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ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE PEGADA HÍDRICA EM SISTEMAS DE MANUFATURA: ESTADO DA ARTE E TENDÊNCIAS Thamiris Linhares Marques [email protected] Diogo Aparecido Lopes Silva [email protected] Maria Cléa Brito de Figueirêdo [email protected] Larissa Raquel Matias Menussi [email protected] A pegada hídrica (PH) é uma ferramenta utilizada para quantificar e avaliar os impactos hídricos gerados dentro de uma cadeia produtiva. O uso não racional da água pode ocasionar impactos de escassez hídrica, eutrofização, toxicidade humana, acidificação e prejudicar os ecossistemas. Assim, o objetivo deste artigo foi realizar uma análise bibliométrica sobre a produção científica relacionada a PH em sistemas de manufatura. A pesquisa caracterizou-se como pesquisa exploratória, realizada por meio da análise bibliométrica. Foi utilizado o software HistCite para responder quais são os principais autores, as instituições de pesquisa, e as revistas que mais abordam esse tema, além da análise das citações de cada artigo mapeado. Ao todo, foram mapeados 49 artigos na base de dados Web of Science, e os resultados mostram que nos últimos anos vêm crescendo as pesquisas acerca dos impactos hídricos, porém, ainda são poucas as abordagens dentro dos sistemas de manufatura. A ferramenta de PH com maior aplicação foi a Water Footprint Network (WFN). A Itália, foi o país com maior número de publicações. A instituição Commonwealth Scientific Industrial Research Organisation (CSIRO), da Austrália e o pesquisador australiano Ridoutt B.G apresentaram o maior número de artigos publicados, e a revista Journal of Cleaner Production foi o principal veículo de publicação de estudos de PH em sistemas de manufatura. Por fim, o Brasil mostrou-se pouco expressivo na pesquisa, com apenas 4% dos artigos identificados, o que pode estar XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil” Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018.

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ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE

PEGADA HÍDRICA EM SISTEMAS DE

MANUFATURA: ESTADO DA ARTE E

TENDÊNCIAS

Thamiris Linhares Marques

[email protected]

Diogo Aparecido Lopes Silva

[email protected]

Maria Cléa Brito de Figueirêdo

[email protected]

Larissa Raquel Matias Menussi

[email protected]

A pegada hídrica (PH) é uma ferramenta utilizada para quantificar e avaliar

os impactos hídricos gerados dentro de uma cadeia produtiva. O uso não

racional da água pode ocasionar impactos de escassez hídrica, eutrofização,

toxicidade humana, acidificação e prejudicar os ecossistemas. Assim, o

objetivo deste artigo foi realizar uma análise bibliométrica sobre a produção

científica relacionada a PH em sistemas de manufatura. A pesquisa

caracterizou-se como pesquisa exploratória, realizada por meio da análise

bibliométrica. Foi utilizado o software HistCite para responder quais são os

principais autores, as instituições de pesquisa, e as revistas que mais

abordam esse tema, além da análise das citações de cada artigo mapeado.

Ao todo, foram mapeados 49 artigos na base de dados Web of Science, e os

resultados mostram que nos últimos anos vêm crescendo as pesquisas acerca

dos impactos hídricos, porém, ainda são poucas as abordagens dentro dos

sistemas de manufatura. A ferramenta de PH com maior aplicação foi a

Water Footprint Network (WFN). A Itália, foi o país com maior número de

publicações. A instituição Commonwealth Scientific Industrial Research

Organisation (CSIRO), da Austrália e o pesquisador australiano Ridoutt B.G

apresentaram o maior número de artigos publicados, e a revista Journal of

Cleaner Production foi o principal veículo de publicação de estudos de PH em

sistemas de manufatura. Por fim, o Brasil mostrou-se pouco expressivo na

pesquisa, com apenas 4% dos artigos identificados, o que pode estar

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associado ao fato do país se destacar mais no setor de agronegócio, e menos

no de manufatura. Logo, a produção cientifica sobre PH está mais atrelada

ao setor primário, e mais pesquisas com foco também na indústria de

manufatura são desejáveis para cobrir esta lacuna.

