Antoninho Marchesini junto à placa do Pe. Júlio Chevalier...

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Antoninho Marchesini junto à placa do Pe. Júlio Chevalier, em Issoudum - França

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Antoninho Marchesini junto à placa doPe. Júlio Chevalier, em Issoudum - França

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INTER EX Julho/20072

Diretoria ExecutivaPresidente:João Cardoso .......................... (l9)344l-6483Vice-Pres:Rosalimbo Augusto Paese ........ (l9)3236-0079Secretário:João Baptista Gomes ...............(l1)4604-3787Tesoureiro:Rubens Dias Maia .................. (l6)3322-3l83Dir. Espir:Pe. Cortez ............................. ..(11)3228-9988

Conselho FiscalDaniel R Billerbeck Nery ...... (11)6976-5240Olivo Bedin ............................ (19)3869-8649

RegionaisIbicaréAndré Mardula .........................(49)522-0840ItajubáJosé Luiz Augusto ..................(35)3622-4746São PauloMarcos de Souza ..................... (11)228-5967CampinasJercy Maccari ........................ (19)3871-4906PirassunungaRenato Pavão ............................ (19)56l-605lBauruGino Crês ............................... (14)3203-3577ItapetiningaSílvio Munhoz Pires ................(15)3272-2145S. José dos CamposNatanael Ribeiro de Campos ...(l2)3931-4589

CoordenadoriasBol.Inf. Inter ExJoão Baptista Gomes ............. (11)4604-3787 (Cel)9976-1145

Designer gráficoMarcelo Silva Calixto ............. (11)6162-3640 (Cel)9588-8310

CaravanasMoacyr Peinado Martin ......... (11)6421-4460

Eventos ReligiososLásaro A P dos Santos ........... (11)3228-9988Daniel R Billerbeck Nery ...... (11)6976-5240Edgard Parada ....................... (16)3242-2406

EXPEDIENTEASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS MSC

Rua Luiz Zovico, 194 Jd. ColonialCEP: 13482-489 – Limeira-SP

Tel: -0xx19-3441.6483Redação: E-Mail: [email protected]

Diretoria: E-mail: [email protected]

AniversariantesJulho

02- José Machado.................................................... (14) 223-589802- Mário Walter Decarli ........................................... (11) 4654-135102- Hernani Os ...................................................... (35) 3622-459608- Joaquim Vieira Cortez ........................................ (35) 3622-199110- Oswaldo Muller .................................................. (19) 3869-147411- Gino Crês ......................................................... (14) 230-357718- Ângelo Zampaulo ............................................... (19) 3241-951520- Adeval Romano ................................................. (17) 3463-442522- Gerard G. J. Bannwart ........................................ (15) 3646-949926- Alberto Maria da Silva ......................................... (13) 3227-509626- Luiz Gonzaga Rolim ............................................ (11) 619-761327- Leonel José Gomes de Souza ................................. (15) 552-689028- Marcos Lelis Pinto .............................................. (35) 621-471030- Paulo Figueiredo ............................................... (31) 3577-0225

Agosto

03- José Gaspar da Silva .......................................... (35) 622-259107- Afonso Peres da S. Nogueira .................................. (12) 552-584809- Antônio Henriques ............................................. (11) 5184-016010- José Carlos Barbosa ........................................... (35) 3645-115112- Alberto José Antonelli ......................................... (13) 3227-859713- Benedito Coldibelli ............................................. (19) 3223-859715- Isaac da Silva Brandão ........................................ (11) 3611-391815- Benedito Ângelo Ribeiro ...................................... (11) 266-962015- José Raimundo Soares ........................................ (12) 281-180318- Vanderlei de Marque ........................................... (11) 4127-422019- Luiz Gonzaga de Almeida ..................................... (31) 3571-164326- Walter Figueiredo de Souza .................................. (31) 3641-117226- Manoel Evaristo da Costa .................................... (35) 621-1310

Setembro

03- Marcos Mendes Ribeiro ....................................... (12) 281-332104- Douglas Dias Ferreira ......................................... (19) 571-111809- Manoel Pereira da Costa ..........................................................09- Vitor Fernandes Lima ......................................... (21) 9693-594313- Geraldo Augusto Alkmin ...................................... (35) 622-327415- Carlos Magno Antunes Pereira ............................... (15) 232-158518- José Manoel Lopes Filho ...................................... (14) 223-339918- José Fábio Correa ............................................. (35) 3623-481920- Rosalimbo Augusto Paese ..................................... (19) 3255-662223- Márcio Antônio Nunes ......................................... (35) 281-147723- José Camilo da Silva .......................................... (19) 3828-122128- Marcos de Souza ............................................... (11) 3313-455129- Rubens de Souza ............................................... (19) 561-446230- Geraldo José de Paiva......................................... (11) 3735-3014

Outubro

02- Licínio Poersch ................................................. (45) 226-646204- Luiz Carneloz ................................................... (11) 6940-375804- José Carlos B. Teixeira........................................ (16) 236-634105- Benedito Antunes Pereira ...................................... (11) 4655-421506- José Benedito Ribeiro .......................................... (14) 3218-857309- Côn. Carlos Menegazzi ......................................... (19) 3278-141409- Edson Marques de Oliveira ................................... (15) 271-102212- Pedro Tramontina .............................................. (11) 4232-596212- João Baptista M. Cirineu ..................................... (15) 271-234713- Afonso Bertazi ................................................... (19) 524-049414- Alderico Miguel Rosin .......................................... (19) 582-102116- Sérgio Luiz Dall´Acqua ......................................... (47) 435-570817- Geraldo Luiz Sigrist ........................................... (19) 3255-173220- Benedito Ignácio ............................................... (11) 5531-003120- Nilo Jorge F. da Silva .......................................... (21) 2701-724228- Waldemar CheChinato ......................................... (11) 4591-119229- Agostinho Rafael Rodrigues .................................. (21) 3468-556730- José Tadeu Correa ............................................. (35) 3623-4767

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INTER EX Julho/2007 3

1- Constitue direito do Associado efetivo: Votar e ser votadopara qualquer cargo eletivo ( Art. 7°, item VI do Estatuto).

2- A Assembléia Geral tem por finalidade reunir-seextraordinariamente, a cada triênio, especialmenteconvocada em agosto, e mediante aclamação ou votosecreto da maioria absoluta dos membros naturais daASEAMSC, em 1ª Convocação, e nas Convocações seguintespor mais de 1/3 (um terço) destes membros, para eleger aDiretoria Executiva e os titulares do Conselho Fiscal, assimcomo os seus respectivos suplentes, que terão direito auma reeleição( Art. 11, item III do Estatuto).

3- A posse dos eleitos dar-se-á no dia 1º de janeiro de2008, em local a ser escolhido.

4- A consulta realizada em maio indicou 5 candidatos àpresidência da Diretoria Executiva sendo os seguintesColegas: Gino Crês, João Baptista Gomes, Renato Pavão,

Associação dos Ex-Alunos MSCRua Guaporé, 443- Pte PequenaCEP: 01009-010 São Paulo SP

Edital de ConvocaçãoFicam convocados todos os Associados desta Associação, nos termos do

Item III do artigo 11 do Estatuto vigente, a se reunirem em Assembléia GeralExtraordinária a se realizar no dia 25 de agosto de 2007, às 19h, no Salão deReuniões do Recanto Colorado de Pirassununga -SP, a fim de elegerem aDiretoria Executiva e o Conselho Fiscal para o triênio de 2008 a 2010.

Limeira, 26 de julho de 2007.João Cardoso

Presidente

Todos sabem que a Diretoria da Associação, além da correspondência indivi-dual que tem com os associados, distribui quadrimestralmente o boletim “INTER-EX”, o veículo de comunicação que leva a todos, sem exceção, as mais variadasnotícias e recados dos Ex-Alunos. Para que a Diretoria consiga manter sempreessa intercomunicação salutar, é necessária a colaboração de todos, mantendoseus endereços e dados complementares atualizados. A falta dessa iniciativa deixamuitos colegas sem o nosso convívio e sem informações quando solicitadas poroutros para alguma consulta ou para matar a saudade dos velhos tempos.

Sempre que houver uma reunião ou encontro, realizada por colegas ou pelasDiretorias Regionais, em qualquer lugar e data, é muito importante que se faça alista de presença, com dados completos para sua localização, enviando-a, comurgência, à Associação para conferência, atualização e cadastramento. Deixar detomar essa providência é o mesmo que manter o colega ignorado e afastado dagrande Família dos MSC

Aviso aos diretores regionais

Rosalimbo Augusto Paese e Waldemar Chechinatto, nãoficando impedido que outros independentes se candidatempor ocasião das eleições, devendo o candidato eleito, atéo encerramento da Assembléia, compor a sua Diretoria e oConselho Fiscal.

5- Aconselhamos o empenho de todos para que hajauma renovação total da atual Diretoria para que novoscolegas de regiões diferentes como: Bauru, Pirassununga,Campinas, Itajubá, São Paulo e outras, possam assumiras funções e dar mais vida aos nossos destinos. Ficouplenamente comprovado que a distância num raio de +ou – 100 Kms não é obstáculo para uma composiçãoadministrativa. É bom lembrar que os Veteranos estãosempre dispostos a colaborar, não permitindo que apeteca caia. Basta que alguns peguem a batuta e faça aequipe funcionar.

ELEIÇÕES - ESCLARECIMENTOS

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INTER EX Julho/20074

Divagando

ENCONTRO DE PIRASSUNUNGA(25 E 26/08): SAUDADE E ELEIÇÃO

Gino Crês (48-53)

INTER EX Julho/20074

Nos dias 25 e 26 de agosto, impulsionados pela SAUDA-DE, marcharemos rumo ao Encontro da Escola Apostólicade Pirassununga, quando seremos abastecidos pelo com-bustível necessário para continuarmos vivendo as recorda-ções repletas de esperanças e de melhores momentos. AVida para os que têm mais de 50 anos é sempre pontilhadade muita saudade. É a lei natural. Nascemos, crescemos,ficamos velhos e sentimos saudade. Quem de nós não temsaudade do passado e não vive de recordações é porquenão viveu plenamente. Há pessoas que não sentem sauda-de. Eu, particularmente, setuagenário, sinto por mim epelos outros. Sei que há aqueles que discordam por nãoserem possuídos desse belo sentimento que adorna a ve-lhice, acalma os dias, deixa o coração repleto de um senti-mento gostoso de auto-realização. Que bom olhar para tráse verificar que o passado foi repleto de bons momentosque nos dão forças para continuar a caminhada.

Voltando ao Seminário, neste Encontro, vamos reviverlugares que marcaram nossas vidas. Vamos recordar umpedaço do chão do sítio de nossas férias; da chácara dofutebol às quartas e sábados, do terço das tardes; dos pá-tios do vôlei obrigatório após o almoço e o jantar; dos lon-gos corredores internos que nos levavam para as salas deaula, para a capela, para o refeitório, para o imenso e silen-cioso dormitório onde repousávamos de um dia pleno deatividades.

Voltando ao seminário, vamos recordar pessoas que cru-zaram nossos caminhos e nos fizeram felizes e realizados.Como nos faz bem ao coração este encontro, quando, fren-te a frente, comentamos fotos antigas, tecemos comentá-rios resgatando histórias do nosso tempo de Seminário. Avida não é a que vivemos e sim a que a gente recorda, ecomo recorda para contá-la.

Colegas, a distância não é a separação, a distância sóacontece quando não voltamos. Não nos distanciemos nun-

ca. Voltemos no próximo Encontro a Pirassununga para jun-tos curtirmos este belo sentimento: a SAUDADE

Neste próximo Encontro de agosto, em Pirassununga,serão realizadas nossas eleições para a renovação da Dire-toria para o triênio de 2007 a 2010. Confesso, por este va-lioso espaço reservado à coluna “DIVAGANDO”, que estoupreocupadíssimo com o futuro de nossa Associação, poispude sentir pelos e-mails, cartas e telefonemas recebidos,que está havendo uma grande dificuldade de se encontrarum presidente que lhe dê continuidade. Se isso realmenteacontecer, a nossa tão querida Associação, depois de 60anos de existência, deixará de existir. Só há, porém, a meuver, uma esperança optativa de continuidade: um novopresidente ou um presidente novo.

Um novo presidente com saúde, disposição, num pata-mar de idade, que lhe dê condições para assumir a presidên-cia no lugar do Cardoso, que heróica e satisfatoriamente,vem conduzindo nossa Associação. Ou um presidente novoescolhido dentre os ex-alunos desta safra mais nova quetenha coragem e disposição para enfrentar este desafio.

Apelamos aos jovens que colaborem com a nossa Asso-ciação, que ocupem esta presidência com espírito ousadoe participativo. Enfim, por favor, arregacem as mangas evão à luta, pois o futuro só será diferente para todos nós,ex-alunos, se vocês, amparados pelos mais experientes,fizerem hoje a sua parte.

Se não houver presidente eleito, tudo o que redigi comsinceridade neste e em outros Inter-ex, não tem mais sen-tido, só nos restando folhear página por página, o livro dahistória da vida da nossa Associação e viver intensamentesegundo a segundo, momento a momento, esse Encontro,como se fosse o último.

Ter saudade é muito bom, mas não sei até quando. Achoque o meu velho e doente coração não vai agüentar. Tenhovontade de chorar...

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INTER EX Julho/2007 5

Palavra do Leitoropinião, já que outros o fizeram, mesmo alheios ao nossomeio.

Agora, porém, você extrapolou em seu artigo “Carnecom batata e tâmara”. Não seja um “paparazzo” literário!Você escreve muito bem, mas deve escolher melhor as suaspalavras e afastar o amargor de seu coração. Se o seminárioera tão ruim, tão sujas as mesas do refeitório e tão péssi-ma a alimentação, como conseguimos sobreviver ali por seisanos em perfeita “mens sana in corpore sano” ?

Lupo, lave o seu coração. A vida é tão curta para carre-garmos tantas mágoas. Mostre sua cara num próximo En-contro em Pirassununga.

(a) Afonso Peres da Silva Nogueira

No endereço abaixo, poderão ver (e copi-ar se interessar) as fotos que tirei em nossoencontro de Ibicaré. Além do álbum de 2007,também estão os álbuns de 2003 e 2005. No

álbum de 2005, as duas últimas fotos são do grupo de semi-naristas em 1963. Se alguém puder identificar alguns, porfavor, mande-me um e-mail com os identificados que ficareimuito grato (a segunda foto é igual à primeira e contém nú-mero sobre cada componente). As fotos possuem resoluçãoreduzida para divulgação na Internet. Se alguém desejar al-guma na resolução original (maior), solicite por e-mail quemandarei com o maior prazer. Também não disponho dos en-dereços eletrônicos de todos; assim, agradeceria se enca-minhassem este e-mail a todos os ex-alunos MSC. O endere-ço dos álbuns é: http://dacoregio.fotos.uol.com.br

(a) Moacir C Dacoregio

Esclarecendo o Guido GiffoniGuido, conterrâneo, que felicidade saber que você está

dando o ar de sua graça! Pelo que li no últi-mo Inter-Ex, parece-me que você está co-metendo algum engano. Os Diáconos leigoscelebram a palavra, casamentos e batizados,

sim senhor. Pergunte ao Pedro Tramontina que é Diáconoleigo e casado.

Outra coisa. Ministros da Eucaristia podem ser homensou mulheres. Por sinal, elas são bem mais numerosas. Tal-vez você ande meio por fora das coisas da Igreja. “Muitossão chamados” para serem bons leigos e “poucos os esco-lhidos” para serem sacerdotes. Sejamos bons leigos,Guido. Frutifique em você os seus dons que gerem vidapara o bem do próximo. Um grande e saudoso abraço.

(a) Afonso Peres da Silva Nogueira

Conforme prometi, estou enviando algunscomentários sobre o último CD do saudosoBerje. É fantástico todo o conteúdo desseCD, a exemplo dos anteriores feitos por ele.

Deus levou-o, privando-nos, assim, de seu convívio e deoutros belíssimos trabalhos que, com certeza, seriam fei-tos. Gostaria de comentar especificamente os capítulos10 e 11, porque são os que mais nos induzem às lembran-ças dos tempos de seminário.

Recebi nosso querido Inter-Ex. Devorei-o.Toda vez é assim. Enquanto não chego à últi-ma página, não paro. Quero parabenizar seueditor por esse maravilhoso trabalho de con-

graçamento. Lendo certos artigos, noto mágoas antigas, ran-cores e insatisfações referentes a fatos passados, relaciona-dos com pessoas e com nosso seminário. Fico pensando: porque arrastar cadáveres por tanto tempo sem enterrá-los?

Ao sair do seminário, em agosto de 1956, viajava tristepela Via Dutra, quando uma moça tomou assento ao meulado. Não olhei para ela e não reparei se era ou não boni-ta. Não lhe dirigi palavra alguma. Ela, sim. Virando-se paramim disse:

Moço, estou muito feliz! Estou indo para o Rio assistirà ordenação sacerdotal de meu irmão!

Levei um choque tremendo! Imaginem a situação. Subiao teto do ônibus e caí de novo na poltrona. Refeito dosusto, respondi:

E eu estou saindo de um seminário!Ela olhou-me mais firmemente e continuou:Moço, o mundo hoje talvez precise mais de bons lei-

gos do que até mesmo de sacerdotes. (Que profecia!)Naquele instante, jurei para mim mesmo: vou ser um bomleigo e continuo me esforçando para sê-lo.

Nós, ex-seminaristas, precisamos observar melhor asárvores. Elas nos ensinam muitas coisas. Elas, quando têmum galho seco, desfazem-se dele e continuam a produzirflores, frutos e sementes nos outros galhos cheios de vida.Nós, como seminaristas ou vocacionados para o sacerdó-cio, fomos como galhos mortos cujo tronco continuou re-pleto de seiva, o que nos permitiu que frutificassem osoutros galhos. Após a poda, a vida continua.

Eis por que admiro vocês que já superaram o passado,e hoje colocam seus dons e conhecimentos para estruturarnossa Associação, dar-lhe caráter jurídico e congregar-nosnesses belíssimos Encontros que promovem e deliciar-noscom a leitura deste Boletim Informativo tão cheio de sau-dades e de lembranças mil.

