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Análise Semiótica de Anúncios Publicitários de Automóveis Semiótica e Análise da Imagem 1 Universidade Católica Portuguesa – Faculdade de Filosofia de Braga Silvana Soares Barbosa ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 2 2. O QUE É SEMIÓTICA?.................................................................................................... 3 3. CONCEITOS ESSENCIAIS PARA A ANÁLISE DE ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS ................... 5 4. ANÁLISE SEMIÓTICA DE ................................................................................................ 6 ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS DE AUTOMÓVEIS .................................................................. 6 4.1. IMAGEM 1 .............................................................................................................. 6 4.2. IMAGEM 2 ............................................................................................................ 10 4.3. IMAGEM 3 & 4 ...................................................................................................... 14 4.4. IMAGEM 5 ............................................................................................................ 18 4.5. IMAGEM 6 ............................................................................................................ 21 4.6. IMAGEM 7 ............................................................................................................ 24 5. CONCLUSÃO (ANÁLISE COMPARATIVA) ..................................................................... 27 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 29

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Análise Semiótica de Anúncios Publicitários de Automóveis

Semiótica e Análise da Imagem

1 Universidade Católica Portuguesa – Faculdade de Filosofia de Braga

Silvana Soares Barbosa

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 2

2. O QUE É SEMIÓTICA? .................................................................................................... 3

3. CONCEITOS ESSENCIAIS PARA A ANÁLISE DE ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS ................... 5

4. ANÁLISE SEMIÓTICA DE ................................................................................................ 6

ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS DE AUTOMÓVEIS .................................................................. 6

4.1. IMAGEM 1 .............................................................................................................. 6

4.2. IMAGEM 2 ............................................................................................................ 10

4.3. IMAGEM 3 & 4 ...................................................................................................... 14

4.4. IMAGEM 5 ............................................................................................................ 18

4.5. IMAGEM 6 ............................................................................................................ 21

4.6. IMAGEM 7 ............................................................................................................ 24

5. CONCLUSÃO (ANÁLISE COMPARATIVA) ..................................................................... 27

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 29

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Silvana Soares Barbosa

1. INTRODUÇÃO

A publicidade apodera-se de uma enorme percentagem da economia

mundial. Os comerciantes lutam constantemente para atrair o público consumidor e

provocar a aquisição dos seus produtos. O objectivo da publicidade é anunciar as

funções e qualidades essenciais dos produtos. Para dirigir este objectivo, a publicidade

tem as suas próprias técnicas, por isso, o primeiro contacto que o consumidor tem

com o produto são, efectivamente as imagens.

Deste modo, decidi recolher algumas imagens que me despertaram a

atenção. Trata-se de sete imagens publicitárias de automóveis que considero

interessantes para a análise do meu trabalho. As marcas dos automóveis analisadas

são essencialmente a BMW, AUDI e BENTLEY. A BMW, cuja sigla quer dizer Bayerische

Motoren Werke (em português: Fábrica de Motores da Baviera) é uma empresa alemã,

fabricante de automóveis. Até pouco tempo a própria BMW dizia que o seu símbolo

representa uma hélice de avião a girar juntamente com o símbolo da Baviera, mas em

descobertas recentes, a BMW alterou a sua versão sendo o azul/branco proveniente

de uma antiga bandeira da Baviera. A Audi também é uma empresa alemã de

automóveis. O logótipo é representado por quatro argolas unidas, que representam as

marcas alemãs que formaram a Auto Union, fundada em 1947. São elas a Horch, Audi,

Wanderer e a DKW. Em 1985, a Auto Union passou a se chamar Audi. A Bentley, por

sua vez é uma empresa automobilística britânica de automóveis de luxo e grand

tourers, que são automóveis que tem alto desempenho e são especialmente

idealizados para trajectos longos fundada em 1919 por Walter Owen Bentley. Contudo,

tanto a Audi e a Bentley, actualmente fazem parte do Grupo Volkswagen. A

Volkswagen (em português: Carro do Povo) é uma das maiores fabricantes de

automóveis do mundo, com sede mundial na Alemanha.

Estes anúncios publicitários despertam o interesse devido ao seu carácter

atractivo, e dirigem-se maioritariamente ao público masculino, devido ao facto dos

automóveis serem algo mais do interesse masculino.

Neste trabalho viso por abordar aspectos semiológicos, tais como os

aspectos plásticos, icónicos e linguísticos, onde pretendo fazer o levantamento de

ícones, símbolos e índices. Dentro destes três pontos examinados pretendo também

analisar a identificação cognitiva dos mecanismos figurativos, os significados conotativos,

denotativos e míticos, e identificar as relações sintagmáticas e paradigmáticas.

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2. O QUE É SEMIÓTICA?

Semiótica foi a ciência desenvolvida pelo linguista Ferdinand Saussure1, o

que se pode designar como o estudo dos signos no meio social e as leis que levam o

seu funcionamento. É através dela que o ser humano consegue obter uma maior e

melhor percepção daquilo que o rodeia, e assim expandir o seu espírito crítico

consoante os seus códigos culturais. Para este autor, era na língua que se achavam os

mais importantes sistemas de signos.

John Locke2 diz que a semiótica é a maneira como o homem produz os signos

para compreender as coisas quando as transmite, que se encontra apenas no seu

intelecto. Com isto, Charles Pierce3 investigou esta tese: o signo é algo que substitui

um objecto na ausência do mesmo. Desta maneira quando um indivíduo tem a

percepção de um signo este é enviado para o psíquico onde faz ligação com o dito

objecto, ou seja, o signo é apenas uma parte do objecto. Assim, podemos afirmar que

os signos linguísticos estão na origem de qualquer simbolismo, não afastando os

diversos tipos de signos que alojam na vivência humana.

Pierce dividiu o signo em três categorias:

O ícone, que é uma maneira de se referir algo por um meio de

semelhança. É figuração simbólica de um objecto ou de uma pessoa, de forma

a manter-se uma relação de similitude com o referente real. Para este linguista

o ícone não é só imagens verbais mas também equações matemáticas,

diagramas, correspondências fonéticas, etc.

O índice, que não é propriamente uma representação de um

determinado objecto, no entanto este pode ser afectado por ele, tal como

ilustra o exemplo mais significativo disso mesmo: o índice de fumo é sinal de

que ocorre fogo.

O símbolo, que nos remete para um imaginário desligado da realidade

fornecendo um sentido aos acontecimentos ritualizados e permite associações

na comunicação e na interacção, possibilitando unidades significantes.

1 Ferdinand de Saussure foi um linguista e filósofo suíço cujas elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento

da linguística enquanto ciência e desencadearam o surgimento do estruturalismo.

