Ano 4 | N° 18 | Especial de Natal | Dezembro...
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Especial de Natal - Dezembro/20101| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Diagramado no BrOffice Draw
Revista
Artigos | Dicas | Entrevista | e muito mais...
Ecossistema em Software Livre:Uma análise da conjuntura atual dosprojetos F/OSS
Natal solidário:Atividades que compartilham alegrias eesperança de um mundo melhor
Entrevista:Norbert Thiebaud, desenvolvedor do LibreOffice
Ano 4 | N° 18 | Especial de Natal | Dezembro 2010
Polêmica:WikiLeaks, a internet como um espaço político poderoso nas mãos dasociedade civil organizada
Retrospectiva 2010:As melhores notícias do ano da Revista BrOffice.org
Dezembro | 20102| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
índice |
| entrevista
Norbert Thiébaud 15
| artigo
Amadurecimento do ecossistema emsoftware livre
05
| reportagem
Natal solidário 19
| cultura
Poesia: Seu Papai Noel 23
Dica de filme: Seven pounds - Sete vidas 24
| escritório aberto
Calendário 2011 25
| retrospectiva 2010
Retrospectiva 2010 32
| dicas
Cuidados com os tipos de dados no Calc 26
Formatação de teses e monografiasconforme ABNT
27
2010 na retrospectiva de um ativistado software livre
13
Especial de Natal - Dezembro/20103| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
| editorial
sado com o objetivo de não repetir os erros e melhorar os acertos
numa evolução contínua.
A Revista BrOffice.org, nesse ano que está indo, evoluiu muito em
vários aspectos, a começar pela quantidade de edições lançadas;
foram nove edições. Melhoramos na qualidade editorial, nas artes
gráficas, na pontualidade e responsabilidade dos colaboradores.
Por tudo isso acreditamos que em 2011 vamos fazer uma Revista
ainda melhor, pensando em você que é nosso leitor e maior
incentivador.
Apesar do tom de despedida acima, ainda temos essa edição para
ler e apreciar. Tempo de festas de Natal e réveillon a matéria de
capa não poderia ser outra. Destacamos algumas ações que
chamamos de Natal Solidário. São atitudes que, às vezes, podem
ser consideradas piegas, ou fora de moda, mas que, na verdade,
levam alegria e esperança de um mundo melhor no futuro para
crianças e famílias pobres e necessitadas.
Na última edição da Revista, em 2010, iniciamos uma série de
entrevistas com desenvolvedores do LibreOffice. O primeiro
entrevistado é Norbert Thiébaud que nos conta um pouco sobre sua
vida como hacker e também como conheceu a The Document
Foundation e o LibreOffice.
A recente polêmica do WikiLeaks, o portal que resolveu publicar
documentos secretos de países como os Estados Unidos, Irã e até
mesmo do Brasil, é parte da reflexão de Wilkens Lenon que faz uma
retrospectiva do ano comentando algumas notícias que foram
destaque em 2010.
Os projetos FLOSS (Free and Open Source Software) precisam
garantir sua sobrevivência. Claudio F. Filho trata desse tema
fazendo uma análise aprofundada da conjuntura atual de alguns
projetos dentro daquilo que ele chama de Ecossistema em Software
Livre.
Para encerrar, em nome de todos os colaboradores da Revista
BrOffice.org saúdo os leitores que estiveram conosco esse ano e
espero que continuem a nos prestigiar em 2011.
Boa leitura, boas festas e até a próxima edição.
Luiz Oliveira
FF
Colaboradores desta edição Redação:Cárlisson GaldinoCláudio FilhoLuiz OliveiraPedro CiríacoRui Ogawa – Tradução e adaptação
Dicas:Nilson Almeida de AraújoOlivier Hallot
Diagramação:Duilio DiasEliane DomingosRenata Marques
Revisão:Luiz OliveiraMaria Aparecida ColtroRenata MarquesRicardo PontesRogerio Luz CoelhoVera Cavalcante
Capa:Duilio Neto
Edição:Luiz Oliveira [email protected]
Revisora responsável:Vera Lúcia Cavalcante [email protected]
Jornalista responsável:Luiz Oliveira – Mtb.31064
Coordenador Geral BrOffice.org:Claudio F. Filho | [email protected]
Coordenadora Revista BrOffice.org:Eliane Domingos de [email protected]
Escreva para a Revista BrOffice.org:[email protected]
Edições anteriores: www.broffice.org/revista
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O que é o BrOfficeÉ o produto, ferramenta de escritório multiplataforma, livre, em bom português, desenvolvido sob os termos da licença LGPL, composto por editor de texto, planilha de cálculo, apresentação, desenho vetorial, matemático e banco de da-dos, mantido pela comunidade e OSCIP, que trabalha para a difusão do SL/CA no País.
DesenvolvimentoEsta revista foi elaborada no BrOffice, editor de texto, planilha eletrônica, apresentação e, diagramação. A reprodução do material contido nesta revista é permitida desde que se incluam os créditos aos autores e a frase: “Reproduzido da Revista BrOffice.org – www.broffice.org/revista em local visível.
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inalmente chegamos no fim de uma jornada, começo de
outra. É assim que deve ser. Mas ao final de uma
jornada, seres pragmáticos que somos, avaliamos o
que foi feito, planejamos o futuro com um olhar no pas-
Especial de Natal - Dezembro/20104| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
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Conhecendo os colaboradores
Especial de Natal - Dezembro/20105| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Por Claudio F. Filho
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empre teremos pessoas interessadas em manter os
projetos F/OSS existindo, em maior ou menor número,
independente do envolvimento dos governos, empresas e
usuários. Mas… teremos um desenvolvimento ativo,
necessário e merecido, com independência financeira e
estrutural, para projetos como o LibreOffice? Mozilla?
PostgreSQL? Entre outros? Como pode e para onde
evoluir o ecossistema do software livre? O software livre
foi a forma original do software, isto é, quando os
primeiros computadores chegaram ao meio acadêmico
os softwares eram desenvolvidos por equipes inteiras,
sem restrições de acesso aos códigos fontes, sendo
compartilhados entre pessoas de diversas partes do
mundo. Foi somente na década de 80 que surgiu a ideia
do que conhecemos como software privado[1], pago e
restritivo. Linus Torvald[2], em 91, iniciou seu projeto
acadêmico chamado Linux[3], que contou, e ainda conta,
com milhares de colaborações evoluindo este sistema
operacional baseado no Minix[4], que hoje é considerado
O Começo do software livre
Amadurecimento do Amadurecimento do ecossistema em software ecossistema em software livrelivre
artigo |
um dos mais sofisticados, seguros e confiáveis. O Linux é
o primeiro exemplo de sucesso no trabalho voluntário e
colaborativo em software livre.
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Foi somente na Foi somente na década de 80 que década de 80 que
surgiu a ideia do que surgiu a ideia do que conhecemos como conhecemos como
software privado, pago software privado, pago e restritivo.e restritivo.
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Especial de Natal - Dezembro/20106| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Além do Linux, em 2000, surgiu um outro projeto
chamado OpenOffice.org, baseado em parte do produto
chamado StarOffice, que a antiga Sun Microsystem, hoje
incorporada pela Oracle, liberou como software livre. Este
projeto cresceu e teve ramificações para todo o mundo,
inclusive para o Brasil, amadurecendo para o que hoje
conhecemos como BrOffice.org.
O BrOffice.org começou sua trajetória em 2002,
conhecido como OpenOffice.org.br, quando foi oficializado
através da assinatura do Protocolo de Intenções entre a
Comunidade e a Celepar, Empresa de Informática do
Estado do Paraná, nas pessoas do líder da comunidade,
Claudio F. Filho, e o presidente da Celepar, Marcos
Mazoni. Neste Protocolo foi definida a cessão de
infraestrutura para o projeto acontecer. De lá para cá, a
comunidade se organizou, criou uma associação, e os
trabalhos evoluíram, fazendo o Brasil se tornar o maior
caso de sucesso na adoção do OpenOffice.org no mundo.
Atualmente, devido à cisão ocorrida na comunidade
OpenOffice.org por causa das políticas pouco claras da
Oracle, a comunidade BrOffice.org optou[5] por seguir
sua evolução na derivação para o novo projeto chamado
LibreOffice, mantido pela The Document Foundation[6].
Quando surge um produto, o mesmo precisa ser
divulgado, ganhar adeptos no seu uso e futuros
defensores para o seu uso, resultando em um mercado
consumidor, que irá comprar este produto, se
considerarmos o modelo tradicional de software.
Além deste fluxo, que é o fluxo principal, existe um fluxo
periférico de serviços como capacitação, suporte e
consultoria, que é o mercado de serviços. Ainda agregado
a ele, pode surgir uma segmentação dos usuários da
solução formando uma espécie de comunidade.
Geralmente, esta comunidade, se forma para troca de
experiências no uso da ferramenta. Assim, o gráfico
começa a ficar mais interessante.
No entanto, o software livre começou com um formato
amorfo em relação ao software tradicional, pois tinha
usuários, que, por sua vez, criaram comunidades que se
empenharam na promoção do novo produto, formando
um mercado, que, até então, não tinha uma infraestrutura
para atender as demandas de serviços. As grandes
empresas, vendo o potencial do software livre (lá fora
também conhecido como “código aberto”), começaram a
investir no seu desenvolvimento, garantindo maiores
rentabilidades aos seus negócios, aproveitando o
desenvolvimento colaborativo para fomentar os seus
mercados. Desta forma, tal qual o modelo do software
privativo, passamos a ter um ecossistema básico e
buscamos a evolução do modelo. Através desse modelo,
o desenvolvimento está calçado nos investimentos que as
empresas de TIC, que apostam no desenvolvimento
desses projetos, estão dispostas a fazer. E, quando se
fala de empresas, estamos falando da iniciativa privada e
um de seus objetivos principais, que é o lucro. O
investimento em melhorias passa pelo processo de
decisão empresarial, muitas vezes dependendo de
consultas aos acionistas, sobre o aporte (ou não) em
projetos como esses.
artigo |
O ecossistema de um software
Produto
UsuárioMercado
Figura 1: Ecossistema básico
Amadurecimento do ecossistema em software livre |
Por Claudio F. Filho
Produto
UsuárioMercado
Comunidade
Serviços
Figura 2: Ecossistema evoluído
Especial de Natal - Dezembro/20107| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
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Temos vários exemplos sobre este funcionamento, como
foi o caso da Oracle contribuindo com código no Linux
para melhorar o suporte aos seus produtos sobre este
sistema operacional, ou o MySQL, OpenOffice.org, Red
Hat Linux, Ubuntu ou mesmo o Java, que boa parte do
seu desenvolvimento depende de uma das grandes
empresas de TIC mundial. Mas, se não for do interesse
da empresa? Como fica o desenvolvimento do produto?
