Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS CAMILA YARA BARBOSA ELISA SEIKO IKEDA JÉSSICA LAÍS DE SOUZA STÉFANI DA SILVEIRA BISSI ANÁLISE PARASITOLÓGICA EM FEZES DE CRIANÇAS DA ZONA RURAL E URBANA DE FERNANDÓPOLIS-SP FERNANDÓPOLIS 2012

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

CAMILA YARA BARBOSA

ELISA SEIKO IKEDA

JÉSSICA LAÍS DE SOUZA

STÉFANI DA SILVEIRA BISSI

ANÁLISE PARASITOLÓGICA EM FEZES DE CRIANÇAS DA ZONA

RURAL E URBANA DE FERNANDÓPOLIS-SP

FERNANDÓPOLIS

2012

Page 2: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

CAMILA YARA BARBOSA

ELISA SEIKO IKEDA

JÉSSICA LAÍS DE SOUZA

STÉFANI DA SILVEIRA BISSI

ANÁLISE PARASITOLÓGICA EM FEZES DE CRIANÇAS DA ZONA RURAL E

URBANA DE FERNANDÓPOLIS-SP

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Banca Examinadora do Curso de Graduação em

Farmácia da Fundação Educacional de

Fernandópolis como exigência parcial para obtenção

do título de bacharel em farmácia.

Orientadora: Profa. MSc. Daiane Fernanda Pereira

Mastrocola

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FERNANDÓPOLIS – SP

2012

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CAMILA YARA BARBOSA

ELISA SEIKO IKEDA

JÉSSICA LAÍS DE SOUZA

STÉFANI DA SILVEIRA BISSI

ANÁLISE PARASITOLÓGICA EM FEZES DE CRIANÇAS DA ZONA RURAL E

URBANA DE FERNANDÓPOLIS-SP

Trabalho de conclusão de curso aprovado como

requisito parcial para obtenção do título de bacharel

em farmácia.

Aprovado em: ____ de novembro de 20____.

Banca examinadora Assinatura Conceito

Profa. MSc. Daiane Fernanda

Pereira Mastrocola (Orientadora)

Profa. Dra. Maria Elisa Furlan

Gandini Castanheira

(Avaliadora 1)

Profa. Maria Laís Devólio

(Avaliadora 2)

Profa. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola

Presidente da Banca Examinadora

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Dedicamos este trabalho aos nossos pais, que

sempre nos incentivaram e apoiaram e a todos os

professores do curso de Farmácia, que nos deram

conselhos e sabedoria necessária para a

realização deste.

Page 5: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a nossa orientadora, professora Daiane, que nos

orientou e nos preparou para a realização deste trabalho; à diretora da CEMEI Maria

Simão - Sílvia, que abriu as portas da sua escola e nos recebeu com toda atenção;

aos professores do Laboratório de Análises Clínicas, Jeferson, Maria Laís, Vânia,

Anísio, Nayara e Veida, por nos ajudar na parte prática deste trabalho e

agradecemos imensamente à Josi por nos ajudar com as crianças na escola.

Page 6: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

RESUMO

As enteroparasitoses são doenças comuns no mundo, tendo sua gravidade

dependente de alguns fatores como a situação imunológica em que o hospedeiro se

encontra e a quantidade de cistos encontrada no organismo. Os parasitas

apresentam prevalência em regiões onde as condições socioeconômicas, o

saneamento básico, os hábitos de higiene e a falta de informação da população são

precários. São transmitidos principalmente através de água e alimentos

contaminados com cistos, e pelo contato direto de pessoa para pessoa. Os

pacientes mais acometidos são as crianças devido à falta de higiene, principalmente

por sempre levarem as mãos sujas à boca. O objetivo desse trabalho é verificar a

ocorrência destes protozoários em crianças da zona rural e urbana de Fernandópolis

e comparar os resultados com as pesquisas citadas. Foram examinadas vinte

crianças, sendo dez delas habitantes da zona urbana e dez da zona rural, de idades

entre seis e oito anos. Em 25% do total destas foi encontrado algum tipo de parasita

apresentando monoparasitismo e poliparasitismo. Das crianças positivas, 60%

habitam a zona urbana e 40% habitam a zona rural, podendo ser indício de maior

conscientização da população desta área. A maior frequência de parasitas

encontrados foi de E. nana em 10% das amostras, seguidas de G. lamblia e E. coli

em 5% das amostras. Em relação aos métodos utilizados, o método de Hoffman

mostrou-se mais eficaz, pois todas as amostras positivas foram detectadas nele,

enquanto que o método de Faust detectou apenas 40% dos parasitas. A importância

da realização dos Exames Parasitológicos de Fezes com mais de uma amostra foi

confirmada através da verificação da eliminação intermitente da G. lamblia. Foram

observados também as condições socioeconômicas e os hábitos higiênicos das

crianças, onde se pode concluir que a prevalência destes protozoários está

relacionada com a quantidade de pessoas residindo na mesma casa, a renda

familiar baixa, hábitos higiênicos inadequados, como lavar as mãos, e o hábito de

beber água da torneira, já que os cistos de G. lamblia sobrevivem à cloração da

água. Assim, as enteroparasitoses podem ser consideradas um problema familiar e

não somente individual, independentemente da zona onde vivem.

Palavras chave: enteroparasitoses, condições socioeconômicas, eliminação

intermitente, saneamento básico.

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ABSTRACT

Enteroparasitosis are the most common diseases worldwide, and their graveness

depend on some factors as the host immunological situation and the amount of cysts

found in the organism, which also determines if these pathologies will be

symptomatic or asymptomatic. The parasites are found all over the world, and their

prevalence is on regions where the social and economic conditions, the basic

sanitation, the hygiene customs and the lack of information are precarious. They are

mainly transmitted by contaminated water and food where the cysts are and also by

direct contact from person to person. The patients most attacked by these

pathologies are children due to the lack of hygiene, mostly because dirty hands to

mouth. This work aims to verify the occurrence of these protozoa in children of the

rural and urban zone of Fernandópolis and to compare the results with the cited

researches. Twenty children were examined, being ten of them inhabitants of the

urban zone and ten from the rural zone, with ages among six to eight. Parasite was

found in 25% of the total presenting monoparasitism and polyparasitism. Of the

positive children, 60% reside in the urban zone and 40% in rural zone, which can be

an indication of more awareness of this area. The most frequency of parasites was

the E. nana in 10% of the samples, followed by G. lamblia and E. coli in 5% of the

samples. In relation to the concentration methods, the Hoffman’s was the most

effective, because all the positive samples were detected in this method, whereas the

Faust’s detected just 40% of parasites. The importance of the Parasitological

Examination of Faeces realization with more than one sample was confirmed through

the verification of the intermittent elimination of G. lamblia. The children social and

economic conditions and their hygiene customs were also observed and we can

conclude that the prevalence of these protozoa is due to the quantity of people living

in the same house, the low household income, inadequate hygiene customs, like

washing the hands, and also the habit of drinking tap water, as the G. lamblia cysts

survive from the water chlorination. Thereby, the Enteroparasitosis can be

considered a familiar problem and not only individual, independently of which zone

they live.

