Angola- A Raiz Das Coisas
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7/26/2019 Angola- A Raiz Das Coisas
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Angola: A "Geração de 50 ", Os Jovens Intelectuais e a
Raiz das Coisas
Escrito or Carlos !errano
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Introdução Este ensaio retende restar #oenage ao gruo de intelectuais
angolanos denoinados de Geração de 50, 'ue veio a ter ua grande
in/uncia nas geraç1es osteriores de escritores2 Esta in/uncia não se resue
unicaente a asectos eraente culturais, necess3rios 4 construção de ua
identidade cou, as ta6 outros 'ue se re$ere 4 oilização e
$oração ol7tica ilitante de novas geraç1es nua eergente luta ela
autonoia cultural e ol7tica, na'uele dado oento #ist8rico &nais dos anos
'uarenta e d6cada de cin'9enta.2
Introdução Este ensaio retende restar #oenage ao gruo de intelectuais
angolanos denoinados de Geração de 50, 'ue veio a ter ua grande
in/uncia nas geraç1es osteriores de escritores2 Esta in/uncia não se resue
unicaente a asectos eraente culturais, necess3rios 4 construção de uaidentidade cou, as ta6 outros 'ue se re$ere 4 oilização e
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$oração ol7tica ilitante de novas geraç1es nua eergente luta ela
autonoia cultural e ol7tica, na'uele dado oento #ist8rico &nais dos anos
'uarenta e d6cada de cin'9enta.2
o Antigaente: Os Anos Cin'9enta e o ;iscurso Cultural E (<+= ooviento liter3rio%cultural >aos descorir Angola constituiu%se nu
ostulado e eso nua osição ol7tica de ?ovens intelectuais da 6oca e
relação 4 negação siste3tica dos valores do ovo angolano ou das diversas
naç1es angolanas elo colonialiso2A revista @ensage e seu segundo
nero vai dar voz a este ostulado e ao @oviento dos novos intelectuais de
Angola, coo Bu activo agruaento liter3rio e 'ue ilita alguns dos
valores ais eressivos da odern7ssia geração angolanaD2 O oeta Ant8nio
Jacinto u dos integrantes desse gruo ?unto co >iriato da Cruz, entor dooviento., diz%nos 'ue esse traal#o ossu7a ra7zes ol7ticas or'ue o $ato do
recon#eciento e si ?3 ilicava ua toada de osição ol7tica2 !e
dvida, #avia ua toada de conscincia or esse e'ueno gruo de
intelectuais e relação 4 cultura #egenica do oder colonial: todavia não
eistia u rograa ol7tico de&nido e s8lido, aesar de, aralelaente,
eistire e'uenos gruos ol7ticos e $oração, onde se tentava $or?ar a
conscincia de ua rais oss7vel, as não ua oilização coletiva do ovo
antes da $undação do @FA, e $evereiro de (<5H.2 For isso, se aresentava
ais coo gruos de reivindicação do 'ue ua $orça de oilização
revolucion3ria da conscincia nacional2 o entanto, a re/eão desse gruo de
intelectuais e relação 4 situação do ovo angolano d3%nos a coreender
ua nova conceção e novas reresentaç1es si8licas e autnoas e
relação ao ro?eto orgnico e $oral do Estado colonial2 Estas reresentaç1es
nos arece ainda $ragentadas na edida e 'ue ainda não eiste u
ro?eto revolucion3rio e radical 'ue roorcione a conceção de ua totalidade
caaz de sustituir o antigo sistea2 Assi, ua utação na conscincia do
colonizado antecia e inicia o rocesso de descolonização2 E a'ui nos arece
necess3rio incororar u conceito%c#ave roosto or Georges alandier, 'ue 6