Palavras-chave: Avaliação do Ciclo de Vida, Pegada hidrica, Manufatura,

Revisão bibliográfica sistemática

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1. Introdução

A avaliação do ciclo de vida (ACV) serve para avaliar os aspectos e os impactos ambientais

potenciais gerados ao longo do ciclo de vida de um processo, produto ou serviço. A ACV

segue as seguintes etapas metodológicas: definição de objetivo e escopo, análise do inventário

do ciclo de vida (ICV), avaliação do impacto do ciclo de vida (AICV) e interpretação

(International Organization for Standardization - ISO, 2006 a, b).

Recentemente foi incluída a abordagem da Pegada Hídrica (PH) dentro do contexto de ACV.

Essa inclusão tem por objetivo mensurar e avaliar os impactos hídricos gerados dentro de uma

cadeia produtiva relacionados ao uso da água. Os aspectos de uso da água e da sua poluição

podem acarretar em diversos impactos ambientais como: escassez hídrica, eutrofização de

mananciais, toxicidade humana, acidificação e outros que podem afetar diretamente a vida

humana e o ecossistema local (BOULAY et al., 2015).

Há cerca de cinco anos, foi feito o lançamento da normativa ISO 14046:2014 que aborda a

avaliação da PH dentro do ciclo de vida de um produto. Essa norma tem por finalidade

identificar, quantificar e minimizar os hotspots ambientais na busca por sugestões de

melhorias de cunho ambiental.

Dentro da avaliação dos impactos hídricos três metodologias têm sido utilizadas: o método de

quantificação volumétrica desenvolvido pela Water Footprint Network (WFN) (HOEKSTRA

ET AL. 2011); o método descrito nas normativas ISO 14040:2006 e ISO 14044:2006 que

aplica a ACV para avaliar diversos impactos, dentre eles os hídricos; e a ISO 14046:2014 que

foi desenvolvida especificamente para avaliação da PH.

Segundo Hoekstra et al. (2011) o WFN foca na quantificação volumétrica de água consumida

durante o ciclo de vida de um produto, não abordando os impactos oriundos desse consumo.

Nessa abordagem, a PH pode ser dividida em: água verde (água da chuva não escoada), água

azul (água superficial e/ou subterrânea retida para uso, que não retorna ao local de captação) e

água cinza (efluente líquido ou água necessária para diluir poluentes antes de seu retorno aos

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padrões de qualidade estabelecidos).

Já a normativa ISO 14046:2014 além de quantificar os fluxos de água, também considera os

impactos ambientais gerados pelo seu uso direto ou indireto no ciclo de vida do processo,

produto ou serviço (BOULAY et al., 2017). Os impactos analisados referem-se a alterações na

quantidade e na qualidade de água dentro de um sistema. Porém, essa norma permite o estudo

da pegada focado em uma categoria de impacto específica, relacionada a água, requerendo que

seja descrito explicitamente essa abordagem já no nome do estudo. Exemplificando, estudos de

pegada hídrica focados em escassez hídrica devem ser denominados “pegada de escassez

hídrica”.

Segundo Hoekstra et al (2011), são poucas as informações existentes hoje sobre a aplicação da

avaliação da PH em processos industriais e são limitadas as avalições de impactos provenientes da

sua utilização na manufatura, sendo que a maior parte dos estudos acadêmicos apresentam

aplicações com foco no agronegócio. Assim, o objetivo deste artigo é realizar uma revisão

bibliográfica sistemática (RBS) sobre a produção científica relacionada a PH em sistemas de

manufatura.

O principal interesse foi conhecer os estudos que aplicaram as abordagens da ACV, WFN ou

a ISO 14046:2014 em sistemas de manufatura. A revisão bibliográfica buscou identificar

quais são os principais autores, as universidades e os centro de pesquisa onde o tema de PH

mais está sendo estudado, quais as revistas científicas que mais publicam sobre o tema, os

principais países com artigos publicados na área, e classificar quais foram os artigos mais

relevantes dentro da temática de estudo, com base no número de citações de cada artigo

mapeado.

