ANÁLISE DE ADAPTAÇÕES DE FORMAS FARMACÊUTICAS …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA JULIA SILVA DO NASCIMENTO ANÁLISE DE ADAPTAÇÕES DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS EM UNIDADES DE CUIDADO NEONATAL NATAL/RN 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

JULIA SILVA DO NASCIMENTO

ANÁLISE DE ADAPTAÇÕES DE FORMAS FARMACÊUTICAS

SÓLIDAS EM UNIDADES DE CUIDADO NEONATAL

NATAL/RN

2021

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JULIA SILVA DO NASCIMENTO

ANALISE DE ADAPTAÇÕES DE FORMAS FARMACÊUTICAS

SÓLIDAS EM UNIDADES DE CUIDADOS NEONATAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Farmácia, do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Orientadora: Prof. Dra. Waldenice de Alencar de Morais Lima

Coorientadora: Farm. Esp. Michelle Silva Nunes

NATAL/RN

2021

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Nascimento, Julia Silva do.

Análise de adaptações de formas farmacêuticas em unidades de cuidados neonatais / Julia Silva do Nascimento. - 2021.

27f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação em Farmácia) -

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências

da Saúde, Departamento de Farmácia. Natal, RN, 2021.

Orientadora: Waldenice de Alencar Morais Lima.

1. Preparações farmacêuticas - TCC. 2. Recém nascido - TCC. 3.

Segurança do paciente - TCC. I. Lima, Waldenice de Alencar

Morais. II. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 615.03

Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263

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JULIA SILVA DO NASCIMENTO

ANÁLISE DE ADAPTAÇÕES DE FORMAS FARMACÊUTICAS

SÓLIDAS EM UNIDADES DE CUIDADOS NEONATAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Farmácia, do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Orientadora: Profa. Dra. Waldenice de Alencar Morais Lima

Coorientadora: Farm. Esp. Michelle Silva Nunes

__________________________________

Profa. Waldenice de Alencar Morais Lima, Dra. – DFAR/CCS/UFRN

Prof.(a) Orientador(a)

___________________________________

Juliana Fernandes de Carvalho, Dra – MEJC/EBSERH

Membro titular 1

___________________________________

Anna Christina do Nascimento Granjeiro Barreto, Dra - Setor/EBSERH

Membro titular 2

___________________________________

Júlia Silva do Nascimento, - Discente Curso Farmácia/UFRN

Natal-RN, 27 de agosto de 2021.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que esteve comigo e me guiou em todos os momentos, em todas as escolhas, nos lugares e nas pessoas que se aproximaram de mim, de maneiras que nem eu mesma pude enxergar.

Ao meu pai Edmilson, minha mãe Gorette e meu irmão Joaquim, que é de onde vem todo meu amor, minha força e motivação, que confiam e me apoiam em qualquer decisão.

A professora Waldenice e a farmacêutica Michelle, e todos os integrantes do nosso grupo de pesquisa, pelos ensinamentos, a disposição e as contribuições durante todo o período do estudo.

A todos os meus amigos, os que contribuíram diretamente e indiretamente durante toda minha jornada acadêmica, em especial Georgia, Lissa e Pollyana.

