ANO LIX — Rio de Janeiro, quorto•feiro, 12 de outubro de ... · Um dos mais longos julgamentos...

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ANO LIX — Rio de Janeiro, quorto•feiro, 12 de outubro de 1983 — N° 18.239 O GLOB FUNDACAO UE IRLNEU MARINHO Diretor-Redator-Chefe: ROBERTO MARINHO Vice-Presidenles. Duetor-Secretar o. RICARDO MARINHO ROGERIO MARINHO Diretor de Redac2o: JOAO ROBERTO MARINHO EVANDRO CARLOS DE ANDRADE Mandioca: cada um dos 6 acusados condenado a_31 anon Apos uma sessao secreta de qua- se sete horas, o chamado "Juri da Mandioca", que se transfor- mou num dos mais longos julga- mentos da historia juridica bra- sileira — comet ou as 8h de sexta-feira, durando 112 horas e 45 minutos — terminou no inicio da madrugada de hoje corn a condenadao de seis dos sete acu- sados. Cada um recebeu 31 anos, sendo 19 pela morte do Procura- dor Pedro Jorge de Melo a Silva e mais 12 anos pela tentativa de assassinato da testemunha Joao Batista Vieira Ferreira. So falta ser julgado o setimo acusado, o fazendeiro Irineu Ferraz que, fo- ragido, ainda esta sendo procu- rado pela Poljcia Federal. 0 ad- vogado Juarez Vieira da Cunha, do Major Jose Ferreira dos An- jos, informou que vai recorrer ao TFR da decisao do Tribunal. P6gina 6 sai a sentenca da morte do Procurador RECIFE — Reunido durante leis horas a 45 minutos para deliberacao, o Tribunal do Jun i condenou, hoje de ^, madrugada, por 5 a 2, os seis dos se- te implicados na morte do Procura- dor Pedro Jorge de Melo a Silva a um total de 186 anos de reclusao. Ca. da um recebeu 19 anos pela morte do Procurador a mais 12 anos pela ten- tativa de assassinato da testemunha ,Joao Batista Vieira Pereira, totali- zando 31 anos. Antes de os condenados serem re- colhidos aos presidios em que se en- contravam antes do julgamento, o advogado Juarez Vieira da Cunha, do Major-PM Jose Ferreira dos An- jos, informou, logo apos a leitura da setenca, que ira recorrer da decisao ao Tribunal Federal de Recursos. Ele falou em nome dos patronos de todos os acusados. Um dos mais longos julgamentos da historia juridica brasileira, o cha- mado "Juni da Mandioca", que co- mecou as 8h de sexta-feira, durou 112 horas a 45 minutos, ao term mar aos 45 minutos de hoje. SEGURANCA Para garantir a integridade fisica dos condenados, foi arm ado forte es- quema de seguranca na parte exter- na do Palacio da Justica, onde cerca de duas mil pessoas se postaram desde as 18 horas ate a madrugada, quando foi anunciada a sentenca. Antes da saida dos reus, houve correrias a ate desmaios de uma ga- rota, conduzida imediatamente para o Hospital da Restauracao. Apesar da aglomeracao, a policia conseguiu controlar a situaa o, sem maiores problemas. Quando os reus comecaram a dei- xar a sala do Juri, as luzes do hall fo- ram apagadas para que nao se pu- desse dintinguir o local exato por on- de sairiam os condenados. Pena Para Dada urn dos sei acusados: 31 anos de cadeia

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ANO LIX — Rio de Janeiro, quorto•feiro, 12 de outubro de 1983 — N° 18.239

O GLOBFUNDACAO UE IRLNEU MARINHO

Diretor-Redator-Chefe: ROBERTO MARINHOVice-Presidenles. Duetor-Secretar o. RICARDO MARINHO

ROGERIO MARINHO Diretor de Redac2o:

