar, apresentando a quantidade de entradas em um certo intervalo de tempo.

Foram realizadas 65 tomadas de tempo e a média foi de 25,97 minutos e com um desvio

padrão de 6,14 minutos com distribuição normal de acordo com as Figuras 4 e 5. O

software utilizado para a determinação da distribuição dos dados coletados foi o input

analyser do Arena 11.0. Como descrito a Figura 6 apresenta o tempo de permanência

dos consumidores no restaurante I no jantar.

Figura 17 - Número de usuários que entraram - Almoço - Campus I

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 67

Para o estudo da demanda diária dos Restaurantes foi tomado como base os

próprios dados fornecidos pelos responsáveis da administração dos Restaurantes.

As Tabelas 1 e 2 apresentam algumas informações tiradas a partir da análise dos

dados fornecidos. Lembrando que o Restaurante do Campus II não fornece jantar e nem

almoço no sábado.

Tabela 25 - Demanda do Restaurante - Campus I

Campus I

Campus I - Exceto Sábados

Junho Agosto Setembro Outubro

Junho Agosto Setembro Outubro

Máx. do Mês: 2844 2731 2842 2728

2844 2731 2842 2728

Média do Mês: 2291 2220 1984 2079

2520 2507 2256 2450

Máx. Total: 2844

2844

Média Total: 2144

2432

Tabela 26 - Demanda do Restaurante - Campus II

Campus II

Junho Agosto Setembro Outubro

Máx. do Mês: 486 436 455 387

Média do Mês: 347 364 298 303

Max. Total: 486

Média Total: 331

O horário de entrada dos usuários foi obtido do próprio sistema da Universidade

de São Paulo – USP, e teve o intuito de verificar o fluxo de usuários do Restaurante,

verificando assim picos de demanda, ou seja, quais horários possuem uma maior

freqüência de entrada. Para isso foi analisado o fluxo de usuários. Os dados coletados

são referentes a um dia de atendimento.

O controle do fluxo de entrada e saída dos consumidores permitiu validar a

hipótese de distribuição normal do tempo de permanência no restaurante dos usuários

do serviço prestado.

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 68

Figura 5 – Distribuição estatística do tempo de permanência dos consumidores que entraram -

Almoço - Campus I

Figura 6 - Número de usuários que entraram - Jantar - Campus I

0

47

21 12

27 34

26

40 39

55 57

85

63 52

36 44

56

35 31

0 0 0 0

20

40

60

80

100

17

:15

17

:20

17

:25

17

:30

17

:35

17

:40

17

:45

17

:50

17

:55

18

:00

18

:05

18

:10

18

:15

18

:20

18

:25

18

:30

18

:35

18

:40

18

:45

18

:50

18

:55

19

:00

Número de usuários que entraram - Jantar - Campus I

Horário de Entrada

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 69

7.2 Definição e descrição das atividades executadas no processo

de higienização de bandejas e talheres

O nome das atividades, descrição das atividades (apresentadas através ação

inicial e final) e a quantidade de funcionários que a realizam (na maioria das vezes

existe mais de uma atividade realizada pelo mesmo funcionário, sendo assim, cada um

foi caracterizado por uma letra do alfabeto para simplificação e melhor visualização)

estão demonstradas na Tabela 3.

É importante ressaltar que existe uma diferença no layout e número de

funcionários do Campus I para o Campus II, devido à diferença de número de usuários,

porém as atividades são semelhantes com exceção da primeira atividade da Tabela 3

que só é realizada no Campus II porque a pia não possui um triturador para não entupir

o encanamento da pia com os dejetos.

Tabela 27 - Atividades de Higienização de Bandejas

Nome da atividade Descrição da Atividade Número de

Funcionários Retirar bandeja da esteira

(Feita apenas no Campus

II)

-Pegar bandeja usada da esteira.

-Bater bandeja na lixeira para retirar o resto de

alimento

1 E

Retirar do resto ingestão

da bandeja

-Pegar bandeja usada do balcão.

-Esguichar água na bandeja para retirar o resto de

alimento e colocar a bandeja ao lado da pia

2 (A e B)

Levar bandeja para a mesa

ao lado de máquina

-Pegar bandeja ao lado pia

-Levá-la para uma bancada que se encontra ao

lado da máquina de limpeza

2 (A e B)