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RESUMO

As condições fisiopatológicas e a indisponibilidade de medicamentos específicos para a pediatria resultaram na constante transformação de formas farmacêuticas sólidas, como comprimidos ou cápsulas, em preparações extemporâneas. Mesmo a RDC Nº 67, de 8 de outubro de 2007 regulamentando as condições de infraestrutura e manipulação de medicamentos nos hospitais e atribuindo ao farmacêutico a sua responsabilidade, muitos hospitais ainda anuem à enfermagem a prática de adaptar formas farmacêuticas. Diante dos riscos e custos associados à manipulação inadequada de medicamentos para neonatos, esse estudo teve como objetivo analisar o perfil de adaptação de formas farmacêuticas sólidas para neonatologia em uma maternidade terciária, de modo a discutir o impacto econômico e segurança do paciente no contexto da RDC Nº 67/2007. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e analítico, cuja coleta de dados foi realizada através do AGHU, contendo os pacientes internados na UTIN e na UCIN em 2018. Foram coletados todos os medicamentos sólidos prescritos que sofreram transformação e analisados o perfil e o custo dessas adaptações com base no Banco de Preços em Saúde (BPS). Para fins comparativos, foi simulado o custo dessas preparações extemporâneas em uma sala de unitarização e um outro, com a terceirização dessas fórmulas magistrais. Dos 658 neonatos, 108 (16,4%) utilizaram a adaptação de comprimidos conforme sumário de prescrição, contabilizando um total de 9115 doses administradas, com a maior demanda atribuída a medicamentos para o tratamento de distúrbios do sistema cardiovascular. Com a simulação de custo com as fórmulas magistrais terceirizadas e as extemporâneas na sala de unitarização, esta última foi a que geraria o maior impacto econômico no serviço (redução de 57% dos gastos). Além da economicidade, o fator mais importante é a segurança do paciente pela preparação das suspensões extemporâneas centralizadas no serviço da farmácia. Com isso, o estudo conseguiu identificar o perfil das adaptações de formas farmacêuticas sólidas na maternidade terciária, e inferir que a implantação de uma sala de unitarização para a manipulação das preparações extemporâneas na neonatologia, é viável do ponto de vista econômico e segurança do paciente. Palavras-chave: Preparações farmacêuticas. Recém-nascido. Segurança do Paciente.

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ABSTRACT

The pathophysiological conditions and the unavailability of specific medicines for pediatrics resulted in the usual transformation of solid pharmaceutical forms, as tablets or capsules, into extemporaneous preparations. Even with the RDC No. 67 of October 8, 2007, regulating the conditions of infrastructure and manipulation of medicines in hospitals and attributing their responsibility to the pharmacist, many hospitals still support to nursing the practice of transformation of pharmaceuticals forms. Because of the risks and costs associated with inadequate manipulation of medicines for neonates, this study aimed to analyze the transformation profile of solid dosage forms for neonatology in a tertiary maternity hospital, in order to discuss the economic impact and patient safety in the context of RDC No. 67 /2007. This is a cross-sectional, retrospective and analytical study, whose data collection was carried out through the AGHU, containing patients admitted to the UTIN and UCIN during 2018. All prescribed solid dosage forms that were transformed were collected and analyzed their profile and cost based on the Health Price Database (BPS). For comparative purposes, the cost of these extemporaneous preparations in a unitarization room and another one, with the outsourcing of these compoundings, was simulated. Of the 658 newborns, 108 (16.4%) used the transformation of tables according to the prescription summary, accounting total of 9115 doses administered, with the greatest demand attributed to medicines for the treatment of disorders of the cardiovascular system. With the cost simulation with outsourced compoundings and extemporaneous preparations in the unitarization room, the latter was the one that would generate the greatest economic impact on the service (a 57% reduction in outgoing). In addition to economy, the most important factor is patient safety by of the preparation of extemporaneous suspensions centralized in the pharmacy service. Then, the study was able to identify the profile of trasnformation of solid dosage forms in tertiary maternity hospital, and deduce that the implementation of a unitarization room for the manipulation of extemporaneous preparations in neonatology is feasible from an economic and patient safety point of view.

Keywords: Pharmaceutical Preparations. Newborn. Patient Safety.

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1 INTRODUÇÃO

A carência no desenvolvimento de medicamentos com formas farmacêuticas

específicas para pacientes pediátricos e neonatais é uma problemática que abrange o

cuidado desses pacientes nos hospitais especializados (Brasil, 2017). De acordo com a

Organização Mundial da Saúde (2009) um dos fatores pelos quais há escassez de

formas farmacêuticas adequadas para a população infantil seria o desinteresse da

indústria em desenvolvê-las, devido ao custo inerente ao processo de desenvolvimento,

produção e armazenamento de formas farmacêuticas líquidas, em virtude da baixa

demanda, quando comparada às formas sólidas (Marto et al., 2011; Shirkey, 1968) e aos

princípios éticos envolvidos diante da vulnerabilidade das crianças para a participação

em pesquisas clínicas (Aparecida & Gaiva, 2009).