2 John Locke foi filósofo inglês e ideólogo do liberalismo, é considerado o principal representante

do empirismo britânico e um dos principais teóricos do contrato social.

3 Charles Sanders Peirce foi um filósofo, cientista e matemático americano. Foi o fundador do Pragmatismo e da ciência dos signos, a semiótica.

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Outros pensadores e linguistas que seguiram o exemplo do estudo da semiótica tal

como Peirce, foi Morris, que propôs o estudo da semiótica em três categorias: a

sintaxe (relações dos signos entre si, independentemente do que designam ou

identificam), a semântica (relações entre significante e significado, ou seja, relações

entre signos e objectos designados) e a pragmática (relações entre os signos e o sujeito

que os usa).

Além da divisão dos signos em índice, ícone e símbolo, Charles Pierce

desenvolveu ainda outros dois termos sobre a interpretação de um signo segundo a

sua expressividade e valores da sociedade, são elas: a denotação e a conotação. A

denotação é a simples designação do objecto ao qual remete o significante limitando-

se a dar a conhecer os significados gerais sobre um específico assunto. No entanto a

conotação equivale aos valores de ordem emotiva ou social que uma palavra, um

objecto, uma cor ou um símbolo podem conter. Estes valores podem estar integrados

num individuo ou colectividade que assim os vive e/ou os representa. As conotações

podem variar de pessoa para pessoa ou de cultura para cultura, não tendo

necessariamente que um indivíduo atribua valores a um género de objecto e que outro

seja obrigado a estabelecer os mesmos valores a esse assunto. Através da conotação

explora-se outro fenómeno ao que podemos denominar, segundo Roland Barthes4, de

mito. O mito, num sentido generalizado e mais comum, é uma crença imaginária que

se baseia na credulidade daqueles que a aceitam. Segundo este autor os mitos actuais

são criados na publicidade, nas notícias e no cinema, e que têm como objectivo alterar

os modos de pensar sobre as pessoas, culturas e objectos.

4 Roland Barthes foi um escritor, sociólogo, semiólogo e filósofo francês.

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3. CONCEITOS ESSENCIAIS PARA A ANÁLISE DE ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS

São vários os elementos que necessários para uma análise de um anúncio

publicitário. A significação completa de uma mensagem visual é constituída pela

interacção de três tipos diferentes de signos: plásticos, icónicos e linguísticos.

Os signos plásticos, além de serem matéria de expressão dos signos icónicos, os

elementos plásticos das imagens são também signos plenos e integrais de expressão

da mensagem publicitária, que entendem a textura, as formas, as linhas, as cores e a

composição interna do anúncio. Os signos icónicos correspondem às figuras que

podemos identificar através da semelhança visual com o que representam. Os signos

linguísticos, no entanto, dizem respeito à linguagem verbal, aos textos que podem

acompanhar a mensagem visual e que muitas das vezes exercem um papel de ancorar

o significado da imagem, ou seja, refere-se à relação do slogan com a própria imagem.

A mensagem linguística é importante na interpretação de uma imagem na medida em

que limita o campo das significações, à partida polissémicas, ganhando especial

atenção pelas relações que pode estabelecer com a imagem.

Existem diversas etapas para uma análise semiótica:

Fazer uma análise dos significantes plásticos, icónicos e linguísticos e identificar

as componentes de cada elemento;

Identificar os significados conotativos, denotativos, míticos e ideológicos;

Fazer um levantamento de ícones, símbolos e códigos presentes no anúncio

publicitário e identificar os elementos de cada uma destas componentes;

Identificar os elementos cognitivos dos mecanismos figurativos (metáfora,

metonímia, elipse, antítese, sinedoque);

Observar o bleending dos vários tipos de signos e os significados que resultam

desse bleending;

Formular uma síntese dos vários significados, ou seja, desenvolver uma versão

aceitável da mensagem subentendida relacionada à imagem;

Identificar a relação sintagmática e paradigmática do anúncio publicitário

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4. ANÁLISE SEMIÓTICA DE

ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS DE AUTOMÓVEIS

4.1. IMAGEM 1

4.1.1. MENSAGEM PLÁSTICA

Moldura: Esta imagem não possui uma moldura, o que estabelece uma imagem

centrífuga que estimula uma construção imaginária complementar. Pode dizer-se que

a imagem está cortada, focando-se apenas nas pessoas, ou melhor, foca-se

principalmente na atitude/reacção do homem. Se não vemos mais da imagem é

porque a página é demasiada pequena, e porque o objectivo é focar essencialmente o

tronco das personagens.

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Enquadramento: o enquadramento é vertical e estreito, o que dá uma impressão de

grande proximidade. A primeira coisa que se visualiza é sem dúvida o casal, o último

aspecto a ser analisado pelo consumidor é ver de que se trata o outdoor publicitário.

Ângulo do Ponto de Vista: As personagens na imagem estão ao nível do olhar do

espectador o que denota a força do modelo. A objectiva escolhida é de grande focal

focando apenas as pessoas, havendo uma captação de imagem muito próxima.

Composição: Possui uma construção axial porque o produto é colocado no centro do

eixo do olhar do público-alvo.

Suporte: Este anúncio publicitário normalmente aparece em revistas, onde as cores

têm uma qualidade muito boa, já que a imagem, embora simples, tem vários

elementos que devem ser observados pelo público. Trata-se de um carro que

comparado à mulher, o que faz com que o público-alvo feminino não ache piada ao

anúncio.

Formas: Este anúncio possui formas curvas, porque, embora se trate de um anúncio de

automóvel, está representado por um casal, o carro aqui apenas é retratado pela

revista que está em cima da cara da mulher e pelo símbolo, BMW que está no canto

superior esquerdo.

Cores/Iluminação: As cores neste anúncio são o Branco, vermelho, preto, azul-escuro

e Cinza, mas a cor que é mais realçada nesta imagem é a cor da pele das pessoas, e

tem um grande realce no meio dos lençóis brancos. As cores que também são muito

importantes no anúncio são o preto, o branco e o azul que constituem o símbolo da

marca deste automóvel, que no entanto não é o mais focalizado. Há uma grande

iluminação nas pessoas, o que torna toda a imagem nítida e centrada. O branco pode

associar-se à ideia de paz e também nos pode conotar para a pureza, ou seja, a pureza

da mulher, mas principalmente a pureza do carro. O branco Também está associado ao

frio e à limpeza e pode significar também inocência. O branco aqui também pode ser

usado como uma cor neutra, onde tudo que se sobreponha a ela é destacada e é

analisada e/ou vista de outra forma, porque se trata do ponto fulcral da imagem. O

cinzento que está visível na parede pode simbolizar o medo ou a depressão, mas o

cinzento é também uma cor que transmite estabilidade, sucesso e qualidade. Neste

caso pode dizer-se que o branco e o cinzento têm aspectos conotativos em comum e

também bastante opostos. O vermelho do carro na revista é a cor da paixão e do

sentimento. Simboliza o amor, o desejo, mas também simboliza o orgulho, a violência,

a agressividade ou o poder. O homem tem um sentimento muito forte pelo carro,

sobrepondo-o à mulher, tendo um sentimento mais agressivo com a mulher. O Azul-

escuro da cortina, é considerada uma cor romântica, talvez porque lembre a cor do

mar, no entanto é uma cor que se associa a uma certa falta de coragem ou monotonia.

