Aplicação de dendrometria em uma floresta manejada com...

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Aplicação de dendrometria em uma floresta manejada com corte seletivo na Floresta Nacional do Tapajós Sousa. Cleilim Albert a , Figueira. Adelaine Michela a , da Rocha. Humberto Ribeiro b , Freitas. Helber C b , Miller. Scott D C , Gouden. Michael L C , Menton. Mary C C . a Universidade Federal do Pará, b Universidade de São Paulo, c Universidade da California Irvine Introdução O corte de floresta primár ia, com a exploração de espécies comerciais através de manejo, cria um mosaico de clareiras na área explorada, que altera as condições microclimáticas e o crescimento das espécies remanescentes. As teorias atuais sobre a dinâmica da regeneração diz que a maioria das espécies tropicais da floresta primária necessita de clareiras para germinar, crescer, ou se reproduzir. Estas plantas se especializaram nos microclimas encontrados em clareiras de diferentes tamanhos. Assim sendo, a teoria de clareiras pode ser útil para o manejo de espécie tropicais dentro da estrutura da floresta em regeneração. O tamanho da clareira tem um efeito significativo na amplitude de mudanças microclimáticas. No entanto, ao se aplicar os conceitos derivados de estudos sobre clareiras à floresta explorados e manejadas, deve- se lembrar que a similaridade entre clareiras pode favorecer ao crescimento de diferentes tipos de espécies vegetais. Objetivos O objetivo deste plano consiste no monitoramento do crescimento (DAP) das árvores nas diversas tipologias de dossel (árvores pequenas / árvores grandes), em áreas de clareiras e não perturbadas na área experimental de corte seletivo da Floresta Nacional do Tapajós. Materiais e Métodos: A área de estudo está localizada na Floresta Nacional do Tapajós (FNT) (Figura 1), uma Unidade de Conservação com 6.106 ha de área de floresta tropical úmida. Nesta área, com um total de 5000 ha na FNT está sendo desenvolvido um pólo de demonstração do sistema de manejo de corte seletivo, realizado pela empresa TREVISO sob fiscalização do IBAMA, e com o apoio técnico do Serviço Florestal Americano (USFS) e da Fundação Floresta Tropical (FFT). No local de implantação do sistema de manejo do corte seletivo foi definida uma área de amostragem de 300 x 600 m, gerando uma grade subdividida em parcelas de 25 x 25m.(Figura 2). Dentre as espécies inventariadas no local, foram selecionadas de forma aleatória levando em conta sua freqüência. Um primeiro grupo de 200 árvores de DAP 35cm distribuídas em três transectos de 50 x 600m localizados na grade, para a instalação das cintas dendrométricas. Posteriormente outro inventário realizado nos três transectos, sendo que abrangendo uma área em cada transecto de 10 x 600m com árvores de DAP entre 10 e 35cm. A partir destes dados foram selecionadas 200 árvores que acompanharam o mesmo critério de seleção do primeiro grupo. As árvores escolhidas foram agrupadas em três classes em relação a sua posição na floresta estudada. A primeira classe constitui-se de espécies monitoradas dentro da grade 300 x 600m ocorrendo em floresta fechada. (Figuras a e b). A segunda nas bordas das clareiras e finalmente aquelas que se encontram dentro das clareiras, sendo partes destas pertencentes ao mosaico criado pela exploração, o restante constitui-se de clareiras naturais. O monitoramento está sendo efetuado a cada seis semanas. Figura 1 Sítio experimental km 83 BR 163 Santarém-Cuiabá Pátio do corte seletivo Principais Resultados 1. Inventário O inventário florestal revelou a presença de 1036 árvores de DAP acima de 35 cm, pertencendo a 40 Famílias. As famílias mais predominantes foram respectivamente: Sapotacea, Lecythidaceae, Burseraceae, Caesalpineaceae e Lauracea totalizando nestas três famílias 54,83% dos individuos presentes (Figura 4). No que diz respeito aos diâmetros houve uma ocorrência predominante a parti da segunda classe diamétrica em ambos inventários. (Figura 5 e 6) Os três transectos (50 x 500) forneceram a presença de 779 árvores de DAP entre 10 e 35cm pertencendo a 48 famílias. As famílias mais predominantes foram: Lecythidaceae, Sapotaceae, Meliaceae, Mimosaceae, Burseraceae, Violaceae, e Euphorbiaceae. Essas famílias agruparam 34,92% do total de indivíduos encontrados na área. (Figura 7) 2. Dendrometria Os resultados preliminares mostram que as diferentes posições refletem diferentes taxas de crescimento médio. Árvores posicionadas dentro de clareiras e próxima ou nas bordas de clareiras captam uma maior intensidade de luz, com isso podem está respondendo com uma maior taxa de variação de crescimento em relação às encontradas em floresta densa (Figura 8). Ao longo de um ano e meio de monitoramento os dados preliminares mostraram, que árvores com DAP < 35 apresentam um crescimento mais uniforme e crescente em relação as com DAP > 35 (Figura 9). O incremento diametrial médio de biomassa de carbono neste período diminuiu de Maio a Dezembro, este período coincidi relativamente com a estação seca.(Figura 10). Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura.a Figura.b Figura.2 CD-04 Figura.9 Figura.10 Variações médias de crescimento entre árvores de DAP >35 e DAP < 35 O incremento diametrial médio de biomassa de carbono Variação de crescimento das espécies em relação as Clareiras Distribuição das frequências das famílias > 35DAP Distribuição das frequências das famílias < 35DAP Frequência das classes diametricas > 35DAP Frequências das famílias > 35DAP

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Page 1: Aplicação de dendrometria em uma floresta manejada com ...lba/BeijaFlor/posters/ManausSousa.pdf · 2. Dendrometria Os resultados preliminares mostram que as diferentes posições

