ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial...

76
1 KELYANE VERLY MORAES ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES NITERÓI - RJ 2011

Transcript of ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial...

Page 1: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

1

KELYANE VERLY MORAES

ANCORAGEM ESQUELÉTICA

COM MINI-IMPLANTES

NITERÓI - RJ

2011

Page 2: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

2

KELYANE VERLY MORAES

ANCORAGEM ESQUELÉTICA

COM MINI-IMPLANTES

Monografia entregue à Faculdade Redentor, como requisito para obtenção do título de Especialização em Ortodontia.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Luiz Queiroz Ponce

Page 3: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

3

Entrega da Monografia em ____/____/_____ ao curso de Especialização em

Ortodontia.

_______________________________________

Coordenador:

_______________________________________

Orientador:

Page 4: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

4

Dedico a minha mãe (in memorian)

Sirléa, pela dedicação de uma vida, pelo amor,

incentivo e força que permanecem vivos e me

impulsionam na caminhada diária.

Page 5: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

5

AGRADECIMENTOS

A Deus

que me ampara, protege e guia em todos

os dias da minha vida.

À minha família, em especial à minha irmã

Any pelo amor, apoio e compreensão

essenciais em minha vida.

Aos profs. Alexandre e Ana Luiza Ponce

por me incentivarem na constante busca

pelo conhecimento.

Aos colegas de turma, em especial

Camila Ribeiro e Viviane Dallia pela

paciência, pela sincera amizade e pelos

momentos de agradável convivência.

Page 6: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

6

RESUMO

A mecânica ortodôntica vem sendo beneficiada significativamente pela utilização dos mini-implantes. Várias são as suas aplicabilidades dentro da Ortodontia a fim de promover ancoragem esquelética. Um planejamento criterioso deve ser efetuado para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente em relação à higiene e precisão na técnica de colocação dos mini-implantes pelo profissional influenciam no bom andamento do tratamento. Os mini-implantes aparecem como uma excelente opção de tratamento para substituir as formas convencionais de ancoragem esquelética, evitando assim efeitos colaterais e forças excessivas inadequadas.

Palavras-chave: Mini-implantes. Ancoragem. Tratamento.

Page 7: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

7

ABSTRACT

The orthodontic mechanics has been greatly benefited by the use of mini-implants. Many are their applicability within the orthodontics to promote anchorage. A careful planning must be done for each case, because the correct statement is essential to the success of orthodontic mechanics. Other factors such as patient compliance with regard to hygiene and technical precision in the placement of mini-implants by the professional influence the smooth progress of the treatment. Mini-implants appear as an excellent treatment option to replace conventional forms of anchorage, thus avoiding side effects and excessive forces are inadequate.

Keywords: Mini-implants. Anchoring. Treatment.

Page 8: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - A força de distalização foi aplicada a um canino por uma mola de Niti

conectada a partir de um mini-implante maxilar, que foi colocado no osso alveolar

entre um segundo pré-molar e um primeiro molar. A força de distalização foi aplicada

a partir do mini-implante ao canino inferior................................................................ 16

Figura 2 - Retração do canino com mola no implante ............................................... 17

Figura 3 - Intrusão dos dentes posteriores superiores com ancoragem de mini-

implantes. A) Significativo aumento dos dentes superiores. B) Os dentes posteriores

superiores foram intruídos. C) Imagem radiográfica inicial. D) Imagem radiográfica

pós-intrusão. ............................................................................................................. 19

Figura 4 - Mini-parafuso com ligadura elástica em posição. .................................... 20

Figura 5 - Traçados cefalométricos. A) Pré B) Pós-retração do canino .................. 22

Figura 6 - A) Implantes usados como ancoragem ortodôntica. B) Ilustração

esquemática de intrusão do molar. C-E) Fotografias intra-orais do começo da

intrusão do molar, após 3 meses e pós-intrusão. ...................................................... 23

Figura 7 - Exposição dos mini-implantes por dissecção aguda: a) grupo experimental

(hemi-arco esquerdo da mandíbula); b) grupo controle (hemi- arco direito da

mandíbula. ................................................................................................................ 25

Figura 8 - Visão pós-expansão. A) Frontal B) Oclusal. ............................................. 26

Figura 9 - Quadrante mandibular esquerdo após segunda intervenção e ativação do

aparelho. . ................................................................................................................. 28

Figura 10 - Fotografias pré-tratamento. ..................................................................... 29

Figura 11 - Fotografias pós-tratamento. .................................................................... 30

Figura 12 - A) Retração com mini-implantes ortodônticos e mola de níquel-titânio. B)

Retração com mini-implantes ortodônticos e elástico chain. ..................................... 31

Figura 13 - Retração do canino usando molas helicoidais fechadas no lado ancorado

no implante. A) Antes da retração. B) Após a retração. ............................................ 33

Page 9: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

9

Figura 14 - Retração do canino usando molas helicoidais fechadas no lado ancorado

no molar. A) Antes da retração. B) Após a retração. ................................................. 33

Figura 15 - Instalação clínica para retração em massa. ............................................ 34

Figura 16 - Sistema de força envolvido: F força total; i força intrusiva; r força de

retração (r é muito maior do que i). ........................................................................... 35

Figura 17 - Início do tratamento de intrusão (caso 1). . ............................................. 36

Figura 18 - Overbite normal atingido após 7 meses de tratamento de intrusão (caso

1). ............................................................................................................................. 36

Figura 19 - Início do tratamento de intrusão (caso 2). . ............................................. 36

Figura 20 - Overbite normal atingido após 7 meses de tratamento de intrusão (caso

2). ............................................................................................................................. 37

Figura 21 - Posicionamento das correntes elásticas para a retração dos dentes

posteriores. ............................................................................................................... 38

Figura 22 - A) Vista oclusal do aparelho maxilar. B) Vista vestibular do segmento

maxilar direito após a segunda intervenção e ativação do aparelho. ....................... 40

Figura 23 - Aparelho de distalização suportado por ancoragem adicional de mini-

implantes: tratamento de uma menina de 11 anos e 1 mês; duração do tratamento

de distalização, 5 meses. A) Vista oclusal imediatamente após a instalação do

aparelho de distalização. B) Vista oclusal após a distalização dos molares. ........... 41

Figura 24 - Traçados sobrepostos: pré-tratamento (preto) e pós-tratamento

(vermelho). ............................................................................................................... 43

Figura 25 - Esquema sobre o movimento distal do molar alcançado com o mini-

implante. ................................................................................................................... 45

Figura 26 - Esquema sobre comparação das mudanças no pré e no pós tratamento

na análise cefalométrica. Linhas contínuas representam ilustração esquemática de

pré-tratamento e linhas pontilhadas representam ilustração esquemática média de

mudanças pós-tratamento. ....................................................................................... 45

Figura 27 - Instalação do sistema de ancoragem e verticalização. .......................... 47

Page 10: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

10

Figura 28 - Inserção dos mini-implantes após a instalação do aparelho ortodôntico

fixo, com dois mini-implantes inseridos pela vestibular e outro pela palatina, no septo

ósseo adjacente ao dente 16. .................................................................................. 48

Figura 29 - Fotografias intra-orais mostrando ancoragem com implantes in situ.

Superior esquerda: parafuso de titânio tipo B com 1,5 mm de diâmetro e 11 mm de

comprimento. Superior direita: parafuso de titânio tipo C com 2,3 mm de diâmetro e

14 mm de comprimento. Inferior: mini placa modificada com 2 parafusos de 2mm de

diâmetro e 5 mm de comprimento. ........................................................................... 49

Figura 30 - Aparelhos para retração anterior em massa. A) Durante a retração

anterior em massa. B) No final da retração anterior em massa. .............................. 51

Figura 31 - Micrografia dos parafusos. A) Tecido ósseo (W) com canal de Havers e

osso lamelar em volta do parafuso (L). Osseointegração na interface entre parafuso

e osso. B) Parafuso sem perfuração na mandíbula. C) Parafuso perfurante na

mandíbula. ................................................................................................................ 52

Figura 32 - Distribuição de pacientes relatando dor após implantação de ancoragem

ortodôntica. Diferenças significativas entre parafusos tipo B e tipo A ou mini-placas

indicadas por ** e entre parafusos tipo B e mini-placas indicadas por *. .................. 53

Figura 33 - Esquema experimental. A) Desenho para ilustrar mini-implantes do grupo

experimental (E1 e E2) e do grupo controle. Na maxila, o efeito do tempo de

aplicação da força foi testado. Na mandíbula, o efeito do nível de força (25 ou 50 g)

com carga imediata foi avaliado após distribuição aleatória. B) Colocação de mini-

implantes controle e experimental na primeira cirurgia (dia 0), após extração do

terceiro pré-molar. C) Colocação de aparelhos na segunda cirurgia (dia 26). ........ 55

Figura 34 - Implante palatino mediano conectado a arco transpalatino ligado às

bandas dos molares. ................................................................................................ 57

Figura 35 - Média de osseointegração em relação ao tempo de aplicação de força e

local de inserção. Categoria 1: sem carga, categoria 2: imediatamente carregado

e categoria 3: carregado após 6 ou 12 semanas. ................................................... 59

Figura 36 - Mini-implantes inseridos na cortical óssea distando aproximadamente 5

mm entre si. Carregamento recíproco dos elementos centrais com 1 N com mola

fechada de NiTi. ....................................................................................................... 60

Page 11: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

11

Figura 37 - Ilustrações esquemáticas (A-C) e radiografias dentárias (D-F) das

categorias de classificação. A e D, o parafuso estava totalmente separado

da raiz; B e E, o ápice do parafuso pareceu para tocar a lâmina dura; C e F, o

corpo do parafuso cobriu a lâmina dura. .................................................................. 62

Figura 38 - Métodos de medição para angulação (IAng) e posição (IPOs) do

implante nos cefalogramas inicial e final. ................................................................. 63

Figura 39 - Inserção de mini-implantes médiopalatinos. A) Distalização de molares

superiores. B) Mesialização de molares superiores. C) Intrusão de molares

superiores. D) Retração de dentes anteriores. ......................................................... 65

Figura 40 - Procedimento ortodôntico: A) Inserção dos mini-implantes em nível alto

para retração de dentes anteriores com intrusão. B) Movimento distal do molar

superior. ................................................................................................................... 66

Figura 41 - Comparação das curvas de sobrevida entre os estágios 1 e 2 de técnicas

cirúrgicas. ................................................................................................................. 67

Figura 42 - Comparação das curvas de sobrevida entre os níveis alto e médio de

inserção. ................................................................................................................... 67

Page 12: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

12

SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO 13

2 - PROPOSIÇÃO 14

3 - REVISÃO DA LITERATURA 15

4 - DISCUSSÃO 68

5 - CONCLUSÃO 72

6 - REFERÊNCIAS 73

Page 13: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

13

1 INTRODUÇÃO

A obtenção de uma oclusão favorável através da mecânica ortodôntica está

diretamente ligada ao controle da ancoragem durante o tratamento. Com o advento

da utilização dos mini-implantes, o tratamento ortodôntico pôde ser simplificado e os

efeitos colaterais indesejados minimizados.

A efetividade e a estabilidade dos mini-implantes podem ser observadas em

diferentes funções como verticalização, retração, distalização, intrusão, extrusão,

dentre outras. A grande variedade de tamanho e tipos de mini-implantes permite ao

ortodontista ter mais facilidade na utilização.

Após o diagnóstico e a correta indicação do ponto de inserção do mini-

implante, o mesmo deve ser colocado de acordo com a técnica preconizada e os

cuidados quanto à higienização devem ser sempre bem explicados ao paciente.

Muitas são as vantagens dos mini-implantes em relação às formas

convencionais de ancoragem. Entre as principais, podem ser citadas: a diminuição

da força de reação surgida após a ação durante a movimentação ortodôntica, a

facilidade de higienização pelo paciente, a diminuição do tempo de tratamento e o

significativo controle de ancoragem. A correta indicação, escolha do ponto de

inserção, colocação e ativação são fundamentais para a eficácia clínica dos mini-

implantes.

Os ortodontistas têm, cada vez mais, aderido ao uso de mini-implantes para

ancoragem como opção para o tratamento, visualizando assim uma nova

possibilidade de simplificar com segurança a mecânica ortodôntica.

Page 14: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

14

2 PROPOSIÇÃO

Este trabalho tem o objetivo de avaliar:

A) São muitas as aplicações dos mini-implantes dentro da Ortodontia?

