Antibioticoprofilaxia em Pediatria

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Antibioticoprofila xia em Pediatria Apresentação: ANA ANGÉLICA TAVARES MARINA FERNANDES DE OLIVEIRA www.paulomargotto.com.br Brasília, 14 de março de 2014 Universidade Católica de Brasília Internato em Pediatria

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Antibioticoprofilaxia em Pediatria. Universidade Católica de Brasília Internato em Pediatria. Apresentação: ANA ANGÉLICA TAVARES MARINA FERNANDES DE OLIVEIRA www.paulomargotto.com.br Brasília, 14 de março de 2014. Introdução . - PowerPoint PPT Presentation

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Antibioticoprofilaxia em Pediatria

Apresentação: ANA ANGÉLICA TAVARES

MARINA FERNANDES DE OLIVEIRAwww.paulomargotto.com.br

Brasília, 14 de março de 2014

Universidade Católica de BrasíliaInternato em Pediatria

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Introdução

“Uso de um ou mais antimicrobianos com o objetivo de prevenir a infecção ou a doença por

um ou mais agentes antes da exposição ou inoculação do microorganismo.”

A antibioticoprofilaxia deve ser criteriosa e reservada para casos especiais, devido a riscos como:

a seleção de microbiota resistente, o aparecimento de superinfecção, efeitos colaterais e custos desnecessários.

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Critérios para o uso profilático

• O antimicrobiano deve estar presente em concentrações inibitórias adequadas durante todo o período de exposição;• O espectro de ação do antimicrobiano deve atingir somente a microbiota previsível e não ter o maior espectro possível;• O período de utilização deve corresponder ao tempo de exposição, de preferência curto e bem definido;• A utilização deve ter embasamento científico e não estar na dependência de experiências pessoais, devendo-se considerar seu risco.

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Casos Clínicos

Febre Reumática: Profilaxia 1aria depende do controle das infecções da vias

aéreas superiores pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes) – GAS.

O uso de antibióticos bactericidas adequados por via oral, por um período não inferior a dez dias ou penicilina benzatina, intramuscular, dose única, promovem a erradicação da bactéria e evitam o primeiro surto de febre reumática.

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Febre Reumática

Profilaxia 2aria:

Pacientes com história documentada de febre reumática aguda (incluindo episódio isolado de Coréia de Sydenham) e aqueles com doença cardíaca reumática devem receber continuamente a profilaxia antimicrobiana, para prevenção de episódios de recorrência da doença.

A droga de escolha é a penicilina por via oral ou intramuscular. A sulfadiazina é tão efetiva quanto a penicilina, podendo ser opção terapêutica. Para os pacientes com alergia às drogas acima citadas, recomenda-se a eritromicina.

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Febre Reumática

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Febre Reumática

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Endocardite Bacteriana

Apesar de ser uma patologia de baixa freqüência, pode ser tornar grave em pacientes com patologia cardíaca previa submetidos a procedimentos de risco, podendo elevar sua incidência.

Agentes etiológicos: estreptococos viridans enterococos, estafilococos e enterobactérias.

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Endocardite Bacteriana

Alto Risco Prótese valvular; Endocardite bacteriana prévia; Doença congênita cianótica (ventrículo único, transposição de grandes vasos,

tetralogia de Fallot); Reconstrução cirúrgica de shunt pulmonar.

Risco Moderado: Outras malformações cardíacas congênitas (persistência do canal arterial,

comunicação interventricular, coartação da aorta e válvula aórtica bicúspide); Disfunção valvular adquirida (D. reumática); Prolapso de válvula mitral com regurgitação.

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Procedimentos dental, oral, trato respiratório e esôfago

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Procedimento TGI ou geniturinário

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Manipulação de foco séptico

(Drenagem ou incisão) Abscesso de partes moles – drogas anti-estafilococicas

(oxacilina ou cefalosporina de 1a) 1 hora antes do procedimento. Se alergico – clindamicina.