Não precisamos ir longe para ver como impacta os
interesses dos investidores nos projetos de código aberto.
No caso do PostgreSQL, a Sun Microsystem mantinha
fazendas de servidores para a comunidade, até que a
Oracle desativou silenciosamente[7] este serviço. Ou o
caso da reestruturação do núcleo office da Oracle em
Hamburgo, a antiga unidade da Sun Microsystem que
dava suporte ao OpenOffice.org. Mas os problemas não
ficam somente na esfera Oracle/Sun Microsystem. Temos
problemas também em outros projetos como o Mandriva
Linux, cuja mantenedora abriu falência[8] a alguns
meses, ou a Novell que está sendo fatiada[9], ou a
Canonical, que tem desenvolvido um excelente trabalho
de abertura de mercado para os desktops em linux, mas
restringe o compartilhamento ao universo do Ubuntu. Isto
é, se você é de qualquer outra distribuição, ou mesmo
sistema operacional, é possível que não encontre os
mesmos recursos, pois, uma parte foi publicada, e o
conjunto completo só se encontra dentro dessa
distribuição.
Todos estes exemplos apontam que o modelo ainda está
falho, pois, se não houver interesse comercial em manter
um projeto em sua etapa de aporte no desenvolvimento,
o produto enfraquece, tornando-o não competitivo,
perdendo usuários, diminuindo comunidade e matando o
mercado, “justificando” a redução no investimento em
desenvolvimento. Neste cenário, os clientes, de uma
determinada tecnologia, ficam a mercê das oscilações da
iniciativa privada.
Quando o software livre (re)apareceu, foi uma grande
quebra de paradigma, pois o “fornecedor” não era uma
empresa e sim uma comunidade. Vendo uma
possibilidade de negócio muito grande, as empresas
tiveram que se adaptar a este novo elemento – a
comunidade – além de um produto que não estava
integralmente sob seu domínio, mas sim, com o
gerenciamento distribuído entre muitas pessoas, que
atingiam suas posições através do mérito de seu trabalho,
na denominada meritocracia.
O modelo até agora não mostrou uma saída adequada,
de sustentabilidade, visto que ainda está atrelada aos
interesses do setor privado.
Na convenção anual da Gartner[10] deste ano (2010),
uma das tendências apontadas no evento foi o
crescimento acelerado do código aberto (e muito do
software livre) para os próximos anos[11], confirmado por
Moacyr Gomes, representante da Gartner Latin America,
durante a palestra “Reiniciando Open Source Software - É
tempo de começar de novo!”, na Latinoware 2010[12],
apontando para 50% das aplicações em 2016 baseados
em código aberto.
artigo |
Produto
Usuário
Mercado Comunidade
Desenvolv.
Figura 3: Ecossistema básico do SL/CA
Rede de interesses
Vendo uma possibilidade Vendo uma possibilidade de negócio muito grande, de negócio muito grande, as empresas tiveram que as empresas tiveram que
se adaptar a este novo se adaptar a este novo elemento – a comunidade.elemento – a comunidade.
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”Modelos de negócio para o código aberto
Amadurecimento do ecossistema em software livre |
Por Claudio F. Filho
Especial de Natal - Dezembro/20108| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
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Dentro deste processo, os projetos precisam achar
formas sustentáveis para manter seus desenvolvimentos,
muito além do que tem sido feito até aqui. Dentre os
modelos reconhecidos como “sustentáveis” foram
apontados os modelos híbrido e fundação. Vejamos cada
um deles com mais detalhe.
Modelo híbrido de desenvolvimento
Este modelo é baseado no conceito de se criar um núcleo
(core) desenvolvido colaborativamente, com as principais
funções disponíveis para qualquer usuário baixar e usar,
e, partes especializadas, desenvolvidas e vendidas
separadamente. Existe uma infinidade de aplicações que
trabalham com este conceito, geralmente, oferecendo as
versões “community” e “enterprise”, como é o caso do
Sistema de Gerenciamento de Documentos (DMS –
Document Management System) Alfresco[13] ou o
sistema de Inteligência de Negócio (BI – Business
Intelligence) Pentaho[14]. Nestes sistemas, é possível
baixar o pacote comunitário e usar as principais
funcionalidades das ferramentas e, para uma demanda
mais específica, contratar uma subscrição que dá direito
ao uso dos serviços adicionais e suporte.
Além deste caso, também existem outros exemplos de
modelo híbrido de negócio, onde o produto se baseia
diretamente no produto da comunidade e se vende um
produto diferenciado, com mais recursos e suporte, como
é o caso do Red Hat Enterprise Linux, que é a distribuição
Linux com vários produtos não livres da empresa Red
Hat[15]. Ou ainda, a da Enterprise DB[16], que é um
empacotamento do SGBD PostgreSQL com vários outros
recursos, muitos, também projetos de software livre ou
código aberto, junto com suporte.
Em ambas as variantes, as empresas contam com o
apoio de voluntários para a evolução do núcleo do
produto, que é compartilhado com licenças próprias, e
uma parte focada em venda de serviços, inclusive de
desenvolvimento de funcionalidades que se tornam parte
da sustentabilidade do negócio, e não necessariamente
do projeto base.
Modelo de fundação
Diferente do modelo acima, a forma de fundação é
baseada na criação de uma pessoa jurídica que possa
capitanear o desenvolvimento de seus produtos a partir
da captação de recursos de entes diversos, como
sociedade, governo e/ou iniciativa privada. Alguns
exemplos são as fundações Apache e Mozilla.
Na Fundação Apache, existe um programa de patrocínio e
o reconhecimento dos créditos[17]. A partir dos fundos
arrecadados, e com um alinhamento dos patrocinadores,
é feito o desenvolvimento dos produtos mantidos pela
Fundação. Já, a Fundação Mozilla se diferencia por ter
feito ramificações[18], na forma de subsidiárias, para
áreas de fundação, corporação, entre outros. De qualquer
forma, estas instituições estão focadas exclusivamente na
manutenção dos produtos, levando em conta apenas um
ecossistema básico, como demonstrado na Figura 3.
Modelo de associação para países em desenvolvimento
Porque um terceiro modelo, já que foi citado apenas dois
anteriormente? Porque estes modelos são baseados em
economia e mentalidade de países em desenvolvimento.
No eixo América do Norte e Europa a ideia de
desenvolvimento de software é focada exclusivamente em
empresas. Não é questionado questões como custos e
evasão de divisas, desenvolvimento socioeconômico, e
promoção social. Num país como o Brasil, em que o custo
de software é praticamente proibitivo, inclusive
favorecendo a pirataria, é necessário repensar o modelo,
e é isto que se tem pensado e amadurecido muito dentro
da Associação BrOffice.org.
Agora, uma dúvida que pode surgir é: porque uma
associação e não uma fundação? Podemos usar a
explicação dada[19] pela Associação Drupal, na Bélgica,
que tem a legislação similar à do Brasil e muitos outros
países. De tradução livre:
artigo |
Num país como o Brasil, em Num país como o Brasil, em que o custo de software é que o custo de software é praticamente proibitivo, praticamente proibitivo, inclusive favorecendo a inclusive favorecendo a pirataria, é necessário pirataria, é necessário
repensar o modelo, e é isto repensar o modelo, e é isto que se tem pensado e que se tem pensado e
amadurecido muito, dentro amadurecido muito, dentro da Associação BrOffice.org.da Associação BrOffice.org.
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Amadurecimento do ecossistema em software livre |
Por Claudio F. Filho
Especial de Natal - Dezembro/20109| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
A esta definição, e alinhando com a legislação brasileira,
acrescento que a fundação tem seus fundos provenientes
de pessoas jurídicas, enquanto que a associação é
baseada em pessoas físicas. No caso da Associação do
BrOffice.org, temos pessoas que são membros ativos das
comunidades do BrOffice, PostgreSQL e Debian.
Dentro do modelo de associação, temos que pensar um
ecossistema muito mais complexo que o do software livre
básico, pois a partir destes produtos temos uma série de
valores agregados que podem fazer a diferença para o
país. Na Figura 4, podemos ver o aumento significativo da
complexidade do ecossistema.
Agora que temos uma visão mais ampla de ecossistemas
livres, vamos expandir ainda mais as considerações.
Muito tem se dito a respeito de benefícios no uso do
software livre, mas geralmente relacionados a questões
técnicas que, por si, já justifica olhar com cuidado o uso
destas tecnologias em detrimento às tradicionais soluções
privativas.
No entanto, os outros benefícios estão relacionados a
economia proporcionada ao país, a cadeia de consumo e
seu impacto socioeconômico na sociedade, e geração de
emprego e renda através de micro e pequenas empresas
(MPEs) de TI. Cada um destes pontos requer uma
atenção específica, dadas a seguir.
Economia gerada
São várias as frentes que devem ser abordadas. Para
começar, a questão da economia gerada nas entidades
devido a substituição de ferramentas de escritório
privativas para o BrOffice, por exemplo, aonde deixam de
gastar com licenciamento de software anual ou
atualizações. Temos que avaliar dois pontos culturais
neste tipo de economia:
artigo |
Figura 4: Ecossistema para países em desenvolvimento
Reanalisando o ecossistema do software livre para o país
Amadurecimento do ecossistema em software livre |
Por Claudio F. Filho
“Segundo a legislação belga, as diferenças mais importantes entre uma associação e uma
fundação são:
a) A Associação é constituída por vários indivíduos, que concordaram com os objetivos da
Associação após a votação e discussão, ao passo que a Fundação pode ser incorporada por
uma pessoa (ou um pequeno número de pessoas),
b) quando incorporados, os fundadores devem trazer no patrimônio inicial (fundos) em uma
fundação. Este não é o caso de uma associação.
c) Uma associação tem membros. A Fundação não pode ter membros, apenas um Conselho de
Administração. Este último fato é importante, pois os membros da Associação Drupal formam a
Assembleia Geral, que elege o Conselho de Administração.