B) Qual o momento ideal de aplicação de força sobre os mini-implantes?

C) Quais as considerações devem ser avaliadas quanto ao local de inserção dos

mini-implantes?

Page 15: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

15

3 REVISÃO DA LITERATURA

Park et al (2004) pesquisaram os efeitos e a taxa de sucesso clínico no

tratamento de distalização de molares superiores e inferiores utilizando mini-

implantes. Foram analisados modelos de gesso e radiografias cefalométricas de 13

indivíduos com idade média de 17,9 anos que foram tratados sem exodontia (exceto

um paciente que foi tratado com exodontia do primeiro pré-molar superior e

distalização dos dentes inferiores). Após incisão na mucosa e preparo foram

inseridos mini-implantes na maxila (4 mini-implantes entre segundos pré-molares e

primeiros molares na vestibular e 2 mini-implantes entre segundos pré-molares e

primeiros molares na palatina) e na mandíbula (16 mini-implantes no osso distal ao

segundo molar inferior, 4 mini-implantes na área retro molar e 1 mini-implantes entre

primeiro e segundo molares). Utilizando braquetes straight-wire slot 0,22 e fios TMA

ou de aço 0,016 x 0,022 na maxila e TMA ou aço 0,018 x 0,025 na mandíbula, foi

iniciada a distalização com força de 200 g com mola fechada na maxila e com

elásticos na mandíbula. Uma extensão com fio de ligadura foi feita para conectar os

materiais elásticos aos mini-implantes colocados no osso distal ao segundo molares

ou na área retro molar. O período médio de aplicação da força foi de 12,3 meses.

Radiografias cefalométricas pré e pós tratamento foram coletadas e avaliadas. Dos

30 mini-implantes examinados, 27 ficaram estáveis durante o tratamento. A taxa de

sucesso foi de 90%. Os resultados mostraram que na maxila houve distalização dos

dentes posteriores sem efeito colateral nos dentes anteriores e na mandíbula houve

distalização dos dentes posteriores, verticalização e distalização dos anteriores,

além de extrusão dos primeiros pré-molares (o que foi positivo para o nivelamento

da curva de Spee). Os mini-implantes na maxila entre as raízes e na área retro molar

Page 16: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

16

mandibular promoveram absoluta ancoragem para o movimento distal em massa

dos dentes posteriores. Concluíram que movendo os dentes posteriores

simultaneamente através do uso de mini-implantes, o resultado foi muito satisfatório

e o tempo de tratamento significativamente reduzido.

Figura 1 - A força de distalização foi aplicada a um canino por uma mola de Niti conectada a partir de um mini-implante maxilar, que foi colocado no osso alveolar entre um segundo pré-molar e um primeiro molar. A força de distalização foi aplicada a partir do mini-implante ao canino inferior.

Fonte: Park et al (2004).

Herman et al (2004) avaliaram a estabilidade dos tecidos moles, além do

conforto de pacientes durante o uso de mini-implantes para ancoragem em casos de

retração de caninos permanentes superiores. Foram selecionados 16 indivíduos (10

do sexo feminino e 6 do sexo masculino) com idade média de 13 anos e 8 meses,

portadores de má oclusão classe I ou II de Angle com primeiros pré-molares

extraídos a fim de corrigir a anormalidade. Utilizando dois diferentes protocolos,

foram posicionados mini-implantes entre as raízes dos segundos pré-molares e

Page 17: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

17

primeiros molares permanentes superiores. Um protocolo foi realizado com o uso de

um fio de latão entre o segundo pré-molar e o primeiro molar superiores estendendo-

se sobre a gengiva até o ponto prescrito para inserção do mini-implante, onde foi

cortado. Em outro protocolo, chamado de modificado, uma incisão vertical foi feita na

gengiva, no local de colocação do mini-implante e um pequeno retalho periosteal foi

efetuado. Em todos os casos o implante foi colocado em um ângulo entre 50 ° e 70 °

do longo eixo dos dentes e a retração dos caninos foi feita no fio de aço 0,017x0,025

através de molas de níquel titânio colocadas dos mini-implantes aos caninos. As

radiografias obtidas antes da colocação do mini-implante e depois da retração dos

caninos foram analisadas posteriormente à retração e levaram à conclusão que o

conforto do paciente foi considerado excelente em todos os casos, mas no protocolo

modificado, apesar do retalho efetuado, os tecidos moles na região dos mini-

implantes permaneceram mais saudáveis. Estudos adicionais envolvendo protocolos

menos invasivos ainda devem ser realizados.

Figura 2 - Retração do canino com mola no mini-implante.

Fonte: Herman et al (2004).

Page 18: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

18

Yao et al (2004) investigaram os movimentos intrusivos do molar superior

em casos nos quais foram utilizados mini-implantes para ancoragem. Foram

avaliados 22 indivíduos com idade média de 27,6 anos sendo 12 portadores de má

oclusão classe I e 10 classe II. Após tratamento inicial com aparelho fixo, foram

inseridos mini-implantes na região posterior nas faces vestibular e palatina em 4

indivíduos. Nos outros 18 indivíduos foram colocados mini-implante na palatina e

mini placa na vestibular. Retalho muco periósteo foi efetuado somente na

implantação das mini placas. A força utilizada foi de 150 a 200 gramas

bilateralmente através de elástico chain entre a mini placa e o attachment da banda

do primeiro molar e entre o mini-implante e o grampo do molar. Depois da intrusão

suficiente ser obtida, a posição vertical foi mantida pela ligação entre o molares, as

mini placas e os mini-implantes. As moldagens realizadas no pré e no pós

tratamento foram marcadas com caneta nas cúspides dos molares e dos pré-

molares. Os dados foram gravados em um computador conectado a um braço

mecânico e as coordenadas 3D dos pontos foram analisadas por um software,

sendo possível calcular a mudança de posição dos dentes, assim como a direção e

magnitude do movimento dentário. Sobrepondo os 2 conjuntos de coordenadas, os

resultados foram obtidos. Os molares e pré-molares superiores foram intruídos com

sucesso. Não houve diferença significativa entre as cúspides vestibular e palatina. A

intrusão média dos molares foi de 3 a 4 mm. Concluíram que a associação do uso

de mini-implantes com aparelho fixo é um procedimento viável para atingir a intrusão

de molares superiores.

Page 19: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

19

Figura 3 - Intrusão dos dentes posteriores superiores com ancoragem de mini-implantes. A) Significativo aumento dos dentes superiores. B) Os dentes posteriores superiores foram intruídos. C) Imagem radiográfica inicial. D) Imagem radiográfica pós-intrusão.

Fonte: Yao et al (2004).

Matteo et al (2004) estudaram o uso da ancoragem com mini-parafusos

para a verticalização de molares inferiores inclinados para mesial. Foram

selecionados 3 indivíduos (2 do sexo feminino e 1 do sexo masculino) com idade

entre 40 e 48 anos com má oclusão de Classe I ou II de Angle, apresentando

ausências e agenesias de elementos dentários posteriores inferiores bilateralmente,

mas com pelo menos um molar situado distalmente à área edêntula, sendo que o

mesmo devia apresentar uma inclinação para mesial maior que 20 graus. Os

indivíduos foram submetidos à tomografia computadorizada de mandíbula (exceto

em 1 dos casos em que o exame foi realizado após a montagem do aparelho

ortodôntico fixo). O tratamento ortodôntico foi realizado durante 6 a 12 meses,

Page 20: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

20

através da técnica MD3. Após anestesia local, foi realizada bilateralmente uma

incisão de 1 cm sobre a linha obliqua externa da mandíbula, distalmente aos

molares inclinados. Em seguida, foram inseridos mini-parafusos com 1,6 mm de

diâmetro e 10 a 12 mm de comprimento. Uma semana após da remoção das

suturas, com a mecânica ortodôntica já em andamento, iniciou-se a verticalização

dos molares, através de ligaduras elásticas colocadas entre os molares e os mini-

parafusos com força de 150 a 200 gramas. A troca das ligaduras foi feita de acordo

com a necessidade da manutenção da força constante. Após a verticalização dos

molares, os mini-implantes foram removidos e os resultados puderam ser avaliados.

Concluíram que a utilização de mini-parafusos como ancoragem para verticalização

de molares inferiores é uma alternativa bastante efetiva.

Figura 4 - Mini-parafuso com ligadura elástica em posição.

Fonte: Matteo et al (2004).

Thiruvenkatachari et al (2005) avaliaram a quantidade de perda de

ancoragem dos molares com e sem uso de mini-implantes durante a retração de

caninos. Foram avaliados 10 indivíduos (7 mulheres e 3 homens) com idade média

Page 21: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

21

de 19 anos e 6 meses e que apresentavam indicação terapêutica de extração de

todos os primeiros pré-molares. Após o alinhamento e nivelamento ortodôntico, mini-

implantes de titânio com 1,3 mm de diâmetro e 9 mm de comprimento, foram

colocados entre as raízes dos segundo pré-molares e primeiros molares. Nos oito

indivíduos com má oclusão de Angle classe I e ângulo ANB de 2º a 4º foram

colocados implantes em um lado da maxila e da mandíbula, enquanto nos dois

indivíduos com má oclusão de Angle classe II e ângulo ANB maior que 5º foram

colocados implantes em um lado da maxila. Após 15 dias, molas de níquel titânio

foram posicionadas nos mini-implantes e nos caninos do mesmo lado, aplicando-se

uma força de 100 gramas. Radiografias, modelos de gesso e fotografias foram

obtidos antes da colocação dos implantes e após a retração dos caninos.

Sobrepondo os traçados cefalométricos obtidos, observaram a migração mesial dos

molares no lado onde não foram colocados mini-implantes, com conseqüente

significativa perda de ancoragem. No lado onde foram utilizados os mini-implantes,

não houve qualquer movimento mesial dos molares. Assim, concluíram que mini-

implantes podem ser utilizados para garantir ancoragem em casos de retração de

caninos.

Page 22: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

22

Figura 5 - Traçados cefalométricos. A) Pré B) Pós-retração do canino.

Fonte: Thiruvenkatachari et al (2005).

Kuroda et al (2005) compararam o resultado do tratamento para mordida

aberta anterior severa, através do uso de mini-implantes, com o resultado obtido

através de cirurgia ortognática. Foram avaliados 23 indivíduos com idade média de

21 anos e 6 meses, que apresentavam padrão esquelético classe I ou II e mordida

aberta anterior maior que 3mm. No grupo denominado implante, 10 indivíduos do

sexo feminino foram tratados pelo uso de ancoragem esquelética com intrusão de

molares. Mini-implantes com diâmetro de 1,3 mm e comprimento de 6 mm foram

colocados e , após 4 semanas, uma carga de 150 gramas foi aplicada com uso de

elástico chain. No grupo denominado cirurgia, 13 indivíduos, sendo 4 do sexo

masculino e 9 do sexo feminino, foram tratados através de cirurgia ortognática. Os

indivíduos foram submetidos à osteotomia Lefort I na maxila, além de osteotomia

vertical ou sagital do ramo na mandíbula. Teleradiografias e traçados cefalométricos

Page 23: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

23

foram obtidos nos dois grupos antes e depois do tratamento. A duração do

tratamento no grupo implante foi de 27 meses e 6 dias, enquanto no grupo cirurgia

foi de 33 meses e 5 dias. No grupo implante, a mandíbula girou no sentido anti-

horário devido à intrusão dos molares em 3,6 mm, o ângulo do plano mandibular

diminuiu 3,3º e o overbite aumentou 6,8 mm sem extrusão significativa dos incisivos.

No grupo cirurgia, o ângulo do plano mandibular manteve-se constante, o tamanho

da mandíbula foi reduzido e o overbite aumentou 7 mm, mas os incisivos superiores

e inferiores foram extruídos em 4,6 mm. Avaliando os resultados, concluíram que a

intrusão dos molares através de ancoragem esquelética mostrou-se mais eficaz do

que a cirurgia ortognática no tratamento da mordida aberta severa.

Figura 6 - A) Implantes usados como ancoragem ortodôntica. B) Ilustração esquemática de intrusão do molar. C-E) Fotografias intra-orais do começo da intrusão do molar, após 3 meses e pós-intrusão.

Fonte: Kuroda et al (2005).

Page 24: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

24

Freire et al (2006) pesquisaram a expansão rápida da maxila em

dentadura permanente, utilizando mini-implantes para ancoragem ortodôntica.

