ANO III - 142° Edição 15 de abril de 2016§os-e... · ser aplicadas à remissão dos próprios...

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ANO III - 142° Edição | 15 de abril de 2016 |

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ANO III - 142° Edição | 15 de abril de 2016 |

Igreja eCongregação

Província BSP eDistrito BSL

Nesta Edição

Sem o Trabalho as coisas úteis e agradáveis ou não existiriam ou não serviriam. Pe. Dehon“ “

Envio Missionário: P. Benê vai para Óbidos/PA 6

- Fr. Antônio Maria Rezende Pereira - P. José Ronaldo de Castro Gouvêa - P. Mariano Weizenmann - Fr. Rarden Luis Reis Pedrosa.

Equipe Responsável por E&L

P. Zezinho: teologia e devoção, em poesia e canção 10

Saberes e Sabores 11Novo Secretário Geral 5

Palavra de Padre Dehon 4

Experiência da Semana Santa 7

Amoris Laetitia 8

Para ComeçarAno da Misericórdia: algumas curiosidades

Informações sobre o Ano Santo da MisericórdiaEquipe de redação de E&L.

1. O que é um Ano Santo ou Jubileu Extraordinário?Na tradição católica, o Jubileu é o ano que a Igreja proclama

para que os fiéis se convertam e voltem mais intensamente a Deus, pela reconciliação, por meio da penitência, da oração, da caridade, dos sacramentos e da peregrinação, “porque a vida é uma peregrinação e o homem é um peregrino” (MV 14). Em todos os Anos Santos é possível ganhar indulgências, graças especiais que a Igreja concede e que podem

ser aplicadas à remissão dos próprios pecados e suas penas, ou aos defuntos que estão no purgatório.O lema deste Ano Santo é “Misericordiosos como o Pai”, e a principal intercessora do Jubileu é

Nossa Senhora da Misericórdia.A cada 25 anos, a Igreja celebra um Ano Santo Ordinário. O próximo será em 2025. Fora dos

anos santos ordinários, a celebração do Ano Santo é “extraordinária”.

2. Por que este Ano Santo é o da misericórdia?Papa Francisco quis que o tema fosse a misericórdia para nos unir mais a Cristo, em quem se reflete

a misericórdia do Pai, que é “rico em misericórdia” (MV 1). A misericórdia é superior à justiça. Deus é justo, mas vai muito além da justiça, com sua misericórdia e seu perdão.

3. De quando a quando vai o Ano Santo da Misericórdia?O Ano Santo começou no dia 8 de dezembro de 2015 (Solenidade da Imaculada Conceição

e celebração dos 50 anos do final do Concílio Vaticano II) e termina no dia 20 de novembro de 2016 (Solenidade de Cristo Rei e último dia do ano litúrgico).

4. O que se nos propõe ao longo do Ano Santo?Fazer peregrinação e atravessar a “Porta Santa”, no intuito de obter indulgência. Isso deve

ocorrer na catedral da sua diocese ou nas igrejas e basílicas destinadas ao intuito. Em cada diocese há uma “Porta Santa” e, cruzando-a, você ganhará as indulgências do Ano Santo (quando a peregrinação for acompanhada de confissão, comunhão, recitação do Credo e uma oração pelo Papa).

5. O que são e o que fazem os “missionários da misericórdia”?Na Quarta-Feira de Cinzas Papa Francisco enviou 1.070 padres e bispos eméritos chamados

“missionários da misericórdia”. Eles poderão celebrar missões nas paróquias e despertar o chamado à misericórdia. Além disso, poderão perdoar pecados muito graves, habitualmente restritos à absolvição do bispo.

6. Qual é a importância do Ano Santo no pontificado de Francisco?O centro do pontificado do Papa Francisco é a misericórdia de Deus e, portanto, este ano jubilar

é um dos pontos altos do mesmo.