Colocar bandeja na

máquina

-Pegar bandeja da bancada

-Colocar as bandejas na gaveta e colocar gaveta

com bandejas dentro da máquina de limpeza

1 C

Limpeza de bandejas

dentro da máquina

-Entrada da gaveta dentro da máquina, inicia o

processo de higienização das bandejas

-Saída da gaveta com as bandejas limpas do

outro lado da máquina

Máquina

Retirar gaveta com

bandejas da máquina

-Retirar gaveta da máquina e retirar bandejas da

gaveta

-Colocar bandejas na mesa para secar e passar

gaveta para o início da máquina

1 D

Colocar bandeja no

carrinho de transporte

-Pegar bandejas na mesa

-Colocar as bandejas no carrinho de transporte 1 D

Repor mesa de bandejas e

talheres

-Levar o carrinho de transporte de bandejas para

área de distribuição, colocar bandejas na mesa de

distribuição

-Retornar e estacionar carrinho dentro da área de

limpeza de bandejas e talheres

1D

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 70

Tabela 28 - Atividades de Higienização de Talheres

Nome da

atividade Descrição da Atividade

Número de

Funcionários

Colocar talheres

na máquina

-Pegar recipiente com talheres de molho,

colocar talheres na gaveta

-Levar gaveta para a bancada e colocar

gaveta na máquina de limpeza

2 (A e B)

Limpeza de

talheres dentro da

máquina

-Entrada da gaveta dentro da máquina, inicia

o processo de higienização dos talheres

-Saída da gaveta com os talheres limpos do

outro lado da máquina

Máquina

Colocar

novamente

talheres na

máquina

-Pegar gaveta da esteira da máquina

-Levá-la ao início da esteira para ser

higienizada novamente. 1 D

Retirar gaveta

com talheres da

máquina

-Retirar gaveta da esteira

-Despejar talheres em um recipiente próprio

e passar gaveta para o início da máquina 1 D

Colocar talheres

no porta-talher

-Pegar talheres limpos

-Colocar talheres na posição correta dentro

do porta-talher

3 (funcionário da USP)

Levar talheres

para área de

distribuição

-Levar, na mão, porta-talher para o display

de talheres

-Voltar ao ambiente de trabalho

3 (funcionário da USP)

7.3 Medição do tempo de execução das atividades executadas no

processo de higienização de bandejas e talheres e

balanceamento

As bandejas e talheres possuem um processo bem semelhante de higienização,

passando pelas mesmas atividades, diferenciando somente em seu final, quando os

talheres necessitam ser separados por tipo.

Foi medido o tempo de todas as atividades descritas no tópico 2.2, sendo esta

tomada de tempo realizada várias vezes no ambiente de trabalho para depois de calcular

a média dos tempos, chegar-se a um valor muito próximo da realidade para ser utilizado

no trabalho.

O tempo médio das atividades mostrado na Tabela 5, tempo este em segundos

para uma quantidade de 100 bandejas.

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 71

Tabela 29 - Tempo das atividades de higienização de bandejas

Atividade

Tempo (s) para 100 bandejas

1 Início: Esguichar água na bandeja

348,14 Fim: Colocar bandeja ao lado pia

3 Início: Pegar bandeja da pia

44,28 Fim: Colocar bandejas na mesa da máquina

5 Início: Pegar bandejas da mesa da máquina e colocar na gaveta

135,95 Fim: Colocar gaveta com bandejas na esteira

7 Início: Gaveta entra na máquina

195,09 Fim: Gaveta sai da máquina (TC da máquina)

9 Início: Retirar gaveta da maquina, colocar bandeja na mesa

144,44 Fim: Passar gavetas para frente

11 Início: Pegar bandejas da mesa

85,00 Fim: Colocar bandejas no carrinho

13 Início: Pegar carrinho de bandejas, colocar bandejas na mesa de distribuição

37,42 Fim: Voltar e estacionar o carrinho dentro da área novamente

Os tempos para as atividades de higienização de 100 talheres na Tabela 6.

Tabela 30 - Tempo das atividades de higienização de talheres

Atividade Tempo (s) para

100 talheres

1 Início: Pegar recipiente com talheres de molho, colocar talheres na gaveta

20,21 Fim: Colocar gaveta na mesa, colocar gaveta na esteira

3 Início: Retirar gaveta da maquina

7,41 Fim: Colocar gaveta novamente na esteira

5 Início: Gaveta entra na máquina

11,71 Fim: Gaveta sai da máquina (TC da máquina)

7 Início: Retirar gaveta da maquina, despejar talheres no recipiente

7,83 Fim: Passar gaveta para frente

9 Início: Gaveta entra na máquina

11,71 Fim: Gaveta sai da máquina (TC da máquina)

11 Início: Pegar talheres

126,33 Fim: Botar talheres no porta-talheres

13 Início: Pegar carrinho de bandejas

4,99 Fim: Estacionar o carrinho dentro da área novamente

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 72

7.4 Definição e descrição das atividades executadas no processo

de higienização de utensílios da cozinha

O nome das atividades, descrição das atividades e a quantidade de funcionários

que a realizam (na maioria das vezes existe mais de uma atividade realizada pelo

mesmo funcionário, sendo assim, cada um foi caracterizado por uma letra do alfabeto

para simplificação e melhor visualização) estão mostradas na Tabela 7.