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Como o azul é considerado uma cor fria, pode dizer-se que a frieza do homem para

com a mulher pode ser conotada através da cor da cortina.

Textura: A textura desta fotografia não é lisa, porque vê-se a rugosidade dos lençóis e

também a ondulação da cortina que está na parte de trás da imagem, que faz com que

a imagem se torne mais quente e mais pormenorizada.

4.1.2. MENSAGEM ICÓNICA

Esta imagem possui vários ícones, o casal, onde a mulher nos conota para a

sensualidade, erotismo e é vista como um objecto para o homem, enquanto o homem

conota-nos o poder da virilidade e sobretudo o machismo. A cama e a cortina são

outros ícones do anúncio publicitário, que pode ser conotado pelo ambiente

“romântico” do casal, contudo a posição do homem também nos conota para o poder

que este exerce sobre a mulher. Os braços estão a fazer força na cama o que nos

conota para o machismo e para a força, porque normalmente um homem tem mais

força que uma mulher. A mulher está a ser desvalorizada, pois o carro é posto acima

da mulher, estando a revista em cima do rosto da mulher. Contudo o homem aqui

pode ser visto como um obsessivo, apenas vendo o carro à frente, mesmo estando

com a mulher, num lugar propício ao romantismo, só vê o carro. A mulher é

completamente materializada, não passando de um objecto de pura diversão e prazer,

havendo aqui uma comparação entre a mulher e o carro. Um outro ícone fundamental

da imagem, embora seja um dos últimos aspectos a ser analisado na imagem, é o

símbolo da marca do automóvel. As poses dos modelos mostra-nos uma relação de

intimidade, contudo o homem possui uma pose de firmeza e de poder, enquanto a

mulher tem uma pose de descontracção. A posição destes é lateral.

4.1.3. MENSAGEM LINGUÍSTICA

The Ultimate Attraction é a mensagem linguística deste anúncio, que em português

quer dizer “A Última Atracção”, o que está relacionado com a mensagem icónica. A

mulher está representada como simples objecto de diversão, onde o carro é bem mais

valorizado que ela. O sexo masculino é quem desfruta dessa diversão, colocando a

mulher e o carro num patamar análogo, ou seja, o carro e a mulher são os únicos

objectos que dão prazer a um homem, assim estamos perante uma intertextualidade

entre a mulher e o carro, e também uma analogia, porque os dois estão a ser

comparados. No entanto também pode ser interpretado por parte do homem como

uma obsessão pelo carro, colocando assim a mulher num nível inferior. No canto

superior direito também há uma mensagem linguística, as siglas da marca do veículo

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em causa, a BMW, no entanto, o conteúdo linguístico fulcral é sem dúvida o que está

escrito no centro da imagem, que é slogan, o que faz com que seja lido de imediato.

Um dos elementos denotativos desta imagem é o veículo, contudo é denotado

na mulher, em que esta é substituída pelo carro, ou seja, o carro/mulher são um meio

de diversão do homem. Contudo a mulher pode se conotada pela sua sensualidade e

pela sua atracção que tem perante o homem. Um carro bonito e moderno tem curvas

atractivas tal como uma mulher. Os outros objectos na imagem também têm a sua

conotação, a mulher conota-nos a sensualidade e a beleza, e o quarto em si pode nos

conotar para o romantismo, para o isolamento, contudo esta situação é mais conotada

para a diversão, porque no fundo a mulher aqui é tratada como um objecto de

diversão para o homem, tal como o carro. Normalmente são as pessoas do sexo

masculino que prestam mais atenção nos automóveis, tal como também prestam

muita atenção nas mulheres sensuais a atractivas, o que faz com que estes dois

aspectos, aparentemente bastante distintos, sejam bastante iguais para o homem,

assim, podemos dizer que estamos perante uma metáfora onde a mulher é comparada

a um carro, cujo está representado apenas numa revista. Como os corpos não

aparecem na sua totalidade, também se pode dizer que acontece uma elipse neste

anúncio publicitário e também pelo facto do carro não estar na imagem, apenas está

numa revista.

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4.2. IMAGEM 2

4.2.1. MENSAGEM PLÁSTICA

Moldura: Esta imagem não possui moldura, porque há uma continuidade da imagem,

no entanto, isto acontece porque o anúncio tem como principal e único objectivo

focar-se naquilo que quer transmitir ao consumidor. É uma imagem centrífuga, porque

o espectador não se concentra no centro da imagem, concentra-se mais no que está a

volta da imagem. Este outdoor está dividido em três, e com esta divisão existe uma

faixa branca, o que pode ser considerado como uma espécie de moldura da imagem.

Enquadramento: Como este outdoor é dividido em três, pode dizer-se que existem

três enquadramentos, mas a imagem vista como uma só, a imagem é vista

verticalmente, começando de cima para baixo. Os primeiros aspectos a serem

visualizados são as palavras que contêm em cada divisão – YES YOU CAN.

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Ângulo do Ponto de Vista: Neste anúncio, que se trata de um novo modelo da BMW, o

carro não é o mais focado. A objectiva focalizou-se principalmente no conteúdo

linguístico, o que está em grande destaque. Assim, o carro tem um picado discreto,

mas o conteúdo linguístico tem um contra-picado mais acentuado. Esta imagem

embora esteja dividida, tem um maior ângulo de visualização na última divisão – CAN.

Can em português que dizer PODER, e esta palavra é bastante forte, pois uma pessoa

ao ler PODER, é capaz de ler com mais atenção, porque no fundo toda a gente gostaria

de ter poder. Neste caso o poder refere-se à facilidade de pagamento que cada pessoa

pode ter. Outro aspecto a ter em conta é o facto de o carro estar em três posições

diferentes, estando o carro na última divisão em 3D, o que vai fazer que o consumidor

preste mais atenção à última divisão, porque visualiza o carro de “forma” mais

importante. Pelo facto de esta imagem estar dividida em três partes, com 3 posições

diferentes do carro e cada divisão com uma palavra diferente, podemos dizer que o

carro e a palavra estão relacionados: YES o carro de frente, YOU o carro de trás, CAN o

carro em 3D que parece que está a arrancar.