7. O Ano Santo é importante para outras religiões?A misericórdia “ultrapassa os confins da terra” (MV 23): ela nos relaciona com o

judaísmo, como se vê no Antigo Testamento, em que a misericórdia de Deus é evidente; também nos relaciona com o islamismo, que atribui ao Criador os nomes de “misericordioso” e “clemente”. Papa Francisco pede o diálogo com todas as “nobres tradições religiosas” do mundo.

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|||| Abrindo Espaços e criando Laços!

Palavra de Padre Dehon: A Renovação Social Cristã

II. O apostolado social de Padre DehonP. André Perroux, scj

Os anos mais intensos (1)

Chegamos exatamente ao ano de 1897. Será o “grande ano” segundo um dos melhores biógrafos de Padre Dehon. Algum tempo antes, ele procurou elaborar como que uma “síntese da questão social” inspirando-se, sem dúvida, como o fez mais vezes, em outros ensaios como, por exemplo, o do P. Six [Cf. OSC VI, pp. 121-134, e a apresentação feita por L. Morello, em Dehoniana, 1982, pp. 117ss]. Ele aborda, ali, a reorganização de toda a sociedade: sociedade doméstica, profissional, civil, internacional e religiosa.

Para cada setor ele invoca princípios, anuncia grandes linhas de reforma a serem promovidas. É uma tentativa que mostra um momento de maturidade em sua reflexão. Prepara-se claramente para as Conferências e as Directions Pontificales Politiques et Sociales [Este livro das Directions Pontificales Politiques et Sociales, foi publicado em Paris, no ano de 1897, pela livraria Bloud et Barral. Cf. OSC II, pp. 379- 474].

De 14 de janeiro a 11 de março de 1897, acontece a série de conferências feitas em Roma; são as cinco primeiras que serão publicadas em seguida na Renovação Social Cristã. “A preparação das minhas conferências tomará todo aquele inverno” (NQT XII/1897, 41). Escreve, também, vários artigos para diversas revistas francesas, especialmente um artigo para a Chronique du Sud-Est, com o título “Liberdade religiosa, sim; mas também liberdade econômica” [Cf. este artigo em OSC I, pp. 320-322].

Ao voltar de Roma, em fins de maio, Padre Dehon detém-se em Paris para visitar personalidades políticas e religiosas em evidência, entre elas o Núncio apostólico. Encontra-se com a redação do jornal L’Univers. Constatamos, ali, de novo seu objetivo permanente: informar e escutar, unir o mais possível o mundo influente ao “movimento democrático, o ‘ir ao povo’ que o Papa quis criar” (NQT, ibid., 60).

Pouco depois da publicação do opúsculo Nos Congrès em março, aparece em dezembro Les Directions Pontificales, em um período de exacerbada, na véspera de decisivas eleições políticas. Trata-se de um novo esforço para fazer compreender a posição de Leão XIII, para convidar os católicos a aceitar viver sob um regime republicano. Padre Dehon revela aí suas qualidades de fidelidade e de retidão, na dignidade e no respeito, para servir a Cristo. “Não queremos nem humilhar nem ofender aqueles que são chamados de refratários”, anuncia ele no prefácio. “Queremos ganhá-los pelo diálogo e o raciocínio, pela explanação leal e convincente das diretrizes pontifícias, dentro das medidas impostas pela verdade e pela caridade... Somos guiados unicamente pelo mais ardente desejo do reino social de Jesus Cristo” [Les Directions Pontificales Politiques et Sociales, Préface: cf. OSC II, p. 383]. Pouco depois, infatigável, Padre Dehon começa a preparar o Catecismo Social, que será publicado no ano seguinte.

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Indicado Secretário Geral: P. Pedro Iglesias Curto

Novo Secretário GeralDa Cúria Geral.

Na reunião do dia 12 de abril/2016, o Superior Geral indicou o novo Secretário Geral na pessoa do P. Pedro Iglesias Curto. Ele assumirá o encargo a partir de 1º de agosto de 2016.

Particular agradecimento é expresso ao provincial da ESP, P. José Luis Munilla e a toda província espanhola por haver disponibilizado o confrade a um

serviço importante e delicado para a Congregação.Muito obrigado também a P. Pedro que aceitou entrar nesta nova aventura,

em que o aguarda um tempo de aprendizado e muito trabalho. Por cero não lhe faltará o apoio dos confrades, atentos e prontos a fazer comunhão.

