Apharteid

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a Africa do Sul dependia para a sobrevivencia. Contlitava lambim coin a logica inelutavel da demografia. () piano central para a apartheid progressivo era o chamado Relatorio Tomlinson, de 1956, provavelmente a mais elaborada descricao e justificativa de engenharia social em grande cscala jamais concebida. Declarava quc “o fato dominante da situacao da Africa do Sul” era de quc nao havia “a menor base para se acreditar que a populacao europeia, seja agora ou no futuro, estivesse disposta a sacrificar seu carater como uma entidade nacional e um grupo racial europeu”. E partiu desse ponto para dar ao pais uma forma apropriada48.0 Relatorio foi criticado na epoca pelo absurdo excesso de otimismo, tanto cm relacao a facilidade com que a industria poderia ser localizada perto das areas bantas quanto sobre o crescimento da populacao negra. As provas acumuladas dos anos 60 parecem confirmar esses caveats. Em 1911, quando a politica racial comecou, os europeus eram quase um terco da populacao negra (1.276.242 brancos para 4.000.000 de negros, 500.000 de cor e 150.000 asiaticos). Em 1951, quando o apartheid estava cm funcionamento, havia 2.641.689 brancos, 8.560.083 negros, 1.103.016 de cor e 366.664 asiaticos. Em 1970, os brancos tiham alcancado apenas o numero de 3.752.528, os negros haviam saltado para 15.057.952, os dc cor para 2.018.453 e os asiaticos para 620.436. Calculou-se que, pelo ano 2.000, os africanos e os de cor superariam os brancos na proporcao de 10 por l.49 Consequenlemente, as areas destinadas aos

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  • a Africa do Sul dependia para a sobrevivencia. Contlitava lambim coin a logica inelutavel da demografia. () piano central para a apartheid progressivo era o chamado Relatorio Tomlinson, de 1956, provavelmente a mais elaborada descricao e justificativa de engenharia social em grande cscala jamais concebida. Declarava quc o fato dominante da situacao da Africa do Sul era de quc nao havia a menor base para se acreditar que a populacao europeia, seja agora ou no futuro, estivesse disposta a sacrificar seu carater como uma entidade nacional e um grupo racial europeu. E partiu desse ponto para dar ao pais uma forma apropriada48.0 Relatorio foi criticado na epoca pelo absurdo excesso de otimismo, tanto cm relacao a facilidade com que a industria poderia ser localizada perto das areas bantas quanto sobre o crescimento da populacao negra. As provas acumuladas dos anos 60 parecem confirmar esses caveats. Em 1911, quando a politica racial comecou, os europeus eram quase um terco da populacao negra (1.276.242 brancos para 4.000.000 de negros, 500.000 de cor e 150.000 asiaticos). Em 1951, quando o apartheid estava cm funcionamento, havia 2.641.689 brancos, 8.560.083 negros, 1.103.016 de cor e 366.664 asiaticos. Em 1970, os brancos tiham alcancado apenas o numero de 3.752.528, os negros haviam saltado para 15.057.952, os dc cor para 2.018.453 e os asiaticos para 620.436. Calculou-se que, pelo ano 2.000, os africanos e os de cor superariam os brancos na proporcao de 10 por l.49 Consequenlemente, as areas destinadas aos

  • brancos e aos pretos apresentariam um quadro irreal, especialmente porque a criacao de empregos industriais perto das areas bantas estava avancando somente oito mil por ano contra a projecao de Tomlinson de cinquenta mil. As iniquidades morais do sistema vieram a tona de forma repulsiva. Em 1973, somente 1.513 familias brancas foram forcadas a se mudar das areas raciais erradas, enquanto 44.885 familias de cor e 27.694 asiaticas foram letiradas dc suas casas, algumas delas ocupadas desde os tempos da Companhia das indias Orientais Holandesas50. Havia um processo de constante ocupacao africana de areas proibidas, a quc se sucediam constantes expulsoes e terraplanagens, sob a guarda da policia e do exercito, fortemente armados terriveis reminiscencias da Russia de 1929-1932. Presidindo esse exercicio de utopia pervertida estavam os intelectuais boeres, treinados cm ciencias sociais. Admitidas as contradicoes e as implausibilidadcs internas e o fato de que a opiniao africana e, cada vez mais, a mundial se mobilizavam contra a politica do apartheid, a experiencia parecia destinada ao fracasso