Key-words: Enteroparasitosis, Social and Economic Conditions, Intermittent

Elimination, Basic Sanitation.

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LISTA DE FIGURAS

16

Figura 1 – Trofozoíto de Entamoeba histolytica 15

Figura 2 – Cisto de Entamoeba histolytica 15

Figura 3: Ciclo biológico da Entamoeba histolytica 16

Figura 4 – Trofozoíto de Entamoeba coli 17

Figura 5 – Cisto de Entamoeba coli 17

Figura 6 – Trofozoíto de Endolimax nana 18

Figura 7 – Cisto de Endolimax nana 18

Figura 8 – Trofozoíto de Iodamoeba bütschlii 19

Figura 9 – Cisto de Iodamoeba bütschlii 19

Figura 10 – Trofozoíto de Giardia lamblia 21

Figura 11 – Cisto de Giardia lamblia 21

Figura 12: Ciclo biológico da Giardia lamblia 22

Figura 13 – Distribuição das amostras quanto ao sexo 30

Figura 14 – Distribuição de amostras positivas 31

Figura 15 – Percentual de monoparasitismo e poliparasitismo 31

Figura 16 – Distribuição das amostras positivas em relação à zona onde

vivem

33

Figura 17 – Relação de amostras positivas com o nível de escolaridade dos

responsáveis

35

Figura 18 – Relação de amostras positivas e quantidade de moradores da

casa

36

Figura 19 – Relação entre amostras positivas e renda familiar 36

Figura 20 – Relação de amostras positivas e higiene pessoal 37

Figura 21 – Relação das respostas do questionário das crianças da zona

rural

38

Page 9: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Porcentagem e freqüência dos parasitas e suas associações 32

Tabela 2 – Comparação entre os métodos de concentração 33

Tabela 3 – Relação dos resultados considerando o intervalo entre as amostras 34

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CEMEI – Centro Municipal de Educação Infantil

EPF – Exame parasitológico de fezes

LAC – Laboratório de Análises Clínicas da FEF

OMS – Organização Mundial de Saúde

µm - Micrômetro

E. nana – Endolimax nana

E. coli – Entamoeba coli

G. lamblia – Giardia lamblia

Page 11: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

2. REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................. 14

2.1 Entamoeba histolytica .................................................................................. 14

2.1.1 Morfologia .............................................................................................. 14

2.1.2 Sintomas ................................................................................................ 15

2.1.3 Ciclo biológico........................................................................................ 16

2.2 Entamoeba coli ............................................................................................ 17

2.2.1 Morfologia .............................................................................................. 17

2.2.2 Ciclo biológico........................................................................................ 18

2.3 Endolimax nana ........................................................................................... 18

2.3.1 Morfologia .............................................................................................. 18

2.4 Iodamoeba bütschlii ..................................................................................... 19

2.4.1 Morfologia .............................................................................................. 19

2.5 Giardia lamblia ............................................................................................. 20

2.5.1 Morfologia .............................................................................................. 20

2.5.2 Sintomas ................................................................................................ 21

2.5.3 Ciclo biológico........................................................................................ 21

2.6 Tratamento e profilaxia ................................................................................. 22

2.7 Métodos laboratoriais para o diagnóstico de enteroparasitas ...................... 23

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3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 26

3.1 Amostras ...................................................................................................... 26

3.2 Instrumento de pesquisa .............................................................................. 26

3.3 Materiais ....................................................................................................... 27

3.4 Métodos ....................................................................................................... 27

3.4.1 Método de Hoffman ............................................................................... 28

3.4.2 Método de Faust .................................................................................... 28

3.4.3 Microscopia ........................................................................................... 28

3.5 Processamento de dados e resultados ........................................................ 29

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 30

5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 39

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 41

7. APÊNDICE ......................................................................................................... 47

8. ANEXO ............................................................................................................... 59

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12

1. INTRODUÇÃO

Os protozoários intestinais estão espalhados universalmente e são

relacionados com a condição sócio- econômica da população, condição de

saneamento do meio, a falta de conhecimento da população sobre

enteroparasitoses e a falta de hábitos higiênicos (GARCIA et al., 2006).

Assim, as enteroparasitoses estão entre as doenças mais comuns no

mundo, tendo prevalência em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos

(ANDRADE et al., 2010).

Em 2005, a prevalência de giardíase em países industrializados foi de 2% a

7%, enquanto que em países em desenvolvimento, a prevalência foi maior atingindo

de 20% a 30% da população (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).

Os protozoários mais comuns encontrados nos humanos são a Entamoeba

histolytica e a Giardia lamblia. Assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS)

estima que existem no mundo cerca de 200 milhões de pessoas infectadas por

Giardia lamblia e 500 milhões por Entamoeba histolytica. Deste número de pessoas

com amebíase, 50 milhões apresentam a forma invasiva, provocando a morte de

100.000 pessoas por ano, sendo que a maioria por colite e abcesso hepático

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).

No Brasil, a taxa de pessoas com enteroparasitoses diminuiu, mas estima-se

que 30% da população esteja infectada por parasitas, mesmo em áreas mais

desenvolvidas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).

A transmissão é feita principalmente pela falta de tratamento adequado à

água e em consequência, os alimentos são contaminados, principalmente vegetais e

frutas quando consumidos crus podem transmitir cistos. A falta de higiene domiciliar

também é um fator importante, pois insetos como baratas e moscas podem passar

por fezes contaminadas e transmiti-las para os humanos (MARKELL et al., 2003).

Lugares com aglomeração de pessoas como as creches e escolas, também

podem ajudar na disseminação dos cistos, pois, o contato direto de pessoa para

pessoa, pode ser uma forma de contaminação principalmente quando não há

hábitos higiênicos regulares, como lavar as mãos. Os portadores assintomáticos

podem transmitir a doença principalmente ao manipular alimentos. Portanto, o

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13

diagnóstico e o tratamento são de suma importância, não apenas em casos com

sintomas (BELLOTO et al., 2011; MARKELL et al., 2003; MONTAGNA et al., 2008).

As crianças são mais acometidas que os adultos, pois possuem hábitos

higiênicos mais precários e acostumam e colocar as mãos na boca, sem antes lavá-

las (ANTUNES et al., 2011; BELLOTO et al., 2011; BRITO, 2006; GARCIA et al.,

2006; LODO et al., 2010; MONTAGNA et al., 2008; ORO et al., 2010; PEZZI;

TAVARES, 2007; PITTNER et al., 2006; SILVA ; SANTOS, 2001).

