Aplicações e Caracterização Aplicações e Caracterização de ...

download Aplicações e Caracterização Aplicações e Caracterização de ...

If you can't read please download the document

Transcript of Aplicações e Caracterização Aplicações e Caracterização de ...

  • Priscila Monteiro Kosaka

    A plicaes e Caracterizao A plicaes e Caracterizao A plicaes e Caracterizao A plicaes e Caracterizao

    de steres de Celu losede steres de Celu losede steres de Celu losede steres de Celu lose

    So Paulo

    Data do Depsito na SPG

    07/12/2007

    UNIVERSIDADE DE SO PAULO INSTITUTO DE QUMICA

    Programa de Ps-Graduao em Qumica

  • PRISCILA MONTEIRO KOSAKA

    A plicaes e Caracterizao de A plicaes e Caracterizao de A plicaes e Caracterizao de A plicaes e Caracterizao de

    steres de Celu lose steres de Celu lose steres de Celu lose steres de Celu lose

    Tese apresentada ao Instituto de Qumica da

    Universidade de So Paulo para obteno do Ttulo

    de Doutor em Qumica (Fsico-Qumica)

    Orientadora: Profa. Dra. Denise Freitas Siqueira Petri

    Co-orientador: Prof. Dr. Yoshio Kawano

    So Paulo

    2007

  • Priscila Monteiro Kosaka

    Aplicaes e Caracterizao de steres de Celulose

    Tese apresentada ao Instituto de Qumica da

    Universidade de So Paulo para obteno do

    Ttulo de Doutor em Qumica rea: Fsico-

    Qumica

    Aprovado em: ____________

    Banca Examinadora

    Prof.Dr. _______________________________________________________

    Instituio: _______________________________________________________

    Assinatura: _______________________________________________________

    Prof.Dr. _______________________________________________________

    Instituio: _______________________________________________________

    Assinatura: _______________________________________________________

    Prof.Dr. _______________________________________________________

    Instituio: _______________________________________________________

    Assinatura: _______________________________________________________

    Prof.Dr. _______________________________________________________

    Instituio: _______________________________________________________

    Assinatura: _______________________________________________________

    Prof. Dr. _______________________________________________________

    Instituio: _______________________________________________________

    Assinatura: _______________________________________________________

  • D edico aos m eus pais, A delm o e M onsi,

    e m inha irm Ithana

    pelos esforos e pelo apoio e incentivo para

    que eu conquiste m eus objetivos.

  • Agradecimentos

    Prof. Dra. Denise F. S. Petri e ao Prof. Dr. Yoshio Kawano pela

    oportunidade, orientao e incentivo.

    Aos meus avs, Joselita e Leopoldo, que entenderam minha ausncia e sempre

    torceram por mim.

    Aos meus amigos do laboratrio (Aliny, Arlete, Edla, Ednardo, ris, Jorge,

    Karina, Lizandra, Rafael, Romeu, Rubens e Sabrina) pela companhia diria,

    pelos cafs e pelas risadas.

    Aos meus amigos de Braslia, Juliana, Flvia, Luciana, Patrcia, Alessandra,

    Luciano, Eduardo e Zanutto pelo apoio e pela alegria que me recebiam toda

    vez que os encontrava.

    Aos amigos que fiz em So Paulo, Nara, Lili, Patrcia, Buba, Csar e Marcelo

    pelos cafs e pela divertida companhia nos feriados e finais de semana.

    Eastman Chemical Company, Brasil, pelas amostras dos steres de celulose.

    Ao Prof. Dr. Omar A. El Seoud pelo para-nitrofenol dodecanoato e pela

    discusso dos resultados.

    Profa. Dra. Mrcia Carvalho de Abreu Fantini, IF-USP, pelas medidas e

    ajuda nas anlises de difrao de Raios-X.

    Profa. Dra. Maria Ceclia Salvadori, IF-USP, pelo incio do meu aprendizado

    em AFM.

    Prof. Dra. Nicole Raymonde Demarquette, EPMT-USP, e aos seus tcnicos

    (Juliana, Sendy, Rafael e Roger) pelas contribuies dadas realizao desta

    Tese.

    Prof. Dra. Maria Jos, UnB, por ter me iniciado na pesquisa e pela confiana

    no meu trabalho.

    Ao Eng. Srgio D. Almeida pelas amostras de polietileno.

  • Ao Laboratrio de Filmes Finos do IF-USP pelas imagens de MEV (FAPESP

    proc. #2000/08231-1).

    Selma e ao Nelson, IPT, por emprestarem o cunho para cortar os corpos de

    prova para os ensaios de trao.

    Ao Dr. Arnaldo Antonio Couto e ao Mariano, IPEN, por permitirem a

    realizao dos ensaios mecnicos.

    Ao CNPQ e FAPESP pelo apoio financeiro.

    Ao Instituto de Qumica da USP pelas instalaes.

  • Resumo

    Kosaka, P.M., Aplicaes e Caracterizao de steres de Celulose, 2007, 118p. Tese de

    Doutorado. Programa de Ps-Graduao em Qumica. Instituto de Qumica, Universidade de

    So Paulo, So Paulo.

    Esta tese est dividida em duas partes. Na Parte I, blendas de polietileno maleado (M-

    PE) e butirato acetato de celulose (CAB) (5-50% em massa) e compsitos de polietileno (PE)

    ou M-PE e 20% em massa de celulose, acetato de celulose (CA), propionato acetato de

    celulose (CAP) ou CAB foram preparados em um misturador. As estruturas e propriedades

    das misturas foram estudadas atravs de ensaios mecnicos, calorimetria exploratria

    diferencial, microscopia eletrnica de varredura, extrao com solvente seletivo seguida de

    espectroscopia FTIR e difrao de raios-X (XRD). As blendas M-PE/CAB e os compsitos

    PE/polissacardeo e M-PE/polissacardeo no apresentaram mudanas significativas nos

    valores da temperatura de fuso (Tm) quando comparados aos valores de Tm do PE e do M-

    PE. Dados de XRD mostraram que a adio das cargas no causou mudana na estrutura

    cristalina do PE ou M-PE, mas aumentou a regio amorfa dos materiais, indicado que a

    miscibilidade ocorre na parte amorfa do PE. Compsitos preparados com M-PE apresentaram

    tenso no escoamento e elongao superiores do que os preparados com PE, evidenciando o

    efeito compatibilizante do anidrido malico.

    Na parte II, o efeito de dois bons solventes, acetona e acetato de etila, nas

    caractersticas e propriedades superficiais dos filmes finos (50nm

  • taxa de evaporao do solvente e na energia de interao substrato-solvente. Os efeitos do

    recozimento e do tipo de ster de celulose na espessura, morfologia e molhabilidade da

    superfcie foram investigados. Aps o recozimento, os filmes ultrafinos de steres de celulose

    tornam-se hidrofbicos, indicando uma reorientao molecular na interface slido-ar. Os

    filmes ultrafinos preparados a partir de solues de acetona so estveis, enquanto que os

    preparados a partir de solues de acetato de etila apresentaram dewetting. A estabilidade dos

    filmes foi monitorada por AFM e explicada pelos valores da constante de Hamaker,

    determinados pela primeira vez para estes materiais.

    A imobilizao de lipase sobre os filmes ultrafinos estveis de CA, CAP e CAB com e

    sem recozimento foi quantificada para avaliar a possibilidade de aplicao destes filmes como

    substratos para biomolculas. A adsoro de lipase sobre os filmes de CA e CAP com

    recozimento foi mais pronunciada do que nos mesmos filmes sem recozimento. A atividade

    enzimtica da lipase foi avaliada com medidas espectrofotomtricas do produto formado a

    partir da hidrlise do para-nitrofenol dodecanoato. A lipase imobilizada sobre os filmes mais

    hidrofbicos apresentou uma atividade maior do que a lipase livre e manteve a atividade alta

    aps trs usos. As amostras foram estocadas por at 30 dias. A lipase imobilizada sobre os

    filmes mais hidrofbicos manteve 70% da sua atividade, e a lipase imobilizada sobre os

    filmes mais hidroflicos manteve apenas 30% da atividade. Estes resultados indicaram que

    preservao da estrutura conformacional da enzima foi favorecida pela hidrofobicidade do

    substrato polimrico e interaes entre os resduos polares da lipase e as partes de

    glucopiranosil dos steres de celulose.

    Palavras-chave: ster de celulose, polietileno, lipase, energia superficial, relao estrutura-

    propriedade.

  • Abstract

    Kosaka, P.M., Applications and Characterization of Cellulose Esters, 2007, 118p. PhD

    Thesis Graduate Program in Chemistry. Instituto de Qumica, Universidade de So Paulo,

    So Paulo.

    This thesis is divided into two parts. In the first part, blends of maleated polyethylene

    (M-PE) and cellulose acetate butyrate (CAB) (5-50wt%) and composites of polyethylene (PE)

    or M-PE and 20wt% of cellulose, cellulose acetate (CA) or cellulose acetate propionate

    (CAP) were prepared in an laboratory mixer. The mixtures structures and properties have

    been studied by means of tensile testing, differential scanning calorimetry, scanning electron

    microscopy, X-ray diffraction (XRD) and extraction with a selective solvent followed by

    Raman spectroscopy. No significant change on the melting temperature (Tm) values obtained

    for M-PE/CAB blends or PE/polysaccharides or M-PE/polysaccharides composites could be

    observed, when compared with the Tm values obtained for PE and M-PE. X-ray diffraction

    showed that the addition of the polysaccharides had no influence on the lattice constants of PE

    or M-PE, but it increased the PE amorphous region, indicating that the miscibility happens on

    the amorphous region of the PE. Composites prepared with M-PE presented yield stress and

    elongation values higher than those prepared with PE, showing the compatibilizer effect of

    maleic anhydride.

