ANÁLISE DE CONJUNTURA - NERBE...historicamente baixos, como o valor externo do Euro – Taxa de...

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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESA CCI - CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA ANÁLISE DE CONJUNTURA 2º TRIMESTRE 2015 EDIÇÃO ELETRÓNICA

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ANÁLISE DE CONJUNTURA 2º TRIMESTRE 2015

EDIÇÃO ELETRÓNICA

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Análise de conjuntura elaborada com informação até 26-06-15

(com exceção do editorial, que inclui informação mais recente)

embora com informação posterior no Editorail

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Índice de Assuntos

EDITORIAL ................................................................................................................... 4

1. ENQUADRAMENTO ................................................................................................... 6

1.1 Enquadramento internacional ....................................................................................... 6

1.2 Enquadramento nacional ............................................................................................. 7

2. ATIVIDADE ECONÓMICA GLOBAL .......................................................................... 10

2.1 Evolução recente do PIB e de outros indicadores de atividade ....................................... 10

2.2 Projeções macroeconómicas nacionais e internacionais ................................................. 14

2.3 Constituições, dissoluções e insolvências de empresas .................................................. 19

3. INTERNACIONALIZAÇÃO ....................................................................................... 21

3.1 Comércio internacional .............................................................................................. 21

3.1.1 Comércio internacional de bens ............................................................................... 21

3.1.2 Comércio internacional de serviços .......................................................................... 27

3.1.3 Balança de bens e serviços ..................................................................................... 28

3.1.4 Termos de troca de bens e de serviços ..................................................................... 29

3.2 Investimento direto .................................................................................................. 30

4. FINANCIAMENTO ................................................................................................... 31

4.1 Taxas de juro ........................................................................................................... 31

4.2 Crédito bancário ....................................................................................................... 33

4.3 Mercado de capitais .................................................................................................. 35

5. MERCADO DE TRABALHO ....................................................................................... 36

6. CUSTOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS .......................................................................... 38

7. CUSTOS DA ENERGIA ............................................................................................. 39

7.1 Eletricidade .............................................................................................................. 39

7.2 Gás natural .............................................................................................................. 40

7.3 Combustíveis ........................................................................................................... 40

8. COMPETITIVIDADE PELOS PREÇOS E PELOS CUSTOS LABORAIS .......................................... 42

8.1 Competitividade pelos preços: câmbios e inflação......................................................... 42

8.2 Competitividade pelos custos laborais ......................................................................... 44

9. AJUSTAMENTO DA ECONOMIA PORTUGUESA ........................................................ 45

9.1 Equilíbrio externo ..................................................................................................... 45

9.2 Endividamento ......................................................................................................... 45

9.3 Contas públicas ........................................................................................................ 46

FICHA TÉCNICA

Propriedade

CIP - Confederação

Empresarial

de Portugal

Praça das Indústrias

1300-307 LISBOA

Diretor

João Costa Pinto

Edição

CIP - Departamento de

Assuntos Económicos

Coordenação Pedro Capucho

Redação

Rui Madaleno

Lurdes Fonseca

Nuno Torres

Sede de Redação

CIP - Confederação

Empresarial

de Portugal

Praça das Indústrias

1300-307 LISBOA

NIF 500 835 934

Design Gráfico

Mariana Barros

Periodicidade

Trimestral

ISSN

2183-198X

Registo na ERC 117830

É autorizada a

reprodução dos

trabalhos publicados,

desde que citada a

fonte e informada

a direção da revista.

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EDITORIAL

1. No momento em que este terceiro número da Envolvente Empresarial é publicado, o

enquadramento internacional da Economia Portuguesa é sobretudo marcado por dois

acontecimentos com implicações complexas e de avaliação difícil:

. O Acordo Nuclear com o Irão, para além do impacto sobre os mercados do

petróleo e do gás – como sabemos cruciais para a Economia da Área Euro – pode

contribuir para a abertura da Economia Iraniana às exportações das nossas

empresas.

Abertura que poderá atenuar o efeito negativo do fecho do mercado russo que se

verificou na sequência da imposição das sanções;

. Por sua vez, a Europa do Euro ofereceu à Grécia um novo Resgate, contra a

adoção de um novo e muito exigente pacote de austeridade.

Para além das implicações políticas e económicas deste Acordo – que não resolve os

problemas estruturais com que a Economia grega se debate – a Europa do Euro

procura sobretudo ganhar tempo e evitar que um default grego possa desestabilizar

os mercados financeiros europeus. Teremos de aguardar para avaliar com alguma

objetividade se este objetivo foi de facto alcançado.

Para além destes acontecimentos, a situação na Área Euro continua marcada pelas

intervenções maciças do BCE através do seu Programa de Aquisição de Ativos

(QE). Este mantém sob pressão, tanto as taxas de juro que continuam em níveis

historicamente baixos, como o valor externo do Euro – Taxa de Câmbio – em relação ao

dólar. Evolução que, como se sabe, favorece o relançamento económico na Área Euro.

2. Entretanto, no primeiro trimestre, a nossa Economia acelerou um pouco o movimento de

retoma, como reflexo de uma evolução favorável das exportações e do investimento

(FBCF). Embora a atividade económica se mantenha abaixo do nível pré-crise, trata-se de

um comportamento favorável que reflete a retoma lenta da Economia da Área Euro.

A taxa de desemprego parece ter estabilizado, depois da descida verificada em 2014 e

no primeiro trimestre de 2015. Esta mantém-se elevada, quer entre os jovens – cerca de

34% - quer no que se refere aos desempregados de longa duração, que se mantém

entre os 8% e os 9%.

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Será claramente necessário acelerar a retoma para melhorar de forma visível a situação

do desemprego. Questão crucial tanto de um ponto de vista económico, como social.

João Costa Pinto

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1. ENQUADRAMENTO

1.1 Enquadramento internacional

No dia 20 de abril de 2015, o Conselho Europeu adotou um regulamento com vista a aumentar

a reserva de capital disponível para os Fundos Europeus de Investimento (alternativo) a

Longo Prazo (ELTIF, na sigla inglesa), com vista a remover os obstáculos ao investimento a

longo prazo, nomeadamente em projetos de infraestruturas. Os ELTIF concentrar-se-ão apenas

em investimentos alternativos em classes de ativos cujo êxito implica um compromisso de longo

prazo por parte dos investidores, incluindo empresas não cotadas que emitam capital próprio;

instrumentos de dívida para os quais não existam compradores facilmente identificáveis; ativos

reais que necessitem de uma quantidade significativa de capital inicial; e PME admitidas à

negociação num mercado regulamentado ou num sistema de negociação multilateral.

No dia 22 de abril, Banco Europeu de Investimento anunciou os primeiros quatro projetos

financiados (300 M€ de apoio a quatro diferentes setores e países) através do Plano de

Investimento para a Europa, funcionando como exemplos de investimentos que o novo

Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE) pode apoiar no futuro próximo.

E começando desde já a de modo a alavancar o financiamento do setor privado.

No final de maio de 2015, a Presidência letã do Conselho e o Parlamento Europeu chegaram a

um acordo provisório sobre o FEIE, que tem como objetivo estimular a economia europeia.

Em maio foi publicado pela Comissão Europeia o relatório de envelhecimento demográfico The

2015 Ageing Report, que inclui projeções demográficas, económicas e orçamentais de longo

prazo (até 2060) para os países da UE 28 mais a Noruega.1

No mesmo mês, foi publicado o relatório Innovation Union Scoreboard 2015, onde

Portugal permanece como inovador moderado, mas com uma melhoria ligeira do desempenho

relativo face à UE (72.6% em 2014, face a 72.2% em 2013), após três anos de deterioração

significativa face ao máximo registado em 2010 (78.5%).

Também em maio, destaca-se a adoção, pela Comissão, do Programa Better Regulation, um

conjunto de reformas que visa aumentar a visibilidade, transparência, coerência e eficiência do

processo legislativo europeu.

1 No caso de Portugal, prevê-se: um recuo da população de 10.5 milhões em 2013 para 8.2 milhões em 2060; uma descida da percentagem da população em idade ativa (15 a 65 anos) de 65.7% para 54.1%; um aumento do crescimento potencial do PIB de -0.7% em 2013 para 1.7% em 2020, mas caindo depois para próximo de 0.8% até

2060. Em termos orçamentais, o cenário base aponta para um aumento do peso da despesa com pensões de 13.8% do PIB em 2013 até 15.0% em 2030, seguido de uma queda até 13.1% em 2060, enquanto na saúde é apontada uma subida ininterrupta de 6.0% do PIB em 2013 para 8.5% em 2060; na educação, espera-se uma redução do peso no PIB

de 5.2% em 2013 para 3.9% em 2035, seguida de uma descida gradual para valores em torno de 4.2% até 2060.

Fundos europeus

de investimento

(alternativo) a

longo prazo

The 2015 Ageing

Report publicado

Portugal recupera

no desempenho

relativo de

inovação em 2014

Acordo provisório

sobre o FEEI

Primeiros projetos

do Plano de

Investimento para

a Europa via BEI

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No dia 3 de junho, o BCE deixou as suas taxas de juro diretoras inalteradas em mínimos

históricos (0.05%, no caso da taxa das operações principais de refinanciamento) e indicou que

o programa de aquisição de ativos está a decorrer de forma satisfatória.

No dia 10 de junho, o Conselho confirmou o acordo com o Parlamento Europeu sobre a

reforma do sistema de marcas europeu.

No dia 17 de junho, a Reserva Federal dos EUA manteve as taxas de juro diretoras em

mínimos históricos (0% a 0.25% na taxa Fed funds, intervalo decidido em 16 de dezembro de

2008), mas sinalizou que o movimento de subida poderá iniciar-se, de forma gradual, ainda em

2015 (a grande maioria dos membros do Comité de Política Monetária espera pelo menos uma

subida até final do ano), assim que tenha uma maior segurança quanto à melhoria do mercado

de trabalho e à obtenção de objetivo de 2% para a inflação a médio prazo.

No dia 19 de junho, foram divulgadas as conclusões do Conselho sobre a União dos

Mercados de Capitais, considerada fundamental para desbloquear o investimento e contribuir

para o crescimento económico e a criação de emprego na UE.

O Conselho Europeu de 25 e 26 de junho encerrou o Semestre Europeu de 2015 com a

aprovação, em termos gerais, das recomendações específicas por país (incluindo Portugal) e

um apelo à sua aplicação. O Primeiro-Ministro do Reino Unido apresentou os seus planos para

a realização de um referendo no Reino Unido sobre a saída/permanência na União.

O Conselho Europeu decidiu voltar a debruçar-se sobre este assunto em dezembro.

No dia 26 de junho, data de corte de informação deste relatório, mantinha-se ainda uma

situação de impasse nas negociações sobre a continuação da ajuda financeira à Grécia.

1.2 Enquadramento nacional

Final de março

A Lei n.º 23-A/2015, de 26/03, transpõe diretivas europeias no quadro do aprofundamento

da União Bancária, revisitando o enquadramento legal para a recuperação e a resolução de

instituições de crédito e de empresas de investimento. O Banco de Portugal vê reforçados os

critérios de avaliação relativos aos planos de recuperação e à resolubilidade de instituições de

crédito e de grupos, bem como os poderes para corrigir deficiências. É também fortalecido o

princípio de que os prejuízos de uma instituição de crédito devem ser assumidos

prioritariamente pelos seus acionistas e, de seguida e em condições equitativas, pelos seus

credores, de acordo com a graduação dos seus créditos em caso de insolvência.

A Portaria n.º 94/2015, de 27/03, regulamenta o regime de benefícios fiscais contratuais

ao investimento produtivo previstos no novo Código Fiscal do Investimento aprovado pelo

Decreto-Lei n.º 162/2014, de 31/10.

Reserva Federal

sinaliza subida das

taxas diretoras

ainda em 2015

Conclusões do

Conselho sobre a

União do Mercado

de Capitais

Reino Unido

apresenta plano de

referendo à

permanência na UE

Impasse na Grécia

Reforço dos

poderes do BdP

no âmbito da

União Bancária

Reforma do

sistema de marcas

europeu

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Abril

No Conselho de Ministros de 2 de abril, o Governo anunciou uma linha de crédito para

empresas portuguesas a operar em Angola de dimensão até 500 M€, para apoio à

Tesouraria e Fundo de Maneio, com prazo máximo de dois anos e carência de um ano. A linha,

que será alvo de sistema de garantia pública, foi concebida em colaboração com a Instituição

Financeira de Desenvolvimento e será operacionalizada pela banca comercial.

O Conselho de Ministros de 9 de abril aprovou um diploma que procede à fusão, por

incorporação, da EP Estradas de Portugal, S.A., na REFER Rede Ferroviária Nacional, E.P.E.,

denominando a nova empresa Infraestruturas de Portugal, S.A. (IP, S.A.).

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 23/2015, de 20/04, altera pela 2ª vez a Resolução do

Conselho de Ministros n.º 29/2011, de 11/07, que aprova o Regimento do Conselho de

Ministros do XIX Governo Constitucional e republica as regras a observar no processo legislativo

do Governo, no sentido de assegurar a avaliação do impacto das iniciativas legislativas do

Governo nas pequenas e médias empresas (Teste PME) e a ponderação das suas

especificidades na elaboração das correspondentes propostas.

O Conselho de Ministros de 16 de abril aprovou o Programa de Estabilidade 2015-2019 e o

Programa Nacional de Reformas 2015, publicados depois no dia 29.

O Decreto-Lei n.º 59/2015, de 21/04, aprova o novo regime do Fundo de Garantia

Salarial, transpondo a Diretiva n.º 2008/94/CE, de 22/10/2008, relativa à proteção dos

trabalhadores assalariados em caso de insolvência do empregador.

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 28/2015, de 30/04, aprova o “Compromisso para o

Crescimento Verde”, que procura estabelecer as bases de uma transição para um modelo de

desenvolvimento capaz de conciliar o indispensável crescimento económico com um menor

consumo de recursos naturais, a qualidade de vida da população e a inclusão social e territorial.

O Decreto-Lei n.º 68-A/2015, de 30/04, estabelece disposições em matéria de eficiência

energética (com objetivo de economias, por distribuidor, de 1.5% ao ano até 2020 sobre as

vendas de energia aos consumidores) e produção em cogeração (regime de remuneração),

transpondo uma diretiva europeia relativa à eficiência energética.

Maio

O Decreto-Lei n.º 73/2015, de 11/05, altera pela 1ª vez o Decreto-Lei n.º 169/2012, de 1 de

agosto, que aprovou o Sistema da Indústria Responsável, republicando-o. O objetivo desta

alteração é a simplificação, celeridade e a diminuição de custos para as empresas

O Decreto-Lei n.º 75/2015, de 11/05, aprova o Regime de Licenciamento Único de

Ambiente, que visa a simplificação dos procedimentos dos regimes de licenciamento

ambientais, regulando o procedimento de emissão do título único ambiental.

Linha de crédito

para empresas a

operar em Angola

Criação da

Infraestruturas de

Portugal

Teste PME no

processo

legislativo

PEC 2015-2019 e

PNR 2015

aprovados

SIR simplificado

LUA aprovado

Compromisso

para o

Crescimento

Verde

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Junho

O Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2/06, estabelece as regras relativas às demonstrações

financeiras anuais, às demonstrações financeiras consolidadas e aos relatórios conexos de

certas formas de empresas, transpondo uma diretiva comunitária que tem como principais

objetivos a redução de encargos administrativos das PME e a simplificação de procedimentos de

relato financeiro, a redução da informação nas notas anexas às demonstrações financeiras e a

dispensa de demonstrações financeiras consolidadas para grupos de pequenas empresas.