o de retoada de iniciativa2 !egundo este autor, a retoada de iniciativa não 6
ua siles volta aos valores r6%coloniais ou a ua ideologia orgnica do
er7odo colonial2 Ka6 não 6 ua irovisação sore algo 'ue não eiste
ais, sore ua 3gina ranca legada ela colonização, coo retende !artre2
A retoada de iniciativa 6 ua trans$oração e ua trans$oração da
conscincia ela sua ação sore ela esa no decurso do oviento
revolucion3rio, isto 6, ua trans$oração da conscincia 'ue roduz e$eitos
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r3ticos 'ue não são da esa orde 'ue o sistea r6%colonial, ne de ua
nova orde aritr3ria2 L, or6, u oviento interno na conscincia
coletiva, 'ue $az assar de ua orde antiga a ua orde de devir2 L a
revolução da ação no interior das conscincias dos e%colonizados2 O
oviento >aos descorir Angola reresenta na realidade ua retoada deiniciativa, ua recueração da alavra dentro de u discurso angolano
autntico as, reetios, ele aarece ainda de ua $ora $ragentada, o 'ue
nos 6 dado a erceer, or eelo, ela antologia te3tica de @3rio Finto de
Andrade, e 'ue a reetição dos esos teas na oesia da'uele er7odo,
elicita de certa aneira esta $ragentação do todo na toada de
conscincia dos roleas 'ue ais sensiilizara os escritores do oviento2
O ;iscurso Fol7tico In$elizente não tiveos acesso ao ani$esto do FartidoCounista Angolano redigido or >iriato da Cruz, as arece%nos 'ue alguns
dos itens do discurso contido nesse ani$esto $ora incororados ais tarde no
ani$esto do @oviento Foular de iertação de Angola, ani$esto esse 'ue
analisareos no devido oento coo tendo sido ossivelente o rieiro
ro?eto revolucion3rio a eistir e Angola2 Essas roostas vão ser retoadas
na uta de iertação e vão de&nir não s8 u rograa aior do oviento
'uanto ua r3is coletiva levada a cao elo artido2 Coo se sae, o r8rio
@ar ?3 nos tin#a dado a con#ecer na BIdeologia AleãD, 'ue toda sociedade
não se ode re$erir a ela esa se não $or?ar ara si ua reresentação da sua
unidade2 @eso nas sociedades e 'ue as divis1es sociais ainda não estão
cristalizadas coo divis1es de classe, a eistncia de relaç1es sociais ilica
ua ro?eção de ua counidade iagin3ria, ua reresentação 'ue ode ser
$eita ou dis$arçada se?a ela eistncia de u d6sota, se?a de ua $ora
sacralizada2 Koda sociedade coo totalidade s8 ode, ortanto, ser
coreendida 'uer atrav6s dos discursos 'ue elicita essa reresentação
'uer atrav6s dos atos 'ue ode conduzir a essa esa reresentação2
Koareos a'ui não s8 o ro?eto revolucion3rio e sua dinica, as ta6
a r3is revolucion3ria, isto 6, a revolução e si esa coo B$eneno social
totalD, tal coo descrito or @arcel @auss: BConsiderando o con?unto, ercee%
se o essencial, o oviento do todo, o asecto vivo, o instante $ugidio2222 onde
os #oens toa conscincia sentiental de si esos e de sua situação e
relação ao outroD2 Entendendo o desdoraento desses discursos e do seu
car3ter autnoo, arece%nos irescind7vel de&nir el#or alguns dos
conceitos 'ue vaos utilizar2 Castoriadis a&ra 'ue a ol7tica revolucion3ria 6
ua r3is 'ue se d3 coo o?eto a organização e a orientação da sociedade
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ara eritir a autonoia de todos, recon#ecendo 'ue esta r3is ressu1e
ua trans$oração radical da sociedade2 Isso se rocessa co o contedo do