2. Materiais e métodos

A pesquisa caracterizou-se como exploratória. Normalmente, esse tipo de pesquisa implica na

realização da revisão da literatura e da revisão documental, com o objetivo de gerar

informações sobre o tema de estudo (GIL, 2008). Para isso, foi feita uma análise

bibliométrica, que consiste no mapeamento, estudo e análise da literatura existente e da sua

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relevância sobre o conceito ou ideia estudado (BRERETON et al., 2007). A Figura 1 mostra o

fluxograma das etapas e das atividades que foram realizadas para condução desta pesquisa.

Figura 1 – Fluxograma das atividades realizadas na pesquisa bibliométrica

Para realização da RBS, inicialmente foi feita a definição do objetivo da pesquisa e quais os

parâmetros que seriam aplicados para o levantamento bibliográfico. Para definir os

parâmetros foi necessário estabelecer a base de dados para busca de materiais bibliográficos,

o período de análise das publicações, o idioma e os tipos de documentos a serem consultados

(artigos em revistas, anais de eventos).

A metodologia aplicada teve como principal objetivo mensurar e avaliar a produção

bibliográfica na temática de PH em sistemas de manufatura. Por meio disso, buscou-se

responder as seguintes perguntas: quais são os principais autores, as instituições de pesquisa, e

as revistas que mais abordam o tema estudado. Além disso, foi analisada a participação do

Brasil dentro da amostra de artigos mapeados e as principais tendências relacionadas ao uso

da PH em sistemas de manufatura.

A base de dados escolhida foi a Web of Science (WoS), e o período de análise foi de todos os

artigos publicados até abril de 2018. Outros parâmetros definidos foram materiais escritos na

língua inglesa e os tipos de documento limitou-se a “articles” e “proceedings paper”. Depois

Fonte: Elaborado pelo autor

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disso, foi realizada a busca pelas palavras chaves mais utilizadas para mapear as publicações. Para

definir as palavras chave foi realizada a leitura prévia de artigos relevantes no contexto, que

resultou em: “life cycle assessment”; “LCA” “water footprint”; “WFN”, “manufacturing” e

“industry”.

Dessa forma, os dados de entrada para busca compuseram a seguinte string: ("Life Cycle

Assessment" OR "LCA") AND ("water footprint" OR "WFN”) AND ("manufacturing" OR

"industry"). Refinado por: Idiomas: (ENGLISH) AND Tipos de documento: (ARTICLE OR

PROCEEDINGS PAPER) Tempo estipulado: Todos os anos. Índices: SCI-EXPANDED, SSCI,

A&HCI, CPCI-S, CPCI-SSH, ESCI., que totalizou em 49 artigos.

A etapa de qualificação dos artigos foi iniciada com a leitura do título e do resumo (abstract)

dos 49 artigos identificados. Nessa etapa foi criada uma base de dados em planilha eletrônica

contendo o título do artigo, os autores, o método de PH utilizado, o processo ou produto

avaliado e a localização (país de origem) da pesquisa. Além da planilha eletrônica, foi

utilizado o software Mendeley para o fichamento dos materiais, visando destacar os principais

pontos fortes e fracos (limitações) de cada artigo.

Depois disso, foi feita a análise da situação atual (estado da arte) sobre o tema estudado a

partir das estatísticas de bibliometria. Para esta avaliação, foi utilizado o software HistCite. O

HistCite é uma ferramenta que auxilia no mapeamento de pesquisas e análise das citações.

O HistCite foi utilizado para analisar a quantidade de citações que os artigos analisados

obtiveram até o momento. Para essa mensuração, foi utilizado o indicador Global Citation

Scores (GCS), que quantifica o número de citações que determinado artigo possui dentro da

base de dados WoS. Outro indicador utilizado foi o Local Citation Scores (LCS), que

representa a quantidade total de citações que determinado artigo obteve dentro da própria

amostra de artigos (BARREIRO, 2015).