Na zona rural há mais condições para as enteroparasitoses se instalarem,

visto que na maioria das vezes, a água não é tratada e há menor cobertura de

esgotamento sanitária. Sendo assim, 25,2% da população rural não recebe água

tratada, enquanto que 91,9% da população urbana é servida com rede de água

(ANDRADE et al., 2010).

Para não haver maior disseminação destas doenças, é preciso,

primeiramente, tratar a água e o esgoto de forma correta, pois são a principal forma

de transmissão, além de proteger os reservatórios naturais de insetos e animais.

Como a giárdia sobrevive à filtração e cloração da água, é necessário purifica-la com

solução saturada de iodo, que pela sua concentração consegue destruir os cistos

após 20 minutos a 20°C.É recomendado adicionar 12,5mL de solução para 1 litro de

água e beber em até 15 minutos (MARKELL et al., 2003).

É preciso também conscientizar a população sobre a importância dos

hábitos higiênicos, a realização de exames parasitológicos periodicamente em

cozinheiras e funcionários que tenham contato com as crianças em creches e

escolas e o tratamento de indivíduos assintomáticos (MARKELL et al., 2003).

Em suma, o principal objetivo este trabalho é analisar a prevalência de

enteroparasitoses em crianças da zona rural e urbana de Fernandópolis - SP a fim

de comprovar os estudos da literatura.

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14

2. REVISÃO DA LITERATURA

O parasitismo é uma associação entre seres vivos que depende da presença

de um hospedeiro apropriado para lhe fornecer proteção e alimento. As

enteroparasitoses protozoárias são doenças causadas por protozoários que habitam

a luz intestinal, podendo ser sintomáticas ou não, dependendo do número de cepas

de cistos ingeridas, deficiência imunitária do hospedeiro e baixa acidez do suco

gástrico (NEVES, 2006).

Podem apresentar duas formas evolutivas: trofozoítos e cistos. Os

trofozoítos são a forma de multiplicação que ao sofrerem divisão, se diferenciam em

sua forma infectante, os cistos (MARKELL et al., 2003).

2.1 Entamoeba histolytica

2.1.1 Morfologia

A Entamoeba histolytica é uma ameba patogênica causadora da amebíase.

Seus trofozoítos, encontrados na região do ceco e reto sigmoide, não tem uma

forma definida se observados no microscópio. Ao serem corados, adquirem uma

forma esférica onde se pode ver seu citoplasma dividido em ectoplasma, claro e

uniforme, e endoplasma, granuloso e vacuolizado, às vezes com hemácias. Possui

até 4 núcleos com cromatina delicada, uniforme e fina, aderida à membrana nuclear

com cariossoma pequeno e central. Possui boa motilidade através de seus

pseudópodes, sendo progressiva e direcional. Seu tamanho varia de 12 a 60 µm,

mas em média possui 20 µm de diâmetro (Figura 1). Já os seus cistos (Figura 2) ,

encontrados nas fezes, tem forma de pequenas esferas com parede dupla e 12 µm

de diâmetro. A quantidade de núcleos depende da maturação dos cistos, assim, um

cisto jovem pode ter um núcleo e um vacúolo de glicogênio, que quando corados

com lugol, adquirem uma coloração castanho e um cisto maduro, pode apresentar 4

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15

núcleos com corpos cromatóides em forma de bastão (MARKELL et al., 2003;

NEVES, 2006).

Figura 1: Trofozoíto de E. histolytica Figura 2: Cisto de E. histolytica

Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm

2.1.2 Sintomas

A maioria dos portadores desta doença são assintomáticos, caracterizando-

se por 90% dos casos. Os sintomas mais comuns são diarreia leve com fezes

líquidas, náuseas e cólicas esporádicas. Portanto, a colite amebiana é classificada

como a manifestação clínica mais frequente tendo início gradual com dores

abdominais, diarreia com fezes líquidas, sangue e muco, podendo estar associada a

vômitos com períodos de constipação e diarreia intercalados. Pode ocorrer também

a invasão da mucosa do cólon pelos trofozoítos, que se multiplicam causando

necroses e formando úlceras denominadas de botão de camisa. Uma complicação

rara é a colite fulminante que pode ter o quadro agravado pela diarreia intensa e

sanguinolenta, febre e necrose transmural. Os sintomas duram de uma a duas

semanas e poucos possuem febre (MOTTA; SILVA, 2002).

Algumas vezes podem ser encontradas lesões hepáticas, pulmonares,

cerebrais e cutâneas chamadas abcessos amebianos. Estas lesões são causadas

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16

por amebas que entram na corrente sanguínea e se fixam em outros órgãos que não

o intestino grosso, sendo a mais frequente localização o fígado. Em casos raros,

pode-se encontrar a hepatite amébica causada por esses abcessos (VERONESI,

1991).

2.1.3 Ciclo biológico

O Ciclo biológico se inicia pela ingestão de cistos maduros, que vão para o

estômago onde sua parede sofre ligeira digestão. Depois, vão para o intestino

delgado deixando passar o metacisto por uma fenda na membrana, se dividem

formando quatro trofozoítos metacísticos que se alimentam e se dividem novamente

resultando em oito trofozoítos. Estes, vão para o intestino grosso onde sofrem

desidratação e se transformam em pré-cistos, sem movimentos e sem parede

cística. Depois, se diferenciam em cistos formando a parede esférica, amadurecem

por divisão nuclear e são eliminados nas fezes (NEVES, 2006).

Figura 3: Ciclo biológico da E. histolytica Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm

Page 18: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

17

2.2 Entamoeba coli

2.2.1 Morfologia

A Entamoeba coli é uma ameba não patogênica comensal que vive na luz do

intestino grosso. Suas características, bem como seu ciclo biológico, transmissão e

profilaxia são parecidos com os da Entamoeba histolytica, podendo ser confundidas

(MARKELL et al., 2003).

Seus trofozoítos se caracterizam por terem 25 µm de diâmetro, citoplasma

não diferenciado em ectoplasma e endoplasma e um núcleo bem visível com

cromatina grosseira e irregular, apresentando cariossomo grande e excêntrico. No

citoplasma aparecem frequentemente muitos vacúolos. Sua motilidade em relação a

E. histolytica é vagarosa e não progressiva com pseudópodes curtos (Figura 3).

Enquanto que seus cistos (Figura 4) medem de 15 a 20 µm, possuindo até oito

núcleos com corpos cromatóides em forma de feixes menos comuns que na E.

histolytica, com citoplasma muito granuloso. A diferenciação entre E.coli e E.

histolytica, quando coradas com lugol, se dá pelo número de núcleos (MARKELL et

al., 2003).