ro?eto revolucion3rio, 'ue 6 recisaente a reorganização e a reorientação da
sociedade ela ação autnoa dos #oens2 O ro?eto e o eleento da r3is e
de toda a atividade2 Kodavia, 6 reciso não con$undir ro?eto e lano2 O lanocorresonde ao oento t6cnico de ua atividade, 'uando condiç1es e
o?etivos ode ser e são BeataenteD deterinados, e 'uando a
trans$oração rec7roca dos eios e dos &ns a8ia%se e u saer su&ciente
do do7nio e 'uestão2 Muanto se trata de ol7tica, ou se?a, a reresentação da
trans$oração visada, a de&nição dos o?etivos ode assuir, so certas
condiç1es, a $ora do rograa2 O rograa 6 ua concretização rovis8ria
dos o?etivos do ro?eto 'uanto a ontos considerados essenciais nas
circunstncias dadas na edida e 'ue sua realização rovocaria e realizaria,ela sua r8ria dinica, a realização do con?unto2 O rograa 6 aenas ua
&gura $ragent3ria e rovis8ria do ro?eto2 Os rograas assa, o ro?eto
eranece2 For outro lado, o ro?eto revolucion3rio não est3 $ora da #ist8ria
or'ue ele 6, e ltia an3lise, a recon'uista da #ist8ria2 @el#or ainda, ele 6 o
rocesso de interiorização coletiva da #ist8ria, a toada de conscincia coletiva
coo su?eito2 A articiação dos diversos gruos 6tnicos nesse rocesso 6
di$erenciada não s8 na resistncia ao colonialiso coo ta6 nos diversos
oentos #ist8ricos e 'ue esse con$ronto se realiza di$erentes oentos doonto de vista cronol8gico.2 Assi, a toada de conscincia se rocessa
di$erenciadaente2 O ro?eto revolucion3rio cou ne sere 6 o rograa
estaelecido elo artido as si a reatualização constante de ua
reresentação idealizada ela coletividade 'ue a oiliza e d3 u sentido ao
seu devir coo su?eito2 ;essa aneira o iagin3rio social torna%se intelig7vel e
counic3vel ela rodução dos BdiscursosD, os 'uais e elos 'uais se e$etua a
reunião de reresentaç1es coletivas nua dada linguage2 Keoricaente, ne
sere as BaioriasD articia de $ora te8rica ou r3tica na elaoração dasestrat6gias BnacionaisD, as isto não signi&ca 'ue elas não se identi&'ue co
essas esas estrat6gias2 O discurso nacional ter3 'ue reun7%las e conduz7%las
na luta ela de$esa da sua identidade2 ão soente a revolução $unda ua
sociedade or eio de ua linguage nacional, as esta nação tanto
dinaicaente 'uanto coo linguage reresentaç1es. 6 a ora de todos nos
diversos oentos da #ist8ria2 ;esse odo, a'ueles indiv7duos 'ue
ani$esta deterinadas reresentaç1es de con'uista da dignidade, de
denncias de in?ustiças eso 'ue de $ora aci&sta, não violenta, at6a'ueles 'ue reresenta ua vontade individualizada e essinica, não
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coincidente co o esontane7so das assas 'ue atrav6s da violncia torna
el7cita a sua luta, t necessidade, nu dado oento, de con?ugar as suas
$orças, suerando essa de$asage entre as eress1es de gruos inorit3rios e
a vontade dinica da aioria2 Evocando !artre, não se deve con$undir o
ro?eto ol7tico co a vontade, 'ue 6 ua entidade astrata, ainda 'ue eleossa revestir%se de ua $ora volunt3ria e certas circunstncias2 O
nacionaliso ilica uitas vezes ua ealtação, ua $ora eacerada de,
or eio de coaraç1es co os outros, consider3%los in$eriores e, dessa
$ora, a diensão racial e relação ao outro, o raciso, aarece então coo
ua das eress1es desse nacionaliso eacerado, soretudo na sociedade
colonial doinante2 O e$eito%re/eo, ou se?a, o raciso do colonizado, surge