(a) Afonso Peres da Silva Nogueira

Segue arquivo com minha colaboraçãopara o próximo Inter-Ex. O nosso Encontrode Pira está chegando. Há pouco tempo,entrei em contato, via e-mail, com meu co-

lega de classe, da regional de Itajubá, o José Célio e insis-ti com ele para que fosse ao encontro de Pira. Justificousuas ausências, alegando estar sempre ocupado nos finsde semana com seu curso de Inglês, motivo mais do quejusto, cá entre nós. Porém, afirmou-me que fará grandeesforço para comparecer. Esperamos que ele e outros maiscompareçam para aumentar nossa alegria.

(a) Cláudio Carlos de Oliveira

Recado ao Lupo da GubbioLupo, meu irmão, me desculpe, mas no

caso do João Peres, meu primo, a quemvocê tão pejorativamente descreveu como“Prego Torto”, não quis manifestar a minha

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INTER EX Julho/20076

Palavra do LeitorCap 10 – Autobiografias. Durante nossos Encontros (te-

nho participado só dos de Ibicaré) temos um momento dereunião, onde o participante faz um breve relato de suavida. Fala de modo sucinto de sua permanência e o rumode sua vida após a saída do seminário. Esse momento épara mim muito importante, mas apresenta dois inconve-nientes, já que é pequeno o tempo disponível: os relatossão por demais sucintos e apenas os novos participantes(aqueles que vêm pela primeira vez) o fazem. A coluna“Gente Nossa” do Inter-Ex faz sempre um excelente rela-to sobre algum associado, mas, por sua própria natureza,acaba focalizando apenas alguns casos notáveis.

Quando eu soube da idéia da divulgação de autobio-grafias, fiquei muito contente, pois, finalmente, teria aoportunidade de saber mais informações sobre colegas esuas vidas. Mas, confesso que fiquei um pouco decepcio-nado quando encontrei apenas uma dezena delas. Quantoscolegas de minha época, sabidamente brilhantes e dota-dos do dom da escrita, deixaram de participar. Esperavaencontrar autobiografias de colegas como Ademar Ribasdo Vale, André Mardula Filho, Ângelo Osmar Giombelli,Antonio Valmor Junkes, Danilo Lôndero da Silva, Domin-gos Luiz Meneguzzi, Edson Niehues, Erci Frigo, FranciscoLevandowski, Jerci Maccari, Leonildo Pedrinho Dalbosco,Luiz Zagonel, Marco Rossoni Filho, Odilon Luiz Áscoli,Rosalimbo Augusto Paese, Valdir Luiz Pagnoncelli, VilmarDaleffe, só para citar alguns dos que já encontrei emIbicaré.

Seria muitíssimo interessante se a diretoria da Asso-ciação programasse um novo CD de autobiografias, con-vidando a estes e a todos os demais para colaborarem.Poderiam servir de referência, aquela rica de detalhesfeita pelo Berje, a por demais sucinta, apresentada peloBarbosa e até mesmo a “escatológica” do Alberto Maria.Que tal?

Cap. 11 – Arquivo do Silvio Munhoz Pires. Esse capítu-lo mostra que o Sílvio (a quem ainda não tive o prazer deconhecer) é um grande saudosista. Seu acervo de fotos edocumentos da época é simplesmente fantástico. Lendoos textos escritos naquela época, somos transportadosde uma forma mágica para o passado e parece que estamosrevivendo aqueles dias. Talvez outros colegas possuamtambém documentos similares que poderiam ser compar-tilhados. De Ibicaré, acredito haver poucas fotos disponí-veis porque, até 1963, eram feitas apenas em alguns mo-mentos raros pelo padre Luiz Gardinal. Disponho de ape-nas duas fotos de Ibicaré que divulguei no site http://dacoregio.fotos.uol.com.br, sendo uma do prédio do se-minário e outra do grupo de alunos, padres e irmãos. Essado grupo foi encaminhada para todos que consegui, pe-dindo que me retornassem identificando os que pudes-sem. Não obtive nenhuma resposta. Quanto a folhetos edocumentos da época, lembro-me que, em 1963, foi dis-tribuído um impresso similar ao “Em Família” do Sílvio,só que com umas poucas páginas. Creio que foi apenasum número. Esse impresso trazia algumas brincadeiras erelatos pitorescos envolvendo alunos irmãos e padres, além

de fatos relacionados à pequena Ibicaré e jogos olímpicosno seminário. Bom será que algum colega da época tenhaguardado esse folheto e queira divulgá-lo.

(a) Moacir C. Dacoregio

No último Inter-Ex, senti falta do AlbertoMaria e das inteligentes “tiradas” de seuscostumeiros artigos. O que aconteceu? Elese cansou? Não passou pelo crivo da censu-

ra e foi cortado, ou foi falta de espaço?

(a) Gino Crês

Meu caro João Cardoso. Ainda dentro daoitava da Páscoa, desejo que os frutos des-sa comemoração sejam perenes em sua vidae na de todos os seus. Fico-lhe grato pelo

belo CD musical com peças selecionadas que já fiz giraruma porção de vezes. Parabéns pela sua dinâmica direçãode nossa Associação. Estou em dúvida se já lhe enviei umLivro sobre a Arquidiocese de Campinas do qual fui oorientador. Se não, queira me comunicar que terei satis-fação de enviá-lo. Aqui segue junto meu voto para candi-datos à Presidência da ASEA MSC, esperando sua reelei-ção. Abraços fraternos.

(a) Cônego Carlos Menegazzi

É uma alegria muito grande quando vejoque a Associação dos Ex-Alunos MSC conti-nua animada e fazendo as coisas caminha-rem com tanto entusiasmo. A revista está

muito bonita, as fotos e a diagramação dão gosto de sever. Sempre que a leio me traz muitas recordações. Apro-veito para desejar a todos uma feliz Páscoa. Que a Res-surreição de Cristo animem a nossa fé e nos inspire a re-novar nossa vida e nossos projetos. Um abraço fraternono Coração de Jesus

(a) Dom Ricardo Pedro Paglia

Bispo diocesano de Pinheiro-MA

Fico muito contente quando recebo oInter-Ex. Leio todos os artigos até mais deuma vez, pois cada um me transporta parauma fase distinta do meu tempo de semi-

nário e já me acostumei ao estilo de cada um dos fre-qüentes escritores. São todos ótimos. Cada um de nós jáse separou da Congregação há cinco, dez, vinte, cinqüentaanos e, no entanto, graças ao Inter-Ex,. ficamos por den-tro de tudo que acontece. A página “Notícias da Provín-cia” é, por si só, um jornal atualizado com tudo o quefazem os MSC no Brasil e em suas missões na América La-tina. Seu autor, João Costa Pinto, está bem informado etransmite todas as notícias de forma minuciosa eesclarecedora como um jornalista muito competente.Merece nossos aplausos.

(a) Amaro de Jesus

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INTER EX Julho/2007 7

Informativo especial pós-encontro/2007dos ex-seminaristas MSC

SUCESSO NO ENCONTRO/2007 DOS EX-ALUNOS MSC Mais uma vez nos encontramos....nos abraçamos....

revivemos lugares e momentos que marcaram indelevel-mente nossas vidas. Mais uma vez o nosso encontro se re-vestiu de êxito. 40 ex-seminaristas (relação nominal nesteinformativo) e 28 acompanhantes estiveram presentes.Menos que no encontro de 2005 pela sentida ausência damaior parte da “turma de São Paulo”...mas ainda assim umnúmero considerável, considerando os muitos anos decor-ridos desde nossos anos de infância nas plagas oestinas...

Agradecemos a todos os colegas que estiveram em Ibicaré.E estimulamos a cada um para que, no próximo encontro,como aconteceu neste, procure contatar os colegas de suaregião, estimulando-os a comparecer em Ibicaré. São opor-tunidades inesquecíveis, como lembramos no editorial doInformativo 2, enviado no início de fevereiro de 2007.

Lamentamos as ausências de companheiros que foramem 2005 e não voltaram. E dos que, podendo ter ido, nãoforam. Em 2009, nova oportunidade. Esperamos reencon-trar todos os de 2007 e muitos outros mais.

Motivo de alegria: Além dos colegas que participarampela primeira vez (citados em outra página), dois retornos:Ângelo Garbossa Neto, que não vinha desde 1993, e SimãoSzymczak, que não vinha desde 1995.

Saudamos a todos os novos e os retornantes, lembran-do a parábola do filho pródigo:

“Há mais alegria por um filho que retorna do quepor aqueles que continuaram na casa paterna”....

RELAÇÃO DE PARTICIPANTES 2007(ENTRE PARÊNTESES, Nº DE PRESENÇAS)01. Adelar Ponsoni/SC (1); 02. Ademar Pivetta/SC (2);

03. Alzemiro Basso/SC (1); 04. André Mardula/SC (2); 05.Ângelo Garbossa Neto/PR (2); 06. Ângelo Osmar Giombelli/SC (1); 07. Antônio Valmor Junckes/PR (3); 08. CláudioMagnabosco/SC (3); 09. Daniel Canale/PR (1); 10. Edo GaldinoKirsten/PR (2); 11. Edson Niehues/PR (1); 12. ErnestoSchafrath/PR (2); 13. Francisco Geraldo Rosário Filho/SP (1); 14. Hélio Ampolini/PR (1); 15. Ivo Bottega/MS (2); 16. IvoManfé/SC (2); 17. Jerci Macari/SP (1); 18. João Cardoso/SP(1); 19. José Carlos Ferreira/SP (4); 20. Leonildo PedrinhoDalbosco/PR (2); 21. Licinio Poersch/PR (2); 22. LuizBoschetti/PR (2); 23. Luiz Carlos Cachoeira/SP (3); 24. LuizPelisson/SC (1); 25. Luiz Zagonel/SC (1); 26. Rossoni Filho/PR (1); 27. Moacir Cristaldo Dacoregio/SC (1); 28. NivaldoBordignon/SC (2); 29. Odilon Sganzerla/SC (1); 30. OrtêncioDalle Laste/SC (1); 31. Renato Pavão/SP (1); 32. RenatoPoersch/PR (1); 33. Rozalimbo Augusto Paese/SP (4); 34.Sergio José Sfredo/PR (2); 35. Sergio Luiz Dall’Acqua/SC (4);36. Simão Szymczak/PR (1); 37. Valdecir Dalpasquale/PR (2 –1ª vez); 38. Valdir Luiz Pagnonceli/PR (1); 39. ValdirRebelatto/SC (1 – 1ª. vez); 40. Vilmar Daleffe/PR (1). .

Total de participantes: 68 - 40 EX-SEMINARISTAS, 28ACOMPANHANTES.

A árvore do Encontro 2007

Uma nova árvore foi plantada, para perenizar a lembran-ça do encontro de 2007. Desta vez foi um flamboyant que,mesmo em muda, já veio com flor. Enquanto isto, a árvoredo encontro de 2005 está viçosa, bonita...testemunha vivados nossos encontros.

BALANÇO FINANCEIRO DO ENCONTRO/2007RECEITAS ................................................... R$ 2.893,00Saldo do encontro de 2005 ....................... R$ 375,00Inscrições .................................................... R$ 2.030,00Venda de vinho excedente ......................... R$ 440,00Venda de salame ........................................ R$ 48,00 DESPESAS ................................................. R$ 2.301,00Gêneros alimentícios.................................. R$ 1.157,00Elaboração/envio dos informativos ............ R$ 357,30Material de consumo e de expediente ....... R$ 29,70Telefonemas de divulgação ....................... R$ 85,00Aluguel do pavilhão e limpeza ................... R$ 40,00Show de dança ........................................... R$ 100,00Compra de vinho ........................................ R$ 502,00Pagamento a cozinha ................................. R$ 30,00

SALDO DO ENCONTRO....................................R$ 592,00

Obs.: o saldo financeiro do encontro de 2007 ficou com ocolega Sergio, para editar os informativos que antecederãoo Encontro de 2009.

No flagrante, após um rodízio de cabo de enxada que extenuou uma porçãode ex-alunos (há muito esquecidos da cansativa tarefa de cavar..) aocolega Edo Kirsten, que tem larga experiência com mudas, coube a honrade enterrar a árvore do encontro.

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INTER EX Julho/20078

“tudo vale a pena, quando a alma não é pequena” Agradecemos a todos os que compareceram. Agradece-

mos especialmente aos colegas que buscaram localizar e tra-zer novos colegas. Isto é importante, para que consigamosampliar o número de participantes. Propomos a cada colegaque faça um esforço na sua cidade e região, para tentar loca-lizar e trazer novos participantes em 2009, no final de semanado Domingo de Ramos. A relação completa de todos os ende-reços disponíveis está com o Colega Sergio Dall´Acqua, e podeser solicitada pelo e-mail: [email protected]

Primeiras participações – por todo esforço que faze-mos para localizar e trazer colegas aos nossos encontros,felizes ficamos quando aparecem colegas que nunca ti-nham vindo antes. Em 2007 estiveram pela primeira vezem Ibicaré: Nivaldo Bordignon (mora em Campo Alegre/SC), Valdecir Dalpasquale (mora em Maringá/PR) e ValdirRebelatto (mora em Xanxerê/SC).

Procissão de Ramos e missa – Desta vez, fizemos bo-

nito! Depois de participarmos em bom número da pro-cissão de ramos, participamos em massa da missa na Igre-ja Matriz, com alguns colegas fazendo leituras e o cole-ga Sergio dando uma bonita mensagem final. O Hino aNossa Senhora (Oh, lembrai-vos) ficou muito bonito, foicantado afinada e entusiasticamente. Foi uma partici-pação novamente marcante para todos nós, e para acomunidade de Ibicaré.

O destaque da Cozinha – A equipe da cozinha, com o

Bottega novamente à frente, outra vez deu um show deeficiência e bom atendimento. Eles são um item funda-mental do sucesso dos nossos encontros. A prova maiorde eficiência foi dada já na noite de 6ª. feira, quandochegaram muito mais pessoas do que se esperava, e nanoite de sábado, quando a inclusão do grupo de danças“estourou” a previsão de refeições. Em ambas as ocasi-ões, os cozinheiros “tiraram coelhos da cartola”...e tira-

ram de letra os imprevistos, garantindo a retaguarda ali-mentar, sempre um dos pontos elogiados dos encontrosde Ibicaré.

A turma de São Paulo – Foi uma ausência sentida, a daturma de São Paulo. Não conseguiram lotar o ônibus. Semele, uns poucos abnegados, realmente voluntariosos, en-frentaram até 12 horas de volante para se fazerem pre-sentes. Nosso agradecimento ainda mais efusivo aos quevieram, pelas dificuldades que enfrentaram para estarconosco. Esperamos contar com a turma inteira novamenteem 2009.

Fotos do encontro – O nosso colega Moacir Cristaldo

Dacoregio dispôs uma seleção de 74 fotos do encontro nosite http://dacoregio.fotos.uol.com.br . Aliás no site eletem coleções de fotos de 2003, 2005 e agora de 2007. Agra-decemos a ele e aos demais que registraram em fotos onosso encontro..

AGRADECIMENTO FINAL: André Mardula, Presidente;

Ademar Pivetta, vice-presidente e Sergio Dall´Acqua, se-cretário, Diretoria da Regional Sul, agradecem de todo co-ração a todos os que se fizeram presentes ao nosso en-contro, e com suas presenças e animação o fizeram, no-vamente, um encontro marcante. Obrigado, esperamosrever a todos em 2009.

Muitas coisas gostaríamos de destacar no encontro 2007 dos ex-alunos MSC.Vamos fazer alguns destaques, pedindo perdão por eventuais esquecimentos.

MENSAGEM FINAL REPETIREMOS O VERSO DE FERNANDOPESSOA, PARA GRAVAR O MOMENTO DO10o. ENCONTRO REGIONAL DE IBICARÉ:

Dia 16 de junho último, aconteceu uma reunião deex-alunos no sítio Piraraquara, em Guararema, confor-me foi previsto no Inter-Ex anterior. Ex-alunos e famili-ares que lá estiveram, todos ficaram admirados com abeleza do lugar. Esse sítio, que foi doado à Congrega-ção na década de sessenta, está localizado às margensdo rio Paraíba e conserva uma exuberante paisagem compalmeiras magníficas e resquícios de mata atlântica comárvores centenárias. É um colírio para os olhos. Velhasconstruções estão dando lugar a confortáveis instala-ções capazes de abrigar centenas de pessoas para reti-ros, congressos, encontros, etc.

Lá estiveram os ex-alunos João Negri Sobrinho, deCotia, Alberto José Antonelli, de Santos, Natalino Joséde Carvalho, de Itatiba, Marcos de Souza, de São Paulo,Luiz Carlindo Maziviero, de Santos, Francisco GeraldoRosário Filho, de Itapira, João Carlos Billerbeck Nery, deBertioga, Ademir Vietri Romano, de São Paulo, WaldemarChechinato, de Itupeva, Natanael Ribeiro de Campos,de São José dos Campos, Dilmo Godinho da Rosa, deSão José dos Campos, Antoninho Marchesini, de Jundiaí,Moacir Peinado Martin, de Guarulhos, ItelvinoGiacomelli, de Guararema e João Baptista Gomes, deMairiporã.

É provável que esse local seja o escolhido para asconfraternizações de fim de ano na primeira semana domês de dezembro. Quem o conheceu, voltará sempre.

Encontro em Guararema

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INTER EX Julho/2007 9

Estava começando um novo tempo para a Igreja

Estávamos estudando em Itajubá, MG, quando soube-mos que, em Roma, achavam-se reunidos com o Papa JoãoXXIII todos os Bispos do mundo para a realização do Concí-lio Vaticano II. Conforme nos noticiavam os padres, esseConcílio traria grandes mudanças para Igreja. E, de fato,aos poucos, elas foram chegando:

A primeira que nos deixou surpresos, foi a de que asmissas poderiam ser celebradas em Português. E logo surgi-ram as dúvidas. Será que ficaríamos livres de estudar La-tim, língua difícil, com tantos casos e declinações? Daría-mos adeus ao “tijolão” da gramática do Ravizza? Os padres,logo, porém, esclareceram que o Latim continuaria no cur-rículo para melhor compreensão do Português e tambémporque o Latim ainda continuava sendo a língua oficial daIgreja, fato, para surpresa de muitos, relembrado nos diasatuais por Bento XVI..