Em outras palavras, uma associação permite um modo de funcionamento muito mais
democrático do que uma Fundação. Além deste fato, a lei belga prevê uma série de outras regras
que fazem uma associação mais democrática do que uma Fundação. Uma associação, portanto,
reflete o modo como uma comunidade real (ou online) das pessoas trabalha para uma extensão
muito maior do que uma Fundação.”
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1) Falta de conhecimentos nas ferramentas de
escritório: um dos problemas generalizados notados no
processo de migração está na constatação do
conhecimento mínimo do uso das ferramentas. Os
usuários institucionais sabem usar muito pouco os
recursos da ferramenta de forma que, quando mudam
sua ferramenta de escritório, reclamam que a outra
ferramenta não é adequada.
Fazendo uma analogia com automóveis, é como se
trocássemos o carro que o usuário dirige e ele se
sentisse incomodado com isto. Isto acontece porque ele
pensa que ele sabe usar APENAS a ferramenta que
aprendeu inicialmente e que se trocarmos, ele terá
muitas dificuldades. Uma vez que demonstramos que a
ferramenta de texto, por exemplo, precisa ter negrito,
alinhamento e outros recursos de texto, e que existem
muitos fornecedores deste tipo de produto no mercado,
como o próprio BrOffice, ele se sente mais confortável e
passa a usar de maneira mais produtiva.
2) Pouca atenção da administração sobre TCO: o custo
total de propriedade[20] (TCO – Total Cost of
Ownership) são todos os custos relacionados a TIC,
como licenças, treinamentos, equipamentos, entre
outros. Os gastos feitos em licenças são considerados
custos, enquanto que os gastos feitos em treinamento
de funcionários, consultoria ou desenvolvimento entram
como investimentos. São centros de custos diferentes.
Isto tem efeitos diretos na economia e produtividade da
empresa.
Outra análise ainda sob o aspecto
econômico é a balança de serviços
brasileira. É similar a balança
comercial, onde avaliamos o que
exportamos e importamos. No caso
de software é avaliado da balança de
artigo |
~ R$ 3 Bi/anoPor papéis?!?!~ R$ 3 Bi/ano
Por papéis?!?!
serviços. Fazendo uma análise rápida, considerando que
o Brasil tem em torno de 15 milhões de usuários usando
BrOffice, que metade destes estivessem legalizados e
resolveram migrar, e conseguissem uma cópia de
ferramenta proprietária a R$ 500,00 por máquina, já
estaríamos falando de mais de três milhões/ano, apenas
pagando licenças, que poderiam ser utilizados para
outras coisas, como investimento em novos funcionários,
tecnologia e inovação na iniciativa privada, ou
infraestrutura, saúde e educação no caso do governo.
Cadeia de consumo e seus impactos socioeconômicos
Veja a Figura 5. É possível ver uma avaliação dos custos
de licenciamento versus empregados. Se o administrador
desta empresa tivesse optado por comprar o software,
com o valor apenas da ferramenta de escritório poderia
manter cinco funcionários no ano, e que estes
funcionários, na maioria das vezes, são pais de família, e
que sua renda gera renda em seus bairros e assim por
diante. E para completar, todo o processo gera impostos
para municípios, estados e a União, e é com estes
impostos que o governo investe em infraestrutura, saúde,
educação e tantos outros pontos importantes para
beneficiar A SOCIEDADE!
Bairro
Impostos●Federal●Estadual●Municipal
Benefício paraa SOCIEDADE!
IndustriaI50 desktops x R$ 1500,00 / licença = R$ 75000,00 / ano;1 empregado = R$ 600,00 bruto/CLT/mês = R$ 1.200,00 / mês / compania = R$ 14.400,00 / ano; ~ 5 empregados / ano
● Posto de Gasolina ● Farmácia● Mercado local(comida, roupas, etc.)
Figura 5: Cadeia de consumo e impacto socioeconômico
Amadurecimento do ecossistema em software livre |
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Geração de emprego e renda para MPEs
Já vimos nos pontos acima que temos uma economia
significativa com o software livre e que esta economia
pode ter impactos socioeconomicos, e ainda pode gerar
mais. Uma das questões relacionadas com a contratação
de serviços de TI passa por um mercado extremamente
acirrado de grandes empresas multinacionais. O software
livre permite o surgimento e proliferação de micro e
pequenas empresas para atender um nicho crescente de
serviços como treinamentos, consultoria e
desenvolvimento.
Como o conhecimento é compartilhado nas comunidades,
é possível que empreendedores, sejam estudantes
universitários, profissionais autônomos ou mesmo
hobbistas possam estudar estas tecnologias e entrar para
o mercado nacional de serviços, gerando renda e
empregos.
Um caso muito interessante para exemplificar o poder
deste ponto foi contado por Érico Ferreira, apoiador do
software livre e gerente da Unidade de Desenvolvimento
de Software Livre, da Dataprev. Ele contou que no FISL
de 2010, quando estava na área de estandes e feira, viu
um rapaz se aproximar e perguntar se havia algum em-
pregado da empresa. Ele comentou que era da empresa
e o rapaz imediatamente pediu para transmitir o grande
agradecimento dele e do sócio pelo Cacic, projeto feito
pela Dataprev. Continuando a conversa, comentou que o
rapaz (e o sócio) são do interior de SP. Estavam desem-
pregados, resolveram estudar o Cacic a partir do portal do
Software Público, e passaram a vender serviços de insta-
lação do produto. O resumo da história é que atualmente
estão ganhando muito bem, contratando funcionários e
ajudando no desenvolvimento do projeto.
Este é um exemplo de quão significativo pode ser o
software livre para o Brasil.
artigo |
O software livre permite o surgimento e proliferação de micro e pequenas empresas para atender um nicho crescente de
serviços como treinamentos, consultoria e desenvolvimento.“
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Figura 6: Ecossistema do Software livre para países em desenvolvimento
Produto
Mercado Comunidade
UsuárioDesenvol_vimento
Empreen_dedorismo
Volunta_riado
SociedadeGoverno
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Especial de Natal - Dezembro/201012| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
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Agora, voltemos a ver o nosso ecossistema na Figura 6.
Observe que praticamente todos os pontos contém várias
entradas ou saídas, mas apenas um ponto tem uma
entrada e saída, que é o produto. Se houver algum
problema com O PRODUTO, todo o ecossistema pode
morrer.
Até aqui foi possível ver um amadurecimento do modelo e
apresentar um novo modelo que vem sendo pensado no
Brasil. A comunidade BrOffice.org, buscando entender
todo este modelo, vem trabalhando na sua organização,
criando em 2006 a Associação BrOffice.org – Projeto
Brasil, uma ONG para ser o apoio jurídico da
comunidade, e que tem evoluído para ser a ONG de
apoio de vários outros projetos estratégicos para a
continuidade do software livre no país.
Precisamos buscar meios efetivos para garantir o
desenvolvimento dos projetos, seja código para o produto,
seja ações da comunidade, para que todo o ecossistema
se mantenha. Para o caso do país e nossas
peculiaridades, é fundamental permitir um modelo além
do técnico, passando pelo social, econômico e cultural,
fazendo a diferença.
Por parte das comunidades, elas estão trabalhando
ferrenhamente para se organizar como sociedade, tanto
para a interação com seus usuários como para o
mercado. Por outro lado, existe uma interação de várias
destas comunidades pela Associação BrOffice.org na
criação de um Centro de Excelência em Software Livre,
para garantir a nacionalização de competências no
desenvolvimento dessas tecnologias, participação do país
na governança desses projetos, e redução da
dependência estrangeira.
Agora, é colocar em marcha.
artigo |
O futuro
Referências[1] Ver quadro sobre Software Privado vs Proprietário[2] http://pt.wikipedia.org/wiki/Linus_Torvalds[3] http://www.linux.org/[4] http://pt.wikipedia.org/wiki/Minix[5] http://www.broffice.org/the_document_foundation[6] http://www.documentfoundation.org/[7] http://br-linux.org/2010/oracle-silenciosamente-desativa-servidores-de-teste-do-postgresql-para-solaris/[8] http://br-linux.org/2010/mandriva-estaria-procurando-um-comprador-para-a-empresa/[9] http://br-linux.org/2010/fatiando-ny-post-diz-que-novell-sera-vendida-em-2-partes/[10] http://www.gartner.com/[11] http://www.itbusinessedge.com/cm/blogs/bentley/gartner-open-source-in-80-percent-of-software-by-2012/?cs=14606[12] http://latinoware.org/node/242[13] http://www.alfresco.com/[14] http://www.pentaho.com/[15] http://www.redhat.com[16] http://www.enterprisedb.com/[17] http://www.apache.org/foundation/thanks.html[18] http://www.mozilla.org/about/organizations.html[19] http://association.drupal.org/about/faq[20] http://pt.wikipedia.org/wiki/Total_cost_of_ownership
Amadurecimento do ecossistema em software livre |
Por Claudio F. Filho
Software Privado versus Software ProprietárioSoftware Privado versus Software Proprietário
No Brasil, e provavelmente em boa parte do mundo, o termo empregado para definir aqueles softwares que são pagos e que devem
ser usados como são (“as is”) de “software proprietário”. Assim, vamos revisar alguns termos antes de discutir estes aqui.
No universo “proprietário”, temos nomes como “shareware” ou “trial” que são uma designação para softwares gratuitos para
avaliação, “freeware” para programas gratuitos para o uso e, junto com os “sharewares”, sem possibilidades de modificação ou
divulgação de qualquer informação relacionada a falhas ou problemas relacionados ao produto. Por outro lado, temos o “open
source” referenciando-se ao software livre e/ou código aberto.
Para todos estes “tipos” de software temos um proprietário, que pode ser uma empresa, no caso de freeware e shareware, ou um
conjunto de desenvolvedores, que são pessoas físicas, no caso do software livre.