Foram colocados 78 mini-implantes variando entre dois tamanhos (6 e 10 mm) em

seis cães machos da raça Beagle com idade entre 12 e 15 meses. Os cães

receberam 6 mini-implantes no hemi arco mandibular esquerdo (grupo experimental)

três semanas antes do abate e 7 mini-implantes no hemi arco mandibular direito

(grupo controle) imediatamente antes do abate. Ativações com molas e carga de

250g de força foram realizadas no grupo experimental, imediatamente, uma e três

semanas após a colocação dos mini-implantes, permanecendo durante 3 semanas

até que fosse realizado o abate dos cães. Após a morte dos animais, as mandíbulas

foram dessecadas e permaneceram em solução de formaldeído por 15 dias, até que

foram divididas em blocos contendo um mini-implante no meio. Os mesmos foram

descalcificados por imersão em EDTA e ácido fórmico por períodos de 14 dias e 48

horas, respectivamente, e montados em parafina, sendo corados com hematoxilina e

eosina. Micrografias com 40 vezes de ampliação foram obtidas. Após a avaliação, os

resultados obtidos mostraram que 100% e 77,78% dos mini-implantes do grupo

controle e experimental, respectivamente, permaneceram estáveis. Os mini-

implantes perdidos foram associados à periimplantite, devido à irritação mecânica e

a impactação alimentar. Na região de osso cortical notou-se o íntimo contato do

osso com o mini-implante, o que não ocorreu na mesma proporção na região de

osso trabeculado, devido à anatomia local. A carga imediata ou tardia sobre o mini-

implante não afetou seu desempenho. Concluiu-se que os mini-implantes são

efetivos e estáveis para ancoragem ortodôntica, independente do momento do início

da força após sua colocação.

Page 25: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

25

Figura 7 - Exposição dos mini-implantes por dissecção aguda: a) grupo experi- mental (hemi-arco es- querdo da mandíbula); b) grupo controle (hemi- arco direito da man-díbula).

Fonte: Freire et al (2006).

Garib et al (2006) pesquisaram a expansão rápida da maxila em

dentadura permanente utilizando mini-implantes como ancoragem. Em um crânio

seco humano, seguindo os protocolos estabelecidos na literatura para colocação de

implantes, inseriram dois mini-implantes de titânio na região do palato entre as

raízes do primeiro e segundo pré-molar, bilateralmente. Na região posterior a

ancoragem foi obtida com bandas nos primeiros molares onde foram soldadas as

extensões posteriores de um parafuso expansor Hirax. As extensões anteriores do

Hirax foram adaptadas a um anel o qual foi fixado aos implantes através de um mini-

Page 26: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

26

implante. Procedeu-se então a abertura do parafuso expansor com conseqüente

aumento transverso da base óssea maxilar. O resultado obtido levou à conclusão

que a expansão rápida da maxila ancorada em mini-implantes atuou de forma a

prevenir o efeito dentário de vestibularização dos molares superiores, além de

preservar a saúde periodontal destes dentes, o que não tem sido observado na

expansão rápida convencional da maxila. Entretanto, outros estudos serão

necessários até que se possa afirmar a eficiência da utilização de implantes para

expansão rápida da maxila.

Figura 8 - Visão pós-expansão. A) Frontal B) Oclusal.

Fonte: Garib et al (2006).

Carrillo et al (2006) avaliaram a estabilidade de mini-implantes utilizados

com carga imediata e a quantidade de intrusão e de reabsorção dos dentes. Foram

estudados 8 cães adultos (7 machos e 1 fêmea) da raça beagle com idade entre 20

e 24 meses. Após anestesia, foi realizada a primeira intervenção: as coroas dos

segundos, terceiros e quartos pré-molares foram preparadas e moldadas. Além

Page 27: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

27

disso, marcadores foram colocados em cada quadrante para serem usados como

referência radiográfica posteriormente. Radiografias de todos os dentes preparados

foram efetuadas em cada quadrante e repetidas a cada 14 dias. Na segunda

intervenção, realizada 14 dias após a primeira, os animais foram anestesiados e

coroas de metal fundido foram cimentadas nos pré-molares. Em seguida,

perfurações com broca de baixa velocidade foram feitas e mini-implantes (com 1,8

mm de diâmetro e 6 mm de comprimento) foram colocados nos animais com a

seguinte distribuição: 12 por animal, sendo 3 na região vestibular e mesial e 3 na

região lingual e distal de cada pré-molar. A força intrusiva foi aplicada imediatamente

após a colocação dos mini-implantes através de molas fechadas ativadas a cada 14

dias com forças variando em cada dente (50 a 100 gramas nos segundos pré-

molares, 100 a 200 gramas nos terceiros pré-molares e 50 a 200 gramas nos

quartos pré-molares). Registros (radiografias, medidas de largura, estabilidade e

inclinação vestíbulo-lingual dos mini-implantes) foram realizados na cirurgia e em

cada ativação. Após 98 dias da segunda intervenção, os animais foram sacrificados.

Os resultados mostraram que apenas 1 mini-implante falhou após 50 dias de

colocação, devido à reabsorção óssea ao redor do parafuso, que foi substituído. Foi

observada intrusão significativa (1,2 a 3,3 mm) dos dentes avaliados, sendo que em

mais de 50% dos casos ocorreu nos últimos 30 dias do experimento. A quantidade

de força aplicada não influenciou significativamente as taxas de intrusão obtidas.

Não houve reabsorção radicular significativa associada aos movimentos intrusivos.

Concluíram que os mini-implantes são dispositivos estáveis e efetivos para

ancoragem em casos de intrusão de dentes multirradiculares sem causar

reabsorção radicular significativa.

Page 28: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

28

Figura 9 - Quadrante mandibular esquerdo após segunda intervenção e ativação do aparelho.

Fonte: Carrillo et al (2006).

Sugawara et al (2006) avaliaram o uso de mini-implantes em um caso de

paciente adulto com oclusão instável. Foi selecionado um indivíduo do sexo

feminino, com 51 anos e 11 meses de idade, apresentando classe III de Angle,

mordida cruzada anterior e unilateral, oclusão instável, desvio de linha média inferior

para direita, doença periodontal (reabsorção óssea horizontal generalizada) e

disfunção temporo mandibular. O tratamento escolhido foi o de distalização dos

molares inferiores com ancoragem de mini-implantes. Foi colocada uma placa de

estabilização no arco superior e, após três meses de uso, foi montado o aparelho

fixo inferior com braquetes Edgewise de slot 0,018. Em seguida, foram alinhados os

dentes inferiores e, sob anestesia local, foram inseridos mini-implantes (com 8 mm

de comprimento e 1,3 mm de diâmetro) na região retromolar. Molas de níquel-titânio

foram conectadas aos implantes e aos ganchos colocados entre os segundo pré-

molares e os primeiros molares, bilateralmente atuando com força de 100 gramas.

Depois de corrigida a sobressaliência, foi montado o aparelho fixo superior, com as

mesmas características do inferior. Os dentes inferiores foram distalizados em

Page 29: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

29

massa e o tempo total de tratamento foi de 33 meses. O resultado foi harmonioso,

com dentes bem alinhados e obtenção de classe I de Angle. Os dentes inferiores

anteriores foram retraídos 2,0 mm, sem extrusão e os superiores foram inclinados

para vestibular. O caso foi avaliado um ano depois e o resultado foi mantido.

Concluíram que os mini-implantes de liga de titânio são úteis para o movimento

distal em massa de dentes inferiores em pacientes adultos com doença periodontal

e disfunção temporo mandibular.

Figura 10 - Fotografias pré-tratamento.

Fonte: Sugawara et al (2006).

Page 30: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

30

Figura 11 - Fotografias pós-tratamento.

Fonte: Sugawara et al (2006).

Garfinkle et al (2006) avaliaram o uso de mini-implantes ortodônticos para

ancoragem em casos de extração de pré-molares em adolescentes. Em 13

indivíduos (8 do sexo feminino e 5 do sexo masculino) com idade média de 14 anos

e 10 meses foram realizadas extrações de pré-molares em ambos os arcos ou

somente na maxila ou mandíbula. Após o alinhamento e nivelamento ortodônticos,

procederam a instalação dos mini-implantes que mediam 1,6 mm de diâmetro e 6

mm de comprimento. Em cada quadrante foram colocados dois mini-implantes

autoperfurantes e iniciada a fase de fechamento de espaços, com carga imediata de

até 250 g de força em um dos lados do arco, escolhido aleatoriamente, enquanto no

outro lado, a força foi iniciada em período compreendido entre 3 e 5 semanas após o

primeiro. Radiografias panorâmicas e periapicais foram efetuadas para controle. Os

resultados da avaliação mostraram que houve diferença no movimento dos dentes

entre os lados direito e esquerdo, mas não entre maxila e mandíbula. O período de

Page 31: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

31

latência para início da força aplicada não interferiu no sucesso do tratamento.

Porém, a taxa de sucesso dos mini-implantes colocados pela técnica de retalho

cortical foi maior do que nos que foram colocados diretamente. Questionários sobre

a adaptação dos mini-implantes foram respondidos pelos indivíduos e levaram à

conclusão de que os adolescentes aceitam e consideram eficaz o tratamento com

mini-implantes. Além disso, outra importante conclusão foi a de que forças

ortodônticas imediatas podem ser aplicadas aos mini-implantes.

Figura 12 - A) Retração com mini-implantes ortodônticos e mola de níquel-titânio. B) Retração com mini-implantes ortodônticos e elástico chain.

Fonte: Garfinkle et al (2006).

Thiruvenkatachari et al (2006) compararam a taxa de retração de caninos

usando ancoragem convencional em molares e ancoragem com mini-implantes de

Page 32: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

32

titânio. Foram estudados 12 indivíduos (8 do sexo feminino e 4 do sexo masculino)

com idade média de 19,7 anos e com indicação terapêutica de extração de todos os

primeiros pré-molares. Os indivíduos com maloclusão classe I foram selecionados

para receber mini-implantes em maxila e mandíbula e os indivíduos com maloclusão

classe II receberam mini-implantes em maxila. Após alinhamento e nivelamento

inicial, foi utilizado um arco de aço inoxidável 0,016 x 0,022 e os mini-implantes de

1,2 mm de diâmetro e 9,0 mm de comprimento foram inseridos entre as raízes do

segundo pré-molar e primeiro molar. Os mini-implantes foram colocados nos arcos

maxilar e mandibular do mesmo lado em 10 pacientes e na maxila em apenas 2

pacientes. Quinze dias depois, a força de 100 gramas foi iniciada através de molas

fechadas de níquel-titânio entre o implante e o canino no lado ancorado em

implantes e entre canino e molar no lado ancorado em molares. O período do estudo

variou de 4 a 6 meses. Vários registros (radiografias, fotografias e modelos de

gesso) foram obtidos antes da colocação dos implantes e depois da retração dos

caninos. Após a sobreposição das telerradiografias laterais, a taxa de retração de

caninos foi medida e os resultados analisados. Os caninos foram retraídos em todos

os casos, mas com diferenças significativas. A retração média foi de 4,29 mm na

maxila e 4,10 mm na mandíbula no lado ancorado em implantes e de 3,79 mm na

maxila e 3,75 na mandíbula no lado ancorado em molares. As taxas mensais de

retração de caninos foram de 0,93 mm na maxila e 0,83 mm na mandíbula no lado

ancorado em implantes e de 0,81 mm na maxila e 0,76 na mandíbula no lado

ancorado em molares. Concluíram que a ancoragem em mini-implantes produz

retração mais rápida dos caninos em relação à ancoragem convencional em

molares, sendo por isso uma opção viável e eficiente no tratamento ortodôntico.

Page 33: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

33

Figura 13 - Retração do canino usando molas helicoidais fechadas no lado ancorado no implante. A) Antes da retração. B) Após a retração.

Fonte: Thiruvenkatachari et al (2006).

Figura 14 - Retração do canino usando molas helicoidais fechadas no lado ancorado no molar. A) Antes da retração. B) Após a retração.

Fonte: Thiruvenkatachari et al (2006).

