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R. Ci. méd. biol., Salvador, v. 3, n. 2, p. 201-217, jul./dez. 2004 201 Ação protetora de enxaguatórios fluoretados sobre o esmalte: estudo in vitro Myria Conceição Cerqueira Félix 1 Roberto Paulo Correia de Araújo 2 Maria Thereza Barral Araújo 2 Max José Pimenta Lima 3 Resumo O íon fluoreto administrado em humanos através de diferentes veículos, é um elemento químico que se incorpora à rede cristalina do esmalte, tornando-se importante na manutenção da saúde dental. Esta afirmação está fundamentada na possibilidade deste fármaco, particularmente, na forma de fluoreto de sódio – NaF, intervir na dissolução desta estrutura biológica, reduzindo de forma satisfatória a perda de minerais e, conseqüentemente, contribuir para prevenir e controlar a cárie dental. Enquanto recurso preventivo, o flúor é uma alternativa farmacológica empregada em programas de saúde pública, dada à sua significativa eficácia e o baixo custo de aplicação. Visando subsidiar a literatura que trata da eficácia do fluoreto de sódio - NaF, veiculado através de colutórios, o presente estudo teve por objetivo determinar, in vitro, o grau de proteção do esmalte pelo íon fluoreto contido em seis enxaguatórios utilizados como recurso terapêutico de aplicação tópica, de uso freqüente e baixa concentração, após exposição experimental aos valores de pH 6.8, 6.5, 6.0m, 5.5, 5.0 e 4.5. As taxas do fosfato liberado do esmalte previamente tratado, expressas em mg/dL/20’, foram determinadas através de espectrofotometria, com base na técnica preconizada por Gomori e Baginski modificado (Doles Reagentes e Equipamentos para Laboratório Ltda.). Os resultados obtidos revelaram o poder protetor do fluoreto presente nos enxaguatórios avaliados. Os produtos industrializados, Refrescante Bucal Sorriso Herbal com Flúor (E 1 ) e Plax Enxaguante Bucal com Flúor (E 2 ), apresentaram os melhores resultados, cuja justificativa está na concentração do íon fluoreto presente, ou seja: 228 ppmF - e 227 ppmF - , respectivamente. Os demais colutórios com concentração de 226 ppmF - , revelaram semelhante poder protetor, muito embora apresentassem diferenças estatísticas significantes em relação aos produtos E 1 e E 2 . Esta constatação deveu-se, provavelmente, à concentração mais baixa do fluoreto. Frente ao desafio desmineralizante imposto pelo pH crítico – 5.5, o produto Oral B Enxaguatório com Flúor (E 6 = 226 ppmF - ) teve o desempenho mais próximo dos produtos E 1 e E 2 , muito embora apresentasse trajetória menos homogênea frente aos demais níveis de pH. É possível, a partir destes resultados, se afirmar que os enxaguatórios testados tiveram controle de qualidade adequado. Palavras-chave: Enxaguatórios fluoretados. Cárie dental. Prevenção. Fosfato. 1 Professora Assistente. Departamento de Saúde. Universidade Estadual de Feira de Santana 2 Professor Adjunto. Instituto de Ciências da Saúde. Universidade Federal da Bahia 3 Professor Assistente. Escola de Enfermagem. Universidade Católica de Salvador Correspondência para / Correspondence to: Roberto Paulo Cooreia de Araújo Laboratório de Bioquímica Oral. Departamento de Biofunção. Instituto de Ciências da Saúde - UFBA Vale de Canela s/n sala 400 40.110-100 – Salvador-Bahia-Brasil. Telefone (71) 3245-8602. Email: [email protected] INTRODUÇÃO O fluor é um recurso eficaz na prevenção da cárie dental, conforme registram Page (1991), König (1994), Cutress e colaboradores (1995), Carvalho e colaboradores (1996), Bjarnason (1998), Burt (1998), Eriksen (1998), Wajm e colaboradores (1999), Medeiros (2002), e Oulis,

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Ação protetora de enxaguatórios fluoretados sobre o esmalte: estudoin vitro

Myria Conceição Cerqueira Félix 1

Roberto Paulo Correia de Araújo 2

Maria Thereza Barral Araújo 2

Max José Pimenta Lima 3

ResumoO íon fluoreto administrado em humanos através de diferentes veículos, é um elemento químico que se incorpora à redecristalina do esmalte, tornando-se importante na manutenção da saúde dental. Esta afirmação está fundamentada napossibilidade deste fármaco, particularmente, na forma de fluoreto de sódio – NaF, intervir na dissolução desta estruturabiológica, reduzindo de forma satisfatória a perda de minerais e, conseqüentemente, contribuir para prevenir e controlara cárie dental. Enquanto recurso preventivo, o flúor é uma alternativa farmacológica empregada em programas de saúdepública, dada à sua significativa eficácia e o baixo custo de aplicação. Visando subsidiar a literatura que trata da eficáciado fluoreto de sódio - NaF, veiculado através de colutórios, o presente estudo teve por objetivo determinar, in vitro, o graude proteção do esmalte pelo íon fluoreto contido em seis enxaguatórios utilizados como recurso terapêutico de aplicaçãotópica, de uso freqüente e baixa concentração, após exposição experimental aos valores de pH 6.8, 6.5, 6.0m, 5.5, 5.0 e4.5. As taxas do fosfato liberado do esmalte previamente tratado, expressas em mg/dL/20’, foram determinadas atravésde espectrofotometria, com base na técnica preconizada por Gomori e Baginski modificado (Doles Reagentes eEquipamentos para Laboratório Ltda.). Os resultados obtidos revelaram o poder protetor do fluoreto presente nosenxaguatórios avaliados. Os produtos industrializados, Refrescante Bucal Sorriso Herbal com Flúor (E

1) e Plax Enxaguante

Bucal com Flúor (E2), apresentaram os melhores resultados, cuja justificativa está na concentração do íon fluoreto

presente, ou seja: 228 ppmF- e 227 ppmF-, respectivamente. Os demais colutórios com concentração de 226 ppmF-,revelaram semelhante poder protetor, muito embora apresentassem diferenças estatísticas significantes em relação aosprodutos E

1 e

E

2. Esta constatação deveu-se, provavelmente, à concentração mais baixa do fluoreto. Frente ao desafio

desmineralizante imposto pelo pH crítico – 5.5, o produto Oral B Enxaguatório com Flúor (E6 = 226 ppmF-) teve o

desempenho mais próximo dos produtos E1 e

E

2, muito embora apresentasse trajetória menos homogênea frente aos

demais níveis de pH. É possível, a partir destes resultados, se afirmar que os enxaguatórios testados tiveram controle dequalidade adequado.

Palavras-chave: Enxaguatórios fluoretados. Cárie dental. Prevenção. Fosfato.

