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Análise de cadeias produ0vas agroindustriais: abordagens teóricas e proposta metodológica para estudo dos arranjos interorganizacionais e das estratégias de desenvolvimento rural Prof. Glauco Schultz FCE/IEPE/PGDR/UFRGS Ilhéus/BA, 28/08/2013 Prof. Glauco Schultz 1

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Análise  de  cadeias  produ0vas  agroindustriais:  abordagens  teóricas  e  proposta  metodológica  para  estudo  dos  arranjos  interorganizacionais  e  

das  estratégias  de  desenvolvimento  rural      Prof.  Glauco  Schultz  

FCE/IEPE/PGDR/UFRGS  

Ilhéus/BA,  28/08/2013  

Prof.  Glauco  Schultz   1  

Roteiro  da  apresentação  

1)  Arranjos   interorganizacionais:   emergência   do  fenômeno;  

 2)  Conceitos   e   abordagens   para   estudo   dos   arranjos  

interorganizacionais:  

-­‐  Agribusiness;  Commodity  Systems  Approach;  Filière;  Complexo  Agroindustrial;  Cadeias  ProduGvas  Agroindustrias;  Sistemas  Agroindustriais;  

 -­‐  Economia   Industrial;   Economia   dos   Custos   de   Transação;   Aglomerados   ProduGvos;  

Supply   Chain   Management;   Neoins<tucionalismo   organizacional;   Nova   Sociologia  Econômica;  

3)   Tendências   dos   mercados   de   alimentos   por  segmento  das  cadeias  produ0vas.        

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Debate  sobre  desenvolvimento  econômico  capitalista:      

industrialização  –  especialização  da  produção  -­‐  divisão  do  trabalho.  

   -­‐   expansão   dos   mercados   externos   com   impacto   na   redução   dos  custos  de  produção  (economias  de  escala);      -­‐  manutenção  de  preços  no  mercado  interno  (garanGa  de  lucro  e  do  poder  de  compra  da  população).      

Desenvolvimento  econômico  –  dois  caminhos:    progresso  técnico  e  comércio  exterior  

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Arranjos  interorganizacionais:  emergência  do  fenômeno        

Funções  básicas  da  agricultura  para  o  modelo  clássico  de  desenvolvimento  econômico:  

   -­‐  liberar  mão  de  obra  para  a  indústria  e  diminuir  a  pressão  sobre  os  salários  urbanos;  -­‐  fornecer  alimentos  e  matérias  primas  para  o  setor  urbano-­‐industrial;  -­‐  gerar  divisas  externas  com  aumento  das  exportações  (financiar  o  desenvolvimento);  -­‐  transferir  poupança  para  inves0mentos  na  indústria  e  na  infraestrutura  econômica  e  social;  -­‐  cons0tuir  mercados  para  bens  industriais  

Fonte:  Souza,  1999  

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Arranjos  interorganizacionais:  emergência  do  fenômeno        

 

Desenvolvimento  como  um  processo  de  crescimento  ar0culado  entre  as  suas  partes  (Souza,  1999).  

 -­‐  uma  economia  é  subdesenvolvida  quando  faltam-­‐lhe  algumas  partes;  -­‐  as   relações   de   interdependência   na   economia   promovem   crescimento,  

aumentando  a  escala  de  produção  e  diminuindo  custos;  -­‐  análise  das  (des)conexões  entre  setores;  -­‐  avaliação  das  aGvidades  que  não  acessam  mercados  internos  ou  que  somente  

acessam  mercados  externos;  -­‐  integração  verGcal  e  horizontal  entre  os  setores.  

Matriz  Insumo-­‐Produto  (Wassily  Leon0eff,  1941)        

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Arranjos  interorganizacionais:  emergência  do  fenômeno        

Pólo   de   Crescimento   (polarização   técnica)   como   polo   de  desenvolvimento:   concentração   industrial,   economias   de  aglomeração,   interdependência   técnica   (linkages)   com   outras  indústrias  e  formação  do  complexo  industrial.  Fluxos  de  produtos  e  de   renda   que   geram   crescimento   em   outras   indústrias   -­‐   forças  centrípedas  e  forças  centrífugas  (François  Perroux,  1955)      Estratégia  de  crescimento  desequilibrado:  os   invesGmentos  devem  ser   efetuados   em   setores   selecionados   (setores   chave)   e   não   em  diversas   aGvidades   econômicas   –   linkages,   interligações   ou   efeitos  de   encadeamento   (horizontais   e   verGcais)   –   compra   e   venda   de  insumos   (backward   effects   e   forward   effects)   (Albert   Hirschman,  1958)    

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Arranjos  interorganizacionais:  emergência  do  fenômeno        

•  análise   (sistêmica)   que   rompe   com   a   divisão   setorial   da   economia   entre  agropecuária,   indústria   e   serviços   -­‐   Teoria   Geral   de   Sistemas   (Bertalanffy,  1968);  

 •  análise  das  estruturas   imperfeitas  de  mercado  (poder)  e  das   implicações  para  

as   estratégias   e   compeGGvidade   das   empresas   que   compõem   uma   cadeia  produGva   -­‐   Economia   Industrial   –   oligopólios   (Marshall)   diversos   mercados  (Sraffa,   1926);   concorrência   imperfeita   (Robinson,   1933);   concorrência  monopolísGca   (Chamberlin,  1933);  Teoria  dos   Jogos   (Neumann;  Morgenstern,  1947;  Jogos  não  cooperaGvos  (Nash,  1950);  

 •  consideração  das  insGtuições  como  determinantes  das  relações  econômicas  na  

cadeia   produGva   (mecanismos   de   coordenação   –   relações   contratuais   e  integração   verGcal   –   e   papel   do   Estado)   -­‐   Nova   Economia   InsGtucional   e   a  Economia  dos  Custos  de  Transação;  (Coase,  1937;  Williamson,  1971)  

•  cooperação  e  relacionamentos  entre  os  agentes  de  uma  cadeia  produGva  com  o   objeGvo   de   gerar   eficiência   sistêmica   -­‐   Gerenciamento   da   Cadeia   de  Suprimentos  -­‐    LogísGca   integrada  e  vantagem  compeGGva  (Oliver  e  Webber,  1982;  Bowersox,  1986;  Stevens,  1989;  Christopher,  1992).  

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Arranjos  interorganizacionais:  emergência  do  fenômeno        

Fatores  explicaGvos  da  dinâmica  de  funcionamento  das  cadeias  produGvas  agroindustriais  

Destaca-­‐se  a  importância  da  inovação  tecnológica  como  indutora  das  mudanças  

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Aumento  da  produ0vidade  dos  fatores  de  produção  

   No  período  de  30  anos,  entre  1975  e  2005,  a  produção  agropecuária  brasileira  aumentou  208%  sendo  que  a  

produ0vidade  dos  fatores  de  produção  (terra,  insumos,  máquinas  e  mão  de  obra)  foi  responsável  por  

72%  desse  crescimento.        