Composição: Tem uma construção focalizada no conteúdo linguístico, porque as

atenções primeiramente vão para o slogan e só depois é que a imagem é analisada,

estando por isso o slogan em ponto maior.

Suporte: Este anúncio publicitário normalmente aparece em revistas, onde a qualidade

das cores é boa, assim, os conteúdos linguísticos também podem ser lidos com a

devida calma de cada pessoa

Formas: As formas desta imagem são linhas rectas, o único objecto que tem forma

curva é o carro. A imagem contém uma casa moderna de linhas rectas onde à frente

está o carro. Isto pode conotar para a família, isto é uma casa grande e um carro

grande é “mais” necessário, quando se tem uma família grande, assim há espaço para

toda gente e, principalmente conforto para toda os membros da família. As linhas

rectas também conota o requinte e a classe, isto é, pelo facto de haver bom gosto na

casa e no carro, quer dizer que as pessoas têm bom gosto e classe nas coisas que

escolhem para as suas vidas e para o seu dia-a-dia.

Cores/Iluminação: As cores que a imagem tem é o azul do céu, o branco das nuvens, o

castanho da casa, o verde da árvore e o cinzento do chão e do carro. Só pelo facto de o

carro e o chão conterem cores idênticas podemos dizer que existe uma camuflagem do

carro, querendo dizer que o carro, apesar de ser novo e moderno, passa

completamente despercebido. O cinzento pode ser uma cor que transmite

estabilidade, sucesso e qualidade. Todas as cores que estão presentes neste anúncio

publicitário são cores discretas que não dão nas vistas e que nos conotam algum

requinte e bom gosto, contudo é uma imagem com cores frias, pois o azul que é a cor

do céu, do espírito e do pensamento, que simboliza a lealdade, a fidelidade, a

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personalidade e subtileza. É a mais fria das cores frias. O verde da árvore denota a

energia, a juventude, a brisa, a esperança e a calma. O castanho da casa é considerada

a cor da Terra, que tem aspectos denotativos bastante idênticos ao cinzento, estando

associado o castanho ao conforto, estabilidade, resistência e à simplicidade. Esta cor

também significa responsabilidade, que pode conotar à responsabilidade que uma

pessoa tem em manter ou ter uma casa destas.

Textura: Pode dizer-se que esta textura é bastante lisa, porque a maioria das formas

são linhas rectas o que faz com que haja uma textura mais macia, por isso, pode dizer-

se que este outdoor, embora nos denote classe e modernidade, também nos denota

um bocado de frieza, por causa das cores não serem muito realistas e também por

causa das formas e da textura serem muito pouco acentuadas, com muito poucos

pormenores.

4.2.2. MENSAGEM ICÓNICA

O ícone desta imagem é o carro, a casa e também as letras gordas que estão no

anúncio, que se direccionam de imediato para Obama, porque foi ele que

implementou na sociedade a tão célebre frase Yes We Can. A BMW, ao apresentar um

novo modelo, apresentou-o com uma facilidade de pagamento para o consumidor

adaptando a frase de Obama ao consumidor. Só não tem um carro destes quem não

quer, porque com esta agilidade de pagamento é fácil ter assim um carro. Existe nesta

imagem uma intertextualidade entre o carro e Obama, devido ao slogan publicitário da

imagem. Outro ícone presente na imagem é o símbolo da marca do automóvel. Pode

dizer-se que o carro aqui é comparado a Obama, assim estamos perante uma

metáfora. Este carro, que é grande leva-nos a pensar que é um bom carro para a

família onde o espaço é importante para o conforto, pode então dizer-se que estamos

diante uma metonímia, de parte pelo todo, representando as famílias nos geral.

4.2.3. MENSAGEM LINGUÍSTICA

A mensagem linguística deste anúncio é bastante importante. O Yes You Can denota-

nos para Barack Obama, o que nos conota a esperança. A BMW aproveitou lançar este

novo modelo na altura da campanha de Obama, para tentar atingir um novo público-

alvo, facilitando bastante o pagamento. Pode assim dizer-se, que este facto pode ser

considerado uma relação paradigmática. Existe um outro conteúdo linguístico no

anúncio, na parte inferior da imagem em letras pequenas, que explica ao consumidor

as condições e as facilidades de pagamento, que no entanto para muitas pessoas

passará despercebido na primeira visualização, tornando-se mais interessante para o

consumidor se este realmente quiser obter este carro. No entanto, o conteúdo

linguístico mais importante e visualizado instantaneamente é o Yes You Can, que está

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apresentado maior que o próprio carro, porque este anúncio, embora apresente o

novo modelo da BMW foca-se principalmente na facilidade de pagamento, ou seja,

qualquer pessoa pode obter este carro com a flexibilidade que existe de o pagar.

Assim, a célebre frase de Barack Obama remete-nos para a esperança, ou seja, para a

possibilidade de ter um carro bom e moderno sem muitos esforços monetários. Como

esta imagem está dividia em 3 partes, mas não distintas, porque se complementam,

pode dizer-se que é uma espécie de relação sintagmática.

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4.3. IMAGEM 3 & 4

4.3.1. MENSAGEM PLÁSTICA

Moldura: Ambas as imagens

possuem moldura, porque

estes outdoors apenas têm um

objectivo, mostrar o carro

como ele é, ou seja, apresentar

o modelo novo da marca. O

fundo destes dois anúncios faz

com que se feche a

representação visual da

imagem num processo de

leitura centrípeta ao entrar na

sua profundidade ficcional.

Como estas imagens não

possuem moldura pode dizer-

se que são imagens

centrípetas.

Enquadramento: Na imagem 3 há um enquadramento horizontal, que nos dá uma

ideia de afastamento, contudo o primeiro aspecto que se vê na imagem é o carro

(AUDI) que está em grande destaque, mas o principal slogan YOUR MOVE, BMW

também é notado de imediato. Na imagem 4 o enquadramento é vertical, porque o

anúncio está exposto na perpendicular e, tal como a imagem 3, o aspecto que também

é visualizado instantaneamente é o carro. O enquadramento destas duas imagens está

perto da visão do espectador, porque a imagem só contem o automóvel.

Imagem 3

Imagem 4

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Ângulo do Ponto de Vista: Nas duas imagens o aspecto focalizado e em grande plano é

o carro, porque este anúncio trata sem rodeios do novo modelo, exibindo o veiculo tal

como é. A objectiva em campo é nítida em ambas as imagens.

Composição: Pode dizer-se que tem uma construção axial, porque estes outdoors

consistem na apresentação do carro, expondo-o sem mais nenhum conteúdo

imagético.