coo ua resosta iediata e esontnea a essas condiç1es de doinação2
;a esa aneira, a oreza generalizada das assas e a eloração colonial'ue conduze a essa situação de is6ria ode traduzir%se, rincialente
nas assas caonesas, nua situação an3loga de rodução da violncia e de
recusa da doinação nesta situação2 E aos os casos, isto 6, situaç1es
deterinadas tanto elo raciso eacerado 'uanto ela is6ria total e
generalizada das assas caonesas, a conscincia do gruo 6 $ragentada,
di$usa2 Fara Nranz Nanon, a ro8sito, as assas s8 encontra a sua
conscincia lena o 'ue Nanon denoina Bconscincia ol7tica e socialD 'uando
eiste ua sueração da conscincia nacional nacionaliso., 'uando estasencontra u eleento de direção consciente e revolucion3ria, ael
rivilegiado 'ue deve ser assuido or intelectuais2 >iriato da Cruz, or outro
lado, nua entrevista a u ?ornal rasileiro e arço de (<H(, resondendo a
ua ergunta sore a osição do @FA e $ace do raciso das assas
a$ricanas, 'ue surge coo reação ao raciso euroeu, a&ra: BO raciso das
assas 6 o eleento ais dinico do nacionaliso a$ricano2 ão $oos n8s
'ue o criaos2 Ele eiste e virtude da oressão 'ue os a$ricanos t so$rido
durante s6culos e contato co os colonialistas euroeus2 Re?eitar esseeleento coo $ator de luta seria oliticaente errado2 O raciso s8 se
eacera na edida e 'ue o ovo colonizador se o1e 4s asiraç1es de
indeendncia de u ovo colonizado2 ;e resto, os l7deres a$ricanos não são
racistas2 Alguns deles, eso, são casados co ul#eres euro6ias e conta
uitos aigos entre os rancos2 @as o $asciso ortugus, co sua ol7tica de
oressão e violncia, corta todos os nossos ovientos e iede%nos de
esclarec%las as assas2 essas condiç1es, 'ual'uer atitude da arte dos
c#e$es, 'ue ossa arecer ua transigncia ou traição, s8 oderiacoroeter a nossa osição e re?udicar o elã do oviento2D otaos 'ue
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esta a&ração de >iriato da Cruz se aroia uito da id6ia de Nanon sore a
esontaneidade, a ealtação dessa ietuosidade voluntarista das assas e
das iossiilidades e dos liites encontrados or ua direção ao tentar dirigir
esta $ora de conscincia ara ua etaa ais elevada do rocesso2
Entretanto, isto não iede 'ue o es$orço de ediação 'ue o artido ou adireção do artido $aça entre essa esontaneidade das assas e o seu ro?eto
revolucion3rio se realize co di&culdade2
;a Raiz das Coisas 4s ovas Geraç1es
!e o esaço ol7tico destes ?ovens intelectuais era etreaente restrito
devido 4s condiç1es de reressão eistentes, a sua ação, no entanto, $oi
iortante na $oração das novas geraç1es de escritores angolanos2 ;esde as
discuss1es de teas ol7ticos 4 orientação de leituras de cl3ssicos dison7veis
arcara o cotidiano desta relação generacional, coo nos a&rou @3rio
Ant8nio2 en?ain Adala Jnior ?3 nos tin#a ressaltado a continuidade de u
Brocesso 'ue levaria aos valores ideol8gicos e liter3rios da Angola
conteorneaD , 'ue te orige na'uelas ra7zes2 A segunda $ase desse
rocesso e da racionalização da identidade cultural a 'ue estaos nos re$erindo
e 'ue rocede da intelligentzia urana2 !ão eles angolanos, não s8 or re?eição
ao odelo ortugus o 'ue, eora iortante, ainda 6 liitado, as elo
con#eciento da r8ria autonoia, autonoia essa 'ue se d3 e teros do