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Envio Missionário: P. Benê vai para Óbidos/PA

Missa de Envio do Padre BenêFr. Rafael Vieira, scj (BSP, 1º Ano de Teologia).

“Hoje é a nós que Tu chamas e também chamas a mim, chamas porque Tu nos ama e Teu amor é sem fim. Por isso, eu digo que sim,

sim eu irei...” (Pe. Zezinho)Nesta quinta-feira dia 14 de abril pudemos,

com alegria, declarar que nós, enquanto Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, vamos à missão na Amazônia! Isso porque celebramos o envio do Padre Benê ao Estado do Pará em Juriti Velho.

Reuniu-se na comunidade do Convento Sagrado Coração de Jesus os religiosos da casa, juntamente com os religiosos e seminaristas do Seminário Dehoniano para juntos celebrar o envio. A missa contou com a participação dos familiares do padre enviado.

Durante a missa, o Padre Ronilton destacou a importância do Padre Benê para a província e sua grande dedicação à missão, pois já esteve como missionário no Mato Grosso, Filipinas e Canadá. E, agora irá ao Pará. Várias vezes o padre Provincial se recordava de agradecer a disponibilidade do Padre Benê, e lembrou que há um grande clamor dos bispos da Amazônia pedindo a presença dehoniana lá.

Na homilia, Padre Ronilton, recordou que esse momento se tratava não só de um envio, mas também de uma provocação feita a nós dehonianos, para refletir sobre a missão e o chamado de Deus a cada religioso.

Padre Benê com humildade ao fim da missa destacou que “não se preocupa com o lugar para onde vai, mas com quem o está enviando”. Demonstrou, assim, preocupação em viver com amor o carisma dehoniano por onde irá. Também nós nos sentimos inspirados em responder cada vez mais ao nosso chamado.

Em prece, agradecemos ao Padre Benê e desejamos que tenha uma missão abençoada, que o Sagrado Coração de Jesus esteja sempre com ele.

No Coração de Cristo!

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Experiência da Semana Santa

Semana Santa: um recomeço, uma vida novaFr. Bruno Garcia André, scj (BSP, 2º Ano de Teolgia).

Para muitos, um feriado; para outros, uma devoção; para o comércio, oportunidade fantástica de vendas; para outros ainda, um momento especial de meditação, de busca de uma contínua oração e renovação da fé.

Viver a Semana Santa significa fazer memória destas ações maravilhosas de Deus, é a semana mais importante do ano litúrgico, quando se celebram de modo especial os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

E quando se trata de Minas Gerais, temos que falar dessa grandiosa semana vivenciada em Dom Viçoso-MG, na Paróquia de Nossa Senhora do Rosário. Ali encontramos gestos de vida e celebração que ainda vemos e que nos tocam a vida profundamente. Particularmente testemunho a alegria, como é bom estar perto e vivenciar o Mistério da nossa Salvação, atualizado cada ano pelo Tríduo Pascal e pela Ressurreição de Jesus, a Páscoa das Páscoas.

Estar junto da comunidade de fé de Dom Viçoso, foi para nós, Fr. Rarden e a oportunidade de também sermos renovados e transformados, revigorados para continuarmos a nossa missão: missão de cruz e ressurreição. O que celebramos nestes dias, às vezes nos fogem as palavras, mas creio que pode ser

explicado pelo amor: Só o amor torna a vida uma oblação. Só o amor é capaz de se ofertar pelo próximo. Só o amor transforma a cruz em mistério de salvação, ou seja, retratos do que realmente celebramos em Dom Viçoso.

Posso dizer que a graça da Semana Santa nos faz dar um salto sobre todas as formas de mortes que enfrentamos. Deus tem um propósito pra cada um de nós e principalmente para o povo donviçosense, um povo que nos encantou pelo jeito simples, mas, amoroso, um povo de fé de

grande amor e zelo pelas coisas de Deus. Vale ressaltar diversos momentos em que foram bem celebrados e vivenciados: Caminhadas Penitenciais, o grande momento do Encontro do Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora Mãe das Dores, a sexta-feira santa, de forma especial, a nossa caminhada penitencial até o Cruzeiro da cidade que fica no alto de um morro com os nossos jovens e grande parte daquele povo, o Sermão do descimento da cruz, a veneração ao Senhor morto e etc. Gostaria de salientar em especial a presença do Pároco Pe. Luiz Henrique Moreira, o Coral Nossa Senhora do Rosário e a Banda Maestro Zacarias que tanto abrilhantaram as Celebrações e procissões.

Por fim, tudo que fizemos faz sentido junto da comunidade de fé. Semana Santa é para cada um de nós experiência de vida nova.

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Exortação Spostólica Amoris Laetitia

Amoris Laetitia – Sobre o Amor na FamíliaPadre Mário Marcelo Coelho, scj.

O Papa Francisco publicou no dia 08 de abril de 2016 a Exortação Apostólica Amoris Laetitia (em latim), “A Alegria do Amor” (em português). O texto apresentado pelo Papa traz as conclusões de dois Sínodos sobre a família, realizados em outubro de 2014 e outubro de 2015.

O documento não é revolucionário do ponto de vista doutrinal, portanto, apresenta um avanço do ponto de vista pastoral. Representa uma mudança de reflexão uma vez que reconhece as numerosas razões pelas quais os casais, segundo o contexto social, cultural e mesmo sexual decidem conviver: “Em cada país ou região, é preciso buscar soluções mais culturalistas, atentas às tradições e aos desafios locais”. Francisco defende a dignidade do matrimônio cristão para a vida toda, mas fala sobre quase todos os modelos de família.

O Papa Francisco enfatiza a necessidade da acolhida e do não julgamento. A chave para o documento é a misericórdia de Deus. Ele não questiona a doutrina da Igreja, defende o matrimônio em seus valores essenciais como a indissolubilidade, a procriação e educação dos filhos, a unidade dos cônjuges, portanto, age com misericórdia para com aqueles que

não deram certo por vários motivos. O Papa diz que “o divórcio é um mal, e é muito preocupante o aumento do número de divórcios”. “Por isso, sem dúvida, a nossa tarefa pastoral mais importante relativamente às famílias é reforçar o amor e ajudar a curar as feridas, para podermos impedir o avanço deste drama do nosso tempo”.

O Papa retoma e enfatiza a posição da Igreja que condena o aborto. Sobre o que se denomina “sexo seguro”, no capítulo sobre a educação sexual para crianças assim escreve o Papa: “Estas expressões transmitem uma atitude negativa a respeito da finalidade procriadora natural da sexualidade, como se um possível filho fosse um inimigo de que é preciso proteger-se”. “Deste modo promove-se a agressividade narcisista, em vez do acolhimento”.

Sobre a contracepção, Francisco declara: “Desde o início, o amor rejeita qualquer impulso para se fechar em si mesmo, e abre-se a uma fecundidade que o prolonga para além da sua própria existência. Assim nenhum ato sexual dos esposos pode negar este significado, embora, por várias razões, nem sempre possa efetivamente gerar uma nova vida”. No entanto, mais adiante no documento, o Papa também reafirma e repete uma passagem do documento sinodal de 2015 que coloca a escolha para empregar métodos contraceptivos no domínio das decisões informadas pela consciência do casal.

O documento rejeita “os projetos de equiparação das uniões entre pessoas homossexuais com o matrimônio”. Diz o texto, “não existe nenhum fundamento para assimilar ou estabelecer analogias, nem mesmo remotas, entre as uniões homossexuais e o desígnio de Deus sobre o matrimônio e a família”.