Suporte: Estes dois anúncios publicitários forma expostos em outdoors na Califórnia,

nos EUA. Estes outdoors não contêm grandes elementos, apenas a imagem do carro e

o slogan, devido a serem expostos com alguma altitude, logo, ao público só interessa o

que está em causa, o carro e também a “guerra” das marcas, já que os dois outdoors

foram expostos lado a lado.

Formas: As únicas formas que estas imagens contêm são as formas dos carros, que são

formas curvas, de resto o anúncio não contem mais nada para ser observado pelo

público consumidor.

Cores/Iluminação: Na imagem 3 estamos perante duas cores, o cinzento claro e o

preto. O cinzento aqui é usado como fundo da imagem, um fundo claro para sobressair

o carro preto e o slogan está escrito a letras pretas. O cinzento conota-nos para o mau

tempo/do céu carregado, o que pode querer dizer que este carro é adequado também

para ser conduzido em alturas de grandes tempestades, ou seja, mostra-se um carro

seguro. Contudo, o cinzento é também uma cor que transmite estabilidade, sucesso e

qualidade. O preto está associado à ideia de morte, luto ou terror, no entanto também

se liga ao mistério e à fantasia, sendo hoje em dia uma cor com valor de uma certa

sofisticação e luxo, que é o mais apropriado para esta imagem. O vermelho que é a cor

que está representada a marca do automóvel, pode nos conotar para a paixão que o

público-alvo tenha com este carro, sendo o vermelho a cor da paixão e do sentimento.

Na imagem 4, as cores predominantes são o preto e o branco, que são duas cores que

se contrariam bastante. O preto tal como a imagem 3 conota-nos para uma cor com

certo valor de sofisticação e de luxo. O branco é associado à ideia de paz, de calma e

de pureza. É uma cor que também está associado ao frio, ou seja, aqui o carro pode

estar a ser conotado através do branco, porque pode estar a referir-se de ser um carro

também bom para o tempo frio. Tal como a imagem 3 este anúncio publicitário usa

cores para contrastar, o preto é usado como fundo da imagem, onde o carro é

apresentado em branco, para ser distinguido. Os dois anúncios publicitários usam

cores que se contrastam, no entanto, usam-no de forma contrária, imagem 3 carro

preto em fundo cinzento claro e a imagem 4 carro branco em fundo preto, assim está-

se perante uma antítese de cores. As duas imagens mostram uma sombra do carro no

fundo do anúncio, o que pode ser uma espécie de realce do automóvel.

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Textura: a textura de ambas as imagens é lisa, contem apenas um objecto, o

carro, que é a única textura dos outdoors, que acentua o carácter de frieza e de

distância da imagem.

4.3.2. MENSAGEM ICÓNICA

Estes anúncios não possuem grandes mensagens icónicas, porque são imagens

simples, que simplesmente apresentam o novo modelo da marca, sendo assim o ícone

fundamental o carro. Em todos os anúncios publicitários de automóveis mostra-nos

qual a necessidade que um carro tem para as pessoas. O conforto, a beleza, a

segurança e o tamanho são elementos associados a um carro e que toda a gente tem

em conta na compra de um veículo. Para concluir basta dizer que o automóvel é o

ícone máximo destes outdoors, porque se trata de uma publicidade directa, contudo o

símbolo da marca também é importante ser referida porque também é um ícone da

imagem.

4.3.3. MENSAGEM LINGUÍSTICA

Estes dois outdoors seguem modelos de apresentação bastante idênticos. Ambos

apresentam o modelo novo simplisticamente. Os anúncios têm vários pontos em

comum, contêm o modelo novo, o slogan em letras destacáveis, uma simples frase não

tão eminente quanto o slogan a descrever o carro/modelo, a marca do carro no canto

superior direito e o e-mail para o público consumidor obter mais informações acerca

do modelo ou para o esclarecimento de dúvidas que tenham.

A primeira vista a estes anúncios é “estranha”, porque não se entende a

coerência do slogan. Estes dois anúncios, embora sejam bastante distintos, devem ser

encarados analogamente, porque se trata de uma resposta através da publicidade. A

Audi e a BMW fizeram das ruas da Califórnia uma verdadeira batalha publicitária como

se as duas marcas estivessem a jogar uma partida de xadrez. Tudo começou com a

veiculação de uma série de outdoors do novo Audi A4 com a provocação: “Your move,

BMW”, fazendo um “trocadilho” com uma famosa frase do jogo de xadrez, que em

português quer dizer “A sua vez, BMW”, isto é, significa que é a vez do adversário se

movimentar. Como era de esperar a BMW não iria ficar de braços cruzados, criando

assim a agência publicitária para o novo modelo da BMW outdoors a dizer

“Checkmate”, que foram colocados ao lado dos outdoors da Audi, respondendo assim

à provocação da concorrência. A Intertextualidade destes anúncios remete para um

jogo de xadrez.

Com esta situação podemos afirmar que estamos perante uma metáfora, a

publicidade é uma batalha, porque existe competição entre as várias marcas de

automóveis, pois cada um quer ter o melhor automóvel no mercado para atrair o

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consumidor, podendo ser considerada também uma relação sintagmática e

paradigmática entre os dois outdoors publicitários, porque embora distintos, os dois

outdoors publicitários complementam-se.

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4.4. IMAGEM 5

4.4.1. MENSAGEM PLÁSTICA

Moldura: Esta imagem não tem moldura porque a imagem tem uma continuação,

como dá para verificar há uma continuidade da imagem, logo é uma imagem

centrífuga, contudo o essencial neste outdoor é mostrar o homem e mostrar também

o gesto deste.

Enquadramento: O enquadramento desta imagem é vertical e o primeiro aspecto a ser

visualizado é o homem e o que este está a fazer, que nos dá uma grande proximidade

com a publicidade em causa.

Ângulo do Ponto de Vista: Neste outdoor o ângulo do ponto de vista do público vai ser

de imediato a pessoa do anúncio, principalmente o gesto que está a fazer, só depois

disto é que o público vai ver de que se trata o outdoor e faz-se um movimento circular

com olhos, só de seguida é que se vê que o anúncio se trata de uma marca de

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automóveis. A captação da imagem é de grande captação com bastante nitidez, no

entanto é uma captação feita indirectamente em relação ao carro, porque o “captado”

é o homem e o gesto deste.

Composição: Contém uma construção axial, porque o que é pretendido ser visto está

no meio da imagem, olhando o público directamente para o centro. Contudo também

pode ser considerada uma construção focalizada, porque as atenções vão todas para o

gesto do homem.

Suporte: Este anúncio publicitário do Bentley, geralmente surgem em revistas, onde as

cores têm uma qualidade boa. Assim o público consumidor vê de que se trata este

anúncio publicitário, já que não obtém nenhum conteúdo linguístico, a não ser a marca

do automóvel, que aparece muito discretamente.