discurso e do recon#eciento dos seus r8rios valores: as l7nguas, a geogra&a,
as condiç1es eistenciaisP en&, coeça a $orar%se u tecido e 'ue se
a&ra #istoricaente a eistncia e a id6ia de ua autonoia angolana2 o
discurso da intelligentzia, as ta6 aertaente a artir de (<+5+=, não
#3 di$erenças entre os angolanos: todas as $oras, todas as l7nguas, todas as
estruturas contriue ara a $oração de u tecido nacional e não ode or
isso #aver di$erenças entre elas2 Muereos a'ui deiar en$atizada a id6ia de
'ue este 6 u ensaento e u discurso nativista or ecelncia2 ão 6 a
id6ia evidenteente 'ue se $az dos angolanos atrav6s do discurso do
colonizador2 J3 disseos 'ue essa ação do intelectual, 'ue s8 odia ser urano,
tin#a iosto ua dissolução ainda 'ue liitada das conceç1es aertadas das
diversas naç1es etnias.2 E nesse caso e uanda, a caital, e e enguela ?3
eistia u erião de e'uena urguesia searada, elo enos e arte, das
origens regionais2 A iortncia dessa e'uena urguesia 6 $undaental
or'ue ela $oi #istoricaente origada a assuir a resonsailidade da criação
dessa $ase de conscincia nacional2 Então aarece o anteão dos #er8is
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angolanos, arte de u iagin3rio coletivo, 'ue assa a ser reailitados
elos escritores e elos oetas, coo or eelo a rain#a zinga Ginga.,
entre outros2 Esses #er8is coeça a sustituir o B6cran ideol8gico da #ist8riaD
criado elos ortugueses2 L $eita ua recueração da #ist8ria nacional, co a
oilização de #er8is r8rios e, esses, são $re'uenteente, coo no caso darain#a zinga, os #er8is da resistncia contra os ortugueses2 ua $ase
anterior, essa toada de conscincia erion3ria eritira lançar as oeraç1es
da guerra de guerril#a2 E nesse cao ainda conv6 distinguir o 'ue ?3 e
cl3ssico: os ilitantes 'ue rocura aenas servir ao seu gruo Q o tal
BtrialisoD tão reciosaente analisado or Feetela no seu livro B@aoeD
Q
@et3$oras da @ensage e ;ial6tica da atureza Sa 3gina de uandino >ieiraerece nossa atenção coo eelo do discurso da r3is social angolana na
toada de conscincia do ?ove escritor e na $oração das novas geraç1es2
iterariaente, esta 3gina de uuanda ?3 $oi analisada, ressaltando a eelar
an3lise de @aria Aarecida !antilli e A$ricanidade , ?3 dando conta desta
diensão do discurso do autor2 Ferita%se a'ui 'ue se $aça ua analogia entre
a leitura de ;arTin A orige das es6cies. e sua visão dial6tica da natureza
'ue tanto sensiilizou @ar, co as 3ginas antol8gicas de uandino >ieira, 'ue
atrav6s do ca?ueiro nos reete eta$oricaente 4 raiz das coisas, 4 dial6tica
social2 ;iz%nos a dial6tica da natureza de ;arTin, a reseito deste rinc7io de
unidade e continuidade: BK%se reresentado, alguas vezes, so a &gura de
ua grande 3rvore as a&nidades de todos os seres da esa classe, e creio
'ue esta iage 6 assaz ade'uada so certos ontosD2 ;iz%nos uandino >ieira
a reseito da'ueles esos rinc7ios da unidade e continuidade.: BO &o da
vida 'ue ostra o 'u, o coo das conversas, eso 'ue est3 odre não
arte2 Fuando%l#e, eendando%l#e, sere a gente encontra u rinc7io nu
s7tio 'ual'uer, eso 'ue esse rinc7io 6 o & doutro rinc7io 222. e a
analogia co a 3rvore B222. L assi coo u ca?ueiro, u au vel#o e o
222.D2 ;escreve%nos ;arTin os asectos 'ue o1e as geraç1es vel#os e
novos. na 3rvore da vida: BAs i$urcaç1es do tronco divididas entre grossos
