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Andando na Verdade Aonde chegamos .................. 1 ì A Serviço do Rei Nossa necessidade mais profunda ......... 3 Seguindo Jesus ....................... 4 Mais esclarecimentos sobre o discipulado .. 6 í A Família A influência dos amigos ................ 8 O lar do cristão: Como deve ser usado .... 10 A criação de filhos: Como ser bons pais . . . 13 î Na Casa de Deus Planta para o crescimento do reino ....... 14 Por que os santos se congregam? ........ 17 Buscar e pensar no quê? ............. 18 ï Escrito para o Nosso Ensino Como matar um gigante .............. 19 Palavras cruzadas: Levítico 10-18 ........ 21 A falsa segurança dos tolos ............ 22 Na imagem de Deus ................. 23 ð O Poder de Deus para a Salvação Cuidado com o beijo de Judas .......... 25 “Quem dizeis que eu sou?” ............. 26 Uma mulher sem nome ............... 27 A nossa necessidade pelo relacionamento 29 æ Desafios e Dúvidas A morte de Herodes Agripa I ........... 31 Como escutar a uma mensagem ........ 33 Pré-milenarismo: O reino – seu começo . . . 35 A música instrumental no louvor (1) ....... 36 Palavras cruzadas: Levítico 1-9 (Respostas) . . 48 Distribuição Gratuita Venda Proibida 3 João 4 Ano 5 Número 1 Janeiro - Março 2003 Digno de Louvor As Escrituras nos lembram, de capa a capa, que Deus merece a glória, a honra e o louvor. Quando João viu a cena impressionante de Deus no seu trono celestial, ele ouviu os 24 anciãos proclamando: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Apocalipse 4:11). O capítulo seguinte introduz o Leão de Judá, o Cordeiro de Deus, e lhe oferece a mesma adoração: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (5:12). O capítulo encerra-se com a adoração, por parte de todas as criaturas, dirigida ao Pai e ao Cordeiro. O louvor não é para nós; é para Deus. O ponto principal do louvor, mesmo aqui na terra, não deve ser para agradar aos homens, e sim a Deus. Não cantamos para impressionar os homens, mulheres ou jovens que participam do culto; cantamos para oferecer o nosso sacrifício – dos lábios e dos corações – ao Senhor que nos criou e que nos redimiu. Se o louvor for, de fato, oferecido a Deus, os adoradores se preocuparão com a vontade dele. Adoraremos conforme as instruções dele, não conforme as nossas próprias preferências. E, como os servos de Deus no céu, nosso louvor será contínuo. Diz das criaturas mais próximas do trono de Deus: “Não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso”. Levantemos as nossas vozes para participar do louvor eterno do Todo-Poderoso. Andando na Verdade é publicada trimestralmente e distribuída gratuita- mente a pessoas interessadas no estudo da palavra de Deus. Alguns dos artigos foram traduzidos por Arthur Nogueira Campos, Heather Allan e Megan Allan e usados com permissão de seus autores e redatores. Os autores retêm os direitos ao próprio trabalho. Redator: Dennis Allan, C.P. 60804, São Paulo, SP, 05786-990. E-mail: [email protected] Estudos Bíblicos na Internet: www.estudosdabiblia.net

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Andando na Verdade

Aonde chegamos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

ì A Serviço do ReiNossa necessidade mais profunda . . . . . . . . . 3

Seguindo Jesus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

Mais esclarecimentos sobre o discipulado . . 6

í A FamíliaA influência dos amigos . . . . . . . . . . . . . . . . 8

O lar do cristão: Como deve ser usado . . . . 10

A criação de filhos: Como ser bons pais . . . 13

î Na Casa de DeusPlanta para o crescimento do reino . . . . . . . 14

Por que os santos se congregam? . . . . . . . . 17

Buscar e pensar no quê? . . . . . . . . . . . . . 18

ï Escrito para o Nosso EnsinoComo matar um gigante . . . . . . . . . . . . . . 19

Palavras cruzadas: Levítico 10-18 . . . . . . . . 21

A falsa segurança dos tolos . . . . . . . . . . . . 22

Na imagem de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

ð O Poder de Deus para a SalvaçãoCuidado com o beijo de Judas . . . . . . . . . . 25

“Quem dizeis que eu sou?” . . . . . . . . . . . . . 26

Uma mulher sem nome . . . . . . . . . . . . . . . 27

A nossa necessidade pelo relacionamento 29

ñ Desafios e DúvidasA morte de Herodes Agripa I . . . . . . . . . . . 31

Como escutar a uma mensagem . . . . . . . . 33

Pré-milenarismo: O reino – seu começo . . . 35

A música instrumental no louvor (1) . . . . . . . 36

Palavras cruzadas: Levítico 1-9 (Respostas) . . 48

Distribuição Gratuita — Venda Proibida

3 João 4 Ano 5 Número 1 Janeiro - Março 2003

Digno de LouvorAs Escrituras nos lembram, de capa a capa, que Deus merece a glória, a

honra e o louvor. Quando João viu a cena impressionante de Deus no

seu trono celestial, ele ouviu os 24 anciãos proclamando: “Tu és digno,

Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque

todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir

e foram criadas” (Apocalipse 4:11). O capítulo seguinte introduz o Leão

de Judá, o Cordeiro de Deus, e lhe oferece a mesma adoração: “Digno

é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e

força, e honra, e glória, e louvor” (5:12). O capítulo encerra-se com a

adoração, por parte de todas as criaturas, dirigida ao Pai e ao Cordeiro.

O louvor não é para nós; é para Deus. O ponto principal do louvor,

mesmo aqui na terra, não deve ser para agradar aos homens, e sim a

Deus. Não cantamos para impressionar os homens, mulheres ou jovens

que participam do culto; cantamos para oferecer o nosso sacrifício – dos

lábios e dos corações – ao Senhor que nos criou e que nos redimiu.

Se o louvor for, de fato, oferecido a Deus, os adoradores se

preocuparão com a vontade

dele. Adoraremos conforme as

instruções dele, não conforme

as nossas próprias preferências.

E, como os servos de Deus no

céu, nosso louvor será contínuo.

Diz das criaturas mais próximas

do trono de Deus: “Não têm

descanso, nem de dia nem de

noite, proclamando: Santo

Santo, Santo é o Senhor Deus, o

Todo-Poderoso”.

Levantemos as nossas vozes

para participar do louvor eterno

do Todo-Poderoso.

Andando na Verdade é publicada

trimestralmente e distribuída gratuita-

mente a pessoas interessadas no

estudo da palavra de Deus. Alguns

dos artigos foram traduzidos por

Arthur Nogueira Campos, Heather

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Redator: Dennis Allan, C.P. 60804,

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Andando na Verdade 1

Aonde chegamos!

Foi um dia de profunda tristeza, o primeiro dia de desastre na história do

mundo. Eva cedeu à palavra da serpente, e Adão seguiu o erro dela. A

inocência foi perdida, o pecado consumado, o casal expulso. Não

andariam mais no paraíso terrestre. Não teriam mais acesso à árvore da

vida. Pior ainda, não estariam próximos de Deus.

Começou o reinado da morte. Gênesis 5 chama a nossa atenção pelas vidas

longas na genealogia registrada, mas o ponto principal do capítulo é outro. O

fato marcante não é que homens viveram séculos, alguns passando de 900 anos.

O ponto repetido oito vezes no capítulo, com um certo ritmo melancólico, é que

morreram. Geração após geração chega ao mesmo fim – “... e morreu”.

Mas, no meio de tanto fracasso e tristeza, aparecem raios de esperança. No dia

que o pecado contaminou o mundo, Deus falou da solução que viria – um

descendente da mulher que esmagaria a serpente (Gênesis 3:15). No meio a

tantos relatos de morte, Enoque andou com Deus e foi poupado desse fim

(Gênesis 5:24). Como a luz bruxuleante de um farol distante, esses versículos

ofereciam esperança de uma saída do desespero criado pelo pecado do homem.

Mas o navio estava longe do porto e, às vezes, a neblina de confusão envolvia os

homens pecadores de tal maneira que a esperança foi praticamente perdida.

Mesmo nos momentos em que os homens tiveram oportunidades de aproximar

de Deus, não suportaram a luz brilhante da presença divina. Nem queriam ficar

perto da montanha de Deus (Êxodo 20:18-21). Moisés subiu como representante

do povo, um mediador entre Israel e Deus, mas ele tinha suas próprias falhas.

Deus revelou, por meio de Moisés, um sistema de sacerdotes e sacrifícios. Mas

2 2003:1

homens imperfeitos oferecendo o sangue de animais não conseguiram resolver

o problema. A luz do farol ficou mais visível, talvez, mas os próprios sacerdotes

eram sujeitos ao pecado e à morte (Hebreus 7:23,27), e “o sangue de touros

e de bodes” não removeu a mancha do pecado (Hebreus 10:4).

O esquema do tabernáculo e do acampamento do povo de Israel no deserto

ilustram o problema do homem. Um mapa simples mostra como foi difícil – até

impossível – chegar a Deus. Um homem de Judá, por exemplo, teria que passar

pelos levitas e, especificamente, pelos sacerdotes, para chegar ao tabernáculo.

Os sacerdotes agiriam como representante dele, levando o incenso de suas

orações (Salmo 141:2) até o altar de incenso no Santo Lugar. O aroma do

incenso passaria pelo véu do tabernáculo para chegar ao Santo dos Santos, o

lugar que representava a presença de Deus. Apenas uma vez por ano, o Sumo

Sacerdote entraria no Santo dos Santos para levar o sangue de um sacrifício pelo

povo. A própria organização do acampamento, junto com o sistema de serviço

por intermediários, relembrou as pessoas de como era difícil chegar a Deus.

Os séculos passaram, e a situação continuou difícil. O próprio povo escolhido se

distanciou mais ainda de Deus, erigindo uma barreira de iniqüidade entre Deus

e os homens (Isaías 59:1-2). O homem era incapaz de escalar o muro alto que

o separou de Deus. Durante muitos anos, homens pecadores sentiam o mesmo

desespero que Paulo expressou quando clamou: “Desventurado homem que

sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7:24).

A resposta à pergunta de Paulo é a resposta à necessidade do homem: “Graças

a Deus por Jesus Cristo...” (Romanos 7:25). Foi Jesus que fez seu

tabernáculo entre os homens, agindo como a escada de acesso ao céu (João

1:14,51). Ele é o intermediário – o único Mediador – entre Deus e os homens (1

Timóteo 2:5). Ele se tornou sacerdote eterno e sacrifício eficaz (Hebreus 9:12-

14,28). Tirou as barreiras e nos deu acesso a Deus!

Aonde chegamos? Não chegamos ao monte Sinai, nem ao sistema da lei

revelada a Moisés naquela montanha (Hebreus 12:18-21). Jesus nos traz a outro

lugar, muito superior. Medite bem nas bênçãos resumidas em Hebreus 12:22-24:

“Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a

Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal

assembléia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o

Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados, e a Jesus, o

Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala coisas

superiores ao que fala o próprio Abel.” Com os nossos pecados perdoados

pelo sacrifício de Jesus, podemos chegar a Deus!Dennis Allan

São Paulo, SP

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Andando na Verdade 3

ì A Serviço

do ReiVivendo como seguidores

de Cristo

Nossa necessidade mais profunda,

nossa maior recompensa“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário

que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna

galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6).

Deus recompensa aqueles que o procuram diligentemente. Para

chegarmos a Deus, devemos acreditar nesta grande verdade. Agindo

confiantemente na fé e procurando-o com paixão, encontraremos o Deus

que fomos criados para apreciar. Ele nos prometeu que não só lhe

alcancaríamos, mas que nele encontraríamos tudo o que os nossos corações

verdadeiramente desejam. Nas horas de conforto, como também nas horas de

dor, devemos sempre buscar a Deus. Devemos procurá-lo com diligência e

determinação, e também com amor, confiando que no fim de nossa busca ele

mesmo, e somente ele, será a nossa recompensa.

Duas coisas são necessárias. Devemos observar que a nossa mais profunda

necessidade é de Deus e devemos então procurar suprir essa necessidade

somente em Deus. A primeira delas é talvez a mais difícil de se fazer.

Superficialmente, parece que desejamos tantas coisas mais visíveis e mais

4 2003:1

imediatas que é difícil enxergar como precisamos de Deus. Maior do que todos

os nossos desejos, este é o principal: nosso anseio por Deus. Desejamos Deus

porque fomos criados para ele; quando reconhecermos honesta e humildemente

a importância dessa necessidade, então estaremos prontos a buscar a Deus.

Precisamos nos devotar com todo o coração à procura dele, sendo a nossa

esperança maior a de entrar em sua presença e gozar de sua comunhão.

Tendemos a não procurar por Deus quando nossas vidas estão confortáveis. Se

nossas necessidades temporais estão sendo supridas, imaginamos que podemos

cuidar de nós mesmos e acabamos nos esquecendo de Deus. Por este motivo,

ele deixa cada um de nós sofrer alguma privação. As necessidades que não são

supridas podem ser diferentes para cada pessoa, mas cada um de nós tem o seu

coração partido de alguma maneira. Seremos ensinados a permanecer sem

algumas das coisas das quais necessitamos profundamente, para aprendermos

que fomos criados para apreciar algo que não está totalmente disponível neste

mundo. Somente Deus pode satisfazer inteiramente a nossa fome e sede, e

sempre nos levar em direção à satisfação nele. Deus está nos ensinando que, se

temos corações para aprender, ele é a única coisa sem a qual não podemos

viver.

Acima de tudo, estou convencido da necessidade irrevogável e sem fuga, de

cada coração humano, por Deus.

Não importa como tentamos escapar, ou nos perder em buscas agitadas, não

podemos nos separar da nossa origem divina.