Formas: Este anúncio tem vários tipos de formas, as formas curvas são vistas

principalmente no homem, porque são as formas do corpo humano, e também se

pode verificar curvas no encosto do sofá. As linhas rectas vêm-se na parte de baixo do

sofá.

Cores/Iluminação: As cores deste outdoor são essencialmente escuras, castanho e

preto. Contudo, as cores que se realçam mais nesta imagem são a cor de pele e o

branco da camisa do homem. O sofá que é castanho tem reflexo da luz o que também

sobressai na imagem. O fato do homem é preto, o que nos conota para a elegância e

para o charme. Podemos, assim dizer que estamos perante uma antítese nas cores, o

escuro do cenário e do fato com o branco da camisa contrasta bastante na imagem. O

símbolo da marca do automóvel também está em branco o que também tem um

grande impacto na imagem. Assim, pode dizer-se que o preto é uma cor com valor de

uma certa sofisticação e luxo, significando também dignidade. O castanho é uma cor

que significa maturidade, consciência e responsabilidade, estando ainda associada ao

conforto, à estabilidade, à resistência e à simplicidade. O branco associa-se à ideia de

paz e à ideia de calma.

Textura: A textura desta imagem nem é rugosa nem é lisa, simplesmente vê-se um

homem sentado no sofá requintado.

4.4.2. MENSAGEM ICÓNICA

A mensagem icónica deste anúncio publicitário centra-se no gesto do homem, um

gesto que é feio e que nos conota para a má educação. Nesta imagem o gesto é

encarado como uma provocação “Eu tenho um Bentley e vocês não”, ou seja, “eu

tenho dinheiro e vocês não, por isso posso fazer o que bem me apetece”. A

provocação é feita devido ao autoritarismo que este homem possui perante os outros

por ter dinheiro e poder ter um Bentley, mas não é por ter dinheiro e um Bentley que

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este se pode achar superior aos outros que possuem um carro menos dispendioso.

Bentley é uma marca de carros bastante dispendioso, que nem toda a gente consegue

ter. Assim, o Bentley conota-nos para o luxo e para uma classe social mais alta. Logo,

pode dizer-se que existe uma intertextualidade entre a “má educação” ou provocação

(gesto do homem) e o valor elevado do carro, isto é, há uma intertextualidade entre o

dinheiro e o poder. O próprio espaço em si, o sofá e as cores escuras nos conota para

algo com requinte e dinheiro. O homem também nos conota para o charme, devido ao

cabelo grisalho, que nos conota o sucesso e a qualidade de vida que este tem. Outro

ícone visível no anúncio publicitário é a o símbolo da marca do carro. A pose do

modelo mostra-nos uma certa determinação e autoritarismo, estando numa posição

frontal com o público, em que este pode olhar directamente para os lhos do modelo

do anúncio.

4.4.3. MENSAGEM LINGUÍSTICA

Este outdoor não tem nenhum conteúdo linguístico, o único conteúdo linguístico

visível nesta imagem é o nome da marca do carro. Esta ausência de conteúdo

linguístico pode fazer com que cada pessoa imagine e/ou interprete esta imagem

como quer. Normalmente depois de observarmos uma imagem procuramos o slogan,

para ver de que se trata o anúncio, mas neste caso, o único conteúdo linguístico que

nos deparamos é a marca do carro, logo cada pessoa analisa a imagem como quer.

Como se trata de um gesto de má educação, este anúncio chamará muita atenção do

público, e também pode provocar um certo desagrado, porque esta imagem trata de

uma provocação, fazendo uma distinção entre a classe social alta e média, porque só

que pertence à classe social mais alta é que pode ter um carro assim. Esta marca de

automóveis conota para a riqueza, para o requinte e para o luxo. Toda a imagem tem

aspectos que nos mostram o luxo, o sofá, o homem que está vestido com um fato que

nos conota para alguém que é bem sucedido na vida, e a própria cor que nos conota

para a elegância. Assim pode dizer-se que estamos perante um contraste, isto é, o luxo

e a má educação, porque são termos que se contrariam um bocado.

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4.5. IMAGEM 6

4.5.1. MENSAGEM PLÁSTICA

Moldura: Esta imagem não tem moldura porque há uma continuação da imagem,

apenas o farol do automóvel está visível neste anúncio. Por isso esta imagem é

centrífuga.

Enquadramento: O enquadramento desta imagem é vertical. O primeiro aspecto a ser

visto pelo homem é o farol do carro, ou seja, há uma grande focalização no farol, o que

faz com que o farol esteja perto da visão do público, dando uma grande sensação de

proximidade.

Ângulo do Ponto de Vista: O farol do automóvel está ao nível do olhar do espectador o

que denota a força do modelo. A objectiva escolhida é de grande focal focando

exclusivamente o farol do carro, havendo uma captação de imagem muito próxima.

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Composição: Contém uma construção focalizada, porque esta imagem focaliza só

farol, não mostrando o resto o carro.

Suporte: Este anúncio publicitário aparece geralmente em revistas, onde as cores têm

uma qualidade muito boa, e assim o pormenor o farol é devidamente analisado e

observado pelo público consumidor.

Formas: Este anúncio tem formas curvas e rectas, que são as do carro, principalmente

do farol.

Cores/Iluminação: As cores presentes nesta imagem são especialmente escuras. O

preto da parte do carro que aparece, e a luz do farol que está representado pelas cores

douradas e vermelho. O carro parece um carro moderno, por isso pode dizer-se que o

preto é uma cor com valor sofisticado e luxuoso, contudo, o preto pode estar

associado à ideia de morte, luto ou terror. Esta imagem conota-nos aspectos

agressivos e perigosos, daí podermos associar o terror do preto a este anúncio. O

próprio slogan nos denota para a agressividade, “é hora de atacar”. O dourado está

simbolicamente associado ao ouro e à riqueza, ou seja, é uma cor associada a algo

majestoso. O vermelho associa-se principalmente ao sentimento e à paixão, contudo

nesta imagem o vermelho simboliza a violência, a agressividade ou o poder. Estamos

aqui perante um poder, que se verifica ao poder económico com a potência do motor,

propondo que a assunção de um estatuto alto passa por um comportamento menos

correcto na estrada. Assim, pode afirmar-se que existe uma grande relação das cores

com a imagem em causa, conotando para a agressividade, a violência, e sobretudo o

perigo. Assim pode dizer-se que a imagem e a cores possuem uma relação

complementar.

Textura: A textura desta imagem é bastante lisa, porque o único objecto na fotografia

é o farol do carro.