Além da indisponibilidade de formulações líquidas no mercado para atender a

esse público, os neonatos possuem condições anatômicas e fisiopatológicas específicas

e são incapazes de deglutir, gerando assim a necessidade frequente de adaptação de

forma farmacêutica: ato de modificar a forma física ou a via de administração de um

medicamento previamente formulado, com o intuito de atender às necessidades

fisiopatológicas específicas dos pacientes, de modo a suprir a inexistência ou

indisponibilidade de determinada apresentação de um medicamento (CFF, 2019), como

comprimidos e cápsulas que são dispersos em preparações extemporâneas, a fim de

tentar satisfazer as necessidades desses pacientes (Valente et al., 2014).

No Brasil, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) N.º 67, de 8 de outubro de

2007 (ANVISA), regulamenta as condições de infraestrutura e processos para a

manipulação de medicamentos no ambiente hospitalar, inserindo o farmacêutico como

profissional da saúde responsável por garantir a qualidade microbiológica, química e

física nos processos de adaptação de forma farmacêutica realizados nos hospitais, as

quais devem ser avaliadas quanto a necessidade e ao uso seguro, considerando as

peculiaridades do paciente, a via de administração disponível, a compatibilidade com os

dispositivos para administração e a efetividade terapêutica (CFF, 2019).

Apesar dos avanços propostos pela RDC nº 67/2007, considerando o contexto

da Farmácia Hospitalar, a norma não especifica adequadamente a demanda de

manipulação de medicamentos nesse ambiente e recomenda uma infraestrutura cuja

amplitude pode torná-la aparentemente inviável para a maioria dos serviços hospitalares

(ANVISA, 2007). Portanto, muitos hospitais não possuem um local adequado para a

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manipulação de adaptação de forma farmacêutica, deixando essa responsabilidade aos

cuidados da equipe de enfermagem.

O foco da enfermagem é o cuidado ao paciente, no entanto, a equipe gasta uma

significativa quantidade de horas no preparo e administração de medicamentos (Araújo

& Sabates, 2010). Um estudo observacional identificou que o manejo incorreto e o uso

de instrumentos inadequados para manipulação eram frequentes na adaptação de

comprimidos, e cerca de 62,2% das preparações extemporâneas realizadas estavam

com a posologia fora da recomendada (Da Costa et al., 2009). Erros na manipulação de

medicamentos em unidades de cuidados intensivos neonatais podem gerar graves

danos ao paciente devido a complexidade assistencial envolvida no seu tratamento

(Belela et al., 2011).

É importante ressaltar que o baixo peso corporal exige que as doses prescritas

para os recém nascidos sejam ínfimas quando comparadas a dos adultos, e diante da

impossibilidade de deglutição tornou-se necessário que o conteúdo de cápsulas, bem

como o pó de comprimidos triturados, seja diluído em água bidestilada ou soro

fisiológico, para que uma alíquota dessa solução seja administrada via sonda enteral

(Valente et al., 2014). Comprimidos e cápsulas, além do fármaco, apresentam

adjuvantes tanto solúveis quanto insolúveis em água, e ao serem triturados no processo

de adaptação se transformam em uma suspensão, sendo necessário um agente

suspensor que garanta uniformidade de conteúdo para que a dose seja fracionada

corretamente, o que não é possível quando o pó é ressuspenso apenas em água ou

solução salina (Bankhead et al., 2009).

A solubilidade dos pós e a viscosidade da solução também são fatores

importantes, uma vez que pacientes neonatais utilizam sondas com diâmetro muito

estreito, aumentando o risco de obstrução, o que acarreta maior manipulação da

invasividade gástrica e também maior risco de contaminação microbiológica,

considerando que recém nascidos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal

podem utilizar protetores gástricos diariamente, prejudicando a esterilidade do ambiente

gástrico desses pacientes (Matlow et al., 2010) .

A Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) é um hospital terciário

especializado em Ginecologia, Obstetrícia e Neonatologia, possui 128 leitos, dos quais

40 leitos são destinados à neonatologia e pediatria, e 20 de Unidade de Terapia

Intensiva Neonatal se soma aos serviços que ainda não atendem aos requisitos da RDC

67/2007 (CNES, 2017). A unidade de Farmácia Hospitalar da MEJC adota, atualmente,

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o sistema misto de distribuição individualizada para o período de vinte e quatro horas, no

qual uma parte dos medicamentos são fracionados em suas embalagens primárias,

como a separação dos comprimidos em um mesmo blíster, e os medicamentos em

embalagens não fracionáveis são dispensados para uso coletivo, ou seja, a mesma

embalagem do medicamento é utilizada para diferentes pacientes. Por não possuir uma

sala de unitarização, cumprindo os requisitos do anexo 6 da RDC Nº 67/2007, as formas

farmacêuticas sólidas prescritas para os recém nascidos são transformadas em

formulações orais líquidas extemporâneas, nas unidades de internação pela equipe

técnica de enfermagem (MEJC, 2021).

Diante dos riscos e custos associados à manipulação inadequada de

medicamentos para pacientes neonatais, esse estudo tem como objetivo analisar o perfil

de adaptação de forma farmacêutica de comprimidos e cápsulas para pacientes

neonatais em uma maternidade terciária, de modo a discutir a viabilidade econômica e o

impacto na segurança do paciente, da implementação da manipulação de adaptação

das formas farmacêuticas sólidas, centralizada no serviço da farmácia, e nos moldes da

RDC Nº 67/2007.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e analítico, de abordagem

qualitativa e quantitativa, cuja coleta dos dados refere-se ao ano de 2018 (01/01/2018 a

31/12/2018), realizada no Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU) da

Maternidade Escola Januário Cicco. Essa pesquisa foi submetida e aprovada pelo

comitê de ética e pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes sob o CAAE

13306919.8.000.5292.

Para coleta de dados, foi emitido através do AGHU um relatório contendo o

registro de todos os pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

(UTIN) e na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCIN) no período

supracitado. Foram incluídos no estudo todos os recém nascidos, de ambos os gêneros,

com prescrição médica de pelo menos um comprimido ou cápsula. Foram excluídos os

pacientes cuja prescrição médica não continha nenhum medicamento na forma sólida ou

o medicamento prescrito não era padronizado no hospital.

Foi acessado individualmente, via prontuário eletrônico, o sumário de prescrição

de medicamentos (Anexo 1) de todos os pacientes incluídos, e identificados pelo número

de prontuário. A partir do sumário, foram coletadas informações da prescrição de

medicamentos na forma sólida com instruções de adaptação para uma formulação

líquida: data, nome do medicamento, apresentação, e a dose total prescrita em

miligramas, a qual foi sinalizada de acordo com a frequência de administração, de modo

a informar quantas manipulações e administrações foram necessárias. Também foi

emitido um relatório de dispensação de medicamentos para os setores (UCIN e UTIN),

no qual foi possível analisar o consumo de comprimidos e cápsulas nessas unidades

durante o período. Ao final da coleta, foi possível obter o quantitativo de pacientes

incluídos, os medicamentos adaptados, a posologia utilizada, a quantidade de

administrações realizadas e a quantidade de medicamentos consumidos pelos setores.

Para análise econômica e farmacotécnica, foram identificados os fabricantes

dos medicamentos incluídos no pregão homologado e vigente para o abastecimento

durante o ano de 2018 por meio do Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e

Contratos (SIPAC). Para consultar o valor de mercado desses medicamentos, utilizou-se

o Banco de Preços em Saúde (BPS), um portal para consulta pública de valores de

produtos para a saúde adquiridos em compras públicas para serviços hospitalares do

Sistema Único de Saúde (SUS). Os valores obtidos se referiram ao mesmo laboratório

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de fabricação e apresentação utilizados na maternidade no período estudado. Após a

obtenção desses valores, calculou-se o custo para adaptação de forma farmacêutica nos

termos do anexo 6 da RDC Nº 67/2007, comparando ao consumo de medicamentos

dispensados conforme registrado pelo AGHU. Para o preparo das formulações

extemporâneas é necessário ter disponível água bidestilada, um dosador Oralpak™ e o

medicamento. Analisou-se apenas o custo direto com medicamentos e demais produtos

para a saúde essenciais no preparo das soluções. Comparou-se os referidos custos

também a formulações magistrais por meio de orçamentos solicitados em Farmácias de

Manipulação privadas da cidade de Natal - RN, considerando o prazo de estabilidade

dessas soluções e o consumo potencial, conforme análise do sumário das prescrições.