Não há substituto para Deus. (A.J. Cronin)

–por Gary Henry

Seguindo Jesus

Otermo “cristão” é usado na Bíblia para descrever aquele que segue Cristo.

Nós ressaltamos, freqüentemente, a necessidade de seguir Jesus sem

identificar plenamente o modo como ele pretendia que o seguíssemos.

A princípio, somos tentados a dizer: “Seguir é seguir, simplesmente fazer o que

ele fez”. Esta excessiva simplificação tem aberto as portas a inconsistências

aparentes sobre coisas como o sábado, as festas judaicas, a circuncisão, os dons

miraculosos; coisas de que Jesus participou, mas os cristãos não seguem.

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Andando na Verdade 5

Seguindo como discípulos

“E m Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados

cristãos” (Atos 11:26). Os cristãos são seguidores de Jesus no sentido

em que são discípulos. Discípulos são aprendizes ou alunos de um

professor. Vine diz: “Um ‘discípulo’ não era somente um aluno, mas um

partidário; por conseguinte, falava-se que eles eram imitadores do mestre”

(Dicionário Vine, 569). Portanto, somos cristãos, seguidores de Cristo, porque

fazemos o que ele nos ensinou, como seus discípulos, a fazer, e não porque

fazemos todos os atos que ele fez.

Jesus enviou seus apóstolos a todo o mundo para fazer “discípulos de todas

as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito

Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho

ordenado” (Mateus 28:19-20).

Aprender e fazer o que Jesus mandou é fundamental para se tornar e permanecer

um verdadeiro discípulo. “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois

verdadeiramente meus discípulos” (João 8:31). Como discípulos, para seguir

Jesus é preciso focalizar no que ele ensinou (e no que ele fez com que seus

apóstolos e profetas ensinassem). Como estudantes do Mestre Professor,

passamos nossas vidas tentando entender e aplicar sua vontade revelada em

nossas vidas.

Seguindo o que Jesus pretendeu

Odesafio dos discípulos não é somente a simples memorização dos textos

bíblicos. Os verdadeiros discípulos estão interessados no que foi

originalmente pretendido pelo Professor. Assim, os discípulos estudam as

Escrituras por conteúdo e significado. Eles têm que ter em consideração coisas

como o significado original das palavras, o contexto e as figuras de linguagem.

Uma abordagem superficial ao seguir o que Jesus disse levará seus discípulos a

fazer coisas como cutucar os próprios olhos e lavar os pés uns dos outros. A falta

de perceber o que Jesus pretendia quando ele ensinava é fracasso para quem

quer ser seu discípulo. Uma pessoa não pode fazer o que Jesus disse se não

entender o que ele quis dizer.

Seguindo “meu” Jesus

Muitas pessoas, hoje em dia, formaram um conceito não-bíblico sobre Jesus

em vez de seguirem o que o próprio Jesus, o Professor (João 20:16),

revelou aos seus discípulos. Elas dizem: “O Jesus em quem eu creio” ou

“meu Jesus”, mas então vão adiante atribuindo a ele palavras que ele nunca

disse, atos que ele nunca aprovou e doutrinas que ele nunca ensinou. Elas

6 2003:1

descontam, ignoram ou torcem qualquer coisa de, ou sobre, Cristo, que elas não

gostem. Elas recriam-no para ajustá-lo aos seus próprios desejos, necessidades

percebidas e cultura.

Como é possível que “doutrina” (o que é ensinado) tenha sido separada nas

mentes de muitos, tanto do Professor como do estudante (discípulo)?

Infelizmente, muitos continuarão a ver-se como estudantes (discípulos) sem

estudar, seguindo um professor que não tem nenhum ensinamento (doutrina).

O próprio Jesus disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois

verdadeiramente meus discípulos” (João 8:31).

É preciso perguntarmos: “E se não permanecermos?”–por David Diestelkamp

12º de uma série de artigos sobre a evangelização

Mais esclarecimentos

sobre o discipulado

Embora as declarações de Jesus registradas em João 13:12-15 não contêm

a palavra “discípulo”, na verdade fazem conclusões a respeito das

responsabilidades daqueles que reconhecem que Jesus é o “Mestre”,

contribuindo, assim, com algo para o entendimento do discipulado. Jesus explica

o significado do ato de servir que ele acabou de realizar para os seus discípulos:

“Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais o Mestre e o Senhor e

dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos

lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu

vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.

Destacam-se dois aspectos. O primeiro relaciona-se com a união dos dois títulos

– “Mestre” e “Senhor”. Jesus é o Senhor, bem como o Mestre, de seus discípulos.

Isso confere ao título “Mestre” um peso que, talvez, nem sempre se lhe associe.

Tem uma conotação um tanto parecida com “Mestre com Autoridade” – o mestre

que tem o direito de exigir obediência de seus discípulos. Mostra por que um

discípulo é mais que um aluno, no sentido de um mero ajuntador de informações,

mas é, na verdade, alguém comprometido para aceitar e seguir o ensino de seu

Mestre.

Além disso, essas declarações definem a relação do discípulo com o seu Mestre.

Ele não só aprende com o Mestre; deve também ser imbuído do espírito de seu

Mestre e imitar sua vida.

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Andando na Verdade 7

Essas implicações do discipulado são confirmadas novamente em João 13:34-35,

em que Jesus disse: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos

outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.

Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns

aos outros.”

Os discípulos devem demonstrar o mesmo amor altruísta e despojado para com

o próximo, como Jesus demonstrou para eles – aquele amor que o levou a se

sacrificar na cruz. Quando as pessoas testemunham esse mesmo amor entre os

discípulos, elas farão a ligação com Jesus e serão capazes de reconhecer que

aqueles que têm tal amor devem ser seus discípulos. Assim, somos, mais uma vez,

levados a concluir que o discipulado implica estarmos imbuídos do espírito do

Mestre, seguindo-o.

Talvez alguma outra passagem de João contenha uma importante declaração

sobre o discipulado, dependendo de como seja interpretada. Mas não me sinto

seguro o bastante de ter entendido João 15:8 para comentá-lo. Então, apenas o

registro aqui para sua ponderação.

Sinto praticamente o mesmo sobre Lucas 6:40. A dificuldade acha-se em encaixar

este versículo no contexto. Mas parece dizer algo importante com respeito ao

discipulado: “O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele,

porém, que for bem instruído será como o seu mestre.”

A relação deste versículo com seu contexto merece mais reflexão do que, até

agora, eu lhe dei. Estarei bem fora para sugerir que a segunda parte do versículo

apresenta o alvo do discipulado? Arndt e Gingrich traduzem assim: “Quando ele

[o aluno] estiver completamente formado, será como seu mestre” (Léxico, 417b,

sobre katartizo).

Ainda quero fazer a pergunta para sua meditação: essa declaração não sugere algo

que pode ajudar as nossas atitudes em relação às outras pessoas? Ajudaria a evitar

muita arrogância e justiça própria se nos lembrássemos de que não somos o

mestre. Somos os discípulos. Quando estivermos aperfeiçoados, seremos como

o Mestre. Mas ainda não chegamos lá. Veja o contexto seguinte com respeito ao

argueiro e à trave. Talvez possamos ser mais eficazes em levar outras pessoas ao

conhecimento do Senhor se demonstrarmos mais humildade.

No próximo artigo, retornaremos a Mateus 28:19 para tratarmos do processo pelo

qual os discípulos são produzidos. Depois vou voltar para o livro de Atos e fazer

algumas reflexões sobre os resultados que os apóstolos conseguiram ao pôr em

prática as ordens que Jesus lhes deu.

–por L. A. Mott. Jr.

8 2003:1

í A Família

Servindo a Cristo no Lar

Desafios da juventude:

A influência dos amigos

Apressão e a influência de amigos podem ser boas! Jesus descreveu os seus

discípulos como o sal da terra e a luz do mundo (Mateus 5:14-16). Ele lhes

disse que brilhasse “também a vossa luz diante dos homens, para que

vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos

céus”. Devemos influenciar e afetar as vidas dos outros. Influenciar e ensinar não

são tarefas apenas para os santos mais velhos. Há algo especial sobre um jovem

que dá um bom exemplo.

Em 1 Timóteo 4:13, Paulo encoraja a todos os jovens que sejam bons exemplos.

Cada jovem tem a responsabilidade de dar um exemplo de piedade. Uma jovem

se recusou a usar os shorts curtos e lisos que o seu técnico lhe deu. Como

resultado de seu protesto, o uniforme da escola foi mudado. Outro jovem cristão

fez amizade com um colega de classe solitário e confuso. Como resultado da

influência do cristão, o outro jovem encontrou respostas para a sua vida em

Jesus Cristo. Jovens piedosos podem encorajar outros jovens tão bem quanto

os santos mais velhos.

Devemos tomar uma abordagem equilibrada para o nosso relacionamento com

aqueles do mundo e reconhecer o perigo que possa estar presente. Em 1

Coríntios 15:33, Paulo claramente nos fala que “as más conversações

corrompem os bons costumes”. Um dos motivos que os maus companheiros,

muitas vezes, têm uma influência que corrompe é visto em Deuteronômio 22:10.

Aí a lei proibia que lavrasse com junta de boi e de jumento. Pense nisso um

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Andando na Verdade 9

pouco – um boi forte, grande, de ombros largos no mesmo jugo com um

jumento diminutivo. Isso simplesmente não seria justo ou humano. O boi tem

uma vantagem óbvia e influência superior em relação às ações do jumento. O

mesmo é verdade entre algumas pessoas. Se os nossos amigos mundanos têm

os gênios mais fortes e são mais influentes que nós, então estaríamos em jugo

desigual. Acho que você consegue ver como tal influência corromperia boas

morais.

Muitas vezes a pressão dos outros vêm por causa de sua própria culpa. Pedro fala

daqueles que “difamando-vos, estranham que não concorrais com eles

ao mesmo excesso de devassidão” (1 Pedro 4:3-4). Isso acontece porque

aqueles envolvidos com o pecado não querem que as suas práticas más sejam

expostas pelo exemplo justo de outro (veja João 3:19-21). Se puderem

corromper os justos então há uma luz justa a menos expondo a sua corrupção.

Assim as suas consciências são momentaneamente aliviadas.

A escolha de amigos é uma das decisões mais desafiadoras e importantes de um

jovem cristão. Os amigos ou encorajarão e apoiarão a espiritualidade ou

promoverão e encorajarão as coisas do mundo. Considerem, por um momento,

o exemplo de Salomão. Em 1 Reis 3:16-28, Salomão tomou tempo do seu

horário agitado de rei para ouvir a discussão de duas prostitutas. Movido pela

compaixão e preocupação com a vida de um bebê inocente, Salomão usou de

sua sabedoria para assegurar o lugar do bebê ao lado da sua verdadeira mãe.

Porém, em 1 Reis 11:7, encontramos Salomão construindo um altar para o

abominável Moloque. Este ídolo nojento tinha uma barriga que era forno e

aceitava o sacrifício de bebês vivos. O que aconteceu? O que fez com que

Salomão mudasse? 1 Reis 11:1,4 nos diz o que houve. Salomão casou com

muitas mulheres estrangeiras e quando ele ficou velho “suas mulheres lhe

perverteram o coração para seguir outros deuses”. Se um homem com

a sabedoria de Salomão pôde ter o seu coração desviado do Senhor pela

influência de amigos, certamente eu enfrento o mesmo perigo. A escolha de

amigos é uma das decisões mais importantes da vida.

Não podemos evitar a influência do mundo, mas podemos limitar e controlar os

seus efeitos em nossas vidas. Muitas vezes ouvi explicarem assim: Não podemos

evitar que os pássaros voem por cima das nossas cabeças, mas podemos evitar

que se aninhem no nosso cabelo! Ou, se você deitar com os cães não se

surpreenda se acordar com pulgas!–por John A. Smith

10 2003:1

O lar do cristão:

Como deve ser usado?Î Para colocar em prática os grandes princípios de Deus deamor familiar e devoção.

O papel da esposa: “As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido,

como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também

Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.

Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres

sejam em tudo submissas ao seu marido” (Efésios 5:22-24). Apesar de

existir um clamor barulhento, nos dias atuais, para a elevação da mulher para

uma suposta igualdade na sociedade, nunca haverá melhora no relacionamento

que Deus designou para as mulheres no lar. Quando ela alegremente aceita o

seu lugar na família, ela sabe que é da sabedoria infinita de Deus.

O papel do marido: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo

amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:25). Quando

uma esposa sabe que o seu marido está disposto a sacrificar a sua vida por ela,

o seu sentimento não é de inferioridade, mas de gratidão pelo seu amor mútuo

e devoção.

O papel dos filhos: “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto

é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com

promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra”

(Efésios 6:1-3). O lar é o lugar em que é ensinado às crianças o respeito pela

autoridade devida, não só no lar, mas em todos os aspectos da sociedade. Eles

aprendem a honrar aqueles que Deus gostaria que respeitassem e honrassem.

Esta é uma responsabilidade que Deus deu ao lar – não à escola, nem ao

governo, nem principalmente à igreja.

Ï Para fornecer um lugar para criar os filhos na disciplina eadmoestação do Senhor.

“E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na

disciplina e na admoestação do Senhor” (Efésios 6:4). Pode ser um local

para a leitura da Bíblia, oração, estudos diários. As crianças ficam fascinadas e

profundamente impressionadas com as maravilhosas histórias bíblicas. Uma mãe

tinha uma aula no seu lar para os seus filhos e os seus amigos da vizinhança.

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Andando na Verdade 11

Como resultado destas aulas, muitos rapazes eventualmente se tornaram

evangelistas.

Ð Para fornecer um lugar para os mensageiros de Deus.