Upadhyay et al (2006) realizaram um estudo com o objetivo de determinar

a eficiência dos mini-implantes como ancoragem em casos de retração em massa

dos incisivos e caninos superiores após extração de primeiros pré-molares

superiores, comparados com os métodos convencionais de ancoragem. Foram

escolhidos 30 indivíduos com necessidade de indicação de extração de primeiros

pré-molares superiores (21 do sexo feminino e 9 do sexo masculino) com idade

média de 17 anos e 2 meses, apresentando 17 deles maloclusão classe I de Angle

com biprotrusão e 13 maloclusão classe II divisão 1. Os indivíduos foram divididos

Page 34: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

34

em dois grupos quantitativamente iguais: os do grupo determinado G1 receberam

ancoragem com mini-implantes entre o segundo pré-molar e o primeiro molar

superiores e os do grupo G2 receberam ancoragem convencional de vários tipos

(botão de Nance, arco extra-oral, bandas nos segundos molares). Após realização

da mecânica de retração, procedeu-se a avaliação das radiografias cefalométricas

obtidas antes da retração e depois do fechamento dos espaços. No grupo G1 não

houve perda de ancoragem, mas perda na largura intermolares além de intrusão de

incisivos superiores. No grupo G2 foi observada significativa perda de ancoragem.

Conclui-se que a utilização de mini-implantes resultou na intrusão dos incisivos

superiores e no reforço da ancoragem durante a retração dos dentes anteriores

superiores. Mais estudos devem ser avaliados para confirmar a efetividade do

tratamento avaliado nesta pesquisa.

Figura 15 - Instalação clínica para retração em massa.

Fonte: Upadhyay et al (2006).

Page 35: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

35

Figura 16 - Sistema de força envolvido: F força total; i força intrusiva; r força de retração (r é muito maior do que i).

Fonte: Upadhyay et al (2006).

Xun et al (2006) estudaram a eficácia da ancoragem com mini implantes

para intrusão da região posterior a fim de corrigir mordida aberta esquelética. Foram

pesquisados 12 indivíduos com idade média de 18,7 anos, com crescimento ósseo

finalizado e que apresentavam má oclusão classe II com mordida aberta anterior.

Em todos os indivíduos foi realizada uma incisão vertical na mucosa alveolar

mandibular entre primeiros e segundos molares sendo inserido no osso alveolar

vestibular de cada lado um mini-implante (com 1,6 mm de diâmetro e 7 mm de

comprimento). Na arcada superior, não foi realizada incisão, sendo o mini-implante

(com 1,6 mm de diâmetro e 9 mm de comprimento) inserido diretamente na área

palatina posterior mediana correspondente ao primeiro molar superior. Todos os

indivíduos foram tratados com aparelho fixo slot 0,22 polegadas e mecânica de

deslize. Um arco transpalatino fixo e um arco lingual foram conectados à parte

superior e inferior, respectivamente para evitar rotação dos primeiros molares. Duas

semanas depois, o tratamento de intrusão foi iniciado através de molas de níquel

titânio colocadas bilateralmente no arco maxilar entre os mini-implantes e os

ganchos de tração dos arcos transpalatinos. Elásticos chain foram colocados

bilateralmente entre os mini-implantes e o arco principal na mandíbula. Cerca de 150

Page 36: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

36

g de força foi aplicada em cada lado. O tempo médio do tratamento foi de 6,8

meses. Teleradiografias foram feitas antes e imediatamente após a conclusão da

intrusão e mostraram que a mordida aberta foi fechada em todos os casos. Assim,

concluíram que os mini-implantes fornecem ancoragem esquelética estável para que

seja atingida a intrusão dos molares sem necessidade de cirurgia ortognática,

principalmente em casos boderline de indivíduos com crescimento ósseo finalizado.

Figura 17 - Início do tratamento de intrusão (caso 1).

Fonte: Xun et al (2006).

Figura 18 - Overbite normal atingido após 7 meses de tratamento de intrusão (caso 1).

Fonte: Xun et al (2006).

Page 37: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

37

Figura 19 - Início do tratamento de intrusão (caso 2).

Fonte: Xun et al (2006).

Figura 20 - Overbite normal atingido após 7 meses de tratamento de intrusão (caso 2).

Fonte: Xun et al (2006).

Prieto et al (2007) avaliaram o uso de mini-implantes para ancoragem em

um caso clínico de ortodontia lingual. Foi selecionado um indivíduo do sexo

masculino com idade de 49 anos e 3 meses, apresentando má oclusão de classe III

de Angle, padrão facial equilibrado, ausência dos segundos pré-molares superiores

e apinhamento antero-inferior. Foi instalado o aparelho lingual no arco superior e nos

dentes posteriores do arco inferior tendo início a sequência de fios. Mini-implantes

apresentando 1,5 mm de diâmetro e 10 mm de comprimento foram inseridos na

região retromolar, por distal e na direção da face vestibular dos segundos molares.

Em seguida, um elástico chain bilateral com 150 gramas de força foi posicionado

dos primeiros molares inferiores aos mini-implantes situados na região de terceiros

molares. Após a distalização dos molares e segundos pré-molares inferiores,

elásticos de separação foram colocados entre os caninos e primeiros pré-molares,

com o objetivo de iniciar o movimento distal dos primeiros pré-molares e possibilitar

um pequeno desgaste entre ambos. Em seguida, foram colados os braquetes dos

primeiros pré-molares inferiores e dos caninos. Um fio 0,016” de aço inoxidável foi

Page 38: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

38

inserido e imediatamente iniciou-se a retração dos primeiros pré-molares.

Posteriormente, foram tracionados os caninos (primeiro com elástico de classe III e

depois com elástico chain). Foram também utilizados elásticos verticais anteriores,

com o objetivo de evitar a abertura da mordida. Os molares superiores foram

mesializados com elástico chain. Após o tracionamento dos molares superiores, um

fio 0,016” x 0,022” de TMA foi inserido, enquanto o arco inferior recebeu um fio

0,016” x 0,022” Elgiloy. O aparelho foi removido e o paciente encaminhado para

ajustes oclusais. Concluíram que os mini-implantes associados ao aparelho lingual

proporcionaram resultados satisfatórios, sendo uma opção de tratamento bem

indicada para pacientes com grande exigência estética.

Figura 21 - Posicionamento das correntes elásticas para a retração dos dentes posteriores.

Fonte: Prieto et al (2007).

Carrillo et al (2007) avaliaram os efeitos das forças exercidas para

intrusão segmentar utilizando ancoragem com mini-implantes. Foram estudados oito

cães adultos da raça beagle com idade entre 20 e 24 meses. Foram confeccionadas

coroas para os primeiros, segundos e terceiros pré-molares superiores. Um aparelho

maxilar rígido foi incorporado aos primeiros, segundos e terceiros pré-molares

superiores, sendo os dois lados da arcada superior ligados por uma barra palatina a

Page 39: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

39

nível dos terceiros pré-molares. Após análise de radiografias periapicais para

identificação dos locais de colocação dos mini-implantes, foram realizados orifícios

com broca (sob anestesia) e inseridos os mini-implantes (4 por cão) em cada

quadrante, na face vestibular: 1 anterior, a nível de primeiro pré-molar e 1 posterior

a nível de terceiro pré-molar. Os oito cães foram divididos aleatoriamente em dois

grupos. Ambos os grupos receberam imediatamente um total de 150 gramas de

força intrusiva para cada segmento, com a mesma distribuição de força aplicada

para os segmentos da direita e da esquerda. Nos quatro cães do grupo 1 a força

aplicada foi de 50 gramas no implante anterior e 100 gramas no implante posterior.

Já no grupo 2, a força foi de 100 gramas no implante anterior e 50 gramas no

implante posterior. As ativações das molas helicoidais foram feitas a cada 14 dias,

assim como radiografias, fotografias e avaliação da estabilidade dos implantes para

avaliar a intrusão segmentar e a reabsorção radicular. Os cães foram mortos em 98

dias. Uma radiografia periapical padronizada dos três dentes foi obtida e todas as

radiografias foram sobrepostas. Os resultados mostraram que nenhum dos

implantes falhou durante o período experimental. Os segmentos de três dentes do

grupo 1, carregados com 50 gramas de força anterior e 100 gramas posterior,

mostraram 2,0 milímetros de intrusão do primeiro pré-molar e 1,5 mm de intrusão do

terceiro pré-molar. Já no grupo 2, houve diminuição significativa de intrusão (0,9

milímetros no primeiro pré-molar e nenhuma no terceiro pré-molar). Foi observada

mínima reabsorção de raiz em ambos os grupos. Concluíram que os mini-implantes

usados como ancoragem são confiáveis para realização de intrusão segmentar,

sendo o resultado influenciado pela distribuição de forças durante o movimento.

Page 40: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

40

Figura 22 - A) Vista oclusal do aparelho maxilar. B) Vista vestibular do segmento maxilar direito após a segunda intervenção e ativação do aparelho.

Fonte: Carrillo et al (2007).

Kinzinger et al (2007) avaliaram a efetividade da ancoragem em mini-

implantes para apoio de aparelhos de distalização bilateral de molares superiores

sem tendência a distalizar. Foram selecionados 10 indivíduos (8 do sexo feminino e

2 do sexo masculino) com idade média de 12 anos e 1 mês, apresentando

maloclusão de classe II de Angle com discrepância do comprimento do arco. A

duração do tratamento foi de 6,7 meses. De um total de 20 segundos molares,

apenas 4 estavam completamente erupcionados. O aparelho utilizado neste estudo

para distalização foi modificado: o botão de acrílico foi removido e o aparelho foi

apoiado a 2 mini-implantes de titânio inseridos na região paramediana do palato e a

2 superfícies dentárias oclusais. Após bloqueio anestésico, 2 mini-implantes de 8-9

mm de comprimento e 1,6 mm de diâmetro foram inseridos bilateralmente na região

paramediana anterior do palato (na linha dos primeiros pré-molares). Os aparelhos

de distalização foram posicionados nos parafusos com fios e nos pré-molares com

fios e compósito, além de serem presos às bandas posicionadas nos molares.

Posteriormente, os aparelhos foram ativados a cada quatro semanas através dos

parafusos de fixação com força de 200 N. Para avaliar o movimento dos molares,

foram obtidos modelos de gesso dental no início do tratamento (T1) e depois da

Page 41: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

41

remoção do aparelho (T2), assim como telerradiografias de perfil. Após avaliação

dos modelos de gesso e cefalometrias utilizando um paquímetro digital, os

resultados mostraram mudanças significativas: aumento da largura transversal da

arcada, rotação mesial e distalização dos primeiros molares permanentes, além de

mesialização dos primeiros pré-molares. Concluíram que a incorporação de dois

mini-implantes no palato para auxiliar na ancoragem, apresenta vantagens em

relação à higiene e também permite um maior deslocamento distal dos molares

superiores em comparação com os modelos convencionais de ancoragem.

Figura 23 - Aparelho de distalização suportado por ancoragem adicional de mini-implantes: tratamento de uma menina de 11 anos e 1 mês; duração do tratamento de distalização, 5 meses. A) Vista oclusal imediatamente após a instalação do aparelho de distalização. B) Vista oclusal após a distalização dos molares.

Fonte: Kinzinger et al (2007).

Page 42: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

42

Kim et al (2007) analisaram os resultados da retração de incisivos e

caninos em massa com dispositivos temporários de ancoragem esquelética. Foram

avaliados 17 indivíduos (16 do sexo feminino e 1 do sexo masculino), com idade

média de 24 anos e 4 meses e cuja queixa principal era de protrusão dentária

anterior. O tratamento planejado incluiu extração de pré-molares de acordo com a

necessidade (11 indivíduos eram portadores de classe I de Angle e 6 eram classe

II), sendo que em apenas um indivíduo foram extraídos os primeiros molares

inferiores devido ao grande comprometimento. Foram usados mini-implantes como

dispositivos temporários de ancoragem esquelética sendo que, durante a fase de

retração, nenhum aparelho ortodôntico foi colocado na dentição maxilar posterior.

