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Prefeito José Camilo Zito dos Santos Filho Vice-Prefeito Jorge da Silva Amorelli Secretária Municipal de Educação Roseli Ramos Duarte Fernandes Assessora Especial Ângela Regina Figueiredo da Silva Lomeu Departamento Geral de Administração e Recursos Educacionais Antonio Ricardo Gomes Junior Subsecretaria de Planejamento Pedagógico Myrian Medeiros da Silva Departamento de Educação Básica Mariângela Monteiro da Silva Divisão de Educação Infanto-Juvenil Heloisa Helena Pereira

Coordenação Geral Bruno Vianna dos Santos

Ciclo de Alfabetização

Beatriz Gonella Fernandez Luciana Gomes de Lima

Coordenação de Língua Portuguesa

Luciana Gomes de Lima

Elaboração do Material - 4º Ano de Escolaridade Beatriz Gonella Fernandez

Ilma Gonçalves da Silva Ledinalva Colaço

Luciana Gomes de Lima Simone Regis Meier

Elaboração do Material - 8º Ano de Escolaridade

Lilia Alves Britto Luciana Gomes de Lima

Marcos André de Oliveira Moraes Roberto Alves de Araujo

Ledinalva Colaço

Coordenação de Matemática Bruno Vianna dos Santos

Elaboração do Material - 4º Ano de Escolaridade

Bruno Vianna dos Santos Claudia Gomes Araújo

Fabiana Rodrigues Reis Pacheco José Carlos Gonçalves Gaspar

Elaboração do Material - 8º Ano de Escolaridade

Bruno Vianna dos Santos Claudio Mendes Tavares

Genal de Abreu Rosa José Carlos Gonçalves Gaspar

Marcos do Carmo Pereira Paulo da Silva Bermudez

Design gráfico

Diolandio Francisco de Sousa

Todos os direitos reservados à Secretaria Municipal de Educação de Duque de Caxias

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APOSTILA DE MATEMÁTICA

9º ANO (2011)

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 2 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

Duque de Caxias – RJ 2011

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 3 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

Caro monitor,

Apresentamos as Orientações Pedagógicas referentes ao Módulo II - Apostila de Língua Portuguesa para as

turmas de 9º ano de escolaridade da Rede Municipal de Educação de Duque de Caxias. Bem como no primeiro módulo, neste

material pretendemos focalizar as habilidades e competências relativas à proficiência leitora de nossos alunos, de acordo com

os Tópicos e Descritores da Prova Brasil.

O material se apresenta em 50 questões no formato múltipla escolha, organizadas por tópicos, comentadas, nas

quais são apontadas as habilidades a serem mensuradas. As questões apresentam-se no seguinte formato:

• Texto

• Enunciado

• 4 alternativas, sendo uma delas o gabarito e as outras três, distratores (respostas erradas)

• Tópico e descritor da Matriz de Referência da Prova Brasil (conteúdo de Língua Portuguesa relativo à

competência leitora e habilidade em relação à leitura) a ser mensurados

• Comentários sobre os distratores do enunciado

• Sugestão de possíveis intervenções

Em anexo, seguem a listagem dos textos que constam deste material, cinco sugestões de atividades envolvendo

leitura e escrita e a bibliografia. Cabe lembrar que as questões devem ser trabalhadas, não na ordem em que estão organizadas,

mas de acordo com o resultado obtido pelos alunos na Avaliação Diagnóstica, de modo que eles experimentem, no

desenvolvimento dos itens, as habilidades relativas à leitura em que ainda apresentam dificuldade.

Estude o material, planeje o desenvolvimento das atividades, explore oralmente, por meio de debates e

conversas, o conhecimento prévio dos alunos acerca do tema a ser tratado nos textos, do gênero em que esses textos se

organizam, do significado de palavras e expressões que nele constam, do seu autor, do suporte em que são veiculados, de sua

finalidade e estrutura.

Procure levar os alunos a refletir sobre a adequação da linguagem em função da intenção comunicativa, do

contexto e dos interlocutores a quem o texto se dirige; sobre a utilização dos recursos coesivos oferecidos pelo sistema de

pontuação e pela introdução de conectivos mais adequados à linguagem escrita; e sobre o fato de o texto ser um todo

significativo e poder ser segmentado em versos, no caso dos poemas, frases e parágrafos, nos textos em prosa, com vistas à

continuidade de sentido do texto.

Continuamos a contar com sua imprescindível contribuição para o desenvolvimento de uma prática pedagógica

profícua.

Equipe Projeto (CON)SEGUIR

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 4 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

Tópico ITópico ITópico ITópico I Procedimentos de LeituraProcedimentos de LeituraProcedimentos de LeituraProcedimentos de Leitura

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 5 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

Tópico I Procedimento de leitura

Constituem este tópico cinco descritores de habilidades. D1 - Localizar informações explícitas do texto

Esta é uma habilidade básica na compreensão leitora do texto: a identificação de informações que estão claramente apresentadas no texto. Trata-se de localização de informação explícita, claramente identificável, o que permite avaliar se o estudante é capaz de localizar a informação, sem o auxílio de informação concorrente no texto. D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão

O grau de familiaridade com uma palavra depende da frequência de convivência com ela, que, por sua vez, está ligada à intimidade com a leitura, de um modo geral, e, por conseguinte, à frequência de leitura de diferentes gêneros discursivos.

Por isso, a capacidade de inferir o significado de palavras – depreensão do que está nas entrelinhas do texto, do que não está explícito – evita o sério problema que se constitui quando o leitor se depara com um grande número de palavras cujo significado desconhece, o que interfere na leitura fluente do texto. Assim, a inferência lexical – recobrir o sentido de algo que não está claro no texto – depende de outros fatores, tais como: contexto, pistas linguísticas, para haver compreensão. D4 – Inferir uma informação implícita em um texto

Da mesma forma que se depreende o sentido implícito de uma expressão, há uma complexidade um pouco maior quando se pensa em inferência de informações.

Este descritor requer do leitor uma capacidade de construir a informação que está subjacente ao texto, partindo do contexto e das pistas linguísticas que o texto oferece. Trata-se, na verdade, do desvendamento do que está subjacente, posto que há um balanceamento entre as informações de superfície do texto e aquelas que serão resgatadas nas entrelinhas do texto. Não é possível explicitar 100% as informações, sejam elas quais forem. Por isso, pode-se dizer que existem graus diferentes de implicitudes do texto. D6 - Identificar o tema de um texto

Constitui-se em competência básica na compreensão do texto, pois trata do reconhecimento do tópico global do texto, ou seja, o leitor precisa transformar os elementos dispostos localmente em um todo coerente. D14 - Distinguir um fato da opinião relativa a este fato

Dois conceitos são importantes neste descritor: fato e opinião relativa ao fato. O primeiro – fato – algo que aconteceu (acontece), está relacionado a algo real, quer no mundo “extratextual”, quer no mundo textual. Já a opinião é algo subjetivo, quer no mundo real, quer no mundo textual, que impõe, necessariamente, uma posição do locutor do texto. Este é um descritor bastante importante, porque indica uma proficiência crítica em relação à leitura: a de diferenciar informação de uma opinião sobre algo.

É preciso ressaltar que, frente aos objetivos da avaliação a que estes descritores estão ligados, os procedimentos de leitura dizem respeito à localização e à identificação das informações.

Língua Portuguesa: orientações para o professor, SAEB/Prova Brasil, 4ª série/5º ano, ensino fundamental. rasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2009.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 6 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

1) LEIA O TEXTO:

VIAGEM MAIS CURTA PARA A SERRA Rodovia terá o maior túnel do país e moradores de Caxias deixarão de pagar pedágio

Geraldo Perelo

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Vai ficar mais fácil e seguro para o morador da Baixada subir a Serra de Petrópolis. Além disso, a população vai ganhar uma área ecoturística entre Caxias e a cidade serrana. Para isso, será necessária a construção do maior túnel do Brasil e a ampliação de estrada que liga os dois municípios. Os planos estão na fase final de elaboração pela Concer, concessionária que administra a BR-040 (Rio-Juiz de Fora). Para concretizar o projeto, serão investidos cerca de R$ 650 milhões. O projeto prevê a remoção da praça de pedágio, passando de KM 104 para o KM 102, liberando os 55 mil moradores de Xerém da taxa, que vem sendo cobrada desde 1996. A rodovia vai ganhar uma nova pista de subida da Serra e o túnel terá quase cinco quilômetros de extensão, entre Belvedere e a comunidade de Duarte da Silveira, para encurtar o trajeto e reduzir o tempo de viagem em 15 minutos, até Petrópolis. (...)

Jornal O Dia, 07/11/2010

De acordo com o texto, vai ficar mais fácil e seguro para o morador da Baixada subir a Serra de Petrópolis graças: (A) à criação de uma área ecoturística entre Caxias e a cidade serrana. (B) à construção do maior túnel do Brasil e à ampliação de estrada. (C) à remoção da praça do pedágio. (D) à construção de uma nova pista de subida da Serra.

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D1 – Localizar informações explícitas em um texto GABARITO: B DISTRATORES:

A opção (A) é inadequada, pois a criação de uma área ecoturística é apenas um dos fatos que virão a ocorrer após a construção do túnel e a ampliação da estrada. A opção (C) é também inadequada, pois constitui um dos fatos necessários para dar início à construção do túnel. Já a opção (D) é parcialmente incorreta, pois apresenta apenas um dos fatos que facilitará o acesso dos moradores da Baixada à Serra. ORIENTAÇÕES:

Faz-se necessário contextualizar o texto. Faça perguntas para os alunos acerca da localização de Xerém e

Petrópolis; tente identificar os alunos que conhecem os dois lugares mencionados no texto; peça para alguns deles descreverem os locais e dizer se gostaram de fazer uma visita a um deles, ou ao dois; tente descobrir o que eles pensam sobre a cobrança do pedágio.

2) LEIA O TEXTO

O QUANTO ANTES

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A primeira vitória do Pan-Americano de 2007, no Rio, já pode ser detectada: a parceria entre Estado e Prefeitura no anúncio do pacote de obras para melhorar o transporte da capital. A governadora Rosinha Garotinho e o prefeito César Maia pretendem pedir audiência ao Governo Federal e conseguir financiamento para projetos que incluem a construção da Linha 6 do metrô, ligando a Barra da Tijuca a Duque de Caxias. O metrô é um sistema de transporte moderno e inteligente que, eficientemente ampliado, poderia evitar as

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 7 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

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mazelas que o Rio enfrenta hoje: caos nas ruas, poluição, ônibus superlotados, escassez de vagas, flanelinhas, transporte ilegal, acidentes. As grandes capitais do mundo souberam investir nisso. O metrô de Nova Iorque tem 25 linhas que percorrem 471 quilômetros. Paris tem 15 linhas e 212 quilômetros. Londres, a pioneira nos trilhos subterrâneos, tem 12 linhas com 415 quilômetros. Aqui no Rio, o metrô foi inaugurado em 1979 e até hoje tem apenas duas linhas, num total de 34 quilômetros. Privilégio para poucos. Que o Pan 2007 tire pelo menos a Linha 6 do papel, e o quanto antes. Iniciadas as obras, restará à população fiscalizar para que tudo saia a contento e o investimento não perca nos túneis do desvio de dinheiro público.

Jornal O DIA – 08.08.2003 O texto acima apresenta como tema: (A) A construção da Linha 6 do metrô. (B) Os meios de transporte de Nova Iorque. (C) A parceria entre Estado e Prefeitura para melhoria do transporte no Rio. (D) A ineficiência dos meios de transporte do Rio. TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D 6 – Identificar o tema de um texto GABARITO: C DISTRATORES:

A opção (A) é inadequada porque apresenta apenas um dos projetos que ocorrerão com a parceria Prefeitura e Estado. A opção (B) contém um dos fatos citados como exemplificação da eficiência do metrô em outros países. Em relação à opção (D), cabe dizer que também é inadequada porque o texto faz referência a apenas um único meio de transporte: o metrô. ORIENTAÇÕES:

Monitor, procure, além de explorar o texto em todas as suas dimensões, promover um debate sobre a questão suscitada no último parágrafo acerca do uso escuso do dinheiro público.

3) LEIA O TEXTO:

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“No muro O gato. Na árvore O passarinho. Agora: O gato Na árvore. O passarinho No muro. Na janela Uma criança rindo.”

Ao ler o poema com atenção, é possível perceber que se trata de

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 8 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

(A) uma perseguição. (B) uma brincadeira. (C) uma corrida. (D) um passeio. TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D6 – Identificar o tema de um texto GABARITO: A DISTRATORES:

A troca de posição entre o gato e o passarinho e a velha inimizade existente entre esses dois animais permite concluir a ideia de perseguição, o que exclui as opções (B), (C) e (D). ORIENTAÇÕES:

Monitor, aproveite o poema para trabalhar com os alunos exercício de utilização de verbos entre os versos a fim de reforçar a ideia de ação existente entre as duas primeiras estrofes.

4) LEIA O TEXTO:

O MELHOR AMIGO

5

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A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como a mãe não se voltasse para vê-lo, deu uma corridinha em direção de seu quarto. - Meu filho? – gritou ela. - O que é – respondeu, com o ar mais natural que lhe foi possível. - Que é que você está carregando aí? Como podia ter visto alguma coisa, se nem levantara a cabeça? Sentindo-se perdido, tentou ainda ganhar tempo. - Eu? Nada... - Está sim. Você entrou carregando uma coisa. Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar comovê-la. Veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava carregando: - Olha aí, mamãe: é um filhote... Seus olhos súplices aguardavam a decisão. - Um filhote? Onde é que você arranjou isso? - Achei na rua. Tão bonitinho, não é, mamãe? Sabia que não adiantava: ela já chamava o filhote de isso. Insistiu ainda: - Deve estar com fome, olha só a carinha que ele faz. - Trate de levar embora esse cachorro agora mesmo! - Ah, mamãe ...- já compondo uma cara de choro. - Tem dez minutos para botar esse bicho na rua. Já disse que não quero animais aqui em casa. Tanta coisa para cuidar. Deus me livre de ainda inventar uma amolação dessas (...)