O Decreto-Lei n.º 99/2015, de 2/06, altera pela primeira vez o Decreto-Lei n.º 127/2012, de 21

de junho, que regula à aplicação da Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em Atraso

(aprovada pela Lei n.º 8/2012, de 21 de fevereiro), nomeadamente para clarificar o conceito de

compromisso plurianual.

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 36/2015, de 12/06, aprova a Estratégia Nacional

de Segurança do Ciberespaço.

No dia 12 de junho, o FMI divulgou as conclusões da segunda avaliação pós-programa

de ajustamento, insistindo na redução da dívida pública e privada, e nas reformas estruturais.

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 40/2015, de 16/06, altera os limites de emissão de

dívida pública fixados na Lei de Orçamento do Estado para 2015 com o objetivo de proceder à

liquidação antecipada parcial do empréstimo contraído junto do FMI, aproveitando a

redução dos custos de financiamento em mercado.

Note-se que, já no quadro do Programa de Estabilidade, foi submetido um pedido à Comissão

Europeia para amortizar toda a restante dívida ao FMI.

O Conselho de Ministros de 18 de junho aprovou a versão final revista do Plano Estratégico

dos Transportes e Infraestruturas PETI3+, para o horizonte 2014-2020, que passa a

incluir uma Declaração Ambiental com objetivos de redução de CO2, NOX e partículas.

No dia 24 de junho, o Governo assinou o contrato de reprivatização da TAP com o

Agrupamento Gateway – constituído pela sociedade HPGB SGPS SA e pela DGN Corporation –

que venceu o processo de venda direta de referência, decisão tomada no Conselho de Ministros

de 11 de junho. Segundo a secretária de Estado do Tesouro, a Gateway pagará 354 M€ por

61% da TAP, mas o valor final poderá chegar a 488 M€ tendo em conta o desempenho da TAP,

números que incluem a recapitalização da empresa. O Estado encaixa 10 M€ no imediato, mas

o valor pode aumentar até 140 M€ dependendo do desempenho da TAP e da possibilidade de

efetuar uma operação de colocação no mercado de capitais até quatro anos após a venda.

O Conselho de Ministros de 25 de junho aprovou o Quadro Estratégico para a Política

Climática (QEPiC), que inclui o Programa Nacional para as Alterações Climática e a Estratégia

Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas, determinando os valores de redução das

emissões de gases com efeito de estufa para 2020/2030.

Lei dos

Compromissos e

Pagamentos em

atraso clarificada

Demonstrações

simplificadas para

as PME

Liquidação

antecipada do

empréstimo do

FMI a Portugal

Versão final

revista do PETI3+

Reprivatização da

TAP

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2. ATIVIDADE ECONÓMICA GLOBAL

2.1 Evolução recente do PIB e de outros indicadores de atividade

Os dados mais recentes das contas nacionais mostraram uma aceleração homóloga do PIB no

primeiro trimestre de 2015 (de uma taxa de variação homóloga real de 0.6% para 1.5%, o

sexto valor positivo consecutivo e o mais elevado desde o terceiro trimestre de 2010) com

origem nas principais rubricas de despesa.

Quadro 2.1.1: PIB e componentes de despesa

2013 2014 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15

PIB

Tvcr (%) -1.6 0.9 0.5 0.2 0.4 0.4

Tvhr (%) -1.6 0.9 0.9 1.2 0.6 1.5

Componentes de despesa (tvhr, %)

Consumo Final -1.7 1.6 1.4 2.2 1.3 1.8

Consumo Privado, do qual: -1.5 2.2 1.8 2.7 2.0 2.5

Bens alimentares 0.7 0.4 0.3 0.1 0.3 0.6

Bens duradouros 1.9 14.8 11.5 16.7 13.2 14.4

Bens correntes não alim., serviços -2.4 1.4 1.3 2.1 1.3 1.8

Consumo Público -2.4 -0.3 -0.1 0.4 -1.0 -0.5

FBC, da qual: -6.7 5.3 3.1 2.6 3.5 0.0

FBCF -6.7 2.5 3.6 3.9 2.5 8.5

Recursos biológicos cultivados -4.9 -1.6 -1.9 -1.0 -0.5 -0.2

Outras máq. e eq., sist. armamento 4.0 15.2 17.8 19.8 10.2 9.2

Eq. de transporte 24.8 21.9 17.2 27.1 23.5 33.1

Construção -14.7 -4.3 -2.6 -4.2 -2.9 8.5

Produtos de propriedade intelectual -1.8 -0.6 -0.5 -0.6 -0.7 -0.7

Exportações 6.4 3.3 2.0 2.9 4.9 6.8

Bens 6.0 3.5 2.1 3.1 6.2 7.9

Serviços 7.6 2.7 1.8 2.4 1.3 4.0

Importações 3.9 6.4 3.9 5.4 7.4 6.6

Bens 4.2 6.4 4.1 5.0 6.7 5.8

Serviços 2.1 6.8 2.7 8.3 11.6 11.6

Contributos para a tvhr do PIB (p.p.)

Procura Interna -2.5 2.1 1.6 2.3 1.6 1.5

Procura Externa Líquida 0.9 -1.2 -0.7 -1.0 -1.0 0.0

Fonte: INE, Contas nacionais (base 2011, SEC 2010). Tvc(h)r = taxa de variação em cadeia (homóloga) real;

p.p.=pontos percentuais; FBC(F)=Formação Bruta de Capital (Fixo).

Destaca-se, em particular, o aumento do ritmo de crescimento da FBCF (de uma variação

homóloga de 2.5% para 8.5%, a subida mais forte desde o final de 1998), das exportações

(de 4.9% para 6.8%) e do consumo privado (de 2.0% para 2.5%), bem como a

desaceleração das importações (de 7.4% para 6.6%). Note-se, contudo, que o resultado das

PIB acelera em

termos homólogos

no 1T 15

Aceleração da FBCF,

das exportações e do

consumo privado, e

abrandamento das

importações

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exportações está em parte influenciado pelo efeito de base decorrente da forte queda das

exportações de combustíveis no primeiro trimestre de 2014.

Ao nível da FBCF, realça-se o crescimento homólogo de 8.5% do investimento em

construção (após -2.9% no trimestre anterior), que traduz a primeira variação positiva desde

o quarto trimestre de 2007 e a mais elevada desde o primeiro trimestre de 2002. As rubricas de

equipamento mantiveram um dinamismo assinalável (33.1% no equipamento de transporte e

9.2% nas outras máquinas e equipamento). Note-se ainda que a variação homóloga da FBC

(0.0%) está influenciada pelo valor elevado da variação de existências no período homólogo

de 2014.

A evolução das exportações e as importações resultou numa melhoria de andamento da

procura externa líquida, que deixou de contribuir negativamente para o PIB (contributo de

0.0 p.p. para a variação homóloga real do PIB, após -1.0 p.p. no quarto trimestre), tendo o

contributo positivo da procura interna diminuído de forma ligeira (de 1.6 p.p. para 1.5 p.p.).

Em comparação com o trimestre anterior, o PIB aumentou 0.4% em termos reais (dados

corrigidos de sazonalidade), uma variação idêntica à ocorrida no quarto trimestre de 2014.

Em termos nominais, o PIB registou uma variação de 2.2% em termos homólogos (1.1% no

trimestre anterior) e de 1.2% em cadeia (0.2%).

Como o valor exportado registou uma variação em cadeia negativa no primeiro trimestre

(-1.8%), o peso das exportações no PIB desceu de forma ligeira, mantendo-se ainda num

dos níveis mais elevados dos últimos anos (39.8%: 28.9% nos bens e 11.0% nos serviços).

Figura 2.1.1: Intensidade exportadora (total, bens e serviços)

39.2 39.6 38.8 39.7 40.1 41.0

39.8

28.7 28.9 28.3 28.9 29.2 30.0 28.9

10.4 10.7 10.5 10.8 10.9 11.0 11.0

0.0

5.0

10.0

15.0

20.0

25.0

30.0

35.0

40.0

45.0

2013 2014 1T 14 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15

Exportações totais (% do PIB a preços correntes)

Exportações de bens (% do PIB a preços correntes)

Exportações de serviços (% do PIB a preços correntes)Fonte: INE

Contributo da

procura externa

líquida melhora

Peso das

exportações no PIB

recua para 39.8%

Forte retoma do

investimento em

construção e

manutenção de um

elevado dinamismo

nas rubricas de

equipamento

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

12

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Quadro 2.1.2: VAB por ramos

2013 2014 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15

VAB total e por ramos (tvhr, %)* -1.2 0.7 0.9 0.9 0.3 0.9

Agricultura, Silvicultura e Pesca 2.0 1.4 1.4 1.2 1.2 1.4

Indústria 0.9 1.9 3.1 1.9 -0.5 -0.1

Energia, Águas e Saneamento -1.7 -0.8 -0.7 0.0 -1.1 -1.2

Construção -13.1 -3.6 -2.2 -3.3 -1.9 7.6

Comércio e rep. aut, Aloj. e Restauração 0.5 2.5 2.2 3.1 2.5 3.2

Transp. e armaz., Inf. e comunicação -1.3 -0.9 -1.2 -1.7 -0.6 -1.9

Ativ. Financeira, Seguradora e Imobiliária -1.8 -2.0 -2.3 -2.6 -1.9 -0.4

Outros Serviços -1.2 1.6 2.0 2.3 0.9 0.8

INE, Contas nacionais (base 2011, SEC 2010). Tvhr=taxa de variação homóloga real; VAB=Valor Acrescentado Bruto.

*VAB a preços base (sem impostos líquidos de subsídios).

No que se refere ao VAB (que acelerou de uma variação homóloga de 0.3% para 0.9%

excluindo impostos líquidos de subsídios), os dados por ramos mostraram uma melhoria quase

generalizada do andamento homólogo, destacando-se a forte retoma do crescimento na

construção (para uma tvh de 7.6%) e a aceleração no Comércio e reparação automóvel,

Alojamento e Restauração (para 3.2%) e na Agricultura, Silvicultura e Pesca (para 1.4%), com

a Indústria a registar uma variação homóloga ligeiramente negativa (-0.1%).

Figura 2.1.2: PIB e Indicador Coincidente para a evolução homóloga tendencial de atividade

do Banco de Portugal (tvhr, %)

Quanto a dados mais recentes, o indicador coincidente para a evolução homóloga

tendencial de atividade do BdP melhorou pelo quinto mês consecutivo em maio (0.7%),

sugerindo uma aceleração da atividade económica, não obstante os sinais de abrandamento

ligeiro no indicador coincidente análogo para o consumo privado. O indicador de FBCF

do INE manteve um elevado dinamismo em abril (tvh de 6.4%), mas com alguma

desaceleração face ao primeiro trimestre (8.5%), que apenas não afetou a construção.

-1.6

0.9 0.9 1.2

0.6

1.5

-1.1

0.4

0.9

0.2

-0.5

0.0

0.6 0.7

-2.0

-1.0

0.0

1.0

2.0

2013 2014 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15 abr-15 mai-15

PIB Ind. coincidente tendencial de atividade económica do BdP (%)Fontes: INE; BdP

Indicador

coincidente

tendencial do BdP

sugere aceleração

da atividade

económica no 2º

Trimestre

Forte retoma do

VAB da Construção

no 1º Trimestre

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

13

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Quanto a indicadores avançados, realça-se uma nova subida do Indicador de Clima do

INE (calculado a partir do inquérito do INE às empresas e consumidores sem correção de

sazonalidade) em maio, para um máximo de sete anos, refletindo melhorias em todos os

indicadores de confiança setoriais. Em sentido contrário, o indicador de confiança dos

consumidores registou uma descida, mas ainda dentro de uma tendência ascendente.

Figura 2.1.3: Indicador de Clima Económico (tvh; média móvel de 3 meses, mm3) e

Indicadores de Confiança, IC (saldo de respostas extremas, sre; mm3)

No mesmo mês, o Índice de Sentimento Económico da Comissão Europeia para

Portugal (valores efetivos corrigidos de sazonalidade) recuou para 103.6 pontos em maio (um

valor próximo do da Área Euro e inferior ao da UE), mas dentro de uma tendência ascendente e

significativamente acima da média de longo prazo (100 pontos).

Figura 2.1.4: Indicador de Sentimento Económico em Portugal, Área Euro e UE

(média 1990-2012=100, valores ajustados de sazonalidade)

0.1

0.4

0.6 0.6 0.6

0.6

0.4

0.2 0.3 0.3

0.6

0.8

1.1

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

10

mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15 mar-15 mai-15

IC Consum. IC Ind. Transf.

IC Constr. e Obras Púb. IC Comércio

IC Serviços Indicador de clima ec. (esc. dta)Fonte: INE

103.6

70

75

80

85

90

95

100

105

110

jun-14 jul-14 ago-14 set-14 out-14 nov-14 dez-14 jan-15 fev-15 mar-15 abr-15 mai-15

Portugal Área Euro UE Média 1990-2012=100Fonte: Comissão Europeia

Indicador avançado

de clima do INE em

máximo de sete

anos aponta para

sustentação da

retoma

Índice de

Sentimento

Económico da CE

acima da média de

longo prazo

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

14

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

2.2 Projeções macroeconómicas nacionais e internacionais

Projeções para Portugal

O Boletim Económico de junho do Banco de Portugal (BdP) manteve inalteradas as

projeções de crescimento económico da economia portuguesa para os próximos anos

(1.7% em 2015, 1.9% em 2016 e 2.0% em 2017), apenas com alterações nalgumas

componentes de despesa em 2015 e, em menor medida, em 2017. As previsões de crescimento

são mais otimistas que as divulgadas também em junho pelo FMI (1.6% em 2015, 1.5% em

2016 e 1.4% em 2017), mas os valores para 2015 e 2016 são semelhantes aos da OCDE,

Comissão Europeia e Governo.

Quadro 2.2.1: Projeções económicas para Portugal

BdP

jun-15

FMI OCDE CE Gov.

Jun-15

jun-15

Jun-15 Mai-15 Mai-15 Abr-15

2015 2016 2017 2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016

PIB (tvar, %) 1.7 1.9 2.0 1.6 1.5 1.6 1.8 1.6 1.8 1.6 2.0

Consumo privado 2.2 1.7 1.7 1.7 1.6 1.8 1.5 2.0 1.6 1.9 1.9

Consumo público -0.5 0.2 0.0 -0.5 0.9 -0.5 0.2 -0.3 0.2 -0.7 0.1

FBCF 6.2 4.4 6.0 4.2 2.5 2.9 3.1 3.5 4.0 3.8 4.4

Exportações 4.8 6.0 6.4 5.5 4.8 6.2 5.4 5.3 6.1 4.8 5.5

Importações 5.7 5.5 6.5 4.5 4.8 4.7 4.8 4.7 4.8 4.6 5.3

Contributos brutos

para a tvar do PIB (p.p.)