Os 30 implantes utilizados mediam 1,8 mm de diâmetro e 8,5 mm de comprimento e

foram colocados no osso entre os segundos pré-molares e os primeiros molares

superiores. Em 2 casos, foram utilizadas 4 mini-placas ao invés de implantes devido

à pneumatização do seio maxilar no espaço interdental. O aparelho ortodôntico

edgewise slot 0,022 foi montado nos seis dentes anteriores superiores e em todo o

arco inferior. A aplicação de força começou 4 semanas após a colocação dos

implantes. Os caninos superiores foram retraídos com 0,7 N de força enquanto os 4

incisivos foram alinhados. A retração em massa dos dentes anteriores superiores

começou quando o fio 0,016 x 0,022 foi colocado e os elásticos foram aplicados

diretamente nos braquetes porque a verticalização dos incisivos era desejada. Um

arco de aço 0,018 x 0,025 com ganchos soldados foi usado para controle de torque

durante a retração e molas fechadas de níquel titânio (1,2N) ou elásticos foram

usados para a retração em massa. O tempo médio de retração e de tratamento total

foi de, respectivamente, 13,94 e 16,44 meses. A análise das radiografias

cefalométricas pré e pós tratamento mostrou que houve diferença significativa nas

Page 43: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

43

medidas dos dentes anteriores assim como nos tecidos moles e que os molares

apresentaram movimento de inclinação para mesial e extrusão. Os resultados

mostraram que a retração em massa dos incisivos e caninos foi obtida em todos os

pacientes. Concluíram que os dispositivos temporários são suficientes para

promover ancoragem esquelética necessária para retração em massa, mesmo sem

inclusão de aparelho nos dentes posteriores.

Figura 24 - Traçados sobrepostos: pré-tratamento (preto) e pós-tratamento (vermelho).

Fonte: Kim et al (2007).

Yamadaa et al (2008) avaliaram os efeitos da ancoragem inter radicular

com mini-implantes para o movimento distal de molares superiores em casos sem

extrações. Foram avaliados 12 indivíduos (11 do sexo feminino e 1 do sexo

masculino) com idade média de 28,2 anos, sendo 5 portadores de má oclusão

classe II, 4 classe I e 3 classe II com grave excesso mandibular. Todos os casos

tiveram indicação de distalização dos molares superiores (inclusive os casos classe

III, já que seriam submetidos à cirurgia ortognática posteriormente). Após

alinhamento e nivelamento ortodôntico com aparelho de edgewise slot 0,18, dois

tipos de mini-implantes (tipo A com 1,3 mm de diâmetro e 8 mm de comprimento e

Page 44: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

44

tipo B com 1,5 de diâmetro e 9 mm de comprimento) foram inseridos entre os

segundos pré-molares e primeiros molares superiores com uso de anestesia local e

sem incisão muco periosteal. Cada mini-implante foi inserido 5 ou 6 mm no osso

alveolar em ângulo de 20º a 30º do longo eixo, ficando a cabeça 2 mm acima da

mucosa. Após 4 semanas, foi aplicada força de 200 gramas pelo uso de elástico

chain ou mola fechada de nitinol no sentido posterior e superior, o mais paralelo ao

plano oclusal possível. O fio utilizado durante o movimento foi o de aço inoxidável

0,016 x 0,022. Foram realizadas radiografias dentais, panorâmicas, periapicais e

modelos de gesso antes e depois do tratamento a fim de avaliar mudanças

esqueléticas, dentais e reabsorções. Medidas angulares e lineares foram obtidas e

avaliadas. A duração média do tratamento de distalização foi de 8,4 meses. As

coroas dos molares superiores moveram 2,8 mm para distal, inclinaram 4,8º para

distal e intruíram 0,6 mm. Os ápices dos molares superiores distalizaram 1,2 mm. As

coroas dos incisivos superiores distalizaram 2,7 mm, inclinaram para palatina 4,3º e

deslocaram 1,1 mm para distal. Os incisivos apresentaram ligeira reabsorção, mas

não houve diferença significativa em largura e comprimento do arco. Concluíram que

os mini-implantes foram efetivos para ancoragem maxilar permitindo o movimento

distal dos molares superiores sem ocorrência de efeitos secundários indesejáveis

como vestibularização dos incisivos, rotação mandibular no sentido horário ou

reabsorção radicular.

Page 45: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

45

Figura 25 - Esquema sobre o movimento distal do molar alcançado com o mini-implante.

Fonte: Yamadaa et al (2008).

Figura 26 - Esquema sobre comparação das mudanças no pré e no pós tratamento na análise cefalométrica. Linhas contínuas representam ilustração esquemática de pré-tratamento e linhas pontilhadas representam ilustração esquemática média de mudanças pós-tratamento.

Fonte: Yamadaa et al (2008).

Page 46: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

46

Bicalho et al (2009) avaliaram o uso de mini-implantes ortodônticos como

ancoragem esquelética indireta para verticalização de molares inferiores. Foi

selecionado um indivíduo do sexo feminino com idade de 16 anos e 9 meses,

portadora de má oclusão classe II de Angle apresentando ausência (por exodontia

prévia ao tratamento) dos segundos molares superiores e inferiores. Foram inseridos

dois mini-implantes auto perfurantes (com 1,6 mm de diâmetro e 8 mm de

comprimento) na face vestibular da região entre os segundos pré-molares e

primeiros molares inferiores. Foram colados dois tubos duplos retangulares nos

dentes 36 e 46 e botões linguais nas faces oclusais dos dentes 38 e 48. Em seguida,

foi instalado um sistema de ancoragem indireta com fio 0,019” x 0,025”, travado

tanto por distal do tubo auxiliar dos dentes 36 e 46 como por mesial, a fim de impedir

a movimentação dos primeiros molares inferiores. Posteriormente, foi instalado o

sistema de verticalização com fio TMA 0,017” x 0,025” adaptado aos tubos principais

e foi iniciada a desinclinação dos terceiros molares. A cada três semanas, foram

feitas ativações e com 45 dias de tratamento, observaram a verticalização dos

terceiros molares. Os botões linguais foram substituídos por tubos simples e foram

realizados o alinhamento e o nivelamento. Os resultados radiográficos mostraram

que as raízes dos dentes 38 e 48 foram totalmente verticalizadas e que não houve

alteração do posicionamento radicular dos dentes 36 e 46. Observaram que a

incompleta formação das raízes dos dentes 38 e 48 facilitou o movimento e a

ausência de contato oclusal entre esses dentes e seus antagonistas, possibilitou a

colagem dos botões linguais nas faces oclusais. Concluíram q a utilização de

ancoragem esquelética indireta para verticalização de molares inferiores

proporcionou resultados satisfatórios, com tempo de tratamento reduzido e boa

aceitação pelo paciente, sendo considerado um método eficiente e viável.

Page 47: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

47

Figura 27 - Instalação do sistema de ancoragem e verticalização.

Fonte: Bicalho et al (2009).

Valarelli et al (2010) estudaram o uso de mini-implantes durante a

intrusão de primeiros molares superiores. Foi selecionado um indivíduo do sexo

feminino com idade de 42 anos, apresentando extrusão do primeiro molar superior

direito devido à ausência do primeiro molar inferior direito. Após colocação do

aparelho ortodôntico, dois mini-implantes foram inseridos no processo alveolar

vestibular do primeiro molar superior, sendo um na distal e outro na mesial. Em

seguida, um mini-implante foi inserido no processo alveolar palatino do primeiro

molar superior, entre as raízes do segundo pré-molar e do primeiro molar. Todos os

mini-implantes utilizados mediam 1,6 mm de diâmetro e 9 mm de comprimento.

Utilizando elásticos em corrente dos mini-implantes ao tubo ou ao botão lingual

soldado na banda do primeiro molar, foi aplicada uma carga entre 150 e 200 gramas

e no quarto mês foi obtida uma intrusão de 3 mm. No sexto mês, os segundos

molares foram incluídos no arco possibilitando a estabilização dos primeiros molares

até o final do tratamento ortodôntico. Após doze meses de tratamento, radiografias

foram obtidas e comparadas com as radiografias iniciais, sendo possível comprovar

que a quantidade de intrusão conseguida no primeiro molar superior foi de 3 mm.

Concluíram que o uso de mini-implantes foi eficaz na intrusão de molares

Page 48: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

48

superiores, podendo ser considerado um método eficaz e seguro, já que não causou

efeitos indesejados nos dentes adjacentes.

Figura 28 - Inserção dos mini-implantes após a instalação do aparelho ortodôntico fixo, com dois mini-implantes inseridos pela vestibular e outro pela palatina, no septo ósseo adjacente ao dente 16.

Fonte: Valarelli et al (2010).

Miyawaaki et al (2002) analisaram as taxas de sucesso e os fatores

associados à estabilidade de parafusos de titânio inseridos no osso posterior da

região alveolar. Foram avaliados 51 indivíduos com má oclusão (9 do sexo

masculino e 42 do sexo feminino) com idade média de 21 anos e 8 meses. Mini

Page 49: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

49

implantes foram colocados na região posterior. O tratamento foi avaliado pelo

período de um ano após a colocação, com utilização de três tipos de mini-implantes

de titânio, de diferentes diâmetros e comprimentos (tipo A, diâmetro 1,0 mm,e

comprimento de 6,0 mm; tipo B, diâmetro de 1,5 mm e comprimento de 11 mm; e

tipo C, diâmetro de 2,3 mm e comprimento de 14 mm) colocados no osso alveolar,

do segundo pré-molar ao segundo molar da mandíbula ou da maxila. Mini placas

com dois mini-implantes (diâmetro de 2,0 mm e comprimento de 5,0 mm) foram

colocadas no processo zigomático da maxila ou osso alveolar vestibular da

mandíbula, utilizando-se anestesia local. Os índices de sucesso foram, no grupo A,

nulo; no grupo B, 83,9%, e no C, 85%. Já nas mini placas, o índice atingiu 96,4%,

não havendo outras variações significativas ligadas ao resultado. Concluíram que,

quanto menor o diâmetro do mini implante, menor a taxa de sucesso da estabilidade,

principalmente em indivíduos com a medida do ângulo do plano mandibular

diminuída. Além disso, outros fatores considerados que poderiam influenciar no

insucesso do tratamento foram: ocorrência de inflamação no tecido peri-implante e

realização de cirurgia com retalho. Por fim, concluíram que é possível a utilização de

força imediata, desde que esta não exceda 2 N.

Page 50: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

50

Figura 29 - Fotografias intra-orais mostrando ancoragem com implantes in situ. Superior esquerda: parafuso de titânio tipo B com 1,5 mm de diâmetro e 11 mm de comprimento. Superior direita: parafuso de titânio tipo C com 2,3 mm de diâmetro e 14 mm de comprimento. Inferior: mini placa modificada com 2 parafusos de 2mm de diâmetro e 5 mm de comprimento.

Fonte: Miyawaaki et al (2002).

Liou et al (2003) estudaram a estabilidade dos mini-implantes após

aplicação de força ortodôntica. Foram observados 16 indivíduos do sexo feminino

com idade entre 22 e 29 anos, os quais foram submetidos à retração em massa dos

dentes anteriores precedida por colocação de mini-implantes para ancoragem. Foi

realizada uma incisão vertical de quatro mm e retalho muco periósteo acima do

segundo pré-molar e primeiro molar superiores. Em seguida, mini-implantes com 2

mm de diâmetro e 17 mm de comprimento foram inseridos no osso zigomático. Após

o tempo de espera de duas semanas para cicatrização, foi colocado um fio de aço

inoxidável 0,016 x 0,022 e a retração foi realizada com mola de nitinol do mini-

implante ao gancho colocado entre incisivo lateral e canino superiores com 150

gramas de força. Radiografias cefalométricas laterais foram efetuadas antes da

aplicação da força, duas semanas após a colocação dos mini-implantes (T1) e nove

meses após o início da retração anterior (T2). Os traçados T1 e T2 foram

sobrepostos e as medidas analisadas. Em 9 dos 16 indivíduos os mini-implantes não

foram deslocados em qualquer direção, mas nos 7 indivíduos restantes houve

deslocamento em todas as partes dos mini-implantes (de -1,0 mm a 1,5 mm).

Concluiu-se que os mini-implantes são estáveis para ancoragem em movimentações

dentárias, mas podem não permanecer assim durante todo o tratamento em todos

Page 51: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

51

os casos. Assim, para evitar que seja atingido um órgão vital, deve ser mantida uma

área de segurança de 2 mm entre o mini-implante e a raiz do dente. Além disso, a

colocação de mini-implantes próximos a forames, vias de acessos sanguíneos,

nervos principais e áreas de suporte dos dentes deve ser evitada.

Figura 30 - Aparelhos para retração anterior em massa. A) Durante a retração anterior em massa. B) No final da retração anterior em massa.

Fonte: Liou et al (2003).