    In the second part, the effect of two good solvents, acetone and ethyl acetate, on the

    characteristics and surface properties of thin (30nm

  • interaction energy between substrate and solvent. The effects of annealing and type of

    cellulose ester on film thickness, film morphology and surface wettability were also studied.

    Upon annealing, ultrathin films of cellulose ester became hydrophobic, evidencing molecular

    re-orientation at the solid-air interface. Ultrathin films prepared from acetone solutions are

    stable, but the ones prepared from ethyl acetate solutions presented dewetting. Film stability

    was followed by AFM and explained with basis on the Hamaker constant values, calculated

    for the first time for CA, CAP and CAB.

    The adsorption of lipase onto stable ultrathin films of cellulose esters, with and without

    annealing, was quantified in order to evaluate the possibility of applying such films as support

    for biomolecules. Lipase adsorption onto annealed CA and CAP films was more pronounced

    than that onto CA and CAP untreated films. Enzymatic activity was evaluated by the

    spectrophotometric measurement of the product formed from the hydrolysis of para-

    nitrophenyl dodecanoate. Lipase immobilized onto more hydrophobic films presented higher

    activity than free lipase and could be reused three times retaining activity at a high level. The

    effect of storing time on the activity of immobilized lipase was studied. Lipase immobilized

    onto more hydrophobic films retained 70% of activity after one month, reaching the same

    level of activity of free lipase, and lipase immobilized onto more hydrophilic films retained

    just 30% of activity after 30 days. These results indicated that enzyme preservation was

    favored by polymeric substrate hydrophobicity and by the interactions between the polar

    residues of lipase and the glucopyranosyl moieties of cellulose ester.

    Keywords: cellulose ester, polyethylene, lipase, surface energy, structure-property

    relationship.

  • Lista de Ilustraes

    Parte I - Obteno e Caracterizao de Compsitos e Blendas de PE e Celulose ou

    steres de Celulose

    Figura 1 Estruturas qumicas do (a) Polietileno linear de baixa densidade com comonmero

    buteno (PE), (b) anidrido malico (AM), (c) pexido de benzola (BPO) e (d) celulose (CEL)

    quando R = OH, acetato de celulose (CA) quando R = COCH3, proprionato acetato de

    celulose (CAP) quando R = COC2H5 e butirato acetato de celulose (CAB) quando R =

    COC3H7.

    Figura 2 - Variao do IIR1715/IIR

    1460 com a porcentagem de AM usado para estimar o grau de

    funcionalizao. A linha vermelha o ajuste da variao da razo IIR1715/IIR

    1460 (y) com a

    porcentagem de AM (x), y = 0,065 + 0,1772x 0,009x2 e R = 0,966.

    Figura 3 - Curvas tpicas de torque e temperatura em funo do tempo obtida para o CAB-

    10%. A curva do torque pode ser dividida em quatro regies: (1) pico devido ao carregamento

    dos grnulos de PE na cmara de mistura, (2) oscilao do torque devido adio ao AM e do

    BPO, (3) oscilao do torque devido a adio de CAB e (4) torque final (f).

    Figura 4 - Curva tpica de tenso x elongao de um polmero dctil obtido para o (a) PE

    puro e (b) CAB-10.

    Figura 5 (a) Torque final (f); (b) mdulo de Young (E); (c) tenso no escoamento (y) e

    (d) elongao na ruptura (b) em funo da porcentagem de CAB nas blendas.

    Figura 6 Imagens de MEV obtidas para as superfcies fraturadas das blendas (a) CAB-5%,

    (b) CAB-10%, (c) CAB-20%, (d) CAB-30%, (e) CAB-40% , (f) CAB-50% e (g) blenda PE

    no funcionalizado com CAB (20% em massa).

    Figura 7 Espectros Raman obtidos para (a) CAB puro, (b) M-PE, (c) blenda CAB-40%

    antes da extrao com acetona e (d) blenda CAB-40% depois da extrao com acetona.

    Figura 8 Grau de cristalinidade calculado a partir de (a) dados de DSC, WDSC (%), a linha

    vermelha o ajuste linear WDSC = 34,93 0,26 CAB (wt%), R = 0,94 e (b) dados de XRD,

    WXRD (%), a linha vermelha o ajuste linear WXRD (%) = 54,62 0,19 CAB (wt%), R = 0,96.

    Figura 9 Difratogramas de raio-X obtidos para (a) CAB puro, (b) M-PE e (c) CAB-10%.

    Os smbolos verdes so dados experimentais. As linhas magentas correspondem aos ajustes

    Lorentziano.

    Figura 10 (a) Representao esquemtica do tamanho da partcula L, onde Lc a espessura

    da regio cristalina do PE na lamela e La a espessura da regio amorfa do PE na lamela e (b)

  • tamanho da partcula L dos cristais ao logo das direes (110) e (200), calculados usando a

    frmula de Scherrer,em funo da porcentagem de CAB nas blendas.

    Figura 11 - Curva de torque em funo do tempo obtido para o M-PE (tringulo vermelho),

    M-PE-CEL (losango verde), M-PE-CA (quadrado azul) M-PE-CAP (crculo rosa) e M-PE-

    CAB (quadrado laranja).

    Figura 12 Curvas de tenso x elongao obtidas para (a) M-PE-CEL, (b) M-PE-CA, (c) M-

    PE-CAP e (d) M-PE-CAB. As (a) e (b) tem comportamento de um polmero entre dctil e

    frgil e as curvas (c) e (d) so tpicas de polmeros dcteis.

    Figura 13 - Propriedades mecnicas medidas para PE, PE-CA, PE-CAP, PE-CAB, M-PE-

    CA, M-PE-CAP e M-PE-CAB (a) Mdulo de Young (E), (b) tenso no escoamento (y) e (c)

    elongao na ruptura (), onde: (A) PE e M-PE, (B) PE-CEL, (C) M-PE-CEL, (D) PE-CA,

    (E) M-PE-CA, (F) PE-CAP, (G) M-PE-CAP, (H) PE-CAB, (I) M-PE-CAB.

    Figura 14 - Imagens de MEV obtidas para as superfcies fraturadas de (a) PE-CEL, (b) PE-

    CA, (c) PE-CAP (d) PE-CAB.

    Figura 15 - Imagens de MEV obtidas para as superfcies fraturadas de (a) M-PE-CEL, (b) M-

    PE-CA, (c) M-PE-CAP (d) M-PE-CAB.

    Figura 16 - Espectro Raman obtido para (a) M-PE, (b) CAP puro e (c) M-PE-CAP antes da

    extrao com acetona e (d) M-PE-CAP aps a extrao com acetona.

    Figura 17 - Difratogramas de raio-X obtidos para (a) CEL, (b) CA, (c) CAP e (d) CAB. Os

    smbolos verdes so dados experimentais. As linhas magentas correspondem aos ajustes

    Lorentziano.

    Figura 18 - Difratogramas de raios-X obtidos para (a) PE puro e (b) M-PE-CAP. Os smbolos

    verdes so dados experimentais. As linhas magentas correspondem aos ajustes Lorentziano.

    Parte II Filmes de steres de Celulose

    Figura 1 - Representao esquemtica do preparo de filmes polimricos finos e

    homogneos por revestimento rotacional (spin coating) sobre lminas de Si.

    Figura 2 - Representao esquemtica de uma gota de um lquido colocado em uma

    superfcie slida ideal formando um ngulo de contato () com a superfcie. LV a energia

    superficial do lquido, SL a energia interfacial entre o lquido e o slido e S a energia

    superficial do slido.

  • Figura 3 Seqncia das formas das bordas durante os primeiros estgios de dewetting dos

    filmes finos.

    Figura 4 - Representao esquemtica das estruturas qumicas de (a) substrato, (b) CA

    quando R = COCH3, CAP quando R = COC2H5 e CAB quando R = COC3H7 (no caso do CAP

    e do CAB grupos acetato tambm esto presentes na estrutura), (c) acetona e (d) acetato de

    etila.

    Figura 5 - Imagem (80x80) m2 do filme CAP preparado em acetato de etila (5mg/mL) aps

    recozimento ilustrando a medida da espessura do filme por AFM (dAFM), a linha vermelha a

    seo transversal.

    Figura 6 Esquema da montagem experimental usada para medida de ngulo de contato de

    superfcies planas.

    Figura 7 Espessura dos filmes de CA-2.8 medidos por elipsometria (dELLI) ou AFM (dAFM)

    em funo da concentrao de CA em acetona (tringulo vermelho) ou acetato de etila

    (crculo azul), as linhas vermelha e azul so os ajustes lineares das amostras feitas a partir de

    solues de acetona ou acetato de etila, respectivamente (a) dELLI sem tratamento trmico, (b)

    dELLI aps o tratamento trmico, (c) dAFM sem tratamento trmico e (d) dAFM aps tratamento

    trmico.

    Figura 8 Imagens topogrficas de AFM dos filmes finos de CA-2.8 (5mg/mL) preparados

    em solues de (a) acetona (Z = 150nm) (b) acetona aps recozimento (Z = 200nm), (c)

    acetato de etila (Z = 40nm) e (d) acetato de etila aps recozimento (Z = 70nm).