3. Resultados e discussão

3.1 Caracterização geral dos artigos mapeados

A evolução história das publicações dentro da temática estudada pode ser observada na Figura

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2. Nela, pode-se notar que a abordagem da PH em processos industriais vem crescendo nos

últimos anos. Segundo a Confederação Nacional da Industria – CNI (2013) as alterações dos

recursos hídricos podem afetar a sua quantidade e qualidade, e afetar diretamente a atividade

industrial, visto que a água é um recurso essencial para as atividades fabris, seja por meio do

seu uso direto (composição de produtos e materiais) ou indireto (limpeza de máquinas,

utilização em caldeiras a vapor, etc.). Assim, diante da tendência mundial de uso cada vez

maior da água nas atividades produtivas, estudar formas para se evitar a escassez hídrica tem

sido um tema em ascensão na literatura, o que pode explicar a crescente evolução da produção

cientifica sobre PH na Figura 2.

Figure 2 – Evolução histórica das publicações sobre PH em processos produtivos industriais dentro da RBS

Fonte: Elaborado pelo autor

A temática sobre mensuração volumétrica de água incorporada a um produto surgiu na

metade da década de 90, sobre o conceito da água virtual (ALLAN, 1998). Na base de dados

da WoS, o primeiro artigo que aborda esse tema foi publicado no ano de 1998, mas os últimos

três anos foram publicados quase 40% dos materiais sobre essa temática. Já o conceito de

pegada hídrica (PH) surge na base da WoS somente no ano de 2007 (HOEKSTRA;

CHAPAGAIN, 2007) e os últimos três anos representam mais de 50% do total de publicações

mapeadas.

Para melhor compreensão das metodologias aplicadas, foi feita a leitura dos métodos adotados

nos 49 artigos selecionados. Em seu escopo a ISO 14046:2014 especifica que a norma foi

baseada na ACV. Anteriormente a existencia dessa normativa, os impactos do uso da água

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eram avaliados por meio de estudos ACV que contemplavam categorias relacionadas ao

consumo e/ou poluição hídrica, associando-se ou não à abordagem volumétrica da WFN,

como pode ser verificado na Figura 3.

A principal diferença entre essas duas abordagens é quanto a análise e avaliação dos impactos.

A ISO 14046:2014 é uma metodologia recente que além de mensurar o volume de água numa

atividade, avalia também os impactos gerados por esse uso. A abordagem WFN foca apenas

na mensuração da quantidade de água destinada a um produto ou processo, seja para consumo

seja para diluição de poluentes oriundos de efluentes líquidos (PFISTER et al., 2017).

Figure 3 - Métodos de PH abordados nos 49 artigos selecionados

Fonte: Elaborado pelo autor

Dos 49 artigos selecionados, dez deles não abordam aplicação em setores produtivos, eles

tratam do desenvolvimento de novas metodologias e comparações de métodos de PH, sendo,

portanto, excluídos da análise da Figura 3.

A Tabela 1 relaciona os setores produtivos que abordam a PH.

Tabela 1 – Relação dos setores produtivos com aplicação da PH

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Cadeia Produtiva N° artigos Percentual

Bioenergia e bicombustíveis 7 18%

Cadeia produtiva papeis 4 10%

Cadeia produtiva vinho 4 10%

Cadeia produtiva tomates 3 8%

Cadeia produtiva de leite 3 8%

Alimentos prontos 2 5%

Cadeia produtiva de azeite 2 5%

Cadeia produtiva carne 2 5%

Máquinas e equipamentos 2 5%

Materiais construção civil 2 5%

Cadeia produtiva de mineração 2 5%

Cadeia produtiva de baterias 1 3%

Cadeia produtiva plástico 1 3%

Combustíveis fosséis 1 3%

Produtos a base de café 1 3%

Produção de tecidos - seda 1 3%

Tratamento de efluentes 1 3%

Fonte: Elaborado pelo autor

Os principais setores de aplicação das metodologias de PH e avaliação de impactos foram os

de: bioenergia e biocombustíveis (energia solar, biomassa, bioetanol) – com sete artigos; de

papéis e de vinhos – com quatro artigos; de tomates, e de leite e derivados – com três artigos

cada. Os demais setores se mostraram menos expressivos na análise, somados representando

46% da amostra de artigos estudados.