Kim et al (2004) estudaram os efeitos do procedimento de perfuração

sobre a estabilidade dos mini-implantes no início da carga ortodôntica. Foram

utilizados dois cães machos da raça Beagle. Trinta e dois parafusos com 1,6 de

diâmetro foram divididos em dois grupos: com (D) e sem (DF) perfuração óssea. Em

seguida, uma incisão de quatro a cinco mm foi feita na mucosa e o periósteo foi

elevado para ambos os grupos. Os mini-implantes foram colocados nas regiões

vestibular e palatina da maxila e lingual da mandíbula, sendo os parafusos do grupo

D inseridos no lado esquerdo da maxila e mandíbula (após perfuração com broca de

1,2 mm sob irrigação de solução salina) e os parafusos do grupo DF inseridos no

lado direito da maxila e mandíbula sem perfuração. Em ambos os grupos, força de

200 a 300 gramas foi aplicada com mola de nitinol de uma a onze semanas após a

inserção dos parafusos. A mobilidade de cada mini-implante foi medida após doze

Page 52: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

52

semanas da inserção. Posteriormente, os cães foram sacrificados e cada

seguimento de parafusos e tecidos circundantes foi cortado e analisado. A

remodelação e integração ósseas ao redor dos parafusos ocorreram no início da

força ortodôntica. No grupo DF, um mini-implante foi perdido na maxila, enquanto no

grupo D um mini-implante na maxila e um na mandíbula foram perdidos. Os mini-

implantes do grupo DF foram os mais estáveis e apresentaram maior contato entre o

parafuso e o tecido ósseo, além de maior quantidade de osso formada. Concluíram

que os mini-implantes inseridos sem perfuração com broca são efetivos para

ancoragem ortodôntica, pois proporcionam melhor estabilidade primária no início da

força do que os parafusos colocados com perfuração.

Figura 31 - Micrografia dos parafusos. A) Tecido ósseo (W) com canal de Havers e osso lamelar em volta do parafuso (L). Osseointegração na interface entre parafuso e osso. B) Parafuso sem perfuração na mandíbula. C) Parafuso perfurante na mandíbula.

Fonte: Kim et al (2004).

Kuroda et al (2004) estudaram a aplicação clínica de mini implantes para

ancoragem ortodôntica, além das taxas de sucesso, fatores de estabilidade e

desconforto pós-operatório. Avaliaram 75 indivíduos (12 do sexo masculino e 63 do

sexo feminino) com idade média de 21,8 anos, portadores de má oclusão. Dois tipos

Page 53: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

53

de mini-implantes de titânio com diferentes comprimentos e diâmetros foram

colocados sob anestesia local: tipo A (diâmetro 2,0 ou 2,3 mm e comprimento 7 ou

11 mm) e tipo B (diâmetro 1,3 mm e comprimento 6, 7, 8, 10 e 12 mm) totalizando

116 parafusos. Mini placas com dois ou três parafusos e dois mm de diâmetro e

cinco mm de comprimento também foram utilizadas. Os parafusos do tipo A e as

mini placas foram colocados após incisão muco periosteal, já para os do tipo B não

foi feita incisão. Foi aplicada força de 50 a 200 g através de molas fechadas de

níquel titânio adaptadas no grupo A de 4 a 12 semanas após a cirurgia de colocação

dos parafusos e no grupo B de 0 a 12 semanas. Não houve diferenças significativas

entre o grupo A, B e as mini placas. A taxa de sucesso em todos os casos foi

superior a 80%. Porém, nos casos de intrusão os parafusos do grupo B tiveram

menos sucesso, assim como nos casos de utilização na área de molares ao invés de

pré-molares. Os indivíduos relataram dor uma hora após a colocação dos mini-

implantes tipo A (95%), das mini placas (100%) e dos mini-implantes tipo B (50%).

Concluíram que os mini-implantes são efetivos para ancoragem ortodôntica e

causam menos dor e desconforto se colocados sem incisão muco periosteal.

Page 54: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

54

Figura 32- Distribuição de pacientes relatando dor após implantação de ancoragem ortodôntica. Diferenças significativas entre mini-implantes tipo B e tipo A ou mini-placas indicadas por ** e entre mini-implantes tipo B e mini-placas indicadas por *.

Fonte: Kuroda et al (2004).

Owens et al (2005) avaliaram a estabilidade de mini-implantes e o

movimento de dentes em relação ao tempo, quantidade e localização da aplicação

de força. Foram estudados 7 cães machos adultos da raça beagle com idade entre 1

e 2 anos. Em cada animal foram utilizados 8 mini-implantes de 6 mm de

comprimento e 1,8 mm de diâmetro, sendo 4 para controle e 4 para receber

aplicação de força. No grupo experimental 1 (E1) os mini-implantes foram usados na

maxila com força de 25 g para avaliar o efeito de um período de cicatrização (26

dias) antes da aplicação de força, enquanto no grupo experimental 2 (E2) foram

usados na mandíbula com força de 25 a 50 g para avaliar o efeito de aplicação de

força imediata. Todos os mini-implantes foram colocados em osso alveolar vestibular

através do uso de uma broca de 1,1 mm e posicionados anteriormente ao quarto

pré-molar e perpendicular ao plano oclusal, no nível da junção muco gengival. No

grupo controle os mini-implantes foram colocados 4 mm para apical em relação aos

seus correspondentes do grupo experimental. Na primeira cirurgia, os animais foram

sedados e intubados e, após realização de fotos e radiografias, foram anestesiados.

Os dentes foram preparados para receber coroas e os terceiros pré-molares foram

extraídos. Em seguida, os mini-implantes do grupo 1 e seus correspondentes do

grupo controle foram colocados. Uma radiografia pós-operatória foi realizada. Depois

de 26 dias foi feita a segunda cirurgia. Os animais foram novamente sedados e

Page 55: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

55

anestesiados e radiografados. Em seguida, foram colocadas as coroas dos caninos

e pré-molares com marca para medição do movimento dos dentes. Os mini-

implantes do grupo 2 e seus correspondentes do grupo controle foram colocados.

Molas de níquel titânio foram adaptadas entre os mini-implantes do grupo

experimental e os segundos pré-molares de cada quadrante. Radiografias foram

obtidas a cada 21 dias até que os animais foram sacrificados sob sedação. As

radiografias finais e iniciais foram medidas e o resultado mostrou que no geral a taxa

de insucesso foi de 7%, sendo de 14% no grupo de carga imediata e 4% no grupo

com carga tardia. Todas as falhas ocorreram dentro de 21 dias e nas mandíbulas de

3 cães. Não houve diferenças significativas na movimentação dentária em relação

ao tempo de aplicação (imediato ou tardio), a quantidade de força aplicada (25 ou 50

gramas) ou localização (maxila ou mandíbula). Concluíram que os mini-implantes

foram úteis para os movimentos dentários e não tiveram a taxa de sucesso

influenciada pelo momento de aplicação da força nem pela localização ou

intensidade da força.

Page 56: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

56

Figura 33 - Esquema experimental. A) Desenho para ilustrar mini-implantes do grupo experimental (E1 e E2) e do grupo controle. Na maxila, o efeito do tempo de aplicação da força foi testado. Na mandíbula, o efeito do nível de força (25 ou 50 g) com carga imediata foi avaliado após distribuição aleatória. B) Colocação de mini-implantes controle e experimental na primeira cirurgia (dia 0), após extração do terceiro pré-molar. C) Colocação de aparelhos na segunda cirurgia (dia 26).

Fonte: Owens et al (2005).

Benson et al (2005) compararam a eficiência clínica do mini-implante

palatino mediano com o aparelho extra bucal, utilizados para ancoragem ortodôntica.

Foram avaliados 51 indivíduos (38 do sexo feminino e 13 do sexo masculino) com

idade média de 15 anos e 2 meses. Registros iniciais foram obtidos através de

estudo de modelos, fotografias intra e extra-orais e radiografias. Os indivíduos foram

divididos em dois grupos: 25 no grupo 1 receberam ancoragem através de mini-

implante, o qual foi conectado com arco transpalatino soldado com as bandas dos

molares superiores; 26 no grupo 2 utilizaram arco extra oral de tração, o qual foi

colocado e fixado nas bandas dos molares superiores. Extrações, na maioria de pré-

molares, foram realizadas em ambos os arcos, de acordo com a necessidade. Após

montagem do aparelho, seqüência de arcos e retração do segmento anterior, a

ancoragem foi mantida até que os caninos ocluíssem em classe I. Foi suspenso o

uso do arco extra bucal e os mini-implantes foram desconectados das bandas dos

molares. Cefalometrias laterais, modelos de estudo e medidas lineares do ligamento

periodontal foram obtidas. Depois de duas semanas, as medidas foram repetidas em

radiografias de 10 indivíduos de cada grupo, selecionados aleatoriamente. Após

avaliação, os resultados demonstraram que todos os pontos esqueléticos e

Page 57: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

57

dentários moveram-se para mesial, em maior proporção no grupo que usou o arco

extra bucal. Além disso, para cada 1 mm de movimento mesial do molar, houve 2,3

mm de movimento de retração do incisivo no grupo 1 e 1,2 mm de movimento

vestibular no grupo 2. Diferenças não foram encontradas no que se refere à

ancoragem com mini-implantes ou arco extra bucal, mas quanto ao movimento dos

dentes entre os grupos. Concluíram então, que os mini-implantes são aceitáveis

para a ancoragem ortodôntica, apesar de mais estudos ainda serem necessários

para tal afirmação.

Figura 34 - Implante palatino mediano conectado a arco transpalatino ligado às bandas dos molares.

Fonte: Benson et al (2005).

Vannet et al (2007) avaliaram a osseointegração de mini-implantes

ortodônticos. Foram estudados cinco cães machos saudáveis da raça beagle com

idade de 6,5 meses. Sob anestesia local, foram inseridos no processo alveolar

mandibular de cada cão, 4 mini-implantes (com diâmetro de 1,7 mm e comprimento

de 6 mm), sendo 2 do lado esquerdo e 2 do lado direito. A inserção foi feita em

Page 58: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

58

direção horizontal, entre as raízes do segundo e terceiro pré-molares e as do

terceiro e quarto pré-molares. Uma mola aberta de nitinol foi utilizada com 200

gramas de força na mesial e na distal de cada par de mini-implantes sendo que, em

oito mini-implantes foi colocada logo após a inserção e em oito foi colocada depois

de seis a doze semanas de inserção. Quatro mini-implantes foram deixados sem

carga para controle do estudo. Todos os animais foram mortos depois de um

período de 25 semanas e amostras dos locais de inserção foram obtidas para

análise. As amostras foram fixadas em formol a 10% por duas semanas e

desidratadas em etanol. Em seguida, foram colocadas em blocos de resina, onde

foram feitos cortes verticais que posteriormente foram analisados com auxílio de

microscópio. Medições foram efetuadas nos mini-implantes e as diferenças na

osseointegração entre as categorias (tempo de carga) e os locais de inserção

(anterior/posterior) foram analisadas. Oito mini-implantes foram perdidos nas

primeiras seis semanas devido à falta de estabilidade primária e três foram perdidos

entre seis e doze semanas. Logo, a taxa de sucesso foi de 50%. Oito mini-implantes

foram removidos e avaliados em três categorias (sem aplicação de força, com

aplicação imediata e com aplicação após 6 a 12 semanas). A média geral de

osseointegração foi de 74,48%. A quantidade de osseointegração foi independente

do tempo de carregamento e localização (anterior ou posterior). Concluíram que os

mini-implantes de titânio promoveram ancoragem ortodôntica parcial, mas que mais

estudos são necessários para avaliar a osseointegração.

Page 59: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

59

Figura 35 - Média de osseointegração em relação ao tempo de aplicação de força e local de inserção. Categoria 1: sem carga, categoria 2: imediatamente carregado e categoria 3: carregado após 6 ou 12 semanas.

Fonte: Vannet et al (2007).

Serra et al (2007) avaliaram a fixação óssea de mini-implantes carregados

imediatamente. Foram utilizados 9 coelhos brancos da raça Nova Zelândia com

idade aproximada de 6 meses e peso de 3 kg. Após aplicação de anestesia intra

muscular e volátil e incisão por planos, no sentido do longo eixo da tíbia esquerda,

foram feitos orifícios com broca cirúrgica de 1,6 mm de diâmetro e inseridos em cada

animal, 4 mini-implantes de titânio com 2 mm de diâmetro e 6 mm de comprimento.