    Figura 9 Imagens de AFM (5x5)m2 obtidas para os filmes finos de steres de celulose

    preparados a partir de solues de acetona (20mg/mL) (a) filme de CA-2.8 (Z = 90 nm), (b)

    filme de CAP-2.3 (Z = 320 nm), (c) filme de CAB-2.8 (Z = 220nm), (d) filme de CA-2.8 aps

    tratamento trmico (Z = 30 nm), (e) filme de CAP-2.3 aps tratamento trmico (Z = 5 nm), (f)

    filme de CAB-1.8 aps tratamento trmico (Z = 4 nm).

    Figura 10 Imagens de AFM (5x5)m2 obtidas para os filmes finos de steres de celulose

    preparados a partir de solues de acetato de etila (20mg/mL) (a) filme de CA-2.8

    ((20x20)m2 and (Z = 225 nm)) e zoom (Z = 70 nm), (b) filme de CAP-2.3 (Z = 50 nm), (c)

    filme de CAB-1.8 (Z = 50nm), (d) filme de CA-2.8 aps tratamento trmico ((20x20)m2 and

    (Z = 145 nm)) e zoom (Z = 87 nm), (e) filme de CAP-2.3 aps tratamento trmico (Z = 3

    nm) e (f) filme de CAB-1.8 aps tratamento trmico (Z = 5 nm).

    Figura 11 - Espessura dos filmes de CAP medidos por elipsometria (dELI) ou AFM (dAFM) em

    funo da concentrao de CAP nas solues em acetona (tringulo vermelho) ou acetato de

  • etila (crculo azul), as linhas vermelha e azul so os ajustes lineares para amostras preparadas

    a partir de solues de acetona ou acetato de etila, respectivamente. (a) dELI sem tratamento

    trmico, (b) dELI aps tratamento trmico (c) dAFM sem tratamento trmicoe (d) dAFM aps

    tratamento trmico.

    Figura 12 - Espessura dos filmes finos de CAB-1.8 medidos por elipsometria (dELI) ou AFM

    (dAFM) em funo da concentrao de CAB nas solues em acetona (tringulo vermelho) ou

    acetato de etila (crculo azul), as linhas vermelha e azul so os ajustes lineares para amostras

    preparadas a partir de solues de acetona ou acetato de etila, respectivamente. (a) dELI sem

    tratamento trmico, (b) dELI aps tratamento trmico (c) dAFM sem tratamento trmico e (d)

    dAFM aps tratamento trmico.

    Figura 13 Viscosidades cinemticas determinadas para as solues (5-20 g/L) de (a) CA-

    2.8, (b) CAP-2.3 e (c) CAB-1.8.

    Figura 14 - Imagens de AFM (1x1)m2 dos filmes ultrafinos de steres de celulose

    preparados por adsoro em solues de acetona (5 mg/mL): (a) CA-2.8, (b) CA-2.8 aps 15

    horas de recozimento, (c) CA-2.8 aps 60 horas de recozimento, (d) CA-2.8 aps 168 horas

    de recozimento, (e) CAP-2.3, (f) CAP-2.3 aps 15 horas de recozimento, (g) CAP-2.3 aps 60

    horas de recozimento, (h) CAP-2.3 aps 168 horas de recozimento (i) CAB-1.8, (j) CAB-1.8

    aps 15 horas de recozimento, (k) CAB-1.8 aps 60 horas de recozimento, (l) CAB-1.8 aps

    168 horas de recozimento e imagens de AFM (2x2)m2 dos filmes ultrafinos de (m) CAB-2.5,

    (n) CAB-2.5 aps 15 horas de recozimento, (o) CAB-2.5 aps 60 horas de recozimento e (p)

    CAB-2.5 aps 168 horas de recozimento.

    Figura 15 Rugosidades (rms) dos filmes ultrafinos de steres de celulose obtidos por

    adsoro em solues de acetona (5mg/mL) em funo do tempo de recozimento a 170C na

    estufa a vcuo. Os valores das rugosidades (rms) dos filmes de CA-2.8, CAP-2.3 e CAB-1.8

    foram obtidos a partir de imagens (1x1) m2 e os valores de rms dos filmes de CAB-2.5

    foram obtidos a partir de imagens (2x2) m2.

    Figura 16 Imagens de AFM (1x1)m2 dos filmes ultrafinos de steres de celulose

    preparados por adsoro em lminas de silcio a partir de solues em acetato de etila (5

    mg/mL): (a) CA-2.8, (b) CA aps 15h de tratamento trmico, (c) CA-2.8 aps 60h de

    tratamento trmico, (d) CA-2.8 aps 168h de tratamento trmico, (e) CAP-2.3, (f) CAP-2.3

    aps 15h de tratamento trmico, (g) CAP-2.3 aps 60h de tratamento trmico, (h) CAP-2.3

    aps 168h de tratamento trmico, (i) CAB-1.8, (j) CAB-1.8 aps 15h de tratamento trmico ,

    (k) CAB-1.8 aps 60h de tratamento trmico, (l) CAB-1.8 aps 168h de tratamento trmico e

    imagens de AFM (2x2) m2 dos filmes ultrafinos de CAB-2.5 (m) CAB-2.5, (n) CAB-2.5

  • aps 15h de tratamento trmico, (o) CAB-2.5aps 60h de tratamento trmico e (p) CAB-2.5

    aps 168h de tratamento trmico.

    Figura 17 - Rugosidade (rms) dos filmes ultrafinos de ster de celulose obtidos a partir de

    solues de acetato de etila (5 mg/mL) em funo do tempo de tratamento trmico a 170C

    em uma estufa a vcuo. Os valores das rugosidades (rms) dos filmes de CA-2.8, CAP-2.3 e

    CAB-1.7 foram obtidos a partir de imagens (1x1) m2 e os valores de rms dos filmes de

    CAB-2.5 foram obtidos a partir de imagens (2x2) m2.

    Figura 18 Filmes usados nas medidas de ngulo de contato para determinar a energia

    superficial dos steres de celulose. Imagens topogrficas de AFM dos filmes ultrafinos

    preparados por adsoro em solues de acetona (a) CA-2.8, (b) CA-2.8 aps 4 horas de

    tratamento trmico, (c) CAP-2.3, (d) CAP-2.3 aps 4 horas de tratamento trmico, (e) CAB-

    1.8, (f) CAB-1.8 aps 4 horas de tratamento trmico, (g) CAB-2.5, (h) CAB-2.5 aps 4 horas

    de tratamento trmico e imagens de AFM dos filmes finos preparados por revestimento

    rotacional em solues de acetona (i) CAP-2.3 aps 15 horas de tratamento trmico, (j) CAB-

    1.8 aps 15 horas de tratamento trmico e (k) CAB-2.5 aps 15 horas de tratamento trmico.

    Figura 19 Filmes usados nas medidas de ngulo de contato para determinar a energia

    superficial dos steres de celulose. Imagens topogrficas de AFM dos filmes ultrafinos

    preparados por adsoro em solues de acetato de etila (a) CA-2.8, (b) CA-2.8 aps 4 horas

    de tratamento trmico, (c) CAP-2.3, (d) CAP-2.3 aps 4 horas de tratamento trmico, (e)

    CAB-1.8, (f) CAB-1.8 aps 4 horas de tratamento trmico, (g) CAB-2.5, (h) CAB-2.5 aps 4

    horas de tratamento trmico e imagens de AFM dos filmes finos preparados por revestimento

    rotacional em solues de acetato de etila (i) CAP-2.3 aps 15 horas de tratamento trmico, (j)

    CAB-1.8 aps 15 horas de tratamento trmico e (k) CAB-2.5 aps 15 horas de tratamento

    trmico.

    Figura 20 - Representao esquemtica das camadas (1) SiO2, (2) Polissacardeo e (3) Ar,

    com os respectivos valores de ndice de refrao (n) e constante dieltrica ().

    Figura 21 Imagens de AFM (1x1)m2 dos filmes de steres de celulose sem tratamento

    trmico (a) CA-2.8, Z = 5 nm, (b) CAP-2.3, Z = 10 nm, (c) CAP-2.1, Z = 2 nm, (d) CAB-1.8,

    Z = 3nm, e imagens de AFM (2x2) m2 de (e) filme de CAB-2.8, Z = 3 nm.

    Figura 22 Imagens de AFM (1x1)m2 dos filmes de steres de celulose aps tratamento

    trmico (a) CA-2.8, Z = 7 nm, (b) CAP-2.3, Z = 8 nm, (c) CAP-2.1, Z = 2 nm, (d) CAB-1.8, Z

    = 4nm, e imagens de AFM (2x2) m2 de (e) CAB-2.8 aps tratamento trmico, Z = 3nm.

  • Figura 23 Valores mdios de Lipase com os correspondentes desvios padro obtidos para

    lipase adsorvida sobre filmes de ster de celulose com e sem tratamento trmico.

    Figura 24 - Concentrao de p-NF formado na reao de hidrlise catalisada pela lipase:

    lipase livre em soluo (coluna vermelha), lipase imobilizada sobre filmes de CAB-1.8 sem

    tratamento trmico (coluna azul), lipase imobilizada sobre filmes de CAP-2.1 com tratamento

    trmico (coluna rosa), lipase imobilizada sobre filmes de CAB-2.5 com tratamento trmico

    (coluna laranja) e lipase imobilizada sobre filmes de CA-2.8 com tratamento trmico (coluna

    verde). O reuso da lipase imobilizada sobre filmes de CAB-1.8 sem tratamento trmico e

    lipase imobilizada sobre filmes de CAP-2.1, CAB-2.5 ou CA-2.8 com tratamento trmico

    como agentes catalticos tambm foi determinada.

    Figura 25 - Imagens de AFM (2x2) m2 obtidas para lipase imobilizada sobre filmes de

    CAB-1.8 sem tratamento trmico (a) logo aps preparao (Z = 8 nm), (b) aps primeiro uso

    (Z = 8 nm), (c) aps segundo uso (Z = 8 nm) e (d) aps terceiro uso (Z = 8 nm).

    Figura 26 - Imagens de AFM (2x2) m2 obtidas para lipase imobilizada sobre filmes de

    CAP-2,1 com tratamento trmico (a) logo aps preparao (Z = 7 nm), (b) aps primeiro uso

    (Z= 7 nm), (c) aps segundo uso (Z = 7 nm) e (d) aps terceiro uso (Z = 7 nm).

    Figura 27 - Concentrao de p-NF formado na reao de hidrlise catalisada pela lipase

    imobilizada sobre filmes de CAB-1.8 sem tratamento trmico (coluna azul), lipase

    imobilizada sobre filmes de CAP-2.1 com tratamento trmico (coluna rosa), lipase

    imobilizada sobre filmes de CAB-2.5 com tratamento trmico (coluna laranja) e lipase

    imobilizada sobre filmes de CA-2.8 com tratamento trmico (coluna verde) em funo do

    tempo de estocagem.

  • Lista de Tabelas

    Parte I - Obteno e Caracterizao de Compsitos e Blendas de PE e Celulose ou

    steres de Celulose

    Tabela 1 Caractersticas qualitativas das fibras naturais (FN) e as fibras de vidro (FV).

    Tabela 2 Caractersticas dos polissacardeos: comprimento mdio (l), dimetro mdio (d),

    massa molar mdia ( ), grau de substituio (DS) para o acetato (Dsac), propionato (DSpr),

    butirato (Dsbu) e hidroxila (DSOH). O DS definido como o nmero mdio de grupos

    hidroxilas substitudos por unidade de anidroglucose.

    Tabela 3 Materiais e cdigos das misturas, temperatura de fuso (Tm) e calor de fuso (Hf)

    determinados por medidas de DSC. O nmero entre parnteses representam a porcentagem

    em massa do CAB na respectiva blenda.

    Tabela 4 Cdigos dos materiais e dos compsitos. Temperatura de fuso (Tm) determinada

    por DSC.

    Tabela 5 Reduo de massa determinada por gravimetria aps extrao com acetona, um

    solvente seletivo para o CAB. Razo das intensidades obtidas antes e depois da extrao por

    medidas de espectroscopia Raman (detalhes no texto).

    Tabela 6 reas correspondentes aos picos de difrao (110) e (200) e o halo amorfo e as

    posies dos picos. Os valores das reas so resultados de decomposies seguindo os ajustes

    de Lorentz.

    Tabela 7 - Reduo de massa determinada por gravimetria aps extrao com solvente

    seletivo. Razo das intensidades obtidas antes e depois da extrao por espectroscopia Raman

    (detalhes no texto).

    Tabela 8 reas correspondentes aos picos cristalinos (110) e (200), ao halo amorfo,

    posio dos picos (110) e (200) e grau de cristalinidade (WXRD).

    Parte II Filmes de steres de Celulose

    Tabela 1 Caractersticas dos polissacardeos fornecidas pelo fabricante: massa molar mdia

    ponderal ( M w), ponto de fuso (Tm), grau de esterificao para o acetato (DSac), propionato

    (DSpr), butirato (DSbu) e hidroxila (DSOH), ndice de refrao (n) para comprimento de onda

    de 632,8 nm. O grau de esterificao a razo entre os grupos ster e os resduos de glicose.

    Tabela 2 - Ajustes lineares com os coeficientes de regresso, R, obtidos para a dependncia

    de espessura do filme medido por elipsometria (dELI) ou AFM (dAFM) em funo da

    M w

  • concentrao do ster de celulose (C, g/L) na soluo preparada em acetona ou acetato de

    etila, sem o tratamento trmico (STT) e com o tratamento trmico (CTT). Os coeficientes

    lineares esto entre parnteses com as correspondentes unidades.

    Tabela 3 Espessura dos filmes ultrafinos obtidos a partir de solues de acetona ou acetato

    de etila (5mg/mL) com os respectivos desvios padro.

    Tabela 4 Espessura mdia (d) e rugosidade (rms) dos filmes preparados a partir de solues

    de acetona utilizados para determinar a energia superficial dos steres de celulose.

    Tabela 5 Espessura mdia (d) e rugosidade (rms) dos filmes preparados a partir de solues

    de acetato de etila utilizados para determinar a energia superficial dos steres de celulose.

    Tabela 6 Valores de tenso superficial ( LV ) com as correspondentes contribuies

    dispersivas ( dLV ) e polares (p

    LV ) reportados na literatura [XIE et al., 1995] para gua,

    formamida e diiodometano, os quais foram usados para a determinao da energia superficial

    dos steres de celulose.

    Tabela 7 Medidas de ngulo de contato de avano para os filmes ultrafinos de CA-2.8,

    CAP-2.3, CAB-1.8 e CAB-2.5, preparados por adsoro (5mg/mL) ou revestimento

    rotacional (20 mg/mL) e obtidos a partir de solues de acetona, com gotas de diiodometanho

    (Diiodometano), formamida (Formamida) e gua (gua) como lquidos teste. Valores dos

    componentes dipersivo (d) e polar ( p ) da energia superficial determinada pelo modelo

    harmnico (equao 15, pgina 58) e a constante de Hamaker ( A poli/poli ) calculada pela

    equao 6, pgina 55.

    Tabela 8 Medidas de ngulo de contato de avano para os filmes ultrafinos de CA-2.8,

    CAP-2.3, CAB-1.8 e CAB-2.5, preparados por adsoro (5mg/mL) ou revestimento

    rotacional (20 mg/mL) e obtidos a partir de solues de acetato de etila, com gotas de

    diiodometanho (Diiodometano), formamida (Formamida) e gua (gua) como lquidos teste.

    Valores dos componentes dipersivo ( d ) e polar ( p ) da energia superficial determinada pelo

    modelo harmnico (equao 15, pgina 58) e a constante de Hamaker ( A poli/poli ) calculada pela

    equao 6, pgina 55.

    Tabela 9 Caractersticas dos filmes de steres de celulose antes e depois do tratamento

    trmico.

    Tabela 10 Valores mdios de Lipase e BSA com os respectivos desvios padro e ngulo de

    contato de avano (A) obtidos para lipase e BSA adsorvidas sobre os filmes de steres de

    celulose com e sem tratamento trmico.

  • Lista de Abreviaturas

    Aa: rea da regio amorfa

    Ac: rea da regio cristalina

    AFM: Microscopia de Fora Atmica

    AM: Anidrido Malico

    BPO: Perxido de Benzola

    CA: Acetato de Celulose

    CAB: Butirato Acetato de Celulose

    CAP: Propionato Acetato de Celulose

    CEL: Celulose

    dpoli: Espessura mdia da camada de polissacardeo

    dafm : Espessura do filme de ster de celulose medida por Microscopia de Fora Atmica

    delli : Espesura do filme de ster de celulose medida por elipsometria

    DSac: Grau de substituio para o acetato

    DSbu: Grau de substituio para o butirato

    DSC: Calorimetria exploratria diferencial

    DSOH: Grau de substituio para a hidroxila

    DSpr: Grau de substituio para o propionato

    L: Tamanho das partculas dos cristais

    La: Espessura da lamela amorfa

    Lc: Espessura da lamela cristalina

    MEV: Microscopia Eletrnica de Varredura

    M-PE: Polietileno Maleado

    PE: Polietileno linear de baixa densidade com comonmero buteno (PE)

    p-NF: para-nitrofenol

  • p-NFD: para-nitrofenol-dodecanoato

    rms: Rugosidade quadrtica mdia

    Tg: Temperatura de transio vtrea

    Tm: Temperatura de fuso

    WDSC: Grau de cristalinidade calculado por calorimetria exploratria diferencial

    WXRD: Grau de cristalinidade calculado por difrao de Raios-X

    XRD: Difrao de Raios-X

  • Lista de Smbolos

    Hf: Calor de fuso

    M w : Massa molar mdia ponderal

    E: Mdulo de Young

    b: Elongao na ruptura

    y: Tenso no escoamento

    : Torque

    f: Torque final

    pos: Energia de adsoro envolvida na adsoro do polmero no substrato

    foo: Energia de interao solvente/solvente

    fos: Energia de interao solvente/substrato

    fpp: Energia de interao polmero/polmero

    fps: Energia de interao polmero/substrato

    p : Energia superficial da componente polar

    SL : Energia interfacial de tenso entre o slido e o lquido

    d : Energia superficial da componente dispersiva

    S : Energia superficial de uma superfcie slida

    LV : Energia superficial do lquido

    d

    s: Componente dispersiva da energia superficial do slido

    d

    LV: Componente dispersiva da tenso superficial do lquido

    p

    s: Componente polar da energia superficial do slido

    p

    LV: Componente polar da tenso superficial do lquido

    A : Constante de Hamaker

  • A poli/poli : Constante de Hamaker da atrao polmero/polmero

    Aeff : Constante de Hamaker efetiva

    A substrato/poli : Constante de Hamaker para a interao polmero/substrato

    : Constante dieltrica

    h : Constante de Planck

    : Freqncia mdia de ionizao

    n : ndice de refrao

    k: Constante de Boltzmann

    WSL : trabalho de adeso na interface slido-lquido

    T: Temperatura

    : Quantidade adsorvida de protena

    : ngulo de contato

    : Densidade

  • Sumrio Parte I Obteno e Caracterizao de Compsitos e Blendas de

    Polietileno Linear de Baixa Densidade e Celulose ou steres de Celulose

    1 Introduo 1

    2 Materiais 6

    3 Mtodos 7

    3.1 Processamento Reativo 7

    3.1.1 Blendas de Polietileno Maleado e Butirato Acetato de Celulose 7

    3.1.2 Compsitos de Polietileno ou Polietileno Maleado e Celulose ou

    steres de Celulose

    7

    3.2 Preparao dos Corpos de Prova 8

    3.3 Difrao de Raios-X (XRD) 9

    3.4 Calorimetria Exploratria Diferencial (DSC) 9

    3.5 Ensaios Mecnicos 10

    3.6 Microscopia Eletrnica de Varredura (MEV) 10

    3.7 Determinao do Grau de Funcionalizao do M-PE por

    Espectroscopia FTIR

    10

    3.8 Extrao com um Solvente Seletivo Seguida por Espectroscopia

    Raman

    11

    4 Resultados e Discusso 13

    4.1 Enxertia do Anidrido Malico (AM) no Polietileno Linear de Baixa

    Densidade (PE)