Não foi possível mensurar os custos de implementação e com equipamentos de

proteção individual.

A coleta e análise estatística foram feitas no Microsoft Office Excel versão 2013.

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3 RESULTADOS

Foram analisados os sumários de prescrição médica de 658 pacientes durante o

ano de 2018, destes 108 (16,4%) tiveram prescrição de formas farmacêuticas sólidas

que precisavam ser adaptadas em formulações extemporâneas para viabilizar a

administração em recém nascidos. Foram realizadas 9115 adaptações de comprimidos,

uma média de aproximadamente 25 manipulações por dia. Não houve adaptação a partir

de cápsulas. Os medicamentos sólidos que foram transformados em soluções

extemporâneas foram: Hidroclorotiazida (5419), Furosemida (908), Ácido

ursodesoxicólico (880), Espironolactona (640), Captopril (517), Propranolol (246),

Metadona (236), Ranitidina (95), Atenolol (80), Ácido acetilsalicílico (78), Hidralazina

(12), Carvedilol (4), estando a média diária das adaptações realizadas ilustradas na

figura 1.

Figura 1: Média diária de preparo de adaptação por medicamento no ano de

2018

Fonte: Dados da pesquisa

Os doze medicamentos encontrados foram agrupados conforme a Classificação

Anatomical Therapeutic Chemical Code (ATC), sendo oito (67%) deles utilizados para o

tratamento de distúrbios relacionados ao sistema cardiovascular, três (25%)

relacionados ao tratamento de doenças do trato alimentar e do metabolismo e apenas

um (8%) com ação sobre o sistema nervoso (Figura 2).

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Figura 2: Gráfico ATC dos medicamentos analisados na pesquisa

Fonte: Dados da pesquisa

Durante o ano de 2018 foram dispensados para UTIN e UCIN 5713

comprimidos, de acordo com o AGHU, referente a: Hidroclorotiazida (2585/47,2%),

Furosemida (859/15%), Espironolactona (591/10,3%), Captopril (537/9,3%), Ácido

Ursodesoxicólico (404/7%), Propranolol (290/5%), Metadona (232/4%), Ranitidina

(88/1,5%), Ácido Acetilsalicílico (79/1,3%), Atenolol (37/0,6%), Hidralazina (8/0,1%) e

Carvedilol (3/0,05%). Foi efetuado um levantamento referente ao custo total

correspondente a quantidade de comprimidos dispensados, equivalente a R$ 1.952,23,

com base no BPS.

Nos termos do anexo VI da RDC Nº 67/2007, que regulamenta as boas práticas

para preparação de dose unitária e unitarização de doses de medicamento em serviços

de saúde, as formulações extemporâneas podem ser preparadas em uma “sala de

unitarização”, cujos parâmetros de infraestrutura estão normatizados no referido

regulamento técnico: sala limpa com bancada revestida de material liso, resistente e de

fácil limpeza, pia com água corrente, instrumento cortante, equipamentos, utensílios,

vidrarias e demais materiais para uso exclusivo nas atividades de preparação de dose

unitária ou unitarizada de medicamento e que permita sua limpeza e sanitização, lixeira

com tampa, pedal e saco plástico, devidamente identificada; todos os procedimentos

operacionais devem ser padronizados, registrados e supervisionados pelo farmacêutico

responsável técnico.

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Simulando a implementação e funcionamento de uma “sala de unitarização” no

serviço, foi realizada uma estimativa referente ao custo direto com medicamentos se os

comprimidos prescritos fossem transformados em soluções extemporâneas com

estabilidade de 24h, comparando ao custo dos comprimidos dispensados no período

(Figura 3). A manipulação dos medicamentos em uma sala de unitarização teria um

custo anual de R$ 826,81, o que impactaria em uma economia de 57% em custos

diretos com medicamentos se todas as doses prescritas no ano de 2018 tivessem

realizadas nesse modelo centralizado.