Cláudio Carlos de Oliveira (1959 - 1965)

Veio, depois, a revolução nos altares. O altar-mor e ocelebrante deveriam estar voltados para o povo, ou comose dizia na época, versus populum. Causava-nos estranhe-za ver os altares antigos revestidos de mármore, quase queabandonados durante as missas.

Além dessas mudanças, outras foram sendo implantadas,como a liberação do uso da batina pelos sacerdotes e a inclu-são do comentarista e dos leitores na missa que, aos poucos,foi deixando de ser uma celebração protagonizada apenas pelopadre e pelos coroinhas. O Canto Gregoriano foi caindo emdesuso, cedendo lugar aos cânticos em Português, acompa-nhadas por violão ou outros instrumentos mais populares.

Diante de tantas mudanças, percebíamos que, entre ospadres, havia aqueles que se adaptavam a elas com entusi-asmo e aqueles que, com certa resistência, iam se adap-tando aos poucos, já que não havia alternativa. Além dasmudanças na Liturgia, vieram outras de cunho mais teoló-gico - pastoral e social que, certamente, assombraram reli-giosos e leigos. Pudemos perceber que o aggiornamentoproposto por João XXIII à Igreja, trouxe, para alguns, medoe insegurança e para outros, libertação e renovação. .

Hoje, mais amadurecidos, entendemos melhor o quan-to deve ter sido difícil mudar naquela época uma institui-ção tão grande e milenar como a Igreja Católica. Deve-seressaltar, nesse caso, a habilidade de seus líderes, JoãoXXIII, Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II, que souberamconduzir a Barca de Pedro. O Concílio chegou ao final em1965. Seus documentos eram lidos e debatidos por todosnós que cursávamos já o final do Curso Clássico.

Hoje, quarenta anos depois, podemos, talvez, avaliarmelhor o alcance das inovações que, naquela época, tive-mos o privilégio de vivenciar e assistir. Permeando tudoisso, ficou-nos certa habilidade de adaptação às mudan-ças, o gosto pelo Canto Gregoriano e o prazer de decifrarfrases latinas, articulando, simultaneamente, casos e de-clinações. Quem de nós não é tomado de forte emoção,quando cantamos, em nossos Encontros, o Kyrie eleison eo Gloria in excelsis Deo?

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INTER EX Julho/200710

A tempestade

Alberto José Antonelli (1944 - 1949)Com prazer, relembramos o tempo passado no seminá-

rio de Pirassununga. Foram seis anos seguidos, milhares dedias e alguns com acontecimentos marcantes. Para mui-tos, as melhores lembranças estão relacionadas ao sítio doBarrocão. Mas nem sempre existiu aquela casa de campo.Quando a escola começou a funcionar, em fevereiro de 1932,estavam presentes oito alunos. Os padres holandeses, es-pecialistas em dar aulas, não sabiam como entreter no tem-po livre o grupo de brasileirinhos tropicais. Um desses alu-nos, Cônego Carlos Menegazzi, 86 anos, quanta vivacidadedemonstra até hoje, quando está em nossos Encontros!Imaginem como teria sido, setenta e cinco anos atrás.

Por isso, já nos primeiros meses, em conversa com o Vigá-rio de Descalvado, a cuja paróquia eles iam de trem aos sába-dos para ajudar, nossos professores conseguiram a doação deuma máquina de cinema, usada, ociosa. Para conseguir osfilmes, alguém deveria ir a Rio Claro, distante em linha reta,apenas, cincoenta quilómetros, e lá escolher e alugar algunsfilmes. Como não tinham carro (nem havia estradascarroçáveis), precisavam viajar de trem até Cordeirópolis. Apósuma espera, faziam baldeação para outro trem que os levavaa Rio Claro. Ida e volta, a viagem consumia um dia inteiro. Emseguida, a película de celuloide era vista por todos os padrese irmãos que desejassem, e seria devidamente anotada emseus momentos duvidosos. Na tarde de um feriado, era exibi-da aos alunos, sentados, barulhentos, no salão nobre.

O padre que manejava o equipamento fazia a censura.Colocava um livro logo à frente da lente, e só o retiravadepois de passados os momentos excitáveis. Para as cenasdúbias mais longas, suprimia-se um rolo inteiro. Quem denós, apesar disso, não gostava? Quanta risada, quantosaplausos! A valente máquina de cinema, da marca francesa“Pathé, funcionou por diversos anos e chegou até o meutempo. Assisti a troca por outra mais moderna: mas elacontinuava funcionando!

Passar filmes, entretanto, não resolvia o caso das crian-ças de onze anos fechadas entre quatro muros. Insistia-sena necessidade de um local para as férias de verão. Foidifícil. Após vinte meses de andanças, procuras e pechin-chas, no mês de agosto de l933, conseguiram comprar osítio. Terminado o segundo ano letivo, no dia 29 de de-zembro, um primeiro grupo de alunos, dezessete no to-

tal, andando por cami-nhos primitivos, foi co-nhecer o Barrocão. Per-maneceram treze dias.O Superior deixou re-gistrado nas Atas do

Seminário: “comeram muitas frutas, nadaram, voltaramqueimados de sol”. Que delícia! Foram as primeiras lem-branças inesquecíveis do sítio. Daí até hoje, transcorri-dos 75 anos, uns mil e trezentos alunos para lá também, napoeira ou no barro, foram caminhando, encantaram-se comtudo que havia e guardaram suas próprias recordações. Doisanos atrás asfaltaram os primeiros quatro quilômetros des-ta estrada, até o Bairro Mamonal.

Era um modo de vida diferente. Os estudantes atuais terãodificuldade em entender. Com quais palavras explicar-lhesos sentimentos que levam alguém, mesmo após dezenas deanos, a percorrer longas distâncias, fazer despesas e sacrifí-cios, para retornar muitas vezes com filhos e netos, ao colé-gio humilde, onde estudou alguns anos? Alguns opinam querememorar fatos passados é um saudosismo inútil, perda detempo. Já outros defendem, com o argumento que “recor-dar ensina e ajuda a corrigir”. Tal discussão não será resolvi-da antes das Kalendas Gregas. Estas não existem, diria o Pe.José Maria de Beer: diferentemente dos romanos, os gregosnunca usaram este sistema. Vamos então simplificar: agradaa você? A mim certamente: portanto, “causa finita!”

Vou contar uma lembrança que guardo dos tempos em quepertencia ao grupo dos menores, provavelmente na Classe daQuinta, ano de 1945. Para efeito de suprir lacunas da memó-ria, e tornar a narração fluída, algumas passagens serão ro-manceadas ou condensadas, ressalvando que todos os fatose dados realmente aconteceram. A história do Sítio doBarrocão, bem como aquela de Pirassununga ou das cidadesao redor é complexa. Os personagens, as tramas se cruzam ese completam. Como já aconteceu em outros artigos, usare-mos uma pequena história de colegiais como “leitmotif”, parafalarmos de fatos importantes que ocorreram nas imediaçõesou longe, mas todos afetando a nossa vida. Então, em crôni-cas futuras, iremos expor como eram as plantações de caféque por ali existiam; a pequena ferrovia construída em nossosítio para facilitar a colheita; os fazendeiros que moravam aonosso redor; a glória de suas fazendas; as duas visitas feitaspelo Imperador do Brasil ”y... unas cositas mas”.

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INTER EX Julho/2007 11

Às 6,30 da manhã, padre Bernardo bateu palmas no dor-mitório do sítio. Juntamente com outros quarenta meni-nos, acordei e levantei-me da cama. À invocação que elefalava em latim “ametur ubique terrarum”, alguns respon-deram “in aeternum”. O Irmão Francisco só usava o portu-guês: “amado seja...”. Enquanto vestia as calças curtas (ain-da as uso, agora sob o nome de “bermudas”: “what’s in aname?”), notei como o local estava escuro. O lampião dequerosene havia se apagado e o sol, que já deveria estarbrilhando, permanecia encoberto.

Saí para lavar o rosto. Evitando o aglomerado de rapazesao redor das poucas torneiras no lavatório, fui até a bicaque jorrava sob as mangueiras. Devido ao aguaceiro queouvi cair durante toda a noite, o ar estava fresco, mas ago-ra não chovia. Nuvens passavam baixas, escuras, poucoacima das árvores. Soprava um vento prenunciador de maischuva. Escovava os dentes, quando ouvi um trovão surdovindo dos lados de Souza Queiroz. Meia hora depois, jádurante a missa na capela, a tempestade desabou: chuvatorrencial, raios, trovões, rajadas de vento que quebraramgalhos dos pinheiros e ciprestes ao redor. Mesmo com asportas e vitrôs da igreja fechados, um vento frio percorriaos bancos, fazendo-nos encolher e chegando a apagar avela do pequeno altar de madeira. O atual, de granito ne-gro, chegaria três anos mais tarde, comprado pelo esforçodo padre Donato.

O celebrante, com um gesto, não permitiu que oreacendessem. Pelo menos uma faísca, seguida de forteestalo, deve ter caído nas árvores ao lado. Eu me assusteicom o clarão que inundou a capela, mas não senti nenhumcheiro de enxofre, como ouvi de alguns colegas cochichan-

do baixinho ao meu lado: pode ter sido por causa domedo deles ou meu! Mesmo o sino chegou a bater

sozinho com o vento. Algumas goteiras pingaramdo telhado, obrigando alguns a mudarem de

lugar. Padre Bernardo, impassível, continuoua missa até o fim. Quando terminou, o

auge da tempestade também já pas-sara. Ouvíamos trovões, agora dis-

tantes, atrás do morro. Como eraobrigatório, ficamos para a

ação de graças que durouum tempão. Finalmente, a

porta se abriu e pudemos sair para ver os estragos. O chãoestava coalhado de folhas, galhos quebrados, mangas ma-duras e verdes. Uma garoa fraca continuava caindo, masnão ligamos. Com ruído, a enxurrada de águas barrentasdescia cascateando pela encosta do pomar e formava lago-as que já ocupavam a extensão do pátio, até a escada dorefeitório. Sapatos encharcados, dirigimo-nos para o café.A conversa girava em torno do ocorrido. Por algum motivoo cozinheiro, Irmão Henrique Forgeron atrasou, e só apósum tempo é que os rapazes encarregados conseguiram tra-zer os bules grandes de café com leite.

Estávamos quase no fim quando alguém notou que océu estava ficando claro. As nuvens pesadas se afastavam.Um colega da minha mesa levantou-se, foi olhar na janela,e contou que no lado da Fazenda Nova havia um pouco desol. De fato, por entre as jabuticabeiras, víamos umasnesgas de céu azul. Foi isto que sugeriu o passeio: subiraquele morro à esquerda do caminho que vai a Pirassununga.Formamos um grupo de quatro rapazes, (excusado dizerque eram quase sempre os mesmos). Antes porém, faría-mos os trabalhos comunitários: limpar, varrer, arrumar, oque não durou muito tempo. Combinamos dez minutos paranos aprontar e esperar no ponto de encontro: o alpendre.Com que animação, mais uma vez, descemos a escadariapara outra longa caminhada.

Por felicidade, passados sessenta e quatro anos, aindasinto o mesmo prazer em andar longas distâncias. Com umadiferença. Agora, elas devem ser em terreno plaino. Freqüentemente, cruzo no caminho com um colega daque-les tempos, o querido Alberto Maria da Silva, infalivelmen-te rodeado por “nice girls”. Que atração exerce aquela suabarba! (Aviso: inveja é pecado!) Ele também parece gostarmuito de exercícios e, é claro: vai mais longe e mais rápi-do. Seus percursos diários, sempre correndo, “jogging”,superam os dez quilômetros. “Quis potest, debet!”! Antese depois, explica ele mostrando na prática, convém fazer oaquecimento. “YES,SIR!”

Aqui precisamos fazer uma pausa. Com quanta atençãoiremos ler a mensagem que outros colegas, mais jovens eprendados, também escreveram nas páginas deste Bole-tim! “Verba volant, scripta manent. A tous, au revoir, amisex-éleves!”

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INTER EX Julho/200712

Eu ainda não tinha completado doze anos, quando fuipara o seminário. Filho de imigrantes italianos que viviamna zona rural e cultivavam os valores tradicionais de umafamília religiosa católica, assim como aqueles herdados dosantepassados trazidos da Itália, eu tinha grande respeitopelos padres e, sobretudo, pelos mais velhos. Esses valo-res permanecem entranhados em nossa consciência, mes-mo que a razão tome rumo diferente. Não só os conceitosnos acompanham, como os fatos que mais nos impressio-naram permanecem em nossa memória.

Para um menino que passou sua infância na roça com re-cursos limitados, tudo naquele casarão me impressionava, aomesmo tempo que me atraia. Os longos corredores, as inúme-ras salas, as escadas e um enorme dormitório com dezenas delavatórios me deslumbravam. Nos primeiros dias nem conse-guia dormir com tantas informações novas. Os colegas eramtão numerosos que eu não conseguia guardar os seus nomes.

Durante as refeições, eu tomava sempre o mesmo lu-gar à mesa e parece-me que os demais também. Havia norefeitório uma mesa separada onde ficavam os padres.Eram muitos e eu conhecia apenas o padre Van Es, mas,dificilmente, via-o à mesa. Achei que eram muitos os pa-dres para beijar-lhes as mãos como estávamos acostuma-dos na roça. Sabia qual era o padre superior, porque elefazia as orações e abençoava as refeições. Observei quealguns deles aparentavam pouca idade enquanto outrosjá tinham os cabelos brancos e até caminhavam com algu-ma dificuldade. Contudo era um ambiente amigável e logome adaptei a ele.

Alguns dias após a minha chegada, iniciaram-se as aulas.As novidades continuavam a surgir. A minha sala era a sexta,nomenclatura que só entendi após algumas semanas. A sextacorrespondia à primeira série do ginásio de então e à quintasérie do atual sistema. Já a quinta correspondia à segundasérie do ginásio de então e à sexta série atual, a quartacorrespondia à terceira série do ginásio de então e à sétimaatual, e daí seguiam-se a tértia, a poesis e a retórica.

Algumas matérias, como latim e francês, me assustaramde início. Como poderia alguém entender aquele palavreadoesquisito? Eu estava acostumado a ouvir um dialeto italiano,bem diferente daqueles impropérios. Os professores eramacessíveis e compreensivos. Um dos nossos professores erao padre Afonso Bertazzi. Considerava-o um gênio da línguafrancesa, embora, em sua modéstia, insista em desqualificaressa minha opinião, todas as vezes que nos encontramos.

Mas, quanto ao professor de latim, não há quem ouseafrontar minha opinião. Era um latinista a quem Cícero ti-raria o chapéu, caso fossem contemporâneos. Tratava-sedo nosso querido padre Adriano Van Iersel. Já octogenário,cabelos brancos, olhar sereno e tranqüilo, parecia ver alémdas realidades. Via o mundo com os olhos e com o coração.O tempo era seu grande tesouro. Deu-lhe a sabedoria e,dessa sabedoria existencial, florescia a bondade, a paciên-cia e a compreensão.

Eu admirava esse velho mestre. Ensinava-nos latim comose fosse sua língua materna. Exercia o magistério de modo

O velho mestre

Luiz Carlindo Maziviero (60/71)

apaixonante, como se estivesse extraindo todo o suco davida sem se importar com as dificuldades impostas pelo pesoda idade. Não caía na tentação de medir o tempo passado,mas, certamente, guardava uma memória coletiva que lhedava condição de interpretar melhor o conjunto de idéiase valores humanos que guiam a convivência humana.

A velhice não lhe tolheu a identidade e nem sua capaci-dade de agir. Fazia exercícios físicos todos os dias, serran-do lenha para o fogão da cozinha do colégio. Usava sempreuma batina velha e surrada, sinal de seu despojamento edesapego aos bens e às futilidades da vida terrena. Às ve-zes passava o tempo em uma cadeira, em silêncio, sabore-ando o cachimbo, costume que trouxera da Holanda. Con-templava as experiências armazenadas nas oito décadasvividas. Outras vezes, rejuvenescia o coração através daoração. Aliás, a velhice é o tempo para a oração. Penso queele conversava com Deus.

O velho sacerdote cumpriu os deveres de religioso en-quanto a saúde lhe permitiu. Celebrava a missa e atendiaaos seminaristas em confissão. Como confessor, era concor-rido, tanto pelos que o tinham como santo, quanto pelosque apostavam na sua deficiência auditiva, na esperança deobter uma penitencia mais branda. Contavam os veteranosque, num desses momentos de contemplação, absorto emseus pensamentos, aproximou-se dele um dos menores cor-rendo e disse: “padre, fulano quer me bater”. O padre, sementender o que dissera o menor, respondeu-lhe com a bon-dade que o caracterizava: “Pode, meu filho”.

Embora tenha aprendido a domesticar o tempo e não seincomodar com ele, sua ação fora implacável. O tempo, con-tudo, deve ser visto na perspectiva da eternidade, e a ve-lhice não é mais do que uma etapa nas várias fases da vida.

Quando fomos para a Universidade, o velho padre esta-va doente. Já não se exercitava mais no trabalho com aserra de lenha e tampouco conseguia subir as escadas, oque restringia muito sua movimentação. Recebeu o con-forto dos confrades e toda a atenção que a Congregaçãopodia dispensar a um de seus mais devotos e laboriososmembros. A notícia da internação do padre em um hospitalem Campinas, onde estudávamos, causou desconforto en-tre os colegas que foram seus alunos.

Um dia, após o término das aulas, Clodoaldo, meu cole-ga de turma e eu fomos fazer uma visita ao hospital. Láestava o Irmão Adriano Lindenberg, em uma cadeira ao ladoda cama do padre, com o terço nas mãos, em atitude deoração. Ele nos informou que o padre estava dormindo.Para não vermos frustrada a nossa visita, aproximamo-nosdele e o tocamos. Percebemos que não se movia e nemrespirava mais. Avisamos o Irmão que estava em estadoquase letárgico e não percebia nossa aflição. Após muitainsistência, ele levantou-se e constatou que o padre o ha-via deixado só, com a mesma serenidade de sempre. Cer-tamente, os anjos que vieram buscá-lo fizeram silêncio paranão incomodar o Irmão.