Figura 4: Trofozoíto de E.coli Figura 5: Cisto de E.coli Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm

Page 19: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

18

2.2.2 Ciclo biológico

Sua forma de transmissão, ciclo biológico, sintomas e profilaxia são

característicos de amebas, descritos anteriormente (MARKELL et al., 2003).

2.3 Endolimax nana

2.3.1 Morfologia

É a menor ameba intestinal comensal, é mais frequente do que as outras

juntamente com a E coli. Seus trofozoítos (Figura 5) tem em média 7 µm de

diâmetro, podendo ter de 5 a 12 µm. Sua locomoção é rápida como na E. histolytica,

mas não é direcionada. Possuem citoplasma com vacúolos, membrana nuclear fina,

sem grãos de cromatina, apenas um núcleo com cariossomo grande e irregular.

Seus cistos (Figura 6) tem mais ou menos a mesma faixa de tamanho dos

trofozoítos, com 8 µm de diâmetro. Devido ao seu tamanho pequeno, é muito difícil

ver suas características mesmo coradas. Sua identificação se deve à sua forma

ovóide e seus 4 núcleos (MARKELL et al., 2003).

Figura 6: Trofozoíto de E. nana Figura 7: Cisto de E. nana Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm

Page 20: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

19

2.4 Iodamoeba bütschlii

2.4.1 Morfologia

É uma ameba não patogênica comensal do ceco e colo intestinal. Seus

trofozoítos possuem de 4 a 20 µm de diâmetro, mas a maioria fica na faixa de 9 a 14

µm (Figura 7). Esta característica dificulta a identificação dos trofozoítos não

corados. Sua locomoção é lenta e progressiva com pseudópodes hialinos. Seu único

núcleo, geralmente não é visível sem coloração. Com coloração, é possível observar

o cariossomo grande e mais ou menos centralizado cercado de pequenos grânulos.

Os cistos (Figura 8) possuem diâmetro de 6 a 16 µm, com média de 9 a 10 µm.

Possuem parede com contorno irregular, grande variedade em sua forma, vacúolos

de glicogênio constantes com contorno regular e um único núcleo (MARKELL et al.,

2003).

Figura 8: Trofozoíto de Iodamoeba bütschlii Figura 9: Cisto de Iodamoeba bütschlii Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Librart.htm

Page 21: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

20

2.5 Giardia lamblia

2.5.1 Morfologia

A Giardia lamblia é um protozoário intestinal flagelado e patogênico, com

cistos e trofozoítos bem conhecidos. Assim, por análise microscópica, pode-se

observar que o trofozoíto possui corpo em forma de pera, possui disco suctorial ou

adesivo na porção anterior da superfície ventral do organismo e mergulhados no

citoplasma, possui dois núcleos ovóides na região do disco adesivo, com grande

cariossomo central, com comprimento de 9 a 21 µm e largura de 5 a 15 µm. Possui

também quatro pares de flagelos, axonemas retos, muito próximos e paralelos e dois

corpos medianos (MARKELL et al., 2003).

Os trofozoítos (Figura 9) são encontrados na porção superior do intestino

delgado, podem estar aderidos à mucosa pela ação dos discos adesivos e em

alguns casos podem produzir irritação dos tecidos. Sua motilidade se deve aos seus

flagelos, e é caraterizada pela lenta oscilação do seu eixo longo. Tal movimento

pode ser comparado ao de uma folha caindo (MARKELL et al., 2003).

Quando analisados sem corante, pode-se observar sua forma típica e sua

motilidade e ao usar o corante, geralmente hematoxilina férrica, pode-se observar

sua forma, núcleos, axonemas e corpos medianos bem como suas quantidades

(MARKELL et al., 2003).

Os cistos (Figura 11), presentes nas fezes, são ovoides, com comprimento

de 8 a 14 µm e largura de 7 a 10 µm, possuem de dois a quatro núcleos

proeminentes, quatro corpos medianos e flagelos com aparência desordenada em

quantidades duas vezes maior que nos trofozoítos (MARKELL et al., 2003).

Quando corados por solução de Lugol, seus cistos são identificados pela

coloração amarelada, sua membrana evidente e seus quatro núcleos (VERONESI,

1991).

Page 22: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

21

Figura 10: Trofozoíto de G.lamblia Figura 11: Cisto de G. lamblia

Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm

2.5.2 Sintomas

A giardíase é uma doença frequente na infância, podendo ser sintomática ou

assintomática. Dos casos sintomáticos, a diarreia com fezes liquefeitas e com muco

está presente em 90% dos casos, sendo o sintoma mais comum desta patologia. A

diarreia acompanhada de perda de peso, náuseas, desconforto, distensão

abdominal e flatulência representam 60% a 70% dos casos, podendo evoluir para

esteatorréia. Em casos mais raros, 30% a 50% desta diarreia se torna crônica

acompanhada de retardo no crescimento devido à má absorção intestinal. Há

também a deficiência de vitaminas lipossolúveis K, E, D e A, ferro e zinco e

consequentemente perda de peso (MOTTA; SILVA, 2002).

2.5.3 Ciclo biológico

Seu ciclo biológico começa pela ingestão de cistos que são transportados

até o duodeno de onde saem de sua membrana e se multiplicam intensamente por

Page 23: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

22

divisão binária formando trofozoítos. Estes, que estão presos pelos discos adesivos

à mucosa duodenal, se soltam dias depois e começam o processo de encistamento

onde adquirem um revestimento espesso. Os cistos formados são eliminados nas

fezes (NEVES, 2006).

E excreção de cistos não é regular e constante, variando dentro de padrões

baixo, médio e grande pelo número de cistos eliminados nas fezes (GARCIA et al.,

2006).

Figura 12: Ciclo biológico da Giardia lamblia. Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm

2.6 Tratamento e profilaxia

Segundo Veronesi (1991),a transmissão destes protozoários é causada por

água ou bebidas contaminadas, alimentos vegetais comidos crús, onde os

Page 24: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

23

manipuladores destes alimentos também podem ser uma forma de disseminação,

contato direto com pessoas infectadas e contado indireto através de animais como

baratas e moscas. Por isso, são doenças frequentemente encontradas em

ambientes coletivos, como creches e escolas onde as crianças ficam mais expostas

a esta doença por colocar as mãos na boca sem lava-las (ORO et al., 2010;

VERONESI, 1991).

Assim, além da água usada para consumo próprio, piscinas, rios, banheiras

e reservatórios também são considerados formas de transmissão mesmo sendo

mais raras. Os cistos de G. lamblia quando eliminados, podem sobreviver por vários

dias no meio externo e são resistentes ao cloro usado no tratamento da água

principalmente se esta for fria (BRITO, 2006).