1 Professora Assistente. Departamento de Saúde. Universidade Estadual de Feira de Santana2 Professor Adjunto. Instituto de Ciências da Saúde. Universidade Federal da Bahia3 Professor Assistente. Escola de Enfermagem. Universidade Católica de Salvador

Correspondência para / Correspondence to:Roberto Paulo Cooreia de AraújoLaboratório de Bioquímica Oral. Departamento de Biofunção.Instituto de Ciências da Saúde - UFBAVale de Canela s/n sala 40040.110-100 – Salvador-Bahia-Brasil.Telefone (71) 3245-8602.Email: [email protected]

INTRODUÇÃO

O fluor é um recurso eficaz na prevençãoda cárie dental, conforme registram Page (1991),König (1994), Cutress e colaboradores (1995),

Carvalho e colaboradores (1996), Bjarnason(1998), Burt (1998), Eriksen (1998), Wajm ecolaboradores (1999), Medeiros (2002), e Oulis,

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Raadal e Martens (2000). Contudo, ao se fazera indicação de uso, deve-se avaliar a real necessi-dade, a eficácia, os efeitos adversos e a relaçãocusto-benefício. Há que se ter em conta tam-bém, que muito embora os diferentes veículosde administração deste íon, devam ser conside-rados como agentes farmacológicos essenciais àprevenção da cárie dental, não significa que subs-tituam os benefícios assegurados pela terapiamecânica e a atividade anti-placa dos anti-sép-ticos.

A realização de bochechos semanais comsoluções fluoretadas é considerada como sendoum método eficaz na redução da incidência dacárie dental. Esta alternativa mostra-se conve-niente para a implementação de programas desaúde coletiva, envolvendo particularmente, asredes de escolas públicas. De acordo com San-tos e Tarzia (1998), em programas de saúdepública, geralmente, se recomenda preparar asolução para o bochecho semanal com a água deabastecimento público, enfatizando-se que o pHfinal da solução deva ser neutro.

Freqüentemente, se associa a aplicação defluoreto na forma de enxaguatórios às substanciasanti-sépticas, entre as quais o cloreto decetilpiridínio, o triclosan gantrez ou odigluconato de clorexidina, conforme registramJoyston-Bechal e colaboradores (1992), Jenkins,Addy e Newcombe (1993, 1994), Joyston-Bechal e Hernaman (1993), Abbott e colabora-dores (1994), Franco e Cury (1994), Gomes ecolaboradores (2004), Hunter e colaboradores(1994), Mendieta e colaboradores (1994),Ullsfoss e colaboradores (1994), Giertsen eScheie (1995), Ramos (1995), Owens e cola-boradores (1997), Slavkin (1997), Furuichi eBirkhed (1999), e Mandarino e colaboradores(2004).

Diferentemente de alguns anos atrás,quando a água de abastecimento público era aprincipal fonte de utilização do flúor, nos diasatuais, outras formas de administração destefármaco estão disponíveis, entre os quais os den-tifrícios, os suplementos e os enxaguatórios bu-cais. Diversas observações clínicas e laboratoriaisconsistentes, vêm sendo realizadas para investi-gar a influência da aplicação de bochechos comsoluções fluoretadas, em concomitância com a

escovação através de dentifrícios fluoretados, daingestão de água contendo este íon e, subse-qüentemente, o grau de absorção do flúor, deacordo com os relatos de Arcieri e colaboradores(1985), Bastos e Lopes (1989), Sjögren,Ekstrand e Birkhed (1994), Sönju Clasen e co-laboradores (1997), Jardim e Jardim Júnior(1998), Sousa, Ando e Friggi (1998), e Iwakurae Morita (2004).

Diversos programas odontológicos pre-ventivos relatam os benefícios resultantes daaplicação dos enxaguatórios fluoretados, entre-tanto o êxito destas iniciativas em saúde públi-ca bucal não se deve apenas às ações que envol-vem a participação do governo, como também aparticipação de dentistas, de familiares dos pe-quenos pacientes, focos desses programas, e deassociações dentais, em que pese a limitação daabrangência social, conforme registramKobayashi e colaboradores (1994).

É consensual nos dias atuais, que o íonfluoreto é uma alternativa terapêutica relevantena prevenção e controle da cárie dental. Isto sedeve à possibilidade deste fármaco interferir,positivamente, nas fases de remineralização dasestruturas dentárias e até mesmo, na possibili-dade de inibir o metabolismo citoplasmático dasbactérias envolvidas com a placa dental . Na for-ma de fluoreto de cálcio, este íon se torna umimportante reservatório biológico armazenadona superfície do esmalte, estratégia adotada, cli-nicamente, para assegurar o seu efeito tópico,desde que se mantenha a administração prescri-ta, segundo Thylstrup e Fejerskov (1995).

Trata-se de medida cautelosa se assumira opção pela diluição de dentifrícios eenxaguatórios fluoretados, assim como a aplica-ção de enxágües após o uso destes veículosfluoretados, muito embora esta medida acarre-te, subseqüentemente, na diluição do fluoretonos fluidos orais. A adoção deste critério, muitoembora possa resultar em alguma redução daeficácia terapêutica deste íon, uma vez que im-plica numa redução da biodisponibilidade des-te elemento, por outro lado, esta decisão previ-ne a ingestão excessiva. Resultados de diversosensaios realizados in vitro e in vivo, dão contaque a múltipla exposição a estes diferentes veí-culos, embora contribua para o declínio da cá-

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rie dental, implica na possibilidade de algumaumento na prevalência de fluorose, principal-mente, em crianças. É recomendável que os paisou os responsáveis por crianças com menos dedois anos, sejam orientados a supervisionarem aescovação como forma de contribuir para evitara fluorose, dada à possibilidade de deglutiçãode parcela significativa do dentifrício utilizado,conforme está descrito nos achados de Sjögren,Ekstrand e Birkhed (1994), Levy e colaborado-res (1997), e Ribas e colaboradores (1999).

A condição mínima para que os produtoscomerciais tenham potencial anti-cárie é a pre-sença de uma concentração significativa de flúorsolúvel na constituição dos mesmos, de acordocom Rodrigues e colaboradores (2002). Porexemplo, com o emprego de uma solução a0,025% de fluoreto de sódio neutro prescritapara bochechos diários, durante 30 segundos,pode-se atingir um grau de proteção ótimo, comuma ingestão aceitável de baixos níveis de flúor,segundo Menaker (1980), e Thylstrup eFejerskov (1995).

A importância terapêutica do íon fluoretopara a saúde bucal, a relevância de se dar conti-nuidade aos estudos sobre importantes achadoscientíficos, face às diversas conclusões discutí-veis envolvendo os enxaguatórios fluoretados e apossibilidade de se realizar o controle de quali-dade destes produtos colocados à disposição dasociedade, são as razões que motivaram o pre-sente trabalho, que tem como referência o fosfato,elemento mineral que integra a rede cristalinade hidroxiapatita do esmalte.

MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho avaliou o grau de pro-teção do esmalte dentário humano em pó, peloíon fluoreto contido em seis enxaguatórios testefluoretados, disponíveis comercialmente, na cida-de de Salvador, Bahia, Brasil, comparativamente,à ação do enxaguatório controle C, à base de cloretode sódio (NaCl 0,05 %), preparado no laborató-rio de Bioquímica Oral do Instituto de Ciênciasda Saúde da Universidade Federal da Bahia.

