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COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS ANO 2010 nº 04 Boletim Informativo - CBDB Boletim Informativo COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS - CBDB Simpósio em São Paulo evidencia potencial das Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas Simpósio em São Paulo evidencia potencial das Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas

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COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS

ANO 2010 nº 04

Boletim Informativo- CBDB

Boletim InformativoBoletim InformativoCOMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS - CBDB

Simpósio em São Paulo evidencia potencial das Pequenas e

Médias Centrais Hidrelétricas

Simpósio em São Paulo evidencia potencial das Pequenas e

Médias Centrais Hidrelétricas

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EXPEDIENTE

CBDB02

Jornalista Responsável:Tatiana Cioni Couto MTB 19933

Diagramação e Criação:Marco Velloso

Revisão: Clarisse Cintra

CoberturaColaboração repórter SP:Fernanda Angelo

Fotografia: Acqua Consultoria(Fotos Renato Couto)

SÓCIO BENEMÉRITO NÚCLEOS REGIONAIS HidráulicaFlávio Henrique Lyra da Coordenador: Silva (In Memoriam) Bahia Brasil Pinheiro Machado

Diretor: Meio-AmbientePRESIDENTES Carlos Henrique de A. C. Coordenador:HONORÁRIOS Medeiros Nóris Costa Diniz

Ceará Obras de Proteção e Edilberto Maurer Diretor: Contenção de Fluxo de Cássio Baumgratz Viotti Maria Zita Timbó Araujo DetritosFlávio Miguez de Mello Góias/DF Coordenador:Delphim Fernandes Diretor: Dimitry ZnamenskyEpaminondas Mello do Dimitry Znamensky Registro de BarragensAmaral (In Memoriam) Minas Gerais Coordenador: Carlos Alberto de Pádua Diretor: Sérgio C. Pimenta Amarante (In Memoriam) Ricardo Aguiar Magalhães Segurança de BarragensFlávio Henrique Lyra da Paraná Coordenador:Silva (In Memoriam) Diretor: Fábio De Gennaro Castro

Miguel Augusto Zydan Sória Uso de Concreto em DIRETORIA: Pernambuco Barragens

Diretor: Coordenador: Presidente : Aurélio Alves de Vasconcelos José Marques FilhoErton Carvalho Rio de Janeiro Vice-Presidente : Diretor: SecretariaFábio Castro Manuel de Almeida Martins Marise MarinhoDiretor Técnico : Rio Grande do Sul Marcos PauloBrasil Pinheiro Machado Diretor Interino: Rua Real Grandeza 219 Diretor de Comunicação: Lúcia Wilhelm V. de Miranda Bl C – Sala 1007Marcos Vasconcellos Santa Catarina Botafogo – Rio de Diretor Secretário: Diretor: Janeiro – CEP 2281-900Paulo Coreixas Junior Sérgio C. Pimenta Tel : (021) 2528-5320 / Diretor Adjunto: São Paulo 2528-5162Armando José da Silva Diretor: Fax: 2528-5959 Neto Clóvis Ribeiro Leme

CONSELHO COMISSĂO FISCAL DELIBERATIVO Afonso Sérgio Coutinho

Cláudio Issamy Osako Presidentes Honorários e Leticia Costa Manna Leite Diretores Estatutários Silvio Kazuoyshi OnoAdemar Sérgio Fiorini Aurélio Alves de Vasconcelos SUPERINTENDENTEDenise Araújo Vieira Krüger Pedro Paulo Sayão Barreto Gilson de Oliveira Furtado Humberto Rodrigues Gama COMISSÕES TÉCNICASJoăo Francisco A. Silveira Barragens de Joaquim Pimenta de Ávila Enrocamento com Face José Bernardino Botelho de ConcretoLuciano Nobre Varella Coordenador: Márcio Antônio Arantes Porto Bayardo Materón Maria Zita Timbó de Araujo Barragens de RejeitosRogério de Abreu Menescal Coordenador: Walton Pacelli de Andrade Joaquim Pimenta de Ávila

www.tccomunicacao.com

Tel: (021) 9131-5494

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Investidores, projetistas, construtores, gestores, empresários, especialistas e au-toridades do setor de energia povoaram o Centro de Eventos Fecomércio, em São Paulo, entre os dias 11 e 13 de maio. Ao todo, cerca de 400 pré-inscritos, 120 expositores e 100 visitantes, passaram pelo VII Simpósio sobre Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas (7PCH), evidenciando a rele-vância e o potencial do setor. E o alto número de participantes não foi à toa. Organizado por uma comissão coordenada pelo engenheiro Fábio Castro, vice-presidente do Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB), o evento representou um passo adiante nas discussões técnicas a respeito do desenvolvimento do setor hidrelétrico brasileiro. Em especial das Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas (PCHs). Tanto foi assim que, já na solenidade de abertura, reuniu autoridades como Aluízio de Barros Fagundes, pre-sidente do Instituto de Engenharia de São Paulo, Erton Carvalho, presidente do CDBD, Gisela Foratini, superintendente de fisca-lização da Agência Nacional de Águas do Ministério do Meio Ambiente, e Jean Cesari Negri, coordenador de Energia, represen-tando a secretária de Saneamento e Ene-rgia, Dilma Pena, além do próprio Fábio Castro.Fábio deu as boas-vindas e respondeu críticas tecidas ao modelo de hidro-eletricidade prevalecente no Brasil. "Temos uma tecnologia reconhecida mundial-mente, com empresas de consultoria pres-tando serviços no exterior", destacou, acrescentando que não faz sentido des-prezar a excepcional condição que a natureza proporcionou ao território

nacional, dotado de enorme potencial hídrico e, portanto, de potencial de hidrogeração. Fábio lembrou que, para sustentar o crescimento econômico de 5% estimado para os próximos anos e tornar o futuro do país mais promissor, é fun-damental que as escolhas certas sejam feitas neste momento. "É importante que os assuntos pertinentes às pequenas e médias centrais hidrelétricas sejam profundamente discutidos aqui, servindo de lição para corrigirmos eventuais en-ganos e de modelo para implantações futuras", completou. Atualmente as PCHs respondem por quase 3% da energia produzida em todo o territó-rio nacional, e têm potencial de geração estimado em 25 mil megawatts, o que corresponderia a 8% da oferta total de energia no país, e pode ser desenvolvido nas próximas quatro décadas. Sobre isso discorreu o presidente do CDBD, Erton Carvalho. Ele lembrou que muita energia é necessária para que o Brasil possa gerar hoje um PIB de R$ 3,5 trilhões — grande o suficiente para situar o país como a 6ª principal economia do mundo. E que muito mais energia elétrica terá de ser disponibilizada para que o país alcance o status de 5ª maior economia mundial até 2013, como admitem alguns dos mais ilustres analistas internacionais. “É virtual-mente impossível atingir esta dimensão tão almejada sem contar com um sistema seguro, confiável e interligado de geração de energia, apto a chegar a grande parte do território nacional e capaz de oferecer este insumo a preço competitivo, como já acontece hoje com o sistema brasileiro de geração, transmissão e distribuição de

energia”, afirmou.Erton Carvalho também lembrou que, embora tenha a maior parte de sua energia gerada por hidrelétricas, que caracterizam fontes de energia limpa e renovável, o setor sofre pressão internacional no sentido de impedir a construção de barragens. "O país caminha para uma produção mais diver-sificada", admite, destacando, porém, que as PCHs já somam 3.000 no Brasil — e outras 60 estão em construção.Diante desse cenário, é preciso vencer uma série de obstáculos. Um deles, de acordo com Aluízio Fagundes, do Instituto de Engenharia, é a falta de profissionais. "O Brasil vive um momento especial, com uma explícita neces-sidade de a engenharia retomar a sua antiga produção no setor", observou Aluízio Fagun-des. "O Instituto está preocupado com a reto-mada desse trabalho e com a especialização e formação de novos profissionais de en-genharia. A falta de engenheiros é um tema que deve receber atenção especial neste próximo ano", revelou. Outros entraves in-cluem a burocracia para licenciamento am-biental e a adequação dos projetos apre-sentados. "Ainda somos um país com po-tencial importante a ser desenvolvido, mas precisamos enfrentar a questão de frente. Os projetos ainda não são em grande número devido a dificuldades como os licencia-mentos ambientais", afirmou Jean Cesari. Segundo ele, é importante que haja a oferta de projetos adequados no próximo leilão para garantir a expansão e a manutenção dos níveis de energia gerada pelas PHCs. " É fundamental discutir o tema de viabilização de projetos ", disse o coordenador de Energia.

Simpósio em São Paulo evidencia potencial das Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas

Simpósio em São Paulo evidencia potencial das Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas

Aluizio de Barros Fagundes, presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo, Gisela Foratini, superintendente de fiscalização da Agência Nacional de Águas do Ministério do Meio Ambiente, Erton Carvalho, presidente do CDBD, Jean Cesari Negri, coordenador de Energia,representando a secretaria de Saneamento e Energia e o vice-presidente do CBDB Fabio Castro

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Discussões do dia giram em torno de inovações e qualidade técnica das PCHs

As discussões do primeiro dia do simpósio giraram em torno das inovações e qualidade técnica dos empreendimentos das PCHs. José Franco Pinheiro Machado, da Intertechne, apresentou mais de dez projetos técnicos em diferentes PCHs brasileiras, que foram detalhados ao público presente por seus criadores entre 11h e 17h30. Os projetos apresentados incluíram desde inovações no modelo hidráulico reduzido da média central hidrelétrica, apresentado pela Engevix, uso de concreto na construção de barragens (CESP) e a forma como o "Jet Grouting" pode reduzir a necessidade de perfuração, tese detalhada por Milton Kanji, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, até os benefícios e implicações jurídicas da reativação de pequenas centrais hidrelétricas, como as realizadas pela Fundação Energia e Saneamento.

Tema IPAP001899 – CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE DO TALUDE EM SOLO DA CASA DE FORÇA DA PCH COLINO 1 - COMPLEXO ENERGÉTICO SERRA DA PRATAAutores: Rafael Vinícius Basso; Orlando Gomes dos Santos PAP001731 - DIRETRIZES PARA O PROJETO E O CONTROLE DE QUALIDADE DA CONSTRUÇÃO DE APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS EM CONCRETOAutores: Flávio Moreira Salles; Luiz Prado Vieira Jr PAP004193 - PCH QUELUZ: SEIXOS E CASCALHOS NA CORTINA DE VEDAÇÃO DA BARRAGEM EM JET GROUTINGAutores: Giorgio GUATTERI; Akira Koshima; José Ricardo Lopes; Carlos Alberto BomfimPAP001797 - 5 ANOS DE MONITORAMENTO DE TEMPERATURAS COM SENSORES DISTRIBUÍDOS DE FIBRA ÓTICA NA BARRAGEM DE CCR DA UHE FUNDÃO

Autores: Luiz Alkimin de Lacerda; Marcos Alberto Soares PAP001604 - BARRAGEM ESTAIADA DE CONTRAFORTES EM ARCOAutores: Xerxes Ivan Sitya Camargo; Roberto Marques Peixoto PAP001605 - Concepção de Arranjos de PCH- Autores: Nobutugu Kajin; Daniel Reinhardt PAP001804 - DESENVOLVIMENTO DO PROJETO CIVIL DE UMA MÉDIA CENTRAL HIDRELÉTRICA, DESENVOLVIMENTO DOS ESTUDOS DO VERTEDOURO E DO DESVIO DO RIOAutores: Marcos Cristiano Palu; Diego David Baptista de Souza; Rafael Philippi Gama Salles PAP001607 - ESTUDO DE TENSÕES TÉRMICAS EM VERTEDOURO DE PEQUENA CENTRAL HIDRELÉTRICAAutores: Eduardo Issamu Funahashi Júnior; Selmo Chapira Kuperman PAP004216 - Investigação da composição e modelo de custos de PCHAutores: Edson da Costa Bortoni; Ronaldo Pereira de Almeida; Thiago Zamarim GAION; Demarcus WerdinePAP002087 - Metodologia de Projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas em Modelos 3DAutor: Arnaldo Alves da Silva Junior PAP004231 - O INCIDENTE OCORRIDO NA PCH GUARY E A DESCRIÇÃO DO PROJETO DE RECUPERAÇÃO DO EMPREEN-DIMENTOAutores: Antônio Carlos Campos Fernandes; José Paulo Savóia; André Pereira Lima PAP001858 - PCH PAMPEANA - O COMPORTAMENTO DO META-DIAMICTITO EXPOSTO PELAS ESCAVAÇÕES OBRIGATÓRIAS E A EXPERIÊNCIA DE SUA UTILIZAÇÃO NO CORPO DA BARRAGEMAutores: Giovanni Carvalho Marquesi; Carlos Roberto de Souza Martins; José Henrique Pereira

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Cerca de 25 pessoas assistiram à palestra “Órgãos para transposição para peixes” , com o engenheiro Sidney Lazarro, o primeiro minicurso do VII Simpósio PCH, realizado no dia 11 de maio.Sidney abordou em seu curso como minimizar a mortandade de peixes ao construir as barragens. Entre os tópicos, foi citada a escada para peixes como meio de mitigação no momento da piracema: “Quando se forma o reservatório, há acumulo de nutrientes e explosão de vida com tempo limitado. Nas barragens, um dos instrumentos de mitigação e manejo de peixes é habilitar o seu fluxo nos dois sentidos, compondo um sistema para transposição de peixes por cardumes ou variedade genética. Na área ambiental não há

Órgãos para transposição de peixes foram assunto do Minicurso 1

nada com solução definitiva, qualquer impacto só consegue ser reduzido. A psicultura, por exemplo, tem maior impacto que todas as intervenções no sistema aquático”, ressaltou Sidney.Na palestra, Sidney recordou que a diversidade de peixes no Brasil é grande e dividida por ordem, enquanto no exterior é tratada por família: “Devemos lembrar que o peixe é um bem renovável que tem que ser preservado. Só no Amazonas existem 3 mil espécies de peixes, e a maioria é do estilo migradora. A megadiversidade do Brasil pode superar 2/3 das e s p é c i e s m u n d i a i s e n ã o conseguimos separar as espécies brasileiras por família”, pontuou.

As discussões do primeiro dia do simpósio giraram em torno das inovações e qualidade técnica dos empreendimentos das PCHs. José Franco Pinheiro Machado, da Intertechne, apresentou mais de dez projetos técnicos em diferentes PCHs brasileiras, que foram detalhados ao público presente por seus criadores entre 11h e 17h30. Os projetos apresentados incluíram desde inovações no modelo hidráulico reduzido

da média central hidrelétrica, apresentado pela Engevix, uso de concreto na construção de barragens (CESP) e a forma como o "Jet Grouting" pode reduzir a necessidade de perfuração, tese detalhada por Milton Kanji, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, até os benefícios e implicações jurídicas da reat ivação de pequenas centrais hidrelétricas, como as realizadas pela Fundação Energia e Saneamento.

José Franco Machado, Iramir Pacheco e Ricardo Magalhães

O engenheiro Sidney Lazarro

LISE FINANCEIRA DAS PERDAS NA TRANS-MISSÃO PARA PROJETOS DE PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICASAutores: Luiz Fernando Ortega; Luiz Fernando Tozetto Filho; Emerson Rigoni PAP001777 - TÉCNICAS DE COORDENAÇÃO E DE PLANEJAMENTO DO COMISSIO-NAMENTO DA INSTALAÇÃOAutor: Ivo Mauro Filho

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No dia 12 de maio, o tema apresentado no 7º Simpósio PCH foi “Regimes Contratuais e Forma de Contratação de Obras de Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas”.A mesa do tema foi composta por Aluizio Fagundes, do Instituto de Engenharia (presidente da mesa); Carlos Augusto Blois Pêra, da Logos Engenharia (relator), Carlos Pimenta, da Cesp (secretário) e Cássio Viotti, da Icold (especialista).O relator Carlos Augusto lembrou que o tema é bastante complexo e polêmico, e citou os dois trabalhos apresentados: “O primeiro trabalho é sobre a aplicabilidade da arbitragem em contratos de PCHs, e o segundo é sobre um panorama institucional da construção de PCHs que procura alertar o empreendedor para os problemas de conexão de rede com o sistema elétrico nacional. É um trabalho que cita normas, leis e resoluções do arcabouço regulatório federal e procura orientar o empreendedor. Como é um trabalho muito explicativo, o relator dispensou a apresentação oral e o trabalho ficará à disposição nos Anais do Simpósio. O outro trabalho versa sobre arbitragem de contratos e expõe alternativas judiciais para solução de conflitos na construção de PCHS”, explicou.Carlos Augusto explicou as quatro formas mais comuns de contratação de obras: EPC, Preço Global, Preços Unitários e por Administração. EPC – Contrato de empreitada a preço global com prazo determinado – tem sido mais utilizado ultimamente. Toda responsabilidade é centrada sobre o Contratado. O Contratante passa a ser um mero gestor, a nível de prazos e pagamentos. Nestes tipos de contratos, há algumas isenções de responsabilidade.. Preço global – Normalmente é dividido por especialidade (em pacotes de contratações). O Contratante executa o projeto executivo e faz a integração entre os Contratados. A responsabilidade da integração é do Contratante, que terá que fornecer insumos e informações a tempo para execução pelos Contratados, além de gerenciar as interfaces.Preço Unitário – Neste tipo de contrato, o projeto executivo fica a cargo do Contratante e o Contratado segue o projeto executivo. A responsabilidade do Contratado se restringe custos, prazos e qualidade, e o Contratante se responsabiliza pelas quantidades de serviços. Contrato por administração – Neste contrato a respo-nsabilidade sobre prazos e custos é toda do Contratante. A obra a paga a preços reais.O relator então fez uma provocação para os debates: “Entendo

Tema II aborda Regimes Contratuais e Forma de Contratação

que o contrato de EPC está com os dias contados. Este tipo de contrato surgiu porque os agentes financiadores exigem preços fechados para compor o Business Plan do empreendimento, para se certificar que darão o retorno necessário para pagar o empréstimo. Os investidores institucionais também querem este tipo de contrato porque precisam garantir taxa de retorno mínimo dos investimentos, e sem o preço fechado ficam inseguros. Porém, na prática, o que tem acontecido é que as PCHs têm um investimento pequeno em prospecção, consequentemente o projeto básico não fornece condições adequadas para fazer um bom contrato de EPC e o que acontece, fatalmente, é que acabam gerando conflitos. Quase todos os contratos de EPC acabam em conflitos e em pleitos. Uma solução seria optar por contratos mistos”. Cássio Viotti, da ICOLD, preparou slides lembrando que o ideal seria que o engenheiro conseguisse o mínimo custo para uma obra segura: “Tanto o empreendedor como o Contratado começam querendo taxa de retorno alta, e isto nem sempre resulta na obra barata”, pontuou Viotti. Após a exposição de Viotti, o engenheiro e advogado Aldo Dórea Mattos apresentou seu trabalho “PAP002313 – Aplicabilidade da Arbitragem em Contratos de PCH”. Afirmou que grandes projetos como barragens ensejam conflitos entre Contratante, Contratado e fornecedores. Segundo Mattos, os pleitos ocorrem na fase de construção entre proprietário e construtora, devido a inúmeras razões, como alterações de projeto e atraso na liberação das áreas. Lembrou que a forma mais adequada de resolver os conflitos é a arbitragem, e que a última saída é a via judicial.A Lei Marco Maciel 9.307/96 define o instituto da arbitragem, onde 1(um) ou 3 (três) árbitros nomeados pelas partes definem as soluções para os conflitos. Uma recomendação que deixou foi a de criar um comitê arbitral no início do contrato, para acompanhar a obra, antes mesmo de aparecer qualquer conflito. Mattos expôs as vantagens da arbitragem: celeridade (velocidade); especialidade (o problema será resolvido por um especialista na área); confidencialidade (sigilo); economia (mais barato que recorrer às custas judiciais); flexibilidade e cooperação. Ao final do processo, o que os árbitros fazem é uma sentença. A sentença arbitral é considerada um título executivo judicial: “97% das questões são resolvidas no âmbito da arbitragem, mostrando que é muito eficiente”, ressaltou ele.O trabalho “PAP001857 – Panorama Institucional de Construção de uma PCH – Antevisão do Empreendedor”, de Ivo Mauro Filho, Sérgio Múglia Cerqueira e Luiz Eduardo da Silva Wollf, está disponível nos Anais do Simpósio.

A mesa do Tema II, composta por Cássio Viotti (especialista), Carlos Augusto Blois Pera (relator), Aluizio Fagundes (presidente da mesa) e Carlos Pimenta (secretário).

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Sismologia Induzida no reservatório é assunto do Minicurso 2

Sismologia Induzida no reservatório é assunto do Minicurso 2Vinte e duas pessoas assistiram à palestra “Sismologia Induzida”, do minicurso 2, apre-sentada pelo físico Luiz Carlos Ribeiro (IPT). O curso primeiro mostrou algumas noções básicas de sismologia, mostrando equipa-mentos utilizados no monitoramento do fenômeno: “Quando se enche o reserva-tório, pode haver um tremor de terra. Exis-tem cerca de 400 reservatórios no Brasil e somente 22 (6%) tiveram sismos. No mun-do, foram 60 sismos ligados à construção de reservatórios. Como existe a possibilidade do tremor, há preocupação e monitora-mento sismológico. A preocupação come-çou na década de 60, com algumas catás-trofes que preocuparam a comunidade cientifica”, lembrou ele.O físico citou algumas características dos

No dia 11 de maio, Humberto Rodrigues Ga-ma, do Conselho Deliberativo do CBDB, a-presentou a palestra A Eletrobras Eletronorte e a expansão de oferta de energia, que abordou a atuação da Eletronorte no setor energético e mostrou o Complexo Tapajós, no Pará, e os investimentos em linhas de transmissão: “A Eletronorte é a 3ª maior geradora de energia do Brasil e promoveu a interligação do Acre e Rondônia no Sistema Nacional, e no futuro fará a ligação entre Manaus, Boa Vista e Venezuela. A empresa está participando de 27 projetos no total de 30.081 MW”, ressaltou ele.Humberto Gama mostrou o potencial hidrelétrico brasileiro, que comprova a maior capacidade hidráulica do setor Norte (40%, com 99 GW), seguidos por Sudeste (44 GW) , Sul (43 GW), Centro-Oeste (36 GW), e Nordeste (25 GW).COMPLEXO TAPAJÓSO Complexo Tapajós prevê a construção de 5 usinas hidrelétricas no Pará, com o total de

Eletronorte investe em Complexo de Usinas e Linhas de Transmissão

Eletronorte investe em Complexo de Usinas e Linhas de Transmissão

Luiz Carlos (IPT)

Humberto Gama (Eletronorte)

sismos, lembrando que eles geralmente ocorrem nos três primeiros anos da construção do reservatório, dentro ou próximo do reservatório, assim o monitoramento deve ser feito durante três anos no mínimo, podendo aumentar o tempo de observação caso ocorra um sismo. Outro ponto abordado foi a impor-tância de obter todos os dados sobre o sismo com o cálculo da magnitude, e saber como lidar com a população do local. Sobre a sismologia induzida no reserva-tório, Luiz Carlos alertou que só deve ser feita em região predisposta a sismos: “O sismo induzido pode aparecer através de minas subterrâneas, injeção de fluidos e exploração de fluidos e no reservatório”, concluiu ele.

10.682 MW, sendo que para cada 101 km2 de área preservada, haverá 1 km2 de inter-venção: “A grande novidade ambiental é cuidar e manter 200km² e garantir que a área seja preservada. As cachoeiras serão todas preservadas. O Leilão deve ser em 2011, já que o estudo de viabilidade está sendo finalizado ainda este ano”, afirmou Humberto Gama.Outra novidade prevista é o conceito de usi-nas-plataforma operadas com revezamento de equipes, onde os trabalhadores irão residir em áreas próximas, sendo deslocados em turnos como acontece nas plataformas de petróleo.Detalhes do Projeto Complexo de TapajósAHE São Luiz Tapajós6.133 MW de potência722,25 km² de reservatório35,9 m de queda brutaAHE Jatobá2.338 MW de potência646 km² de reservatório16 m de queda bruta - AHE Cachoeira do

Cai802 MW de potência420 km² de reservatório34,6 m de queda bruta - AHE Jamanxim881 MW de potência74,45 km² de reservatório57,60 m de queda brutaCachoeira dos Patos528 mil MW de potência116,50 km² de reservatório33 m de queda brutaLinhas de TransmissãoBoa Vista (RR) – Manaus (AM), em 230 kV, para reforçar o atendimento ao estado de Roraima, hoje ligado por meio de conexão à Venezuela. Porto Velho (RO) – Manaus, reforçando o atendimento ao estado, enquanto a terceira linha pretende trazer para o Brasil a energia do conjunto das seis usinas que podem ser implantadas no Peru. Essa conexão seria feita no estado do Acre. Chamado Sistema Isolado, as linhas serão as sequências de ligações entre os estados. Tucuruí (PA) – Manaus (AM) – Macapá (AP).

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A palestra “Estratégias energéticas e a singularidade brasileira” foi apresentada pelo sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli no dia 12 de maio, no auditório principal. Filho de engenheiro projetista, o palestrante mostrou como o Brasil diversificou sua matriz energética relacionada com o mundo: “O Brasil desenvolveu um perfil singular na matriz energética — um modelo elétrico baseado em usinas hidrelétricas que marca a configuração geográfica, social e econômica da sociedade brasileira de uma maneira que não acontece em lugar nenhum do mundo. O Brasil sempre fez do seu patriotismo ligado à natureza, o território foi imaginado como existente antes da nação. É um território natural na narrativa mitológica, nossa bandeira celebra a natureza, o hino nacional celebra a natureza e riquezas naturais. O modelo elétrico é baseado no modelo mais natural, com os rios. O Brasil hoje adquiriu uma vantagem, um modelo menos carbônico, menos produtor do efeito estufa, graças ao modelo adotado”, ressaltou.Demétrio apresentou um gráfico com o balanço energético global. O quadro mostrou que EUA, Japão, França e China apresentam sempre uma participação de fonte hídrica bastante marginal nas suas matrizes energéticas. Com as seguintes conclusões e números: Os EUA têm uma estratégia energética baseada no petróleo (41%); a China, no carvão (68%), e a França, na energia nuclear (42%). Estratégia energética Americana - baseada no petróleo 41%A participação do petróleo, com 2/5, nos EUA, mostra onde se começou a produção em grande escala na época de petróleo na energia. Segundo Demétrio, o grande paradoxo é que o país é grande importador de petróleo e depende de fontes energéticas distantes, o que desenha uma série de impasses, como o envolvimento dos EUA no Oriente Médio. Para Demétrio, um dos grandes desafios políticos dos EUA é cortar a dependência do petróleo: “A crise atravessa governos”, lembrou ele.Estratégia energética da China - Baseada no carvão 68% carvãoDemétrio explica que a produção do carvão mineral permitiu um desenvolvimento autárquico, que gerou um impasse ambiental, já que o desafio é evoluir para soluções mais limpas de energia.Estratégia energética nuclear da França— como a França se apóia essencialmente nela (42%), vindo o petróleo com 33%, o gás com 14,4%. Segundo Demétrio, a França optou pela energia nuclear depois da Segunda Guerra Mundial, para ter um poder militar autônomo com a estratégia tecnológica de energia e de armas nucleares. Estratégia energética Brasileira - Petróleo é 43,4%, biomassa com 26,3, 14,7% gerada na fonte hídrica. De acordo com Demétrio, não há nada igual no mundo. A estratégia brasileira se inicia no século 20, se fixa como política de estado, junto com a decisão de produção de siderúrgica nacional em Minas. Emissões de CO2 por unidade de energia consumida mostram que a média mundial é próximo a 2,5 toneladas de CO2 por tonelada equivalente a petróleo. No Brasil, passa de 1,5 toneladas, o que significa que as emissões brasileiras relativas ao resto do mundo estão sempre em uma posição favorável (os números não apresentam o CO2 do desmatamento). Os EUA apresentam 20 toneladas per capita, o Canadá mais que 15. No quadro comparativo mostrado na palestra, o Brasil é o penúltimo: “Isto pode aumentar com nosso aumento de consumo e crescimento do PIB”, ressaltou Demétrio.Expertise na área energéticaSegundo Demétrio, o passado histórico do Brasil fez com o que o país tivesse uma expertise na área, o que gerou um bloco de interesses econômicos na década de 60. O sistema Eletrobras foi

Brasil é singular em sua matriz energética

criado em 1962: “Dois anos depois, o Brasil estava sob o regime militar, com um capitalismo de estado, onde um dos pés mais importante foi o setor hidrelétrico, propiciando ao estado militarizado uma aliança política com as grandes empreiteiras e construtoras hidrelétricas. O tripé foi de grandes empréstimos internacionais, altos custos financeiros e objetivo de energia subsidiada para a indústria. O preço baixo da energia colocada no mercado configurou as bases de todo grande crescimento industrial, chamado de milagre brasileiro”, ressaltou.Para Demétrio, no final do regime militar, o modelo de socialização dos custos, de energia a baixo preço, cobrou seu preço, com a hiperinflação crônica que acabou com o governo João Batista Figueiredo, entregando o poder para os civis e contaminando os dois primeiros governos civis: “Quando hoje a gente se orgulha de grandes obras hidrelétricas que colocam o Brasil em um lugar muito particular no mundo, é bom não se esquecer da história, que foram 15 anos de inflação crônica”, lembrou Demétrio.Modelo elétrico de Fernando Henrique CardosoDemétrio pontuou a abertura do mercado e a livre concorrência como a chave para criar um mercado spot de energia (atacadista), com a concorrência semilivre entre demandantes (consumidores livres e cativos). Para ele, o governo FHC foi produto do estancamento da inflação crônica, fruto direto do plano real, botando um ponto final na crise que estava se arrastando desde governos anteriores.Modelo estatal de LulaNo Governo de Lula entra a fase das estatais. Para exemplificar, o sociólogo comparou: Petrobras e o monopólio do pré-sal; a Telebrás e a articulação normativa e a Eletrobras e a aliança desigual: Para Demétrio, através do dogma da energia barata para os consumidores, o modelo permitiu colocar o sistema Eletrobras como dominante, tendo as empresas privadas um posto secundário. Para Demétrio, o modelo prevê energia subsidiada nos polos na tarifa de baixa renda e mercado livre, o que pode resultar em divida pública pesada e juros altos por uma energia que não é vendida por seu preço verdadeiro. Ele considera preocupante a oscilação entre o modelo de FHC e o modelo extremamente estatizante.

O sociólogo Demétrio Magnoli

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TEMA III aborda segurança e desempenho das obras de Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas

Rogério Menescal (especialista), Carlos Henrique Medeiros (relator), Senador Gilberto Goellner (relator da Lei PLC 168/2009) e Felipe Aguiar (secretário)

A mesa do Tema III foi composta pelo Senador Gilberto Goellner (presidente da mesa), Rogério Menescal (especialista), Carlos Henrique Medeiros, da CERB (relator) e Felipe Aguiar Marcondes de Faria, da Enerconsult (secretário).O Senador Gilberto Goellner, relator da Lei PLC 168/2009, enfatizou que a nova lei normatiza vários aspectos das barragens com foco na questão da segurança, protegendo vidas humanas e envolvidas: “Uma vez este projeto regulamentado, se todos os órgãos envolvidos tiverem a com-petência de implementar todo o sistema, resultaria em uma segurança cada vez maior nas obras. Para nós foi de suma importância. O Estado do Mato Grosso é altamente promotor de barragens e o Brasil carece de uma política nacional. O projeto está muito atrasado, isto deveria estar muito bem alinhavado. Tudo demora no congresso, mas temos vontade. Sou grato de ter sido relator do PLC 168 e estou empenhado para que o projeto tenha um final feliz”, ressaltou o Senador.O relator do tema, Carlos Henrique Medeiros, afirmou que maioria dos acidentes em barragens poderia ser evitada: “Estamos defasados no trato do tema de segurança de barragens no Brasil e temos problemas relacionados ao risco de natureza organizacional em nossos empreen-dimentos, na elaboração de projetos e na construção, estamos sim-plificando e queimando etapas, o que é um grande fator de risco. Vivemos um misto de cultura patogênica, que não quer saber sobre erros em sua organização, e burocrática, que dificulta a apuração das causas de incidentes e acidentes. O PLC 168 é uma linha da defesa contra a prática da má engenharia e de veto a incursão de aventureiros, além de ser um instrumento de pressão com o foco na segurança do empreendimento. Cabe ressaltar o que define os atores e suas responsabilidades. Está faltando diálogo, com discussão mais ampla e transparente possível, entre os diversos atores, com destaque para os temas relacionados ao meio ambiente. A sociedade está cada vez mais informada, e assim ela, naturalmente, reivindica mais sobre seus direitos por barragens sustentáveis, sob o ponto de vista de eficiência, garantia de desenvolvimento e melhoria de qualidade de vida da população afetada”, pontuou.Medeiros lembrou que o risco sempre existe e que são muitas as fontes de riscos, com destaque para os riscos geológicos, hidrológicos, hidráulicos e socioambientais, e que a Lei prevê a gestão do risco: “O diferencial da lei é que trata do tema segurança de barragens sob o ponto de vista global, ou seja: estrutural, operacional ou relacionados ao cumprimento das finalidades dos empreendimentos, socioeconômico e ambiental, com foco nos benefícios e na melhoria da qualidade de vida da população

seguida rigorosamente.Rogério Menescal, da Secretaria de Portos, fez algumas considerações sobre o PLC 168 e lembrou que a lei foi criada com o objetivo de gerar barragens mais seguras e também estimular uma especialização profissional: “A lei provoca uma série de mudanças comportamentais“, afirmou Menescal.O relator da Lei no Senado, Senador Gilberto Goellner, ressaltou que o PLC 168 traz uma nova etapa para segurança de barragem no Brasil: “É importante o envolvimento de todos os órgãos envolvidos (MME, ANA, ANEEL etc) para que haja regulamentação e se coloque no orçamento da união os elementos financeiros para os trabalhos tão importantes de acompanhamento e controle de barragens”, afirmou.O Tema III teve 10 trabalhos aprovados: PAP002021 – Avaliação de segurança da barragem Salto Forqueta após condição de evento extremo ; Autores: Antônio Thomé; Maicolzideque Willig; Julio Salecker; Carlos Jachimovski.PAP001650 – Avaliação de uma proposta de reforço de uma barragem gravidade ; Autores: Eduardo Martins Bretas; Pierre Léger; José V. Lemos; Paulo B. Lourenço.PAP001831 – Avaliação expedita do risco hidráulico associado à implantação de PCH's em reservatórios no semiárido nordestino. Autores: Vanda Tereza Costa Malveira; Ana Teresa Mattos Marques de Sousa Ponte; Nise Sanford. PAP001653 – Detalhes sobre instrumentação de auscultação, afetando a avaliação do comportamento e da segurança de barragens; Autores: Ruben Jose Ramos Cárdia. PAP001848 – Estudos preliminares de análise dimensional para elaboração de modelo de laje de barragem de enrocamento com face de concreto; Autores: Liliane do Rocio Marconcin; Roberto Dalledone Machado; Luiz Alkimin de Lacerda. PAP001635 – Importância do projeto de engenharia e da determinação criteriosa de quantitativos de obras civis em projetos de PCHsAutores: Diego David Baptista de Souza; Francisco Anrain Lindner. PAP001657 – Investigação da integridade do concreto convencional com GPR para aplicação de barragens; Autores: Isabella Françoso Rebutini Figueira; Luiz Alkimin de Lacerda; Ernesto Goldfarb Figueira; Emerson Luis Alberti.PAP001611 – Principais causas de acidentes e incidentes com pequenas barragens; Autor: João Francisco Alves Silveira.PAP001969 – Os desafios da Lei 168/2009 sobre regulamentação de segurança de barragens – o que fazer para mitigar os riscos de acidentes? Autor: Carlos Henrique de Almeida Couto Medeiros .PAP001873 – Plano de Segurança de Barragens, uma perspectiva do setor privado e do PLC 168/2009; Autor: Pedro Nunes Pereira; Ovidio J. Santos; Fabiano Venciguera.

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Cerca de 50 pessoas assistiram à palestra “Formação de Engenheiros e as PCHs”, proferida pelo engenheiro José Marques Filho.Em primeira análise, José Marques mostrou que as PCHs lidam com processo complexo da natureza e têm um papel importante na infraestrutura de uma cidade, trabalhando com energia renovável e com processos multidisciplinares entre as várias disciplinas de engenharia. Como a questão da segurança é fundamental, é necessário e exigido do profissional conhecimento e cuidado com detalhes.Marques lembrou do contexto histórico do Brasil, quando o país começou a crescer no final da década de 50, desenvolvendo obras sofisticadas. Segundo ele, após as crises econômicas no inicio dos anos 80 e 90, gerou-se no âmbito governamental da época a sensação de esgotamento do modelo estatal. A mudança na regulamentação e as privatizações acabaram desmantelando equipes e enxugando o quadro de engenheiros na área. Atualmente, com a necessidade de aumentar o Parque Gerador existente, a estabilização do Marco Regulatório, o incentivo governamental e as obras de grande porte, aumentou a necessidade de mão de obra especializada.Os novos players no mercado não têm o preparo para o tipo de empreendimento, e os novos profissionais têm criação cultural diferente, com grande familiarização da informática. Para a

Necessidade de formação de engenheiros especializados em barragem cresce

O Minicurso 3, apresentado no dia 12 de maio pelo Professor Antonio Veiga Pinto, abordou os aspectos relativos ao projeto, construção e comportamento de pequenas Barragens de Enro-camento.O Professor Antonio Veiga Pinto primeiro pontuou a caracterização dos materiais de aterro no projeto de barragens, ressaltando a importância da correta avaliação das propriedades dos materiais e das forças envolvidas no local. Depois mostrou como Portugal mudou com o Regulamento de Pequenas Barragens (1993) e com o Regulamento de Segurança de Barragens (2007).A erosão interna e o galgamento foram causas mais impactantes em acidentes de Barragens do que deformações excessivas e superfícies de desli-

Minicurso 3 aborda comportamento de Barragens de Enrocamento

especialização dos engenheiros em barragens, José Marques lembrou que será necessário o uso de uma série de ferramentas, como Educação Continuada (treinamento empresarial, cursos de especialização, mestrado e doutorado, seminários e congressos etc); P&D (o mecanismo cria entre outros capacitação profissional de qualidade) e gestão do conhecimento.