   Fonte:  Gasques;  Bastos;  e  Bacchi  (2008)  

   

      Estudo   sobre  as  esGmaGvas  da  produGvidade   total  dos   fatores   (PTF),  para  29  produtos  da   lavoura   temporária,   32  produtos  da  lavoura  permanente,  6  produtos  de  origem  animal,  3  Gpos  de  carnes  (bovina,  suína  e  de  aves),  e  cálculo  da  produGvidade  da  terra,  mão  de  obra  e  capital  (ferGlizantes,  defensivos  e  máquinas  agrícolas).  

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Aumento  da  produção  agropecuária  

 A  produção  agropecuária  mundial  terá  que  crescer  70%  até  2050  para  suprir  o  aumento  populacional  de  38%  e  a  quan<dade  de  3.130  KgCal/per  capita/dia,  em  comparação  com  2005/2007.    

     A  produção  mundial  de  carnes  e  de  cereais  deverá  crescer  85%  e  49%,  

respecGvamente,  visando  incrementar,  até  2050,  em  1  bilhão  de  toneladas  de  cereais  e  200  milhões  de  toneladas  de  carne,  sendo  que  90%  desse  crescimento  será  oriundo  de  um  rendimento  mais  elevado,  e  somente  10%  do  aumento  da  

quanGdade  de  terras  uGlizadas  para  culGvos  e  criações.      Fonte:  BRUINSMA,  2009.  

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 Visão  desenvolvimenGsta     –   1950/1970:   industrialização,  políGcas  públicas,  crescimento  econômico;    Estabilidade   macroeconômica   –   década   de   1980:  globalização  da  economia,  modelos  flexíveis  de  produção,  terceirização,   surgimento   da   informáGca;   no   Brasil,  retomada  da  discussão  sobre  a  questão  agrária;    Novas  funções  para  a  agricultura  –  década  de  1990  

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Arranjos  interorganizacionais:  emergência  do  fenômeno        

Mul0funcionalidade  da  agricultura  

•  Funções  públicas  exercidas  pela  agricultura.    Bens  públicos:  -­‐  auto-­‐consumo;    -­‐  segurança  alimentar;  -­‐  coesão  social;  -­‐  herança  cultural  (produtos  caseiros);  -­‐  conservação  do  território  e  da  paisagem  agrícola;  -­‐  diversidade  agrobiológica;  -­‐  saúde  sanitária.  

(Carneiro,  2002;  Maluf,  2002  )  Prof.  Glauco  Schultz   12  

MulGfuncionalidade  da  agricultura  

Debate  que  surgiu  na  França:  

-­‐  esvaziamento  do  espaço  rural;  -­‐  deterioração  do  meio  ambiente;  -­‐  preocupação  com  a  segurança  alimentar;  -­‐  desvio  da  políGca  agrícola  para  o  desenvolvimento  rural;  

-­‐  noção  que  pretende  romper  com  o  viés  setorial  da  políGca  agrícola.  

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Conceitos  e  abordagens  para  estudo  dos  arranjos  interorganizacionais  

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Análise  de  Cadeias  produ0vas    

•  análise  do  conjunto  de  setores  que  se  inter-­‐relacionam  e  se  complementam  com  o  objeGvo  de  atender  aos  mercados;  

   •  existência  de   fortes  vínculos   intersetoriais  ou  entre  blocos  

de  indústrias;      •  ferramenta   de   análise   da   compeGGvidade   empresarial   ou  

setorial   (especificidades   produGvas,   tecnológicas,  econômicas  e  insGtucionais);  

   •  recorte   analíGco   flexível:   foco   das   análises   (questões   de  

pesquisa);   instrumental   teórico;   e   abrangência   da  invesGgação;  

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I N S U M O S  

Processa-

mento

Agroindústria  

Comerciali-zação

Atacadista  

Comerciali-

zação

Varejista  

MERCADO CONSUMIDOR

NOVOS MERCADOS  

AMBIENTE ORGANIZACIONAL  

AMBIENTE INSTITUCIONAL  

Fluxo de capital e de informações   Fluxo de materiais  

Figura 2: Representação esquemática da cadeia produtiva Fonte: Castro et al (1995)

PROPRIEDADE AGRÍCOLA  

Sistemas Produtivos

1, 2, 3, n  

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Figura   1   –   Caracterização  sintéGca   de   uma   cadeia  produGva   inserida   em   um  ambiente   insGtucional,   com  organizações   e   setores   de  apoio.    F o n t e :   a d a p t a d o   d e  ZYLBERSZTAJN;   NEVES  (2000)  e  BATALHA  (1997)    

Instrumental  analí0co  para  formulação  de  estratégias  empresariais  e  de  polí0cas  públicas.  

 

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Cadeias  produ0vas  

Análise  de  cadeias  produ0vas  

•  Relações  econômicas  de  produção  (poder  de  barganha);    •  Estágios  de  um  sistema  técnico-­‐econômico  (inovação);    •  Seqüência  de  etapas  por  onde  passa  um  produto  até  chegar  

ao  consumidor  final  (logísGca);    •  Conjunto   de   aGvidades   e   de   arranjos   insGtucionais   que  

viabilizam   as   transações   entre   empresas   e   consumidores  nos  mercados  (comercialização);  

 •  Conjunto  de  relações  de  troca  (mercados).  

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Análise  de  Cadeias  Produ0vas  

Objetos  de  estudo  e  aportes  teóricos:      -­‐  relações  de  dependência  –  ECD/EI    -­‐  localização/externalidades  –  CLUSTERS/DISTRITOS    -­‐  coordenação  –  NEI/ECT    -­‐  gerenciamento  –  SCM  

-­‐  organizações  e  insGtuições  -­‐  TI    

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•  Nível  de  análise  (meso?  micro?  Macro?  –  unidade  de  análise   microeconômica,   como     espaço   de   decisão  dos   agentes   econômicos,   ou     uma   unidade   de  agregação   setorial   (firmas,   indústria)   para   análises  macroeconômicas?  

•  cadeias   produGvas   empresariais:   empresas   (ou  conjunto  de  poucas  empresas)  como  etapas  e  fluxos  logísGcos  representaGvos  dos  intervalos;  

•  cadeias  produGvas  setoriais:  setores  econômicos   (ou  indústria)   como   etapas   e   os   mercados   como  intervalos  

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Análise  de  cadeias  produ0vas:  em  síntese:  

Abordagens  pioneiras  -­‐  Agribusiness     -­‐   soma   total   das   operações   ...   (Davis;   Goldberg,  

1957)    -­‐  Commodity   Systems   Approach   –   CSA   -­‐   engloba   todos   os  

parGcipantes  e  inclui  as  insGtuições  (Goldberg,  1968)    -­‐  Analyse  de  Filières  -­‐  sequência  de  operações  ...  (Malassis,  1968,  

1979;  Morvan,  1985)  

-­‐  Complexo   Agroindustrial   (CAI)   –   nível   de   agregação   (complexo  industrial)  Haguenauer,  1984;  Araujo,  Wendekin,  Pinazza,  1990;  Possas,   1990;   industrialização   e   modernização   da   agricultura  (Muller,   1982,   1983,   1989;   Szmrecsányi,   1983;;     Guimarães,  1976;  1982;  Kageyama  et  al,  1987;  Silva,  1996;)  

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•  Teoria   do   oligopólio   (concentração,   crescimento   das   firmas,  concorrência,   diferenciação   dos   produtos,   barreiras   à   entrada,  economia  de  escala  e  de  escopo,  localização  industrial);  

•  Análise   dos   condicionantes   das   estratégias   empresariais   em  determinadas  indústrias  (setores);  

•  Surge   com   mais   ênfase   a   parGr   de   1920   com   a   preocupação   de  formular   políGcas   públicas   econômicas   (intervenção   governamental)  no  contexto  do  livre  mercado:  

-­‐  regulamentação  ou  desregulamentação  das  indústrias  de  u0lidade  pública;  

-­‐  promoção  da  concorrência  (Leis  an0truste  e  de  livre  comércio);  

-­‐  esgmulo  ao  progresso  tecnológico  (concessão  de  patentes  e  subsídios).  