INTER EX Julho/200712

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INTER EX Julho/2007 13

“Nunquam duo, semper tres”. Nunca em dois, sempreem três. Essa era a lei, a norma, a regra fundamental daconvivência entre nós seminaristas da Escola Apostólica dePirassununga. Aonde quer que se fosse, jamais podia serem dupla. Ia-se sozinho, em três, ou em mais. Desobedecera essa norma era falta gravíssima e sujeita à expulsão. Comisso, pretendiam aqueles nossos formadores evitar o perigoda intimidade excessiva. E intimidade ali era anátema, coisaimpensável, fora de qualquer cogitação. A amizade deviaser igual de todos para todos e dividida igualmente entreos cento e tantos colegas, independentemente da idade,da classe em que estivesse, tipo ou temperamento.

(Anais do seminário) – 02-09-1948 –Há muito tempoestávamos esperando que um tenente do quartel viesseaqui fazer o alistamento militar e, eis que hoje, apareceele para esse fim. Todos que já haviam completado 16 anosforam alistados.

(Anais do seminário) – 31-01-1949 – Fim de férias nosítio. Alguns estavam indispostos por causa do refresco edo milho verde do dia anterior. Quando chegamos em casa,felizmente, não encontramos os Menores e ficamos emsossego. Haviam ido passar o dia na Cachoeira das Emas.Cumprimentamos o padre Léo que havia chegado das fériasna Holanda. Os Menores trouxeram bastante peixe. Ànoite, o padre Léo presidiu a oração e pediu que nós, bemcontritos, oferecêssemos essas preces pelo colega ÉzioAmérico Monari que havia sido operado no dia anterior eque estava passando muitíssimo mal na Santa Casa e jáhavia, inclusive, recebido os últimos sacramentos. Rezamoscom muito fervor

Nunca em dois

Nelson Altran(1948 - 1954)

Em 2006, a Comissão Brasileira de Filosofia Me-dieval comemorou seu 25º aniversário com o lan-çamento da obra “IDADE MÉDIA, Tempo dos Ho-mens, Tempo do Mundo, Tempo de Deus”, com58 textos organizados pelo ex-aluno MSC JoséAntonio de Camargo Rodrigues de Souza. Essevalioso livro tem a seguinte organização interna:

• I – Filosofia da Natureza e Ontologia/Metafísica;

• II – Antropologia;• III – Lógica, Epistemologia e Filosofia da Lingua-

gem;• IV – Pensamento Islâmico, Judaico e Luzitano;• V – Ética e Política.

Por esses 58 textos reunidos pelo organizadorpode-se verificar a valiosa contribuição dos maisrenomados pensadores medievais e da escolásticatardia para a posteridade.

Essa obra de excepcional valor pode ser pedidaà Editora Est – Rua Veríssimo Rosa. 3ll – Cep90610-280 – Porto Alegre-RS

E-Mail [email protected]

(Anais do seminário) 07-02-1949 – O padre superior veioà sala de estudos para informar que o estado de saúde docolega Ézio Américo Monari havia se agravado muito e,por isso, havia pedido a presença de seus familiares. Suamãe estava ao lado de seu leito.////// Pediu querezássemos a N.S do Sagrado Coração pelo seurestabelecimento. Todos nos emocionamos muito.

Nota da Redação: Uma semana depois, o colega Ézioobteve alta, plenamente recuperado.

MAIS UM LIVROMAIS UM LIVROMAIS UM LIVROMAIS UM LIVROMAIS UM LIVRO

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Fabíola

Pretendo falar um pouco sobre aquela preciosidade quetínhamos em Pirassununga. Subindo as escadas que saíamdo pátio dos Maiores e nos introduziam no grande corre-dor, via à Sala de Estudos, lá estava quase no início do mesmocorredor, à nossa direita, aquele deslumbre: um modestocubículo bem fronteiriço ao quarto do padre superior. Umasaleta, diria eu, da qual subia e descia uma precária e mis-teriosa escada e cujo acesso a nós todos era vedado. Porela descia e subia o mistério, ferroteando impiedosamentea nossa imaginação e curiosidade.

Como nos castelos de outrora, os fantasmas desciam esubiam as escadas à noite, desalojando poeira e teias dearanha. Certamente os fantasmas dos muitos autores alipresos vagueavam por sobre os degraus de madeira. Eraum lugar misterioso, arcano de nossos muitos sonhos e fan-tasias, onde só alguns eleitos tinham a desditosa permis-são de lá adentrar. Aquele recinto exibia um cheiro sufo-cante de papel velho misturado ao cheiro de inúmeras lom-badas de livros mal encadernados. Era o cheiro daquelecheiro de “cola coqueiro”, a mesma usada pelo padre ZéMaria na confecção das tintas com as quais ele pintava oscenários do teatro. E o Irmão Chico também usava essamesma cola ao fazer as suas caseiras encadernações paraos nossos manuais de estudo e demais livros. E essa cola

fedia, e o seu odor lembrava a nossa fa-miliar sapataria, onde, cada manhã, tí-nhamos de passar pelo ritual de engra-xate; a mesma sapataria que, no recreioda noite, era usada para os nossos en-saios da Banda. Ainda tenho nas narinasaquele ar que respirávamos para soprare fazer soar as clarinetas e tubas quan-do dos ensaios, sob a regência do padreHenrique Alofs. Isso tudo, porém, a fimde lembrar que a querida Biblioteca dosAlunos exalava aquele aroma da sapata-ria em meio aos odores intelectuais, li-terários e musicais que compuseram oclima saudoso de nossa juventude.

Falo aqui da Biblioteca dos Alunos,contrapondo assim à Biblioteca dos Pa-dres, à direita daquele corredor que de-sembocava perpendicularmente no cor-redor da Capela. Essa biblioteca a todosnós fascinava e de umamaneira inevitável eestupefaciente.Diferentementeda nossa, o

Lupo da Gubbio (1946 - 1954)

cheiro exalado por ela lembrava um templo grego, o da Ate-nas Parthenon, com aquele perfume de incenso oriental. Eo meu regozijo era maior ainda quando essa mesma Biblio-teca se nos apresentava de porta aberta, por algum des-cuido ou pressa de um dos padres. Fascinava-me ver o pa-dre Zé Maria ou o padre Amadeu, no alto de uma escadaportátil, entretidos na leitura relâmpago de algum volumeem consulta. Curiosamente eu alongava o pescoço queren-do descobrir onde ficava o Inferno, o lugar reservado paraaqueles “livros proibidos” que só podiam ser lidos com aexpressa autorização do Superior Maior. Esse o fascínio domistério daquela Biblioteca, o mesmo que experimenteiao ler Umberto Eco em o seu “O Nome da Rosa”.

E por falar em inferno e associando minha fantasia ao“Nome da Rosa”, vejo ainda em minha mente aquela esca-da larga, defronte da mesma Biblioteca dos Padres. Era aescada que nos conduzia ao Salão de Teatro, àquele subsoloque funcionava como porão. À direita do corredor, logo aolado da mesma escada, uma outra sala em esquina, sala de-nominada de “Buraco do Inferno”. Era um lugarindescritível, pois nunca tínhamos acesso a ele. Soturno,enigmático e prenhe de mistérios. Só mais tarde, temposdepois, é que tomei conhecimento do que continha aque-le bojo de interrogações e conjecturas. Lembro-me de tervisto alguns desenhos magistrais feitos pelo padre AlbertoBrandt, um dos grandes professores que por lá deixaramsuas pegadas na formação dos muitos alunos e ex-alunos.Mas o seu principal conteúdo, outros colegas o saberãodescrever com maior precisão.

A Biblioteca dos Padres era mesmo um santuário. Termi-nantemente proibida a entrada para nós profanos, aquelerecinto emanava cultura, sabedoria e encanto. Quantas equantas vezes vi de lá saírem, fechando a porta imediata-mente após si, nossos queridos professores, tais como osaudoso padre Leo Lenders e o mais popular de todos, opadre Mário Pennock. Esses mestres foram mesmo a molapropulsora que nos impeliu para o alto à cata de sempremaiores conhecimentos, mais cultura e sabedoria em nos-sa formação. É bom reconhecer que, afinal, fomos uns pri-vilegiados entre os muitos jovens de nossa idade e quenão tiveram o privilégio de estudar onde estudamos, e maisainda, sob a orientação daqueles mestres.

Com todas as suas deficiências e imperfeições, o Semi-nário de Pirassununga foi uma outra Arcádia. Comparando

outros estabelecimentos de ensino com o nosso queridoColégio da Raia, este seria o Everest entre os muitos ou-tros picos de formação intelectual. O rumo de vida de nos-sos ex-alunos está aí provando sobejamente a todos que acolheita foi abundante porque a terra foi muito bem adu-bada. Daí, a magnitude da Associação dos Ex-alunos MSC; acerteza de contar com membros que engrossam as fileirasdesta mesma Associação (modéstia de banda...)!

Saindo da Biblioteca dos Padres e retornando agora àdos Alunos, o que me vem à lembrança são aqueles inú-meros títulos que encantaram nossa e minha meninice ejuventude. Foi-nos inculcado o santo hábito da leitura, ogosto pela literatura, quer nacional, quer estrangeira. Es-pecialmente a cultura clássica e humanista nos foi semeadaatravés daquelas páginas amareladas pelo tempo no Livroda Vida.

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Hoje, arrastando os cascos — como costuma dizer o in-confundível e querido padre José Maria Pinto —, auxiliadoainda pela terceira perna de madeira, continuo, tropega-mente, embarafustando-me por entre as estreitas prate-leiras dos muitos Sebos dos muitos lugares por onde pas-sei. Porém, minha surpresa e alegria foram inauditas, certodia, ao deparar entre os sortidos livros sobre a História dasReligiões, com um quase esquecido livro: FABÍOLA, da au-toria do escritor inglês Wiseman. Não regateei o preço,apesar de minha “mineirice” inata. Custou um “pixolé”.Por incrível que pareça, quando ainda seminarista, nunca ohavia lido. Passou pelas minhas mãos centenas de vezes, esempre ficou para trás. Até que um dia, não agora, mas nopassado, algo aconteceu a esse respeito.

Veio-me à mente a Biblioteca dos Alunos. Às quartas-feiras à noite, aos sábados e aos domingos, post prandium,costumava-se requisitar os desejados livros a serem lidos.Fazia-se um bilhete com o título da obra, entregava-o ao“Bibliotecário” ad hoc designado, e logo depois o volumeestava em nossas mãos, caso outro “usurpador” não o reti-vesse. Para certos títulos, a disputa era ferrenha. Espera-va-se na fila. Foi o que acontecia com o/a “Fabíola”.

Corria a lenda entre os alunos (e toda lenda tem o seufundamento histórico) que o nosso colega Alberto Antonelli(vulgo Tunelão, e não Tamerlão) já havia lido todos os livrosde nossa Biblioteca. Tanto assim, dizia-se, que os padresprofessores passavam - lhe alguns volumes da Bibliotecados Padres a fim de saciar-lhe a curiosidade intelectual.Acredito nessa, pois esse especial colega, hoje é detentorde uma cultura ímpar. Além de sua formação na Universida-de Gregoriana — doutorado em Direito Canônico – ele con-tinua sendo o mesmo de sempre: humilde, ponderado eestudioso. É o seu maior vício! Culto e atualizado, cultiva amúsica como concertista e compositor, pratica esporte ese dedica a todos os conhecimentos; filósofo, teólogo, li-terato (escusado dizer seus brilhantes e atraentes e espe-rados artigos no Inter-Ex), astrônomo, astronauta,paraquedista, piloto de bicicleta, piloto de Fórmula 1 (tam-bém participante do Rally Dakar) técnico em Informática,poliglota, quiromante, astrólogo, parapsicólogo, marinhei-ro, arqueólogo e especialista em paleontologia; pertenceuà Légion Étrangère, foi professor na École de France e ain-da é Membro da Academie Française. Esse nosso colega sótem como êmulos os irmãos Paiva e o nosso estimado pa-dre Humberto Capobianco, tríade “parada dura”. É complena justificativa que o nosso estimado Tunelão é filho deCampinas, fazendo parte do corpo de ballet das não menoscelebridades Regina Duarte, Claudia Raia e Maité Proença.Nem é preciso mencionar o nosso maior operista. Não ésem razão que esse nosso nobre e distinto colega – glóriada Associação dos Ex-alunos MSC – tem como padroeiro onada menos que Santo Alberto Magno, grande filósofo ealquimista e mestre de Tomás de Aquino. E não é sem mo-tivo que este mesmo colega tem uma ilustre calvície, refle-xo de sua brilhante inteligência. Por isso, em tempos pos-teriores, foi apelidado carinhosamente - pelo Terézio, éclaro - de Bos Calvus, em contraposição ao Aquinatas, cognominado de Bos Mutus.

Mas, retornando novamente à Biblioteca dos Alunos,vejo enfileirados aqueles saudosos títulos nas estantes damemória e da saudade. É longa essa lista; cardápio denso enutritivo; recordações e matéria prima que serviram muitopara solidificar o nosso caráter, moldar nossa estrutura psí-quica e criar o nosso universo imaginário, porém, indis-pensável em nossa vida. Que o amigo leitor me perdoe oelenco prolixo, mas seria impossível deixar de escanteio

semelhante tesouro. E caso seja enfadonho este inventá-rio prolixo, mande-o “pro lixo”.

A grande maioria dessas muitas obras era no vernáculoportuguês, algumas, porém, no original lusitano outraduzidas. Havia poucas em grego, algumas em latim, umaboa parte em inglês e uma parte maior ainda em francês,por ser o primeiro idioma estrangeiro que começávamos aestudar, e também por causa das raízes religiosas da Con-gregação que nos formava.

Os livros eram classificados por categorias: Livros didáti-cos, Livros de formação religiosa, Biografias, Literatura es-trangeira (no original ou em tradução), Literatura nacional,Livros de Recreação, entre os quais se classificavam os ro-mances, histórias de aventuras, de capa-espada e de viagens(famosa a Coleção Terramarear); Livros Infantis e de Lendasfamosas que muito povoaram nossa imaginação incipiente, eque até hoje perdura. Assim passaram pela nossa frente es-ses que minha vetusta memória conseguiu registrar. (Peçopara algum leitor amigo que, lembrando-se de mais outrosdos quais não me recordo, a fineza de me enviar o título e oautor, se possível [[email protected]], e o provectoLethes agradece). Assim passo a tropa em revista:

Eneida (no original latino) e a mesma na versão portu-guesa, em prosa, por Leopoldo Pereira (editora Melhora-mentos); as Lendas de Tróia, da mesma editora; o De Bellogallico (o Belo Galo, segundo a versão de um dos nossos ex-alunos); a Divina Commedia de Dante, em versão adapta-da; O Paraíso Perdido, de Milton; Contos da Grécia Antiga,onde se tomava conhecimento com as mais lindas históriasde Jasão e o Velocino de Ouro, Teseu e Andrômeda, OsDentes do Dragão e etc, de Nathaniel Hawthorne, e outrastantas da literatura clássica; as obras completas do famosoKarl May e Winitoo; O Último dos Mohicanos, de FenimoreCooper; Ton Playfari e Percy Winn; Os Iroqueses; A Cabanado Pai Thomaz; Les Forcheurs de la Mort; Les Trésors del’Abbeyie; Sans Famille;La chèvre de Monssieur Séguin;Lettres de mon Moulin, (Alphonse Daudet); contos de Guyde Maupassant, e inevitavelmente as principais obras deJúlio Verne; Miguel Strogoff; Robinson Crusöe; A Ilha doTesouro; Moby Dick; Capitão Grant; Os Noivos (Manzoni);Os três Mosqueteiros; Ben Hur; Beleza Negra; Tarzan; OsSaltimbancos; O Capitão Fracassa; O Espelho de Jade;Ivanhöe (W. Scott); O Fantasma da Ópera; Os Miseráveis (V.Hugo); O Corcunda de Nôtre Dame (idem); A Retirada deLaguna (A. de Tonnay); A Guerra do Flores (Gustavo Barro-so); Brasil versus Bolívia (idem); O Cosário; Nos Gelos Pola-res; A Travessia dos Andes; Rosa de Luxemburgo; Genovevade Brabante (de Barbante, como dizíamos); Lassie(que ti-rou muitas lágrimas daqueles tenros corações); A Volta deLassie; Os Mukers; A Gaiola Dourada; O Pequeno Lord; A

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Conquista do Acre; O Príncipe e o Pobre; Calabar; A Flor doJequitibá; Nas Estepes da Rússia; As Savanas Africanas; OCoração que tudo vê; O Califa de Bagdá; A Vida de StaGemma Galgani; Guido de Fontgalan; Pier Giorggio Frassatti;Pedro o Grande; Hanibal; Santa Teresinha do Menino Je-sus (História de uma Alma); Mme Curie; Bourjade le Papou;A Vida de Mons. Henrique Verjus; Pio XI (Fontenelle); Avingança dos Iroqueses; Ali Babá e os Quarenta Ladrões; OHomem que Calculava (Malba Tahan); O Filho do Gaúcho,(naqueles tempos!); O Barão Vermelho; Contos dos IrmãosGrimm; Os Contos de Perrault; O Barão de Münchausen; OBarão Vermelho; Labareda; Jacarezinho Vadico; A Flauta eo Jaboti; Cazuza; Avô e Neto; Nas Terras do Rei Café; OsSertões (E. da Cunha); A Ilha do Tesouro; Quo vadis; A Vidade Joana d’Arc; O Avião Vermelho; Clarissa; Olhai os líriosdo Campo; Tibiqüera (todas do imortal E. Veríssimo); Se-nhora; O Tronco do Ipê (J. de Alencar); A Condessa de Ségur;Floradas na Serra; Nas estepes da Rússia; As Savanas Africa-nas; Pedro Malazartes; O Gato de Botas; Robin Hood e JoãoPequeno (adaptação da obra de W. Scott, por M. Lobato);Le Petit Prence (Saint Exupéry); Simbad, o Marujo; A vidado Santo Cura d’Ars; A Bandeira de Fernão Dias; O Ouro deCuiabá; As Minas de Prata; Maluquices do Imperador; AMarquesa de Santos; Confiteor (Paulo Setúbal); Pe-de-Mo-leque e João Peralta (Menotti Del Picchia); Pinnochio(Collodi); A Ferrovia da Morte; A Vida de São Geraldo Magella;Don Bosco; Parsifal; No tempo dos Carroções; São Francis-co de Assis; A Sabedoria do Pe. Brown (G. K. Chesterton).Havia também algumas revistas em estilo de almanaque, eque eram disputadíssimas entre os alunos, em especial osfamosos Ecos Marianos, editados pelos PadresRedentoristas. Igualmente importante era a coleção Te-souros da Juventude e a preciosa coleção francesa LaNature, que era a delícia daqueles que mostravam um es-pírito científico. Grande parte dessas obras vinham carre-gadas de ilustrações feitas por grandes ilustradores estran-geiros e nacionais. Entre estes destacava-se o famoso de-senhista Osvaldo Storni com seus maravilhosos bicos-de-pena. Igualmente famosa era a obra francesa Les ÉvasionsCélèbres, cujas ilustrações eram verdadeiros quadros ar-tísticos. Os cobiçados Ecos Marianos eram de fato uma fes-ta para os olhos, devido à abundância de fotografias empreto e branco ou então em sépia, visto o fotolito coloridona época ser ainda incipiente.