Os utensílios, por exemplo, assadeira normal, assadeira preta, bacia, caixa

branca, caneca, frigideira, GN – Cuba Gastronômica - Váscula, panela, pegador e tampa

da GN – Cuba Gastronômica – Váscula e as atividades que são específicas para apenas

um tipo de utensílio foram colocadas separadamente na Tabela 8. É importante lembrar

que no Campus II, com uma cozinha mais moderna, não se utiliza assadeiras.

Tabela 31 - Atividades de Higienização de Utensílios em Geral

Nome da atividade Descrição da Atividade Número de

Funcionários

Esfregar utensílio -Pegar utensílio usado e esponja

-Colocar detergente na esponja e esfregar o

utensílio

2 (F e G)

Enxaguar utensílio -Pegar utensílio esfregado

-Enxaguar utensílio que está ensaboado 2 (F e G)

Guardar utensílio -Pegar utensílio limpo

-Levar utensílio até a sua área de

armazenagem

2 (F e G)

Tabela 32 - Atividades de Higienização Específicas

Nome da atividade Descrição da Atividade Número de

Funcionários

Lavar assadeiras com jato -Pegar assadeira que estava de molho ou não,

colocar no chão

-Passar um jato d'água para retirar a sujeira

mais grossa

1 F

Colocar água sanitária nas

caixas brancas

-Pegar caixa branca, passar uma água para

tirar o grosso

-colocar água sanitária nas bordas

2 (F e G)

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 73

7.5 Medição do tempo de execução das atividades executadas no

processo de higienização de utensílios da cozinha

Após a análise do ambiente de trabalho percebeu-se não haver um padrão de

trabalho, pois dependendo da quantidade de utensílios a serem lavados, o serviço era

executado de certa forma, por exemplo: às vezes uma GN – Cuba Gastronômica –

Váscula era lavada por completo por somente um funcionário, ou seja, desde esfregar o

utensílio até o seu enxágüe e armazenamento no armário, e outras vezes, um funcionário

esfregava a GN – Cuba Gastronômica – Váscula e passava para o próximo funcionário

enxaguar e armazenar no local correto.

Levando isso em consideração realizou-se a medição inicial por atividades

específicas, com a cronometragem de tempo, para lavagem, enxágüe e armazenamento.

Mas a equipe percebeu que a melhor forma de cronometrar seria pegar toda a atividade,

ou seja, iniciando a cronometragem a partir do momento em que se pega o utensílio

usado até o seu armazenamento, devido esse ser o maior tempo de trabalho, e de mais

fácil tomada de tempo.

Percebeu-se para vários utensílios que a divisão do trabalho diminui o tempo de

operação, conforme mostrado nas Tabelas 9 e 10.

Tabela 33 - Tempo de lavagem da Caixa Branca

Utensílio: Caixa Branca

Divisão do trabalho: Lavagem, enxágüe e armazenamento

Tempo da operação total com divisão: 63,67 segundos

Tempo da operação total sem divisão: 70 segundos

Tabela 34 - Tempo de lavagem da GN – Cuba Gastronômica - Váscula

Utensílio: GN – Cuba Gastronômica - Váscula

Divisão do trabalho: Lavagem, enxágüe e armazenamento

Tempo da operação total com divisão: 61,61 segundos

Tempo da operação total sem divisão: 73,10 segundos

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 74

Com a diferença de tempos, percebe-se a vantagem da divisão do trabalho, que

poderia ser aplicado no local, mas devendo haver um balanceamento das atividades,

para que, caso fosse 2 funcionários, eles trabalhassem por igual. E o local permite certa

divisão de atividades, pois existem 2 tanques de lavagem.

A Tabela 11 mostra os tempos de lavagem para cada utensílio.

Foi realizada a média dos tempos tomados, retirando aqueles tempos que estavam

fora da realidade, por ter havido, por exemplo, uma parada inesperada ou a realização

de outra atividade durante a tomada de tempo.

Processo de lavagem de utensílio: Pegar o utensílio sujo, pegar a bucha, colocar

detergente, ligar a torneira, esfregar o utensílio, enxaguar o utensílio, armazenar no

armário o utensílio.

Então a cronometragem foi iniciada quando o funcionário pegava o utensílio usado,

e parada quando ele armazenava-o no armário e voltava ao seu posto de trabalho, no

caso o tanque.