Aplicação de dendrometria em uma floresta manejada com corte seletivo na Floresta Nacional do TapajósSousa. Cleilim Alberta, Figueira. Adelaine Michelaa, da Rocha. Humberto Ribeirob, Freitas. Helber Cb, Miller. Scott DC, Gouden. Michael LC, Menton. Mary CC.

a Universidade Federal do Pará, bUniversidade de São Paulo, cUniversidade da California Irvine

Introdução O corte de floresta primária, com a exploração de espécies comerciaisatravés de manejo, cria um mosaico de clareiras na área explorada, que alteraas condições microclimáticas e o crescimento das espécies remanescentes. Asteorias atuais sobre a dinâmica da regeneração diz que a maioria das espéciestropicais da floresta primária necessita de clareiras para germinar, crescer, ouse reproduzir. Estas plantas se especializaram nos microclimas encontradosem clareiras de diferentes tamanhos. Assim sendo, a teoria de clareiras podeser útil para o manejo de espécie tropicais dentro da estrutura da floresta emregeneração. O tamanho da clareira tem um efeito significativo na amplitudede mudanças microclimáticas. No entanto, ao se aplicar os conceitosderivados de estudos sobre clareiras à floresta explorados e manejadas, deve-se lembrar que a similaridade entre clareiras pode favorecer ao crescimentode diferentes tipos de espécies vegetais.

ObjetivosO objetivo deste plano consiste nomonitoramento do crescimento (DAP)das árvores nas diversas tipologias dedossel (árvores pequenas / árvoresgrandes), em áreas de clareiras e nãoperturbadas na área experimental decorte seletivo da Floresta Nacional doTapajós.

Materiais e Métodos:A área de estudo está localizada na Floresta Nacional do Tapajós (FNT) (Figura 1), uma Unidade deConservação com 6.106 ha de área de floresta tropical úmida. Nesta área, com um total de 5000 ha naFNT está sendo desenvolvido um pólo de demonstração do sistema de manejo de corte seletivo,realizado pela empresa TREVISO sob fiscalização do IBAMA, e com o apoio técnico do ServiçoFlorestal Americano (USFS) e da Fundação Floresta Tropical (FFT). No local de implantação dosistema de manejo do corte seletivo foi definida uma área de amostragem de 300 x 600 m, gerandouma grade subdividida em parcelas de 25 x 25m.(Figura 2). Dentre as espécies inventariadas no local,foram selecionadas de forma aleatória levando em conta sua freqüência. Um primeiro grupo de 200árvores de DAP 35cm distribuídas em três transectos de 50 x 600m localizados na grade, para ainstalação das cintas dendrométricas. Posteriormente outro inventário realizado nos três transectos,sendo que abrangendo uma área em cada transecto de 10 x 600m com árvores de DAP entre 10 e35cm. A partir destes dados foram selecionadas 200 árvores que acompanharam o mesmo critério deseleção do primeiro grupo. As árvores escolhidas foram agrupadas em três classes em relação a suaposição na floresta estudada. A primeira classe constitui-se de espécies monitoradas dentro da grade300 x 600m ocorrendo em floresta fechada. (Figuras a e b). A segunda nas bordas das clareiras efinalmente aquelas que se encontram dentro das clareiras, sendo partes destas pertencentes aomosaico criado pela exploração, o restante constitui-se de clareiras naturais. O monitoramento estásendo efetuado a cada seis semanas.

Figura 1 Sítio experimental km 83 BR 163 Santarém-Cuiabá

Pátio do corte seletivo

Principais Resultados1. Inventário

O inventário florestal revelou a presença de 1036 árvores de DAP acima de 35 cm,pertencendo a 40 Famílias. As famílias mais predominantes foram respectivamente:Sapotacea, Lecythidaceae, Burseraceae, Caesalpineaceae e Lauracea totalizandonestas três famílias 54,83% dos individuos presentes (Figura 4). No que diz respeitoaos diâmetros houve uma ocorrência predominante a parti da segunda classediamétrica em ambos inventários. (Figura 5 e 6) Os três transectos (50 x 500)forneceram a presença de 779 árvores de DAP entre 10 e 35cm pertencendo a 48famílias. As famílias mais predominantes foram: Lecythidaceae, Sapotaceae,Meliaceae, Mimosaceae, Burseraceae, Violaceae, e Euphorbiaceae. Essas famíliasagruparam 34,92% do total de indivíduos encontrados na área. (Figura 7)

2. Dendrometria

Os resultados preliminares mostram que as diferentes posições refletem diferentestaxas de crescimento médio. Árvores posicionadas dentro de clareiras e próxima ounas bordas de clareiras captam uma maior intensidade de luz, com isso podem estárespondendo com uma maior taxa de variação de crescimento em relação àsencontradas em floresta densa (Figura 8). Ao longo de um ano e meio demonitoramento os dados preliminares mostraram, que árvores com DAP < 35apresentam um crescimento mais uniforme e crescente em relação as com DAP > 35(Figura 9). O incremento diametrial médio de biomassa de carbono neste períododiminuiu de Maio a Dezembro, este período coincidi relativamente com a estaçãoseca.(Figura 10).

Figura4

Figura 5

Figura 6

Figura 7

Figura 8

Figura.a Figura.bFigura.2

CD-04

Figura.9 Figura.10

Variações médias de crescimento entre árvores de DAP >35 e DAP < 35 O incremento diametrial médio de biomassa de carbono Variação de crescimento das espécies em relação as Clareiras

Distribuição das frequências das famílias > 35DAP

Distribuição das frequências das famílias < 35DAP

Frequência das classes diametricas > 35DAP

Frequências das famílias > 35DAP