Mas, porém e todavia, o livro que mais me marcou foi,sem dúvida, o já mencionado “FABÍOLA”. Nunca o havialido, o que quer dizer que também não li todos esses acimamencionados. Muitos foram lidos, porém, não todos, vis-to não ter eu, naquela época, a mesma ferocidade imbatí-vel do nosso amigo Tunelli, em matéria de leitura. Mas aFabíola mexeu comigo... Seduziu-me profundamente. E memarcou mais ainda. Esta obra era uma entre as muitas igual-mente famosas no meio dos alunos, talvez a mais famosade todas, excetuando, claro, as do Karl May. Verdadeiradisputa! O seu enredo era fascinante, cheio de aventura eheroísmo, pois se tratava das perseguições romanas con-tra os primeiros cristãos. A bravura e o espírito de martírioa todos empolgava.

Por ser um livro muito procurado, havia, na época, unstrês ou quatro exemplares que rodavam de mão em mão.Assim mesmo a demanda persistia. Os pobres coitados vo-lumes já nem tinham mais capas ou lombadas. Andavamsovados e lustrados pelo contínuo uso. Tanto assim que nofinal de cada ano letivo, na distribuição de livros como prê-mios, a mesma obra aparecia, variando as edições e os for-matos. A Biblioteca dos Alunos crescia anualmente com a

chegada de novos livros na medida em que as Sessões daAcademia premiavam os participantes. Esses outros títu-los eram aguardados e devorados em pouco prazo, assimque entravam em circulação. Os Padres educadores, porprecaução, costumavam ler antes as novas aquisições afim de que uma leitura dita “imprópria” (para aquela épocae para aqueles leitores) não viesse a ferir o pudor e aformação dos “futuros sacerdotes”. Os livros eram fran-queados aos alunos de acordo com a idade e a mentalida-de em formação.

“Fabíola” era, então, uma obra recomendável pela forçade seu conteúdo puro e edificante. Uma leitura inocente.Os exemplares novos desta obra entravam para as mãos dosalunos sem ter que passar pelo crivo da censura prévia comoos demais livros. E foi assim que aconteceu no final daqueleano. Havia eu terminado a Poesis (quinto ano). Já era maiscrescido e sisudo (para não dizer sério) e como tal, tido eaceito como modelo de “perfeição”, devido aos progressosque fizera. Eu devia dar exemplo para os demais, ser uma“referência” em comportamento e disciplina. Noblesse obligeera o que eu me propunha; entrando na Retórica (sexto ano),já estava eu em processo de Beatificação, seguindo imedia-tamente para o Noviciado. Longe de mim aquilo que os lati-nos diziam: Corruptio optimi péssima!

Fomos de férias para o sítio. Como sempre, fomos muni-dos de muitos livros e coisas para se fazer. Caso chovessemuito, o recurso era mergulhar na leitura e “ver a bandapassar”, pois se estava à toa na vida. Desta vez, um dosmeus livros eleitos, outro não foi senão o próprio “Fabíola”.Afinal, caíra em minhas mãos aquele exemplar novo de umaobra tão surrada. Era uma tradução feita em Portugal, lugarem que certas palavras não têm a mesma conotação queaqui no Brasil. E nós, como seminaristas, já havíamos abo-lido de nosso vocabulário algumas palavras que todo mole-que psiquicamente sadio conhece, mesmo sem terem sidoensinadas pelos pais. A rua é a janela da Escola da Vida poronde entra tudo que não deveria passar pela porta.

Já em plena leitura do/a “Fabíola”, quase chegando parao começo do fim, eis que se me depara uma palavra,“escrachadamente” sonora, se bem que estivesse lendoem voz baixa. Parei de súbito. A rédea de minha auto-cen-sura me fez estacar como um burro quando finca os cascosno chão. Era justamente aquela palavra que, em portugu-ês-luzitano, luz com outro significado. Ou melhor, que aquino Brasil tem “aquele” significado. Palavra cabeluda emtodos os sentidos. Estava inserida na expressão mitológicaconhecida como “a caixa de Pandora”, só que, no contex-to, era a caixa da Fabíola.

Mantive-me calmo diante do inesperado. Minha fanta-sia desceu “ad Ínferos” ressuscitando de lá os meus diasque antecederam minha entrada ao recinto sagrado e purodo Seminário. Imediatamente fui à procura do padreDonato, o guardião da pureza da juventude.

- Irmãozito, - disse-me ele, usando dessa sua expressãohabitual – cubra essa palavra com tinta de caneta (aindanão existia a caneta Bic naquela época). E não deixe nin-guém mais ver!

Missão cumprida, senti-me um verdadeiro herói. Umoutro cavaleiro medieval na defesa das virgens e viúvas. Um São Jorge moderno brandindo a caneta que serviu delança para destruir o dragão. Encerrei imediatamente a lei-tura, olvidando para todo o sempre, esta obra tão famosaentre nós.

Minha doce e querida Fabíola. Sua caixinha ficoudestruída e você, como uma das muitas freiras medievais,reclusa nas celas do esquecimento.

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(Olá, Moacir. Não faz idéia do quanto fiquei satisfeito.Desde que criamos o Inter-Ex, nunca conseguimos que al-gum ex-aluno de Ibicaré escrevesse alguma crônica comnarrativas das coisas de lá. É você o primeiro. Parabéns!Todos os relatos publicados sempre giraram sobre os se-minários de Pirassununga e Itajubá. Lendo agora seu lon-go relato de dez páginas, percebo o quanto isso vai agra-dar a todos os nossos leitores. Sabe por que? Simplesmenteporque os hábitos e costumes daquele seu seminário deIbicaré foram diferentes dos demais, fortemente influ-enciados pelos formadores holandeses. Vocês, lá no sul,viveram coisas interessantes que, narradas em crônicas,vão dar um prato cheio para enriquecer o nosso Inter-Ex.Todo mundo vai gostar dessas histórias e “causos” curio-sos. Por isso, meu amigo, parabéns, mais uma vez. Sãomuitos os assuntos de que trata nessas dez páginas. Im-possível, portanto, publicá-los numa única edição. É as-sunto para várias e é isso que pretendo fazer. Apenas,peço-lhe autorização para dar uma mexidinha na redaçãoe na ordem dos assuntos, a fim de dar-lhe um caráter maisjornalístico. Além disso, gostaria que me explicasse me-lhor, se puder, como era esse tal de jogo de “caçador” deque fala no sub-item “Diversões e Brincadeiras”, a meuver, totalmente desconhecido de nós paulistas, mineirosou cariocas. (a) João Baptista Gomes).

Introdução Este pequeno relato de algumas lembranças da época

vivida no seminário de Ibicaré, nos anos de 1961, 1962 e1963, tenta resgatar a memória já parcialmente apagada dealguns episódios, mesmo sabendo que certos fatos aquinarrados, certamente, devem estar incompletos oudistorcidos.

Ao contrário da grande maioria dos ex-seminaristas quepermaneceu mais tempo no seminário e seguiu carreirasligadas às ciências humanas, eu saí com catorze anos, quan-do havia concluído apenas o segundo ano do curso ginasi-al. Segui uma carreira técnica: a de engenheiro eletricistade telecomunicações. Assim, não tenho dom para escre-ver, o que será facilmente observado pelos que vierem aler estas memórias. Por isso, conto com a ajuda do redatorchefe deste Boletim. Devo salientar, ainda, que os aconte-cimentos que serão narrados aqui, referem-se apenas aose três anos em que lá estive.

Convém que eu explique que, em 1961, funcionavamapenas três classes, a saber: 4º ano primário/admissão, 1ºe 2º ano do ginásio. Em 1963 já eram quatro classes: 1º ao4ª ano do ginásio. A partir de 1963, os alunos que termina-vam o 4º ano, eram enviados para estudar na Escola Apos-tólica de Pirassununga.

Existem duas razões principais que me levaram a rela-tar estas memórias:

1. Dividir com os amigos lembranças de uma época vivi-da, que foram marcantes e fundamentais na vida de cadaum de nós;

2. Incentivar os amigos a também relatarem suas me-mórias, para acrescentar fatos similares ou para corrigir ostextos por mim descritos e que estejam distorcidos ou nãotraduzam com fidelidade os acontecimentos.

A Cidade Ibicaré, nos anos 60, não era muito diferente da atual e

seu tamanho praticamente não mudou, mas a margem es-querda do rio do Peixe, onde passa a ferrovia, era mais po-pulosa que hoje. O município havia se emancipado recente-mente e creio que um dos primeiros prefeitos, senão o pri-meiro, foi o pai do seminarista Danilo Lôndero da Silva.

De modo muito sucinto, vou relacionar as principais dife-renças sofridas pela cidade, conforme o meu entendimentoe minha memória, entre os anos de 61 a 63 e os dias atuais:

• As construções que se destacavam eram a do Seminá-rio e a do Internato das Irmãs. Hoje, o primeiro é sede daprefeitura e o segundo está praticamente abandonado. Ocasario da cidade, primitivamente todo de madeira, temhoje a maioria substituída por alvenaria.

• As rodovias de acesso não possuíam pavimentação,eram estreitas, sinuosas e esburacadas.

• A Igreja ocupava o local do salão paroquial atual, ondeacontecem os encontros de Ibicaré.

• A atual bela ponte sobre o Rio do Peixe não existia esua construção teve início naqueles anos. A ponte entãoexistente era de madeira, quase ao nível da água e situadamais abaixo, próxima do seminário e da estação ferroviáriada época.

• O Rio do Peixe era imponente com suas águas límpidase o Rio São Bento, apesar de ter um volume d’água bastan-te inferior, não consegue ser lembrado pelo córrego exis-tente hoje.

• A ferrovia praticamente centralizava a vida da cidade.Diversos trens passavam diariamente por Ibicaré, sendoquase todos Maria Fumaça. A freqüência de locomotivas adiesel era muito reduzida. Às cinco horas da manhã, mui-tos de nós já despertavam com o apito da Maria Fumaça eseus chiados característicos, seu apito estridente e o ruí-do de suas rodas patinando nos trilhos durante a partida.São sons que não saem da nossa memória.

FériasOs seminaristas de Ibicaré passavam as férias, tanto de

julho como de fim de ano (dezembro/janeiro) na casa dospais, pois a Congregação não possuía nenhum sítio paraesse fim. Se, eventualmente, algum aluno não pudesse vi-ajar por razões diversas, passava o período de férias dejulho na casa de algum colega que residisse nas proximida-des de Ibicaré. Foi numa dessas ocasiões que aconteceuum incidente que bem poderia ter se transformado numsério acidente.

Um colega foi passar as férias na casa do outro que mo-rava num sítio e ambos resolveram sair para caçar com umaespingarda de carregar pela boca. Era a conhecida espingarda

Ibicaré (Memórias)Moacir C. Dacoregio (1961 - 1963)

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“pica-pau” que não utilizava cartucho. De repente, apare-ceu a caça e a espingarda estava descarregada. E agora? Comtoda pressa do mundo, despejou a pólvora no cano e socouuma bucha de papel muito grande que não chegou ao fundo.Na correria, com medo de perder a caça, socou mais umabucha de papel que se juntou à primeira, deixando a pólvorasolta num espaço muito grande. Em seguida, despejou o chum-bo e, todo afobado, resolveu disparar assim mesmo. Puxou ogatilho....e PUM! A espingarda inteira, cano, culatra, coro-nha, tudo explodiu na sua cara, não se conseguindo recupe-rar nenhuma peça inteira. Por um verdadeiro milagre, nãoficou cego, sofrendo apenas algumas lesões nas mãos.

Bastante interessante era a viagem de retorno após asférias, entre Francisco Beltrão onde minha família moravae Ibicaré. Algumas dessas viagens eu fazia de carona comcaminhoneiros conhecidos de meus pais, de FranciscoBeltrão até Porto União, tomando então um trem “MariaFumaça” até Ibicaré. No trajeto rodoviário, a aventura eraacompanhar as dificuldades do motorista transitando porestradas de terra muito esburacadas e com trechos peri-gosos de serras. No trajeto ferroviário, esperava estar quasechegando ao destino para gastar os últimos trocados dis-poníveis, comprando refrigerantes e outras guloseimascujos preços diminuíam à medida que a viagem chegava aofim. Dentro dos muitos túneis, a fumaça enchia os vagões.Eram inesquecíveis as paisagens que costeavam os rios.Noutras vezes, as viagens eram feitas na carroceria de ca-minhão devidamente adaptado com bancos de tábuas euma lona para proteção contra eventuais chuvas. Era noestilo “pau de arara” e comíamos muita poeira, mas eu vi-ajava confiante porque o proprietário do caminhão era meupai. A maioria dos seminaristas, conforme o destino queseguia, embarcava ou desembarcava em Francisco Beltrão;outros embarcavam ou desembarcavam em cidades ou lu-garejos do trajeto. O transcurso era sempre muito anima-do e cheio de acontecimentos. Hoje muitos diriam, certa-mente, que se produzia muita adrenalina.

Numa destas primeiras viagens senti uma fortíssima dorde barriga que me obrigou a pular do caminhão em movi-mento para evitar conseqüências piores. Isso aconteceuentre Luzerna e Ibicaré e já estava escurecendo. Nestetrecho a estrada era muito estreita e ia margeando o Riodo Peixe. Ao saltar apressado do caminhão desequilibrei-me e fui rolando barranco abaixo, quase indo parar dentrodo rio. O susto foi inesquecível.

Banhos nos rios do Peixe e São BentoOs banhos de rio se constituíam em um dos fatos mais

marcantes na vida dos seminaristas. Quase todos acaba-ram aprendendo a nadar no rio do Peixe e, em 1961, no rioSão Bento. O rio São Bento, hoje reduzido apenas a umcórrego, é um afluente do rio do Peixe cuja foz situa-se nocentro de Ibicaré. A foz do São Bento era o ponto escolhi-do para natação em 61. Posteriormente, ou-tros pontos do rio do Peixe, após a foz doSão Bento, passaram a ser utilizados como

locais para os banhos de rio. Exceto nos meses mais friosdo inverno, os banhos de rio eram freqüentes e nos mesesmais quentes eram quase diários. Após o banho, deixáva-mos nossas toalhas e calções secando sobre a “cerca viva”no seminário, para uso no dia seguinte..

Os banhos eram palco de muitas peripécias: saltos dasbarrancas, tentativas de captura de tartarugas, saltos de“Tarzan”, pendurados por cordas amarradas em galhos deárvores da margem. Usávamos como bóias, tábuas ou tron-cos que encontrávamos e tudo servia para animar ainda maisnossos banhos. Como não dispúnhamos de chuveiros quen-tes no seminário, os banhos de rio eram a melhor alternativapara se eliminar a “craca” muitas vezes já incrustada.

A atual ponte sobre o rio do Peixe teve sua construçãoiniciada no período de 61 a 63. A antiga ponte ficava pertoda estação ferroviária. Era de madeira e, por ser muito bai-xa, ficava submersa com qualquer pequena enchente. Eraali um dos nossos pontos preferidos para os banhos.

Certa vez, quando saíamos da água e já voltávamos parao seminário, um rapaz da região, mais velho que nós, aven-turou-se a atravessar de bicicleta aquela ponte submersa.Escorregou e caiu com bicicleta e tudo. Não sabia nadar e,desesperado e engolindo água, gritou por socorro. Corre-mos de volta para o rio e quem o salvou foi ou o Paese, ouo Dallefe. Os demais permaneceram sobre a ponte, comágua pela canela, acompanhando o salvamento. Uma vezsalvo e resgatado, o rapaz veio até nós, que, a custo, se-gurávamos o riso. Com muita seriedade perguntou: “Guris,vocês não viram minha bicicleta boiando por aí?” Em se-guida, um da nossa turma, vendo que ele estava de reló-gio, perguntou: “Esse relógio é à prova de água?”. Ele olhoupara o braço e respondeu: “É, tá cheio de água”. Foi umagargalhada geral que o deixou todo sem graça.

Além dos banhos, os rios eram palco das pescarias quefazíamos, permitindo-nos apreciar, em poucas oportuni-dades, alguns bons peixes e até algumas tartarugas cujoscascos, depois de esvaziados, eram orgulhosamente exi-bidos como capacetes improvisados, apesar do cheiropouco agradável que exalavam. A mim, particularmente,as pescarias não eram nada atraentes, pois eu era um pés-simo pescador e nunca consegui pescar um peixe sequer.Para completar minha decepção, em certa ocasião, con-venci o Danilo Lôndero da Silva, seminarista filho de en-tão Prefeito de Ibicaré, a trocar de ponto de pesca comi-go. Ele já havia puxado uns quatro peixes e eu nenhum.Após a troca, os peixes simplesmente mudaram de lugar eforam para o lado dele, que continuou na maior vibração.Desisti de vez das pescarias, convencido de que eles oagradavam porque erafilho de Prefeito dacidade.

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INTER EX Julho/2007 19

Outubro de 2006 foi um mês de gratas surpresas. Reali-zei um sonho que nunca esperava realizar. Por insistênciade meus filhos, eu e minha esposa acompanhamo-los emuma viagem à França. Por conta própria, incluí a cidade deIssoudun no roteiro, já que não nos afastaríamos muitodos locais programados para visitar no interior. Tive opor-tunidade de gastar um pouco do meu parco Francês, ape-sar dos seis anos de estudo no seminário, quarenta anospassados. Digo parco porque os franceses, em geral, nãofazem muito esforço para entender o que os estrangeirosquerem dizer ao se expressarem vagarosamente, rebuscan-do as palavras no dicionário da mente. As mímicas e ex-pressões faciais ajudam bastante, tanto de um lado quan-to de outro. Principalmente se você esquecer da gorjeta.

Partindo de Paris em carro alugado, chegamos aFontainebleau com chuva e tarde da noite, tentando umhotel para pernoitar. Não havíamos feito reserva, pois que-ríamos adiantar a viagem e só parar quando o cansaço pe-disse. Depois de bater na porta de quase uma dúzia dehotéis, conseguimos um quarto onde os proprietários, es-panhóis, entenderam nossa situação. Pernoitamos, e nodia seguinte, fomos ávidos conhecer o castelo frente aoqual havíamos passado a noite. Nada feito! Na França, oscastelos do governo não abrem às terças feiras.

Mesmo visto de fora, o castelo de Fontainebleau é umcolírio para os olhos e os jardins do entorno, franqueadosao público, uma das maravilhas da França.

Em seguida, tomamos a direção de Bourges, cidademedieval como tantas e tantas outras por toda a França.Espraiada nos campos que constituem o Vale do Loire, nodepartamento de Indre, na região central da França,Issoudun é uma charmosa cidadezinha onde se sobressaiuma torre majestosa avistada a quilômetros de distancia.Chegando mais perto, nota-se a igreja e o seminário. Dis-tante de Bourges, cerca de 50 kms, Issoudun é cercada deplantações de beterraba, milho e outras pequenas cultu-ras. Beterraba parece ser o forte de uma vasta região da

De passagem por Issoudun Antoninho Marchesini (1956 - 1966)

França. Afinal é da beterraba que se extrai o açúcar na Eu-ropa. Pelos campos encontram-se montanhas de beterrabasecando ao sol. Mas não é a beterraba roxa que conhece-mos no Brasil. Ela é branca por dentro e mais doce que anossa. Muito parecida com nossa batata doce. A cultura debeterraba é tão intensa que até sinalização de transitopróprio existe: “CUIDADO, BETERRABAS”.

Pelo tamanho da cidade, Issoudun, talvez, não compor-tasse um templo daquele quilate. Mas o certo é que rece-beu do papa o título de basílica e se tornou centro de pe-regrinações pela pertinácia e dedicação de um grande ho-mem. Foi ali que o humilde pároco de Bourges, padre JulioChevalier, iniciou sua grande obra, a que ele, modestamen-te, chamava de pequena obra. Foi com tostão sobre tos-tão que construiu pedra sobre pedra uma belíssima igrejaforrada de ex-votos de agradecimento de todos aquelesque contribuíram para a construção da igreja e a expansãoda congregação dos Missionários do Sagrado Coração peloscinco continentes.

Visitamos a igreja, a cripta onde estão enterrados opadre Chevalier e seus colaboradores mais próximos, o se-minário, os jardins, a loja de lembranças e até conversa-mos com um padre que iria celebrar a missa em seguida.Disse-me ele que já esteve no Brasil, em Fortaleza e SãoPaulo, e convidou-nos para a missa. Infelizmente, nossaprogramação não permitiu que ficássemos por mais tempo.Pudemos, entretanto, perceber a importância do centrode peregrinações em que a cidade se tornou e a influênciada religiosidade de um povo de tradições seculares.

A imagem de Nossa Senhora do Sagrado Coração dominao altar mor, de braços abertos. Digo de braços abertos, por-que não tem a mesma apresentação da que existe no Brasil.O menino Jesus está de pé à frente da imagem e não no colodo lado esquerdo como a conhecemos. Se não me falha amemória, nosso inesquecível Berge discorreu sobre essaparticularidade em outras páginas. Com uma prece,despedimo-nos de Issoudun e prosseguimos nosso passeioem direção ao castelo de Chenonceau, construído sobre oleito do rio Loire, mais uma das tantas maravilhas da França.

Completando nosso giro, passamos por Chartres,Versalhes, Paris, Orly, para, finalmente, chegarmos de voltaa Jundiaí e retomar a dura realidade do dia a dia de umasegunda-feira igual às outras.

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Entrevistado: SamuelEntrevistador: João Costa Pinto (1953-1966)

João – Samuel, fiquei sabendo de um plano seu de visitar a

Terra Santa. Faz algum tempo, ouvi dizer que você foi a Israel. Éverdade?

Samuel - Havia mais ou menos trinta anos que eu planejava

uma viagem a Israel, mas, a cada ano, era um problema: ora odinheiro não dava, ora a família não deixava, ora não tinhaférias, ora havia “entifada”...enfim, em dezembro de 2005,matei a vontade. Minha mulher não queria ir por problema desegurança. Dei-lhe um ultimato: ou vai comigo agora ou vousozinho. Em dezembro, a “coisa” lá estava mais ou menos tran-qüila. Pensei: é agora ou nunca.

Graças a Deus, foi uma viagem inesquecível. Fiquei umasemana lá e duas na Europa. Não vi tudo que queria; o certoera ficar mais uma semana em Israel. Foi uma emoção muitogrande. Ali, a cada passo, você está pisando em 4000 anos deHistória. Em minha opinião, assim como os muçulmanos sãoconvidados a ir a Meca, pelo menos uma vez na vida, os cris-tãos, ao menos os padres, deveriam ir à Terra Santa. “Às mar-gens dos rios da Babilônia, nós nos sentávamos e chorávamos,pensando em ti, Sião...” É de deixar saudades. Se eu puder,ainda volto lá para ver o que não vi. Bem, há tanta coisa paracontar que eu gostaria de ouvir você, João, para saber poronde começar. Filmei, fotografei, fiz até um soneto. Como soufanático por História, é óbvio que, às vezes, as coisas se mis-turam um pouco e deixo de ser apenas um peregrino.

João – Você me disse que compôs um soneto traduzindo oespírito da viagem e aquele momento, em especial. Como éesse soneto?

Samuel - : aqui está:

Ah ... Se conhecesses o dom de Deus ...(João 4,-1,42)

Disseste-me : “ Si scires donum Dei ...”,Ao beber da minha água em Samaria.Tuas palavras perturbam, que farei?Desde Sicar eu corro, noite e dia, buscando as águas puras da tua Lei.Mas não te vi nas celas da abadia,nem nos salões de púrpura do Rei.Onde escondeste a água que eu queria? Não te entendo, Senhor! Estou com sedeno deserto, mas secas a cisterna;Provês os peixes, deixas-me sem rede. Se morre a fé, ao menos viva a esp´rança...!E só prometes água e vida eterna ...... Arranca logo do meu peito a lança!

João Costa – Eu não gostaria de ir à Terra Santa. Tenhoreceio de me decepcionar. Acho que seria como voltar a umlugar muito significativo para mim, onde estive na infância ouna juventude, onde cresci. O que ficou guardado em minha men-te não vai bater com o que vou encontrar ao retornar a esselugar. Além disso, o que trazemos em nossa mente sobre a terrasanta é de natureza espiritual, até emotivo e com boa dose deimaginação. Mas, há um ponto que me interessa e que é algomisterioso. Jerusalém mexe com as pessoas. Há como que um“misticismo no ar”, um estado de espírito chamado de “Síndromede Jerusalém”, um incentivo à vida interior. A mente ficasugestionada. Houve casos de pessoas que se descontrolaram.

Viagem à Terra Santa

João Costa Pinto (1953 - 1966)

Samuel - João, discordo um pouco de você sobre o “não ir àTerra Santa”. Em princípio, corremos o risco de nos decepcionar-mos com qualquer lugar que vamos conhecer. Quando vi Paris pelaprimeira vez (por coincidência estava um tempo nublado, “gris”segundo eles), fiquei um tanto decepcionado e me perguntava:cadê a cidade-luz? Mas durou pouco o desencanto. Jerusalém, aocontrário, me surpreendeu “para melhor”. A cidade antiga é o queesperava mesmo: ruelas estreitas, meio 25 de Março, meioAparecida do Norte, um verdadeiro labirinto, onde se vende tudoque é quinquilharia.

João – Você disse que viu a parte nova de Jerusalém. Como é? Samuel - Mas a cidade nova, amigo, que beleza! Ruas largas,

casas e prédios pequenos com fachadas em tom bege-claro, tudoem pedra de Jerusalém (parecida com a nossa pedra de S. Tomé)na maior limpeza, sem essas malditas pichações que infestamSão Paulo. É de uma arquitetura eclética, pois ganhou os estilosnacionais dos vários tipos de imigrantes, com museus e hotéissupermodernos.

A cidade de Jerusalém é três vezes santa: santa para os ju-

deus, santa para os cristãos e santa para os muçulmanos. E écosmopolita. Pelas ruas topamos com russos, alemães, gente doleste europeu, da Ásia, da África, das Américas, judeus “normais”e judeus ultra-ortodoxos com sua roupa típica. Uma verdadeiraBabel. É assim sempre. Vide Atos 2, 8-11. E os muitos simbolis-mos de que se reveste a cidade? Ela está, acredito eu, a uns 800metros acima do nível do mar: as várias estradas do país “so-bem” para Jerusalém, passando pelos famosos Monte das Olivei-ras, Monte Scopus, Monte Herzl (uma referência a Theodor Herzl,o patriarca do sionismo). Neste Monte Herzl estão plantados seismilhões de pés de “pinus” e, em seu topo, está o famoso Museudo Holocausto (Yad Vashem), que homenageia os seis milhões dejudeus mortos pelos nazistas).

João – Qual foi, Samuel, sua conclusão sobre a visita a Jerusa-

lém? Samuel - Bom, devo confessar-lhe uma coisa: como estou apo-

sentado há mais de treze anos e, certamente, já atravessei oCabo da Boa-Esperança, minha visão de mundo, hoje, é outra. Omundo pra mim, hoje, é muito pequeno; estou sendo tomado porum senso de fraternidade muito forte. Tenho a nítida sensaçãoque um chinês, um turco, um senegalês, um esquimó ... é tudomeu irmão. Que será isso, meu Deus? Misticismo? Velhice? Achoque o Mundo não tem saída se não caminhar para o Ecumenismo.As religiões, de certa forma, restringem demais os homens, quepassam a viver em guetos e se esquecem da mensagem dos Anjoslá em Belém: “Pax hominibus bonae voluntatis”! Quero aceitar eviver bem com os homens de todas as raças, de todos os credos.Posso não entendê-los, nem concordar com eles, mas acho queDeus, em sua infinita Misericórdia, vai pegá-los todos aqui ou noseio de Abraão e vai aconchegá-los em um bom lugar, pois é umPai extremoso e nossa cabecinha é pequena demais para entendertodos os seus desígnios.

Samuel - (cont.) - João, ontem não pude concluir aquele as-sunto do Ecumenismo. Concluir é muita pretensão de minha parte(quem sou eu?). Gostaria apenas de ilustrar o assunto com o queocorreu na minha visita a Belém, na véspera de Natal, o que lhe voucontar agora com muito prazer: Belém está, mais ou menos, a uns13 km de Jerusalém (praticamente periferia de Jerusalém, comoa Penha em relação à Praça da Sé) e está sob o controle da Autori-dade Palestina. Logo, Salomon (nosso guia bonachão e judeu) não

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podia ir além do Posto de Controle do Exército de Israel; teve quedar lugar a um guia palestino. Nosso motorista era Muhammed,um palestino muito boa-gente; este sim, poderia transitar livre-mente e nos conduziu sem problemas até um estacionamento pró-ximo à Igreja da Natividade. Nosso grupo era constituído de umastrinta pessoas, das mais diversas nacionalidades. Uma pequenaONU. Emocionados, ouvíamos as informações do “guia” emespanhol; passamos pela nave da Igreja e chegamos ao pontoalto da visita, que é a gruta, onde uma estrela prateada, incrusta-da no chão, indica o local onde Jesus teria nascido. Após uns mi-nutos de muito silêncio e meditação, o guia pede aos presentes,por ser véspera de Natal, que cantem, em sua língua de origem,alguma canção apropriada para aquele momento, para aquele lu-gar tão carente de paz. Houve mais silêncio ainda. Ninguém seaventurava... Aí, puxei pela memória e me lembrei de uma músi-ca que havia dirigido, em 1962, no Coral da Matriz, na época doNatal e soltei (não mais com a voz de tenor ligeiro que era), mascomo um barítono rouco, o “Transeamus usque Bethlehem etvideamus hoc verbum quod factum est ....Mariam et Ioseph etinfantem positum in praesepio ... Gloria, gloria in excelsis Deo...” Foi um momento tão inesperado, que pegou a todos de surpresa enão houve tempo para minha mulher registrar com filme ou foto.Aqueles turistas e ou peregrinos, de várias regiões do Mundo, emo-cionados, me cobriram de abraços. Esse foi, realmente, um Nataldiferente para mim, pura “catarse coletiva” a milhares de quilô-metros de meu lar e de meus filhos. Daí, aquela coisa ecumênicade que lhe falei, aquela “Pax hominibus bonae voluntatis”. Daí, apequenez do mundo, a pequenez das distâncias. Ali, eu estavaabraçando espírita, protestante, muçulmano, budista, enfim...

Samuel - João, teria que ser um mágico para sintetizar, empoucas linhas, tudo o que esse país maravilhoso, Israel, passapara o visitante estrangeiro. Uma semana lá foi muito pouco. Nãovi o Monte Tabor (Kyrie, kalón estin hemás ode einai. Senhor,como é bom estarmos aqui!) (Que saudade do Pe. Germano, pro-fessor de grego!) Não vi Massada, não vi Haram esh-Sharif (Mon-te do Templo), com o lindíssimo Domo da Rocha; não vi Jericó,pois os palestinos tinham bloqueado a entrada da cidade no diaem que passei por lá, saindo do Mar Morto e subindo para Jerusa-lém. Enfim, não vi tanta coisa, nem a açucena no Vale de Josafá... Mas o que vi foi muito bem visto!

Samuel (cont.) - Quando caminhamos, p. ex., pela cidade ve-lha de Jerusalém, os versículos bíblicos ficam borbulhando em nossamente e é possível segui-los, como num hipotético roteiro de ci-nema: ali, no Monte Sion, está o local da Última Ceia e, no sopé doMonte das Oliveiras, está o Jardim de Getsêmani; aqui, o Mostei-ro da Flagelação; ali, sobre a Via Dolorosa, o Arco “Ecce Homo”;mais adiante, a estação do encontro de Jesus com as Santas Mu-lheres e, um pouco mais acima, as cinco últimas estações dentroda Igreja do Santo Sepulcro ...

É evidente que, nessa cidade, depois de tanta destruição e

reconstrução, nesse período de 3.000 anos, é simplesmente im-possível apontar o lugar exato das “coisas”, mas não fiquei pas-mo ao ver a Tumba do Rei Davi ali pertinho do Cenáculo, nem aosaber que Maomé também teve sua Ascensão ao céu até Alá, alino Domo da Rocha, na mesma rocha onde Abraão quase sacrificouseu filho Isaac e onde Salomão construiu seu magnífico Templo. AFé, o Tempo, a Religiosidade, o Mito, a Lenda, a História(?), tudoali se mistura, nesse caldeirão sagrado das três grandes religiõesmonoteístas. Pensando bem: Maomé tinha que fazer a tal “via-gem noturna” de Meca a Jerusalém e ali, no magnífico Domo daRocha fazer o “Miraj”, a tal ascensão até Alá?? Mistérios...mistérios...três vezes mistérios ...

Passando ali, sob o Arco do “Ecce Homo”, pensando nas con-

tradições humanas, é impossível me furtar a uma bela discussãosobre a verdade, o erro, a hipocrisia. Ali, num misto de increduli-dade e cinismo, a Autoridade da época pergunta: “Quid estveritas?”. Hoje, talvez dissesse: “mensalão”, “valerioduto”? Queé isso? Por que o medo da verdade, meu Deus? Guardei de meugrande e saudoso mestre Tristão de Ataíde, numa palestra dele alino “Sedes Sapientiae”, na década de 60, o seguinte: “Não há

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verdade, por verdadeira que seja, que não tenha sua parcelade erro, daí a fragilidade da verdade. Em contrapartida, nãohá erro, por errôneo que seja, que não tenha sua parcela deverdade, daí a virulência do erro”.

Samuel – (cont.) João, tudo que lhe disse antes foi um parên-

tese por causa do computador. Você me fez perguntas. Vamos àsrespostas propriamente ditas:

1 - Relato sobre a Terra Santa: Já me abri bastante com você.

Não sei, dada a heterogeneidade do grupo dos “Ex”, se o assuntoteria interesse pro pessoal. Às vezes o que é interessante paramim ou para você, para os outros vai ser uma “chatice”. 2 -Regem venturum Dominum: Não me lembro desse hino. Não temnada a ver com o “Adeste Fideles”, embora tenha o mesmo “veniteadoremus”, não?

João – Caro Samuel, agradeço tudo o que você me contou so-

bre a Terra Santa. Acho que a maioria dos Ex-Alunos, se não to-dos, lhe dará “Summa cum laude”. O relato certamente será mui-to apreciado. Talvez você use um pseudônimo. O redator geral, oJoão Gomes Baptista, é pessoa muito correta. Ele não falharia.Se você concordar, fale ao menos de sua extraordinária experiên-cia na Gruta de Belém.

João – Samuel, você me falou sobre cidades importantes deIsrael. Quais são? Também me contou sobre a heterogeneidademarcante de Israel, sobre grupos étnicos com tradições além deestranhas, também contraditórias em si mesmas. E os idiomasfalados em Israel? Conte, por favor, o que você viu e ouviu.