Fonte: Adaptado de Sabino, Fernando. Apud BENDER, Flora, org. Fernando Sabino: Literatura comentada. São Paulo.

Observe a frase: “Onde você arranjou isso?” – (L. 18). O pronome em destaque mostra que a mãe: (A) não sabe que se trata de um cachorro. (B) mostra- se surpresa ao ver o cachorro. (C) mostra desdém em relação ao animal. (D) mostra-se irritada com o filho.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 9 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão GABARITO: C DISTRATORES:

A opção (A) é incoerente, pois, em um determinado momento do texto, a mãe mostra saber que o animal é um cachorro. A opção (B) é incorreta porque a mãe não se mostra surpresa ao ver o animal e sim desdenhosa. Apesar de em alguns momentos do texto a mãe mostrar irritação com o filho, a opção (D) não responde integralmente à questão. ORIENTAÇÕES:

É interessante trabalhar com a turma a função dos pronomes dentro do texto, destaque também o valor enfático

estabelecido pelos pronomes juntamente com os sinais de pontuação. É importante também fazer a leitura em voz alta do texto respeitando a pontuação e enfatizando a

entonação.

5) LEIA O TEXTO:

Na opinião da Mônica, o espelho (A) achou que ela é feia. (B) achou que ela é a mais bonita. (C) ficou indiferente. (D) calou-se porque não tem opinião.

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D4 – Inferir uma informação implícita em um texto GABARITO: B DISTRATORES:

O último quadrinho leva o leitor a entender, por meio da palavra CONSENTE, que o espelho concorda com o que foi dito por Mônica no primeiro quadrinho, fato que exclui a possibilidade de as opções (A), (C) e (D) funcionarem como gabaritos da questão. ORIENTAÇÕES :

Monitor, utilize a tirinha em questão para trabalhar com os alunos a intertextualidade existente no primeiro e no terceiro quadrinhos.

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 10 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

6) LEIA O TEXTO ACHO QUE TOU

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__ Acho que tou __ disse a Vanessa. __ Ai, ai, ai __ disse o Cidão. No entusiasmo do momento, os dois a fim e sem um preservativo à mão, a Vanessa tinha dito “Acho que

dá”. E agora aquilo. Ela podia estar grávida. Do “Acho que dá” ao “Acho que tou”. A história de uma besteira. Mais do que uma besteira. Se ela estivesse mesmo grávida, uma tragédia. Tudo teria que mudar na vida

dos dois. O casamento estava fora de questão, mas não era só isso. A relação dos dois passaria a ser outra. A relação dela com os pais. Os planos de um e de outro. O vestibular dela, nem pensar. O estágio dele no exterior, nem pensar. Ele não iria abandoná-la com o bebê, mas a vida dele teria que dar uma guinada, e ele sempre culparia ela por isto. Ela não saberia como cuidar de um bebê, sua vida também mudaria radicalmente. E se livrarem do bebê também era impensável. Uma tragédia.

__ Quando é que você vai saber ao certo? __ Daqui a dois dias. Durante duas noites, nenhum dos dois dormiu. No terceiro dia ela chegou correndo na casa dele, agitando

um papel no ar. Ele estava no seu quarto, adivinhou pela alegria no rosto dela qual era a grande notícia. __Não tou! Não tou! Abraçaram-se, aliviados, beijaram-se com ardor, amaram-se na cama do Cidão, e ela engravidou.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. “Acho que tou” In: Mais Comédias para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. p. 65-66.

Não encontramos registro de opinião, no seguinte texto, em: (A) “No entusiasmo do momento, os dois a fim e sem um preservativo à mão, (...)” (B) “Mais do que uma besteira. Se ela estivesse mesmo grávida, uma tragédia.” (C) “A relação dos dois passaria a ser outra.” (D) “O casamento estava fora de questão, mas não era só isso.”

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D14 – Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato GABARITO: A DISTRATORES:

O texto foi construído em torno de sequências narrativas, porém em vários momentos o narrador deixa vislumbrar sua opinião acerca dos fatos ocorridos, isso pode ser percebido nas opções (B), (C) e (D), elas, portanto, não respondem adequadamente à questão. ORIENTAÇÕES:

Este tipo de questão é interessante para testar a atenção do aluno, pois, aquele que leu o texto atentamente conseguirá distinguir entre um fato e a opinião relativa a esse fato. Procure fazer com que os alunos leiam o texto em voz alta, depois formule alguns questionamentos sobre os eventos narrados, procure identificar os elementos que fazem referência anafórica no texto e proponha à turma que busque os referentes, para depois disso resolver a questão proposta no enunciado.

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 11 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

7) LEIA O TEXTO

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O ALMIRANTE NEGRO (João Bosco-Aldir Blanc)

Há muito tempo nas águas da Guanabara O Dragão do Mar reapareceu Na figura de um bravo marinheiro A quem a história não esqueceu Conhecido como o Almirante Negro Tinha a dignidade de um mestre-sala E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas Jovens polacas e por batalhões de mulatas Rubras cascatas jorravam das costas dos negros Pelas pontas das chibatas Inundando o coração de toda tripulação Que a exemplo do marinheiro gritava então Glória aos piratas, às mulatas, às sereias Glória à farofa, à cachaça, às baleias Glória a todas as lutas inglórias Que através da nossa história Não esquecemos jamais Salve o almirante negro Que tem por monumento As pedras pisadas do cais Mas faz muito tempo...

Fonte: Jornal O Dia, 21.11.2010. No texto, a expressão em destaque refere-se (A) ao dragão do mar representado pela figura de um bravo marinheiro. (B) ao Almirante negro. (C) ao sangue que escorria nas costas dos negros. (D) ao coração dos escravos negros.

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão GABARITO: C DISTRATORES:

As opções (A) e (B) são inadequadas, pois fazem referência à figura do marinheiro e não condizem com o conteúdo semântico da expressão em questão. A (D) é parcialmente incorreta, pois a expressão refere-se ao sangue dos escravos negros e não aos negros em si. ORIENTAÇÕES:

É interessante pedir um apoio ao professor de História para explicar melhor o que acontecia no Contexto histórico daquela época, assim haverá possibilidade de os alunos compreenderem melhor o que está sendo expresso na letra da música. É importante também explorar o vocabulário da letra da música, pedindo aos alunos para destacarem as palavras cujo significado é desconhecido para eles, dessa forma, eles poderão pesquisar no dicionário e criar o hábito de consultá-lo.

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 12 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

8) LEIA O TEXTO

LOBATO ATACA O CABOCLO Marcelo Coelho

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Monteiro Lobato (1882-1948) será sempre lembrado como o autor das histórias infantis do Sítio do Picapau Amarelo. Sua atividade como polemista, todavia, foi marcante nas primeiras décadas do século. Velha Praga, artigo publicado em 1914, contra o costume das queimadas no interior paulista, revelou-o no cenário nacional. Tendo herdado uma fazenda do avô, em 1911, Lobato ficou chocado com o comodismo dos caboclos que viviam em suas terras. Reagindo, talvez, ao impacto de Os Sertões, de Euclides da Cunha (publicado em 1902), Lobato reage contra as idealizações do sertanejo nesse texto de 1914. Logo em seguida, em 1918, ele corrigiria sua visão sobre a indolência do caipira. Não se tratava de deficiência moral, mas de doença física, de verminose principalmente. É típico do pensamento conservador atribuir a pobreza à falta de vontade psíquica, em vez de procurar causas materiais para o problema. O estereótipo do jeca, criado por Lobato em sua fase conservadora, teria de todo modo grande êxito

(Revista Língua Portuguesa, nº 7, pág. 34, 2006)

O título dado ao texto se justifica porque (A) o patrimônio de Monteiro Lobato estava sendo ameaçado. (B) o homem do campo leva sua vida de forma simples. (C) Lobato fizera críticas ao desleixo do caipira. (D) Monteiro Lobato era famoso por seus preconceitos.

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D4 – Inferir uma informação implícita em um texto GABARITO: C DISTRATORES:

No trecho “Tendo herdado uma fazenda do avô, em 1911, Lobato ficou chocado com o comodismo dos caboclos que viviam em suas terras.”(L.8-10), a palavra “comodismo” pode ser um sinônimo contextual para “desleixo” – do verbo “desleixar”, „tornar-se negligente, descuidar-se‟ (Aurélio). Logo, a melhor opção é a C, pois a questão se restringe ao título do texto. ORIENTAÇÕES:

Monitor, proponha uma discussão acerca do conceito de raça, se é possível determinar as origens de uma pessoa apenas pela cor da pele ou pelos cabelos. Além disso, fale da rica miscigenação do povo brasileiro. Também converse com eles sobre a origem de seus pais, avós e bisavós. E, por último, pergunte se alguém já sofreu algum tipo de preconceito por causa de sua cor ou origem.

9) LEIA O TEXTO:

QUADRILHA

5

João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 13 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. 12ª ed. Rio de Janeiro, J. Olympio, 1978. p. 136.)

O poema é marcado pelo (a) (A) alegria. (B) frustração. (C) romantismo. (D) eterno encontro.

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D4 – Inferir uma informação implícita em um texto GABARITO: B DISTRATORES:

Já que o texto sugere a intensa troca de casais como na dança folclórica e o amor não correspondido, pode-se dizer que a “frustração” (B) é o traço principal desse poema. ORIENTAÇÕES

Fale com os alunos sobre a estrutura do poema, seu ritmo e ausência de rima e de final feliz. Proponha uma comparação entre ele, as músicas românticas atuais e as novelas da teledramaturgia brasileira.

10) LEIA O TEXTO

ACHO QUE TOU

5

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__ Acho que tou __ disse a Vanessa. __ Ai, ai, ai __ disse o Cidão. No entusiasmo do momento, os dois a fim e sem um preservativo à mão, a Vanessa tinha dito “Acho que

dá”. E agora aquilo. Ela podia estar grávida. Do “Acho que dá” ao “Acho que tou”. A história de uma besteira. Mais do que uma besteira. Se ela estivesse mesmo grávida, uma tragédia. Tudo teria que mudar na vida

dos dois. O casamento estava fora de questão, mas não era só isso. A relação dos dois passaria a ser outra. A relação dela com os pais. Os planos de um e de outro. O vestibular dela, nem pensar. O estágio dele no exterior, nem pensar. Ele não iria abandoná-la com o bebê, mas a vida dele teria que dar uma guinada, e ele sempre culparia ela por isto. Ela não saberia como cuidar de um bebê, sua vida também mudaria radicalmente. E se livrarem do bebê também era impensável. Uma tragédia.

__ Quando é que você vai saber ao certo? __ Daqui a dois dias. Durante duas noites, nenhum dos dois dormiu. No terceiro dia ela chegou correndo na casa dele, agitando

um papel no ar. Ele estava no seu quarto, adivinhou pela alegria no rosto dela qual era a grande notícia. __Não tou! Não tou! Abraçaram-se, aliviados, beijaram-se com ardor, amaram-se na cama do Cidão, e ela engravidou.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. “Acho que tou” In: Mais Comédias para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. p. 65-66

A expressão “dar uma guinada” (l. 11) no texto significa (A) saltar de um lado para o outro. (B) mudar para melhor. (C) mudar para pior. (D) voltar ao passado.

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 14 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão GABARITO: B DISTRATORES:

As opções (A) e (D) apresentam conteúdos incompatíveis com o contexto do texto. A opção (C) está parcialmente

incorreta, pois a expressão significa que ocorrerá uma mudança na vida do rapaz, porém não se sabe se é para melhor ou pior. ORIENTAÇÕES:

Faz-se necessário relembrar com a turma o conceito de conotação e denotação, tente explicar que o significado da expressão só pode ser compreendida se for levado em consideração o sentido figurado e que a mesma expressão pode assumir significado distinto se for inserida em um outro texto com um outro contexto.

11) LEIA O TEXTO:

Jornal O Dia 10/10/2010

Infere-se do segundo quadrinho da tira que: (A) Calvin não tem consciência da alienação gerada pela TV às pessoas. (B) A TV é uma forma de entretenimento passivo. (C) Calvin tem consciência de que está sujeito a tornar-se um ser alienado. (D) A TV tem poder hipnótico sobre o Calvin.

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D4 – Inferir uma informação implícita em um texto GABARITO: C DISTRATORES:

A opção (A) é incoerente, pois diz o contrário do que a tira expressa. A opção (B) não é incorreta em relação ao primeiro quadrinho, mas a questão enfoca o que se passa no segundo quadrinho. Já opção (D) é inadequada porque se refere ao terceiro quadrinho.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 15 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

ORIENTAÇÕES: Proponha aos alunos a leitura detalhada de cada quadrinho e busque tirar inferências acerca de cada um. Se

possível, leve outros textos cujo conteúdo faça críticas à influência da TV no comportamento dos telespectadores e liste, juntamente com a turma, o lado negativo e o positivo da mídia. Por fim, é interessante dividir a turma em grupos que se posicionem a favor e outro contra a presença da TV no cotidiano das pessoas.

12) LEIA O TEXTO

TESTES

5

10

Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da Internet. O nome do teste era tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise, e ele acertou na mosca. Estava com tempo sobrando, e curiosidade é algo que não me falta, então resolvi voltar ao teste e responder tudo diferente do que havia respondido antes. Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver com minha personalidade. E fui conferir o resultado, que dizia o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os 12 anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”.

MEDEIROS, M. Doidas e santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado). Do texto acima, deduz-se que (A) os testes propostos por sites da Internet são confiáveis. (B) os testes propostos por sites da Internet apresentam resultados generalizantes. (C) os resultados dos testes não correspondem às perspectivas das pessoas. (D) os resultados dos testes da Internet afirmam que os indivíduos são seres únicos.

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D4 – Inferir uma informação implícita em um texto GABARITO: B DISTRATORES:

A opção (A) é incoerente, pois o texto nos leva a inferir que os testes da Internet não são confiáveis. A opção (C) mostra uma inversão do que há no texto. E a opção (D) está incorreta porque, a partir do momento em que os resultados são generalizantes, igualam-se os indivíduos. ORIENTAÇOES:

É importante fazer a leitura para e com os alunos para que eles possam compreender que o texto faz uma crítica aos testes propostos por sites da Internet. Se possível, leve outros exemplos de testes para confirmar a crítica apresentada neste texto.

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13) LEIA O TEXTO

O ÍNDIO

5

10

15

20

Contou como é que foi. Disse que – de repente- resolveu se fantasiar, coisa que não fazia há anos. Podia optar por duas fantasias: a de árabe ou a de índio, que são as mais fáceis de se fazer a domicílio. Árabe – sabem como é – a gente faz até com toalha escrito “Bom Dia”. Amarra uma de rosto na cabeça e enrola outra de banho no corpo. Por baixo: cueca. Nos pés: sandália. Não fica um árabe rico, mas já dá pro consumo. Índio ainda é mais fácil. Faz-se com uma toalha só, bem colorida. Enrola-se a dita na cintura, com short por baixo. Na cabeça coloca-se o que antes foi o espanador. Contou que foi de índio porque em casa tinha dois espanadores. Não ficou um índio legal. Mas também não chegava a ser desses índios mondrongos que tiravam retrato com o Dr. Juscelino. Se tivesse saído de árabe não teria apanhado a vizinha, distinta que vinha cercando desde setembro, quando ela se mudara para o 201. E continuou contando. Índio de óculos também já era debochar demais da realidade. Assim, ao sair pela aí, deixou os óculos na mesinha-de-cabeceira. Andou pela Avenida, viu as tais sociedades carnavalescas e depois entrou num bar para lavar a caveira. Quando voltou para casa estava ziguezagueando. Bebera de com força e entrou no edifício balançando. E – coitado – sem óculos, não enxergava direito. Subiu no elevador, saltou no segundo e foi se encostando pelas paredes no corredor. Tava um índio desses que quer apito. __ Que é que tem tudo isso a ver com a vizinha? Sem óculos – tornou a explicar – em vez de entrar no 202 (seu apartamento), viu a porta do 201 aberta e foi entrando de índio e tudo. __ Era o apartamento da vizinha? __ Era. __ E ela? __ No começo não quis. Mas acabou entrando pra minha tribo.

PRETA, Stanislaw Ponte. O Índio. In: Tia Zulmira e Eu.

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 8 ed. 1994. p. 178-179.

Que trecho do texto traduz uma opinião do narrador acerca do fato narrado. (A) ” (...) que são as mais fáceis de se fazer a domicílio.” (B) “(...) Amarra uma de rosto na cabeça e enrola outra de banho no corpo.” (C) “Índio ainda é mais fácil.(...)” (D) “Contou que foi de índio porque em casa tinha dois espanadores.” TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D14 – Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato GABARITO: C DISTRATORES:

A opção (A) é inadequada à resposta por não constituir uma opinião do narrador, e sim uma oração explicativa em relação às duas opções de fantasias. A opção (B) é incorreta porque narra parte da montagem da fantasia de árabe. A opção (D), por sua vez, é inadequada porque contém parte do fato narrado e não a opinião do narrador. ORIENTAÇÕES:

É interessante que se faça uma leitura em voz alta para os alunos, para que eles percebam que esta narrativa não se limita apenas aos fatos narrados, mas também às opiniões do narrador e diálogos estabelecidos entre o narrador e leitor. É importante estabelecer um diálogo com a turma para que eles digam suas respectivas opiniões. Outra atividade também interessante para ser desenvolvida em sala é omitir para eles o final da narrativa e propor a construção do fim da história.

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14) LEIA O TEXTO: CONSELHO

(Adilson Bispo / Zé Roberto)

5 10 15

Deixe de lado esse baixo astral Erga a cabeça enfrente o mal Que agindo assim será vital para o seu coração É que em cada experiência se aprende uma lição Eu já sofri por amar assim Me dediquei mas foi tudo em vão Pra que se lamentar Se em sua vida pode encontrar Quem te ame com toda força e ardor Assim sucumbirá a dor (tem que lutar) Tem que lutar Não se abater Só se entregar A quem te merecer Não estou dando nem vendendo Como o ditado diz O meu conselho é pra te ver feliz

(http://www.letras.com.br/almir-guineto/conselho)

O ditado popular a que se refere a letra do samba no verso 16 está corretamente reproduzido em: (A) “Mais vale um pássaro na mão que dois voando.” (B) “Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia.” (C) “É na necessidade que se conhece o amigo.” (D) “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe.”

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D4 – Inferir uma informação implícita em um texto GABARITO: B DISTRATORES:

O próprio título da canção já remete ao ditado popular “Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia.” Esse ditado faz uma ironia acerca dos bons conselhos, todavia o tom de admoestação que se nota nos versos confirma o valor de tais conselhos. ORIENTAÇÕES:

Caro monitor, se for possível, leve um CD com a música, e deixe-a tocar para que os alunos acompanhem o texto cantando. Proponha também que eles expliquem cada ditado popular presente na questão.

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Tópico IITópico IITópico IITópico II Implicações do suporte, do gênero Implicações do suporte, do gênero Implicações do suporte, do gênero Implicações do suporte, do gênero

e/ou do enunciador na compreensão e/ou do enunciador na compreensão e/ou do enunciador na compreensão e/ou do enunciador na compreensão do textodo textodo textodo texto

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 19 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

Tópico II Implicações do suporte, do gênero, e/ ou do Enunciador na compreensão de texto

São dois os descritores deste tópico. D5 - Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto, etc.)

Considera-se parte constitutiva da habilidade de leitura a construção da estrutura textual e de que forma esta estrutura

traz implicações na compreensão de texto. Por isso, entende-se que este descritor requer a construção de uma “armação” sustentadora do assunto, ligada ao texto. Neste caso, o material gráfico pode levar o leitor a entender as relações mais abstratas. A informação focada no material gráfico pode preparar para a leitura verbal do texto. Entretanto, é, sem dúvida, necessária uma intimidade com este tipo de linguagem, que visa à articulação dessas duas formas de linguagem (verbal e não verbal). D9 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros

Esse é um descritor em nível macrotextual que visa à identificação do gênero do texto, como também ao reconhecimento de sua finalidade, seu propósito comunicativo.

Língua Portuguesa: orientações para o professor, SAEB/Prova Brasil, 4ª série/5º ano, ensino fundamental. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2009

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15) LEIA O TEXTO

(http://www.monica.com.br/cookpage/cookpage.cgi?!pag=comics/tirinhas/tira294)

“Chove todo dia...” (1° quadrinho).

Assinale a alternativa em que a palavra todo tenha o mesmo significado que o da tirinha anterior. (A) Todo o dia chove aqui. (B) Todo o bolo tinha formigas. (C) O livro foi lido por todo aluno. (D) Meu aluno chegou todo feliz.

TÓPICO II – Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto DESCRITOR D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc) GABARITO: C DISTRATORES:

Em “Chove todo dia”, a palavra TODO pode ser substituída por CADA, o mesmo que ocorre com a opção C. Nos distratores (A) e (B), TODO O é sinônimo contextual de INTEIRO. Já no distrator (D), TODO é equivalente a TOTALMENTE. ORIENTAÇÕES:

Caro monitor, fale com seus alunos sobre as múltiplas possibilidades semânticas da palavra TODO. Veja alguns exemplos:

• Todo país tem problemas. (=QUALQUER PAÍS) • Todo o país tem problemas. (=O PAÍS INTEIRO) • Ele está todo sujo. (=TOTALMENTE SUJO) • O dia todo foi de muito trabalho. (=O DIA INTEIRO) • Todo ser deveria ser igual. (=CADA SER)

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16) LEIA O TEXTO:

(Caulos, Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 1978, in http://www.inep.gov.br/download/enem/2001/prova/amarela_2001.pdf)

Os quadrinhos do texto anterior falam de (A) desmatamento. (B) seca. (C) enchente. (D) descaso das autoridades.

TÓPICO II – Implicações do suporte, do gênero e/ou enunciador na compreensão do texto DESCRITOR D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto, etc.) GABARITO: A DISTRATORES

No último quadrinho, a imagem da palmeira cortada sugere que houve desmatamento. Portanto, os distratores (B), (C) e (D) não seriam respostas adequadas. ORIENTAÇÕES

Caro monitor, apresente sucintamente ao aluno o poema original escrito por Gonçalves Dias. Se possível, use dicionários para que consultem os vocábulos desconhecidos. Ressalte o amor do poeta pela terra natal, cheia de belezas naturais e a sua atual devastação.

Veja abaixo o poema e uma breve biografia do autor: Canção do exílio "Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.

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Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar - sozinho, à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá."

Canção do exílio é o poema de Gonçalves Dias que abre o livro contos literários e marca a obra do autor como um

dos mais conhecidos poemas da língua portuguesa no Brasil. Foi escrita em julho de 1843, em Coimbra, Portugal. O poema, por conta de sua contenção e de sua alusão à pátria distante, tema tão próximo do ideário do Romantismo, tornou-se emblemático na cultura brasileira. Tal caráter é percebido por sua frequente aparição nas antologias escolares, bem como pelas inúmeras citações do texto presentes na obra dos mais diversos autores brasileiros. Sua temática é própria da primeira fase do Romantismo brasileiro, em sua mescla de nostalgia e nacionalismo. Gonçalves Dias compôs o poema cinco anos depois de partir para Portugal, onde fora cursar Direito na Universidade de Coimbra. O texto é estruturado a partir do contraste entre a paisagem europeia e a terra natal - jamais nominada, sempre vista com o olhar exagerado de quem está distante e, em sua saudade, exalta os valores que não encontra no local de exílio.

<http://pt.wikipedia.org> (com adaptações)

17) LEIA O TEXTO:

DORMIR FORA DE CASA PODE SER TORMENTO Mirna Feitosa

5

10

A euforia de dormir na casa do amigo é tão comum entre algumas crianças quanto o pavor de outras de passar uma noite longe dos pais. E, ao contrário do que as famílias costumam imaginar, ter medo de dormir fora de casa não tem nada a ver com a idade. Assim como há crianças de três anos que tiram essas situações de letra, há pré-adolescentes que chegam a passar mal só de pensar na ideia de dormir fora, embora tenham vontade.

Os especialistas dizem que esse medo é comum. A diferença é que algumas crianças têm mais dificuldade para lidar com ele. “Para o adulto, dormir fora de casa pode parecer algo muito simples, mas, para a criança, não é, porque ela tem muitos rituais, sua vida é toda organizada, ela precisa sentir que tem controle da situação”, explica o psicanalista infantil Bernardo Tanis, do Instituto Sedes Sapientiae. Dormir em outra casa significa deparar com outra realidade, outros costumes. “É um desafio para a criança, e novas situações geram ansiedade e angústia” , afirma. (...)

(Folha de S. Paulo, 30/8/2001)

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Marque a opção que indique a finalidade do texto acima: (A) entreter. (B) informar. (C) relatar. (D) convencer.

TÓPICO II – Implicações do suporte, do gênero e/ou enunciador na compreensão do texto DESCRITOR D12 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros GABARITO: B DISTRATORES:

A opção (A) é incorreta, porque o texto em questão não apresenta por objetivo o entretenimento, visto que se trata de um texto jornalístico cujo intuito é informar. A opção (C) é parcialmente incorreta, pois no texto houve trechos relatados, porém o relato não constitui sua finalidade. A opção (D) também é, em parte, inadequada, pois os autores de um texto, em geral, pretendem convencer o leitor de sua opinião, no entanto, não constitui a finalidade maior deste texto. ORIENTAÇÕES:

Trabalhar esta questão exige que o monitor leve para os alunos outros textos com diferentes propósitos, a fim de que a turma tenha o conhecimento de que para cada propósito comunicativo haverá uma finalidade na qual se baseia o texto em questão. É interessante propor à turma a análise de textos publicados em jornais, destacando que nem todo o conteúdo jornalístico tem o objetivo de informar.

18) LEIA O TEXTO:

TRAGÉDIA BRASILEIRA

5

10

Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade. Conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.

Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado do Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.

Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de

casa. Viveram três anos assim. Toda vez que Maria Elvira arranjava um namorado, Misael mudava de casa. Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bonsucesso, Vila

Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...

Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.

Fonte: BANDEIRA, Manuel. “Tragédia Brasileira”. In: Poesia Completa e Prosa.

Rio de Janeiro, Cia. José Aguilar Editora, 1967. p. 283. A finalidade do texto acima é (A) narrar. (B) descrever. (C) argumentar. (D) divertir.

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TÓPICO II – Implicações do suporte, do gênero e/ou enunciador na compreensão do texto DESCRITOR D12 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros GABARITO: A DISTRATORES:

A opção (B) está incorreta, pois, apesar de haver trechos descritivos, o texto tem por finalidade predominante narrar. A opção (C) também é incorreta, pois não há no texto traços característicos da argumentação. Já a opção (D) está parcialmente incorreta, pois a consequência do texto é promover a diversão, mas o objetivo é narrar. ORIENTAÇÕES:

É importante trabalhar com a turma todos os tipos de textos apresentados nas opções da questão, assim você dará aos alunos a possibilidade de listar as diferenças entre os variados textos e, para aqueles que ainda não os conhecem, a oportunidade de conhecê-los. Um livro cuja leitura é indispensável chama-se “Gêneros textuais e Ensino”, nele você poderá tirar todas as dúvidas acerca dos gêneros e tipos textuais e enriquecer suas aulas.

19) LEIA O TEXTO:

Fonte: Revista Veja. 30 jul. 1997, p. 15

Infere-se, da imagem acima, que (A) a evolução dos meios de comunicação faz com que as pessoas desliguem-se das pessoas próximas. (B) as pessoas gostam da comunicação mútua. (C) cada vez mais cedo, os jovens aprendem a lidar com a tecnologia. (D) os modernos meios de comunicação possibilitam um contato maior comas pessoas ao nosso redor.

TÓPICO II – Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão de texto DESCRITOR D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, fotos etc.) GABARITO: A DISTRATORES:

A opção (B) é incoerente com que é apresentado na charge, pois não há comunicação entre eles. A opção (C) está parcialmente incorreta, pois há a presença de jovens lidando com os meios de comunicação modernos, no entanto também existem adultos. E a opção (D) é incoerente, pois a charge mostra que o contato entre as pessoas presente é totalmente nulo. ORIENTAÇÕES:

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Faz-se necessário observar a opinião dos alunos sobre a evolução dos meios de comunicação, certamente, a maioria

ficará a favor. Procure observar o grupo, dentro da turma, que se posicionará contra e desenvolva com eles a argumentação, busque textos que mostrem as duas versões. Há um texto “Ela tem alma de pomba”, do Rubem Braga, que apresenta os dois lados da presença da TV na vida das pessoas, trabalhar a leitura e compreensão deste texto será enriquecedor.

__________________________________________________________________________________________ 20) LEIA O TEXTO A tristeza é uma emoção criada para permitir um ajustamento a uma grande perda ou uma decepção importante. E os especialistas sabem que quando a tristeza é muito profunda, aproximando-se da depressão, a velocidade metabólica do corpo fica muito reduzida, o que originalmente deveria deixar a pessoa quase imobilizada, em casa, onde há menos perigo e mais segurança.

Luiz Lobo, para a TVE Site: www.tvebrasil.com.br/links/homo/historia/historia/htm

Identifique a finalidade do texto abaixo.

(A) informar. (B) relatar. (C) divertir. (D) convencer.

TOPICO II – Implicações do Suporte, do Gênero e/ou Enunciador na Compreensão do Texto DESCRITOR D12 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros GABARITO: A DISTRATORES:

As opções (B), (C) e (D) são inadequadas porque o texto é uma definição que tem por objetivo informar. ORIENTAÇÕES:

É importante definir para os alunos o que vem a ser informar, relatar, divertir e convencer. Procure elaborar a definição a partir da opinião deles, partindo daquilo que eles tiverem noção, assim a compreensão se constrói de forma mais prática e eles dificilmente a esquecerão. Apresente à turma textos cuja finalidade seja distinta da presente no texto da questão. E, ao final, peça para que todos levem outros textos da preferência deles e proponham para uma atividade em que eles terão de identificar a finalidade dos textos escolhidos.

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Tópico IIITópico IIITópico IIITópico III Relação entre textosRelação entre textosRelação entre textosRelação entre textos

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Tópico III Relação entre texto

Há apenas dois descritores de habilidade neste tópico. D20 - Reconhecer diferentes formas de tratar a informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido

Neste descritor, a palavra-chave é a intertextualidade. Está inscrita na concepção do descritor a relação de interação que se estabelece entre os interlocutores.

Isto pressupõe entender de que forma o texto é produzido e como ele é recebido. Neste sentido, admite-se a ideia de polifonia, ou seja, da existência de muitas vozes no texto, o que constitui um princípio que trata o texto como uma comunhão de discursos e não como algo isolado. Neste tópico, a ideia central é a ampliação do mundo textual. D21 – Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema

Língua Portuguesa: orientações para o professor, SAEB/Prova Brasil, 4ª série/5º ano, ensino fundamental. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2009

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21) LEIA OS TEXTOS:

TEXTO I A FESTA DA PENHA

Olavo Bilac

Pelas estradas que levam à ermida branca, uma quinta parte da população carioca irá rezar e folgar lá em cima. Por toda a manhã, e toda a tarde, ferverá na Penha o pagode; e, sentados à vontade na relva, devastando os farnéis bem providos de viandas gordas e esvaziando os “chifres” pejados de vinho, os romeiros celebrarão com gáudio a festa da compassiva Senhora.

Vocabulário: ermida: pequena igreja viandas: carnes pejados: cheios gáudio: alegria compassiva: piedosa.

TEXTO II ROMARIA

Carlos Drummond de Andrade

5

No alto do morro chega a procissão. Um leproso de opa empunha o estandarte. As coxas das romeiras brincam no vento. Os homens cantam, cantam sem parar. No adro da igreja há pinga, café, Imagens, fenômenos, baralhos, cigarros E um sol imenso que lambuza de ouro O pó das feridas e o pó das muletas.

Vocabulário: Opa: Espécie de capa sem mangas. Em relação à estrutura formal dos textos I e II, é correto afirmar que (A) O texto I está organizado em períodos que compõem um parágrafo. (B) No texto II há o predomínio da ordem direta. (C) O texto I está organizado em versos. (D) O ritmo do texto II acompanha a naturalidade da fala.

TÓPICO III – Relação entre textos DESCRITOR D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido GABARITO: A DISTRATORES:

A opção (B) é incoerente, pois o predomínio da ordem direta ocorre no texto I. A opção (C) é incoerente, pois o texto I é um texto em prosa. Diz-se que a opção (D) é incorreta, pois o texto que acompanha o ritmo da fala é o texto I.

ORIENTAÇÕES:

Nesta questão, mais uma vez, é interessante trabalhar o vocabulário com a turma, pois há muitas palavras cujos

significados os alunos provavelmente desconhecem. Explique para eles que a presença de um vocabulário rebuscado faz parte do estilo do autor e aproveite para trabalhar textos em verso e textos em prosa. Proponha à turma o estabelecimento das diferenças de um texto em verso e um texto em prosa. Por fim, procure identificar o formato de texto que mais agrada aos alunos para, futuramente, você trabalhá-lo na turma.

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22) LEIA OS TEXTOS: TEXTO I

EVOCAÇÃO DO RECIFE (Fragmento)

5

A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros Vinha da boca do povo na língua errada do povo Língua certa do povo Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil Ao passo que nós O que fazemos É macaquear A sintaxe lusíada.

MANUEL BANDEIRA. “Evocação do Recife.” In Poesia completa e prosa.

Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996.

TEXTO II

5

Defesa da inventividade popular ( “o povo é o inventa-línguas”, Maiakovski) contra os burocratas da sensibilidade, que querem impingir ao povo, caritativamente, uma arte oficial, de ‘boa consciência’, ideologicamente retificada, dirigida. (...)

Mas o povo cria, o povo engenha, o povo cavila. O povo é o inventa-línguas, na malícia da mestria, no matreiro da maravilha. O visgo do improviso, tateando a travessia, azeitava o eixo do sol... O povo é o melhor artífice.

Haroldo de Campos. “Circulado de Fulô”, in Isto não é um livro de viagens. 16 fragmentos de

“Galáxias”. CD gravado no Nosso Estúdio, São Paulo, para a Editora 34, Rio de Janeiro, 1992.

* Maiakovski – poeta russo que viveu entre 1893 e 1930. Em relação aos textos I e II, observa-se a valorização do falar do povo brasileiro. No entanto, há um trecho do texto I que apresenta uma crítica negativa em relação a esse falar. Marque a opção que contém essa crítica. (A) “A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros” (B) “ Vinha da boca do povo na língua errada do povo” (C) “Língua certa do povo” (D) “Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil”

TÓPICO III – Relação entre textos DESCRITOR D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam

do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido

GABARITO: B DISTRATORES:

A opção A é inadequada porque não apresenta crítica alguma. Já as opções (C) e (D) são inadequadas por apresentarem valorização do falar do povo. ORIENTAÇÕES:

É importante propor um debate com a turma em relação ao falar do povo brasileiro, fazendo uma analogia com o português de Portugal. Destaque para os alunos as diferenças existentes entre o português do Brasil e o de Portugal e que o

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MÓDULO II

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 30 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

nosso distanciamento em relação a este último não nos faz povos inferiores, mas inovadores. Há um documentário cujo título é “Língua: vidas em português” que seria interessante passar para os alunos, assim

haverá a possibilidade de propor uma atividade de produção textual em que a turma poderá expor sua opinião. Busque com os alunos o significado dos vocábulos do texto II. Provavelmente eles terão bastante dificuldade em

compreendê-lo devido ao grande número de palavras desconhecidas.

23) LEIA OS TEXTOS: TEXTO I

O ALMIRANTE NEGRO (João Bosco – Aldir Blanc)

5

10

15

20

Há muito tempo nas águas da Guanabara O Dragão do Mar reapareceu Na figura de um bravo marinheiro A quem a história não esqueceu Conhecido como o Almirante Negro Tinha a dignidade de um mestre-sala E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas Jovens polacas e por batalhões de mulatas Rubras cascatas jorravam das costas dos negros Pelas pontas das chibatas Inundando o coração de toda tripulação Que a exemplo do marinheiro gritava então Glória aos piratas, às mulatas, às sereias Glória à farofa, à cachaça, às baleias Glória a todas as lutas inglórias Que através da nossa história Não esquecemos jamais Salve o almirante negro Que tem por monumento As pedras pisadas do cais Mas faz muito tempo...

Jornal O Dia, 21.11.2010

TEXTO II

A LETRA ORIGINAL DE ‘O MESTRE-SALA DOS MARES’

Em 1974, a ditadura exigiu mudanças até no título do samba em homenagem a João Cândido, líder da Revolta da Chibata. Na véspera dos 100 anos do motim contra os castigos físicos na Marinha, o Informe publica a letra original. Ah, Dragão do Mar foi o jangadeiro que, em 1884, impediu o embarque de escravos em Fortaleza e precipitou a Abolição no Ceará.

Jornal O Dia, 21.11.2010.

Em relação aos textos abaixo, é correto afirmar que

(A) O texto I apresenta a letra do samba em sua versão original e o texto II ratifica isso. (B) O texto II faz um esclarecimento acerca das mudanças feitas no texto I por ocasião da Ditadura. (C) O texto II faz referência as poucas mudanças na letra do samba por ocasião da Ditadura. (D) Devido à Ditadura, o texto I utiliza uma linguagem denotativa.

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TÓPICO III – Relação entre textos DESCRITOR D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam

do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido

GABARITO: B DISTRATORES:

A opção (A) é incorreta porque o texto I já apresenta a letra do samba modificado e o texto II faz essa ressalva. A opção (C) está incorreta, pois, de acordo com o texto II, não foram poucas as mudanças feitas no texto I, visto que foi necessário mudar até o título. A opção (D) é incoerente, pois devido à ditadura era necessário o uso de uma linguagem metafórica, conotativa. ORIENTAÇÕES:

É interessante pedir um apoio ao professor de História para explicar melhor o que acontecia no contexto histórico daquela época, assim haverá possibilidade de os alunos compreenderem melhor o que está sendo expresso na letra da música.

É importante também explorar o vocabulário da letra da música, pedindo aos alunos para destacar as palavras cujo significado é desconhecido para eles, dessa forma, eles poderão pesquisar no dicionário e criar o hábito de consultá-lo.

24) LEIA OS TEXTOS: TEXTO I

QUARTO DE BADULAQUES

5

10

Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra no último “Quarto de badulaques”. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção”? do verbo “varrer”. De fato, tratava-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário (...). O certo é “varrição”, e não “varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim, porque nunca os ouvi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página do dicionário(...). Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas gerais, fala “varreção”, quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.

(Rubem Alves, Quarto de badulaques)

TEXTO II

O GIGOLÔ DAS PALAVRAS (Fragmento)

5

(...) Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou com a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa! Com que cuidado, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção de lexicógrafos, etimologias e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda.

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VERÍSSIMO, Luís Fernando. “O gigolô das palavras”. In: Mais Comédias para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. p.145.

Acerca dos textos I e II é correto afirmar que (A) os dois textos defendem o uso das regras gramaticais em qualquer situação. (B) o amigo do enunciador do texto 1 é um gigolô das palavras. (C) Os enunciadores dos dois textos comportam-se como um gigolô das palavras. (D) Os enunciadores dos textos são contra à obediência às normas gramaticais.

TÓPICO III – Relação entre textos DESCRITOR D21 – Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao

mesmo tema GABARITO: C DISTRATORES:

A opção (A) é incoerente, pois nenhum dos textos defende o uso das normas gramaticais. A opção (B) está incorreta, pois, ao contrário, o amigo, o enunciador do texto I, não se comporta como um gigolô das palavras. A opção (D) é inadequada, pois em nenhum momento os enunciadores posicionam-se contra a obediência às normas gramaticais, eles são apenas a favor da adequação da língua ao contexto. ORIENTAÇÕES:

Faz-se necessário ler os dois textos passo a passo para que a turma compreenda que ambos dão importância para a adequação da linguagem. Apresente para os alunos outros textos que tratem do mesmo assunto, leia trechos do livro “A língua de Eulália” e busque sempre a opinião da turma acerca do tema; exercícios de mudança da linguagem formal para informal também são interessantes e, em geral, os alunos gostam bastante.

___________________________________________________________________________________________ 25) LEIA OS TEXTOS TEXTO I

A PÁTRIA

5

10

15

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! Não verás nenhum país como este! Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, É um ceio de mãe a transbordar carinhos. Vê que vida há no chão! Vê que vida há nos ninhos, Que se balançam no ar; entre os ramos inquietos! Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! Vê que grande extensão de matas, onde impera Fecunda e luminosa, a eterna primavera! Boa terra! Jamais negou a quem trabalha O pão que mata a fome, o teto que agasalha... Quem com seu suor fecunda e umedece, Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece! Criança! Não verás país nenhum como este: Imita na grandeza a terra em que nasceste!

In: BILAC, Olavo. Poesias infantis. 18. ed. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1952.

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TEXTO II PROSTITUIÇÃO INFANTIL

5

10

15

Não sei que jornal, há algum tempo, noticiou que a polícia ia tomar sob a sua proteção as crianças que aí vivem, às dezenas, exploradas por meia dúzia de bandidos. Quando li a notícia, rejubilei. Porque, há longo tempo, desde que comecei a escrever, venho repisando este assunto, pedindo piedade para essas crianças e cadeia para esses patifes. Mas os dias correram. As providências anunciadas não vieram. Parece que a piedade policial não se estende às crianças, e que a cadeia não foi feita para dar agasalho aos que prostituem corpos de sete a oito anos... E a cidade, à noite, continua a encher-se de bandos de meninas, que vagam de teatro em teatro e de hotel em hotel, vendendo flores e aprendendo a vender beijos. Anteontem, por horas mortas, (...) vi sentada uma menina, a uma soleira de porta. Dormia. Ao lado, a sua cesta de flores murchas estava atirada sobre a calçada. Despertei-a. A pobrezinha levantou-se, com um grito. Teria oito anos, quando muito. Louros e despenteados, emolduravam os seus cabelos um rosto desfeito, amarrotado de sono e de choro. (...) Perdera toda a féria. Só conseguira obter, ao cabo de toda uma tarde de caminhadas e de pena, esses dez tostões – perdidos ou furtados. E pelos seus olhos molhados passava o terror das bordoadas que a esperavam em casa...

“Mas é teu pai quem te esbordoa?” “É um homem que mora lá em casa...” (...) não penseis que me iluda sobre a eficácia das providências que possa a polícia tomar, a fim de salvar das

pancadas o corpo e da devassidão a alma de qualquer dessas meninas. (...)

BILAC, Olavo. In: DIMAS, Antonio (org). Vossa insolência: crônicas. São Paulo, Companhia das Letras, 1996. p. 305-8. Os textos acima foram escritos com propósitos distintos, com base nessa observação, marque a opção que apresente comentário adequado em relação aos textos. (A) O texto I apresenta uma exaltação à pátria e o texto II ratifica essa exaltação. (B) Ambos os textos fazem referência a problemas enfrentados pelo povo brasileiro. (C) Somente o texto I exalta a pátria, o texto II fala de um ato falho do Estado. (D) O texto I é de caráter ufanista e o texto II fala da piedade que os policiais têm pelas crianças.

TÓPICO III – Relação entre textos DESCRITOR D21 – Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao

mesmo tema GABARITO: C DISTRATORES:

A opção (A) é incorreta porque apenas o texto I exalta a pátria. A opção (B) é incorreta porque apenas o texto II faz referência a problemas enfrentados pelo povo brasileiro. A opção (D) é incoerente, pois no texto II há uma passagem que diz que os policiais não têm piedade das crianças. ORIENTAÇÕES:

Monitor, procure comparar os textos com os alunos, explorando as semelhanças e diferenças entre eles, no que diz respeito à forma, verso e prosa, e ao contexto histórico em que cada texto foi produzido.

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26) LEIA OS TEXTOS: TEXTO I

SE EU MORRESSE AMANHÃ!

5

10

15

Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que manhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Que sol! Que céu azul! Que doce n’alva Acorda a natureza mais louça! Não me batera tanto amor no peito Se eu morresse amanhã! Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o dolorido afã... A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã!

AZEVEDO, Álvares de. Se eu morresse amanhã. In: FACIOLI, Valentim & OLIVIERI, Antonio C. Antologia de poesia brasileira – Romantismo. São Paulo, Ática, 2000. p. 60.

TEXTO II

EPITÁFIO

5

10

15

20

Devia ter amado mais Ter chorado mais Ter visto o sol nascer Devia ter arriscado mais E até errado mais Ter feito o que eu queria fazer Queria ter aceitado as pessoas Como elas são Cada um sabe a alegria e a dor Que traz no coração O acaso vai me proteger Enquanto eu andar distraído O acaso vai me proteger Enquanto eu andar... Devia ter complicado menos Trabalhado menos Ter visto o sol se pôr Devia ter me importado menos Com problemas pequenos Ter morrido de amor Queria ter aceitado a vida Como ela é A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier (...)

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In: TITÃS. A melhor banda de todos os tempos da última semana. 2001.

Apesar de os textos acima apresentarem visões opostas em relação à morte (texto I visão positiva e texto II visão negativa) há uma estrofe no texto I em que o autor apresenta as desvantagens que a morte traria se ele morresse. Identifique essa estrofe. (A) Primeira estrofe. (B) Segunda estrofe. (C) Terceira estrofe. (D) Quarta estrofe.

TÓPICO III – Relação entre textos DESCRITOR D21 – Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo

tema GABARITO: B DISTRATORES:

As opções (A), (C) e (D) referem-se às estrofes em que Álvares de Azevedo lista as vantagens que a morte traria para ele, por isso, são inadequadas. ORIENTAÇÕES

É interessante falar para os alunos um pouco sobre os poetas românticos, destacando as diferentes gerações românticas. Ressalte para eles o lado pessimista dos poetas pertencentes a esse momento literário e tente localizar esse pessimismo em outros textos que você poderá apresentar à turma. É importante, também, que todos ouçam a música para listarem conclusões acerca do assunto abordado na mesma.

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Tópico IVTópico IVTópico IVTópico IV Coerência e coesão Coerência e coesão Coerência e coesão Coerência e coesão

no processamento do textono processamento do textono processamento do textono processamento do texto

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Tópico IV

Coerência e Coesão no Processamento do Texto

Há seis descritores neste tópico. D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto

Trata-se de uma habilidade fundamental para o entendimento do texto: relacionar as partes de um texto, tanto nas relações entre parágrafos, quanto nas relações dentro do parágrafo. Embora requeira do leitor um conhecimento gramatical das funções que um sintagma nominal e um pronome, por exemplo, podem exercer na frase, não se trata – é importante enfatizar – de uma identificação de palavras, mas de identificação de relações semânticas a que se pode atribuir coerência de sentidos no texto. D7 – Identificar a tese de um texto D8 – Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa

Neste descritor, vamos nos ater mais especificamente ao tipo de texto (narrativo) e a seus componentes fundamentais. Portanto, diz respeito à construção da coerência entre os elementos da narrativa em relação ao conflito que gera o enredo.

D11 - Estabelecer relação de causa/ consequência entre partes e elementos do texto

A coesão sequencial diz respeito aos procedimentos linguísticos por meio dos quais se estabelecem, entre segmentos do texto, diversos tipos de relações semânticas, responsáveis por fazer o texto progredir. Neste caso específico, a relação é de causa/consequência: a busca dos porquês nas relações textuais. D15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc.

De forma mais ampla, este descritor visa à ampliação dos descritores anteriores no que tange ao papel que as diferentes palavras exercem na língua. Trata-se de relação de coesão, ou seja, de ligação entre partes do texto, mas, neste caso, estabelecidas por palavras que substituem outras, como, por exemplo, os advérbios e as conjunções. Aqui está um bom exemplo do que é um processamento textual e um conteúdo em sala de aula. Neste caso, não basta o estudante reconhecer o advérbio de tempo, modo ou lugar, por exemplo, mas entender como este advérbio une um parágrafo e outro, por exemplo, ou que relação de sentido estabelece entre uma ideia e outra dentro do parágrafo.

Língua Portuguesa: orientações para o professor, SAEB/Prova Brasil, 4ª série/5º ano, ensino fundamental. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2009

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27) LEIA O TEXTO:

QUADRILHA

5

João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética.

12ª ed. Rio de Janeiro, J. Olympio, 1978. p. 136.) O texto defende a tese de que (A) as histórias de amor sempre têm final feliz. (B) o amor deve ser para sempre. (C) o amor é marcado pelo desencontro. (D) a liberdade deve ser cultivada nos dias de hoje. (E)

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D7 – Identificar a tese de um texto GABARITO: C DISTRATORES

O texto sugere a intensa troca de casais como na dança folclórica, o amor não é correspondido. Por isso, pode-se dizer que se defende a tese de que “o amor é marcado pelo desencontro.” ORIENTAÇÕES

Caro monitor, fale com os alunos sobre a estrutura do poema, seu ritmo e ausência de rima e de final feliz. Proponha uma comparação entre ele, as músicas românticas atuais e as novelas da teledramaturgia brasileira.

. 28) LEIA O TEXTO

A COMPRA DE ARMAS DEVE SER PROIBIDA?

5

10

Estou convencido de que, em benefício da segurança de todo o povo, o comércio de armas deveria ser bastante restringido e rigorosamente controlado. Todos os argumentos usados, pelos meios de comunicação e no Congresso Nacional, em favor da ampla liberdade na venda e compra de armas procuram esconder o verdadeiro e real objetivo, que é o comércio de armas, altamente lucrativo e causa das maiores tragédias sociais e individuais da humanidade. É absolutamente falso dizer que o comércio deve ser livre para dar segurança aos cidadãos honestos, pois quem tem o dever legal de dar segurança ao povo é o governo, que recebe impostos e tem gente treinada para executar essa tarefa, estando realmente preparado para enfrentar criminosos. Se os organismos policiais são deficientes, o caminho é a mobilização de toda a sociedade exigindo eficiência – e não a barbárie da autodefesa, que fatalmente acaba gerando os justiceiros privados, arbitrários e violentos, não trazendo nenhum benefício para os que não têm dinheiro para comprar armas sofisticadas nem vocação para matadores. Não me parece necessário chegar ao extremo da proibição, mas a venda de armas aos cidadãos deveria se restringir a casos excepcionais, definidos em lei.

Dalmo Dallari – Folha de São Paulo

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A tese do texto abaixo é (A) O comércio de armas deveria ser bastante restringido e rigorosamente controlado. (B) O comércio deve ser livre para dar segurança aos cidadãos honestos. (C) O governo tem o dever legal de dar segurança ao povo. (D) A liberação do comércio de armas gera justiceiros privados arbitrários e violentos.

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D7 – Identificar a tese de um texto GABARITO: A DISTRATORES:

A opção (B) é incoerente por afirmar o contrário do que o texto diz, logo, não poderia constituir a tese. A opção (C) é apenas uma das assertivas presentes no texto. Já a opção (D) constitui um dos argumentos que sustentam a tese de que o comércio de armas deve ser restringido. ORIENTAÇÕES:

Faz-se necessário deixar claro para os alunos que, para haver argumentação, é preciso existir uma assertiva suscetível de questionamento e o período que constitui a tese desse texto, provavelmente, gerará muitos questionamentos.

Proponha um debate à turma sobre o texto, peça para que os alunos deem seus posicionamentos e argumentem para sustentar a tese que eles próprios geraram. Exija sempre justificativas para as afirmações que eles apresentarem.

29) LEIA O TEXTO:

DE QUEM SÃO OS MENINOS DE RUA? (Fragmento)

5

10

Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora. Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim que a gente divide. Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força por que pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão. (...).

Na verdade não existem Meninos De Rua. Existem meninos Na rua. E toda vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também são postos onde quer que estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê.

COLASSANTI, Marina. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro, Rocco, 1999.

O pronome EU, que inicia o texto, refere-se (A) à mãe de um menino de rua. (B) à mãe de um menino de família. (C) à narradora que é uma das personagens do texto. (D) à narradora que descreve a cena sem ter participado da mesma.

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D10 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa GABARITO: C DISTRATORES:

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As opções (A) e (B) são incoerentes, pois as mães, tanto do menino de rua quanto do menino de família, não

participam da história. A opção (D) é incorreta, pois a narradora do texto é também personagem da história. ORIENTAÇÕES:

É importante trabalhar com os alunos os elementos de uma narrativa, procure identificá-los no próprio texto. É interessante levar a turma para assistir a um filme em que estejam bem explícitos os elementos da narrativa para que depois se proponha um debate sobre o filme e identifique cada um dos elementos que participaram da construção da narrativa.

30) LEIA O TEXTO:

HOJE A NOITE NÃO TEM LUAR (Renato Russo)

.

5

10

Ela passou do meu lado "Oi amor" eu lhe falei - Você está tão sozinha Ela então sorriu pra mim Foi assim que a conheci Naquele dia junto ao mar As ondas vinham, beijar a praia O sol brilhava de tanta emoção Um rosto lindo como o verão E um beijo aconteceu Nos encontramos a noite Passeamos por ali E num lugar escondido Outro beijo lhe pedi

15

20

25

Lua de prata no céu O brilho das estrelas no chão Tenho certeza que não sonhava A noite linda continuava E a voz tão doce que me falava O mundo pertence a nós E hoje a noite não tem luar E eu estou sem ela Já não sei onde procurar Não sei onde ela está E hoje a noite não tem luar E eu estou sem ela Já não sei onde procurar Onde está meu amor

Fonte: http://letras.terra.com.br/renato-russo/74502/

A letra da música acima constitui um texto narrativo, identifique o trecho que representa o clímax dessa narrativa. (A) “Ela passou do meu lado (...)”. (B) “ (...) Ela então sorriu pra mim (...)” (C) “(...) E um beijo aconteceu (...)” (D) “(...) outro beijo lhe pedi(...)”

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D10 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa GABARITO: C DISTRATORES:

A opção (A) é inadequada, pois apresenta apenas a situação inicial da história; a (B) é inadequada, pois apresenta a complicação da história; e a opção (D) também é inadequada, pois apresenta o desfecho da história. ORIENTAÇÕES:

Para resolução dessa questão, destaque para eles que a narração, assim como outros modos de organização textual, pode estar presente também nas letras de música. É interessante levar a música para a turma ouvir, assim os alunos terão mais facilidade para responder às perguntas acerca dela.

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31) LEIA O TEXTO:

5

O filho do alfaiate chega para o pai lá no fundo da loja e pergunta: __ O terno marrom encolhe depois de lavado? __ Por que você quer saber, filho? __ O freguês é quem quer saber. __ Ele já experimentou? __ Já. __ Ficou largo ou apertado? __ Largo. __ Então diz que encolhe.

ZIRALDO, Novas anedotinhas do Bichinho da maçã. 15. ed.

São Paulo: Melhoramentos, 2005. p. 22)

Que valor semântico a palavra em destaque no último período do texto estabelece entre a oração anterior e a oração seguinte? (A) adição. (B) oposição. (C) conclusão. (D) explicação.

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D1 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios

etc.) GABARITO: C DISTRATORES:

As opções (A), (B) e (D) são incoerentes por apresentarem no conteúdo valores semânticos que dificilmente o conector assumiria nesse texto e até mesmo em outros. ORIENTAÇÕES:

É importante desenvolver com os alunos o hábito de associar as orações de um texto, para que, dessa forma, eles não busquem atribuir significação aos conectivos em contextos isolados, nem caiam na tentação de tentar decorar o valor semântico das conjunções só pela forma.

Procure levar para a turma atividades em que terá de estabelecer a união de orações por meio de conectivos, atribuindo coerência ao período; busque também analisar o valor semântico das orações dentro do texto, evite isolar as frases.

32) LEIA O TEXTO:

O RISCO DA BOLSA-ESMOLA

5

10

Inegavelmente foi um avanço a unificação de programas de distribuição de recursos no Bolsa-família, apesar de ainda faltar a adesão de prefeitos e governadores. A unificação indica a busca de racionalidade para reduzir desperdício e aumentar eficiência administrativa. Claro que a operação ainda é uma incógnita, mas o anúncio merece ser festejado.

A discussão essencial – e mais delicada – é saber até quando o poder público vai manter esses milhões de bolsas. Se os recursos distribuídos diretamente aos mais pobres não promoverem a autonomia dos indivíduos para que, uma vez escolarizados, consigam dispor de uma fonte de renda, iremos distribuir apenas bolsas-esmola.

É esse o grande risco, como se vê em várias partes do mundo, desse tipo de programa. As pessoas se acomodarem com aquela ajuda e, pela falta de estímulo econômico, não encararem aquele dinheiro como algo provisório, mas uma esmola.

A eficiência desses programas será medida pelo número de brasileiros que não dependem mais de nenhuma bolsa.

(Folha de São Paulo, 21/10/2003)

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 42 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

O apresenta como tese (A) a unificação de programas de distribuição de recursos no Bolsa-família foi um avanço. (B) a manutenção de milhões de bolsas é temporária. (C) os recursos distribuídos aos mais pobres devem promover a autonomia dos indivíduos. (D) a falta de estímulo econômico gera o comodismo nas pessoas pobres.

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR 7 – Identificar a tese de um texto GABARITO: C DISTRATORES:

As opções (A) e (B) são inadequadas por apresentarem fatos citados no texto que não constituem a tese, mas apenas sustentam-na. A opção D é incorreta, pois cita apenas uma das consequências geradas pelo “bolsa-esmola”. ORIENTAÇÕES:

Faz-se necessário saber a opinião dos alunos acerca do assunto abordado no texto, assim haverá a possibilidade de identificar na turma aqueles que se posicionam a favor e os que se posicionam contra. Feito isso, pode-se iniciar o trabalho de elaboração de texto argumentativo.

Apresente outros temas polêmicos para criar na turma o hábito de formar opinião, gerar uma tese e criar argumentos para sustentá-la.

33) LEIA O TEXTO:

O LAZER DA FORMIGA

5

10

A formiga entrou no cinema porque achou a porta aberta e ninguém lhe pediu bilhete de entrada. Até aí, nada demais, porque não é costume exibir bilhete de entrada a formigas. Elas gozam de certos privilégios, sem abusar deles. O filme estava no meio. A formiga pensou em solicitar ao gerente que fosse interrompida a projeção para recomeçar do princípio, já que ela não estava entendendo nada; o filme era triste, e os anúncios falavam de comédia. Desistiu da idéia; talvez o cômico estivesse nisso mesmo. A jovem sentada à sua esquerda fazia ruído ao comer pipoca, mas era uma boa alma e ofereceu pipoca à formiga. __ Obrigada, respondeu esta, estou de luto recente. __ Compreendo, disse a moça, ultimamente há muitas razões para não comer pipoca. A formiga não estava disposta a conversar, e mudou de poltrona. Antes não o fizesse. Ficou ao lado de um senhor que coleciona formigas, e que sentiu, pelo cheiro, a raridade de sua espécie. Você será a 70001 de minha coleção, disse ele, esfregando as mãos de contente. E abrindo uma caixinha de rapé, colocou dentro a formiga, fechou a caixinha e saiu do cinema.

Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis.

Marque a opção cujo conteúdo expresse o fato representante da complicação da narrativa: (A) “A formiga entrou no cinema porque achou a porta aberta(...)” (B) “A formiga pensou em solicitar ao gerente que fosse interrompida a projeção.” (C)” A formiga não estava disposta a conversar, e mudou de poltrona.” (D) “Ficou ao lado de um senhor que coleciona formigas, (...)”

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D10 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa GABARITO: C

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 43 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

DISTRATORES:

A opção (A) é inadequada porque expressa a situação inicial da narrativa. A opção (B) também é incorreta, porque é parte do desenvolvimento da narrativa, no entanto, não apresenta o fato gerador da complicação da história. Já a opção (D) é inadequada por apresentar o fato consequente da complicação da narrativa.

ORIENTAÇÕES:

Para resolução desta questão com a turma, faz-se necessário trabalhar todos os elementos de um texto narrativo. Os elementos poderão ser apresentados aos poucos, cada dia explore um elemento, leve outros textos e sugira aos alunos que montem seus próprios textos.

34) LEIA O TEXTO

FAÇA QUALQUER MOVIMENTO E SERÁ MORTO.

Identifique o valor semântico do conectivo em destaque no período abaixo: (A) adição. (B) adversidade. (C) alternância. (D) consequência.

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções,

advérbios etc..) GABARITO: D DISTRATORES:

Aqueles que optaram pela alternativa (A), certamente não analisaram as orações que estão sendo interligadas pelo conector E, apenas decoraram uma lista de conjunções sem a elas atribuir valores semânticos. A opção B é inadequada, pois o conector não apresenta ideia de adversidade entre as orações que está interligando. Em relação à opção (C), pode-se afirmar que é inadequada, pois seu conteúdo é incompatível com o valor semântico estabelecido entre as orações. ORIENTAÇÕES:

É indispensável salientar para os alunos que a indicação do valor semântico das conjunções só é possível com base na observação das orações interligadas pelo conector. Evite levá-los à tradicional “decoreba”, mostre para eles que depreender o sentido pela frase é mais fácil e proveitoso.

É importante também destacar que uma mesma conjunção poderá assumir valores distintos de acordo com o contexto frasal em que se insere e que a escolha da conjunção pode denunciar um estilo do autor, um posicionamento, um ponto de vista.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 44 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

35) LEIA O TEXTO:

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aventuras da família

Brasil: parte 2. Porto Alegre, L&PM, 1993. p. 14

Em relação à charge abaixo, infere-se que a tese do filho em relação ao casamento é: (A) O casamento é uma instituição sólida e duradoura. (B) As pessoas devem casar-se na adolescência. (C) Casar-se cedo é cometer um ato de loucura. (D) O casamento é efêmero.

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR 7 – Identificar a tese de um texto GABARITO: D DISTRATORES:

A opção (A) é incoerente por apresentar o contrário do que é apresentado no conteúdo da charge. Apesar de haver referência ao casamento na adolescência, a opção (B) é incorreta, pois não constitui a tese proposta pelo filho. A opção (C) é incorreta, pois a tese de que casar-se cedo é um ato de loucura é do pai e não do filho. ORIENTAÇÕES:

É interessante propor um debate com os alunos acerca do tema “casamento”. Elabore algumas perguntas como “Qual a melhor idade para se casar?” “Vocês acham que hoje em dia o casamento logo termina?” “Atualmente, quais os motivos que tornam o casamento efêmero?” Feito isso, desenvolva uma atividade de produção textual em que todos deverão expor por escrito as ideias desenvolvidas no debate.

36) LEIA O TEXTO

O MITO DO AUTOMÓVEL

5

O automóvel é o símbolo máximo das sociedades modernas. A demanda de automóveis teve um aumento tão rápido que em apenas algumas décadas transformou a indústria automobilística num dos motores da economia de mercado. Mas isso ocorreu porque os carros satisfazem inúmeras necessidades, anseios e fantasias dos homens e das mulheres de hoje – em especial o sonho da liberdade de movimentos. Qual será o futuro desse fruto do casamento do sonho com a técnica? Não corremos talvez o risco de ver nossa liberdade de possuir um carro vir a transformar-se em escravidão a esse mesmo carro?

(Correio da Unesco. Fundação Getúlio Vargas)

Observe o trecho: “A demanda de automóveis teve um aumento tão rápido que em apenas algumas décadas transformou a indústria automobilística num dos motores da economia de mercado”.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 45 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

O conector em destaque introduz uma oração que estabelece uma relação de: (A) comparação. (B) consequência. (C) intensidade. (D) explicação.

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios

etc..) GABARITO: B DISTRATORES:

Apesar de o conector algumas vezes estabelecer relações de comparação e explicação, as opções (A) e (D) são inadequadas ao valor semântico estabelecido pelo conector que no texto. Também a opção (C) é inadequada, pois a intensificação está no vocábulo tão e não na oração introduzida pelo conector que. ORIENTAÇÕES:

É importante trabalhar com a turma os diferentes valores semânticos assumidos pelo conector que. Busque apresentar outros períodos em que a conjunção apresente valores distintos e proponha aos alunos a classificação adequada das mesmas.

37) LEIA O TEXTO:

GENTILEZA GERA SAÚDE (Fragmento)

A gentileza é algo difícil de ser ensinado e vai muito além da palavra educação. Ela é difícil de ser encontrada, mas fácil de ser identificada, e acompanha pessoas generosas e desprendidas, que se interessam em contribuir para o bem do outro e da sociedade. É uma atitude desobrigada, que se manifesta nas situações cotidianas e das maneiras mais prosaicas.

SOMURO,S. A. B. Ser gentil é ser saudável. Disponível em:

http://www.abqv.org.br. Acesso em: 22 jun. 2006(adaptado)

Identifique a tese do texto é (A) a gentileza extrapola as regras de boa educação. (B) a gentileza acompanha pessoas generosas. (C) a gentileza é algo que pode ser ensinado. (D) a gentileza manifesta-se nas situações cotidianas.

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D7 – Identificar a tese de um texto GABARITO: A DISTRATORES:

As opções (B) e (D) não constituem a tese porque apresentam fatos que não a sustentam. Já a opção (C) está incorreta, pois no texto não há a afirmação de que a gentileza é algo que pode ser ensinado. ORIENTAÇÕES:

É interessante trabalhar com os alunos a identificação de teses de outros texto e também os argumentos utilizados para sustentá-la; procure propor alguns temas em que os alunos deverão construir a tese e os argumentos.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 46 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

38) LEIA O TEXTO:

TREM DAS ONZE (Adoniran Barbosa)

5

10

15

20

25

Não posso ficar nem mais um minuto com você Sinto muito amor, mas não pode ser Moro em Jaçanã Se eu perder esse trem Que sai agora às onze horas Só amanhã de manhã Não posso ficar nem mais um minuto com você Sinto muito amor, mas não pode ser Moro em Jaçanã Se eu perder esse trem Que sai agora às onze horas Só amanhã de manhã Além disso mulher, tem outra coisa Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar Sou filho único, tenho minha casa prá olhar Não posso ficar, não posso ficar... Não posso ficar nem mais um minuto com você Sinto muito amor, mas não pode ser Moro em Jaçanã Se eu perder esse trem Que sai agora às onze horas Só amanhã de manhã Além disso mulher, tem outra coisa Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar Sou filho único, tenho minha casa prá olhar Não posso ficar, não posso ficar...

http://www.vagalume.com.br/adoniran-barbosa/trem-das-onze.html

Ao longo da letra da música, o autor lista uma série de argumentos para sustentar uma determinada tese, essa tese refere-se (A) ao fato de o trem sair às 11h. (B) ao fato de ter de dormir fora de casa. (C) ao fato de não poder ficar nem mais um minuto com a namorada. (D) ao fato de a mãe do rapaz não dormir enquanto ele não chegar.

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D7 – Identificar a tese de um texto GABARITO: C DISTRATORES:

As opções (A), (B) e (D) apresentam os argumentos listados ao longo da letra da música para convencer o destinatário da mensagem a deixar o namorado partir. ORIENTAÇÕES:

É importante levar a música para que os alunos possam ouvir e refletir sobre a mensagem passada. Para trabalhar melhor tese e argumento, é interessante levar um tema polêmico e dividir a turma em dois grupos: um que se posicione a favor e outro contra. Assim os alunos poderão desenvolver melhor a capacidade de argumentação.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 47 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

39) LEIA O TEXTO

O CÃO E O PEDAÇO DE CARNE

5

Um cão, que carrega um pedaço de carne na boca, enquanto atravessava um rio, viu seu reflexo na água. Julgou, de imediato, que um outro cão levava um outro pedaço de carne maior do que o seu. Por isso, largou o que possuía e tentou pegar o outro, acabando por ficar sem alimento.

Adaptação da fábula de Esopo

Marque a opção cujo conteúdo indique o conflito gerador do enredo dessa fábula. (A) Um cão carregava um pedaço de carne na boca. (B) O cão viu seu reflexo na água. (C) O cão julgou que um outro cão levava um outro pedaço de carne. (D) O cão ficou sem alimento.

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D10 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa GABARITO: B DISTRATORES:

A opção (A) refere-se ao equilíbrio da narrativa; a opção (C) apresenta um dos fatos que foram gerados após a complicação da narrativa; e a opção (D) apresenta o desfecho da história. ORIENTAÇÕES:

Monitor, se possível, leve outras versões dessa mesma fábula. Converse com eles sobre as características e finalidade desse gênero textual. Peça-lhes para que, em grupos, escrevam a moral da história, leiam para os colegas e comparem as produções.

40) LEIA O TEXTO:

ARGUMENTO

(Paulinho da Viola)

5

10

Tá legal, Eu aceito o argumento Mas não me altere o samba tanto assim Olhe que a rapaziada está sentindo a falta De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim. Sem preconceito, Ou mania de passado, Sem querer ficar do lado De quem não quer navegar Faça como o velho marinheiro, Que durante o nevoeiro Leva o barco devagar.

http://letras.terra.com.br/paulinho-da-viola/48050/

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 48 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

Com base na leitura atenta da letra da música, é possível depreender que o autor contra-argumenta com os argumentos propostos por outra pessoa. Tendo em vista essa informação, indique a opção cujo conteúdo apresente o argumento proposto. (A) O samba deve ser concebido fora dos moldes do passado. (B) Deve-se inserir no samba instrumentos musicais tradicionais. (C) Mudar o samba sem grandes alterações. (D) Conceber o samba nos moldes tradicionais.

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D8 – Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la GABARITO: A DISTRATORES:

As opções (B) e (C) são inadequadas porque apresentam contra-argumentos e não o argumento. A opção (D) é

incorreta porque o conteúdo apresenta o contrário do que se está argumentando. ORIENTAÇÕES:

Monitor, assim como em outras questões em que se buscou mensurar o conhecimento dos alunos acerca de tese e de argumentos, procure dividir a turma em dois grandes grupos: um que se posicione a favor e outro contra. Dessa forma, acreditamos que eles possam desenvolver essa habilidade com maior competência.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 49 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

Tópico VTópico VTópico VTópico V Relação entre recursos expressivos Relação entre recursos expressivos Relação entre recursos expressivos Relação entre recursos expressivos

e efeitos de sentidoe efeitos de sentidoe efeitos de sentidoe efeitos de sentido

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 50 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

Tópico V Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido

Há quatro descritores de habilidades neste tópico. D16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados

A proficiência leitora requer do leitor a capacidade de perceber os envolvidos no texto e também suas intenções. Neste sentido, o uso de determinadas palavras e expressões constituem pistas linguísticas que levam o leitor a perceber, por exemplo, um traço de humor do texto. Neste descritor, o leitor proficiente deve perceber o efeito que a palavra, expressão ou a construção de uma ideia, de forma irônica ou humorística podem causar no texto.

D17 – identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações

Este descritor visa ao reconhecimento discursivo do uso dos sinais de pontuação, ou seja, que efeito provocam no texto, indicando uma pista linguística para entender a intenção comunicativa. Aqui se faz necessário marcar a diferença entre o que é gramatical: saber usar os sinais de pontuação, e o que é discursivo: saber avaliar o efeito decorrente do uso em dado contexto. Esta é outra contribuição importante da matriz de referência: não basta o estudante conhecer os termos gramaticais. É fundamental que o estudante saiba relacionar o uso dos recursos gramaticais ao contexto discursivo. É neste sentido que vimos enfatizando que a matriz de referência apresenta um cunho textual, que investiga, efetivamente, o processo das informações a partir dos recursos disponíveis na língua.

D18 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão D19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos

Língua Portuguesa: orientações para o professor, SAEB/Prova Brasil, 4ª série/5º ano, ensino fundamental. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2009

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 51 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

41) LEIA O TEXTO:

5

A professora passou a lição de casa: fazer uma redação com o tema “Mãe só tem uma”. No dia seguinte, cada aluno leu a sua redação. Todas mais ou menos dizendo as mesmas coisas: a mãe nos

amamenta, é carinhosa conosco, é a rosa mais linda de nosso jardim etc. etc. etc. Portanto, mãe só tem uma. Aí chegou a vez de Juquinha ler a sua redação: Domingo foi visita lá em casa. As visitas ficaram na sala. Elas ficaram com sede e minha mãe pediu para mim

ir buscar Coca-Cola na cozinha. Eu abri a geladeira e só tinha uma Coca-Cola. Aí, eu gritei pra minha mãe: “Mãe, só tem uma!”.

(Viaje Bem – revista de bordo da Vasp, n° 4, 1989)

O humor do texto é gerado pelo fato de (A) a professora não ter empregado a vírgula na frase-tema da redação. (B) a turma não ter compreendido o tema da redação. (C) o Juquinha ter atribuído ao vocábulo Mãe a função de vocativo. (D) o Juquinha não ter empregado a vírgula após o vocábulo Mãe.

TÓPICO V – Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido DESCRITOR D17 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados GABARITO: C DISTRATORES:

A opção (A) é incorreta, pois não ter empregado a vírgula na frase, não é suficiente para gerar o humor na história; A opção (B) também é incorreta, pois afirma o contrário do que ocorreu na história, a opção (D) é parcialmente incorreta, pois o emprego da vírgula representa a interpretação do Juquinha. ORIENTAÇÕES:

Nessa questão é importante relembrar com a turma os contextos em que se deve empregar a vírgula, aproveite também para trabalhar alguns termos da oração, afinal é impossível aprender pontuação sem saber sintaxe. Interprete com os alunos as frases: Mãe só tem uma. / Mãe, só tem uma. Assim, os alunos compreenderão melhor o humor do texto.

42) LEIA O TEXTO:

“Os técnicos foram à reunião acompanhados da secretária, do diretor e de um coordenador.”

(Texto extraído do livro: ABAURRE, Maria Luiza & PONTARA, Marcela Nogueira. Português. 1ª Ed. São Paulo: Moderna, 1999. p. 308.

Se tirarmos a vírgula, teremos o seguinte sentido: (A) uma pessoa a menos terá ido à reunião. (B) o sentido não se alteraria. (C) uma pessoa a mais terá ido à reunião. (D) a ausência da vírgula implicará um erro gramatical.

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 52 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

TÓPICO V – Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido DESCRITOR D18 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações) GABARITO: A DISTRATORES:

A opção (B) é incorreta, porque a ausência, assim como a presença da vírgula, gera mudança de sentido. A opção (c) também é inadequada, porque diz o contrário do que a ausência da vírgula irá gerar. E a opção (D) é incorreta, porque apresenta uma informação falsa, pois, neste caso, a ausência da vírgula não implica erro gramatical, mas sim mudança de sentido. ORIENTAÇÕES:

Cabe aqui, destacar para os alunos a importância do uso da vírgula e enfatizar que a sua ausência poderá acarretar uma mudança de sentido no período no qual está inserida.

É importante, também, listar para a turma os casos em que é inadmissível o emprego da vírgula, assim haverá a possibilidade de revisar algumas funções sintáticas e fazer um diagnóstico do que a turma lembra ou ainda não sabe.

43) LEIA O TEXTO:

“SE OS HOMENS SOUBESSEM O VALOR QUE TÊM, AS MULHERES VIVERIAM DE JOELHOS A SEUS PÉS ”

CARNEIRO, Agostinho Dias. Texto em Construção: interpretação

de texto. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1996. p.159.

Identifique o efeito de sentido que a vírgula pode gerar no período abaixo.

(A) O emprego da vírgula gerou uma oração de caráter feminista. (B) Se deslocarmos a vírgula para depois do vocábulo mulheres a frase torna-se machista. (C) Se deslocarmos a vírgula para depois do vocábulo mulheres a frase torna-se feminista. (D) O deslocamento da vírgula não gera mudança de sentido. TÓPICO V – Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido DESCRITOR D17 – Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações GABARITO: C DISTRATORES:

A opção (A) é incorreta, porque o emprego da vírgula gerou uma frase de caráter machista. Por dizer o contrário do que o deslocamento da vírgula geraria, a opção (B) é incorreta. Já a opção (C) também é incorreta, pois o deslocamento da vírgula sempre altera o sentido da frase. ORIENTAÇÕES:

Destaque para os alunos a importância do emprego da vírgula, saliente que a vírgula pode mudar o sentido ou até tornar a frase incoerente. Leve à turma listas de frases para empregar a vírgula, aproveitando para reforçar a identificação de alguns termos da oração; acabe com o mito de que a vírgula representa apenas uma pausa para respirar.

É interessante trabalhar também outros sinais de pontuação e alterná-los em uma mesma oração a fim de praticar a entonação na leitura de textos.

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 53 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

44) LEIA O TEXTO:

(Angeli, Folha de S. Paulo, 14.05.2000, in http://www.alcioneideoliveira.pro.br/REDACAO_REDACAO_ENEM.htm)

Na charge, os pontos de exclamação são usados para indicar (A) surpresa. (B) admiração. (C) tristeza. (D) irritação.

TÓPICO V – Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido DESCRITOR D17 - Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações GABARITO: D DISTRATORES:

O ponto de exclamação é usado em frases exclamativas e pode indicar sentimentos variados, como: alegria, raiva, tristeza, dor, admiração, etc. Na charge, a expressão facial do emissor da mensagem já traduz irritação (D), o que é corroborado pelos pontos de exclamação. ORIENTAÇÕES

Caro monitor, converse com os alunos sobre o gênero charge, seu caráter caricatural e satírico. Além disso, ressalte o fato de sempre haver uma crítica político-social nesse tipo de manifestação artística.

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 54 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

45) LEIA O TEXTO

5

Primeira mulher: _ Trabalhar o tempo inteiro e tomar conta da casa está me levando à loucura! Depois do trabalho, cheguei em casa e lavei a roupa e a louça. Amanhã tenho de lavar o chão da cozinha e as

janelas da frente. Segunda mulher: _ Então? E teu marido? Primeira mulher: _ Ah! Isso eu não faço de maneira alguma! Ele pode muito bem se lavar sozinho!

(Rodolfo Ilari)

O humor do diálogo abaixo é gerado pelo fato de : (A) as reclamações estarem contidas na fala da primeira mulher. (B) a segunda mulher não ter compreendido a fala da primeira. (C) o questionamento “E teu marido?” estar incompleto. (D) a mulher se negar a lavar o marido.

TÓPICO V – Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido DESCRITOR D16 (Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados) GABARITO: C DISTRATORES:

As opções (A) e B não apresentam traços de humor. A opção (D) está parcialmente incorreta, pois, apesar de proporcionar o riso, não representa o fato gerador do humor no diálogo. ORIENTAÇÕES:

É interessante apresentar para os alunos alguns recursos geradores do humor em um texto, como exemplo ambiguidade, pontuação, polissemia etc., assim eles prestarão mais atenção a esses gêneros textuais e identificarão facilmente o fato gerador do humor.

46) LEIA O TEXTO:

BRASILEIROS GASTAM CINCO VEZES MAIS ÁGUA QUE O INDI CADO PELA OMS

5

10

O brasileiro gasta, em média, cinco vezes mais água do que o volume indicado como suficiente pela Organização Mundial da Saúde – a organização recomenda o consumo diário de 40 litros diários por pessoa, enquanto no Brasil são consumidos 200 litros dia/pessoa, em média. A informação é resultado de uma pesquisa desenvolvida pela H2C Consultoria e Planejamento de Uso Racional da Água. De acordo com a consultoria, faltam políticas globais de incentivo ao uso racional da água e as iniciativas existentes estão sempre voltadas para o aumento da produção de água, e não para a diminuição do consumo. “Até quando vamos deixar as campanhas de uso racional da água nas mãos das concessionárias; isto é contraditório, porque o negócio delas é vender água, assim, quanto maior o consumo e, por decorrência, a venda de água, mais as concessionárias lucram”, destaca Paulo Costa, consultor e especialista em projetos de Uso Racional da Água.

<http://www.ecoterrabrasil.com.br/home/index.php? pg=temas&tipo=temas&cd=1750> (com adaptações)

Em “a organização recomenda o consumo diário de 40 litros diários por pessoa” (L.2), o uso do termo sublinhado indica

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9º ANO (2011)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 2 – 9º ANO 55 LÍNGUA PORTUGUESA - 2011

(A) ordem. (B) pedido. (C) conselho. (D) solicitação.

TÓPICO V – Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido DESCRITOR D18 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou

expressão GABARITO: C DISTRATORES:

Sabendo-se que “recomendar” é sinônimo de “aconselhar”, “indicar”, a opção mais adequada é a C. Portanto, não se pode dizer que a recomendação é uma ordem (DISTRATOR A), visto que seria algo impositivo. Tampouco seria um pedido (DISTRATOR B) ou uma solicitação (DISTRATOR D), que inclusive possuem valor semântico semelhante. ORIENTAÇÕES

Caro monitor, sem teorizar demasiadamente, fale com seus alunos sobre os modos verbais, em especial sobre o imperativo, que pode ser uma ordem, um pedido, uma proibição ou um conselho.

