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    Publ. UEPG Ci. Biol. Sade, Ponta Grossa, 10 (1): 23-36, mar.2004

    CDD: 617.6

    ANOMALIAS DO ESMALTE DENTAL: ETIOLOGIA,

    DIAGNSTICO E TRATAMENTO

    ANOMALIES IN DENTAL ENAMEL: ETIOLOGY,DIAGNOSTIC AND TREATMENT

    Andrea de Oliveira Ribas1, Gislaine Denise Czlusniak2

    1 Autor para contato: Escola de Aperfeioamento Profissional - ABO, Ponta Grossa,PR, Brasil; (45) 264-1467 ou (45) 264-2651 - Medianeira;

    e-mail: [email protected] Universidade Estadual de Ponta Grossa, Campus em Uvaranas, Departamento deOdontologia, Escola de Aperfeioamento Profissional - ABO de Ponta Grossa, PR,Brasil; (42) 220-3111; e-mail: [email protected]

    Recebido para publicao em 28/11/2003

    Aceito para publicao em 20/04/2004

    RESUMO

    A proposta deste trabalho foi realizar uma reviso de literatura minuciosasobre as anomalias do esmalte dental, que resultam da ao de vrios fatoresetiolgicos durante os estgios de aposio e mineralizao do desenvolvi-mento dentrio. Embora as caractersticas clnicas sejam semelhantes, osfatores etiolgicos podem ser sistmicos, locais ou genticos, desencadeandohipoplasias de esmalte em dentes isolados, grupos de dentes, ou mesmo emtodos eles, nas dentaduras decdua e permanente. De acordo com o grau deseveridade dessas anomalias, vrios protocolos de tratamento podem ser reali-zados, desde clareamento, microabraso, restauraes estticas conservadorase reabilitaes protticas. Portanto, por meio de um diagnstico diferencialpreciso, buscar-se- um tratamento efetivo e eficaz para restabelecer a funo,a esttica e a auto-estima de pacientes que sejam portadores de hipoplasia deesmalte.

    Palavras-chave: anomalias de esmalte, hipoplasia de esmalte, amelogneseimperfeita

    ABSTRACT

    The aim of this work was to revise the pertinent literature concerning

    anomalies of dental enamel, resulting from various causative factors during

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    the stages of apposition and mineralization of tooth development. Althoughthe clinical aspects are similar, the ethiological factors may be local, systemicor genetic, leading to hipoplasias of the enamel in isolated teeth, in groups ofteeth, or even in all teeth, in both deciduous and permanent dentition.

    Depending on the degree of severity of these anomalies, various protocols oftreatment may be practiced, including whitening, microabrasion, aestheticconservative restorations and prosthetic rehabilitation. However, by meansof a precise diagnostic process and an effective and efficient treatment issought, to reestablish the functioning, the aesthetic appearance and the self-esteem of patients who suffer from enamel hypoplasia.

    Key words: enamel anomalies, enamel hypoplasia, amelogenesis imperfecta

    Introduo

    A harmonia esttica um anseio que cada vezmais vem preocupando a populao, que busca aten-dimento odontolgico especializado. Os parmetrosde esttica impostos pela sociedade vm fazendocom que as pessoas que apresentam hipoplasia deesmalte busquem cada vez mais tratamentos emtodos preventivos adequados para cada tipo destaalterao.

    Os distrbios de desenvolvimento no esmalte

    apresentam-se como anomalias de estrutura,podendo afetar ambas as denties, tendo cartersistmico, local ou hereditrio.

    O profissional deve estar preparado para reali-zar um correto diagnstico frente presena de alte-raes no esmalte dental. de grande importnciao conhecimento dos diferentes tipos de hipoplasia,para que por meio de uma anamnese minuciosa sepossa detectar a causa e o tipo de mancha intrnsecaque o paciente apresenta, determinando assim, otratamento mais adequado e um prognsticofavorvel.

    Dessa forma, o objetivo do presente trabalho buscar respaldo cientfico na literatura para que sepossa elucidar as indagaes sobre etiologia,diagnstico e tratamento das anomalias do esmaltedental.

    Reviso de Literatura

    McDonald, em 1977, citou que a hipoplasia

    de esmalte pode ser desencadeada por fatores

    sistmicos, locais ou hereditrios, ocasionandodefeitos e irregularidades na superfcie do esmalte.Esse tipo de alterao poder apresentar-se de formasuave, o que resultar numa corroso da superfciedo esmalte, ou se manifestar desenvolvendo umalinha horizontal na coroa dental. Se a atividadeameloblstica for interrompida por um longo perodode tempo, surgiro extensas reas de formao deesmalte irregular ou imperfeito. A ocorrncia dahipoplasia ps-natal dos dentes decduos prova-

    velmente to comum quanto a ocorrncia de hipo-plasia em dentes permanentes, mas geralmente seapresenta de forma menos severa. Entretanto, ahipoplasia de esmalte nos dentes decduos pr-natais rara.

    A hipoplasia de esmalte pode ser conseqnciade eventos sistmicos, traumticos, ambientais ougenticos que ocorrem durante o desenvolvimentodos dentes, interferindo na formao normal damatriz do esmalte, causando defeitos e irregula-

    ridades na sua superfcie. Podem se apresentar comomanchas esbranquiadas, irregulares, rugosas, ouainda, sulcos e ranhuras, bem como outras alteraesna estrutura do esmalte (Shafer et al., 1987).

    Clinicamente, a hipoplasia de esmaltemanifesta-se com falta total ou parcial da superfciede esmalte, apresentando uma esttica insatisfatria,dentes sensveis, m-ocluso, bem como predis-posio crie dental (Seow, 1991).

    Segundo Oliveira e Rosenblatt (2002) a

    ocorrncia de defeitos de esmalte na dentiodecdua comum e o odontopediatra tem grande

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    responsabilidade na sua deteco e acompa-nhamento, j que as alteraes que ocorrem na suaestrutura podem acarretar o aparecimento de crieprecoce na infncia.

    Hipoplasia SistmicaMcDonald (1977) citou vrias causas e formas

    de manifestao de hipoplasia sistmica, como:hipoplasia devido a deficincias nutricionais, em queos estados carenciais que podem estar relacionadoscom a ocorrncia de hipoplasia de esmalte estariamassociados a deficincias de vitaminas A, C e D,clcio e fsforo, e hipoplasia relacionada com trau-matismos cerebrais e defeitos neurolgicos, onde

    foi detectada a existncia da relao entre a pocaem que os possveis fatores etiolgicos causaram odano cerebral e a poca de formao do esmaltedefeituoso. Sendo assim, a presena de hipoplasiade esmalte ajudar o clnico a detectar a poca emque o traumatismo cerebral ocorreu, nos casos emque a etiologia no est definida, hipoplasia devido radiao X, poder ser encontrada, nos dentespermanentes, linha de esmalte hipoplsico, que seassocia poca do estgio do desenvolvimento do

    dente e terapia anti-neoplsica realizada, ehipoplasia devido a fluoretos (fluorose dental).Umadas manifestaes da fluorose dental atravs dagua de consumo que contenha mais de uma partepor milho (ppm) de flor, podendo afetar oameloblasto durante a formao do dente, resultandonum quadro clnico conhecido como esmaltemanchado, porm a aparncia do esmalte afetadopelo consumo de gua com excesso de flor variaconsideravelmente. Segundo o autor existem poucasevidncias para afirmar que dentes hipoplasiados somais suscetveis crie do que dentes normais.Porm leses de crie podem se desenvolver emdefeitos de esmalte. Pequenas leses de crie e reaspr-cariosas podem ser restauradas com materiaisresinosos, lembrando que a restaurao semprerestrita rea envolvida. Os dentes decduos epermanentes hipoplsicos que apresentam largasreas de esmalte defeituoso e dentina exposta, logoque irrompem podem se apresentar sensveis.Restauraes satisfatrias nessa poca so freqen-

    temente impossveis, ento pode ser realizada a

    aplicao tpica de fluoreto estanoso a oito porcento quantas vezes for necessrio para ocorrer areduo de sensibilidade dos dentes afetados.

    Shafer et al. (1987) definem hipoplasia de

    esmalte como uma formao incompleta oudefeituosa da matriz orgnica do esmalte dentrio.Diferentes fatores, so capazes de causar dano aosameloblastos, tais como: deficincias nutricionais(vitaminas A, C e D), febre exantematosa e doenasexantematosas (sarampo, varicela e escarlatina),sfilis congnita (envolve geralmente os incisivospermanentes superiores e inferiores e os primeirosmolares), hipocalcemia (neste caso, a hipoplasia estrelacionada com a ocorrncia da tetania, provocada

    pela baixa do nvel do clcio no sangue), trauma-tismo por ocasio do nascimento, excesso de flor(fluorose dental) e fatores idiopticos (muitosestudos clnicos mostram, que mesmo com histriase levantamentos cuidadosos, em alguns casos ahipoplasia de esmalte de origem desconhecida).Em geral, pode-se afirmar que qualquer deficincianutricional ou doena sistmica sria pode ser capazde produzir hipoplasia de esmalte, j que osameloblastos constituem um dos grupos de clulasmais sensveis do corpo, no que diz respeito funometablica. Entretanto, a hipolasia de esmalte saparece se a injria ocorrer na poca em que osdentes esto em desenvolvimento, ou mais espe-cificamente, durante a fase de formao do esmalte.Depois do esmalte estar mineralizado, no existemais risco de ocorrer defeitos. Estudos clnicosindicam que dentes hipoplsicos so mais suscetveis presena e evoluo de leses cariosas, emboraos dois fatores no estejam relacionados.

    Segundo Seow (1991), nos dentes decduos

    so fatores ambientais que alteram o esmalte dentaldurante o perodo de formao. No entanto, suasmanifestaes clnicas so mais suaves, j que operodo de formao e a espessura do esmalte dosdentes decduos so menores.

    Needleman et al. (1992) relatam quealteraes no desenvolvimento pr, peri e ps-natal,envolvendo a secreo e/ou maturao da matrizdo esmalte, podem agir como marcas permanentes,devido estabilidade estrutural que o esmalte

    apresenta. Certas condies, como associadas a

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    fatores qumicos (flor, tetraciclina e talidomida),infecciosos (virais e bacterianos), metablicos(diabetes, hipocalcemia, hipotireoidismo e mabsoro gastrointestinal), neurolgicos, nutricionais

    (deficincia de vitaminas A e D), distrbiosrespiratrios, distrbios perinatais (prematuridade,baixo peso ao nascer), rubola, hipoxia cerebral,desnutrio, raquitismo e sarampo tm uma asso-ciao muito prxima com o aparecimento de hipo-plasia de esmalte nos perodos pr e ps-natal dedesenvolvimento do esmalte dental.

    Para Coutinho e Portella (1995), o principalobjetivo do tratamento de pacientes que apresentamhipoplasia de esmalte sistmica, proporcionar uma

    reabilitao que promova completa reconstituioesttica e devolva tambm a funo mastigatria.Devido aos novos materiais disponveis e tcnicasrestauradoras mais conservadoras, a reabilitaoproveniente do tratamento devolveu ao pacienteefeito esttico, funcional e tambm psicolgico.Portanto, uma paciente que inicialmente se apre-sentava tmida e retrada pode voltar a sorrir e tornar-se mais comunicativa, o que para o profissionalodontopediatra muito gratificante. Sendo assim, arealizao de um diagnstico precoce com a fina-lidade de ser institudo um pronto atendimento,evitando o desgaste total dos dentes hipoplsicos,atravs da atrio e conseqente extrao dosmesmos para instalao de prteses de grandeimportncia.

    Pinkham et al., em 1996, citaram formas demanifestaes da hipoplasia de esmalte originadaspor fatores sistmicos: deficincias nutricionais(vitaminas A, C e D, assim como clcio e fsforo),infeces severas (doenas exantemticas e

    desordens geradoras de febre), sfilis causada pelotreponema pallidum, produz padres clssicos dedismorfia hipoplsica nos dentes permanentes(incisivos de Hutchinsons e molares em amora);defeitos neurolgicos; crianas com asma (apre-sentam grande freqncia de hipoplasia de esmaltequando comparadas s no afetadas); prema-turidade; radiao X; excesso de ingesto de flor(fluorose dental), e vrias sndromes tambm podemestar associadas com hipoplasia de esmalte sistmica.

    Toledo (1996) relatou que a hipoplasia de

    esmalte sistmica atinge grupos dentrios quandouma doena infecciosa da infncia provoca alteraona atividade ameloblstica. Sendo assim, somenteas reas que esto se desenvolvendo no momento

    da infeco vo manifestar as alteraes estruturais.Corra (1998) relata que a hipoplasia de

    esmalte sistmica raramente observada na dentiodecdua. Essa hipoplasia afeta grupo de dentes quetm a mesma poca de formao e esto vinculadosa doenas sistmicas crnicas prolongadas ou amedicamentos ingeridos durante o perodo deformao dos dentes afetados.

    Durante o perodo gestacional, os pais devemser conscientizados quanto aos hbitos de higiene

    bucal, por meio de controle de crie, doenasperiodontais e visitas peridicas ao cirurgio-dentista, e a gestante ser submetida a uma dietabalanceada. Infeces virais e bacterianas, comoocorre nas febres, so prejudiciais formao dosdentes do feto, pois os ameloblastos so sensveis aaltas temperaturas e ficam sujeitos s alteraes nosseus padres de deposio de clcio (Carvalho etal., 2000). Estes mesmos autores citam algunsmedicamentos que no devem ser prescritos gestante, como a tetraciclina e os antiinflamatriosno esterides derivados do cido pirazolnico, quetm o poder de atravessar a barreira placentriapodendo alterar a pigmentao da coroa dos dentesdecduos e permanentes. Estes medicamentos podemlevar ao desenvolvimento dos dentes com hipoplasiade esmalte, devido m formao do esmalte dental.

    Gerlach et al. (2000) relataram que o esmaltedental formado por clulas extremamente sensveisa alteraes sistmicas. Um dos motivos da sensi-bilidade o fato dos ameloblastos serem clulas

    epiteliais, com grande sntese protica. Portanto,alteraes nutricionais, distrbios de perfuso vas-cular, bem como distrbios no metabolismo de clciolevam a alteraes do esmalte. Alteraes maisseveras podem estar relacionadas com menor tempode gestao, asfixia neonatal, baixo peso ao nasci-mento e desnutrio. Existem substncias quequando ingeridas pela me durante a gestao, oupela criana, podem resultar em defeito do esmalte,como flor, tetraciclina e talidomida. E, existe grande

    preocupao em relao ingesto de flor, devido

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    ocorrncia de fluorose, que ocorre pelo excessode flor na gua de abastecimento de algumasregies, ou at mesmo porque algumas crianas,dependendo da idade, engolem grande parte do

    creme dental durante a fase de formao do esmalte.Infeces virais (rubola materna), algumas doenasque interferem no metabolismo de clcio(hipotireoidismo, hipoparatireoidismo e diabetematerna no controlada) e doena hemoltica dorecm-nascido podem ocasionar defeitos de esmalte,de ordem sistmica. muito importante umcuidadoso exame clnico para que o cirurgio-dentista chegue ao diagnstico correto, pois oconhecimento odontolgico dos defeitos de esmalte

    pode contribuir para a sade global do paciente.Para Valente e Modesto (2001) o pacienteportador de deficincia, seja ela fsica ou mental,deve ser atendido por uma equipe multidisciplinarpara que suas necessidades sejam abordadas deforma ampla, proporcionando-lhe melhor qualidadede vida.

    Waes e Stckli, em 2002, relataram quehipoplasia de esmalte ocasionada por doenassistmicas ocorre freqentemente. O tipo e a formada displasia so dependentes do estado de desenvol-vimento dos dentes atingidos, bem como do mo-mento, durao (aguda ou crnica) e da intensidadeda influncia. Diferentes influncias podem causarfalhas semelhantes ou idnticas, tais como: radiaoX, alteraes metablicas, celiaquia, subnutrio edesnutrio, fatores idiopticos (so os casos ondeocorrem displasias nos primeiros molares perma-nentes sem explicaes aparentes e atinge cerca de7% das crianas), e hipoplasia em forma de canaleta(todas as partes da coroa que estavam em formao

    no momento do distrbio manifestam alteraesquantitativas no esmalte). As alteraes no esmaltedental variam desde pequenas manchas at graveshipoplasias e no precisam ser idnticas em todosos dentes formados no mesmo perodo.

    Hipoplasia LocalMcDonald, em 1977, relatou que hipoplasia

    de esmalte local ocorre devido a fatores que vointerferir na formao normal da matriz ocasionando

    defeitos e irregularidades na superfcie do esmalteque so causados atravs de infeco local ou

    trauma. Turner foi o primeiro a descrever hipoplasialocal, quando notou defeitos no esmalte de dois pr-molares e os relacionou infeco apical que haviaocorrido nos molares decduos. Sendo assim, a

    hipoplasia de esmalte causada por infeco local,hoje conhecida como hipoplasia de Turner.

    Segundo Shafer et al. (1987) hipoplasia deesmalte localizada ocorre devido a traumatismo ouinfeco local. Geralmente acomete incisivos supe-riores permanentes ou pr-molar superior ou inferior.Essa hipoplasia pode variar de uma pigmentaoacastanhada e moderada do esmalte presena defossetas profundas e irregularidades na coroa dodente. Casos de dentes alterados por infeco local,

    so denominados de dentes de Turner. Quandoocorre infeco devido presena de crie no dentedecduo e o sucessor permanente est em formao,a infeco bacteriana pode envolver o tecidoperiapical do dente decduo, podendo perturbar acamada ameloblstica do permanente, resultandonuma coroa hipoplsica. A gravidade da hipoplasiadepende da gravidade da infeco, do grau doenvolvimento tecidual e da fase da formao dodente permanente, durante a qual ocorreu infecono dente decduo. Outro fato que pode ocorrer aintruso de um dente decduo, com alterao dobroto do dente permanente. Se a coroa do dentepermanente ainda estiver em formao, o dano podemanifestar-se como uma pigmentao ou manchaamarelada ou acastanhada do esmalte.

    Marangoni e Carvalho, em 1992, avaliaramalgumas formas de restabelecer a esttica em dentesanteriores acometidos por hipoplasia de esmalteenvolvendo apenas um elemento dentrio. Assolues relatadas foram o uso de coroas totais em

    metalocermica, facetas estticas em porcelana ourestauraes estticas, com o uso de resina com-posta. A utilizao da resina composta tem comovantagem a menor necessidade de desgaste deestrutura dentria e a execuo em apenas umasesso. Portanto, importante ressaltar que atravsde associao de materiais e tcnicas adesivas pode-se resolver casos estticos com o mnimo dedestruio de tecido dentrio.

    Toledo (1996) relatou que a hipoplasia de

    esmalte local ocorre quando a disseminao de umainfeco periapical ou um traumatismo em dente

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    decduo perturbarem a atividade formadora dosameloblastos do dente permanente substituto. Osdentes permanentes atingidos pelo defeito estruturalso nesse caso, chamados de dentes de Turner.

    Segundo Corra (1998) a hipoplasia localraramente ocorre na dentio decdua.

    Gerlach et al. (2000) descreveram que otrauma uma das causas mais conhecidas dehipoplasia local. Nos dentes decduos durante aentubao endotraqueal pode ocorrer o trauma doosso em desenvolvimento. Nos dentes permanentes,o trauma pode ocorrer envolvendo o dente decduoantecessor, o que leva ao defeito do esmalte nopermanente sucessor.

    Para Alexandre et al. (2000), os traumatismosna dentio decdua so muito comuns na clnicaodontolgica, porm so problemas de difcilpreveno em funo da faixa etria em queocorrem. Saber quando, onde e como aconteceu otraumatismo dentrio de grande importncia parase estabelecer um diagnstico preciso durante oatendimento emergencial, para posterior planeja-mento do tratamento definitivo. O principal objetivodo cirurgio-dentista frente a uma situao detraumatismo dentrio tentar evitar maiores danosaos dentes envolvidos, principalmente para o germedo dente permanente. As causas dos traumatismosdentrios so vrias e o maior nmero de acidentesocorre em casa, na dentio decdua e na dentiopermanente, na escola. A freqncia dos trauma-tismos dentrios varia de acordo com: idade, gnero,local, tipo de traumatismos e fatores predisponentes.Ocorrem em meninos e meninas na mesmaproporo, apenas variando quanto faixa etria.A luxao intrusiva corresponde ao traumatismo

    dentrio que mais acomete a dentio decdua. Oincisivo central superior o dente mais freqen-temente envolvido nesses casos, sem haver diferenaquanto ao lado. A intruso do dente decduo otipo de traumatismo que mais afeta o germe do dentepermanente. A fim de evitar alteraes no germe dodente permanente, o diagnstico dos traumatismosdentrios na dentio decdua deve ser rpido epreciso. importante procurar saber se a crianabateu a cabea na hora do acidente ou se h sinal de

    concusso cerebral, pois nesses casos o tratamento

    dentrio deve ser adiado para aps o restabe-lecimento do paciente. Os dentes intrudos geral-mente reerupcionam espontaneamente de 1 a 6meses aps o traumatismo dentrio, sendo que a

    sua impactao muito rara. Durante essa fase necessrio que se faa acompanhamento clnico eradiogrfico. Se houver alguma alterao durante afase de acompanhamento, no reerupo do dentedentro do prazo esperado ou evidncias clnicas eradiogrficas de que o pice do dente intrudo foideslocado em direo ao germe do dente permanente necessrio que se faa a exodontia do denteintrudo imediatamente, prevenindo assim o avanoda infeco para o seu sucessor. O dano ao dente

    sucessor pode ocorrer tanto no momento do traumaquanto no perodo subseqente. Quanto menor fora idade do paciente, mais graves sero as alteraesde desenvolvimento, envolvendo a coroa do dentepermanente. As luxaes so responsveis por 60 a73% dos casos e a freqncia com que o desen-volvimento normal do dente permanente seja afetadoaps intruso dos dentes decduos pode chegar a50% e a seqela predominante encontrada nosdentes permanentes devido ao traumatismo dentriofoi a hipoplasia de esmalte. Portanto, recomenda-seque os cirurgies-dentistas, nas consultas de rotina,informem aos responsveis pelos pacientes sobre anecessidade de atendimento imediato, caso venha aocorrer traumatismo dentrio.

    Franco et al., em 2001, relataram que nointuito de recuperar a esttica, muitas formas etcnicas de tratamento tm sido propostas pararesolver casos de descolorao dentria, como:tcnica de clareamento dental, microabraso erestauraes diretas e indiretas em resina composta

    e porcelana. Quando o dente no estiver excessi-vamente danificado, pode-se optar por tcnicasmenos invasivas como o clareamento e a micro-abraso, mas em casos de manchamento severo ouperda de estrutura dentria, procedimentos restau-radores esto indicados.

    Segundo Waes e Stckli (2002) as causaslocais e diretas determinam leses de distribuioassimtrica, limitadas a dentes isolados e so defi-nidas como hipoplasias locais. So ocasionadas por

    fatores como deslocamento traumtico do dente

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    decduo, podendo causar, devido s estreitas rela-es topogrficas entre a raiz do dente decduo e ogerme de seu sucessor, diferentes distrbios naformao do esmalte, com intensidade da leso

    varivel, dependendo do trauma ocorrido. Outramanifestao o dente de Turner que acometecerca de um quarto dos sucessores de dentesdecduos infectados. Atingem os sucessores perma-nentes com alteraes, desde opacidades at defor-midades.

    Hernandes et al. (2003) relataram que ostraumatismos que acometem a dentio decduamerecem grande ateno e cuidado, pois podematingir o germe do dente permanente. Quando

    ocorrer qualquer tipo de trauma, fundamental opronto-atendimento para que se possa ter um melhorprognstico evitando ou minimizando assim aspossveis seqelas. Aproximadamente 30% dascrianas de 10 a 72 meses j sofreram algum tipo detrauma nos dentes decduos, estando as crianasmenores mais sujeitas e a regio da maxila maisatingida. O fator psicolgico dos pacientes queapresentam seqelas de traumas na cavidade bucaldeve ser avaliado, uma vez que aps o tratamentogeralmente ocorre melhora nos pacientes, pois osmesmos se apresentam mais receptivos e sociveis.Portanto, crianas que sofreram qualquer tipo detrauma nos dentes decduos devem ser periodi-camente avaliadas, com a finalidade de diagnosticarprecocemente qualquer tipo de alterao que possaprejudicar o desenvolvimento do sucessor perma-nente. A poca de interveno tambm um fatorimportante na escolha do tratamento. Portantoquanto mais cedo for realizada a interveno, melhoro prognstico do paciente. No entanto, quando

    ocorre um planejamento consistente multidisciplinardeve-se ter como finalidade a plena recuperaoanatmica, funcional e esttica do paciente.

    Hipoplasia Hereditria (AmelogneseImperfeita)

    McDonald (1977) definiu amelogneseimperfeita como uma alterao do esmalte dentalque atinge tanto a dentadura decdua como apermanente, com inmeras variaes clnicas,

    quanto ao grau de severidade. transmitida comoum trao autossmico dominante, um trao

    dominante ligado ao sexo ou um trao recessivoligado ao sexo. Radiograficamente o contornopulpar tem forma normal e a raiz no morfolo-gicamente distinta dos dentes normais. O tratamento

    da amelognese imperfeita depende da severidade eda necessidade de melhorar a esttica.

    Elzay e Chamberlain (1986) constataram queevidncias radiogrficas de cmaras pulparesaumentadas podem auxiliar a detectar a presenade taurodontismo associado a amelogneseimperfeita.

    Para Shafer et al . (1987) amelogneseimperfeita um distrbio exclusivamente ecto-drmico, pois os componentes mesodrmicos do

    dente se encontram basicamente normais. Constituium grupo de defeitos hereditrios do esmalte, nohavendo associao com quaisquer outros defeitosgeneralizados. O desenvolvimento do esmaltenormal ocorre em trs etapas: etapa formativa, naqual h deposio da matriz orgnica; etapa demineralizao, onde a matriz parcialmentemineralizada; etapa de maturao, durante a qualos cristais aumentam e completam-se. Sendo assim,so relatados trs tipos bsicos de amelogneseimperfeita, dependendo da etapa de formao doesmalte dental em que ocorre: tipo hipoplsico, ondeh formao deficiente da matriz; tipo hipo-mineralizado, onde h mineralizao deficiente damatriz formada; tipo hipomaturao, onde os cristaisde esmalte permanecem imaturos. Segundo osmesmos autores o paciente portador de amelogneseimperfeita pode apresentar as coroas dentrias comou sem alterao de cor. J o esmalte pode estartotalmente ausente, como ter variao quanto a suatextura, consistncia ou at mesmo ser relativamente

    duro. Os pontos de contato entre os dentes estoabertos e nas faces oclusais e bordas incisais ocorreabraso acentuada. Radiograficamente o esmaltepode apresentar-se ausente, ou quando existenteaparecer como uma fina camada, mais evidente sobreas pontas das cspides e faces interproximais.Tambm pode ocorrer quando a mineralizao doesmalte estiver muito afetado, parecer relativamentea mesma densidade radiogrfica da dentina,tornando-se difcil a diferenciao entre os mesmos.

    Bouvier et al. (1996) definiram amelogneseimperfeita como uma doena de carter hereditrio

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    que afeta o esmalte de ambas as dentaduras;ocorrendo em incidncia de 1 pessoa para 14000.Todos os dentes apresentam-se mal formados emanchados. A ocluso e a dimenso vertical so

    rapidamente afetadas pelo desgaste dos dentes, eessa insuficincia de esmalte torna os dentes extre-mamente sensveis ao contato e estmulos trmicos.Nesse estudo, os autores citaram trs etapas impor-tantes para realizao do tratamento da amelogneseimperfeita: tratamento emergencial temporrio dosdentes decduos ou permanentes, em que serrealizado um tratamento breve dos dentes afetados,com a finalidade de diagnosticar se o paciente estpreparado para cooperar durante a realizao do

    tratamento definitivo, o que depender da idade eem que dentio o paciente se encontra; tratamentoprovisrio ou transitrio dos dentes permanentes,realizado quando todos os dentes permanentes(exceto os terceiros molares) tenham erupcionado.Essa etapa s ser realizada se o paciente aceitar e/ou permitir ter uma vida normal, at que um tra-tamento definitivo e permanente, porm mais com-plexo seja realizado. Nessa etapa, quando necessrio,deve ser realizado o tratamento periodontal; trata-mento definitivo dos dentes permanentes do pacienteadulto. O tratamento necessita de motivao eenvolvimento por parte do paciente jovem e a ins-talao de uma higiene oral satisfatria, pois opaciente que apresenta quadro de amelo-gneseimperfeita, pode apresentar dentes com esmaltefraco e forte sensibilidade dentria, sendo assimrelutam em ter uma escovao adequada, o queacarreta muitas vezes em gengivite, mas raramenteem crie dental.

    Segundo Pinkhamet al. (1996) de acordo com

    os estgios de desenvolvimento do esmalte dental,nos quais a amelognese imperfeita ocorre, sedividem em subgrupos: tipo hipoplsica (ocorre noestgio de histodiferenciao), no qual uma entidadeinsuficiente de esmalte formada. Afeta ambas asdentaduras, e a condio herdada predominan-temente como caracterstica autossmica domi-nante.Tipo hipomaturado (ocorre na fase de aposi-o da matriz do esmalte), caracterizado por dentesque possuem espessura de esmalte normal, mas

    apresentam um baixo valor de radiodensidade e

    contedo mineral. Tipo hipomineralizado (ocorre noestgio de mineralizao da formao do esmalte),quantitativamente o esmalte normal, mas qualita-tivamente a matriz pobremente mineralizada com

    uma superfcie de esmalte frivel. O esmalte hipo-mineralizado mole e frgil, especificamente nasregies incisais, e facilmente fraturado, expondo adentina, que produz uma aparncia sem esttica.

    Para Corra (1998) a integridade dos dentes difcil de ser preservada mesmo quando for reali-zada interveno na primeira infncia, devido aocomprometimento severo de todas as estruturasdentrias.

    Para Jorge et al. (1999) no h possibilidade

    de se fazer tratamento preventivo em pacientesportadores de amelognese imperfeita, dado a suaorigem gentica. Portanto, o tratamento para estespacientes, voltado somente para o aspecto esttico.

    Segundo Williams e Becker (2000) amelo-gnese imperfeita (displasia hereditria do esmalte) um grupo de defeitos hereditrios sem associaocom outros distrbios generalizados. Ocorre pormeio de fatores genticos (autossmicos dominante,recessivo ou ligado ao cromossomo X), sendo umaalterao exclusivamente ectodrmica. Acomete 1pessoa para 15000. Em casos de manifestaesseveras de amelognese imperfeita, encontra-secomprometimento da ocluso e esttica insatis-fatria, fazendo-se necessrio realizar plano detratamento meticuloso atravs de um diagnsticopreciso e detalhado para restabelecer e recuperar acoroa dental, devolvendo harmonia entre ocluso,funo e esttica. indicado uso de materiaismodernos, (combinao de metais nobres, restau-raes de porcelana e inlays). No entanto, impor-

    tante salientar que pacientes nascidos com defeitosde desenvolvimento dental no devem ser subesti-mados, pois o impacto psico-social gerado nessespacientes anti-esttico e desagradvel.

    Pithanet al., em 2002, definiram amelogneseimperfeita como uma alterao de carter hereditrioque afeta o esmalte dentrio em ambas as dentaduras,sendo um distrbio de natureza totalmente ecto-drmica, pois os componentes mesodrmicos doesmalte esto intactos. Esse distrbio pode levar

    sensibilidade por parte do paciente, devido variao

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    de temperatura e em 60% dos casos ocorrer ins-talao de mordida aberta anterior. O defeito estru-tural causado pela amelognese imperfeita leva osdentes afetados a serem mais suscetveis a atrio,

    ocasionando diminuio da dimenso vertical. Umdos principais transtornos causados devido a essaalterao a esttica deficiente, que pode trazerproblemas psicolgicos aos pacientes. Medidaspreventivas como aplicaes tpicas de flor econtrole da dieta devem ser recomendados aopaciente. Os portadores de amelognese imperfeitaso predisponentes a problemas gengivais, pois hum incremento na reteno de placa e na formaode clculo devido ao aumento da rugosidade da

    superfcie de esmalte. Geralmente pacientes queapresentam amelognese imperfeita so candidatos teraputica reabilitadora por coroas totais. Um dosmotivos de se utilizar esse recurso o aspectoesttico que seriamente afetado, pois os dentesapresentam-se de cor castanho escuro. O uso dascoroas totais justifica-se tambm devido ao desgasteexcessivo dos dentes, muitas vezes at o nvelgengival.

    Segundo Waes e Stckli (2002) amelogneseimperfeita uma displasia do esmalte de origemgentica e tem como conseqncia alteraesdiversas. O esmalte formado deficiente ou emqualidade anormal e a estrutura da dentina seapresenta normal. Os autores descrevem trs mani-festaes mais comuns: amelognese imperfeitahipoplsica (apresentam espessura reduzida doesmalte), e se manifestam nas formas lisas, speras,crateriformes e a maioria das formas locais. Osdentes tm a cor da dentina, mas so duros e podemadquirir mais tarde a cor castanho-amarelada. O

    risco de incidncia de crie menor, mas a abrasoaumentada pode causar hipersensibilidade e danosirreversveis polpa. Amelognese imperfeita porhipomaturao (os ameloblastos produzem a matrizdo esmalte em quantidade normal, mas amineralizao deficiente). A espessura do esmalte normal, porm mais macio. Em casos mais graves,podem ocorrer perdas macias de substncias den-trias na rea dos molares. Amelognese imperfeitapor hipomineralizao (o esmalte tem espessura

    normal na erupo, mas muito macio, opaco, sem

    brilho, e a colorao varia do branco at o castanho-claro). Devido abraso e atrio, o esmalte serperdido em poucos meses ou tomar coloraoamarelo-escuro a marrom. Radiograficamente o

    esmalte mostra uma densidade igual ou at menorque a dentina. H uma forte tendncia formaode trtaro dentrio. Geralmente a mordida abertaest presente em quase todas as formas de mani-festao de amelognese imperfeita. O tratamentopara amelognese imperfeita inicia-se com umprograma de preveno, incluindo: instrues dehigiene bucal, aconselhamento diettico, limpezaprofissional e aplicao tpica de flor. Indica-se arealizao inicialmente de restauraes provisrias,

    com o objetivo de criar condies propcias para osprocedimentos preventivos e assegurar o desenvol-vimento da dentio sem distrbios. O efeitopreventivo pode ser prejudicado pela hipersen-sibilidade ou pelo excesso de reteno de placabacteriana. Alm disso, o importante satisfazer asexpectativas estticas e funcionais do paciente, tantoquanto possvel. J a restaurao definitiva deve serrealizada aps o trmino do crescimento e tem comoobjetivo ser duradoura e ter elevado grau esttico efuncional.

    Discusso

    A hipoplasia de esmalte ocorre em conse-qncia de problemas sistmicos, locais e here-ditrios, podendo afetar ambas as denties. Estesfatores vo interferir na formao normal da matrizdo esmalte dental, causando defeitos e irregula-

    ridades na sua superfcie, ou seja, ocasionando umaformao incompleta ou deficiente da matrizorgnica (McDonald, 1977; Shafer et al., 1987;Seow, 1991).

    A ocorrncia de hipoplasia de esmalte emdentes decduos to comum como em dentespermanentes, porm no ocorre de forma to severa.J, a hipoplasia de esmalte pr-natal rara(McDonald, 1977; Oliveira e Rosenblatt, 2002).

    A hipoplasia de esmalte sistmica atinge

    grupos de dentes. Quando uma doena ou distrbio

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    infeccioso da infncia provoca alterao na atividadeameloblstica, ou seja, as reas que estavam sedesenvolvendo no momento da infeco vo mani-festar alteraes estruturais. Depois do esmalte estar

    mineralizado, no existe mais risco de ocorrer defei-tos (Shafer et al., 1987; Toledo, 1986; Corra,1998). O tipo e a forma de apresentao da hipo-plasia de esmalte sistmica depende do estado dedesenvolvimento dos dentes atingidos, bem comodo momento, durao (aguda ou crnica) eintensidade da influncia (Waes e Stckli, 2002). Ahipoplasia de esmalte local ocorrer quando adisseminao de uma infeco periapical ou umtraumatismo em dente decduo perturbarem a

    atividade formadora dos ameloblastos (Toledo,1996), as causas locais e diretas determinam lesesde distribuio assimtrica, limitadas a dentesisolados e so definidas como hipoplasia de esmaltelocal (Waes e Stckli, 2002). Amelognese imper-feita constitui um grupo de defeitos hereditrios doesmalte, no havendo associao com quaisqueroutros defeitos generalizados. uma alteraoexclusivamente ectodrmica, pois os componentesmesodrmicos do dente se encontram basicamentenormais (Shafer et al., 1987; Pinkham et al., 1996;Corra, 1998; Williams e Becker, 2000; Pithan etal., 2002). Afeta ambas as dentaduras e apresentainmeras variaes clnicas, porm todos os dentesse apresentam mal formados e manchados, podendoafetar severamente a estrutura dentria (McDonald,1977; Bouvier et al., 1996; Waes e Stckli, 2002).Segundo Bouvier et al. (1996) a incidncia daamelognese imperfeita de 1 pessoa para 14000.Para Williams e Becker (2000), de 1 pessoa para15000. A hipoplasia hereditria (amelognese

    imperfeita) transmitida como um trao autoss-mico dominante, um trao dominante ligado ao sexoou um trao recessivo ligado ao sexo (McDonald,1977; Williams e Becker, 2000). A ocluso edimenso vertical so rapidamente afetadas pelodesgaste dos dentes, resultando na ausncia decontatos proximais (a estrutura dentria no suportaforas mastigatrias), o que os torna extremamentesensveis ao contato e estmulos trmicos. Podeocorrer presena de mordida aberta anterior. Pa-

    cientes portadores de distrbios hereditrios so

    predisponentes a problemas gengivais, devido aderncia e reteno de placa bacteriana, comconseqente formao de clculo dental. As coroasdentais tm colorao alterada, variando desde

    amarelo ao castanho-escuro (dependendo do tipode manifestao de amelognese imperfeitaocorrida). Tudo isso, pode acarretar aos pacientesde amelognese imperfeita, graves problemas psico-sociais (Shafer et al., 1987; Bouvier et al., 1996;Jorge et al., 1999; Williams e Becker , 2000; Pithanet al., 2002; Waes e Stckli, 2002).

    Existe concordncia entre os autores revisadosna literatura, em relao s etiologias e formas deocorrncia de hipoplasia de esmalte sistmica:

    hipoplasia devido a deficincias nutricionais, defi-cincias de Vitamina A, C, D, deficincia de clcio(hipocalcemia), fsforo e algumas doenas queinterferem no metabolismo de clcio (hipotireoi-dismo, hipoparatireoidismo e diabete materna nocontrolada) (Mc Donald, 1977; Shafer et al., 1987;Needleman et al., 1992; Pinkham et al., 1996;Gerlach et al., 2000; Waes e Stckli, 2002);hipoplasias ocasionadas por efeito da radiao X,(Mc Donald, 1977; Pinkham et al., 1996; Waes eStckli, 2002); hipoplasias devido a fluoretos(fluorose dental), ocorre principalmente atravs dagua de abastecimento (Gerlach et al, 2000), quecontenha mais de uma parte por milho (ppm) deflor, podendo ocasionar um quadro clnico deesmalte manchado (McDonald, 1977), em nveisde 0,9 at 1,0 ppm, o fluoreto na gua provoca umapigmentao leve, resultando no esmalte mos-queado (Shafer et al., 1987). Os casos mais gravesesto associados com o aumento do nvel de con-sumo de flor (McDonald, 1977; Shaferet al., 1987;

    Needleman et al., 1992; Pinkham et al., 1996) oupor meio de outras fontes de ingesto de flor, comoem crianas que engolem parte do creme dental,durante a formao do esmalte (Gerlach et al.,2000); hipoplasias ocasionadas ao nascimento: partoprematuro, baixo peso ao nascimento e hipoplasiasdevido a traumatismos por ocasio do nascimento(Shafer et al., 1987; Needleman et al., 1992;Pinkham et al., 1996; Gerlach et al., 2000);hipoplasias de esmalte devido sfilis congnita,

    geralmente envolve os incisivos permanentes supe-

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    riores e inferiores e os primeiros molares (Shaferetal., 1987; Pinkhamet al., 1996); hipoplasias devidoa doenas exantematosas, incluindo: febre exante-matosa, (Shaferet al., 1987; Needleman et al., 1992;

    Carvalhoet al. ,2000), sarampo, varicela, escarlatina,rubola, hipoxia cerebral e desnutrio, (Shafer etal., 1987; Needleman et al., 1992; Gerlach et al.,2000). Entretanto, qualquer doena sistmica sriapode ser capaz de produzir hipoplasia de esmalte,

    j que os ameloblastos constituem um dos gruposde clulas mais sensveis do corpo, no que dizrespeito funo metablica (Shafer et al., 1987;Seow, 1991; Needlemanet al., 1992; Toledo, 1996;Gerlach et al., 2000; Valente e Modesto, 2001);

    hipolasia devido a fatores idiopticos (onde ahipoplasia de esmalte de origem desconhecida),geralmente acomete os primeiros molares perma-nentes e ocorre em cerca de 7% das crianas. Aintensidade varia desde pequenas manchas noesmalte at graves hipoplasias (Shafer et al., 1987;Waes e Stckli, 2002); hipoplasias devido ingestode medicamentos, como o uso indevido de tetra-ciclina (Needleman et al., 1992; Corra, 1998;Gerlachet al., 2000; Carvalho et al., 2000), ingestode talidomida e antiinflamatrio no esterides (deri-vados do cido pirazolnico) que tm o poder deatravessar a barreira placentria e interferir na forma-o dos dentes decduos e permanentes, ocasio-nando m formao do esmalte dental (Needlemanet al., 1992; Gerlach et al., 2000; Carvalho et al.,2000); hipoplasias relacionadas com traumatismoscerebrais e defeitos neurolgicos (McDonald, 1977;Needleman et al., 1992; Pinkham et al., 1996).Existem distrbios relacionados com a ocorrnciade hipoplasia de esmalte sistmica, porm pouco

    citados na literatura: distrbios respiratrios, crian-as com asma, doena hemoltica do recm-nascido,asfixia neonatal, hipoplasias em forma de canaleta eocorrncia de hipoplasia de esmalte sistmicarelacionada s vrias manifestaes e tipos de sn-dromes (Seow, 1991; Needleman et al., 1992;Pinkham et al., 1996; Gerlach et al., 2000; Waes eStckli, 2002). Muitos fatores sistmicos estoassociados ocorrncia de hipoplasia de esmalte,portanto, necessrio que o cirurgio-dentista

    atravs de um cuidadoso exame clnico chegue ao

    diagnstico correto, podendo contribuir atravs deseus conhecimentos odontolgicos para sade globaldo paciente (Gerlach et al., 2000).

    Geralmente os defeitos locais na estrutura do

    esmalte dental so decorrentes de trauma ou infecolocal (McDonald, 1977; Shafer et al., 1987; Toledo,1996; Waes e Stckli, 2002; Hernandes et al., 2003).Para McDonald (1977) Turner foi o primeiro adescrever a hipoplasia do tipo localizada. Portantohoje hipoplasia local conhecida como hipoplasiade Turner (McDonald, 1977; Shafer et al., 1987;Toledo, 1996; Waes e Stckli, 2002). Outra formade manifestao da hipoplasia de esmalte local atravs da ocorrncia de traumatismo dentrio. O

    traumatismo sobre um dente decduo pode ocorrerdevido intruso do dente com alterao do brotodo permanente. (McDonald, 1977; Shafer et al.,1987; 1996; Toledo, 1996; Gerlach et al., 2000;Alexandre et al., 2000; Waes e Stckli, 2002;Hernandes et al., 2003). A pigmentao do dentepode variar conforme o dano ocasionado ao sucessorpermanente, desde uma mancha amarelada ouacastanhada do esmalte (Shafer et al., 1987). Para(Alexandre et al., 2000; Gerlach et al., 2000;Hernandes et al., 2003), a luxao intrusiva o tipode traumatismo dentrio que mais acarreta apa-recimento de hipoplasia de esmalte local, sendo ascrianas menores mais sujeitas a traumas dentriose a regio da maxila mais atingida. Alexandre et al.(2000) relatam que as luxaes so responsveis por60 a 73% dos casos de traumatismos dentrios. Afreqncia com que o desenvolvimento normal dodente permanente afetado aps a intruso dosdentes decduos pode chegar a 50% e geralmente oincisivo central superior o dente mais envolvido.

    Hernandes et al. (2003), concluem que aproxi-madamente 30% das crianas de 10 a 72 meses jsofreram algum tipo de trauma nos dentes decduos. muito importante saber quando, onde e comoaconteceu o traumatismo dentrio, para que se possaestabelecer um diagnstico preciso durante o aten-dimento emergencial, para posterior planejamentodefinitivo (Alexandre et al., 2000; Hernandeset al.,2003).

    Na subdiviso de amelognese imperfeita,

    ocorrem variaes quanto sua manifestao,

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    alterao e estgios de desenvolvimento do esmaltedental: amelognese imperfeita hipoplsica, h for-mao deficiente da matriz orgnica, resultando emformao de esmalte insuficiente. Os dentes apare-

    cem pequenos, com pontos de contato abertos, es-malte muito fino ou inexistente (ocasionando aumen-to de sensibilidade), presena de placa dental eocorrncia de mordida aberta anterior. Geralmentea condio herdada predominantemente comocaracterstica autossmica dominante, acarretandomanifestaes clnicas na coroa dental, tais como:forma crateriforme, forma spera, forma lisa e amaioria das manifestaes de formas locais. Amelo-gnese imperfeita tipo hipomineralizada, onde h

    mineralizao deficiente de matriz orgnica formada.Quantitativamente o esmalte normal, mas quali-tativamente a matriz pobremente mineralizada. Oesmalte se apresenta mole, frgil, opaco e com colo-rao varivel, podendo atingir toda sua espessura,devido formao deficiente de cristalitos. Nasregies incisais facilmente fraturado expondo adentina, que produz aparncia sem esttica. Amelo-gnese imperfeita tipo hipomaturada, a espessurado esmalte normal, porm apresenta baixo valorde radiodensidade e contedo mineral, ocorrendopresena de superfcie porosa que conseqentementese torna pigmentada (Shafer et al., 1987; Pinkhamet al., 1996; Waes e Stckli, 2002).

    Nos dentes decduos geralmente so fatoresambientais que alteram o esmalte durante o perodode formao do dente, e suas manifestaes clnicasso mais suaves, pois o perodo de formao e aespessura do esmalte dos dentes decduos somenores (Seow, 1991). J Corra (1998) diz que ahipoplasia de esmalte em dentes decduos por meio

    de fatores sistmicos e locais rara. Gerlach et al.(2000) descrevem que uma das formas de acometera dentadura decdua durante a entubaoendotraqueal, que pode resultar em trauma do ossoem desenvolvimento.

    Em relao crie dental associada ocor-rncia de hipoplasias de esmalte sistmica,McDonald (1977) relatou que existem poucas evi-dncias para afirmar que dentes hipoplasiados somais suscetveis crie que os dentes normais. Para

    Shaferet al.(1987), as duas no esto relacionadas.Porm, leses de crie podem se desenvolver em

    defeitos de esmalte e ter uma evoluo mais rpida(McDonald, 1977; Shafer et al., 1987).

    Os mtodos de tratamento empregados parareabilitao de hipoplasia de esmalte sistmica

    dependem da extenso do processo carioso asso-ciado a hipoplasia de esmalte. Pequenas leses decrie e reas pr-cariosas podem ser restauradas commateriais resinosos, lembrando que a restaurao sempre restrita a rea envolvida. Em caso de dentesdecduos e permanentes que apresentam amplasreas de esmalte defeituoso e dentina exposta, logoque irrompam podem se apresentar sensveis, nessapoca restauraes satisfatrias so praticamenteimpossveis, ento pode ser realizada a aplicao

    tpica de fluoreto estanoso a oito por cento quantasvezes for necessrio para ocorrer reduo dasensibilidade dos dentes afetados (McDonald, 1977;Coutinho e Portella, 1995). Franco et al. (2001),citaram o uso de diversas tcnicas, propostas pararesolver casos de manchamento dentrio, tais como:clareamento dental, microabraso, restauraesdiretas e indiretas em resina composta e porcelana.Entretanto, tcnicas menos invasivas podem serselecionadas quando o dente no estiver excessi-vamente danificado, pois em casos de manchamentosevero ou perda de estrutura dentria, procedi-mentos restauradores esto indicados.

    de grande importncia o pronto-atendi-mento, tratamento precoce, e acompanhamento dopaciente aps ocorrer qualquer tipo de trauma ouinfeco localizada, a fim de evitar ou minimizaralteraes, ou possveis seqelas no dente perma-nente (Alexandre et al., 2000; Hernandes et al.,2003). Marangoni e Carvalho (1992), avaliaramformas de restabelecer a esttica em dentes ante-

    riores acometidos por hipoplasia de esmalte loca-lizada, as solues encontradas foram: uso de coroastotais em metalocermica, facetas estticas emporcelana e restauraes estticas com o uso deresina composta. Para McDonald (1977); Williamse Becker (2000), em pacientes portadores deamelognese imperfeita, necessrio que se realizeum plano de tratamento meticuloso, por meio dediagnstico preciso e detalhado (o que dependerda severidade e necessidade de melhorar a esttica),

    evitando ou diminuindo as seqelas decorrentes dodistrbio. Segundo Jorge et al. (1999) em pacientes

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    que apresentam amelognese imperfeita, devido asua origem gentica, no h como realizar tra-tamento preventivo. Portanto, em portadores destedistrbio hereditrio, o tratamento voltado so-

    mente para aspecto esttico. Waes e Stckli (2002)citaram que o tratamento destes pacientes deve seriniciado com instituio de programa de preveno.Bouvier et al. (1996) relatam que deve-se iniciar,com tratamento emergencial temporrio dos dentesdecduos ou permanentes (tratamento breve), paraposterior realizao da etapa transitria, em quesero realizadas restauraes provisrias, com oobjetivo de criar condies propcias para proce-dimentos preventivos, e assegurar desenvolvimento

    da dentio sem distrbios. Esta etapa ocorre apserupo de todos os dentes permanentes (excetoterceiros molares) e somente ser realizada se opaciente aceitar e/ou permitir ter vida normal atque um tratamento definitivo, permanente e maiscomplexo seja planejado e executado. A grandevantagem desta fase restabelecer a esttica fun-cional. O tratamento definitivo da amelogneseimperfeita deve ser realizado aps restabelecimentode ocluso, dimenso vertical, higiene bucal, funo,completa erupo dentria, trmino do crescimentoe preparo do paciente para receber execuo de talprocedimento, tendo como objetivo ser duradouroe ter elevado grau esttico e funcional (Bouvier etal., 1996; Williams e Becker, 2000; Waes e Stckli,2002). Geralmente os pacientes que apresentamamelognese imperfeita so candidatos a teraputicareabilitadora por coroas totais, devido ao aspectoesttico estar seriamente afetado e ao desgasteexcessivo dos dentes (muitas vezes at o nvelgengival) (Williams e Becker, 2000; Pithan et al.,

    2002). Os tratamentos executados em pacientes queapresentam amelognese imperfeita, geralmente socomplexos e demorados, dependendo da gravidadeda alterao (McDonald, 1977; Shafer et al., 1987;Bouvier etal., 1996; Pinkham et al., 1996; Jorge etal., 1999; Williams e Becker, 2000; Pithan etal.,2002; Waes e Stckli, 2002). Tratamento reabilitadorsatisfatrio aquele que promove uma completareconstituio esttica e devolve ao paciente a fun-o mastigatria (McDonald, 1977; Coutinho e

    Portella, 1995).

    Entretanto, o objetivo principal do tratamentodas hipoplasias de esmalte restabelecer plenarecuperao anatmica e harmonia entre ocluso,funo e esttica, devolvendo ao paciente sua auto-

    estima e promovendo benefcios psicolgicos esociais (Alexandre et al., 2000; Pithan et al., 2002;Waes e Stckli, 2002; Hernandes et al., 2003).

    Concluso

    Uma grande variedade de anomalias dentriasesto associadas a defeitos no desenvolvimento dos

    dentes, ocasionadas por hereditariedade, fatoreslocais, sistmicos ou traumticos, podendo afetaras denties decdua e/ou permanente. Mesmo comtodos os avanos cientficos e tecnolgicos na Odon-tologia, ainda no foi possvel evit-las, entretanto,o tratamento poder ser efetivo e eficaz, desde queo cirurgio-dentista realize uma anamnese e umdiagnstico diferencial adequados.

    Quanto s anomalias de estrutura do esmalte,estas se manifestam como hipoplasias que desen-cadeiam alteraes de cor e defeitos variveis, de-pendendo do grau de severidade do distrbio ocor-rido. De acordo com a literatura, no foi comprovadaa associao de hipoplasias de esmalte com odesenvolvimento de leses de crie, porm em cavi-dades hipoplsicas com processos cariosos j insta-lados, a evoluo mais rpida.

    No tratamento das anomalias que acometemo esmalte de fundamental importncia restabelecera harmonia esttica, funcional e psicolgica dospacientes portadores destas alteraes o mais preco-

    cemente possvel, associando o conhecimento ehabilidade do profissional aos materiais odonto-lgicos de ltima gerao.

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