O Tratamento medicamentoso da giardíase em crianças se dá através de

derivados nitroimidazóicos, como o metronidazol e tinidazol. O primeiro é

normalmente usado de 15 a 20 mg/ kg/dia, duas vezes ao dia durante 7 dias. E o

segundo é recomendado 50 mg/kg em dose única por dia. O albendazol também

pode ser usado com 400 mg/dia de 3 a 5 dias. Já a amebíase é tratada com

metronidazol 35 a 50mg/kg dividido em 3 doses por 7 a 10 dias(GOODMAN &

GILMAN, 2007).

A profilaxia é muito importante. Pois, apesar de alguns pacientes não

apresentarem sintomas e algumas amebas não serem patogênicas, estes também

são focos de transmissão, devendo ser diagnosticada e tratada para não haver

disseminação. Assim, sua profilaxia é difícil de executar, pois depende além do

tratamento do paciente, do tratamento correto do lixo e das fezes, da eliminação de

insetos, da higiene pessoal e do tratamento correto da água e dos alimentos

(VERONESI, 1991).

2.7 Métodos laboratoriais para o diagnóstico de enteroparasitas

O diagnóstico e identificação das doenças parasitárias é realizado através

do EPF que diferencia os parasitas por sua morfologia, já que os sintomas, que

podem ou não ocorrer, não são constantes e podem diminuir ou se agravar

Page 25: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

24

conforme as características do paciente, como idade, sistema imunitário

comprometido e número de cepas de cistos (MARKELL et al., 2003; NEVES, 2006;

VERONESI, 1991).

No EPF adequado, é realizada primeiramente uma análise macroscópica da

amostra, para verificar a consistência e presença de sangue e muco. Tal análise só

é possível se a amostra não tiver conservante (MARKELL et al., 2003).

O exame microscópico pode ser realizado pelo exame direto com fezes sem

conservantes. Uma vantagem deste método é a possibilidade de se observar cistos

e trofozoítos de flagelados como a Giardia lamblia bem como sua motilidade

característica. Após a coloração com solução de iodo, pode-se observar suas

estruturas mais detalhadamente. Porém, este método é pouco usado pela

dificuldade de identificar os parasitas em relação a quantidade de sedimentos e

matéria fecal (MARKELL et al., 2003).

Assim, as técnicas mais usadas são as de concentração, que tem a

finalidade de concentrar o maior número de parasitas em uma pequena quantidade

de amostra. Os cistos são separados do restante da matéria fecal através de

diferenças na densidade específica (MARKELL et al., 2003).

Esta técnica é dividida em sedimentação e flutuação. A técnica de

sedimentação mais usada é a de Hoffman, Pons & Janer, que consiste em uma

sedimentação espontânea, onde os cistos são mais pesados que as bactérias e

partículas de alimento não digeridas e se depositam no fundo. Já o método de

Faust, consiste em uma flutuação usando um meio líquido mais pesado que os

parasitas, assim, estes ficam na superfície (GARCIA et al., 2006).

Outros métodos capazes de identificar parasitas são a microscopia com

hematoxilina férrica e a pesquisa de coproantígeno com leitura realizada pelo ELISA.

Este último tem sua execução mais rápida, cerca de 1/3 do tempo do Faust, porém,

tem um custo elevado e é muito específico. Tal especificidade não permite a

identificação de outros parasitas. A hematoxilina férrica é capaz de detectar cistos e

trofozoítos, mas é pouco usada por ter um custo mais alto que o Hoffman e o Faust

e execução mais lenta (BRITO, 2006; MACHADO et al., 2001).

Por esta razão, os métodos escolhidos para a realização do presente

trabalho foram Hoffman e Faust, pois são os mais empregados visto que possuem

custo baixo e execução rápida compatíveis com a rotina laboratorial (ANTUNES et

Page 26: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

25

al., 2011; BAPTISTA et al., 2006; BELLOTO et al., 2011; BRITO, 2006; GARCIA et

al., 2006; LODO et al., 2010; MACHADO et al., 2001; ORO et al., 2010; PEZZI;

TAVARES, 2007).

Page 27: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

26

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Amostras

As amostras foram selecionadas aleatoriamente e coletadas de 20 crianças

com idade entre 6 e 8 anos, sendo 10 da zona rural e 10 da zona urbana da cidade

de Fernandópolis, na escola CEMEI Maria Simão.

Cada criança devia coletar 3 amostras de fezes com 3 dias de intervalo

cada. Assim, nos dias anteriores às coletas, os alunos receberam os kits coletores.

3.2 Instrumento de pesquisa

Após uma autorização da Secretaria de Educação do município para a

realização da pesquisa, foi realizada uma reunião com as crianças na biblioteca da

escola explicando assim o trabalho.

Cada aluno recebeu uma pasta, identificada com o nome, um comunicado

direcionado aos pais contendo manual e cronograma de coleta, para orientá-los,

duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e do Termo de

Consentimento de Participação e um questionário abordando questões sobre a

criança, seus hábitos, moradia e sobre os responsáveis.

Após a devolução dos termos e do questionário ambos assinados e

respondidos foram enviados na mochila de cada criança um kit de coleta com um

coletor contendo formol a 10%, uma pá e uma etiqueta para identificação.

Os responsáveis enviaram as amostras nas mochilas das crianças e o

transporte até o Laboratório de Análises Clínicas da FEF foi feito dentro de uma

caixa de isopor.Todas as análises foram feitas no LAC-FEF.

Page 28: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

27

3.3 Materiais

Todos os materiais foram cedidos pelo LAC-FEF e todas as análises foram

feitas no mesmo.

- Coletores

- Solução de formol a 10%

- Pá

- Etiquetas

- Copos descartáveis

- Cálices

- Peneiras

- Gaze

- Tubo cônico

- Canudo plástico

- Centrífuga

- Água destilada

- Lâminas

- Sulfato de zinco a 33%

- Alça bacteriológica

- Lugol

- Microscópios

3.4 Métodos

Para a pesquisa dos parasitas intestinais foram usados os métodos de

Hoffman, Pons & Jener e FAUST já que ambos tem o custo mais baixo e são

aplicados rotineiramente nos laboratórios (ANTUNES et al., 2011; BAPTISTA et al.,

2006; BELLOTO et al., 2011; BRITO, 2006; GARCIA et al., 2006; LODO et al., 2010;

MACHADO et al., 2001; ORO et al., 2010; PEZZI; TAVARES, 2007).

Page 29: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

28

3.4.1 Método de Hoffman

Este método é realizado a partir de sedimentação espontânea, onde uma

pequena parte de fezes é diluída em água destilada, filtrada em uma peneira com

gaze dobrada, adicionando mais água e deixado em repouso por no mínimo 1 hora.

Para esta pesquisa, deixamos em repouso por 24 horas a fim de concentrar um

maior número de parasitas. O sedimento foi analisado em uma lâmina com solução

de lugol (HOFFMAN et al., 1934 apud GARCIA et al ., 2006).