Exportações líquidas (do total de importações)

0.3 0.0 0.6 0.3 0.2 0.2 0.1 0.1

Procura Interna 1.2 1.6 1.0 1.5 1.4 1.6 1.6 1.9

Contributos líquidos das

respetivas importações (p.p.)*

Exportações 0.6* 1.2* 1.2*

Procura Interna 1.1* 0.7* 0.8*

Proc. externa relevante (tvar,

%)

4.5 5.5 5.8 4.5 5.2

Emprego (tva, %) -0.2 0.6 0.6 0.7 0.6 0.8

Taxa de desemprego (%) 13.4 12.9 13.2 12.6 13.4 12.6 13.2 12.7

Inflação (tva do IHPC, %) 0.5 1.2 1.3 0.6 1.3 0.1 0.7 0.2 1.3 -0.2 1.3

Bal. Corr. e de capital (% PIB) 3.0 3.2 3.4 2.6 2.8 2.1 2.0

Balança corrente (% PIB) 1.0 0.8 0.7 0.6 1.2 1.4 0.5 0.4

Bal. de bens e serviços (% PIB) 2.1 2.1 2.1

Bal. de bens (% PIB) -3.4 -3.4

Saldo orçamental (% PIB) -3.2 -2.7 -2.9 -2.8 -3.1 -2.8 -2.7 -1.8

Dívida pública bruta (% PIB) 126.5 124.3 127.7 124.2 124.4 123.0 124.2 121.5

Fontes: Banco de Portugal, BdP, Boletim Económico Junho 2015; Organização para a Cooperação e Desenvolvimento

Económico, OCDE, OECD Economic Outlook June 2015; Comissão Europeia, CE, European Economy - Spring 2015;

Governo, Programa de Estabilidade e Crescimento 2015-2019; Fundo Monetário internacional, FMI, Portugal—

BdP mantém

previsões de

crescimento

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

15

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Concluding Statement of the Second Post-Program Monitoring Discussions. Tva = taxa de variação anual; tvar= taxa de

variação anual real; p.p.= pontos percentuais. *Contributo de cada componente expurgada do respetivo conteúdo

importado (lógica de valor acrescentado nacional), uma abordagem diferente da tradicional (contributos brutos), em

que a procura interna inclui importações e a procura externa líquida considera as exportações deduzidas das

importações totais. Segundo o BdP, o cálculo dos conteúdos importados foi feito com base em informação relativa ao

ano de 2005 (seguindo uma metodologia descrita no Boletim Económico de Junho de 2014). Nota: as previsões do BdP

incorporam as medidas incluídas no OE 2015 e no Programa de Estabilidade 2015-2019, com exceção das relativas à

sustentabilidade da Segurança Social e à reforma e racionalização dos serviços públicos, por não se encontrarem

especificadas com detalhe suficiente.

Nas previsões para 2015 do BdP, salienta-se a revisão em alta do crescimento da FBCF (de

4.0% para 6.2%) e das exportações (de 4.3% para 4.8%), que foi contrariada pela subida da

projeção para as importações (de 3.9% para 5.7%) e a descida no caso do consumo privado

(de 2.4% para 2.2%). Em termos de revisões, salienta-se ainda, nos valores de 2017, ligeiras

subidas nos valores da FBCF, das exportações e das importações.

Principais destaques do Boletim Económico de Junho:

- As projeções para a economia portuguesa apontam para a continuação do processo de

recuperação moderada da atividade iniciado em 2013, que se deverá traduzir num ritmo

de crescimento próximo do projetado para a área do euro. No final do horizonte de projeção, o

nível do PIB deverá situar-se próximo do observado antes do início da crise financeira

internacional.

- O crescimento da economia portuguesa assentará no crescimento robusto das exportações e

na recuperação da procura interna.

As estimativas do BdP mostram que, com exceção de 2015, as exportações líquidas do

respetivo conteúdo importado deverão continuar a dar um contributo predominante para o

crescimento do produto (1.2 p.p. em 2016 e em 2017). Em 2015, o contributo líquido da

procura interna (isto é, deduzido do respetivo conteúdo importado) será de 1.1 p.p., explicando

a maior parte do crescimento.

O crescimento das exportações continuará a refletir a transferência de recursos produtivos para

os setores da economia mais expostos à concorrência internacional. Em resultado, deverá

manter-se a capacidade de financiamento da economia portuguesa e, desta forma, a

redução sustentada dos níveis de endividamento externo, de acordo com o BdP.

O BdP projeta que o peso das exportações no PIB deverá aumentar de cerca de 41% em

2014 para cerca de 46% em 2017.

Nas hipóteses do exercício de previsão é assumido que o crescimento da procura da Área

Euro será superior ao dos mercados fora dessa área.

FBCF, exportações

e importações de

2015 revistos em

alta, e consumo

privado em baixa

Exportações

líquidas das suas

importações dão o

maior contributo

para o crescimento,

exceto em 2015

Peso das

exportações no PIB

deverá subir para

46% em 2017

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

16

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

A aceleração das exportações reflete a evolução da procura externa e melhorias de

competitividade-preço, num contexto de forte depreciação do euro, favorecendo a

continuação de ganhos de quota de mercado. Em 2015, contudo, a melhoria de

competitividade é compensada pela forte redução das exportações para Angola, limitando os

ganhos de quota de mercado.

As importações de bens e serviços deverão apresentar um crescimento de 5.7% em 2015,

após um crescimento de 6.4% em 2014, valor que foi influenciado pela forte acumulação de

existências de bens energéticos, que têm um elevado conteúdo importado. Ao longo do

restante horizonte de projeção, as importações deverão evoluir em linha com a elasticidade

média histórica desta componente face à evolução da procura global ponderada pelos

conteúdos importados, segundo o BdP.

- Antecipa-se uma recuperação moderada do consumo privado e da FBCF, condicionada

pelo elevado endividamento das famílias e das empresas não financeiras.

No final do horizonte de projeção, o peso do consumo privado no PIB deverá manter-se em

cerca de 66%, valor próximo do observado no passado recente.

Por sua vez, o peso da FBCF no PIB deverá recuperar até 17% em 2017, valor ainda inferior

ao observado em 2008. Este valor reflete ajustamentos marcados no investimento público e em

habitação, que deverão assumir uma natureza persistente, e uma recuperação dos níveis do

investimento empresarial. O fraco dinamismo da FBCF no atual ciclo económico é uma

caraterística comum à Área Euro e constitui um dos fatores explicativos da recuperação

mais moderada da atividade económica face a ciclos anteriores, segundo o BdP.

No caso do investimento empresarial, projeta-se um crescimento robusto (5.8% em 2015,

5.9% em 2016 e 7.1% em 2017) que não se afasta do comportamento médio deste agregado

em anteriores fases de recuperação da economia, beneficiando da melhoria das perspetivas de

procura (interna e externa), da necessidade de renovação do stock de capital, após um longo

período de redução do investimento, e da melhoria das condições de financiamento, favorecidas

pelas medidas de política monetária não convencional do BCE. De facto, o BdP projeta uma

redução gradual dos diferenciais de taxa de juro do crédito a sociedades não financeiras

face à taxa de juro de referência do mercado interbancário e um retorno a variações positivas

do stock de crédito bancário. Esta evolução é consistente com a continuação da redução

do nível de endividamento das sociedades não financeiras em percentagem do PIB que,

não obstante a redução recente, continua elevado por comparação com a Área Euro.

O crescimento relativamente moderado projetado para o investimento em habitação reflete

o facto de a redução observada nesta componente desde 2001 se revestir, em larga medida, de

uma natureza estrutural, dado o elevado nível atingido pelo investimento neste setor ao longo

Crescimento

robusto da FBCF

empresarial, em

linha com

anteriores fases de

recuperação

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

dos anos 90 (beneficiando de condições financeiras muito favoráveis), a recente tendência de

redução da população residente e o ainda elevado nível de endividamento dos particulares.

O investimento público continuará a ser condicionado pela necessidade de consolidação

orçamental, projetando-se crescimentos moderados ao longo do horizonte de projeção, após

uma queda de cerca de 60% no período 2011-2014. O BdP espera uma significativa

recuperação deste agregado em 2015, após uma execução de 2014 aquém do orçamentado

devido a uma diminuição forte das transferências provenientes de fundos comunitários que não

se assume como permanente. Em 2016, prevê-se uma quebra do volume de investimento

público devido ao registo de uma parte da receita proveniente da venda de material militar,

enquanto em 2017 é assumida a estabilização deste agregado em rácio do PIB.

De acordo com as hipóteses assumidas relativamente às taxas de depreciação dos vários tipos

de capital, não obstante o crescimento projetado para a FBCF ao longo do horizonte de

projeção, em particular para a componente empresarial, a recuperação não será ainda

suficiente para repor o stock de capital depreciado. Daqui resulta um contributo

marginalmente negativo do fator capital para o crescimento do PIB em 2015-2017,

o que é contrariado pela recuperação de um contributo positivo no fator trabalho, pela melhoria

do capital humano e pela evolução mais favorável da produtividade total de fatores.

- O crescimento projetado para a economia portuguesa é compatível com uma progressiva

redução da taxa de desemprego, não obstante a sua persistência em níveis elevados.

- A inflação foi revista em alta ligeira (para valores de 0.5% em 2015, 1.2% em 2016 e 1.3%

em 2016), com valores reduzidos mas aumentando gradualmente até ao final do horizonte de

projeção, em linha com a retoma da atividade económica. O diferencial de inflação face à Área

Euro deverá retomar valores negativos em 2016 e 2017, após um valor positivo esperado de

+0.2 p.p. em 2015. A evolução descrita reflete um aumento contido das remunerações por

trabalhador no setor privado, devido a um efeito de composição decorrente da alteração da

estrutura do emprego associada às fases ascendentes do ciclo e que resulta no aumento do

peso dos trabalhadores com remunerações mais baixas. Neste contexto, os custos unitários por

trabalhador deverão diminuir em 2015 e aumentar de forma contida em 2016 e 2017, com

variações abaixo das projetadas pelo BCE para a média da Área Euro.

- O maior crescimento nominal da economia, a prevalência de taxas de juro historicamente

baixas e a existência de saldos primários positivos deverão contribuir para uma redução da

dívida pública em percentagem do PIB a partir de 2015.

- Os riscos para a projeção da atividade económica são globalmente equilibrados. A nível

internacional, consideram-se como riscos descendentes uma recuperação económica mais

Riscos para o

crescimento

globalmente

equilibrados

Ajustamentos

persistentes no

investimento em

habitação e público

justificam o fraco

dinamismo da FBCF

global face a

anteriores fases de

retoma económica

A recuperação da

FBCF não será

ainda suficiente

para repor o capital

depreciado,

segundo o BdP

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

lenta no exterior, sobretudo nas economias emergentes, uma evolução mais moderada do

comércio internacional e um recrudescimento de tensões geopolíticas e nos mercados de dívida

soberana, penalizadoras do consumo e do investimento. No que se refere aos riscos internos,

considera-se como risco descendente a eventual necessidade de medidas adicionais de

consolidação orçamental (com impacto negativo sobre o consumo público e privado). É referido

um risco ascendente no investimento em 2016 e 2017 que decorre das medidas de incentivo

ao investimento decididas a nível europeu, bem como da necessidade de aumentar a

capacidade produtiva em algumas empresas, em particular as exportadoras, dado o incremento

recente da utilização da capacidade produtiva na indústria transformadora. É ainda mencionado

o eventual impacto positivo das reformas estruturais, quer no consumo quer no investimento, e

o efeito descendente sobre as margens de lucro. Relativamente à inflação, a análise aponta

para riscos ligeiramente descendentes ao longo do horizonte de projeção.

Projeções para a economia mundial e principais mercados

Em junho, o Banco Mundial reviu em baixa as suas previsões de crescimento da

economia global (para valores de 2.8% em 2015, 3.3% em 2016 e 3.2% em 2017), que são

as mais baixas até ao momento. A revisão em baixa afeta, em particular, as economias em

desenvolvimento, sobretudo as mais vulneráveis a fluxos de saída de capitais quando se

iniciar a subida esperada das taxas de juro diretoras nos EUA, sendo ainda de realçar o efeito

desfavorável da queda dos preços do petróleo nos países exportadores (em Angola, por

exemplo, as previsões de crescimento foram reduzidas para 4.5%, 3.9% e 5.1%). No caso

específico do Brasil, a forte redução das projeções (para -1.3%, 1.1% e 2.0%) está ainda

relacionada com efeitos dos escândalos de corrupção, segundo o Banco Mundial.

Ainda ao nível das economias em desenvolvimento, destaca-se a revisão em alta das previsões

de crescimento económico da Índia (para 7.5% em 2015, 7.9% em 2016 e 8.0% em 2017),

ultrapassando os valores estimados para a China (próximos de 7% nos três anos), que

permaneceram inalterados.

Nas economias desenvolvidas, merece destaque a revisão em alta das previsões de

crescimento da Área Euro (para 1.5% em 2015, 1.8% em 2016 e 1.6% em 2017), refletindo a

retoma económica e a redução dos riscos de deflação na sequência do programa alargado de

compra de ativos lançado pelo BCE. Em sentido contrário, os valores de crescimento dos EUA

foram ligeiramente ajustados em baixa (sobretudo em 2015), devido ao efeito de apreciação do

dólar (em antecipação do processo de normalização da política monetária), mas permanecendo

acima dos valores da Área Euro, numa fase mais atrasada do ciclo económico.

As previsões mais recentes para o crescimento económico de Espanha, divulgadas pelo Banco

de Espanha no final de junho, apontam para valores de 3.1% em 2015 e 2.7% em 2016, que

estão acima das últimas projeções da Comissão Europeia (2.8% e 2.6%, respetivamente).

Banco Mundial

reduz previsões de

crescimento da

economia global,

afetando sobretudo

as economias em

desenvolvimento

Perspetivas de

crescimento da

Índia superam as

da China

Crescimento revisto

em alta na Área

Euro e em baixa

nos EUA

Melhores

perspetivas de

crescimento em

Espanha

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

19

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Quadro 2.2.2: Previsões de crescimento económico – mundo e mercados (tvar, %) BM, jun-15 OCDE, jun-15 CE, mai-15 FMI, abr-15

2015 2016 2017 2015 2016 2015 2016 2015 2016 2017

Mundo 2.8 3.3 3.2 3.1 3.8 3.5 3.9 3.5 3.8 3.8

Ec. Avançadas 2.0 2.4 2.2 2.4 2.4 2.2

EUA 2.7 2.8 2.4 2.0 2.8 3.1 3.0 3.1 3.1 2.7

Japão 1.1 1.7 1.2 0.7 1.4 1.1 1.4 1.0 1.2 0.4

UE 1.8 2.1 1.8 1.9 1.9

Área Euro 1.5 1.8 1.6 1.4 2.1 1.5 1.9 1.5 1.7 1.6

Alemanha 1.9 2.0 1.6 1.7 1.5

França 1.1 1.7 1.2 1.5 1.7

Itália 0.6 1.4 0.5 1.1 1.1

Espanha 2.8 2.6 2.5 2.0 1.8

Holanda 1.6 1.7 1.6 1.6 1.7

RU 2.6 2.4 2.7 2.3 2.2

OCDE 1.9 2.5

Ec. em Desenvolvimento 4.4 5.2 5.4 4.3 4.7 5.0

Angola 4.5 3.9 5.1 4.5 3.9 5.1

Moçambique 7.2 7.3 7.3 6.5 8.1 7.8

Brasil -1.3 1.1 2.0 -1.0 1.0 2.3

Rússia -2.7 0.7 2.5 -3.8 -1.1 1.0

Índia 7.5 7.9 8.0 7.5 7.5 7.6

China 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 7.0 6.8 6.8 6.3 6.0

Fontes: Banco Mundial, BM, Global Economic Prospects - June 2015; Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Económico, OCDE, OECD Economic Outlook June 2015; Comissão Europeia, CE, European Economy -

Spring 2015; Fundo Monetário internacional, FMI, World Economic Outlook April 2015. Tvar= taxa de variação anual

real.

2.3 Constituições, dissoluções e insolvências de empresas

De acordo com dados da Informa D&B, nos primeiros quatro meses de 2015 registou-se um

aumento homólogo de 18.3% na criação líquida de empresas, refletindo o aumento dos

nascimentos (11.2%) e a queda dos encerramentos (-2.1%). Esta evolução traduziu-se num

aumento do rácio de nascimentos por encerramento para 3.3.