Dois mini-implantes de cada animal foram carregados imediatamente com 1 N de

força e outros dois não foram carregados. Uma mola fechada de níquel-titânio foi

utilizada para aplicação de força unidirecional, constante e perpendicular ao longo

eixo dos mini-implantes. Após cada período de 1, 4 ou 12 semanas, três animais

foram eutanasiados com superdose de substância anestésica. Em seguida, foi

dissecada a tíbia esquerda de cada animal e removida a região articular. Os mini-

Page 60: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

60

implantes foram expostos e a mola posicionada entre os elementos centrais foi

cortada. Após secção da tíbia em 4 segmentos, de modo que cada bloco contivesse

um mini-implante e aproximadamente 4 mm de osso adjacente, os blocos ósseos

foram mantidos refrigerados e hidratados até o momento do ensaio de torque, que

foi efetuado com velocidade de 0,1 mm/segundo e carga de 50 N. Os resultados

mostraram que após 1 e 4 semanas de cicatrização não foi detectada diferença

significativa nos valores de torque de remoção, independente do carregamento.

Porém, após 12 semanas, ambos os grupos apresentaram aumento significativo no

torque de remoção e os maiores valores foram atribuídos ao grupo sem

carregamento. Concluíram que o carregamento imediato resultou em menor fixação

óssea dos mini-implantes após 12 semanas de cicatrização, contudo não

comprometeu a estabilidade dos mini-implantes.

Figura 36 - Mini-implantes inseridos na cortical óssea distando aproximadamente 5 mm entre si. Carregamento recíproco dos elementos centrais com 1 N com mola fechada de NiTi.

Fonte: Serra et al (2007).

Page 61: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

61

Kuroda et al (2006) avaliaram a relação entre o fracasso dos mini-

implantes usados para ancoragem ortodôntica e a proximidade dos mesmos com a

raiz. Pesquisaram 110 indivíduos (18 do sexo masculino e 92 do sexo feminino) com

idade média de 22,5 anos, que apresentavam má oclusão e que passaram por

procedimento cirúrgico para colocação de mini-implantes de titânio para ancoragem

esquelética. Dois mini-implantes de diferentes diâmetros (1,3 e 1,5 mm) e

comprimentos foram inseridos 5 ou 6mm no interior do osso alveolar. Em seguida,

foi realizada uma radiografia a fim de avaliar a distância entre as raízes e os

parafusos. A carga sobre os mini-implantes foi aplicada de zero a 12 semanas após

a cirurgia de colocação. Mola fechada de níquel-titânio ou elástico chain foram

usados com força de 50 a 200 gramas. As radiografias foram classificadas em três

categorias de acordo com a distância entre o parafuso e a raiz: I, o mini-implante

estava separado da raiz; II, o ápice do mini-implante tocava a lâmina dura; III, o

corpo do mini-implante cobria a lâmina dura. A taxa de sucesso observada na maxila

foi significativamente maior do que na mandíbula. Não houve diferença significativa

de sucesso entre os dois tipos de mini-implantes na maxila, mas sim entre as

categorias: I (96,3%), II (91,4%) ou III (74,4%). Já na mandíbula a taxas foram de: I

(83,9%), II (75,0%) e III (35,3%). Alguns indivíduos, submetidos à cirurgia

ortognática, foram avaliados através de tomografia computadorizada 3D onde foi

observado que os mini-implantes de titânio não estavam em contato com a raiz.

Concluíram que a colocação dos mini-implantes próximos à raiz pode causar perda

de estabilidade já que é um importante fator de risco para falha de fixação dos mini-

implantes, principalmente na mandíbula.

Page 62: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

62

Figura 37 - lustrações esquemáticas (A-C) e radiografias dentárias (D-F) das categorias de classificação. A e D, o parafuso estava totalmente separado da raiz; B e E, o ápice do parafuso pareceu para tocar a lâmina dura; C e F, o corpo do parafuso cobriu a lâmina dura.

Fonte: Kuroda et al (2006).

Wehrbein & Gollner (2007) analisaram a estabilidade de posição e a taxa

de sucesso dos dispositivos temporários de ancoragem colocados no palato. Foram

estudados 22 indivíduos (8 do sexo masculino e 14 do sexo feminino) com idade

entre 21 e 62 anos. Foi efetuada a elaboração do plano de tratamento e análise das

radiografias iniciais para saber a quantidade de osso vertical disponível. Após

anestesia local e perfuração com broca, 6 pacientes receberam um mini-implante de

4mm de comprimento e 16 receberam um mini-implante de 6 mm de comprimento.

Depois de um período médio de cicatrização de 10 semanas, foram feitas

moldagens para confecção de barras transpalatinas, as quais foram presas aos

implantes 1 a 2 semanas depois. Assim, foram utilizadas ancoragens direta e

Page 63: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

63

indireta sobre os implantes. A aplicação de forças começou em seguida, sendo feita

através de molas fechadas ou abertas, elásticos em corrente, arco segmentado e

com magnitude de acordo com a necessidade de cada caso. Telerradiografias

laterais foram obtidas imediatamente após e pouco antes da remoção dos implantes,

sendo o intervalo de tempo médio de 18 meses e 1 semana. Dois pacientes foram

excluídos do estudo porque os implantes foram soltos nos 2 primeiros meses. Nos

outros 20 pacientes, a análise radiográfica mostrou que não houve alteração

significativa na posição e angulação dos implantes independente do tipo de força

utilizada. A taxa de sucesso foi de 91%. Concluíram que os mini-implantes podem

ser colocados no palato médio mesmo com pouca altura de osso e apresentam bom

resultado de ancoragem. Além disso, podem ser usados individualmente se

associados a uma ancoragem auxiliar como, por exemplo, a barra transpalatina.

Figura 38 - Métodos de medição para angulação (IAng) e posição (IPOs) do implante nos cefalogramas inicial e final.

Fonte: Wehrbein & Gollner (2007).

Page 64: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

64

Kim et al (2007) avaliaram o sucesso de mini-implantes na região palatina

mediana para ancoragem ortodôntica. Foram estudados 128 indivíduos (101 do sexo

feminino e 27 do sexo masculino) com idade média de 23,4 anos que receberam

mini-parafusos ortodônticos na região palatina. Sob anestesia local e sem elevação

de retalho, 210 mini-implantes foram colocados na sutura palatina mediana na altura

do primeiro molar superior (entre a mesial e a distal). Nos indivíduos adolescentes,

os mini-implantes foram colocados nas áreas laterais ao palato para evitar danos no

desenvolvimento da sutura. Foram usados mini-implantes de comprimentos iguais (5

mm), mas diferentes diâmetros (1,5 e 2,0 mm). A maioria dos pacientes,

principalmente adultos jovens e adolescentes, foram tratados com 2 mini-parafusos.

Foi aplicada, a cada 3 semanas, com elásticos em cadeia, uma força inicial de 500 a

800 gramas independente do movimento desejado (distalização, mesialização,

intrusão, retração), contando que a degradação da força chegaria a 30% durante

período. Foram analisadas 10 variáveis clínicas (curva de aprendizado do operador,

sexo, idade, área de inserção, período de tratamento, número e diâmetro dos

parafusos, tipos de movimentos dos dentes e relações esqueléticas sagitais e

verticais). Os resultados indicaram uma taxa de sucesso de 88,20% para o número

de indivíduos e 90,80% para o número de mini-implantes, em um tempo médio de

3,5 meses. Não houve diferença significativa nas taxas de sucesso entre os sexos e

quanto ao tipo de movimento. Porém, a taxa de sucesso foi maior nos casos de:

maior experiência do profissional, maior idade do paciente, mais médio palatina a

localização do mini-implante e uso de 2 mini-implantes ao invés de um. Concluíram

que a região palatina mediana é uma opção bastante útil para ancoragem

ortodôntica em vários tipos de movimentos dentários.

Page 65: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

65

Figura 39 - Inserção de mini-implantes médiopalatinos. A) Distalização de molares superiores. B) Mesialização de molares superiores. C) Intrusão de molares superiores. D) Retração de dentes anteriores.

Fonte: Kim et al (2007).

Viwattanatipa et al (2007) avaliaram a taxa de sobrevida e os riscos para

o fracasso clínico dos mini-parafusos de titânio. Foram selecionados 49 indivíduos

(37 do sexo feminino e 12 do sexo masculino) com idade entre 15 e 45 anos,

apresentando maloclusão de classe I de Angle com biprotrusão ou classe II divisão

1. A maioria dos pacientes necessitou de extração dos primeiros pré-molares.

Radiografias periapicais e panorâmicas foram feitas para colocação dos parafusos.

Após anestesia local, incisão e retalho mucoperiosteal, foram colocados na maxila

os mini-implantes (com 1,2 mm de diâmetro e 8, 10 ou 12 mm de comprimento)

entre o segundo pré-molar e o primeiro molar, com a seguinte distribuição: 73

parafusos nos indivíduos do sexo feminino e 24 nos indivíduos do sexo masculino.

Os procedimentos cirúrgicos foram realizados em 2 estágios quando os mini-

parafusos foram completamente cobertos com o retalho ou em 1 estágio quando a

Page 66: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

66

cabeça ficou exposta 3 mm acima dos tecidos moles. Depois de um período de

latência (que variou entre zero a seis meses depois da cirurgia) foram colocadas

molas de níquel-titânio dos mini-implantes aos dentes, com força de 175 ou 200

gramas. Oitenta e sete mini-implantes foram utilizados para a retração dos dentes

anteriores e dez mini-implantes para a distalização dos pré-molares e molares.. O

sucesso foi considerado quando o mini-implante funcionou durante toda a fase de

tratamento ortodôntico e o fracasso quando houve mobilidade, deslocamento ou

infecção. Foram usados softwares para análise da sobrevida dos mini-implantes. Os

resultados mostraram que a taxa de sobrevida dos mini-implantes foi de 85% e 57%

em 6 meses e 1 ano, respectivamente. O tempo médio de sobrevida foi de 15,47

meses. Houve variação entre 3 características clínicas: estágio cirúrgico, nível de

posicionamento e resposta do tecido. A sobrevida foi maior nos casos de 1 estágio

cirúrgico, quando colocados em altura média (área de gengiva queratinizada) e

quando a resposta tecidual durante a aplicação da força foi com inflamação normal

ou leve. Concluíram que os mini-implantes de titânio podem ser usados

satisfatoriamente para ancoragem ortodôntica, principalmente se observados os

aspectos do protocolo cirúrgico.

Figura 40 - Procedimento ortodôntico: A) Inserção dos mini-implantes em nível alto para retração de dentes anteriores com intrusão. B) Movimento distal do molar superior.

Fonte: Viwattanatipa et al (2007).

Page 67: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

67

Figura 42 - Comparação das curvas de sobrevida entre os níveis alto e médio de inserção.

Fonte: Viwattanatipa et al (2007).

Figura 41 - Comparação das curvas de sobrevida entre os estágios 1 e 2 de técnicas cirúrgicas.

Fonte: Viwattanatipa et al (2007).

Page 68: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

68

4 DISCUSSÃO

Os mini-implantes ortodônticos são utilizados amplamente dentro da

Ortodontia com várias indicações e formas de uso inclusive nas mais modernas

técnicas. Segundo Prieto et al (2007), os mini-implantes associados ao aparelho

lingual proporcionam resultados satisfatórios, sendo uma opção de tratamento bem

indicada para pacientes com grande exigência estética.

Com a introdução da ancoragem esquelética, tornou-se mais viável o

movimento de dentes posteriores sem promover o deslocamento dos dentes

anteriores. A distalização de dentes é uma forma frequente de aplicação dos mini-

implantes, após extração dentária. De acordo com Park et al (2004), os dentes

posteriores podem ser distalizados simultaneamente através do uso de mini-

implantes obtendo resultado satisfatório, além de redução no tempo de tratamento.

Além disso, os mini-implantes são mais eficientes em comparação com os modelos

convencionais de ancoragem, conforme Kinzinger et al (2007). Nos casos sem

extração, o movimento distal dos molares superiores pode ser atingido sem

ocorrência de efeitos secundários indesejáveis, de acordo com Yamadaa et al

(2008).

Para os casos de retração de incisivos e caninos em massa, os

dispositivos temporários de ancoragem esquelética tem sido efetivos, conforme Kim

et al (2007) e Upadhyay et al (2006). Os caninos também podem ser retraídos sem

perda de ancoragem segundo Thiruvenkatachari et al (2006) e Thiruvenkatachari et

al (2005).