Samuel – João, vou responder, numerando os itens de 1 a 3. 1 – As três grandes cidades de Israel, em ordem de impor-

tância, são: Jerusalém, Tel-Aviv e Haifa. A partir da segundametade do século XIX, a cidade velha de Jerusalém já não com-portava mais o crescimento da população. Daí, a procura pornovos espaços fora das muralhas antigas, daí o florescimento deuma arquitetura eclética, dada a variação multicultural dosimigrantes judeus provindos de diversas regiões da Europa e daÁsia. Surge, aí, então, essa lindíssima Jerusalém moderna (sededo governo, reivindicada pelos judeus como capital, mas nãoreconhecida internacionalmente). Eis aí um dos motivos dessaguerra árabe-judaico-palestina interminável. Tel-Aviv, a capi-tal, sede da maioria das representações diplomáticas, é - vamosdizer - a face moderna do Estado judeu, repleta de elegantesconstruções erguidas já a partir do início do século XX. Haifa, nolitoral norte, aos pés do Monte Carmelo, é um importantecentro comercial e industrial (parece-me que é o centro da in-dústria bélica, fato, por motivos óbvios, não revelado ao turis-ta). Já foi, no século XII, conquistada pelos Cruzados, depoispelos Otomanos e, após a Primeira Guerra mundial, pelos Ingle-ses. Alí, além da gruta do profeta Elias, pude apreciar, por umbom tempo, o Templo Bahaísta com seu domo dourado e seusmagníficos jardins. Segundo o nosso guia Salomon, um bompiadista, Haifa é uma cidade para se ganhar dinheiro, Tel-Aviv,para se gastar dinheiro, e Jerusalém, para se chorar de arrepen-dimento (lá no Muro das Lamentações) pela perda do dinheiro.

2 - Israel é um país de imensos contrates: é um país

avançadíssimo em tecnologia, sobretudo em tecnologia militar(primeiro mundo), mas abriga uma heterogeneidade fantásticade crenças e etnias. Por exemplo, em Haifa, há esse templobahaísta, uma seita, cujos adeptos acreditam que nenhuma reli-gião detém o monopólio da verdade (deve-se, segundo eles, bus-car integrar os ensinamentos de todos os homens virtuosos). Per-to de Jerusalém, eu vi grupos de beduínos que ainda vivem, comsuas ovelhas e camelos, ali no deserto, como na época de Abraão.Há ainda grupos de samaritanos que falam árabe, mas rezam emhebraico. Há o misterioso grupo dos drusos (descendentes dosantigos cruzados) que vivem completamente isolados das ativida-des do país, que aceitam, em sua crença, o Alcorão maometano,a Torá judaica e o Novo Testamento cristão. Pode?

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3 - Lá se fala hebraico, árabe, e praticamente, como segundalíngua, o inglês. Mas, se falarmos só um pouco de espanhol, fran-cês e inglês, “no problem”! Muitas ruas estão sinalizadas em 3idiomas: hebraico, árabe e inglês. A moeda é o “shekel”, mas o“euro” e o “dólar” são bem aceitos.

João – Samuel, você me falou emocionado sobre sua passa-

gem por vários outros pontos de muito significado para os cris-tãos. Quais foram eles?

Samuel - João, falar de Israel, para mim, é e será sempre

um prazer. Não sei se vou contar sempre com a paciência e aboa-vontade do leitor amigo. Como hoje estarei um pouco maislivre, vou tentar puxar pela memória e selecionar alguns luga-res que me emocionaram muito. Em princípio, para nós quefizemos seminário, tudo em Israel é ”marcante” e nos emoci-ona. Se o relato se estender muito, não estranhe: fecho o e-mail e abro outro em seguida.

Monte das Oliveiras: “Ah! Jerusalém, se, ao menos nestedia, conhecesses o que te pode trazer a paz”. Jesus disse issopassando pelo Horto e indo em direção a Jerusalém. No local, háuma capela chamada “Dominus Flevit”. Dali, a vista da cidade élinda. Há outras igrejas, como, p. ex. a Igreja do Paternoster, aIgreja de Sta. Maria Madalena, a Mesquita da Ascensão e a Igrejade Todas as Nações, também conhecida como Igreja da Agonia.Aqui, João, eu meditei muito. Sem maiores pretensões literárias,mas apenas para fixar o momento, como numa foto para minhaposteridade, escrevi o soneto abaixo:

Momentos de AngústiaNo Getsêmani, Cristo suou sangue,Tamanha sua angústia e agonia.Na vida, quanta vez fiquei exangueNa voragem da dor que consumia, Triturava meu ser frágil e langueE até a última fibra corroía.Como o Cristo gritei: “Pai, não se zangue,Livre-me do estertor, desta enxovia” ! Se não Lhe foi poupado da amarguraO cálice, ao Deus-Homem inocente,Para o retorno ao Pai, cheio de glória, Como posso livrar-me da loucuraDo Getsêmani, eu, inconseqüenteViajor desta vida merencória?!

Gruta da Natividade em Belém : Ali me incluí, certamente,entre os homens “bonae voluntatis”. E verifiquei o óbvio: não hápaz na Humanidade e, muito menos, ali em Belém. Aqueles mi-lhares de palestinos sem futuro, zanzando sem rumo pelas ruaspobres daquela cidade tão carente de tudo...Por isso é que mui-tos deles preferem ser “martires de Alá” e se enrolarem em bom-bas e ...irem “se explodir” mais adiante no meio dos judeus. (Apropósito, há um filme muito bonito, feito por um palestino, aque assisti no cinema, mas, se não me engano, já existe em DVD.Se v. não assistiu, assista. Chama-se “Paradise now”).

Vou falar agora um pouco de Tabkha, Cafarnaum, Tiberíades- Tiberíades é a maior cidade na costa da Galiléia, cidade funda-da em homenagem ao Imperador Tibério e uma das quatro cida-des sagradas de Israel (ao lado de Jerusalém, Hebron e Safed). Eudormi ali uma noite, à beira do Mar da Galiléia (ou Lago Tiberíades)e adivinhe se não fiquei pensando nas pregações de Jesus juntoaos barcos dos pescadores, se não fiquei imaginando Jesus sobreaquelas águas. Foi-nos servido um prato ... – adivinhe! - “peixe àmoda de Jesus”. Era um peixe assado, inteiro, acompanhado deum pão temperado, saborosíssimo.

Saindo, costeando o Lago Tiberíades em direção ao norte, che-

gamos a Tabkha, onde houve muita pregação de Jesus. Ali pertinhoestá a Igreja da Multiplicação dos Pães e dos Peixes e, um poucomais ao norte, está Cafarnaum, onde vi a casa do apóstolo Pedroe aquela famosa sinagoga onde Jesus disse aquelas palavras que

escandalizaram até os seus discípulos: “Quem come a minha car-ne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele... este é opão que desceu do Céu...” Palavras duras, para eles, na época, epara os pósteros, certamente. Ali também meditei muito sobre adureza dessas palavras e, mente inquieta, talvez orgulhosa de-mais, acobertada cinicamente num “eu poético”, extravasei(“Miserere nobis, Domine!”):

Fome de Deus

Evolou-se meu ser na luta insanaDos conflitos de fé que me arrasaram.Corpo e sangue de Cristo não bastaramP´ra mitigar a fome desumana, Fome da Divindade, a qual irmanaTodos os que em Jesus acreditaram.Mas os laços da Fé não me enredaramTão fortes como os da Razão ufana. O Mistério impressiona, porém veioAté nós pelo homem, em quem não creio;Ora, se em sua figura não se fia, Como a Razão aceita um Deus oculto,(Espelhado no homem, que é Seu vulto),Na Fé sacramental da Eucaristia?!

Samuel - E tem mais: o Monte das Bem-Aventuranças: Sain-do de Tabkha e Cafarnaum, subimos um pouco e alcançamos aIgreja das Bem-Aventuranças, um lugar muito aprazível, cercadode verde por todos os lados. Como não nos lembrarmos do Sermão?“.....Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porqueserão saciados! ...” Veio-me à mente uma passagem da vida deGhandi, que, no tempo em que morou na África do Sul, estavaencantado com muita coisa do Cristianismo (p.ex.o Sermão da Mon-tanha) e procurou uma igreja para se informar melhor sobre a dou-trina cristã. O padre, que o atendeu, olhou-o dos pés à cabeça, viuaquela sua pele marrom-escura (típica dos indianos), balançou acabeça e lhe apontou uma igreja de negros lá no fim da rua, dizen-do-lhe: “Lá é a sua igreja; aqui, é a igreja para brancos.” Ghandiagradeceu e saiu murmurando: “O Cristianismo não é o que euestava pensando”. Si non é vero... Qumram: Saindo do Mar Morto,almocei no sopé das montanhas de Qumran, onde, logo depois daSegunda Guerra Mundial, foram descobertos os pergaminhos co-nhecidos como os Manuscritos do Mar Morto. Infelizmente, por ab-soluta falta de tempo, não pude chegar lá naquelas cavernas. Aca-bei vendo alguma coisa no Santuário do Livro, no Museu de Israel,em Jerusalém. O interessante é que os Manuscritos foram redigi-dos num período entre o III século a.C e 68 d.C. - Santo Sepulcro:Não há como evitar a emoção. Embora não haja certeza de nada,sobre se ali é realmente o lugar exato do túmulo de José deArimatéia, a verdade é que, quando entramos naquela saleta e nosajoelhamos diante daquela placa de mármore, que cobre a rochasobre a qual teria sido deitado o corpo de Cristo, aqueles dois mi-nutos de silêncio, ali, falam tanta coisa, tanta coisa ...!!!

João – Samuel, a topografia de Jerusalém deve ser hoje a

mesma do tempo de Cristo, que foi crucificado fora da cidade, nolugar chamado Gólgota. “Havia um jardim no lugar onde Jesusfoi crucificado. E no jardim havia um sepulcro novo, ... (Jo 19,41).Fala-se muito no Santo Sepulcro, mas pouco sobre o Gólgota. Vocêesteve nesse local?

Samuel - Em Jerusalém, às vezes, temos que nos abstrair daHistória e seguir a tradição religiosa; temos que nos lembrar deque, ao longo de 20 séculos, esses locais já foram destruídos,incendiados, e reconstruídos. Logo, não há certeza histórica ne-nhuma sobre a exata localização da “Via Crucis”, calvário, tumbade José de Arimatéia, etc. Por incrível que pareça, o Gólgota (localdas quatro últimas estações), assim como o próprio sepulcro novode José de Arimatéia (14ª.estação), ficam dentro da Igreja doSanto Sepulcro, em cujo interior se encontram as cinco ultimasestações da Via-Crucis”.

Samuel - João, aqui termino meu relato sobre Israel, mas fico àdisposição para qualquer pergunta. Faça-as tantas quantas quiser.

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Notícias da Província de São Paulo

Ordenação Presbiteral

“Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem deMelquisedec” - Hebreus 7, 17 - Dois novos sacerdotes propi-ciaram grande alegria à Província: Gilberto Gonçalves Pintofoi ordenado em dezembro passado, na Paróquia N. Sra. dasDores, em Gonçalves-MG, pela imposição das mãos de DomJosé Song Sui Wan, bispo de São Gabriel da Cachoeira-AM,com quem o ordenando trabalhou.

Profissão Perpétua e Ministérios

Em 13 de janeiro, Abimael F. do Nascimento e JênissonLázaro S. de Jesus fizeram sua profissão perpétua, na celebra-ção eucarística de encerramento da Assembléia Provincial e já nodia 9 de fevereiro receberam os ministérios de Leitor e de Acólito.

“ Tu es sacerdos in aeternum, secundum ordinemMelchisedech”

A velha Queimada, hoje Marmelópolis, viveu dias de glória,alegria e de graça, em janeiro de 2007. Nem as estradas já com-prometidas e nem a chuva sem trégua impediram a chegada dequase todos para os eventos programados. Tudo começou coma celebração em que Tarcísio, Reuberson, Mauro e Lucemirrenovaram seus votos religiosos de Pobreza, Castidade e Obe-diência, por mais um ano. Seguiu-se a Semana Vocacional comanimação dos postulantes e dos religiosos teologantes e tam-bém de duas Irmãs FNSSC. O terceiro motivo foi a ordenaçãosacerdotal, já num belo dia de sol, de Júlio César Machado,por Dom Ricardo Chaves, arcebispo de Pouso Alegre-MG.(Ver NR´s 2 e 3)

I N T R O D U Ç Ã O

Nas pequenas letras impressas de suasaudação, o Pe. Ângelo Cortez comenta aAssembléia Provincial de janeiro de 2007,durante a qual gerações, idéias, concepções,visões do mundo e mentalidades se encon-traram, em grande harmonia e fraternidade.Os mais idosos experientes e fiéis deram tes-temunho aos mais jovens sobre a vida con-sagrada. Por sua vez, os mais jovenscontribuiram com sua alegria e vigor pararenovar o entusiasmo de quem já caminhou muito e pode parecer cansado. NasComunicações de março-abril, o Provincial ressalta a importância da fraternidadeque deve estar presente entre os membros de uma grande família missionária.(Ver NR 1). Para encerrar esta breve introdução, nada melhor que o panoramapromissor que se abre com os Formandos de 2007: 6 jovens no Propedêutico,20 Postulantes, 11 Pré-noviços e Noviços e ainda 6 Teologantes. Só em São Luísdo Maranhão, no Postulantado, são 10 seminaristas muito animados.

E tem mais! Aproveitamos a oportunidade para enviar especial saudação aosdois novos sacerdotes, Gilberto Gonçalves Pinto e Júlio César Machado, aosque professaram perpetuamente seus votos, os jovens Abimael e Jênisson etambém receberam as ordens menores de Leitor e Acólito. Saudamos, finalmente,Tarcísio, Reuberson, Mauro e Lucemir, que renovaram seus votos religiosospor mais um ano.

Noviciado

Em 20 de janeiro deste ano foi oficializada a “casa canônica”do Noviciado, que agora fica em Itajubá, e também deu-se inícioao Pré-Noviciado. Houve reformas aceleradas no renomado Ins-tituto Padre Nicolau para nele serem acolhidas 24 pessoas, sendo21 jovens, o padre Mestre (Maristelo), e os Pes. Agenor Possa eGilberto Gonçalves Pinto. A Pró-Província da América Centralenviou 2, da Colômbia são também 2, e novamente dois da Pró-Província do Rio. Da Província de São Paulo são 6 jovens: Rena-to (de Itajubá), Michel (de Campinas), Ailton (Floriano-PI) eGledison, do Maranhão, Marcelo Grohs (Passos Maia-SC) eMarcos Aurélio (Pinheiro-MA). Já um pouco mais adiantados,somando-se aos que estão ingressando, há 7 noviços, 4 do Rio e3 da Província de São Paulo.

João Costa Pinto (1953-1966)

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O Noviciado de 2007 foi aberto em 15 de junho, festa doSagrado Coração. Uma novidade interessante será o estágio quealguns noviços irão fazer. Jackson e Júnior seguirão para SãoGabriel da Cachoeira-AM e Juliano irá para a comunidade dePacas. Permanecerão três meses convivendo e colaborando coma missão. (Nota da redação - Este é um noviciado histórico,rico e robusto, plurinacional. É uma grande promessa paraa missão MSC em vários países. O Mestre Maristelo farácertamente um trabalho inédito. O estágio para os Noviçosera outrora algo impensável.

Propedêutico

Iniciou-se em janeiro, em Pirassununga, com seis jovens, oPropedêutico, período anterior ao Postulantado, com a duraçãode um ano e que poderá abrigar também vocações adultas. Estu-darão no Colégio John Kennedy, contando com a orientação doPes. Joaquim dos Santos Filho e Humberto Capobianco.

Pastoral Vocacional

O Fr. Lucemir Alves Ribeiro informou sobre as atividadesda Pastoral Vocacional. Encontros são promovidos pela Equipede Animação Vocacional. No seminário de Filosofia em São Paulofoi realizada a I Convivência do setor São Paulo-Capital, em 19 demarço, com a presença de 9 vocacionados. Na cidade deAlpinópolis-MG ocorreu o II Despertar Vocacional, com 120 jo-vens (moças e rapazes), tendo também participado do encontroas Irmãs FNSSC, as Irmãs do Divino Zelo e os padres secularesda paróquia anfitriã. No dia 21 de abril, em Campinas, houveoutro encontro vocacional do Setor Campinas-Pirassununga coma presença de 9 jovens. Diversas outras atividades estão previstasem várias regiões. Comentário da Redação: Conversei com oFrater Lucemir a respeito das atividades da Pastoral

Notícias da Província de São PauloVocacional. Ainda não foi mensurada a resposta de umDespertar Vocacional. O resultado acaba sendo diluido naprocura pelos participantes do evento por atividades mi-nisteriais para leigos nas paróquias ou na busca da vidaconsagrada, não necessariamente MSC, pois outras insti-tuições religiosas também comparecem aos encontros doDespertar Vocacional. Boa parte dos jovens que partici-pam não sente de pronto o despertar da vocação. É bemprovável que algumas vocações se manifestem mais tarde.

São José - Guardião do Menino e de SuaMãe santíssima

Este santo, tão querido por todos nós,foi bastante festejado na Capela São Josédo Externato da Vila Formosa, em 17 demarço. São José, ainda bem jovem, comseus prováveis 25 anos de idade, com aqual os homens em geral se casavam emIsrael, após passar pelo grande dilema,relatado em Mateus 1, 18-24, foi encarre-gado da excelsa missão de ser o guardiãodo Filho de Deus e também de sua MãeSantíssima, missão da qual soube se de-sempenhar tão bem, apesar de todas as

ameaças que recaíram sobre o Menino. Já no próprio dia 19 demarço, foi a vez de uma festividade ímpar, em Campinas, na Igrejade São José, com impressionante participação dos fiéis.

Conselho de Colégios

Foram definidas algumas comissões, com as quais se buscacorresponder à importante realidade educacional dos nossos dias.São as seguintes as comissões: Pedagógica (Pe. Tarcísio); Identida-de MSC (Pes. Bertasi e Humberto); Marketing (Pe. Air), Admi-nistrativo-financeira (Pe. Godofredo e Lasinho). O Conselho temcomo presidente o Pe. Mauro Sérgio de Souza e secretário oFrater Lucemir Alves Ribeiro. Outras medidas foram tomadas,entre as quais a criação de um Portal único para todos os colégios,o levantamento e a concessão de bolsas visando à filantropia.

Jubilares

O dia 2 de fevereiro de 2007 marcou data importante para aProvíncia que comemorou o tempo de vida religiosa de váriosdos seus membros. Os padres João Crisóstomo Neto e JoséMaria Pinto completaram 60 anos de consagração. Seus Jubileusde Ouro Sacerdotal já haviam sido celebrados em 2003. O Ir.Antonio festejou seus 30 anos de profissão religiosa e os padresTarcísio Pereira Machado, Eugênio Luís de Barros e IvoTrevisol comemoraram seus 25 anos de vida consagrada. NR -Nesta oportunidade, a Associação dos Ex-Alunos cumpri-menta e parabeniza a cada um dos jubilares.