A cadeia produtiva de bioenergia e biocombustíveis, de vinhos, de leite e derivados e de

tomate correspondem a 54% dos artigos que aplicaram a avaliação da PH. A maior

participação da PH dentro da cadeia de bioenergia e biocombustíveis pode ser justificada por

se tratar de processos que visam alcançar alternativas mais sustentáveis para substituição ou

melhoria dos modelos convencionais de produção, ainda baseados, em geral, apenas no uso de

combustíveis fosseis. Além disso, o setor de energia pode ser considerado como estratégico

em qualquer nação, o que contribui para seu destaque entre os demais. Já a aplicação da PH

na produção de vinhos, leite e derivados, e tomates apresentam forte ligação com a produção

agropecuária, a mais abordada nos estudos de PH, uma vez que o setor agropecuário demanda

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cerca de 70% de água doce mundialmente utilizada nas atividades de produção

(BORGHETTI et al., 2017).

Entre os artigos de aplicação da PH na cadeia de bioenergia e biocombustíveis podem-se

encontrar diferentes enfoques como: ARGO (2013) que direciona seu estudo para PH na

cadeia de biocombustíveis a partir do milho; COLLOTTA et al. (2018) analisa os impactos

ambientais e hídricos da biomassa de algas para produção de biocombustíveis e PAN et al.

(2016) que analisa alguns impactos ambientais e hídricos em uma biorrefinaria através da

abordagem ACV. Os estudos da PH na produção de papeis também consideram diferentes

cenários, ZHANG (2015) avalia qual o ponto mínimo da PH associado a resistência do

material e encontra um valor entre 2500 - 2750 m³/ton de papel; MANZARDO et al (2014)

analisa os cenários de alguns países para minimizar a PH e os custos relacionados ao consumo

de polpa de celulose, o melhor resultado para PH foi o suprimento brasileiro com 1008 m³/

ton de eucalipto. Já os artigos aplicados na indústria de vinhos seguem uma mesma linha de

pesquisa, em três dos quatros estudos utiliza-se a abordagem da WFN e em ambos a produção

das uvas representou mais de 90% da PH total e a demanda de água consumida variou entre

504 a 632 L/garrafa de vinho (0,75 L).

3.2 Caracterização dos países e das instituições de pesquisa

Quando analisados os locais com publicações sobre PH, foram identificados 25 países

distintos. Os Estados Unidos participam na publicação de 11 artigos (sendo o país com maior

participação nessa temática). A Itália e a China estão na publicação de oito artigos científicos

cada um. Em seguida, tem-se a Austrália na publicação de sete artigos, a Alemanha em cinco

e a Suíça em quatro artigos. Já o Brasil, a Inglaterra, Espanha e Taiwan contribuíram com três

artigos cada. A França, o Japão, a Holanda, a Romênia e a Suécia contribuíram com dois

artigos cada, seguidos pelo Canadá, Egito, Índia, Irã, Malásia, México, Polônia, Correa do Sul

e Tailândia com apenas um artigo cada.

Globalmente, os países localizados na Europa desenvolveram mais pesquisas sobre a

aplicação de PH em processos industriais, com participação em 32 dos artigos. A Itália é

responsável por 25% do desenvolvimento desses estudos, seguida pela Alemanha, que se

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envolveu em 16% das pesquisas analisadas. O continente asiático participou dos estudos de

19 dos artigos selecionados, sendo a China o país que lidera as publicações, com 42% da

representação continental. Quando analisada a América do Norte, os Estados Unidos são

responsáveis por 85% dos estudos sobre PH em cadeias produtivas. A Austrália representa

sozinha a Oceania com sete artigos, e o Brasil representa a América do Sul sozinho em três

publicações. A África e América Central não apresentaram artigos sobre PH na pesquisa

realizada.

Os resultados mostram a necessidade de uma maior iniciativa para o desenvolvimento da

temática de PH mundialmente, principalmente na América Central, na América do Sul e na

África. A Figura 4 apresenta o percentual de publicações de artigos dentro da temática de

estudo por continente.

Figure 4 – Percentual de participação continental dos artigos analisados

Fonte: Elaborado pelo autor

Para concluir, os locais onde a temática é mais estudada também podem ser analisados em

nível das instituições com maiores publicações dentro da área. No total, foram identificadas

63 organizações, sendo a Commonwealth Scientific Industrial Research Organisation CSIRO,

localizada na Austrália, a maior representante, com sete registros de artigos, o que representa

14% do total das publicações mapeadas. Em seguida, duas organizações americanas, a United

States Department Of Energy Doe, a University of California System, e a instituição italiana

University of Perugia, apresentam, respectivamente, três registros cada (Tabela 2).