Algumas pessoas podem encarar hospedar um evangelista que está visitando

como uma inconveniência. Na realidade, pode acabar sendo uma bênção. Eu

conhecia um lar sempre aberto a fiéis evangelistas da palavra. Por um tempo, o

casal fornecia um lugar no seu lar para o evangelista local solteiro que estava

trabalhando com a sua congregação. Neste lar havia três crianças–dois meninos

e uma menina. Todos os três chegaram a conhecer um número considerável de

homens que haviam dedicados as suas vidas à pregação do evangelho de Cristo.

A associação certamente foi proveitosa, pois os dois meninos se tornaram

evangelistas, e a sua irmã permaneceu fiel pelos anos.

Quando o casal de Suném preparou um quarto para Eliseu, o profeta, foram

maravilhosamente abençoados (2 Reis 4:8-37). Sempre havia um lugar para

Jesus no lar de Maria, Marta e Lázaro. No seu relacionamento com um

personagem tão nobre eles também foram maravilhosamente abençoados

(Lucas 10:38-42, João 11:12). Paulo escreveu a Filemon para que lhe preparasse

pousada (Filemon 22).

Ñ Para fornecer um lugar para a adoração.

Áqüila e Priscila moravam em Roma e em Éfeso. Em ambas as cidades eles

forneceram um lugar de reunião para a igreja (Romanos 16:3-5; Atos 18:18-19;

1 Coríntios 16:19). Em regiões em que a distância entre as congregações é

grande, fomos abençoados em nos reunir com cristãos fiéis que forneceram um

lugar de adoração nos seus lares. Os cristãos, às vezes, alcançam os seus

vizinhos ao convidá-los aos seus lares para um estudo periódico da Bíblia.

Ò Para fornecer um lugar para reuniões sociais para cristãos esuas famílias.

A reunião de cristãos pode ser uma alegria enorme. Pode ser um tempo de

associação prazerosa, de edificação mútua, um tempo quando tanto os velhos

como os jovens podem estar juntos no mesmo ambiente. Os cristãos primitivos

se reuniam no dia-a-dia – “partindo o pão de casa em casa...” (Atos 2:46).

Tal união, sem dúvida, os deu a força para enfrentar as perseguições severas que

logo lhes vieram (Atos 8:1-4).

Ó Para acolher estranhos.

“Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o

saber acolheram anjos” (Hebreus 13:2). Ao entreterem estranhos, Abraão

descobriu que mesmo na sua velhice ele e Sara, no processo natural do tempo

12 2003:1

se tornariam pais do seu filho prometido. A hospitalidade de Abraão também

levou à salvação do seu sobrinho Ló da destruição de Sodoma (Gênesis 18;19).

Ô Para ajudar os pobres.

“Disse também ao que o havia convidado: Quando deres um jantar ou

uma ceia, não convides os teus amigos, nem teus irmãos, nem teus

parentes, nem vizinhos ricos; para não suceder que eles, por sua vez,

te convidem e sejas recompensado. Antes, ao dares um banquete,

convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás bem-

aventurado, pelo fato de não terem eles com que recompensar-te; a tua

recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos” (Lucas

14:12-14). O destino eterno do cristão depende em parte do que ele faz para os

menos afortunados nesta vida. O serviço que ele presta a eles será contabilizado

como se ele prestasse aquele serviço a Cristo. Leve um tempo para ler lenta e

cuidadosamente Mateus 25:34-46.

Õ Não para apoiar falsos mestres.

Apesar do cristão estar sempre disposto a estender a sua hospitalidade, ele não

pode, de forma alguma, contribuir à disseminação daquilo que é contrário à

palavra de Deus. Apenas pela verdade podemos ser libertados do pecado (João

8:32). “Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o

recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que

lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más” (2 João 1:10,11).

O lar do cristão, com as suas funções como Deus ordenou, é o lugar em que o

caráter é moldado e o bem-estar da sociedade é assegurado. O lar, como Deus

gostaria que fosse, ajuda a preparar uma entrada no lar eterno da alma.

–por Billy Norris

Edições anteriores de A ndando na VerdadeAinda temos alguns exemplares de todas as edições anteriores desta

revista trimestral, exceto a de Ano 1, Números 1 (Janeiro - Março de 1999)

e 2 (Abril - Junho de 1999).

Para receber qualquer outro número anterior (de 1999 a 2002), escreva-

nos com seu nome e endereço completo (com CEP). Seja específico sobre

qual revista você quer. Envie sua carta a:

Andando na Verdade

C. P. 60804

São Paulo – SP

05786-990

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Andando na Verdade 13

Feitos à imagem de Deus: leia e responda

A criação de filhos: Como ser bons pais! Gênesis 18:19; 1 Coríntios 10:13

ì Como podemos achar encorajamento no caso de Abraão?

[Observe: Deus mostrou confiança no fato que ele conseguiria

criar sua família e guiá-la no caminho de Deus antes do

nascimento do filho da promessa.]

í A criação dos filhos é tão difícil que seria motivo de nos desanimar

e nos afastar do Senhor? [Aplique as palavras de Paulo em 1

Coríntios 10:13 às tentações enfrentadas pelos pais]

! Efésios 6:4

ì Qual erro precisa ser evitado na criação dos filhos?

í Qual ensinamento os pais devem dar aos filhos?

î O que quer dizer:

a. Disciplina?

b. Admoestação do Senhor?

! Deuteronômio 6:1-9

ì O que podemos aprender deste exemplo no Velho Testamento

sobre como ensinar nossos filhos?

! Provérbios 23:13-16

ì É certo castigar um filho desobediente?

í Qual é o propósito ou a meta deste castigo?

! Provérbios 22:6

ì A criação dos filhos no caminho do Senhor vale a pena? Explique.

– por Dennis Allan

14 2003:1

î Na Casa

de DeusA Igreja no Plano do Senhor

Planta para o crescimento do reino

Lucas descreveu o crescimento incrível da igreja no livro de Atos. Inícios

humildes deram lugar a um aumento nas linhas do povo de Deus. A primeira

pregação do evangelho resultou em 3.000 almas entregarem as suas vidas

ao Senhor (Atos 2:41). Pouco tempo depois, o número chegou a mais ou menos

5.000 homens (Atos 4:4). Lucas pára de falar de números neste ponto e, depois,

se refere as “multidões” de homens e mulheres que foram acrescentados (Atos

5:14). Numa declaração final, ele relata que o número de discípulos continuou

a crescer muito (Atos 6:7). Enquanto podemos nos distrair pelos números, não

podemos perder de vista o fato de que Lucas revela certos princípios que

estavam envolvidos em garantir o sucesso. Não vamos esquecer que os números

não são uma amostra do sucesso, a não ser que se adere a estes princípios

também, e que Deus é quem dá o aumento. Considere os seguintes pontos

principais que são necessários para o crescimento do reino.

Deus estava atrás disso

Aqueles que se desanimaram com a morte do seu líder e aqueles que a viram

como o fim do seu movimento aprenderam pela pregação de Pedro que

Cristo foi “entregue” pela presciência e desígno de Deus (Atos 2:23). Não há

nenhuma derrota em nada que tem Deus por trás. Escreveu bem o salmista, “Os

reis da terra se levantam, e os princípes conspiram contra o Senhor e

contra o seu Ungido ... Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor

zomba deles” (Salmo 2:1-4). Não seremos derrotados, e os nossos esforços

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Andando na Verdade 15

prosperarão, enquanto Deus está apoiando o que fazemos em ensinar o

evangelho.

Discípulos que oram

Proclamar o Messias ressurreto era perigoso. Mesmo assim, os apóstolos

foram ousados na sua proclamação. Depois de serem presos, ameaçados

e soltos eles se uniram aos seus irmãos e oraram “Agora, Senhor, olha

para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com

toda a intrepidez a tua palavra” (Atos 4:29). Deus manifestou o seu poder

e a sua presença pegando a casa onde estavam reunidos na sua mão e a fazendo

tremer. Eles começaram a falar a palavra com coragem, e nada pôde impedir

aqueles que oravam.

Admiração contínua

Quando os apóstolos começaram a falar em línguas no Pentecostes, a

multidão estava “perplexa”, “atônita” e “admirada” (Atos 2:6-7). Conforme

ouviram as obras poderosas de Deus, continuaram admirados e muito

perplexos, dizendo, “Que quer isto dizer?” (Atos 2:11-12). O que queria dizer

era que Deus estava trabalhando em cumprir a sua promessa de derramar o seu

Espírito sobre a humanidade. Mais tarde, quando o homem coxo foi curado por

Pedro, “se encheram de admiração e assombro” (Atos 3:10). Se, algum dia,

cessarmos de admirar as obras grandiosas de Deus, a nossa fé sofrerá e os

nossos pés não irão mais levar a sua palavra aos outros.

Temor do Senhor

Ananias e Safira mentiram ao Espírito Santo e o seu julgamento e castigo

foram rápidos. Imagine os sentimentos dos jovens que enterraram o irmão

Ananias e a irmã Safira. Imagine como a notícia se espalhou pela cidade.

Um exemplo foi colocado. Deus é exigente. Não podemos ignorar ou diminuir

a importância dos mandamentos e da santidade de Deus.

Persistência no ensino

Em pé diante daqueles que haviam matado o seu Senhor, e mandados a não

ensinar, Pedro e João disseram, “não podemos deixar de falar” (Atos

4:20). Nunca podemos chegar no nosso potencial de converter os perdidos

se pararmos de falar. Devemos continuar a ensinar mesmo quando alguém

discorda de nós. Devemos continuar a ensinar mesmo quando nós estamos

magoados ou alguém ri de nós. A colheita do fazendeiro está relacionada

diretamente à quantidade de sementes que ele planta. Vamos continuar a

semear a semente do reino.

16 2003:1

Bons relacionamentos entre irmãos

Os truques na manga de Satanás incluem mais do que ameaças externas e

perseguição. Satanás tentou destruir a igreja, ainda bebê, com dificuldades

internas. Uma reclamação válida surgiu, e lidaram com a situação com

rapidez. Algumas das viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária da

comida (Atos 6:1). Todos os esforços de espalhar o evangelho se atrapalham

quando os irmãos estão tendo dificuldades. Não foi permitido que os irmãos se

preocupassem com isso ao ponto de se distrairem. Devemos resolver as

reclamações rapidamente para que possamos nos devotar ao serviço fiel.

A devoção aos ensinos dos apóstolos

Como os apóstolos ligavam as coisas ligadas no céu, o povo ficou devoto aos

seus ensinos (Atos 2:42). Esta devoção não é mal-colocada, como alguns

sugerem. Não adoramos a palavra, procuramos cumpri-la. Nenhum

esforço, não importa quanto for sincero ou devoto, atingirá o sucesso, a não ser

que Deus o tenha permitido.

Ênfase na necessidade de obedecer

Pedro disse a uma multidão compungida do coração que todos deviam se

arrepender e serem batizados (Atos 2:38). Ele os exortou a se salvarem da

sua geração perversa (Atos 2:40). Ele alertou que cada alma que não

obedecesse a Cristo, o profeta da profecia de Moisés, seria totalmente destruída

(Atos 3:23). Os apóstolos não estavam convidando as pessoas a fazerem parte

de um clube. Era um assunto de vida ou morte, rejeição ou obediência. Sumiu

hoje na mensagem de muitos a necessidade de obedecer. Temos medo de

afastar alguns se ensinarmos aquilo que é esperado? Devemos nos lembrar que

não são exigências nossas, mas de Deus.

Devemos consultar a planta muitas vezes quando construímos sobre a fundação

do Senhor. – por Karl Hennecke

Você encontrará centenas de outros estudos

de assuntos e textos bíblicos na Internet:

www.estudosdabiblia.net

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Andando na Verdade 17

A edificação da igreja do Senhor

Por que os santos se congregam?

“Não deixemos de congregar-nos...” (Hebreus 10:25) é uma

afirmação clara da vontade de Deus quanto ao assunto; e alguns

“recém-nascidos” em Cristo podem “ir à igreja” compelidos pelo medo

da ira de Deus. Este é um motivo legítimo, ainda que seja menos necessário para

os cristãos mais maduros. O ato coletivo dos santos, comparecendo às reuniões,

tem por fim muito mais do que justificarem-se. Ele provém do caráter básico dos

santos e dos seus propósitos apontados por Deus.

Todos os cristãos primitivos “que creram estavam juntos, e tinham tudo em

comum” (Atos 2:44-46). Uma intimidade e singeleza de propósito como a deles

juntava-os fisicamente, assim como juntará os verdadeiros cristãos de hoje. Eles

atraíam uns aos outros pela oração como os pescadores se juntam para discutir

as iscas; eles tinham interesse e objeto de adoração comuns.

Eles amavam a verdade, e seu prazer estava na lei do Senhor (Mateus 5:6; Salmo

1:2). Quando as pessoas têm fome, não é preciso insistir com elas para que vão

aonde há comida; nem elas comem por “um senso de dever”.

Os cristãos fiéis tinham grande respeito e veneração por Jesus Cristo (1 Coríntios

11:23 em diante), portanto acolhiam com alegria a oportunidade de participarem

da ceia comemorativa. Seus corações eram aquecidos e a fé renovada quando

adoravam “em memória” de Cristo.

O cuidado de cada um com seu próprio bem estar espiritual, bem como dos

companheiros cristãos, era refletido na assembléia. Em Hebreus 10:23-25

observe como o guardar “firme a confissão da esperança, sem vacilar” é

relacionado com o congregarem.

E, porque “os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram”

fazer um caixa comum, uniram-se (Atos 11:29; 1 Coríntios 16:1-3). E um fundo

comum é o meio de troca pelo qual uma pluralidade de santos age como um só

para fazer a vontade de Deus. Algumas igrejas primitivas estavam tão ansiosas

para fazer o trabalho de Deus que rogavam a Paulo que aceitasse as ofertas delas

(2 Coríntios 8:4). O próximo versículo explica esta ânsia: elas tinham-se dado ao

Senhor.