3.4.2 Método de Faust

Este método consiste em uma flutuação de parasitas por ação de uma

solução de sulfato de zinco a 33%. Assim como o método de Hoffman é necessário

diluir e filtrar. Depois, 10 mL do filtrado é passado para um tubo cônico e

centrifugado por 5 minutos. A aparência do sobrenadante deve ser límpida, caso não

esteja nesta condição, deve-se descartar o sobrenadante, adicionar 10 mL água

destilada e centrifugar por 5 minutos. Esta etapa deve ser repetida até o

sobrenadante ficar límpido.Feito isso, o sobrenadante é descartado e adicionado 10

mL de solução de sulfato de zinco a 33% e centrifugado novamente por 5 minutos.

Com ajuda de uma alça bacteriológica já esterilizada, a película superior foi colhida e

colocada em uma lâmina corada com lugol (FAUST et al., 1939 apud GARCIA et al.,

2006).

3.4.3 Microscopia

A observação do aspecto realizada na análise macroscópica não foi possível

devido a utilização do formol a 10%. Após a confecção das lâminas (sedimento e

Page 30: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

29

lugol), estas foram analisadas em microscópio no aumento de 10x e confirmadas no

aumento de 40 x.

3.5 Processamento de dados e resultados

Os resultados obtidos com as análises foram anotados em um livro ata com

folhas separadas para cada aluno. Foram analisados também seus questionários e

os laudos foram emitidos.

Page 31: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

30

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados e a discussão foram feitos com base nos dados obtidos pelos

questionários, a descoberta e identificação de enteroparasitas e com baseamento

literário através de artigos científicos.

De todas as amostras, 65% são do sexo masculino e 35% do sexo feminino

(Figura 13), sendo que apenas os meninos apresentaram positividade nas amostras.

A relação entre a positividade e o sexo masculino foi relatada em outras

pesquisas, mas não há dados comprovando esta predisposição (BAPTISTA et al.,

2006; PRADO et al., 2001).

65%

35%

Meninos

Meninas

Figura 13: Distribuição das amostras quanto ao sexo.

De 20 crianças, cinco apresentaram positividade para algum tipo de parasita

representando 25% do total (Figura 14). Assim, 15% se apresentaram

monoparasitadas e 10% se apresentaram poliparasitadas (Figura 15).

Page 32: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

31

25%

75% Amostras positivas

Amostras negativas

Figura 14: Distribuição de amostras positivas.

15%

10%Amostrasmonoparasitadas

Amostraspoliparasitadas

Figura 15: Percentual de monoparasitismo e poliparasitismo.

Foram encontrados os seguintes protozoários: Endolimax nana, Entamoeba

coli e Giardia lamblia, sendo que alguns estavam associados de acordo com a

Tabela 1. A frequência destes protozoários é compatível com algumas pesquisas

Page 33: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

32

como um estudo feito em Araraquara- SP onde a maior prevalência foi de E. nana

(22,5%), E. coli (21,5%) e G. lamblia (18,5%), um estudo feito em Bom Jesus dos

Perdões- SP, onde foram encontrados E. nana (44,7%), E. coli (24%) e G. lamblia

(14,9%) e outra pesquisa feita em Caxias do Sul –SP onde as espécies de maior

prevalência foram, E. nana, E. coli e G. lamblia representando 37,36%; 29,67% e

13,9% respectivamente (LODO et al ., 2010; PEZZI; TAVARES, 2007).

A associação entre E. nana e E. coli é comumente encontrada em pessoas

com condições de higiene precária, sendo um indicador de condições sanitárias e

sócio econômicas da população estudada. Há também uma relação entre esses dois

parasitas e a contaminação fecal já que a maior forma de transmissão é o contato

fecal oral (ANTUNES et al., 2011; LODO et al., 2010; SANTOS; MERLINI, 2010).

Tabela 1: Porcentagem e frequência dos parasitas e suas associações

Parasitas Frequência Porcentagem

G. lamblia 1 5%

G. lamblia/ E.nana 1 5%

E. nana 2 10%

E.nana/E. coli 1 5%

Total 5 25%

Comparando a positividade com a zona em que vivem, 60% das crianças

positivas moram na zona urbana e 40% moram na zona rural (Figura 16). Tal dado

discorda de dois estudos: um estudo feito no município de Ibiassucê- BA, onde a

maior prevalência foi de crianças da zona rural representando 42,09% das amostras

(MATOS; CRUZ, 2012) e outro feito em Itambé do Mato Dentro-MG onde 39,05%

dos infectados eram moradores de zona rural (MATI et al., 2010). Porém, em um

estudo feito na cidade de Maria Helena-PR a instalação de enteroparasitoses foi

maior na zona urbana (71,1%). Assim, é possível acreditar que o crescimento

desordenado das cidades gera um ambiente sem condições sanitárias ideais,

Page 34: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

33

fazendo com que a prevalência de enteroparasitoses nestas áreas seja maior do que

na área rural (LODO et al., 2010; MATOS; CRUZ, 2012; SANTOS; MERLINI, 2010).

40%

60%

Zona rural

Zona urbana

Figura 16: Distribuição das amostras positivas em relação à zona onde vivem.

Em relação aos métodos de concentração usados, todas as amostras

positivas foram identificadas no Método de Hoffman e apenas 10% destas foram

identificadas no Método de Faust (Tabela 2), discordando de alguns trabalhos, já

que neste presente estudo os dois métodos não foram equivalentes quanto a sua

sensibilidade (BELLOTO et al., 2011; GARCIA et al ., 2006; PEZZI; TAVARES,

2007).

Tabela 2: Comparação entre os métodos de concentração

Métodos Frequência Porcentagem

Hoffman 5 25%

Faust 2 10%

Total de amostras positivas 5 25%

Page 35: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

34

Em relação ao intervalo entre as amostras, foi observado que a G. lamblia só

foi encontrada na segunda e terceira amostra, comprovando assim sua eliminação

intermitente e a importância de fazer o EPF com mais de uma amostra (GARCIA et

al ., 2006; MARKELL et al., 2003).

A E. nana, foi encontrada somente na segunda amostra, sugerindo

eliminação intermitente. Contudo não existem estudos que relatam esta situação(

Tabela 3).

Tabela 3: Relação dos resultados considerando o intervalo entre as amostras

Parasitas Primeira amostra Segunda amostra Terceira amostra

G. lamblia Não encontrado Encontrado Encontrado

G. lamblia/ E. nana Não encontrado Encontrado Encontrado

E. nana Não encontrado Encontrado Não encontrado

E. nana/ E. coli Encontrado Encontrado Encontrado

Sobre o nível de escolaridade dos responsáveis pelas crianças, a maioria

havia completado o ensino médio. Assim, em relação às amostras positivas (Figura

17), a maioria dos pais também completou o ensino médio somando 60% dos casos.