Quadro 2.3.1: Criação líquida de empresas e insolvências

2014 Jan-Abr 14 Jan-Abr 15 Tvh

Nascimentos de empresas (A) 35808 13559 15077 11.2%

Encerramentos de empresas (B) 14991 4727 4626 -2.1%

Criação líquida de empresas=A-B 20817 8832 10451 18.3%

Rácio nascimentos/encerramentos=A/B 2.4 2.9 3.3

Empresas com processos de insolvência 4 502 1 740 1 609 -7.5%

Fonte: Informa D&B. Tvh= Taxa de variação homóloga.

Por setores, apenas as atividades financeiras e o comércio por grosso registaram uma redução

homóloga da criação líquida de empresas, tendo os maiores aumentos ocorrido nas rubricas

Criação líquida de

empresas sobe com

mais nascimentos e

menos

encerramentos

Criação líquida de

empresas sobe na

maioria dos setores

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

20

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

“outros serviços”, alojamento e restauração, comércio a retalho, indústrias transformadoras,

atividades imobiliárias e agricultura, pecuária, pesca e caça.

Figura 2.3.1: Criação líquida de empresas por setor (nº de empresas)

Também segundo informação disponibilizada pela Informa D&B, o número de empresas com

processos de insolvência registou uma redução homóloga de 7.5% no período de janeiro a

abril de 2015, (para 1609 empresas).

7

23

173

207

293

567

579

750

794

803

1267

1579

3409

-500 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000

Indústrias extrativas

Gás, eletricidade e água

Atividades financeiras

Transportes

Telecomunicações

Construção

Atividades imobiliárias

Comércio por grosso

Agricultura, pecuária, pesca e caça

Indústrias transformadoras

Alojamento e restauração

Comércio a retalho

Outros serviços

Jan-Abr 14 Jan-Abr 15Fonte: Informa D&B e cálculos próprios.

Insolvências em

queda no início de

2015

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

21

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

3. INTERNACIONALIZAÇÃO

3.1 Comércio internacional

Nesta seção são apresentadas as principais tendências das exportações e importações de bens

e de serviços, incluindo o cálculo e análise de quotas de mercado das exportações.

3.1.1 Comércio internacional de bens

Saldo da balança de bens

Quadro 3.1.1.1: Saldo da balança de bens

2014 Var. homóloga Jan-Abr 15 Var. homóloga

Valor (M€) Valor (M€) Tvhn (%) Valor (M€) Valor (M€) Tvhn (%)

Total

Exportações (FOB) 48 177 874 1.8 16 413 819 5.2

Importações (CIF) 58 854 1 841 3.2 19 390 528 2.8

Saldo -10 677 -967 10.0 -2 977 290 -8.9

Taxa de Cobertura (%) 81.9 84.6

Intra-UE

Exportações (FOB) 34 161 893 2.7 12 002 706 6.3

Importações (CIF) 43 979 2 918 7.1 14 973 619 4.3

Saldo -9 818 -2 025 26.0 -2 972 87 -2.8

Taxa de Cobertura 77.7 80.2

Extra-UE

Exportações (FOB) 14 017 -19 -0.1 4 412 113 2.6

Importações (CIF) 14 875 -1 077 -6.8 4 416 -91 -2.0

Saldo -859 1 058 -55.2 -5 203 -97.7

Taxa de Cobertura 94.2 99.9

Total sem combustíveis

Exportações (FOB) 44 081 1 703 4.0 15 161 612 4.2

Importações (CIF) 48 640 2 779 6.1 16 871 1 170 7.5

Saldo -4 559 -1 076 30.9 -1 710 -558 48.4

Taxa de Cobertura 90.6 89.9

Fonte: INE. Tvhn = taxa de variação homóloga nominal. M€= Milhões de euros. CIF (Cost, Insurance and Freight)

significa a inclusão dos custos inerentes ao transporte das mercadorias e FOB (Free on Board) o contrário.

O défice da balança de bens reduziu-se 8.9% nos quatro primeiros meses de 2015 em

comparação homóloga (290 M€, para 2977 M€), refletindo o crescimento mais forte das

exportações (5.2%, em termos nominais) do que das importações (2.8%), o que se refletiu

numa melhoria da taxa de cobertura das importações (para 84.6%). Note-se que a

evolução das exportações e das importações foi influenciada por efeitos de base significativos

Défice da balança de

bens recua com

subida das

exportações acima

das importações

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

22

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

na rubrica de combustíveis relacionados com a paragem programada, para manutenção, da

refinaria de Sines no início de 2014.

Excluindo combustíveis, as exportações de bens cresceram 4.2% e as importações 7.5%, o

que se traduziu num agravamento do saldo deficitário (558 M€., para 1710 M€).

Exportações de bens

O detalhe dos dados por produtos mostra que a rubrica de combustíveis foi a que mais

contribuiu para o aumento homólogo das exportações no período em apreço (1.3 p.p.),

traduzindo, em parte, um efeito de base, como já referido (note-se que a rubrica é ainda

bastante influenciada pela evolução das cotações internacionais do crude). Seguiram-se os

contributos positivos do material de transporte (0.7 p.p.), dos produtos agrícolas e pecuários

(0.5 p.p.), da alimentação, bebidas e tabaco (0.4 p.p.) e dos metais (0.4 p.p.). Os únicos

contributos negativos tiveram origem nos químicos (-0.6 p.p.) e no calçado (-0.03 p.p.), mas

neste segundo caso praticamente sem expressão.

Quadro 3.1.1.2: Exportações de bens por tipo de produto

2014 Jan-Abr 15

Produtos NC8 e respetivos códigos Valor (M€)

Tvhn (%)

Contributo (p.p.)

Valor (M€)

Tvhn (%)

Contributo (p.p.)

Máquinas e aparelhos: S16 (84-85) 6 978 0.4 0.1 2 399 4.2 0.6

Material de Transporte: S17 (86-89) 5 243 5.0 0.5 1 967 5.6 0.7

Combustíveis e óleos minerais: S5 (27) 4 096 -16.8 -1.8 1 252 19.7 1.3

Metais: S15 (72-83) 3 878 5.0 0.4 1 326 5.3 0.4

Madeira e cortiça: S9 (44-46) e S10 (47-49) 3 858 0.8 0.1 1 314 2.6 0.2

Plásticos e borracha: S7 (39-40) 3 454 5.0 0.3 1 216 3.8 0.3

Alimentação, bebidas e tabaco, S4 (16-24) 3 129 4.4 0.3 1 013 6.4 0.4

Animais vivos, produtos animais e vegetais, e

gorduras: S1 (1-5), S2 (6-14), S3 (15) 2 884 11.3 0.6 945 9.6 0.5

Vestuário: S11 (61-62) 2 774 8.8 0.5 970 3.1 0.2

Químicos: S6 (28-38) 2 615 -2.0 -0.1 811 -9.7 -0.6

Calçado: S12 (64-67) 1 964 7.5 0.3 616 -0.7 0.0

Têxteis: S11 (50-60, 63) 1 843 6.0 0.2 651 5.9 0.2

Pedra, cerâmica e vidro: S13 (68-70) 1 572 4.0 0.1 543 5.7 0.2

Mobiliário: S20 (94) 1 539 11.8 0.3 539 5.1 0.2

Outros 1 314 -4.6 -0.1 469 12.4 0.3

Produtos minerais exceto combustíveis: S5 (25-26)

783 1.5 0.0 292 12.4 0.2

Peles e couros S8 (41-43) 253 12.7 0.1 90 9.1 0.0

Total 48 177 1.8 16 413 5.2

Total sem combustíveis 44 081 4.0 3.6 15 161 4.2 3.9

Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das exportações em 2014. NC8 = Nomenclatura combinada de mercadorias da

UE a oito dígitos; M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.

Contributos

positivos de quase

todos os grupos de

produtos

exportados

Subida forte das

importações sem

combustíveis

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

23

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Por mercados, o principal contributo para o aumento das exportações de bens de janeiro a

abril foi dado pela UE (4.5 p.p.), mas é de destacar o retorno a um contributo positivo no

mercado extracomunitário (0.7 p.p.) após um valor marginalmente negativo em 2014.

O crescimento nos 20 principais mercados nesse período (4.4%) foi inferior ao total das

exportações (5.2%), indicando uma maior diversificação dos mercados externos.

Quadro 3.1.1.3: Exportações de bens nos 20 principais mercados de 2014

2014 Jan-Abr 2015

Valor

(M€)

Tvhn

(%)

Contributo

(p.p.)

Valor

(M€)

Tvhn

(%)

Contributo

(p.p.)

Espanha 11 345 1.5 0.4 4 117 10.3 2.5

França 5 636 2.5 0.3 2 023 4.9 0.6

Alemanha 5 632 2.2 0.3 1 995 4.0 0.5

Angola 3 175 2.0 0.1 725 -24.4 -1.5

Reino Unido 2 928 12.1 0.7 1 086 14.8 0.9

Estados Unidos 2 111 5.7 0.2 796 25.0 1.0

Países Baixos 1 916 1.3 0.1 642 1.8 0.1

Itália 1 566 0.0 0.0 517 5.1 0.2

Bélgica 1 303 -3.0 -0.1 380 -9.9 -0.3

China 839 27.6 0.4 292 6.4 0.1

Brasil 639 -13.5 -0.2 202 3.5 0.0

Marrocos 592 -19.2 -0.3 184 9.4 0.1

Argélia 589 11.6 0.1 180 -24.2 -0.4

Suécia 467 5.9 0.1 136 -18.7 -0.2

Polónia 465 5.7 0.1 180 14.8 0.1

Suíça 429 2.4 0.0 150 6.8 0.1

Turquia 404 5.9 0.0 102 -18.9 -0.2

República Checa 320 12.2 0.1 105 -5.4 0.0

Moçambique 318 -2.8 0.0 120 29.7 0.2

Dinamarca 307 -2.5 0.0 98 0.2 0.0

Subtotal 40 981 2.5 2.1 14 028 4.4 3.8

Total 48 177 1.8 16 413 5.2

Intra-UE 34 161 2.7 1.9 12 002 6.3 4.5

Extra-UE 14 017 -0.1 0.0 4 412 2.6 0.7

Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das exportações em 2014. M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação

homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.

Entre esses mercados, o maior contributo positivo para o aumento das exportações foi dado

por Espanha (2.5 p.p.), seguindo-se os EUA (1.0 p.p.), o Reino Unido (0.9 p.p.), a França (0.6

p.p.) e a Alemanha (0.5 p.p.). Apenas cinco mercados registaram contributos negativos:

Angola (-1.5 p.p.), Argélia (-0.4 p.p.), Bélgica (-0.3 p.p.), Suécia e Turquia (-0.2 p.p.).

UE impulsiona

exportações;

mercado extra-UE

retoma contributo

positivo

20 Maiores

mercados de

exportação

reforçam peso

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

24

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

A forte quebra no mercado de Angola (tvh de -24.4%) reduziu significativamente o seu peso

no total das exportações (para 4.4%, após 6.6% em 2014), tendo sido ultrapassado pelo Reino

Unido e pelos EUA no ranking dos maiores mercados, passando da 4ª para a 6ª posição.

De acordo com um destaque do INE sobre Angola, neste caso com dados referentes ao

primeiro trimestre, a forte queda homóloga das exportações nesse período (23.6%) deveu-se à

redução verificada em todos os grupos de produtos exportados. Destacam-se as quedas nas

Máquinas e aparelhos (-24.0%) e Bens alimentares (-16.2%), com maior peso na estrutura das

exportações para esse país, bem como nos metais comuns (21.8%) e nos Outros produtos

(35.1%), neste caso com origem na evolução negativa dos Móveis e suas partes.

Quotas de mercado das exportações de bens

De acordo com dados revistos, a quota de mercado das exportações nacionais no

mercado mundial de bens situou-se em 0.336% no primeiro trimestre de 2015 (0.758% no

mercado da UE e 0.0974% no mercado extracomunitário), traduzindo uma descida ligeira face

à quota de mercado média em 2014, mas note-se que os dados de apenas um trimestre são

insuficientes para estabelecer uma tendência, até porque são sujeitos a revisão.

Quadro 3.1.1.4: Quotas de mercado das exportações de bens (%)

2012 2013 2014 1T 15

Mundo 0.314 0.334 0.339 0.336

Intra-UE 0.692 0.734 0.740 0.758

Extra-UE 0.0954 0.1026 0.1035 0.0974

Fontes: OMC e INE. Nota metodológica: as quotas foram calculadas dividindo as exportações de Portugal (dados

trimestrais da OMC em milhões de dólares, repartidos entre os mercados intra-UE e extra-UE usando a estrutura de

exportações de Portugal calculada a partir de informação do INE para os períodos em causa) pelas importações totais

nos vários mercados (obtidas na mesma base de dados trimestrais da OMC).

Figura 3.1.1.1: Evolução homóloga das exportações de mercadorias, da procura externa

relevante e dos ganhos de quota de mercado

5.6

4.6

1.8 2.2

-0.7

1.5

4.5 3.8

1.3

-2.1

1.8

0.9 1.6

2.5 2.3 2.2

4.3

6.7

0.0

1.3

-2.3

-1.0

2.2 1.6

-3.0

-2.0

-1.0

0.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

6.0

7.0

8.0

2012 2013 2014 1T 14 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15

Exportações de mercadorias (tvhn, %)Procura externa relevante (tvhn, %)Ganho (+) / Perda (-) de quota de mercadoFonte: INE e cálculos próprios

Quota de mercado

mundial das

exportações

nacionais de

0.336% no 1ºT 15

Angola passa de 4º

para 6º no ranking

de mercados de

exportações

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

25

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Por outro lado, a evolução face ao trimestre homólogo parece ser positiva. Segundo dados do

INE, as exportações de mercadorias cresceram mais do que a procura externa relevante

no primeiro trimestre de 2015 (variações homólogas de 3.8% e 2.2% respetivamente),

refletindo-se num ganho homólogo de quota de mercado (cerca de 1.6%).

Os nossos cálculos das quotas de mercado nos 20 principais mercados de exportação

de bens mostram uma melhoria em 10 dos 19 países com informação disponível para os

quatro primeiros meses de 2015 (1º trimestre, no caso de Angola), por comparação com 2014.

Salientamos os ganhos de quota significativos em Espanha, na Argélia e na China, e a perda

significativa no mercado angolano (ver quadro abaixo).

Quadro 3.1.1.5: Quotas de mercado nos 20 maiores mercados de exportação de bens

Quotas (%) Variação (p.p.)

2013 2014 Jan-Abr 15 2014 Jan-Abr 15

Espanha 4.36 4.20 4.53 -0.15 0.33

França 1.07 1.10 1.18 0.03 0.08

Alemanha 0.61 0.62 0.64 0.00 0.02

Angola* 16.49 15.90 10.92 (1T 15) -0.59 -4.98 (1T 15)

Reino Unido 0.53 0.57 0.59 0.04 0.02

Estados Unidos 0.11 0.12 0.12 0.00 0.00

Países Baixos 0.43 0.43 0.45 0.01 0.01

Itália 0.43 0.44 0.42 0.01 -0.02

Bélgica 0.39 0.38 0.34 -0.01 -0.04

China 1.93 2.42 2.55 0.488 0.133

Brasil 0.05 0.04 0.04 -0.01 0.00

Marrocos 0.39 0.33 0.31 -0.06 -0.02

Argélia 1.28 1.34 1.51 0.06 0.17

Suécia 0.36 0.38 0.34 0.02 -0.04

Polónia 0.28 0.28 0.33 0.00 0.05

Suíça 0.28 0.28 0.27 0.00 -0.01

Turquia 0.20 0.22 0.16 0.02 -0.06

República Checa 0.26 0.28 0.26 0.02 -0.02

Moçambique* 4.79 5.22 (3T 14) 0.43 (3T 14)

Dinamarca 0.43 0.41 0.38 -0.02 -0.03

Fontes: OMC, INE Angola, INE Moçambique, INE, BdP, cálculos próprios. Tabela ordenada pelo ranking das exportações

em 2014 (como no quadro 3.1.1.3). P.p. = pontos percentuais. *Pesos de Portugal nas importações de mercadorias

desses países, obtidas a partir de dados dos respetivos institutos nacionais de estatística. As restantes quotas seguem a

metodologia descrita na nota do quadro anterior (mas aqui com dados mensais).

