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ANO XXXI - Nº. 367 Mês de Maio de 2013 O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS Castelo Branco TAXA PAGA Redacção: Avª. Almirante Reis, Nº. 256 - 1º. esqº. 1000-058 LISBOA - [email protected] - www.ccvvrodao.no.sapo.pt - Telem. 967 018 215 - NIB: 003500630008193433011 Publica-se na última semana de cada mês Mensário Regionalista Fundador: DOMINGOS ALVES DIAS Director JOSÉ FAIA P. CORREIA Registo de Imprensa - Nº 108771 Depósito Legal Nº. 4032/84 31 Anos ao serviço do nosso Concelho Número Avulso: 0,80 Editorial Pág. 2 Pág. 9 Pág. 3 O castelo de Ródão, um recurso pedagógico O s departamentos de Ciências Sociais e Humanas e de Matemática e Ciências Exatas realizaram no castelo de Ródão, no passado dia 8 de maio, uma atividade curricular direcionada para os alunos do 7º ano, desenvolvida num contexto de “aula na natureza” e que envolveu as disciplinas de Geografia, História, Ciências Naturais e Matemática. Esta última disciplina associou-se pela primeira vez a uma iniciativa didática que replicou aquela realizada no ano letivo anterior. I Festival das Sopas de Peixe com grande promoção e participação A População das nossas aldeias A saída dos habitantes do concelho de Vila Velha de Ródão para as grandes cidades do litoral, nomeadamente Lisboa, começou a verificar-se a partir dos anos 30 do século passado. De 17 a 19 de maio, no âmbito do I Festival das Sopas de Peixe, o concelho de Vila Velha de Ródão foi alvo de variadíssimas atenções. No 1º dia de festival o programa Portugal no Coração da RTP, das 15h00 às 18h00, levou Vila Velha de Ródão fora de portas abordando variadíssimos temas que caracterizam o concelho. Vários convidados (Maria do Carmo Sequeira, presidente da autarquia; Luis Raposo, património; José Henriques, Rodoliv e Confraria do Azeite; Sebastião Canelas, gastronomia local; Adelaide Dias, Escola de Bordados da Junta de Freguesia de V.V.Ródão e Modas de Ródão) estiveram nos estúdios da RTP, em Lisboa, com José Carlos Malato e Marta Leite de Castro e em simultâneo a Serenella Andrade e a equipa de exteriores mostraram alguns pontos de interesse turístico deste território ao som da música e dança do Rancho Folclórico de Sarnadas de Ródão, entrevistando produtores locais e artesã (Vitor Claro-mel, Presuntos Rodrigues, Queijaria de Ródão, Queijaria Lourenço e Alice Ribeiro), Nuno Coelho, da empresa de turismo de Natureza; José Domingues, pescador e Miguel Belo, proprietário de um restaurante. Feira da Gastronomia e Atividades Económicas 28, 29 e 30 de Junho de 2013 O Regionalismo em Portugal Cont. Pág. 5. Pág. 8 Pág. 7 Pág. 11 A criação da Casa do Concelho de Vila Velha de Ródão pode considerar-se um caso de “vocação tardia” e em contra-ciclo, porquanto nasceu quando algumas das antigas casas regionais já enfrentavam dificuldades de sobrevivência ou tinham desaparecido. Cont. Pág. 6. Primeiro de Maio festejado pelos fratelenses Recuperação e construção de fontes e chafarizes no concelho Pág. 7 “... a Câmara Municipal em colaboração com as Juntas de Freguesia procedeu à recuperação de diversos chafarizes e fontanários por todo o concelho...” Agradecimento à Drª Alexandra Fernandes, que interrompe a sua colaboração

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ANO XXXI - Nº. 367 Mês de Maio de 2013

O CONCELHO DEVILA VELHA DE RÓDÃO

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

Castelo BrancoTAXA PAGA

Redacção: Avª. Almirante Reis, Nº. 256 - 1º. esqº. 1000-058 LISBOA - [email protected] - www.ccvvrodao.no.sapo.pt - Telem. 967 018 215 - NIB: 003500630008193433011

Publica-se na última semana de cada mês

Mensário RegionalistaFundador: DOMINGOS ALVES DIAS

DirectorJOSÉ FAIA P. CORREIA

Registo de Imprensa - Nº 108771 Depósito Legal Nº. 4032/84

31 Anos ao serviço do nosso Concelho

Número Avulso: 0,80

Editorial

Pág. 2 Pág. 9Pág. 3

O castelo de Ródão,um recurso pedagógico

Os departamentos de Ciências Sociais e Humanas e de Matemática e Ciências Exatas realizaramno castelo de Ródão, no passado dia 8 de maio, uma atividade curricular direcionada para os

alunos do 7º ano, desenvolvida num contexto de “aula na natureza” e que envolveu as disciplinas deGeografia, História, Ciências Naturais e Matemática. Esta última disciplina associou-se pela primeiravez a uma iniciativa didática que replicou aquela realizada no ano letivo anterior.

I Festival dasSopas de Peixe comgrande promoção e

participação

A População das nossas aldeias

Asaída dos habitantes do concelho de Vila Velha de Ródão para as grandes cidades do litoral,nomeadamente Lisboa, começou a verificar-se a partir dos anos 30 do século passado.

De 17 a 19 de maio, no âmbito do I Festival das Sopas de Peixe, o concelho de Vila Velha deRódão foi alvo de variadíssimas atenções.

No 1º dia de festival o programa Portugal no Coração da RTP, das 15h00 às 18h00, levou VilaVelha de Ródão fora de portas abordando variadíssimos temas que caracterizam o concelho. Váriosconvidados (Maria do Carmo Sequeira, presidente da autarquia; Luis Raposo, património; JoséHenriques, Rodoliv e Confraria do Azeite; Sebastião Canelas, gastronomia local; Adelaide Dias, Escolade Bordados da Junta de Freguesia de V.V.Ródão e Modas de Ródão) estiveram nos estúdios da RTP,em Lisboa, com José Carlos Malato e Marta Leite de Castro e em simultâneo a Serenella Andrade e aequipa de exteriores mostraram alguns pontos de interesse turístico deste território ao som da músicae dança do Rancho Folclórico de Sarnadas de Ródão, entrevistando produtores locais e artesã (VitorClaro-mel, Presuntos Rodrigues, Queijaria de Ródão, Queijaria Lourenço e Alice Ribeiro), Nuno Coelho,da empresa de turismo de Natureza; José Domingues, pescador e Miguel Belo, proprietário de umrestaurante.

Feira da Gastronomia e Atividades Económicas28, 29 e 30 de Junho de 2013

O Regionalismo em PortugalCont. Pág. 5.

Pág. 8

Pág. 7

Pág. 11

A criação da Casa do Concelho de Vila Velha de Ródão pode considerar-se um caso de “vocaçãotardia” e em contra-ciclo, porquanto nasceu quando algumas das antigas casas regionais já

enfrentavam dificuldades de sobrevivência ou tinham desaparecido.

Cont. Pág. 6.

Primeiro de Maiofestejado pelos fratelenses

Recuperação e construção de fontes echafarizes no concelho

Pág. 7

“... a Câmara Municipal em colaboração com as Juntas de Freguesia procedeu à recuperação de diversoschafarizes e fontanários por todo o concelho...”

Agradecimento à Drª Alexandra Fernandes,que interrompe a sua colaboração

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MAIO DE 2013O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 2

* Largo da Graça, 63-D 1170-165 LISBOA* Rua Seminário, Lt 17 1885-076 MOSCAVIDE* Tel. Gás: 219 441 205 – 219 430 152* Linha verde: 800 206 563* Fax: 219 443 506

Distribuição de GALPGÁS

ÁS Manuel Matas (Foz do Cobrão)

FABRICO DE PÃO DE TRIGO, CENTEIO E MILHOBOLOS DE PASTELARIA, BOLOS FINTOS, DE CANELA,

BROAS DE MEL, BISCOITOS E BORRACHÕES

"O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO"Propriedade e editor: Casa do Concelho de Vila Velha de Ródão; Nº Registo Pessoa Colectiva: 502 377003 - Isento de registo na ERC ao abrigo do Decreto regulamentar nº. 8/99 de 9 de Junho (artº 12º, nº1, alínea a). - Depósito Legal: Nº. 4032/84 - Director: José Faia P. Correia ([email protected]) -Presidente da Direcção da Casa do Concelho: Elísio Carmona ([email protected]) Composição:João Luis Gonçalves Silva ([email protected]). Impressão: Jornal Reconquista - Castelo Branco. -Colaboradores: Alexandra Fernandes, Ana Martins Camilo, António Fernando Martins, António SilveiraCatana, Elísio Carmona, Emílio B. Pereira Costa, Fabião Baptista, Joaquim Dias Caratão, Jorge ManuelCardoso, José Carlos Belo, José Eduardo, José Emílio Ribeiro, Luis Ribeiro Pires Correia, Manuel AntunesMarques, Maria Dias Belo Carepo, Mónica Santo, e O. Sotana Catarino. Sede, Redacção e Administração:Av. Almirante Reis, 256 - 1º. Esqº. - 1000-058 LISBOA - Tel.: 218 494 565 N.B. - Toda a correspondênciadeverá ser enviada para a redacção. As opiniões expressas nos textos publicados em "O Concelho deVila Velha de Ródão" apenas reflectem os pontos de vista dos seus autores. Assinatura anual: •Territórionacional - 10 € • Estrangeiro -12,5 €. Tiragem mensal: 1 500 ex.

Editorial

([email protected])

Crónicas de um paraíso à beira do Tejo…por José Emílio Ribeiro

[email protected]

Sarnadinha

Sardinhada no CCR de Sarnadinha, dia29 de junho de 2013, dia de S. Pedro.

Inscrições no CCR Sarnadinha ou tel:961035251 ou por e-mail

O país está triste…

A SAÚDE DE DOISCOLABORADORES

Dois dos mais assíduos colaboradores do nosso Jornal,Octávio Sotana Catarino e José Emílio Ribeiro, tiveramencontro no Hospital Amato Lusitano de Castelo Branco,

onde foram submetidos a intervenções cirúrgicas.Felizmente, sabemos que já estão em franca recuperação e,

tanto assim, que não interromperam a sua prestimosa colaboração,como podemos verificar nas suas respetivas colunas neste número.

Agradecendo a estes bons Amigos a dedicação, fazemos votospara que o mais rápido possível voltem à boa forma.

Junta de Freguesia deVila Velha de Ródão

Dia 9 de Junho de 2013

ARRAIAL DESTº ANTÓNIO

No pátio da Junta de Freguesia de Vila Velha de Ródão.Teremos sardinha assada, febras, salada, pão e asbebidas serão como em anos anteriores a cargo dosBombeiros Voluntários de Vila Velha de Ródão .

1. Por impossibilidadepessoal, a Dr.ªAlexandra Fernandessuspende, já a partirdeste número do nossoJornal, a colaboraçãoque manteveininterruptamente du-rante 5 anos.Agradecemos-lhe noseu espaço habitual,mas esperemos quevolte depressa com osseus oportunosconselhos de Médicade Família.

2. Nos dias 17, 18 e 19Vila Velha de Ródãoviveu umacontecimento poucocomum, mas de largoalcance, o I FESTI-VAL DAS SOPAS DEPEIXE. Afinal,honrando muitojustamente um dospratos típicos daregião, este serviu decartaz a uma hábilforma de mostrar oque de bom e de belotemos na nossa terra.Diz-se que “peixe nãopuxa a carroça”, mas,neste caso está apuxar por um Concelhointeiro!

3. A desertificação nonosso Concelho é umarealidade e, em certoscasos, não há volta adar. Damos contanoutra local de umfalecimento noMontinho, umapequena povoação dafreguesia do Fratel,sendo que é a terceiradespedida semregresso desde o iníciodo ano, ou seja 10% dapopulação que existiaentão. Acrescente-seque há mais de 25 anosque ali não nasce umacriança, nem háperspetivas de que talse venha a repetir nofuturo…

4. Neste número doJornal estãorepresentadas as 4freguesias doConcelho!!! Assim sejapara sempre.

Opaís está triste, dissoeu não tenho amínima dúvida, nem

me custa a admitir que seja amaioria do país. Na realidadeeu não estou a falar depolítica, desta vez eu falo dedesporto, mais concretamentede futebol.