E daí pode-se perguntar “O BrOffice é proprietário”? A resposta é Sim! São centenas de desenvolvedores ajudando a desenvolver
este belíssimo software. E então se poderia contra-argumentar: “Mas ele não é livre”? E novamente a resposta é Sim! É possível
usar o BrOffice para usar em casa, no trabalho ou faculdade, além de estudar seus fontes, modificá-lo e distribuí-lo, com ou sem as
modificações. Assim, temos uma licença de software que não nos priva de todas estas ações, em contraposto a um software que
nos priva de todos estes direitos.
Desta forma, o correto uso do termo para os programas vendidos são “software privado”, isto é, aquele que nos priva de usar para
qualquer fim, estudar, distribuir ou modificar, ou seja, não é um software livre.
Ps: Obrigado ao amigo Roberto Brenlla, da Galícia/Espanha, sobre esta aula.
Especial de Natal - Dezembro/201013| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Por Wilkens Lenon Silva de Andrade
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No Brasil tivemos discursos inflamados contra o
WikiLeaks, um deles, foi o do autor do Projeto de Lei nº
84/99 – Eduardo Azeredo. Tal projeto foi rechaçado pelas
Comunidades de Software Livre e internautas engajados
e, recentemente, após ter sido barrado no Senado
Federal, estão tentando ressuscitá-lo na Câmara dos
Deputados. Estamos atentos e mobilizados! As nossas
lutas servirão para alimentar ainda mais os nossos
sonhos. A Internet livre produziu fatos impressionantes
durante esse belo ano de 2010.
A explosão da blogosfera e das redes sociais em
2010, servem para nos desafiar à participação na
construção do espírito do nosso tempo. Vivemos um
momento único, em que as práticas recombinantes na
rede produzem e modificam as estruturas sociais do
nosso modo de vida contemporâneo, fazendo emergir da
vida em rede, novas formas de cultura. Na verdade, surge
em nosso cotidiano uma verdadeira diversidade cultural
feita de afetividades, sentimentos e pensamentos que
extrapolam as limitações do espaço e do tempo.
2010 na retrospectiva de um
ativista do software livre
artigo |
Go
ogle
O ano de 2010 será um ano que entrará para a história
digital da humanidade porque mostrou como a Internet
pode tornar-se um espaço político poderoso nas mãos da
sociedade civil organizada. A natureza livre da Internet
desnudou a hipocrisia do império quando o fantástico
Julian Assange do WikiLeaks mostrou ao mundo como
funcionam as maracutaias diplomáticas das nações mais
poderosas da terra e dos seus satélites na periferia do
sistema. A cultura hacker mais uma vez foi a vanguarda
das liberdades fundamentais na rede, especialmente
quando foi necessário afirmar a liberdade de expressão e
de opinião e o direito à comunicação no mundo
globalizado.
Esse acontecimento fez aumentar ainda mais os ataques
à neutralidade da rede, cujo perigo está no controle do
tráfego das informações pelas empresas de Telecom a
partir das tentativas de estabelecer filtros de dados na
camada física da rede sob o controle dessas empresas.
Isso feito à revelia dos usuários, ou seja, na prática da
censura pura e simples.
Especial de Natal - Dezembro/201014| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
A blogosfera inaugurou formas novas e mais
democráticas de participação popular na esfera pública.
As pessoas cada vez mais, se comportam como precisa
ser o coletivo humano: uma sociedade de Interagentes.
Não simples leitores ou, receptores passivos de
informação, mas autores e autoras, atuantes e produtivos,
vivenciando o tempo da coautoria e das remixagens
possíveis nos espaços digitais.
Em 2010 a velha mídia se viu, em vários momentos,
numa saia justa e, algumas vezes, completamente
desacreditada por conta da transparência radical do
modus comunicante da rede e de seus autores. Foi por
isso que bolinhas de papel continuaram sendo apenas
bolinhas de papel em vez de “Tijolos”, e “Rolos de fita
crepe”, objetos fictícios da mídia acostumada a
transformar em verdade o impacto da imagem.
Vimos a lei complementar nº 135 – da Ficha Limpa – ser
aprovada por unanimidade pelo Congresso Nacional
brasileiro, não por vontade dos políticos, mas por conta
da sociedade civil mobilizada através das petições onlines
já tão populares na rede. Aliás, a rede tem dessas ações
coletivas de mobilizações inacreditáveis. Bem, já dizia o
professor Sérgio Amadeu da Silveira durante o curso
“Cidadania e redes digitais”, ao ministrar uma das aulas
(todas foram onlines e em tempo real) para os seus
alunos da P2PU – Peer To Peer University: “A Internet
inaugurou a comunicação interativa, multidirecional e
transnacional. Seus usuários não são receptores ou
simplesmente emissores, são interagentes.” Em seguida,
ele arrematava falando com uma síntese fantástica, o que
seria a base da neutralidade da rede e o resultado desse
arranjo cibernético para a vida dos usuários: “a arquitetura
da rede distribuída, de troca livre e anônima de pacotes
digitais garantiu o seu enorme sucesso.” Todas essas
conquistas são, inicialmente, conquistas das
Comunidades de Software Livre. Muitas foram as lutas e
desafios, mas também vieram as boas realizações.
Neste ano que se finda, surgiram novas oportunidades
para as Comunidades de Software Livre. Comunidades
que são o protótipo inicial da sociedade da informação,
como já dizia Manoel Castells, o grande pensador da era
da informação. Enquanto o modelo proprietário de
conteúdos digitais luta contra os fluxos de conhecimento,
restringindo as participações coletivas pela imposição dos
seus modelos de mercado, nossas comunidades se
colocam na vanguarda da colaboração dos conteúdos e
das práticas recombinantes na rede. A Comunidade
BrOffice, por exemplo, logrou uma grande vitória em
função do surgimento da TDF – The Document
Foundation (Fundação do Documento) que teve, para a
alegria de todos nós, o Brasil como um dos países
signatários dessa grande aliança pelo desenvolvimento
colaborativo do LibreOffice através da OSCIP
BrOffice.org. O LibreOffice é a nova suíte de escritório
que passou a ser desenvolvida, colaborativamente, após
o rompimento da comunidade de usuários com a
ORACLE, atual detentora da marca OpenOffice.org,
adquirida da Sun Microsystems.
Enfim foi um ano e tanto para o Brasil e para os
brasileiros. Não perderia a oportunidade de enaltecer
nossa jovem democracia que nos possibilitou a maior das
vitórias em 2010: a eleição da primeira flor do palácio –
Dilma Rousseff, presidente do Brasil. É a força da mulher
no comando do florão da América. É a esperança de um
Brasil ainda melhor, mais humano, mais fraterno e mais
livre sob todos os aspectos da vida em sociedade.
Que venha 2011 com seus desafios e comprometimentos.
Não estaremos sozinhos. Somos uma grande
Comunidade humana unidos pelos nós da rede. Laços
carregados de desejos, sentimentos, pensamentos
humanos grávidos de realizações!
Viva o Software Livre! Viva a Liberdade! Viva 2010! Que
venha 2011!
artigo |2010 na retrospectiva de um ativista do Software Livre
Por Wilkens Lenon Silva de Andrade
Wilkens Lenon Silva de Andrade é Graduado em Licenciatura em Computação, Mestrando em Educação Tecnológica
na UFPE e Técnico de Informática do Ministério Público da PB. Também é usuário e ativista do Software Livre e
colaborador da Revista BrOffice.org.
Especial de Natal - Dezembro/201015| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Tradução e adaptação: Rui OgawaG
oo
gle
entrevista |
Esta é a pr imeira de uma sér ie de entrevistas
com desenvolvedores. Nossa esperança é que
elas possam encorajar a compreensão da
crescente comunidade que t rabalha para
melhorar o LibreOff ice, incentivar interações
entre as pessoas, e mostrar que é realmente
possível se envolver e contr ibuir com o código.
Ev identemente, as opiniões expressas aqui são
os pontos de vista não editados dos próprios
entrevistados, e não da The Document
Foundat ion, mas espero que com o tempo elas
mostrem um lado út i l da comunidade.
Somos gratos ao nosso pr imeiro entrevistado
que, mesmo sendo um superstar, é também
uma pessoa bastante recatada - não é um
usuário de rede soc ial nem um blogueiro, e
respeitamos isso. A esperança é que nós
possamos conhecê- lo melhor pessoalmente nas
vár ias conferências do LibreOff ice futuramente.
Ele também parece ser demasiado modesto -
tem fei to um trabalho notável, como por
exemplo, ter f inalmente removido a bibl ioteca
VOS (obsoleta por uma década) do LibreOff ice,
e ao fazer isso encontrado e corr igido diversos
problemas de segmentação. Então, sem mais
f i ru las:
Norbert ThiébaudNorbert Thiébaud
Especial de Natal - Dezembro/201016| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Programar tem a ver com pessoas: então por favor,
nos fale sobre você:
Eu sou Norbert Thiébaud (shm_get no IRC). Sou francês,
mas moro em Dallas, Texas (EUA).
Qual foi o seu primeiro programa?
Ah, isso foi há algum tempo atrás... mais ou menos no
outono de 1983. Eu não me lembro do que se tratava,
mas eu sei que foi em Basic AppleSoft, e era em papel
pois eu ainda não possuía uma máquina para executá-lo.
Eu ficava rondando a loja de eletrônicos da vizinhança
para experimentar com o modelo em exposição.
O que você faz quando não está hackeando no
LibreOffice?
Eu trabalho para um ISV (Independent Software Vendor).
Nós escrevemos as ferramentas no campo Change Data
Capture: Capturamos logs de banco de dados (IMS, DB2,
Oracle ...), movendo-os, transformando-os e aplicando-os
a algum outro banco de dados), principalmente em
Mainframe e Unix.
Quando você, normalmente, se dedica ao projeto?
Normalmente, tarde da noite e nos finais de semana.
Qual é o seu editor de textos preferido? E por quê?
Emacs, porque eu tenho 10 dedos - assim Ctrl+Shift+Alt+
% não é assustador para mim - mas meu cérebro é de
certa forma contrário à noção de "edição versus modo de
comando" que está no cerne do Vi. (e todo programador
que se preze sabe que estas são as únicas duas opções
sãs).
Como você ficou sabendo sobre o LibreOffice?