JOAO ROBERTO MARINHO EVANDRO CARLOS DE ANDRADE

Mandioca:cada um dos

6 acusadoscondenadoa_31 anon

Apos uma sessao secreta de qua-se sete horas, o chamado "Jurida Mandioca", que se transfor-mou num dos mais longos julga-mentos da historia juridica bra-sileira — comet ou as 8h desexta-feira, durando 112 horas e45 minutos — terminou no inicioda madrugada de hoje corn acondenadao de seis dos sete acu-sados. Cada um recebeu 31 anos,sendo 19 pela morte do Procura-dor Pedro Jorge de Melo a Silvae mais 12 anos pela tentativa deassassinato da testemunha JoaoBatista Vieira Ferreira. So faltaser julgado o setimo acusado, ofazendeiro Irineu Ferraz que, fo-ragido, ainda esta sendo procu-rado pela Poljcia Federal. 0 ad-vogado Juarez Vieira da Cunha,do Major Jose Ferreira dos An-jos, informou que vai recorrerao TFR da decisao do Tribunal.

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sai a sentenca da morte do Procurador

RECIFE — Reunido durante leishoras a 45 minutos para deliberacao,o Tribunal do Jun i condenou, hoje de

^, madrugada, por 5 a 2, os seis dos se-te implicados na morte do Procura-dor Pedro Jorge de Melo a Silva aum total de 186 anos de reclusao. Ca.da um recebeu 19 anos pela morte doProcurador a mais 12 anos pela ten-tativa de assassinato da testemunha,Joao Batista Vieira Pereira, totali-zando 31 anos.

Antes de os condenados serem re-colhidos aos presidios em que se en-contravam antes do julgamento, oadvogado Juarez Vieira da Cunha,do Major-PM Jose Ferreira dos An-jos, informou, logo apos a leitura dasetenca, que ira recorrer da decisaoao Tribunal Federal de Recursos.Ele falou em nome dos patronos detodos os acusados.

Um dos mais longos julgamentosda historia juridica brasileira, o cha-mado "Juni da Mandioca", que co-mecou as 8h de sexta-feira, durou112 horas a 45 minutos, ao term maraos 45 minutos de hoje.

SEGURANCA

Para garantir a integridade fisicados condenados, foi arm ado forte es-quema de seguranca na parte exter-na do Palacio da Justica, onde cercade duas mil pessoas se postaramdesde as 18 horas ate a madrugada,quando foi anunciada a sentenca.Antes da saida dos reus, houve

correrias a ate desmaios de uma ga-rota, conduzida imediatamente parao Hospital da Restauracao. Apesarda aglomeracao, a policia conseguiucontrolar a situaa o, sem maioresproblemas.

Quando os reus comecaram a dei-xar a sala do Juri, as luzes do hall fo-ram apagadas para que nao se pu-desse dintinguir o local exato por on-de sairiam os condenados.

Pena Para Dada urn dos seiacusados: 31 anos de cadeia

Os reus Heronides CavalcantiRibeiro, Euclides de Souza Ferraz,Elias Nunes Nogueira a Jorge Fer-raz deixaram o Tribunal de Justicanum camburao da Policia Federal,enquanto o Major Ferreira e o Sar-gento Lopes sairam numa Vera-neio, alguns minutos depois.

Para evitar maiores apupos damultidao, a Policia evitou que osseis reus saissem por uma t nicaporta. Quatro foram embarcadospela Rua do Imperador — lateraldo Tribunal — enquanto os dois mi-litares sairam pela porta central,onde foi redobrada a seguranca,corn duas Veraneios da Policia Fe-deral.

Mesmo assim, a reaCao do publi-co foi ostensiva, vaiando os doismilitares a fazendo Coro corn a pa-lavra "assassino,assassino,ass a s

-sino".

Heronides Cavalcanti foi trans-portado para o Batalhao HenriqueDias, da Policia Militar, pois terndireito a prisao especial, a exem-

plo do Major Ferreira a do Sargen-to Lopes, que ficaram no 7.° Bata-lhao da PM, no bairro de San Mar-tin.

Elias Nunes, Euclides Ferraz eJorge Ferraz foram conduzidos di-retamente ao Presidio Anibal Bru-no. Na saida, os tres nao foramv°aiados, pois a revolta maior dapopulacao estava centralizada noMajor Ferreira a no Sargento Lo-pes.

UM APELO: RESPEITO

— Se faltar seguranca ao reus,estarei ao lado deles para garantira integridade de todos — disse oJuiz Adaucto de Melo ao final dojulgamento, sendo intensamenteaplaudido pela plateia. Ele pediu atodos respeito pelos reus a repetiuos apelos para que nao os vaias-sem.

Dentro a fora do Tribunal, cente-nas do pessoas esperaram pelo re-sultado do julgamento. A plateiapresente no Salao do Jun i atendeu

aos pedidos do Juiz a ouviu toda asentenca sem vaiar os reus. Mascentenas de pessoas nao puderamentrar no Tribunal a gritavam, dolado de fora, a cada ant ncio de pe-ns.

0 Juiz, ao final da sessao, agra-deu a Deus, aos Advogados da De-fesa, ao Procurador Hello Maldo-nado a ao Assistente de AcusacaoGilberto Marques. Ele destacoutambem "a paciencia e o estoicis-mo" corn que os reus, Segundo ele,comportaram-se durante todo ojulgamento, inclusive 'dormindoalgumas noites no chao", como eleproprio. Ele lembrou que foi a pri-meira vez que presidiu um Jun i edisse saber que nao ter5 oportuni-dade para presidir outro julga men.to.

— Se feri alguem, perdoem-me.Quero sair daqui corn a conscien-cia tranquila. Saio certo de quecumpri corn o meu dever de Juiz —concluiu, aplaudido demorada-mente.

Reus vaiados, Juiz aplaudido A culpade cada um

0 Major-PM Jose Ferreira dos Anjosfoi acusado de planejar a financiar o as-sassinato do Procurador Pedro Jorge.

0 Sargento•PM Jose Lopes de Almeida,ligado ao Major, dirigiu o Chevette no mo-mento do crime.

0 topografo Heronides Cavalcanti Ri-beiro deu cobertura ao pistoleiro EliasNunes Nogueira. No momento do crime.Heronides ocupava um Passat a atirou natestemunha Joao Batista Vieira Pereira,corn um revolver calibre 38.

Elias Nunes Nogueira foi contratadopor Cr$ 200 mil pelo Major Jose Ferreirados Anjos para matar o Procurador Pe-dro Jorge. Ele foi aconselhado pelo fazen-deiro Irineu Gregorio Feraz (foragido) aaceitar a proposta.

Euclides de Souza Ferraz a ex-agenteda Policia Civil a recebeu o pistoleiroElias Nunes Nogueira na Estacao Rodo-vi2ria do Recife, na manha do dia 3 demarco, a acompanhou•o na busca a perse-goic2o ao Procurador, ate o momento doassassinato.

0 ex-funcionario do Detran, Jorge Ba-tista de Souza Ferraz, deu cobertura aoChevette Hatch que transportava Elias.Jorge acompanhava o topografo Heroni-des no Passat, do qual saiu o tiro que ba-leou a testemunha Joao Batista Vieira Pe-reira.

A ACUSAc O. ADEFESA.

Hello Maldonado

Juarez Vieira da Cunha

Gilberto Marques

Mircio Ferreira

II Emoçao no Tribunal: palmas, gritos e lagrimasRECIFE — Palmas, gritos de

"Bravo" a lagrimas de dezenas dei pessoas, entre elas a viuva do Procu-rador Pedro Jorge de Melo a Silva,marcaram, na manha de ontem, omomento de major emocao no julga-mento dos acusados polo crime,quando o assistente da acusacao,Gilberto Marques, concluiu em tomdramatico a teatral a leitura de tex-tos do poeta popular Sebastiao Vila-nova a de Vinicius de Moraes —adaptados pelo advogado ao perfilda vitima — pedindo a condenacaodos reus.

Marques falou durante uma hora,fazendo uma acusaeao a altura darealizada polo seu predecessor, oProcurador Hello Maldonado Jorge,que se encarregou de derrubar, tec-nicamente, os argumentos da defe-sa.