Já aqui afirmei a minhacor clubística, sou verde, soulagarto, é uma sina que tenhodesde miúdo. Herança de meupai, que pouco dado a futebóispendeu para aqui e hoje soude alma e coração. Para que ocoração não adoecesse,habituei-me a sofrer, poisvivemos muito disso pelo meuclube.

Desta vez até nem falo pormim, falo mais pelos meusamigos Benfiquistas e, tenhomuitos amigos deste clube.Todos pensavam que ocampeonato era já uma coisaque estava no papo, mas afinalapareceram algunscontratempos. Coisas queacontecem quando se contacom o ovo no cu da galinha,como diz o povo.. Na verdade, também nadaestá perdido, ainda, emdefinitivo. Pode haver ummilagre e as coisas alterarem-se.

Escrevo estas linhas diadoze de Maio, é dia daSenhora de Fátima. Estava eu a tentar consolarum amigo meu, daqueles bemsofredores, mas correcto paracom os adeptos de outrosclubes, o que já não é muitocomum, infelizmente, quandome lembrei de lhe dizer; «ÓCarlos é dia da senhora deFátima, pode ser que ela vosajude…»

O meu amigo olhou-me,sorriu, encolheu os ombros, edisse; «Ó Zé, eu tinha a coisaentregue ao Jesus e nem eleme safou…»

Rimos os dois comogarotos, fomos tomar um cafée mudámos de conversa, nãosem que antes lhe dissesse;«Carlos, conta com o meuapoio para a Europa, pode serque vençam a taça, é semprebom para o país».

Mudámos de conversa,mas continuamos tristes. Poisserá que alguém conseguenão andar triste neste país?Até eu, que sou um optimista!Bem, mas vou mudar detema.

O meu paraíso está lindo!Lindo de mais, lindo como sóa primavera o sabe vestir. Elesão as cores, é o ar, é a calma,é o rio…

Levei lá uns amigos deLisboa, amantes confessos danatureza. Ficarammaravilhados com apaisagem! Já tinham adoradoas Portas de Ródão e ficadoextasiados com a vista nocastelo do Rei Wamba. Temoscoisas muito bonitas para dara conhecer aos nossosamigos! Ficou prometida umanova visita, com mais tempoe mais gente, pois faltou vera arte rupestre, o lagar devaras e mais umas quantascoisas.

É bom viajarmos na“nossa” terra. Temos coisasdiferentes, bonitas, ummanjar para os olhos, comodisse um dos meus amigos,olhando o rio Tejo que,calmamente ,espelhava nassuas águas o colorido dasmargens.

Gostaram e comogostaram do meu paraíso! Eraum regalo para os olhos ocolorido das flores, o verde daesteva com as suas floresbrancas. Não resisti a dizer-lhes que por aqui as chamamde papoilas, coisa que tinhaaprendido faz pouco tempo.Sempre as tinha conhecido

como as flores da esteva, masvi o meu amigo Augusto doFratel, denomina-las depapoilas, trocámos impressõesna Net, depois a esteva viroutema. Vi umas fotos bemengraçadas de AntónioMateus desta planta no grupode Vila Velha de Rodão,trocámos conversas. Sim queisto da Net não serve só parapassar tempo, aprende-se aquimuita coisa gira, aparece poraqui muita fotografia queespelha bem as belezas dazona. Neste capítulo devodestacar o Jorge Nunes, quenos tem presenteado com fotosbelíssimas, que desde jáagradeço terem partilhadoconnosco, pese embora nãocreia conhecer qualquer delespessoalmente, o que tenhopena. Fiquei ainda a saber,pela mesma pessoa, que noArneiro às estevas se chamaXaras.

Pois, é bom o paraíso,pena é que os roubos decolmeias, ou mesmo só dosquadros que têm abelhastambém já qui tenhamchegado. É mais umacalamidade a que estãosujeitos os apicultores daregião, a maioria tem estaocupação como hobby. Jáestava a sofrer com os fogos ecom as enfermidades, faltavavir mais esta calamidade paraajudar. Não é fácil descobriros gatunos, mas tem que setomar medidas apertadas devigilância para obstar a maisesta calamidade, a quesegundo vozes que se vãoouvindo, não será alheio osprojectos subsidiados querequerem uma quantidade decolmeias que não seencontram com facilidade nomercado normal.

Maio de 2013

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MAIO DE 2013 O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 3

Fabião Baptista

O REGRESSO DO HERÓI?...

Há um ou dois lustres atrás, José Sócrates Pinto de Sousa era o máximo,na arena política nacional. O redentor, que se propunha salvarPortugal, fazendo sair os portugueses da sua habitual apatia e vil tristeza

e do obscuro desenvolvimento.Salvo raras exceções, poucos portugueses havia que desdenhassem do seu

inquestionável valor (com exceção da sua licenciatura dominical).Com lugar cativo nas colunas dos periódicos e diários da Comunicação

Social, nas pantalhas das TV’s e nos microfones das emissoras radiofónicas,muito poucos portugueses havia que não lhe tributassem todo o valor, vendo emJosé Sócrates um experiente e experimentado político, um excecional estadista,um tribuno de elevado gabarito. José Sócrates era um consumado reformador,uma joia aurifulgente a reluzir nos areópagos da Social Democracia e daInternacional Socialista europeia, capaz de fulminar o PSD, de destruir o CDS,de arrasar o PCP, de desfazer o BE. Reivindicativo, contundente, loquaz edesinibido, Sócrates era o Rei e Senhor do Parlamento, embora sem nunca serconsequente nos argumentos que travejavam as suas teses.

Nesta altura, Marques Mendes, era um líder político batido por toda a espéciede ventos contrários e cruzados, que sopravam de maneira adversa e de todos osquadrantes políticos, inclusive do seu.

Endurecido nas intrigas intestinas do PS, sem nunca ter assumido umaverdadeira ocupação profissional e com duvidosas habilitações universitárias,que o impusessem aos seus correligionários, José Sócrates veio a tornar-se umfogoso e arrebatado tribuno, no Hemiciclo Nacional.

Esta situação manteve-se durante vários anos. Porém, a erosão do Poder, anão nomeação de alguns dos seus correligionários para sobraçarem Pastasministeriais, a demissão de alguns políticos, a desastrosa tomada de algumasposições políticas, toldaram-lhe, grandemente, a sua fama de reformista e deexímio governante. Todavia, um mérito nunca lhe foi negado e era-lhe justamenteatribuído: o de ser imbatível, quer na Assembleia da República, quer ementrevistas ou debates televisivos. E, logo que as coisas, especialmente, nasentrevistas, na TV, começassem a não lhe correr de feição, zás, o locutor deserviço é que pagava as favas e sofria as consequências do seu reconhecido mauhumor e péssimo feitio, de pessoa irritada e contrariada nos seus pontos devista.

Perante os inúmeros imbróglios em que se viu enredado, sempre se soubesair deles de forma airosa e incólume.

Pessoa determinada e altamente obstinada, por vezes era contestado nassuas megalomanias egocentristas. No entanto, em sus defesa vinha sempre a jáestafada desculpa: “Não há dúvida nenhuma que isto vai mal, mas onde estãoas alternativas?...”

José Sócrates era exímio na arte de bem comunicar. Muito raro era o debate,onde ele se envolvia e do qual não saísse vencedor.Por seu lado, Manuela Ferreira Leite, sendo uma política de incontestável mérito,com soberbos dotes culturais e reconhecida proficiência académica, era umaaprendiz, em matéria de comunicação e força de expressão oral, nunca lhesendo reconhecida a sua real valia e capacidade política.

Até que, surge um Pedro Passos Coelho, que soube bater o pé a José Sócrates,derrotando-o, em debate televisivo. As hostes do PSD, estavam ansiosas quesurgisse um outro “Sócrates”, no seu seio, um jovem, político, de formação na“jota”, com a imagem de moço que frequentasse ginásios e que soubesse debitartrês ou quatro fases sonantes, com tonalidade liberal, desinibidas e que soassema social democratas. Só que, os tempos da aura de Pedro Passos Coelho, pareceque também já passaram. O nível de vida está cada vez mais baixo. A degradaçãosocial é terrível. Há FAMÍLIAS a passarem fome, no limiar da pobreza. Nestemomento, Passos Coelho está em verdadeiro declínio, do mesmo modo queJosé Sócrates estava quando as suas políticas não vicejavam e nos arrastarampara o desmoronamento financeiro da abominável bancarrota, o que obrigou apedir, urgentemente, ajuda financeira ao FMI.

Neste momento, as vicissitudes governamentais, as demissões de algunsministros e secretários de Estado e o desastre de algumas políticas seguidas porVictor Gaspar, estão a embaciar as espectativas que se depositavam em PassosCoelho reformista e saneador do despesismo do Estado. Para acicatar aindamais esta impressão, estão os inúmeros imbróglios em que o primeiro ministrose tem visto envolvido, arrastando-o, inexoravelmente, para uma breve derrotaeleitoral.

Presentemente, os apaniguados de Pedro Passos Coelho, começam a rarear,cada vez mais, muitos dos quais estão a passar-se, com armas e bagagens, parao arraial dum presumível vencedor, de rosa ao peito. Deste modo, os mesmosque ainda ontem turibulavam a desenvoltura política, a inteligência, a capacidadegovernativa, intelectual e reformista de Pedro Passos Coelho, estão agora, sub-repticiamente, a esgueirar-se e a esquecer-se do emblema das setas, em casa e,oportunisticamente e com total ausência de pudor, a frequentarem comícios,convívios e jantaradas, onde a cor rosa seja a cromatologia dominante. E, paraque os sinais sejam ainda mais evidentes, José Sócrates até já deixou de procurarsabedoria na Sorbone, para regressar aos pátrios lares, para gáudio de muitosdos seus correligionários, passando a ser um assíduo comentador político daRTP, a fim de analisar a crise política, em que Portugal se encontra mergulhadoe na qual ele tem uma acentuada quota parte de culpa.

Só que os portugueses tudo esquecem...

Primeiro de Maio festejadopelos fratelenses

P or iniciativa da Junta deFreguesia de Fratel, com oapoio da Câmara Municipal de

Vila Velha de Ródão e da SociedadeFilarmónica de Educação eBeneficência Fratelense, comemorou-se na nossa terra o 1º de Maio, Dia doTrabalhador.

E não o podia ter sido de melhorforma, com desporto, convívio, almoçoe programa cultural.

Começou com uma caminhada dequase 10 quilómetros com uma enormeadesão que, para meu espanto,ultrapassou todas as expectativas.Jovens, menos jovens e seniores comoeu, juntaram-se junto da Junta deFreguesia de Fratel entre as nove e asnove e trinta, onde acabaram por formaruma pequena multidão. Antes do inícioà caminhada, o dinâmico e semprejovem presidente da Junta de Freguesiada nossa terra, José Pereira Correia,falou do significado do dia quecomemorávamos e informou-nos sobreo percurso da caminhada. Fez questãoem explicar a razão que levou aorganização a escolher aquele percurso,para que todos os participantespudessem ver ao vivo a injustiça querepresenta para a nossa freguesia a tãofalada auto-estrada A23. Com efeitoela foi construida onde há décadassenão centenas de anos já existiramcaminhos, mais tarde estradasmunicipais até mesmo a IP2. A auto-estrada A23 veio destruir tudo.Naturalmente que somos peloprogresso e à primeira vista aquela autoestrada seria um benefício para a nossaterra, até porque nos foi garantido,quando da sua construção, que serialivre de portagens. As ligações àsgrandes cidades ficariam assim maisfacilitadas. Porem, com a introduçãodas portagens essas mesmas ligaçõesficaram praticamente vedadas a grandeparte dos fratelenses, devido aos custoselevados que representam. Além disso,a nossa freguesia acabou por ficardividida. Sem portagem desde Gardeteaté ao Fratel, mas com portagem entreo Fratel e o Perdigão. Tal situação ficaa dever-se ao facto daquela auto-estrada ter destruído a IP2 entreGardete e o Fratel. É por isso quesegundo as palavras do Presidente daJunta, na defesa de toda a Freguesia,não podemos conformar-nos com asituação que nos criaram e para a qualem nada contribuímos. Por isso nãopodemos desistir de continuar a lutarpara que toda a freguesia tenha umtratamento igual. Lutamos e lutaremospor uma A23 livre de portagens entreGardete e o Perdigão, e tudo faremos

para evitar que continue a verificar-seo desvio de viaturas ligeiras e pesadasque para fugirem às portagens sãoforçados a entrarem na nossa terraprovocando transtornos, como osprovocados pelos ruídos e pela poluiçãoentre outros.

Explicado o itinerário do passeiolá caminhámos pela IP2, estrada semmovimento porque não tem saída, nadirecção do Juncal. Aqui havia umabastecimento dos caminhantes, comágua e fruta. O regresso a Fratel fez-sepor caminhos paralelos à IP2 que noslevaram até ao Forno da Telha e daquiaté às Brejas, onde estava prevista umavisita às mamoas ali existentes, quesão vestígios de populações que láviveram há milhares de anos.

O passeio terminou na Eira daFonte, onde nos estava reservada umasurpresa. Um agradável convívio,acompanhado de um almoço oferecidopelos organizadores destascomemorações.

O convívio prolongou-se por todaa tarde, tendo como ponto alto umaactuação da nossa Banda que, nãoobstante estar bastante reduzida nonúmero de executantes, nos presenteoucom uma concerto de grande nível.Parabéns ao mestre e aos executantes.

Para terminar, contámos com onosso amigo o Vitorino Correia, quecom o seu acordeão, nos fez recordaros tempos distantes da nossajuventude em que abrilhantava osbailes que aos domingos se realizavamna nossa terra. Bailou-se ao som doacordeão e para terminar houvecantigas ao desafio.

Foi um dia muito agradável quepara mim teve um significado muitoespecial. Pela primeira vez na minha

vida festejei na minha terra o diaInternacional do Trabalhador. Como ésabido, no tempo do fascismo, emPortugal era proibido festejar-se aqueledia. Durante quase quatro décadasfestejei quase sempre fora do nossoPaís.

Recordei-me muito especialmentedo 1º de Maio de 1974 que festejei emFrankfurt. A comunidade portuguesadaquela cidade tinha sido convidadapelo DGB, Confederação dosSindicatos Alemães, para participar nosfestejos desse ano, cujo tema era o daliberdade sindical. Os portuguesesseriam cabeça da manifestação porquePortugal era o País da Europa onde opoder exercia mais repressão sobre ostrabalhadores Entretanto deu-se o 25de Abril, numa altura em que játínhamos prontos os cartazes em quereivindicavamos liberdade paraPortugal. À ultima hora, decidiu-se queseriamos na mesma cabeça demanifestação mas, naturalmente comcartazes completamente diferentes, emque saudávamos a Revolução do 25 deAbril, o MFA e a Liberdade. Passámostrês noites a alterar todos os cartazes.Confesso que não resisti à comoção echorei, quando ao desfilarmos pelasruas de Frankfurt éramos saudados pelapopulação que assistia ao desfilo,empunhando cravos, com vivas aPortugal, ao MFA e à Liberdade. Sentiorgulho de ser português e vaidade pelarevolução que nos libertou do fascismo.Finalmente os portugueses podiamfestejar em liberdade o 1º de Maio, diados Trabalhadores.

Lisboa, 22 de Maio de 2013José Eduardo

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MAIO DE 2013O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO4

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SARNADAS DE RÓDÃOPERAIS

Comemoraçõesdo 25 de Abril

Decorreram no passado dia 25, as comemorações do dia da liberdade emPerais.

Com uma animada participação, de cerca de 120 caminhantes no percursopedestre recentemente criado, que passa pela “azinheira centenária”, pela“ferradura” e pelo “caminho da barca”. A meio do percurso houve um lanche pararetemperar as forças.

Seguiu-se o almoço com porco no espeto e musica, no espaço da Junta deFreguesia e a entrega dos prémios dos torneios de malha e sueca que se tinhamrealizado durante o fim de semana anterior.

Ao mesmo tempo era inaugurado, também nas instalações da Junta, o polomuseológico que conta a experiência do contrabando naquela zona da raia.

36º Aniversário do GSPFP

O Grupo Sociocultural dosPovos da Freguesia de Peraisvai celebrar no próximo dia

10 de Junho, o seu 36º aniversário, ascomemorações irão começar logo nosábado com a realização de jogos demalha e sueca, à noite haverá aparticipação do Grupo “Modas deRódão”. No domingo está prevista arealização de um passeio pedestre,seguido de uma sardinhada, durante atarde, pretende-se apresentar o espóliode fotografias antigas, cedidasamavelmente pelas gentes de Perais,Na segunda, está previsto o tradicionaljogo “Solteiros-Casados” e a aberturado bolo de aniversário.

Inscrições e mais informações nasede do GSPFP ou por mail [email protected].

JCBelo

Caçadores e Agricultores convivem

O Rancho em movimento

Foi no dia 5 de Maio que orancho folclórico deSarnadas de Rodão “ As

nossas gentes “ foi participar aoXII Festival de Folclore de Aranhasonde participaram mais trêsranchos (Póvoa da Isenta,Santarém, Eljas, Espanha e o dalocalidade )

O festival musical teve iníciocom a actuação do rancho destafreguesia que com os seus cantarese dançares animaram os presentes,seguindo-se os restantes grupos quetambém animaram os presentescom os seus trajes e musicaspopulares das suas localidades,sempre bem representadas .

O rancho desta freguesiatambém actuou no primeirofestival das sopas de peixeparticipando no dia 17, este

transmitido pela RTP1 em directo noprograma “ Portugal no Coração“ e no diado encerramento dia 19 .

Este evento foi organizado pela Câmara

Municipal em parceria comrestaurantes que se associaram.

Primeira Comunhão e Comunhão Solene

No dia 4 do mês de Maio,na paróquia de Sarnadasde Rodão, realizaram-se as

cerimónias das comunhões eprofissão de fé de vários jovensdesta freguesia .

A igreja foi devidamenteornamentada para o efeito dahomilia que foi presidida pelo Sr.Cónego José da Costa , que teceubastantes elogios aos jovens,recomendando-lhes que por vezesos caminhos a seguir nem sempresão os melhores, mas para chegara Deus é só um .

A igreja encontrava-se repletade fieis, uma vez que nessacerimonia também tiveram lugardois baptizados . Depois da celebração da eucaristiaseguiu-se um faustoso lancheoferecido a todos os presentes nobelo salão polivalente devidamente

restaurado em todo o seu interior desdecozinha, casas de banho e zona bar .

Foi um belo dia que as crianças

No dia 5 de Maio do ano emcurso que a Associação deCaçadores desta freguesia

organizou e ofereceu um almoçoconvívio aos agricultores deSarnadas , fazia parte da ementaum porco no espeto que fez asdelicias dos presentes .

Este animado convívio tevelugar no remodelado salãopolivalente desta freguesia, cercade 5 dezenas de caçadores,agricultores, proprietários deterrenos e familiares que passaramuma tarde de um animadoconvívio.

Pereira da Costa

familiares e amigos conviveram paramais tarde recordar.

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O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 5

O Concelho de Vila Velha de Ródão- Notícias da Câmara Municipal - Drª. Ana Martins Camilo

Biblioteca Municipal José Baptista Martins

MAIO DE 2013

AconteceuOficinas Artístico Científicas inspiradas nos Contos de AndersenNos dias 21 e 22 de maio, decorreram, na BMJBM, várias oficinas artístico científicas inspiradas noconto de Andersen «A borboleta». Estas oficinas foram dinamizadas pela ilustradora científica TeodoraBoneva, no âmbito da exposição Hans Christian Andersen, e destinaram-se a públicos de todas asidades. A BMJBM proporcionou, assim, uma nova oportunidade de formação ao seu público que, aolongo de dois dias, pôde aprender mais sobre a arte da ilustração científica.

Participaram, nestas oficinas, sete turmas do Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão eum grupo de adultos, num total de 120 participantes, que também tiveram a oportunidade de usufruirde visitas guiadas às exposições «Hans Christian Andersen» e «Colagens de Natércia» e de ouvir oconto «A borboleta».

O resultado desta iniciativa, inédita em Vila Velha de Ródão, superou as expetativas da BMJBMe para isso muito contribuiu o talento e elevado sentido didático da formadora e o empenho e dedicaçãodos professores envolvidos na organização das oficinas. Uma última menção aos participantes quederam o seu melhor e, por isso, estão também de parabéns.

No próximo dia 4 de junho decorrerão duas sessões destas oficinas, desta vez destinadas às criançasque frequentam a educação pré-escolar do Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão.

Em junho…Até 29 de junhoExposições Hans Cristian Andersen e Colagensde Natércia1 de junho (sábado) – Dia Mundial da Criança10H00 – 12H00 - Maratona de Contos de HansChristian AndersenTodas as idadesAceitam-se inscrições para leitores/contadoresvoluntários.

Dia 4 - Oficinas artístico científicas por TeodoraBoneva a partir do conto «A mala voadora»Destinatários: Crianças do jardim-de-infância doPorto do TejoAo longo do mêsTapeçaria «O João Pateta»

Na 2ª quinzena de junhoAteliê de FimoCriação de bijuteria inspirada nos contos de HansChristian AndersenTodas as idadesInscrições gratuitas, na BMJBM, até 15 de junho

De junho a setembroBibliotecário por duas semanasAceitam-se inscrições para jovens, com idadescompreendidas entre os 12 e os 25 anos, quequeiram colaborar voluntariamente com aBiblioteca Municipal. Ao longo de duas semanaspoderão aprender técnicas básicas do serviço eapoiar as suas muitas iniciativas.

Dia 7 – Final do concurso de soletração «Deletra em letra»Destinatários: Alunos do 3º e 4º anos doAgrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão

É absolutamente certo nº 6Está já disponível o jornal de poesia e recortesde papel produzido pela BMJBM «Éabsolutamente certo». Desta vez inteiramenteproduzido com os poemas criados na ResidênciaLiterária da Foz do Cobrão por Jaime Rocha,Margarida Vale de Gato e José Mário Silva comrecortes de Natércia d’Almeida. Distribuiçãogratuita na BMJBM.

Campo de alimentação para avesnecrófogas na Serra da Achada

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I Festival das Sopas de Peixe comgrande promoção e participação

Decorreu no dia 29 deabril, no salão nobre daautarquia de Ródão, a

assinatura de protocolo com aautarquia de Vila Velha deRódão, Quercus e Celtejo noâmbito da construção de umCampo de Alimentação paraAves Necrófagas na Serra daAchada em Vila Velha deRódão.

Descrição:Os alimentadores de avesnecrófagas são locais comacesso condicionado onde sãodepositadas carcaças de animaiscom o objetivo de disponibilizaralimento para as avesnecrófagas ameaçadas, emparticular o grifo, o abutre-do-Egipto e o milhafre-real.

O Campo de Alimentaçãopara Aves Necrófagas (CAAN)ficará situado na Serra daAchada, freguesia e concelho deVila Velha de Ródão, a poucosmetros dos limites doMonumento Natural Portas deRódão.

Este local situa-se próximode uma importante colónia degrifos, de um ninho de abutre-do-Egipto.

O Campo de Alimentação

ocupará uma área vedada deaproximadamente 5000 m2numa propriedade da CâmaraMunicipal de Vila Velha deRódão, e será construído pelaCeltejo - Empresa de Celulosedo Tejo, S.A., sob coordenaçãoda Quercus – AssociaçãoNacional de Conservação daNatureza, que assegurarátambém a gestão do campo, emparceria com a CâmaraMunicipal de Vila Velha deRódão.

O Campo de Alimentação

vai atrair regularmente, comoacontece noutros campos jáexistentes, diversas espécies deaves necrófagas, em particularas residentes e nidificantes naregião como o Abutre-do-Egipto, o Grifo, o Abutre-Negro,o Milhafre-Real, o Milhafre-Negro e o Corvo, sendoigualmente possível observaroutro tipo de aves que ocorremnas imediações. Prevê-se aconstrução de um observatóriode aves nas imediações docampo.

Depois da televisão foi a vezda rádio dar o devido destaquea Vila Velha de Ródão. Nosábado de manhã a TSF emitiuo programa Terra-a-Terra, apartir da Casa de Artes e Culturado Tejo, com o jornalistaAmadeu Aráujo durante 3 horasvários convidados ( Maria doCarmo Sequeira, autarquia deVila Velha de Ródão; JorgeGouveia, AEAT; Helder FerreiraPorgestur; António Realinho,Adraces; Nuno Coelho,Incentivos Outdoor; FranciscoRodrigues, Queijaria de Ródão;Júlio Marques, restaurante oJúlio; António Carmona,Presuntos Rodrigues; CarlosLourenço, Rodoliv; Ilda Pires,bióloga e autora do livro“Crónicas da minha Infância, ossentidos da memória”; JoséSilva, especialista emgastronomia; Sebastião Canelas,doçaria local) conversaram emdireto em torno da temática daspotencialidades do concelho edo programa do I Festival dasSopas de Peixe.

O I Festival das Sopas dePeixe, organização CâmaraMunicipal de V. V. Ródão,Progestur, Adraces e Naturtejo,aliou a gastronomia,a tradiçãoe a cultura, valorizando umprato típico e produtodiferenciador, as Sopas dePeixe.

Recorde-se que agastronomia de Vila Velha deRódão conserva os sabores deoutros tempos com os pratosmais típicos da região avariarem entre o cabrito assadono forno, as sopas de peixe, alampreia, a caldeirada deenguias, as sopas de boda (pratoconfecionado com borrego) efeijão-frade com salada dealmeirão. Quanto à doçaria, odestaque vai para as tigeladas,nógados e pantufas.

Tratou-se de um certamemultidisciplinar que reuniu arestauração, enologia,

gastronomia, artesanato,hotelaria, produtores, Chefs,artesãos e artistas comatividades lúdico-sociais,atuações de grupos de música edanças tradicionais, teatro,workshops, showcooking edegustações.

A Casa de Artes e Culturado Tejo (CACTEJO) foi o pontode encontro para todas estasações sendo que foram aindarealizadas várias visitas a pontosde interesse turístico doconcelho e passeios de barco aoMonumento Natural Portas deRódão.

A animação musical doFestival das Sopas de Peixe teveinício na 6ªfeira, na CACTEJO,com o espetáculo «Salvem aViola Beiroa», a cargo deMiguel Carvalhinho, seguidanos outros dias com animaçãode rua dos Bombos Toc e Ródãodo Grupo de Bombos da

Associação Gentes de Ródão,Domingos e Dias Santos eRancho Folclórico do CMCD eRancho Folclórico de Sarnadasde Ródão.Os restaurantes aderentes (aEstalagem das Portas de Ródão,a Ponte do Enxarrique, o Júlio,o Mangual, a Varanda da Vila,o Rato e o Vale Mourão)mostraram-se muito satisfeitoscom a adesão dos visitantes edurante os dias de festival ofluxo de refeições aumentouexponencialmente em torno dasSopas de peixe e de outrospratos típicos do concelho.

O I Festival das Sopas dePeixe teve assim uma grandeadesão e captou a atenção demeios locais e nacionais queprojetaram e promoveram aspotencialidade de Vila Velha deRódão, tornando este concelhoum destino turísticoprivilegiado.

Contin. da 1ª. Pág.

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MAIO DE 2013O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 6

A primavera chegou ao bloco do 1º cicloO castelo de Ródão, um recurso pedagógico

O local em questão, situado em pleno Monumento Natural das Portas de Ródão,constitui um espaço único para desenvolver atividades de natureza pedagógicaintegradas no currículo das referidas disciplinas, mas também encerra potencial paraenvolver outras áreas curriculares, bastando para isso ter conhecimento dos recursosexistentes e adequá-los aos respetivos conteúdos programáticos. Ações desta naturezapossibilitam a promoção da interdisciplinaridade, modalidade que estimula uma melhorintegração dos conhecimentos. Os alunos, na sua maioria, aderiram positivamente àatividade e participaram de forma ativa, intervindo de modo pertinente, demonstrandoconhecimentos e aplicando conteúdos teóricos trabalhados no contexto das diferentesdisciplinas.

Foram trabalhados, prioritariamente, os temas da tectónica e das formaçõesgeológicas, do relevo e da orientação no espaço, desenvolveu-se uma reflexão sobre arelação entre o espaço natural, a fixação das primeiras comunidades humanas e aexploração dos recursos naturais; caracterizou-se a flora e a fauna do local edesenvolveram-se conceitos matemáticos relacionados com a organização do espaço,com os sólidos geométricos e o cálculo de perímetros e áreas.

Esta atividade concluiu-se com uma certeza: a região de Ródão e maisconcretamente a área protegida das Portas de Ródão, possui argumentos de grandevalidade para crescer, para atrair visitantes e para fazer sentir na sua população jovem,o orgulho de pertencer a um território único e com o qual se poderá e deverá identificar.As escolas da região merecem conhecer este potencial e tirar partido dele para umamelhor ação educativa.

Contin. da Pág. 5

Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão

A produção de alimentos, a saúde ea mercadorização do conhecimento

Gostar muito da escola; querercontribuir para uma melhorescola onde toda a

comunidade escolar se envolve eempenha na dignificação e valorizaçãodos seus espaços constituiu a tónica dasegunda edição da atividade “Boas-vindas à Primavera”, promovida peloprojeto “A minha Escola é um Jardim”,dinamizado pelos professoresresponsáveis pelo mesmo e pelaAssociação de Pais e Encarregados deEducação.

Esta edição orientou a suaintervenção no espaço envolvente dobloco do 1º ciclo, que dispõe ainda dezonas a justificar a requalificação. Estainiciativa contou, no dia anterior, comuma sessão prévia de sensibilização dosmais pequenos que desenvolveram ainiciativa “vamos limpar a nossaescola”, destinada a empenhá-los napreservação e higiene dos espaços quediariamente utilizam.

Tratou-se de uma árdua manhã detrabalho que contou com a presença demuitos alunos, pais, professores efuncionários que, entre outras ações,limparam a densa vegetação que oinverno chuvoso fez acumular nosespaços envolventes ao edifício,prepararam o terreno para receber asespécies vegetais escolhidas para o seuembelezamento e colocaram na terra as

plantas que os alunos e professores doclube de jardinagem, durante aatividade realizada durante o ano,reproduziram no viveiro ondedesenvolvem competências funcionaisligadas à jardinagem.

A participação espontânea demuitos amigos permitiu atingir osobjetivos previstos, possibilitou ainteração entre diferentes elementos dacomunidade educativa, serviu depretexto para deixar as crianças brincarcom a terra e transmitir algunsconhecimentos relacionados com a

jardinagem e a reprodução de plantas.Este convívio terminou com um

ótimo almoço partilhado por todos,após o qual se seguiu uma visita aoviveiro do projeto. Neste local, osmenos informados puderam contactarcom todo o trabalho realizado e adquiriralgumas plantas de entre a enormevariedade de espécies reproduzidas ecriadas. Esta ação revelou-se umsucesso e merece o justoreconhecimento a todos os que seempenharam para que a mesma seconcretizasse.

No dia 15 de Maio, a disciplinade Ciências Naturais doAgrupamento de Escolas de Vila

Velha de Ródão, em colaboração com osprofessores universitários Álvaro Fonsecae António Nunes dos Santos, organizouuma conversa informal para aprofundara reflexão, iniciada em Novembro, sobre“ciência, tecnologia e sociedade”. Destavez a discussão incidiu sobre amercadorização do conhecimento levadaa cabo pelas grandes empresasmultinacionais, como a Monsanto, quedominam atualmente o mercado agro-alimentar a nível mundial. O ponto departida foi, agora, o o visionamento críticodo documentário Food Inc., realizado porRobert Kenner, que analisa a produçãoindustrial dos alimentos nos E.U.A. e assuas consequências. Ao ver estedocumentário apercebemo-nos dasmudanças profundas que ocorreramnesse país: massificação da produçãoanimal e agrícola; uso de químicos desíntese (pesticidas, adubos químicos,hormonas de crescimento, antibióticos,etc.) e, mais recentemente, de OGMs.Apercebemo-nos também, com maisclareza, que a Europa está a trilharcaminho idêntico.

A conversa girou em torno dos efeitos

nefastos destes procedimentos na nossacomida, no nosso solo, na nossabiodiversidade e na nossa saúde em proldo progresso e da industrialização doplaneta ligados ao enriquecimento demeia dúzia de multinacionais que seescondem por baixo do véu diáfano dasegurança alimentar e da produçãomassiva de alimentos baratos quepretendem resolver a problemática dafome mundial.

A conversa levou-nos a abordar osníveis crescentes de obesidade e dasdoenças associadas, como a diabetes tipo2 e a ameaça que o patenteamento dassementes (que será, ao que tudo indica,em breve aprovada pelo ParlamentoEuropeu) representa para a soberaniaalimentar, tendo em conta que umaqualquer empresa terá o direito apatentear uma planta produzida pelanatureza e que é património de todosnós…

Estas foram algumas das muitasquestões que ficaram a ecoar nas nossascabeças, após as duas sessões realizadas:a primeira, dirigida aos alunos do 8º e 9ºanos, na escola-sede do agrupamento e asegunda, dirigida ao público em geral, naC.A.C. Tejo.

“O que preocupa os pais e o que preocupa os filhos”

No dia 18 de maio, na escolasede do agrupamento deescolas de Vila Velha de

Ródão, o P.E.S. (programa de educaçãopara a saúde), em colaboração com asdisciplinas de Ciências Naturais e deE.M.R.C. e da Associação de Pais eEncarregados de Educação, organizouuma conversa para exercitar amaturidade dos mais novos e acapacidade de escuta dos mais velhos,baseada nestas premissas:

O maior desejo dos pais é que osfilhos cresçam, vivam em segurança esejam saudáveis e felizes. Mas, mesmosabendo que tem de se passar por aí,no momento em que os filhos começama treinar a sua autonomia. Aí torna-sebastante difícil para os pais.Habituados a ter o controlo total sobrea vida e segurança dos filhos, vão terde lhes passar o comando das suasvidas. Vão ter de confiar nascapacidades que eles foramdesenvolvendo. Os pais temem que afalta de experiência e a imaturidadeinerente à idade os coloque em perigoe os faça sofrer. Os pais têm razão.

O maior desejo dos filhos é seremindependentes, darem asas àcuriosidade sobre si próprios e sobre oque os rodeia, ter liberdade total paraexperimentar o que o mundo ofereceacompanhados dos seus amigos.Sentem-se cheios de energia e acham-se suficientemente crescidos,suficientemente informados, capazesde mudar o mundo e de fazer frente atodas as dificuldades que os adultosobsessivamente relembram e que elesacham que só acontece aos outros. Osfilhos têm necessidade de se por à provasem reservas e consideram os cuidados

e as limitações que os pais lhes queremimpor como barreiras a ignorar.Consideram-nas exageradas,impeditivas de obter o que desejam acurto prazo e também consideram querepresentam um sinal da falta deconfiança dos pais nas suas capacidadesOs filhos têm razão.

Como, do seu ponto de vista, ambostêm razão e, geralmente, não sabemcomo chegar ao outro, é frequentegerarem-se roturas e conflitos bastantedifíceis para ambos. Tanto os pais como

os filhos se sentem incompreendidos einjustiçados. E ambos têm razão…

À conversa seguiu-se um almoço“slow food” vegetariano, confecionadocom a colaboração de todos, quecozinharam os alimentos caseiros queproduzem sem a utilização de químicosde síntese. A ideia desta refeição surgiuna sequência da reflexão realizada, nasaulas, sobre a ciência e a tecnologia, eda necessidade de mudarmos os nossoshábitos a nível da alimentação e doconsumo.

Agenda – junho 201301/06/2013 - Dia da criança (Associação de Pais / CPCJ / CMVVR)03/06/2013 - Dia da criança (Agrupamento de Escolas)05/04/2013 - Divulgação de cursos e escolas - 9º ano14/06/2013 - Encerramento do ano letivo - atividades abertas à comunidade20/06/2013 - Prova final de português - 6º Ano20/06/2013 - Prova final de português - 9º Ano27/06/2013 - Prova final de matemática - 6º Ano27/06/2013 - Prova final de matemática - 9º Ano28 a 30/06/2013 - Feira de Atividades de Vila Velha de Ródão

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MAIO DE 2013 O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 7

A POPULAÇÃO DAS NOSSAS ALDEIAS

A saída dos habitantes do concelho de Vila Velha de Ródãopara as grandes cidades do litoral, nomeadamente Lisboa,começou a verificar-se a partir dos anos 30 do século

passado. Desde então, até 2011, a população ali residente passoude 8753 pessoas para 3521, uma redução muito próxima dos 60%,ocorrida ao longo de cerca de oitenta anos, o que dá uma média de65 pessoas por ano. A deslocação da maioria destas pessoasrelaciona-se com a busca de empregos com boa remuneração e coma procura de melhores condições de vida. Trata-se de um fenómenocomum à maioria dos concelhos do interior do nosso país, quepersiste hoje em dia, apesar das inúmeras ações levadas a cabopelos responsáveis municipais das regiões mais afetadas, visandomanter as suas populações e/ou atrair novos residentes.

O gráfico que se segue, mostra a quebra constante da populaçãodo concelho de Ródão, desde 1930 até 2011, sendo provável queem 2013 já tenha descido algo mais.

Dados retirados da Vikipédia, a enciclopédia livre

No concelho de Vila Velha de Ródão, por exemplo, o executivoautárquico tem implementado inúmeras ações destinadas a contrariaro despovoamento do concelho.

No final de 2012, a Presidente da Câmara, Maria do CarmoSequeira, afirmava o seguinte:

“Além da política social de apoio às famílias, aos idosos, e anovos residentes, a estratégia da autarquia para atração e fixaçãode população passou também pela aquisição de terrenos destinadosà construção de loteamentos, aposta conseguida em todo o concelho...

Em todo o concelho melhorámos as acessibilidades entre asvárias localidades e concretizámos as vias de comunicaçãoimprescindíveis e previstas, finalizando em 2012 a importanteligação do IP2 à Foz do Cobrão.

A Revisão do Plano Diretor Municipal encontra-se também emfase final procurando a autarquia aportar ao novo regulamento umamaior agilização nos processos de requalificação urbana e deconstrução de novas habitações.

Paralelamente, como mais-valia à atração e fixação dapopulação, apostámos na melhoria da qualidade de vida dos nossosmunícipes, criando equipamentos coletivos de elevada qualidade(educativos, desportivos e culturais) e espaços públicos aprazíveis,com investimentos importantes no sector turístico-cultural...

Em 2013 procuraremos manter um forte dinamismo na promoçãoe potenciação do concelho nas várias componentes da oferta dossetores económico, social e turístico-cultural...”

Sabemos, entretanto, que a resposta aos vários incentivos efacilidades criadas pela nossa autarquia, para captar novosresidentes, tem vindo a surgir pela positiva, provavelmente a umritmo insuficiente ainda para normalizar o número de habitantes noconcelho, mas muito importante para a estabilidade e sobrevivência

das nossas aldeias.Um caso, que conheço bem, relaciona-se com a decisão recente

tomada pela jovem Vânia Isabel Catarino Duque, filha de AmadeuPires Duque, nosso conterrâneo, natural de Rodeios-Sarnadas deRódão e de Maria Fernanda Catarino Duque, natural de Penhascoso,freguesia de Mação. A Vânia já nasceu em Lisboa, cidade paraonde se deslocaram os seus pais, ainda jovens, mas, aprendeudepressa a gostar da terra natal do seu pai, deslocando-se ali comfrequência quando lá viviam ainda os seus avós paternos, e, a poucoe pouco, foi apreciando e foi-se dedicando àquela terra e àquelaregião. Há dias encontrei a Vânia, por acaso, na estação dos Correiosda Rua Morais Soares, em Lisboa, e tive conhecimento que exerceali as funções de Gerente de estação dos CTT. Mas foi tambémnesse dia que fiquei a saber o quanto a Vânia gosta do nosso concelhoe que, para melhor poder disfrutar daquela zona do país, comprouum terreno em Rodeios, onde construiu uma casa para habitação eonde fixou a sua residência.

Vânia Isabel Catarino Duque

Recuperação econstrução de fontes echafarizes no concelho

Respondendo às pretensões de muitos munícipes, a CâmaraMunicipal em colaboração com as Juntas de Freguesiaprocedeu à recuperação de diversos chafarizes e fontanários

por todo o concelho. Estas obras de beneficiação e colocação denovos chafarizes irão continuar, sendo vontade da autarquia quetodas as localidades possam usufruir destes benefícios.

Seria bom que muitos outros jovens, descendentes diretos derodenses, seguissem o exemplo da Vânia e optassem por semanterem ligados à terra dos seus pais, recuperando as suas casasou construindo uma habitação de raiz, para gozarem as suas fériasou ali se fixarem quando as suas vidas o permitirem.

Mas existem muitas outras formas de manifestar o amor e ocarinho pela nossa terra e, deste modo, contribuir também paraatrair algumas pessoas ao concelho e entusiasmar outras a fixar alia sua residência. Por vezes, basta uma simples frase dedicada aoconcelho, acompanhada de uma foto a ilustrar o comentário. Foi oque fez o nosso conterrâneo José Mendes Henriques ao publicar

uma foto com uma paisagem do concelho, na sua página do facebookcom a seguinte legenda:“Em pleno Monumento Natural das Portas de Ródão. Viver aquie aceder a tanta beleza, à porta de casa, é um privilégio. Esteinterior tem que ter futuro! “

Eu também acredito que o nosso concelho tem que ter futuro.

Elísio Carmona Chafariz de Sarnadinha

Chafariz de Alvaiade

Chafariz de Chão das Servas

Chafariz de Fratel

Chafariz de Perdigão

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MAIO DE 2013O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO8

“...para que os nossos versos, não andem por aí...dispersos”!

Poetas do nosso Concelho

CRÓNICADOS LUSÍADAS piquininos

Manuel Antunes Marques

CORRENTES MARÍTIMAS1São Rios que correm no marDe uma forma surpreendentePara estes Rios diferenciarNós teremos de os designarChamando-lhes CORRENTES2Um RIO nasce numa serraVai sempre desaguar ao marCorrendo sempre pela terraA sua corrente comida geraPara mais pessoas alimentar3A CORRENTE nasce no marE corre tal e qual como o rioVai um continente influenciarUmas levam o calor de racharOutras transportam muito frio4CORRENTES vão diferenciarGrande parte dos ContinentesSempre correndo só pelo MarPodendo muitas terras temperarOu levar o frio às suas gentes5NOVA IORQUE e LISBOAEstão ambas à mesma latitudeLisboa tem temperatura boaPor todo o mundo se apregoaTer uma temperatura de saúde6NOVA YORQUE no InvernoEstá quase sempre geladaA neve leva-lhe frio eternoÀs vezes também é InfernoSe pelos tornados é arrasada7Porquê assim tanta diferençaEstando à mesma latitudeDevemos ter sempre presençaO clima marca essa diferençaDando-lhe mais calor e saúde8A CORRENTE do Golfo abanharA Europa na Costa OcidentalCom água quente influenciarSuas terras mais perto do MarDando-lhe um clima especial

CHEGARAM ASANDORINHAS

Elas aí estão, as andorinhas, chilreantes ealvissareiras, núncias da Primavera que seavizinha, a profetizarem bom tempo e aalegrarem os ares, riscando o azulino dofirmamento, com seus vôos rápidos e picadosque até apetece dizer:

Chegaram ainda há pouco as andorinhasDas terras longínquas de além marQue bonitas que são as avezinhasEm bandos, no firmamento a chilrear...

Regressam novamente, ao ninho amadoPor elas construído, com amor...Desde o ano passado, abandonadoE que agora procuram, com fervor...

Com as asas bem abertas, vão voandoQuase batendo com o corpito no chãoElas aí estão, piando chilreandoComo a todos saudando, com gratidão

Por não lhes terem destruído o ninho amadoCom tanto trabalho construídoDebaixo dos beirais do meu telhadoSem fazerem qualquer ruído

Ali irão nascer os seus filhinhosQue com carinho irão alimentarE aquecer com a penugem dos seus ninhosNaquele quente, mas doce “lar”.

Reparem, como é bela a NaturezaQue tanta maravilha e arte geraParece que agora tem maior belezaPois vem aí a risonha Primavera

Com tantas andorinhas, chilreantesA nossa Beira está-se a engrinaldarCom as andorinhas, de terras bem distantesQue vieram para nos vir saudar...

Porém, quando o Outono trouxer frio enegridãoE voltar a chuva, sempre desejadaAs andorinhas, em bando, lá se irãoPartindo, voando em revoada...Para longínqua e quente pousada...

Fabião Baptista

9E Lisboa também é banhadaPor esta CORRENTE quenteNo seu clima é privilegiadaAnda de manga arregaçadaDurante o ano toda a gente10NOVA YORQUE por seu ladoTem um clima confrangedorDe Inverno é sempre geladoPor seu tempo é influenciadoNa CORRENTE fria do Lavrador11CORRENTES quentes influenciam

Positivamente os continentesAs suas gentes beneficiamDos produtos que ali criamEm chuva e temperatura quente12Por seu lado a CORRENTE friaNinguém a quer ter por pertoAs suas terras não beneficiaPouco alimento por ali criaE a terra torna-se um deserto

Contin. da Pág. 5

Feira da Gastronomia eAtividades Económicas

- 28, 29 e 30 de Junho de 2013 -Dia 28 | sexta-feira18h00 | Abertura da Feira19h30 | Cerimónia oficial de abertura, com a participação da Banda FilarmónicaFratelense21h30 - 24h00 | Atuação de grupos de música tradicional e ranchos folclóricos00h30 | Espetáculo com José Cid (Campo de Feiras)02h00/05h00 | Discoteca ao Ar Livre DJ Zounds

Dia 29 | sábado 17h00 | Abertura da Feira (Grupo de bombos)21h30 - 24h00 | Atuação de grupos de música tradicional e ranchos folclóricos00h30 | Espetáculo com Boss AC02h00/05h00 | Discoteca ao Ar Livre

Dia 30 | domingo17h00 | Abertura da Feira (Grupo de bombos)21h30 - 24h00 | Atuação de grupos de música tradicional e ranchos folclóricos

Durante os três dias de Feira haverá animação de rua e na zona da restauração(Programa provisório)

EM AGENDA... JUNHODia 1 – Comemoração do Dia Mundial da Criança | Local: Campo de feiras

16h – Receção das crianças e famílias17h – Entrega de ofertas pela Associação de Pais e CPCJ de Vila Velha de Ródão18h- Atividades lúdicas19h30- Jantar-convívio para todos os participantes

Local : Casa de Artes e Cultura do Tejo21h30 – Concerto com o Conservatório Regional de Castelo BrancoOrganização: CPCJ V.V. Ródão e Associação de Pais | Apoio: CMVVR

Dia 1 | 14h| Inauguração do Núcleo Museológico de Fratel: História de umaComunidade RuralLocal: Edifício da antiga Escola Primária de FratelOrganização: Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão e Junta de Freguesia deFratel

Dia 1 | 16h | Comemorações dos 110 anos da Banda Filarmónica FratelenseLocal/Organização: Sociedade Filarmónica de Educação e Beneficência Fratelense

Dia 2 | Feira das Cerejas | Organização: Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão

Dias 7,8 e 9 | Festa de Santo António | Local: Alfrívida

Dia 9 | 9h30| I Passeio pedestre “ A rota das Fontes”Organização: ADCR de Cebolais de Baixo

Dia 9 | 17h| Arraial de Santo António | Local: Junta de freguesia de V.V. RódãoOrganização: Junta de Freguesia de V. V. Ródão e Associação Humanitária dosBombeiros de V. V. Ródão

Dia 9 |16h| Encontro de bombos com desfile pelas ruas de Vila Velha de RódãoOrganização: Associação Gentes de Ródão

Dia 10 | Comemorações do 10 de junho | Organização: Junta de Freguesia deSarnadas de Ródão | Apoio: Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão

Dia 14 | 18h| Sardinhada e baile com Manuel EmídioOrganização: Coordenada Alegria – CRC Cebolais de Baixo

Dia 15 | Arraial dos Santos Populares | 20h- Sardinhada (aberta à população)22h30 – Atuação Rancho Folclórico do CMCD de VVRódão23h30 – Arraial popular | Local/Organização : CDRC

Dia 16| 1ª Maratona BTT: Nós e a Natureza9h – Partida (percursos de 60km e 40km) | Organização: Casa do Benfica de V.V.Ródão

Dias 21 e 22 |a partir das 21h |Comemoração do Dia Mundial da música (21 dejunho) III Rodam Fest - Festival de Bandas com participação especial de DanielaPimenta da Casa dos Segredos 2 | Organização: Associação Gentes de Ródão

Dias 22 e 23 | Festa de Cristo-Rei | Local: Amarelos

Dia 29|Santos Populares|Sardinhada | Local/Organiz.: Centro Cultural de Sarnadinha

SOBRAL FERNANDOVENDE-SE

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Contactos: 963967701 / 967285439

SENHORES ASSINANTESTemos notado, com agrado, que cada vez mais assinantes liquidama sua assinatura por transferência bancária. Relembramos que énecessário registar o primeiro e último nome da pessoa que recebeo jornal, para podermos efetuar o respetivo registo na listagem.Informamos, também, que alguns assinantes (poucos), nãoliquidam a sua assinatura há já alguns anos. Depreendemos quenão lhes interessa receber o jornal e, sendo assim, vamos retirandoos seus nomes da nossa listagem.Sobre quaisquer dúvidas, poderão sempre contactar-nos pelotelemóvel ou email indicados no jornal.

A DIREÇÃO

Em Junho na Casa de Artes e Cultura do Tejo

De 1 a 29 de junho |Exposição “PORTAS DE RÓDAO” de António Dias RibeiroExposição de Trabalhos Arquitetónico, de parede, escultóricos em Vidro (Vitral),cerâmica e materiais mistos “Portas de Ródão”, de António Dias Ribeiro.

O trabalho de António Dias Ribeiro é extensivo ao vidro, smalti, barro, mármore ediversos materiais vítreos e cerâmicos os quais usa nas nais diversas formas e estadosfísicos. Esta exposição no CACTEJO enquadra-se no seguimento de mostras recentesdivididas entre locais e países diversos, com algumas variações no tipo e formato detrabalho escolhido para cada local. Doze novos trabalhos foram criados especificamentepara a exposição ‘PORTAS DE RÓDÃO .

Abertura dia 1 de Junho, 16h00

ANTEVISÃO AO25 DE MAIO

Esta será a dataEm que juntaremos a nata,Dos reformados e pensionistas.Somos, três milhões injustiçados.De todos, os mais sacrificados,Mas queremos dar nas vistas!

Sem atropêlos, bem vivos!Basta, de ser-mos os crivos,Por onde passa todo o mal.Na força viva do trabalhoSe busquem, ases do baralho.Nós, só esperamos o sinal!...

O PESO DA IDADEOuço pouco, vejo mal.Da velhice, tenho o sinalQue me torna imperfeito.Mas, em verdade vos digo,Ainda me chegam ao ouvido,As maldades do “tal sujeito”!

Silvério Dias

- Notícias da Câmara Municipal

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MAIO DE 2013 O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 9

haja

SAÚDE

Jogos Olímpicos

*Membro da Academia OlímpicaEx-Secretário Geral da Academia Olímpica de Portugal

David Sequerra*

Mónica Santo(Dietista)

SENHORES ASSINANTES:Informamos que o pagamento de assinatura do jornal, ou quotas da Casa do Concelho, poderá ser feitopor transferência bancária, através do NIB da conta bancária da Casa do Concelho de Vila Velha deRódão - proprietária do jornal - conta Nº 003500630008193433011. Será necessário indicarem o primeironome e pelo menos um dos sobrenomes para identificarmos o assinante na nossa listagem e anotar orespectivo pagamento. Poderão ainda dar-nos conhecimento da transferência através do endereço daCasa do Concelho: [email protected] alternativa os pagamentos poderão ser efectuados nos nossos colaboradores, nos seguintes locais:

• Vila Velha de Ródão: Mota & Barreto Cont. Ldª - Tel: 272 545 553 • Foz do Cobrão: OctávioSotana Catarino

• Sarnadas de Ródão: Emílio B. Pereira da Costa - Tel:272 997 793 • Perais: Maria Dias BeloCarepo - Telem: 962 788 650

• Fratel : Odete Martins, na Cooperativa de Pequenos e Médios Agricultores da Freguesia do Fratel,•• Lisboa: Envio de cheque ou vale postal para: Casa do Concelho de Vila V. de Ródão - Av. Almirante

Reis, 256 – 1º Esq. - 1000-058 – Lisboa (Neste caso, a Fact.ª / Recibo será enviada posteriormente)

O valor da assinatura para o ano de 2012 é de 10,00 euros, para território nacional, e de 12,50 eurospara o estrangeiro. Apelamos para que mantenham os pagamentos em dia, tanto mais que o valorda assinatura e de alguns anúncios são a única receita do nosso jornal.

Alexandra Fernandes(Médica de família)

Betacaroteno e licopenopara um bronzeado perfeito

O betacaroteno é encontradonos alimentos de cor

amarela e alaranjada: cenoura,batata-doce, papaia, mamão,manga, pêssego, e em menorquantidade em vegetais folhososverdes escuros como couve,brócolos, espinafres, rúcula eagrião.

O licopeno está presente emalimentos de cor vermelha comotomate, melancia e morango.

O betacaroteno e o licopenosão carotenóides, ou seja,substâncias que se transformamem vitamina A depois de passarpor reações químicas noorganismo. Atuam comorefletores dos raios UVA e UVB.São antioxidantes, contribuindono combate dos radicais livres,do envelhecimento precoce e docancro de pele.

A vitamina A, estimula a

produção de melanina que é aresponsável pela coloração dapele, e funcionando como filtrosolar.

As pessoas mais morenaspossuem maior quantidade demelanina. Desta forma, quandoos raios atingem o corpo, o ADNcelular é estimulado e, dessaforma, induz-se a produção demais melanina e,consequentemente, a corbronzeada. Ao invés das pessoasde pele mais clara que têmpouca melanina não têm o filtrosolar natural. Quando os raiosatingem o núcleo da célula, elaé lesionada e,consequentemente, fica comefeito vermelho.

A exposição prolongada aosol, traduz-se na perda gradualda elasticidade da pele. Istoporque os raios ultravioleta

produzem radicais livres queatacam e destroem as células,lípidos e proteínas tais como ocolagénio e a elastina, muitoimportantes para a elasticidadeda pele. Os carotenóidesprotegem contra estescompostos potencialmenteperigosos e reduzem o seuimpacto destrutivo.

PERDIGÃO EM CONVÍVIO

Mais uma vez o Grupo de Amigos de Perdigão procura reunir os seus sócios e todos quantosquiserem conviver num agradável ambiente.

Conviver significa viver momentos de intimidade, camaradagem, familiaridade. É isso, pois, que oGrupo pretende. Alargar a família a quem desejar integrar-se neste ambiente salutar. Não podemosnem devemos isolar-nos. O isolamento torna-nos mais tristes. Daí que não podemos deixar morrer osnossos convívios.

O convívio será, pois, no dia 22 do próximo mês de Junho, sábado.A ementa não será muito diferente da utilizada nos anos anteriores. Dela farão parte as sardinhas,

fêveras, saladas, fruta e doces. Os doces, como nos convívios anteriores, serão confecionados e oferecidospelas senhoras. Desde a primeira hora, as senhoras têm manifestado a sua dedicação e os seus dotes nosentido de procurar apresentar as mais saborosas guloseimas. Nesse dia esquecemos os diabetes.

Como sempre, as sardinhas e as fêveras serão regadas com bom vinho.O convívio terá lugar no recinto das festas, como de costume, e terá início por volta das 13 horas.O Grupo de Amigos tudo fará para proporcionar aos convivas uma tarde agradável. Uma tarde que

faça esquecer a crise instalada no país.Pedimos a quem desejar conviver o favor, dentro do possível, de fazer com alguma antecedência, a

sua inscrição para uma melhor organização do invento.As inscrições podem ser feitas pessoalmente ou pelos telefones: 272566354, 272105465 e pelos

telem.966852314 e 917482594.Desde já, o Grupo de Amigos conta com a vossa agradável presença.

Pelo Grupo,Luís Correia

FUTEBOL ESPECIAL para os invisuais

São muitos – infelizmente – os diminuídos físicos, de várias índoles, em todo o mundo. Suscitamcada vez mais - e felizmente…- as atenções da Sociedade nas suas diversas vertentes, onde seinclui o Desporto de ampla divulgação.

A partir do Comité Olímpico Internacional (COI), sob regência de Juan António Samaranch, háuns largos 20 anos tornaram-se realidade as competições organizadas para todas as espécies dediminuídos físicos (embora haja muito boa gente a não concordar com um tal designativo). Os“Jogos Paralímpicos”, logo a seguir às edições dos Jogos Olímpicos, constituem um testemunho damodernidade social.

Curiosamente, dos programas de actividades desses Jogos cada vez mais participados, não temfeito parte o futebol, sem surpresa de maior.

Todavia, já há prenúncios de inclusão em próximas realizações, dados os apoios técnicos que seperfilam nestes nossos tempos. Isso mesmo concluímos da leitura de um sugestivo texto inserido naRevista mensal da FIFA (nº. 32 – 2012) sob o título “Une Voie en or” – Via dourada, em traduçãolivre. A partir de um pequeno apontamento, reportado a um despique França-Brasil, em Setembrop.p., elaboramos a nossa crónica.

***

Os desportistas tidos por invisuais – ou completamente ou em elevado grau de deficiência – sãodivididos em classes, de bastante completa definição médica.

Porém, nesta experiência recente do “futsal”, as classes diluem-se para um único tipo decompetição e, para tanto, todos os jogadores actuam vendados, com máscaras especiais, como se vêna gravura que acompanha este escrito, com a devida vénia da Revista da FIFA de onde recolhemosa elucidativa foto.

A bola utilizada possui um dispositivo tecnológico emitindo um som que permite, por cuidadaintuição, tornar-se jogável por cada qual dos participantes.

Entre si, os jogadores entendem-se falando, com o elogiável benefício da admirável sensibilidadeperceptiva dos denominados invisuais.

A experiência levada a cabo nos “Paralímpicos” de 2012 foi muito conclusiva. Diga-se, pormera curiosidade, que nesse invulgar Brasil-França os sul-americanos venceram por 2 – 0, com umtal Jeferson Gonçalves a fazer inveja a muitos outros “craques” do já bastante popular “futsal”.

O árbitro, devidamente preparado para tais eventos, constitui figura imprescindível.E, por lógicas razões, sob o signo do bom senso, ninguém lhe chama “ceguinho” quando não tem

uma decisão adequada…

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AGRADECIMENTOÀ DRª ALEXANDRA FERNANDES,QUE INTERROMPE A SUA OLABORAÇÃODurante 5 anos tivemos a honra da presença ininterrupta no nosso Jornal das suas referências

ADr.ª Alexandra, porimpossibilidade face às

múltiplas funções profissionaisque desempenha emcontinuidade daquela que é a suagrande vocação profissional - serMédica de Família - interrompe acolaboração que vinha prestandoao nosso mensário. Razãoacrescida pelos encargos devidosà sua condição de Mãe de Família,que, em seu entendimentojuntamente com o do marido,também médico, se estendemmuito para além do meroagregado familiar em coabitação.

Mês após mês, os leitores donosso Jornal tiveram ao seualcance observações, conselhos edicas, escritos em linguagemsimples, vindos de quem,diariamente, se vê confrontadacom os problemas de saúde de mile tantos doentes que têm na suamédica de família, para além daconfiança no saber, a certeza depoderem contar com ela tambémcomo confidente e amiga, quiçáa confessora que o é também,mesmo daqueles que não

professam qualquer credo oureligião.

Durante anos, na página quededicamos à saúde, pudemosusufruir da vasta experiência e doassinalável conhecimentoalcançado com muita dedicaçãoe grande profissionalismo dequem vive intensamente otrabalho que realiza no seu misterde médica, pondo sempre grandedevoção naquilo que faz.

Com o mesmo espírito desacerdócio, a Dr.ª Alexandra, emprol da divulgação da importânciada proximidade que saúdefamiliar proporciona, duranteanos colaborou com a TSF e, no

presente, com a SIC Notícias emalgumas sextas-feiras, nonoticiário das 8 horas. Para sefazer ideia de tal espírito,acrescente-se que a Dr.ª tem deatravessar a Ponte 25 de Abrilàquela hora de ponta (!) pararesponder, durante cerca de 15minutos, ao locutor de serviço.Tudo isto graciosamente…

A Dr.ª Alexandra, à qual meligam laços de grande carinho eexcepcional amizade, tem, no seupassado familiar, grandeproximidade ao nosso Concelho:o bisavô paterno (um dos 2 irmãosfundadores da PapelariaFernandes) era do Vale da Pereira,uma pequena povoação logo aseguir à ponte dos Bugios, naOcresa, e a avó paterna era dasSarnadas.

À Dr.ª Alexandra Fernandes,em nome da Direção da Casa doConcelho, do Diretor do Jornal e,ao que sabemos, dos nossosleitores, pedimos que aceite onosso

BEM-HAJA!

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MAIO DE 2013O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO10

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Zona Industrial, nº 2 - Lote 1

6030-245 Vila Velha de RódãoTelef.: 272 541 233 Fax: 272 541 234

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MAIO DE 2013 O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 11

O Regionalismo em PortugalJosé Faia P. Correia

Faleceu no passado dia 28 de Abril, noHospital de Castelo Branco, RosáriaMaria Ribeiro, de 82 anos, viúva deJoão Pires, natural e residente noMontinho da freguesia de Fratel, emcujo cemitério foi sepultada no diaseguinte.O funeral, tendo em conta o numerosoacompanhamento, foi revelador daestima em que ela e a sua família é tida,tanto na sua terra como nas povoaçõesvizinhas.A tia Rosária era uma figura ímpar noMontinho, pois, não obstante asprivações porque passou para criarcinco filhos numa terra pobre, não selhe conheciam esmorecimentos. Antespelo contrário, encarava os problemascom coragem, sempre alegre no seuviver. Os mais antigos ainda se lembramdela enquanto nova, como era alegre, ecomo cantava e dançava bem.Todos lhe reconheciam também osentido de ajuda aos outros.Aos filhos, Filomena, Albino, Mário eJosé e restante família deixamos osnossos sentidos pêsames.

Faleceu no passado dia 14 de Abril emBordéus, França, onde residia, o nossoassociado e amigo, António GomesCarmona de 68 anos, natural de Perais,deixa viúva, a dona Maria do Ceu e doisfilhos Francisco e Filipe. À famíliaenlutada apresentamos os nossospêsames.

AgradecimentoSua esposa, filhos e restante família, naimpossibilidade de o fazerempessoalmente, como seria seu desejo,vêm por este meio agradecer a todas aspessoas que acompanharam o seu entequerido à sua última morada, ou que,de qualquer outra forma lhesmanifestaram o seu pesar. A todos onosso bem-haja.

NECROLOGIA

Faleceu no passado dia 15 de Maio naCasa de Repouso de Nossa Senhora daPenha em Portalegre, Rosa daConceição Pires Ramalhinho de 95anos, natural de Fratel e residente emTinalhas, viuva de José JorgeRamalhinho.

AgradecimentoSeus sobrinhos vêm por este meioagradecer a todas as pessoas queacompanharam a sua ente querida à suaultima morada, em Tinalhas, ou que porqualquer outro meio lhes manifestaramo seu pesar.A todos o nosso bem-hajam.

Em Portugal, o associativismo regionalista teve origem no fenómeno dasmigrações, com grande expressão desde os primórdios do século XX,caracterizado pelo êxodo das populações dos meios rurais para os grandes

centros urbanos, para as ex-colónias ou para o estrangeiro.O crescimento da actividade industrial e comercial, a partir de meados do século

XIX, aconteceu junto das cidades portuárias, à volta das quais se instalaram os bairrosde operários recrutados nas zonas rurais do interior, onde a chamada revolução agrícoladeixava sem ocupação grandes quantidades de trabalhadores rurais, disponíveis, assim,para fornecer as necessidades em mão-de-obra das fábricas.

Desta forma, levas de trabalhadores dos meios rurais, condenados à miséria nassuas aldeias, viram-se forçados a emigrar para junto das cidades do litoral ondefloresciam as novas indústrias. Muitos outros, porém, emigraram em larga escalatambém para o Brasil e em menor grau para as colónias.

Acresce ao fenómeno da industrialização a instabilidade política nos tempos queantecederam a queda da monarquia e a desordem política, à qual sobreveio a criseeconómica, que se viveu na Primeira República.

E se não bastassem estes dois fenómenos, a praga da filoxera destruiria extensasáreas de vinha nas encostas do Douro, afugentando as suas gentes sem meios desobrevivência, na esperança de conseguirem o seu sustento e das suas famílias. Éassim que muitos minhotos, transmontanos e beirões e, de um modo geral, todos aquelesque viviam nas regiões mais isoladas e pobres do interior e ainda sentiam forças paramudar a sua vida rumaram a Lisboa. Uns, conseguiam ocupação nas fábricas ondeainda não se requeria mão-de-obra especializada. Outros entregavam-se aos maisdiversos ofícios, sempre que possível de acordo com as suas aptidões de origem. Assim,de Arganil vieram os leiteiros que são os actuais pasteleiros de Lisboa, de Tábua ospadeiros, de Ovar as peixeiras ovarinas e de Tomar os construtores civis que ficaramconhecidos por “patos-bravos”. Os minhotos empregaram-se sobretudo na hotelaria erestauração depois de reconverterem as velhas tabernas e carvoarias que tomaram aosgalegos enquanto os de Ílhavo continuaram a ser os marítimos sempre embarcados e apercorrer o mundo. O nosso concelho não foi exceção a este surto de emigração,facilitada pela passagem dos almocreves que por aqui transitavam em direção a Abrantese pelos barcos que conseguiam subir e descer o rio Tejo entre Lisboa e Vila Velha deRódão.Já não sou do tempo desses barcos… os quais deram lugar ao comboio da Beira Baixae, ainda na minha geração, já muito poucos eram os jovens que por cá ficavam.

Quando fui estudar para Lisboa, em 1954, ainda havia uma dúzia de merceeiros etaberneiros do Fratel estabelecidos em Lisboa, maioritariamente sediados em Alfama,os quais, por sua vez, puxavam os jovens seus conterrâneos para os ajudarem, comomarçanos.

Ora para estes novos citadinos, o tempo escasseava porque o trabalho duro, sendoa única forma de subsistência, obrigava a longas jornadas de trabalho.

Mas, lentamente, as condições de vida foram melhorando também para os queemigraram para as cidades: o número de horas de trabalho na fábrica foi baixando e ostransportes de casa para o trabalho diminuíram os tempos gastos no percurso. Poroutro lado, o trabalho fabril foi cedendo espaço à área dos serviços e, importante,alguns dos que migraram foram singrando na vida e alcançando maiores possibilidadeseconómicas e estatuto social. Ou seja, com algum tempo livre, estão criadas, ascondições objectivas ao aparecimento do associativismo regionalista.

Na maior parte dos casos, as chamadas “casas regionais” aparecem sob adesignação de grémios: Grémio do Minho, Grémio do Alentejo, etc.

Com o advento do Estado Novo, as designações originais vão alterar-se tendo onovo regime procurado integrar as “casas regionais” na sua lógica corporativa, vedando-lhe, ao mesmo tempo, a designação de “grémios”. No entanto, a imposiçãocorporativista não pegou, passando aquelas casas a adoptar novas denominações queainda hoje subsistem.

A participação de figuras gradas ao regime e a ligação existente aos governos civise outras autoridades, essas sim, conferiram a estas associações um certo grau deimportância, tendo esse período representado o auge e a grandeza, sobretudo dasassociações regionalistas de âmbito provincial, mas muitas também de naturezaconcelhia. Todavia, o aparecimento destas, não é bem visto pelas “casas de província”que, de forma mais ou menos discreta, exercem pressões com vista a impedir a formaçãodas mesmas, tendo sido salvas de tal oposição a influência exercida pelos respectivosmunicípios. Desta forma foi possível a obtenção dos alvarás concedidos pelo GovernoCivil de Lisboa, diligência então indispensável ao exercício da sua actividade.

Nos anos sessenta do século passado, com a guerra colonial, muitos jovens partempara o ultramar, o que marca, de certa forma, o início do declínio das casas regionais,porque, na sua ausência, as jovens comprometidas ficavam inibida de se divertir.Também o aparecimento e a e a vulgarização da televisão pelas habitações contribuiupara reduzir drasticamente a frequência das colectividades em geral.

A partir dos anos setenta, a maioria das “casas regionais” definhou. Algumassobreviveram recorrendo a bailes e outras formas de convívio, aliás, de frequênciaduvidosa, que acabam por prejudicar a sua própria imagem. Outras restringiram a suaactividade à realização de almoçaradas a preços inacessíveis à bolsa de quem necessitade trabalhar para sobreviver, o que provoca o estabelecimento de uma frequênciaelitista. Desta forma, a maior parte destas associações vai-se descaracterizando à medidaque pautam a sua ação por actividades que pouco ou nada têm a ver com o regionalismo,indo nalguns casos, ao ponto de entregar os seus destinos a pessoas estranhas às regiõesque constituem a sua referência de origem.

O declínio continua imparável e algumas destas associações encontram-se agora àbeira da extinção.

A Câmara Municipal de Lisboa, procurando colmatar situações de dificuldaderelativamente a instalações, à semelhança do que faz com outras entidades, tem cedidoterrenos para a construção de sedes de diversas casas regionais, sob o regime do “direitode superfície”. Por exemplo, a Casa das Beiras, desde há vários anos tem à suadisposição, cedida pela Câmara de Lisboa por uma renda baixa, uma quinta, na zonaoriental de Lisboa, para a qual tem um projeto de recuperação para ali se instalar. Sóque, como tem acontecido com muitas outras instituições congéneres, falta capacidadeeconómica e financeira para dar continuidade ao referido projeto.

A CASA DO CONCELHO DEVILA VELHA DE RÓDÃO

Perais

Fratel

FOTORECONQUISTA

23 MAIO

A criação da Casa do Concelho deVila Velha de Ródão pode

considerar-se um caso de “vocaçãotardia” e em contra-ciclo, porquantonasceu quando algumas das antigascasas regionais já enfrentavamdificuldades de sobrevivência outinham desaparecido. Ainda assim, obairrismo do seu criador, senhorDomingos Alves Dias, não desistiu deconcretizar o sonho que acalentava hádécadas, e, aliando aquele ao seuespírito de luta à sua força de vontade,conseguiu levar por diante o objetivoque perseguia há muitos, muitos anos:unir num pólo aglutinador as gentes doConcelho residentes na área da GrandeLisboa

Antes, porém, trouxe à luz do diao Jornal “O Concelho de Vila Velhade Ródão”, em 1982, o qual, paramaior facilidade burocrática, arrancoucomo propriedade sua, em nomeindividual, e que mais tarde doou àCasa do Concelho, depois de terliderado a criação da mesma em 1989.A persistente e demorada mobilizaçãoque o senhor Alves Dias levou a cabopara o arranque do Jornal e para afundação da Casa do Concelho teveduas ajudas que me parece importantereferir.