Eu dei de cara com um comunicado à imprensa
anunciando a criação da The Document Foundation,
lendo alguns agregadores de notícias sobre Linux. Minha
primeira submissão de patch para a lista de discussão foi
em 28 de setembro de 2010, as 18:06:49. Isso foi umas
poucas horas após o comunicado de imprensa
anunciando a criação da The Document Foundation para
o público.
Por quê você se envolveu?
Bem, a resposta curta é: Porque eu fui bem convidado.
A versão mais longa é a seguinte:
A The Document Foundation apresentou-se com o
objetivo de ser uma organização meritocrática e aberta; e
isso foi música para meus ouvidos.
O site convidou e incentivou novos voluntários para se
apresentar, e eliminou um dos meus maiores
aborrecimentos: a Atribuição de Direitos Autorais. Eu
tenho uma desconfiança salutar de organizações que
dizem apoiar o Código Aberto, mas demandam uma
atribuição de direitos autorais, que - a história tem
demonstrado amplamente - não tem qualquer utilidade
prática a não ser permitir que essas organizações
possam tomar a propriedade do código em algum
momento. Quando essa organização, além disso, é uma
empresa, então a conclusão é inevitável - é apenas uma
questão de tempo.
Quando nós falamos de iniciativas sem fins lucrativos
dedicadas ao software livre, o risco é menor, mas mais
uma vez, há outras maneiras: Uma fundação pode ser
concedida temporariamente à administração de
proprietários de direitos autorais (em seus termos). Isso
iria cumprir a meta de tornar essa fundação relevante e
representativa, preservando sua capacidade de rescindir,
caso as coisas derem errado.
Me interessa serem levados em conta esses princípios na
fundação do projeto, e além disso a página dos
desenvolvedores anunciava um monte de tarefas, das
mais fáceis ao “enganadoramente não tão fácil”, que
novos colaboradores poderiam enfrentar. Isso foi muito,
muito útil. Ser interessado em ajudar é uma coisa ...
descobrir como começar e o que fazer é outra,
principalmente com um projeto tão grande e complexo.
Norbert Thiébaud | Tradução e adaptação: Rui Ogawa
entrevista |
Especial de Natal - Dezembro/201017| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Então, depois de me meter em alguns desses "hacks
fáceis" e postar meus primeiros patches, eu encontrei
uma comunidade muito acolhedora, onde os
desenvolvedores sêniors multiplicaram seus esforços
para ajudar novatos como eu a se tornar produtivos. Eu
estava realmente esperando muito mais obstáculos. Não
que seja sempre assim, mas ao invés de rejeitar
antecipadamente um patch, enviando-o de volta para os
recém-chegados para a correção quando ela não é
perfeita, o grupo inteiro estava trabalhando duro para
aparar as arestas e corrigir estes patches para torná-los
aceitáveis ... dando feedback ao longo do caminho sobre
como fazê-lo melhor da próxima vez....
Por incrível que pareça, eu percebi, até mesmo com
alguma surpresa, que esse comportamento é contagioso
e que não incentiva as pessoas a serem desleixadas. Ao
contrário, acho que é uma forte motivação para ser
melhor da próxima vez... porque você não quer
sobrecarregar o cara que vai rever o seu patch sabendo
que ele iria perder tempo arrumando sua bagunça, caso
você não acerte.
Eu entrei atraído pelos princípios gerais de orientação que
foram estabelecidos pela The Document Foundation, e
fiquei por causa do ambiente de trabalho gratificante e
agradável dos desenvolvedores.
Qual foi a sua primeira contribuição para o
LibreOffice?
Um pequeno patch que removia umas 5 ou 6 linhas de
código morto ... só para molhar o bico e aprender o fluxo
de trabalho.
Qual você acha que foi sua mais importante
contribuição ao LibreOffice até agora?
Eu faço mais o trabalho de limpeza e retaguarda. Coisas
que os usuários finais nunca vão ver ou conhecer.
Envolver-se em um código base de uma década de idade,
com milhões de linhas, é até mesmo um pouco
assustador. Eu acho que essas tarefas de limpeza são um
caminho para me familiarizar com o código e com o
processo de criação. Essas tarefas tendem a conduzir
para todos os trechos do código, mesmo aquele que você
nem tinha ideia que existia... E há uma abundância de
cantos obscuros e arcanos em um projeto tão vasto. Eu
só fucei a superfície ainda ... Com o tempo, espero
construir um mapa mental global do projeto, quem sabe,
até o ponto onde eu possa ser pau para toda obra,
sabendo o suficiente para dar uma mão em qualquer
trecho do código onde for necessário.
Norbert Thiébaud | Tradução e adaptação: Rui Ogawa
entrevista |
A The Document A The Document
Foundation Foundation
apresentou-se com o apresentou-se com o
objetivo de ser uma objetivo de ser uma
organização organização
meritocrática e aberta; meritocrática e aberta;
e isso foi música para e isso foi música para
meus ouvidos.meus ouvidos.
Especial de Natal - Dezembro/201018| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Qual é a sua visão para o futuro e/ou o que você
mais gostaria de ver melhorado?
Eu acredito, fervorosamente, que uma boa casa não é
feita apenas de uma boa decoração e um mobiliário
confortável. É também um bom sistema hidráulico, boa
fiação e bases sólidas. E um software é como se fosse
uma casa que começa como um quarto e termina, às
vezes, como um enorme edifício de 50 andares... e isso
significa que você tem que trabalhar constantemente para
manter o encanamento, a fiação, e as fundações em
ordem, em consonância com o resto do edifício.
Esses problemas, normalmente, não são considerados
problemas "sexy" para se resolver - alguns especialistas
alertam ainda sobre as mudanças nessas áreas, como
sendo perigoso, caro e mesmo inútil, adicionando o que
eles chamam de "débitos técnicos" ao projeto - e na
maioria das vezes, essas partes só recebem alguma
visibilidade tarde demais: quando elas falham, ou estão
desatualizadas e/ou sem manutenção, que o projeto se
arrasta a ponto de parar por causa de seu próprio peso.
Ironicamente, a própria definição de "débito técnico" é
NÃO FAZER todas essas tarefas, incluindo o "hack fácil"
como racionalizar os tipos usados no código, ou continuar
usando meia dúzia de classes para fazer de certa forma a
mesma coisa, ou deixar os avisos acumularem aos
milhares... E até certificar-se que mais pessoas possam
ler os comentários no código, traduzi-lo do alemão para o
inglês. É como quitar alguns débitos técnicos. Assim, com
o fluxo de sangue novo no projeto - muitos de nós
trabalhando nestes chamados hacks fáceis - o resultado é
de fato um reembolso de parte desse débito técnico
acumulado ao longo das últimas décadas.
Acho que a maior confusão sobre esse assunto resulta da
concepção equivocada de que o LibreOffice deveria ser
considerado como um descendente do OOo. Mas um dos
motivos principais da existência do LibreOffice, na minha
opinião, é que o OOo está falhando no seu trabalho de
ascendente ao recusar - não por motivos de ordem
técnica - integrar os trabalhos descendentes, gerando
assim, ele próprio um débito técnico.
Eu acredito que o LibreOffice irá estabelecer-se como o
ascendente de escolha, melhorando o produto
internamente, inovando e selecionando as contribuições
descendentes ou "paralelas" quando estas fizerem
sentido técnico. Bloquear todos os esforços para quitar o
débito técnico do código base existente apenas para
selecionar as alterações de descendência/ascendência
não faria sentido para mim.
A organização interna do código não é a única tarefa
importante nos bastidores. Há também todas as
infraestruturas de apoio, do Tinderbox aos testes de
regressão automatizados, da auto documentação a um
ambiente sadio de controle de código-fonte, do
desempenho de regressão à cobertura do código... tudo
isso é um bocado de trabalho e não é visível para o
usuário final, ou pelo consultor especialista, a não ser
pelo fato que, quando elas são bem feitas, os
desenvolvedores podem rapidamente buscar uma
funcionalidade de uma forma muito mais confiável.
Acontece que eu gosto de trabalhar nesses tipos de
problemas, e eu pretendo fazer isso.
Fonte:
http://blog.documentfoundation.org/2010/11/25/developer-
interview-norbert-thiebaud/
Norbert Thiébaud | Tradução e adaptação: Rui Ogawa
entrevista |
… … uma boa casa não é uma boa casa não é
feita apenas de uma feita apenas de uma
boa decoração e um boa decoração e um
mobiliário confortável.mobiliário confortável.
(...) E um software é (...) E um software é
como se fosse uma como se fosse uma
casa...casa...
Especial de Natal - Dezembro/201019| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Por Luiz Oliveira
ossas atividades diárias tomam conta da nossa vida e nunca temos oportunidade para pensar sobre a relação que há
entre nós e o mundo, entre nós e as pessoas que nos cercam ou nas pessoas que estão distantes, mas que sofrem toda
sorte de agruras. O movimento Software Livre tem o seu lado, digamos, social. Há quem afirme com todas as letras que são
uma coisa só, ou seja, não há software livre senão como um movimento social, de uma rede formada para disseminar
valores fundamentais que impõem uma ruptura no modelo atual vigente, inicialmente, na tecnologia da informação, depois
na economia, educação, saúde, política, em toda sociedade enfim, buscando a inclusão total e irrestrita, sem cair na
armadilha de tornar-se um movimento político partidário.
Como diria Lenine em sua canção “O mundo vai girando cada vez mais veloz, a gente espera do mundo, e o mundo espera
de nós, um pouco mais de paciência...”(Paciência, Lenine). Paciência aqui pode ter o significado de parar um pouco, descer
da roda gigante, distanciar-se, sair da confusão, voar bem alto e olhar como uma águia para ter o discernimento necessário
para escolher o alvo após uma avaliação global, holística. O Natal é tempo propício para isso.
O movimento Software livre sobrevive de ações e atividades. Eventos dessa natureza pipocam de norte a sul do Brasil e do
mundo e a característica marcante de todos eles é a preocupação com o bem estar das pessoas, das famílias. Vejam, por
exemplo, o Encontro Nacional BrOffice.org. Desde as primeiras edições arrecada alimentos, incentiva a doação de sangue
e, mais recentemente, estimula estudantes universitários a desenvolver código-fonte e apresentar soluções para bugs
conhecidos com uma nova visão: desenvolver para compartilhar, aprimorando ainda mais o software para uso coletivo e
livre.