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Tabela 2 – Instituições com maiores representatividades de pesquisa dentro dos artigos analisados

Fonte: Elaborado pelo autor

3.3 Caracterização da autoria do número de citações dos artigos

Os autores com maior participação dentro da amostra de artigos selecionados foram: Ridoutt

B.G. com participação em seis trabalhos, depois os autores Asdrubali F., Bonamente E. e

Scrucca F., que desenvolveram três trabalhos cada um deles. A Tabela 3 mostra o percentual

de participação desses autores dentro do grupo amostral, e o índice Total Local Citation Score

(TLCS), que representa a quantidade de citações que cada autor obteve dentro da amostra de

artigos em análise.

Quando analisadas a quantidade de citações globais dos autores participantes, Ridoutt B.G.

também é o mais citado, seguido pelos autores Orr S. e Chapagain A. K. A Tabela 4 mostra o

indice Total Global Citation Score (TGCS), que representa a quantidade de citações dentro do

WoS que eles apresentam até o momento.

Instituição País N° artigos Percentual

Commonwealth Scientific Industrial Research

Organisation CSIROAustrália 7

14%

United States Department of Energy Doe Estados Unidos 3  6%

University of California System Estados Unidos 3  6%

University of Perugia Itália 3  6%

Tabela 3 - Participação em artigos e índice TLCS

Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 4 - Participação em artigos e índice TGCS

Autores País de origem N° artigos TLCS

Ridoutt BG Austrália 6 9

Asdrubali F Itália 3 6

Bonamente E Itália 3 6

Scrucca F Itália 3 6

Autores País de origem N° artigos TGCS

Ridoutt BG Austrália 6 221

Orr S Reino Unido 2 139

Chapagain AK Reino Unido 1 120

Bellotti B Austrália 2 85

Page G Austrália 2 85

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Para a interpretação da citações e co-citações existentes dentro da amostra de artigos

selecionadas foi utilizado software HistCite como ferramenta de apoio. Nesta etapa,

analisaram-se os artigos que apresentaram os maiores índices de citações nas seguintes

indicações: Global Citation Scores (GCS) e Local Citation Scores (LCS). Esses dois índices

representam a importância/relevância de um artigo dentro do tema em estudo.

Na Tabela 5 estão apresentados os artigos com maior número de citações globais pelo índice

GCS. Do grupo de artigos mais citados, CHAPAGAIN; ORR, (2009), RIDOUTT; PFISTER

(2013) e (PAGE; RIDOUTT; BELLOTTI, 2012), são os mais representativos nesse índice. O

artigo (CHAPAGAIN; ORR, 2009) possui aproximadamente o dobro de citações globais se

comparado ao artigo de (RIDOUTT; PFISTER, 2013) e (PAGE; RIDOUTT; BELLOTTI, 2012).

Quanto ao índice LCS, três artigos se destacam com quatro citações locais (LCS) cada:

(RIDOUTT; SANGUANSRI; HARPER, 2011); (GU et al., 2015); e BONAMENTE et al.,

(2015). Os seis artigos que apresentaram a maior quantidade de citações podem ser

observados na Figura 5. Entre eles A revista Journal of Cleaner Production aparece como o

principal veículo de publicação de estudos de PH em sistemas de manufatura.

Fonte: Elaborado pelo autor

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Fonte: Elaborado pelo autor – Software Histcite

Tabela 5 - Artigos com maior número de citações dentro do grupo amostral e maior número de citações globais