Figura 3: Custo (R$) dos medicamentos adaptados em uma modelo

centralizado versus custo dos medicamentos adaptados na unidade de internação

no ano de 2018

Fonte: Dados da pesquisa

Uma alternativa para dispensação de doses mais seguras para os neonatos

seria a produção de formulações magistrais, que conferem maior uniformidade

conteúdo, precisão nas doses e estabilidade mais duradoura para sua utilização, de até

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semanas ou meses sob refrigeração ou em temperatura ambiente. Não foi possível

mensurar os custos da manipulação de fórmulas magistrais, nos termos do anexo I da

RDC Nº 67/2007, no próprio hospital, pois a demanda não seria suficiente para viabilizar

a aquisição de excipientes por meio da lei de licitações. No entanto, considerou-se a

aquisição dessas formulações em farmácias magistrais privadas e foi feita uma análise

comparativa com o custo das adaptações em uma sala de unitarização. Alguns

medicamentos obtiveram uma maior recorrência de administrações (Apêndice A) ou

maiores dosagens (Apêndice B), diante disso, foram solicitados orçamentos das

formulações magistrais de Ácido ursodesoxicólico, Espironolactona, Furosemida e

Hidroclorotiazida, de acordo com a dosagem prescrita, durante o ano de 2018, para fins

de comparação da perspectiva econômica das formulações extemporâneas produzidas

em uma sala de unitarização, que inclui o consumo de água bidestilada e dosadores tipo

Oralpak™, além dos comprimidos.

Figura 4: Comparação do custo anual (R$) das formulações extemporâneas

produzidas em uma sala de unitarização com o custo anual de formulações

magistrais adquiridas em farmácia magistral privada

Fonte: Dados da Pesquisa

Considerando que as adaptações ocorrem nas unidades de internação, foi

elaborado um painel de recomendações referente ao processo de adaptação, instruções

de uso do medicamento por sonda de alimentação enteral e informação sobre interação

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com alimento, de acordo com informações disponíveis na bula do fabricante e na

literatura. Dos 12 medicamentos encontrados na análise, 3 (25%) continham

revestimento em sua formulação: Ranitidina (Geolab), Espironolactona (Aldosterin®) e

Hidralazina (Apresolina®), dos quais 2 (66,7%) continham recomendações expressas na

bula para não administração por sonda (Ranitidina e Atenolol), outros 3 medicamentos

continham algum tipo de interação com o alimento (Captopril, Carvedilol e Furosemida),

conforme ilustrado na tabela 1.

Page 18: ANÁLISE DE ADAPTAÇÕES DE FORMAS FARMACÊUTICAS …

Tabela 1: Recomendações sobre o uso por sonda enteral, incompatibilidades com alimentos e comparação com a

conduta realizada no hospital dos medicamentos adaptados em 2018.

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4 DISCUSSÃO

Alguns estudos que avaliaram a demanda de adaptação de comprimidos estão

documentados na literatura, revelando que a demanda encontrada na MEJC foi

relativamente superior (16,4%). Um estudo realizado na UTI adulto do Hospital

Universitário Onofre Lopes (HUOL) durante o ano de 2012, apresentou uma demanda

média de 16 adaptações por dia (Nunes, 2013). Durante o ano de 2013, Marinho (14)

realizou uma análise de três meses nos leitos pediátricos do mesmo complexo hospitalar

e encontrou uma demanda de cerca de 6,3 adaptações por dia, enquanto nossa

pesquisa revela uma demanda de aproximadamente 25 manipulações por dia. É preciso

levar em consideração que os estudos realizados em UTI adulto e em Enfermarias

pediátricas incluíram uma quantidade inferior de pacientes e de prescrições analisadas,

portanto, o valor da demanda diária é a medida que possibilita avaliar a necessidade de

adaptações para cada perfil e definir o melhor modelo de produção e distribuição,

considerando o cumprimento da norma sanitária.

Os medicamentos voltados para o sistema cardiovascular foram os mais

adaptados, cerca de 67% da quantidade de comprimidos dispensados eram destinados

ao sistema cardiovascular. O resultado corrobora com outros resultados presentes na

literatura, com Nobrega (2018) que concluiu que 50,8% dos medicamentos adaptados

no setor pediátrico foram voltados ao sistema cardiovascular. Marinho (2014) também

evidenciou a maior utilização de medicamentos desta classe na pediatria (43%).