Contudo, este dado discorda de alguns estudos onde a maioria dos infectados

possuíam responsáveis com nível de escolaridade mais baixo (MACEDO, 2005;

PEZZI;TAVARES, 2007).

Page 36: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

35

60%

40%Ensino médio concluído

1º Grau concluído

Figura 17: Relação de amostras positivas com o nível de escolaridade dos responsáveis.

Relacionando as amostras positivas com a quantidade de pessoas morando

na mesma casa, a maioria das crianças residem com 4 e 5 pessoas, representando

40% e 20% vivem com 8 pessoas( Figura 18). Portanto, esse dado está de acordo

com alguns estudos onde há uma relação entre a quantidade de pessoas na casa e

os parasitas, visto que a partir de 4 pessoas na casa, aumentam as chances de

contaminação por haver precariedade nos hábitos higiênicos. A menor porcentagem

em relação à 8 pessoas, se deve à uma menor amostragem de crianças que vive

com esta quantidade de pessoas na mesma casa (ORO et al., 2010; SILVA;

SANTOS, 2001).

Page 37: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

36

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

4 Pessoas 5 Pessoas 8 Pessoas

40% 40%

20%

Figura 18: Relação de amostras positivas e a quantidade de moradores da casa.

Em relação à classe salarial (Figura 19), a maioria vive com 2 salários

mínimos, sendo um fator determinante para a instalação de parasitas junto com o

número de pessoas residentes em cada domicílio, já que estas famílias sustentam 5

e 4 pessoas com esta renda (MACEDO, 2005; OLIVEIRA et al., 1996;

PEZZI;TAVARES, 2007; PRADO et al.,2001; VIEIRA et al., 1995).

20%

40%

20% 20%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

1 Salário mínimo 2 Saláriosmínimos

3 Saláriosmínimos

4 Saláriosmínimos

Figura 19: Relação entre amostras positivas e renda familiar.

Page 38: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

37

Comparando as amostras positivas com as respostas do questionário sobre

a higiene pessoal das crianças (Figura 20), foi observado que a maioria (60%)

respondeu que às vezes lava as mãos após brincar e antes das refeições,

comprovando assim a relação entre os hábitos higiênicos e as enteroparasitoses.

Sobre a ingestão de água da torneira foi observado que as crianças bebem dessa

água com frequência, o que provavelmente poderia ter contribuído com a instalação

dos parasitas, principalmente a G. lamblia que sobrevive a cloração da água. Essa

suposição não pode ser confirmada, visto que não foi realizada a análise da água

(BRITO, 2006; COELHO et al., 2011; GUIMARÃES et al., 2003; LUDWIG et al.,

1999; MARKELL et al., 2003; MARZOCHI, 1977;ORO et al.., 2010; SANTOS;

MERLINI, 2010).

Figura 20: Relação entre amostras positivas e higiene pessoal.

Das crianças da zona rural, a maioria respondeu que lava as mãos após

brincar e sempre antes das refeições, representando assim 70% e 56,25%

respectivamente. Quanto à ingestão de água da torneira, 44,4% respondeu que

sempre bebe desta água e 50% respondeu que não bebe(Figura 21). Com isso,

podemos sugerir que a menor incidência de parasitas nesta zona se deve a

Page 39: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

38

melhores hábitos higiênicos e maior conscientização da população rural (BRITO,

2006; COELHO et al., 2011; GUIMARÃES et al., 2003; LUDWIG et al., 1999;

MARKELL et al., 2003; MARZOCHI, 1977;ORO et al.., 2010; SANTOS; MERLINI,

2010).

Figura 21: Relação das respostas do questionário das crianças da zona rural.

Page 40: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

39

5. CONCLUSÃO

A partir deste trabalho, podemos concluir que a prevalência de parasitas

está relacionada com condições sócio-econômicas, como a renda familiar e a

quantidade de pessoas morando na mesma casa, e com os hábitos higiênicos como

lavar as mãos e beber água da torneira.

Concluímos também que 25% das crianças estavam infectadas com algum

tipo de protozoário, estando monoparasitadas e poliparasitadas. Entre os parasitas

encontrados, a maior frequência foi de E. nana em 10% das amostras, seguidas de

G. lamblia e E. coli em 5% das amostras. A prevalência de E. nana associada ou

não a outros parasitas indica contaminação fecal e está relacionada com as

condições sócio-econômicas e higiênicas da população estudada, conforme foi

observado na análise dos questionários individuais.

Assim, as crianças residentes da zona urbana apresentaram maior

positividade que a zona rural representando 60% das amostras positivas.Portanto,

este dado pode ser explicado por uma maior conscientização da importância dos

hábitos higiênicos pela população rural, visto que seus hábitos higiênicos eram mais

adequados que das crianças da zona urbana, como foi comprovado pelo

questionário. Podemos sugerir também que com o crescimento desordenado das

cidades e consequentemente uma maior precariedade nos hábitos higiênicos seja

uma possível explicação para a maior incidência na zona urbana.

Foi observado também a importância de coletar amostras com intervalo

entre elas de pelo menos 3 dias e a realização de mais de um método de

concentração para a obtenção de um resultado adequado, já que a G. lamblia possui

eliminação intermitente e o método de Hoffman teve maior sensibilidade que o

método de Faust.

O tratamento destas enteroparasitoses é necessário, mesmo em indivíduos

assintomáticos ou infectados por parasitas não patogênicos, pois a disseminação

destes pode ser perigosa para crianças e adultos imunodeprimidos.

Em suma, é importante tratar todas as pessoas infectadas, principalmente os

assintomáticos e manipuladores de alimentos, além de conscientizar a população

sobre hábitos higiênicos corretos e importância da realização de EPF adequados,

Page 41: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

40

bem como sua profilaxia e tratamento, para que se tenha uma diminuição na

incidência destes.

Page 42: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

41

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 48: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

47

7. APÊNDICE

APÊNDICE A – Comunicado e manual de coleta

COMUNICADO

Prezados pais e responsáveis, somos alunas do último semestre de Farmácia

Bioquímica da Fundação Educacional de Fernandópolis-FEF e estamos realizando

um trabalho de conclusão de curso com o tema: Análise parasitológica em fezes

de crianças da zona rural e urbana da cidade de Fernandópolis-SP. Seu filho(a)

está sendo convidado para participar desta pesquisa, que tem o objetivo de verificar

e propor medidas para diminuir a ocorrência de parasitas intestinais em crianças de

6 a 8 anos de idade.

A participação de seu filho(a) consiste em uma coleta de fezes que será

realizada por vocês e enviada à escola no dia seguinte da coleta para nós

buscarmos. Abaixo está um manual de coleta de fezes, que explica como coletar as

fezes e os cuidados necessários e o cronograma da coleta para orienta-los. Caso

estejam interessados em deixar seu filho(a) participar da pesquisa, por favor

responda o questionário, leiam e assinem o termo de participação e o termo de

consentimento livre e esclarecido.