Visando o estudo da atividade bioquímicado enxaguatório controle e dos seis (60

enxaguatórios teste, procedeu-se à seguinte iden-tificação: C – Cloreto de Sódio (NaCl 0,05%);E

1 – Refrescante Bucal Sorriso Herbal com Flúor

(NaF 228 ppm); E2 – Plax Enxaguante Bucal com

Flúor (NaF 227 ppm); E3

– Reach Cool MintAnti-séptico (NaF 226 ppm); E

4 – Fluordent

Reach Menta Solução Fluoretada (NaF 226 ppm);E

5 – Cepacol Flúor (NaF 226 ppm) e E

6 – Oral-B

Enxaguatório Bucal com Flúor (NaF 226 ppm).As amostras do esmalte tratadas por cada

enxaguatório foram submetidas à ação de diferen-tes níveis de pH (4.5, 5.5, 6.0, 6.5, e 6.8). Aseguir, as taxas do fosfato liberado foram determi-nadas por espectrofotometria e expressas em mg/dL, refletindo, diretamente, o grau de proteçãodo esmalte pelo íon fluoreto. A escolha destes va-lores de pH decorreu da proposição de se estudaro grau de influência do íon fluoreto sobre o esmal-te dentário, in vitro, submetido à ação dos mes-mos, tomando-se como referencial o pH próximoà neutralidade (pH 6.8), por ser considerado óti-mo para o meio bucal.

Extração e Isolamento do EsmalteCom o objetivo de se extrair e isolar o

esmalte dentário humano, adaptou-se, para arealização do presente estudo, a técnica de se-paração dos tecidos dentários preconizada porTastaldi (1963), de acordo com as operações aseguir descritas.

Para a realização dos ensaios experimen-tais, foram selecionados dentes humanos per-manentes recém-extraídos, obtidos em clínicaprivada por um cirurgião bucomaxilofacial, deacordo com as normas e os critérios debiossegurança estabelecidos para este procedi-mento. Os molares inclusos, removidos por in-dicação cirúrgica, foram utilizados nos ensaioslaboratoriais, devidamente acompanhados do“Termo de autorização consentida” firmado pe-los pacientes doadores. A seguir, os dentes fo-ram limpos e secos em estufa a 37ºC por 24horas.

Tendo-se em vista o fato deste estudo terpor objetivo avaliar a influência do íon fluoretona proteção do esmalte dentário, procedeu-se àobtenção do esmalte em pó, a partir de um poolde coroas das unidades permanentes, indepen-

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dente da idade e do sexo dos pacientes. As coro-as foram devidamente separadas das respectivasraízes, mediante corte realizado com brocasdiamantadas, modelo 1016HL, montadas emturbina fabricada pela Kavo do Brasil, seguin-do-se de trituração dos remanescentes no apa-relho Chaterbox, equipamento de origem fran-cesa, integrante do parque de equipamentos doInstituto de Geociências da Universidade Fede-ral da Bahia, obtendo-se desta forma, um pófino e uniforme. Em virtude das experimenta-ções terem sido realizadas em função de quanti-dades fixas de esmalte pulverizado, o pool decoroas dentárias que deu origem ao pó utilizadoneste estudo independeu de quantidade, umavez que este procedimento de pulverização foirepetido, sempre que se fez necessário, em fun-ção do índice de amostragem experimental es-tabelecido.

Visando a separação e o isolamento doesmalte (JENKINS, 1978), o pó dentário ho-mogêneo obtido das sucessivas triturações foitratado pela mistura bromofórmio/acetona. Paracada grama de coroa dentária pulverizada, utili-zou-se 7,0ml da referida mistura, de densidade2,70. A seguir procedeu-se a centrifugação a3.000 rpm, durante 10 minutos, obtendo-seassim, um sedimento de esmalte, elemento quepossui densidade que varia de 2,89 a 3,00.Mediante decantação, foi desprezado o

sobrenadante constituído de dentina e cementode densidade 2,14 a 2,03, respectivamente. Afim de se obter o esmalte puro, adicionou-se, aosedimento do tubo de centrífuga, bromofórmiopuro, de densidade 2,85, repetindo-se acentrifugação a 3.000 rpm, durante 10 minu-tos, e a decantação do sobrenadante, seguindo-se da secagem do sedimento do esmalte dentáriopuro obtido, em temperatura ambiente, duran-te 48 horas. Para a realização desta etapa dasexperimentações, utilizou-se centrifugador debancada, marca Fanem, Excelsa Baby I, modelo206.

Protocolo ExperimentalFoi adaptada a técnica da influência do

íon fluoreto (ARAÚJO, 1996) na solubilidadedo esmalte dentário submetido ao meio ácido(TASTALDI, 1963), visando avaliar a ação pro-tetora dos seis (6) enxaguatórios fluoretados (E

1,

E2, E

3, E

4, E

5 e E

6), comparativamente, à ação

do enxaguatório controle (C) à base de cloretode sódio (NaCl 0.05%), numa amostragem de5 experimentos para cada enxaguatório. Osenxaguatórios teste e controle utilizados nas ex-perimentações, os respectivos fabricantes, o tipode flúor e as concentrações deste íon nas seis (6)formulações estudadas, acham-se discriminadosno Quadro 1.

Quadro 1 - Enxaguatórios avaliados

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Influência do Íon Fluoreto sobre o Es-malte Dentário

Amostras de esmalte dentário humano,em pó, rigorosamente purificadas, foram sub-metidas à ação individual dos enxaguatórios, seis(6) deles fluoretados (E

1, E

2, E

3, E

4, E

5 e E

6) e

um sem fluoreto (C). Cada amostra de 0.1 g deesmalte em pó foi tratada com 10 ml deenxaguatório, ou seja: tanto pela solução con-trole (NaCl 0.05%), como por cada um dosenxaguatórios teste. O volume de 10 mL pré-fixado para testar a eficácia de cada produto,deveu-se ao volume aproximado de água, cor-respondente a cada bochecho que, habitualmen-te, os indivíduos tendem a utilizar.

Com o objetivo de se estudar a proteçãodo íon fluoreto sobre o esmalte, esta estruturafoi tratada pelos produtos supracitados sob agi-tação mecânica uniforme durante 20 minutos(Homolab – Homogeneizador de sangue – BioEng. Indústria e Comércio Ltda.).

Purificação do Esmalte Influenciado peloFluoreto

Uma vez concluída a etapa de tratamen-to do esmalte pelos enxaguatórios, procedeu-seà centrifugação a 3.000 rpm durante 10 minu-tos. Os sedimentos obtidos foram suspensos emágua deionizada e agitados mecanicamente du-rante um minuto, visando a remoção de possí-veis resíduos das soluções dos enxaguatórios, ain-da presentes no esmalte dentário submetido àinfluência do íon fluoreto que estava contido,ou não, nestes produtos. Este procedimento foirealizado através de duas lavagens, seguidas decentrifugação a 3.000 rpm.

Ação do pH sobre o Esmalte Tratado pe-los Enxaguatórios

A cada sedimento obtido, foi adicionadaa solução tampão acetato sódio 0,2 M para oajuste dos valores de pH 4.5, 5.0, 5,5 e 6,0estabelecidos para a realização do teste com osenxaguatórios, enquanto que para a ação dosvalores de pH 6.5 e 6.8 adicionou-se o tampãotris (hidroxi-metil-aminometano).

A ação dos diferentes níveis de pH sobreos respectivos sedimentos desenvolveu-se sob

agitação mecânica uniforme, durante 20 minu-tos.

A avaliação da atividade protetora do íonfluoreto contido nos enxaguatórios testados foirealizada mediante a exposição do esmaltedentário humano, previamente tratado por aque-les produtos, frente à desmineralização impostacom a queda do pH, de acordo com os valorespré-estabelecidos. O pH 6.8 foi utilizado comoreferencial não só por estar próximo da neutra-lidade, mas essencialmente, por ser considera-do ótimo para o meio bucal.

O pH 6.0, apesar de ser um valor de pHque ainda pode ser considerado como aceitávelno meio bucal, foi escolhido pela possibilidadede se detectar alguma influência protetora doesmalte pelo íon fluoreto, uma vez submetidaesta estrutura a este nível de pH. Portanto, ofato do pH 6.0 se situar entre o pH ótimo (6.8)e o pH crítico (5.5), pode demonstrar a açãobenéfica do fluoreto, servindo como elementode confirmação deste efeito, frente ao pH dereferência.

No presente estudo, a escolha do pH 5.5deveu-se ao fato deste valor ser considerado crí-tico para o meio bucal, cuja agressividade podese acentuar ao alcançar valores próximos a 5.0,enquanto que em pH 4.5 tem sido freqüente aafirmação de que o íon fluoreto não tem maiseficácia protetora do esmalte dentário.

Após a centrifugação a 3.000 rpm du-rante 10 minutos, os sedimentos de esmalte fo-ram descartados e alíquotas dos sobrenadantesobtidos foram retiradas para a determinação dastaxas do fosfato liberado do esmalte dentáriotratado pelos enxaguatórios e posteriormentesubmetido à Influência do pH.

Análises BioquímicasPara a avaliação do teor de desmine-

ralização do esmalte foram realizadas determi-nações quantitativas do fosfato contido nasalíquotas dos sobrenadantes obtidos, com basena técnica espectrofotométrica preconizada pelométodo de Gomori e Baginski modificado (DolesReagentes e Equipamento para Laboratório Ltda,1997). Para tanto, foram utilizados kits fabrica-dos pela Doles Reagentes e Equipamento paraLaboratório Ltda.

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O método de Gomori modificado estáfundamentado na reação entre o fosfatoinorgânico e o molibdato em meio ácido, resul-tando na formação de fosfomolibdato, seguin-do-se de redução a óxido de molibdênio peloácido ascórbico. A intensidade da cor azul desteproduto final, é diretamente proporcional à con-centração do fosfato dosado. Paralelamente, asproteínas que eventualmente possam estar pre-sentes, e que tenham sofrido precipitação, sãodissolvidas, não vindo a interferir na leituraespectrofotométrica do fosfato inorgânico queestá sendo dosado. Em cada experimento, asdosagens foram realizadas em triplicata.

As taxas do fosfato inorgânico presente nasalíquotas dos sobrenadantes obtidos, são expres-sas em miligramas por decilitro em função dotempo de 20 minutos (mg P/dL/20min). Paracada experimento, as dosagens de fosfato foramlidas em espectrofotômetro Micronal, ajustadopara o comprimento de onda de 660 nm.

Análises EstatísticasOs dados são apresentados como médias

e erros padrão da média (EPM). As médias dosdiversos grupos foram comparadas por análisede variância (ANOVA) de medidas repetidas,levando-se em consideração a comparação entreo pH (fator A) e a concentração de fosfato (fatorB), seguida do teste paramétrico Student-Newman-Kewls (SNK) para os níveis de pH 4.5,5.5, 6.0, 6.5 e 6.8 avaliados. Considera-se comodiferença estatisticamente significante, um va-lor de p ≤ 0.05. O delineamento experimentalfoi inteiramente casualizado (CONOVER,1971), com 5 (cinco) repetições, consideran-do-se os tratamentos e os enxaguatórios. Para arealização destas análises, utilizou-se o pacoteestatístico Sigma Stat.

RESULTADOS

Os resultados obtidos a partir das experi-mentações, devidamente tratados estatistica-mente, estão descritos em itens distintos, emfunção das taxas de fosfato determinadas a par-tir da liberação deste íon pelo esmalte dentário

humano tratado pelo enxaguatório nãofluoretado – C e pelos enxaguatórios fluoretadosE

1, E

2, E

3, E

4, E

5 e E

6, individualmente e sub-

metidos aos valores de pH 4.5, 5.5, 6.0, 6.5 e6.8, isoladamente, de acordo com o protocoloexperimental estabelecido para a realização dopresente estudo.

A influência, in vitro, dos diferentesenxaguatórios sobre o esmalte dentário huma-no está expressa em função das taxas médias eerros padrão destas médias correspondentes àconcentração dos íons fosfato (mg/dL/20min)liberados da estrutura dentária submetida à açãodos cinco valores de pH estudados. Objetivandodemonstrar a comparação entre os grupos, fo-ram utilizados os códigos ns para registrar osvalores que não foram considerados estatistica-mente significantes e s para as médias que apre-sentaram diferenças estatísticas significativas.

A Tabela 1 expressa as taxas do fosfato li-berado do esmalte dentário influenciado pelosenxaguatórios avaliados e submetido à açãomolecular dos cinco (5) diferentes níveis de pH,individualmente, enquanto que as Tabelas 2 e 3expressam a significância destes dados obtidosexperimentalmente, mediante tratamento esta-tístico.

Ao se comparar as taxas do fosfato libera-do do esmalte dentário influenciado peloenxaguatório controle (C) frente a cadaenxaguatório teste (E

1, E

2, E

3, E

4, E

5 e E

6), pode-

se constatar ter havido diferenças estatísticassignificativas perante a ação dos níveis de pH5.0, 5.5, 6.0, 6.5 e 6.8 (TABELA 1; TABELA2).

As mais baixas taxas do fosfato liberadodo esmalte dentário humano tratado tanto peloenxaguatório controle quanto pelos seisenxaguatórios teste foram detectadas após sesubmeter esta estrutura biológica à ação do pH6.8. Frente à influência do enxaguatório con-trole, cuja taxa de fosfato liberado foi da ordemde 2.75±.07, todas as demais taxas foram infe-riores (TABELA 1) e revelaram diferenças esta-tísticas significativas ao serem comparadas à taxaresultante do controle (TABELA 2).

Apesar do pH 6,8 ser uma condição físi-co-química considerada como referencial para omeio bucal controlado, constata-se que as taxas

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Tabela 2 - Eficácia dos enxaguatórios teste em comparação à eficácia do enxaguatóriocontrole nos diferentes níveis de pH em função das taxas de fosfato liberado

Tabela 1 - Médias e EPM das taxas de fosfato (mg/dl/20min) liberado do esmalte dentároihumano tratado por enxaguatórios e submetido à variação do pH do meio

Tabela 3 - Comparação entre os enxaguatórios teste nos diferentes níveis de pH, em função dastaxas de fosfato

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do fosfato liberado do esmalte tratado pelos seisenxaguatórios fluoretados, individualmente ava-liados, expressam diferenças estatisticamentesignificantes, ao serem comparadas ao valor de-corrente da influência exercida pelo enxaguatóriocontrole, de acordo com os dados das Tabelas 1e 2.

Similarmente ao ocorrido nos demais ní-veis de pH, os enxaguatórios fluoretados E

1 e E

2

respondem, na sua maioria, pelas menores taxasde fosfato liberadas pelo tecido tratado em pH6,8 (.89±.32, 66 e 1.07±.17, respectivamen-te). Constata-se ainda, que neste teor de pH,não houve diferenças estatísticas significantes,ao se proceder a análise comparativa dos valoresde fosfato atribuídos à ação destes dois produ-tos fluoretados, em relação àqueles liberados doesmalte influenciado pelos enxaguatórios E

3 E

4

E5 e E

6. As taxas de fosfato liberadas do esmalte

tratado pelos enxaguatórios E3, E

4 e E

6 indicam

que estes produtos tiveram a mesma ação empH 6.8, uma vez que não foram detectadas di-ferenças estatísticas significantes (1.38±.15,1.30±.13 e 1.30±.12), conforme os dados dasTabelas 1 e 3.

De acordo com os resultados expressosnas Tabelas 1 e 3, a taxa de fosfato atribuída aoesmalte tratado pelo enxaguatório E

5 (1.98±.40)

embora tenha sido a mais próxima da taxa re-sultante da ação do enxaguatório C (2.75±.07),ainda assim apresenta diferença estatística sig-nificativa. Há que se observar também, que ovalor atribuído à ação do produto E

5, superior

aos valores atribuídos aos demais grupos experi-mentais, tem diferença considerada estatistica-mente significante.

A avaliação da influência exercida sobre oesmalte dentário pelos seis enxaguatórios queconstituíram os grupos experimentais compa-rada à influência exercida pelo enxaguatório con-trole em pH 6,5, expressa resultados cujas dife-renças são consideradas estatisticamentesignificantes. Há que se destacar que a taxa refe-rente ao Controle foi da ordem de 4.19±.17.Conforme os dados das Tabelas 1 e 2, a menortaxa de fosfato liberado do esmalte dentário re-sultou da influência do enxaguatório fluoretadoE

1, (2.17±.06), enquanto que a maior é atribu-

ída ao enxaguatório fluoretado E5, (3.24±.43).

Comparadas entre si as taxas de fosfatoreferentes aos Grupos Experimentais, observa-se que a única diferença considerada estatistica-mente significante no pH 6.5 é constatada noconfronto entre os enxaguatórios E

1 x

E

6

(2.17±.06 e 2.71±.08, respectivamente) de acor-do com os dados das Tabelas 1 e 3.

Avaliada, comparativamente, após a ati-vidade do pH 6.0, a influência individualexercida sobre o esmalte pelos seis produtosfluoretados frente ao enxaguatório sem fluoreto,pode-se constatar que todos os Grupos Experi-mentais apresentaram diferenças consideradassignificativas, estatisticamente. Conforme os re-sultados expressos nas Tabelas 1 e 2, o dentifrí-cio E

5 embora tenha revelado um valor de fosfato

superior ao valor atribuído ao produto C, estadiferença é limitada, apesar dos testes estatísti-cos indicarem significância (4.01±.07 e3.61±.20, respectivamente).

Ainda em pH 6.0, conforme os valoresdas Tabelas 1 e 3, pode-se observar que as me-nores taxas de fosfato em ordem crescente degrandeza, são atribuídas aos Grupos Experimen-tais E

6,

E

3 e E

1 (1.58±.75, 2.02±.13 e

2.10±.42). Entretanto, registre-se não ter havi-do diferença estatisticamente significante, ape-nas, ao serem comparados os efeitos produzidospelos enxaguatórios E

1 x E

3, de acordo com as

respectivas taxas. Apesar das demais taxas esta-rem acima da taxa atribuída ao produto E

1

(2.10±.42) constatou-se ter havido diferençaestatisticamente significante, apenas em relaçãoao produto E

5 (4.10±.07). Da avaliação entre

os demais grupos, observa-se que só não houvediferenças estatisticamente significantes, ao secomparar a ação entre os seguintes enxaguatórios:E

2 (3.00±.35) x E

3 (2.02±.13); E

2 (3.00±.35) x

E4

(3.04±.12) e E3

(2.02±.13) x E4

(3.04±.12).Ao se submeter o esmalte tratado pelos

enxaguatórios teste à ação do pH 5.5, consta-tou-se que os valores de fosfato liberados destaestrutura biológica foram muito próximos, ex-ceção feita ao produto C (9.05±.30). Estaconstatação está confirmada nas diferenças con-sideradas estatisticamente significantes, ao se-rem comparadas as taxas atribuídas à influênciaexercida pelos enxaguatórios experimentais frenteà taxa correspondente à atividade do enxaguatório

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controle. Este mesmo fenômeno evidenciadoapós a ação do pH 5.5 se repete em decorrênciada atividade dos níveis de pH 5.0 e 4.5, cujosvalores de fosfato atribuídos ao enxaguatório Ccorrespondem a 10.21±.14 e 9.18±.56, respec-tivamente (TABELA 1; TABELA 2).

Em pH 5.5, a taxa de fosfato mais bai-xa resultou da liberação deste íon pelo esmaltetratado pelo enxaguatório E

6 (3.29±.14). De

acordo com as Tabelas 1 e 3, este produto reve-lou comportamento ímpar frente aos demaisenxaguatórios, não diferindo estatisticamenteapenas, em relação à taxa de fosfato liberado doesmalte tratado pelo enxaguatório E

1 (4.16±.45).

Por conseguinte, em se tratando do pH 5.5, umavez comparadas entre si as taxas de fosfato re-lacionadas aos produtos E

2, E

3, E

4 e E

5

(4.51±.29, 4.82±.64, 4.97±.16 e 5.28±.45 res-pectivamente), detectou-se diferença estatisti-camente significante apenas, entre as taxas defosfato liberado do esmalte dentário influencia-do pelos produtos E

2 e E

3 (TABELA 1; TABE-

LA 3).Por fim, comparadas entre si as taxas de

fosfato liberado em decorrência da atividade dosvalores de pH 5,0 e 4.5 sobre o esmalte dentárioinfluenciado previamente, pelos enxaguatóriosE

1, E

2, E

3, E

4, E

5 e E

6, constata-se que não hou-

veram diferenças consideradas estatisticamentesignificativas (TABELA 1; TABELA 3).

DISCUSSÃO

Nas duas últimas décadas, tem-se cons-tatado um declínio significativo da cárie dentalno mundo desenvolvido. Inúmeras pesquisasvêm sendo realizadas objetivando a prevençãodesta doença endêmica. Os resultados de taispesquisas apontam o uso dos fluoretos como umrecurso eficaz de combate a esta patologia, sen-do indiscutível o papel relevante dosenxaguatórios e dentifrícios contendo fluoreto,na mudança do padrão de comportamento des-ta doença, conforme Page (1991), König(1994), Cutress (1995), Carvalho e colabora-dores (1996), Marinelli e colaboradores (1997),Bjarnason (1998), Burt (1998), Eriksen (1998),Wajm e colaboradores (1999), Medeiros (2002),

e Oulis, Raadal e Martens (2000).Segundo Fischer, Lussi e Hotz (1995),

Carvalho e colaboradores (1996), e Duckworthe Lynch (1998), é eficaz a ação do íon fluoretoem promover, através de efeito residual, a pro-teção do esmalte dentário humano. Para o de-senvolvimento do presente estudo, realizado sobrigorosas condições de controle experimental, oesmalte após ser tratado por enxaguatóriosfluoretados, foi submetido à influencia dos ní-veis de pH 6,8, 6,0, 5,5, 5,0 e 4,5. Os resulta-dos obtidos expressam claramente estes pressu-postos, de acordo com os dados das Tabelas 1, 2e 3.

A avaliação comparativa dos dados pro-duzidos, experimentalmente, in vitro, apóscriterioso tratamento estatístico, comprova a açãoprotetora do íon fluoreto, na forma de fluoretode sódio - NaF, contido nos seis enxaguatóriosavaliados, amplamente utilizados ecomercializados no Brasil, na cidade de Salva-dor, Bahia, focos do presente trabalho. Há quese registrar que muito embora a forma pela qualo íon fluoreto está incorporado às seis diferentesformulações estudadas tenha sido a mesma, suaconcentração variou entre 226 ppm F-, 227 ppmF- e 228 ppm F-, portanto, as concentrações con-sideradas como sendo as mais indicadas na tera-pia com enxaguatórios, devido à limitada possi-bilidade de induzir seqüelas de fluorose, emdecorrência de prováveis efeitos somatórios comoutras formas de administração simultânea, en-tre as quais os dentifrícios.

Na definição da escolha dos enxaguatóriosavaliados no presente trabalho, considerou-se otipo de fluoreto – NaF, e a concentração desteíon, ou seja, indicadores de eficácia considera-dos em diversos estudos, entre os quais os deMenaker (1980), Arcieri e colaboradores (1985,1988), Bastos, Viegas e Lopes (1986), Pearce eNelson (1988), Bastos e Lopes (1989), Chow eTakagi (1991), Wallace, Retief e Bradley (1993),Duckworth e Stewart (1994), Kobayashi e co-laboradores (1994), Medeiros e Souza (1994),Sterrit, Frew e Rozier (1994), Thylstrup eFejerskov (1995), Araújo (1996), Marinelli ecolaboradores (1997), Jardim e Jardim Júnior(1998), Ribas e colaboradores (1999), eRodrigues e colaboradores (2002).

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A probabilidade de reverter lesões cariosasiniciais e de interferir na dissolução do esmalte,diminuindo, significativamente, a perda de mi-nerais, torna o íon fluoreto um elemento im-portante para a preservação da saúde dental, ten-do em vista a propriedade anti-cariogênica des-te íon. Sob este aspecto, os resultados do pre-sente estudo, ao demonstrarem a capacidade deproteção do esmalte dentário humano pelofluoreto, estão em acordo com as observações eexperimentações clínicas e laboratoriais relata-das por diversos autores, entre os quais De Paola(1993), Kingman (1993), Cruz, Rölla e Ögaard(1994), Luoma e colaboradores (1994), Shellise Duckworth (1994), Ten Cate e Marsh (1994),Bowen (1995), Christoffersen e colaboradores(1995), e Cutress e colaboradores (1995).

A ação protetora do íon fluoreto contidoem enxaguatórios e demonstrada, in vitro, me-diante o decréscimo das taxas de fosfato totalliberado do esmalte dentário humano submeti-do ao meio progressivamente ácido, deveu-se aoprincípio que considera que a presença dofluoreto nas soluções ácidas subsaturantes decálcio e de fosfato diminui a solubilidade doesmalte, pois, mesmo em pH ácido, a presençadeste elemento compensará, ainda que parcial-mente, a perda do cálcio e fosfato que integramos cristais de hidroxiapatita do esmalte, peloganho de cálcio, fosfato e fluoreto, em virtudeda manutenção do meio supersaturado em rela-ção ao produto de solubilidade da fluorhi-droxiapatita, de acordo com Cury (1989),Christoffersen (1995), e Kambara e Norde(1995). Os resultados desta ação protetora ba-seada numa metodologia experimental, in vitro,motivo do estudo em pauta, estão de acordocom diversos relatos a respeito da eficácia dofluoreto sob a forma de enxaguatórios e denti-frícios, entre os quais os de Bastos e Lopes(1989), Serra, Sartini Filho e Cury (1989),Imfeld e colaboradores (1993), Kuroiwa,Kodaka e Kuroiwa (1993), Chadwick e Gordon(1995), Fischer, Lussi e Hotz (1995), Kambarae Norde (1995), e Wiltshire e Van Rensburg(1995).

Este pressuposto não dispensa o cuidadoque se deve ter com o pH final da solução

enxaguatória fluoretada, daí porque em progra-mas de saúde pública, se recomenda preparar assoluções para a realização do bochecho semanalcom a água de abastecimento público, dando-se a devida ênfase à recomendação de que o pHfinal da solução deva ser neutro. De acordo comSantos e Tarzia (1998) as soluções a serem em-pregadas em bochechos devem ser preparadasem laboratórios que tenham as condições técni-cas adequadas, visando a garantia do ajuste finaldo pH ao valor desejado. Conforme as investi-gações realizadas por Bastos e colaboradores(2003), é recomendável a atenção especial ao seprescrever enxaguatórios fluoretados preparadosem farmácias de manipulação tendo em vista apossibilidade do controle de qualidade destesprodutos deixar a desejar. O atendimento aocontrole desta variável justifica a opção explicitadano protocolo experimental deste estudo, emutilizar enxaguatórios fluoretados de procedên-cia industrial.

Segundo Bowen (1995), meta-análises deestudos clínicos comparando o fluoreto de sódiocom o monofluorfosfato de sódio têm demons-trado que o fluoreto de sódio é mais eficaz doque o monofluorfosfato de sódio, em cerca de6,8 a 7%. Este é mais um elemento que funda-menta a escolha dos enxaguatórios contendo oíon fluoreto sob a forma de fluoreto de sódio,como foco do trabalho ora discutido. Este en-tendimento é corroborado pelos estudos de Ser-ra, Sartini Filho e Cury (1989 ), Marks (1994),Stephen e colaboradores (1994), Thylstrup eFejerskov (1995), Wajm e colaboradores (1999),e Medeiros (2002).

Avaliados os dados correspondentes àstaxas de fosfato liberado do esmalte dentárioinfluenciado pelo enxaguatório não fluoretado(C), pode-se constatar, como já era de se espe-rar, que, de um modo geral, estas taxas foram asmais altas após a ação de cada nível de pH, umavez que este enxaguatório é à base de cloreto desódio – NaCl, a 0,05%. Para tanto, basta seproceder a comparação entre estas taxas e aque-las atribuídas ao esmalte influenciado pelosenxaguatórios fluoretados. Este efeito se repetiucom maior intensidade, na medida que o pH6.8 foi sendo reduzido, até alcançar níveis con-

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siderados críticos. Ao atingir o valor de pH 4.5,estereotipado por sinal, a influencia do fluoreto,praticamente desapareceu.

Há que se observar que nos níveis de pHpróximos à neutralidade, as taxas de fosfato atri-buídas tanto ao grupo controle quanto ao gru-po teste foram menores. Este efeito deveu-se àcondição físico-química de níveis de pH desfa-voráveis à desmineralização do esmalte dentário,muito embora tenha havido diferenças estatis-ticamente significantes, como já era de se espe-rar, ao se comparar os resultados obtidos para oenxaguatório controle (C) em relação àquelesfluoretados (E

1, E

2, E

3, E

4, E

5 e E

6). Portanto,

pode-se reafirmar que nesta condição, a presen-ça protetora do íon fluoreto não se configuracomo essencial.

É provável que as baixas taxas de fosfatoliberado do esmalte tratado pelo enxaguatóriocontrole (C) submetido à ação dos níveis de pHpróximos à neutralidade (6.8, 6.5 e 6.0) nãoforam maiores (2.75±.07, 4.19±.17 e 3.61 ±.20,respectivamente), em virtude da própria solu-ção controle ter o pH próximo à neutralidade,portanto, com características tamponantes. Des-ta forma, nas condições experimentais ora dis-cutidas, o enxaguatório controle (C) não con-tribuiu para que houvesse perda significativadeste íon integrante do esmalte dentário, ape-sar das taxas de fosfato liberado serem superio-res àquelas atribuídas aos enxaguatóriosfluoretados. Este fenômeno observado com oenxaguatório controle (C) desapareceu,gradativamente, na medida que se impôs ao es-malte dentário a queda do pH do meio, o quedemonstra, claramente, a ação protetora dofluoreto incorporado aos enxaguatórios teste,conforme está expresso na Tabela 1.

As menores taxas de fosfato liberado doesmalte dentário humano, independente da in-fluência do nível de pH, indicam,comprovadamente, uma maior ação protetorado fluoreto contido nos enxaguatórios E

1 e E

2,

uma vez que na composição destes fármacos,estão as maiores concentrações deste íon, ou seja:228 ppm F- e 227 ppm F-, respectivamente.Muito embora o produto E

3 apresente valores

de fosfato próximos àqueles atribuídos aos

enxaguatórios E1

e E2, apesar da concentração

ser da ordem de 226 ppm F-, portanto 1 ppmF- abaixo dos mesmos, esta semelhança no com-portamento bioquímico protetor desapareceu apartir do desafio imposto pelos níveis de pH6.0, 5.5, 5.0 e 4.5. Nestes valores de pH, oenxaguatório E

3 demonstrou ação protetora si-

milar aos demais produtos de igual concentra-ção (E

4, E

5 e

E

6), ou seja, 226 ppm F-. Há que

se considerar também, que esta duplicidade decomportamento atribuída ao enxaguatório E

3,

pode ser decorrente de alguma oscilação na es-tabilidade química deste produto, apesar da va-lidade farmacêutica do mesmo. Esta constataçãonão se configura num indicador do comprome-timento da qualidade farmacológica desteenxaguatório.

Em pH 6.5, embora se admita que omelhor desempenho possa ser atribuído aoenxaguatório E

1 (2.17±.06), a comparação en-

tre a atividade protetora deste produto e aque-las atribuídas aos demais, por não apresentardiferenças estatísticas significantes, é uma de-monstração de que neste nível de pH, as diver-sas concentrações do fluoreto presentes nosenxaguatórios testados tiveram a mesma influ-ência benéfica. Este achado reforça o pressupos-to da opção pelo uso daqueles produtos commenor concentração de fluoreto, dentre os ava-liados no presente estudo, frente ao pH 6.5.

A ação protetora do esmalte frente ao pH6.0, revelada pelos enxaguatórios E

1 , E

2 E

3 e E

4,

é um indicativo da possibilidade de se optar porenxaguatórios com menor concentração defluoreto, ou seja, os produtos E

3 e E

4 (226 ppm

F-). O menor teor de fosfato liberado em pH6.0 é atribuído ou enxaguatório E

6, cuja con-

centração é também 226 ppm F-. A baixa con-centração de fosfato (1.58±.75) correlacionadaà atividade protetora do íon fluoreto presenteneste colutório, parece resultar de possível osci-lação na homogeneidade de distribuição dofluoreto na contingente líquido deste produto,apesar do nível de eficácia deste colutório estarpróxima dos níveis de proteção atribuídos aosenxaguatórios E

1 e E

2. Por se tratar de um acha-

do isolado, referente a um único produto, numúnico valor de pH e num conjunto de 42 con-

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centrações determinadas, pode-se afirmar queeste dado não teve maior relevância na avaliaçãodo conjunto de resultados que sustentam as con-clusões do estudo em tela, tampouco na possi-bilidade de comprometimento da ação proteto-ra do enxaguatório E

6.

Assumem significado relevante, os dadoscorrespondentes às concentrações do fosfato li-berado do esmalte submetido ao desafiodesmineralizante imposto pelos níveis de pH5.5 e 5.0, por se tratar de valores de pH consi-derados críticos, em particular o pH 5.5. Estacondição clínica justifica plenamente, a opçãopelos procedimentos de proteção asseguradospelo uso dos fluoretos. Mais uma vez osenxaguatórios E

1 e E

2 (4.16±.45 e 4.51±.29 va-

lores médios referentes ao pH 5.5; 7.39±.22 e7.47±.25 valores médios referentes ao pH 5.0)revelaram maior proteção do esmalte. Certamen-te este efeito decorre das concentrações defluoreto, 228 ppm F- e 227 ppm F-, respectiva-mente. Similarmente, aos enxaguatórios E

1 e E

2,

o produto E6 revelou significativo efeito prote-

tor, apesar da relativa homogeneidade das con-centrações de fosfato atribuídas a este produto,colocando este colutório, embora mais eficaz emrelação àqueles que têm a mesma concentração(226 ppm F-), inferior àqueles com concentra-ção equivalente a 228 ppm F- e 227 ppm F-. Háque se registrar também, que a eficácia doenxaguatório E

4 se manteve próxima à eficácia

atribuída aos colutórios E1 e E

2, conforme pode

ser verificado ao se avaliar as correspondentestaxas de fosfato.

Frente ao desafio desmineralizante impos-to pelo pH 4.5, condição considerada estereo-tipada para o meio bucal, as concentrações dofosfato relacionadas ao esmalte dentário influ-enciado pelos enxaguatórios fluoretados testa-dos, revelaram o mesmo perfil. A validade de sedeterminar as taxas de fosfato liberado em de-corrência da ação deste nível de pH se deveu àopção metodológica de se avaliar o grau de efi-cácia do fluoreto presente nestes colutórios, atémesmo em condições de pH extremamente ad-versas.