    13

    4.2 Blendas de Polietileno Maleado e Acetato Butirato de Celulose 15

    4.2.1 Processamento Reativo 15

    4.2.2 Ensaios Mecnicos 16

    4.2.3 Microscopia Eletrnica de Varredura (MEV) 18

    4.2.4 - Extrao com um Solvente Seletivo Seguida por Espectroscopia

    Raman

    19

    4.2.5 - Calorimetria Exploratria Diferencial (DSC) e Difrao de Raios-

    X (XRD)

    21

    4.3 - Compsitos de Polietileno ou Polietileno Maleado e Celulose ou steres

    de Celulose

    26

  • 4.3.1 Processamento Reativo 26

    4.3.2 - Ensaios Mecnicos 27

    4.3.3 - Microscopia Eletrnica de Varredura (MEV) 30

    4.3.4 Extrao com um Solvente Seletivo Seguida de Espectroscopia

    Raman

    32

    4.3.5 Difrao de Raios-X (XRD) 35

    5 Concluso 37

    5.1 - Blendas de Polietileno Maleado e Acetato Butirato de Celulose 37

    5.2 - Compsitos de Polietileno ou Polietileno Maleado e Celulose ou steres

    de Celulose

    38

    6 Referncias Bibliogrficas 40

    Parte II Filmes de steres de Celulose

    1 Introduo 46

    2 Fundamentao Terica 50

    2.1 Influncia do solvente na formao de filmes por revestimento rotacional

    (spin coating)

    50

    2.2 Estabilidade dos filmes 52

    2.3 Determinao da energia superficial de filmes polimricos 55

    3 Materiais 59

    4 Mtodos 61

    4.1 Preparao dos Filmes 61

    4.1.1 Revestimento Rotacional (Spin Coating) 61

    4.1.2 Adsoro 61

    4.2 Adsoro de Lipase sobre os Filmes Ultrafinos de steres de Celulose 62

    4.3 Elipsometria 62

    4.4 Microscopia de Fora Atmica 63

    4.5 ngulo de Contato 64

    4.6 Atividade Enzimtica 65

    5 Resultados e Discusso 67

    5.1 Influncia do solvente nos filmes finos (30 nm < d < 200nm) preparados

    por revestimento rotacional (spin coating)Rotacional (Spin Coating)

    66

  • 5.2 Influncia do Solvente nos Filmes Ultrafinos (d < 6,0 nm) de steres de

    Celulose

    80

    5.3 Determinao da Energia Superficial dos steres de Celulose 87

    5.4 Adsoro de Lipase sobre Filmes Ultrafinos (d < 6,0 nm) de steres de

    Celulose

    97

    5.4.1 Caracterstica dos substratos 97

    5.4.2 Adsoro de Lipase sobre Filmes Ultrafinos de steres de

    Celulose

    100

    5.5 Atividade Cataltica da Lipase Adsorvida sobre Filmes Ultrafinos de

    steres de Celulose

    102

    6 Concluso 109

    7 Referncias Bibliogrficas 110

    Smula Curricular 119

  • Consideraes Gerais sobre steres de Celulose

    steres de celulose de cidos orgnicos foram compostos pioneiros na qumica de

    celulose e so os derivados de celulose com mais aplicaes tcnicas. O interesse em

    converter celulose em steres de celulose surgiu por dois motivos: (i) a celulose decompe

    abaixo do seu ponto de fuso, tornando impossvel o processamento no estado fundido e (ii) a

    celulose insolvel em gua e em muitos outros solventes por causa das ligaes de

    hidrognio formadas na molcula [MARK; KROSCHWITZ, 1986]. A converso da celulose

    em steres de celulose produz materiais que podem ser processados no estado fundido ou

    podem ser solubilizados.

    Atualmente, existem vrios steres de celulose. Entretanto, somente o acetato de

    celulose (CA) e os steres mistos, propionato acetato de celulose (CAP) e butirato acetato de

    celulose (CAB), ganharam importncia comercial devido as suas propriedades e fcil

    manuseio [HEINZE; LIEBERT, 2004.]. O acetato de celulose (CA) solvel em acetona,

    metil etil cetona e acetato de etila, e tem baixa solubilidade em hidrocarbonetos. As

    propriedades do CA so desejadas para muitas aplicaes que incluem (i) revestimentos

    resistentes a solventes e graxas para papis, cordas, arames e roupas, (ii) argamassa para

    aeromodelos, (iii) verniz para isolantes eltricos e para a fabricao de capacitores e (iv)

    revestimento para produtos plsticos. O CA resistente ao intemperismo e estvel ao UV,

    sendo til como revestimento para placas [ULLMANN, 1993]. CAP e CAB so mais solveis

    e possuem melhor resistncia ao impacto do que CA [EDGAR, 2001]. CAP e CAB tem

    inmeras aplicaes. CAB usado como (i) aditivo em verniz para madeira, (ii)

    impermeabilizante para assentos automotivos e roupas, devido ao seu maior carter

    hidrofbico quando comparado com a celulose, CA e CAP e (iii) adesivo. Apesar do leve

    odor de cido butrico do CAB, ele apresenta vantagens como rigidez, transparncia e fcil

    modelagem [ULLMANN, 1993]. As propriedades do CAP so intermedirias s propriedades

  • do CA e do CAB. O CAP no tem cheiro caracterstico e pode substituir o CAB em

    aplicaes, onde odor indesejado [ULLMANN, 1993].

    Esterificao da celulose

    A celulose esterificada para produzir steres de celulose. A estrutura da celulose

    consiste em unidades repetidas de anidroglucose. Cada monmero de anidroglucose possui

    trs grupos hidroxilas que so esterificados para produzir steres de celulose. As propriedades

    fsicas dos steres de celulose dependem do tamanho da cadeia, do tipo de substituinte e do

    grau de substituio dos grupos ster ligados cadeia.

    No processo industrial, quase todos os steres de celulose so produzidos por um

    processo em soluo usando o catalisador (cido sulfrico) com anidrido actico em uma

    soluo de cido actico. A reao de acetilao heterognea e topoqumica, na qual as

    camadas das fibras de celulose reagem e so solubilizadas e, consequentemente, expem

    novas superfcies para a reao. O curso da reao controlado pelas taxas de difuso dos

    reagentes na celulose e, por essa razo, a celulose precisa ser ativada para uniformizar a

    reao e evitar fibras no reagidas na soluo [MARK; KROSCHWITZ, 1986].

    Com o processo heterogneo difcil obter um derivado de celulose uniformemente

    substitudo por causa da diferena de acessibilidade dos grupos OH nas regies cristalina e

    amorfa. As regies amorfas da celulose sero mais substitudas do que as regies cristalinas.

    O produto ser heterogneo mesmo quando o grau de substituio (DS) mdio for atingido.

    Esta heterogeneidade pode resultar em problemas na solubilidade destes steres de celulose

    em alguns solventes como a acetona [EL SEOUD; HEINZE, 2004].

    Propionato de celulose e butirato de celulose so sintetizados com mtodos similares

    aos usados para preparar o acetato de celulose, com anidrido propinico ou anidrido butrico

  • na presena de um catalisador cido. Estes steres de celulose no so produzidos em escala

    industrial [ULLMANN, 1993;MARK; KROSCHWITZ, 1986].

    Os steres mistos de celulose, como o propionato acetato de celulose e o butirato

    acetato de celulose, possuem propriedades desejveis no observadas no acetato de celulose.

    Estes steres so produzidos comercialmente com mtodos similares aos usados para o

    acetato de celulose. possvel esterificar a celulose com anidrido propinico ou butrico na

    presena de cido actico para produzir os steres de celulose mistos [ULLMANN, 1993].

    Um outro mtodo para a obteno de steres de celulose o processo homogneo.

    Este processo parece ser mais simples: a celulose ativada, dissolvida e submetida a

    derivatizao. Em alguns casos, a ativao e a dissoluo da celulose feita em apenas um

    passo [EL SEOUD; HEINZE, 2004]. Na etapa da dissoluo, o solvente interage com os

    grupos OH da celulose, eliminando, pelo menos parcialmente, as fortes ligaes de hidrognio

    entre as cadeias do polmero. A dissoluo pode ser feita de duas formas: (i) resultante de

    interaes fsicas entre a celulose e o solvente e (ii) feita via reao qumica.