I

0 julgamento foi reinicjado as 8horas, depois de o Juiz Ada ucto Josede Melo ter sido novamente exami-nado pelo cardiologista Ovidio Mon-tenegro. 0 procurador Hello Maldo-nadoinformou que falaria por duashoras, reservando uma hora para oseu assistente.

Desde a madrugada, o tribunal jatinha as suas portas quase 200 pes-soas. As 8 horas. o auditorio estavalotado. As 9 horas, a inexistencla deacomodacoes levou a Policia Fede-ral a organizar uma fjla de esperaque chegou a ter 200 pessoas,iniciando-se um rodizlo: somente po-dia entrar um numero de pessoasigual ao que saisse.

Transmitido ao vivo por umaemissora de radio a outra de televi-sao, corn flash de outras TVs a de

– cinco radios, o julgamento foi o prin-cipal assunto na cidade.

Dentro da sala do fun, dado o volu-me de refletores e o grande nt merode presentee, o calor era intenso. Jao Major Ferreira ficou impassivel,mesmo quando duramente provoca-do pelo assistente da acusacao, Gil-berto Marques, que procurou carac-terizar a periculosidade do reu.

OPINIAO FORMADA

Cerca de 600 pessoas estiverampresentes a sala do tribunal do juri,a maioria das quaffs corn uma opi-niao formada mesmo antes de a acu-sacao, atraves do Procurador Hello

Maldonado, terminar seus primel-ros trabalhos. As 19 horas, de cadadez pessoas ouvidas pela TV, oito sepronunciavam pela condenacao dosreus a apenas os estudantes de Direi-to afirmavam ter duvidas ou aindanao possuir opiniao form ada.

Segundo o Diretor de Programa-cao da TV-Jornal do Comercio, .Jor-ge Jose, a emissora conseguiu on-tern o major pique de audlencia dostzitimos dez anos. Apesar de trans-mitir o julgamento corn apenas umacamara, alem de somente poderusar a metade dos refletores, JorgeJose disse que ja na prim eira Nora

dos debates a emissora comecou areceber dezenas de telefonemas elo-giando a decisao de transmitir oacontecimento.

A Radio Clube de Pernambucodeslocou para a porta do tribunaluma unidade movel equipada cornalto-falantes, cercada por centenasde pessoas que acabaram por tam-bem irrom per em palmas quando dotermino da acusacao.

0 TEXTO QUE EMOCIONOU

A leitura do texto adaptado come-cou a ser feita as 11h25m, e, lenta-mente, foi fazendo silenciar a pia-teia. Um a um, os versos dos textoslido por Marques foram chamando aateneao dos presentes de forma que,no pedir a condenacao dos acusados,ha via completo silencio na sala.

Apos a manifestacao do pOblico,somente repreendida pelo.luiz quan-do a maioria das pessoas estava re-feita da emocao, Marques abraeou-se corn Maldonado, em lagrimas.

Minutos depois, o Procurador jus-tificou a divisao de tare fas da defe-sa, afirmando que deixara paraMarques a responsabilidade de daremocao no pedido de condenacao,por nao saber se ele proprio termacondicoes psicologicas para isso:

— 0 Gilberto tern um coracaomais forte do que o meu.

As 15h20m, a Radio Clube divulgouo esultado de sua prim eira pesquisa :429 pessoas ouvidas manifestaram-se a favor da condennacao, 21 pelaabsolvicao a apenas cinco ficaramindecisas, quando estavam entao en-cerradas as primeiras intervencoesdas partes.

MAJOR JOSE FERREIRAL

ELIAS NUNES

rPena para cada um dos leisacusados: 31 anosdt cadeia

2.° CLICHE

HERONIDES CAVALCANTE

JORGE FERRAZ JOSE DE ALMEIDA EUCLIDES FERRAZ

A historia do crime, em duas versoesRECIFE — 0 Procurador Helio

Maldonado Jorge iniciou a acusaGaolembrando que as primeiras pistasencontradas levaram a ligaGao doassassinato do Procurador PedroJorge corn o "escandalo da mandio-ca". Citou depoimento de DomBasilio Penido, Abade do Mosteirode Sao Bento, que disse que o Procu-rador Pedro Jorge estava recebendotelefonemas anonimos, ameaGando-o de morte para afasta-lo do processo. –

Depois, o Procurador Historiou,atraves de varios depoimentos, in-clusive o de um dos implicados, Iri-neu Ferraz, a form acao do grupocorn o objetivo de matar Pedro Jor-ge. Foi eonvocado de Sento Se, naBahia, Elias Nunes, qeu chegou emSerra Talhada, em Pernambuco, nodia 8 de fevereiro de 1982. No dia 15,participou de reuniao corn Dom Iri-neu a corn o Major Ferreira.