raos, e estes entre raos enos grossos e ais nuerosos, tin#a outrora
'uando a 3rvore era nova, aenas rai&caç1es, co reentos: ora, esta
analogia entre os vel#os e os novos 222. reresenta e a classi&cação de
todas as es6cies etintas e vivas e gruos suordinados a outros gruosD2
Analogicaente, uandino escreve: B222. e os troncos grossos, tortos,
recurvados, istura%se, cresce uns ara cia dos outros, nasce%l#e
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&l#otes ais novos, estes $arica ua teia de aran#a e cia dos ais
grossos 222.De ais adiante: B222. a 3rvore vive sere co os outros grossos
&l#os dos troncos ais vel#os agarrados ao ai gordo e esetado na terra2 For
&, ;arTin sintetiza eelarente esta relação entre
geraç1esunidadecontinuidade orte e vida, do onto de vista iol8gico.:BJulgo eu 'ue geração atua igualente ara a grande 3rvore da vida, cu?os
raos ortos e 'uerados são seultados nas caadas de crosta terrestre,
en'uanto 'ue as suas suntuosas rai&caç1es, sere vivas e incessanteente
renovadas, core a suer$7cie2D ;e igual odo, eelar na sua a$ricanidade,
uandino descreve%nos oeticaente este rinc7io da $orça vital: B222. e vez
de continuar descer no cain#o da raiz 4 rocura do rinc7io, deie o
ensaento correr no &, no $ruto, 'ue 6 outro rinc7io e vão dar encontro
co a castan#a, ela ?3 rasgou a ele seca e escura e as etades verdes arecoo u $ei?ão e u e'ueno au est3 nascer deaio da terra co ei?os da
c#uva2 O &o da vida não $oi artido2 @ais ainda: se 'uere outra vez voltar no
$undo da terra elo cain#o da raiz, na vossa caeça vai aarecer castan#a
antiga, ãe escondida desde au de ca?us 'ue derruara as &l#a enterrada
doutro au2 222. L reciso dizer u rinc7io 'ue se escol#e: costua se
coeçar, ara ser ais $3cil, na raiz das coisas 222.D2 Esta releitura do teto de
uandino te ara n8s u novo sentido ao associar%os 4 luta ela unidade e
continuidade de deterinados rinc7ios de identidade e a&ração cultural eol7tica2 A geração de 50 ode ser u dos raos ou troncos no cain#o da raiz
das coisas2 A luta contra o oder di$uso da an6sia ou da e8ria institucional
e suer&cial arca este cain#o de encontro 4 raiz ou 4 $onte onde todos
eeos2 Esta e8ria necess3ria 6, coo e disse, nosso oeta aior #o?e,
Ru ;uarte: BSa e8ria a ter%se
as não a'uela 'ue o $uturo ieçaD
Centro de Estudos A$ricanos e Centro de Estudos Fortugueses da S!F
@ensage2 nU),* e + outuro de (<5( ?aneiro%aril (<5)2 3g2*+ overo
nU<+, outuro de(<=H 2+
alandier, Georges V ;inicas !ociais, !entido e oder, !2F2,;i$el,(<-H 2(-+
Andrade, @3rio Finto V Antologia Ke3tica de Foesia A$ricana2 a noite gr3vida
de un#ais2 isoa, !3 da Costa, (<-52
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@auss, @arcel V !ociologia e Antroologia, vol2 II., !ão Faulo, E2F2S2WE;S!F2
(<-+
Castoriadis, Cornelius V A Instituição Iagin3ria da !ociedade, R2J2, Ed2 Faz e
Kerra2 (<=) 2 <+%<=
Angola atrav6s dos tetos, !ão Faulo Editora Nelan%Rgo, (<H)2 Adala Jr2,
en?ain2 Agostin#o eto e a o6tica do caderno "Foesia egra de Eressão
Fortuguesa" in "etras e etras", nU 5), Forto, - de Agosto (<<(2
!antilli, @aria Aarecida V A$ricanidade, Contornos iter3rios, !2F2 Ed2
Xtica,(<=52
Carval#o, Ru ;uarte de V Y3ito da Kerra, Foesia, uanda, Snião dos EscritoresAngolanos, (<==2
er 9533 vezes