As doenças cardiovasculares são as mais prevalentes no país, em que a faixa

etária mais atingida costuma ser a população adulta e idosa (Oliveira et al., 2020). No

entanto, a cardiopatia congênita possui uma prevalência de 9 a cada 1.000 nascimentos,

e ainda há subnotificações (Pinto et. al., 2015). As classes terapêuticas utilizadas nas

cardiopatias congênitas em crianças são as mesmas utilizadas na população adulta para

o tratamento de doenças cardiovasculares (Cesario et al., 2020). Habitualmente, a

praticidade da utilização de comprimidos é cômoda para o público adulto, o que justifica

a indisponibilidade no mercado de formas farmacêuticas líquidas para uso oral desses

medicamentos, diante do grupo majoritariamente adulto que os utilizam (Lisboa et al.,

2011).

Quanto a análise farmacotécnica dos comprimidos que sofreram transformação,

é importante identificar os que contêm revestimento e saber a sua função. Uma forma

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farmacêutica delineada com revestimento, em geral, não deve ser partida ou triturada,

no entanto alguns revestimentos podem ter finalidade estética ou para mascarar sabor,

como a Apresolina® (Hidralazina), na forma de drágea com o propósito de mascarar

sabor desagradável. Já a Ranitidina e o Aldosterin® (Espironolactona) possuem

revestimento entérico, com a finalidade de conferir resistência gástrica, portanto são

fármacos que se instabilizam em meio ácido e seu contato com a dieta enteral ou o

ambiente estomacal poderá haver prejudicar a eficácia desses fármacos (Cortez et al.,

2010). Nenhum dos medicamentos revestidos apresentavam sistemas de liberação

modificada, mas é importante destacar que esse tipo de sistema pode causar graves

danos devido a alterações na biodisponibilidade e velocidade de infusão, além de falha

terapêutica (Bankhead et al., 2009).

A comparação de custo realizada entre a formulação magistral terceirizada e a

preparação extemporânea realizada pelo próprio hospital simulando uma sala de

unitarização (figura 4) favoreceu economicamente a escolha por preparações

extemporâneas. O custo das preparações magistrais estimados para o ano de 2018 foi

de R$ 11.140,80 comparado a 2.114,01 se adaptados no setor de unitarização.

Para realizar as preparações extemporâneas, seja na unidade de internação

como é realizado hoje pela equipe de enfermagem, ou em uma sala de unitarização, os

materiais de consumo a serem utilizados tendem a ser os mesmos: água bidestilada,

seringa ou dosador Oralpak™, além do comprimido a ser transformado. A comparação

do custo direto com medicamentos entre os dois modelos gerou economicidade de 57%

com a implementação da sala de unitarização na MEJC, pois a manipulação

centralizada muitas vezes possibilitaria a preparação de doses para mais de um

paciente com um único comprimido, considerando que as doses são muito pequenas e é

em muitos dias havia mais de um neonato utilizando o mesmo comprimido, com o

mesmo aprazamento.

Além da economicidade, um fator importante é a segurança do paciente na

utilização das suspensões extemporâneas. Atualmente na MEJC, os comprimidos são

adaptados na unidade de internação no momento da administração em seringas, em

que há exposição ao risco de contaminação microbiológica, pois não se tem o adequado

controle microbiológico dos utensílios utilizados para cortar e triturar os comprimidos,

nem padronização da técnica utilizada, além do potencial risco de administração

endovenosa, uma vez que as soluções são armazenadas nas mesmas seringas

utilizadas para administração de medicamentos injetáveis. Um estudo realizado por

Page 21: ANÁLISE DE ADAPTAÇÕES DE FORMAS FARMACÊUTICAS …

Costa (2009) no hospital pediátrico de Fortaleza observou soluções extemporâneas com

administradas diferente da prescrição, em local de preparo inapropriado, aberto e com

circulação de pessoas, e revelou que quase 70% dos comprimidos foram partidos com

mãos e unhas, sem luvas, em 88 observações, e que não havia um padrão na forma de

adaptar as formas.