Page 69: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

69

A verticalização de molares inferiores é um movimento necessário em

muitos casos de tratamento de adultos. Matteo et al (2004) e Bicalho et al (2009)

obtiveram sucesso na utilização de mini-parafusos como ancoragem para

verticalização de molares inferiores.

A intrusão de molares superiores pode ser alcançada pelo uso de mini-

implantes, conforme Yao et al (2004), sendo possível inclusive o tratamento da

mordida aberta anterior severa, de acordo com Kuroda et al (2005). A necessidade

de cirurgia ortognática, principalmente em casos boderline de indivíduos com

crescimento ósseo finalizado, pode ser dispensada de acordo com Xun et al (2006).

Valarelli et al (2010) e Carrillo et al (2007) consideram eficaz e seguro o método de

intrusão de molares superiores, por não causar efeitos indesejados nos dentes

adjacentes pela distribuição de forças durante o movimento.

A expansão rápida da maxila em dentadura permanente utilizando

implantes como ancoragem pode ser conseguida sem causar o efeito dentário de

vestibularização dos molares superiores, o que não tem sido observado na

expansão rápida convencional da maxila, segundo Garib et al (2006).

O conforto proporcionado pelos mini-implantes comparado aos de

métodos tradicionais de ancoragem é considerado excelente, conforme Herman et al

(2004). Kuroda et al (2004) consideram que os mini-implantes são efetivos para

ancoragem ortodôntica e causam menos dor e desconforto se colocados sem

incisão muco periosteal. Para Sugawara et al (2006), o uso de mini-implantes é

viável inclusive em indivíduos adultos com doença periodontal e disfunção

temporomandibular.

Tem-se discutido a importância quanto ao momento de aplicação da força

sobre os mini-implantes. Para Garfinkle et al (2006), forças ortodônticas imediatas

Page 70: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

70

podem ser aplicadas. Segundo Miyawaaki et al (2002), é possível a utilização de

força imediata, desde que esta não exceda 2 N. Para Owens et al (2005) e Freire et

al (2006), os mini-implantes não têm a taxa de sucesso influenciada pelo momento

de aplicação da força nem pela localização ou intensidade da força. Em

contrapartida, Serra et al (2007) enfatizam que o carregamento imediato resulta em

menor fixação óssea dos mini-implantes após 12 semanas de cicatrização, contudo

sem comprometer a estabilidade dos implantes.

O local de instalação do mini-implante deve ser escolhido de acordo com

as necessidades de movimentação dentária. Deve ser posicionado em uma altura

que permita promover uma relação adequada entre a linha de ação de força e o

centro de resistência. Além disso, não deve oferecer riscos aos dentes e estruturas

adjacentes. Conforme Liou et al (2003) deve ser mantida uma área de segurança de

2 mm entre o mini-implante e a raiz do dente para evitar que seja atingido um órgão

vital. Além disso, a colocação de mini-implantes próximos a forames, vias de

acessos sanguíneos, nervos principais e áreas de suporte dos dentes deve ser

evitada. Para Kuroda et al (2006) a colocação dos mini-implantes próximos à raiz

pode causar perda de estabilidade já que é um importante fator de risco para falha

de fixação dos mini-implantes, principalmente na mandíbula. A região palatina

mediana é considerada segura para colocação de mini-implantes mesmo

apresentando pouca altura de osso, de acordo com Wehrbein & Gollner (2007). Para

Kim et al (2007) e Benson et al (2005), a região palatina mediana é uma opção

bastante útil para ancoragem ortodôntica em vários tipos de movimentos dentários.

A estabilidade primária, segundo Kim et al (2004) é mais efetiva em mini-

implantes inseridos sem perfuração com broca. Para Viwattanatipa et al (2007) mini-

Page 71: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

71

parafusos de titânio podem ser usados satisfatoriamente para ancoragem

ortodôntica, principalmente se observados os aspectos do protocolo cirúrgico.

Os mini-implantes são considerados seguros quanto a reabsorção

radicular. De acordo com Carrillo et al (2006) independente da quantidade de força

aplicada, os mini-implantes promovem ancoragem em casos de intrusão de dentes

multirradiculares sem causar reabsorção radicular significativa. Conforme Vannet et

al (2007) os mini-implantes apresentam satisfatória taxa de osseointegração.

Page 72: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

72

5 CONCLUSÃO

A utilização dos mini-implantes ortodônticos como recurso de ancoragem

trouxe novas perspectivas para os tratamentos ortodônticos, possibilitando a

resolução de problemas que seriam inviáveis ou muito complexos de serem

corrigidos com uma mecânica convencional.

A) Dentre as muitas aplicações, podem ser citadas: distalização de dentes

posteriores, retração de caninos e incisivos em massa, verticalização de

molares inferiores, intrusão de molares superiores e expansão rápida da

maxila.

B) A força aplicada sobre os mini-implantes pode ser imediata, pois não

compromete a eficácia dos mesmos.

C) A escolha do local de inserção dos mini-implantes deve ser criteriosa

conforme o objetivo a ser alcançado. Devem ser consideradas: a altura

de inserção, a espessura e qualidade ósseas, além da distância das

raízes dos dentes adjacentes e dos forames e nervos.

Page 73: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

73

6 REFERÊNCIAS1

Benson PE, Tinsley D, O’Dwyer JJ, Majumdar A, Doyle P, Sandler PJ. Midpalatal implants vs headgear for orthodontic anchorage—a randomized clinical trial: Cephalometric results. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007;132(5):606-15.

Bicalho RF, Bicalho JS, Laboissière Jr M. Utilização de ancoragem esquelética indireta para verticalização de molares inferiores. R Clín Ortodon Dental Press. 2009;8(1):63-68.

Carrillo R, Rossouw E, Franco PF, Opperman LA, Buschange PH. Intrusion of multiradicular teeth and related root resorption with mini-screw implant anchorage: A radiographic evaluation. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2007;132(5):647-55.

Carrillo R, Buschang PH, Opperman LA, Franco PF, Rossouwe PE. Segmental intrusion with mini-screw implant anchorage: A radiographic evaluation. Am J Orthod

Dentofacial Orthop. 2007;132(5):576.e1-576.e6.

Freire JNO, Silva NRFA, Gil JN, Magini RS, Coelho PG. Histomorphologic and histomophometric evaluation of immediately and early loaded mini-implants for orthodontic anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007;131(6):704.e1-704.e9.

Garfinkle JS, Cunningham Jr LL, Beeman CS, Kluemper GT, Hicks EP, Kim MO. Evaluation of orthodontic mini-implant anchorage in premolar extraction therapy in adolescents. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008;133(5):642-53.

Garib DG, Navarro RL, Francischone CE, Oltramari PVP. Expansão rápida da maxila ancorada em implantes – uma nova proposta para expansão ortopédica na dentadura permanente. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2007;12(3):75-81.

Herman RJ, Currier GF, Miyake A. Mini-implant anchorage for maxillary canine retraction: A pilot study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006;130(2):228-35.

Kim,JW, Ahn SJ, Chang YII. Histomorphometric and mechanical analyses of the drill-free screw as orthodontic anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2005;128(2):190-4.

Kim SH, Hwang YS, Ferreira A, Chung KR. Analysis of temporary skeletal anchorage

devices used for en-masse retraction: A preliminary study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;136(2):268-76.

1De acordo com o Manual de Normalização para Dissertações e Teses do Centro de Pós-Graduação

- CPO - São Leopoldo Mandic, baseado no estilo Vancouver de 2007, e abreviatura dos títulos de periódicos em conformidade com o Index Medicus.

Page 74: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

74

Kim YH, Yang SM, Kim S, Lee JY, Kim KE, Gianelly AA et al. Midpalatal miniscrews for orthodontic anchorage: Factors affecting clinical success. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010;137(1):66-72.

Kinzinger GSM, Gulden N, Yildizhan F, Diedrich PR. Efficiency of a skeletonized distal jet appliance supported by miniscrew anchorage for noncompliance maxillary molar distalization. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;136(4):578-86.

Kuroda S, Sakai Y, Tamamura N, Deguchi T, Yamamoto TT. Treatment of severe anterior open bite with skeletal anchorage in adults: Comparison with orthognathic surgery outcomes. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007;132(5):599-605.

Kuroda S, Sugawara Y, Deguchi T, Kyung HM, Yamamoto TT. Clinical use of miniscrew implants as orthodontic anchorage: Success rates and postoperative discomfort. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007;131(1):9-15.

Kuroda S, Yamada K, Deguchi T, Hashimoto T, Kyung, Yamamoto TT. Root proximity is a major factor for screw failure in orthodontic anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007;131(1):S68-S73.

Liou EJW, Pai BCJ, Lin JCY. Do miniscrews remain stationary under orthodontic forces? Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004;126(1):42-7.

Matteo RCD, Villa N, Sendyk WR. Movimentação de molares inferiores ancorados em mini-parafusos. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2005;10(4):124-33.

Miyawaki S, Koyama I, Inoue M, Mishima K, Sugahara T, Yamamoto TT. Factors associated with the stability of titanium screws placed in the posterior region for

orthodontic anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003;124(4):373-8.

Owens SE, Buschang PH, Cope JB, Franco PF, Rossouwe PE. Experimental evaluation of tooth movement in the beagle dog with the mini-screw implant for orthodontic anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007;132(5):639-46.

Park HS, Lee SK, Kwon OW. Group Distal Movement of Teeth Using Microscrew Implant Anchorage. Angle Orthod. 2005;75(4):602–09.

Prieto MGL, Boaretti WA, Grisoste SFB. Mini-implantes de ancoragem na Ortodontia Lingual: relato de caso clínico. R Clín Ortodon Dental Press. 2007;6(5):76-86.

Page 75: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

75

Serra GG, Morais LS, Elias CN, Andrade L, Muller CA. Mini-implantes ortodônticos carregados imediatamente – Estudo in vivo. R Matéria. 2007;12(1):111-19.

Sugawara Y, Kuroda S, Tamamura N, Yamamoto TT. Adult patient with mandibular protrusion and unstable occlusion treated with titanium screw anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008;133(1):102-11.

Thiruvenkatachari B, Ammayappan P, Kandaswamyc R. Comparison of rate of canine retraction with conventional molar anchorage and titanium implant anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008;134(1):30-5.

Thiruvenkatachari B, Pavithranand A, Rajasigamani K, Kyung HM. Comparison and measurement of the amount of anchorage loss of the molars with and without the use of implant anchorage during canine retraction. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2006;129(4):551-4.

Upadhyay M, Yadav S, Patil S. Mini-implant anchorage for en-masse retraction of maxillary anterior teeth: A clinical cephalometric study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008;134(6):803-10.

Valarelli FP, Celi MVR, Chiqueto KFG, Freitas KMS, Valarelli DP. Efetividade dos mini-implantes na intrusão de molares superiores. Innov Implant J Biomater Esthet. 2010;5(1):66-71.

Vannet BV, Sabzevar MM, Wehrbein H, Asscherickx K. Osseointegration of miniscrews: a histomorphometric evaluation.European Journal of Orthodontics. 2007;29:437–42.

Viwattanatipa N, Thanakitcharu S, Uttraravichien A, Pitiphat W. Survival analyses of surgical miniscrews as orthodontic Anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;136(1):29-36.

Xun C, Zeng X, Wang X. Microscrew Anchorage in Skeletal Anterior Open-bite Treatment. Angle Orthod. 2007;77(1):47-56.

Yamadaa K, Kuroda S, Deguchi T, Yamamoto TT, Yamashiro T. Distal Movement of Maxillary Molars Using Miniscrew Anchorage in the Buccal Interradicular Region. Angle Orthod. 2009;79:78–84.

Page 76: ANCORAGEM ESQUELÉTICA COM MINI-IMPLANTES...para cada caso, pois a correta indicação é essencial para o sucesso da mecânica ortodôntica. Outros fatores como colaboração do paciente

76

Yao CCJ, Lee JJ, Chen HY, Chang ZCJ, Chang HF, Chen YJ. Maxillary Molar Intrusion with Fixed Appliances and Mini-implant Anchorage Studied in Three Dimensions. Angle Orthod. 2005;75(5):754-60.

Wehrbein H, Göllner P. Do palatal implants remain positionally stable under orthodontic load? A clinical radiologic study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;136(5):695-9.