4.5.2. MENSAGEM ICÓNICA

O ícone deste anúncio publicitário é o carro, focando-se principalmente no farol,

porque é o ponto fulcral e evidenciado da imagem. Esta publicidade da BMW expõe

um novo modelo que aparentemente parece bastante “poderoso”, isto é, parece um

carro com uma elevada potência e que consegue obter velocidade excessiva. É apenas

através do símbolo da marca, BMW, que está no canto inferior direito, que se vê que

se trata de um automóvel dessa marca. Contudo, o público que gosta de carros, que os

conhece relativamente bem e que particularmente aprecia a BMW, ao olhar para esta

imagem sabe que se trata de um automóvel da BMW.

Nesta imagem estamos diante uma elipse, em que o carro é cortado na imagem

e é só representado pelo farol, assim, também se pode dizer que estamos perante uma

metonímia, em que o farol está a representar o carro, ou seja, a parte pelo todo.

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4.5.3. MENSAGEM LINGUÍSTICA

Esta publicidade da BMW associa o poder económico à potência do motor, propondo

que a assunção de um estatuto sócio-profissional alto passa por comportamentos

menos correctos na estrada. O slogan “é hora de atacar”, anexada à foto apresenta

aspectos morfologicamente agressivos do veículo, incita não unicamente à velocidade

excessiva mas também aos comportamentos violentos e ameaçadores contra outros

utentes rodoviários. Logo, pode dizer-se que é um carro perigoso, que vai chamar a

atenção de um público consumidor mais jovem, porque o carro lhes vai transmitir

adrenalina. Contudo, muitas pessoas vão achar este carro demasiadamente perigoso.

O principal conteúdo linguístico neste anúncio publicitário é o slogan que está

no centro da imagem debaixo do farol, o que faz com que seja lido de imediato. Outro

conteúdo linguístico presente nesta imagem é na parte inferior esquerda, onde diz

“Novo BMW 520d” e faz uma breve especificação do automóvel, também referindo o

preço deste. A própria BMW dá grande destaque, dando mais ênfase ao facto de se

tratar de um carro potente e que atinge velocidades excessivas. Pode assegurar-se

então, que há neste anúncio publicitário, uma intertextualidade entre o carro e o

perigo, isto é, os comportamentos violentos e sinistrados contra todos os utentes

rodoviários.

Esta imagem complementa-se com todos os aspectos. A imagem está

relacionada com a conotação das cores (ver cores na mensagem plástica) e também

com o próprio slogan. Tudo nos conota para o perigo e para a velocidade, assim está-

se perante uma relação sintagmática.

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4.6. IMAGEM 7

4.6.1. MENSAGEM PLÁSTICA

Moldura: a publicidade acima não tem moldura, sendo por isso uma imagem

centrífuga, que estimula uma construção imaginária complementar. O que é

pretendido com esta imagem é a cara da mulher e a expressão fácil que esta faz. Se

não vemos mais da imagem é porque a página é demasiada pequena, e porque o

objectivo é focar essencialmente o rosto da mulher.

Enquadramento: O enquadramento desta imagem é vertical e estreito, tendo como

único aspecto a ser observado a mulher, que nos dá a sensação de grande proximidade

com a publicidade em causa.

Ângulo do Ponto de Vista: Neste anúncio publicitário a mulher está ao nível do olhar

do espectador o que denota a energia do modelo. À primeira vista não se sabe de que

se trata este anúncio publicitário, só através do símbolo da marca no canto inferior

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direito é que se sabe. A captação da imagem é de grande focal com bastante nitidez,

estando a imagem muito perto da visão.

Composição: Tem uma construção axial, porque a personagem é colocada no centro

da imagem, o que faz com seja o ponto fulcral do olhar do público. Contudo, também

pode ser considerada uma construção sequencial, porque primeiramente o espectador

foca-se na mulher e só depois é que vai encontrar o símbolo, ou seja, só depois é se

percorre a imagem até ao conto inferior direito para ver a marca do carro.

Suporte: Este anúncio publicitário aparece em revistas, onde as cores têm uma

qualidade boa. A imagem não contém muitos elementos, contudo o elemento que

contém, a mulher, deve estar bem definido, para poder ser observada a beleza e a

sensualidade da personagem. Os pormenores do cabelo, do olhar e da expressão facial

na sua totalidade. Este anúncio publicitário foi utilizado na campanha Premium

Selection Used Car da marca na Grécia, e tem como fim argumentar que um carro

usado serve tanto como um novo.

Formas: As formas deste anúncio são particularmente onduladas e curvas. Os caracóis

do cabelo e as curvas do pescoço. Também tem formas redondas, os olhos e a boca.

No entanto as formas mais realçadas são, sem dúvida alguma, a ondulação dos cabelos

loiros.

Cores/Iluminação: As cores desta imagem são sobretudo a cor de pele e o loiro do

cabelo. A cor de pele é uma cor neutra, enquanto o louro dos cabelos pode-nos

denotar a sensualidade e a beleza da mulher. Há uma grande iluminação na

personagem da imagem, o que torna toda a imagem nítida e centrada.

Textura: A textura desta imagem não é muito complexa, pode dizer-se que possui uma

certa ondulação do cabelo e do corpo da mulher. A textura, neste anúncio publicitário,

não é um elemento que possa ser analisado detalhadamente.

4.6.2. MENSAGEM ICÓNICA

O ícone desta imagem é a mulher. A mulher lança um olhar atrevido, complementado

pela expressão da sua boca. Ela provoca. A mulher aqui é o ícone da feminilidade, é

uma mulher muito nova e tem uma imagem “virginal”, contudo, a mulher é tratada

como um objecto sexual, pois está “pronta para ser usada por quem quiser”. A mulher

é desvalorizada ao máximo neste anúncio publicitário. Contudo esta mulher provoca o

público, essencialmente masculino, o que faz com que haja uma certa curiosidade em

conhecer o modelo da BMW em causa. Um outro ícone presente na imagem é o

símbolo da marca do carro, que no entanto será o último aspecto a ter-se em conta.

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Estamos aqui perante uma elipse, em que a mulher apenas é representada pelo rosto,

eliminando o corpo desta. A metáfora aqui também é presenteada, fazendo uma

comparação entre a mulher e o carro. A mensagem icónica desta imagem é muito

idêntica à imagem 1. Outro ícone presente no anúncio publicitário é o símbolo da

marca do carro. A pose do modelo é uma pose atraente e provocadora, estando numa

posição frontal com o público.