Ele pediu aos sacerdotes de todo o mundo para acolher os gays e lésbicas, divorciados católicos e outras pessoas que vivem em situações que a Igreja considera “irregulares”. “Desejo, antes de mais nada, reafirmar que cada pessoa, independentemente da própria orientação sexual, deve ser respeitada na sua dignidade e acolhida com respeito, procurando evitar qualquer sinal de discriminação injusta e, particularmente, toda a forma de agressão e violência”.

O Papa Francisco afirma que os fiéis divorciados fossem acolhidos e não tratados como excomungados. Ele estende a mão aos divorciados que voltam a se casar e convida a Igreja a “fazê-los sentir que são parte da Igreja” e recorda que “não estão excomungados”. “É necessária uma fraterna e atenta acolhida, no amor e na verdade, em direção a estas pessoas que efetivamente não estão excomungadas, como alguns pensam: elas formam parte sempre da Igreja”. “Estas situações exigem um atento discernimento e um acompanhamento com grande respeito, evitando qualquer linguagem e atitude que faça com que sintam-se discriminados, promovendo sua participação na vida da comunidade”.

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Exortação Spostólica Amoris Laetitia

Quanto a um dos temas que mais chama a atenção das pessoas e da mídia, dos divorciados recasados – questão tratada no número 300 do oitavo capítulo da Exortação - o Santo Padre explica que, efetivamente, há que considerar não só a norma como tal da Igreja, de que o matrimônio é indissolúvel, mas há que ter em conta as situações. Caso por caso. Este discernimento para poder entender os casos se faz com as pessoas envolvidas, o sacerdote e a Igreja. É um trabalho de direção espiritual. O documento não dá normas, mas diz: ‘consideram a situação de cada caso’. E a conclusão será do padre e das pessoas em questão. O que interessa é o discernimento e a integração das pessoas que necessitam, amadurecendo a consciência e a relação com a Igreja. No entanto, Francisco lembrou que a Igreja tem o dever de discernir situações diferentes, “por exemplo, entre os que sofreram uma separação e os que a provocaram”. Neste caso dois termos importantes “discernimento” e “foro interno”.

O Pontífice diz que a Igreja não deve continuar a fazer julgamentos e “atirar pedras” contra aqueles que não conseguem viver de acordo com ideais de casamento e vida familiar do Evangelho. Ele pede à Igreja que “valorize” as “uniões de fato” e reconheça os “sinais de amor” entre estes casais e que sejam “acolhidos e acompanhados com paciência e delicadeza”. “A escolha do matrimônio civil ou, em outros casos, da simples convivência, frequentemente não está motivada pelos preconceitos ou resistências à união sacramental, e sim por situações culturais ou contingentes. Nestas situações, poderão ser valorizados aqueles sinais de amor de que, de algum modo, refletem o amor de Deus”.

Ainda no capítulo sobre o amor no matrimônio, Francisco fala do “erotismo saudável que, se bem está unido a uma busca do prazer, supõe a admiração e, por isso, pode humanizar os impulsos”.

“Durante muito tempo acreditamos que apenas insistindo em questões doutrinais, bioéticas e morais (...) sustentaríamos suficientemente as famílias, consolidaríamos o vínculo dos esposos e encheríamos o sentido de suas vidas compartilhadas”, no entanto, segundo o Papa, cresceu a consciência dentro da Igreja de que é preciso acolher de maneira fraterna e atenta os batizados que tenham formado uma nova relação após um fracasso “sacramental”.

O documento tem mais de 200 páginas, rico em conteúdo sobre a alegria do amor e por isto, precisa ser refletido, degustado, aprofundado e ensinado. É preciso lê-lo em sua totalidade e profundidade trazendo para nossas reflexões a beleza e positividade do amor e do matrimônio. Leia o documento não fique somente naquilo que a mídia passa. Cuide-se para não cair no erro da mídia que se prende a pontos polêmicos e casuais sem aprofundar no que é o mais importante do documento “A Alegria do Amor”.

Ele dedica o quarto capítulo da exortação a uma consideração tocante e profunda sobre o amor no matrimônio, a partir do famoso texto de São Paulo sobre o amor como paciência, bondade, atitude de serviço, cura da inveja, amabilidade, desprendimento, perdão, etc. “Tudo o que foi dito não é suficiente para exprimir o Evangelho do matrimônio e da família, se não nos detivermos particularmente a falar do amor”.