    No processo homogneo um solvente muito usado o DMAc/Li. A dissoluo da

    celulose ocorre sem ou com quase nenhuma degradao. A acetilao homognea da celulose

    em DMAc/Li vem recebendo ateno comercial, pois possvel sintetizar acetato de celulose

    com massa molar definida e com boa reprodutibilidade do DS. Estas caractersticas so

    importantes para campos de aplicao especficos como biotecnologia ou para a interao

    com compostos inicos [HEINZE; LIEBERT, 2004].

    De modo geral, a ativao da celulose a etapa mais importante na esterificao da

    celulose. O objetivo da ativao da celulose aumentar a difuso dos reagentes na estrutura

    da celulose, tornando as regies cristalinas mais acessveis. O agente de ativao penetra na

    regio cristalina e rompe as fortes ligaes de hidrognio da cadeia da celulose. O sucesso da

    esterificao da celulose depende da ativao da celulose. Quando a acesso aos grupos OH

  • so limitados, o rendimento da reao baixo [MARK; KROSCHWITZ, 1986].

    Normalmente, gua ou cido actico diludo so usados como agentes ativadores, cido

    actico glacial tambm pode ser usado. Em um processo recente para produzir celulose

    altamente ativada para acetilao, foi empregado o tratamento alcalino. A celulose tratada

    com NaOH (mercerizao) e, em seguida, a base residual lavada. O tratamento alcalino

    resulta na transformao irreversvel da celulose tipo I na celulose tipo II, que menos

    ordenada, isto , com menor cristalinidade [EL SEOUD; HEINZE, 2005].

    Referncias Bibliogrficas

    _ EDGAR; K. J.; BUCHANAN; C. M.; DEBENHAM; J.S.; RUNDQUIST; P. A.; SEILER;

    B. D.; SHELTON; M.C.; TINDALL; D. Advances in cellulose ester performance and

    application. Prog. Polym. Sci. v.26, n.9, 1605-1688, 2001

    _ EL SEOUD, O.A.; HEINZE, T. Organic esters of cellulose: new perspectives for old

    polymers. Em: Polysaccharides I Structure, Characterizations and Use. Ed: Heinze, T.

    Adv.Polym. Sci. v.186, 103-149, 2005.

    _ HEINZE, T.; LIEBERT, T. Chemical Characteristics of cellulose acetate. Macromol.

    Symp. v.208, 167-237, 2004.

    _ MARK, H. F.; KROSCHWITZ, J. I. Encyclopedia of Polymer Science and Engineering,

    New York: Willey, 1986.

    _ HEINZE, T.; LIEBERT, T. Chemical Characteristics of cellulose acetate. Macromol.

    Symp. v.208, 167-237, 2004.

    _ ULLMANN, F.; Ullmann's encyclopedia of industrial chemistry. Ed.: Yamamoto, Y.S.;

    Campbell, F.T.; Pfefferkorn, R.; Rounsaville, J.F. 5 edio, USA : VCH, 1993.

  • P . M . K osaka

    1

    P arte I: O bteno e Caracterizao de Com psitos e B lendas de Polietileno L inear de B aixa D ensidade e Celulose ou steres de Celu lose

    1 Introduo

    Estudos recentes de compsitos de termoplstico e fibras naturais tm descrito o uso

    de fibras naturais como fibras de reforo de baixo custo em vrios termoplsticos. Um grande

    nmero de componentes automotivos anteriormente fabricados com compsitos com fibras de

    vidro agora esto sendo feitos com compsitos que causam menos danos ao meio ambiente

    [WAMBUA; IVENS; VERSPOET, 2003]. Estes compsitos tm recebido ateno da

    indstria devido natureza termoplstica dos compsitos de fibras naturais e termoplsticos,

    que permite a fabricao dos compsitos usando tcnicas tradicionais de processamento e a

    reciclagem dos produtos resultantes ao final da sua vida til [JOSHI et al., 2004].

    Recentemente, uma parceria entre a GE Plastics South Amrica e a Unicamp desenvolveram

    um compsito de nylon 6 reforado com fibra de curau, uma bromlia que cresce na regio

    da Amaznia. Este material ir competir no mercado com o nylon 6 reforado com fibra de

    vidro, usado na fabricao de peas automotivas e tambm na indstria eletro eletrnica [DE

    PAOLI et al.; 2007; RACHEL, 2007]. A incorporao de fibras naturais em compsitos polimricos

    atrativa porque as fibras naturais so abundantes, renovveis e biodegradveis, contribuindo

    para a manuteno dos recursos mundiais [LIU; WANG; SUN, 2003; TERENZI; KENNY;

    BARBOSA, 2007; TORIZ et al., 2003; WEOLLERDORFER; BADER, 1998;

    ZAFEIROPOULOS et al., 2002].

    As primeiras cargas usadas para aumentar a rigidez dos polmeros foram cargas

    inorgnicas como talco, mica, fibra de vidro e carbonato de clcio [MARCOVICH; VILLAR,

    2003]. As fibras de vidro so usadas como carga de reforo devido ao seu baixo custo e boas

    propriedades mecnicas. Entretanto, estas fibras tm srias desvantagens quando comparadas

    s fibras naturais, como mostradas na Tabela 01 [WAMBUA; IVENS; VERSPOET, 2003].

  • P . M . K osaka

    2

    Tabela 1 Caractersticas qualitativas das fibras naturais (FN) e as fibras de vidro (FV).

    Fibras naturais (FN) Fibras de vidro (FV)

    Densidade Baixa Dobro das FN

    Custo Baixo Baixo, mas mais alto do que as

    FN

    Renovvel Sim No

    Reciclvel Sim No

    Consumo de energia Baixo Alto

    Abraso s mquinas No Sim

    Risco sade quando inalado No Sim

    A condio necessria para a aplicao dos compsitos reforados por fibras a

    perfeita adeso entre os componentes. Sem a adeso o princpio dos sistemas reforados por

    fibras no iria funcionar, isto , as fibras resistentes sustentam a carga, enquanto a matriz

    distribui e transfere a carga de uma fibra para a outra [PUKNSZKY, 2005]. Uma forte

    adeso produz compsitos rgidos, mas quando a adeso fraca o princpio mencionado

    acima no funciona, logo a fora de adeso deve estar em um valor ideal. Devido baixa

    compatibilidade entre as fibras naturais hidroflicas e os compsitos termoplsticos, grupos

    funcionais precisam ser incorporados s superfcies das fibras [BELDZKI; GASSAN, 1999;

    CASTELLANO et al., 2004; JOSEPH; JOSEPH; THOMAS, 2002] ou na matriz polimrica

    [BELDZKI; GASSAN, 1999; CAMPOS; FANTINI; PETRI, 2004; CASARANO et al., 2005;

    LUZ; GONALVES; DELARCO, 2007]. A modificao de poliolefinas por enxertia de

    grupos funcionais especficos pode se dar por via mida (reaes qumicas em soluo) ou

    por processamento reativo [BETTINI; AGNELLI, 1999; YOON; LEE; PARK, 1998.] em

    misturadores mecnicos. A vantagem da funcionalizao em soluo a baixa degradao das

    amostras, enquanto as desvantagens so a grande quantidade de solvente orgnico residual e a

    restrio quantidade de amostra a ser funcionalizada. As vantagens do processamento

    reativo so [MOAD, 1999]: (i) pouco ou nenhum uso de solventes, (ii) fcil isolao do

    produto, (iii) tempo de reao curto, (iv) processo contnuo,(v) baixo custo para a infra-

    estrutura e (vi) viabilidade de aplicao em escala industrial. Algumas desvantagens ou

  • P . M . K osaka

    3

    dificuldades associadas com a modificao por processo reativo podem ser: (i) necessidade de

    alcanar uma mistura perfeita entre os reagentes e o substrato, (ii) alta temperatura de reao

    para fundir o polmero e (iii) degradao do polmero durante o processo reativo.

    Operacionalmente, a modificao da matriz mais factvel, porque esta pode ocorrer em

    extrusoras [NOORDAM; WINTRAECKEN; WALTON, 1987] para grandes quantidades de

    material. A modificao mais comum da matriz a grafitizao de anidrido malico (AM) na

    poliolefina, que aumenta a compatibilidades atravs da esterificao entre os grupos AM e as

    hidroxilas da celulose [CAMPOS; FANTINI; PETRI, 2004; CASARANO et al., 2005;

    YANG, 1993]. Espera-se que a compatibilizao ocorra na fase amorfa da poliolefina

    [CAMPOS; FANTINI; PETRI, 2004; CASARANO et al., 2005; JOSEPH et al., 2003;

    YANG, 1993].

    steres de celulose foram compostos pioneiros na qumica da celulose, e continuam os

    mais importantes derivados de celulose [KLEMM et al., 2005]. Estudos misturando steres de

    celulose com outros polmeros tentam, em geral, usar a resistncia dos steres de celulose

    como a alta temperatura de transio vtrea (Tg) e a rigidez, para compensar a deficincia dos

    outros polmeros ou vice-versa [EDGAR et al., 2001] para desenvolver materiais com

    condies ambientais amigveis. Nos ltimos anos, o butirato acetato de celulose (CAB)

    tornou-se um dos mais importantes steres de celulose termoplsticos. Desde 2001, 313

    patentes e 135 comunicados cientficos foram publicados [http://isi3.newisiknowledge.com,

    acessado em 03 de dezembro de 2007].

    A miscibilidade de blendas com composies variadas de poliestireno e acetato de

    celulose (CA) preparadas pelo mtodo de evaporao do solvente [MEIRELES et al., 2007;

    RODRIGUES et al., 2005] foi estudada por FTIR, calorimetria exploratria diferencial

    (DSC), termogravimetria (TG) e microscopia eletrnica de varredura (MEV). Neste estudo

    observou-se (i) um aumento na temperatura de transio vtrea (Tg) do CA com a adio do

  • P . M . K osaka

    4

    PS, indicando uma possvel miscibilidade entre os dois materiais [SZAB; EPACHER;

    PUKANSZKY, 2004], (ii) um acentuado aumento de 50C na temperatura de fuso com a

    adio do PS, sugerindo um efeito plastificante causado pelo PS que causou um aumento na

    mobilidade da cadeia da macromolcula e formou uma estrutura cristalina mais organizada,

    (iii) uma transio que pode ser associada a uma possvel inverso entre a matriz e a fase

    dispersa com a adio de 30% em massa de PS na blenda. Os resultados de FTIR indicam a

    existncia de miscibilidade em microrregies nas blendas. Observou-se pelas imagens de

    MEV que somente a blenda com 30% em massa de PS apresentou bolhas dispersas na matriz,

    nas misturas com 10% e 50% em massa de PS na blenda observou-se uma fase contnua. Esta

    transio de fase pode estar relacionada a uma reestruturao da blenda polimrica, que

    resulta em uma separao de domnios com tamanhos diferentes.

    Blendas miscveis de poli[(R)-3-hidroxi-butirato] e CAB preparados pelo mtodo de

    evaporao de solvente com vrias composies mostraram mudanas estruturais sob fora

    uniaxial [PARK et al., 2005]. A caracterizao das blendas de poli(-hidroxibutirato) (PHB) e

    CAB foi feita por testes mecnicos, DSC, microscopia eletrnica de varredura (MEV),

    difrao de raios-X (XRD) e microscopia ptica polarizada [WANG et al., 2003].

    Aumentando a quantidade de CAB na blenda, o grau de cristalinidade e a temperatura de

    fuso da fase do PHB diminuram e houve melhora na dureza e ductibilidade do PHB com o

    aumento da elongao de 2,2% para 7,3% [WANG et al., 2003]. Estudos com blendas

    homogneas de CAB/sucinato de polibutileno (PBS) mostraram que i) molculas de CAB

    inibem a cristalizao do PBS nas blendas; ii) na faixa de CAB de 0-30 wt%, as molculas de

    PBS tm alta miscibilidade com as molculas de CAB e as molculas de PBS estavam no

    estado amorfo; iii) na faixa de 30-80wt% de PBS na blenda, as molculas de PBS formaram

    regies cristalinas e amorfas, e uma poro das molculas amorfas do PBS estavam

    misturadas com as molculas de CAB [TATSUSHIMA et al., 2005]. Misturar CAB com

  • P . M . K osaka

    5

    outros termoplsticos usados para embalagens tem muitas vantagens como melhora nas

    propriedades mecnicas e biodegradabilidade [LEE; YOSHIOKA; SHIRAISHI, 2000; PARK

    et al., 2005; TATSUSHIMA et al., 2005; WANG et al., 2003].

    Para o estudo dos compsitos e blendas de polietileno com celulose ou steres de

    celulose duas estratgias foram seguidas. Compsito um material conjugado formado por

    duas fases, uma matriz polimrica contnua (que possui propriedades mecnicas inferiores s

    da fase descontnua) e uma fase dispersa de reforo (cargas como fibras, xidos, negro de

    fumo ou argilas). Blendas so misturas de dois ou mais polmeros [WORK; HORIE;

    STEPTO, 2004]. A blenda pode se apresentar como um sistema homogneo, unifsico, ou

    como um sistema heterogneo, multifsico, e as propriedades dependem da composio do

    sistema, da compatibilidade e da morfologia apresentada pelas fases [CABRAL et al., 2000;

    WORK; HORIE; STEPTO, 2004]. Um dos requisitos para o sucesso de uma blenda na

    aplicao final a qualidade e homogeneidade da mistura polimrica [KOH et al., 1998]. Na

    primeira parte, a estrutura e a propriedade das blendas de PE grafitizado com anidrido malico

    (AM) com quantidade de CAB na mistura variando de 0-50% em massa foram estudadas. Na

    segunda parte, manteve-se a mesma proporo de PE e celulose ou steres de celulose na

    mistura para estudar o efeito da compatibilizao com AM e a influncia dos resduos dos

    steres de celulose na adeso interfacial.

  • P . M . K osaka

    6

    2 Materiais

    Polietileno linear de baixa densidade com comonmero buteno (PE) com ndice de

    escoamento de 0,180 g.min-1 foi cedido pela Politeno (Brasil). O iniciador utilizado foi o

    perxido de benzola (BPO, M=242,23 g.mol-1) e o agente funcionalizante o anidrido malico

    (AM, M=98,06 g.mol-1) adquiridos da Vetec (Brasil). Acetato de celulose (CA-398-3),

    propionato acetato de celulose (CAP-482-0.5) e butirato acetato de celulose (CAB-381-0.5)

    foram gentilmente cedidos pela Eastman. Fibras curtas de celulose (CEL) (dimetro mdio

    0,030 0,008 mm e 0,13 0,07 mm de comprimento) foram adquiridas da Fluka (9004-34-

    6). O dimetro mdio e o comprimento dos polissacardeos foram medidos em um

    microscpio ptico Carl Zeiss Axioplan 2 equipado com um software para anlise das

    imagens Leica Q550 IW. As estruturas qumicas dos materiais esto representadas na Figura

    1. Na Tabela 2 esto apresentadas as caractersticas dos steres de celulose e os seus cdigos

    correspondentes.

    Figura 1 Estruturas qumicas do (a) Polietileno linear de baixa densidade com comonmero buteno (PE), (b)

    anidrido malico (AM), (c) pexido de benzola (BPO) e (d) celulose (CEL) quando R = OH, acetato de celulose

    (CA) quando R = COCH3, proprionato acetato de celulose (CAP) quando R = COC2H5 e butirato acetato de

    celulose (CAB) quando R = COC3H7.

    Tabela 2 Caractersticas dos polissacardeos: comprimento mdio (l), dimetro mdio (d), massa molar mdia

    ( ), grau de substituio (DS) para o acetato (Dsac), propionato (DSpr), butirato (DSbu) e hidroxila (DSOH).

    O DS definido como o nmero mdio de grupos hidroxilas substitudos por unidade de anidroglucose.

    Amostra l (mm) d (mm) (g mol-1)(a) DSac(a) DSpr(a) DSbu(a) DSOH(a)

    CA 0,06 0,02 0,02 0,01 100.000 2,8 _____ _____ 0,2

    CAP 0,06 0,03 0,02 0,01 25.000 0,2 2,3 _____ 0,5

    CAB 0,06 0,01 0,010 0,005 20.000 1,0 _____ 1,8 0,2

    (a) Dados fornecidos pelo fabricante.

    O

    O O

    O

    (a) (b) (c) O OOC

    H2

    CH2

    CH

    CH2

    m

    CH

    CH3

    n

    O

    O

    OR

    RO OR

    O

    OR

    ROOR

    O

    n

    (d)

    M w

    M w

  • P . M . K osaka

    7

    3 Mtodos

    3.1 - Processamento Reativo

    3.1.1 Blendas de Polietileno Maleado e Butirato Acetato de Celulose

    O polietileno linear de baixa densidade (PE) foi fundido em um misturador Haake

    Polylab R600 Thermo Electron (Karlsruhe) GmbH a 150C e 80 rpm. Aps 5 minutos,

    anidrido malico (AM) (1%) e perxido de benzola (BPO) (0,1%) foram adicionados ao

    fundido e misturados por mais 4 minutos. Aps isto, butirato acetato de celulose (CAB) (seco

    em uma estufa a vcuo a 70C por 10 dias) foi adicionado nas quantidades de 5, 10, 20, 30, 40

    ou 50t% em massa e misturados por mais 26 minutos. Aps o processamento, as amostras

    foram cortadas em pequenos grnulos. A temperatura de fuso e o torque foram registrados

    durante o processo de mistura. A Tabela 3 mostra os cdigos usados para cada tipo de

    mistura.

    Tabela 3 Materiais e cdigos das misturas, temperatura de fuso (Tm) e calor de fuso (Hf) determinados por

    medidas de DSC. O nmero entre parnteses representam a porcentagem em massa do CAB na respectiva

    blenda.

    Amostra Cdigo Tm (C) Hf (J/g)

    Polietileno Linear de Baixa Densidade PE 124 105

    Butirato Acetato de Celulose CAB ----- -----

    PE grafitizado com anidrido malico (AM) M-PE 124 105

    M-PE + CAB (5%) CAB-5% 124 101

    M-PE + CAB (10%) CAB-10% 124 78

    M-PE + CAB (20%) CAB-20% 124 93

    M-PE + CAB (30%) CAB-30% 124 80

    M-PE + CAB (40%) CAB-40% 124 71

    M-PE + CAB (50%) CAB-50% 124 65

    3.1.2 Compsitos de Polietileno ou Polietileno Maleado e Celulose ou steres

    de Celulose

    O polietileno linear de baixa densidade (PE) (40g) foi fundido em um misturador

    Haake Polylab R600 Thermo Electron (Karlsruhe) GmbH a 150C e 80rpm. Aps 4

  • P . M . K osaka

    8

    minutos, 4g de anidrido malico (AM) e 0,04g de perxido de benzola (BPO) foram

    adicionados e misturados junto com o PE fundido por mais 4 minutos. Pelo menos 8 g de

    celulose (CEL), acetato de celulose (CA), propionato acetato de celulose (CAP) ou butirato

    acetato de celulose (CAB), secos em uma estufa a vcuo a 70C por 10 dias, foram

    adicionados e misturados por mais 26 minutos. Aps o processamento, as amostras foram

    cortadas em pequenos grnulos. Para estudar o efeito da compatibilizao com AM, misturas

    com PE puro foram feitas. O PE (40g) foi fundido no misturador Haake Polylab R600

    Thermo Electron (Karlsruhe) GmbH a 150C e 80rpm. Aps 9 minutos, 8g de CEL, CA, CAP

    ou CAB secos em uma estufa a vcuo a 70C por 10 dias foram adicionados e misturados por

    mais 26 minutos. Aps o processamento, as amostras foram cortadas em pequenos grnulos.