4.6.3. MENSAGEM LINGUÍSTICA

A publicidade acima da BMW é presenteada com uma imagem feminina, muito nova e

com um aspecto virginal. Embora nos mostre uma rapariga jovem, mostra-nos

também uma rapariga já sexual de pose bastante sugestiva. Esta imagem utilizada na

campanha Premium Selection Used Car da marca na Grécia, tem como fim argumentar

que um carro usado serve tanto como um novo. Daí o slogan "You know you're not the

first”, que em português quer dizer “Você sabe que não é a primeira”. Este slogan é o

único conteúdo linguístico na publicidade à excepção da marca do carro. Tal como na

imagem 1 estamos perante uma grande desvalorização da mulher, onde o carro é

posto num patamar análogo à mulher. Quem desfruta desse objecto é o homem, logo

a mulher é conotado como um objecto de diversão, tal como o carro, e principalmente

conotado como um objecto sexual para o homem. São as pessoas do sexo masculino

que se interessam mais pelos automóveis, tal como também prestam mais atenção nas

mulheres sensuais a atraentes, o que faz com que estes dois aspectos, aparentemente

bastante distintos, sejam bastante iguais para o homem, ou seja, simples objectos de

diversão. Assim, o carro que nesta imagem nem sequer aparece, ao contrário da

imagem 1, que aparece na revista, é denotado na mulher, que nos conota o erotismo,

a sensualidade e a sexualidade. “Usar” a mulher ou usar um carro, ambos estão

prontos para satisfazer qualquer necessidade como um máquina, não interessando as

vezes que é “usado” nem “por quem”, é aqui que o slogan tem um relação

sintagmática com a publicidade em causa, pois um carro/mulher usado serve tanto

como um novo/a. O homem, embora não apareça na imagem, é lembrado e conotado

pela sua virilidade e pelo facto de ser uma máquina sexual, materializando a mulher

como um objecto de diversão. Pode referir-se que o homem está subentendido.

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5. CONCLUSÃO

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS IMAGENS ANALISADAS

Após ter efectuado este trabalho posso concluir, que a publicidade surge

como parte complementar da sociedade de consumo. Assim, são as campanhas

publicitárias que desenvolvem os produtos. Deste modo, o conteúdo das mensagens é,

maioritariamente, o tema estimulante, podendo muitas das vezes ser informativo.

Todas as publicidades destinam-se para o consumismo e aliciam os clientes a adquirir

novos padrões de vida e novos produtos.

A parte plástica, icónica e linguística são três componentes da análise de

um anúncio. Depois feita esta análise, faz-se o estudo da significação do anúncio, onde

entra a conotação, denotação e mito. Seguidamente persegue-se com a análise das

componentes e a relação entre elas. Embora estas imagens tratem do mesmo

conteúdo, automóveis, têm vários aspectos em comum e outros que são distintos.

Estes anúncios são suportados ou em revistas, onde a qualidade das cores e da

imagem é boa, ou em outdoors publicitários. A maioria das imagens não tem moldura,

que remete para o nosso imaginário. A imagem encerra o significado em si mesma e é

nela que o leitor busca a interpretação e a imagem sem moldura confere um ar mais

natural. Apenas em duas imagens (3 & 4) é que as imagens não têm moldura, porque é

uma publicidade directa, cujo objectivo é mostrar o novo modelo da marca, sendo o

carro o ícone máximo. Maioritariamente nestes anúncios o enquadramento é vertical

e estreito, o que dá uma impressão de grande proximidade. Dois dos anúncios

analisados (imagem 1 & 7) desvalorizam por completo a mulher, onde esta é

materializada como um objecto de diversão para o homem, e cujo carro é posto acima

da mulher. A mulher, que é ícone de sensualidade, atractividade e o erotismo, é

tratada como um objecto sexual para homem, conotando este a virilidade. Daí o

público-alvo ser maioritariamente masculino.

Os mecanismos cognitivos em comum são, principalmente, a metáfora, a

metonímia, a intertextualidade e a elipse. A metáfora é uma figura de estilo em que há

a substituição de um termo por outro, criando-se uma dualidade de significado, a

metonímia é uma figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por

outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles. As

metonímias operam sintagmaticamente, para efeitos realistas, enquanto que as

metáforas operam paradigmaticamente, para efeitos surrealistas ou imaginativos.

O fenómeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo", que deve

ser compartilhado, isto é, comum ao produtor e ao receptor das imagens. Enquanto a

elipse é uma supressão de uma imagem facilmente subentendida. A imagem das

palavras, é onde os conteúdos linguísticos visíveis na imagem estão hierarquicamente

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sempre dispostos para guiar a leitura do comprador. O símbolo da marca do

automóvel está sempre presente em todas as imagens, ou está no canto superior

direito ou no canto inferior direito, contudo existem excepções, a publicidade do

Bentley (imagem 5) optou por colocar o símbolo da marca no centro inferior da

imagem, já que não contém nenhum conteúdo linguístico. O que também deu para ver

foi que os anúncios normalmente possuem um slogan, que está no centro da imagem,

que está relacionado com a imagem. Das imagens analisadas algumas delas contêm

outro conteúdo linguístico, onde nos é descrito o carro ou no caso da imagem 2, onde

nos é exposto as facilidades de pagamento. Assim, pode dizer-se que a função de

ancoragem está presente em todas as imagens, pois todas elas contêm o nome da

marca.

Nota-se assim uma grande rivalidade entre as marcas, principalmente a

BMW e a Audi (imagem 3 & 4). As duas marcas competem por um cliente alvo em

comum com produtos muito semelhantes, competindo sempre em serem melhores

uma com a outra, e daí a necessidade de uma publicidade agressiva, mas ao mesmo

tempo simples e dinâmicas. No entanto, a Bentley não compete com a BMW nem com

a Audi porque tem um público-alvo diferente, sendo a BMW e a Audi de uma classe

média/alta, enquanto a Bentley de uma classe social alta/muito alta.

A interpretação destes diferentes tipos de signos joga com o saber cultural e

sociocultural do espectador, a quem é exigido grande trabalho de associações mentais.

A semiótica apenas no século XX ganhou o status de ciência e actualmente é aplicada

em várias áreas do dia-a-dia, tais como, a literatura, o cinema, a fotografia, os jornais,

a internet, a televisão e a publicidade. Pode dizer-se que todo o nosso quotidiano é

constituído por signos, que por conseguinte representam, caracterizam ou denotam

realidades. Logo, todos nós lidamos com a semiologia, embora muitas das vezes seja

inconscientemente.

Segundo Charles Pierce, todo o ser humano é homos significans, isto é

fazedores de significados através de signos, daí ele dizer “We only think only in signs”.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livros:

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York: Manchester University Press.

CARMELO, Luís (2003). Semiótica. Uma Introdução. Lisboa: Europa-América

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http://olhandoacor.web.simplesnet.pt/significado_das_cores.htm

Caderno de Apontamentos das aulas de Semiótica e Análise da Imagem

Caderno de Apontamentos das aulas de Comunicação, Cognição e Media