Maldonado afirmou que, corn tudoplanejado, eles passaram a comporseus alibis. 0 Major Ferreira, navespera do crime, compareceu a De-legacia de Homicidios para infor-mer que no dia seguinte iria apre-sentar dois membros da familia

Sampaio, de Exu, acusados de um.homicidio, para prestar depoimento..

Em seguida, passou a examinar osalibis de Heronildes Cavalcanti. Tes-temunhas afirmaram que ele passouodia 3 em Floresta, quando sua mu-lher, dona Terezinha, disse que eleviajou para aquele munic'pio naque-le dia. Tambem na tarde do dia 3, eleretirou uma camioneta de sua pro-priedade de uma oficina de Recife.

Citou, em seguida, depoimentos deduas testemunhas visuais, que apon-taram, durante o inquerito, EliasNunes Nogueira, como o autor dosdisparos.

0 assistente de acusacao, GilbertoMarques, achou discutivel o alibi doentao agente da Policia Civil Eucli-des Ferraz. Lembrou que o MajorFerreira conseguiu falsificar umaocorrencia policial em Jaboatao,sem pertencer a Delegacia daquelemunicipio.

— Por que nao poderia, comoagente da Delegacia de Caruaru, fal-sificar o horario de ocorrencia deuma morte? — indagou.

A DEFESA

A defesa, constituida pelos advo-gados •Juarez Vieira da Cunha,Mircio Ferreira e Gerson Maciel,baseou seu trabalho na negativa deautoria, procurando provar que opistoleiro Elias Nunes Nogueira, oAgente de Policia Euclides de SousaFerraz e o topbgrafo Heronildes Ri-beiro Cavalcanti nao se encontra-vam em Recife nem em Olinda nodia em que o Procurador Pedro Jor-ge foi assassinado.

Os advogados sustentaram queElias se encontrava, naquele dia,em Serra Talhada, citando as depoi-mentos de testemunhas que o viramem varias oportunidades; que Eucli-des passou o dia em Bezerros, ondetrabalhava na Delegacia de Policiae que Heronildes foi no dia 2 de mar-co (um dia antes da morte do Procu-rador) para Floresta.

Os advogados de defesa nao fize-ram referencia ao alibi do Major .Jo-se Ferreira dos Anjos, apontado co-mo planejador a financiador do cri-me. Juarez Vieira da Cunha, seu de-fensor, citou-o apenas como "um ofi-cial corajoso que cumpriu variasmissoes em defesa da sociedade".

Colin defendeo Banco do BrasilBRASILIA — 0 Presidente do

Banco do Brasil, Oswaldo Colin, re•pudiou ontem as criticas sobre ocomportamento do orgao no "casoda mandioca", garantindo que "obanco adotou todas as providenciascabiveis no episodio, to logo consta-tou as irregularidades em sua agen-cia de Floresta".

Colin negou que tenha ocorrido ne-gligencia na aCao fiscalizadora doBanco do Brasil sobre sua agencia,justificando que as fraudes cometi-das em Floresta atingiram, tam-bem, os documentos de controle.

— Fomos vitimas de um assalto,so que do lado de dentro — disse.

0 montante elevado de financia-mentos concedidos pela Agenda de

Floresta, no valor de Cr$ 1,6 bilhao,pode ser explicado, Segundo Colin,pelo fato de que, na epoca, ocorre-ram sucessivas prorroga^oes de de-bitos dos agricultores afetados pelaSeca, corn determinaGao governa•mental de que fossem concedidos no-vos creditos a regiao.