A seguir algumas ações solidárias idealizadas por pessoas e grupos com o objetivo de compartilhar alegrias, alimentos,
conhecimento, brinquedos e, principalmente, esperança de um mundo melhor, mais justo e mais fraterno.
reportagem |
NN
Especial de Natal - Dezembro/201020| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Poema de natal
Élcio Dias Leite
O mundo está próximo do Natal
Momento saudável para as pessoas
As crianças estão juntas com Deus nas ruas
Comemora-se o nascimento de Jesus Cristo
No Natal as pessoas sentem amor pela vida
Preocupam-se com as crianças
Pensam na paz e no amor...
Pessoas boas são anjos da vida
As pessoas sonham com um natal feliz
Pois o Natal é importante para as pessoas.
Precisamos preservar o espírito natalino
Encher o coração de todos no mundo com paz e amor.
Natal é a noite do nascimento de Jesus e é para ele
que celebramos essa festa!
Natal solidário | Por Luiz Oliveira
reportagem |
Qual o seu nome e se era possível a divulgação das
mensagens, escritas por ele, na Internet.
Atualmente, o blog recebe colaboração dos pacientes
Angelita Mauricio Germano, Giseli Martins, Irineu da
Costa, José Roberto Bueno, Josená Francisco de Souza,
Katia Capdevilla, Manoelito Ferreira, Maria de Fatima de
Oliveira, Rodrigo Araújo da Silva, Rosangela Barbosa,
Wellington Lima Santos e Wilson Pereira Louback.
As Casas André Luiz dedicam-se ao atendimento
exclusivo à pessoa com deficiência mental, leve,
moderada, grave e profunda, com ou sem deficiência
física associada. Todos os pacientes internados exigem
cuidados contínuos, por toda a vida. A Unidade de Longa
Permanência tem capacidade para atender 600
pacientes; 80% deles são casos graves, e mais de 50%
são acamados e/ou cadeirantes.
Blog Nossos Poetas
O clima de Natal faz com que as pessoas sejam
incentivadas a escreverem poesias, pensamentos, cartas
aos amigos e parentes. Leiam essa poesia simples e
singela, por exemplo:
O autor dessa poesia não fala, não escreve, não anda.
Ele tem 48 anos e é paciente das Casas André Luiz
desde que tinha sete anos e faz parte de um projeto da
instituição que pretende dar voz aos pacientes através de
um blog[1]. Élcio consegue manifestar seus pensamentos
utilizando o Sistema Bliss de comunicação alternativa que
nada mais é do que um sistema simbólico gráfico visual.
O suporte físico para a disposição dos símbolos variam
desde suportes que empregam baixa tecnologia
(pranchas de comunicação, pastas, cardápios, álbum de
fotos, etc. ) até aparelhos eletrônicos de alta tecnologia
(softwares, microcomputadores, sintetizadores de voz,
pranchas eletrônicas, etc). No caso do Élcio, ele utiliza
uma prancha com vários símbolos e através do apontar,
de expressões faciais e corporais demonstra o que quer
escrever. Dessa forma são estruturados seus diálogos e
elaboradas suas poesias.
Segundo o gerente de informática das Casas André Luiz,
Victor Aniceto, o blog nasceu após um diálogo com um
dos pacientes que lhe fez duas perguntas.
Natal livre – Tecnologia para todos
Natal livre 2008 -Da esquerda para a direita: Sérgio Luiz, Alec Nascimento, Lucas Filho, Elan Lopes e Carlos Junior
Flickr
Um dos idealizadores do evento Natal Livre é Lucas Filho,
um colaborador do Grupo de Usuários BrOffice.org do
estado do Ceará. Lucas Filho é formado em marketing,
consultor de informática da empresa OpenCe Tecnologias
e Serviços. Já na quarta edição, o Natal Livre é um
evento diferente, pois alia o espírito de natal através da
arrecadação de alimentos e brinquedos para instituições
carentes com uma grade de palestras sobre temas
variados focados em tecnologias livres. Nesse ano o tema
Especial de Natal - Dezembro/201021| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Natal solidário | Por Luiz Oliveira
reportagem |
Segundo Xavier, a entrega dos brinquedos no dia de
Natal foi uma mistura de emoção, e de sentimento de
dever cumprido apesar do tumulto gerado pela demanda,
muito acima das expectativas.
Em 2004, com a intenção de dobrar a quantidade de
brinquedos, Xavier tratou de procurar mais pessoas entre
colegas de trabalho, da Universidade, parentes e amigos.
Após toda a mobilização, houve um aumento significativo
no número de brinquedos, mas ainda não foi possível
dobrar em relação ao primeiro ano. Para evitar o tumulto
do primeiro ano, foram distribuídos cartões de controle na
entrega dos brinquedos.
central do evento foi o pacote para escritório BrOffice.
“Com isto, alinhamos o tema ao evento, fazendo com que
a maioria das palestras sejam voltadas ao tema
escolhido”, afirma Lucas Filho.
A grade de programação do Natal Livre trouxe em 2010 a
palestra sobre o editor de textos BrOffice Writer
ministrada por Lucas Filho. Outra palestra ministrada por
Daniel Henrique da Costa foi sobre o Blender 3D, um
programa de animações, objetos 3D e filmes. A grade
também contempla um “Papo Livre” que tem como
finalidade permitir que os usuários e participantes do
evento falem sobre suas experiências com softwares
livres, sobre desejos, dicas, estudo de casos,
agradecimentos e sobre o Natal.
Ação Xavier e Parceiros
A Ação Xavier e Parceiros é uma iniciativa do colaborador
do Grupo de Usuários BrOffice do Pará, Raimundo das
Graças Lima Xavier. Raimundo Xavier nasceu na Cidade
de Irituia-PA, com cinco anos foi para Santa Barbára-PA e
hoje vive em Marituba-PA. Em Santa Barbará-PA apesar
da falta de um brinquedo, um prato de comida, uma roupa
e moradia conseguiu estudar e trilhar uma carreira bem
sucedida. Estudou em escolas públicas e tem a formação
de Técnico em Eletrônica, Técnico em Manutenção de
Aeronaves, Tecnólogo em Processamento de Dados,
Analista de Sistemas e Analista de Desenvolvimento do
Serviço Federal de Processamento de Dados, SERPRO.
A ação Xavier e Parceiros foi idealizada em dezembro de
2002, após reflexão sobre como contribuir para a
felicidade das pessoas sem condições financeiras para
presentear os filhos com brinquedos e muitas vezes, sem
condições sequer para alimentar-se adequadamente,
sobretudo no Natal. Entretanto, a realização do primeiro
evento só foi possível em 2003, quando Raimundo Xavier
comprou e pagou do próprio bolso 50 brinquedos, dividos
igualmente entre meninos e meninas.
Ação Xavier e Parceiros
Xavier e os brinquedos
Ação Xavier e Parceiros – cartão de controle
No Natal de 2005 e 2006 os parceiros aumentaram e,
consequentemente, mais crianças puderam ser
agraciadas. Foram distribuídos 164 e 206 brinquedos,
respectivamente.
Especial de Natal - Dezembro/201022| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Natal solidário | Por Luiz Oliveira
reportagem |
A partir de 2008, começa uma nova fase na Ação Xavier e
Parceiros. Além de brinquedos e roscas de natal, o
desafio passou a ser a busca de cestas de alimentos.
Como sempre, a sociedade atendeu prontamente e, em
2009, foram mais de 500 brinquedos doados, 11 cestas
básicas e 80 roscas obrigando a organização a alugar um
veículo para levar as doações.
A ação xavier e parceiros realizou levantamento de tudo
que já fez na comunidade de Santa Barbára,
especificamente em Pau D´Arco, no estado do Pará. O
levantamento fica disponível na internet, no blog oficial do
Ação Xavier e Parceiros. Os números demonstram uma
evolução surpreendente nos primeiros sete anos de
trabalho, tornando-se um incentivo ainda maior para a
organização do evento.
Na opinião de Raimundo Xavier, a distribuição de
alimentos e brinquedos não é capaz de tirar as famílias do
"ciclo de baixa renda". Para ele, é necessário “acreditar
na EDUCAÇÂO pessoal e na de seus filhos, pois só a
educação pode tirá-los dessa situação”, conclui.
Referencias:
http://www.casasandreluiz.org.br/blog/
http://www.casasandreluiz.org.br/
http://natallivre2010.blogspot.com/
http://acaoxaviereparceiros.blogspot.com/
A cada ano as colaborações foram aumentando. Na 4ª
edição, em 2007, 246 brinquedos foram arrecadados e
distribuídos, mas a novidade da edição foi a distribuição
de 50 roscas natalinas. Também foi em 2007 que a
arrecadação de brinquedos ganhou um aliado de peso. O
Serpro disponibilizou um espaço para a realização do 1º
Café Solidário, cujo objetivo era arrecadar brinquedos e
alimentos dos funcionários da empresa em uma manhã
do mês de dezembro antes do dia do Natal.
Mesa posta do 1º Café da Manhã Solidário
1º Café da Manhã Solidário
Organizadores do Café da Manhã Solidário
O momento da entrega dos presentes e
alimentos, com certeza, é um momento de
grande emoção tanto para quem está à
frente do projeto quanto para quem está
sendo contemplado
Especial de Natal - Dezembro/201023| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Arq
uiv
o p
ess
oa
l
cultura |
Seu Papai NoelQue nesse NatalNinguém passe fomeNinguém passe malPra que a alegriaPossa ser total
Que os homens que têmO mundo na mãoSe esqueçam que existeAquele botãoCapaz de fazerSó destruição
Que nesse natalMinha mãe e meu paiEstejam comigoQue não briguem maisPelo menos hojeQue exista paz
Que os homens na ruaNão vejam o sinalCom crimes e crimesE achem normalQue pensem nos outrosSejam menos maus
Seu Papai NoelNão quero brinquedoSe eu não puderBulir, meter o dedoVer como é por dentroVer cada segredo
Eu quero aprenderComo é esse mundoPra quando eu crescerDepois dos estudosTorná-lo melhorPoder mudar tudo
Se quem tem poderNa palma da mãoNão quer melhorarA situaçãoEu poder fazerCom minha geração
Pra que ter presenteSem ser pra nós dois?Que brinque sozinhoNum vidro, sem nós?!Eu quero quebrar!E ajeitar depois!