Ganhos de quota de

mercado em

Espanha, na Argélia

e na China, e perda

expressiva em

Angola

Quota no mercado

mundial de bens

melhora face ao

trimestre homólogo

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

26

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Importações de bens

De janeiro a abril de 2015, as importações de bens registaram uma variação homóloga nominal

de 2.8%. O detalhe por produtos mostra, no entanto, que a subida das importações foi de

7.5% excluindo combustíveis, cuja forte contração (20.3%) está associada a efeitos de base.

Os principais contributos para o aumento das importações tiveram origem no material de

transporte (2.3 p.p.), nos químicos (0.9 p.p.) e nas máquinas e aparelhos (0.7 p.p.).

Quadro 3.1.1.6: Importações de bens por tipo de produto

2014 Jan-Abr 15

Produtos NC8 e respetivos códigos Valor

(M€)

Tvhn

(%)

Contributo

(p.p.)

Valor

(M€)

Tvhn

(%)

Contributo

(p.p.)

Combustíveis: S5 (27) 10 214 -8.4 -1.6 2 519 -20.3 -3.4

Máquinas e aparelhos: S16 (84-85) 8 966 6.4 1.0 2 942 5.0 0.7

Material de Transporte: S17 (86-89) 6 196 22.3 2.0 2 406 21.7 2.3

Animais vivos, produtos animais e vegetais,

e gorduras: S1 (1-5), S2 (6-14), S3 (15) 6 153 -1.3 -0.1 2 089 4.6 0.5

Químicos: S6 (28-38) 6 102 3.8 0.4 2 203 8.1 0.9

Metais: S15 (72-83) 4 484 3.7 0.3 1 593 6.7 0.5

Plásticos e borracha: S7 (39-40) 3 453 5.3 0.3 1 187 3.2 0.2

Alimentação, bebidas e tabaco, S4 (16-24) 2 711 -4.1 -0.2 848 1.7 0.1

Outros 2 030 1.9 0.1 680 7.0 0.2

Madeira e cortiça: S9 (44-46) e S10 (47-49) 1 934 4.9 0.2 657 6.4 0.2

Vestuário: S11 (61-62) 1 814 12.1 0.3 600 3.4 0.1

Têxteis: S11 (50-60, 63) 1 800 4.4 0.1 629 3.0 0.1

Peles e couros S8 (41-43) 825 12.0 0.2 273 -1.3 0.0

Mobiliário: S20 (94) 720 13.9 0.2 262 21.8 0.2

Calçado: S12 (64-67) 703 17.6 0.2 250 5.8 0.1

Pedra, cerâmica e vidro: S13 (68-70) 588 9.8 0.1 195 4.2 0.0

Produtos minerais exceto combustíveis: S5 (25-26)

162 12.8 0.0 56 10.5 0.0

Total 58 854 3.2 19 390 2.8

Total sem combustíveis 48 640 6.1 4.9 16 871 7.5 6.2

Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das importações em 2014. NC8 = Nomenclatura combinada de mercadorias da

UE a oito dígitos; M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.

Os dados por mercados de origem mostram variações homólogas de 4.3% nas importações

intra-UE e -2.0% nas extracomunitárias. Os principais contributos para o aumento das

importações vieram de Espanha (1.4 p.p.) e do Brasil (0.7 p.p.), enquanto os contributos mais

negativos ocorreram nos mercados de Angola (-1.6 p.p.) e Nigéria (-0.6 p.p.).

Crescimento das

importações de

material de

transporte

amortecido por

correção nos

combustíveis

Apenas importações

intra-UE sobem,

com forte

contributo de

Espanha

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

27

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Quadro 3.1.1.7: Importações de bens nos 20 principais mercados de 2014

2014 Jan-Abr 2015

Valor

(M€)

Tvhn

(%)

Contributo

(p.p.)

Valor

(M€)

Tvhn

(%)

Contributo

(p.p.)

Espanha 19 128 4.0 1.3 6 360 4.2 1.4

Alemanha 7 272 12.1 1.4 2 420 -0.9 -0.1

França 4 160 8.5 0.6 1 475 3.5 0.3

Itália 3 081 5.6 0.3 1 036 2.1 0.1

Países Baixos 3 007 5.5 0.3 988 3.3 0.2

Reino Unido 1 794 7.1 0.2 670 17.4 0.5

Angola 1 606 -39.0 -1.8 293 -51.3 -1.6

China 1 597 16.6 0.4 580 17.2 0.5

Bélgica 1 565 9.6 0.2 567 5.1 0.1

Estados Unidos 920 9.2 0.1 313 -17.7 -0.4

Brasil 865 4.0 0.1 244 117.8 0.7

Cazaquistão 814 48.0 0.5 206 4.3 0.0

Arábia Saudita 785 12.9 0.2 253 13.0 0.2

Argélia 712 77.7 0.5 95 -22.7 -0.1

Rússia 711 -28.9 -0.5 194 16.5 0.1

Suécia 665 20.6 0.2 213 -7.0 -0.1

Irlanda 610 12.0 0.1 274 51.9 0.5

Nigéria 542 -27.5 -0.4 2 -97.9 -0.6

Polónia 530 21.7 0.2 193 12.9 0.1

Índia 492 25.3 0.2 161 -11.5 -0.1

Subtotal 50 857 4.7 4.0 16 538 1.9 1.7

Total 58 854 3.2 19 390 2.8

Intra-UE 43 979 7.1 5.1 14 973 4.3 3.3

Extra-UE 14 875 -6.8 -1.9 4 416 -2.0 -0.5

Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das importações em 2014. M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação

homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.

3.1.2 Comércio internacional de serviços

O excedente da balança de serviços aumentou 8.1% em termos homólogos (209 M€) no

período de janeiro a abril de 2015, para 2803 M€, correspondendo a um aumento absoluto

das exportações superior ao das importações (553 e 344 M€, respetivamente), ainda que a

taxa de variação tenha sido inferior (8.8% e 9.4%). A rubrica de Viagens e turismo continuou

a dar o maior contributo para o aumento das exportações (5.4 p.p., traduzindo uma tvh de

12.8%), seguida pelos Outros serviços fornecidos por empresas (3.2 p.p. e 17.8%),

precisamente as duas únicas rubricas que registaram saldos positivos. No lado das importações,

o maior contributo para o crescimento veio dos Outros serviços fornecidos por empresas (3.4

p.p. e 18.9%), registando-se vários outros contributos positivos significativos.

Excedente da

balança de serviços

sobe com forte

crescimento das

exportações de

Viagens e turismo e

Outros serviços

fornecidos por

empresas

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

28

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Quadro 3.1.2.1: Balança de serviços

2014 Var. homóloga Jan-Abr 15 Var. homóloga

Valor

(M€)

Valor

(M€)

Tvhn

(%)

Contributo

(p.p.)

Valor

(M€)

Valor

(M€)

Tvhn

(%)

Contributo

(p.p.)

Exportações 22 817 882 4.0 6 809 553 8.8

Transformação, manut., reparação

671 -149 -18.1 -0.7 188 -36 -16.0 -0.6

Transportes 5 647 47 0.8 0.2 1 832 21 1.2 0.3

Viagens e turismo* 11 359 1 118 10.9 5.1 2 975 338 12.8 5.4

Direitos e serviços de telecom., informáticos e de informação

1 128 105 10.3 0.5 365 20 5.9 0.3

Outros serviços forn. por empresas

3 627 -88 -2.4 -0.4 1 326 200 17.8 3.2

Pessoais, culturais,

recreativos, Ad. Púb. 386 -151 -28.1 -0.7 123 8 7.2 0.1

Importações 11 871 872 7.9 4 006 344 9.4

Transformação,

manut., reparação 330 52 18.8 0.5 102 7 7.6 0.2

Transportes 3 382 286 9.2 2.6 1 054 61 6.2 1.7

Viagens e turismo* 4 328 231 5.6 2.1 1 437 45 3.2 1.2

Direitos e serviços de telecom., informáticos e de informação

1 380 159 13.0 1.4 506 66 15.0 1.8

Outros serviços forn. por empresas

2 150 322 17.6 2.9 778 124 18.9 3.4

Pessoais, culturais, recreativos, Ad. Púb.

301 -178 -37.2 -1.6 129 41 46.4 1.1

Saldo 10 946 10 0.1 2 803 209 8.1

Transformação,

manut., reparação 340 -201 -37.1 85 -43 -33.5

Transportes 2 265 -239 -9.6 778 -40 -4.9

Viagens e turismo* 7031 887 14.4 1539 294 23.6

Direitos e serviços de telecom., informáticos

e de informação

-253 -53 26.8 -141 -46 48.2

Outros serviços forn. por empresas

1477 -410 -21.7 549 77 16.3

Pessoais, culturais,

recreativos, Ad. Púb. 86 27 45.5 -6 -33 s.s.

Fonte: BdP. M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais; s.s. = sem

significado. * Inclui as componentes da construção, seguros, pensões e serviços financeiros, com peso reduzido.

De acordo com dados anuais provisórios da OMC, a quota das exportações nacionais nas

importações mundiais de serviços comerciais terá estabilizado em 0.63% no ano de

2014, após uma subida significativa em 2013 (de 0.59% para 0.64%).

3.1.3 Balança de bens e serviços

O saldo da balança de bens e serviços (BBS) melhorou para 260 M€ nos cinco primeiros

meses de 2015 (face a -105 M€ no período homólogo), traduzindo um menor défice da balança

de bens e um excedente mais elevado nos serviços, segundo dados do Banco de Portugal

Excedente da BBS

nos quatro primeiros

meses de 2015

Quota de mercado

dos serviços

estabiliza em 2014

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

29

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

(note-se que a componente de bens difere dos dados acima apresentados do INE – ver nota do

quadro abaixo). Salienta-se ainda o aumento do peso dos serviços na estrutura da BBS,

passando a representar 29.6% das exportações e 17.6% das importações. As Viagens e

turismo aumentaram o seu peso no total das exportações para 12.9%.

Quadro 3.1.3.1: Balança de bens e serviços

Exportações

Importações Saldo

Jan-Abr

Jan-Abr

Jan-Abr

2014 2015 2014 2015 2014 2015

Valor (M€)

Peso (%)

Valor (M€)

Peso (%)

Valor (M€)

Peso (%)

Valor (M€)

Peso (%)

Valor (M€)

Valor (M€)

Bens (FOB) 15 339 71.0 16 182 70.4 18 038 83.1 18 726 82.4 -2 699 -2 543

Serviços 6 257 29.0 6 809 29.6 3 662 16.9 4 006 17.6 2 595 2 803

Transformação,

manut., reparação 223 1.0 188 0.8 95 0.4 102 0.5 128 85

Transportes 1 811 8.4 1 832 8.0 993 4.6 1 054 4.6 818 778

Viagens e turismo* 2 637 12.2 2 975 12.9 1 392 6.4 1 437 6.3 1 245 1 539

Direitos e serv. de

telecom., informát.

e de informação

345 1.6 365 1.6 440 2.0 506 2.2 -95 -141

Outros serviços

forn. por empresas 1 126 5.2 1 326 5.8 654 3.0 778 3.4 472 549

Pessoais, culturais,

recreat., Ad. Púb. 115 0.5 123 0.5 88 0.4 129.2 0.6 27 -6

Total 21 596 100.0 22 992 100.0 21 700 100.0 22 732 100.0 -105 260

Fonte: Banco de Portugal. M€= milhões de euros. Nota: devido a diferenças de natureza metodológica, ocorre uma

diferença significativa de valores na balança de bens entre este quadro e o quadro 3.1.1.1, que tem como fonte o INE.

As diferenças têm origem sobretudo nas importações, em boa medida porque esta componente se encontra expressa

em valores CIF nos dados do INE e em valores FOB nos do Banco de Portugal (ver nota ao quadro 3.1.1.1). * Inclui as

componentes da construção, seguros, pensões e serviços financeiros, com peso reduzido.

3.1.4 Termos de troca de bens e de serviços

No primeiro trimestre de 2015 registou-se uma melhoria mais forte dos termos de troca

(cerca de 2.8%, em termos homólogos), tanto nos bens como nos serviços, uma evolução que

favorece a o saldo da balança de bens e serviços.

Quadro 3.1.4.1: Evolução dos termos de troca (tvh, %)

Deflator exportações, tvh (1) Deflator importações, tvh (2) Termos de troca (p.p.)= (1)-(2)

Bens

(FOB)

Serviços Total Bens

(FOB)

Serviços Total Bens

(FOB)

Serviços Total

2012 1.7 1.6 1.7 1.0 1.6 1.1 0.7 -0.1 0.6

2013 -0.9 -0.4 -0.8 -2.3 0.5 -1.9 1.4 -0.9 1.2

2014 -1.0 1.7 -0.3 -2.7 0.9 -2.2 1.7 0.8 1.9

1T 15 -3.2 2.5 -1.7 -5.4 0.6 -4.5 2.2 1.9 2.8

Fonte: INE (Contas nacionais base 2011, SEC 2010) e cálculos próprios. Tvh = taxa de variação homóloga. FOB: ver

nota ao quadro 3.1.1.1.

Melhoria dos

termos de troca

acentua-se no 1º T,

tanto nos bens

como nos serviços

Subida do peso dos

serviços na BBS

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

30

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Nos bens, a melhoria dos termos de troca (cerca de 2.2%) resultou de uma queda mais forte

dos preços das importações do que das exportações, enquanto nos serviços traduziu um

aumento mais expressivo dos preços das exportações do que das importações.

3.2 Investimento direto

Segundo informação provisória do BdP (seguindo o princípio direcional), a posição de

investimento direto estrangeiro (IDE) situou-se em 93947 M€ no final do primeiro trimestre

de 2015, traduzindo um crescimento homólogo de 3.2%, inferior ao registado na posição de

investimento português no exterior (7.0%, para 49901 M€), mas com uma redução

apenas ligeira da posição de investimento direto líquido (-0.9%, para 43596 M€).

Quadro 3.2.1: Investimento direto (posição em final de período em M€, salvo outra indicação)

2013 2014 1T 15

Posição de Investimento Direto líquido = (1)-(2) 44788 41314 43596

Tvh (%) 6.3 -7.8 -0.9

Posição de Investimento Direto Estrangeiro (1) 89716 89379 93497

Tvh (%) 2.4 -0.4 3.2

Posição de Investimento Direto no Exterior (2) 44928 48065 49901

Tvh (%) -1.2 7.0 7.0

Fonte: BdP. Tvha =taxa de variação homóloga; M€= milhões de euros.

Crescimento da

posição de

investimento direto

quer estrangeiro

quer no exterior;

posição líquida

pouco alterada

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

31

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

4. FINANCIAMENTO

4.1 Taxas de juro

Quadro 4.1.1: Taxas de juro

2013 2014 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15 Abr-15 Mai-15

Taxas de juro (%)

Mercado monetário

Taxa “Refi” do BCE (fim de período) 0.25 0.05 0.15 0.05 0.05 0.05 0.05 0.05

Taxas Euribor (valores médios)

3 meses 0.220 0.209 0.299 0.165 0.082 0.046 0.005 -0.010

6 meses 0.336 0.308 0.393 0.266 0.181 0.125 0.073 0.057

12 meses 0.536 0.475 0.570 0.440 0.334 0.255 0.180 0.165

Dívida soberana: OT (valores médios)

Yield PT, 10 anos (a) 6.29 3.75 3.66 3.45 3.05 2.18 1.87 2.41

Yield Área Euro, 10 anos 3.00 2.05 2.23 1.80 1.50 1.03 0.91 1.32

Yield Alemanha, 10 anos (b) 1.57 1.16 1.35 0.99 0.70 0.31 0.12 0.56

Prémio de risco de PT = (a) –(b) 4.72 2.59 2.31 2.45 2.35 1.88 1.75 1.85

Crédito a empresas

Novas operações até 1 M€ (exclui descobertos bancários)

Taxa de juro média pond. em PT 6.39 5.53 5.78 5.37 4.94 4.72 4.44

Tx. de juro média pond. na A. Euro 3.78 3.52 3.68 3.42 3.19 2.99 2.88

Fontes: EMMI (European Money Markets Institute), BdP, BCE e Eurostat. OT = Obrigações do Tesouro; PT = Portugal;

Taxa “Refi” do BCE = taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento do Eurosistema.

Figura 4.1.1: Taxas Euribor a 3, 6 e 12 meses (valores médios mensais, %)

No mercado monetário europeu, as taxas Euribor continuaram a atingir novos mínimos

históricos em maio (valores médios de -0.010% no prazo de três meses, 0.057% a seis meses

e 0.165% a 12 meses), correspondendo à política monetária expansionista do BCE. Pela

-0.010

0.057

0.165

-0.1

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

mai-14

jun-1

4

jul-14

ago-1

4

set-

14

out-

14

nov-1

4

dez-

14

jan-1

5

fev-1

5

mar-

15

abr-

15

mai-15

Euribor 3m Euribor 6 m Euribor 12 mFonte: EMMI

Taxas Euribor em

novos mínimos e já

com um valor médio

negativo a 3 meses

Page 32: ANÁLISE DE CONJUNTURA - NERBE...historicamente baixos, como o valor externo do Euro – Taxa de Câmbio – em relação ao dólar. Evolução que, como se sabe, favorece o relançamento

2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

32

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

primeira vez, a taxa Euribor média a três meses atingiu um valor negativo, que decorre da taxa

de depósito negativa do BCE e das limitações na colocação de fundos. No dia 26 de junho, as

taxas Euribor situaram-se em -0.015%, 0.049% e 0.162% nos três prazos referidos.

Figura 4.1.2: Yields soberanas a 10 anos de alguns países da Área Euro (%)

No mercado secundário de dívida pública, a yield média a 10 anos de Portugal subiu pelo

segundo mês seguido em maio (para 2.41%, após 1.87% em abril e um mínimo de 1.74% em

março) – influenciada pelo movimento de correção nos mercados obrigações e pelo impasse

nas negociações para continuação da ajuda à Grécia – tendo aumentado ligeiramente o

diferencial face à yield alemã (medida do prémio de risco-país). Em junho, a yield diária a 10

anos situou-se em 2.80% no dia 22, tendo chegado a ultrapassar os 3% no decurso do mês.

Figura 4.1.3: Taxas de juro sobre novas operações (até 1 M€, excluindo descobertos

bancários) a sociedades não financeiras por inst. fin. monetárias (médias ponderadas, %)

0.56

10.95

2.41

0

2

4

6

8

10

12

mai-13

jun-1

3

jul-13

ago-1

3

set-

13

out-

13

nov-1

3

dez-

13

jan-1

4

fev-1

4

mar-

14

abr-

14

mai-14

jun-1

4

jul-14

ago-1

4

set-

14

out-

14

nov-1

4

dez-

14

jan-1

5

fev-1

5

mar-

15

abr-

15

mai-15

Alemanha Espanha Grécia Irlanda PortugalFonte: Eurostat

2.54

1.97

4.44

2.92

1

2

3

4

5

6

7

8

mar-

11

mai-11

jul-11

set-

11

nov-1

1

jan-1

2

mar-

12

mai-12

jul-12

set-

12

nov-1

2

jan-1

3

mar-

13

mai-13

jul-13

set-

13

nov-1

3

jan-1

4

mar-

14

mai-14

jul-14

set-

14

nov-1

4

jan-1

5

mar-

15

Chipre Alemanha Espanha França Grécia

Irlanda Itália Luxemburgo Portugal Zona Euro

Fontes: BCE,

Eurostat

Yield das OT a 10

sobe com fatores

externos

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

33

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

A taxa de juro média dos empréstimos às Sociedades Não Financeiras (operações até

1 M€) de Portugal continuou a reduzir-se de forma gradual em abril (situando-se em 4.44%,

um mínimo de mais de quinze anos), apresentando ainda um dos valores mais elevados da

área euro (cuja média se situou em 2.88% nesse mês), apenas abaixo dos níveis registados

no Chipre e na Irlanda (não estão disponíveis dados recentes para a Grécia).

4.2 Crédito bancário

Quadro 4.2.1: Stock de crédito (final de período)

2013 2014 Jun-14 Set- 14 Dez-14 Mar-15 Abr-15

Crédito interno total (M€) 330 632 311 482 321 154 316 092 311 482 309 278 309 430

Tvh (%) -4.0 -5.8 -5.7 -6.5 -5.8 -4.7 -4.3

Crédito a soc. não financeiras 115 704 101 125* 112 085 110 789 101 125* 100 806 100 300

Tvh (%) -6.1 s.s. -7.5 -5.6 s.s. s.s. s.s.

Crédito à Ind. Transf. 13 241 13 118* 13 469 13 353 13 118* 13 407 13 345

Tvh (%) -2.6 s.s. -2.1 -0.5 s.s. s.s. s.s.

Fonte: BdP. Tvh =taxa de variação homóloga; M€= milhões de euros; s.s.=sem significado. *Quebra de série.

Figura 4.2.1: Stock de crédito interno do setor financeiro monetário às sociedades não

financeiras (M€, tvh e tvc, em %)

Os dados do stock de crédito às Sociedades Não Financeiras mostram um

desagravamento homólogo significativo entre novembro de 2012 e novembro de 2014 (de

uma tvh de -9.5% para -6.0%, não estando disponível informação mais recente devido a uma

quebra de série em dezembro de 2014). Em variação mensal, os números tornaram-se

consistentemente menos negativos a partir da segunda metade de 2014, tendo-se mesmo

observado uma estabilização em fevereiro e março de 2015. Contudo, o movimento de descida

foi retomado em abril (variação mensal de -0.5%, para 100300 M€).

100 300

-0.5%

-9.5%

-6.0%

-12%

-10%

-8%

-6%

-4%

-2%

0%

2%

4%

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

140000

160000

abr-

11

jun-1

1

ago-1

1

out-

11

dez-

11

fev-1

2

abr-

12

jun-1

2

ago-1

2

out-

12

dez-

12

fev-1

3

abr-

13

jun-1

3

ago-1

3

out-

13

dez-

13

fev-1

4

abr-

14

jun-1

4

ago-1

4

out-

14

dez-

14

fev-1

5

abr-

15

Stock de crédito interno às soc. não fin. (esc. esq.)

tvc (taxa de variação em cadeia)

tvh (taxa de variação homóloga)Fonte: BdP. Quebra de série em dez-14

Taxa de juro do

crédito às empresas

renova mínimos

mas ainda a 3ª mais

alta da Área Euro

Sinais de menor

queda do stock de

crédito ao Setor

Não Financeiro

empresas

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

34

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Em termos de variação absoluta, o stock de crédito às Sociedades Não Financeiras diminuiu

825 M€ nos primeiros quatro meses de 2015, abaixo das descidas de 2105 M€ nas Sociedades

Financeiras e 1386 M€ nos Particulares. Em sentido contrário, registou-se um aumento de

2263 M€ no stock de crédito às Administrações Públicas. Refletindo esta evolução, o stock

de crédito interno reduziu-se 2052 M€ desde dezembro de 2014, mas com uma queda

homóloga cada vez menor (4.3% em abril).

Figura 4.2.2: Empréstimos bancários a sociedades não financeiras por setor de atividade

(saldos em final de mês, não incluindo títulos; M€)

Por setor de atividade, apenas a indústria transformadora, o comércio e a agricultura e

pescas tiveram um aumento do crédito entre dezembro de 2014 e abril de 2015 (227, 54 e 49

M€, respetivamente).

Figura 4.2.3: Crédito do setor financeiro monetário e não monetário às sociedades não

financeiras: PME, grandes empresas e exportadoras (taxa de variação anual, tva, %)

1 213

2 126

3871

4 077

4 577

5326

5388

6 682

11 595

12 325

13 345

14 807

0 2 000 4 000 6 000 8 000 10 000 12 000 14 000 16 000

Outras atividades

Agricultura, produção animal,…

Educação, saúde e outras…

Eletricidade, gás, vapor e água;…

Alojamento, restauração e similares

SGPS

Atividades de consultoria, técnicas…

Transportes e armazenagem

Atividades imobiliárias

Comércio

Indústria transformadora

Construção

dez-14 abr-15Fonte: BdP. Nota: quebra de série em Dez-14

-6.7

-1.6

1.5

-4.0

-7.8

0.9

-3.7

-1.6

3.1

-10.0

-8.0

-6.0

-4.0

-2.0

0.0

2.0

4.0

PME Grandes empresas Empresas exportadoras

dez/13 dez/14 abr/15Fonte: BdP

Crédito melhora na

IT, agricultura e

pescas e comércio

Aumento do stock

de crédito à

Administração

Pública contrasta

com queda no setor

privado

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

35

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Ainda nas Sociedades Não Financeiras, a informação disponível permite evidenciar uma menor

descida do crédito às PME (taxa de variação anual, tva, de -3.7% em abril de 2015, após

-4.0% em dezembro) e, em particular, às grandes empresas (de uma tva de -7.8% para

-1.8%). Destaca-se, ainda, a aceleração significativa do crédito às empresas exportadoras

(de uma tva de 0.9% para 3.1%).2

4.3 Mercado de capitais

No mercado secundário a contado, os dados de janeiro a maio mostram uma correção em

baixa do valor transacionado (tvh de -29.2%, para 13143.7 M€) após uma forte subida em

2014 (27.3%), refletindo a evolução da Euronext Lisbon (tvh de -29.6% para 13000.5 M€), o

mercado com maior peso. Nos sistemas de negociação multilateral (com menores

exigências de listagem, mais apropriados à participação das PME), pelo contrário, registou-se

uma aceleração, com o crescimento homólogo de 56.2% (para 143.2 M€) a ser liderado pela

Easinext Lisbon (81.7%, para 140.5 M€), que contrariou a queda no PEX (-81.6%, para 2.6

M€), não se tendo registado transações significativas na Alternext Lisbon. No que se refere à

capitalização, os dados permitem evidenciar, entre dezembro de 2014 e maio de 2015, um

abrandamento ao nível da Euronext Lisbon (de uma tvh de 6.3% para 2.9%) e da Alternext

Lisbon (de 732.5% para 452.2%), e uma aceleração na Easinext Lisbon (de 0.4% para 6.7%).

No final de maio, o índice acionista de referência PSI-20 registou uma variação homóloga de

-17.9% e mensal de -4.2%, passando a acumular uma variação de 21.7% em 2015.

Quadro 4.3.1: Transações e capitalização bolsista (M€, salvo outra indicação)

Valor transacionado Capitalização bolsista

2013 2014 Jan-Mai 15 Dez-13 Dez-14 Mai 15

Mercados regulamentados 30 383.3 38 816.4 13 000.5

Tvh (%) 27.8 -29.6

Euronext Lisbon 30 383.3 38 816.4 13 000.5 226 057.0 240 262.5 265 135.5

Tvh (%) 27.8 -29.6 8.7 6.3 2.9

Sistemas de neg. multilateral 778.1 852.3 143.2

Tvh (%) 9.5 56.2

EasyNext Lisbon 715.8 828.5 140.5 3 220.1 3 231.7 3 804.8

Tvh (%) 15.7 81.7 25.2 0.4 6.7

AlterNext Lisbon 0.0 0.0 0.0 7.7 64.3 51.2

Tvh (%) -96.2 s.s. 0.0 732.5 452.2

PEX 62.3 23.7 2.6

Tvh (%) -61.9 -81.6

Total (merc. secund. contado) 31 161.4 39 668.7 13 143.7

Tvh (%) 27.3 -29.2

Fonte: CMVM. Tvh = taxa de variação homóloga; s.s.=sem significado.

2 Nota: os dados deste parágrafo não são diretamente comparáveis com o anterior, por incluírem empréstimos de

instituições não monetárias, mas excluírem o crédito titularizado.

Easinext Lisbon

acelera em valor

transacionado e

em capitalização,

enquanto

Euronext Lisbon

perde dinamismo

Menor queda do

crédito a PME e

grandes empresas, e

aceleração nas

exportadoras

PSI-20 corrige em

baixa

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

36

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

5. MERCADO DE TRABALHO

A taxa de desemprego situou-se em 13.7% no primeiro trimestre de 2015, traduzindo

uma descida face ao período homólogo (15.1%), mas o segundo aumento seguido face ao

mínimo de três anos registado no terceiro trimestre de 2014 (13.1%), evolução esta que pode

ser influenciada por sazonalidade. O número de desempregados recuou 9.5% em variação

homóloga, enquanto o emprego aumentou 1.1% e a população ativa desceu 0.5%.

Figura 5.1: Taxa de desemprego total, jovem e de longa duração

(%, sem correção de sazonalidade)

Os dados mostram ainda que o aumento homólogo do emprego teve origem nos setores

secundário e terciário (3.3% e 2.3%, respetivamente), contrariando a queda no setor primário

(-13.7%), e que os contratos de trabalho com termo foram os que mais aumentaram entre

os trabalhadores por conta de outrem (5.9%, face a 3.1% nos sem termo).

Em relação ao desemprego, a evolução nos setores reflete a descrita no emprego, com tvh

de -14.6% no setor secundário, -7.0% no terciário e 3.1% no primário.

Por grau de qualificação, a redução homóloga do desemprego foi superior no nível de ensino

básico (-12.4%), seguida pelo ensino secundário (-7.1%) e pelo superior (-3.1%).

É ainda de salientar a queda homóloga da taxa de desemprego de longa duração (para

8.9%) e da taxa de desemprego jovem (para 34.4%), não obstante uma subida em cadeia

em ambos os casos.

12.7 15.5 16.2

13.9 12.4

17.5 15.1 13.1 13.5 13.7

30.3

37.9 38.1 34.8

28.0

42.5

37.5

32.2 34.0 34.4

6.7 8.4

10.0 9.1 6.6

10.4 9.6 8.8 8.7 8.9

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

2011

2012

2013

2014

1T 1

1

2T 1

1

3T 1

1

4T 1

1

1T 1

2

2T 1

2

3T 1

2

4T 1

2

1T 1

3

2T 1

3

3T 1

3

4T 1

3

1T 1

4

2T 1

4

3T 1

4

4T 1

4

1T 1

5

Taxa de desemprego total

Taxa de desemprego jovem (15-24 anos)

Taxa de desemprego de longa duração (12 ou mais meses)Fonte: INE

Taxa de desemprego

em 13.7% no 1T 15,

abaixo do trimestre

homólogo mas

acima do anterior

Setor secundário

com o maior

aumento homólogo

do emprego e a

maior descida do

desemprego

Desemprego

desce mais nas

qualificações

inferiores

Queda homóloga

das taxas de

desemprego jovem

e de longa duração

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

37

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Quadro 5.1: Inquérito trimestral ao emprego do INE

1T 14 4T 14 1T 15 Tvh (%) Tvc (%)

População ativa (103 indivíduos) 5 215.0 5 189.8 5 190.0 -0.5 0.0

Taxa de atividade (%) 50.1 50.1 50.1

População empregada (103) 4 426.9 4 491.6 4 477.1 1.1 -0.3

Sector Primário 392.1 348.5 338.4 -13.7 -2.9

Sector Secundário 1 055.7 1 074.9 1 090.1 3.3 1.4

Sector Terciário 2 979.1 3 068.2 3 048.6 2.3 -0.6

Trabalhadores por conta de outrem (103) 3 512.9 3 659.4 3 641.1 3.6 -0.5

Com contrato de trabalho sem termo 2 781.4 2 869.9 2 867.8 3.1 -0.1

Com contrato de trabalho com termo 609.3 654.7 645.5 5.9 -1.4

População desempregada (103) 788.1 698.3 712.9 -9.5 2.1

Ensino básico: até 3º ciclo 450.1 383.6 394.1 -12.4 2.7

Ensino secundário ou pós-secundário 214.4 196.0 199.1 -7.1 1.6

Ensino superior 123.6 118.7 119.8 -3.1 0.9

Desemp. à procura de novo emprego (103) 701.7 615.5 635.5 -9.4 3.2

Oriundos do Sector Primário 19.2 14.0 19.8 3.1 41.4

Oriundos do Sector Secundário 220.6 193.2 188.3 -14.6 -2.5

Oriundos do Sector Terciário 428.2 378.8 398.4 -7.0 5.2

Taxa de desemprego (%) 15.1 13.5 13.7

Homens 15.1 13.1 13.1

Mulheres 15.2 13.8 14.4

Jovens (15-24 anos) 37.5 34.0 34.4

Longa duração (12 ou mais meses) 9.6 8.7 8.9

Regiões

Norte 15.8 14.2 14.2

Centro 11.0 10.7 11.1

Lisboa 16.4 14.0 14.2

Alentejo 16.0 14.5 15.5

Algarve 18.3 14.9 16.4

R. A. Açores 18.0 15.5 14.9

R. A. Madeira 16.4 15.1 15.8

População inativa (103 indivíduos) 5 191.2 5 178.0 5 164.7

Fonte: INE. Tvh(c)= taxa de variação homóloga (em cadeia).

Por regiões, apenas o Centro registou um aumento homólogo da taxa de desemprego no

primeiro trimestre (0.1 p.p., para 11.1%), que continuou, ainda assim, a ser a mais baixa a

nível nacional. A maior descida homóloga ocorreu na Região Autónoma dos Açores (-3.1 p.p.,

para 14.9%), seguindo-se Lisboa (-2.2 p.p., para 14.2%), o Algarve (-1.9 p.p., para 16.4%,

ainda o valor mais alto no País), o Norte (-1.6 p.p., para 14.2%) e a R. A. da Madeira (-0.6

p.p., para 15.8%). Em variação trimestral, a tendência de subida apenas não abrangeu o Norte

(variação nula) e a R. A. dos Açores (-0.6 p.p.).

Queda homóloga da

taxa de desemprego

em todas as regiões,

exceto no Centro,

que mantém o valor

mais baixo (11.1%)

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

38

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

6. CUSTOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS

O índice global de matérias-primas do FMI desvalorizou-se 19.3% no primeiro trimestre

face ao anterior com quedas nas várias componentes, em particular na energia (-27.1%) e nos

metais (-10.8%). O índice global recuperou depois em abril (variação mensal de 2.5%) e em

maio (4.9%), mês em que a subida já abrangeu todas as componentes de inputs industriais

(7.7% na energia, 4.3% nos metais e 0.2% nas matérias-primas agrícolas). Nos preços das

matérias-primas selecionadas, destaca-se a recuperação da cotação do brent em abril e maio.

Quadro 6.1: Índices e cotações das matérias-primas (médias de período)

2013 2014 1T 15 Abr-15 Mai-15

Índices (tvc, %)

Índice global de matérias-primas (100%) -1.6 -6.3 -19.3 2.5 4.9

Índice de m.p. agrícolas (7.7%) 1.6 1.9 -3.5 -1.3 0.2

Índice de metais (10.7%) -4.3 -10.3 -10.8 -0.6 4.3

Índice da energia (63.1%) -1.8 -7.5 -27.1 5.0 7.7

Índice de alimentação e bebidas (18.5%) -0.1 -2.1 -5.8 -0.7 -0.4

Preços de mat.-primas industriais

Algodão (cts. $/libra de peso) 90.40 83.10 68.85 71.70 72.86

Tvc (%) 1.3 -8.1 0.2 3.4 1.6

Cobre ($/tonelada) 7331.5 6863.4 5833.2 6042.1 6294.8

Tvc (%) -7.9 -6.4 -12.0 1.7 4.2

Minério de ferro ($/tonelada) 135.4 96.8 62.3 51.15 60.23

Tvc (%) 5.3 -28.5 -15.8 -10.2 17.8

Petróleo (barril de brent, $) 108.8 98.9 54.0 59.4 64.6

Tvc (%) -2.8 -9.1 -28.8 6.4 8.7

Fonte: FMI. Tvc = taxa de variação em cadeia; cts=cêntimos.

Figura 6.1: Índice global de matérias-primas e componentes de inputs industriais: metais,

matérias-primas agrícolas e energia (2005=100, valores mensais)

0

50

100

150

200

250

300

jan-0

5

mai-05

set-

05

jan-0

6

mai-06

set-

06

jan-0

7

mai-07

set-

07

jan-0

8

mai-08

set-

08

jan-0

9

mai-09

set-

09

jan-1

0

mai-10

set-

10

jan-1

1

mai-11

set-

11

jan-1

2

mai-12

set-

12

jan-1

3

mai-13

set-

13

jan-1

4

mai-14

set-

14

jan-1

5

mai-15

M.P. Agrícolas Metais Energia Índice global M.P.Fonte: FMI

Índice global de

matérias-primas

recua no 1T 15 mas

recupera depois

em abril e maio

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

39

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

7. CUSTOS DA ENERGIA

7.1 Eletricidade

De acordo com dados revistos relativos ao segundo semestre de 2014, os preços sem IVA

e outros impostos dedutíveis da eletricidade pagos pela indústria nacional registaram

variações homólogas mais elevadas do que na UE, com exceção do quarto e do quinto

escalões de consumo.

Os dados já disponíveis para o conjunto da UE permitem confirmar que Portugal continuou a

situar-se na metade de países em que a indústria mais paga pela eletricidade, sendo ainda de

notar que Portugal tem défice e dívida tarifários, não repercutidos no preço, uma situação só

com paralelo em Espanha dentro da UE.

Quadro 7.1.1: Preços sem IVA (e outros imp. ded.) da eletricidade na indústria (€/KWh)

Portugal UE (28)

2S 13 1S 14 2S 14 2S 14 1S 14 2S 14

#UE 28 (sem imp., taxas)

Bandas de consumo

IA: Consumo < 20 MWh

IB

0.1836 0.1910 0.1868 9º em 28 (11º em 28) 0.1896 0.1930

Tvh (%) 1.3 2.8 1.7 1.9 1.4

IB: [20Wh; 500 MWh [ 0.1406 0.1494 0.1442 10º em 28 (8º em 28) 0.1475 0.1442

Tvh (%) 0.4 3.4 2.6 4.8 1.6

IC: [500Wh; 2 000 MWh [ 0.1138 0.1162 0.1187 8º em 28 (7º em 28) 0.1230 0.1201

Tvh (%) -0.9 0.8 4.3 3.1 1.6

ID: [2 000; 20 000 MWh [ 0.1025 0.1010 0.1008 12º em 28 (9º em 28) 0.1082 0.1071

Tvh (%) -1.4 -3.0 -1.7 1.6 0.8

IE: [20 000Wh; 70 000 MWh [ 0.0910 0.0842 0.0879 10º em 28 (12º em 28) 0.0944 0.0936

Tvh (%) -1.0 -8.2 -3.4 0.1 -0.8

IF: [70 000; 150 000 MWh] 0.0818 0.0761 0.0838 10º em 26 (12º em 26) 0.0852 0.0847

Tvh (%) 0.4 -6.7 2.4 -2.1 0.7

Fonte: Eurostat. # UE 28 (sem imp., taxas) = ranking do preço de Portugal sem IVA e outros impostos dedutíveis (sem

todos os impostos e taxas) na UE 28; Mwh= megawatts/hora; tvh= taxa de variação homóloga. Nota: não há dados

para Portugal (e vários outros países europeus) no escalão de consumo acima de 150 000 MWh.

As posições no ranking de preços dentro da UE sofrem algumas alterações quando se exclui a

totalidade de impostos e taxas (permitindo aferir os preços de mercado sem a influência global

da fiscalidade), aumentando nalguns escalões e descendo noutros, mas conclui-se que também

neste caso Portugal está claramente na metade dos países com preços mais elevados.

Portugal na metade

de países com preços

da eletricidade mais

altos da UE no 2º

semestre de 2014

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

40

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

7.2 Gás natural

No caso do gás natural à indústria, os preços médios nacionais (sem IVA e outros impostos

e taxas dedutíveis) são mesmo dos mais elevados entre os países europeus com informação

disponível, sobretudo nos dois primeiros escalões de consumo (1ª posição nos dois casos).

A situação agravou-se no segundo semestre de 2014, altura em que os preços do gás

natural da indústria sem IVA e outros impostos dedutíveis registaram variações homólogas

acima de 5% nos vários escalões de consumo, em claro contraste com as quedas registadas na

média da UE (entre 2.8% e 8.6%).

Quadro 7.2.1: Preços sem IVA (e outros imp. ded.) do gás natural na indústria (€/GJ)

Portugal UE (28)

2S 13 1S 14 2S 14 2S 14 1S 14 2S 14

#UE (sem imp. taxas)

Bandas de consumo

I1: Consumo < 1 000 GJ

IB

20.46 20.59 21.70 1º em 25 (1º em 25) 14.58 15.05

Tvh (%) 11.8 10.5 6.1 -2.0 -2.8

I2: [1 000; 10 000 GJ [ 16.05 16.02 16.85 1º em 26 (1º em 26) 13.09 12.73

Tvh (%) 6.4 4.7 5.0 -4.5 -4.3

I3: [10 000; 100 000 GJ [ 11.66 11.86 12.33 3º em 26 (2º em 26) 10.97 10.29

Tvh (%) 0.0 1.7 5.7 -4.5 -7.7

I4: [100 000; 1 000 000 GJ [ 10.03 10.10 11.59 4º em 26 (3º em 26) 9.16 8.66

Tvh (%) -2.1 -0.8 5.6 -4.1 -8.6

I5: [1 000 000; 4 000 000 GJ] 9.27 9.56 9.95 5º em 21 (1º em 21) 8.33 7.97

Tvh (%) -5.3 -0.6 7.3 -6.1 -7.0

Fonte: Eurostat. # UE (sem imp., taxas) = ranking do preço de Portugal sem IVA e outros impostos e taxas dedutíveis

(sem todos os impostos e taxas) nos países com informação disponível da UE. ; GJ= gigajoules; tvh= taxa de variação

homóloga. Nota: não há dados para Portugal (e vários outros países europeus) no escalão acima de 4 000 000 GJ.

Excluindo todos os impostos e taxas, verifica-se que Portugal sobe uma posição nos escalões

três e quatro, e quatro posições no quinto escalão.

7.3 Combustíveis

O preço do gasóleo rodoviário sem impostos registou uma variação homóloga de -21.3%

de janeiro a abril de 2015 (-22.5% na UE), apresentando um valor acima da média europeia

(0.569 e 0.541 €/litro, respetivamente) e o 9º mais elevado da UE.

O preço de venda ao público (com impostos) permaneceu abaixo da média europeia (1.194

e 1.247 €/litro, respetivamente) devido a um peso da tributação ainda inferior à UE (52.4% e

56.6% do preço final), mas que subiu bastante face a 2014 (mais do que na UE), justificando a

entrada na metade de países com preços mais elevado (13ª posição, quando no conjunto de

Preço do gasóleo sem

impostos com queda

homóloga de 21.3%

até abril

Preços do gás

natural à indústria

em Portugal cada

vez mais elevados

no contexto da UE

Preço com impostos

entra na metade dos

países com valores

mais elevados e

supera o de Espanha

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

41

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

2014 foi a 19ª). Portugal passou também a apresentar um preço com impostos mais elevado do

que Espanha (1.135 €/litro), que apresentou um peso da fiscalidade inferior (49.8%).

Em termos de evolução, o preço do gasóleo com impostos registou uma variação homóloga de

-11.1% nos quatro primeiros meses de 2014 (-11.9% na UE).

Quadro 7.3.1: Preço do gasóleo rodoviário em Portugal e na UE (€/litro)

2013 2014 Jan-Abr 15 Mai-15

Preço do gasóleo rodoviário sem impostos

Portugal 0.760 0.696 0.569 0.612

Tvh (%) -6.5 -8.4 -21.3 -14.2

Ranking na UE (28) 8º 13º 9º

UE (28) 0.727 0.681 0.541

Tvh (%) -5.7 -6.3 -22.5

Preço de venda ao público do gasóleo rodoviário

Portugal 1.387 1.311 1.194 1.248

Tvh (%) -4.4 -5.5 -11.1 -6.4

Ranking na UE (28) 15º 19º 13º

UE (28) 1.445 1.398 1.247

Tvh (%) -3.1 -3.2 -11.9

Peso da tributação no preço (%)

Portugal 45.2 46.9 52.4

UE (28) 49.7 51.3 56.6

Fonte: DGEG (Direção-geral de Energia e Geologia). Nota: a tributação inclui o IVA (dedutível) e o ISP, do qual estão

isentas as instalações abrangidas pelo CELE (Comércio Europeu de Licenças de Emissão) e as empresas abrangidas

pelos ARCE (Acordos de Racionalização de Consumos Energéticos) – nº 2 do artº 89 do CIEC (Código dos Impostos

Especiais sobre o Consumo).

Já em maio, os dados disponíveis mostram uma menor descida homóloga do preço do gasóleo

(-14.2% antes de impostos e -6.4% após impostos).

No dia 23 de junho, o preço do gasóleo situou-se em 0.613 €/litro antes de impostos e 1.248

€/litro após impostos, quase em linha com os valores médios de maio.

A evolução dos preços dos combustíveis reflete a cotação do petróleo, que depois de uma

queda acentuada na parte final de 2014, tem vindo a corrigir em alta desde fevereiro. De

acordo com os últimos dados disponíveis, o preço do barril de brent situou-se em 62.70

dólares no dia 26 de junho, valor abaixo da média de maio (64.4 dólares – ver secção 6).

Menor queda

homóloga em Maio

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

42

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

8. COMPETITIVIDADE PELOS PREÇOS E PELOS CUSTOS LABORAIS

8.1 Competitividade pelos preços: câmbios e inflação

Os indicadores de competitividade-preço da Comissão Europeia não foram atualizados desde o

anterior número da Envolvente Empresarial, pelo que se mantém a análise. Em 2014

observou-se uma melhoria de 0.5% da competitividade-preço em Portugal (correspondente

a uma depreciação no Índice de Taxa de Câmbio Real Efetiva, ITCRE, medido com o deflator

IPC face a 42 parceiros comerciais3), após uma deterioração ligeira em 2013 (0.3%), com o

efeito desfavorável da apreciação cambial do euro (aferida pelo Índice de Taxa de Câmbio

Nominal Efetiva, ITCNE, medido também face a 42 parceiros comerciais) a ser mais do que

compensado pelo efeito favorável do diferencial de inflação negativo face ao exterior

(-1.3 p.p.). A melhoria da competitividade foi conseguida apenas na segunda metade do ano

(1.3% no terceiro trimestre e 1.7% no quarto trimestre, em termos homólogos), altura em

que o euro começou a depreciar-se devido à política mais expansionista do BCE.