Os santos congregam-se, hoje em dia, por estas mesmas razões. Não me refiro

àqueles que “assistem” ocasionalmente ao culto; digo aqueles que adoram com

freqüência, os poucos ou muitos fiéis.

18 2003:1

Os indiferentes e os hipócritas dão desculpas; talvez até tentem algum

argumento “lógico”, como “posso adorar a Deus mesmo estando só”.

Certamente, o que se pode fazer, estando só, não é bem a questão. O hipócrita

está raramente só (isto é, há outros santos ao alcance) e estando-se só, há

pouco motivo para se acreditar que se adorará a Deus. Tais pessoas usualmente

compõem seu erro mentindo a outros, a si mesmos e a Deus.

Se você adora uma vez por semana, ou até menos, conceda-se um momento de

introspecção verdadeiramente honesta. Você acredita que alguém que ame seus

irmãos porque são irmãos, que tem prazer no estudo da Bíblia, tem profundo

respeito pela Ceia do Senhor, e está verdadeiramente interessado na obra de

Deus e em sua própria alma, faria “como você faz”?

–por Robert Turner

Buscar e pensar no quê?

Paulo disse: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo,

buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de

Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;

porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo,

em Deus” (Colossenses 3:1-3). Isto é o grande desafio para todos os cristãos.

Devemos deixar de nos preocupar com as coisas desta vida, e olhar para a vida

eterna no céu.

É triste observar que um dos maiores impedimentos ao pensamento espiritual

vem de igrejas que alegam pertencer a Cristo. Há muito tempo, muitas igrejas

deixaram de olhar principalmente para cima, e se envolveram muito mais nas

coisas “que são aqui da terra”. Cultos são voltados mais ao entretenimento

das pessoas, sejam convertidos ou visitantes, do que ao louvor a Deus. Bandas

e músicas que animam os participantes, sem demonstrar nenhuma preocupação

em agradar a Deus, dominam as reuniões de muitos grupos. Obras sociais –

creches, programas de alfabetização, atividades para a terceira idade,

acampamentos para jovens, etc. – consomem o tempo e os recursos de igrejas

que praticamente deixam de falar sobre a escolha entre a vida eterna e o castigo

eterno. E mesmo se falar da salvação eterna, fazem muito pouco para promover

o crescimento espiritual. Outras são absorvidas em campanhas políticas e

negócios lucrativos, coisas terrestres que não têm nada a ver com a salvação

eterna.

Que Deus nos ajude a buscar as coisas lá do alto.

–por Dennis Allan

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Andando na Verdade 19

ï Escrito

para o

Nosso EnsinoLições valiosas do Antigo Testamento

Como matar um gigante

Abatalha de Davi e Golias é uma das histórias mais bem-conhecidas em toda

a Bíblia. Um campeão, Golias, saía do campo dos filisteus todos os dias

durantes mais ou menos quarenta dias, desafiando o exército israelita para

mandarem um competidor digno. Este gigante filisteu tinha mais ou menos três

metros e usava pelo menos 55 kilos de armadura. Confiante na superioridade de

seu equipamento e da sua força natural ele propõe uma competição em que o

ganhador ficaria com tudo. Ninguém aceitava a proposta!

O jovem Davi foi enviado por seu pai para levar grãos tostados, pães e queijo

para os seus irmãos e o seu comandante na frente da batalha. Foi neste campo

que a vida de Davi tomou um rumo diferente, e nunca seria a mesma. O

resultado final, porém, não aconteceu por acidente. Davi fez quatro coisas que,

para sempre, instruirão os jovens e os jovens de coração.

ì Ele se aproveitou da sua oportunidade. Conhecemos Davi como um

pastor, um músico, um salmista, um lutador e um rei. Mas a porta para uma

carreira bem-sucedida como homem de Deus apareceu para ele no vale de Elá.

Ao observar de primeira-mão a intimidação e guerra psicológica de Golias, Davi

perguntou, “... aos homens que estavam consigo, dizendo: Que farão

àquele homem que ferir a este filisteu e tirar a afronta de sobre Israel?

Quem é, pois, esse incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do

Deus vivo?” (1 Samuel 17:26). Ninguém jamais consegue qualquer coisa de

20 2003:1

importância se não aproveitar de suas oportunidades. A covardia das forças

armadas israelitas, incluindo o Rei Saul, era uma porta aberta para Davi. O

mesmo menino pastor que havia matado um leão e um urso diria ao rei “este

incircunciso filisteu será como um deles...” (17:36).

í Ele não permitiu que a sua juventude o detesse. O irmão mais velho de

Davi, Eliabe, falou com desdém: “Por que desceste aqui? E a quem

deixaste aquelas poucas ovelhas no deserto? Bem conheço a tua

presunção e a tua maldade; desceste apenas para ver a peleja” (17:28).

Outros que minimizavam poderiam ter dito: “Ah, ele é jovem e inexperiente. É

apenas a exuberância da juventude.” Mesmo hoje, os jovens na igreja

naturalmente procurarão as pessoas mais velhas em posições de influência, mas

isso não quer dizer que eles não tenham nada a oferecer. Um jovem piedoso

pode fazer uma diferença!

î Ele viu a vitória antes de lutar a batalha. Não se pode perceber algum

traço de medo na voz de Davi neste episódio todo. Pelo contrário, a sua coragem

espalha. Ele informou ao rei: “Não desfaleça o coração de ninguém por

causa dele; teu servo irá e pelejará contra o filisteu” (17:32). Quando,

enfim, aconteceu a batalha, Golias deu um ataque verbal: “Sou eu algum cão,

para vires a mim com paus?” (17:43). Da mesma maneira que falar feio é

uma parte feia dos esportes modernos, era uma parte da etiqueta das batalhas

antigas. Tem-se a impressão, mesmo assim, que Golias estava genuinamente

ofendido com o jovem bonito, não ameaçador, que estava diante dele. É o

melhor que os israelitas podem oferecer? Pelo contrário, Davi ficou firme e

envolveu o gigante verbalmente, mas não se orgulhou da mortal certeza da funda

dele. “Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu,

porém, vou contra ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos

exércitos de Israel, a quem tens afrontado...porque do Senhor é a

guerra, e ele vos entregará nas nossas mãos” (17:45,47).

ï Ele foi movido por um propósito maior. Davi fala ao seu oponente que a

vitória iminente tinha um objetivo maior: "e toda a terra saberá que há Deus

em Israel” (17:46). O jovem Davi foi movido pela vingança do nome de Deus

em um mundo ignorante. Você fica triste em pensar em quantos dos seus

amigos e vizinhos não conhecem a Deus? Se isso te chateia, o que você fará?

Davi não aceitaria sentar ao lado enquanto um filisteu incircunciso desafiou os

exércitos do Deus vivo! Enquanto a verdade de Deus leva uma pessoa a

indignação justa e confiança absoluta, como também preocupação pelas almas

perdidas de outras pessoas, ela não poderá mais tremer em timidez. Ao invés

disso, ela se levantará e agirá. Como Isaías, ela dirá “Aqui estou, envia-me”.

Como termina esta história? “Assim, prevaleceu Davi contra o filisteu, com

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Andando na Verdade 21

uma funda e com uma pedra, e o feriu, e o matou” (17:50). O resto, como

dizem, é história.– por Mike Wilson

Palavras Cruzadas

Levítico 10 - 18

Olivro de Levítico apresenta instruções dadas aos levitas na Antiga Aliança.

Ele nos ensina sobre a santidade de Deus. Para tornar a leitura do livro

mais interessante, procure as respostas para preencher as palavras

cruzadas abaixo. As respostas se encontram nos capítulos 10 a 18, na Bíblia

Revista e Atualizada, 2ª Edição. Serão publicadas na próxima edição de

Andando na Verdade.

1

2

3 4

5

6 7 8 9

10 11

12 13

14 15

16 17

22 2003:1

Horizontal

4. Deus aparecia numa nuvem sobre o ________.

5. Filho de Arão, morreu no tabernáculo.

6. Foi proibido comer o _____ de qualquer animal.

8. Deus chamou de abominação a relação íntima de homem com ______.

12. Praga de manchas na pele.

15. Foi proibido oferecer sacrifícios aos _________.

16. Tipo de fogo que Nadabe e Abiú levaram ao tabernáculo.

17. Dia de circuncidar o menino recém-nascido.

Vertical

1. Bode enviado ao deserto.

2. Proibido para o sacerdote beber quando servia no tabernáculo.

3. Era permitido comer este inseto.

7. Pai de Misael e Elzafã.

9. Festa do 7º mes, 10º dia.

10. Animal grande e imundo.

11. Pai de Eleazar e Itamar.

13. Deus é perfeitamente ________.

14. Foi proibido o homem ter relações íntimas com uma _________.

–por Dennis Allan

A falsa segurança dos tolos

Salomão escreveu sobre um dia terrível quando “em vindo o vosso terror,

como uma tempestade, em vindo a vossa perdição como o

redemoinho”. Aqueles apanhados em tal destruição “desprezaram

toda a ... repreensão” e eram vítimas da “falsa segurança dos tolos”

(Provérbios 1:24-33, RA, NVI).

A falsa segurança dos tolos ... pense um pouco nisso! Nos tempos do Novo

Testamento a mesma classe de pessoas é descrita como aqueles que “não

suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres,

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Andando na Verdade 23

segundo suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos

ouvidos” (2 Timóteo 4:3).

Se a verdade, honestamente apresentada, deixa a pessoa incomodada; estamos

errados em advertir sobre a “falsa segurança dos tolos”?

Nossos dias são de despreocupada tranqüilidade: “comer, beber e alegrar-

se”? Quando Salomão disse isso, ele falava da futilidade da vida (Eclesiastes

8:15); e quando Isaías disse isso, ele concluiu: “pois amanhã morreremos”

(Isaías 22:13).

Queremos “liberdade” para ignorar o direito, “independência” para atropelar

nossos irmãos? Mas não há nem liberdade, nem independência, em tal

procedimento. Somos criaturas, e nenhuma política de cabeça enterrada na

areia pode esconder o fato que nossa única esperança repousa em reconhecer

e servir nosso Criador.

Estamos confusos. As advertências de Deus não são condenação! Ele aponta

para nossos pecados, desafia nosso procedimento imprudente num esforço de

preparar-nos para o julgamento final. O evangelho é o poder de Deus “para a

salvação” (Romanos 1:16) não para a condenação. O Senhor não quer “que

nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pedro

3:9).

A tranqüilidade daqueles que ignoram sua palavra, que vão alegremente com a

maioria, com “gracejo e diversão” para todos, cega-os para a verdadeira alegria

e “paz ... que excede todo o entendimento” (Filipenses 4:7). Com “a falsa

segurança dos tolos”, nossa nação, nossos lares e nossas almas serão

destruídas.–por Robert Turner

Na imagem de Deus“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou;

homem e mulher os criou.” – Gênesis 1:27

Certamente não é uma coincidência que nós ansiamos por Deus. Este

profundo desejo não pode ser resultado de um erro maluco na operação

de forças meramente físicas. Nossa fome por justiça não é um capricho da

24 2003:1

natureza. Desejamos Deus porque fomos criados assim pelo próprio Deus, o

criador em cuja imagem fomos criados. Como nosso Princípio, ele é o único Fim

perfeito na direção que devemos caminhar.

Os seres humanos são inerentemente religiosos. "Nós sentimos e sabemos que

somos eternos" (Spinoza). Apesar de muitas vezes nos distrairmos com

preocupações menores, ainda sentimos um desejo profundamente enraizado

pela comunhão com o divino. Tendo Deus colocado a eternidade em nossos

corações (Eclesiastes 3:11), nós, por instinto, esforçamo-nos pela união com a

Origem do nosso ser.

Como criaturas feitas à imagem de Deus, desejamos um relacionamento com

outros seres pessoais. E se precisamos nos relacionar com criaturas

semelhantes, necessitamos ainda mais profundamente de um relacionamento

com o nosso Criador. Fomos planejados para algo que as escrituras chamam de

“comunhão” com Deus (1 João 1:3). Sem este envolvimento essencial, nossos

espíritos vagariam pelo vazio.

O propósito de nossa existência é muito bem descrito nesta velha tradição: “O

fim principal do homem é glorificar a Deus e apreciá-lo para sempre.”

Essas palavras descrevem perfeitamente a satisfação maior que está ao nosso

alcance, analisando o assunto da nossa perspectiva. Porém, da perspectiva de

Deus, não podemos dizer também que ele nos deu o poder de glorificá-lo e

apreciá-lo para poder mostrar sua bondade através de nós? Nós somos meios,

instrumentos através dos quais Deus pretende demonstrar, pelas nossas ações,

a sua bondade.

Se formos alienados de Deus, ele não poderá revelar plenamente a sua bondade

através de nós. Se seu propósito não está se cumprindo em nós, não podemos

sentir a alegria para a qual fomos criados. E se perdermos a alegria, tudo mais

no mundo se tornará futilidade e frustração. “Ó Deus...meu corpo te almeja,

como terra árida, exausta, sem água” (Salmo 63:1). Tendo sido criados por

Deus, nós o desejamos. Quando os nossos corações se apertam nesse mundo,

significa que estamos com saudades do lar.

Aquele que é criado à imagem de Deus

deve conhecê-lo ou ficará desolado.

(George MacDonald)

–por Gary Henry

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Andando na Verdade 25

ð O Poder de

Deus para

a SalvaçãoEstudos no Novo Testamento

Cuidado com o beijo de Judas

Na escuridão da noite, ele subiu ao monte até chegar ao jardim onde Jesus

havia ido orar. Guiando uma multidão armada (Lucas 22:47-48), Judas se

aproximou do Senhor e o beijou. Sem dúvida, em muitas outras ocasiões,

Judas havia beijado o seu Mestre; era a maneira típica de cumprimentar o seu

professor ou rabino.