ARTIGOS AUTORES JOURNAL LCS GCS

1 An improved water footprint methodology linking global

consumption to local water resources: A case of Spanish tomatoes

Chapagain AK, 2009 Journal of environmental

management

3 120

5 Fresh tomato production for the Sydney market: An evaluation of

options to reduce freshwater scarcity from agricultural water use

Page G, 2011 Agricultural water

management

3 26

6 Comparing Carbon and Water Footprints for Beef Cattle

Production in Southern Australia

Ridoutt BG, 2011 Sustainability 4 28

8 Carbon and water footprint tradeoffs in fresh tomato production Page G, 2012 Journal of cleaner

production

3 59

10 A new water footprint calculation method integrating consumptive

and degradative water use into a single stand-alone weighted

indicator

Ridoutt BG, 2013 International journal of

life

3 61

13 Integration of water footprint accounting and costs for optimal

chemical pulp supply mix in paper industry

Manzardo A, 2014 Journal of cleaner

production

3 28

19 Calculation of water footprint of the iron and steel industry: a case

study in Eastern China

Gu YF, 2015 Journal of cleaner

production

4 20

21 The Water Footprint of the Wine Industry: Implementation of an

Assessment Methodology and Application to a Case Study

Bonamente E, 2015 Sustainability 4 8

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 5 - Mapa da relação de citações dos artigos analisados

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15

Conclusão

Os últimos três anos representam mais de 50% do total de publicações no contexto de PH. A

ferramenta aplicada na maioria dos artigos foi a WFN, isso se justifica por ser uma

metodologia desenvolvida anteriormente a metodologia da ISO 14046:2014. A cadeia

produtiva de bioenergia e biocombustíveis, de vinhos, de leite e derivados e de tomate,

representaram mais da metade das publicações sobre o tema em indústrias de manufatura.

O continente europeu é responsável pelo maior número de publicações dentro do tema

estudado. Na amostra de artigos não houve pesquisas encontradas na América Central e nem

na África, e a América do Sul ficou com a menor participação continental quando comparada

aos outros continentes com produção bibliográfica na temática. A instituição australiana,

Commonwealth Scientific Industrial Research Organisation – CSIRO foi responsável pelo

desenvolvimento da maior parte das pesquisas mapeadas.

O autor com maior participação dentro da amostra de artigos foi Ridoutt B.G., com seis

trabalhos publicados, sendo também o autor com maior número de citações GCS. O artigo

com maior número de citações globais foi (CHAPAGAIN; ORR, 2009). Já artigos que

apresentaram maior relevância de citação dentro do grupo amostral, isto é, com maior LCS

foram: RIDOUTT; SANGUANSRI; HARPER (2011); GU et al. (2015) e BONAMENTE et

al. (2015) com quatro citações cada.

Portanto, os resultados desta análise bibliométrica mostram que há uma crescente evolução no

número de pesquisas que abordam os impactos sobre os recursos hídricos, contudo, ainda são

poucas as aplicações da PH no setor de manufatura.

Também foi possível medir a pequena participação do Brasil na implantação da PH em

sistemas de manufatura, o que sinaliza uma grande oportunidade de estudos nesse contexto. A

participação brasileira foi de apenas 4% dos artigos mapeados, e isso pode estar relacionado

ao fato dos estudos de pegada hídrica ainda estarem restritos a aplicações no setor de

agropecuária do país. Logo, mais pesquisas com enfoque de estudar a PH em sistemas de

manufatura são desejáveis.

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Na indústria de manufatura, destaca-se o emprego da PH nos processos de produção de

biocombustíveis e bioenergia, de papeis e de vinho, que envolvem, portanto, processos de

transformação química e de produção alimentícia, no caso do vinho. Nesses três tipos de

indústria, as mudanças na quantidade e na qualidade da água são relevantes e devem ser

analisadas para redução dos potenciais impactos hídricos. A produção de biocombustíveis e

de papeis são realizadas de forma contínua, ou seja, a entrada da matéria prima e a saída do

produto final ocorre continuamente. A produção de vinhos é realizada por batelada ou lotes,

que se caracteriza por pequenos ciclos de produção que se inicia assim que o processo anterior

é finalizado, e são recarregados continuamente em curtos intervalos de tempo. Quanto a

caracterização da estocagem, essas três indústrias podem ser definidas como make-to-stock

(MTS), uma vez que a produção é direcionada para estoque com base na previsão de demanda.

Portanto, percebe-se que a tipologia dos sistemas produtivos mais susceptíveis ao estudo da

PH são processos de produção em massa, e com destaque para produtos feitos à base d´água

(vinhos) ou que necessitam do uso direto da água na produção (papel, combustíveis).

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