Figura 8.1.1: Evolução da competitividade-preço e das componentes cambial e de diferencial

de preços face ao exterior: 42 parceiros (tvh em % dos ITCRE e ITCNE, e diferença em p.p.)

Os últimos dados do IHPC (Índice Harmonizado de Prelos no Consumidor) mostram que a taxa

de inflação homóloga se manteve nula no primeiro trimestre de 2015, enquanto na UE

recuou para um valor negativo (-0.3%, que compara com -0.1% nos EUA), implicando um

diferencial de inflação positivo (0.3 p.p.), que subiu até 0.7 p.p. em maio (mês em que a

taxa de inflação atingiu 1%, um máximo de quase dois anos), uma situação desfavorável à

competitividade-preço, mas que está a ser contrariada pelo recuo do euro (ver análise abaixo).

3 42 parceiros: 37 parceiros [UE (28)+9 outros países industrializados (Austrália, Canadá, EUA, Japão, Noruega, Nova

Zelândia, México, Suíça e Turquia)]+5 outros países industrializados (Rússia, China, Brasil, Coreia do Sul e Hong Kong).

0.3

-0.5

0.8

0.3

-1.3

-1.7

1.7

0.8

2.2

1.9

0.1

-0.8

-1.4 -1.3 -1.4 -1.6

-1.4

-0.9

-2.0

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

2013 2014 1T 14 2T 14 3T 14 4T 14

Ganho (-) ou perda (+) de competitividade-preço (ITCRE_IPC, tvh em %)

Componente cambial (ITCNE, tvh em %)

Componente preços (diferença em p.p.)Fonte: Comissão Europeia

Diferencial de

inflação face à UE

torna-se positivo

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

43

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Figura 8.1.2: Taxas de inflação homólogas (%) de Portugal, UE (IHPC) e EUA (IPC), e

diferencial de inflação entre Portugal e a UE (p.p.)

A subida recente da taxa de inflação homóloga foi impulsionada pela componente de bens, que

passou de -1.0% no primeiro trimestre para -0.1% em abril e 0.6% em maio. A componente de

serviços manteve um crescimento ligeiramente acima de 1% nesses meses.

Figura 8.1.3: Inflação (IHPC), total e componentes de bens e serviços (tvh, %)

O câmbio euro/dólar (cuja evolução é um bom previsor da ITCNE de Portugal em termos de

alteração de andamento, dada a influência sobre os outros câmbios) registou uma depreciação

homóloga mais forte no primeiro trimestre de 2015 (-17.7%, após -8.2% no trimestre

anterior). A queda homóloga do euro acentuou-se em abril (-22.0%, atingindo um valor médio

mensal de 1.0779 dólares por euro, o valor mais baixo desde fevereiro de 2003) e atenuou-se

um pouco em maio (-18.8%, para 1.1150 dólares por euro). A última cotação diária disponível,

referente a 26 de junho, era de 1.1202 dólares por euro.

-1.1 -0.8 -0.9 -0.8

-0.2

0.3

0.5 0.7

0.4

-0.2 -0.2 -0.3 0.0 0.0

0.5 1.0

-2.0

-1.0

0.0

1.0

2.0

3.0

2013

2014

2T 1

4

3T 1

4

4T 1

4

1T 1

5

abr-

15

mai-15

Diferencial PT-UE Portugal UE (28) EUAFonte: Eurostat e BLS

0.4

-0.2 -0.1

-0.2 -0.3

0.0 0.0

0.5

1.0 1.1 1.1

0.6

1.0

1.6

1.2 1.3

1.2 1.4

0.0

-1.1

-0.7

-1.1

-1.6

-0.9 -1.0

-0.1

0.6

-2

-2

-1

-1

0

1

1

2

2

2013 2014 1T 14 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15 abr-15 mai-15

IHPC, total (tvh, %) IHPC, serviços (tvh, %) IHPC, bens (tvh, %)Fontes: BdP, INE

Depreciação do

euro face ao dólar

acentua-se

Subida da Inflação

impulsionada pela

componente de bens

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

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Figura 8.1.4: Taxa de câmbio euro/dólar (média mensal)

8.2 Competitividade pelos custos laborais

Os indicadores de competitividade-custo da Comissão Europeia também não foram atualizados,

pelo que se mantém a análise. Os dados da competitividade-custo (avaliada pelo ITCRE

medido com o deflator CLU – custos laborais unitários) com o número de parceiros comerciais

mais elevado (37, neste caso) mostram uma melhoria de 0.9% em 2014 (correspondendo a

uma depreciação do ITCRE-CLU nessa magnitude), com o efeito de apreciação cambial do

euro (0.4%, neste caso, face a 37 parceiros) a ser contrariada pelo diferencial negativo de

variação dos CLU face ao exterior (-0.9 p.p.). A melhoria da competitividade iniciou-se no

terceiro trimestre e acentuou-se no quarto trimestre (para uma depreciação homóloga do

ITCRE-CLU de 2.6%) com a depreciação do euro e o ligeiro reforço do diferencial negativo de

variação dos CLU face ao exterior (-1.6 p.p.).

Figura 8.2.1: Evolução da competitividade-custo e das componentes cambial e de diferencial

de CLU face ao exterior: 37 parceiros (tvh em % dos ITCRE e ITCNE, e diferença em p.p.)

0.8532

1.5770

1.0779

1.1150

0.8

0.9

1.0

1.1

1.2

1.3

1.4

1.5

1.6

jan-9

9

set-

99

mai-00

jan-0

1

set-

01

mai-02

jan-0

3

set-

03

mai-04

jan-0

5

set-

05

mai-06

jan-0

7

set-

07

mai-08

jan-0

9

set-

09

mai-10

jan-1

1

set-

11

mai-12

jan-1

3

set-

13

mai-14

jan-1

5

Fonte: BdP

2.6

-0.5

1.9

0.3

-1.5

-2.6

1.7

0.4

1.6

1.2

0.0

-1.0

0.9

-0.9

0.3

-0.9

-1.5 -1.6

-3.0

-2.0

-1.0

0.0

1.0

2.0

3.0

2013 2014 1T 14 2T 14 3T 14 4T 14

Ganho (-) ou perda (+) de competitividade-custo (ITCRE_CLU, tvh em %)

Componente cambial (ITCNE, tvh em %)

Componente CLU (diferença em p.p.)Fonte: Comissão Europeia

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

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9. AJUSTAMENTO DA ECONOMIA PORTUGUESA

9.1 Equilíbrio externo

Segundo dados provisórios do Banco de Portugal, a balança corrente registou um défice de

457 M€ de janeiro a abril, traduzindo uma descida homóloga de 48.7% (435 M€), com a

melhoria da balança de bens e serviços (que passou a registar um saldo positivo de 260 M€,

com valores de -2544 M€ nos bens e 2803 M€ nos serviços) e da balança de rendimentos

secundários (subida do excedente para 331 M€) a contrariar o agravamento da balança de

rendimentos primários (para um saldo de -1048 M€).

O saldo positivo da balança de capital (constituída fundamentalmente por entradas líquidas

de fundos comunitários) decresceu 31.8% em termos homólogos, para 643 M€, o que não

impediu uma melhoria no saldo conjunto da balança corrente e de capital (para 186 M€).

Quadro 9.1.1: Balanças corrente e de capital (M€)

2013 2014 Jan-Abr14 Jan-Abr 15 Var. hom. Var. abs.

Balança Corrente 2 404 1 044 -892 -457 -48.7% 435

Balança de bens e serviços 2953 1982 -105 260 s.s. 365

Bens -7 983 -8 965 -2 699 -2 544 -5.8% 156

Serviços 10 936 10 947 2 595 2 803 8.1% 209

Rendimentos primários -1 824 -2 497 -907 -1 048 15.6% -141

Rendimentos secundários 1 275 1 560 120 331 176.4% 211

Balança de Capital 2 765 2 564 943 643 -31.8% -300

Balanças corrente e de capital 5 170 3 608 51 186 264.4% 135

Fonte: BdP. M€= milhões de euros; s.s.=sem significado.

No que se refere à posição de investimento internacional, o saldo passou de -111.6% do

PIB no final de 2014 para -133.7% no final do primeiro trimestre de 2015. Note-se que a

posição de investimento internacional é influenciada não só pela evolução do saldo externo,

mas também por outros fatores, nomeadamente o preço de mercado das várias componentes.

9.2 Endividamento

De acordo com informação revista, a dívida bruta não consolidada do setor não

financeiro diminuiu de 405.7% do PIB no final de 2014 para 404.3% no final de março de

2015, refletindo a evolução no setor privado (de 239.6% do PIB para 238.0%: 153.6% do

PIB nas empresas e 84.4% nos particulares). O rácio do setor público não financeiro

registou uma subida já pouco significativa (0.1 p.p., para 166.3% do PIB).

Balança de bens e

serviços com

excedente até abril

Posição externa

líquida piora no

início de 2015

Queda dos rácios de

dívida bruta de

empresas e

particulares

prossegue no 1ºT 15

Saldo externo

melhora apesar de

recuo na balança de

capital

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

46

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

Quadro 9.2.1: Rácios de dívida bruta não consolidada no setor não financeiro (% do PIB)

Dez12 Dez-13 Dez-14 Mar-15

1. Setor Público não Financeiro 157.1 162.8 166.2 166.3

2. Setor Privado não Financeiro 259.7 253.9 239.6 238.0

2.1 Empresas privadas 165.0 162.1 154.2 153.6

Microempresas (344 mil) 40.6 40.1 37.4 37.1

Pequenas empresas (34 mil) 27.1 25.1 23.5 23.4

Médias empresas (6 mil) 28.9 27.8 26.1 26.1

Grandes empresas (1 milhar) 50.8 50.1 48.8 49.1

2.2 Particulares 94.7 91.8 85.4 84.4

3. Setor não financeiro= 1+2 416.8 416.6 405.7 404.3

Fonte: BdP. Valores (em final de período) de dívida não consolidada, i.e., incluindo as dívidas entre setores.

9.3 Contas públicas

O défice público (ótica das contas nacionais) situou-se em 5.8% do PIB no primeiro

trimestre de 2015, o que traduz uma ligeira redução face ao trimestre homólogo (5.9% do

PIB) e uma subida significativa face ao trimestre anterior (2.7%), mas note-se que a

comparação em cadeia é influenciada por fatores sazonais. Segundo a UTAO (Unidade Técnica

de Apoio Orçamental do Parlamento), “pese embora o peso significativo do défice do 1.º

trimestre no défice previsto em termos anuais [2.7% do PIB], o desvio desfavorável face ao

objetivo anual […] não deve ser entendido como forçosamente indicativo do desempenho

esperado para o conjunto do ano, à semelhança do que tem sucedido em anos anteriores, uma

vez que se trata de informação ainda muito parcelar. Contudo, a dimensão do desvio

desfavorável do resultado orçamental do 1.º trimestre face à meta anual definida no OE/2015

não deixa de ser um fator de risco para o cumprimento daquele objetivo”.

Figura 9.3.1: Défice e dívida pública em Portugal (% do PIB)

4.8 4.5

5.9 6.6

3.0 2.7

5.8

129.7 130.2 133.3 130.8

132.2 130.2 130.0

80

90

100

110

120

130

140

0.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

6.0

7.0

2013

2014

1T 1

4

2T 1

4

3T 1

4

4T 1

4

1T 1

5

Défice público PT (PDE - anos; Contab. Nacional - trimestres) - esc. esq.

Dívida pública PT (PDE) - esc. dta.

Fonte: BdP e INE. Dados sem

correção de sazonalidade

Défice público de

5.8% do PIB no 1T

constitui fator de

risco segundo a

UTAO

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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

47

ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA

No que se refere ao rácio da dívida pública no PIB, regista-se uma descida de 130.2% do

PIB no quarto trimestre de 2014 para 130.0% no primeiro trimestre de 2015 (120.2%

excluindo os depósitos da administração central).

Os dados mais recentes na ótica da Contabilidade Pública, relativos à síntese de execução

orçamental de janeiro a abril, mostraram um saldo deficitário de 2584.8 M€ no subsetor

Estado nesse período, o que traduz um agravamento homólogo de 9.1%, em resultado de um

aumento mais forte da despesa (5.4%) do que da receita (4.8%).

Quadro 9.3.1: Execução orçamental do subsetor Estado (contabilidade pública)

Jan-Abr 15 Execução

(M€) Grau

execução (%) Tvh (%)

Contributo (p.p.)

Tvh implícita ao OE (%)

Receita 16 973.6 39.3 4.8 2.9

Receita fiscal 15 223.7 39.0 4.0 3.6 5.1

Impostos diretos 6 704.1 36.8 1.3 0.5 3.7

IRS 4 792.4 36.4 0.7 0.2 2.4

IRC 1 861.2 39.7 0.3 0.0 4.0

Outros 50.5 14.8 2 101.9 0.3 103.5

Impostos indiretos, dos quais: 8 519.6 40.9 6.3 3.1 6.4

ISP 903.3 39.1 7.8 0.4 9.8

IVA 6 312.6 43.6 7.9 2.9 4.6

ISV 233.6 41.8 25.3 0.3 20.6

Imposto sobre o tabaco

325.2 21.6 -21.2 -0.5 7.6

Imposto de selo

541.3 39.0 0.6 0.0 9.7

Contribuições sociais 236.6 38.1 16.5 0.2 -13.9

Receita não fiscal 1 513.3 42.9 11.8 1.0 -14.2

Despesa 19 558.4 39.8 5.4

Despesa corrente: 19 044.2 39.9 5.4 5.3 -0.2

Despesas com pessoal 3 556.1 41.8 3.2 0.6 -9.7

Aquisições de bens e serviços 536.8 32.9 14.1 0.4 9.3

Juros 2 769.2 37.1 26.2 3.1 4.9

Transferências correntes 11 984.0 41.5 1.9 1.2 0.5

Subsídios 38.6 25.4 51.6 0.1 -32.3

Outras despesas correntes 159.5 14.5 -5.8 -0.1 32.6

Despesa de capital 514.2 35.6 3.5 0.1 -3.2

Saldo -2 584.8 42.9 9.1

Fonte: DGO e cálculos próprios. OE= Orçamento de Estado. Grau de execução =100*Execução/ OE 15.

O aumento homólogo da receita resultou de subidas de 4.0% da receita fiscal (destacando-se

as subidas de 7.9% no IVA, que traduzi um contributo de 2.9 p.p., 7.8% no ISP e 25.3% no

ISV, bastante acima dos ganhos de 0.7% no IRS e 0.3% no IRC), 16.5% nas contribuições

sociais e 11.8% na receita não fiscal.

Os maiores contributos para o aumento da despesa pertenceram às rubricas de juros (3.1

p.p.), transferências corrente (1.2 p.p.), despesas com pessoal (0.6 p.p.) e aquisição de

bens e serviços (0.4 p.p.).

Crescimento de

7.8% do IVA

impulsiona receita;

juros justificam

maior parte do

aumento da despesa

Rácio da dívida

pública desce para

130.0 % do PIB no

final do 1T 15

Défice do subsetor

Estado agrava-se de

janeiro a abril