Seu Papai NoelNão quero brinquedoSe eu não puderCopiar ligeiroPara os meus amigosPara o mundo inteiro
Eu quero poderCom amigos e amigasCompartilhar tudoMomentos, cantigasLivros e brinquedosPor toda essa vida
Porque, meu velhinhoSeu Papai NoelTudo que há de bomNunca foi "só meu"Quem não compartilhaNão irá pro céu
Seu Papai NoelNão quero presenteDê pra quem precisaPois tem tanta genteCom fome, com frioSem casa e carente
Pra quê um brinquedoSe tem tanta genteQue nem tem comidaNem casa decenteSó têm uns aos outrosE a dor permanente?
Seu Papai NoelPeço um compromissoDê pra todo mundoSó o que for precisoNão vai faltar nadaÉ só ter juízo
Devolva o autoramaDos fíos de papaiNa loja e o dinheiroPegue e vá atrásDo que tanta gentePrecisa bem mais
Que nesse NatalPense em nós primeiro,Pobres e o Natal,Peço em derradeiro,Que se for assimDure o ano inteiro
Por: Cárlison Galdino
Especial de Natal - Dezembro/201024| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Arq
uiv
o p
ess
oa
l
cultura |
Sete vidas Sete vidas (Seven Pounds)(Seven Pounds)
Imagine se você pudesse voltar no tempo e com isso
alterar o rumo da sua história? Não estamos falando de
nenhum filme de ficção como 'De Volta para o Futuro' ou
'Em Algum Lugar do Passado'. Aliás, quem gosta de
romance com final feliz não deve assistir Sete Vidas
(Seven Pounds). É um filme dramático, extremamente
dramático. O filme tenta refletir um pouco sobre a vida, a
morte e a linha tênue que as separam e as unem. O
protagonista, Tim Thomas (Will Smith), sabe da
impossibilidade de voltar no tempo para curar suas feridas
e as perdas irreparáveis que insistem em atormentá-lo.
A saída encontrada por Tim é inusitada. Abandona sua
vida profissional de sucesso como engenheiro de
aeronaves, envolve alguns amigos de infância e o próprio
irmão e se passa por um agente do Departamento do
Tesouro dos Estados Unidos, no intuito de localizar as
pessoas que serão alvo de sua cuidadosa e premeditada
redenção. Sua busca tem o objetivo de salvar sete vidas.
O critério adotado é que essas pessoas sejam dignas do
presente que pretende oferecer a elas. Tudo vai bem até
Tim se envolver com uma paciente com coração fraco e
que precisa fazer com urgência um transplante para
continuar a viver. O preconceito é rechaçado no filme. Há
latinos, brancos, negros, ricos e pobres, crianças e
adultos, todos com uma carência em comum que dinheiro
nenhum pode comprar.
“Em sete dias Deus criou o mundo. E em sete segundos eu destruí o meu” Tim Thomas.
Dica de filme | Por Luiz Oliveira
Especial de Natal - Dezembro/201025| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Por Pedro Ciríaco
Download: Calendário
Contribua para o Escritório Aberto enviando seus modelos para [email protected]
Antes de enviar, observe as instruções para adição da licença no seu modelo em http://www.broffice.org/escritorio_aberto/adicionando_licenca_a_um_arquivo
Maiores informações em http://www.broffice.org/escritorio_aberto
Ao
Viv
o B
r
O Projeto Escritório Aberto tem como objetivo fornecer modelos de arquivos para o BrOffice totalmente
gratuitos, prontos para usar e excelentes para o aprendizado. Assim, futuros usuários contarão com
aplicações práticas para demonstração dos diversos usos do BrOffice por meio de exemplos utilizáveis.
Tratam-se de arquivos de uso diário, enviados por colaboradores e que servem perfeitamente às nossas
necessidades, todos licenciados pela GPL.
2010, ano de muitos acontecimentos
na comunidade BrOffice.org, tanto
que ganhamos uma edição especial
com uma retrospectiva! Agora é
tempo de pensar em projetos,
reorganizar nossas ideias, colocar
novas metas no calendário de
2011...Pensando nisso, a seção EA
traz dois modelos de calendários para
você personalizar à sua maneira.
Download: Calendário Magnético
E é lembrando também do réveillon, onde muitos iniciam
uma nova dieta, que sugerimos a você uma planilha de
monitoramento de peso:
Download: Monitoramento
escritório aberto |
Calendário2011
A todos um Feliz Natal e um Ano de 2011 de muito
sucesso!
Especial de Natal - Dezembro/201026| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Por Olivier Hallot
Já sabemos que o BrOffice Calc e o Excel tem
muitas similaridades e algumas diferenças.
Uma das diferenças que aparece com certa
frequência é a interpretação das informações sobre
os dados, o que chamamos de Tipo de dado.
Ao ler dados de tabelas de banco de dados e de
arquivos de texto, o BrOffice “assume” a natureza
da informação a partir de uma análise dos dados.
Se ele entende que a informação tem aspecto de
uma data, ele exibe os dados no formato de data.
Caso seja um texto com aspecto de um número, ele
exibe a informação como se fosse um número. Se
ele perceber que a informação não se assemelha a
um número ou a uma data, ele assume que se trata
de um texto.
Estas opções de interpretar os dados de uma tabela
de banco de dados estão disponíveis na tela que
aparece quando abrimos um arquivo do tipo Texto
ou CSV (Comma Separated Values, valores
separados por vírgulas). Ali, será possível modificar
o comportamento do BrOffice Calc para acomodar
variações no formato dos números.
Cada coluna da janela de dados que aparece tem
um cabeçalho que pode ser modificado. Em Padrão,
teremos uma interpretação de números, datas e
texto convencionais.
Temos depois 3 tipos de datas, variando a posição
dos dias, meses e anos do texto. Em inglês
Americano, temos a possibilidade de lermos
números na grafia inglesa onde a vírgula serve para
separar os milhares e o ponto serve para separar as
decimais. Também podemos ocultar uma coluna
caso queiramos omiti-la na leitura.
Como identificar que temos um texto no meio de
uma soma ou de algum cálculo algébrico?
Dica: o Calc possui um recurso visual para ajudar
na identificação da natureza (tipo) dos dados. Trata-
se do Realce de valor, disponível em Menu Exibir –
Realce de Valor.
Com o Realce de Valor ativado, os números são
marcados de AZUL, os textos de PRETO e as
fórmulas calculadas de VERDE.
Atente para este detalhe quando for utilizar SOMA,
PROCV, Filtros, etc...nos dados lidos de uma tabela
de banco de dados ou arquivo texto, e CSV.
Cuidados com Cuidados com os tipos de os tipos de dados no Calcdados no Calc
dica |
Especial de Natal - Dezembro/201027| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Por Nilson Almeida de Araújo
A ESTRUTURA DOS TRABALHOS ACADÊMICOS A ESTRUTURA DOS TRABALHOS ACADÊMICOS
DIVIDE-SE EM:DIVIDE-SE EM:
Elementos pré-textuais,
Elementos textuais
Elementos ós-textuais.
ELEMENTOS PRÉ- TEXTUAISELEMENTOS PRÉ- TEXTUAIS
Os elementos pré-textuais constituem a parte introdutória
do trabalho.
São considerados elementos PRÉ-TEXTUAIS:
capa (obrigatório);
lombada (opcional);
folha de rosto (obrigatório);
errata (opcional);
folha de aprovação (obrigatório);
dedicatória(s) (opcional);
agradecimento(s) (opcional);
epígrafe (opcional);
resumo;
abstract;
lista de ilustrações (opcional);
lista de tabelas (opcional);
lista de abreviaturas e siglas (opcional);
lista de símbolos (opcional);
lista de anexos e apêndices;
sumário (obrigatório).
ELEMENTOS TEXTUAISELEMENTOS TEXTUAIS
Os elementos textuais constituem a parte do trabalho
onde é exposta à matéria.
São considerados elementos TEXTUAIS:
a) introdução;
b) desenvolvimento;
c) conclusão.
dica |
Formatação de teses e Formatação de teses e monografias conforme ABNTmonografias conforme ABNT
Especial de Natal - Dezembro/201028| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Formatação de teses e monografias conforme ABNT
Por Nilson Almeida de Araújo
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAISELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
São os elementos que complementam o trabalho. Após a
Conclusão, as demais seções do trabalho não são mais
numeradas, porém a paginação segue aparecendo até o
final.
São considerados elementos PÓS-TEXTUAIS:
a) referências (obrigatório);
b) glossário (opcional);
c) apêndice(s) (opcional);
d) anexo(s) (opcional);
e) índice(s) (opcional).
Paginação: as páginas devem ser numeradas no canto
superior direito. Os números das páginas devem ser
todos em algarismos arábicos (1, 2, 3, etc.), iniciando-se a
numeração a partir da parte textual (na Introdução).
Opcionalmente, poderá ser paginado o pré-texto em
algarismos romanos (i, ii, iii, etc.).
Numeração: A capa não é contada e nem numerada. A
folha de rosto é contada (pg. I), mas não numerada. Daí
em diante, os elementos pré-textuais são numerados em
romano (II, III, IV, etc.) no meio do rodapé. O restante do
documento recebe numeração cardinal a partir da
Introdução (pg.1) do lado direito do cabeçalho.
Outras: As referências devem estar em ordem alfabética e
numeradas.
INICIANDO O TRABALHO:INICIANDO O TRABALHO:
A CAPA não recebe cabeçalho nem rodapé.
A FOLHA DE ROSTO não recebe cabeçalho nem rodapé,
mas é contada como página "i" sem receber numeração.
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS recebem somente rodapé
e numeração em algarismo romano (começando em ii).
ELEMENTOS TEXTUAIS recebem só cabeçalho e a
numeração em algarismos arábicos começando de 1 até
o final do texto.
PREPARANDO AS PÁGINAS E FORMATOSPREPARANDO AS PÁGINAS E FORMATOS:
PASSO-A-PASSO:
1) Abra um novo arquivo e salve com o nome de TESE.
2) Precisamos criar quatro tipos de páginas como estilo.