Economia  Industrial  

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Economia  Industrial  

O  que  explica  a  heterogeneidade  do  desempenho  das  empresas  em  uma   indústria   (lucros  acima  da  média)?      -­‐  concentração  do  mercado  em  poucas  empresas;  

-­‐  diferenciação   dos   produtos   (poder   de  monopólio);  

-­‐   barreiras  à  entrada;     Prof.  Glauco  Schultz   23  

Barreiras  à  entrada  (Bain,  1956):    

“[...]   qualquer   condição   estrutural   que   permita   que   empresas   já   estabelecidas   em   uma   indústria   possam  praGcar  preços  superiores  ao  compeGGvo  sem  atrair  novos  capitais.”(Kupfer,  2002,  p.  113)  

•  existência  de  economias  de  escala;  

•  diferenciação  de  produto  associada  à  promoção  de  vendas  e  publicidade;  

•  vantagens  absolutas  de  custo  independente  de  escala;  

•  caráter  insGtucional  (patentes,  franquias,  compras  governamentais);  

•  integração  verGcal  de  firmas  já  estabelecidas;  

•  necessidade  de  elevados  invesGmentos  iniciais.  

Economia  Industrial  

Tipos  de  oligopólios:  concentrado;  diferenciado;  compeGGvo.  

“Qualquer   fator   que   impeça   a   livre  mobilidade  do   capital   para  uma   indústria   no  longo   prazo   e,   consqüêntemente,   torne   possível   a   existência   de   lucros   supra-­‐normais  permanentes  da  indústria.”(Kupfer,  2002,  p.  111)  

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Aumento das fusões e aquisições QUADRO 2 - Fusões e aquisições que ocorreram no Brasil, entre 1994 (início do plano real) e 2009, nos cinco setores com maior número de transações registradas

RANKI

NG

SETOR Nº DE TRANSAÇÕES

1º Alimentos, bebidas e fumo 576

2º Tecnologia de informação (TI) 489

3º Telecomunicações e mídia 352

4º Instituições financeiras 333

5º Companhias energéticas 285

 

 

Fonte:  elaborado  a  parGr  de  KPMG,  2009  

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Concentração do faturamento 2003 2008

Entre as 3 primeiras colocadas 27% 38%

Entre as 5 primeiras colocadas 33% 41%

Entre as 10 primeiras colocadas 39% 46%

Entre as 20 primeiras colocadas 45% 52%

Entre as 50 primeiras colocadas 50% 58%

Aumento da concentração do setor varejista QUADRO 3 - Evolução da concentração do faturamento do setor supermercadista entre as primeiras colocadas no ranking brasileiro, nos anos de 2003 e 2008

Fonte:  SUPERHIPER,  2009  

Figura  1  –  Cinco  forças  compeGGvas  Fonte:  PORTER,  2004,  p.  4.  

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A empresa é uma instituição econômica que participa nos mercados

comprando insumos e vendendo bens e serviços. A empresa também organiza o local de trabalho e transforma recursos escassos em produtos e

serviços que são vendidos nos mercados.

MAS POR QUE AS EMPRESAS EXISTEM?

Por que toda a produção não é realizada em uma única grande empresa?

Quais as razões que impedem o planejamento de toda a produção?

Quais os limites para o crescimento das empresas?

Economia  dos  Custos  de  Transação  

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Custos de Transação

As respostas a estas perguntas são possíveis por meio da análise dos custos burocráticos e hierárquicos, internos e externos, expandindo a

visão neoclássica de custos de produção.

As empresas buscam minimizar os custos de produção (teoria neoclássica) e os custos de transação (teoria institucional*).

Geralmente, os custos de gerenciar as transações econômicas por meio de mercados é maior do que os custos de gerenciar as transações econômicas dentro dos limites das

empresas.

Com esta definição sobre a natureza das empresas o professor Ronald Coase recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1992.

COASE, R. H. The Nature of the Firm, Economica,Vol. 4 (novembro de 1937), pp. 386-405

(Estudante de 21 anos de idade na London School of Economics)

* Nova Economia Institucional (NEI) e a Economia dos Custos de Transação (ECT) Prof.  Glauco  Schultz  

Pressupostos  da  ECT:      •  existem  custos  na  uGlização  do  sistema  de  preços  e  na  condução  de  

contratos  intra-­‐firma  (descoberta  dos  preços,  negociação  de  contratos,  fiscalização  e  resolução  de  conflitos);  

•  o  ambiente  insGtucional  (  sistema  de  normas)  interfere  nos  custos  de  transação  e  nos  processos  de  transferência  de  propriedade;  

•  a  racionalidade  é  limitada,  ou  seja,  existe  capacidade  limitada  de  receber,  estocar,  recuperar  e  processar  informações,  gerando,  portanto,  contratos  incompletos;  

•  os  indivíduos  ao  buscarem  o  seu  auto-­‐interesse  podem  agir  de  forma  oportunísGca.  

Economia  dos  Custos  de  Transação  

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ECT  -­‐  Esquema  de  três  níveis  de  Williamson  (1993)    

•  Ambiente   insGtucional   condiona   o  surgimento   de   formas   organizacionais  minimizadoras  de  custos  de  transação.    Ex:  garan<as   legais  de  propriedade   intelectual  altera  a  forma  eficiente  de  governança.  

•  Os   indivíduos   são   considerados   racionais,  mas   de   forma   limitada,   e   oportunistas  ( a u t o i n t e r e s s a d o s   c om   a v i d e z ) ,  condicionando   as   formas   organizacionais  minimizadoras  de  custos  de  transação.    Ex.:  os   contratos   são   incompletos   devido   ao  comportamente  aé<co.  

•  A   estrutura   de   Governança   é,   portanto,  resultado   do   ambiente   insGtucional   e   dos  pressupostos   comportamentais   dos  indíviduos.  

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•  Estruturas  de  Governança  –  mercado,  híbrida  (dependência  bilateral  balizada  por  contratos);    hierárquica  (integração  verGcal);  

•  Aspectos  contratuais:  flexibilidade  ex-­‐post;  desenho  contratual  ex-­‐ante;  incenGvos;  arbitragem  pública/privada;  confiança;  

•  Pressupostos  comportamentais  dos  indivíduos:  racionalidade  limitada  e  oportunismo;      •  CaracterísGcas  das  transações:  especificidades  dos  aGvos;  frequência;  incerteza;  

•  Ambiente  organizacional:  bureaus  públicos  e  privados;  associações;  organizações  políGcas;  informação;  tecnologias;  

•  Ambiente  insGtucional:  sistema  legal;  aspectos  culturais;  tradição  e  costumes;  organizações  políGcas;  aspectos  internacionais.    

Economia  dos  Custos  de  Transação  

InsGtuições   são   restrições   construídas   (regras   do   jogo)   que   estruturam   e   restringem   a  interação   social,   econômica   e   políGca.   Podem   ser   informais   (tabus,   costumes,   códigos   de  conduta,  ...)  ou  formais  (consGtuição,  leis,  ...)  (MacroinsGtuições  -­‐  North,  1991,  1994)    

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•  alianças,  parcerias,  relações  de  cooperação.      

Foco  nos  fatores  relacionais.    •  “[...]   suprimentos   iniciam   e   dirigem   as   aGvidades   da   cadeia.”   (Borrás   et   al,  

2006,  p.  29).      •  SCM  –  gerenciamento  dos  canais  de  aquisição  e  distribuição  por  empresas  que  

adicionam  valor  ao  longo  dos  fluxos  de  produtos.  

•  SCM  –  relações  de  cooperação  (horizontais  e  verGcais)  ao  longo  da  cadeia  com  o  objeGvo  de  gerenciar  os  fluxos  de  produção  e  de  informações  voltados  para  minimização  de  custos  e  de  adição  de  valor  aos  clientes.  

Gerenciamento  da  Cadeia  de  Suprimentos  

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Gerenciamento  da  cadeia  de  suprimentos  

 Premissa  segundo  a  qual  a  cooperação  entre  membros  da  cadeia  reduz  os  riscos  individuais  o  que  pode  ocasionar  uma  melhor  eficiência  na  logísGca,  eliminando  perdas  e  esforços  

desnecessários.      

Redes  de  organizações  que  buscam  cooperar  para  compe0r.    

Gerencimanto  da  cadeia  de  suprimentos  é  uma  extensão  da  logís0ca.      

 Fonte:  BOWERSOX  (1996)  apud  WOOD  &  ZUFFO,1998    

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Gerenciamento  da  Cadeia  de  Suprimentos      

Três  caracterís0cas  predominantes:      

• gestão  comparDlhada;    • cooperação;      • contratos  flexíveis  e  de  longo  prazo.    

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Cadeia  de  suprimentos  

“[...]   rede   de   organizações   [...]   que   produzem   valor   na   forma   de  produtos   e   serviços   que   são   entregues   ao   consumidor   final  (  MARABITO;  IANNONI,  2007,  p.  193)  

 SCM   (BOWERSOX,   1998):   sequência   de   compradores   ou  vendedores   trabalhando   em   conjunto   para   levar   o   produto   da  origem  até  a  casa  do  consumidor.    Conjunto  de  relacionamentos.      LOGÍSTICA   (BALLOU,   2001):   fluxos   de   bens   e   serviços   e   de  informações,  considerando  as  variáveis    tempo,  espaço  e  custo.    Infraestrutura  de   transporte   (modais):   suporte  para  as  aGvidades  relacionadas  à  logísGca.    

 Prof.  Glauco  Schultz   34  

Gerenciamento  da  Cadeia  de  Suprimentos  

.  

O  Gerenciamento  da  Cadeia  de  Suprimentos,  ou  o  Supply  Chain  Management  (SCM)  “[...]  é  o  lado  operacional  da  

coordenação  da  cadeia  [...]”,  sendo  a  coordenação  a  forma  de  promover  a  cooperação  compeGGva  por  meio  da  

interdependência  entre  os  diferentes  agentes  (governança)  buscando  minimizar  os  custos  de  transação  (FURLANETTO,  

2002,  p.  81).  

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Aglomerados  produ0vos  

Contribuições   para   os   estudos   sobre   desevolvimento   econômico:   papel  das   empresas   (pequenas   e   aglomeradas)   e   do   território   na   dinâmica  econômica.    •  Espaço,   proximidade,   localização,   território   e   territorialidade   –  

categorias   esquecidas   ao   longo   do   século   20   (empresas   globais  descontextualizadas)   e   resgatadas   no   campo   cien�fico   a   parGr   da  década  de  70.  

•  Inicialmente   com   os   estudos   sobre   os   distritos   marshallianos  (externalidades  e  distritos  industriais)  na  Terceira  Itália  (Europa  em  um  contexto  de  integração).  

•  Posteriormente   com   contribuições   da   economia   industrial,   nova  geografia  econômica  e  da  economia  da  inovação.  

   

Prof.  Glauco  Schultz   36  

Aglomerados  produGvos  

•  como   são   abordagens   que   servem   a   diferentes  i n te res ses   ( a cadêmicos ,   empresa r i a i s   e  governamentais)   apresentam   diversas   perspecGvas,  dependendo   de   onde   é   aplicada   e   por   quem   é  uGlizada.  

   •  evidências  sobre:  geração  de  emprego,  crescimento  econômico   regional,   desenvolvimento   tecnológico,  compeGGvidade   empresarial   e   exportações   no  contexto  da  globalização.  

Prof.  Glauco  Schultz   37  

Aglomerados  produGvos  

 Tema  considerado  "espinhoso":    “Alguém   que   tenha   percorrido   a   literatura   dessa   área   tem   se  confrontado  com  um  tema  permeado  de  nuances,  deparando-­‐se  com  um   quadro   de   complexidade,   parGcularmente   na   sua   conceituação.  Olha-­‐se   para   uma   determinada   aGvidade   econômica   e   defronta-­‐se  com  um  Gpo  de  arranjo,  invesGga-­‐se  outra  e  se  vê  diante  de  algo  que  mostra  algumas  semelhanças  com  o  primeiro,  mas  que   também  tem  parGcularidades  próprias.  Ao  se  analisar  uma  terceira,  a  mesma  pode  em   sua   organização   exibir   uma   combinação   das   caracterísGcas   dos  dois  primeiros  e,  assim,  sucessivamente.”  (COSTA,  2012,  p.  09)      COSTA,   Achyles   Barcelos   da.   O   papel   dos   Arranjos   ProduGvos   Locais,   das   grandes   empresas   e   das   cadeias   produGvas   no  desenvolvimento   econômico.   In:   BREITBACH,   Áurea   Corrêa   de   Miranda   (Org.)   Os   desafios   do   desenvolvimento   local.   Porto  Alegre:  FEE,  2012    

Formas  de  organizações  industriais  (entre  o  fordismo  e  a  especialização  flexível):      

grandes  empresas  –    cadeias  produ0vas  -­‐  distritos  industriais  -­‐  mercados  atomizados  Prof.  Glauco  Schultz   38  

Aglomerados  produ0vos  

Elementos  chave  no  processo  de  “clustering”:      Existência   de   externalidades   (proximidade  geográfica   das   empresas):  mercado   de  mão   de  obra;   insumos   especializados;   difusão   de  informações;   redução   de   custos   de   transação  (confiança).    