Se paciente de UTI – considerar Staphylococcus aureus meticilina resistentes ou bacilos enterais gram negativos (vancomicina, aminoglicosídeo ou cefalosporinas de 3a)

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Tuberculose

O uso da quimioprofilaxia com a isoniazida tem demonstrado uma redução de 88% de casos da doença.

Está recomendada: na exposição (quimioprofilaxia primária) ou em indivíduos infectados (reator à prova tuberculínica)

sem manifestações clínicas, porém com maior risco de adoecer (quimioprofilaxia secundária).

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Tuberculose

Esta indicada:a) Crianças menores <5 anos, comunicantes de bacilíferos, não vacinadas com BCG, reatores ao teste tuberculínico, com exame radiológico normal e sem sintomatologia clínica;b) Em recém-nascidos coabitantes de foco bacilífero. A isoniazida deve ser administrada por 3 meses, seguida do teste tuberculínico (PPD).

Se o teste for negativo, interrompe-se a profilaxia e indica-se a imunização com BCG.

Se positivo, deve-se afastar a possibilidade da doença, através de exame clínico e radiológico, mantendo-se então a profilaxia até o 6o mês de idade;

c) Imunodeprimidos por uso de drogas ou por doenças imunossupressoras, comunicantes intradomiciliares de bacilíferos.

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Tuberculose

d) Em pacientes soropositivos para o vírus da imunodeficiência humana (HIV): Comunicantes intradomiciliares ou institucionais de pacientes bacilíferos,

independentes do PPD. Reatores ao PPD (nódulo de 5 mm ou mais) e assintomáticos. Não reatores ao PPD, com CD4 menor que 350 células/mm3 ou linfócitos totais

menores que 1000 células/mm3. Portadores de lesões radiológicas cicatriciais ou com registro documentado de

ter sido reator ao PPD.A dose de isoniazida recomendada é de 10 mg/kg/dia, com dose máxima

diária de 300 mg, 1x/dia, durante 6 meses.No caso de intolerância ou toxicidade hepática à isoniazida, recomenda-se o uso

da rifampicina na dose diária de 10 mg/kg/dia (máximo de 600 mg), por 3 meses.

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Tuberculose

Como estratégia no combate à tuberculose, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (1997), ampliou a indicação:

Comunicantes de bacilíferos com PPD reator (5 mm ou mais), afastada a doença, independente da vacinação com BCG

Conversão recente ao PPD, ou seja, teste tuberculínico negativo para positivo, dentro de 2 anos.

Reatores ao PPD com condições clínicas associadas à imunodepressão e/ou à elevada incidência de tuberculose, tais como diabéticos insulinodependentes, nefropatia grave, linfomas, em uso de quimioterapia antineoplásica, ou em uso prolongado de corticosteróides.

Em recém-nascidos soropositivos para HIV, independente do teste tuberculínico, nas situações de alto risco de adoecimento por tuberculose (exposição à fonte de contágio).

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Doença meningocócica e Haemophilus influenzae tipo b

A eliminação do portador da N. meningitidis de nasofaringe é fundamental no controle da disseminação da doença

Quimioprofilaxia indicada para os indivíduos com alto risco de desenvolver a doença invasiva. Limitado às pessoas que têm um contato íntimo prolongado com o caso-índice.

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São considerados contatos íntimos, segundo as normas de Vigilância Epidemiológica: As pessoas que comem e dormem frequentemente no mesmo

ambiente que o doente; Aqueles que compartilham o mesmo domicílio; Em instituições fechadas (quartéis, orfanatos, internatos,

creches e outros), aqueles que compartilham a mesma sala ou dormitório;

Pessoas que tenham tido relação íntima e prolongada com o paciente, com a possibilidade de exposição a secreções orais e transmissão direta do microorganismo.

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A droga de escolha para a profilaxia é a rifampicina na dose de 600 mg para adultos, 10 mg/kg/dose para crianças de 1 mês a 12 anos de idade e 5 mg/kg/dose para recém-nascidos, via oral, de 12 em 12 horas, por 2 dias.

A ceftriaxona, utilizada em dose única, via intra-muscular, 250 mg para adultos e crianças maiores de 12 anos, e 125 mg para menores de 12 anos, tem-se mostrado efetiva na erradicação do portador do meningococo do grupo A, o que pode ser extendido aos outros grupos. Tem a vantagem de ser aplicada em dose única,

Ciprofloxacina na dose de 500mg, dose única, via oral para contatos maiores de 18 anos e a azitromicina, 500mg, dose única, também são eficazes.

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A quimioprofilaxia deve ser iniciada de preferência nas primeiras 24 horas após o diagnóstico do caso; porém, a vigilância epidemiológica indica a mesma para os comunicantes até 30 dias após o contato.

No caso da doença invasiva por H. influenzae tipo b, a quimioprofilaxia esta indicada para os comunicantes íntimos domiciliares, inclusive adultos, somente se houver na mesma residência outra criança com idade inferior a 4 anos não imunizada ou com imunização incompleta.

O mesmo aplica-se para os domicílios coletivos (orfanatos, internatos e outros), naqueles que compartilham o mesmo alojamento. Em caso de creche ou pré-escola onde existam comunicantes do caso-índice com idade inferior a 24 meses e após um segundo caso confirmado, a quimioprofilaxia estará indicada, inclusive nos adultos. A rifampicina deve ser administrada durante 4 dias, em dose única diária, sendo 10 mg/kg/dia para crianças menores de 1 mês, 20 mg/kg/dia para crianças entre 1 mês e 12 anos (máximo de 600 mg/kg/dia) e 600 mg/dia para adultos.

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Profilaxia em Cirurgia

O maior consumo de agentes antimicrobianos em profilaxia, no ambiente hospitalar, destina-se à pacientes cirúrgicos.

O fator determinante da chance de contaminação de uma cirurgia relaciona-se com o número de microorganismos presentes no momento do procedimento cirúrgico.

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Nas cirurgias limpas, em condições tecnicamente adequadas, não se indica a quimioprofilaxia a não ser nos casos em que a ocorrência de uma infecção possa acarretar graves complicações como, nas cirurgias cardiovasculares, ortopédicas com inserção de próteses e outros materiais, neurocirurgias, plásticas e ginecológicas por via abdominal.Nessas condições emprega-se de um modo em geral uma cefalosporina de primeira geração como a cefazolina ou a cefalotina.

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O uso profilático de antimicrobiano tem sua pronta indicação nas cirurgias limpas-contaminadas.

Nas cirurgias infectadas ou sujas, o uso será terapêutico e não profilático.

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Nos pacientes com alergia às cefalosporinas, outras drogas como a clindamicina, metronidazol ou aztreonam podem ser utilizadas.

O uso na rotina de vancomicina não é recomendado, exceto nas situações de surto com estafilicocos meticilino-resistentes.

Em relação ao modo de administração, a quimioprofilaxia deve ser iniciada 30 minutos precedendo a incisão cirúrgica, garantindo concentração adequada no momento da cirurgia e mantida até 24 horas no pós-cirúrgico (uma ou duas doses). Quando o procedimento é prolongado (mais que 4 horas) ou nos casos de hemorragias, mais doses poderão ser administradas, de acordo com a meia-vida do antimicrobiano.

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Difteria

Comunicantes íntimos independentemente do estado vacinal;

Eritromicina 50 mg/kg/dia (dose máxima diária de 2 g), 6/6h, por 7 dias;

Penicilina G benzatina DU IM, 600.000 UI para < de 25 kg e 1.200.000 UI para > de 25 kg;

Cultura de nasofaringe para a pesquisa de Corynebacterium diphteriae e manter os contatos em vigilância, durante sete dias;

Imunização: 1 dose de reforço com preparado contendo o toxóide diftérico (DPT, dPT ou dT) em indivíduos previamente imunizados, com última dose há mais de cinco anos. Completar o esquema vacinal naqueles com imunização incompleta.

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Coqueluche

Todo o comunicante íntimo independente da situação vacinal: quimioprofilaxia com eritromicina 50 mg/kg/dia (dose máxima diária de 2 g),6/6h por 10-14 dias;

Em caso de intolerância à eritromicina: outros macrolídeos, como a claritromicina, na dose de 7,5 mg/kg/dose 12/12h por 14 dias (embora a eficiência não seja comprovada);

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Mordeduras de animais

Orientada de acordo com as bactérias da microbiota oral do animal;

Destaca-se a Pasteurella multocida, um cocobacilo gram-negativo anaeróbico, isolado em 70 a 90% em gatos, 25 a 50% em cães e outros animais;

Acidentes com répteis e ofídios: enterobactérias e anaeróbios.

Início da quimioprofilaxia: preferencialmente nas primeiras 8 horas pós-acidente nos casos de lesões moderadas a grave, principalmente se presente edema e laceração; nas feridas puntiformes atingindo osso, tendões ou joelho; mordeduras em face, mãos e pés, ou genitais e feridas em  indivíduos asplênicos ou imunodeprimidos;

 A duração da profilaxia preconizada é a de dois a três dias. 

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Mordeduras de animais

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Doença invasiva pelo Estreptococo do grupo B

Prevenção da sepse e/ou meningite neonatal por Streptococcus do grupo B;1) Fatores de risco clínico materno: Penicilina intraparto endovenosa se existir em um ou mais

dos seguintes fatores de risco: -Neonato prévio com doença invasiva por Streptococcus do grupo B-Bacteriúria por Streptococcus do grupo B durante a gestação-Trabalho de parto antes da 37ª semana-Temperatura materna intraparto acima de 38ºC.

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Doença invasiva pelo Estreptococo do grupo B

2) Cultura vaginal e retal realizada entre a 35ª e a 37ª semanas de IG: Gestantes com cultura + : iniciar penicilina endovenosa, no

mínimo 2 doses, após o início do trabalho de parto;

-Não é recomendada a administração de ATB para o RN desde que a mãe tenha recebido a antibioticoprofilaxia;-Se sinais de sepse no RN: avaliação diagnóstica + tratamento empírico com ampicilina e gentamicina  

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Profilaxia da oftalmia neonatal

Nitrato de prata a 1%; Pomada de eritromicina a 0,5%; Tetraciclina a 1%; O uso das pomadas de eritromicina e tetraciclina evita a

conjuntivite química, que é comum na instilação do nitrato de prata;

As pomadas não se mostram superiores em relação à profilaxia da oftalmia pela C. trachomatis;

As crianças nascidas de mães com doença gonocócica não tratada: ceftriaxona 25 a 30 mg/kg ou cefotaxime 100 mg/kg, DU, além da profilaxia local.

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Profilaxia nas asplenias

Pacientes com asplenia funcional (anemia falciforme) ou anatômica (congênita ou por remoção cirúrgica): > risco de adquirir infecções por bactérias capsuladas como a Neisseria meningitides, Haemophilus influenzae do tipo b e mais frequentemente pelo Streptococcus pneumoniae;

O início dessa medida deve ser preferencialmente a partir dos 2 meses de idade nos casos de anemia falciforme e imediata após esplenectomia por outras causas A descontinuação da profilaxia é discutível e empírica. Recomenda-se até o 5º ano de vida aproximadamente na anemia falciforme e nos demais casos é variada.

Penicilina benzatina, 600.000 U IM para < 25 kg e 1.200.000 IM para > 25 kg, com intervalos de 21 a 28 dias;

Penicilina V, 125 mg VO a cada 12 horas para < de cinco anos e 250 mg VO a cada 12 horas após esta idade.

Alguns autores recomendam a amoxicilina 20 mg/kg, 1x ao dia. Essa administração deve ser feita de modo contínuo diário ou intermitente, apenas durante os períodos de febre.

Além da antibioticoprofilaxia, deve-se proceder a adequada imunização pneumocócica, meningocócica e para Haemophilus influenzae b.

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Profilaxia em pacientes imunocomprometidos

Neutropenia grave (número de granulócitos < a 500 células/mm3) em decorrência de quimioterapia antineoplásica, transplante renal ou de medula óssea e agranulocitose; 

Enterobactérias, Pseudomonas aeruginosa, Pneumocystis carinii e Candida albicans;

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Profilaxia em pacientes imunocomprometidos

A profilaxia das infecções bacterianas nessas situações tem como objetivo eliminar patógenos potenciais, ↓ os episódios de febre, tempo de terapêutica antimicrobiana empírica, custo e mortalidade;

Estudos com o uso de antibióticos orais não absorvíveis como a vancomicina, a tobramicina e a colestina, não têm demonstrado melhor eficácia do que o uso de antibióticos absorvíveis como a sulfametoxazol-trimetropim, quinolonas ou amoxicilina no que se refere ao tempo de febre e o número de episódios de bacteremia;

O tempo da profilaxia seria do início da quimioterapia ou do 1º dia do transplante até o desaparecimento da febre.

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Profilaxia em pacientes imunocomprometidos

Descontaminação seletiva do trato gastro-intestinal através da supressão da flora endógena com antibióticos orais nos pacientes em ventilação mecânica, na prevenção da pneumonia hospitalar constitui medida discutível considerando o pouco benefício quanto aos índices de mortalidade por infecção hospitalar e pela indicação de cepas emergentes resistentes;

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Profilaxia em pacientes imunocomprometidos

Infecções fúngicas: A profilaxia está indicada nas neutropenias < que

500/mm3e/ou permanência da febre, 4-7 dias após o início da antibioticoterapia empírica, até a recuperação da granulocitopenia > que 1000/mm3;

O uso de fluconazol ↓ as complicações por Candida albicans e C. tropicalis, porém é refratária às infecções pela C. krusei, Aspergillus e Torulopsis glabrata. Na profilaxia para o Aspergillus utiliza-se a anfotericina B, na dose de 0,1 mg/kg/dia ou 10 mg/dia;

Deve-se considerar ainda a profilaxia para o P. carinii e o toxoplasma.

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Profilaxia em pacientes imunocomprometidos

Profilaxia da pneumocistose em crianças com o vírus da imunodeficiência humana (profilaxia 1ª) : ser iniciada a partir da 4ª-6ª semanas de vida, mantida entre 1-5 anos de idade se o número de linfócitos CD4 for < que 500/mm3 ou < a 15% e em > de 5 anos se o número de linfócitos CD4 for < que 200/mm3ou < a 15%;

Nas crianças que tenham tido algum episódio de pneumonia por Pneumocystis carinii, independente da faixa etária e do número de linfócitos CD4 no sangue: realização da profilaxia antimicrobiana (profilaxia secundária).

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Profilaxia em pacientes imunocomprometidos

Pneumocistose: Sulfametoxazol-trimetropim (SMZ/TMP), sendo 150

mg/mm2 de trimetropim ou 750 mg/mm2 de sulfametoxazol, VO, a cada 12 horas, ou em dose única diária, 3x por semana, em dias alternados ou consecutivos; 

Nos casos de intolerância à sulfametoxazol-trimetropim: pentamidina aerossol, 300 mg em crianças > que 5 anos de idade, mensalmente ou endovenosa, 4 mg/kg/dia;

Outra alternativa é o dapsona, a partir do 1º mês de vida, na dose de 2 mg/kg, VO, dose única diária.

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Profilaxia em pacientes imunocomprometidos

Em pacientes com câncer, indica-se o SMZ/TMP, da dose de TMP 75 mg/m2/dose a cada 12 horas, por 3 dias consecutivos na semana;

A quimioprofilaxia 1ª para a toxoplasmose está documentada para adultos infectados com o HIV, com linfócitos CD4 menores que 100/mm3 e sorologia positiva;

Para pacientes pediátricos: alguns autores recomendam nos mesmos critérios acima, utilizando a associação da sulfadiazina na dose de 75 mg/kg/dia, em duas tomadas, via oral, com a pirimetamina, 1 mg/kg/dia e ácido folínico, 5 a 10 mg/kg/dia, três vezes por semana.

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Profilaxia após abuso sexual

Alguns especialistas não recomendam a profilaxia antimicrobiana para crianças pré-púberes vítimas de abuso sexual considerando o baixo risco de infecção do trato genital alto nessas crianças;

Devem sempre ser investigadas para as doenças sexualmente transmissíveis e tratadas se estes forem positivas.

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Profilaxia após abuso sexual

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Profilaxia após abuso sexual

Profilaxia antimicrobiana após abuso sexual, depende da freqüência de ataques, tipo do malfeitor e tipo de penetração;

Na profilaxia em adolescentes vitimizadas deve-se seguir o esquema acima para > de 45 kg, incluindo a possibilidade do uso de ciprofloxacina 500 mg VO, dose única ou a ofloxacina 400 mg VO dose única na profilaxia para a gonorréia;

Pré-adolescentes e adolescentes: considerar ainda a prevenção para a hepatite B através da imunização e a profilaxia para o HIV, com o uso de retrovirais dependendo da exposição.

No caso de adolescentes, considerar medidas de profilaxia gestacional (pílula do dia seguinte).

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Profilaxia na Otite Média Recorrente

Igual ou mais de três episódios de otite média aguda em 6 meses ou igual ou mais de 4 episódios em 12 meses;

Utiliza-se amoxicilina 20 mg/kg, DU, diária, ou a azitromicina 10 mg/kg semanal, nos meses mais frios do ano e num período limitado (de um a três anos), considerando-se a emergência de cepas de pneumococo resistente e a alteração da flora nasofaríngea.

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Profilaxia na infecção do trato urinário

As crianças < 5 anos, que apresentam infecção urinária de repetição, com no mínimo três episódios ao ano e/ou refluxo vesicoureteral grau III ou IV;

Sulfametoxazol-trimetropim na dose de 2 mg/kg de TMP ou 10 mg/kg de SMX ou com nitrofurantoina, 2 mg/kg, em doses noturnas diárias.

Ambas as drogas mantêm boa concentração urinária, em doses menores que a terapêutica, com mínima possibilidade de desenvolver resistência bacteriana.

Proceder culturas de urina periodicamente, avaliando o reaparecimento de bacteriúria.

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Referências Bibliográficas

American Academy of Pediatrics. Antimicrobial prophylaxis. In Peter G (ed) 2000 Red Book: Report of the committee on infectious diseases, 25th ed. Elk Grove Village, IL: American Academy of Pediatric, 2000. p. 729-42.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (Org.). Uso Profilático de Antimicrobianos. Disponível em: <http://www.sbp.com.br/show_item2.cfm?id_categoria=24&id_detalhe=884&tipo_detalhe=s>. Acesso em: 14 fev. 2014

MANUAL DE PROCEDIMENTOS E CONDUTAS PARA PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE Disponivel em: http://www.ufjf.br/hu/files/2009/10/MANUAL-DE-PROCEDIMENTOS-E-CONDUTAS-PARA-PREVENÇÃO-DAS-INFECÇ.pdf 2012/2013. Acessado em: 14 fev. 2014.

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Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto.Consultem também!

Rotina do Núcleo de Comissão de Infecção Hospitalar do Hospital Regional da Asa

Sul/Hospital Materno Infantil de Brasília/SES/DF

Autor(es): Felipe T. de M. Freitas