Este beijo era diferente. A multidão que seguia Judas pretendia prender Jesus e

o beijo de Judas o identificou para eles. Judas havia conspirado com os líderes

judeus para entregar Jesus em suas mãos e, sabendo que o jardim de Getsêmani

era o lugar favorito de Jesus, ele escolheu trair Jesus, entregando-o aos inimigos,

nesse lugar.

A perfídia de Judas não era desconhecida para Jesus. Ele havia mandado Judas

sair da última ceia com a instrução de não demorar (João 13:37). Mas até Jesus

ficou maravilhado com a ousadia de um discípulo que traiu o seu mestre com

um sinal de afeição.

Aparentemente, Judas não beijou Jesus apenas perfuntoriamente. A palavra

grega traduzida “beijo” indica que Judas o beijou calorosamente...como se ele

fosse o discípulo dedicado, talvez planejado com a intenção de avisar Jesus a

26 2003:1

respeito do grupo que o seguia. Se fosse a sua intenção, Jesus não foi

enganado, pois ele perguntou sobre o meio da traição!

Cuidado com o beijo de Judas. É um carinho fingido que esconde os motivos

verdadeiros da pessoa que o oferece. Judas pode ter dado a aparência de

carinho para um observador comum, mas a verdade é que Satanás havia entrado

em seu coração e nas suas trevas ele havia vendido o seu Mestre por trinta

moedinhas de prata.

Há pessoas hoje que usam o beijo de Judas para ganhar vantagem ou porque

não têm a coragem de mostrar os seus verdadeiros sentimentos. Em algumas

culturas, não se usa mais o beijo, como é comum no Oriente Médio. Nestes

lugares, o aperto de mão, sorriso caloroso e cumprimento amigável que usam,

contudo, nem sempre refletem os verdadeiros sentimentos da pessoa que os

oferece.

Pedro escreveu: “Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência

à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de

coração, uns aos outros ardentemente” (1 Pedro 1:22). O fato que Pedro

menciona “amor não fingido” dos irmãos sugere a possibilidade de amor

insincero ou fingido entre irmãos. Devemos ser cautelosos para não usarmos a

“afeição” que temos um pelo outro como uma máscara pela malícia ou ódio que

na realidade sentimos. A malícia e o ódio são errados, mas cobrir-los com

sentimentos fingidos não é uma solução!

Melhor que o meu amigo me fira me contando a verdade a respeito de mim

mesmo para que eu possa mudar do que o meu inimigo me beije, desejando o

meu fracasso o tempo inteiro (Provérbios 27:6). João disse que o nosso amor

deve ser em verdade e ação, não apenas em palavra (1 João 3:18)!

–por Allen Dvorak

Momentos na vida de Cristo

“Quem dizeis que eu sou?”

Jesus fez essa pergunta do título em Mateus 16:15. Pedro respondeu de

forma correta: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Talvez

responderíamos o mesmo. Mas crer em Jesus acarreta conseqüências

importantes.

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Andando na Verdade 27

Seis versículos depois de Pedro confessar sua crença de que Jesus era o Filho

de Deus, ele repreendeu a Jesus, dizendo: “Tem compaixão de ti, Senhor;

isso de modo algum te acontecerá”. Jesus replicou: “Arreda, Satanás!”.

Se Jesus era o Filho de Deus, Pedro não tinha nenhum direito de discutir com

ele. Mas também, hoje, muitos tentam fugir do que Jesus disse na Bíblia. Eles

discutem, tentam usar de subterfúgios ou simplesmente recusam-se a aceitar o

que Jesus claramente afirmou. Se Jesus é Filho de Deus, então cada um de nós

deve humilde e submissamente aceitar o que ele diz, quer gostemos, quer não,

e quer nos faça sentido, quer não.

Dois versículos mais adiante, Jesus disse: “Então, disse Jesus a seus

discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome

a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-

la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que

aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”

(Mateus 16:24-26). Se Jesus é o Filho de Deus, então cada um deve ser

completamente fiel e comprometido com ele. Se Jesus é o Cristo, devemos

considerar o nosso relacionamento com ele mais importante que todo o mundo.

Se Jesus é o Senhor, as oportunidades de ouvir a sua palavra, de falar com ele

em oração, de adorá-lo e de obedecer-lhe são momentos preciosos. É evidente

que quem esquece do estudo, da oração, da adoração e da obediência não sabe

realmente que Jesus é o Filho de Deus. Quem você diz que Jesus é?

– por Gary Fisher

Uma mulher sem nomeque jamais esqueceremos

Oensinamento de Jesus sobre perdão tem sido pouco entendido em nossos

tempos. A graça de Deus tem sido ampla e entusiasticamente pregada,

mas freqüentemente com tal irrelevante presunção que seu custo a Deus

e sua demanda de nós de um profundo sentimento da necessidade de perdão

e uma profunda gratidão por isso são pouco tratados. Jesus aborda esta matéria

crítica na parábola dos Dois Devedores (Lucas 7:36-50).

Na parábola do Servo Impiedoso Jesus ilustra como a incrível misericórdia de

Deus para conosco deverá transformar nossa atitude para com outros. Na

parábola dos Dois Devedores, ele abre o segredo daqueles que amam a Deus

28 2003:1

de uma maneira insuperável e, assim fazendo, revela a razão pela qual alguns

homens e mulheres, eles mesmos em grande necessidade de misericórdia, são

tão insensíveis, judiciosos e implacáveis.

A história que dá origem a esta parábola é uma muito poderosa, tanto que a

parábola repousa em sua sombra, uma simples ilustração que serve para explicar

a comovedora cena que acaba de ser representada. Não sabemos, com

exatidão, o tempo ou lugar do ensinamento da parábola dos Dois Devedores,

mas deve ter sido em uma das cidades da Galiléia e provavelmente no segundo

ano do ensinamento público do Senhor. Lucas coloca-a num tempo em sua

narrativa que faria dela uma das primeiras parábolas de Jesus, mas não se pode

saber com certeza se realmente ocorreu ou se foi inserida para ilustrar porque

Jesus, como seus detratores gostavam de repetir, tinha uma reputação de amigo

de pecadores. O fato que o Senhor ainda está recebendo convites para jantar

com fariseus e a atmosfera geralmente quieta deste jantar sugerem um tempo

antes das amargas confrontações do final do ano quando seu último encontro

com um fariseu explodiu numa poderosa denúncia da hipocrisia deles (Lucas

11:37-44).

Jesus, aberto aos grandes e aos pequenos, respondeu ao convite de um fariseu

chamado Simão para jantar. Os motivos de Simão são difíceis de aquilatar.

Talvez fosse curiosidade sobre um mestre religioso popular ou o desejo de exibir

uma “celebridade” à sua mesa de jantar. Ele sabe que Jesus é visto por muitos

como um profeta, mas sua maneira de tratá-lo parece ser mais protetoramente

polida do que solícita e respeitosa.

Dentro deste cenário, de outro modo ordinário, chega subitamente uma mulher

de reputação notória que cai aos pés estendidos de Jesus sem nenhuma palavra

e os cobre de beijos ardentes. O Senhor, também sem falar, continua

quietamente sua refeição, nem se recolhendo do toque dela nem reprovando a

sua desenvoltura. Simão, também, está sem fala, demasiado surpreso para dizer

palavras, não porém para alguns pensamentos muito acusadores contra a

mulher e contra Jesus. “Se Jesus não sabe que qualidade de mulher é esta,” ele

raciocina, “ele não pode ser um profeta, e se ele sabe e não a rejeita, não pode

ser verdadeiramente bom.” Para Simão, apenas o toque de tal mulher era

poluente (versículo 39).

Tal comportamento por parte de uma mulher de má fama em casa de um

proeminente fariseu era capaz de causar sensação. Ela era, primeiramente, não

comum, e em segundo lugar, ela não observou da periferia como aos estranhos

não convidados era evidentemente permitido fazer pelo costume no mundo

antigo, mas veio diretamente a Jesus. Dadas a reputação dela e a mentalidade

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Andando na Verdade 29

de Simão, não é surpreendente a suspeita dele de que os beijos ferventes dela

fossem de um tipo diferente do que realmente eram. Ele tirou uma rápida

conclusão que era inverídica como se fosse “lógica” e, em sua pressa, foi

cruelmente injusto com ambos – com a mulher e com Jesus.

Ela veio a ele. O ambiente desta mulher “pecadora” está amortalhado em silêncio.

Não há a mais leve evidência que ela fosse ou Maria de Betânia (uma honrada

mulher de uma casa bem respeitada) ou Maria Madalena (de quem Jesus expulsou

sete demônios, o que nunca era um sinal de perversidade). Podemos somente

especular que ela tinha, como milhares de outras, ouvido o gracioso convite de

Jesus para os sobrecarregados pecadores para viessem a ele por descanso e,

crendo, tinha vindo ao Senhor em penitência e alegre gratidão (versículo 50). A

mulher veio a Jesus, não impulsivamente, mas resolutamente e preparada, seu

coração completamente fixo no Filho de Deus; ela estava completamente

inconsciente de como seu comportamento estava afetando os outros.

Ela chorou. A única coisa não planejada nos atos desta mulher pecadora foi o

súbito fluxo de lágrimas que seu coração, partido mas agradecido, enviou

cascateando abaixo para os pés de Jesus. Apressadamente ela enxuga as gotas

ofensivas com suas tranças soltas, e agora se aproxima, beija seus pés em

gratidão e homenagem. É provável que somente depois de se compor ela

derrama sobre ele o frasco de alabastro de óleo aromático que ela tinha trazido

em honra a ele.

Fora a crucificação, não há uma cena mais comovente na Bíblia e, por causa

dela, Jesus nos deu a parábola dos Dois Devedores.–por Paul Earnhart

A nossa necessidade

pelo relacionamento“O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para

que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa

comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.” –1 João 1:3

Uma necessidade por um rico relacionamento pessoal é

profundamente enraizada na natureza criada em nós. Nós devemos

30 2003:1

a nossa existência, não às forças impessoais, e sim a um Criador pessoal. Foi o

próprio Criador que disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gênesis

2:18). Somos seres pessoais, pessoas planejadas para relacionamentos plenos

e vibrantes.

Contudo, o pecado destrói o relacionamento. Ele nos separa de Deus e dos

outros, afastando-nos daquilo que é necessário à nossa natureza. Então talvez

não haja nenhum sintoma do pecado mais óbvio que a profunda e latejante dor

do isolamento. E, no pecado, não há gemido mais desesperado do que aquele

que pede a libertação da nossa solidão.

Mas independente de quanto geralmente precisamos do relacionamento, a nossa

necessidade mais vital, a única sem a qual não podemos sobreviver, é a de ter

uma relação com Deus. ?Em cada homem há solidão, um local interno de vida

peculiar no qual somente Deus pode entrar” (George MacDonald). Nosso desejo

por Deus é uma dependência criada em nós de propósito. É a profunda

necessidade pelo relacionamento perfeito, e tentar suprir essa necessidade com

nossa falha ligação a outros seres humanos não é apenas errado, mas também

desesperançoso.

Se falharmos em deixar Deus suprir a nossa necessidade pelo amor – se não é

nele que encontramos a solução a nossa solidão – então forçaremos um

mandado impossível com aqueles que nos cercam. Exigiremos dos outros uma

satisfação que são incapazaes de nos fornecer neste mundo quebrado. Somente

o Deus infinito pode se identificar conosco perfeitamente. E mesmo com Deus,

o que podemos ter nesta vida é apenas uma amostra da união perfeita que será

providenciada no céu.

Quando descobrimos que nem os nossos companheiros mais íntimos na terra

podem nos dar a profundidade de relacionamento pelo qual fomos criados, a

amargura pode ser a reação tentadora. Porém, há uma resposta mais saudável.

Podemos enxergar as imperfeições em nossos próprios relacionamentos como

um lembrete que nos desperta. Somente em Deus devemos procurar pela vida

e amor que não falham. Esquecer-se disso é perder o caminho que nos leva de

volta para a casa.

Me deste esta solidão sem saída

para que fosse mais fácil eu te dar tudo?

(Dag Hammarskjold)

–por Gary Henry

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Andando na Verdade 31

?? ñ Desafios

e DúvidasCrescendo em conhecimento e fé

Evidências:

A morte de Herodes Agripa IN

o capítulo 12 do livro de Atos nos é dito que um certo Herodes – que é

conhecido dos historiadores seculares como Herodes Agripa I – mandou

matar o apóstolo Tiago, e quis fazer o mesmo com Pedro, mas um anjo

apareceu e libertou Pedro da prisão. Então, próximo do fim do capítulo, Lucas

nos dá este relato:

“Herodes, tendo-o procurado e não o achando, submetendo as

sentinelas a inquérito, ordenou que fossem justiçadas. E,

descendo da Judéia para Cesaréia, Herodes passou ali algum

tempo. Ora, havia séria divergência entre Herodes e os

habitantes de Tiro e de Sidom; porém estes, de comum acordo,

se apresentaram a ele e, depois de alcançar o favor de Blasto,

camarista do rei, pediram reconciliação, porque a sua terra se

abastecia do país do rei. Em dia designado, Herodes, vestido de

trajo real, assentado no trono, dirigiu-lhes a palavra; e o povo

clamava: É voz de um deus e não de homem! No mesmo instante,

um anjo do Senhor o feriu, por ele não haver dado glória a Deus;

e, comido de vermes, expirou” (Atos 12:19-23).

Naturalmente, esta é o próprio tipo de história que os céticos dizem que prova

que a Bíblia não é historicamente acurada. É muito forçada, eles dizem, para ser

verdade.