Tabela 35 - Tempos de lavagem de utensílios

Utensílio Média (s)

Assadeira 103,23

Bacia 60,00

Canecão - Fácil 25,00

Canecão - Difícil 123,00

Cx Branca G 202,18

Cx Branca M 138,00

Cx Branca P 64,30

Frigideira 60,06

GN – Cuba Gastronômica - Váscula 61,75

Panela M 111,53

Pegador 16,10

Pegador Frigideira 20,40

Tampa GN – Cuba Gastronômica - Váscula 33,00

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 75

8. Análise dos resultados

8.1 Desenvolvimento do modelo de simulação do fluxo no

restaurante no software Arena 11.0

Após a determinação da distribuição estatística do tempo de permanência do

consumidor no restaurante de acordo com as Figuras 4, 5 e 6 verificou-se a distribuição

estatística do número de consumidores que adentram no estabelecimento no intervalo de

5 minutos como definido. O resultado é mostrado na Figura 7 sendo também uma

distribuição normal.

Figura 7 – Distribuição estatística da quantidade de consumidor na entrada do restaurante no horário do almoço

A partir da distribuição normal na entrada (média = 56,4 e desvio padrão = 19,4)

e da distribuição normal na permanência do consumidor no restaurante (média = 26 e

desvio padrão = 6,14) foi construído o modelo de simulação no software Arena 11.0 de

acordo com as Figuras 8 e 9.

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 76

Figura 8 – Modelo de simulação – Arena 11.0

Figura 9 – Modelo de simulação – Arena 11.0 – Resultado parcial

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 77

A partir dos dados foram realizadas dezesseis simulações com as possibilidades

do fluxo de entrada e tempo de permanência de acordo com a Figura 10.

Com o propósito de avaliar o fluxo de bandeja no processo de limpeza e a

permanência das bandejas no setor foram realizadas quatro simulações de acordo com a

Figura 11.

Figura 10 – Descrição das simulações a partir do fluxo de entrada e tempo de permanência no restaurante

Figura 11 – Descrição das simulações a partir do fluxo de entrada e o tempo de processamento da limpeza das

bandejas

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 78

O resultado do primeiro grupo referente ao tempo de permanência no restaurante

de acordo com a Figura 10 é mostrado na Figura 12 e o resultado do segundo grupo

referente ao tempo de processamento na limpeza de acordo com a Figura 11 é mostrado

na Figura 14.

Figura 12 – Resultados da simulação do fluxo (tempo de permanência no restaurante)

A Figura 13 mostra o modelo de simulação do fluxo na área de limpeza

identificando a partir da Figura 14 o tempo de permanência da bandeja na limpeza.

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 79

Figura 13 – Modelo de simulação do fluxo na área de limpeza

Figura 14 – Resultados da simulação do fluxo (tempo de permanência na limpeza)

As Figuras A-I, A-II e A-III do Apêndice A ilustram o fluxo de atendimento à

demanda a partir da entrada dos alunos no espaço físico do restaurante, seu tempo de

permanência e o retorno da bandeja à higienização.

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 80

8.2 Análise dos resultados (dimensionamento da equipe

terceirizada)

Para analisar os resultados o trabalho foi divido em duas frentes, devido a própria

localização das áreas de higienização, que são uma separada fisicamente da outra, em

higienização de bandejas e talheres e higienização de utensílios.

Para a apresentação dos parâmetros foi usado o tempo, como unidade de medida, em

segundos, por 100 usuários.

8.2.1 Higienização de bandejas e talheres

A análise foi realizada em cima dos tempos cronometrados, em que se realizou a

média dos tempos tomados, e assim definiu-se o tempo padrão para cada atividade.

A partir disso definiu-se o tempo para 100 utensílios, bandejas ou talheres, e então

se criou um tempo como se houvesse funcionário para cada atividade, e outro tempo

mostrando como funciona a distribuição hoje.

A Tabela 12 se apresentam os tempos para cada atividade e os tempos de

higienização para 100 bandejas e 2600 bandejas, lembrando que o tempo para

higienização deve ser baseado no maior tempo de atividade, uma vez que todas as

atividades são realizadas simultaneamente.

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 81

Tabela 36 - Tempo de Higienização de Bandejas

Atividade

Tempo (s)

para 100

bandejas

Num.

funcionários

Tempo (s) para número e

funcionários de acordo com a

coluna ao lado

Tempo (s) de

como funciona

atualmente

Tempo (s) com

balanceamento

proposto

1

Início: Esguichar água na bandeja 348,14

2 174,07

196,21

196,21

Fim: Colocar bandeja ao lado pia

3

Início: Pegar bandeja da pia 44,28

2 22,14

Fim: Colocar bandejas na mesa da máquina

5 Início:

Pegar bandejas da mesa da máquina e colocar na

gaveta

135,95 1

135,95 135,95 135,95 Fim: Colocar gaveta com bandejas na esteira

7

Início: Gaveta entra na máquina

195,09 1 195,09 195,09 195,09

Fim: Gaveta sai da máquina (TC da máquina)

9

Início: Retirar gaveta da máquina, colocar bandeja na mesa

144,44 1 144,44

266,87

144,44 Fim: Passar gavetas para frente

11

Início: Pegar bandejas da mesa

85,00 1 85,00

122,42

Fim: Colocar bandejas no carrinho

13

Início: Pegar carrinho de bandejas, colocar bandejas na mesa

de distribuição

37,42 1

37,42

Fim: Voltar e estacionar o carrinho dentro da área

novamente

Tempo de

higienização

para: 100 bandejas 348,14 195,09 266,87 196,21 segundos

5,80 3,25 4,45 3,27 minutos

Tempo de

higienização

para: 2600 bandejas 150,86 84,54 115,64 85,02 minutos

2,51 1,41 1,93 1,42 horas

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 82

De posse dos tempos de higienização, pode-se criar um gráfico (Figura 10) com os

tempos, para uma análise da distribuição dos tempos para cada atividade,

conseqüentemente para cada funcionário.

O balanceamento foi feito tanto para como é o funcionamento atual quanto para

um funcionamento proposto pela equipe que desenvolveu o trabalho. Para realizar o

balanceamento foi agrupado o tempo das atividades feitas pelo mesmo funcionário, com

o intuito de verificar onde estava o conjunto de atividades-gargalo (atividade mais

demorada) durante todo o processo.

Figura 10 - Tempos das Atividades de Higienização de Bandejas – Atual

Pelo gráfico percebe-se que a última atividade (que é a 9, 11 e 13 somadas) é o

gargalo de toda a operação, ou seja, essa atividade é que limita as demais, ocasionando

um estoque em processo (work in process) entre as atividades e uma maior demora para

finalizar o processo todo. Para melhorar este balanceamento e, assim sendo, melhorar o

fluxo de bandejas e talheres é apresentado na Figura 11 um novo balanceamento.

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Balanceamento das atividades - Tempo de como funciona atualmente

Tempo (s)

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 83

Figura 11 - Tempos das Atividades de Higienização de Bandejas – Balanceamento Proposto

Pode-se notar a redução de tempo para a realização completa da atividade pela

Tabela 12, em que o tempo foi diminuído de 1,93 horas de como é realizado hoje para

1,42 horas se usado o balanceamento proposto.

Para a definição dos tempos dos talheres foi usada a mesma ideia das bandejas.

A Tabela 13 mostra os tempos das atividades para higienização de talheres.

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Balanceamento proposto das atividades

Tempo (s)

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 84

Tabela 37 - Tempo de Higienização de Talheres

Atividade Tempo (s) para 100 talheres

Num. funcionários

Tempo (s) de como funciona

atualmente

1 Início: Pegar recipiente com talheres de molho, colocar talheres na gaveta 20,21

2

10,10 Fim: Colocar gaveta na mesa, colocar gaveta na esteira

3

Início: Retirar gaveta da maquina 7,41

1 7,41

Fim: Colocar gaveta novamente na esteira

5

Início: Gaveta entra na máquina

11,71 1 11,71

Fim: Gaveta sai da máquina (TC da máquina)

7

Início: Retirar gaveta da maquina, despejar talheres no recipiente

7,83 1 7,83

Fim: Passar gaveta para frente

9

Início: Gaveta entra na máquina

11,71 1 11,71

Fim: Gaveta sai da máquina (TC da máquina)

11

Início: Pegar talheres

126,33 2 63,17

Fim: Botar talheres no porta-talheres

13

Início: Pegar carrinho de bandejas

4,99 1 4,99

Fim: Estacionar o carrinho dentro da área novamente

Tempo de higienização para: 100

talheres 126,33 63,17 segundos

2,11 1,05 minutos

Tempo de higienização para: 2600 talheres 54,74 27,37 minutos

0,91 0,46 horas

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 85

A Figura 12 mostra o mesmo modelo de gráfico de balanceamento, para as

atividades de higienização dos talheres.

Figura 12 - Tempos das Atividades de Higienização de Talheres – Atual

Percebe-se que o tempo de separar os talheres está bem alto em relação aos outros,

mas isso não acaba interferindo no final, pois existe atualmente cerca de 2500 facas e

2500 garfos.

8.2.2 Higienização de utensílios

Para analisar os resultados da higienização de utensílios foi realizada uma separação

entre os utensílios que são usados na preparação do alimento, ou seja, durante sua

cocção (cozimento), e os utensílios usados durante a distribuição do alimento, que é

quando os alimentos já estão prontos e podem ser enviados para as rampas de

distribuição.

Para aqueles utensílios que são proporcionais ao número de usuários, foram feitas

entrevistas com os nutricionistas e cozinheiros, para analisar o rendimento, por

exemplo, de uma GN – Cuba Gastronômica - Váscula, assadeira ou caixa branca,

chegando a valores de número de porções por utensílio.