Termino com a exortação do Papa Francisco: “Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida”.

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P. Zezinho: teologia e devoção, em poesia e canção

Ressurreição (P. Zezinho, scj)

Ressurreição, a palavra latina surgire significa erguer-se, levantar. Resurgire significaria erguer-se de novo, voltar do túmulo, voltar a viver no mesmo corpo. Diferente de reencarnar, ressurgir é voltar para o próprio corpo e não toma um outro corpo. Os que acreditam em reencarnação dizem que o espírito volta para um outro corpo, os que acreditam na ressurreição dizem que volta para o mesmo corpo; é retomar a mesma vida no mesmo corpo. A Igreja Católica proclama a ressurreição de Jesus e crê na ressurreição de todos os seres humanos num dia glorioso de eternidade. Ela acredita que Jesus ressuscitou o jovem de Naim e aquela menina, com um gesto misericordioso. E a Igreja proclama que um dia, também nós ressuscitaremos num corpo glorioso e seremos quem sempre fomos, só que agora em outra dimensão. Para a Igreja Católica a vida não termina para sempre e é uma só. Começa aqui e continua na sua dimensão eterna. Num certo sentido, fala-se de duas vidas – mas não são duas vidas. É uma com a dimensão terrena e outra com a dimensão eterna.

Para nós a vida não termina para sempre, mas é transformada, como diz um dos prefácios das nossas missas. Ao assumir outra dimensão da vida estamos apenas, atravessando o grande túnel da morte para continuar na mesma estrada que leva para eternidade. Nós nascemos para sermos nós mesmos desde agora até a eternidade e depois da eternidade e depois por toda a eternidade. Seremos sempre nós mesmos eternamente.

Nesse sentido somos semelhantes a Deus, é aquele que é, e nós somos aquilo que somos. Nunca seremos outros ser.

E a Igreja ao proclamar a ressurreição, afirma que Deus nos criou para sempre e nunca vai deixar de nos criar. O cristão sabe que a nossa fé toma seu sentido pleno a partir da ressurreição de Jesus. Se Jesus não tivesse ressuscitado nem se quer haveria cristianismo. É o tema central da fé cristã. Jesus ressuscitou e nós ressuscitaremos. Jesus venceu a morte e nós a venceremos, sem isso não há cristianismo.

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Saberes e Sabores de cultivarO amor é um jardim

Autor desconhecido (http://www.tomcoelho.com.br/index.aspx/s Parabolas_Exibir/13/ O_amor_e_um_jardim).

Um esposo foi visitar um sábio conselheiro e disse-lhe que já não amava sua esposa e que pensava em separar-se. O sábio escutou-o, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma palavra:

– Ame-a - e logo se calou.– Mas já não sinto nada por ela!– Ame-a - disse-lhe novamente o sábio.E diante do desconcerto do senhor, depois de um

breve silêncio, disse-lhe o seguinte:– Amar é uma decisão, não um sentimento. Amar é

dedicação e entrega. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um exercício de jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excessos de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame seu par, ou seja, aceite-o, valorize-o, respeite-o, dê-lhe afeto e ternura, admire-o e compreenda-o. Isso é tudo. Ame!

A inteligência sem amor, te faz perverso.A justiça sem amor, te faz implacável.A diplomacia sem amor, te faz hipócrita.O êxito sem amor, te faz arrogante.A riqueza sem amor, te faz avaro.A docilidade sem amor te faz servil.A pobreza sem amor, te faz orgulhoso.A beleza sem amor, te faz ridículo.A autoridade sem amor, te faz tirano.O trabalho sem amor, te faz escravo.A simplicidade sem amor, te deprecia.A oração sem amor, te faz introvertido.A lei sem amor, te escraviza.A política sem amor, te deixa egoísta.A fé sem amor te torna fanático.A cruz sem amor se converte em tortura.A vida sem amor... não tem sentido.