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Rafael Kons TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Análise do transporte de Preformas PET do Uruguai para o Brasil, nos modais marítimo e rodoviário, da empresa Dispet de Itajaí/SC Administração de Materiais ITAJAÍ (SC) 2009

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Rafael Kons

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

Análise do transporte de Preformas PET do Uruguai para o Brasil, nos modais marítimo e rodoviário, da

empresa Dispet de Itajaí/SC

Administração de Materiais

ITAJAÍ (SC)

2009

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RAFAEL KONS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

ANÁLISE DO TRANSPORTE DE PREFORMAS PET DO URUGUAI PARA O

BRASIL, NOS MODAIS MARÍTIMO E RODOVIÁRIO, DA EMPRESA DISPET DE

ITAJAÍ

Projeto de estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ-SC, 2009

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Agradeço primeiramente a Deus por ter me

dado à oportunidade de chegar até está etapa

de minha vida.

A minha família pelo incentivo durante os anos

de toda a minha vida.

Às empresas Dispet e Mega Office, em

especial a Cezar Luciano Westphal, Carlos

José Lopes e Juliano Paloschi pelo apoio e

informações cedidas para a realização deste

trabalho.

Ao meu orientador Elton José Blageski Jr. pela

orientação e contribuição para realização deste

trabalho.

Enfim é com muita satisfação e alegria poder

chegar ao final desta etapa tão importante, foi

um prazer trabalhar ao lado de todos durante

este período. MUITO OBRIGADO!!

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“Determinação coragem e auto

confiança são fatores decisivos

para o sucesso. Se estivermos

possuídos por uma inabalável

determinação conseguiremos

superá-los. Independentemente das

circunstâncias, devemos ser

sempre humildes, recatados e

despidos de orgulho”.

Dalai lama

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário Rafael Kons b) Área de estágio Administração de Materiais c) Orientador de conteúdo Prof. Adm. Elton José Blageski Júnior d) Supervisor de campo Cezar Luciano Westphal e) Responsável pelo Estágio Professor Eduardo Krieger da Silva

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão Social Dispet Indústria Comércio Importação Exportação Ltda. b) Endereço Rodovia Jorge Lacerda, 960 c) Setor de Desenvolvimento do Estágio Administração de Materiais d) Duração do estágio 240 horas e) Nome e cargo do supervisor de campo Cezar Luciano Westphal – Gerente Geral f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

ITAJAÍ, 08 de Junho de 2009

A empresa Dispet Indústria Comércio Importação e Exportação Ltda, pelo

presente instrumento autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a

publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante

o Estágio Supervisionado, pelo acadêmico RAFAEL KONS.

____________________________ Cezar Luciano Westphal

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RESUMO

A área de administração de materiais é muito importante dentro de uma organização, pois, dentre tantas responsabilidades, ela é responsável por todo o gerenciamento do produto para que ele saia do fornecedor e chegue até o destinatário final na data correta, na quantidade correta, conforme a necessidade do cliente. Este trabalho consiste em analisar dentre os modais rodoviário e marítimo qual o modal de transporte mais viável para o transporte de preformas PET do Uruguai para o Brasil, na empresa Dispet. Para atingir este objetivo geral foram traçados os objetivos específicos que são: Descrever as etapas do processo logístico que o produto percorre desde o embarque até a chegada; demonstrar todos os custos da logística de ambos os modais e analisar as características de cada modal pesquisado. A pesquisa foi do tipo descritiva sendo que a metodologia adotada foi qualitativa e quantitativa. Na fundamentação teórica deste trabalho foi dada maior ênfase à administração de materiais, com um foco maior sobre logística, transportes, e também comércio exterior. Deu-se ênfase à área de importação e transporte internacional. Apresentou-se também o histórico da empresa desde a fundação até os dias atuais. Com base no que foi pesquisado, pode-se verificar que o transporte marítimo tem um custo muito menor e o transporte rodoviário é um transporte mais caro, porém de mais confiança, com um prazo muito menor, com isso sugere-se à empresa a utilização dos dois modais. PALAVRAS-CHAVE: transporte, custos, importação.

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LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Curva do Custo Total Estoque................................................................42

Figura 02 – Trem de Carga........................................................................................52

Figura 03 – Gasoduto.................................................................................................53

Figura 04 – Avião de Carga........................................................................................53

Figura 05 – Transporte Fluvial....................................................................................55

Figura 06 – Portainer..................................................................................................56

Figura 07 – Transtainers............................................................................................56

Figura 08 – Straddle Carriers.....................................................................................57

Figura 09 – Reach Stackers ......................................................................................58

Figura 10 – Fork-lifts...................................................................................................59

Figura 11 – Navio Convencional Multipropósito.........................................................60

Figura 12 – Porta-Contêiners.....................................................................................60

Figura 13 – Roll-on/Roll-off (Ro-Ro) ……………………………………………….…….61

Figura 14 – Graneleiros..............................................................................................62

Figura 15 – Carregamento de Contêiner....................................................................62

Figura 16 – Caminhão de Carga................................................................................65

Figura 17 – Foto Dispet..............................................................................................88

Figura 18 – Organograma Dispet...............................................................................90

Figura 19 – Preformas PET........................................................................................93

Figura 20 – Área de distribuição da empresa.............................................................94

Figura 21 – Foto de preformas PET...........................................................................97

Figura 22 – Foto das caixas de preformas PET.........................................................98

Figura 23 – Fluxograma do Processo Logístico Rodoviário.....................................103

Figura 24 – Mapa do trajeto rodoviário de Montevidéu até Itajaí.............................104

Figura 25 – Fluxograma do processo logístico marítimo..........................................108

Figura 26 – Mapa do trajeto marítimo de Montevidéu até Itajaí...............................109

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LISTA DE TABELA

Tabela 01 – Teoria Clássica e Neoclássica...............................................................25

Tabela 02 – Custos transporte rodoviário................................................................110

Tabela 03 – Exemplo custos transporte rodoviário..................................................111

Tabela 04 – Custos transporte marítimo..................................................................113

Tabela 05 – Exemplo custos transporte marítimo....................................................116

Tabela 06 – Vantagens e desvantagens no modal rodoviário.................................119

Tabela 07 – Vantagens e desvantagens no modal marítimo...................................120

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LISTA DE SIGLAS

ABIPET - Associação Brasileira da Indústria do PET

ABTI - Associação Brasileira de Transportadores Internacionais

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

B/L - Bill of Lading

BACEN - Banco Central do Brasil

CI – Comprovante de Importação

CPO - Centro de Processos de Operações

CRT – Conhecimento de Transporte Rodoviário

DI - Declaração de Importação

DMM – Departamento da Marinha Mercante

EADI - Estação Aduaneira Interior

FOB - Free On Bord

ICMS - Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

LI - Licenciamento de Importação

MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MIC/DTA – Manifesto Internacional de Carga Rodoviária / Declaração de Trânsito

Aduaneiro

MM - Ministério da Marinha

NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul

PET - Polyethylene Teraphthalate

PLMI - Protocolo de Liberação de Mercadoria Importada

RFB - Receita Federal do Brasil

SDA - Sindicato dos Despachantes Aduaneiros

SISCOMEX – Sistema Integrado do Comércio Exterior

TA - Teoria da Administração

THC - Terminal Handling Charge

TO - Teoria das Organizações

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................14 1.1 Justificativa .....................................................................................................15 1.2 Objetivo geral e especifico..............................................................................17 1.3 Aspectos Metodológicos.................................................................................17 1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio........................................................17 1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa .........................................................18 1.3.3 Procedimento e instrumentos de coleta de dados ......................................18 1.3.4 Tratamento e análise dos dados.................................................................19 2 REVISÃO DA LITERATURA ..............................................................................20 2.1 Administração Geral .......................................................................................20 2.1.1 Teoria Clássica ...........................................................................................23 2.1.2 Teoria Neoclássica......................................................................................24 2.2 Áreas da Administração..................................................................................26 2.2.1 Administração de marketing .............................................................................26 2.2.2 Recursos Humanos..........................................................................................26 2.2.3 Administração da Produção .............................................................................27 2.2.4 Administração Financeira .................................................................................27 2.2.5 OSM .................................................................................................................28 2.3 Administração de Materiais .................................................................................28 2.3.2 Logística ...........................................................................................................30 2.3.2 Controle de estoques .......................................................................................32 2.3.2.1 Estoque de Proteção.....................................................................................33 2.3.2.2 Estoque de Ciclo ...........................................................................................33 2.3.2.3 Estoque de antecipação ................................................................................34 2.3.2.4 Estoques no canal (de distribuição)...............................................................34 2.3.3 Função e Objetivos de Estoques......................................................................35 2.3.3.1 Previsão para os Estoques............................................................................37 2.3.3.2 Estoque Mínimo ou de Segurança ................................................................38 2.3.3.3 Estoque Máximo............................................................................................40 2.3.3.4 Ponto de Pedido............................................................................................40 2.3.3.5 Lote Econômico de Compra ..........................................................................41 2.3.3.6 Custo Total ....................................................................................................42 2.3.3.7 Curva ABC ....................................................................................................44 2.3.4 Compras...........................................................................................................45 2.3.5 Almoxarifado ....................................................................................................46 2.3.6 Planejamento e Controle da Produção.............................................................47 2.3.7 Transportes e Distribuição................................................................................47 2.3.7.1 Modais de Transporte....................................................................................50 2.3.8 Importação .......................................................................................................65 2.3.8.1 Roteiro Básico de Importação .......................................................................67 2.3.8.2 Órgãos Intervenientes na Importação ...........................................................69 2.3.8.3 Documentos para Transporte Marítimo e Rodoviário....................................70 2.3.8.4 INCOTERMS – Termos Internacionais do Comércio ....................................83 3 A EMPRESA ......................................................................................................88 3.1 Histórico..........................................................................................................89 3.2 Ramo de atividade..........................................................................................90

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3.3 Estrutura organizacional .................................................................................90 3.4 Visão...............................................................................................................91 3.5 Missão ............................................................................................................92 3.6 Filosofia ..........................................................................................................92 3.7 Produtos .........................................................................................................92 3.8 Mercados........................................................................................................93 4 A PESQUISA .....................................................................................................96 4.1 Descrição das etapas do processo logístico...................................................96 4.1.1 Etapas do processo logístico no modal rodoviário......................................96 4.1.2 Etapas do processo logístico no modal marítimo......................................105 4.2 Custos de transporte ....................................................................................110 4.2.1 Custos de transporte rodoviário ................................................................110 Exemplo 1: ..............................................................................................................112 4.2.2 Custos de transporte marítimo..................................................................113 Exemplo 2: ..............................................................................................................115 4.3 Análise entre os modais rodoviário e marítimo.............................................116 5 SUGESTÕES DE MELHORIA .........................................................................121 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................122 7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA......................................................................124 ANEXO I – Modelo B/L............................................................................................127 ANEXO II – Modelo CRT.........................................................................................128 ANEXO III – Modelo MIC/DTA ................................................................................129 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS....................................................................133

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente as Empresas Brasileiras vivem um momento extremamente

desafiador. Este novo cenário é caracterizado pela busca por maior competitividade,

maior desenvolvimento tecnológico, maior oferta de produtos e serviços adequados

às expectativas dos clientes.

Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os

esforços realizados pelos membros da organização e do uso de todos os outros

recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos. (STONER E

FREEMAN, 1995, P. 5).

Dentre tantas áreas que a Administração abrange, está a de Materiais, uma

das áreas que nos últimos anos vem tendo um destaque importante devido ao seu

crescimento, aos novos métodos, ao valor agregado que gera aos produtos ou

serviços e também os custos, porém somente nas últimas décadas é que as

organizações empresariais reconheceram o impacto vital que o gerenciamento

logístico pode ter na obtenção da vantagem competitiva.

Desta forma, não basta à empresa ter um bom produto e eficiência na

produção se não tem à sua disposição um sistema de logística adequado. O que ela

ganha na produção, poderá perder na estocagem e distribuição. Ou seja, não cuidar

adequadamente da logística significa desperdiçar dinheiro.

As constantes mudanças do preço do dólar, a falta de incentivo e apoio do

governo às empresas que importam, já que se priorizam as empresas exportadoras

e se incentiva a produção no Brasil ao invés de importar produtos e serviços ainda

que haja um acordo entre alguns países sul-americanos que formam o MERCOSUL

onde as empresas possuem isenção de alguns impostos e, com isso, possuem mais

segurança para investir, exige das empresas que trabalham com importação muito

planejamento e controle.

A corrente de comércio, soma das exportações e importações de bens, entre

Brasil e Uruguai teve aumento de 31,8% entre janeiro e outubro de 2008, em relação

ao mesmo período do ano passado, chegando a US$ 2,3 bilhões. No período, o

Brasil teve superávit de US$ 561 milhões, resultado superior ao contabilizado entre

janeiro a outubro de 2007, de US$ 447 milhões.

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Nesse período, as exportações brasileiras para o país vizinho somaram US$

1,4 bilhão, representando aumento de 30,5% sobre igual período de 2007 e as

importações brasileiras provenientes do Uruguai registraram crescimento de 34,0%,

ao passarem de US$ 635 milhões para US$ 851 milhões.

Com base no que foi exposto anteriormente, pretende-se, neste trabalho,

demonstrar uma análise entre o transporte marítimo e rodoviário na importação de

preformas PET (Polyethylene Teraphthalate), que são destinadas ao envase de

alimentos, sucos, refrigerantes, água mineral, óleos e bebidas em geral, do Uruguai

para o Brasil, apontando entre ambos qual seria mais viável.

O PET (Polyethylene Teraphthalate) chegou ao Brasil em 1988 e seguiu uma

trajetória semelhante à do resto do mundo, sendo utilizado primeiramente na

indústria têxtil. Apenas, a partir de 1993, passou a ter forte expressão no mercado de

embalagens, notadamente para os refrigerantes. Hoje, o PET está presente nos

mais diversos produtos e, atualmente, em cerca de 80% dos refrigerantes

produzidos no Brasil são utilizadas garrafas PET.

O PET proporciona alta resistência mecânica (impacto) e química, além de ter

excelente barreira para gases e odores. Devido às características já citadas e o peso

muito menor que o das embalagens tradicionais, o PET mostrou ser o recipiente

ideal para a indústria de bebidas em todo o mundo, reduzindo custos de transporte e

produção. Por tudo isso, oferece ao consumidor um produto substancialmente mais

barato, seguro e moderno.

A junção de tais argumentos levou o acadêmico a realizar este trabalho de

demonstrar uma análise entre os modais marítimo e rodoviário.

1.1 Justificativa

As preformas PET cada dia mais tem sua importância no mercado devido ao

aumento de seu uso. Segundo cálculos da ABIPET (Associação Brasileira da

Indústria do PET), só no ano passado, foram produzidas cerca de 432 mil toneladas

de novas embalagens PET no Brasil, 14,3% mais do que em 2006.

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Polyethylene Teraphthalate, mais conhecido como PET, está a invadir as

prateleiras dos supermercados. Este tipo de garrafas de plástico, que são feitas a

partir de “preformas”, ganham a forma dos moldes depois de aquecidas e sopradas

em máquinas “extrusão”, que estão, cada vez mais, a ser aceitas pela indústria

alimentar. As vantagens são inúmeras, a começar pelo peso e robustez das garrafas

que, quando comparadas com garrafas de vidro, não só são mais leves mas também

mais resistentes. O preço é outro fator bastante apelativo que, em momentos de

crise, ganha mais relevo devido às cada vez mais reduzidas margens de lucro. A

facilidade com que se pode moldar uma garrafa PET de forma a tornar o design mais

atrativo, o fato de ser amiga do ambiente por ser fácil a sua reciclagem e a

simplicidade em transportá-la são fatores decisivos no mundo competitivo de hoje.

Mesmo na indústria dos vinhos, garrafas PET começam a ser utilizada para

produtos de baixa qualidade ou de consumo rápido. Inicialmente testadas na França,

mas agora pelo mundo todo, as garrafas PET começam a aparecer num mercado

que há pouco tempo se pensou inimaginável.

Hoje, 100% da importação de preformas PET do Uruguai para o Brasil são

feitas pelo modal rodoviário, porém a organização viu a necessidade de contar com

uma segunda opção.

Já que a organização não possui nenhum estudo comparando esses dois

modais, buscou-se fazer uma análise entre os modais rodoviário e marítimo,

apontando os pontos positivos e negativos, vantagens e desvantagens de ambos,

pois a logística tem um peso considerável para a organização e, demonstrando este

estudo, a organização poderá ter ganhos de tempo, dinheiro, aumentando a

qualidade de seu nível de serviço, podendo assim ser mais competitiva num

mercado que é bastante concorrido, sendo que qualquer detalhe pode fazer

diferença.

Com isso, esperamos estar aprendendo mais, não somente sobre o trabalho

como também conhecimento geral para a futura carreira que nos espera.

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1.2 Objetivo geral e especifico

O presente trabalho de estágio tem como objetivo geral apontar qual é o

transporte mais viável para a importação de Preformas Pet do Uruguai para o Brasil

entre os modais marítimo e rodoviário.

E objetivos específicos:

• Descrever as etapas do processo logístico que o produto percorre

desde o embarque até a chegada;

• Demonstrar todos os custos da logística de ambos os modais;

• Analisar as características de cada modal pesquisado;

1.3 Aspectos Metodológicos

Este capítulo trata da metodologia utilizada para a realização do trabalho.

Veremos adiante como a pesquisa foi caracterizada, como foi feita a coleta de dados

e, por último, como se deram o tratamento e análise dos dados.

Para Roesch (1996), a metodologia descreve como o trabalho será realizado,

partindo dos objetivos para definir que tipo de projeto é mais apropriado.

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio

Nesta pesquisa foram adotadas as metodologias qualitativas e quantitativas.

Segundo Oliveira (1999, p. 116), com relação ao emprego do método ou

abordagem qualitativa esta difere da quantitativa pelo fato de não empregar dados

estatísticos como dentro do processo de análise do problema. A diferença está no

fato de que o método qualitativo não tem a pretensão de numerar ou medir unidades

ou categorias homogêneas.

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Quanto ao método quantitativo, segundo Roesch (2007), se o propósito do

projeto implica medir relações entre variáveis ou avaliar o resultado de algum

sistema ou projeto, recomenda-se utilizar preferentemente o enfoque da pesquisa

quantitativa.

A Pesquisa realizada foi do tipo descritiva, pois foram explanadas todas as

etapas da logística na importação de PET, nos modais marítimo e rodoviário, bem

como uma comparação entre ambos para se conhecer o mais viável em termos de

rapidez e custos.

Para Roesch (1996, p.129), ”as pesquisas de caráter descritivo não procuram

explicar alguma coisa ou mostrar relações causuais, como as pesquisas de caráter

experimental”.

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa

Este trabalho foi realizado junto à empresa Dispet Indústria Comércio

Importação Exportação Ltda, que conta com uma população de 35 colaboradores

sendo que foi realizado nos Departamentos de Comércio Exterior que é terceirizado

pela empresa, e o Departamento de Materiais, que é administrado pela Dispet. A

pesquisa foi censitária, pois atingiu 100% da população estudada, não tendo

amostra.

Segundo Roesch (2007), população é um grupo de pessoas ou empresas que

interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo.

Amostra é construir um subconjunto da população que é representativo nas

principais áreas de interesse da pesquisa. (ROESCH, 2007, p. 139).

1.3.3 Procedimento e instrumentos de coleta de dados

As informações necessárias para a realização desta pesquisa foram obtidas

através de coleta de dados primários que, segundo Roesch (2005), são os dados

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existentes na organização os quais deverão ser coletados interna ou externamente,

colhidos diretamente pelo pesquisador enquanto que, conforme Roesch (1996),

dados secundários são informações já existentes na empresa, ou seja, são dados

disponíveis para consultas, sejam eles na forma de relatórios, banco de dados,

documentos, arquivos ou outras informações provenientes de determinada área. O

estudo também basear-se-á em informações fornecidas pelos departamentos e pela

organização através de entrevistas com colaboradores, em observação direta.

O Estagiário observou os procedimentos na empresa no mês de Abril de

2009, no setor de Comércio Exterior, a fim de colher informações para descrever as

atividades de acordo com os objetivos propostos. Vale salientar que a observação

foi não participante.

1.3.4 Tratamento e análise dos dados

A pesquisa será de forma descritiva com o objetivo de levantar todas as

informações necessárias e fornecer informações sobre o processo logístico, para

que se possa fazer a análise entre o transporte na importação de PET do Uruguai

para o Brasil nos modais marítimo e rodoviário.

As informações serão apresentadas através de tabelas onde serão

apresentados os custos, fluxogramas onde serão apresentados todos os

procedimentos desde a compra da mercadoria até a chegada na Dispet, figuras para

ilustrar alguns componentes da pesquisa e textos descrevendo a pesquisa.

Serão utilizados os softwares Excel, Visio, e Word da empresa Microsoft.

Todos os dados coletados serão organizados de forma adequada para que se

possa cumprir o objetivo geral e os objetivos específicos propostos.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Este capítulo tem por objetivo apresentar o referencial teórico sobre o tema do

trabalho de conclusão de estágio. Assim serão utilizados como base teórica, livros

que versem sobre administração, logística, transporte internacional e importação.

2.1 Administração Geral

Administração pode ser definida como trabalho com recursos humanos,

financeiros e materiais, para atingir objetivos organizacionais através do

desempenho das funções de planejar, organizar, liderar e controlar. A finalidade da

administração é estabelecer e alcançar o objetivo ou objetivos da organização.

(MAGGINSON, 1998, p. 13).

A palavra administração tem sua origem no latim, significando subordinação

ou obediência, isto é, aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem.

“Em sua origem, a palavra administração se refere a uma função que se

desenvolve sob o comando de outro, de um serviço que se presta a outro”.

(CHIAVENATO, 1994, p.3).

“A tarefa da administração é interpretar os objetivos propostos pela empresa e

transformá-los em ação empresarial por meio de planejamento, organização,

direção, e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os

níveis da empresa a fim de atingir tais objetivos. Assim, a Administração é o

processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos

organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz”.

Durante toda sua longa história até meados do século XVIII, as empresas se

desenvolveram com impressionante lentidão. Apesar de sempre ter existido o

trabalho organizado e dirigido ao longo da civilização, tanto a história da

humanidade quanto a história das empresas e, sobretudo, a história da sua

administração, são uns capítulos recentes que tiveram o seu inicio há bem pouco

tempo.

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A partir de 1776, com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-

1819) e sua conseqüente aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de

trabalho, que veio modificar completamente a estrutura social e comercial da época

provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social

que, em um período de aproximadamente um século, foram maiores do que todas as

transformações ocorridas no milênio anterior. É o período chamado de Revolução

Industrial, que se iniciou na Inglaterra e rapidamente se alastrou por todo o mundo

civilizado da época. A Revolução Industrial provocou a substituição do precário

artesanato das oficinas pela industrialização, preparando o caminho para o

aparecimento das modernas empresas e dos desafios de sua administração.

Segundo Chiavenato (2000, p. 4), A História das empresas pode ser dividida

em seis fases: Artesanal, Transição do artesanato para a industrialização,

desenvolvimento industrial, gigantismo industrial, moderna e globalização.

Embora faça distinção entre direção, papel dos dirigentes e função de

administração, presentes em todos os níveis e nos mais variados graus, Fayol

reconhece que a função de administração tem lugar tão marcante no papel dos

dirigentes que pode às vezes, parecer que esse papel é puramente administrativo.

Em outras palavras, dirigimos e governamos graças à administração, e

denominando sua doutrina. Cabe a Fayol (1987, p. 14) dar uma definição de dirigir

“conduzir a empresa para atingir sua meta, procurando aproveitar, da melhor

maneira possível, todos os recursos de que ela dispõe”.

A teoria da administração (T.A.) é, em certos aspectos, uma decorrência da

Teoria das Organizações (T.O.), um meio de operacionalizar conceitos e ideologias

a respeito das organizações. A teoria da administração trata do estudo da

administração dessas organizações em geral e das empresas em particular. A T.A. é

uma teoria em crescente expansão e acontece gradativamente. Começou como uma

teoria em crescente, inicialmente com alguns poucos aspectos e variáveis situados

dentro da organização e voltados exclusivamente para os problemas mais concretos

e imediatos. Do ponto de vista de sua aplicação não se apresenta de maneira

uniforme, mas varia enormemente de acordo com as escolas e teorias

administrativas e de acordo com os aspectos e variáveis que cada uma delas

considerou relevantes na sua época para fundamentar as suas conclusões ou para

solucionar os problemas então mais importantes com que se defrontavam.

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22

A história da T.A. é recente e tem seu início no começo do século XX. Pode

ser resumida em cinco frases bem distintas e que se superpõem. Cada uma dessas

cinco fases realça bem e enfatiza um aspecto importante da administração.

Todas as teorias administrativas apresentadas são válidas, embora cada qual

valorize apenas uma ou algumas das cinco variáveis básicas. Na realidade, cada

teoria administrativa surgiu como uma resposta aos problemas empresariais mais

relevantes de sua época. E, nesse aspecto, todas elas foram bem-sucedidas ao

apresentarem soluções especificas para tais problemas. De certo modo, todas as

teorias administrativas são aplicáveis às situações de hoje. E o administrador precisa

conhecê-las bem para ter a sua disposição um naipe de alternativas interessantes

para cada situação. A indústria automobilística utiliza em suas linhas de montagens

os mesmos princípios da Administração Cientifica e em sua estrutura organizacional

os mesmos princípios da Teoria Clássica e Neoclássica. Sua organização

empresarial como um todo pode ser explicada pela teoria da Burocracia. Seus

Supervisores são preparados segundo a abordagem da Teoria Comportamental. As

relações dessas empresas com a sua comunidade são consideradas sob o prisma

da Teoria Estruturalista e da Teoria da Contingência. Sua interface com a tecnologia

é explicada pela Teoria da Contingência.

Atualmente, a T.A. estuda a administração das empresas e demais

tipos de organizações do ponto de vista da interação e

interdependência entre as cinco variáveis principais, cada qual objeto

específico de estudo por parte de uma ou mais correntes da teoria

administrativa. As cinco variáveis básicas – tarefa, estrutura, pessoas

tecnologia e ambiente – constituem os principais componentes no

estudo da administração das empresas. (CHIIAVENATO, 2000, p.

23).

Devido a crescente importância da administração e aos novos e complexos

desafios com que ela se defronta, os autores e pesquisadores têm se concentrado

em algumas partes ou em algumas variáveis isoladas do enorme contexto de

variáveis, que intervém cada qual com sua natureza, seu impacto sua duração sua

importância. Na medida em que a administração se defronta com novos desafios e

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23

novas situações que se desenvolvem com o passar do tempo, as teorias

administrativas precisam adaptar suas abordagens ou modificá-las completamente

para continuarem úteis e aplicáveis.

2.1.1 Teoria Clássica

Existem diversas Teorias da Administração, porém nos capítulos a seguir

foram abordadas duas das principais delas.

Enquanto Taylor apresentava a Administração Científica nos Estados Unidos,

surgiu na França (1916) a Teoria Clássica, caracterizada pela ênfase na estrutura, e

também em busca de eficiência das empresas.

Fayol assim classifica os princípios:

• Divisão do trabalho: consiste na especialização das tarefas e das pessoas

para aumentar a eficiência.

• Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de dar ordens e o poder

de esperar obediência; a responsabilidade é uma conseqüência natural da

autoridade. Ambas devem estar equilibradas entre si.

• Disciplina: depende da obediência, comportamento e respeito às normas

estabelecidas.

• Unidade de comando: o empregado deve receber ordens de um único

superior, princípio da autoridade única.

• Unidade de direção: uma cabeça e um plano para cada grupo de atividades

que tenham o mesmo objetivo.

• Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais: os interesses

gerais devem sobrepor-se aos interesses particulares.

• Remuneração do pessoal: justa e capaz de satisfazer às necessidades dos

empregados e atender à empresa em termos de retribuição.

• Centralização: concentração da autoridade no topo da organização.

• Cadeia escalar: linha de autoridade de escalão mais alto ao mais baixo;

princípio do comando.

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24

• Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar, ordem material

e humana.

• Equidade: amabilidade e justiça para alcançar lealdade do pessoal.

• Estabilidade e duração do pessoal: quanto mais tempo um empregado

permanece no cargo, tanto melhor; a rotatividade é um fator negativo.

• Iniciativa: a capacidade de visualizar um plano e assegurar seu sucesso.

Espírito de equipe: harmonia e união entre pessoas são grandes forças para a

organização.

No capítulo a seguir foi descrito sobre a teoria Neoclássica.

2.1.2 Teoria Neoclássica

Apesar da influência das ciências do comportamento sobre a teoria

administrativa os pontos de vista dos autores clássicos nunca deixaram de ser

considerados.

A Abordagem Neoclássica é a Teoria Clássica devidamente atualizada e

redimensionada aos problemas administrativos atuais e ao tamanho das

organizações modernas. Seguem abaixo algumas características da Teoria

Neoclássica, segundo Chiavenato (2000):

• Ênfase nos aspectos práticos da Administração.

• Pragmatismo (influência do espírito pragmático americano).

• Busca de resultados concretos e palpáveis.

• Reafirmação relativa dos postulados clássicos: Retomada do material

desenvolvido pela Teoria Clássica, redimensionando-o e reestruturando-o de

acordo com as contingências da época atual, dando-lhe uma configuração

mais ampla e flexível.

• Os Princípios de Administração que os clássicos utilizavam como "leis"

científicas são retomados como critérios mais ou menos elásticos para busca

de soluções administrativas práticas.

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25

• Para alguns autores, o estudo da Administração se baseia na apresentação

de princípios como planejar, organizar, controlar etc.

• Como quase todos autores clássicos, os neoclássicos também se

preocupavam em estabelecer os princípios gerais de Administração capazes

de orientar o administrador no desenvolvimento de suas funções (abordagem

prescritiva).

• Os princípios não devem ser abordados de uma forma rígida e absoluta, mas

relativa e flexível (com base no bom senso do Administrador).

• Toda organização existe para alcançar objetivos e produzir resultados. É em

função dos objetivos e resultados que a organização deve ser dimensionada,

estruturada e orientada.

• Um dos produtos da Teoria Neoclássica é a chamada Administração por

Objetivos (APO) que será tratada mais adiante (capítulo 10).

• Enquanto a Administração Científica punha ênfase nos métodos e na

racionalização do trabalho e a Teoria Clássica punha ênfase nos princípios

gerais da Administração, a Teoria Neoclássica considera os meios na busca

da eficiência, mas enfatiza os fins e os resultados na busca de eficácia.

Segue abaixo um quadro demonstrando uma comparação entre a Teoria

Neoclássica e Teoria Clássica:

Tabela 01: Teoria Clássica e Neoclássica

Taylor Fayol

Administração Científica Teoria Clássica

Ênfase nas tarefas Ênfase na estrutura

Aumento da Eficiência Aumento da Eficácia

Eficiência operacional Eficiência através da forma e disposição dos órgãos.

Fonte: Fayol (1987)

No Capítulo seguinte serão abordados os conceitos das áreas da

administração.

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2.2 Áreas da Administração

São descritos a seguir os conceitos sobre as diversas áreas da administração.

2.2.1 Administração de marketing

No Brasil, por volta de 1954 o marketing foi traduzido por mercadologia,

quando surgiram os primeiros movimentos para a implantação de curso específico

em estabelecimento superior, e desde então tem sido adotada essa expressão.

Entretanto o termo em inglês significa ação no mercado, com uma conotação

dinâmica e não simplesmente de estudos de mercado como a tradução sugere.

Segundo Las Casas (1989), Marketing é a área do conhecimento que engloba

todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação

dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados

objetivos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que

essas relações causam no bem estar da sociedade.

2.2.2 Recursos Humanos

A administração de recursos humanos surge em decorrência do crescimento

das organizações e do aumento da complexidade das tarefas de gestão de pessoal.

“Administração de Recursos Humanos é o ramo especializado da ciência da

administração que envolve todas as ações que tem com objetivo a integração do

trabalhador no contexto da organização e o aumento de sua produtividade. É, pois, a

área que trata de recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento,

manutenção, controle e avaliação pessoal” (GIL, 1994 p. 14).

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27

2.2.3 Administração da Produção

A função produção, entendida como o conjunto de atividades que levam a

transformação de um bem tangível em um outro com maior utilidade, acompanha o

homem desde sua origem. Quando polia a pedra a fim de transformá-la em utensílio

mais eficaz, o homem pré-histórico estava executando uma atividade de produção.

No fim do século XIX, surgiram nos Estados Unidos os trabalhos de Frederick

W. Taylor, considerado o pai da Administração Científica. E, com os trabalhos dele,

a sistematização do conceito de produtividade.

Segundo Martins e Laugeni (2006, p. 6) “as atividades desenvolvidas por uma

empresa visando atender a seus objetivos de curto, médio e longo prazo se inter-

relacionam, muitas vezes, de forma extremamente complexa”. Como tais atividades,

na tentativa de transformar insumos, tais como matérias-primas, em produtos

acabados e/ou serviços, consomem recursos e nem sempre agregam valor ao

produto final.

2.2.4 Administração Financeira

Para Ribeiro (1972, p. 3) Administração financeira é a que trata de qualquer

atividade financeira, de fins lucrativos ou não. Compreende um conjunto de

operações destinadas à formação de recursos monetários indispensáveis ao

pagamento dos fatores da produção e sua distribuição, bem como o planejamento

das transações comerciais e de financiamento.

A maioria das empresas de pequeno ou médio porte se ressente de uma

administração financeira adequada, no que se refere à simplificação e padronização

e que são elementos preponderantes na consecução final.

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2.2.5 OSM

A título de um pequeno espaço, vale mencionar que a primeira pessoa a

utilizar a frase “organização e método” foi e ex-presidente norte americano Woodrow

Wilson em 1887. Em suas palavras ele afirma que, depois que o movimento de

reforma que se instaurava naquela época atingisse seus objetivos, deveria voltar-se

não só para o aperfeiçoamento do pessoal, mas também para a organização e

método das repartições.

No entanto não é nos Estados Unidos que o termo assume sua representação

com unidade organizacional, mas na Inglaterra com Simpson.

No Brasil, a responsabilidade da incorporação do termo vai ficar por conta de

Miller em 1951, na escola Brasileira de Administração Pública, da Fundação Getúlio

Vargas.

Segundo Esmeralda e Alvarez (1990) Organização, Sistemas e Métodos é a

função de planejamento e organização que se desenvolve na construção da

estrutura de recursos e operações de uma empresa, bem como na determinação de

seus planos-meios, principalmente na definição dos procedimentos, rotinas ou

métodos.

O Objetivo básico é a eliminação do inútil e supérfluo, tanto na forma como na

substancia a fim de possibilitar um resultado maior e/ou melhor, dentro de uma

mesma unidade de tempo. (ESMERALDA E ALVAREZ, 1990 p. 30).

2.3 Administração de Materiais

O objetivo é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente

dos meios de planejamento e controle, minimizando as necessidades de capital para

o estoque. (DIAS, 1993).

Antes da Década de 80, a grande preocupação empresarial era vender,

produzir e faturar. Então vieram dois grandes problemas: o trabalhista e as despesas

financeiras elevadas. Poucas empresas estavam preparadas para enfrentá-los,

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principalmente as familiares, mais inclinadas a se autofinanciarem. Houve um

aquecimento geral quanto aos estoques, de sua parcela de contribuição na redução

de capital de giro, de sua eficácia, seus elevados custos e os enormes riscos de usá-

los como fator especulativo. (DIAS, 1993).

“Administrar materiais é uma atividade que vem sendo realizada nas

empresas desde os primórdios da administração. Ela tomou um grande impulso a

partir do momento em que a logística se estendeu muito além das fronteiras das

empresas, tendo como principal objetivo atender as necessidades e expectativas

dos clientes”. (GONÇALVES, 2004, p. 02).

A meta principal de uma empresa é, com certeza, maximizar o lucro sobre o

capital investido, sejam em fábricas, equipamentos, financiamentos de vendas,

reserva de caixa ou em estoques. Para atingir o lucro máximo, ela deve usar capital

para que não permaneça inativo. Caso haja maior necessidade, ela emprestará ou

tirará dinheiro de um dos cinco itens acima mencionados. Espera-se, então, que o

dinheiro investido em estoques seja o lubrificante necessário para a produção e o

bom atendimento das vendas. (DIAS, 1993).

Segundo Gonçalves (2004, p. 2) a administração de materiais tem o objetivo

de conciliar os interesses entre a necessidade de suprimentos e a otimização dos

recursos financeiros e operacionais das empresas.

Segundo Garcia e Kritz (1996), para atingir esses objetivos, o profissional da

administração de materiais deve tornar eficientes os meios de planejamento e

controle de modo a diminuir as necessidades de capital para o estoque.

A Administração de Materiais trata de todas as etapas de movimentação e de

guarda desses materiais, visando a garantir que os investimentos em estoques

sejam de rentabilidade segura, em termos de lucro e de atendimento as metas da

organização. (GARCIA E KRITZ, 1996, p. 9).

Para termos uma boa administração de materiais precisamos também ter um

bom gerenciamento da logística, que é um dos principais fatores para ter sucesso,

buscar competitividade e ter algum diferencial perante os concorrentes, por isso no

próximo capítulo veremos alguns conceitos sobre logística.

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30

2.3.2 Logística

A palavra logística é de origem francesa (do verbo loger: alojar). Era um termo

militar que significava a arte de transportar, abastecer e alojar as tropas, servia para

apoiar as estratégias de abastecimento dos exércitos na guerra, não podendo deixar

faltar nada aos soldados no campo de guerra.

Somente num passado recente é que as organizações empresariais

reconheceram o impacto vital que o gerenciamento logístico pode ter na obtenção

da vantagem competitiva.

Os princípios de gerenciamento logístico levaram uns 70 anos ou mais para

serem claramente definidos.

Segundo Bowersox e Closs (2001), a logística envolve diversos setores da

empresa, integrando informações, transporte, estoque, armazenamento, manuseio

de materiais e embalagem. Abrange, assim, o planejamento, a implementação e o

controle do fluxo e do armazenamento de produtos, com as respectivas informações

sobre eles, do ponto de origem ao ponto de consumo.

O que é o gerenciamento logístico no sentido como é entendido hoje?

Existem muitas maneiras de definir a logística, mas o conceito principal poderia ser:

“A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição,

movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos

acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da

organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar

as lucratividades presentes e futuras através do atendimento dos

pedidos a baixo custo”. (MARTIN CHRISTOPHER, 2002, p. 02).

A procura de uma vantagem competitiva sustentável e defensável tem se

tornado a preocupação de todo gerente alerta para as realidades do mercado. Não

se pode mais pressupor que os produtos bons sempre vendem, nem é aceitável

imaginar que o sucesso de hoje continuará no futuro.

Para Ballou (2007), a concepção logística agrupa as atividades relativas ao

fluxo de produtos e serviços para administração coletiva. Essas atividades englobam

atividades de comunicação, transporte e estoques. A empresa precisa, portanto,

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focalizar o controle e a coordenação coletivos das atividades logísticas para alcançar

ganhos potenciais.

Segundo Martin Christopher (2002, p. 10), a missão do gerenciamento

logístico é planejar e coordenar todas as atividades necessárias para alcançar níveis

desejáveis dos serviços e qualidade ao custo mais baixo possível. Portanto, a

logística deve ser vista como o elo entre o mercado e a atividade operacional da

empresa. O raio de ligação da logística estende-se sobre toda a organização, do

gerenciamento de matérias-primas até a entrega do produto final.

Umas das mais importantes tendências comerciais do século XX foi à

emergência da logística como conceito integrador que abrange toda a cadeia de

suprimentos, desde a matéria-prima até o ponto de consumo. A filosofia

fundamental, que está por trás desse conceito, é a do planejamento e a

coordenação do fluxo de materiais da fonte até o usuário como um sistema

integrado, e não apenas, como quase sempre acontece, gerenciar o fluxo de bens

como uma série de atividades independentes. Desta forma, sob o regime de

gerenciamento logístico, o objetivo é atividade de aquisição, de tal modo que os

clientes sejam servidos com níveis cada vez mais altos, ainda assim mantendo os

custos baixos. Em outras palavras, alcançar o objetivo da vantagem competitiva

através da redução de custos e da melhoria dos serviços. (Martin Christopher, 2002).

Segundo Martin Christopher (2002, p. 218), Um estudo elaborado na América

do norte para o Council Of Logistics Management procurou identificar as

características das companhias que possuíam a liderança em logística:

• Demonstram um importantíssimo comprometimento com os clientes;

• Enfatizam o planejamento;

• Protegem-se contra o exagero do controle funcional;

• Comprometem-se com alianças externas com fornecedores de

serviços;

• Possuem um processo logístico altamente formalizado;

• Incentivam a flexibilidade operacional;

• Empregam medições de desempenho de grande alcance;

• Investem no estado-da-arte da tecnologia de informações;

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È evidente que para alcançar sucesso em todas as áreas é necessário fazer

mudanças significativas dentro da companhia, exigindo uma transformação que vai

além da reformulação do organograma e envolvendo uma mudança cultural que

deve começar pelo executivo principal da empresa.

Descobrir fórmulas, modelos matemáticos de redução de estoques, sem um

colapso na produção e sem um aumento de custos, é o grande desafio.

O estoque é necessário para que o processo de produção-venda da empresa

opere com um número mínimo de preocupações e desníveis. Os estoques podem

ser de: Matéria-prima, produtos em fabricação e produtos acabados. O Setor de

Controle de Estoque acompanha e controla o nível de estoques e o investimento

financeiro envolvido.

Segundo Dias (1993, p. 16), uma tradicional organização de um sistema de

materiais pode ser dividida nas seguintes áreas de concentração:

2.3.2 Controle de estoques

O Problema de suprimento de bens duráveis ou perecíveis existe desde os

primórdios da humanidade; porém, somente com a revolução industrial iniciou-se,

efetivamente, uma administração mais cientifica da gestão de estoques.

(GONÇALVES, 2004, p. 54).

Indubitavelmente, uma das mais importantes funções da administração de

materiais está relacionada com o controle de níveis de estoques. É notório que todas

as organizações de transformação devem preocupar-se com o controle de estoques,

visto que desempenham e afetam de maneira bem definida o resultado da empresa.

(POZO, 2002 p. 32).

Para Dias (1986) a administração de estoques deve minimizar o capital total

investido em estoques, pois ele é caro e aumenta continuamente, uma vez que o

custo financeiro aumenta. Sem estoque é impossível uma empresa trabalhar, pois

ele funciona como amortecedor entre os vários estágios da produção até a venda

final do produto. Quanto maior o investimento nos vários tipos de estoques tanto

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maior é a capacidade e a responsabilidade de cada departamento na empresa. Para

a gerência a minimização dos estoques é uma das metas prioritárias.

Segundo Pozo (2002) Cabe a esse setor o controle das disponibilidades e

das necessidades totais do processo produtivo, envolvendo não só os almoxarifados

de matérias-primas e auxiliares, como também os intermediários e os de produtos

acabados. Seu objetivo é não deixar faltar material ao processo de fabricação,

evitando alta imobilização aos recursos financeiros.

As várias razões para o desequilíbrio entre a taxa de fornecimento e de

demanda em diferentes pontos de qualquer operação levam a diferentes tipos de

estoque. Há quatro tipos de estoque: estoque de proteção, estoque de ciclo, estoque

de antecipação e estoque de canal, do qual falaremos a seguir.

2.3.2.1 Estoque de Proteção

O estoque de proteção também é chamado de estoque isolador. Seu

propósito é compensar as incertezas inerentes a fornecimento e demanda. Ela vai

encomendar bens de seus fornecedores de modo que sempre haja pelo menos certa

quantidade da maioria dos itens em estoque. (SLACK; CHAMBERS JOHNSTON,

2002, p. 382).

É muito importante para as empresas trabalharem com um estoque de

proteção, pois pode haver falhas nas previsões e cálculos, podendo ocasionar

parada na produção, comprometendo a entrega do produto ao cliente, com o

estoque de proteção às empresas terão ainda algum tempo para trabalhar caso isso

ocorra.

2.3.2.2 Estoque de Ciclo

O estoque de ciclo ocorre porque um ou mais estágios na operação não

podem fornecer simultaneamente todos os itens que produzem. Por exemplo, uma

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padaria que faz três tipos de pães, todos igualmente populares entre seus

consumidores. Devido à natureza dos processos de misturar e assar, somente um

tipo de pão pode ser produzido por vez. O padeiro teria que produzir cada tipo de

pão em fornadas ou lotes. Portanto, mesmo quando a demanda é estabelecida e

previsível, haverá sempre algum estoque para compensar o fornecimento irregular

de cada tipo de pão. (SLACK; CHAMBERS JOHNSTON, 2002, p. 383).

2.3.2.3 Estoque de antecipação

O estoque de antecipação é mais comumente usado quando as flutuações de

demanda são significativas, mas relativamente previsíveis. Ele também pode ser

usado quando as variações de fornecimento são significativas, como em alimentos

de safra enlatados. (SLACK; CHAMBERS JOHNSTON, 2002, p. 384).

Estoque de antecipação é uma previsão que a empresa estima que vai haver

em determinado período, podendo assim antecipar as compras das matérias-primas,

insumos e materiais, deve ser bem estudado para que não sobrem muitos materiais

podendo gerar despesas desnecessárias para a empresa.

2.3.2.4 Estoques no canal (de distribuição)

Estoques no canal de distribuição existem porque material não pode ser

transportado instantaneamente entre o ponto de fornecimento e o ponto de

demanda. Se uma loja de varejo encomenda itens de um de seus fornecedores, o

fornecedor vai alocar estoque para a loja de varejo em seu próprio armazém,

embalá-lo, carregá-lo em seus caminhões, transportá-lo para seu destino,

descarregá-lo no estoque do varejista. Desde o momento que o estoque é alocado

até o momento em que se torna disponível para a loja de varejo, ele é dito no canal

de distribuição. Todo estoque, portanto, em trânsito, é estoque no canal. (SLACK;

CHAMBERS JOHNSTON, 2002, p. 384).

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Seriam materiais já comprados, porém que ainda não foram entregues que

estão a caminho da empresa, como hoje se trabalha com pouco estoque para

reduzir custos às empresas fazem suas programações contando com esse estoque.

2.3.3 Função e Objetivos de Estoques

A Administração de estoques deve minimizar o capital total investido em

estoques, pois ele é caro e aumenta continuamente, uma vez que o custo financeiro

aumenta. Sem estoque é impossível uma empresa trabalhar, pois ele funciona como

amortecedor entre os vários estágios da produção até a venda final do produto.

Quanto maior o investimento nos vários tipos de estoques, tanto maior é a

capacidade e a responsabilidade de cada departamento da empresa. Para a

gerência financeira, a minimização dos estoques é uma das metas prioritárias.

Segundo Dias (1993, p. 24), a Administração central da empresa deverá

determinar ao departamento de controle de estoques o programa de objetivos a

serem atingidos, isto é, estabelecer certos padrões que sirvam de guia aos

programadores e controladores e também de critérios para medir a desempenho do

Departamento. Estas políticas são diretrizes que, de maneira geral, são as

seguintes:

• Metas de empresa quanto a tempo de entrega dos produtos ao cliente;

• Definição do número de depósitos e/ou de Almoxarifados e da lista de

materiais a serem estocados neles;

• Até que níveis deverão flutuar os estoques para atender uma alta ou

baixa das vendas ou uma alteração no consumo;

• Até que ponto será permitida a especulação com estoques, fazendo

compra antecipada com preços mais baixos ou comprando uma

quantidade maior para obter desconto;

• A definição da rotatividade dos estoques.

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Existe um grau de atendimento que indica em % o quanto da parcela de

previsão de consumo ou das vendas (matéria-prima ou produto acabado) deverá ser

fornecida pelo almoxarifado. Por exemplo: se quisermos ter um grau de atendimento

de 95% e temos um consumo ou venda mensal de 600 unidades, devemos ter

disponíveis para fornecimento 570 unidades. (DIAS, 1993).

Segundo Dias (1993, p. 28), Para organizar um setor de controle de estoques,

inicialmente deveremos descrever suas funções principais que são:

• Determinar “o quê” deve permanecer em estoque. Número de itens;

• Determinar “quando” se devem reabastecer os estoques.

Periodicidade;

• Determinar “quanto” de estoque será necessário para um período

determinado; quantidade;

• Acionar o departamento de compras para executar aquisição de

estoque comprar;

• Receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com

as necessidades;

• Controlar os estoques em termos de quantidade e valor e fornecer

informações sobre a posição do estoque;

• Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e

estados dos materiais estocados;

• Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados;

Existem diversos aspectos dos estoques que devem ser especificados, antes

de montar um sistema de controle de estoques. Um deles refere-se aos diferentes

tipos de estoques existentes em uma fábrica. Outro diz respeito aos diferentes

pontos de vista quanto ao nível adequado de estoque que deve ser mantido para

atender as necessidades da empresa. Um terceiro ponto seria a relação entre o nível

do estoque e o capital necessário envolvido. Os principais tipos de estoques

encontrados em uma empresa industrial são: matérias-primas, produtos em

processo, produtos acabados e peças de manutenção.

No capitulo seguinte será abordado sobre previsão para os estoques.

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37

2.3.3.1 Previsão para os Estoques

Toda a teoria dos estoques está pautada na previsão de consumo do

material. A previsão do consumo ou da demanda estabelece estas estimativas

futuras dos produtos acabados comercializados pela empresa. Estabelece, portanto,

quais produtos, quanto desses produtos e quando serão comprados pelo cliente.

Segue abaixo algumas técnicas usuais para calcular a previsão de consumo,

segundo Dias (1993):

• Método do último período;

• Método da média móvel;

• Método da média móvel ponderada;

• Método da média com ponderação exponencial;

• Método dos mínimos quadrados;

Todo e qualquer armazenamento de material gera determinados custos que

são:

• Juros;

• Depreciação;

• Aluguel;

• Equipamento de Movimentação;

• Deterioração;

• Obsolescência;

• Seguros;

• Salários;

• Conservação;

Todos eles podem ser agrupados em diversas modalidades:

• Custos de capital (juros, depreciação);

• Custos com pessoal (Salários, encargos sociais);

• Custos com edificação (Aluguel, impostos, luz, conservação);

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• Custos manutenção (deterioração, obsolescência, equipamento);

Existem duas variáveis que aumentam esses custos, que são a quantidade

em estoque e o tempo que permanece em estoque. Grandes quantidades em

estoque somente poderão ser movimentadas com a utilização de mais pessoal ou

então, com o maior uso de equipamentos, tendo como conseqüência a elevação

destes custos. No caso de um menor volume em estoque, o efeito é exatamente ao

contrário.

Todos esses custos relacionados podem ser chamados de custos de

armazenagem. São calculados baseados no estoque médio e geralmente indicados

em % do valor em estoque (Fator Armazenagem). Os custos de armazenagem são

proporcionais à quantidade e ao tempo que uma peça permanece em estoque.

Determinam-se esses custos por meio de fórmulas e modelos matemáticos, e

uma vez calculados seu valor, transforma-se o mesmo em valor percentual em

relação ao estoque analisado. Este passa a ser o fator de armazenagem.

Os custos de armazenagem anteriormente pareciam pequenos e com pouca

possibilidade de redução. Na realidade, era considerável tendo-se em vista que

representava um meio de grande eficácia para diminuir os custos globais da

empresa e, conseqüentemente, poderia ser uma arma poderosa para enfrentar a

concorrência.

No próximo capitulo será abordado sobre estoque mínimo.

2.3.3.2 Estoque Mínimo ou de Segurança

A determinação do estoque mínimo é também uma das mais importantes

informações para a administração dos estoques. Esta importância está diretamente

ligada ao grau de imobilização financeira da empresa. O estoque mínimo ou também

chamado de estoque de segurança, por definição, é a quantidade mínima que deve

existir em estoque, que se destina a cobrir eventuais retardamentos no

ressuprimento, objetivando a garantia do funcionamento ininterrupto e eficiente do

processo produtivo, sem o risco de faltas.

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Se conhecêssemos perfeitamente todos os fatores que influenciam a

demanda de produtos e se esses fatores pudessem ser representados por uma

função matemática, mesmo a mais complexa delas, então seria possível fazer

previsões da demanda com exatidão. Porém, essa possibilidade na prática não

existe.

Muitos fatores influenciam a demanda de um determinado produto e é, em

muitos casos, inerentes a imprevisibilidade. Fatores como clima, economia, políticas

governamentais, estratégias de marketing, tendências da moda ou estilos,

modificação da renda das pessoas e muitos outros fatores podem modificar

consideravelmente a demanda de determinados produtos.

Essas incertezas levam à necessidade de se determinar um estoque adicional

para amortecer os efeitos da imprevisibilidade do suprimento de bens de uma

empresa.

Segundo Pozo (2002) é uma quantidade mínima de peças que tem que existir

no estoque com a função de cobrir as possíveis variações do sistema, que podem

ser: eventuais atrasos no tempo de fornecimento, rejeição do lote de compra, ou

aumento da demanda do produto.

Segundo Gurgel e Francischini (2002), uma maneira simples de cálculo cuja

probabilidade de falta deve ser a menor possível é:

Eseg = (Dmáx – DM) x (TRmáx – TR)

Em que:

Eseg = Estoque de Segurança

Dmax = Demanda máxima histórica

DM = Demanda média

TRmax = Tempo de reposição máximo

TR = Tempo de reposição médio

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2.3.3.3 Estoque Máximo

É o resultado da soma do estoque de segurança mais o lote de compra. O

nível máximo de estoque é normalmente determinado de forma que seu volume

ultrapasse a somatória da quantidade do estoque de segurança com o lote em um

valor que seja suficiente para suportar variações normais de estoque em face de

dinâmica de mercado, deixando margem que assegure, a cada novo lote, que o

nível máximo de estoque não cresça e onere os custos de manutenção de estoque.

(POZO, 2002, p. 60).

2.3.3.4 Ponto de Pedido

É a quantidade de peças que temos em estocagem e que garante o processo

produtivo para que não ocorram problemas de continuidade, enquanto aguardamos

a chegada do lote de compra, durante o tempo de reposição. Isso quer dizer que

quando um determinado item de estoque atinge seu ponto de pedido deveremos

fazer o ressuprimento de seu estoque, colocando-se um pedido de compra. (POZO,

2002, p. 59).

Segundo Gurgel e Francischini (2002), ponto de pedido pode ser calculado da

seguinte forma:

PP=DM x TR + Eseg

Em que:

PP = Ponto de Pedido

DM = Demanda Média

TR = Tempo de Reposição

Eseg = Estoque de Segurança

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2.3.3.5 Lote Econômico de Compra

Uma das técnicas utilizadas para equacionar o conflito de interesses que

existe em uma empresa, no que se refere aos níveis ótimos de estoques, envolve a

determinação de uma quantidade ideal de compra de cada item do estoque.

O Lote econômico de compra tem por finalidade determinar a quantidade a

ser comprada, tendo como objetivo a minimização dos custos totais que atingem os

estoques. (GONÇALVES, 2004, p. 56).

Muitos autores têm atribuído a fórmula do lote econômico a Lord Kelvin, que

estudava o diâmetro econômico de um condutor elétrico, levando em conta o custo

do investimento e o custo da energia elétrica dissipada em um determinado período.

Outros autores atribuem a R. H. Wilson essa fórmula, denominando-a, por isso,

fórmula de Wilson, que a utilizou nos sistemas de estoques que vendia ás empresas.

Para Pozo (2002), quando temos estoque-reserva toda vez que se aumenta à

quantidade a ser comprada, aumentamos o estoque médio de nossa empresa, e

isso propicia, também o aumento de custos de manutenção de armazenagem, juros,

obsolescência, deterioração entre outros. Por outro lado, aumentando-se os custos

de pedido de compra, o custo por unidade comprada, de mão-de-obra e manuseio.

O resultado é que teremos dois focos de forças nos afetando, ou seja, duas fontes

opostas, uma encorajando estoques para facilidade de atendimento, porém com

custos críticos, e outra desencorajando em face desses custos.

Segundo Petrônio e Alt (2002), podemos calcular o Lote Econômico de

compra da Seguinte forma:

Onde:

A = Custo de Aquisição (de pedir)

Ip = Custo anual de manutenção de estoque

Q = Demanda (volume anual) em unidades

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Pu = Custo unitário

Para se ter uma excelente administração de estoques é necessário saber os

principais produtos, os que têm maior valor e rentabilidade para a empresa, portanto

no próximo capítulo será abordado a curva ABC.

2.3.3.6 Custo Total

Sendo considerado fixo o preço de determinado item, a equação custo total é:

Custo Total = Custo Total de Armazenagem + Custo To tal de Pedido

Logo, o custo total é o somatório do Custo de Armazenagem e do Custo do

Pedido.

Figura 01: Curva do custo total de estoque

Fonte: Dias (2005)

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Toda teoria de dimensionamento e controle de estoques baseia-se em

minimizar o custo total dado por essa equação.

A figura mostra a curva da equação do custo de estoque total. É a soma dos

dois fatores de custo, custo de pedido (B), e custo de armazenagem (I). Esta

equação tem um mínimo, isto é, o custo total é mínimo quando Q = Qo.

Vamos agora detalhar a equação para o custo total:

1. O estoque médio em unidades de uma peça é Q/2, onde Q é o número de

peças compradas por pedido;

2. O valor do estoque médio é P . Q/2, onde P é o preço unitário da peça;

3. O custo total de armazenagem por ano é (P . Q/2) . I, onde I é a taxa de

armazenagem anual;

4. O número de pedidos colocados no fornecedor por ano é C/Q onde C é o

consumo total anual; e

5. O custo total de pedido por ano (CTP) é (C/Q)B, onde B é o custo unitário do

pedido.

A fórmula do custo total é: CT = (C/Q) . B + (P.Q/2) . I Pode-se minimiza o CT de várias formas:

1. Calculando a derivada do CT em relação a Q e fazendo-se igual a zero, isto é,

dCT/dQ = 0, a fim de determinar o ponto no qual a inclinação da curva é zero

e ocorrer o CT mínimo;

2. Usando o método das tentativas, e substituindo na fórmula diferentes valores

de Q, até se obter o menor CT;

3. Utilizando um teorema que diz: “O mínimo da soma de duas variáveis cujo

produto é constante ocorre para valores iguais de variáveis.”

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2.3.3.7 Curva ABC

A curva ABC é um importante instrumento para o administrador; ela permite

identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto a

sua administração. Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme

a sua importância relativa. (DIAS, 1993).

Segundo Martins e Alt (2002), a curva ABC é uma das formas mais usuais de

se examinar estoques. Essa análise consiste na verificação, em certo espaço de

tempo (6 meses ou 1 ano), do consumo, em valor monetário ou quantidade, dos

itens em estoque, para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de

importância.

A curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, para a

definição de políticas de vendas, estabelecendo prioridades para a programação da

produção e uma série de outros problemas usuais na empresa.

Segundo Martins e Alt (2002), levantam-se toda a movimentação do estoque

durante determinado período, faz-se o cálculo monetário que cada item do estoque

representa, ordenando-os por ordem decrescente do valor consumido durante o

período e calcular os percentuais que cada um dos itens em relação ao total.

Segundo Dias (1993, p. 86), após os itens terem sido ordenados pela

importância relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes

maneiras:

Classe A: Grupos de itens mais importantes que devem ser tratados com

uma atenção bem especial pela administração.

Classe B: Grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C.

Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção

por parte da administração.

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2.3.4 Compras

O setor de compras ou suprimentos, como atualmente é denominado, tem

responsabilidade preponderante nos resultados de uma empresa em face de sua

ação de suprir a organização com recursos materiais para seu perfeito desempenho

e atender as necessidades de mercado.

Uma definição de responsabilidade de compras, muito utilizada e que é

importante voltarmos a frisar, é a capacidade de comprar materiais e produtos na

qualidade certa, na quantidade exata, no tempo certo, no preço correto e na fonte

adequada. (POZO, 2002 p. 141).

Para Dias (1986, p. 221), a função compras é um segmento essencial do

departamento de Materiais ou Suprimentos que tem por finalidade suprir as

necessidades de materiais ou serviços, planejá-la quantitativamente e satisfazê-la no

momento certo com as quantidades corretas, verificar se recebeu efetivamente o

que foi comprado e providenciar armazenamento. Compras é, portanto, uma

operação da área de materiais, mas essencial entre as que compõem o processo de

suprimento.

Seu objetivo principal é assegurar o suprimento dos bens e serviços

necessários, tanto para a produção quanto para as demais atividades da empresa.

Essa gestão começa pela busca de fornecedores que tenham condições de oferecer

bens e serviços de boa qualidade, dentro dos requisitos estabelecidos pela empresa,

atendendo aos prazos fixados e entregando os bens e serviços dentro das

especificações, com boas condições de fornecimento. (GONÇALVES, 2004 p. 3).

Segundo Pozo (2002) o termo compras frequentemente lembra o processo de

compras administrativas de materiais. Nesse processo de compras, existem as

seguintes atividades centrais:

• Assegurar descrição completa das necessidades;

• Selecionar fontes de suprimentos;

• Conseguir informações de preço;

• Colocar os pedidos (ordem de compra);

• Acompanhar os pedidos;

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• Verificar notas fiscais;

• Manter registros e arquivos;

• Manter relacionamento com vendedores;

2.3.5 Almoxarifado

O Nascimento dos almoxarifados e consequentemente da profissão de

almoxarife, perde-se na noite nos tempos, sendo talvez uma das profissões mais

antigas da humanidade: nasceu, sem dúvida alguma, com as antigas pirâmides do

Egito.

Almoxarifados é o local onde os materiais são estocados para serem

oportunamente distribuídos aos setores que deles se abastecem. (ARAÚJO, 1987, p.

23).

Segundo Dias (1986) O almoxarifado está diretamente ligado à movimentação

ou transporte interno de cargas, e não se pode separá-lo.

Nas pequenas empresas forma um serviço único no qual se incorporam o

armazém de matérias-primas e o serviço de compras, de um lado, e dos produtos

acabados e o serviço de vendas, de outro. Além do mais, nas grandes manufaturas,

sobretudo quando se trabalha em série, são necessários outros armazéns, como os

de ferramentas e peças avulsas. (ARAÚJO, 1987, p. 25).

Segundo Araújo (1987) a missão do almoxarifado, qualquer que seja a classe,

é servir de intermediário, dando abrigo provisório a certos produtos; sua obrigação

dependerá, por conseguinte, deste caráter transitório e se orientará no sentido de

dar maiores facilidades para as entradas e saídas dos produtos, para que o seu

estágio seja o mais breve possível e para que o estoque se torne suficiente para as

necessidades normais.

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2.3.6 Planejamento e Controle da Produção

Segundo Pozo (2002) o planejamento da produção é um conjunto de ações

inter-relacionadas que objetiva direcionar o processo produtivo da empresa e

coordená-lo como os objetivos do cliente. O PCP é um sistema de transformações

entre marketing, engenharia, fabricação e materiais, no qual são manuseadas as

informações a respeito de vendas, linhas de produto, capacidade produtiva,

potencial humano, estoques existentes e previsões para atender as necessidades de

vendas, sua tarefa é transformar todos os planos em ordens viáveis de fabricação.

O Planejamento da produção é o principal elemento de coordenação das

atividades de vários departamentos de uma indústria. Essa coordenação é

particularmente importante entre os departamentos de vendas, produção e compras.

Além disso, é importante ter um procedimento normativo e organizado do processo

de programação que nos permita controlar todas as etapas da produção, prever

possíveis desvios nos prazos e tomar decisões de correção.

2.3.7 Transportes e Distribuição

A colocação do produto acabado nos clientes e as entregas das matérias-

primas na fábrica é responsabilidade do setor de transportes e distribuição.

Transportes, para a maioria das organizações, são as atividades logísticas

mais importantes, simplesmente, porque absorvem, em média, de um a dois terços

dos custos logísticos. É essencial, pois, que nenhuma organização moderna possa

operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas ou de produtos

acabados de alguma forma (POZO, 2002, p. 165).

Segundo Gurgel (2000), o transporte é, sim, um elo essencial entre a

expedição da empresa e o cliente, e seu funcionamento eficiente depende única e

exclusivamente de um trabalho conjunto de todas as áreas.

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É nesse setor que se executa a Administração da frota de veículos da

empresa, e onde também são contratadas as transportadoras que prestam serviços

de entrega e coleta.

Considerável atenção tem sido dada ao sistema chamado SCM (“Supply

Chain Management” – Gerenciamento da Cadeia de Suprimento). Este pretende

coordenar todas as funções do “gerenciamento do Fluxo de Materiais” e

informações, abordando toda a atividade relacionada com materiais desde o

recebimento do pedido de vendas (ou previsão de vendas) até a entrega ao cliente.

Além disso, o gerenciamento da cadeia de abastecimento é oferecido como

uma grande ponte de controle entre o fabricante e o distribuidor. Esta “coordenação”

possibilita, que o fabricante gerencie o reabastecimento de materiais ao distribuidor.

Por sua vez, o distribuidor envia seus dados de demanda e estoque ao fabricante,

que não estabelecerá a melhor sincronização de abastecimento e quantificará cada

item.

O controle deste fluxo de materiais, para distribuidor e fabricante, tem dois

objetivos básicos:

• Melhorar o serviço ao cliente;

• Maximizar os lucros

Estes dois objetivos são de igual importância, mas o serviço ao cliente precisa

ser atendido antes da maximização dos lucros.

Centros de Distribuição (CD) – a medida em que a quantidade de linhas de

produtos consumidos aumenta, a logística determina a evolução da expedição das

fabricas para o que se denomina Centros de Distribuição, separando as atividades

de expedição e transporte para entrega ao cliente.

Os principais clientes dos CD’s costumam ser fabricantes de bens de

consumo com um universo de pontos de venda pulverizados ou varejistas que

necessitam suprir suas unidades com grande freqüência. Neste caso, é nos CD’s

que são consolidados produtos de diversos fornecedores para posterior distribuição.

(RODRIGUES, 2003, p. 68).

Os centros de distribuição concentram a distribuição ao cliente a partir de

pontos de estocagem regionais de grande porte, estrategicamente localizados e com

controle centralizado. Isso pressupõe transporte de lotes em grandes quantidades

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da fabrica para estes locais, a partir de onde serão atendidos pedidos dos clientes.

(RODRIGUES, 2003, p. 69). As principais vantagens obtidas com os Centros de

Distribuição são:

• A centralização do comando elimina a duplicação de pessoal em vários

armazéns.

• O controle centralizado elimina atrasos, pela imediata identificação do

nível de estoque em qualquer dos Centros de Distribuição.

• O preço do transporte e o tempo de entrega a clientes são reduzidos.

Cada vez mais engajados em atender melhor o cliente através da melhoria da

relação custo e benefício, os empresários vêm buscando alternativas para

armazenar seus produtos de forma mais eficiente e barata. Segundo Bowersox &

Closs (2001), para não manter estoque e permitir um rápido fluxo de produtos a

baixos custos de transporte, é possível utilizar instalações intermediárias entre as

unidades produtoras e os clientes finais, também conhecidos como Transit Point,

Cross Docking, e Merge in Transit.

Cross-docking – é o fluxo acelerado de produtos do recebimento à expedição.

Se você tiver docas de recebimento e de expedição e uma instalação de

armazenagem, as cargas que entram usualmente vão diretamente à estocagem. No

Cross-docking, as cargas que entram são levadas diretamente à expedição como

parte do fluxo de saída. (MOURA; REZENDE; GASNIER; CARILLO JR.; BANZATO,

2003, p. 278).

Numa instalação de manufatura, o produto acabado normalmente vai a ponto

de embalagem e à estocagem. Com o Cross-docking, o produto viaja diretamente da

embalagem à expedição – algumas vezes, diretamente aos veículos que as

esperam. (MOURA; REZENDE; GASNIER; CARILLO JR.; BANZATO, 2003, p. 279).

Características do Cross-docking:

• O local do destino do material é conhecido no ato do recebimento;

• Seu cliente está pronto para receber o material imediatamente;

• Você expede para menos de 200 locais diariamente;

• O Fluxo diário no centro de distribuição supera 2.000 volumes;

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• Você recebe grandes quantidades de itens individuais;

• O produto em suas docas é pré-rotulado;

• Seu centro de distribuição está no limite da capacidade de estocagem.

Transit Point - as instalações do tipo Transit Point, diferem-se dos CDs por

não apresentarem estoque e os produtos que recebem já possuírem destinos certos,

não havendo a necessidade de espera por um pedido. Estão localizados para

atender uma determinada área geográfica distante dos armazéns centrais ou de

difícil acesso, operando como local de passagem. Sua operação consiste em

receber carregamentos consolidados, separá-los e carregá-los em veículos menores

para entrega locais a clientes individuais (Google).

Merge in Transit - pode ser considerada uma extensão do Cross Docking,

associado às técnicas de qualidade como o Just-in-Time. Seu objetivo é montar

produtos ao longo da cadeia de distribuição. Isto se torna necessário com o advento

da globalização, onde cada vez mais produtos possuem suas peças fundamentais

produzidas em diversos países. Exemplo clássico são os computadores, que podem

ser montados já no momento de entregar ao cliente. (Google).

2.3.7.1 Modais de Transporte

De todos os problemas que afetam o transporte de cargas no Brasil, o mais

preocupante é certamente a distorção de nossa matriz de transportes. Enquanto

países de grandes dimensões territoriais, como EUA, Canadá, China, e Rússia,

utilizam predominantemente o modal ferroviário e aquaviário, em detrimento do

rodoviário, no Brasil, o que se observa é exatamente o contrário, ou seja, predomínio

absoluto do rodoviário. (FIGUEIREDO; FLEURY, WANKE, 2003 p. 239).

Os cinco tipos de modais de transporte são: o ferroviário, o rodoviário, o

aquaviário, o dutoviário e o aéreo.

O transporte intermodal, que é aquele que se utiliza mais de uma modalidade

de transporte (modal) entre a origem e o destino. O principal aspecto da

intermodalidade é a livre troca de equipamentos entre os modais, por exemplo, uma

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parte de um contêiner rodoviário pode ser carregada a bordo de uma aeronave, ou

uma carreta pode ser puxada por um transportador aquático.

O transporte multimodal que é aquele em que se emprega mais de uma

modalidade de transporte entre a origem e o destino e realizado por um “Operador

de Transporte Multimodal – OTM”, devidamente credenciado, o qual será o

responsável perante o usuário pelo trajeto total acordado. Um transporte multimodal,

portanto, é coberto por um único Conhecimento de embarque, o Documento de

Transporte Multimodal, o que significa que o transportador contratual é responsável

perante o usuário pelo transporte em sua totalidade, desde a origem até o destino

final. (VIEIRA, 2003, p. 14).

Ferroviário – O Modal ferroviário recentemente privatizado convive com uma

série de limitações, que vem dificultando sobremaneira seu desenvolvimento no

país. A primeira das limitações é a extensão da malha. Com pouco mais de 28.000

quilômetros de linha, nossa malha apresenta uma densidade de 0,32 quilômetros de

via por quilômetro quadrado de área territorial, contra um índice de 2,98 nos EUA.

(FIGUEIREDO; FLEURY, WANKE, 2003 p. 242).

É basicamente um transportador de longo curso e um movimentador lento de

matéria-prima (carvão, madeira e produtos químicos) de produtos manufaturados de

baixo valor (alimentos, papel e produtos de madeira) e prefere mover embarques de

carregamento completo.

O Serviço ferroviário existe de duas formas legais: transportador comum ou

privado. O transportador comum vende seus serviços de transporte a todos os

embarcadores e é guiado pelas regulamentações econômicas e de segurança das

agencias governamentais apropriadas. Em contraste, os transportadores privados

são adquiridos pelo embarcador com o intento de servir apenas ao proprietário. Por

causa do limitado escopo das operações do transportador privado, nenhuma

regulamentação econômica é necessária. Praticamente, todo movimento ferroviário

é do tipo comum. (BALLOU, 2001, p. 123).

As estradas de ferro oferecem uma diversidade de serviços especiais ao

embarcado, desde a movimentação de mercadorias a granel, como carvão e grãos,

até produtos refrigerados e automóveis novos, que exigem equipamento especial.

Outros serviços incluem serviço expresso para garantir a chegada dentro de um

certo número de horas; privilégio de várias paradas, que permitem carregamento

parcial e descarregamento entre os pontos de origem e de destino; coleta e entrega;

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e diversificação e redespacho, que permitem circuito de roteirização e mudanças no

destino final de um embarque enquanto em percurso. (BALLOU, 2001, p. 124).

A seguir uma imagem de um trem de cargas.

Figura 02: Trem de carga

Fonte: Dispet

Dutoviário – Até agora, o transporte por dutovia oferece uma faixa muito

limitada de serviços e capacidades. Os produtos economicamente mais viáveis para

serem movimentados por dutovia são: o petróleo cru, os produtos de petróleo

refinado e o gás natural.

A movimentação do produto por meio de dutovia é muito vagarosa, cerca de

apenas 3 a 4 milhas por hora. Essa lentidão é abrandada pelo fato de que os

produtos movem-se 24 horas por dia e sete dias por semana. (BALLOU, 2001, p.

126).

Com relação ao tempo em trânsito, o serviço de dutovias é o mais confiável

de todos os modais, porque há poucas interrupções para causar a variabilidade no

tempo em trânsito. (BALLOU, 2001, p. 126).

A Seguir segue uma imagem de um duto utilizado no transporte de álcool.

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Figura 03: Gasoduto

Fonte: Dispet

Aéreo – o transporte aéreo está sendo utilizado por um número crescente de

embarcadores para o serviço comum, apesar de as taxas de frete aéreo excederem

as do rodoviário por mais de duas vezes e as do ferroviário por mais de 16 vezes. O

atrativo do transporte aéreo é a sua velocidade imbatível entre origem e destino,

especialmente em longas distancias. (BALLOU, 2001, p. 124).

A confiabilidade e a disponibilidade do serviço aéreo podem ser classificadas

como boas sob as condições de operações normais. A variabilidade do tempo de

entrega é pequena em termos, mesmo considerando que o serviço aéreo é bastante

sensível a quebras mecânicas, condições meteorológicas e congestionamento de

tráfego. A variabilidade, quando com os tempos médios de entrega, pode posicionar

o aéreo como um dos modais menos confiáveis. (BALLOU, 2001, p. 125).

Com base no texto apresentado segue uma imagem de um modal aéreo.

Figura 04: Avião de carga

Fonte: Dispet

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Lacustre – Navegação realizada em lagos, basicamente ligando circu-

vizinhança, podendo também ser nacional ou internacional. Um exemplo de

navegação lacustre nacional é realizado no Brasil na Lagoa dos Patos, no Rio

Grande do Sul, unindo Porto Alegre a Rio Grande. Como exemplo de navegação

internacional pode ser dada aquela que ocorre nos grandes lagos, grande porção de

água na divisa entre vários estados Norte-Americanos e Canadenses.

É um modal de pouca importância, principalmente quando considerada em

relação a todos os demais, sendo importante, porém, a sua menção como um dos

modais existentes para o transporte de carga, pela sua própria existência.

Fluvial – O serviço de transporte fluvial é limitado em escopo por várias

razões. O serviço fluvial doméstico está confinado aos sistemas de vias aquáticas

internas, que exigem que os embarcadores estejam localizados nas vias aquáticas

ou que usem outro modal de transporte em combinação com o fluvial. (BALLOU,

2001, p. 125).

Os rios têm características que permitem sua navegação natural dentro de

limites, em cada trecho ou em sua totalidade. A existência de cachoeiras,

afloramentos rochosos, pedras e corredeiras, curvas fechadas (pequeno raio de

curvatura), estreitamento das margens e profundidade do canal de navegação

impõem limitações quanto à dimensão e capacidade de transporte das

embarcações. Os períodos de águas altas e baixas também são fatores que

influenciam sazonalmente essa questão.

Fica claro, portanto, que é necessária uma mudança do perfil de transportes

de carga no país, mudança esta que propiciará economia de óleo diesel, economia

na manutenção de rodovias (com a redução do seu uso excessivo e diminuição de

acidentes) e preservação da natureza.

A seguir uma imagem demonstrando o transporte fluvial.

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Figura 05: Transporte Fluvial

Fonte: Dispet

Marítimo –- Estima-se que o transporte marítimo é o modal utilizado em 90%

das operações de comércio exterior no mundo. (VIEIRA, 2003, p. 14).

O transporte marítimo pode ser contratado através de agentes marítimos

(representantes das companhias de navegação); freight forwarders (transitários ou

agentes internacionais de carga); NVOCCS – Non Vessel Owner Common Carriers

(companhias de navegação que não possuem navios próprios); operadores

logísticas (além da distribuição física, são responsáveis pelas demais atividades

logísticas) ou acessórias de comércio exterior, que muitas vezes intermedeiam a

contratação do transporte.

O transporte marítimo é mais vantajoso, em relação a outro meio de

transporte, quando se trata de transportar produtos em grande quantidade, e com

um custo reduzido, por unidade. As principais desvantagens estão relacionadas com

a pouca flexibilidade e a baixa velocidade que este meio de tranporte oferece

(Carvalho, 2002, p. 194).

Existe uma grande diversidade de equipamentos para movimentação no

modal marítimo, estes equipamentos variam em função do tipo de operação e do

porte do terminal. Veremos a seguir os principais deles, com um comentário sobre

suas funções e respectivas imagens.

Portaniers – Fazem a transferência de contêineres do navio para o cais do

porto.

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Figura 06: Portainers

Fonte: Dispet

Transtainers – São gruas de pátio montadas sobres pneus que fazem a

transferência do container do caminhão ao terminal e vice-versa.

Figura 07: Transtainers

Fonte: Dispet

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Straddle Carriers – de grande versatilidade, estes equipamentos possuem,

maior velocidade e flexibilidade, podem fazer curvas e fazem o translado direto do

container do cais ao pátio do terminal.

Figura 08: Straddle Carriers

Fonte: Dispet

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58

Reach Stackers – São empilhadeiras de alcance de grande utilização em

terminais de médio porte.

Figura 09: Reach Stackers

Fonte: Dispet

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59

Fork-lifts – Utilizadas em terminais pequenos podem empilhar contêineres em

até cinco níveis.

Figura 10: Fork-lifts

Fonte: Dispet

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60

Os principais tipos de navios de carga encontrados hoje são:

Convencionais multipropósito – São navios polivalentes, destinados ao

transporte de carga geral, solta ou conteinerizada. Geralmente carregam carga solta

nos porões e carga conteinerizada no convés, conforme imagem a seguir:

Figura 11: Navio Convencional multipropósito

Fonte: Dispet

Portas-Contêiner – Como veremos na imagem a seguir, são navios celulares

destinados exclusivamente ao transporte de contêineres. Não dispõe de meios

próprios de carga e descarga, exigindo que essas operações sejam realizadas por

equipamentos pertencentes aos portos.

Figura 12: Portas-Contêiner

Fonte: Dispet

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Roll-on/roll-off – São embarcações utilizadas no transporte de cargas

(principalmente veículos e reboques de caminhões) que são embarcados por meio

de rodagem, através de rampas que se conectam ao cais.

A seguir um modelo desta embarcação:

Figura 13: Roll-on/roll-off

Fonte: Dispet

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62

Graneleiros – São navios especializados no transporte de granéis sólidos

(bulkcarriers) ou líquidos (tankers), conforme a seguir:

Figura 14: Graneleiros

Fonte: Dispet

Figura 15: Carregamento de Container

Fonte: Dispet

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Rodoviário – em contraste com o serviço ferroviário é um serviço de

transporte de produtos semi-acabados e acabados.

As vantagens inerentes do modal rodoviários são: seus serviços porta a porta

de modo que nenhum carregamento ou descarregamento é exigido entre a origem e

o destino, como freqüentemente acontece nos modais ferroviário e aéreo; sua

freqüência e disponibilidade de serviço e sua velocidade de porta a porta e

conveniência.

O transporte rodoviário tem sido considerado o meio de transporte mais

comum e eficiente no território nacional, apesar do custo do frete. De acordo com

Arnold (1999), comparado aos demais meios de transporte, o caminhão tem um

custo de aquisição relativamente baixo, sendo o meio de transporte mais adequado

para a distribuição de pequenos volumes a áreas mais abrangentes.

No Brasil o setor rodoviário de cargas convive com uma série de problemas

estruturais. Dentre eles se destacam a informalidade e fragmentação do setor, uma

frota crescentemente envelhecida pela incapacidade de renovação, a insegurança

que resulta em crescente roubo de cargas, a falta de regulamentação e o excesso

de capacidade que resulta em concorrência predatória e preços inferiores aos custos

reais. (FIGUEIREDO; FLEURY, WANKE, 2003 p. 240).

A frota de veículos de carga, com cerca de 1,8 milhão de unidades possui

uma idade média de 18 anos, sendo que 67% possuem mais de dez anos de idade.

Essa situação se torna ainda mais preocupante quando se contata que 87% das

empresas transportadoras não possuem um programa de renovação da frota.

Aqui, mais de 60% da carga é transportada pelo rodoviário, contra 26% nos

EUA, 24% na Austrália, e 8% na China. (FIGUEIREDO; FLEURY, WANKE, 2003 p.

239).

Os serviços rodoviários e ferroviários apresentam algumas diferenças

características, apesar de eles competirem em muitos embarques de produtos.

Primeiro, além de transportadores comuns e privados, o serviço rodoviário oferece

serviços de transportadores contratados também. Os transportadores contratados

não são contratados por todos os embarcadores, assim como fazem os

transportadores comuns. Os embarcadores fazem um arranjo contratual para obter o

serviço que melhora atenda as suas necessidades particulares sem incorrer em

despesas e em problemas administrativos associados à propriedade privada de uma

frota e caminhões. (BALLOU, 2001, p. 124).

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Os veículos rodoviários podem variar bastante no seu tipo e capacidade de

transporte de carga, podem transportar qualquer tipo de carga, dependendo para

isto da viabilidade econômica e do seu tamanho.

Normalmente os caminhões tem 2 ou 3 eixos, sendo que as carretas podem

apresentar-se com uma variação de 3 a 6 eixos, dependendo da finalidade para a

qual é utilizada, isto é, a mercadoria a ser transportada. (KEEDI, MENDONÇA, 2003,

P. 129).

Segundo Keedi e Mendonça (2003), os veículos utilizados no transporte

rodoviário são:

Caminhões: São veículos fixos, monoblocos, constituindo-se de uma única

parte que incorpora a cabine, com motor, e a unidade de carga (carroceria). Podem

apresentar os mais variados tamanhos e ter 2 ou 3 eixos, podendo atingir a

capacidade de carga de até cerca de 23 toneladas.

Carretas: São veículos articulados e, portanto, possuindo unidades de tração

e de carga em módulos separados. Estas duas unidades são denominados cavalos

mecânicos e semi-reboques.

Semi-reboques : são equipamentos que não apresentam qualquer eixo na

dianteira, mas tão-somente na traseira, devendo ser acoplado aos cavalos

mecânicos. Eles podem ser dos mais diversos tipos com abertos, em forma de

gaiolas, plataformas, cegonheiras, tanques, baú e sider, cada qual apropriado a uma

determinada carga.

Também apresentam capacidades de carga diversas que, dependendo do

número de eixos do cavalo mecânico (dois ou três), e do semi-reboque (dois ou

três), variam até cerca de 30 toneladas.

São mais versáteis que os caminhões podendo deixar o semi-reboque para

ser carregado e recolhido posteriormente. Enquanto isso o cavalo mecânico pode

ser utilizado para transporte de outros semi-reboques.

Boogies / Trailers / Chassis : São as carretas plataformas citadas,

apropriadas para o transporte de contêineres.

Treminhões: A exemplo das carretas, são veículos articulados, porém,

especiais. São constituídos por cavalos mecânicos, semi-reboques e reboque,

portanto, composto de três partes, normalmente apropriados para o transporte de

containeres.

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Estes são veículos que não podem transitar por qualquer estrada, em face do

seu peso bruto total (cerca de 70 toneladas), e que seguem apenas roteiros

preestabelecidos e autorizados pelo ministério dos transportes.

A seguir uma imagem de um dos principais veículos utilizados no transporte

rodoviário.

Figura 16: Caminhão de Carga

Fonte: Dispet

2.3.8 Importação

O comércio internacional é o setor de primordial importância para os países

menos desenvolvidos, como para os países que atingiram estágio superior de

desenvolvimento. Nos primeiros, os governos estão conscientes de que, da

expansão do intercambio e da melhoria das condições de troca, muito depende o

crescimento econômico; nas nações mais poderosas os esforços são renovados,

visando as melhores posições no mercado mundial, necessárias a manutenção do

ritmo de desenvolvimento e, assim, do prestígio de que desfrutam entre as demais

nações.

Atualmente, está se vivendo o crescimento das operações de comércio

exterior brasileiro, porém não temos visto muitos investimentos neste setor que é

muito precário. Enquanto em outros países possuem uma infra-estrutura excelente,

o Brasil deixa muito a desejar, principalmente nas estruturas dos portos que é o

principal meio para fazer um processo de comércio exterior.

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Os portos são divididos em porto e porto seco ou EADI (Estação Aduaneira

Interior), conforme a seguir.

EADI ou Porto Seco - Estação Aduaneira Interior – é um depósito

alfandegário localizado na zona secundária (fora do porto organizado), geralmente

no interior. Recebe as cargas ainda consolidadas, podendo nacionalizá-las de

imediato ou trabalhar como entreposto aduaneiro. Dessa forma, a EADI armazena a

mercadoria do importador pelo período que este desejar, em regime de suspensão

de impostos, podendo fazer a nacionalização fracionada. Ou seja, quem investe em

Porto Seco visa movimentar carga de importação. O mesmo pode acontecer na

exportação, Este sistema permite que o exportador utilize a EADI para depositar sua

carga e, a partir do momento que esta entra na estação, todos os documentos

referentes à transação podem ser negociados normalmente como se a mercadoria já

estivesse embarcada. Pelo sistema, o custo de armazenagem fica a cargo do

importador e, assim que a carga é colocada dentro do Porto Seco (EADI), cessam as

responsabilidades do exportador sobre ela. A recusa do importador em pagar o valor

da armazenagem não é determinante no fato de o dispositivo ser pouco utilizado. Os

custos de armazenagem no Brasil são mais baixos do que os praticados no exterior.

O problema é que os exportadores ainda não conhecem bem este sistema.

Porto - é uma área, abrigada das ondas e correntes marítimas, localizada à

beira de um oceano, mar, lago ou rio, destinada ao atracamento de barcos e navios,

e com o pessoal e serviços necessários ao carregamento e descarregamento de

carga e ao estoque temporário destas, bem como instalações para o movimento de

pessoas e carga ao redor do setor portuário, e, em alguns casos, terminais

especialmente designados para acomodação de passageiros.

Um porto que está localizado à beira de um oceano ou de um mar é

constantemente chamado de porto marítimo. Já um pequeno porto destinado

principalmente à recreação é mais habitualmente chamado de marina.

Normalmente os cálculos de estruturas portuárias para atracação dos barcos

em segurança, como quebra-mares, molhes, bacias de evolução e outras são

efetuados por especialistas em engenharia hidráulica utilizando-se de modelos

matemáticos e de modelos físicos em laboratórios de hidráulica marítima porém para

que um porto possa operar com certa segurança e agilidade é preciso que tenha

algumas características e estruturas que veremos a seguir:

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• Presença de profundos canais de água (profundidade ideal varia com o

calado das embarcações).

• Proteção contra o vento e ondas.

• Acesso a estradas e/ou ferrovias.

Portos de carga movimentados devem ter acesso a uma vasta rede ferroviária

ligando o porto a outras regiões agrícolas e/ou industriais, permitindo assim o

escoamento de diversos produtos a outras regiões do país e do mundo.

2.3.8.1 Roteiro Básico de Importação

Seque abaixo um roteiro de importação segundo Maluf (2003).

Pesquisa de Mercado: Identificar a melhor opção para a compra, tanto em

qualidade, prazo de entrega, assistência técnica quanto à relação ao preço e à

modalidade de pagamento. Esta pesquisa poderá ser realizada por fax, e-mail,

feiras.

Legislação: Consultar a legislação brasileira para definir se a importação da

mercadoria é permitida, se está sujeita a alguma exigência para que a sua

internalização possam ocorrer, exigências cambiais e fiscais da importação. Isso

serve de parâmetro na negociação, inclusive para que não haja perda de tempo

entre as partes.

Estudo de Viabilidade da Operação : Levantar os custos da importação.

Será formulado com base na preconização da legislação no que se refere à base de

calculo para pagamento dos impostos, considerando as despesas aduaneiras e

outras despesas que se fizerem necessárias para a realização da internalização da

mercadoria. O custo estimado será à base de custo para se calcular o preço de

venda/aquisição, do produto e com base nisso definir a sua viabilidade em importar

ou não.

Negociação: Negociar a operação. A negociação será feita tomando por

base a pesquisa realizada junto à legislação como condicionante a realização da

operação, assim como levando em consideração a legislação cambial que regula as

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condições para a negociação da modalidade de pagamento e da definição das

condições de venda possíveis de aplicação nas operações de importação. Depois de

concluída a negociação, as partes assinarão o contrato de compra e venda e o

exportador no exterior emitirá e enviará a fatura Pró-forma ao importador.

Preparação da Mercadoria: Preparar a mercadoria para o embarque.

Enquanto o exportador no exterior prepara a mercadoria para o embarque, o

importador brasileiro deverá tomar todas às providências para que seja garantida a

internalização da mercadoria, atendendo as exigências estabelecidas pela legislação

brasileira seja em nível cambial, fiscal e administrativo, bem como colocar A

exportadora par de qualquer exigência necessária para que ocorra o embarque da

mercadoria. O importador enviará ao exportador a instrução de documentação, para

que a mesma seja enviada ao importador em consonância com as exigências da

legislação brasileira.

Prontidão da mercadoria: Avisar a prontidão da carga. Estando a

mercadoria pronta para embarque, nos termos e condições estabelecidas entre as

partes, deverá o exportador avisar ao importador ou a quem este designar, para que

as providencias de sua responsabilidade sejam tomadas.

Embarque da Mercadoria: Autorizar o embarque da mercadoria. O

embarque deverá ocorrer na forma combinada, sendo que a contratação do frete e

do seguro internacional deverá ser feita segundo a condição de venda. Logo após o

embarque o exportador deverá enviar ao importador por e-mail, fax, etc. o aviso de

embarque, fornecendo os dados conforme o modal de transporte, se marítimo: nome

do navio numero do conhecimento de embarque, data de saída do porto de

embarque, data prevista de chegada no porto de destino, numero da viagem,

numero do selo do container, nome do armador; se aéreo: cia. Aérea, número do

conhecimento aéreo, número e data(s) do(s) vôo(s) e conexões – se houverem; se

rodoviário: nome da cia. Transportadora, número e data do conhecimento rodoviário,

data estimada de chegada na fronteira, tempo de viagem até o destino final; se

ferroviário: nome da cia. ferroviária, número e data de emissão do conhecimento,

data prevista de carregamento caso a mercadoria não complete um vagão inteiro,

data estimada de chegada na fronteira, data estimada de chegada ao destino.

Envio dos documentos: O importador deverá acompanhar junto ao

exportador o envio dos documentos de exportação para que não ocorra a hipótese

da mercadoria chegar e ficar parada na alfândega pagando armazenagem pelo fato

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dos documentos ainda não terem chegado (o envio da documentação poderá ser

feito tanto pelo banco quanto diretamente para o importador – dependendo da forma

acordada e da modalidade de pagamento). O importador, de posse dos documentos,

deverá encaminhá-los ao despachante para que o mesmo os analise e dê início ao

processo de despacho aduaneiro tão logo a mercadoria chegue ao Brasil, exceto

para o despacho aduaneiro antecipado.

Despacho aduaneiro: Registrar a Declaração de Importação (DI), conforme

mencionado, uma vez recebido os documentos dar-se inicio ao processo de

despacho aduaneiro com o registro da Declaração de Importação (DI) e finalização

com o desembaraço aduaneiro (CI) e entrega da mercadoria ao importador.

Pagamento da Importação: Pagar a importação, fechar o câmbio. O

pagamento ficará sujeito ao que foi combinado entre as partes e dentro do que é

permitido pela legislação brasileira, que poderá ser antes ou depois do despacho

aduaneiro.

2.3.8.2 Órgãos Intervenientes na Importação

Os Principais organismos que intervêm direta ou indiretamente nas operações

de importação são relacionadas, a seguir, com uma breve descrição de suas

competências nesta área.

Existem vários outros órgãos que intervem na importação, porém citaremos

somente os que mais influenciam na importação de Preformas PET.

Receita Federal do Brasil (RFB) – ele é responsável pelo controle da

entrada e saída de mercadorias do país, e pelo desembaraço aduaneiro.

Supervisiona a atividade de administração tributária federal, regulamenta e aplica a

legislação tributária federal. (MALUF, p. 41, 2000).

Banco Central do Brasil (BACEN) – compete, entre outras atribuições, emitir

moeda-papel e moeda metálica, efetuar o controle de capital estrangeiro, promover a

colocação de empréstimos internos ou externos como agente do governo federal e

atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade

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relativa das taxas de cambio e do equilíbrio no balanço de pagamentos. (BIZELLI;

BARBOSA, p.39, 1994).

Sistema Integrado do Comércio Exterior (SISCOMEX) – dentre outras

funções ele é responsável por emitir licenças de exportação e importação,

fiscalização de preços, pesos e medidas, qualidades e tipos nas operações de

importação, elaborar estatísticas do comércio exterior. (BIZELLI; BARBOSA, p.41,

1994).

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) – Vigilância

e defesa sanitária animal e vegetal; política agrícola e agropecuária. (BIZELLI;

BARBOSA, p. 28, 1994).

Ministério da Marinha (MM) – Orientar e controlar, no que interessa a

segurança da navegação e a segurança nacional, a marinha mercante e demais

organizações e atividades correlatas. (BIZELLI; BARBOSA, p. 32, 1994).

2.3.8.3 Documentos para Transporte Marítimo e Rodov iário

No modal marítimo o principal documento para transporte é o B/L (Bill of

Lading), utilizado na formalização de um contrato de transporte marítimo de linha

regular, devendo estar contida nele toda a informação necessária à realização do

transporte e a delimitação das responsabilidades das partes. (VIEIRA, p. 45, 2003).

Segundo Vieira (2003) as Funções básicas de um B/L são as seguintes:

• Servir como um recibo de entrega da carga a ser embarcada.

• Evidenciar um contrato de transporte entre e companhia marítima e o

usuário.

• Representar um título de propriedade da mercadoria (transferível e

negociável).

Os B/L’s são emitidos em três originais negociáveis idênticos, que são

entregues ao embarcador (exportador) para que os apresente ao banco e receba o

valor estipulado no crédito documentário. A seguir, os documentos serão enviados

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via banco ao importador para que este possa retirar as mercadorias. Algumas vezes

envia-se um original juntamente com as mercadorias (ship’s bag), visando prevenir

uma possível demora bancária que atrase a entrega do conhecimento ao

importador. Isso ocorre com mais freqüência em trajetos curtos.

São emitidas também várias cópias não negociáveis, que servem de

informação a todos os agentes envolvidos no processo e não são válidas para retirar

a mercadoria nem para receber o valor estipulado no crédito documentário.

Segundo Vieira (2003), os elementos pessoais de um Conhecimento de

Embarque são os seguintes:

Transportador ( carrier ): As regras de Haya o definem como “o proprietário

do navio ou afretador que celebra u contrato de transporte com o embarcador”. O

termo afretador inclui não apenas o afretamento total ou parcial do navio mas

também a aluguel de espaço (slot charter). As Regras de Hamburgo fazem ainda

uma destinção entre o transportador contratual que é aquele que emite o

Conhecimento de Embarque ao embarcador, e o transportador efetivo,

subcontratado pelo primeiro para a realização do transporte.

Embarcador ou expedidor ( shipper ): É qualquer pessoa que pessoalmente

ou por meio de outra que atue em seu nome, entrega as mercadorias ao

transportador com quem celebra o contrato de transporte.

Destinatário ou consignatário ( consignee ): É a pessoa a quem pertence

retirar as mercadorias no porto de destino e que pode exercer todas as ações

cabíveis em casos de avarias, perdas ou atrasos da entrega da carga.

Segundo Vieira (2003) deverão constar no Conhecimento de Embarque os

seguintes dados:

A natureza geral das mercadorias; marcas essenciais necessárias a sua

identificação; uma declaração expressa, se for o caso, de que a mercadoria é

perigosa; o número de volumes e o peso da mercadoria, de acordo a descrição feita

pelo embarcador;

O estado aparente da mercadoria (a cláusula clean on board indica que as

mercadorias estão em bom estado aparente, de acordo com as marcas e numeração

fornedidas pelo embarcador);

• O nome e o endereço do transportador;

• O nome do embarcador;

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• O nome do destinatário;

• O porto de carga e a data em que o transportador recebeu as

mercadorias;

• O porto de descarga;

• O número de originais do Conhecimento de Embarque, em caso de

haver mais de um;

• O lugar de emissão do Conhecimento de Embarque;

• A assinatura do transportador ou seu agente;

• O frete e o local de pagamento;

• A declaração que permite, se for o caso, que as mercadorias sejam

transportadas no convés do navio;

• A data ou prazo de entrega das mercadorias no porto de descarga;

A legislação aplicável (regras de Haia, Haia-Visby ou Hamburgo). Na parte

posterior de um Conhecimento de Embarque encontram-se todas as suas cláusulas.

A cláusula principal ou Paramount, é a que incorpora a legislação aplicável ao

Conhecimento de Embarque. As demais cláusulas servirão apenas para detalhar as

regras incorporadas, não podendo nunca se contrapor a elas.

Os limites de responsabilidade pactuados entre as partes, no caso de serem

superiores aos previstos nas regras aplicáveis.

É importante, também, que em caso de transporte multimodal em que a linha

intervenha além do trajeto do porto de origem ao de destino, estabelecer de forma

exata o lugar inicial de recebimento da carga; o local final para a entrega das

mercadorias e o modo de utilização do contêiner pelo usuário.

O Transporte rodoviário internacional de cargas é contratado através de um

conhecimento rodoviário de transporte - CRT, também denominado carta de porte

rodoviário, que tem as seguintes funções:

• Provar que a carga foi entregue pelo usuário ao transportador, servindo

como um recibo de entrega da mercadoria;

• Evidenciar a existência de um contrato de transporte terrestre entre o

usuário e o transportador;

• Representar um título de propriedade da mercadoria;

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O CRT é, portanto um dos principais documentos necessários ao recebimento

do valor estipulado no crédito documentário, já que prova o efetivo embarque da

mercadoria. (VIEIRA, p. 106, 2003).

O CRT pode ser preenchido por processamento eletrônico de dados, inclusive

sua impressão no momento da emissão, indistintamente em português ou espanhol,

legível e sem rasuras, e com igual conteúdo em todas as suas vias originais

(primeira-segunda-terceira e cópia(s)).

O Transportador pode imprimir no verso do CRT as Clausulas que estime

conveniente reproduzir para informações de caráter geral, Normas neste tipo de

contrato, e Informações especificas ao contratante, considerando que toda

estipulação diversa será nula.

A Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI), fundada

em 05/12/1973, que é a legítima representante do empresariado brasileiro atuante

no setor de transporte rodoviário internacional de cargas. Constituída por empresas

sediadas em todo território nacional, e nos países que abrangem a extensão do

Mercosul, descreve como deve ser emitido o CRT:

As vias originais do CRT devem ter sua identificação / destinação impressa no

rodapé do formulário;

A destinação das vias originais do CRT é a seguinte:

Primeiro Original - Remetente: Esta é a única via válida para o trâmite

aduaneiro (despacho aduaneiro) no país de destino da mercadoria, e que

possibilitará ao importador nacionalizar e receber a mercadoria da Aduana e/ou de

permissionário de Recinto Aduaneiro; geralmente é entregue ao exportador ou a seu

preposto (despachante aduaneiro) que a destinará ao importador (via expressa, via

transportador, via bancária, ou por outro meio) e/ou ao despachante aduaneiro do

importador na fronteira ou interior no país de destino.

Segundo Original - Acompanha a Mercadoria: Esta é a via destinada a

acompanhar as mercadorias, desde a origem do transporte até o destino final, e

inclusive poderá ser utilizada para o destinatário declarar o recebimento da

mercadoria;

Terceiro Original - Transportador: Esta é a via destinada a ficar de posse do

transportador, e é utilizada como o contrato para o transporte firmado entre as

partes;

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Cópia (s) Original: Podem ser emitidas em quantidades necessárias para

atendimento de outras finalidades, tais como: do exportador para a negociação de

carta de crédito, do exportador / importador / transportador para apresentações nas

aduanas e/ou outros órgãos de fiscalização, controles internos, entre outros.

O Transportador Rodoviário Internacional de Cargas ao emitir o CRT –

Conhecimento Internacional de Transporte Rodoviário, deve atentar pelo correto

preenchimento do respectivo documento levando em consideração as legislações

pertinentes, e, nos campos do formulário cujo preenchimento seja de sua

responsabilidade e em que nada houver a declarar no momento da emissão seja o

campo preenchido com a palavra “N I H I L” (Nada Consta). Esta recomendação é

expedida com o objetivo de evitar que o Transportador Rodoviário Internacional de

Cargas venha a deparar-se com situações atípicas, ou que excepcionalmente

possam ser caracterizadas como embaraço a fiscalização aduaneira, com a

conseqüente aplicação de penalidades e entorpecimento da dinâmica operacional.

O CRT será impresso em papel de cor branca, tipo “off-set” ou

apergaminhado, no formato 216mmx 330mm, com tinta de cor preta Europa, código

060000, catálogo supercor ou similar. A gramatura do papel deverá ser de 63g/m2

para o primeiro original e de 50g/m, para os demais.

As vias originais do CRT terão a seguinte destinação impressa no rodapé do

formulário:

A) Primeiro original - remetente;

B) Segundo original - acompanha a mercadoria;

C) Terceiro original - transportador;

D) Cópia (s).

O CRT será preenchido, indistintamente, em português ou espanhol, na forma

do Anexo II a esta Norma.

A impressão do CRT ficará a cargo das empresas transportadoras

interessadas ou das entidades de classe dessas empresas, a partir de fotolitos a

serem obtidos, por empréstimos, junto à Associação Brasileira dos Transportadores

Internacionais - ABTI.

Será permitido o preenchimento do CRT por processamento eletrônico de

dados, inclusive sua impressão no momento do preenchimento, desde que mantidos

os modelos aprovados por esta Instrução Normativa.

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O número de identificação do CRT, de responsabilidade da empresa

transportadora, será composto por 11 dígitos, como a seguir discriminados:

AA. XXX. XXXXXX

Número seqüencial, em ordem crescente.

Número do Certificado de Idoneidade (permissão original) outorgado pela autoridade de transporte.

Código Alfabético ISO Alfa-2 correspondente ao país de partida da operação de transporte internacional.

O número de identificação de CRT que acoberte carga em transporte próprio

ou ocasional terá a seguinte composição:

AA. XXX. XXXXXX

Número seqüencial, em ordem crescente, obtido junto à autoridade de transporte.

Número identificador do tipo de transporte: 999 – próprio 998 - ocasional

Código alfabético isoalfa-2 correspondente ao país de partida da operação de transporte internacional.

O CRT constitui-se em documento obrigatório a ser utilizado na prestação de

serviços de transporte de carga em viagens internacionais no tráfego entre o Brasil e

os países do Cone Sul.

O CRT constitui-se em documento necessário aos despachos aduaneiros de

importação, exportação e de regimes aduaneiros especiais e atípicos, quando as

mercadorias tiverem sido objeto de transporte internacional rodoviário iniciado a

partir de 01.11.91.

Os procedimentos abaixo devem ser observados no preenchimento do

Conhecimento Internacional de Transporte Rodoviário - CRT.

CAMPO 1 - NOME E ENDEREÇO DO REMETENTE. Nome e endereço

inclusive o país, do remetente da mercadoria do exterior.

CAMPO 2 - NÚMERO. Número do CRT no formato:

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76

AA. XXX. XXXXXX

Número seqüencial, em ordem crescente.

Número identificador do tipo de transporte: 999 – próprio 998 – ocasional.

Código alfabético isoalfa-2 correspondente ao país de partida da operação de transporte internacional.

No caso de transporte próprio ou ocasional:

AA. XXX. XXXXXX

Número seqüencial, em ordem crescente, obtido junto à autoridade de transporte.

Número do certificado de idoneidade (permissão original) outorgado pela autoridade de transporte.

Código alfabético isoalfa-2 correspondente ao país de partida da operação de transporte internacional.

CAMPO 3 - NOME E ENDEREÇO DO TRANSPORTADOR - razão social e

endereço, inclusive país da matriz da empresa transportadora. Este campo poderá

ser pré-impresso no momento da confecção do formulário.

CAMPO 4 - NOME E ENDEREÇO DO DESTINATÁRIO - nome e endereço,

inclusive o país, do destinatário da mercadoria.

CAMPO 5 - LOCAL E PAÍS DE EMISSÃO - local e país onde ocorrer à

emissão do CRT.

CAMPO 6 - NOME E ENDEREÇO DO CONSIGNATÁRIO - nome e endereço,

inclusive país, do consignatário. Repetir os dados do destinatário caso seja a mesma

pessoa.

CAMPO 7 - LOCAL, PAÍS E DATA EM QUE O TRANSPORTADOR SE

RESPONSABILIZA PELA MERCADORIA - local, país e data em que a mercadoria

for efetivamente entregue ao transportador.

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CAMPO 8 - LOCAL, PAÍS E PRAZO DE ENTREGA - local, país e prazo

acordado entre o transportador e o remetente para efetuar a entrega da mercadoria.

CAMPO 9 - NOTIFICAR A: nome, endereço e telefone da pessoa ou agente a

quem deve ser notificada à chegada da mercadoria.

CAMPO 10 - TRANSPORTADORES SUCESSIVOS - razão social e endereço

do(s) outro(s) transportador(es) caso, durante a operação do transporte, com

autorização e conhecimento do remetente, destinatário ou consignatário, conforme o

caso, ocorra à transferência da responsabilidade pelo transporte a outros (s)

transportador(es).

CAMPO 11 - QUANTIDADE E CATEGORIAS DE VOLUMES, MARCAS E

NÚMEROS. TIPOS DE MERCADORIAS, CONTEINERES E ACESSÓRIOS -

quantidade de volumes segundo as categorias com as respectivas marcas e

números constantes dos mesmos; descrição resumida das mercadorias de acordo

com a denominação e unidades comerciais. Estes dados devem corresponder com

os constantes dos documentos comerciais e aduaneiros anexados. No caso de

utilização de contêineres para transporte dos volumes ou das mercadorias, indicar o

número identificador do(s) mesmo(s).

CAMPO 12 - PESO BRUTO EM KG - peso bruto total, em quilogramas, das

mercadorias amparadas pelo CRT.

CAMPO 13 - VOLUME EM M3 - volume total, em metros cúbicos, das

mercadorias amparadas pelo CRT.

CAMPO 14 - VALOR - o remetente consignará o valor total que as

mercadorias tinham no tempo e lugar em que o transportador responsabilizou-se por

elas. No rodapé do campo, indicar o código da moeda na qual está expresso o valor

de acordo com o disposto na tabela no7 da Norma de Execução CIEF no33 de

28.12.89.

CAMPO 15 - CUSTOS A PAGAR - discriminar o frete, e qualquer outro custo

assumido pelo transportador desde a formalização do contrato até a entrega da

mercadoria. em cada caso, será indicado separadamente o valor pago pelo

remetente do valor a ser pago pelo destinatário, com a respectiva moeda de

transação. No rodapé do quadro indicar os totais destes dois valores.

CAMPO 16 - DECLARAÇÃO DO VALOR DAS MERCADORIAS - valor

declarado das mercadorias no caso de o remetente optar por substituir o limite de

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78

responsabilidade do transportador por um superior ao estabelecido no convênio

CRT.

CAMPO 17 - DOCUMENTOS ANEXOS - discriminar os documentos

anexados ao conhecimento de transporte: fatura comercial, lista de volumes,

certificados de origem e sanitários, etc.

CAMPO 18 - INSTRUÇÕES SOBRE FORMALIDADES DE ALFÂNDEGA -

consignar as instruções que garantam ao remetente o cumprimento, pelo

transportador, das formalidades aduaneiras durante a realização do transporte,

indicando ainda, caso necessário, a alfândega de entrada no país de destino.

CAMPO 19 - VALOR DO FRETE EXTERNO - valor do frete externo, caso

exista, desde a origem até a fronteira do país de destino, com a correspondente

moeda em que é expresso. A moeda deve ser informada de acordo com o Código

constante da Tabela no07 da Norma de Execução CIEF no33 de 28.12.89.

CAMPO 20 - VALOR DE REEMBOLSO CONTRA ENTREGA - caso o

remetente tenha dado instruções para o transportador receber em seu nome

qualquer soma contra a entrega da mercadoria, indicar o respectivo valor.

CAMPO 21 - NOME E ASSINATURA DO REMETENTE OU SEU

REPRESENTANTE - a assinatura do conhecimento de transporte pelo remetente ou

seu representante o faz responsável pelos dados consignados por ele na mesma e

constituirá sinal de aceitação das condições gerais do contrato impressas no verso

e, em especial, dos fretes e custos que tomará a seu cargo.

CAMPO 22 - DECLARAÇÕES E OBSERVAÇÕES - qualquer declaração,

observação ou instrução relacionada ao transportador com relação ao seguro das

mercadorias.

CAMPO 23 - NOME, ASSINATURA E CARIMBO DO TRANSPORTADOR OU

SEU REPRESENTANTE - assinatura sobre carimbo do transportador ou seu

representante legal, em sinal de aceitação das condições do contrato e das

indicações necessárias para sua execução e de que salvo indicação em contrário, as

mercadorias foram recebidas em bom estado aparente, nas condições gerais que

figuram no verso. Abaixo da assinatura deve ser anotada a data. O transportador

imprimirá no verso do formulário aquelas cláusulas do CRT que estime conveniente

reproduzir para informações do cliente e também aquelas de caráter geral que são

de norma neste tipo de contrato, considerando que toda estipulação diversa do

estabelecido no CRT em prejuízo do remetente ou do consignatário será nula.

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CAMPO 24 - NOME E ASSINATURA DO DESTINATÁRIO OU SEU

REPRESENTANTE - assinatura sobre carimbo do destinatário ou seu representante,

em sinal do recebimento das mercadorias. Caso haja observações, as mesmas

deverão constar no campo 22 - Declarações e Observações. A assinatura do

destinatário servirá para o transportador como prova da entrega das mercadorias.

Abaixo da assinatura deve ser anotada a data.

O MIC/DTA é um documento que permite uma maior rapidez na tramitação

aduaneira, evitando que o veículo fique retido na fronteira esperando vistoria. A

Carga é lacrada pelo exportador e conferida pela Receita Federal. (VIEIRA, p. 107,

2003).

A utilização do MIC/DTA é obrigatória em viagens internacionais no tráfego

bilateral Brasil/país do MERCOSUL.

A INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 56, DE 23 DE AGOSTO DE 1991, aponta os

seguintes detalhes referentes ao MIC/DTA.

O MIC/DTA constitui-se em documento necessário aos despachos aduaneiros

de importação, exportação e de regimes aduaneiros especiais e atípicos, quando as

mercadorias tiverem sido objeto de transporte internacional rodoviário, iniciado a

partir de 01.11.91, entre Brasil e países do MERCOSUL.

O veículo de transporte internacional de carga quando vazio (“en lastre”) deve

apresentar MIC/DTA em sua passagem pela fronteira, para fins de controle.

O preenchimento do MIC/DTA pode ser feito, indistintamente, em Português

ou Espanhol.

O MIC/DTA deverá ser impresso em cinco vias, utilizando-se formulário plano

ou contínuo, em papel de cor branca, tipo “off set” ou apergaminhado, no formato A4

(216 x 297 mm), com tinta de cor preto Europa, código 060000, catálogo Supercor,

ou similar. A gramatura do papel deve ser de 63 g/m2 para a primeira via e de 50

g/m2 para as demais.

Fica autorizada a impressão dos formulários MIC/DTA pelas empresas

transportadoras habilitadas interessadas ou por entidade de classe dessas

empresas, a partir de fotolitos a serem obtidos por empréstimo, junto à Coordenação

do Sistema de Informações Econômico-Fiscais deste Departamento.

O número de identificação do MIC/DTA, de responsabilidade da empresa

transportadora, será composto de 11 dígitos como a seguir discriminado:

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AA. XXX. XXXXXX

Número seqüencial, em ordem crescente.

Número do Certificado de Idoneidade (permissão original) outorgado pela autoridade de transporte.

Código Alfabético ISO Alfa-2 correspondente ao país de partida da operação de transporte internacional.

O número de identificação de MIC/DTA que acoberte veículo em transporte

ocasional ou próprio terá a seguinte composição:

AA. XXX. XXXXXX

Número seqüencial, em ordem crescente, obtido junto à autoridade de transporte.

Número identificador do tipo de transporte: 999 – próprio; 998 – ocasional.

Código Alfabético ISO Alfa-2 – correspondente ao país de partida da operação de transporte internacional.

Quando utilizado com a função de acobertar operação de trânsito aduaneiro

internacional, o MIC/DTA deve ser instruído com os seguintes documentos:

a – Conhecimento de Carga;

b – Nota Fiscal;

c – Fatura Comercial.

Na hipótese do item anterior, o MIC/DTA deve ser registrado na unidade

aduaneira de partida, com a utilização de etiquetas gomadas, apostas em todas as

suas vias e cópias, contendo o respectivo número de registro.

O número de registro será composto de 16 dígitos, como a seguir

discriminado:

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XXXXXX. X. XX. XXXXXX - X

Dígito verificador (DV), calculado incluindo-se o número e ano de registro.

Número seqüencial anual de registro, em ordem crescente.

Ano de registro.

DV do código do local alfandegado de registro.

Código identificador do local alfandegado de registro.

Observar-se-ão, ainda, as seguintes normas:

a – a dimensão máxima da etiqueta a ser utilizada é 9 x 1,25cm.

b – para cálculo do DV deve ser utilizado o Módulo 11.

Sob pena de ser rejeitado, para fins de registro, o MIC/DTA deve ser

apresentado de maneira legível, sem emendas ou rasuras e com a documentação

completa.

Será rejeitado, liminarmente, o MIC/DTA apresentado, por transportador não

habilitado ou com sua habilitação suspensa.

O MIC/DTA deve ser preenchido em 5 (cinco) vias originais que serão

apresentadas à alfândega de partida, acompanhadas de 5 (cinco) cópias, que terão

a seguinte destinação:

a) conjunto de originais:

1ª via................................................................................Alfândega de partida

2ª via....................................................Alfândega de saída no país de partida

3ª via................................................Alfândega de entrada no país de destino

4ª via...............................................................................Alfândega de destino

5ª via..........................................................................................Transportador

b) Conjunto de cópias:

B.1) retiradas do conjunto na saída do país de origem:

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Uma via como torna-guia para a alfândega de partida do país de origem do

trânsito;

Uma via para as autoridades de transporte do país de partida.

B.2) retirada do conjunto, na entrada do país de destino:

Uma via para as autoridades de transporte.

B.3) retiradas do conjunto, no encerramento da operação de trânsito:

Uma via como torna-guia para a alfândega de entrada no país de destino;

Uma via para o depositário da mercadoria.

Na ocorrência de trânsito aduaneiro por terceiros países, o MIC/DTA deve

conter mais 5 (cinco) cópias, que terão a seguinte destinação:

a) Retiradas do conjunto, na entrada do país de trânsito:

• Uma via para a alfândega de entrada;

• Uma via para as autoridades de transporte.

b) Retiradas do conjunto, na saída do país de trânsito:

• Uma via para a alfândega de saída;

• Uma via como torna-guia para a alfândega de entrada;

• Uma via para as autoridades de transporte.

Nos casos em que a alfândega de partida e a de destino forem unidades

localizadas em fronteira, está dispensada a apresentação da 2ª ou 3ª via do

MIC/DTA.

Na hipótese do MIC/DTA não possuir caráter de documento de trânsito

aduaneiro internacional, bem assim na passagem de veículos vazios pela fronteira,

fica dispensada a apresentação das 2ª e 3ª vias do conjunto de originais e das

cópias destinadas às alfândegas, a título de torna-guias.

O preenchimento do MIC/DTA poderá ser feito por processamento eletrônico,

inclusive a sua impressão no momento do preenchimento, desde que mantidos os

modelos aprovados por esta Instrução Normativa.

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A empresa transportadora emitente do MIC/DTA é a responsável pela

comprovação da conclusão do trânsito aduaneiro internacional.

A comprovação deve ser efetuada, junto à alfândega de origem, até 10 dias

após a conclusão da operação de trânsito, mediante a apresentação, pela empresa

transportadora, da cópia destinada à torna-guia devidamente assinada pelo

representante autorizado da alfândega de conclusão do trânsito aduaneiro

internacional.

O eventual transbordo necessário à continuação da operação de trânsito

somente poderá ser realizado com a prévia autorização da unidade da Receita

Federal jurisdicionante do local onde ocorrer o transbordo.

Nos casos em que a situação ofereça risco à vida, à saúde, à ordem pública

ou ao patrimônio e ocorrendo impossibilidade de obtenção de prévia autorização, o

transbordo poderá ser realizado independentemente da observância desta

formalidade, devendo o transportador apresentar justificativa à autoridade

jurisdicionante, no prazo máximo de 48 horas da realização do transbordo.

A guarda das cópias do MIC/DTA destinadas às autoridades de transporte

ficará a cargo da Alfândega até a sua retirada pelas referidas autoridades.

O prazo máximo para a guarda será definido em Convênio a ser celebrado

entre as entidades envolvidas.

O desembaraço aduaneiro de veículo de transporte internacional, ao amparo

do MIC/DTA, será procedido nos pontos de entrada no território nacional, mediante

verificação da integridade dos elementos de segurança aplicados e, a critério da

autoridade aduaneira, com aplicação de novos lacres, prescindindo-se do

encaminhamento do veículo a estações aduaneiras de fronteira vinculadas àquela

zona primária.

2.3.8.4 INCOTERMS – Termos Internacionais do Comérc io

Os termos internacionais de comércio são regras que definem, de forma

precisa, direitos e obrigações das partes, indicando em que local e momento termina

a responsabilidade do exportador e começa a responsabilidade do importador.

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Essas condições devem constar no contrato de compra e venda, em Fatura Pro -

Forma (fatura emitida em caráter preliminar com todas as características da fatura

definitiva) ou em outro documento que formalize o negócio.

Os INCOTERMS são atualizados continuamente, de acordo com os usos e

costumes dos países. Este instrumento tem ajudado muito o desenvolvimento do

comércio mundial, já que assim todos os países podem utilizar regras uniformes e

universalmente aceitas, independentemente de leis, costumes, distâncias, sistemas

econômicos, tamanhos.

São treze os termos atualmente aprovados pela Câmara de Comércio

Internacional – CCI, conforme consta na Publicação 560 – INCOTERMS 2000, que

estão sendo utilizados no comércio internacional de mercadorias. O registro do

INCOTERM e da respectiva versão nos contratos ou documentos pertinentes

permite uma definição precisa das condições pactuadas.

Free on board – Livre a Bordo (FOB) - Nessa condição de venda, correm

por conta do exportador todas as providências e custos necessários para a

colocação da mercadoria a bordo do navio, tais como:

• Preparação e embalagem de mercadoria;

• Obtenção dos documentos para embarque;

• Transporte seguro desde a empresa até o local do embarque;

• Despesas portuárias, tais como capatazias, armazenagem, taxas de

despacho e o desembaraço alfandegário da mercadoria no porto de

embarque.

Ficam por conta do importador o frete e o seguro internacionais, além das

providências para desembaraço da mercadoria no porto de desembarque em seu

país. Essa modalidade de frete é a mais utilizada pelas empresas exportadoras de

maçãs.

Free Alongside Ship – Livre no Costado do Navio (FAS) - Ficam a cargo

do vendedor todas as despesas até a colocação da mercadoria nos canais do porto

de embarque, ao lado do costado do navio, no seu ponto de atração, cabendo-lhe,

também, a responsabilidade por quaisquer perdas ou danos sofridos pela

mercadoria até sua chegada ao costado do navio. Compete-lhe, inclusive, fornecer

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ao comprador, a seu pedido e conta, assistência na obtenção de documentos no

país de origem ou de embarque.

Cost and Freight – Custo e Frete (CFR) - Cabem ao exportador as

responsabilidades já definidas na condição do FOB, mais a contratação e

pagamento do frete internacional. O importador deverá contratar o seguro e

providenciar o desembaraço da mercadoria no porto de embarque.

Cost insurance end Fright – Custo, Seguro e Frete (CIF) - Estabelece,

para o exportador, as mesmas condições da modalidade CFR e, adicionalmente, a

obrigação de contratar e pagar o prêmio do seguro referente ao transporte

internacional. Ao importador cabe o desembaraço alfandegário da mercadoria no

porto de desembarque em seu país.

Delivered ex Ship – Entregue no Navio (DES) - O vendedor coloca a

mercadoria à disposição do comprado a bordo do navio, não desembaraçada, no

porto de destino designado. É também responsável por perdas e danos que a

mercadoria possa vir a sofrer durante o seu transporte até o porto de destino. A

partir desse ponto, a responsabilidade é do comprador.

Delivered ex Quay – Entregue no Cais (DEQ) - Compete ao vendedor

entregar a mercadoria desembaraçada ao comprador no cais do porto de destino.

São de sua responsabilidade quaisquer despesas (inclusive direitos aduaneiros),

bem como os riscos por perdas e danos até a entrega da mercadoria no local

designado. A partir desse ponto, a responsabilidade é do comprador.

Free Carrier - Transportador Livre (FCA) - Compete ao vendedor entregar a

mercadoria à custódia do transportador, indicada pelo comprador, no local

determinado. A partir desse momento, todas as despesas, bem como a

responsabilidade por perdas e danos que a mercadoria possa vir a sofrer, correm

por conta do comprador.

Carriage Paid To – Transporte Pago até (CPT) - O vendedor é responsável

pelo transporte da mercadoria até o destino indicado. Os riscos por perdas e danos

que as mercadorias possam vir a sofrer, bem como quaisquer despesas adicionais,

correm por conta do comprador, a partir do momento em que as mercadorias forem

entregues à custódia do transportador.

Carriage and Insurance Paid To – Transporte e Seguro Pago até (CIP) - O

vendedor possui as mesmas responsabilidades que as indicadas na condição CPT,

às quais deve ser adicionado o pagamento do seguro até o destino.

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A utilização deste termo significa que o vendedor deve realizar a reserva de

espaço no veículo transportador e efetuar o pagamento do frete da mercadoria até o

local de destino, bem como providenciar o seguro básico da mercadoria durante a

viagem.

Ex Works – Na Fábrica, No Moinho, No Depósito (EXW) - A mercadoria é

entregue ao comprador no estabelecimento do vendedor. Cabem ao comprador

todas as despesas e riscos desde o recebimento da mercadoria no local designado

até o destino final.

Delivered At Frontier – Entregue na Fronteira (DAF) - Compete ao

vendedor entregar a mercadoria no ponto combinado na fronteira, mas antes da

divisa aduaneira do país limítrofe (limite). A partir deste momento, toda a

responsabilidade, seja por despesas, seja por perdas e danos, é do comprador.

Delivered Duty Unpaid – Entregue com Direitos não Pagos (DDU) - O

vendedor deverá colocar a mercadoria à disposição do comprador, no ponto

designado do país de importação. Deverá, portanto, assumir todas as despesas e

riscos envolvidos até a entrega da mercadoria, exceto quanto ao pagamento de

direitos, impostos e outros encargos oficiais devidos em razão da importação. A

responsabilidade por esse pagamento caberá ao importador.

Delivered Duty Paid – Entregue Direitos Pagos (DDP) - Cabe ao vendedor

colocar a mercadoria desembaraçada à disposição do comprador, no ponto

designado do país de importação. Compete-lhe assumir todos os riscos e custos,

incluindo direitos, impostos e outros encargos até a entrega da mercadoria ao

comprador.

São imprescindíveis, para as pessoas que trabalham com estes contratos,

conhecer os INCOTERMS, além de conhecer o produto envolvido na transação, os

usos e costumes do país visado, domínio de idiomas, religião. No entanto, na

questão da venda e montagem logística, à parte de ser um bom vendedor, o

conhecimento deste conjunto de regras é de importância fundamental.

O preço de um produto é determinado pelo tipo de contrato firmado. Cada

INCOTERM utilizado, naturalmente, corresponde a uma logística, um preço, uma

situação competitiva, isto é, devem-se acrescer as respectivas responsabilidades e

custos necessários a cada nova providência.

Destacadas as principais características dos INCOTERMS, nota-se que são o

início de qualquer negócio e que devem ser considerados fundamentais no processo

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logístico e devem ser considerados fundamentais para qualquer transação de

compra e venda. A escolha dos modais de transporte, os tipos de operação, bem

como os prestadores e serviço, são escolhidos a partir do INCOTERM determinado.

O uso do INCOTERM correto evita mal entendidos, define as

responsabilidades das partes na operação comercial e financeira, e permite contar

com assistência jurídica da Câmara do Comércio Internacional, num eventual

processo envolvendo questões relativas aos termos de comércio. (Maia Logística,

2009, www.maialogistica.com.br/download/incoterms.doc).

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3 A EMPRESA

A Dispet Indústria Comércio e Importação e Exportação Ltda, tendo o nome

de fantasia Polymport, atua no ramo de preformas de PET, importando estas para

revendê-las no Brasil.

Neste capítulo serão apresentados os seguintes tópicos: histórico, ramo de

atividade, estrutura organizacional, visão, missão, filosofia, produto e mercado.

As informações aqui citadas foram obtidas através de materiais fornecidos

pela empresa e entrevistas feitas com os diretores e gerentes.

A Dispet é uma empresa que pensa no futuro, tomando atitudes conscientes

desde já. O emprego de embalagens e preformas de PET representam, no mundo

inteiro, uma evolução, com ótimo custo benefício tanto para os clientes quanto para

o próprio planeta.

Figura 17 - Empresa Dispet

Fonte - Dispet

Na Figura 1 se tem à foto aérea da empresa Dispet, mostrando toda a área

construída, alguns de seus caminhões e sua estrutura como um todo.

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3.1 Histórico

A Dispet tem suas origens na empresa Darimana. Essa empresa iniciou suas

atividades em 1 de dezembro de 2000, com Adalberto Sedlacek sendo o único

integrante, com o intuito de formar uma empresa de distribuição de polipropileno. Em

2001, contratou seus primeiros funcionários, sendo: Cezar Luciano Westphal o

primeiro deles, Marcelo Caetano como representante de vendas, Francielle Silva

como motorista e Ilmar Silva, terceirizado como motorista da empresa.

Em 2001 a Darimana iniciou a importação de polipropileno, tendo como

fornecedores a Petroquímica Cuyo da Argentina, a Propilco da Colômbia e a

Petrochemical dos Estados Unidos. Neste mesmo ano também começou a

comercializar polietilenos de baixa densidade da Petroquímica Triunfo, empresa

Nacional.

Foi também em 2001 que entrou como sócio o Senhor Giovany K. Bianchini,

formando uma boa parceria na administração da empresa. Nesta mesma época, a

empresa iniciou uma parceria com a Cristalpet do Uruguai, para a comercialização e

distribuição de preformas de PET, que na época era algo novo no mercado e com

grande capacidade de expansão. No mesmo período, a empresa estabeleceu mais

uma parceria com a Amcor Pet Packing da Argentina.

Como o mercado de preformas de PET tornou-se muito mais interessante e

rentável, a empresa decidiu, em meados de 2003, encerrar as atividades de

distribuição de polipropileno e polietileno, passando atuar exclusivamente com a

comercialização de preformas de PET.

Em meados de 2005, para a empresa poder se adequar à legislação

aduaneira vigente da época foi fundada a empresa Dispet Indústria e Comércio de

Importação e Exportação Ltda, do grupo Polymport.

No ano de 2006 adquiriu a fábrica Texpet do Brasil, fabricante de preformas

de PET, com o objetivo de comercializar a sua própria marca.

Iniciou sua sede no ano de 2000 na rua Francisco de Paula, 97, Dom Bosco,

Itajaí - Santa Catarina, mudando-se duas vezes até se fixar na sua sede própria, que

fica na Jorge Lacerda, 960 Espinheiros, Itajaí - Santa Catarina.

A Polymport tem projetos de crescer ainda mais e logo se tornar a maior

distribuidora de preformas de PET do Brasil.

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3.2 Ramo de atividade

A empresa Dispet tem como principal ramo de atividade a importação e

distribuição de preformas de PET, utilizadas nas indústrias de refrigerantes, água

mineral, isotônicos, óleos vegetais, vinagres, cachaças, vinhos, medicamentos,

cosméticos e outros.

Cada vez mais as indústrias optam pela utilização de preformas de ET em

seus ramos de atuação. O plástico é uma opção reciclável e ecologicamente viável,

com baixo custo operacional e com grande atratividade aos olhos do consumidor

final. Por este motivo a Dispet busca cada vez mais se especializar no seu ramo de

atividade, para obter a satisfação total do cliente.

3.3 Estrutura organizacional

A estrutura da Dispet é composta por Diretores, gerentes, funcionários, e é

dividida em departamentos como segue:

Figura 18 - Organograma Dispet

Fonte - Dispet

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Conforme a Figura 2 tem-se um organograma que demonstra a forma que é

estruturada à empresa Dispet, com seus departamentos e responsabilidades. Há

dois sócios diretores sendo que um é responsável pela parte de vendas e o outro

responsável pela supervisão das finanças da empresa.

O gerente geral é responsável por toda à parte de vendas, importações,

faturamento e pelos funcionários que o auxiliam nas operações, como também parte

do financeiro da empresa. O gerente financeiro fica com a parte das finanças da

empresa, e tem a sua equipe para auxiliá-lo.

Portanto, a Dispet possui 5 departamentos: Vendas, Importação, Financeiro,

Faturamento e Contabilidade. Todos eles ajudam a administrar melhor a empresa.

Além de ter uma contabilidade a empresa tem a ajuda de uma contabilidade

terceirizada, devido ao pouco tempo da inclusão desse novo departamento na

empresa. Essa contabilidade terceirizada auxilia a contabilidade da empresa nessa

área.

Assim como na contabilidade, o departamento de importação fica responsável

em ver o que será importado nos próximos dias, meses, e verifica se os pedidos

estão sendo carregados no país de origem, como também recebem as faturas

comerciais, pois a empresa tem a sua disposição uma trading e um despachante

aduaneiro, que são terceirizados e fazem a parte das operações da empresa.

A Dispet está situada na Rodovia Jorge Lacerda, 960, Espinheiros, Itajaí-

Santa Catarina, desde 2006. É uma empresa moderna, com um amplo espaço físico,

que compreende um total de 6.000 M².

3.4 Visão

Ser a maior empresa de distribuição e comercialização de preformas de PET

no Brasil.

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3.5 Missão

Ter a melhor forma de agilidade e qualidade desde a compra até a entrega do

produto, satisfazendo a necessidade do cliente em tempo hábil.

3.6 Filosofia

É imprescindível ter total compromisso com seus clientes. Um cliente que é

bem atendido não procurará a concorrência.

3.7 Produtos

A Dispet disponibiliza uma ampla variedade de preformas de PET em

diversas cores e capacidades. Todas as opções são fabricadas com alto padrão de

qualidade que atendem as necessidades e valorizam os produtos de variados

segmentos industriais como, alimentícios, cosméticos, farmacêuticos e o de bebidas

em geral.

Suas preformas possibilitam uma ampla variedade de formatos, adaptações

ergonômicas, aplicação em relevo de logomarcas ou desenhos, cores entre outras

formas de personalização garantindo um resultado exclusivo, conforme a criatividade

e necessidade do cliente.

Existem vários tipos de gramatura de preformas PET, porém a Dispet conta

com 25 tipos de gramaturas, todas na faixa de 18 gramas até 94 gramas. Têm

disponível para cada gramatura três tipos de cores: azul, cristal e verde.

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Figura 19 – Preformas de PET

Fonte: Dispet

Na figura 3 tem-se, ilustrando, algumas preformas de PET de diferentes

gramaturas para se ter uma idéia de como são as preformas de PET.

As preformas de PET são embaladas em caixas. Cada gramatura tem uma

quantidade exata que cabe na caixa, sendo vendida em milheiros.

A Dispet trabalha somente com material virgem, tendo assim mais qualidade

no seu produto. Uma preforma PET com material reciclado pode causar sérios

riscos, pois algumas preformas de PET são preenchidas com material químico, e

esse plástico, uma vez reciclado ainda pode ter um pouco da química no recipiente,

e se essa preforma de PET for reutilizada pode causar problemas ao consumidor.

3.8 Mercados

A Dispet é distribuidora exclusiva no Brasil da marca uruguaia Cristalpet,

cujas preformas de PET são certificadas com a ISO 9001:2000, tendo sua alta

qualidade reconhecida internacionalmente.

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A Dispet também distribui preformas de PET produzidas por outra empresa do

mesmo grupo da Cristalpet, a Texpet do Brasil. As preformas Texpet são fabricadas

em Manaus-Amazonas, sendo um dos principais fornecedores do território nacional.

Como distribuidora, a Dispet revende preformas de PET em quase todo o

Brasil, sendo as regiões Sul e Sudeste as de maior mercado. Os estados na qual a

empresa Dispet comercializa são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São

Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás,

Rondônia, Acre, Bahia, Maranhão, Pará, Distrito Federal e Alagoas.

Figura 20 - Área de distribuição da empresa

Fonte - Dispet

Na Figura 4, está ilustrado o mapa do Brasil com os estados em que a Dispet

distribui seu produto. Todo fornecimento, com exceção da região Norte e Nordeste, é

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feito pela frota própria e devidamente rastreada pela mesma. Nas demais entregas,

a empresa encaminha a mercadoria até uma transportadora em São Paulo que faz a

entrega. Assim, os clientes da Dispet têm acesso a um serviço de alta confiabilidade,

com garantia de entrega na data programada.

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4 A PESQUISA

Neste Capítulo será abordado o atendimento dos objetivos específicos citados

anteriormente, como descrever as etapas do processo logístico que o produto

percorre desde o embarque até a chegada, demonstrar custos de fretes de ambos

os modais e analisar as características de cada modal pesquisado, a fim de cumprir

com o objetivo geral proposto.

4.1 Descrição das etapas do processo logístico

Nos capítulos a seguir será descrito todo o processo logístico para o

transporte de preformas PET do Uruguai para o Brasil, nos modais rodoviário e

marítimo.

4.1.1 Etapas do processo logístico no modal rodoviário

As preformas PET são importadas do Uruguai da empresa Cristalpet S.A.,

que fica situada na cidade de Montevidéu.

Todo processo logístico se inicia com o pedido de compra, em que a Dispet

faz através de uma previsão do que foi vendido nos períodos anteriores, e também

de uma previsão de consumo que é informado pelos seus clientes.

Os pedidos de compra são formalizados através de e-mails, que são enviados

para a empresa Simbras, que é a representante da empresa Uruguaia Cristalpet no

Brasil, a Simbras fica situada em Florianópolis, Santa Catarina.

Após receber o pedido de compra, a Simbras encaminha para a Cristalpet,

que por sua vez analisa, verifica seu estoque e retorna confirmando o pedido ou

solicitando que ele seja refeito devido à disponibilidade em estoque. Confirmado o

pedido inicia-se então o processo de despacho da mercadoria para o Brasil.

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O primeiro passo para despachar a mercadoria é contratar uma empresa de

Transporte Internacional, que é contratada pelo despachante aduaneiro da Dispet,

Mega Office Brasil, assim que for contratada a carreta ela segue para a Cristalpet

para iniciar o carregamento.

As carretas precisam ser de preferência Syder, pois estes tipos de carretas

facilitam o carregamento e o descarregamento das mercadorias.

O pagamento do frete é realizado para a transportadora 10 dias após a

carreta descarregar em Itajaí no recinto alfandegado Multilog.

As preformas PET são transportadas dentro de caixas de papelão que

medem 1,25 x 1,00 x 1,20M, largura, comprimento e altura respectivamente, que são

acondicionadas em cima de paletes de madeira. Uma carreta pode chegar a

carregar até 56 paletes num total de 376.320 preformas PET.

Para uma melhor visualização, a seguir veremos uma foto de alguns modelos

de preformas PET e das caixas aonde vem acondicionadas.

Figura 21: Foto de preformas PET

Fonte: Dispet

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Figura 22: Foto das caixas de preformas PET

Fonte: Dispet

As mercadorias que foram solicitadas no pedido de compra são separadas,

conferidas e são anotados todos os dados e características técnicas, pois essas

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informações serão necessárias para a emissão da Fatura Comercial, Certificado de

origem, certificado do produto, CRT (Conhecimento de Transporte Rodoviário),

Packing list e MIC-DTA (Declaração de Transito Aduaneiro).

Em seguida, inicia-se o carregamento das mercadorias na carreta através de

empilhadeiras, as caixas devem ser carregadas de forma correta, bem amarradas

para evitar avarias durante a viagem. Depois de realizado o carregamento, o

caminhão aguarda os documentos de instrução de despacho que são os

documentos citados no parágrafo anterior. É obrigatório à carreta transitar com

esses documentos. Realizados esses procedimentos, a carreta está liberada para

seguir até a fronteira. Estima-se que a carreta necessite de 2 dias desde o momento

do pedido de compra até chegar à fronteira.

Chegando à fronteira, na cidade de Jaguarão/RS, é iniciado o trânsito via

MIC-DTA, no ponto de partida do território nacional. Ainda na fronteira, para se dar

início a MIC-DTA, o despachante da Dispet Mega Office Brasil emite e envia os LI’s

(Licenciamentos de Importação) para o despachante da fronteira, que, ao recebê-

los, monta um processo para dar entrada na Receita Federal do pedido do inicio do

trânsito.

O despachante da fronteira também entra com o requerimento para

fiscalização dos paletes, que são fiscalizados pelo MAPA (Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento). Caso não estiverem dentro do que o MAPA exige, terão

que ser expurgados, ou seja, ocorre à esterilização dos paletes para que nenhuma

praga entre no país - uma norma internacional. Se a carreta chegar sem o

requerimento liberado, a mesma não poderá descarregar. Após ser autorizado pela

RFB (Receita Federal do Brasil), é colocado o lacre e estipulado um prazo para a

carreta chegar ao destino, que é Itajaí/SC, no Porto Seco Multilog. Ao chegar ao

porto, a carreta deverá conter o mesmo lacre e as características de quando saiu da

fronteira sendo que lá normalmente fica parada de 1 a 2 dias até que todos os

documentos e procedimentos estejam prontos.

Dois dias após ter partido da fronteira, a carreta chega ao Porto Seco Multilog

e o fiscal vai então verificar as placas do cavalo e da carreta e o lacre, que não

poderá ter divergências, tudo deve estar conforme foi lançado no início da MIC-DTA.

Em caso de alguma dissensão, a RFB faz a verificação e o transportador é punido,

através de pontos. A transportadora possui um número de pontos e, a cada

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penalidade, há uma contagem negativa e se passar do número mínimo permitido, a

transportadora fica impossibilitada de fazer a MIC-DTA.

Se tudo estiver de acordo, é iniciado o descarregamento das mercadorias.

Após a carreta chegar na Multilog, dentro de no máximo 4 dias, a mercadoria

estará liberada para carregamento.

Após a descarga do veículo na Multilog, confere-se a mercadoria, verificam-se

quantidades, possíveis avarias e produto para gerar a ficha de lote e posterior

conclusão da MIC-DTA que é o encerramento do trânsito, o qual, quando encerrado,

disponibiliza a presença de carga para a nacionalização da mercadoria.

A mercadoria fica armazenada em local apropriado aguardando a liberação

por parte dos órgãos intervenientes que são: RFB (Receita Federal do Brasil),

ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Como a classificação da mercadoria NCM (Nomenclatura Comum do

Mercosul) exige liberação do LI (Licenciamento de Importação), somente após o

produto ter número de lote, pode ser dado entrada com processo na ANVISA

solicitando o deferimento do LI. O número do NCM utilizado no caso da Dispet é

3923.30.00 (PET-Garrafões, garrafas, frascos e artigos semelhantes).

Depois de ter o LI deferido e a presença de carga disponibilizada, inicia-se o

despacho aduaneiro que é o processo fiscal para o desembaraço aduaneiro. É nele

que ocorre o registro da DI e sua parametrização que definirá em qual canal o

processo vai cair e sofrer suas respectivas fiscalizações.

O registro da DI é o início do processo de nacionalização da mercadoria via

sistema do SISCOMEX, em seguida o processo passa pela parametrização que é

feita pela Receita Federal para controlar e fiscalizar o que está sendo importado. A

parametrização pode cair em um desses canais: o verde, pelo qual o sistema

procederá ao desembaraço automático da mercadoria, dispensados o exame

documental, a verificação da mercadoria e a entrega dos documentos de instrução

do despacho; o amarelo, pelo qual será realizado o exame documental e não sendo

constatada irregularidade, será efetuado o desembaraço aduaneiro e dispensada a

verificação da mercadoria; o vermelho, que pelo qual a mercadoria somente será

desembaraçada após a realização do exame documental e da verificação da

mercadoria; e o canal cinza pelo qual o desembaraço somente será realizado após o

exame documental, a verificação da mercadoria e o exame preliminar do valor

aduaneiro.

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Se cair no canal verde, o tempo para a liberação da mercadoria não será

alterado, se cair no canal amarelo, haverá um acréscimo de 2 dias; se cair no canal

vermelho, 3 dias e se cair no canal cinza, de 10 a 15 dias.

Caso a DI seja parametrizada nos canais amarelo, vermelho ou cinza, o

despachante dá entrada dos documentos de despacho na RFB, um auditor da RFB

faz a análise fiscal e, se aprovados, libera a mercadoria.

Concretizada essa etapa, é disponibilizado no SISCOMEX (Sistema Integrado

de Comércio Exterior) o CI (Comprovante de Importação), que é um documento que

atesta a liberação da mercadoria e a nacionalização.

Após a emissão do CI, a Dispet tem um prazo de 45 dias para efetuar o

pagamento da mercadoria que é feito através de fechamento de câmbio.

Somente quando a mercadoria está liberada, é que pode ser emitido o CI,

então o processo de despacho aduaneiro está encerrado restando somente a

liberação do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para

poder ser retirada a mercadoria do recinto alfandegado.

Assim que a mercadoria está totalmente liberada, o despachante aduaneiro

Mega Office entrega os documentos necessários na Multilog, mais precisamente no

CPO (Centro de Processos de Operações), que são responsáveis pelo lançamento

da DI no sistema.

Assim que a DI é lançada no sistema, um encarregado da Dispet acessa o

sistema da Multilog (www.multilog.com.br) e faz o cadastramento das senhas para

iniciar o carregamento das mercadorias.

Nesta senha consta o lote, DI, dados da mercadoria, quantidade de paletes, a

placa e o nome do transportador, além da data e horário para realizar o

carregamento. Gerada a senha, então os caminhões seguem para a Multilog,

munidos da documentação que irão utilizar para transportar a mercadoria até a

Dispet - cópia da DI e do PLMI (Protocolo de Liberação de Mercadoria Importada).

Para realizar o transporte da Multilog até a Dispet, são contratados caminhões e

muitas vezes utilizados os próprios veículos da Dispet, que, normalmente, leva em

torno de 24 horas para ser carregado.

Chegando à Multilog, o motorista apresenta a senha no setor de cadastro e

aguarda ser chamado para iniciar o carregamento. Ao ser apontado, ele segue para

o armazém onde está localizada a mercadoria e carrega o caminhão. Assim que

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estiver carregado, segue para a Dispet onde a mercadoria é descarregada, conferida

e armazenada em seu local correto.

Para um melhor entendimento deste processo, foi elaborado um fluxograma

do processo de logística rodoviário, da importação de preformas PET, demonstrando

os procedimentos desde a compra até a chegada da mercadoria na Dispet.

E logo após um mapa demonstrando o trajeto da carreta de Montevidéu até

Itajaí.

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Figura 23: Fluxograma do Processo Logístico Rodoviário

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

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Figura 24: Mapa trajeto de Montevidéu até Itajaí

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

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4.1.2 Etapas do processo logístico no modal marítimo

O processo logístico através do modal marítimo também se inicia com o

pedido de compra, conforme citado anteriormente no capítulo 4.1.1, todo

procedimento é igual ao do processo rodoviário.

Também conforme citado no modal rodoviário, após a confirmação do pedido

é feita a separação da mercadoria, anotados os dados para posterior emissão dos

documentos e realização do carregamento. O contêiner leva cerca de 2 dias para

chegar ao Porto de Montevidéu.

Para fazer o transporte marítimo é necessária à contratação de um contêiner

de 40 pés, com capacidade para carregar 44 paletes, total de 295.680 preformas

PET. Paralelamente à contratação do contêiner, também é realizada a reserva de

espaço no navio. O armador informa as disponibilidades e a Cristalpet decide em

qual deles será despachado

Logo depois de ter feito a contratação do contêiner e a reserva de espaço no

navio, é providenciada a emissão dos documentos que são: o certificado de origem,

certificado do produto, packing list e a Fatura Comercial, onde constam todos os

dados das mercadorias que serão transportadas, como valores, tipo de produto,

quantidade.

Após o contêiner estar disponível na Cristalpet, o mesmo é ovado (estufado)

conforme o pedido de compra. Em seguida, o contêiner é fechado, posto o lacre e o

armador faz a emissão do B/L (Bill of Lading) que é o conhecimento da carga.

Posteriormente, todos os documentos de instrução de despacho: B/L, o

certificado de origem, certificado do produto, packing list e a fatura comercial são

enviados para o Despachante Mega Office através de uma empresa courrier.

Após esses procedimentos, o contêiner já está liberado para seguir para o

Porto de embarque localizado na capital, Montevidéu. O transporte do contêiner da

Cristalpet até o Porto é feito através de uma carreta porta-contêiner, contratada pela

Cristalpet. Chegando ao Porto, é realizado o despacho de exportação.

Com a chegada e a atracação do navio no Porto, é realizado o

descarregamento e o armazenamento do contêiner até ser realizada a liberação por

parte dos órgãos intervenientes: a ANVISA, RFB, MAPA e a DMM.

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Através do sistema SISCARGA, a Mega Office consegue gerar a presença de

carga 48 horas antes da atracação do navio.

A partir desse momento, inicia-se o processo de despacho aduaneiro que é o

processo fiscal para o desembaraço aduaneiro. É nele que ocorre o registro do DI e

sua parametrização que, dependendo do canal, o documento é entregue para um

auditor fiscal da Receita Federal para análise. Todo procedimento de despacho

aduaneiro levará 4 dias para ser concluído até que a mercadoria seja liberada.

A liberação por parte dos órgãos citados acima se inicia com a entrada na

ANVISA do processo para deferimento do LI que, após ser deferida, pode-se obter o

registro da DI.

A liberação por parte do MAPA é feita através de um requerimento em que,

vistoriados os paletes, é carimbado e liberado. Na DMM é feito um requerimento via

sistema e liberado pelo mesmo processo.

Como vimos no capítulo anterior, após o registro do DI, o processo passa por

uma parametrização que irá definir em qual canal irá cair: verde, amarelo, vermelho

ou cinza.

Se cair no canal verde, não há mudança no tempo de liberação; no canal

amarelo, aumentará 2 dias; no canal vermelho, 3 dias e, se cair no canal cinza,

aumentará de 10 a 15 dias.

Após estar liberado pela RFB, é emitido a CI que comprova que a mercadoria

foi devidamente liberada e serão tomadas as providências para iniciar a retirada da

mercadoria.

Depois de emitida a CI, a Dispet tem 45 dias para efetuar o pagamento da

mercadoria, feito através de fechamento de câmbio do dia.

Antes de retirar a mercadoria, é necessário pagar a armazenagem referente

ao período em que o container ficou armazenado aguardando a liberação e o frete.

Sem o pagamento de ambos os recintos, não há liberação de carregamento.

Depois de confirmados os pagamentos, é gerada a programação para retirada

do container informando o horário e a data em que o mesmo poderá ser carregado,

geralmente nas 24 horas que se seguem.

Tendo essa programação em mãos, é contratada uma carreta porta-contêiner

que tenha as características adequadas para poder realizar o carregamento. Após o

procedimento, o caminhão segue para a Dispet onde vai ser aberto o contêiner,

descarregado, a mercadoria é conferida e armazenada em seu local adequado.

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Quando o container está descarregado, segue para o seu devido terminal de

containeres, tendo assim encerrado todo o processo.

Para um melhor entendimento deste processo, a seguir veremos um

fluxograma do processo de logística marítimo, da importação de preformas PET,

demonstrando os procedimentos desde a compra até a chegada da mercadoria na

Dispet.E logo após um mapa demonstrando o trajeto marítimo de Montevidéu até

Itajaí.

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Figura 25: Fluxograma do Processo Logístico Marítimo

Fonte: Elaborado Pelo Acadêmico

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Figura 26: Mapa do trajeto marítimo de Montevidéu até Itajaí

Fonte: Elaborado Pelo Acadêmico

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4.2 Custos de transporte

Conforme proposto nos objetivos específicos, no capítulo a seguir serão

demonstrados todos os custos da logística na importação de preformas PET do

Uruguai para o Brasil, nos modais marítimo e rodoviário.

4.2.1 Custos de transporte rodoviário

Neste capítulo será abordado os custos do transporte rodoviário, bem como a

descrição de cada item, é muito importante verificar os custos, para assim fazer um

planejamento e verificar se o negócio é viável ou não e para poder formar um preço

de venda para que o negócio seja rentável.

A seguir uma tabela com os respectivos custos:

Tabela 2 – Custos transporte rodoviário em R$ (reais)

DESCRIÇÃO VALOR Valor Mercadoria R$ 25.450,25

S.D.A R$ 400,00

Taxa SISCOMEX R$ 50,00

Despachante R$ 267,86

Armazenagem 1 R$ 74,41 Frete 1 R$ 4.312,00

Movimentação Carga R$ 510,00

Anvisa R$ 200,00

Frete 2 R$ 240,00

Tempo 9 Dias TOTAL R$ 6.054,27

Fonte: Dispet

E a seguir a descrição do que se refere cada respectivo custo.

O S.D.A. (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros), é uma taxa fixa, para

cada DI tem esse custo. Não se trata, na realidade, de valor pago a estes órgãos de

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classe, mas sim por intermédio dos mesmos, por força de lei federal e unicamente

para fins de retenção e pagamento do imposto de renda incidente sobre os

honorários percebidos pelos despachantes no exercício de suas atividades, ou seja,

pela efetiva prestação de serviços ao tomador dos serviços, no caso, o importador e

o exportador. Tanto é que o nome do importador consta no despacho assim como

nas guias de recolhimento dos honorários dos despachantes e não o das

Comissárias de Despachos.

A taxa de SISCOMEX é uma cobrança de utilização do sistema paga para

poder utilizá-lo cobrada para cada registro de DI.

Para o custo de armazenagem 1 é calculado 0,25% sobre o valor da

mercadoria mais valor do frete. A soma desses valores é chamada valor aduaneiro.

Nos 13 primeiros dias (1º período) é cobrado 0,25% e a partir desse tempo, 0,08 %

por dia.

O custo de frete 1 se refere ao transporte da mercadoria da Cristalpet na

cidade de Montevidéu até o porto seco Multilog, na cidade de Itajaí, Santa Catarina,

o seguro da carga já está incluso nesse valor.

Referente à movimentação de carga, paga-se este valor por carreta e nele

está incluso a descarga da carreta ao chegar na Multilog, pesagem da carreta na

entrada e na saída, seguro dos serviços prestados, carregamento das mercadorias

assim que estiverem liberadas.

A ANVISA é o órgão que inspeciona a qualidade das preformas PET, pois é

utilizada para embalagens de alimentos. Há uma taxa é de R$ 100,00 para cada LI

(Licenciamento de Importação) e quem decide se vai ter vistoria ou não é a própria

ANVISA, que, se não estiver de acordo, não será liberada.

O serviço do despachante é calculado da seguinte forma: 0,9% sobre o valor

aduaneiro (valor da mercadoria + frete).

O despachante é responsável por todo acompanhamento da importação,

desde a contratação da carreta, entrega de documentos para os devidos órgãos

intervenientes até o desembaraço aduaneiro.

O Frete 2 da Multilog até a Dispet é realizado por freteiros, que são

responsáveis por carregar as mercadorias conforme informado na ordem de

carregamento e com segurança até a Dispet.

A armazenagem 2 se refere ao custo de armazenagem após o 1° período,

depois do 13° dia é cobrado 0,08% ao dia sobre o va lor aduaneiro, não acrescido ao

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valor total, pois somente é cobrado se o tempo de armazenagem ultrapassar os 13

dias, o que dificilmente ocorre.

O tempo total desde o pedido de compra até a mercadoria chegar na Dispet

perfaz em média 9 dias, sendo que 5 são para realizar a parte burocrática e 4 de

transporte. Greves por parte dos órgãos governamentais ou algum incidente com a

transportadora, pode gerar atraso nas etapas e levar mais tempo para que todo o

procedimento seja cumprido.

A seguir veremos uma simulação de um transporte de preformas PET do

Uruguai para o Brasil, no modal rodoviário, utilizando como exemplo o texto que

acima relatado.

Exemplo 1:

Um transporte de 56 paletes no modal rodoviário em que o valor da

mercadoria seja de R$ 25.000,00 e o valor do frete de R$ 3.000,00.

Alguns custos como o SDA, taxa SISCOMEX, movimentação carga, ANVISA

e o frete 2 iriam manter-se iguais aos da tabela 1 citada anteriormente, pois são

taxas fixas. Independente do valor da mercadoria será pago o mesmo valor.

Haveria alterações nos custos de despachante em que se paga 0,9% sobre o

valor da mercadoria, mais o valor do frete num custo de R$ 252,00 e do valor da

armazenagem que é calculado 0,25% sobre o valor da mercadoria, acrescido o

custo do frete que então ficaria no valor de R$ R$ 70,00.

Somados todos os valores fixos mais esses dois custos, teríamos um

orçamento de R$ 4.722,00, conforme veremos o exemplo da tabela a seguir.

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Tabela 3 – Custos transporte rodoviário em R$ (reais)

DESCRIÇÃO VALOR Valor Mercadoria R$ 25.000,00 S.D.A R$ 400,00

Taxa SISCOMEX R$ 50,00

Despachante R$ 252,00

Armazenagem 1 R$ 70,00

Frete 1 R$ 3.000,00

Movimentação Carga R$ 510,00

Anvisa R$ 200,00

Frete 2 R$ 240,00

Tempo 9 Dias TOTAL R$ 4.722,00

Fonte: Elaborada pelo acadêmico

4.2.2 Custos de transporte marítimo

Neste capítulo veremos os custos de transporte marítimo e como vimos no

capítulo anterior uma descrição que cada um.

A seguir veremos uma tabela demonstrando todos os custos no transporte de

preformas PET do Uruguai para o Brasil no modal marítimo.

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Tabela 4 – Custos transporte marítimo em R$ (reais)

DESCRIÇÃO VALOR Valor Mercadoria R$ 19.996,63 S.D.A R$ 400,00

Taxa SISCOMEX R$ 50,00

Despachante R$ 193,83

Armazenagem 1 R$ 56,00

Frete 1 R$ 1.540,00

Levante Contêiner R$ 46,00

Anvisa R$ 200,00

Frete 2 R$ 220,00

Taxa Liberação BL R$ 155,00

THC R$ 400,00

Tempo 14 Dias TOTAL R$ 2.705,82

Fonte: Dispet

Se comparado ao transporte rodoviário, o transporte marítimo possui certas

diferenças, porém algumas se mantêm iguais como o S.D.A, a taxa de SISCOMEX,

o serviço do despachante e a ANVISA, conforme já citadas no capítulo anterior.

As principais diferenças estão na armazenagem 1 onde no primeiro período

de armazenagem no porto de Itajaí tem o prazo de 10 dias, contando a partir da data

de chegada e o valor é 0,26% sobre o valor aduaneiro, Após os 10 dias, é cobrado

diariamente 0,11% sobre o valor CIF.

Levante de contêiner é o serviço realizado pelo operacional do Porto de Itajaí

que consiste em carregar o contêiner no caminhão assim que o mesmo estiver

liberado para carregar. É uma taxa fixa, cobrada por contêiner, sendo que o valor

pode variar dependendo de cada porto

Taxa de liberação BL é uma taxa paga ao agente armador pela prestação do

serviço. Ele é o responsável pelo recebimento dos valores de frete, THC. A agente

presta esse serviço aos armadores que, geralmente, são de outros países.

THC (Terminal Handling Charge) é uma taxa que é paga ao armador para a

realização os serviços de descer o container do navio, a Dispet paga ao armador

que a repassa para o porto por ser uma taxa paga para operar container no porto.

A armazenagem 2 se refere ao custo de armazenagem após o 1° período,

após o 10° dia é cobrado 0,11% ao dia sobre o valor aduaneiro, porém não foi

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acrescido ao valor total, pois somente é cobrado se o tempo de armazenagem

ultrapassa os 10 dias, o que dificilmente ocorre.

O frete 1 do contêiner do Uruguai para o Brasil, no modal marítimo, tem

grande diferença de custo em relação ao modal rodoviário, porém tem um tempo de

trânsito muito maior, o frete precisa ser pago antes da retirada do contêiner do porto,

caso contrário não é possível carregá-lo, o pagamento do frete é feito ao agente

armador conforme citado no parágrafo anterior. Neste valor estão inclusos o seguro

da carga aluguel de contêiner, que tem o Freetime (esse é o nome do período livre

de demurrage) de 25 dias, normalmente esse freetime é de 10 dias, porém, na

negociação realizada para a Dispet, esse período é maior, lembrando pode variar

conforme cada armador. Foram consultadas duas transportadoras a fim de verificar

todos os custos envolvidos na formação do preço de frete, contudo não foi obtido

sucesso, pois nenhuma delas forneceu a informação.

O frete 2 do Porto até a Dispet é realizado por uma carreta porta contêiner,

que é contratada junto a uma empresa de transportes que presta este tipo de

serviço, o veículo transporta o contêiner do Porto até a Dispet e da Dispet para o

terminal.

O tempo em média para que todo o procedimento seja realizado é de 14 dias,

porém podem ocorrer imprevistos durante o percurso como, por exemplo, o navio ir

para outros portos, pode até mesmo seguir para outros países, fazer transbordos e

também podem ocorrer greves nos órgãos governamentais responsáveis pelos

deferimentos e liberações.

A seguir veremos uma simulação de um transporte de preformas PET do

Uruguai para o Brasil, no modal marítimo, utilizando como exemplo o texto visto

anteriormente.

Exemplo 2:

Para um transporte de 44 paletes no modal marítimo em que o valor da

mercadoria seja de R$ 20.000,00 e o valor do frete de R$ 1.500,00.

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Alguns custos como o SDA, taxa SISCOMEX, Levante Contêiner, ANVISA,

taxa de liberação de BL, frete 2 e o THC iriam manter-se iguais aos da tabela 3

citados anteriormente, pois são taxas fixas, independente do valor da mercadoria.

Ocorreriam alterações nos custos de despachante em que se paga 0,9%

sobre o valor da mercadoria, mais o valor do frete no valor de R$ 193,50 e no valor

da armazenagem que é calculado 0,26% sobre o valor do produto, mais o valor do

frete, que então resultaria num valor de R$ R$ 55,90.

Somados todos os custos fixos mais esses dois valores, teríamos um custo

total de R$ 2.665,40, conforme veremos o exemplo da tabela a seguir.

Tabela 5 – Custos transporte marítimo em R$ (reais)

DESCRIÇÃO VALOR Valor Mercadoria R$ 20.000,00

S.D.A R$ 400,00

Taxa SISCOMEX R$ 50,00

Despachante R$ 193,50

Armazenagem 1 R$ 55,90

Frete 1 R$ 1.500,00

Levante Contêiner R$ 46,00

Anvisa R$ 200,00

Frete 2 R$ 220,00 Taxa Liberação BL R$ 155,00

THC R$ 400,00

Tempo 14 Dias TOTAL R$ 2.665,40

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

4.3 Análise entre os modais rodoviário e marítimo

Trabalhar com importação hoje no Brasil, é bastante complicado, devido à

falta de incentivo do governo, constantes greves e paralisações nos órgãos

governamentais que resultam em mercadorias paradas nos recintos alfandegados,

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aumento dos custos com armazenagem, atraso na entrega das mercadorias aos

clientes.

Como em todos os segmentos vamos encontrar dificuldades, necessita-se de

muito planejamento, trabalho e dedicação para, cada vez mais, minimizarmos essas

dificuldades.

Analisando os capítulos anteriores, o acadêmico pode observar algumas

conclusões e alguns aspectos relevantes entre estes dois modais: em ambos há

pontos fortes e pontos fracos, vantagens e desvantagens, aspectos positivos e

negativos. Conforme veremos a seguir.

Uma das diferenças entre os modais marítimo e rodoviário está no tempo de

trânsito, no rodoviário o tempo médio é de 9 dias enquanto que, no marítimo, tempo

médio é de 14 dias, média de tempo calculada levando-se em consideração que

tudo aconteça corretamente, dentro dos prazos determinados, embora possam

ocorrer percalços devido a greves por parte dos órgãos governamentais

responsáveis. É sempre preciso contar com o bom senso dos auditores da RFB,

ANVISA, MAPA e MMA para que tudo transcorra normalmente.

Outra grande diferença é que uma carreta segue direto de Montevidéu para

Itajaí enquanto um navio pode seguir outros destinos antes de vir para Itajaí,

podendo até rumar para outros países, realizar transbordos, podendo gerar mais

tempo de trânsito, embora o fato de o navio fazer um trajeto maior ou realizar

transbordos, não aumente o custo do frete. No transporte marítimo, a liberação do

MAPA ocorre depois que o contêiner já está armazenado no porto de Itajaí,

enquanto no transporte rodoviário a liberação do MAPA ocorre na fronteira,

diminuindo o espaço de tempo.

Outro aspecto importante é que no transporte marítimo é necessário aguardar

uma disponibilidade de navio para o porto de Itajaí, enquanto que no rodoviário

podemos contratar uma carreta a qualquer momento que, em questão de horas,

estará disponível para realizar o transporte.

Para o transporte no modal rodoviário temos um custo total de R$ 6.054,27

enquanto, no modal marítimo, temos um custo total de R$ 2.782,82, uma diferença

de R$ 3.348,82.

Se a empresa Dispet optasse por fazer todos os transportes via marítimo,

durante 1 ano, terá uma redução de custos de aproximadamente 60%.

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A Dispet também poderia optar por utilizar os dois modais sempre que

precisasse de um transporte mais preciso ou se tivesse certa urgência optar pelo

modal rodoviário quando tivesse urgência e o modal marítimo quando dispusesse de

mais tempo para suas operações. Se optasse por esta alternativa, ao longo de 1 ano

a Dispet teria uma redução de custos de aproximadamente 20%.

Mesmo com essa expressiva diferença de custos, a empresa ainda prefere

optar pelo transporte rodoviário por ser um meio mais confiável. No momento em

que necessitar, o meio de transporte estará disponível (por sinal, há uma grande

parceria com um transportador) além de ser um transporte mais eficiente e rápido.

Confirmou-se nesta pesquisa o que Vieira (2003) afirmou: CRT e BL são os

principais documentos do transporte rodoviário e marítimo respectivamente.

A pesquisa também confirma o que Bizelli e Barbosa (1994) afirmaram que,

dentre tantos, alguns dos principais órgãos intervenientes na Importação são, MAPA

e DMM e, conforme diz Maluf (2000), que um dos principais órgãos intervenientes é

a RFB.

Nos capítulos 4.1.2 e 4.1.3, ficou provado o que afirmou Maluf (2003) ao dizer

que algumas das etapas do processo de importação são: preparação da mercadoria,

envio dos documentos, embarque da mercadoria, despacho aduaneiro e pagamento

da importação.

Acredito que, atualmente, tempo e custos são dois dos principais fatores não

só para uma empresa que fornece matéria-prima, mas para todas as empresas em

geral, já que hoje a grande maioria das empresas trabalha praticamente sem

estoques para reduzir custos e não ficar com capital parado afetando, assim, seu

capital de giro. Portanto as empresas procuram fornecedores competentes e que

cumpram seus acordos para que, no momento em que precisar dos seus insumos e

matérias-primas, estejam disponíveis. Para isso urge fazer um planejamento de

tempo com o objetivo de proceder às entregas no prazo negociado e, ao mesmo

tempo, reduzir custos para que a empresa possa ser competitiva.

Dessa maneira, acredito que a Dispet deva utilizar ambos os modais mesmo

que haja essa diferença de valores. Isso, muitas vezes, pode não significar valores

elevados levando-se em consideração que pode deixar de atender a um cliente no

prazo determinado por atraso no transporte, gerando um cliente insatisfeito, com

desconfiança e que procure outro fornecedor. Por isso pode-se reduzir custos de

outras maneiras sem prejudicar a qualidade do atendimento ao cliente.

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A seguir veremos duas tabelas demonstrando as vantagens e desvantagens

de cada modal.

Tabela 6: Vantagens e desvantagens no modal rodoviário

MODAL RODOVIÁRIO

VANTAGENS DESVANTAGENS

Rapidez Custos maiores

Disponibilidade Riscos de Avarias

Maior Capacidade de Carga Infra-estrutura ruim

Maior Flexibilidade Poluição

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Na tabela elaborada acima o acadêmico citou algumas vantagens e

desvantagens de se utilizar o modal rodoviário.

Como vantagens foram citadas a rapidez, por ser um transporte mais rápido

em relação ao marítimo; disponibilidade, pois, no modal rodoviário há uma

disponibilidade bem maior; maior capacidade de carga, pois uma carreta tem

capacidade para 56 paletes, enquanto o marítimo tem capacidade para 44 paletes;

maior flexibilidade, pois a Dispet pode ficar monitorando, bem como solicitar que

esteja no destino em um horário programado.

Como desvantagens foram citadas, custos maiores, pois o transporte

marítimo tem um custo muito maior em relação ao marítimo; têm maior riscos de

avarias pois o caminhão pode se envolver em algum acidente, assaltos, ou no

próprio trajeto, devido às más condições das rodovias; infra-estrutura ruim, estradas

congestionadas, rodovias em péssimas condições, lugares que não tem oficinas

próximas caso ocorra algum imprevisto com a carreta; e poluição por ser um meio

altamente poluente e de uma fonte não renovável.

A seguir veremos uma tabela com as vantagens e desvantagens do modal

marítimo.

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Tabela 7: Vantagens e desvantagens no modal marítimo

MODAL MARÍTIMO

VANTAGENS DESVANTAGENS

Custos menores Transporte mais demorado

Menores riscos de avarias Menor capacidade de carga

Localização Pouca disponibilidade navios para Itajaí

Estrutura Portuária Menor Flexibilidade

Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Na tabela elaborada acima o acadêmico citou algumas vantagens e

desvantagens de se utilizar o modal marítimo.

Como vantagens foram citados custos menores, pois o transporte marítimo

tem um custo menor em relação ao rodoviário; menores riscos de avarias, já que no

navio a mercadoria vem dentro do contêiner, o risco de assalto é quase impossível,

durante a viagem dificilmente à carga se move, pois o navio não dá freadas bruscas

nem mesmo passa por buracos como no rodoviário; localização pela empresa estar

localizada na cidade de Itajaí, próximo aos portos de Itajaí, Navegantes, São

Francisco e Imbituba e estrutura portuária, por contar com a estrutura dos portos de

Itajaí e Navegantes, uns dos maiores e mais movimentados do Brasil.

Como desvantagens foram citados, transportes mais demorados, tem um

maior tempo de trânsito em relação ao rodoviário; menor capacidade de carga, por

transportar apenas 44 paletes em um contêiner enquanto que uma carreta

transporta 56 paletes; pouca disponibilidade, pois infelizmente temos pouca

disponibilidade de navios de Montevidéu para Itajaí, e menor flexibilidade, pois não

podemos ter um acesso, contato, ou mesmo ter uma previsão de chegada.

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5 SUGESTÕES DE MELHORIA

O Objetivo deste capítulo é dar sugestões para a Dispet no gerenciamento da

logística do transporte de preformas PET do Uruguai para o Brasil.

Inicialmente, para uma melhoria nos custos sugere-se que a Dispet utilize os

dois modais para transporte, podendo utilizar o transporte rodoviário quando

necessitar de uma carga mais urgente ou quando surgir uma demanda inesperada

de um determinado produto, já que o transporte rodoviário é muito mais rápido em

comparação ao marítimo, e quando não necessitar de tanta urgência poderá realizar

o transporte via marítimo.

Para possíveis mudanças no fluxograma do processo marítimo, podemos

sugerir que a Dispet se una com demais empresas de Itajaí e região que façam

importação do Uruguai a fim de fechar um volume considerável para que o navio

siga diretamente de Montevidéu para Itajaí e, com isso, todos tenham um ganho de

custo e tempo.

Observou-se que a empresa Dispet não utiliza algumas ferramentas para

auxiliar na administração do estoque como: LEC, Curva ABC, estoque mínimo e

estoque máximo, então se sugere a empresa que verifique a possibilidade de passar

a utilizar essas ferramentas a fim de ter um melhor controle de seu estoque, reduzir

custos, evitar falta e excessos de produtos em estoque.

Uma outra sugestão também seria firmar parcerias com fornecedores no

Brasil, para que numa eventual necessidade a empresa não venha a deixar de

atender aos pedidos dos clientes devido à falta de produtos em estoque.

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122 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho foi elaborado com a intenção de fazer uma análise no

transporte de preformas PET do Uruguai para o Brasil, nos modais marítimo e

rodoviário, já que atualmente a Dispet trabalha somente no modal rodoviário.

Buscou-se fazer um paralelo entre os dois modais para se ter o conhecimento da

viabilidade além de buscar uma segunda opção de transporte caso a Dispet opte por

outra modalidade.

O objetivo geral proposto foi cumprido, uma vez que era de apontar qual é o

transporte mais viável para a importação de Preformas PET do Uruguai para o Brasil

entre os modais marítimo e rodoviário. Pela presente pesquisa, ficou claro que o

mais viável considerando os custos é o modal marítimo, porém, em casos de maior

necessidade de tempo, o modal rodoviário torna-se viável, embora se faça

necessário um planejamento para que passem a ser utilizados os dois modais,

fazendo com que haja um equilíbrio entre ambos.

Da mesma maneira, podemos dizer ter cumprido os objetivos específicos

propostos desde o primeiro deles que trata de descrever as etapas do processo

logístico que o produto percorre desde o embarque até a chegada, realizado

conforme descrito nos capítulos 4.1.2 e 4.1.3, em que foi descrito todo o

procedimento e elaborado um fluxograma de cada um dos modais.

O segundo objetivo específico era demonstrar todos os custos do transporte

de ambos os modais, que foi cumprido conforme constam nos capítulos 4.2.1 e

4.2.2, em que foram elaboradas tabelas com seus respectivos custos e uma

descrição de cada um deles.

E o último objetivo específico tinha como proposta analisar as características

de cada modal pesquisado, que foi realizado através de uma análise dos dois

primeiros objetivos específicos, conforme consta nesse capítulo.

A Dispet não possui alguns itens referente ao custo de armazenagem, por

este motivo não foi possível realizar o cálculo do custo total.

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É importante destacar que foram identificadas algumas dificuldades durante a

realização deste trabalho, sendo que a principal foi o tempo para a realização do

mesmo devido à atividade profissional do acadêmico.

Porém a realização deste trabalho proporcionou o aprendizado de novos

conceitos, procedimentos, principalmente na área de importação.

Podemos afirmar de que esta pesquisa irá contribuir muito para a empresa

conforme verificado pela pesquisa, o transporte marítimo é muito mais viável

economicamente e que, conforme a necessidade, a empresa poderá passar a utilizar

os dois modais estabelecendo, assim, o equilíbrio e, consequentemente, uma

grande redução de custos podendo ser ainda mais competitiva.

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124 7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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127 ANEXO I – MODELO B/L

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128 ANEXO II – MODELO CRT

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129 ANEXO III – MODELO MIC/DTA

7.1.1.1.1.1 Manifesto Internacional de Carga Rodovi ária / Declaração de Trânsito Aduaneiro

7.1.1.1.1.1.1 Manifesto Internacional de Carga por Carretera / Declaración de Tránsito Aduanero

1 Nome e endereço do transportador / Nombre y domicilio del porteador 3 Trânsito Aduaneiro Tránsito Aduanero

Sim Si Não

No

4 Nº

5 Folha / Hoja

6 Data de emissão / Fecha de emisión

7 Alfândega, cidade e país de partida / Aduana, ciudad y pais de partida

2 Cadastro geral de contribuintes / Rol de contribuyente 8 Cidade e país de destino final / Ciudad y país de destino final

9 CAMINHÃO ORIGINAL: Nome e endereço do proprietári o CAMION ORIGINAL: Nombre y domicilio del propietario

16 CAMINHÃO SUBSTITUTO : Nome e endereço do proprietário CAMION SUBSTITUTO: Nombre y domicilio del propietario

10 Cadastro geral de contribuintes Rol del contribuyente

11 Placa do caminhão Placa del camión

17 Cadastro geral de contribuintes Rol del contribuyente

18 Placa do caminhão Placa del camión

12 Marca e número / Marca y número

13 Capacidade de tração (t) Capacidad de arrastre (t)

19 Marca e número / Marca y numero

20 Capacidade de tração (t) Capacidad de arrastre (t)

14 Ano / Año

15 Placa:

21 Ano / Año 22 Placa:

23 Nº do conhecimento Nº carta de porte

24 Alfândega de destino / Aduana de destino

33 Remetente / Remitente

25 Moeda / Moneda 26 Origem das mercadorias / Origen de las mercancias

34 Destinatário / Destinatario

27 Valor FOT / Valor FOT

28 Frete em US$

29 Seguro em US$ Seguro en US$

35 Consignatário / Consignatario

Semi -reboque Semiremolque

Reboque Remolque

Semi-reboque

Reboque

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30 Tipo de Volumes Tipo de bultos

31 Quantidade de volumes Cantidad de bultos

32 Peso bruto (kg) Peso bruto (kg)

36 Documentos anexos / Documentos anexos

37 - Número dos lacres / Número de los precintos

38 Marcas e números dos volumes, descrição das merc adorias / Marcas y números de los bultos, descripción de las mercancias

Declaramos que as informações prestadas neste Docum ento são a expressão da verdade, que os dados referentes às me rcadorias foram transcritos exatamente conforme a declaração do rem etente, os quais são de sua exclusiva responsabilidade, e que esta o peração obedece ao disposto no Convênio sobre Transporte Internacional Terrestre dos Países do Cone Sul.

40 Nº DTA, rota e prazo de transporte Nº DTA, ruta e plazo de transporte

Declaramos que las informaciones prestadas en este Documento son expresión de verdad, que los datos referentes a las mercancias fueron transcriptos exactamente conforme a la declaración del remitente, los cuales son de su exclusiva responsabilidad, y que esta operación obedece a lo dispuesto en el Convenio sobre Transporte Internacional Terrestre de los Países del Cono Sur.

39 Assinatura e carimbo do transportador / Firma y sello del portador Data / Fecha

41 Assinatura e carimbo da Alfandêga de Partida / Firma y sello de la Aduana de Partida Data / Fecha

Observações / Observaciones

Certifico que foram verificadas as informações cons tantes neste Manifesto

Internacional de Carga Rodoviária / Declaração de T rânsito Aduaneiro e na documentação anexa, assim como a integridade dos el ementos de segurança da unidade de transporte identificada neste documento, na saída deste país, e que foi concluída a operação de trânsito no território naci onal.

Certifico que fueron verificadas las informaciones que constan en este Manifesto

Internacional de Carga por Carretera / Declaración de Tránsito Aduanero y en su documentación anexa, asi como la integridad de los elementos de seguridad de la unidad de transporte identificada en este documento, en la salida de este país, e que fue completada la operación de tránsito en el território nacional.

Assinatura e carimbo da Alfândega de Saída / Firma y sello de la Aduana de Salida Data / Fecha

Rota e prazo de transporte / Ruta y plazo de transporte Data / Fecha

Observações / Observaciones

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Certifico que foram verificadas as informações cons tantes neste Manifesto Internacional de Carga Rodoviária / Declaração de T rânsito Aduaneiro e na documentação anexa, assim como a integridade dos el ementos de segurança da unidade de transporte identificada neste documento, na entrada neste país. Certifico que fueron verificadas las informaciones que constan en este Manifesto Internacional de Carga por Carretera / Declaración de Tránsito Aduanero y en su documentación anexa, asi como la integridad de los elementos de seguridad de la unidad de transporte identificada en este documento, en la entrada a este país. Assinatura e carimbo da Alfândega de Entrada / Firma y sello de la Aduana de Entrada Data / Fecha

Certifico que foram verificadas as informações cons tantes neste Manifesto Internacional de Carga Rodoviária / Declaração de T rânsito Aduaneiro e na documentação anexa, assim como a integridade dos el ementos de segurança da unidade de transporte identificada neste documento, na saída deste país, .e que foi concluída a operação de trânsito no território nacional. Certifico que fueron verificadas las informaciones que constan en este Manifesto Internacional de Carga por Carretera / Declaración de Tránsito Aduanero y en su documentación anexa, asi como la integridad de los elementos de seguridad de la unidad de transporte identificada en este documento, en la salida de este país e que fue completada la operación de tránsito en el territorio nacional. Assinatura e carimbo da Alfândega de Entrada / Firma y sello de la Aduana de Salida Data / Fecha

Rota e prazo de transporte / Ruta y plazo de transporte Data / Fecha

Observações / Observaciones Data / Fecha

Certifico que foram verificadas as informações cons tantes neste Manifesto Internacional de Carga Rodoviária / Declaração de T rânsito Aduaneiro e na documentação anexa, assim como a integridade dos el ementos de segurança da unidade de transporte identificada neste documento, na entrada neste país. Certifico que fueron verificadas las informaciones que constan en este Manifesto Internacional de Carga por Carretera / Declaración de Tránsito Aduanero y en su documentación anexa, asi como la integridad de los elementos de seguridad de la unidad de transporte identificada en este documento, en la entrada a este país. Assinatura e carimbo da Alfândega de Entrada / Firma y sello de la Aduana de Entrada Data / Fecha

Certifico que foram verificadas as informações cons tantes neste Manifesto Internacional de Carga Rodoviária / Declaração de T rânsito Aduaneiro e na documentação anexa, assim como a integridade dos el ementos de segurança da unidade de transporte identificada neste documento, na chegada no seu destino, e que foi concluída a operação de trânsito. Certifico que fueron verificadas las informaciones que constan en este Manifesto Internacional de Carga por Carretera / Declaración de Tránsito Aduanero y en su documentación anexa, asi como la integridad de los elementos de seguridad de la unidad de transporte identificada en este documento, en la llegada a su destino, e que fue completada la operación de tránsito. Assinatura e carimbo da Alfândega de Destino/ Firma y sello de la Aduana de Destino Data / Fecha

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DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO

ITAJAÍ, 08 de Junho de 2009

A empresa Dispet Industria Comércio Importação e Exportação Ltda declara

que o estagiário Rafael Kons, Aluno do curso de Administração do Centro de

Ciências Sociais Aplicadas Gestão da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,

cumpriu a carga Horária de estágio prevista para o período de 15/08/2008 a

30/05/2009, seguiu o cronograma e de trabalho estipulado no Projeto de estágio e

respeitou nossas normas internas.

____________________________ Cezar Luciano Westphal

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Nome do estagiário Rafael Kons

Orientador de conteúdo Prof. Elton José Blageski Junior

Supervisor de campo Cezar Luciano Westphal

Responsável pelo Estágio Prof. Eduardo Krieger da Silva