Home PageAs comunicações da Congregação, a partir de cada Província,

terão uma página (“Site”) atualizada na Internet, com notícias,fotos, artigos, acontecimentos relevantes, a realidade de cada paísonde a Congregação se faz presente. O Pe. Air José de Men-

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Notícias da Província de São Paulodonça foi indicado pela Província de São Paulo para essa atuali-zação. Dará continuidade ao trabalho desenvolvido nesse sentidopelo Pe. Rosário Martins de Azevedo que vem desempenhan-do também os cargos de ecônomo e secretário provincial. Apropósito, segue a página da Província na Internet:www.msc.com.br

TV Século 21

A Província está participando da programação da TV Século21, com a colaboração do Pe. Air José de Mendonça. Um pro-grama próprio sempre vai ao ar aos sábados às 18:30hs, sob otítulo “BOAS NOTÍCIAS”, o qual às vezes é reprisado em ou-tros dias em outros horários.

Presença da Província de São Pauloem outros países

Como já é do conhecimento dos Ex-Alunos, a Província deSão Paulo tem a Missão do Eqüador, com vários MSC traba-lhando por lá. Já se cogitou na presença da Província também emalgum país da África (Ver Inter-Ex no. 104, março-2007, pág. 5 -Encontro MSC-NE) Presentemente está ocorrendo uma cola-boração “de vento em popa” com a Província da Espanha namissão do Paraguai. No fim de fevereiro, retornou do Paraguai oPe. Mauro Sérgio de Souza, que volta ao seu trabalho emPirassununga. Seguiu recentemente para o país o Pe. Luis CarlosA. Moraes, oferecendo sua colaboração em nome da Provínciade São Paulo.

Novos Superiores e novo Conselheiro

O Conselho Provincial fez as seguintesnomeações: Sul de Minas: Padres JoãoJosé de Almeida e Gilberto GonçalvesPinto, respectivamente Superior e vice-Superior. Vila Formosa: Padres ManoelFerreira dos Santos Júnior e EdvaldoRosa de Mendonça, para Superior e vice-Superior. Ponte Pequena: Padres Rosá-

rio Martins de Azevedo e Milton Tassoni, respectivamente Su-perior e vice-Superior. Em substituição ao Pe. Luís Carlos A.Moraes, que seguirá em breve para seu novo posto na Casa Geral,foi eleito novo membro do Conselho Provincial, o Pe. ValdecirSoares, 44 anos, natural de Cedral, Maranhão.

Maranhão

1 – Seminário - No bairro do Tirical está o Seminário. O Pe.Valdecir, com o apoio do Pe. João Crisóstomo, conduz oPostulantado com dez seminaristas, que além de estudarem, fa-zem estágio, trabalham na Casa e ajudam nas pastorais de fim desemana. Estão também aprendendo a língua brasileira de sinais(LIBRAS), com a ajuda de deficientes auditivos. 2 - Missão emPacas - Os Pes. Domingo Higino e Nelson R. de Andrade,ex-Marmelópolis, têm 61 comunidades para atender. É uma vas-ta área de missão, um verdadeiro desafio missionário. Precisamde uma casa para morar, a atual é precária. Há felizmente impor-tante apoio de Dom Ricardo P. Paglia. Lá se faz churrasco de

rabo de cutia (NR: variante de “cotia”) que fez o ecônomo,Pe. Rosário, passar por momentos de desconforto.Mas foi salvoa tempo com muita água de coco. Há também o delicioso pãofeito pelo Pe. Nelson. NR - O Ex-Aluno que quiser contribuircom a Missão em Pacas, poderá fazê-lo através da C/C15.480-6, Banco do Brasil - Agência 1200.

Encontro do Setor Nordeste

Houve importante reunião em Crato-CE, presentes 14 confra-des, entre os quais o Provincial, Pe. Ângelo Cortez, acompanhadodo Pe. Rosário, o Superior da Secção Italiana, Pe. Fernando Cabrale Dom Fernando Panico. Entre os vários temas discutidos e noespírito de partilha presente entre os participantes, sobressaiu a im-portância de uma sinergia entre as Províncias, com vistas ao bemcomum e a um melhor acolhimento das vocações MSC, tema a serdebatido com o Pe. Geral em julho. Juazeiro do Norte: Foi ressal-tada a aguçada visão do lendário Pe. Cícero e do seu antecessorPe. Ibiapina, quanto à ecologia, como hoje conceituada e em rela-ção às relações sociais. NR - Interessante a nota inserida nasComunicações sobre o processo de reabilitação do PadinCícero, levada a sério pelo MSC Dom Fernando, e que par-tiu de um pedido do Cardeal Ratzinger, então Prefeito daSagrada Congregação para a Doutrina da Fé.

Área Pastoral de Itaitinga

Nessa área São três os missionários, o Pe. Walter Licklederer,superior local, e os Pes. Alfredo Niedermaier e TomasKundzicz, este útimo ordenado sacerdote em 8.12.02 na Polônia.Dentre as numerosas atividades, ressaltam-se as seguintes: Ciran-

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da-Cirandinha: Espaço, alimentação, formação e carinho paramuitas crianças sob a batuta do Pe. Walter. As Rendeiras: oresgate da cultura e da arte que traz como resultado um impor-tante aumento da renda das famílias das rendeiras. O Pão nossode cada dia: Ao lado de uma creche fica uma padaria comunitá-ria, também colaborando com o orçamento familiar dos coope-rados. O Nem só de pão vive o homem é um trabalho extraor-dinário do Pe. Alfredo, com a farmácia natural. Sensibilidade dequem pensa as feridas do povo. Tudo vem da riqueza das plantase é acompanhado por especialistas da área. Tudo muito sério eeficiente. E, enfim, Eu sou o Caminho: pensando nos caminho-neiros, o Pe. Alfredo e alguns amigos montaram num Posto deCombustíveis um espaço para atender os caminhoneiros que tra-fegam pela BR 116. Estes podem prosseguir viagem com o co-ração em paz e trilhando o “Caminho” certo.

Paróquia de Aerolândia

Os Pes. Antônio Alves de Sousa e João Helder estão à frentedessa paróquia N.Sra. do Sagrado Coração em Fortaleza. Dãoprosseguimento aos trabalhos dos antecessores e vêm conquis-tando novos espaços com as novas pastorais e movimentos e aassistência às comunidades da periferia. Desenvolvem trabalhocom os jovens que buscam o ensino superior. Trabalham tam-bém com a chamada “melhor idade”. O pároco Pe. Antônio,que atuou quase 3 anos no Eqüador, além de integrar a coorde-nação local da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) estácursando psicologia. E o Pe. João Helder, além de intensa ativi-dade, assumiu como Capelão num hospital e ainda cuida dasfinanças da paróquia.

Santa Margarida Maria Alacoque(*1647 †1690)

Surge uma nova comunidade na pa-róquia N. Sra. da Soledade, Itajubá-MG,por iniciativa do Pe. Agenor Possa, pró-xima da comunidade N. Sra. do Perpé-tuo Socorro e também do bairro deAnhumas. Como assinalado nas Comu-nicações, será a primeira comunidadeem louvor a Santa Margarida Maria, pa-droeira dos MSC, na Província de SãoPaulo. (Ver NR 4)

Notícias da Província de São PauloPe. Chevalier - Processo de beatificação

O Pe. Raymond Dossmann, nomea-do Postulador Especial da causa de beati-ficação, em março de 2002, enviou carta acada Província da Congregação. Resumi-damente destacamos alguns pontos: (a)Andamento: a causa está em curso, mes-mo levando em conta que o Fundadorviveu há bastante tempo, o que dificulta aslongas e minuciosas investigações. Um do-cumento inicial sobre o assunto, submeti-do a um dos membros da Congregação

vaticana para a Causa dos Santos, foi considerado “muito bemelaborado”. (b) Subsídios: são solicitados mais subsídios queevidenciem a “fama sanctitatis” do Pe. Chevalier, sendo impor-tantes quaisquer documentos que mostrem que o Fundador éhoje lembrado mais do que em outros tempos. Cada Provínciaprecisa fazer uma lista dos documentos, pinturas, imagens, está-tuas, celebrações comemorativas, grupos de estudos, conferênci-as, testemunhos de graças recebidas a partir de sua intercessão (hádiversas cartas nesse sentido) e também mencionar as celebraçõesdo seu centenário de morte, das mais simples às mais solenes. (c)Países: em 21 países o nome” Chevalier” é usado como denomi-nação de 30 instituições (seminários menores e maiores, comuni-dades, etc.) e 6 ruas que levam seu nome, entre elas uma emIssoudun e outra em Roma. (d) Advertência: qualquer veneraçãopública que possa induzir pessoas a pensarem que o Pe. Chevalierjá foi beatificado está terminantemente proibida e pode ser fatalpara a causa. Um exemplo disso seria dar destaque à pessoa doPe. Chevalier, ao lado de pessoas beatificadas ou canonizadas.

Antigo Mestres

Além das notícias dos Pes. João Crisóstomo Neto e JoséMaria Pinto, que festejaram 60 anos de vida consagrada, infor-mamos também que o Pe. Francisco Janssen, que caminha in-trépido à frente da Pequena Obra, escreveu mais um livro: Ora-ções do Coração, uma bela coletânea de orações. (Tels.: (19) 3272-5353/6268) E algo mais está por vir. O Pe. Janssen, que já com-pletou em janeiro veneráveis 94 anos, está na Holanda em mere-cidas férias. Na volta, irá celebrar em setembro seus abençoados70 anos de sacerdócio. (NR-Setenta, mesmo!)

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Notícias da Província de São PauloCuidando da Saúde

Padres Arlindo e Vitório

O Pe. Arlindo Giacomelli passou por 35 sessões de ra-dioterapia na cidade de Taubaté, indo e voltando todo dia.Depois disso está bem melhor. Alimenta-se somente de lí-quidos. Emagraceu, sente-se melhor. Suas pernas ficaram maiságeis. Já voltou à luta visitando as comunidades rurais pilo-tando sua Toyota. NR - Desejo lembrar que o Pe. Arlindo é cida-dão mineiro, por outorga da Assembléia Legislativa de Minas Gerais,de 16 de maio de 2005.

O Pe. Vitório de Almeida também esteve cuidando da saú-de. Passou por uma “turbulência” cardíaca. Foi internado paraexames. Enfrentou momentos difíceis. Mas agora a situação estásob controle, conforme Comunicações de março-abril. O Pe.Vitóriofoi ordenado em 1953. Seu Jubileu de Ouro sacerdotal foi cele-brado em 2003 com muita festa e demonstração de carinho pelopovo de Alfenas.

Visita do Pe. Geral

Chegará ao Brasil, em fins de junho, o Superior Geral da Con-gregação, Pe. Mark Mc Donald. Deverá visitar as Casas doNordeste, orientar o retiro provincial e seguir para São Gabrielda Cachoeira-AM, onde está a missão do Amazonas. Retorna aSão Paulo e segue depois para Quito, no Eqüador.

Acabou a Sociedade?

Os Estatutos da Província de São Paulo definiam a entidadecomo uma Sociedade. Com a vigência do novo Código Civil,foram feitas alterações. Tudo foi aprovado pelo conselho pro-vincial e registrado. Para espanto dos religiosos, novo decretofederal levou a uma remexida nos Estatutos. Agora a Sociedadepassou a ser uma Associação. Portanto a entidade jurídica religiosaserá denominada Associação Instituto Missionário, e os “confra-des” serão associados e não mais sócios.

NOTAS DA REDAÇÃO

NR 1 - Minha fonte principal foram as Comunicações no. 587e 588 (jan-fev-mar-abr-2007) da Província de São Paulo. Even-tual reprodução parcial dos temas tratados significa manter fi-delidade a conceitos contidos no texto original. As notícias se-guem a ordem de data das Comunicações. Procuro tambémtraduzir as intensas atividades da vida missionária.

NR. 2 - “Sacerdote segundo a ordem de Melquisedec”. Oapóstolo São Paulo, ao realçar o sacerdócio de Cristo, do qualse reveste o sacramento da ordem, fundamenta-se no Salmo110,4, cujo texto atribui ao Messias um sacerdócio eterno,em substituição ao sacerdócio levítico, regido pela lei antiga eportanto inferior (Cf. notas explicativas da Biblía de Jerusalém,Edições Paulinas, 1981, pg. 1563, letra “z”). Melquisedec erarei de Salém, sacerdote de Deus Altíssimo. E o seu nome signi-fica, em primeiro lugar, “Rei de Justiça”; e depois, “Rei deSalém”, o que quer dizer “Rei da Paz”. Hebreus 7, 1 e 2.

NR 3 - Marmelópolis, pequeno município do Sul de Minas.Era uma vez uma cidade serrana chamada Itajubá ou Itagibá,fundada em 1703 por desbravadores em busca de ouro epedrarias. Parte dos habitantes, incentivados por um padre denome Lourenço da Costa Moreira, saiu à procura de um outrolocal, sem o forte frio da serra, para fundar uma nova cidade.Esta começou com um pequeno povoado, passou a “vila” emais tarde, meados do Séc. XVIII, recebeu o nome de Itajubá,atual município conhecido dos Ex-Alunos. Bom ! E daí? Aantiga cidade, Itagibá, acabou sendo identificada popularmentecomo Itajubá velho, mas oficialmente a denominação passou aser “Delfim Moreira”, em homenagem a Delfim Moreira daCosta Ribeiro (1868-1920), Presidente da República. Todavia,uma parte do município de Delfim Moreira já vinha destacan-do-se com o plantio e produção de marmelo. Essa região, co-nhecida por Queimada, criou coragem e também passou a rei-vindicar, com êxito, sua independência. O desmembramentose deu em 1962, surgindo assim o município e a cidade deMarmelópolis. São aproximadamente 3.300 habitantes. Altitu-de de 1.220 a 2.430m, mais alta que Campos do Jordão. Muitaplantação de marmelo. Ecoturismo forte na região.

NR 4 - Foi à santa Margarida Maria que Jesus pediu, em1673, na festa de S. João evangelista, que reparasse com a co-munhão eucarística as ofensas recebidas dos homens. Outropedido feito pelo divino Mestre, em junho de 1675, foi paraser honrado, numa festa especial, na primeira sexta-feira de cadamês, também com a comunhão eucarística e a reparação dasofensas. Incompreendida pela superiora do Mosteiro da Visitaçãoe pelos doutores, poucos espirituais, que a trataram como visi-onária, encontrou mais tarde no padre Claude de la Colombière,superior dos jesuitas de Paray, mais tarde beatificado, apoiopara tornar públicos os pedidos do Sagrado Coração. A pri-meira festa do Sagrado Coração foi celebrada em 21 de junhode 1686, no mosteiro da Visitação de Paray-le-Monial, emAutum, sudoeste da França. Margarida Maria foi canonizadaem 1920. Sua festa celebra-se no dia 16 de outubro. (In OsSantos do Calendário Romano - Enzo Lodi – tradução daeditora Paulus, 2001).

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PIRASSUNUNGA - 25 E 26 DE AGOSTO DE 200725/08/07-Sábado

09:00h - Recepção de Ex-Alunos e Familiares na

entrada do colégio Kennedy.10:30h - Visita ao Cemitério dos Religiosos12:30h - Peixada na Cachoeira das Emas

- descanso.18:00h - Reunião dos Ex-Alunos no COLORADO

- Oração inicial - Apresentação dos novos Ex-Alunos - Assuntos da Diretoria - Eleições para o triênio 2008/09 e /10 - Hino da ASSOCIAÇÃO - Oração final

18:00h - Bingo para os acompanhantes e ex-alunos20:00h - lanche por conta da associação22:00h - Descanso

26/08/06– Domingo Sítio São José do Barrocão

08:00h -Café tradicional09:30h -Missa na Capela10:30h -Foto geral na escadaria do casarão12:00h -Churrasco com buffet.

-Oração inicial-Aperitivo com tira-gosto

16:00h - Sorteio de brindes - Despedida

Hospedagem

O sítio oferece condições excepcionais de pernoi-te para 59 pessoas com as seguintes acomodações:

No barracão: 1 quarto p/ 1 pessoa 2 quartos p/ 4 pessoas cada 13 quartos p/ 3 pessoas cadaObs: Sanitários externos No casarão: 2 quartos p/ 4 pessoas cada 1 quarto p/ 3 pessoas (suíte)

- Para estadía , excedente aos 2 dias do Encon-

tro, aconselhamos os interessados que se comuni-quem com o responsável pelo sítio, Pe Mauro, tel:(19) 3561-5733, para a devida permissão. Não se esqueçam de levar os apetrechos de cozinha, bemcomo roupa de cama e cobertores, pois as madruga-das são frias.

- A partir das 9h de domingo até o final da festa, acozinha do sítio será de uso exclusivo dos cozinhei-ros , não sendo permitida a permanência de estra-nhos às atividades dos mesmos. As exceções serãoresolvidas pelo Renato Pavão.

Os quartos deverão ser ocupadosintegralmente,não podendo ser

exclusividade de alguns, para facilitar aprovisão de material e evitar medidas

futuras mais sérias.

- Para hospedar em hotéis, damos aqui algumasopções de nossa escolha:

Pousada Rosim Tel: (19) 3561-3910 (Bom)

Hotel Columbia PalaceTel: (19) 3561-3929 (Muito bom)

Hotel MunicipalTel: (19) 3561-1786 (Regular) Obs:- Faça a sua reserva o quanto antes. - Respeitados os horários do programa, todo tem-

po é livre para você dispor dele como quiser.- A recepção será feita pelos diretores com

cafezinho e bolachas- Será cobrada uma taxa de participação de 10,00

por pessoa, menos para os menores de 7 anos.- O almoço de sábado, o churrasco e as bebi-

das serão por conta dos participantes.- Cada um preencherá sua ficha cadastral e assina-

rá a lista de presença da Assembléia das eleições. - O sorteio de brindes será só para os presentes

cadastrados na chegada É muito importante que cada umleve alguma prenda ou brinde para o

sorteio de despedida.