Acontece, contudo, que a morte de Herodes Agripa é contada também pelo

historiador judeu do primeiro século, Josefo. Sua narrativa diz:

32 2003:1

“Então, quando Agripa tinha reinado durante três anos sobre toda a

Judéia, ele veio à cidade de Cesaréia, que antes era chamada Torre de

Strato, e ali ele apresentou espetáculos em honra a César, ao ser

informado que ali havia um festival celebrado para se fazerem votos

pela sua segurança. Em cujo festival uma grande multidão de pessoas

principais se tinha reunido, as quais eram de dignidade através de sua

província. No segundo dia dos quais espetáculos ele vestiu um traje

feito totalmente de prata, e de uma contextura verdadeiramente

maravilhosa, e veio para o teatro de manhã cedo; ao tempo em que a

prata de seu traje sendo iluminada pelo fresco reflexo dos raios do sol

sobre ela, brilhou de uma maneira surpreendente, e ficou tão

resplendente que espalhou horror entre aqueles que olhavam

firmemente para ele; e no momento seus bajuladores gritaram, um de

um lugar, outro de outro lugar, (ainda que não para o bem dele) que ele

era um deus; e acrescentavam: ‘Sê misericordioso conosco, pois ainda

que até agora te tenhamos reverenciado somente como um homem,

contudo doravante te teremos como superior à natureza mortal’. Quanto

a isto o rei não os repreendeu, nem rejeitou sua ímpia bajulação. Mas,

estando ele presente, e depois olhou para cima, viu uma coruja pousada

numa corda sobre sua cabeça, e imediatamente entendeu que este

pássaro era o mensageiro de más notícias, como tinha sido antes

mensageiro de boas notícias; e caiu na mais profunda tristeza. Uma dor

severa também apareceu no seu abdome e começou de maneira muito

violenta. Ele portanto olhou para seus amigos e disse: ‘Eu, a quem

chamais deus, estou presentemente chamado a partir desta vida;

enquanto a Providência assim reprova as palavras mentirosas que vós

agora mesmo me disseram; e eu, que por vós fui chamado imortal,

tenho que ser imediatamente afastado depressa para a morte...’ Quando

ele acabou de dizer isto, sua dor se tornou violenta. Desse modo, ele foi

carregado para dentro do palácio; e o rumor espalhou-se por toda parte,

que ele certamente morreria dentro de pouco tempo... E quando ele

tinha se esgotado muito pela dor no seu abdome durante cinco dias, ele

partiu desta vida” (Antiguidades, XIX, 7.2).

Josefo é muito mais prolixo do que Lucas, mas a concordância entre as duas

histórias é tocante. Os relatos são bastante diferentes, para que nenhum pudesse

sido copiado do outro. E são bastante semelhantes para atestar um ao outro a

autenticidade, ainda que Josefo pareça acrescentar alguns promenores até

fantasiosos.

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Andando na Verdade 33

Este é um exemplo de como as fontes antigas, não cristãs, dão testemunho da

exatidão histórica da Bíblia. E é uma de muitas. Naturalmente, isto coloca os

incrédulos numa posição bem desconfortável. Se a Bíblia é consistentemente

acurada em retratar tais eventos como a morte de Herodes, então não temos

razão sólida para duvidar dos seus registros de milagres. Não há razão sólida

para duvidar da ressurreição de Jesus. Não há evidência sólida de que estas

coisas não aconteceram. Mas na Bíblia temos testemunhas oculares de escritores

que, ponto por ponto, têm provado a si mesmos como confiáveis. Mais ainda,

por meio de outros estudos vemos que é completamente razoável concluir que

Deus existe, meramente pelo exame do funcionamento do universo físico. E

certamente o Deus que criou o universo é capaz de executar os milagres

descritos nas Escrituras. Portanto, vemos novamente que a evidência é toda a

favor de aceitar a Bíblia no que ele declara ser – a palavra de Deus.

– por Jim Robson

Os desafios na vida do novo cristão (15)

Como escutar a uma mensagem“E

scutar” significa “aplicar o ouvido com atenção para perceber ou ouvir”

(Aurélio). Escutar requer concentração. O que quer que eu esteja

escutando, preciso aprender a me desligar de outras distrações e

concentrar a minha atenção para o que está sendo dito. Ao escutar um sermão,

preciso ocupar a minha mente com o que está sendo dito, sem me distrair com

o que me cerca.

Mas como posso aprender a não dar importância para o que está ao meu redor

e me concentrar na pregação? O único jeito de conseguir isso é tendo a atitude

correta para com a mensagem. Observe a postura do salmista para com a

mensagem de Deus: “Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo

o dia! ... Abro a boca e aspiro, porque anelo os teus mandamentos”

(Salmo 119:97,131). Mas como posso conseguir chegar a essa postura? A

resposta acha-se nas próprias palavras do salmista: “Lâmpada para os meus

pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.... A revelação das

tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples.... Grande paz

têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço” (Salmo 119:105,

130,165). A mensagem é o que orienta os meus passos, dando-me

compreensão do certo e do errado, assim me mantendo livre de tropeçar e me

garantindo a salvação no céu. Quando reconheço que o meu destino depende

do meu conhecimento dessa mensagem, eu escutarei com atenção, sabendo

que o destino da minha alma está em questão.

34 2003:1

Há, entretanto, algumas advertências que devem ser expressas no que diz

respeito ao ato de escutar. Em primeiro lugar, o simples fato de alguém afirmar

que prega a palavra de Deus não necessariamente significa que o faça na

verdade. Essa pessoa pode ser um “lobo vestido de ovelha”. É assim que Jesus

descreveu os falsos mestres que pareciam ser uma coisa, mas na verdade eram

algo bem diferente (Mateus 7:15-20). Alguém pode estar ensinando enganos

intencionalmente, como fazem o diabo e os seus seguidores (2 Coríntios 11:13-

15). Ou pode ser que esteja ensinando erros sem saber, como foi o caso de

Apolo (Atos 18:24-28).

Também devemos tomar cuidado com a pregação que gasta mais tempo em

histórias pessoais ou engraçadas, citando sábios ou grandes homens do

passado, ou usando um vocabulário que ninguém compreende. Embora isso

possa entreter e impressionar, não é uma pregação bíblica. Paulo levou os

coríntios a se lembrar do modo em que ele lhes ensinou: “Não ... com

ostentação de linguagem ou de sabedoria” nem “em linguagem

persuasiva de sabedoria” (1 Coríntios 2:1-5). O objetivo de sua mensagem

era, antes, levar os seus ouvintes à fé em “Jesus Cristo e este crucificado”.

Somente esse tipo de pregação salvará a sua alma.

Devemos tomar cuidado com respeito à nossa atitude em relação aos

pregadores. Pode acontecer de um pregador ter sido o responsável pela sua

conversão. Naturalmente, haverá um sentimento especial para com ele. Mas

você não deve acreditar em tudo o que diz só porque foi ele quem disse. Você

é um seguidor de Cristo, não um seguidor do mestre que o levou à conversão.

Aos coríntios que estavam inclinando-se a seguir os pregadores, Paulo perguntou:

“Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou

fostes, porventura, batizados em nome de Paulo?” (1 Coríntios 1:13).

Além do mais, não devemos permitir que a falta de eloqüência, os gestos

desajeitados, o português ruim ou qualquer outra limitação física do pregador

prejudique a sua postura em relação à mensagem. O único pregador

apresentado em toda a palavra de Deus como eloqüente foi Apolo. Pedro e João

eram homens cujo discurso demonstrava a falta de instrução (Atos 4:13). Mas

veja o quanto eles fizeram de bom. Ainda que haja algo no pregador que nos

faça distrair, devemo-nos perguntar: “Ele está ensinando o evangelho de

Cristo?”. Se estiver, não dê importância para o que não compromete a

mensagem ou para a falta de eloqüência, concentrando-se na mensagem.

Uma exortação final deve ser dada a “examinar as Escrituras”. Não importa

quem pregue ou quão coerente e capaz de prender a atenção ele seja. Qualquer

pessoa pode se enganar. As pessoas de Beréia, “eram mais nobres que os

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Andando na Verdade 35

de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez,

examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de

fato, assim” (Atos 17:11). Você deve verificar se o que está sendo dito é de

acordo com a verdade da palavra de Deus. Nunca aceite a validade das coisas

sem nenhum questionamento. É a sua alma que está em risco. Lembre-se: é

uma questão de vida ou morte espiritual.–por Adonis Bailey

Pré-milenarismo (4º de uma série de artigos)

O reino – seu começoE

m 2 Samuel 7:12 Deus fez uma promessa a Davi. Ele disse, “Quando teus

dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei

levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e

estabelecerei o seu reino”. Em cumprimento a essa promessa o anjo Gabriel

disse a Maria, “Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem

chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do

Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai” (Lucas 1:31-

32). Mateus 1:1 diz, “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi,

filho de Abraão”. Em Mateus 3:1-2, depois de relatar o nascimento de Jesus, o

texto diz, “Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da

Judéia e dizia: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”.

Próximo significa em breve ou logo. Em Lucas 3:1-3, o relato diz, “No décimo

quinto ano do reinado de Tibério César... veio a palavra de Deus a

João.... Ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão”. Observe que

João veio durante o reinado de Tibério César, um governador romano.

Em Daniel, Nabucodonosor teve um sonho que Daniel interpretou que

representava quatro reinos. O primeiro era a Babilônia, o próximo o Medo-Persa,

o terceiro Macedônia, o quarto foi a Roma. Em Daniel 2:44, Daniel disse, “Mas,

nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será

jamais destruído”. Como vimos em Lucas, João Batista veio nos dias de um

governo romano, e ele disse que o reino dos céus estava próximo. Então, o reino

que fora prometido a Davi foi estabelecido nos dias do governo romano.

Além disso, Jesus disse a alguns dos seus discípulos, “Em verdade vos afirmo

que, dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira nenhuma,

passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o reino de

Deus” (Marcos 9:1).

36 2003:1

A argumentação dos pré-milenaristas é que o reino foi oferecido aos judeus, mas

que eles rejeitaram a oferta, e Jesus adiou o estabelecimento do reino até a

segunda vinda de Cristo. Isso tem algumas conseqüências sérias. Jesus disse

que o reino viria durante a vida na terra dos seus discípulos que estavam com ele.

Se não era para ser estabelecido no tempo que ele disse, ele se enganou a

respeito. Jesus enganou-se a respeito de qualquer coisa? Também leva a

conclusão absurda de que alguns dos que estavam vivos enquanto Jesus estava

na terra estão com cerca de 2.000 anos! Também levanta a pergunta: A oferta

do reino aos judeus foi uma oferta sincera? Se foi, Jesus enganou-se a seu

respeito. Como pode ser? Também levanta a pergunta: O que teria acontecido

se os judeus aceitassem a oferta? A igreja não teria se estabelecido.

Os pré-milenaristas também argumentam que o reino, como profetizado por

Daniel, um dia se estabelecerá. Daniel, no entanto, disse que seria nos dias do

governo romano. Pré-milenaristas argumentam que o governo será restaurado

e então o reino se estabelecerá. A profecia de Daniel era a respeito de um

governo romano após um governo macedônio, este antecedido de um governo

medo-persa, antecedido por um governo babilônico. Todos esses reinos terão

que ser restaurados? Isso vai além da credulidade! Seria bem melhor aceitar a

verdade de que o reino foi estabelecido, e isso ocorreu nos dias dos apóstolos.

–por Hiram Hutto

Parte 1 de 2

A música instrumental no louvor:

Uma abordagem bíblica/histórica

Pretendo colocar diante de vocês as bases principais de por que eu acredito

que a música instrumental não deva ser utilizada no louvor da igreja. O

argumento que eu apresento aqui vem da minha própria leitura da Bíblia,

especialmente do Velho Testamento. Aprendi dos outros, é claro, mas o

argumento veio a mim principalmente através da minha própria leitura das

Escrituras; e acho que algumas palavras de como cheguei nele sejam devidas.

Meu passado em relação à música no louvor

Cresci entre e sempre tinha as minhas associações religiosas com cristãos

que não utilizavam instrumentos mecânicos no louvor. Não posso falar por

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Andando na Verdade 37

cada indivíduo, porém como uma comunidade, estes cristãos acreditavam que

a música instrumental no louvor era errada. Não por uma questão de

conveniência nem de preferência pessoal, mas como uma questão de princípio

e convicção, eles contestaram a utilização da música instrumental no louvor.

Então, eu mais ou menos herdei esta posição. Ficava emocionado com as

histórias de pessoas de fé examinando as Escrituras para voltar à ordem antiga.

Ficava cativado pela idéia de restaurar o cristianismo apostólico. Pensava que os

nossos antepassados já tinham, há muito tempo, estudado todos os assuntos

que importavam e que tinham praticamente descoberto a verdade em todos eles.

Há muito tempo, abandonei qualquer pensamento de que os meus colegas

religiosos estavam certos em tudo. Não é isso que nos une. É um compromisso

fundamental ao domínio de Cristo que nós compartilhamos. Uma atitude básica

para com o Senhor Jesus é o que nos une.

Eu concordo inteiramente e aprecio o ponto de Robert Turner de que nunca se

pode falar da restauração no passado. É um processo contínuo, sem fim. Nunca

devemos considerar qualquer posição que tenhamos como se fosse uma vaca

sagrada na qual não se pode tocar, ou que não está sujeita ao questionamento

ou a examinação.

Direi, contudo, quando vem à questão da música, que o meu próprio estudo das

Escrituras e a re-examinação me trouxe à convicção profundamente enraizada

que os meus colegas que têm contrariado a música instrumental no louvor não

chegaram à sua posição sem pensamento e estudo sério das Escrituras. Eles

tinham motivos bons pela sua posição – razões que estavam totalmente

baseadas na revelação que Deus fez de si mesmo e da sua vontade.