Prof.  Glauco  Schultz   39  

Aglomerações  de  empresas  Debate  sobre  desenvolvimento,  considerando:  

 •  ênfase  nos    arranjos  �sicos/geográficos  de  empresas  x  ênfase  nas  pessoas,    nas  relações  (sociais,  políGcas  econômicas)  e  entre  empresas  e  atores;  

 •  ênfase  no  local  x  regional,  nacional;  

•  economias   externas   incidentais   (eficiência   coleGva  passiva   –   resultado   da   localização)   x   economias  externas   intencionais   (eficiência   coleGva   aGva   –  resultado  das  ações  cooperaGvas).  

Prof.  Glauco  Schultz   40  

Abordagens  teóricas  

•  Nova  geografia  econômica  –  CINTURÃO  INDUSTRIAL    

•  Neo-­‐marshallianos  –  DISTRITOS  INDUSTRIAIS    

•  Neo-­‐schumpeterianos  -­‐  APLs/SLPs  

•  Economia  industrial  –  CLUSTERS    

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Nova  geografia  econômica    Efeitos  da  localização  sobre  os  rendimentos  crescentes  (economia  de  escala).    Objeto   de   estudo:   influências   das   externalidades   na   concentração   espacial   da  produção.      Forças  que  induzem  ou  desesGmulam  a  concentração  geográfica  de  empresas:      -­‐  Forças   centrípedas   ou   economias   externas   –   linkages   (encadeamentos   para  

trás  e  para  frente)  e  spillovers  (transbordamentos);  

-­‐  Forças   centrífugas   ou  deseconomias   externas   –   congesGonamento,   aluguéis,  poluição;    

   Contribuições  da  Economia  do  Desenvolvimento  (Perroux,  Hirschman),  da  Teoria  Neoclássica  da  Localização  e  das  externalidades  aglomeraGvas  de  Marshall.         Prof.  Glauco  Schultz   42  

Neo-­‐marshallianos  –  Distrito  industrial  Sistema   sócio-­‐territorial   (comunidade   de   pessoas,  conjunto  de  empresas  e  atmosfera  industrial).    Especialização  flexível  (pequenas  e  médias  empresas)  em  subsGtuição  às  grandes  empresas.      Equilíbrio  entre  cooperação  e  compeGção  (coordenação/governança).      Terceira   Itália:   pequenas   e   médias   empresas,   baixos  níveis   de   desemprego   e   concentração   geográfica   das  aGvidades.  

Cooperação,  confiança,  reciprocidade  -­‐  capital  social    Prof.  Glauco  Schultz   43  

Neo-­‐schumpeterianos  –  APLs/SLPs  

Os  parâmetros  da  concorrência  entre  empresas  se  modificam  ao  longo  do  processo  e  são  dependentes  da  trajetória    (path  dependence).        Os   arranjos   insGtucionais   estabelecidos   nos   sistemas   produGvos  localizados  e  a  capacidade  de  inovação  e  de  geração  e  de  apropriação  de  conhecimentos  tácitos  e  formalizados.        Inovações  surgem  de  processos  cumulaGvos  e  evolucionários.        Importância   do   ambiente   insGtucional:   condições   históricas,   culturais   e  cogniGvas  específicas  que  levam  a  formas  diferentes  de  gerir,  acumular  e  disseminar  conhecimentos  e  capcitações.        O  sistema  de  inovação  e  de  conhecimento  sinaliza  a  alocação  de  recursos  para  os  APLs.    

Prof.  Glauco  Schultz   44  

Economia  industrial  -­‐  Clusters  Economias  externas  (às  empresas)  e  internas  aos  clusters  

 (vantagens  compe00vas):    

•  concentração  geográfica:  facilita  o  comparGlhamento  de  informações;  

•  diversidade  de  agentes  econômicos,  políGcos  e  sociais:  facilita  a  inovação;  

•  formas  de  coordenação:  favorece  economias  de  escala;  

•  relevância  da  aGvidade:  facilita  o  apoio  público/estatal.        Clusters   –   trata-­‐se   de   um   modelo   normaGvo   (diamante),   uGlitarista  (busca   da   compeGGvidade   empresarial)   e   voluntarista   (liberdade   de  cooperação)   e   assume   uma   forma   menos   difusa   do   que   outras  abordagens  (mais  intuiGvas  e  induGvas).  

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Teoria  Ins0tucional      Precursores  da  escola  insGtucionalista:  costumes  e  convenções  determinam  o  comportamento  econômico.      Economistas  –  Thorstein  Veblen  (1857  –  1929),  John  Commons  (1862  –  1945)  e  Westley  Mitchel  (1874  –  1948)      Sociólogos  –  Émile  Durkheim  (1858  –  1917);    Max  Weber  (1864  –  1920);  Talco�  Parsons  (1902  –  1979);  Robert  Merton  (1910  –  2003)        Veblen,  T.  The  Theory  of  the  Leisure  Class,  1899.      -­‐  consideração  da  dinâmica  das  sociedades  e  não  somente  dos  seus  eventos  parGculares  -­‐  ênfase  nas  relações  sociais  e  rompimento  com  o  individualismo  metodológico  do  laissez-­‐faire.  -­‐  os  indivíduos  deixam  de  ser  vistos  somente  com  moGvação  econômica    (maximização).  -­‐  as  insGtuições,  a  cultura,  os  valores  e  a  história  definem  a  dinâmica  das  relações  sociais.  -­‐  críGca  aos  neoclássicos  e  à  noção  de  equilíbrio  (sistema  de  preços  e  livre  mercado).      Teorias  ins0tucionalistas  –  partem  da  discussão  de  suas  diferenças  com  o  neoclassismo  e  de  suas  afinidades  com  o  evolucionismo  (aspectos  históricos).      “É  razoável  aceitarmos  que  a  indefinição  dos  limites  do  que  se  quer  por  insGtucionalismo  acabou  servindo  como  meio  para  depreciá-­‐lo:  afinal  aquilo  que  vem  para  explicar  tudo  acaba  nada  explicando.”(Silva,  2010,  p.  315)     Prof.  Glauco  Schultz   46  

Os  desajustes  econômicos  são   inerentes  à  vida  econômica  e  não  estão  relacionados  somente  aos  fatores  de  produção.      Oposição   às   explicações   (psicológicas)   dos   economistas   neclássicos   sobre   o   comportamento   dos  consumidores:   ação   racional   e   inteligente   guiada   pela   ação   e   disposição   de   obter   prazer   e   evitar   a   dor.    Concepção  hedonista  da  natureza  humana.      

A  escola  insitucionalista  surge  em  um  contexto  de  reação  ao  surgimento  dos  grandes  empresas  oligopólicas  em  busca  de  reforma  social.  Uma  crí0ca  não  marxista  à  

consolidação    capitalista.      