O questionário e o termo de participação devem ser assinados e

mandados à escola. O termo de consentimento livre e esclarecido contém

duas cópias onde ambas devem ser assinadas. Uma cópia fica para você e

outra deve ser mandada à escola que repassará estes termos para nós.

Obrigada

COLETA DE FEZES

Após assinar os termos e responder os questionários, vocês deverão coletar

as fezes da criança. Ao todo serão coletadas 3 amostras com 3 dias de intervalo

cada. É muito importante seguir o cronograma e o manual de coleta para a

realização do trabalho corretamente.

Page 49: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

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Será entregue à vocês no dia 21/08 (terça-feira), 3 potes coletores

acompanhados de uma pá cada um.

No dia 22/08 (quarta-feira) vocês deverão realizar a primeira coleta de fezes

seguindo este manual:

Coletar a porção do meio da amostra se houver sangue ou muco coletar

também.

Não é necessário um volume maior que ¾ do frasco

O frasco contém conservante, portanto é preciso agitar o frasco depois de

fechado para misturar as fezes com o conservante.

Colar no rótulo do frasco a etiqueta com o nome da criança, data e hora da

coleta.

Não é necessário guardar na geladeira

Levar o frasco fechado e identificado dentro na mochila da criança. Se for

necessário colocar o frasco em uma sacola de plástico e colocar na mochila.

No dia 23/08 (quinta-feira) vocês deverão levar o potinho com as fezes na

escola.

No dia 26/08 (domingo) vocês farão a segunda coleta das fezes.

No dia 27/08 (segunda-feira) vocês levarão o potinho com as fezes na

escola.

No dia 30/08 (quinta-feira) vocês irão fazer a terceira coleta de fezes.

No dia 31/08 (sexta-feira) vocês levarão o potinho com a terceira amostra na

escola.

OBS: As outras coletas de fezes também deverão seguir este manual e

cronograma.

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APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Seu filho(a) está sendo convidado (a) para participar da pesquisa: Análise

parasitológica de fezes de crianças da zona rural e urbana da cidade de

Fernandópolis-SP, no caso de você concordar em participar, favor assinar no final

do documento. Sua participação não é obrigatória, e, a qualquer momento você

poderá desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará

nenhum prejuízo em sua relação com os pesquisadores ou com a instituição de

ensino.

Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone do orientador

da pesquisa, podendo tirar dúvidas do projeto e da sua participação.

Nome da pesquisa: Análise parasitológica de fezes de crianças da zona rural

e urbana da cidade de Fernandópolis-SP.

Orientador da pesquisa: Daiane Fernanda Pereira Mastrocola

Telefone: (17) 97440385

Pesquisadores participantes: Camila Yara Barbosa, Elisa Seiko Ikeda,

Jéssica Laís de Souza e Stéfani da Silveira Bissi.

Objetivos: Este projeto visa analisar a ocorrência de enteroparasitas em

fezes de crianças da zona rural e urbana da cidade de Fernandópolis, contribuindo

para a diminuição da disseminação destes.

Procedimentos do estudo: Os responsáveis pela criança devem responder

um questionário com informações sobre o paciente e responsável, moradia, renda

familiar e saneamento básico da criança. Deverá também coletar três amostras de

fezes da criança com três dias de intervalo cada e levar á escola a fim de seguir

para o laboratório.

Riscos e desconforto: Não há.

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Benefícios: Com o conhecimento dos enteroparasitas que prevalecem nas

crianças é possível servir de baseamento para trabalhos e campanhas contra a

disseminação destas doenças.

Custo/ reembolso para o participante: Não há.

Confidencialidade da pesquisa: Não haverá divulgação de nomes dos

participantes da pesquisa, bem como seus responsáveis.

Assinatura do orientador responsável: ______________________________

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APÊNDICE C – Termo de Consentimento de Participação

TERMO DE CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO

Eu,_________________________________________________________________

__ , portador do RG: ___________________e CPF: __________________declaro

que li as informações contidas neste documento, fui devidamente informado pelas

alunas Camila Yara Barbosa, Elisa Seiko Ikeda, Jéssica Laís de Souza e Stéfani da

Silveira Bissi dos procedimentos que serão utilizados, riscos, desconfortos,

benefícios, custo/reembolso dos participantes, confidencialidade da pesquisa,

concordando ainda que meu

filho(a)_________________________________________________________

participe da pesquisa. Foi me garantido que posso retirar meu consentimento a

qualquer momento, sem que isso leve a penalidade. Declaro ainda que recebi uma

cópia desse Termo de Consentimento.

Local e data:

Nome do responsável por extenso:

_________________________________________________

Page 53: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana de fernandópolis

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APÊNDICE D – Questionário

QUESTIONÁRIO

Idade da criança:

Marque com o X uma única alternativa para cada pergunta:

1) Sexo da criança:

( ) Masculino

( ) Feminino

2) Local onde mora:

( ) Zona rural

( ) Zona urbana

3) Grau de ensino do responsável (pai ou mãe):

( ) Graduação completa (faculdade)

( ) Graduação incompleta (faculdade)

( ) Ensino médio concluído ( de 1º a 3º colegial)

( ) Ensino médio incompleto ( de 1º a 3º colegial)

( ) 2º grau concluído ( de 5ª a 8ª série)

( ) 2º grau incompleto ( de 5ª a 8ª série)

( ) 1º grau concluído (de 1ª a 4ª série)

( ) 1º grau incompleto ( de 1ª a 4ª série)

( ) Não alfabetizado(a)

4) Renda familiar:

( ) Um salário mínimo

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( ) Dois salários mínimos

( ) Três salários mínimos

( ) Quatro salários mínimos

( ) Outros: ________________

5) Número de pessoas que moram na casa:

( ) 2 pessoas

( ) 3 pessoas

( ) 4 pessoas

( )5 pessoas

( ) 6 pessoas

( ) 7 pessoas

( ) 8 pessoas

( ) 9 pessoas

( ) 10 ou mais pessoas

6) A criança lava as mãos após brincar?

( ) Sim

( ) Não

( ) As vezes

7) A criança lava as mãos antes das refeições?

( ) Sim

( ) Não

( ) As vezes

8) A criança bebe água da torneira?

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( ) Sim

( ) Não

( ) As vezes

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APÊNDICE E – FOTOS

Cisto de Entamoeba coli.

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Cisto de Endolimax nana.

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Cisto de Giardia lamblia (método de Hoffman).

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Cisto de Giardia lamblia (método de Faust)

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8. ANEXO

ANEXO A – Autorização da Secretaria de Educação de Fernandópolis