Não é uma nova descoberta

De fato, algumas pessoas podem se surpreender que a nossa posição em

relação à música não foi uma que se originou conosco. Hoje, somos uma

pequena minoria em relação a este assunto e esta prática. Mas não fomos

os primeiros a chegar a essa conclusão sobre o louvor. João Calvino se opôs a

música instrumental no louvor. Assim fizeram Martinho Lutero, João Wesley e

muitos outros reformadores. Estes homens se expressaram de maneira tão firme

a respeito do assunto que duvido que conseguiriam louvar junto com a maioria

dos seus descendentes espirituais modernos. João Calvino provavelmente não

conseguiria louvar com a maioria dos calvinistas modernos. Lutero

provavelmente não conseguiria louvar com os luteranos. Wesley provavelmente

não louvaria com os wesleyanos.

38 2003:1

Um dos pontos mais impressionantes feito pelo presbiteriano John Girardeau

(em Instrumental Music in Public Worship) é que a música instrumental entrou

em praticamente todas as denominações como uma inovação, e quase sempre

havia um elemento que lutava para mantê-la fora. Foi forçada, apesar das

objeções dos oponentes, e, em muitos casos, o resultado foi a divisão.

Você conhece o termo a capella? É um termo técnico para a música vocal que

não é acompanhada por instrumentos mecânicos. Suponho que a maioria das

pessoas compreende isso. Mas você também compreende que o termo vem do

italiano antigo e literalmente significa na maneira da capela ou da igreja? A

música vocal, cânticos sem acompanhamento mecânico, era o estilo da igreja.

A música instrumental não era o estilo da igreja, mas uma perversão da música

típica da igreja e uma inovação. A música que é mais freqüentemente utilizada

nas igrejas hoje pode ser do estilo do antigo judaísmo; pode ser do estilo de um

ritual pagão; pode até mesmo lembrar o estilo do teatro, da danceteria ou do

show de rock. Não é o estilo da igreja. É uma perversão.

Então a maioria daqueles que hoje utilizam a música instrumental no louvor não

estão sendo fiéis aos seus antepassados espirituais. Com certeza, a questão mais

importante é se estão também indo contra a autoridade da Bíblia; e é esta a

questão que pretendo discutir. Calvino não foi nem apóstolo nem profeta. Nem

foi Lutero, Wesley ou Campbell. As suas práticas não estabelecem precedentes

para aqueles que vieram depois. Mas estes homens foram contra a música

instrumental no louvor porque compreenderam que era contrária ao desejo

revelado de Deus. Estavam certos ou errados? Certamente ninguém que

seriamente quer agradar ao Senhor pode ver esta questão com indiferença. De

qualquer forma, estando em tal companhia, não espero ser tratado como

dissidente ou esquisito quando falo deste assunto.

Histórico em relação a este trabalho

Não alego que a minha apresentação seja o produto de pesquisa estudiosa.

É o fruto de ler o Velho Testamento em dois anos consecutivos, com

atenção especial às referências ao louvor e à música. É uma abordagem

Bíblica e histórica ao assunto. Simplesmente tentei esboçar a história da música

no louvor até onde se têm preservado a história na Bíblia.

Se alguém perguntasse porque não utilizamos música instrumental no louvor,

a maioria dos discípulos que tivessem um bom entendimento provavelmente

responderia mais ou menos assim: Nós somos discípulos de Jesus Cristo, e o

nosso Mestre não nos ensinou a utilizar a música instrumental no louvor. Jesus

Page 21: Andando na Verdade - estudosdabiblia.net · de Judá, o Cordeiro de Deus, e lhe oferece a mesma adoração: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria,

Andando na Verdade 39

não a autorizou, nem pessoalmente, nem pelos seus apóstolos escolhidos. O

Novo Testamento é silencioso em relação à utilização de música instrumental no

louvor da igreja. Entenda bem, o Novo Testamento não é silencioso em relação

à música. A igreja apostólica tinha música – música vocal, ou cânticos. Mas o

Novo Testamento não dá exemplo nenhum de cristãos louvando utilizando

música instrumental. Nem há evidência de que os cristãos foram ensinados pelos

apóstolos a utilizarem a música instrumental no louvor.

Esta é uma afirmação justa do caso. A música instrumental é uma inovação

humana. É comparável ao “fogo estranho” que Nadabe e Abiú ofereceram no

altar (Levítico 10:1). É um daqueles casos nos quais igrejas não seguiram a

direção do cabeça da igreja, mas tomaram as decisões próprias.

Agora muitas pessoas se vêem obrigadas a conceder que há sim silêncio no

Novo Testamento a respeito. Mas pensam que este silêncio não seja importante.

Não tomam este silêncio por uma indicação de que a música instrumental no

louvor fosse estranha à vontade de Cristo. Podem até discutir que não foi

necessário mencioná-la especificamente, pois os judeus haviam se acostumado

a utilizar a música instrumental no louvor e simplesmente continuaram fazendo

o que faziam. Podem alegar que somos obrigados a provar que a sua utilização

foi descontinuada ao invés de chamá-los para justificar a sua utilização.

Acredito que o silêncio do Novo Testamento seja significante. Porém, o meu

argumento não se baseia meramente no silêncio das Escrituras. É fundada não

somente no que a Bíblia não diz, mas também no que diz. O que a Bíblia diz é

o que torna o silêncio do Novo Testamento significante. Vou defender que o

silêncio do Novo Testamento deve ser avaliado ao lado da história bíblica,

levando ao período do Novo Testamento. Defenderei, mais ainda, que o silêncio

do Novo Testamento deve ser julgado na luz dos ensinamentos positivos do

Novo Testamento sobre o louvor. Concluirei que o silêncio do Novo Testamento,

quando visto na frente deste contexto e ambiente, provê fortes evidências de que

Deus não queria que a música instrumental fosse utilizada no louvor da igreja;

que a música instrumental é estranha à mente e ao propósito de Deus com

referência ao louvor da igreja; que enquanto pode se encaixar bem na época em

que Deus lidava com crianças, não é adequada para a época em que ele lida

com filhos adultos em Cristo (Gálatas 4:1-7). Resumindo, é este contexto e

ambiente que tornam o silêncio do Novo Testamento tão notável.

Com estas introduções explanatórias diante de nós, devemos iniciar

considerando as evidências do Velho Testamento em relação à música no louvor.

Incidentalmente, estes versículos podem nos ajudar a compreender a natureza1

das profecias mencionadas em 1 Coríntios 11:4; confere 14:15.

International Standard Bible Encyclopedia, III, 2095.2

40 2003:1

A música antes de Davi

Nada de real significância em relação à música no louvor é encontrada no

Velho Testamento até a época de Davi. Jubal foi chamado “o pai de todos

os que tocam harpa e flauta” (Gênesis 4:21), que, ao menos, indica que a

música mecânica é de origem muito antiga. Labão expressou o remorso a Jacó,

que havia saído de repente em segredo de Harã, que ele não teve oportunidade

de despedi-lo “com alegria, e com cânticos, e com tamboril, e com harpa”

(Gênesis 31:27). O cruzamento triunfante do Mar Vermelho foi comemorado

com uma canção de louvor a Jeová, que é chamado de “minha força e o meu

cântico” (Êxodo 15:2). “A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e

todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças” (Êxodo

15:20). Miriã respondeu às mulheres com uma chamada a cantar a Jeová (v. 21).

O som de uma trombeta foi ouvido no Monte Sinai (Êxodo 19:13,16,19; 20:18).

O som do canto foi ouvido por Moisés ligado ao incidente do bezerro de ouro

(Êxodo 32:18). Israel cantou um cântico no deserto sobre um poço que Jeová

lhes providenciara (Números 21:17). Por ordem de Jeová, Moisés ensinou a Israel

um cântico que serviria como testemunha de Jeová contra Israel no evento da

sua apostasia futura (Deuteronômio 31:19 - 32:47).

Débora comemorou a vitória sobre os cananéus com um canto de louvor a

Jeová (Juízes 5:1,3,12). A filha de Jefté o cumprimentou na sua volta da batalha

“com adufes e com danças” (Juízes 11:3). Depois de ser ungido por Samuel,

Saul foi ao encontro de um bando de profetas, que estariam profetizando, que

deve ter sido uma espécie de canto ou salmodia, já que foi feito com “saltérios,

e tambores, e flautas, e harpas” (1 Samuel 10:5; confere 1 Crônicas 25:1). 1

Isso nos traz a Davi. Não parece ter tido qualquer utilização organizada da música

no louvor antes de Davi. James Millar faz uma observação que parece concordar

com a minha própria leitura do Velho Testamento: “De longe a evidência mais

importante do valor dado à música pelos hebreus é concedida pelo lugar dela no

serviço divino. É verdade que nada é dito dela no Pentateuco relacionado com

a consagração do tabernáculo, ou a instituição dos vários sacrifícios ou festivais.”

Millar pensou, contudo, que esta omissão “não prova nada. ...Em dias mais

tardios, em todos os eventos, a música formava uma parte essencial do louvor

nacional de Jeová, e arranjos elaborados foram feitos para a sua apresentação

correta e impressionante.”2

Page 22: Andando na Verdade - estudosdabiblia.net · de Judá, o Cordeiro de Deus, e lhe oferece a mesma adoração: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria,

Tanto na primeira tentativa fracassada (2 Samuel 6:5; 1 Crônicas 13:8) como na3

segunda tentativa bem-sucedida (1 Crônicas 15).

Andando na Verdade 41

Na última parte Millar está se referindo aos arranjos pelo louvor organizado a

partir dos dias de Davi.

Davi, o músico

Desde quase o nosso primeiro encontro com Davi o conhecemos como

músico. Quando o “espírito maligno de Jeová” começou a incomodar o

Rei Saul, os seus conselheiros sugeriram que ele buscasse “um homem

que saiba tocar harpa” que pudesse contrariar os efeitos do espírito maligno com

a sua música (1 Samuel 16:16). Desta maneira, Davi, que já havia sido ungido

secretamente como o substituto de Saul, veio à coorte de Saul como um “que

sabe tocar” a harpa (versículos 18 e 23; confira 18:10). Mas Davi também era

“forte e valente, homem de guerra” (16:18), e depois da derrota de Golias,

chamou a atenção da nação como líder do exército de Saul. A música também

foi mencionada nesta ligação, pois “as mulheres de todas as cidades de Israel

saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com tambores, com

júbilo e com instrumentos de música” (18:6). Mas os seus cantos louvaram a

Davi mais do que a Saul, e levou a queda de Davi do favor e da sua perseguição

por parte de Saul.

O serviço do templo organizado por Davi

Amúsica se tornou cada vez mais importante no reinado de Davi. Depois da

conquista de Jerusalém, trazer a arca da aliança a Jerusalém foi

comemorado com cânticos e todos os tipos de instrumentos musicais,

tocados por Davi e todo Israel. Depois que a arca foi trazida a Jerusalém, Davi3

estabeleceu uma organização elaborada dos levitas para “dirigir o canto na Casa

do SENHOR ... Ministravam diante do tabernáculo da tenda da congregação

com cânticos, até que Salomão edificou a Casa do SENHOR em Jerusalém” (1

Crônicas 6:31-48; confere 9:33; 16:4-43).

Deus não permitiu que Davi construísse o templo como ele desejava. Mas foi Davi

quem organizou os sacerdotes e os levitas em grupos para o serviço do templo (1

Crônicas 23-26), e esta organização foi observada depois da construção do templo

por Salomão. Entre estes arranjos feitos por Davi quando ele era “já velho e farto

de dias” (1 Crônicas 23:1) houve uma organização elaborada dos levitas para o

serviço de canto ligado ao templo (1 Crônicas 25; confere 23:5). Preste atenção

em algumas das afirmações que descrevem esta função.

42 2003:1

“Quatro mil para louvarem o SENHOR” com instrumentos feitos por Davi com

este propósito (1 Crônicas 23:5). Certos levitas foram separados para

“profetizarem com harpas, alaúdes e címbalos” (1 Crônicas 25:1). Os filhos de

Asafe foram colocados “sob a direção deste, que exercia o seu ministério debaixo

das ordens do rei” (25:2). Os filhos de Jedutum foram colocados “sob a direção

de Jedutum, seu pai, que profetizava com harpas, em ações de graças e louvores

ao SENHOR” (25:3). Os filhos (e, aparentemente, as filhas também) de Hemã

estavam envolvidos: “Todos estes estavam sob a direção respectivamente de

seus pais, para o canto da Casa do SENHOR, com címbalos, alaúdes e harpas,

para o ministério da Casa de Deus, estando Asafe, Jedutum e Hemã debaixo das

ordens do rei” (25:4-6). As pessoas eram treinadas com este propósito: “O

número deles, juntamente com seus irmãos instruídos no canto do SENHOR,

todos eles mestres, era de duzentos e oitenta e oito” (25:7).

A construção do templo foi deixada para Salomão. Mas 1 Crônicas, capítulos 21-

29, não nos deixa dúvida de quanto Davi tinha o templo e sua organização no

coração. O molde para o templo foi revelado a Davi, que o entregou a Salomão,

junto com várias exortações a respeito deste projeto que lhe seria confiado. Davi

colecionava materiais a serem utilizados na construção do templo. E foi Davi que

havia organizado os sacerdotes e os levitas para o serviço do templo. Mas pelos

nossos propósitos hoje, é mais importante reparar que a utilização sistemática

da música no louvor, incluindo a música instrumental, teve a sua origem no

período final do reinado de Davi. Não há evidência de uma utilização sistemática

da música ligada ao louvor no Velho Testamento até que Davi organizou os

levitas para o serviço de canto ligado primeiro ao tabernáculo e depois ao

templo. Como veremos, as referências posteriores à música no louvor também

a ligarão a Davi.