   “Em  1900,  o  valor  total  da  produção  de  manufaturados  era  40%  superior  ao  de  1890  e  sete  vezes  maior  do  o  de  1860.  Em  menos  de  40  anos  os  Estados  Unidos  tornaram-­‐se  a  maior  potência  industrial  do  mundo.  Em  1894  já  eram  responsáveis  por  cerca  de  um  terço  da  produção  mundial  de  bens  manufaturados.”  (Almeida,  1987,  p.  XI)      Impactos  da  industrialização:    •  mudanças  dos  sistemas  de  valores  e  nos  esGlos  de  vida;  •  desaparecimento  das  pequenas  empresas;  •  críGca   à   capacidade   da   compeGção   em   proporcionar   o   funcionamento   óGmo   da  

economia;  •  críGca  à  moral  pecunária  do  sistema  capitalista.    

Teoria  InsGtucional  

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InsGtuição:        •  hábitos,  regras  e  sua  evolução;  •  o  que  os  indivíduos  fazem  possui  relação  com  o  comportamento  dos  outros  (coleGvo);    •  usos  e  costumes,  leis,  códigos  de  conduta,  modos  de  pensar  e  agir  culturalmente  

sacramentados;  •  padrão  organizado  de  comportamento  coleGvo  (universo  cultural);  •  um  padrão  de  ação  coleGva  que  com  o  tempo  se  torna  uma  insGtuição;  •  portanto,  as  insGtuições  são  fenômenos  sociais.          

Objeto  de  estudo:  análise  dos  hábitos  de  pensamento  e  dos  costumes  que  criam  ro0nas  e  prá0cas  aceitas,  sendo  que  o  comportamrnto  econômico  é  somente  

mais    uma  das  expresses  da  complexa  realidade  social.      Do  comportamento  individual  (individualismo  metodológico)  ao  comportamento  coleGvo  (estrutura  social).              “O  conceito  de  insGtuição  vem  sendo  empregado  há  anos  em  estudos  sociológicos  e  organizacionais.  Entretanto,  conGnua  a  ser  um  dos  conceitos  mais  controversos  em  termos  de  concepção  teórica  e  de  aplicação  práGca.”  (Peci,  2006,  p.  02)            

Teoria  InsGtucional  

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PerspecGvas  insGtucionalistas:      PerspecGva  políGca  –  aspectos  legais  e  administraGvos  das  estruturas  de  governo  PerspecGca  econômica  –  críGca  à  noção  de  equilíbrio  (pelos  clássicos)  e  NEI    PerspecGva  sociológica  –  normas  culturais,  contextos  insGtucionais  e  insGtucionalização          Philip  Selznick  (1919  –  2010)  -­‐    pioneiro  do  neoins0tucionalismo  sociológico  aplicado  às  análises  organizacionais      Selznick,  Philip.  Leadership  in  Administra<on:  a  Sociological  Interpreta<on,  1957.      

•  a  organização  é  uma  expressão  dos  valores  sociais  oriundos  do  ambiente  em  que  estão  inseridas;    •  influências  dos  padrões  culturais  nas  condutas  das  organizações;  •  o   insGtucionalismo   sociológico   recebe   contribuições     da   ciência   políGca,   da   sociologia   e   da   psicologia   norte  

Americana,  a  parGr  das  décadas  de  1950  e  1960;        

Selznick  propõe  uma  diferença  analíGca  entre  organizações  e  insGtuições:      Organizações:  instrumento  técnico  para  mobilização  de  energias  humanas  fazendo  cumprir  objeGvos  já  estabelecidos  Ins0tuição:  produto  natural  e  das  pressões  e  necessidades  sociais;      Portanto,  as  organizações  podem  tornarem-­‐se   insGtuições  quando  assumem  um  caráter  especial  e  de  competências  singulares,  mediante  transformação  de  um  ordenamento  técnico  para  um  organismo  social.    

Teoria  InsGtucional  

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Novo  Ins0tucionalismo  Sociológico  aplicado  às  análises  organizacionais      Década  de  1970  (Meyer  e  Rowan,  1977  e  Zucker,  1977)  uGlizando  o  conceito  de   insGtuição  desenvolvido  por  Bergman  e  Luckman   (1966):  exteriorização  (insitucionalização);  objeGvação  (legimitação);  interiorização  (socialização)      MEYER,  J.  W.;  ROWAN,  B.  Ins<tu<onalized  organiza<ons:  formal  structure  as  myth  and  ceremony,  1977.  ZUCKER,  L.  G.  The  role  of  ins<tu<onaliza<on  in  cultural  persistence,  1977.  BERGER,  P.   L.;   T.   LUCKMANN.  Social  Construc<on  of  Reality:  A  Trea<se   in   the  Sociology  of  Knowledge,  1966.        CaracterísGcas   principais   –   ampliação   da   noção   de   ambiente;   revisão   da  teoria   da   burocracia   de   Weber   (os   processos   burocráGcos   não   ocorrem  somente   para   aumentar   a   eficiência   e   a   compeGção);   e   uGlização   do  conceito  de  estruturação  de  Giddens  (síntese  entre  ação  e  estrutura).      

“Muitos  elementos  da  estrutura  formal  estão  altamente  insDtucionalizados  e  funcionam  como  mitos”  (MEYER;  ROWAN,  1999,  p.  83).  

 

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Neoins0tucionalismo  organizacional  Discussão  sobre  existência/sobreviência  da  organização  e  eficiência  organizacional:      A  teoria  neoclássica  afirma  que  a  existência  das  empresas  é  explicada  pelas  suas  eficiência.  Existência  como  eficiência  ó0ma!      A  sobrevivência  de  uma  empresa  é  uma  explicação  tecnológica  e  também    ins0tucional.      

Influência  do  ambiente  (técnico  e  ins0tucional)  na  eficiência  das  empresas.      

•  A   sobrevivência   das   empresas   depende,   também,   da   sua   legiGmidade   (aspectos   simbólicos   das  organizações);  

   •  As  organizações   buscam  alinhar   as   suas  metas   com  os   valores   sociais  mais   amplos   para   obterem  

recursos  escassos  (Souza,  2012);      •  As   condições   do   ambiente   em   que   as   organizações   estão   inseridas   é   que   vão   determinar   de   ela  

necessitará  de  mais  legiGmidade  ou  mais  eficiência  (Souza,  2012,  p.  65);      •  As  organizações  sobrevivem  porque  comparGlham  valores  no  campo  organizacional;      •  As  organizações    não  realizam    somente   trocas  materiais  para  sobreviverem,  mas   também  trocas  

simbólicas;  •               

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Neoins0tucionalismo  organizacional          Dimensões  do  ambiente  organizacional:      Ambiente   técnico   –   eficiência   organizacional   das   ações,   processos   e  estruturas.      As   organizações   inseridas   em   ambientes   mais   técnicos   do   que  insGtucionais,   crescem   e   sobrevivem   pela   avaliação   dos   seus   resultados  (lucro,  qualidade  dos  produtos,  ...).      Ambiente  ins0tucional  –  legiGmidade  das  ações,  processos  e  estruturas.      As   organizações   inseridas   em   ambiente   mais   insGtucionais   do   que  técnicos,  crescem  e  sobrevivem  pela  avaliação  das  suas  condutas  (reação  à  pressões  ambientalistas,  programas  sociais,  ...).      