Professor Antonio Veiga Pinto. (IPT)

zamento, segundo Antonio Veiga Pinto. A análise estatística de acidentes em barragens mostrou os erros humanos tanto na fase de reconhecimento como na de projeto. O professor apresentou os fatores que afetam o com-portamento tensão-deformação de materiais de enrocamento.Veiga Pinto mostrou que uma criteriosa seleção de amostras de enrocamento é fundamental para uma caracterização mecânica representativa do material de aterro. Ele também ressaltou que as características de resistência ao corte e deformabilidade de MSE dependem do desvio do teor de água e da compactação relativa do solo de fração fina.

José Marquês Filho (Copel)

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Tema IV aborda licenciamento ambiental das pequenas e médias centrais hidrelétricas

No dia 13 de maio, o 7º PCH abordou o tema “Marco Legal e Licenciamento Ambiental de Pequenas e Médias Pequenas Centrais Hidrelétricas”. A mesa do tema foi composta por José Ayres de Campos – CNEC Worley Parsons (presidente da mesa); Sergio Zuculim – CESP (especialista); Vilson Christofari – CESP (relator); Paulo Vitor Braun – EMAE (secretário) e Cid Tomavik Pompeu (advogado especialista),O presidente da mesa, José Ayres, lembrou que o Brasil tem 180 mil MW de energia que poderiam ser explorados, mas ainda não são porque esbarram na questão do licenciamento ambiental: “Acredito que as PCHs poderiam ter tratamento diferenciado, com um processo célere, mais normatizado e claro”, ressaltou ele.O relator Sergio Zuculim resumiu os três trabalhos indicados:PAP001821 - O “Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial – PACUERA, como ferramenta de planejamento e ordenamento territorial para redução de conflitos socioambientais. Autores: Sueli Harumi Kakinami; Laura Rocha de Castro Lopes; Jacinto Costanzo Júnior.Para o relator, o Pacuera deve ser entendido como uma ferramenta de planejamento e de gestão para a área do entorno dos reservatórios.PAP001609 – “Análise Jurídica interpretativa da legislação ambiental para consolidação do respectivo capítulo jurídico do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Autores”: Fabricio Dorado Soler; Érika Éttori.Segundo o relator, o trabalho deixa evidente que o EIA deve contemplar alternativas tecnológicas e de localização de projeto e identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais do empreendimento para embasar a tomada de decisão quanto à sua viabilidade ambiental. Para Zuculim, os autores deixam evidente que a correta análise do projeto pode reduzir conflitos.PAP001652 – O cenário institucional do “Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)” aplicado ao empreendimento de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no Brasil e o seu impacto na taxa interna de retorno de projetos. Autores: Felipe Aguiar Marcondes de Faria; Célio Bermann.O artigo tem como objetivo avaliar a inserção do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), instrumento de flexibilização estabelecido a partir do Protocolo de Kyoto, a projetos de PCHs, analisando a situação atual de empreendimentos no território nacional que tenham (ou possam vir a ter) caráter adequado ao mecanismo.O relator da mesa, Vilson Christofari, apresentou o Marco Regulatório através de uma pirâmide, onde a Constituição é o nível mais alto, seguido pelas leis complementares, ordinárias, decretos, resoluções e portarias e na base os atos administrativos.Christofari lembrou que não existe lei que defina o que é PCH no Marco Regulatório e que as regras existentes sobre as Pequenas Centrais Hidrelétricas encontram-se na resolução da Aneel: “Existia uma definição do que era PCH no Manual da Eletrobras, que se transformou na portaria do DNAEE. Nas características, a altura máxima não poderia

superar 10 metros e a tomada de água deveria ser igual ou inferior a 20m3/s. Hoje temos PCHs com estruturas civis com maior significado da definição da década de 80, tornando muito mais complexo o tema”, lembrou ele.O relator lembrou que atualmente o procedimento para PCHs de até 50 MW são mais simplificados. Até 30 MW, existem incentivos especiais.

Resolução da Aneel 652Christofari lembrou que a Resolução da Aneel 652 define que uma PCH deve ter potência igual ou inferior a 30 MW e que a área do reservatório não deve exceder 13 km². Mas no entanto, se o reservatório tiver outras finalidades sem ser energia elétrica (como abastecimento e controle de cheias), a área do reservatório poderá ser maior que 13 km2, já que nesta hipótese, a energia elétrica é um subproduto.

Como obter autorizaçãoResolução 393/1998 – Procedimentos para registro e aprovação dos Estudos de Inventário Hidrelétrico de bacias hidrográficas.Resolução 398/2001 – Requisitos gerais para apresentação dos Estudos de Inventários Hidrelétricos e as condições e os critérios específicos para análise e comparação.Resolução 343/2008 – Procedimentos para registro, elaboração, aceite, análise, seleção, aprovação de projeto básico de PCHs e consequente autorização (para PIE e AP).

Se for caso de concessão, com mais de 50 MWLicitação de concessão. A concessão será levada à leilão: na primeira etapa, usuários proponentes participam do leilão, e na segunda, há venda de energia, onde as usinas disputam com outras usinas. A empresa precisa vencer as duas etapas para conseguir a concessão.

Principais incentivosRecursos financeiros – BNDES – Recursos disponíveis para PCHs e outras usinas.Proinfa, CDE – Programas definidos através de lei para incentivar fontes alternativas, biomassa, eólica, PCHs.Comercialização de energia produzida (até 50 MW) – Os geradores incentivados podem vender energia até 50 MW.Incentivos especiais para empreendimento com característica de PCH, como redução de pelo menos 50% nos custos de transporte da energia; participação da operação otimizada através do MRE (realocação da energia assegurada); isenção do pagamento da compensação financeira pelo uso de recursos hídricos (até 30 MW); isenção de P&D (pesquisa e desenvolvimento) e incentivos especiais para PCHs em sistemas isolados, comercialização e sub-rogação da CCC.O relator apontou sua opinião sobre as questões ambientais que aparecem normalmente na construção de PCHs: “Quando ouvimos palestras, especialmente daqueles que são contrários a usinas de grande porte,

Sergio Zuculim, Vilson Christofari, José Ayres, Paulo Vitor Braun e Cid Tomavik Pompeu

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No Minicurso 4 – Erosões em Margens de Reservatórios, o geólogo Adalberto Azevedo apresentou a caracterização e contextualização do problema no Brasil e no mundo, mostrando o desempenho de estruturas de contenção e os fatores determinantes no avanço da erosão.Para caracterizar os processos de erosão, Adalberto mostrou diversos casos de erosão das margens e também as consequências do processo, como a turbidez da água, o assoreamento local e o comprometimento das estruturas. Na contextualização, o geólogo lembrou que os problemas em reservatórios foram pouco estudados e divulgados no Brasil.Adalberto mostrou o desempenho de estruturas de contenção, bem

Erosões em margens de reservatórios é tema do Minicurso 4

como o avanço dos processos erosivos com os processos extrínsecos (magnitude da onda e recorrência dos ventos) e intrínsecos (propriedades geológico-geotécnicas, geomecânicas, estruturais e hidráulicas). O geólogo apresentou o projeto de pesquisa e desenvolvimento da CESP/IPT de Porto Primavera, que estuda alternativas de proteção das encostas, com redução de impactos aos ecossistemas e à paisagem e com vantagens em relação a tratamentos convencionais (impactos ambientais e custos financeiros), conjugação de técnicas de engenharia não convencional e elementos estruturais alternativos (evitar custos de implementação de proteções convencionais), desenvolvimento de modelos conjugados de proteção para o controle da erosão e a manutenção das características ecológicas integradas às condições naturais das encostas.

Adalberto Azevedo e Nilson Franco.

termelétricas etc, ouvimos a PCH sempre defendida quando os ambientalistas criticam outras fontes. Entretanto, quando há licenciamento ambiental, o discurso não encontra eco. A dificuldade de licenciamento de PCH é igual a de uma grande usina ou até maior em relação a uma termelétrica. A simpatia encontrada nos artigos e palestra não tem sido encontrada no processo de licenciamento”, ressaltou ele.Christofari lembrou que o processo de licenciamento passa por: Licença Prévia-LP, Licença de Instalação-LI e Licença de Operação-LO: “AS PCHs não estão dispensadas deste processo, de preparar EIA/RIMA, submeter estudos e depois cumprir condicionamentos para obter as licenças. O Relatório Ambiental Simplificado (RAS) — para empreendimentos de baixo impacto ambiental — que isenta o empreendedor de realizar o EIA\RIMA é complexo, porque o problema é o convencimento de que o empreendimento é de baixo impacto. Outro problema é que o licenciamento é dado com o objetivo de agilizar a implantação e construção do empreendimento, onde tudo pode voltar à estaca zero se não cumprir os prazos. Lembro que haverá inúmeras exigências do Órgão Ambiental que acabam pedindo quase as mesmas exigências entre grandes e pequenas usinas. Além disso, todo processo de construção fica sujeito a ações através do MP, Prefeituras, ONGs e mesmo após a operação, permanentemente devem administrar a questão ambiental”, afirmou.O Processo Legal no âmbito do Licenciamento AmbientalO advogado especialista Cid Tomavik Pompeu afirmou que há um desajuste da parte ambiental no Brasil: “A licença é vinculada a uma norma, onde o autorizado tem o direito subjetivo. Na área ambiental, todas as licenças não funcionam como licenças e sim como autorizações. O que falta é o Poder Público fazer um estudo territorial, onde todas as licenças passarem a ser licenças de verdade. Se houvesse um zoneamento territorial bem feito, não seria necessário pedir às empresas os EIAs. O juizado também não é especializado, já vi até sentença errada na área. O importante é que os setores envolvidos proponham suas normas e lutem para que sejam convertidas em lei, decreto, para

fornecer matéria-prima ao legislador. Falta a presença de determinados setores para propor normas a favor do País. Cada empreendimento tem que ter EIA\RIMA, através dele o Poder Público vai saber o que tinha na área, mas isto porque não há zoneamento territorial. A meu ver, deveria haver prazo definido para a decisão, para qualquer órgão público. Minha principal sugestão é que se estudem normas legais onde está faltando”, ressaltou Cid.PAP001609 — foi apresentado por Fabrício Soler, que lembrou que o EIA deve conter uma listagem completa dos instrumentos legais e normativos que incidem sobre o empreendimento, em todas suas fases, e sobre a realização dos estudos e levantamentos necessários ao processo de licenciamento ambiental. Entre as leis citadas na apresentação do trabalho, Soler lembrou: * Portaria conjunta MMA/IBAMA 259. * Compensação ambiental: Decreto Federal 6.848. * MMA 02 (Instrução Normativa) - Questões Indígenas: Decreto recente, com Decreto Federal 7056 /2009. * Decreto Federal 7154/2010 que sistema e regulamenta atuação dos órgãos públicos. * Projeto de Lei 1876 novo Código Florestal. * Projeto de Lei Complementar 12 B 2003. * Projeto de Lei 5972/2005. * Projeto 7397/2006. * Projeto 4035/2008. * Lei climática 12.187.PAP001821 — foi apresentado por Sueli Harumi. O PACUERA foi instituído na década de 80 para tentar diminuir conflitos na construção e implantação de PCHs: “Foi usada metodologia para avaliar as condições físicas do entorno, para se definir a Área de Preservação Permanente — APP. Considerando corredores ecológicos, reduzindo a APP onde a população estiver estabelecida. Há vários atores envolvidos e, sem boa comunicação e interação, é possível que não haja boa aplicação ambiental. O PACUERA não é especifico para PCH”, lembrou Sueli.

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A Exposição Técnica apresentada no 7º PCH, realizada no Centro Fecomércio de Eventos, em São Paulo, reuniu 36 estandes montados, com a participação de grandes empresas do setor elétrico, como Eletrobras/Chesf, Eletrobras/Eletronorte, Ele-trobras/Furnas, Energia Sustentável do Brasil, Copel, Engevix, Orteng, Cesp e outras.O presidente do Comitê Brasileiro de Barragens, Erton Carvalho, definiu a exposição técnica como um condicionante do Simpósio, devido a sua importância: “O CBDB procura integrar companhias que trabalham na área de barragens. Acredito que a exposição é uma grande oportunidade para divulgar equipamentos, recursos e tecnologia recentes, além de gerar uma ótima possibilidade de negócios, tendo uma grande troca de conhecimento . Isto tem sido feito com bastante sucesso e tivemos expressiva partici-pação dos expositores. Estive no Icold em Hanói e vi a exposição técnica lá, e posso dizer que as nossas, que foram feitas no Congresso de Grandes Barragens (ocorridas em maio de 2009 em Brasília), foram mais variadas e com grande presença. Acredito que a exposição é fundamental.’’ O estande do CBDB foi muito visitado, segundo Marcos Paulo Trindade, do Comitê Brasileiro de Barragens. Juntamente com a editora “Oficina de textos”, o estande colocou à disposição diversos livros técnicos da área.A Energia Sustentável do Brasil, concessionária da UHE Jirau, foi uma das patrocinadoras do VII Simpósio sobre Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas, em São Paulo. Durante o evento, além de

exposição técnica do empreendimento, o diretor institucional José Lucio de Arruda Gomes ministrou palestra com o tema “Desafios da Construção da UHE Jirau no Rio Madeira (Porto Velho-RO)”, quando apresentou a 50 pessoas, entre técnicos e especialistas do setor energético, os principais desafios da implantação e os métodos adotados na gestão de planejamento, logística, engenharia e nas relações humanas. Para o diretor, a presença da Energia Sustentável no encontro foi de suma importância. “Atualmente somos o novo paradigma em construção de hidrelétricas na Amazônia, além de sermos também os empreendedores da principal obra do setor elétrico brasileiro”, enfatiza Gomes. Sendo a maior hidrelétrica em construção no país, a UHE Jirau terá capacidade instalada de 3.450 MW, equivalente a trezentas pequenas centrais hidrelétricas de 12,5 MW.Francisco Paulo Fiorentino, da Brasilos S/A Construções, declarou: “Tivemos uma grande satisfação em ter participado do 7º PCH, evento esse que o CBDB organizou mais uma vez com muito profissionalismo. A Brasilos agradece a oportunidade de ter participado e mostrado o que de melhor tem a oferecer em termos de serviço e tecnologia de execução de barragens, alcançado ao longo de 35 anos de atividades no Brasil e no exterior. Eventos como esse são de grande importância para mostrar que nós da Brasilos temos profissionais altamente qualificados, soluções inovadoras e tecnologia de ponta, tendo se tornado um referencial no segmento de PCHs e em grandes barragens também” Marcio Romero, de Furnas, destacou: “A empresa sempre participa dos eventos em geração hidráulica, tendo em vista se solidificar no mer-cado “.

Feira técnica do 7º PCH reúne setor elétrico

Feira técnica do 7º PCH reúne setor elétrico

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Relator do Projeto de Lei da Câmara 168/2009, que cria a Política Nacional de Segurança de Barragens CBDB: Qual é a avaliação que o senhor faz sobre seu papel como relator do Projeto de Lei 168?Senador: O grande mérito foi unir o poder público e o setor privado. Consolidar as propostas dos interessados, que são as entidades que convergem para o Comitê, para o Clube de Engenharia, todos esses órgãos envolvidos no setor hidrelétrico, e articular junto com o poder público o que dá para convergir. Os dois vão participar, é preciso haver uma competência dupla. Competência do governo, dos órgãos fiscalizadores, e do empreendedor, daquele que cuida da barragem, daquele que está explorando. O empreendedor deve continuar com avaliações da segurança com uma equipe preparada, tecnicamente capaz, efetiva, para poder avaliar o estado de segurança dessa barragem. Se isso não for cumprido, infração. CBDB: Como o senhor resumiria a importância do Projeto de Lei 168?Senador: A Lei pode ser definida como o monitoramento permanente de uma barragem. Principalmente depois que ela está cheia. Mas isso vem desde a análise de projeto do processo de construção, passa pela implantação, execução e acompanha todo o prazo de funcionamento dessa barragem. Não é algo que se extingue num projeto de construção. O objetivo é que a barragem não se rompa e não cause perda de vidas, danos materiais, ambientais e econômicos. CBDB: Como esse monitoramento vai ser feito?Senador: A barragem será permanentemente acompanhada com relatórios técnicos do empreendedor, que será obrigado a monitorar a segurança. Esses relatórios técnicos ficarão à disposição dos vários órgãos

As Comissões Técnicas do CBDB têm o propósito de examinar, sistematizar e consolidar assuntos de natureza técnica vinculados à prática da engenharia de barragens como aplicada no Brasil, visando seu desenvolvimento e aperfeiçoamento e a correspondente divulgação no meio técnico nacional e internacional.As CT serão criadas pela Diretoria, por solicitação do Diretor Técnico do CBDB, com base em Termos de Referência (TdR) que definirão:O escopo e detalhamento das questões a tratar. A expectativa dos resultados a alcançar. A duração dos trabalhos.A relação nominal dos Membros da CT.O nome do Coordenador da CT.A formulação dos TdR será feita pelo Diretor Técnico com cooperação dos representantes dos Núcleos Regionais do CBDB e serão submetidos à apreciação da Diretoria do CBDB.Membros das Comissões TécnicasAs CT serão formadas preferencialmente com membros indicados pelos Núcleos Regionais, porém submetidos à aprovação da Diretoria do CBDB.O Diretor Técnico coordenará com os Núcleos Regionais a seleção e indicação dos membros para as Comissões Técnicas.O número máximo de membros de cada CT será, em princípio, 10 profissionais, membros do CBDB e com experiência compatível com os temas a tratar.Procurar-se-á a participação de representantes dos vários segmentos envolvidos na engenharia de barragens: academia, projetistas,

Nova regulamentação das Comissões TécnicasPor Brasil Pinheiro Machado

Procedimentos para Criação das Comissões Técnicas

Entrevista com o Senador Gilberto Goellner

construtores, operadores, investidores e, eventualmente, legisladores.Boletins Técnicos produzidos pelas CtsO trabalho de cada CT deverá resultar, obrigatoriamente, na elaboração de um Boletim Técnico abrangendo o tema tratado e as conclusões alcançadas.O Boletim Técnico preparado pela CT deverá ter sua minuta final concluída ao final do período de vigência estipulado nos TdR e estará sujeito à aprovação do Conselho Deliberativo, com recomendação da Diretoria.Caso não seja possível alcançar o objetivo de preparar o Boletim Técnico indicado acima, no prazo de vigência estabelecido, e, havendo motivos justificáveis, o Diretor Técnico poderá solicitar à Diretoria a extensão do prazo de vigência da Comissão.Por ocasião dos seminários anuais do CBDB os Coordenadores das Comissões Técnicas deverão preparar relatórios sucintos das atividades das respectivas comissões e, juntamente com as atas das reuniões plenárias havidas, apresentá-los ao Diretor Técnico que os analisará e preparará um informe geral para a Diretoria e Conselho Deliberativo do CBDB.Conclusão dos Trabalhos de uma CTUma vez concluídos os trabalhos de uma Comissão Técnica, aprovados seus resultados e o Boletim Técnico correspondente, a comissão será extinta.Se os trabalhos de qualquer comissão técnica não estiverem se desenvolvendo de acordo com o proposto nos correspondentes Termos de Referência, a juízo do Diretor Técnico, este deverá interferir na comissão e sugerir medidas para que esta possa retomar seus objetivos. Se, entretanto, não for possível esta retomada, o Diretor Técnico recomendará à Diretoria a extinção da Comissão Técnica inadimplente, o que poderá ser feito a qualquer momento.

fiscalizadores. Um acompanhamento fiscalizatório de controle de segurança permanente e de forma integrada. Tanto o gestor, o em-preendedor, quanto a competência da fiscalização dos órgãos públicos serão fundamentais para dotar as barragens de segurança efetiva. A empresa contrata um acompanhamento técnico de segurança que é analisado pelos órgãos fiscalizatórios. CBDB: Havendo riscos, quais providências serão tomadas?Senador: No caso de qualquer mudança que possa mostrar uma degradação, um risco, seja para a população, seja para o ambiente, seja econômico, isso deverá ser objeto de um relatório mais específico, para que as equipes tomem providências para minimizá-lo, abrandá-lo, enfim, para a barragem voltar a ter segurança. O empreendedor é responsável pela segurança, e um dos objetivos do Projeto é criar condições para ampliar o controle pelo poder público. CBDB: O que o Projeto propõe, nesse sentido?Senador: A Política Nacional de Segurança de Barragens e um Sistema Nacional de Informações de Segurança de Barragens. Hoje o poder público não tem informações, o país não tem cadastro das barragens e o empreendedor só faz o acompanhamento posterior à construção se quiser. A Lei vai obrigá-lo a acompanhar. O fundamento é que o empreendedor é responsável pela segurança. CBDB: Com isso existe a possibilidade de chegar ao risco zero?Senador: Não, é possível minimizar, porque toda barragem tem seu risco. Mas é preciso agir preventivamente. Além dos órgãos do Sistema Nacional de Informações de Segurança de Barragens, existe o Ministério do Meio Ambiente. Só que falta uma lei maior, que envolva tudo, desde o início. Não adianta só ir lá fiscalizar e ver o dano ambiental, depois de causado.

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Na mesa-redonda do CBDB, realizada no dia 13 de maio no auditório principal, o presidente do CBDB, Erton Carvalho, iniciou a sessão ressaltando a importância de discutir o papel do CBDB e quais são suas contribuições pertinentes no setor elétrico: “O tema é bastante relevante devido ao que está acontecendo no país no setor elétrico, com todos investimentos na área. Devemos estar focados em um resultado comum, que seria nossa participação e análise com relação aos problemas de natureza ambiental, porque o Comitê adota uma política de desen-volvimento sustentável, defendemos o crescimento do Brasil, minimizando os impactos ambientais. Dentro deste contexto, temos pela frente as questões legislativas e participamos da Lei Nacional de Segurança de Barragens, bem como agora queremos implementar regras dentro da ABTN”, avaliou.O vice-presidente do CBDB, Fábio Castro, ressaltou: “ Considerando os pontos que foram abordadados, vemos que nos dão algumas pistas para as ações futuras do CBDB, como agente indutor do desen-volvimento nacional”.Brasil Pinheiro Machado, representante da Comissão Técnica de Hidráulica do CBDB, esclareceu o papel do CBDB na realização de barragens: “Precisamos ter algumas premissas. Primeiro lembrar o que é o CBDB, uma instituição que congrega profissionais brasileiros que atuam na construção de barragens. As barragens são construídas para a população utilizar os recursos hídricos em seu benefício. Os benefícios são diversos. Dentro do contexto inteiro, a construção da barra-gem se baseia em alta tecnologia e interesses contraditórios. A criação do quadro profissional requer capacitação. Onde entra o CBDB? Pretende ser um agente no processo, sendo formado pelos

Mesa-Redonda do CBDB

próprios profissionais. Pretendemos: divulgar e promover isoladamente ou em conjunto aspectos positivos ou de-safiadores da profissão; incentivar a formação técnica de quadros (engenhei-ros, hidrólogos, advogados, etc); or-ganizar e manter oportunidades de trocas técnicas (congressos, simpósios, etc); organizar e manter boletins técnicos (pre-tendemos que Comissões Técnicas examinem problemas específicos, pre-parando o Boletim Técnico como orien-tação ou ponto de apoio); organizar e administrar profissionais brasileiros no exterior, particularmente no ICOLD, do qual fazemos parte, e, por último, atuar politicamente”.O advogado especialista Cid Tomanik Pompeu ressaltou que é importante a participação do jurista em todas as fases para discutir os projetos hidráulicos. Pompeu lembrou que o Brasil adota o Plano da Bacia com a participação dos municípios, e que seria interessante a participação do Comitê e do legislativo nas reuniões dos comitês de bacias regionais: “Além disto, as PCHs precisam de mais incentivos. Outra parte é a importância do zoneamento ambiental que poderia facilitar o processo de licenciamento ambiental. Gostaria tam-bém de ressaltar que a Lei das Barragens sozinha não resolve nada, vai precisar de portarias, ações. No meu ver é o que o CBDB deveria fazer a partir de hoje”, ressaltou.Jacinto Costanzo Junior apresentou um slide com o tema “O Comitê Brasileiro de Barragens como Agente Promotor de Ações Futuras – O Desafio dos Processos de Licenciamento Ambiental”. Para iniciar sua exposição, Jacinto Junior mostrou o relatório do Banco Mundial sobre o Brasil em 2008, que afirmava sobre a má qualidade dos EIAs, e disse não concordar

com o relatório: “Hoje vemos EIAS que têm sido verdadeiros doutorados. Hoje a compensação social extrapola os limites. O processo de licenciamento passa em todos em órgãos, demora porque não há integração e uma regra clara do papel de cada um”. Para Jacinto, a possibilidade de melhoria no processo de licenciamento ambiental se baseia nos seguintes pontos: os empreendedores e o IBAMA devem primar por processos sem rupturas; a qualidade e eficácia dos Projetos Básicos são importantes para que o processo de licenciamento seja mais ágil e econômico e o bom desempenho do controle e fiscalização dos PBAs e licenças realizados pelo IBAMA-/OEMAS é indispensável para que o empreen-dedor tenha um processo econômico, transpa-rente e ambientalmente correto.Brasil Pinheiro Machado sugeriu criar, através de uma Comissão Técnica, um grupo que possa formular e responder perguntas dentro da área de meio ambiente e gestão de pleitos. Erton Carvalho ressaltou que para os pleitos o primeiro passo é trabalhar politicamente e culturamente para boa qualidade de projetos: “O CBDB está trabalhando em seu pla-nejamento estratégico e todas as contribui-ções serão consideradas”, ressaltou.No auditório, o engenheiro Flávio Miguez participou da discussão da mesa-redonda, dando sua contribuição, sugerindo que nos Simpósios e Congressos do CBDB houvesse maior participação da ANA ou ANEEL na tentativa de abrir espaço nas agências, e que outra solução seria criar um curso interno nestes órgãos.O vice-presidente do CBDB, Fábio Castro, fez uma rápida analise da mesa-redonda, des-tacando os assuntos mais debatidos, como a formação de engenheiros especializados e qualificados para o mercado. O Presidente do CBDB, Erton Carvalho, agradeceu a todos presentes e ressaltou que as contribuições ajudarão o CBDB no seu crescimento.

Jacinto Junior, Fabio Castro, Erton Carvalho, Brasil Pinheiro Machado e Cid Pompeu

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O VII Simpósio Sobre Pequenas Centrais Médias Hidrelétricas teve dois momentos de confrater-nização entre seus participantes: um coquetel na área de exposição técnica no primeiro dia do evento (11 de maio), e um jantar, no dia 12 de maio, no bairro de Moema (SP).No jantar, o ambiente foi de descontração, sendo servido primeiro um coquetel. Durante o jantar, os

VII Simpósio PCH realiza confraternização entre participantes

participantes puderam ouvir a apresentação de dois shows: um só de chorinho e outro de Bossa Nova e MPB. Guilherme Linhares, da Intertechne, ressaltou que o encontro é um momento de descontração e importante para esquecer um pouco dos negócios. Edilberto Maurer, ex-presidente do CBDB, pontuou: “É um momento de relaxar, de congraçamento com os colegas e até de troca de conhecimentos”.

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17CBDB

O encerramento do 7o PCH foi realizado após a mesa-redonda com a participação do presidente do CBDB, Erton Carvalho, do vice-presidente, Fábio Castro, e do representante da Comissão Técnica Hidráulica, Brasil Pinheiro Machado.O presidente do Comitê Brasileiro de Barragens avaliou o 7o PCH: “O evento foi muito bom e preencheu todas as expectativas, mesmo porque foi organizado em intervalo muito curto. A parte importante, além da tradicional parte da exposição técnica, foi a participação de uma série de profissionais que apresentaram diversos trabalhos, com uma série de palestras englobando assuntos como conflitos e custos de PCHs e o problema ambiental — assunto de suma importância para os empreendedores porque as exigências neste âmbito são muito superiores a outras formas”.Erton Carvalho analisou a situação dos empreendimentos geradores de energia no país: “Existe um paradoxo energético no Brasil: é mais fácil instalar termelétrica do que hidrelétrica, que é uma energia limpa.” Ele também comemorou o sucesso do 7o PCH “As palestras foram de muito valor e o Simpósio englobou um grande número de profissionais e empreendedores. Fora isto, São Paulo (a cidade sede do evento) foi um local bem escolhido por ser uma cidade com grande representatividade no cenário nacional, e que também oferece uma série de opções culturais (como a melhor Orquestra Sinfônica do Brasil). Assim, o Simpósio ficou inserido numa cidade com um polo cultural expressivo”.Durante o 7o PCH, o Comitê procurou, em primeiro lugar, difundir a tecnologia existente na área de barragens entre todos participantes e seus associados e trazer experiência e vivência dentro do contexto brasileiro. “No evento, ainda tivemos quatro minicursos, um deles era com um conferencista de Portugal, e queria destacar e agradecer o grande apoio do IPT, que forneceu a elaboração dos cursos. Agora é pensar no próximo Simpósio em 2011, que será entre os dias 25 e 28 de outubro de 2011 no Rio de Janeiro, ano em que o CBDB completará 50 anos. No evento estará presente uma delegação chinesa e tentamos a aproximação com os demais comitês internacionais”, destacou Erton Carvalho.O vice-presidente do CBDB, Fábio Castro, fez um balanço do evento: “Nos três dias do 7o PCH, reunimos 600 representantes de todos os setores envolvidos com o universo de Pequenas e Médias

Centrais Hidrelétricas — como projetistas, construtores, gestores e especialistas. Foram cerca de 33 estudos, 16 palestras, uma mesa-redonda, quatro temas importantes abordados e a participação de 19 estados brasileiros”.Segundo Fábio Castro, há desafios a vencer para que o potencial de hidrogeração seja plenamente desenvolvido: “Fazem parte dos desafios as barreiras crescentes de natureza ambiental, que não afetam na mesma proporção as poluidoras usinas termelétricas, e questões de natureza contratual — uma vez que nenhuma das modalidades hoje praticadas satisfaz plenamente os agentes financiadores, os projetistas, construtores e gestores das hidrelétricas. Ora o contrato é rígido demais e não contempla as inevitáveis alterações ao longo da construção, abrindo espaço para conflitos entre as partes, ora é mais flexível e dificulta aos financiadores e aos construtores ter uma visão precisa dos custos finais envolvidos. No campo técnico e tecnológico, outro consenso é quanto ao grau de complexidade envolvido na construção de uma PCH, que é muito semelhante à encontrada nos empreendimentos de maior porte. Esta poderia ser a síntese do 7º PCH, promovido em São Paulo pelo Comitê Brasileiro de Barragens”.Para concluir Fábio ressaltou: “Tivemos pouquíssimo tempo para organizar o evento e com cenário pouco favorável para obtenção de recursos. A Comissão Organizadora foi enxuta, com perfil cola-borativo. Fizemos a contratação de uma empresa de assessoria capacitada para tal trabalho, cuja escolha, por meio de análise de três propostas, levou à contratação da Acqua Assessoria. O temário foi bom, com escolha de profissionais capacitados. Minha avaliação final é que foi um sucesso e que o CBDB marcou presença em uma área onde há muita concorrência. Os números do evento em participações, expositores, representatividade de pessoas que aceitaram o convite para participar demonstram isto.”O presidente do CBDB, Erton Carvalho, ressaltou que todas as contribuições e participações no 7o PCH irão ajudar o Comitê no planejamento estratégico da entidade e encerrou a sessão, agradecendo à Comissão Organizadora, à Diretoria do CBDB, ao IPT e a todos os consultores , bem como as empresas Aqua Consultoria e Em Termos Comunicação.

7º PCH termina com balanço positivo

7º PCH termina com balanço positivo

Marcos Luiz Vasconcellos, Erton Carvalho, Fábio Castro e Pedro Paulo Sayão

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PUBLICAÇÕES CBDBLIVROS TÉCNICOS

1. Main Brazilian Dams Vol. I; II; III (73 barragens) 2. Large Brazilian Spillway 3. Grandes Vertedouros Brasileiros 4. Desvio de Grandes Rios Brasileiros 5. Diversion of Large Brazilian Rivers 6. Grandes Vertedouros Brasileiros

ANAIS DOS SEMINÁRIOS E SIMPÓSIOS 1. Anais dos Seminários de Grandes Barragens. 2. Anais dos Simpósios de Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas. 3. Anais dos Simpósios sobre Instrumentação de Barragens. 4. Anais dos Simpósios de Barragens de Enrocamento com Face de Concreto. 5. Anais do Simpósio Internacional sobre Arranjos Gerais de Barragens em Vales Estreitos.6 Boletins Técnicos Traduzidos, CDs técnicos Grandes Vertedouros Brasileiros

78ª Reunião Anual do ICOLD

* Aproveitamento Hidroelétrico de Porto Colômbia. * Vertedouro complementar para atender os novos critérios de projetos quanto à segurança hidrológica do empreendimento, como no caso da UHE Mascarenhas de Morais. * Vertedouro tipo salto de esqui com elevadíssima capacidade de descarga a exemplo dos vertedouros de Salto Caxias, Tucuruí e Itaipu. * Danos ocorrido na bacia de dissipação da UHE Marimbondo decorrentes de operações assimétricas das comportas do vertedouro. * Vertedouro conjugado com um sistema de dissipação de energia de concepção original: caso vertedouro de Orós. * Problemas posteriormente corrigidos, a exemplos de erosões a justante de vertedouros, tipo salto esqui, ocorrido na UHE Estreito. * Erosões decorrentes da operação de válvulas dissipadoras de energia, como no caso da usina de Camargo. * Calhas vertedouras com sistemas de aeração, tendo como exemplo o vertedouro da UHE Foz do Areia.

78ª Reunião Anual do ICOLD 78ª Reunião Anual do ICOLD

Durante a Reunião Anual foram estabelecidos contatos com diversos expositores, objetivando divulgar a realização do XXVIIISNGB Seminário Nacional de Grandes Barragens e do II Simpósio Internacional de Barragens de Enrocamento. Há perspectivas de que se possa contar com a participação de alguns deles como patrocinadores. Foi estabelecido um contato com o Comitê Chinês que deverá traduzir e divulgar o primeiro folder do referido Simpósio.O presidente da ICOLD informou que a participação nos 50 anos comemorativos do CBDB deverá ser sua primeira prioridade.O primeiro dia, 23/05/2010, foi dedicado ao registro e abertura da Exposição Técnica. No dia seguinte, 24/05/2010, foram realizadas as reuniões das Comissões Técnicas. Das 29 Comissões Técnicas da ICOLD, o Comitê Brasileiro de Barragens participa com representações em doze delas. Essas participações são bastante relevantes principalmente na divulgação da tecnologia brasileira e na troca de conhecimentos técnicos com os demais países membros das referidas comissões. No dia 25/05/2010 foi realizado

o Simpósio Internacional “Dams and Sustainable Water Resources Development”, com 161 trabalhos apresentados, sendo onze de autores brasileiros Nesta ocasião, o Dr. Carlos Henrique Medeiros fez uma apresentação sobre o tema Segurança de Barragens. Foi também realizada a reunião da INCA (intenational Committee of the Américas) sobre os problemas de integração dos comitês das Américas, sendo previsto que será realizado na Argentina em novembro\2010 o Congresso sobre Grandes Barragens, que contará também com uma reunião da INCA.No último dia, 26/05/2010, foi realizada a Reunião Executiva da ICOLD, onde foram apresentados e discutidos problemas de natureza técnica e contábil. Foram também selecionadas as questões para o 24º Congresso da ICOLD, compreendendo Meio Ambiente, Segurança de Barragens, Descargas de Cheias e Modernização de Barragens. Foram ainda eleitos como vice-presidente da Europa o Dr. Werner Floegl e vice-presidente da Ásia o Dr. Pham Hong Giang.

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AGOSTO

7º Simpósio Brasileiro de Cartografia Geotécnica e GeoambientalO evento ocorrerá de 08 a 11 de agosto de 2010, na cidade de Maringá/PR. O principal objetivo é reunir profissionais de Ciências Exatas da Terra e Tecnológicas que desenvolvam pesquisas e atividades técnicas nas áreas de Cartografia Geotécnica e Geoambiental, para divulgar os resultados de pesquisas, diagnosticar tendências, debater e propor novos caminhos. Os profissionais são os ligados às instituições de ensino e pesquisa, órgãos governamentais, empresas públicas e privadas, tais como: geólogos, geógrafos, geomorfólogos, engenheiros civis, engenheiros cartógrafos, engenheiros ambientais, dentre outros. O Simpósio Brasileiro de Cartografia Geotécnica e Geoambiental é um dos principais eventos promovidos pela ABGEInformações e inscrições: www.7sbcgg.abge.com.br

Hydropower Africa 2010O evento internacional será entre os dias 16 e 20 de agosto. Abordará, entre outros assuntos, as novidades para 2010, o desenvolvimento de habilidades e técnicas para operar e manter projetos hidráulicos, PCHs e workshops na área.Contatos: Phone: +27 21 700 3500 (Internacional)Fax: +27 21 700 3501 (Internacional)http://www.spintelligent-events.com/hydropower2010/en/site-visits.php

Simpósio sobre Sismicidade Induzida por Reservatórios- S09: Seismicity induced by human technological activityUm dos coordenadores do Simpósio é o Dr. Pradeep Talwani (South Carolina, USA), uma das maiores autoridades em sismos induzidos por barragens hidrelétricas. Este Simpósio ocorrerá durante o congresso internacional da American Geophysical Union (AGU) em Foz do Iguaçu em agosto próximo. Mais informações sobre o congresso estão em:http://www.agu.org/meetings/ja10/

SETEMBRO

II Congresso Internacional sobre Barragens na EspanhaII International Congress on Dam Maintenance and Rehabilitation a ser realizado na Espanha entre os dias 28 e 30 de setembro de 2010. O evento abordará manutenção e reabilitação de barragens.Mais informações:http://www.damrehabilitationcongress2010.com/en/comunicaciones.htm

NOVEMBRO

Workshop on Optimization of Construction Method for CFRDs Nov. 26~28, 2010 Yichang, ChinaO Workshop internacional abordará otimização e métodos de construção para CFRDs. http://www.hydrou.com/index.php?option=com_content&task=view&id=166&Itemid=1

OUTUBRO

23 a 26 de outubro no Rio de JaneiroSegundo Simpósio Internacional sobre Barragens de Enrocamento. Organizador CBDB. O evento apresentará estudos e experiências em CFRDs e ERCD; ferramentas de design e análise; métodos de construção de barragens de enrocamento, instrumentação; operação e performance, questões hidráulicas e outros.O evento ainda irá comemorar os 50 anos do CBDB.

2010

2011

Próximos eventos

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