47) LEIA O TEXTO No meio de uma visita de rotina, o presidente daquela enorme empresa chega ao setor de produção e pergunta ao encarregado: __ Quantos funcionários trabalham neste setor? Depois de pensar por alguns segundos, o encarregado responde: __ Mais ou menos a metade!

Jornal Visão de Barão Geraldo, seção “Sorria”. O humor da anedota abaixo é gerado pelo seguinte fato:

(A) o presidente da empresa não ter formulado bem a pergunta. (B) o encarregado não ter compreendido teoricamente a pergunta do presidente. (C) o encarregado não saber com exatidão quantos funcionários trabalham na empresa. (D) o encarregado omitir a realidade para o presidente. TÓPICO V – Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido. DESCRITOR D16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados GABARITO: B DISTRATORES:

A opção (A) é inadequada porque o presidente formulou bem a pergunta, o encarregado é que a compreendeu levando para o lado prático do que ocorria na empresa. A inadequação da opção (C) está no fato de expor em seu conteúdo uma afirmação que não responde a pergunta. A opção (D) é incoerente, pois, ao contrário, o encarregado expõe a realidade para o patrão. ORIENTAÇÕES:

Faz-se necessário destacar para os alunos o significado do sintagma adverbial teoricamente, responsável por responder com adequação a pergunta em questão. O encarregado entendeu a pergunta, levando em consideração na prática quantos funcionários realmente trabalhavam ali. Teoricamente todos os funcionários que mantinham vínculo com a empresa trabalhavam ali, mas o encarregado não levou em consideração a teoria e sim, a prática.

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Tópico VITópico VITópico VITópico VI Variação linguísticaVariação linguísticaVariação linguísticaVariação linguística

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Tópico VI

Variação Linguística

Há, apenas, um descritor de habilidade neste tópico.

D10 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto

Partindo de uma concepção dialógica do texto, o descritor 10 visa à identificação das marcas que podem

caracterizar os interlocutores, em diferentes momentos, espaços, etc. já que sabemos que usamos a mesma a língua, mas a

usamos de forma diferente, quer pelas nossas próprias características, quer pelo nosso nível de escolarização, informalidade ou

formalidade do quê e como queremos dizer, nossos regionalismos, etc. Deve-se lembrar que os parâmetros da variação são

diversos. Entretanto, estão imbricados, pois, no ato de interagir verbalmente, o falante acionará a variante linguística relativa

ao contexto em que está inserido, de acordo com as intenções do ato de comunicação.

Língua Portuguesa: orientações para o professor, SAEB/Prova Brasil, 4ª série/5º ano, ensino fundamental. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2009.

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48) LEIA O TEXTO: O MITO DO AUTOMÓVEL

5

O automóvel é o símbolo máximo das sociedades modernas. A demanda de automóveis teve um aumento tão rápido que em apenas algumas décadas transformou a indústria automobilística num dos motores da economia de mercado. Mas isso ocorreu porque os carros satisfazem inúmeras necessidades, anseios e fantasias dos homens e das mulheres de hoje – em especial o sonho da liberdade de movimentos. Qual será o futuro desse fruto do casamento do sonho com a técnica? Não corremos talvez o risco de ver nossa liberdade de possuir um carro vir a transformar-se em escravidão a esse mesmo carro?

(Correio da Unesco. Fundação Getúlio Vargas) Ao empregar o verbo primeira pessoa do plural em “Não corremos talvez o risco de...”, o autor do texto refere-se (A) a ele e mais uma pessoa. (B) a apenas ele mesmo. (C) a ele e a todos da sociedade moderna. (D) às pessoas que integram a sociedade moderna.

TÓPICO VI – Variação linguística DESCRITOR D13 – Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto GABARITO: C DISTRATORES:

A opção (A) é parcialmente inadequada, pois o verbo incluiu o autor e as pessoas que integram a sociedade; a opção (B) está incorreta, pois o verbo na primeira pessoa do plural nunca fará referência a apenas uma pessoa. A opção (D) está incorreta, pois além das pessoas da sociedade moderna, há a inclusão do autor. ORIENTAÇÕES:

Faz-se necessário reforçar para a turma as pessoas gramaticais indicadas pelas desinências verbais, aproveite para trabalhar o sujeito desinencial e a concordância verbal.

49) LEIA O TEXTO

TESTES

5

10

Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da Internet. O nome do teste era tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise, e ele acertou na mosca. Estava com tempo sobrando, e curiosidade é algo que não me falta, então resolvi voltar ao teste e responder tudo diferente do que havia respondido antes. Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver com minha personalidade. E fui conferir o resultado, que dizia o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os 12 anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”.

MEDEIROS, M. Doidas e santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado). Identifique a passagem do texto abaixo que contenha alguma marca linguística cujo conteúdo denuncie que o narrador pertence ao gênero feminino. (A) “Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da Internet”. (B) “Respondi a todas as perguntas(...)” (C) “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos(...)” (D) “Estava com tempo sobrando, e curiosidade é algo que não me falta, (...)”

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TÓPICO VI – Variação linguística DESCRITOR D13 – Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto GABARITO: C DISTRATORES:

As opções (A), (B) e (C) não apresentam marcas linguísticas cujo conteúdo explicite o gênero do narrador, por esse motivo, estão incorretas.

ORIENTAÇÕES:

Faz-se necessário relembrar a função dos pronomes pessoais oblíquos, destacando o trecho “a marcaram” para que os alunos percebam que esse tipo de pronome (o, a, os, as) substitui os substantivos, adequando-se ao gênero e ao número do sintagma ao qual se refere. Busque levar outros textos em que a turma tenha que localizar o referente do pronome oblíquo.

50) LEIA O TEXTO

EU ESCREVI UM POEMA TRISTE

5

10

Eu escrevi um poema triste E belo, apesar da sua tristeza. Não vem de ti essa tristeza Mas das mudanças do tempo, Que ora nos traz esperanças Ora nos dá incerteza... Nem importa, ao velho Tempo, Que sejas fiel ou infiel... Eu fico, junto à correnteza, Olhando as horas tão breves... E das cartas que me escreves Faço barcos de papel!

QUINTANA, Mário. Eu escrevi um poema triste.

A cor do invisível. Porto Alegre, Globo, 1994.

De acordo com o poema acima, o pronome oblíquo nos que aparece no quinto e no sexto verso se refere (A) ao emissor do poema; (B) ao destinatário do poema; (C) ao emissor e ao destinatário; (D) a todos nós.

TÓPICO VI – Variação linguística DESCRITOR D13 – Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto GABARITO: C DISTRATORES: As opções (A) e (B) são incoerentes, pois o pronome NOS se refere a mais de um interlocutor, e a opção (D) é inadequada, pois o pronome não faz referência a interlocutores que estão fora do poema. ORIENTAÇÕES:

Faz-se necessário relembrar com a turma os pronomes pessoais, o porquê de eles se chamarem pessoais, a finalidade de cada um deles. Busque levar outros textos para destacar os pronomes presentes e identificar os sintagmas a que eles fazem referência e que substituem.

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RELAÇÃO DE TEXTOS

01 Viagem mais curta para a Serra 02 O quanto antes 03 No muro... 04 O melhor amigo 05 Tirinha Mônica (Espelho, espelho meu...) 06 Acho que tou 07 O Almirante Negro 08 Lobato ataca o caboclo 09 Quadrilha 10 Acho que tou 11 Tirinha Calvin e Haroldo: TV 12 Testes 13 O índio 14 Conselho 15 Tirinha Mônica: Cascão e Anjinho 16 Quadrinho: Passarinho 17 Dormir fora de casa pode ser tormento 18 Tragédia brasileira 19 Férias nos anos 90 20 A tristeza é uma emoção criada... 21 A festa da Penha / Romaria 22 Evocação do Recife / Circuladô de Fulô 23 O Almirante Negro / A letra original de ‘O Mestre-sala dos Mares’ 24 Quarto de badulaques / O gigolô das palavras 25 A Pátria / Prostituição infantil 26 Se eu morresse amanhã / Epitáfio 27 Quadrilha 28 A compra de armas deve ser proibida? 29 De quem são os meninos de ruas? 20 Hoje à noite não tem luar 31 O filho do alfaiate... 32 O risco da bolsa-esmola 33 O lazer da formiga 34 Faça qualquer movimento e será morto 35 Casamento (charge) 36 O mito do automóvel 37 Gentileza gera saúde 38 Trem das onze 39 O cão e o pedaço de carne 40 Argumento 41 A professora... 42 Mãe... só tem uma... 43 Os técnicos foram à reunião acompanhados da secretária, ... 44 Se os homens soubessem o valor que têm... 45 Papai Noel,... (charge) 46 Primeira mulher... 47 Brasileiros gastam cinco vezes mais água que o indicado pela OMS 48 O mito do automóvel 49 Testes 50 Eu escrevi um poema triste

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SUGESTÃO DE ATIVIDADES

ATIVIDADE 1:

Objetivo: Identificar marcas de argumentatividade na organização dos textos. Nossas reflexões sobre a linguagem se apoiam na concepção de que usamos as línguas (e a linguagem) não apenas para

retratar o mundo ou dizer algo sobre as coisas, mas principalmente para atuar, agir sobre o mundo e as coisas; para produzir resultados a partir de nossas ações lingüísticas.

Vamos pensar um pouco sobre algumas das finalidades com que fazemos uso da linguagem. Observe o seguinte texto publicitário no seu conjunto de linguagem verbal e visual.

1. Vamos focalizar, primeiramente, a palavra “presente”. a) Que significado(s) ela assume no texto? b) Qual desses significados está mais ligado ao texto visual? Por quê? c) Qual desses significados está mais ligado ao produto anunciado? Por quê? d) Como pode o leitor interpretar esse jogo de sentidos, essas várias possibilidades de significação de uma palavra? 2. Por que nenhuma das duas linguagens (verbal e visual) é dispensável no texto? 3. Qual é o objetivo principal desse texto?

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ATIVIDADE 02: Experimente retirar a parte visual das duas tirinhas e levar em consideração apenas o diálogo verbal.

http://www.coquetel.com.br 1) Qual das tirinhas continuaria permitindo compreender completamente a mensagem? Por quê? 2) Que informação ficaria perdida para o leitor se a segunda tirinha não mostrasse sinais visuais que retratam a situação de comunicação? 3) Como está construída a situação de humor na primeira tirinha? 4) E na segunda?

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ATIVIDADE 03 Leia o texto abaixo, procurando caracterizar o tipo de leitor ao qual ele se destina.

Treinar em regiões com níveis elevados de poluição atmosférica pode afetar o

rendimento. Estudos científicos indicam que isso provoca uma diminuição importante do

aproveitamento e da performance. Em geral, a queda na capacidade de sustentar o esforço mais

prolongado ocorre acompanhada de problemas respiratórios como tosse, dor ao inspirar e

decréscimo da capacidade pulmonar. Uma boa opção é treinar o mais cedo possível, pela manhã,

quando a qualidade do ar nas cidades é melhor.

ISTOÉ, 21/1/2004 1. Que características você pode imaginar no “leitor-destinatário” desse texto – o que ele faz, onde vive, etc.? 2. De que ideia o texto pretende convencer o leitor? 3. Por que o leitor (que treina) deve seguir a recomendação do texto? 4. Por que você acha que o autor do texto mencionou “Estudos científicos”? 5. Que reação você acha que teria um leitor, que leu o texto, ao sentir dor ou tossir quando está treinando?

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ATIVIDADE 04: Observe como o autor do seguinte texto coloca sua opinião e suas recomendações. ]

ISTO É, 21/01/2004

1. De que ideia o texto pretende convencer o leitor?

2. Como o texto procura fazer isso?

3. Como estão organizadas, em termos de estruturas linguísticas, de tempos verbais, as “recomendações”?

4. Que comportamentos se esperam de um leitor convencido das ideias do texto?

A tese constitui a ideia principal para a qual um texto pretende a adesão do leitor/ouvinte: é o objetivo de convencimento do leitor/ouvinte.

Os argumentos são os motivos, as razões utilizadas para convencer o leitor da validade da tese.

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ATIVIDADE 5: Observe a situação sociocomunicativa que se cria na seguinte tirinha:

Folha de São Paulo, 26/10/2003.

1. Considerando a linguagem dos quadrinhos, o que os balões representam? 2. Como poderia ser representado em língua portuguesa – em um texto verbal – o pensamento do primeiro quadrinho? 3. Como poderia ser representado em língua portuguesa – em um texto verbal – o pensamento do segundo quadrinho? 4. Os dois quadros poderiam trocar de ordem para compor um texto com coerência? Que mudanças isso acarretaria na forma de o leitor apreender os sentidos? 5. Por que, neste caso, não percebemos como incoerente uma televisão pensar? 6. Que crítica poderíamos interpretar nessa tirinha?

Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 5 - TP5: Estilo, coerência e coesão. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008.

Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 6 - TP6: Leitura e processos de escrita II. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008

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BIBLIOGRAFIA

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. Língua Portuguesa: orientações para o professor, SAEB/Prova Brasil, 4ª série/5º ano, ensino fundamental. Brasília: Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2009. Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 3 - TP3: gêneros e

tipos textuais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008. Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 4 - TP4: Leitura e

processos de escrita I. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008. Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 5 - TP5: Estilo,

coerência e coesão. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008. Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 6 - TP6: Leitura e

processos de escrita II. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008.

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