Em Lisboa, para onde,tradicionalmente, o Fratel emigrou, umgrupo de Fratelenses criara, há mais de25 anos, uma Comissão de Festas eMelhoramentos, que, sem nunca terformalizado oficialmente a suaexistência e sem sede própria, tinha, noentanto, uma organização defuncionamento e, por empréstimo, umlocal para reuniões. Essa Comissão, emanos sucessivos, trouxe à capital aBanda do Fratel, e, depois, também oRancho Folclórico, que enchiam deconterrâneos o ginásio do LiceuCamões cedido pelo Reitor SérvuloCorreia, ele também um grandeentusiasta pela sua terra.

Como as entradas eram pagas, aComissão pôde fazer economias àsquais juntava os lucros da festa deSetembro na aldeia e com elascomprou um terreno no Fratel, anexoà sede da Sociedade Filarmónica.Terreno esse a que se juntaram outrosdois por doação, onde foi possívelconstruir um parque gimno-desportivo,

e, já pela própria Sociedade Filarmónica,o Lar e o Jardim de Infância.

O cumprimento destes objetivos, aque se juntaram as alterações profundasna sociedade portuguesa e aconsolidação do poder autárquico,mercê da democratização alcançada como 25 de Abril, esvaziaram asnecessidades de existência da Comissãode Melhoramentos do Fratel. Assim, osseus membros decidiram extingui-la eaderir em peso à proposta que o senhorAlves lhes apresentara de criação daCasa do Concelho. Vários dos seusmembros são sócios fundadores e,alguns, entre os quais me incluo,integraram mesmo os órgãos sociaisdesde a fundação.

Outro tanto aconteceu com osmembros do GAFOZ, o qual, noentanto, continuou pujante na suaatividade porque tinha outro grandeobjetivo que lhe garantia motivo para acontinuidade.

E quanto ao futuro? É costumedizer-se que o futuro é uma incógnita.Ou, para os crentes: o futuro a Deuspertence. Com o senhor ElísioCarmona, que tem um jeito especial egrande disponibilidade como pessoa eexcelente capacidade organizativa,temos pensado muito sobre isto. Acomeçar pela definição dos objetivosfuturos da Casa e acerca da massaassociativa, de que os órgãos sociais sãoo reflexo. Estes como aquela estãoenvelhecidos, como, de resto, o País,sem possibilidade de renovação.

Há, contudo, o Jornal. E sempre quedebatemos a questão, mesmo fora doâmbito da nossa Associação, emboracom pessoas que se interessam pelonosso Concelho, a opinião é unânime:O JORNAL FAZ FALTA.

Aos nossos estimados leitores eamigos deixo um apelo:

POR FAVOR, PENSEM NISTO.AJUDEM-NOS A DECIDIR OFUTURO!

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MAIO DE 2013O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO 12

por Octávio Catarino

Motu Proprio

Manuel Rodrigues &Herdeiros, Lda.

Fábrica: Rua de Santana, 806030-230 - Vila Velha de RódãoTel.: +351 272 545 137Fax: +351 272 545 153

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EM DEFESA DO SNS

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) foiuma das maiores realizações pós 25 de

Abril, sendo até modelo para muitos paísesmais ou menos desenvolvidos. Portanto,quando se discute, às apalpadelas, a reduçãode custos do Estado Social, lá vem à cabeça oSNS, a Escola Pública ou a Segurança Social.Então o Sr. Primeiro Ministro, neoliberalconvicto, basta recordar a campanha que olevou ao cargo onde defendeu a privatizaçãode parte da Escola Pública e do Serviço deSaúde, da RTP e da Caixa Geral deDepósitos, ainda não descobriu que aeconomia europeia está de rastos por mor doneo-liberalismo importado da América deBusch, pai e filho, especialmente, queestimularam o desregramento dos mercadosfinanceiros, provocando as chamadas bolhasdo mercado imobiliário, por exemplo,levando à falência muitas empresas do setor ede bancos ou à injeção de dinheiro doscontribuintes noutros para manterem asportas abertas? Ainda não descobriram,senhores do (des)Governo, que os mercadossó por si, sem o controlo do Estado, nãoresolvem os problemas das pessoas?

Por que não se discute, por exemplo, astransações financeiras dos capitalistas destePaís (e dos outros…) para os paraísos fiscaiscujo montante, no caso português, resolvia oproblema dos défices, acabava com aausteridade e, consequentemente, com afome? Sim, por que não se estudam, a nívelda União Europeia, formas de obrigar essagente a trazer o dinheiro de volta e a acabarcom os offshores? Ah sim, o sistema nãopermite. Pois! Estamos entregues àbicharada…

Afinal, tenho estado a divagar, mas sem másintenções, pois o que queria mesmo era falarde uma experiência vivida recentemente no“interior” do SNS. Fui sujeito a umaintervenção cirúrgica no Hospital Distrital deCastelo Branco onde estive quatro dias. Defacto, como pessoa interessada e observadora,durante os quatro dias, estive atento àprestação dos serviços médicos e deenfermagem em particular. Por acasopartilhei com outros… à espera de alta, aforma como fomos tratados: excelente! Nós,que pagámos impostos durante toda uma vidade trabalho e profissional, exigimos o SNSinstituído, sem cortes no que é essencial ecom melhorias onde for possível, como naslistas de espera para intervenções cirúrgicas,por exemplo. Como exigimos Escola Públicae Segurança Social sem os constrangimentosdos neoliberais que estudam prioritariamentenúmeros e lucro… esquecendo as pessoas!

Não querendo personalizar, deixo aqui paratodos os colaboradores, profissionais doHospital Amato Lusitano o meu sinceroBEM-HAJA!

Apostila – O vizinho Manel quando viu umninho de andorinha na porta de entrada deuma sua casa de arrumos resolveu, durante anidificação, entrar pela porta da garagem paranão perturbar o trabalho das graciosas avesanunciadoras de bom tempo. Há dias, um“cavalheiro” passou por uma sua casadesabitada, numa aldeia do nosso concelho e,para mostrar trabalho, limpou os beirados e avaranda de tudo que mexia dentro dosninhos… para gáudio dos gatos e desesperodos progenitores!Mais comentários para quê?

I FESTIVAL DAS SOPAS DE PEIXE,Evento de gastronomia, tradição e cultura foi um sucesso

Em Vila Velha de Ródão, nos dias 17, 18 e 19 p.p., teve lugar um inéditoacontecimento de promoção e divulgação do Concelho - o I FESTIVALDAS SOPAS DE PEIXE -integrado no Festival da Paisagem 2013,

uma organização do Geopark Naturtejo tendo em vista a promoção integradapara os mercados interno e externo na região que este abrange.

Para tanto, o Geopark previu 28 atividades realçando as principaisreferências do espaço abrangente dos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão, em termos deturismo da natureza e do geoturismo, dos produtos locais de excelência e dasustentabilidade económica e ambiental da região.

A iniciativa no nosso Concelho pertenceu à Câmara Municipal a qual,para além de contar naturalmente com o Geopark Naturtejo, teve o apoiotambém da Adraces e da Progestur (uma associação fortemente empenhadana afirmação da identidade cultural portuguesa). A escolha das sopas de peixecomo , por se tratar dum produto diferenciador que faz parte das nossasreminiscências gastronómicas e ser padrão integrante da nossa cultura, ou nãoestivéssemos ligados a três rios (o Tejo, o Ocresa e o Ponsul). O evento contoutambém com a parceria da CP, com descontos na viagem de comboio para oFestival.

Como que a abrir o apetite para o que se iria passar naqueles três dias, aRTP1, no programa Portugal no Coração, mostrou até à exaustão o que de bompor cá temos e/ou produzimos e a TSF transmitiu de véspera uma oportunaentrevista com a Presidente da Câmara. Merece também realce a extraordináriadivulgação nos órgãos de comunicação regionais.

Foi evidente que o objetivo maior do Festival procurou uma larga divulgaçãodo Concelho, onde abundam belezas naturais ímpares; os seus produtos são dealta qualidade; pretendendo-se também, logicamente, promover a dinamizaçãodo comércio local, nomeadamente da restauração. Assim, juntaram-seprodutores, chefs de cozinha, artesãos e artistas, numa programação comactividades lúdicas, concertos e danças tradicionais, teatro, workshops,showcooking e degustações, para além de visitas guiadas, nos arredores, apontos de interesse turístico, bem como os indispensáveis passeios de barcono Rio Tejo.

A animação começou com o espectáculo “Salvem a Viola Beiroa”, de MiguelCarvalinho, logo na 6ª. feira e encerrou com grupos de música e dançatradicionais.

O anunciado debate sobre a “Gastronomia da Beira” teve uma participaçãoinvulgar por parte da numerosa e entusiástica assistência, a qual questionouinsistentemente a “mesa”, onde a Presidente da Câmara se fazia ladear porum experientado representante da Progestur, pelo especialista de nomeada,Cozinheiro José Silva, pelo categorizado enólogo Virgílio Loureiro e peloDiretor da Adraces, Professor Realinho, sobejamente conhecido pelo seu sabere pelo fervor com que procura as vias de promoção do desenvolvimento da BIS(Beira Interior Sul), onde se situa o nosso Concelho.

Um interessante apontamento que se pode retirar do debate diz respeito à

gastronomia do sul da Beira Baixa, como parte integrante da culturacaracterizadora desta região. Quanto às muito badaladas sopas de peixe foiexplicado por diversos interlocutores o porquê da designação SOPAS e nãoqualquer outra que, por vezes, pessoas menos conhecedoras, lhe atribuem.Este prato, tradicional na gastronomia de todo o Concelho, aliás com estamesma designação, insistimos, constitui, de facto, um padrão da nossa cultura.Quanto à receita, de terra para terra ou de pessoa para pessoa, poderá sofrerpequenas alterações que, no entanto, não alteram o fundamental: o peixe e assopas de pão!

O vasto programa daqueles três dias, teve aspetos inéditos como oshowcooking com categorizados chefs, entre os quais o jovem chefe IgorMartinho, que, utilizando barbos dos nossos rios e o nosso azeite, deu umverdadeiro “show” de culinária.

Na Casa das Artes e Cultura do Tejo foi também possível contactar e, emcertos casos até, provar alguns dos melhores produtos locais como o mel, osqueijos, a bolaria, os enchidos, para além de entrar numa prova de vinhos daBeira simpaticamente servidos pelo enólogo Virgílio Loureiro.

Um aspeto curioso foi o prévio convite/repto aos restaurantes do Concelhopara incluírem nestes três dias as tradicionais sopas de peixe, sendo que aesta primeira iniciativa aderiram sete deles, que por certo não se terãoarrependido face à procura que tiveram.

Com este I Festival das Sopas de Peixe também se procurou transformarmaio no Mês das Sopas de Peixe.

Ingredientes:

- água- alho- azeite- peixe em postas- cebola- louro- pão trigo (duro)- piripiri- poejo- sal- tomate maduro-vinho branco

Corta-se o pão duro em sopas finas,sobrepondo-as em camadas numcoucho(1) de cortiça.Faz-se um refogado com azeite,deixando aloirar a cebola cortada àsrodelas, à qual se junta um ou doisdentes de alho cortado em lascas finas,uma folha de louro, tomate madurocortado em pedaços e poejo.

Adiciona-se-lhe água e sal, deixando-se ferver, após o que se lhe junta opeixe (barbo ou carpa) cortado empostas que se deixa cozer. Quando opeixe estiver cozido retira-se parauma travessa e espalham-se por cimadas postas umas areias de sal decozinha, tapando a travessa para nãoarrefecer.Deita-se um cálice de vinho brancono caldo e deixa-se levantar fervura.De seguida, despeja-se o molho bemquente por cima das sopas de pão, demodo a ficarem bem embebidas.Coloca-se o peixe cozido sobre assopas quentes.Servem-se as sopas e o peixe semdemora!!!(1) Nos 6 dicionários e enciclopédiasconsultados não consta a palavra“coucho” …(2) Esta foi a receita que aprendicom o Adriano, a quem rendo a minhahomenagem

EMENTA:As minhas SOPAS DE PEIXE

*José Faia P.Correia

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