O reinado de Salomão

Aprimeira metade do reinado de Salomão deve ter sido praticamente

devotada à construção do templo (1 Reis 6-9). 2 Crônicas 5:11-14 descreve

os arranjos musicais na dedicação do templo. Mas para os nossos

propósitos, 2 Crônicas 7:6 é de importância especial: “Os sacerdotes estavam

nos seus devidos lugares, como também os levitas com os instrumentos músicos

do SENHOR, que o rei Davi tinha feito para deles se utilizar nas ações de graças

ao SENHOR ... Os sacerdotes que tocavam as trombetas estavam defronte deles,

e todo o Israel se mantinha em pé.”

Então repare em 2 Crônicas 8:14: “Segundo a ordem de Davi, seu pai, dispôs os

turnos dos sacerdotes nos seus ministérios, como também os dos levitas para

Page 23: Andando na Verdade - estudosdabiblia.net · de Judá, o Cordeiro de Deus, e lhe oferece a mesma adoração: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria,

Andando na Verdade 43

os seus cargos, para louvarem a Deus e servirem diante dos sacerdotes, segundo

o dever de cada dia, e os porteiros pelos seus turnos a cada porta; porque tal era

a ordem de Davi, o homem de Deus. Não se desviaram do que ordenara o rei

aos sacerdotes e levitas, em coisa nenhuma, nem acerca dos tesouros”.

Finalmente, 2 Crônicas 9:11 diz que Salomão “fez...harpas e alaúdes para os

cantores.” Mas não pode haver dúvida a respeito disso. O serviço de canto do

reinado de Salomão foi o que Davi havia estabelecido.

Reis posteriores: Três movimentos de reforma

Em relação aos reis posteriores, 2 Crônicas 20 dá algumas referências aos

arranjos musicais no reinado de Josafá (versículos 19,21,22,28). Mas estes

não dão nenhuma evidência que aponte para um lado ou para o outro.

Contudo, três reformas que ocorreram em Judá depois dos períodos de

apostasia são de interesse especial.

! A reforma de Joiada após a usurpação de Atalia

A primeira vem depois da usurpação de Atalia, a filha do rei israelita Acabe. Atalia

foi expulsa pelo sumo sacerdote Joiada, e há duas afirmações em relação a

música. O primeiro vem ao proclamar a revolta contra Atalia: “ ... e todo o povo

da terra se alegrava, e se tocavam trombetas. Também os cantores com os

instrumentos músicos dirigiam o canto de louvores” (2 Crônicas 23:13). Mas a

segunda afirmação é o mais significante: Como Joiada estava limpando o lugar

e restaurando o louvor verdadeiro, 2 Crônicas 23:18 diz: “Entregou Joiada a

superintendência da Casa do SENHOR nas mãos dos sacerdotes levitas, a quem

Davi designara para o encargo da Casa do SENHOR, para oferecerem os

holocaustos do SENHOR, como está escrito na Lei de Moisés, com alegria e com

canto, segundo a instituição de Davi.”

Então este ponto não pode ser esquecido. Depois de sete anos da usurpação de

Atalia, a reforma e a restauração é cumprida pelo apelo a duas fontes. As

instruções de como oferecer as ofertas queimadas são encontradas na lei de

Moisés. Mas a restauração do serviço musical é baseada na ordem de Davi.

Você encontrará centenas de outros estudos

de assuntos e textos bíblicos na Internet:

www.estudosdabiblia.net44 2003:1

! A reforma de Ezequias

O serviço do templo foi corrompido novamente pelo Rei Acaz. Mas um

movimento de reforma foi liderado pelo seu filho Ezequias. Novamente temos

evidência em relação a restauração do serviço musical. Ezequias, de acordo com

que nos é dito em 2 Crônicas 29:25-28, “estabeleceu os levitas na Casa do

SENHOR com címbalos, alaúdes e harpas, segundo mandado de Davi e de

Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque este mandado veio do

SENHOR, por intermédio de seus profetas. Estavam, pois, os levitas em pé com

os instrumentos de Davi, e os sacerdotes, com as trombetas. Deu ordem

Ezequias que oferecessem o holocausto sobre o altar. Em começando o

holocausto, começou também o cântico ao SENHOR com as trombetas, ao som

dos instrumentos de Davi, rei de Israel. Toda a congregação se prostrou,

quando se entoava o cântico, e as trombetas soavam....” O versículo 30

acrescenta mais uma afirmação significativa: “Então, o rei Ezequias e os

príncipes ordenaram aos levitas que louvassem o SENHOR com as palavras de

Davi e de Asafe, o vidente. Eles o fizeram com alegria...”

Reparei em mais duas referências à música durante o reinado de Ezequias (2

Crônicas 30:21; 31:2), mas estas não acrescentam algo significante aos nossos

propósitos.

! A reforma de Josias

A descrição da restauração do serviço do templo em relação a reforma de Josias

concorda com a evidência já apresentada. Encontramos quatro referências:

Entre os levitas supervisionando as restaurações no templo estavam “Todos os

levitas peritos em instrumentos músicos” (2 Crônicas 34:13).

As instruções que Josias deu “aos levitas que ensinavam a todo o Israel” incluiu

este comentário, “...Preparai-vos segundo as vossas famílias, segundo os vossos

turnos, segundo a prescrição de Davi, rei de Israel, e a de Salomão, seu filho”

(2 Crônicas 35:3-4).

2 Crônicas 35:15 contêm evidências importantes: “Os cantores, filhos de Asafe,

estavam nos seus lugares, segundo o mandado de Davi, e de Asafe, e de

Hemã, e de Jedutum, vidente do rei ...”

Finalmente, 2 Crônicas 35:25 diz que a memória de Josias foi preservada em

canto após a sua morte, mas não fornece nada em relação ao ponto.

O ponto é este: O serviço musical foi instituído por Davi. Quando várias

apostasias corromperam o serviço do templo, os reis reformadores que limparam

Page 24: Andando na Verdade - estudosdabiblia.net · de Judá, o Cordeiro de Deus, e lhe oferece a mesma adoração: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria,

Andando na Verdade 45

a bagunça não instituíram um novo sistema. Eles simplesmente restauraram o

serviço instituído por Davi.

O período da restauração

Finalmente Judá se tornou tão corrupto que a única maneira de Deus salvar

a nação foi levando-a pelo castigo severo no exílio. Judá teve que passar por

um cativeiro de setenta anos na Babilônia. Mas eventualmente a nação

voltou à terra.

Enquanto isso, tudo havia sido desorganizado. Jerusalém e seu templo haviam

sido deixados em ruínas. O sistema inteiro estava em desordem. Os sacrifícios,

as festas religiosas, o serviço do templo – todos haviam sido descontinuados.

Quando as pessoas voltaram a terra natal, o templo teve que ser reconstruído e

o sistema inteiro teve que ser restaurado. O que descobrimos ser verdadeiro em

relação aos movimentos de reforma que ocorrem anteriormente ao exílio

babilônico também foi verdadeiro em relação ao movimento de restauração após

o exílio. Os livros de Esdras e Neemias são muito claros em relação a este ponto.

Devemos considerar o testemunho destes dois livros em relação a restauração

da música do templo.

Esdras 2:41 e 70 mencionam “os cantores” entre aqueles que voltaram do

cativeiro. Esdras 3:10 dá testemunho em relação à restauração do serviço de

cânticos: “Quando os edificadores lançaram os alicerces do templo do SENHOR,

apresentaram-se os sacerdotes, paramentados e com trombetas, e os levitas,

filhos de Asafe, com címbalos, para louvarem o SENHOR, segundo as

determinações de Davi, rei de Israel. Cantavam alternadamente, louvando e

rendendo graças ao SENHOR...”.

Esdras 8:20 fala do mesmo ponto: entre aqueles trazidos da Babilônia para o

serviço do templo estavam duzentos e vinte “servidores do templo, que Davi e

os príncipes deram para o ministério dos levitas”.

Neemias 12:24 menciona, entre aqueles que voltaram à terra com Zorobabel e

Jesua, vários levitas “para louvarem e darem graças, segundo o mandado de

Davi” [ou “de acordo com as instruções deixadas pelo rei Davi” (NTLH)]. O livro

de Neemias trata da reconstrução do muro que cercava Jerusalém. Em Neemias

12:35-36, certos filhos dos sacerdotes são descritos como participantes na

dedicação do muro reconstruído “com os instrumentos músicos de Davi,

homem de Deus”.

Então, Neemias 12:44 menciona homens responsáveis pelas ofertas feitas para

os sacerdotes e levitas. São descritos como “as porções designadas pela Lei para

Depois de ler o meu trabalho, Homer Hailey acrescentou um quinto ponto a qual a4

música instrumental foi ligada no Velho Testamento – o sacrifício das ofertasqueimadas (2 Crônicas 29:27 em diante).

46 2003:1

os sacerdotes e para os levitas; pois Judá estava alegre, porque os sacerdotes e

os levitas ministravam ali”. A passagem continua nos versículos 45 e 46: “e

executavam o serviço do seu Deus e o da purificação; como também os cantores

e porteiros, segundo o mandado de Davi e de seu filho Salomão. Pois já

outrora, nos dias de Davi e de Asafe, havia chefes dos cantores, cânticos de

louvor e ações de graças a Deus”.

Não há como perdermos o foco. Como em períodos anteriores de reforma e

restauração, depois do cativeiro babilônico houve um retorno a dois padrões ou

modelos. Um foi a lei de Moisés; o outro foi o serviço sistemático do templo,

estabelecido por Davi. Em relação a música, os líderes de Israel no período

depois do cativeiro não inventaram um novo sistema. Simplesmente restauraram

o plano que fora estabelecido por Davi.

Resumo final do Velho Testamento

Chegamos ao fim do período do Velho Testamento. Está na hora de resumir

as nossas descobertas. Tentei esboçar o desenvolvimento histórico da

música no louvor. Aqui está o que encontrei:

Não havia utilização organizada ou sistemática da música no louvor até a época

de Davi, na qual um sistema elaboradamente organizado foi estabelecido. A

ordem estabelecida por Davi foi, então, aceita pelos reis posteriores. Períodos de

apostasia freqüentemente desordenaram e corromperam o louvor de Israel. Mas

quando reis reformadores vieram ao trono, um retorno sempre ocorreu ao

sistema estabelecido por Davi. A destruição babilônica de Jerusalém e o cativeiro

que seguiu foi a maior desorganização de todas. Mas quando as pessoas

voltaram à terra, novamente o precedente para o serviço musical foi encontrado

no sistema de Davi.

Então devemos observar vários pontos significativos em relação ao serviço de

canto do Velho Testamento que envolvia a música instrumental. Primeiro, o

padrão para este serviço de canto volta a Davi. Segundo, foi ligado a Jerusalém.

Terceiro, foi ligado ao templo construído por Salomão e então restaurado depois

do cativeiro por Jesua e Zorobabel. Quarto, foi ligado aos levitas.4

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Andando na Verdade 47

Este é o pano de fundo contra o qual o ensino do Novo Testamento deve ser

avaliado. O silêncio do Novo Testamento em relação a música instrumental no

louvor se contrasta muito contra este pano de fundo. Mas quero sugerir que o

Novo Testamento não é totalmente silencioso em relação ao louvor. Entrarei

neste assunto mais extensamente da próxima vez. Mas tendo entrado tão

profundamente nas evidências do Velho Testamento, gostaria de colocar, ao

lado destas evidências, pelo menos uma sugestão do rumo que o nosso

raciocínio deve tomar.

Por enquanto, considere apenas o testemunho de Jesus em João 4:19-24. Na

sua conversa com a mulher no poço, Jesus aponta que Jerusalém, com seu

templo, não teria mais o significado que uma vez tinha. O Pai seria louvado, nem

no Monte Gerizim, como fizeram os samaritanos, nem em Jerusalém, como

fizeram os judeus. Os verdadeiros adoradores louvariam ao Pai em espírito e em

verdade, e o lugar seria insignificante.

Os adoradores do Novo Testamento, portanto, não voltam a Davi para um

padrão de louvor, como fizeram os reis reformadores e como fizeram os judeus

da restauração. Então até onde a significância espiritual está envolvida,

Jerusalém não existe mais; o templo não existe mais; os levitas não existem mais;

o sistema davídico não existe mais. Assim uma pessoa não pode presumir que

já que a música instrumental foi utilizada no sistema davídico que deveria estar

no louvor do Novo Testamento. Além disso, a obrigação de apresentar provas

certamente fica com aquele que defende ou incentiva a utilização da música

instrumental no louvor da igreja. Ele deve provar que é isso que o Senhor da

igreja quer. O sistema inteiro que incluía a utilização da música instrumental já

não existe mais. Se fracassamos em aprender o que aconteceu na cruz,

certamente não perderemos a mensagem de 70 d.C., quando Jerusalém foi

destruída e o templo foi reduzido a ruínas tais que nenhuma pedra foi deixada

sobre outra (confira Mateus 24:2).

Já que o sistema que incluía a música instrumental acabou, então certamente

o peso das provas repousa naqueles que pensam que a música que pertencia ao

sistema obsoleto permanece. O peso das provas não está em mim. Tenho

provado que o sistema que incluía a música instrumental já não existe. Se

alguém pensar que a música instrumental permanece, deve prová-lo citando

evidências do Novo Testamento. Este é o peso que ele deve carregar.

Realmente o peso é maior que isso. Mas é um ponto a ser desenvolvido na Parte

Dois.–por L. A. Mott, Jr.

48 2003:1

Palavras Cruzadas; Respostas

Levítico 1 - 9Confira aqui as suas respostas para as Palavras Cruzadas da última edição de

Andando na Verdade.

P

A B O M I N Á V E L

C M A

Í C H I F R E S

F S G T Ã A

C I N Z A S O R O N

C C I G N O R Â N C I A G

O E D U

R E S T I T U I Ç Ã O E

D E R C

O T A T U M I M

T E M L O

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