Page 22: ANÁLISE DE ADAPTAÇÕES DE FORMAS FARMACÊUTICAS …

5 CONCLUSÃO

Diante dos resultados obtidos, foi possível identificar o perfil de adaptação de

formas farmacêuticas sólidas no setor de neonatologia de uma maternidade terciária de

referência, em que apenas comprimidos foram utilizados e com a maior demanda

atribuída a medicamentos para tratamento de distúrbios cardiovasculares.

Quanto ao impacto econômico, pode ser observado que a centralização das

preparações extemporâneas a partir da transformação das formas farmacêuticas sólidas

em uma sala de unitarização apresenta uma demanda satisfatória que justifica a

possibilidade de implementação no serviço por ser capaz de reduzir custos, entretanto

ainda é necessário um estudo mais detalhado considerando a estabilidade das

preparações para aprimoramento da economicidade.

Além disso, os benefícios obtidos com a realização da adaptação das formas

farmacêuticas atendendo ao preconizado na RDC 67/2007, com a responsabilidade no

serviço de farmácia, representam uma maior segurança ao paciente, quanto a

administração da dosagem correta e diminuição dos riscos de contaminação,

proporcionando melhor qualidade no tratamento e minimização dos custos em saúde.

Page 23: ANÁLISE DE ADAPTAÇÕES DE FORMAS FARMACÊUTICAS …

REFERÊNCIAS

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Page 27: ANÁLISE DE ADAPTAÇÕES DE FORMAS FARMACÊUTICAS …

Apêndice A: Quantidade de adaptação mensal e sua média no ano de 2018.

Medicamentos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Média

Mensal De

Adaptações

Ác. Acetilsalicílico 0 0 0 0 0 0 0 30 30 18 0 0 6,5

Ác. ursodesoxicólico 0 30 16 192 176 24 0 58 158 110 68 48 73,3

atenolol 50 4 12 2 0 0 0 12 0 0 0 0 6,6

carvedilol 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,3

captopril 87 6 0 0 32 51 0 0 30 87 161 63 43,08

espironolactona 54 4 16 24 2 34 22 127 87 92 90 88 53,33

furosemida 98 46 24 20 0 30 26 98 113 122 177 154 75,66

hidroclorotiazida 92 363 480 832 586 382 266 491 607 600 508 212 451,58

hidralazina 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

metadona 0 20 14 14 0 0 10 76 82 20 0 0 19,6

propranolol 6 0 0 0 0 52 42 23 0 6 36 81 20,5

ranitidina 0 0 0 0 0 6 51 0 0 0 12 26 7,91

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Apêndice B: Quantidade de miligramas utilizadas mensalmente de cada medicamento no ano de 2018.

Medicamentos Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total

(mg)

Ácido

Acetilsalicílico

0 0 0 0 0 0 0 580 600 397 0 0 1577

Ácido

Ursodesoxicólico

116 405 720 4281 3016,5 270 0 1280 4078,8 1767,2 1464 1413 18811,5

Atenolol 0 10,5 18 1,5 0 0 0 108 0 0 0 0 138

Carvedilol 0,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,5

Captopril 272,625 16 0 0 10,4 15,6 0 0 26,8 87 163,875 78,75 671,05

Espironolactona 111,25 10,5 10 58 4 34 32,5 266 270,25 224,75 182,5 198,75 1402,5

Furosemida 203,2 47,6 17,8 62,4 0 30 41,6 193,6 124,8 92,8 251,2 286,4 1351,4

Hidroclorotiazida 89,85 415,1 619,625 1211,825 652,75 447,375 268,3 489,22 611,45 715,6 363,29 149,14 6033,525

Hidralazina 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9

Metadona 0 2,8 1,4 5,4 0 0 1,84 9,878 4,124 3,6 0 0 29,042

Ranitidina 0 0 0 0 0 18 153 0 0 0 30 65 266

Propranolol 9,6 0 0 0 0 31,2 150 45,8 0 0 30 109,44 376,04

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ANEXOS

Anexo 1: Modelo do sumário de prescrição médica