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Neoins0tucionalismo  organizacional      As  organizações  não  competem  somente  por  recursos  e  consumidores  

mas  também  por  legiDmidade  insDtucional.      Tipos   de   legiGmidade   (pilares   regulaGvo,   normaGvo   e   cogniGvo   das  insGtuições):      •  legi0midade  como  grau  de  conformidade  com  as   regras  –   regulação,  

monitoramento  e  sanção  legal  (diligência);  

•  legi0midade   como   conformidade   moral   –   normas,   valores   sociais,  cerGficação  e  acreditação  (obrigação  social);  

•  legi0midade   como   conformidade   iden0tária  –   visões   comparGlhadas  da  realidade  e  representações  simbólicas  (cultura).  

   A  busca  por  melhor  eficiência  e  maior  legiGmidade  insGtucional,  ao  longo  do  tempo,  resulta  no  isomorfismo  compe00vo  e  ins0tucional  (ambientes  compeGGvo  e  insGtucional,  respecGvamente).     Prof.  Glauco  Schultz   53  

Contribuições  da  Teoria  Ins0tucional    

Análise  do  ambiente  em  que  as  organizações  estão  inseridas.    

Ambiente  insGtucional  (legiGmidade)  e  ambiente  técnico  (eficiência).      

-­‐  perspecGva  tradicional  (racional)  –  organização  e  ambiente  como  concretos  e  tangíveis,  mas  separados.  Ambiente  organizacional    definido  pelo  limite  do  mercado  e  da  indústria;  

 -­‐  perspecGva  interpretaGva  (relaGvista)  –  organização  como  universo  cogniGvo,  construção  mediante  

comparGlhamento  de  esquemas  interpretaGvos.  Importância  das  representações;    

Ambiente  externo  –  construção  dos  indivíduos  e  diferentes  interpretações.    Os  integrantes  da  organização  constróem  e  interpretam  o  ambiente  em  que  estão  

inseridos.      A   organização   é   uma   arena   social   impregnada   pelo   ambiente   (Machado-­‐da-­‐Silva,   2004   baseado   em  Granove�er,  1985).      Fonte:  Machado-­‐da-­‐Silva;  Fonseca  (2010);  Fonseca;  Machado-­‐da-­‐Silva  (2002);  Machado-­‐da-­‐silva  (2004)  

   

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Contribuições  da  Teoria  ins0tucional    

Estratégia  –  Conflito,  combate,    rivalidade!        

Decisões  técnicas  e  econômicas  –  estratégias  de  eficiência    Decisões  insGtucionais  -­‐  estratégias  de  legiGmação  

 Influência   das   redes   relacionais   e   dos   elementos   culturais   socialmente   construídos   na   definição   das  estratégias   e   da   compeGGvidade.   Os   significados   externos   e   a   interpretação   da   realidade   norteiam   a  conduta  organizacional.    

Ins0tucionalização  -­‐  crenças  e  ações  transformam-­‐se  em  regras  de  conduta  social  (ro0nas  e  concepções  compar0lhadas  da  realidade).  

   Relações   de   troca   simbólica   no   campo   organizacional   -­‐   comparGlhamento   de   valores   no   campo  organizacional.    Estabelecimento  das  estratégias  nas  organizações  (processo)  ocorre  com  o  objeGvo  fundamental  de  aGngir  legiGmidade  insGtucional  -­‐  baseada  nas  crenças  e  valores  socialmente  aceitos.  Fonte:  Machado-­‐da-­‐Silva;  Fonseca  (2010);  Fonseca;  Machado-­‐da-­‐Silva  (2002);  Machado-­‐da-­‐silva  (2004)  

   

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Contribuições  da  Teoria  ins0tucional    CompeGGvidade    –  desempenho  (lucro,  parGcipação  no  mercado,  ...)  e  eficiência  técnica  (preço,  qualidade,  ...).        CompeGGvidade  (enfoque  insGtucional)  -­‐  “as  organizações  também  competem  pelo  alcance  da  legiGmidade  insGtucional”  –  Isomorfismo  (coerciGvo,  miméGco,  normaGvo).    Fonte:  Machado-­‐da-­‐Silva;  Fonseca  (2010);  Fonseca;  Machado-­‐da-­‐Silva  (2002)    

Definições de competitividade Indicadores de avaliação Competitividade como desempenho

ou revelada (ex-post)

Participação no mercado, lucratividade

(determinantes da demanda) Competitividade como eficiência

ou potencial (ex-ante)

Custos, produtividade e inovações

(determinantes da oferta)

 Quadro  2:  Definições  de  compeGGvidade  e  indicadores  de  avaliação    Elaborado  a  parGr  de:  JANK;  NASSAR,  2000,  p.  141-­‐142;  KUPFER,  1993,  p.  2-­‐3;  HAGUENAUER,  1989,  p.  1-­‐2;  FARINA,  1999,  p.  4;  BATALHA;  SOUZA  FILHO,  2009,  p.  6.    

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Contribuições  da  Teoria  ins0tucional    Noção   de   compeGGvidade   nas   organizações   -­‐     se   afasta   da   do   desempenho   aGngido   nos  processos  de  gestão  da  produção  e  de  alcance  de  melhores  posições  no  mercado.      CompeGção  –  Conforme  Serva;  Andion  (2006)  as  teorias  administraGvas  pouco  consideram  as  variáveis  de  natureza  social  da  compeGção  empresarial.      Compe0r  é  agir  rapidamente  considerando  as  mudanças  ambientais.  O  problema  é  que  os  instrumentos  consideram  somente  os  aspectos  técnicos  e  econômicos  nas  suas  análises.  

     CompeGção   –   “compeGção   é   uma   forma   de   conflito   organizado   e   enquadrado  socialmente”  (Serva;  Andion,  2006  mencioando  Etzione,  1988).      “CompeGção  é  uma  forma  de  ação  social  orientada  pela  interação  com  outros  atores”  (Serva;  Andion,  2006  mencionando  Abofalia;  Biggart,  1991)    

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Nova  Sociologia  Econômica    Ação   econômica   e   estrutura   social     -­‐   rede   de   relações   sociais   (Harrison  White;  Mark  Granove�er)    CríGca   à   sociologia   estrutural   e   funcionalista   e   uGlização   da   noção   de  enraizamento  social  –  (social  embeddedness)    Embeddedness   –   inserção,   imersão,   enraizamento,   incrustação,  imbricação.      NSE  –  contribuições  da  sociologia  para  análise  das  aGvidades  de  produção,  distribuição,  troca  e  consumo  de  bens  e  serviços.  Explicação  de  fenômenos  econômicos  a  parGr  de  categorias  da  sociologia.        

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NOVA  SOCIOLOGIA  ECONÔMICA      Discussão   sobre   a   o   enraizamento   (embeddedness)   da   economia   nas  estruturas  sociais,  políGcas,  culturais  e  cien�ficas.      Portanto,   para   entendimento   dos   mercados   é   necessário   analisar   essas  estruturas  sociais  que  influenciam  a  vida  econômica.      Sociologia   Econômica   –   contribuições   pioneiras   do   antropólogo   Karl  Polany  (A  grande  transformação,  1944).      