Tipo Capa: sem cabeçalho e sem rodapé
Clique F11 e selecione o Botão > Estilo de páginas.
Com botão direito em um espaço em branco da janela,
clique em NOVO... Na aba Organizador > Nome digite
Capa. Na aba Página, selecione Margem: esquerda (3
cm), direita (2 cm), superior (3 cm), inferior (2 cm). Clique
Ok.
dica |
FORMATAÇÃO BÁSICAFORMATAÇÃO BÁSICA
Papel: A4 na cor branca. À exceção da ficha
catalográfica, todo trabalho deve ficar na frente das folhas
para a impressão.
Margens: esquerda 3,0 cm; direita 2,0 cm; superior 3,0
cm; inferior 2,0 cm. As citações devem ter margem de 2,0
cm a esquerda.
Fonte: Use Arial ou Time New Roman com tamanho 12.
Somente as ilustrações podem ser diferentes de preto.
Espaçamento: O parágrafo deve ser justificado e com
espaçamento 1,5. O texto deve ter espaçamento 1,5.
Obs.: As referências, as legendas, a ficha cartográfica, as
notas de rodapé, as citações longas, o objetivo e o nome
da Instituição, os resumos devem ser digitados em
tamanho 10 e espaçamento simples. Deve-se manter um
recuo de 4 cm da margem esquerda para as citações de
mais de três linhas,
Especial de Natal - Dezembro/201029| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Formatação de teses e monografias conforme ABNT
Por Nilson Almeida de Araújo
Tipo Folha de RostoTipo Folha de Rosto:
Sem cabeçalho e sem rodapé. A página será contada,
mas não numerada.
Clique F11 e selecione o Botão > Estilo de páginas.
Com botão direito em um espaço em branco da janela,
clique em NOVO... Na aba Organizador > Nome digite
Folha de Rosto. Na aba Página, selecione Margem:
esquerda (3 cm), direita (2 cm), superior (3 cm), inferior (2
cm). Na aba Rodapé, marque Ativar rodapé. Clique Ok.
dica |
Especial de Natal - Dezembro/201030| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Formatação de teses e monografias conforme ABNT
Por Nilson Almeida de Araújo
3) No arquivo TESE clique em F11 e selecione Botão >
Estilo de páginas. Dê um duplo clique sobre o tipo criado
"Capa". Para facilitar a identificação, escreva a palavra
Capa em fonte grande. A página receberá essa
formatação.
4) Insira o cursor após a palavra Capa e clique no menu
Inserir > Quebra Manual > Quebra de Página > escolha
Folha de Rosto > OK. Será inserida uma nova página
com essa formatação. Para facilitar a identificação,
escreva "Folha de Rosto" em fonte grande.
dica |
Organizador Organizador Elemento Pré-textuaElemento Pré-textual:
Sem cabeçalho, com rodapé numerado em romano
minúsculo centralizado.
Clique F11 e selecione o Botão > Estilo de páginas. Com
botão direito em um espaço em branco da janela, clique
em NOVO... Na aba Organizador > Nome digite Elemento
Pré-textual. Na aba Página, selecione Margem: esquerda
(3 cm), direita (2 cm), superior (3 cm), inferior (2 cm). Na
aba Rodapé, marque Ativar rodapé. Clique Ok.
Elemento TextualElemento Textual:
Com rodapé, com cabeçalho numerado com números
arábicos à direita
Clique F11 e selecione Botão > Estilo de páginas. Com
botão direito sobre Padrão > Modificar... Na aba Página,
selecione Margem: esquerda (3 cm), direita (2 cm),
superior (3 cm), inferior (2 cm). Na aba Cabeçalho,
marque Ativar cabeçalho. Clique Ok.
5) Insira o cursor após a palavra "Folha de Rosto" e clique
no menu Inserir > Quebra Manual > Quebra de Página
> Estilo > Elemento Pré-textual > OK. Será inserida
uma nova página com essa formatação. Para facilitar a
identificação, escreva a palavra "Errata" em fonte grande.
Coloque o cursor após a palavra e faça outras quebras de
páginas com os títulos a que se destinam. Podemos usar
a combinação CTRL + Enter para realizar as quebras de
páginas.
Especial de Natal - Dezembro/201031| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
Formatação de teses e monografias conforme ABNT
Por Nilson Almeida de Araújo
7) Ao final dos elementos pré-textos, coloque o cursor
após a última palavra e clique no menu Inserir > Quebra
Manual > Quebra de Página > Estilho Elemento
Textual > OK.
dica |
6) Com o cursor no rodapé da página Errata, clique no
botão Centralizador da Barra de Formatação. Clique no
menu Inserir > Campos > Outros e escolha Página >
Página Anterior > Formato Romano (i,ii,iii) > Inserir >
Fechar. Será inserido a numeração romana minúscula.
8) Para facilitar a identificação dessa primeira página tipo
Elemento Textual, escreva a palavra "Introdução" em
fonte grande. Em seguida, com o cursor no cabeçalho
desta página, clique no botão Alinhar a Direita da barra
de formatação. Clique no menu Inserir > Campos >
Outros > Tipo > Página > Número de Páginas >
Arábico (123) > Deslocamento: se estamos, por
exemplo, na página 6, então digite -5. Assim,
retrocederemos cinco páginas e a Introdução receberá a
página 1. Coloque o cursor após a última palavra da
página e insira quebras de páginas o quanto forem
necessárias com CTRL + ENTER.
OBSERVAÇÃOOBSERVAÇÃO:A formatação acima está considerando que todo trabalho será impresso apenas nas folhas de frente, sem uso do verso (o que ocorre em teses finais de capa dura). No entanto, para apresentação à banca, as instituições costumam solicitar que o trabalho seja impresso - frente e verso, evitando assim o consumo exagerado de papel. Isso vale apenas para o trabalho propriamente dito, pois os elementos pré-textuais e pós-textuais devem manter o verso em branco. Então, para a banca, após o trabalho pronto, divida a impressão em duas fases: primeiro imprima os elementos textuais e pós-textuais; depois, imprima os elementos textuais. A configuração de impressão dependerá do tipo de impressora de que se dispõe.
Especial de Natal - Dezembro/201032| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista
retrospectiva 2010 |Por Luiz Oliveira
Muitas coisas aconteceram nesse ano de 2010. Ainda
bem que podemos falar com toda franqueza que a
maioria das notícias do ano foram boas para a
comunidade e para a Revista BrOffice.org. Um dos
maiores destaques foi sem dúvida o surgimento da The
Document Foundation que vai continuar o
desenvolvimento do OpenOffice.org com o nome de
LibreOffice. A participação da BrOffice como uma das
instituições que dá suporte à TDF é o resultado do
amadurecimento e da seriedade da comunidade
brasileira.
A BrOffice.org tem um representante brasileiro no Comitê
Gestor e que responde pela TDF aqui no Brasil. Olivier
Hallot, líder de tradução para português do Brasil e Diretor
voluntário da BrOffice.org participou ativamente do
processo inicial de organização da TDF.
A seguir, as notícias que foram destaque nas oito edições
da Revista BrOffice.org desse ano:
Nova versão do Verificador Ortográfico traz
reconhecimento de termos compostos hifenizados,
desenvolvido pela equipe do Hunspell, responsável pelo
aplicativo gerenciador do Corretor Ortográfico do
OpenOffice.org em todo o mundo.
IV Encontro Nacional BrOffice.org: Uma ampla matéria
revelando os bastidores do maior evento da comunidade
BrOffice.org. Estratégias de migração; desenvolvimento
através do contato com o código do BrOffice; o “olhar” do
mercado e uma novidade interessante - o Hack Lab,
foram as principais características do EnBrO realizado em
abril, em mais de 20 estados brasileiros.
90 mil máquinas: Processo de instalação do BrOffice no
parque de máquinas da Petrobras. O público atingido foi
de cerca de 100 mil pessoas devidamente treinadas em
BrOffice.
Entrevista com Olivier Hallot ao assumir representação
no Conselho Internacional OpenOffice.org.
Participação da BrOffice.org no IV Encontro de
Software Livre da Paraíba e no Flisol em várias cidades
brasileiras.
Um artigo de Gustavo Pacheco revela o novo projeto
Professor Digital do estado do Rio Grande do Sul, após
mobilização da comunidade.
Entrevista com Rubens Queiroz de Almeida, um dos
colaboradores mais antigos da Revista BrOffice.org, além
de ser um evangelizador de Software Livre reconhecido
por várias comunidades no Brasil e no mundo pelo seu
trabalho incansável.
SpeechOO, uma extensão capaz de digitar textos por
comando de voz.
Aniversário de 10 anos do projeto OpenOffice.org e
preparativos para a Conferência Anual, em Budapeste.
Nessa edição a matéria de capa foi BrOffice em
Concursos Públicos. A repercussão foi imediata pois
vários concursos passaram a exigir conhecimento em
BrOffice.
A edição 15 marcou a chegada da The Document
Foundation e o LibreOffice. Uma entrevista com Olivier
Hallot revelou os bastidores do lançamento da Fundação.
Também foi publicado o Manifesto da Próxima Década.
Sobre a comunidade brasileira, um histórico de dois
importantes projetos, o Verificador Ortográfico e o
Corretor Gramatical. Para encerrar os destaques, uma
abordagem técnica da Conferência Anual do
OpenOffice.org feita por Gustavo Pacheco.
Matéria de capa traz tudo sobre a migração do Fundo
de Pensão Serpros para Ubuntu Linux e BrOffice e o
programa de treinamento dos funcionários com apoio e
suporte técnico da OSCIP BrOffice.org.
*Um importante relato sobre o uso do BrOffice no
desenvolvimento de um sistema de controle de processos
do TJDFT e a participação da BrOffice.org na VII
Conferência Latino Americana de Software Livre.
Na mais recente edição o lançamento do CoGrOO
Comunidade, uma ferramenta colaborativa para usuários
do Corretor Gramatical do BrOffice bem como a nova
versão do corretor integrada ao novo portal.
Cases de migração e treinamento em BrOffice na
Petros e na UFRJ.
Universidade Livre: apoio da BrOffice.org ao evento
cujo objetivo é promover o uso e desenvolvimento de
software livre nas universidades
Dezembro | 201033| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista