Antropologia trabalho final

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3 1. Introdução O presente trabalho ira abordar aspectos relacionados com ritos de Morte muito concretamente falaremos da morte e o culto dos mortos segundo a tradicao Sena e Ndau onde focalizaremos a morte de uma pessoa adulta (pai ou mae) responsavel da familia. A morte tem sempre uma causa mesmo que se tenha atingido uma idade muito avancada de 200 anos, nao ha demorrer porque viveu 200 anos. A qualquer coisa que leva a vida. A consciência da morte é uma das marcas características da humanidade. Sabese que as primeiras materializações que permitem acompanhar o processo de diferenciação humana são marcas da presença específica de homens em um território. A morte nao é simplesmente um acontecimento da vida mas ha uma coisa. Por isso sempre se procura a causa da morte. Depois da morte, se a pessoa foi de facto alguem importante, um chefe que viveu as tradicoes, viveu bem casado, reconciliou os membros da familia quando havia momentos dificeis, teve muitos filhos dependendo das suas forcas, teve duas ou quatro mulheres que viveram bem e em paz, essa passoa que tem estas virtudes quando morrewr, entao logo existe o processo de chamar defunto.

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1. Introdução

O presente trabalho ira abordar aspectos relacionados com ritos de Morte muito concretamente

falaremos da morte e o culto dos mortos segundo a tradicao Sena e Ndau onde focalizaremos a

morte de uma pessoa adulta (pai ou mae) responsavel da familia.

A morte tem sempre uma causa mesmo que se tenha atingido uma idade muito avancada de 200

anos, nao ha demorrer porque viveu 200 anos. A qualquer coisa que leva a vida.

A consciência da morte é uma das marcas características da humanidade. Sabese que as

primeiras materializações que permitem acompanhar o processo de diferenciação humana são

marcas da presença específica de homens em um território.

A morte nao é simplesmente um acontecimento da vida mas ha uma coisa. Por isso sempre se

procura a causa da morte. Depois da morte, se a pessoa foi de facto alguem importante, um chefe

que viveu as tradicoes, viveu bem casado, reconciliou os membros da familia quando havia

momentos dificeis, teve muitos filhos dependendo das suas forcas, teve duas ou quatro mulheres

que viveram bem e em paz, essa passoa que tem estas virtudes quando morrewr, entao logo

existe o processo de chamar defunto.

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2. Objectivos:

Objectivo Geral:

Compreender a morte e o culto dos mortos na tradicao Sena e Ndau;

Objectivos especificos:

Analisar a morte e o culto dos mortos segundo a etnia Sena

Analisar a morte e o culto dos mortos segundo a etnia Ndau

Identificar o tipo de cultos realizados por estas culturas

Analisar o comportamento das culturas Ndau e sena em caso de morte de um familia

adulta (pai ou mae)

Estudar o o comportamento e seus habitos culturais em caso de morte de um familia

adulta

3. Metodologia

Para efectivacao do presente trabalho, foi feita a consulta bibliografica e em algus artigos de

internet bem como algumas entrevistas a alguns cidadaos da etnia Sena e Ndau residentes nesta

cidade

4. Fundamentaçao Teórica

Para Lima-Mesquitela, Mar tinez e Lopes-Filho (1991), são funções dos ritos manter a cultura

integrada e estabelecer ligações com o passado dos indivíduos envolvidos, para que eles possam

reviver determinadas experiências já vividas por seus antepassados.

O rito funciona como um conjunto de regras estabelecidas pelo culto, sendo esse último a

expressão coletiva de adoração e veneração de uma divindade (LIMAMESQUITELA, 1991,

p.141)

Morte é o fim da vida, interrupção definitiva da vida humana, animal e vegetal

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5. A morte e o curto dos mortes segundo os Senas

5.1 Antepassados

Para os senas, antepassados são todos aqueles que fazem parte do “Ntupo” e que em vida

procuraram conhecer as leis, a educação dos filhos e/ou dos netos, os ritos de iniciação, os ritos

funebres e também tiveram boas obras. Os feiticeiros, devido aos seus comportamento, estão

longe da esperança de se tornar antepassados. Uma mulher pode se tornar antipassado. Ela pode

ser imvocada em sircustância importantes, mediante o sacrifício que se faz na família a que

pertence.

5.2 A Doença

Quando o mais velho da casa estiver doente toda família e convocada para um encontro.

Afinalidade deste encontro é de procurar através de curandeiro, a causa da doença . e para que

este asunto não passe de ouvidos de muitos, escolhe-se dentro da família duas ou três pessoas

idosos da família que vão tratar da questão. Se for a esposa que estiver doente, também é

solisitada a sua família, sobre tudo os sogros para em conjunto encontrarem a possível saida.

5.3 Despedida

É natural como em tantas outras culturas a despedida de um pai ou duma mãe ou ainda dum

menbro da família com os seus parentes. Para os sena esta atitude ee frequente quando se trata do

mais velho da casa (pai ou mãe). Normalmente, um pai ou uma mãe qundo sente que esta nos

ultimos dias de vida, chama para junto de si todos os filhos para lhes comunicar as suas últimas

palavras se este pai ou esta mãe tinha muitos bens, entrega ao filho mais venho e confiado. Este

por sua vez vai partilhar com os outros. E quando tiver filhos que ainda não casaram, o dinheiro

deixado sob a responsabilidade do filho mais velho servir-lhes-á para o lobolo. E quando se

duvida da honestidade do tal filho mais velho, o pai ou a mãe distribui os bens por todos os

filhos. E desta maneira, cada qual administra o que recebeu de acordo com as recomendações

dadas pelo pai ou pela mãe.

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5.4 A morte

Quando alguém da família morre, faz-se uma comunicação do acontecimento aos vizinhos bem

como aos de mais familiares. Para os vizinhos ela é feita através de choros “kulira” em casa do

falecido e para os familiares dispersos e por meio de crianças ou outras pessoas que se mandam

com o recado. A pessoa que vai a informação do sucedido, ao chegar perto da casa não entra

imediatamente no quintal, mas chama de fora por alguém ou simplesmente mantem-se de pé.

Assim, os donos da casa apercebem logo de que trata-se duma situação de tristeza.

Depois de reunida toda a família, procura-se saber da pessoa voluntária que tanto pode ser da

família como não, que prestou os primeiros cuidados ao morto, pois esta pessoa já idosa, tem a

responsabilidade de coordenar e tentar todo o processo para o interro. A esta pessoa, os Sena dão

o nome de “Nyarumbi” é o Nyarumbi que se introduz dentro da casa para tirar a medida para a

prepação do caixão “Baulo” é também ele que, acompanhado do membro da família, vai ao

cemitério “Masiye”, para demarcar a cova que os outros ficam a fazer. Mas antes de tudo faz-se

uma pequena serimónia de pedido de lugar preferido pela família ou indicado por quem de

direito. O banho com água morna ao morto, a questão de vestir, a colocação do corpo no caixão é

ainda trabalho de Nyarumbi.

5.5 Saída para o cemitério

A saida para o cemitério “masiye” é feita pela porta principal ou outra se é que existe. E antes de

sair do quintal, dão volta a casa em sinal de despedida com o falecido. O Nyarumbi sempre fica

na parte superior do caixão. Chegados ao cemitério, antes de mais nada, faz-se uma sacrifício

com o tabaco ou farinha branca, pedindo aos antepassados que recebam o outro. Esta cerimónia é

feita por uma pessoa idosa da família em baixo duma árvore com as segintes palavras:

-Imwe akulo muli muno, ife tabwera na ndzanu uyu adasiya dziko ino mbadza kuna imwe.

Mphapo ntambireni mbamukhala naye pabodzi. E por fim todos batem palmas “cibobo”...

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5.6 O enterro

A primeira pessoa que entra na cova é a tal Nyarumbi, segundo depois os outros. O Nyarumbi

recebe o caixão pela parte superior enquanto que os outros o recebem pela parte inferior.

Terminada esta parte do enterro, todos dirigem-se para a casa do falecido. Passados três dias pelo

menos ou no dia seguinte, denovo voltam ao cemitério para ver se algo estranho aconteceu no

tumulo.

5.7 Depois do enterro

Para a protecção dos membros da família, aranja-se um medicamento ou pagam numa galinha e

matam-na. Depois de preparada, todos os membros da família deve comer dela. E se durante o

falecimento um dos membros não esteve presente, guarda se um pedaço de “mbhalakaso” para

que comendo, ele possa também ter a protecção.

5.8 Lei ou Mukho

A família enlutada permanece em casa do falecido num período de 7 dias ou mais e todas as

noites faz-se uma fogueira. Durante este período, canta-se, dança-se, come-se, bebe-se de tudo

que o falecido deixou e observa-se rigorosamente toda família abstinência sexual. O membro da

família que violar, deverá confessar-se no 7o dia porque é o dia em que terminam estas

cerimónias, ficando apenas a aguardar as de tirar o luto. E nessa altura, se procura o Nyanga.

5.9 Como levar o espírito do antepassado para casa

Segundo a tradição Sena, quando o eleigido que é de trazer o espérito do antepassado a casa. E

para tal, toda família se reuine, prepara-se uma bebida que naturalmente que o defunto referia e

procura-se em “Mkhopswe” ou idoso da família se for o caso dum pai diz-se: hoje estamos aqui

reunidos na vossa casa é esta, bebida “Bwadwa” e comida preferida esta aqui o tabaco este, ...

6. A morte e o curto dos mortes segundo os Ndau

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6.1 Antepassados

Os Ndaus, antepassados são todos aqueles que fazem parte do “Mutupo” na própria lingua e que

em vida procuraram conhecer e viver as leis, os encinamentos, os ritos de iniciação, os ritos

funebres e também tinha boas obras. Os feiticeiros, pela sua acção na sociedade, estão longe da

esperança para se tornarem antepassados. Uma mulher pode tornar-se antepassado. Os Ndaus

sustentam a ideia de que o lobolo é também condições escelencial para uma mulher se tornar

antepassado. Ela pode ser invocado nas circunstância importantes, mediante sacrifício que se faz

na família a que pertensem. O corpo do falecido/a colocado num bonde ou esteira “caixão” sobre

o lado esquerdo e a palma virada a cabeça, também ee condições para que estes se tornem

antepassado.

6.2 A Doença

Quando o mais velho da casa encontrasse gravemente doente, toda família se reune para procurar

a causa da doença. Se for caso duma mulher é a mesma coisa so que há um sinal que

normalmente se faz para continuar seus familiares,... um símbolo típico desta cultura para

informar a outra parte de que a vossa filha esta doente. A casos em que esta comunicação é feita

de forma simples e sem nenhum gesto especial.

6.3 Despedida

O doente chama toda família, ou seus filhos para que divide por todos. E se tiver filhos que ainda

não casaram, deixa também o dinheiro que lhes servira para o lobolo.

6.4 A morte

A morte do membro da família, todas as crianças de doze anos para baixo, são transferido para

uma outra casa. Estas não podem ver o corpo do defunto com o receio de que andará assustados

e sonhando mal nas noites. A Comunicada dessa morte é feita por meio de choros ou “mphere”.

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Baba wangu wee ou mai wangu wee, ee a maneira de chorar dos ndau quando morre o pai ou a

mãe. É através destes choros que a vizinhança se informa do acontecimento. No caso de

familiares que vivem longe, são os jovns (vafana) que levam a informação a diferentes lugares.

Depois o morto é embalsamado pelos familiares e colocabdo numa esteira dentro da casa. Nas

noites, ficam presente todas as pessoas adultas da família, os vizinhos e quatro amigas do

defunto. As mulheres ficam dentro do quarto deitadas ao lado do corpo do falecido chorando. A

maneira desorganizada de se deitar semboliza a tristeza. No dia seguinte os homens preocupam-

se em fazer o caixão ou o “Bonde” e outros vão ao semitério fazer a cova. Mas antes, escolhe-se

uma pessoa da família ou o primogénito para indicar o lugar. Dado esse passo segue uma

pequena cerimónia que é feita no cemitério “kupsipa”. Os que preparam a cova e o resto so

chamados “mabongo”. A escolha do cemitério ou “psipa” é de acordo com a linhagem da

família.

6.5 Mutango-cerimónia para o enterro

Para o enterro procura se na família um sobrinho se for homem e uma sobrinha quando for uma

mulher que morreu para dar banho, vestir e fazer todo o tratamento necessário. A água com que

se da o banho é sempre morna e a roupa é aquela que o falecido sempre gostava, o caixão ou

“bonde” é preparado normalmente de esteira, amarado com um pano brancopor baixo, no meio e

por cima. Segundo o costume dos ndau, as crianças, mulheres que amamentam ou que estão de

gravidas, não podem participar no enterro ou não são admitiadas. A saida do corpo para o

cemitéiro é pela porta principal ou pela outra. O corpo é colocado à porta para ser despedido

pelos familiares.

6.6 Despedida do corpo presente

Para esta despedida cada membro da família é obrigado a corta um pedaço de palha e deita-lo em

cima do caixõo ou “bonde” quando todos estiverem ja fora, carregam o corpo do falecido e

partem em silêncio em direção ao cemitério, os familiares que ficarem ficam a procurarem de

pessoas idosas e com experiência chamadas “madodas” para a prepação do medicamento

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“mudhemberembe” cujo o objectivo é de tratar os sobreviventes. Estes “madodas”, depois de

preparar tudo, aguardam pelo regresso de quantos tomaram parte do enterro. E a medida que vão

chegando, cada um é espergido nas mãos e nos pes e segudamente salta o fogo que se acende

para o efeito. Neste tyratamento é também para os membros da família que estão presentes e,

faz-se na entrada do quintal do falecido junto com os mabongo. Para os membros ausentes

guarda-se este medicamento para logo que chegarem e antes de comerem alguma coisa da casa,

são contados o acontecimento por meio duma cerimónia que consiste em chupar carvão

“Kumunya simbe”.

6.7 A cova e o seu prolongamento

A cova para o ndau é preparada em duas posições diferentes (verticalmente e horizontalmente).

Primeiro cava-se até uma certa profundidade é dai que cava-se lateralmente. Terminada esta

parte, coloca-se pedacos de estacas e um pouco de palha. Portanto, fica assim uma cova (quarto e

sala) e por ser no quarto que se dorme, logicamente que o caixão “Bande” é colocado no quarto.

A água com que da o banho ao morto também vai ao cemitério “kupsipa” e deitada no tumulo.

6.8 Depois do cemiterio abstenção

Ninguém da família é permitido manter relações conjugais, principalmente na casa do falecido/a

porque as suas coisas ainda estão la, por ex. Roupa, arco, arma, etc. Depois de 7 dias, a família

prepara bebida e mata um cabrito. Tudo isto é levado para um cruzamento de caminhos, onde

vai-se comer beber. Depois de tudo, parte-se o pote e as panelas no próprio local. Portanto é a

partir dai que o sobrinho leva essas coisas deixadas (roupa, arma,arco), amarra e pendura em

casa do falecido/a. E se deixou machamba, esta deve ser cultivada pelo menos duas vezes por

familiares. Isto para o ndau significa “tirar os pes do defunto”. O cabelo é cortado por este

sobrinho em sinal de luto por um conseguinte é feito sempre de pano branco que pode ser um

laço que se amarrano nos pés ou no braço ou ainda que põe no pescoço.

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6.9 Como levar o espírito do defunto Para casa

É levado para casa depois de se tirar o luto, e esta cerimónia de tirar o luto é feita em casa do

Nyanga e isso acontece passado um ano, tratando se dum adulto. No caso dencriança o período

determinado é de 6 ou 8 meses. É nessa cerimónia que o defunto toma a decisão para com as

suas coisas por intermédio do Nyamussoro.

6.10 Forma de levar o espírito do cemitério para casa

Depois de ter sido consultado o nyamussoro, a família do falecido prepara a festa que geralmente

segue passos propostos na consulta.

No dia marcado o sobrinho é que preside a serimónia mas na companhia dos familiares. Ele,

antes de se dirigir ao cemitério faz um peditório. Dai segue para o cemitério, levando com sigo

uma cabaça “dhesa” e um pano branco “dundi” quando chega no cemitério prepara com o

material ja referido, uma casinha com pauzinhos cobrindo o tumulo. Depois disso, todos

ajoelham-se e ele deita um pouco de bebida pronunciando estas palavras: “ pedimos a todos

antepassados que aqui residem para que nos acompanhem no acto que estamos a realizar, fulano

viemos te levar para a casa afim de nos defender, proteger a saúde das nossas crianças e ajudar-

nos em tido que necessitamos.

Concluida esta parte todos voltam para a casa do falecido mas o sobrinho caminha na dianteira

afim de trazer parajunto dos outros, a bebida que restou. Esta bebida é cionsumida na entrada da

povoação, com manifestações que consistem em espalhar mapira e milho., etc. Esta cerimónia

que é sacrifício pequeno, deve ser realizada anualmente sem grande perrigo em relação ao

sacrifício grande que requer o devido cuidado.

6.11 Nyamussoro:

É um homem dotado de conhecimento espirituais com os quais trabalham sem dar conta de si,

confiando apenas no seu ajudante que no fim dos seus actos, conta-lhe de sucedido. O próprio

nyamussoro diz a família do defunto o presumível autor da morte ao qual o espírito promete se

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vingar. Com a vinganca do espírito (kupfuka), o autor da morte procura pela família do defunto

para se proceder atraves duma reconciliação a indemnização. O defunto através do nyamussoro,

determina o valor a ser pago.

6.12 Como é que o espírito faz a vingança?

Ha casos em que a família do falecido pede informações ao nyamussoro para saber, como é que

o defunto poderá se vingar na família do autor da morte. O nyamussoro por sua vez entrega a

esta família, segundo o pedido, um medicamento tradicional chamado “punga-lume”. Depois de

ser entregue esta raiz, uma pessoa da família se dirige ao túmulo do falecido. Quando chega junta

ao tumulo, cocretamente na cabeca, esta pessoa deita um pouco deste medicamento invocando o

falecido dizendo: “ fulano, você conhece o autor da sua morte. Deite este punga-lume para poder

se vingar dessa família” e passado um tempo, comessa realmente a desgrassa na família do autor

da morte, isto é, kupfuka segundo o conceito ndau.

7. Breve análise

Fazendo uma comparacao com a actualidade principalmente no contexo urbano nota de que as

pessoas abandonaram por completo as suas tradicoes. Ora vejamos a situacao dos funerais

principalmente no cemiterio de Chissui os funerais quase que já não são feitos segiendo as

tradicoes.

a existencia de varias igrejas ee um motivo forte que desencoraja as pessoas a seguirem as suas

tradicoes.

Segundo JOAO Ainosse, pastor da Igreja Velha Apostolica de

Moçambique toda cerimonia que é tratada segundo normas da igreja,

ela torna se mais facilitada porque a segundo ele a sua igreja bem como

outras igrejas ensinam que a morte acontece segundo a vontade de

Deus e não do homem. Afirmou ainda que em caso de morte apenas faz

se uma cerimonia de oracoes para pedir a Deus que perdoe a alma do

falecido e poder consolar a familia enlutada e depois de tudo faz se a

ultima cerimonia de oracoes pada disperssar a familia e amigos.

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8. Reultados das entrevistas

De acordo com Floriana Jamanhane da etnia Sena respondendo as nossas questoes explica

Recebendo a noticia do desaparecimento fisico do malogrado surge o aparecimento de

familiares, vizinhos e amigos a casa inlutada a fim de prestar as suas condelencias.

A responsabilidade do tratamento do corpo do defunto e assumido por um vizinho muito

proximo a familia, a escolha desta personagem e feita com base no genero. Ex: defunto homem e

tratado por um homem.

A pessoa escolhida para o tratamento do corpo, quando chega a casa inlutada nao pode pedir

licença, apenas chega entra cospe em algum bem que ele queira adquirir para si e leva para sua

posse. Desde entao todos saberam que e a responsavel pelo corpo do defunto.

Procedem com o entero e as pessoas dispersam-se. Seti dias depois decorrem a cerimónia do

setimo dia.

Na cerimonia de um mes, feita um mes apos o enterro a familia, vizinhos e amigos reunem-se

para a decisao do cerimonial da purificacao da casa.

Esta purificacao e denominada pitakufa que consiste em manter relacoes sexuais com o parceiro

do falecido.

A pessoa escolhida para fazer este ritual e paga monitariamente, antigamente so familiares

directos do malogrado e que podiam fazer este ritual com a viuva(o), porem com o decorrer do

tempo, actulmente pode ser um vizinho ou amigo.

Se for feita a cerimonia por uma ansiam da casa depois de pitakufa tem de casar com a pessoa

que esta a pitakufar. Este ritual e feito em 6 dias, mais as relacoes sexuais sao feitas em dias

intercalados, 3 dias sim e 3 nao.

Durante este periodo de 6 dias nao pode extir movimento de pessoas estranhas na casa, e os

residentes nao podem sair e pedir coisas aos vizinhos como por exemplo fogo, sal...

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No setimo dia a familia e vizinhos aparecem trazendo tabaco, farinha e farelo, falando que

participou nesta cerimónia funebre comeu na casa e pitakufou.

Cada presente na casa pega um pouco de farinha e farelo poe na boca e fuma um pouco o

cigarro. Tambem Poe rape no nariz depois aspira.

Quem nao se faz presente nesta cerimónia enquanto paricipou do falecimento, nao pode comer

nesta casa e nem em um ambiente comum ate fazer a cerimónia.

O tratamento do corpo e feito por um familiar com base no genero. Da-se um bem simbolico a

pessoa que trata do corpo.

Apos o enterro nas cerimonisas do setimo dia procuram um conhecidor de raizes para purificar a

casa. Usam medicamento na comida, espalham na casa, nas roupas do defunto para afugentar o

espirito de morte.

O tipo de medicamento tradicional varia consuante o motivo da moarte do malogrado. A

viuva(o) durante esta cerimónia tem de mostrar a familia do malogrado todos os seus bens

existentes para a divisao.

Se necessario o medico tradicional chama o defunto para falar como e que deseja esta

distribuicao.

Apos este passo determinam o tempo de luto de acordo com seus criterios: 6 meses durante este

tempo a viuva(o) nao pode sair de casa a espera das cerimonias finais que consiste na retirada do

luto, utilizam de novo medicamentos tradicionais e chamam a familia para envocarem o defunto

para saber o que e necessario para tirar o luto. (Josina Maria da etnia Ndau)

9. Conclusao

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Apos realizacao deste trabalho, o grupo concuiu que Quando alguém da família morre, faz-se

uma comunicação do acontecimento aos vizinhos bem como aos de mais familiares.

Ninguém da família é permitido manter relações conjugais, principalmente na casa do falecido/a

porque as suas coisas ainda estão lá, por ex. Roupa, arco, arma. Depois de 7 dias, a família

prepara bebida e mata um cabrito. Tudo isto é levado para um cruzamento de caminhos, onde

vai-se comer beber. Depois de tudo, parte-se o pote e as panelas no próprio local.

Durante a processo de preparacao funebre, no processo de despedida cada membro da família é

obrigado a cortar um pedaço de palha e deita-lo em cima do caixão ou “bonde” quando todos

estiverem ja fora, carregam o corpo do falecido e partem em silêncio em direção ao cemitério, os

familiares que ficarem ficam a procurarem de pessoas idosas e com experiência chamadas

“madodas” para a prepação do medicamento “mudhemberembe” cujo o objectivo é de tratar os

sobreviventes.

Faz se uma cerimonia mediante a consulta ao nyamussoro, para de seguida a família do falecido

prepara a festa que geralmente segue passos propostos na consulta.

Há casos em que a família do falecido pede informações ao nyamussoro para saber, como é que

o defunto poderá se vingar na família do autor da morte.

10. Referências bibliográficas:

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MANUEL Joaquim, PEDRO, Zacarias e Virginia; Arquidiocese da Beira: fevereiro.1998.Meira

RODRIGUES, José Carlos: Constantes e variáveis significacionais nos Ritos e mitos associados

à morte

Fontes Orais:

1. Floriana Jamanhane de 40 anos de idade comerciante, Cel: 842055146 (residente no

bairro 1)

2. Josina Maria de 35 anos de idade, viuva, Cel: 823224634 residente na Beira

3. Joao Ainosse de 42 Anos de idade, Anciao da Igreja Velha Apostolica em Moçambique,

cel: 825738070 residente no Bairro Centro Hípico

4. Deolinda Alface, mais ou menos 85 anos, viuva e residente no Bairro Centro Hípico

5. José Vasco Josse de 50 Anos de idade residente no bairro Centro Hípico

11. Anexo

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Lista de perguntas efectuadas Perguntas:

1. Recebendo a noticia da morte dem pai ou mae, qual ee o procedimento que tradicao rege?

2. De quem ee a responsabilidade do tratamento do corpo do falecido ou da falecida?

3. Apos as cerimonias do funeral o quê que se faz de seguida?

4. Tem alguma exigencia Durante este periodo de 6 dias?

5. Apos todas cerimonias as pessoas se desperçam assim sem mais um tratamrnto?

6. Que tipo de medicamento ee usado nestas cerimonias?

7. A cerimonia de luto tem enquadramento na vossa tradicao?

8. Qual ee o seu nome e contacto?