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Balanceamento das atividades - Tempo de como funciona

atualmente

Tempo (s)

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 86

8.2.2.1 Utensílios de preparação

Para esta parte da lavagem foi analisado aqueles utensílios que são usados para a

cocção (cozimento) do alimento, ou seja, aqueles que passam pela cozinha, que

basicamente seriam: panela, canecão, bacia, caixas brancas, frigideiras e GN – Cuba

Gastronômica - Váscula.

Para a identificação do que é utilizado durante a cocção (cozimento) dos

alimentos, foram feitas visitas durante as manhãs para verificar o que realmente é

utilizado e o que chega a área de higienização, e perguntas aos funcionários do que eles

utilizam para a preparação de algumas refeições. Com base nisso os utensílios foram

divididos em dois tipos, aqueles que variam com a demanda do restaurante e aqueles

que se mantém fixo com a demanda, basicamente o que irá variar serão as caixas

brancas que armazenam alimentos, o resto dificilmente se altera quanto ao

dimensionamento com a quantidade de usuários do restaurante.

A Tabela 14 mostra os parâmetros:

Tabela 38 - Tempo de lavagem de utensílios de preparação

Para 100 pessoas

Utensílio - Variável Quantidade Tempo Total (s)

Cx Branca - Prato Principal 0,45 62,25

Cx Branca - Guarnição 0,45 62,25

Cx Branca - Folha (alface) 0,18 25,30

Cx Branca - Tomate 0,10 13,80

Cx Branca - Cebola 0,09 12,88

Cx Branca - Legume 0,12 15,87

Utensílio - Fixo Quantidade Tempo Total (s)

Panela 6 669,21

Canecão 8 200,00

Bacia 2 120,00

GN – Cuba Gastronômica - Váscula 10 617,50

Cx Branca Pão 2 276,00

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 87

Para uma comparação com a média da demanda atual para o almoço, servido a

2600 pessoas, segue uma demonstração do tempo necessário para a higienização dos

utensílios de preparação por 1 funcionário. A Tabela 15 mostra os tempos de

higienização dos utensílios de preparação para 2600 pessoas.

Tabela 39 - Tempos de higienização dos utensílios de preparação para 2600 pessoas

Para 2600 pessoas

Utensílio - Variável Quantidade

Total Tempo Total (s)

Cx Branca - Prato Principal 11,73 1618,59

Cx Branca - Guarnição 11,73 1618,59

Cx Branca - Folha (alface) 4,77 657,80

Cx Branca - Tomate 2,60 358,80

Cx Branca - Cebola 2,43 334,88

Cx Branca - Legume 2,99 412,62

Utensílio - Fixo Quantidade Tempo Total (s)

Panela 6 669,21

Canecao 8 200,00

Bacia 2 120,00

GN – Cuba Gastronômica - Váscula 10 617,50

Cx Branca Pão 2 276,00

Soma dos Tempos: 6883,98 segundos

114,73 minutos

1,91 horas

Utensílios de distribuição

Os utensílios de distribuição são todos aqueles envolvidos com o

armazenamento do alimento já pronto e que irão para as rampas de distribuição para

serem servidos, basicamente isso envolve GN – Cuba Gastronômica - Váscula, tampas

das GN – Cuba Gastronômica - Váscula e assadeiras, que serão diretamente

proporcionais ao número de refeições que serão servidas no restaurante.

Foram feitos duas formas de medidas, uma para um cardápio fácil, ou seja,

aquele que utiliza poucos utensílio ou que possui menor tempo de higienização, e um

cardápio difícil, que normalmente envolve o uso de assadeiras, que possui tempo de

higienização maior que das GN – Cuba Gastronômica - Váscula.

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 88

As Tabelas 16 e 17 mostram os parâmetros.

Tabela 40 - Tempo de Higienização de utensílios da distribuição - Cardápio Fácil

Cardápio Fácil Para 100 pessoas

Alimento

Utensílio -

Variável Quantidade Tempo (s)

Arroz GN G 0,77 47,75

Feijao GN G 0,64 39,52

Arroz integral GN G 0,12 7,41

Folha (alface) GN M 0,55 33,96

Tomate GN M 0,30 18,53

Cebola GN PP 0,28 17,29

Legume GN P 0,35 21,30

Grão GN P 0,23 14,20

Proteína GN P 0,12 7,41

Ovo GN P 0,12 7,41

Guarnição GN M 0,54 33,55

Mistura GN G 1,02 62,68

Sobremesa GN P 1,20 74,10

Tampa da GN 6,24 205,81

Utensílio - Fixo

Pegador 75 1207,5

Soma dos Tempos:

1798,42 segundos

29,97 minutos

0,50 horas

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 89

Tabela 41 - Tempo de Higienização de utensílios da distribuição - Cardápio Difícil

Cardápio Difícil Para 100 pessoas

Alimento

Utensílio -

Variável Quantidade Tempo (s)

Arroz GN G 0,77 47,75

Feijao GN G 0,64 39,52

Arroz integral GN G 0,12 7,41

Folha (alface) GN M 0,55 33,96

Tomate GN M 0,30 18,53

Cebola GN PP 0,28 17,29

Legume GN P 0,35 21,30

Grão GN P 0,23 14,20

Proteína GN P 0,12 7,41

Ovo GN P 0,12 7,41

Guarnição GN M 0,54 33,55

Mistura - difícil Assadeira 4,50 464,52

Sobremesa Assadeira 1,90 196,13

Tampa da GN 4,02 132,72

Utensílio - Fixo

Pegador 75 1207,5

Soma dos

Tempos: 2249,20 segundos

37,49 minutos

0,62 horas

Para uma comparação com a média da demanda atual para o almoço, servido a

2600 pessoas, segue uma demonstração do tempo necessário para a higienização dos

utensílios de preparação por 1 funcionário.

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 90

Tabela 42 - Tempo de Higienização de utensílios da distribuição para 2600 pessoas - Cardápio Fácil

Cardápio Fácil Para 2600 pessoas

Alimento Utensílio -

Variável Quantidade Tempo (s)

Arroz GN G 20,11 1241,59

Feijao GN G 16,64 1027,52

Arroz integral GN G 3,12 192,66

Folha (alface) GN M 14,30 883,03

Tomate GN M 7,80 481,65

Cebola GN PP 7,28 449,54

Legume GN P 8,97 553,90

Grão GN P 5,98 369,27

Proteína GN P 3,12 192,66

Ovo GN P 3,12 192,66

Guarnição GN M 14,13 872,32

Mistura GN G 26,39 1629,58

Sobremesa GN P 31,20 1926,60

Tampa da

GN 162,15 5351,06

Utensílio -

Fixo

Pegador 75 1207,5

Soma dos

Tempos: 16571,53 segundos

276,19 minutos

4,60 horas

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Desenvolvimento do Projeto - Etapas – 91

Tabela 43 - Tempo de Higienização de utensílios da distribuição para 2600 pessoas - Cardápio Difícil

Cardápio Difícil Para 2600 pessoas

Alimento Utensílio -

Variável Quantidade Tempo (s)

Arroz GN G 20,11 1241,59

Feijao GN G 16,64 1027,52

Arroz integral GN G 3,12 192,66

Folha (alface) GN M 14,30 883,03

Tomate GN M 7,80 481,65

Cebola GN PP 7,28 449,54

Legume GN P 8,97 553,90

Grão GN P 5,98 369,27

Proteína GN P 3,12 192,66

Ovo GN P 3,12 192,66

Guarnição GN M 14,13 872,32

Mistura - difícil Assadeira 117,00 12077,46

Sobremesa Assadeira 49,40 5099,37

Tampa da GN 104,56 3450,59

Utensílio - Fixo

Pegador 75 1207,5

Soma dos

Tempos: 28291,70 segundos

471,53 minutos

7,86 horas

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Considerações Finais – 92

8.3 Considerações Finais do Relatório

De acordo com as Tabelas 12 e 13 a etapa 11 do processo de higienização, de

acordo com o balanceamento proposto, teve o acréscimo de 1 funcionário a fim de

manter um fluxo mais uniforme no processo. A proposta é fundamentada nos tempos

coletados, no espaço físico atual o qual não permite um número maior de funcionários e

de pontos de limpeza (local de descarte dos dejetos – atualmente 2) e taxa de chegada

das bandejas no setor.

Contudo, de acordo com as Figuras A-I, A-II e A-III do Apêndice A há a

necessidade do aumento do número de bandejas disponível no Restaurante I. De acordo

com os dados da Figura A-III em torno de 500 bandejas permanecem no status de não

disponível, sendo em torno de 76% em uso pelos alunos e em torno de 24% no setor de

higienização havendo o tempo de resposta do setor quanto a liberação dessas bandejas.

Os gráficos das Figuras A-I e A-II mostram que esse número se mantem no

fluxo em função da taxa de chegada dos alunos e o início do processo de higienização

de acordo com o tempo médio de permanência dos alunos no restaurante. Desse modo

adequar para o caso da simulação o número de bandejas para no mínimo 1.000 bandejas

também auxilia no processo de atendimento desse setor tendo como parâmetro em torno

de 66,67% o número de bandejas com relação ao número de alunos atendidos de acordo

com a capacidade do restaurante (1000 bandejas / 1500 aluno ≈ 66,67%).