Relações  entre  economia,  sociologia  e  cultura.      Sociedade  tradicional  –  a  economia  era  delimitada  pela  regras  e  costumes  e  de  organização  social  (enraizamento).      Sociedade  moderna  –   fenômeno  do  mercado  auto-­‐regulador   -­‐    ocorre  o  desenraizamento  da  economia  das  estruturas  sociais  e  a  sociedade  fica  à  disposição  do  mercado.     Prof.  Glauco  Schultz   59  

Nova   sociologia   econômica   –   contribuição   pioneira   de   Mark  Granove�er  (Ge�ng  a  Job,  1974)      Estudo   do   mercado   de   emprego   nos   EUA   (Boston)   –   oferta/demanda  X  redes  sociais:      56%  dos  entrevistados  conseguiram  emprego  mediante  contatos  pessoais,   sendo   que   para   35%   foram   criadas   ocupações   novas  que  permi<ram  as   contratações.  Os  que  conseguiram  empregos  por  canais  formais  de<nham  as  piores  remunerações.      Publicações  posteriores:    Economics   Ac<on   and   Social   Structure   –   The   problem   of  Embeddedness,  1985.  Economics  Ins<tu<ons  as  Social  Construc<ons,  1992.         Prof.  Glauco  Schultz   60  

NOVA  SOCIOLOGIA  ECONÔMICA      Afasta-­‐se  da  noção  de  enraizamento  (mediação  do  econômico  pelo  social)  e  cria  a  noção  de  construção  social  dos  mercados  (redes  sociais  determinam  o  funcionamento  do  mercado).      •  Análise  do  funcionamento  dos  mercados  a  parGr  do  entendimento  das  redes  sociais.  

•  A  ação  econômica  é  condicionada  pela  interação  social  do  indivíduo.  

•  A  conduta  de  um  grupo  não  é  explicada  pela  soma  dos  comportamento  individuais.    

•  O  grupo  influencia  a  racionalidade  do  indivíduo,  devido  às  relações  sociais.  

Portanto,  as  estruturas  e  relações  sociais  não  são  determinadas  pela  estrutura  econômica,  mas  sim  o  inverso.  A  realidade  econômica  é  condicionada  pela  relações  sociais.        

Para  a  NSE  as  ações  e  as  ins0tuições  econômicas  são  construções  sociais.  A  ação  econômica  está  incrustrada  ou  imersa  nas  estruturas  sociais  (Granoveqer,  1985)  

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Regularidade macro a ser explicada

Regularidade macro explicada

Interação e agregação

Indivíduos atomizados

Propriedade macro a ser explicada

Propriedade emergente explicada

Composição do sistema

Indivíduos socializados

Paradigma neoclássico

-  escolha e comportamento racional; -  maximização das funções de preferência e do lucro; -  noção de equilíbrio; -  não consideração das incertezas;

-  relações econômicas regidas por contratos;

-  agentes definidos pelas propriedades intrínsecas;

-  vetor de preços compatibiliza as decisões individuais;

Microeconomia  reducionista  e  microeconomia  sistêmica  -­‐  

Fonte:  Prado,  2006  

Mercado: “[...] é pensado como um espaço abstrato no qual se definem preços e quantidades d a s m e r c a d o r i a s t r a n s a c i o n a d a s p o r c o n s u m i d o r e s ( d e m a n d a ) e e m p r e s a s (oferta)” (Kupfer; Hasenclever, 2002, p. iv)

Mercados: “[...] conjunto de instituições sociais em que se verifica normalmente um grande número de trocas de mercadorias de um tipo específico, sendo essas trocas facilitadas e estruturadas por essas inst i tu ições. [ . . . ] os mercados são t rocas organizadas e institucionalizadas” (Hodgson, 1994, p. 175)

Construção social dos mercados -  agentes organizados pelas estruturas sociais (redes de relações);

-  agentes econômicos definidos pelas propriedades relacionais;

-  indivíduos que possuem interesses próprios e também interesses sociais;

-  as atividades econômicas se estruturam a partir de interações sociais;

-  ação econômica como ação social e socialmente situada;

-  mercados como espaço de relações humanas/trocas de conhecimentos;

-  mercados como instituições (sistemas de regras estabelecidas e socialmente construídas que estruturam e restringem as interações sociais);

-  governança (fatores extraeconômicos como determinantes das ações econômicas (atores coletivos e grupos de interesse);

-  noção de trajetória e coevolução.

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NOVO  INSTITUCIONALISMO  SOCIOLÓGICO  E  NOVA  SOCIOLOGIA  ECONÔMICA      Para   ambas   as   abordagens   (NIS   e   NSE)   as   insGtuições   resultam     das  interações   sociais   de   atores   que   buscam   interesses   coleGvos,  distanciando-­‐se   da   definição   de   insGtuição   da   NEI   (restrições   formais   e  informais  –  regras  -­‐  como  estrutura  de  incenGvos)  (Abramovay,  2004).  

   Ambas   abordagens   evitam   as   definições   extremas   sobre   os   mercado  (Abramovay,  2004):      •  mercado   enaltecido,   como   solução   universal   a   todo   e   qualquer  

problema   de   coordenação   humana   na   sociedade,   ou   seja,   é   um  mecanismo  abstrato,  acima  da  realidade  social;  

•  mercado  diabolizado,  como  expressão  do  egoísmo  generalizado  e  que  distorce,  corrompe,  degrada,    a  capacidade  de  cooperação  humana.  

 

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Segmentos Tendências  

Consumidor   (1)  Aumento  da  demanda  por  alimentos  e  bebidas    (2)   Aumento   da   demanda   por   alimentos   e   bebidas   com   apelos   relacionados   à  saúde

Distribuição (3)  Aumento  da  concentração  do  setor  varejista  (4)  Aumento  da  parGcipação  das  marcas  próprias  no  setor  varejista

Indústria  de  alimentos  e  bebidas

(5)  Aumento  das  fusões  e  aquisições  na  indústria  de  alimentos  e  bebidas  (6)  Aumento  das  inovações  na  indústria  de  alimentos  e  bebidas

Agropecuária (7)  Aumento  da  produção  agropecuária  (8)  Aumento  dos  riscos  de  produção  e  de  mercado

Indústria  de  insumos  e  máquinas  agrícolas

(9)  Aumento  da  produGvidade  dos  fatores  de  produção  (10)  Aumento  da  oferta  de  novas  tecnologias  de  produção

Ambiente  ins0tucional  e  organizacional

(11)  Ampliação  do  uso  de  normas  e  regulamentos  de  garanGa  da  qualidade

Quadro  1  -­‐  Tendências  dos  mercados  de  alimentos  por  segmento  das  cadeias  produ0vas  Fonte: WAQUIL; MIELE, SCHULTZ, 201O

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Análise  de  cadeias  produ0vas:  “nova”  dinâmica  concorrencial  

   

Muito  obrigado  pela  atenção!    

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