Portanto, pode-se estender aosenxaguatórios à base de fluoreto de sódio avali-ados no presente estudo, o entendimento deMarks e colaboradores (1994), de Stephen e

colaboradores. (1994), e de Bowen (1995), re-gistrado em seus trabalhos com dentifrícios, queconcluem por atribuírem a estes veículos comfluoreto de sódio, quando adequadamente for-mulados, maior efetividade frente àqueles emque está presente o monofluorfosfato de sódiona mesma concentração, considerada esta dife-rença, quanto ao efeito, clinicamente relevante.Estes achados parecem ratificar a eficácia dofluoreto de sódio - NaF, uma vez que todos osenxaguatórios testados neste trabalho encerra-vam esta forma iônica em suas constituições. Estaafirmação acha-se em acordo com os achados deDe Paola (1993), Morganstein (1994), Faller ecolaboradores(1997), e Duckworth e Lynch(1998).

A aplicação do fluoreto de sódio, veicula-do sob a forma de colutório, em concentraçãoadequada, é um eficaz recurso remineralizantedo esmalte dentário. Este foi o referencial queorientou o presente trabalho realizado in vitro,e que buscou, mediante a determinação das ta-xas de fosfato liberado do esmalte submetido àinfluencia de diferentes níveis de pH, avaliar,indiretamente, o grau de remineralização pro-duzido por este íon. Os resultados obtidos es-tão em consonância com as conclusões dos es-tudos realizados por Medeiros e Souza (1994).

Os enxaguatórios industrializados avalia-dos revelaram um satisfatório controle de quali-dade. Esta afirmação está fundamentada na pro-ximidade quantitativa encontrada entre as taxasde fosfato - íon representativo do grau de prote-ção do esmalte dentário pelo fluoreto- ainda quediferentes do ponto de vista estatístico. Muitoembora sejam distintos, estatisticamente, os va-lores obtidos, não implicam em maior compro-metimento da qualidade destes colutórios. Ne-cessário se faz ressalvar apenas, as taxas do fosfatoatribuído à influência do enxaguatório E

6 sobre

o esmalte dentário submetido à ação dos níveisde pH 6.0 e 5.0. A partir do exame das taxas defosfato correspondentes aos enxaguatórios tes-tados, os valores atribuídos ao colutório E

6 nos

níveis de pH 6.0 e 5.0, não guardam propor-ções tão uniformes quanto se constata em rela-ção aos demais. Este fato ocorreu, provavelmen-te, devido a uma relativa homogeneização dasolução fluoretada, por ocasião das experimen-tações laboratoriais.

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Por fim, a importância dada à concentra-ção dos enxaguatórios estudados no presentetrabalho resultou em dados que estão em har-monia com as conclusões resultantes dos acha-dos de Menaker (1980), Duckworth e Stewart(1994), Thylstrup e Fejerskov (1995), Marinellie colaboradores (1997), Burt (1998), eRodrigues e colaboradores (2002). Entretanto,em virtude de importantes estudos que apre-sentam controvérsias, mas que devem ser consi-derados; de diferentes desenhos de protocolosexperimentais executados em diversos trabalhosrealizados in vivo, in vitro, ex vivo e in situ; daimportância de se fazer o controle de qualidadeperiódico dos enxaguatórios, quer de procedên-cia industrial ou de farmácias de manipulação,visando a orientação da sociedade; da possibili-dade de fluorose decorrente do uso simultâneode diferentes veículos fluoretados e, mais recen-temente, da incidência de cárie oculta, são asrazões que justificam a sugestão de se dar conti-nuidade às observações clínicas e aos estudoslaboratoriais que envolvem o uso dosenxaguatórios fluoretados.

CONCLUSÃO

Diante dos resultados obtidos e discuti-dos no presente estudo realizado in vitro, pode-

se concluir que: 1. é marcante a ação protetorado íon fluoreto presente nos seis (6)enxaguatórios avaliados, sobre o esmalte dentáriohumano, principalmente, ao se submeter estaestrutura biológica ao desafio imposto pelos ní-veis críticos de pH; 2. os enxaguatórios con-tendo concentrações de 228 ppm F- e 227 ppmF- (E

1 e E

2) apresentam eficácia protetora do es-

malte dentário humano superior àqueles comconcentração de 226 ppm F- (E

3, E

4,, E

5 e E

6); 3.

embora os enxaguatórios contendo concentra-ção de 226 ppm F- tenham menor eficácia pro-tetora, certamente, esta redução não compro-mete a qualidade terapêutica destes produtos,desde que estes suplementos, habitualmente, sãoadministrados, simultaneamente, com outrosveículos fluoretados; 4. necessário se faz, a reali-zação periódica do controle de qualidade deamostras de diferentes lotes de enxaguatóriosfluoretados, industrializados ou preparados emfarmácias de manipulação, tendo em vista aimportância de se assegurar a eficácia protetorado íon fluoreto e evitar que sua ação benéficanão se constitua num elemento capaz de con-tribuir para a indução de fluorose.

The enamel protection fluoride ion in mouthrinses: study in vitro

AbstractThe fluoride ion administer em humans through different whicles, is one chemical element that to be

incorporate in cristal net of enamel, begining essencial of dental health. This question is found at possibilitythis drug, especially, sodium fluoride – NaF, to step breaking this biologic structure, reducing this mineral’slost satisfactory and, contribute to prevent and control the dental carie. While preventive resource, thefluoride is one pharmaco alternative realized in programs of public health, account his effective significantand the cost low. Directing subsidy in the literatury who attend of sodium fluoride – NaF effective, throughmouthwashes, this study had for objective determines, in vitro, the enamel protection fluoride ion in sixmouthrinses, utilize how terapeutic resource fluoride application, of concentration low and frequent use,after experience exhibition in pH 6.8, 6.5, 6.0, 5.0 e 4.5 values. The rates of enamel phosphate liberatepreviously treaty, express en mg/dL/20 min, were determined through of espectrophotometric technique, onchanged Gomori and Baginsk method (React Doles and Lab Equipment Ltda). The answers found developedthe fluoride protective power in six estimated mouthrinses. The industrial objects Fluoride Herbal SmileBucal Fresh ( E1) and Fluoride Bucal Plax Mouthrinses (E2), present best answers, whose apology is inconcentration of present fluoride ion, otherwise: 228 ppm F- and 227 ppm F-, respectively. The others

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mouthwashes with concentration of 226 ppm F-, present the same protective power, although presentsignificants statistics differences in comparison the products E1 and E2. This find supposed, probably, tofluoride lower concentration. In front of challenge of dismineralization critical pH – 5.5, the Oral-BFluoride Bucal Mouthrinses ( E6 = 226 ppm F-) had the performance nearer the mouthwashes E1 and E2,although present trajectory less homogeny in front of others levels pH. It is possible, after this results, affirmthat the proved mouthrinses had industrial quality control appropriate.

Keywords: Fluoride mouthrinse. Dental carie. Prevention. Phosphate.

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Recebido em / Received: 17/11/2004Aceito em / Accepted: 12/01/2005