Podendo ser utilizado proporcionalmente ao número de alunos atendidos em

cada período.

É proposto nesse relatório o aumento de 1 funcionário na etapa 11 como descrito

e o acréscimo do número de bandejas na proporção indicada.

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Considerações Finais – 93

9. Adendo

Devido ao convívio no dia a dia no ambiente de trabalho e alguns pontos extras

abordados no trabalho, pode-se descrever alguns pontos importantes que valem a pena

serem enfatizados.

Na área de limpeza de bandejas e talheres não faz sentido começar o trabalho

antes que os restaurantes universitários abram as portas, só chegará os utensílios

depois de aberto o restaurante.

Na limpeza de talheres do Campus II, os talheres que são utilizados são

colocados pelos usuários em um orifício que já cai direto em uma caixa (com

água e detergente, para os talheres ficarem submersos) e auxiliarem na limpeza

onde dentro desta existe uma gaveta própria para colocar na máquina de

higienização. Este processo é muito prático e evita desperdícios se comparado ao

modo como é feito no Campus I, onde os talheres caem em uma caixa e depois

precisam ser retirados desta caixa e colocados na gaveta que vai para a máquina

de higienização.

O supervisor precisa trabalhar no Campus I e no Campus II ao mesmo tempo.

Os funcionários não são preparados para exerceram uma tarefa, que exige

higienização, quando já deveriam estar treinados.

Faltam-se gavetas na área de higienização de bandejas e talheres, para

colocarem-se bandejas, pois o funcionário deve ir às vezes buscar ao final da

máquina mais gavetas.

Uma melhoria que poderia ser realizada é colocar uma prateleira em cima da pia

para armazenar as caixas brancas recém lavadas para depois irem ao lugar

correto, que fica bem distante da pia, em outra área de armazenagem.

Conversar com os responsáveis a respeito da máquina de lavagem, ver se

realmente é viável seu funcionamento, visto que hoje ela permanece mais parada

do que em funcionamento, e caso não seja útil, tirá-la do local que esta hoje,

pois ocupa espaço de armários que poderiam estar no local.

Colocar cabos de aço nas prateleiras na área de lavagem de utensílios, como é no

Restaurante do Campus II, que facilita a colocação dos utensílios e evita a sua

queda.

Verificar a possibilidade de colocar mais armários.

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Considerações Finais – 94

Organizar os armários de acordo com os utensílios.

Melhorar o fluxo de utensílios que chegam à área de lavagem, pois às vezes

esses ficam no meio do caminho, dificultando o acesso e trabalho na região.

9.1 Dados do Restaurante

Durante o trabalho alguns dados e números foram obtidos a respeito dos

Restaurantes, talvez possam vir a ajudar em trabalhos futuros.

Número de mesas:

Campus I

153 de 4 lugares e 6 de 2 lugares -> 624 lugares

Campus II

110 mesas de 4 lugares -> 440 lugares

Horário de Almoço:

Campus I - 11h00min até 13h15min

Campus II - 11h15min até 12h30min

Horário do Jantar:

Campus I - 17h15min até 19h15min

Campus II – Não serve jantar

Horário do sábado:

Campus I - 11h30min até 13h00min

Número de utensílios:

Campus I

Vásculas (GN – Cuba Gastronômica - Váscula), possui 3 tipos:

Grandes - 56

Medias - 39

Pequenas - 64

Faca - 2605

Colher - 947

Garfo - 2530

Bandeja - 1241

Bandeja lisa -21

Campus II

Pratos - 181

Bandeja - 344

Bandeja lisa - 8

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Considerações Finais – 95

Esboços das rampas de distribuição, conforme a disposição da comida:

Rampa de distribuição com comida normal:

Tomate Alface Pepino Cebola Arroz Feijão Acompanhamento Mistura

Salada

Rampa de distribuição com comida vegetariana:

Toma

te

Cebo

la

Alfa

ce

Pepi

no

Proteí

na de

soja

Arroz

integr

al

Feij

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Salada

A Figura 18 mostra o layout da distribuição de comida.

Figura 18 – Layout da distribuição de comida

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Apêndice – 96

As Figuras 19, 20 e 21 apresentam os resultados da simulação do software Arena

11.0.

Figura 19 – Fluxo de alunos no restaurante e fluxo de bandejas no processo de higienização (fila

na limpeza)

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Considerações Finais – 97

Figura 20 – Fluxo final para o tempo de atendimento de 170 minutos e o número máximo de

atendimento de 1500 alunos (de acordo com os dados coletados nos dias do apontamento)

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Considerações Finais – 98

Figura 21 – Resultados da simulação (tempo de fila das bandejas e estoque em processo no

atendimento e no processo de higienização)