    Na Tabela 04 esto apresentados os cdigos usados para cada tipo de compsito.

    Tabela 4 Cdigos dos materiais e dos compsitos. Temperatura de fuso (Tm) determinada por DSC.

    Amostra Cdigo Tm (C)

    Polietileno linear de baixa densidade PE 124

    PE grafitizado com anidrido malico (AM) M-PE 120

    Celulose CEL _____

    Acetato de Celulose CA 229

    Propionato Acetato de celulose CAP 184

    Butirato Acetato de celulose CAB 160

    PE + CEL PE-CEL 121

    M-PE +CEL M-PE-CEL 121

    PE + CA PE-CA 121

    M-PE + CA M-PE-CA 121

    PE + CAP PE-CAP 120

    M-PE + CAP M-PE-CAP 122

    PE + CAB PE-CAB 121

    M-PE + CAB M-PE-CAB 122

    3.2 - Preparao dos corpos de prova

    As placas das misturas foram preparadas por um mtodo de molde por compresso. Os

    grnulos foram prensados a 160C e 1,5 kPa por 10 minutos em uma prensa pneumtica

  • P . M . K osaka

    9

    Marconi. A espessura das placas foi ajustada usando um molde de metal de 1,6 mm de

    espessura.

    3.3 Difrao de Raio-X (XRD)

    Os experimentos de XRD foram realizados em um difratmetro de geometria Bragg-

    Brentano da Rigaku, com uma radiao monocromatizada CuK ( = 0,154 nm), a 40 kV e 20

    mA. Os padres de difrao de incidncia rasante foram coletados para o ngulo de incidncia

    2 variando de 10 a 40 com intervalos de 0,05 a cada 10 segundos para as amostras com

    1,6mm de espessura. Os fundamentos da tcnica podem ser encontrados na literatura

    [BAUMHARDT NETO, 2004; ELIAS, 1997].

    3.4 - Calorimetria exploratria diferencial (DSC)

    As curvas DSC foram obtidas em um equipamento THASS XP-10. Foram realizadas

    duas corridas para cada amostras em cadinhos fechados de alumnio com 7,5mg de amostra

    sob atmosfera de N2 (100mL. min-1) e razes de aquecimento e resfriamento de 10C. min-1,

    com uma faixa de temperatura de 25 a 100C. Aps aquecimento, as amostras foram

    resfriadas at 25C e em seguida reaquecidas nas mesmas condies do primeiro

    aquecimento. O segundo aquecimento foi usado para determinao da temperatura de fuso

    (Tm), que foi determinada no pico. A clula de DSC foi calibrada com In (Tm = 156,6C;

    Hfus = 28,59 J.g-1) e Zn (Tm = 419,6C, Hfus = 111,40 J.g

    -1).

    A teoria sobre DSC est muito bem descrita na literatura [BERNAL et al., 2002;

    LUCAS; SOARES; MONTEIRO, 2001; MACHADO; MATOS, 2004].

  • P . M . K osaka

    10

    3.5 -Ensaios Mecnicos

    Os testes mecnicos foram realizados para as amostras das blendas e compsitos, M-

    PE e PE de acordo com o a norma ASTM D638-9. As propriedades mecnicas foram

    determinadas para cinco amostras de mesma composio em uma INSTRON 4400R a

    temperatura ambiente.

    As propriedades mecnicas dos polmeros so caracterizadas pela resposta destes s

    tenses ou deformaes aplicadas. As propriedades mecnicas dos polmeros so bem

    conhecidas e esto bem descritas na literatura [CANEVAROLO JR, 2002; CANTO;

    PESSAN, 2004; ELIAS, 1997; SPERLING, 1986].

    3.6 Microscopia eletrnica de varredura (MEV)

    As anlises das superfcies fraturadas das misturas foram obtidas em um Phillips

    XL30. Para evitar artefatos devido deformao plstica as amostras foram fraturadas em

    nitrognio lquido. A teoria sobre o funcionamento de um microscpio eletrnico de varredura

    pode ser encontrar na literatura [ALMEIDA, 2004; CANEVAROLO JR, 2004].

    3.7 Determinao do grau de funcionalizao do M-PE por espectroscopia FTIR

    Espectros FTIR foram obtidos usando um Bomem MB 100 com uma resoluo de

    4cm-1 e 128 varreduras por espectro. Primeiramente, a curva de calibrao foi obtida a partir

    de solues de AM 1,25; 2,5; 5,0 e 10,0% em massa em etanol p.a. Isto foi possvel porque o

    AM e etanol possuem espectros diferentes. Para a curva de calibrao, a banda caracterstica

    do CH2 (scissoring) em 1460 cm-1 presente no etanol (ou no PE) e a banda caracterstica do

    AM em 1715 cm-1, designada como a vibrao de estiramento da carbonila, foram escolhidas.

    A razo entre a intensidade (altura do pico) correspondente banda da carbonila, IIR1715, e a

    intensidade correspondente banda caracterstica do CH2 em 1460 cm-1, IIR1460, aumentou

  • P . M . K osaka

    11

    com o aumento da quantidade de AM na soluo como mostrado na Figura 2. A variao da

    razo IIR1715/IIR

    1460 (y) com a porcentagem de AM (x) foi ajustada na equao y = 0,065 +

    0,1772x 0,009x2 e R = 0,966. Portanto, o grau de funcionalizao do M-PE foi estimado

    como 0,69% em massa por substituio na razo IIR1715/IIR

    1460 medida para o M-PE nesta

    equao. Anteriormente s medidas de FTIR, o M-PE foi purificado por dissoluo em xileno

    a 130C e precipitado em acetona a temperatura ambiente. Este processo de purificao foi

    realizado duas vezes para remover as molculas de AM no reagidas, que so solveis de

    acetona. A determinao do grau de funcionalizao por meio de curvas de calibrao por

    FTIR muito utilizada [CASARANO et al., 2005; PAPKE; KARGER-KOCSIS, 1999;

    TORRES; ROBIN; BOUTEVIN, 2001;].

    Figura 2 - Variao do IIR1715/IIR

    1460 com a porcentagem de AM usado para estimar o grau de funcionalizao. A

    linha vermelha o ajuste da variao da razo IIR1715/IIR

    1460 (y) com a porcentagem de AM (x), y = 0,065 +

    0,1772x 0,009x2 e R = 0,966.

    3.8 - Extrao com um solvente seletivo seguida por espectroscopia Raman

    As amostras de cada blenda ou compsito foram pesadas em uma balana de preciso

    (0,0001g), envolvidas em uma rede inerte e introduzidas em um extrator Soxhlet. Os

    compsitos PE-CEL e M-PE-CEL fora tratados com xileno a 110C por 8 horas, que um

    solvente seletivo para a poliolefina. Os compsitos preparados com os steres de celulose

    foram tratados com acetona, que um solvente seletivo para os steres de celulose, a 55C por

    0 2 4 6 8 100

    0,25

    0,50

    0,75

    1,00

    IIR1715/I

    IR

    1460

    Porcentagem de AM (wt%)

  • P . M . K osaka

    12

    8 horas. Aps a extrao seletiva, todas as amostras foram secas em uma estufa a vcuo a

    100C por 24 h e novamente pesadas.

    Os espectros Raman foram obtidos em um Renishaw Raman System 3000 com uma

    resoluo de 4 cm-1 e 64 varreduras por espectro. As blendas foram analisadas antes e depois

    da extrao com o solvente seletivo. As bandas caractersticas do CH2 em 1440 cm-1 presente

    nas poliolefinas, a ligao C-O-C do anel da anidroglicose em 1373 cm-1 para a celulose

    (CEL) e o grupo carbonila em 1740 cm-1 para os steres de celulose foram escolhidos para a

    anlise. A razo entre as intensidades (altura do pico) correspondentes s bandas

    caractersticas dos polissacardeos, I1373 ou I1740, e a intensidade correspondente banda

    caracterstica do CH2 em 1440 cm-1, I1440, foram consideradas para complementar as medidas

    gravimtricas.

  • P . M . K osaka

    13

    4 Resultados e Discusso

    4.1 Enxertia do Anidrido Malico (AM) no Polietileno Linear de Baixa

    Densidade (PE)

    Reaes de enxertia de anidrido malico (AM) em polietileno por processo reativo

    envolve a reao do polmero fundido com o AM, na presena de perxidos (neste caso, o

    perxido de benzola, BPO).

    O BPO termicamente instvel e sofre ciso homoltica na ligao oxignio-oxignio

    gerando radicais livres, como mostra a Reao 1 (R1) [MOAD, 1999; BETTINI; AGNELLI,

    1999; LIU; BAKER; RUSSELL, 1990; GAYLORD et al., 1989].

    onde ROOR representa o perxido antes de ser decomposto; RO o radical formado a partir

    do perxido de benzola e AM radical livre do anidrido. RO instvel e pode se decompor,

    formando B e CO2.

    Os radicais produzidos pela decomposio trmica do perxido de benzola (BPO)

    podem abstrair um tomo de hidrognio do agente funcionalizante (anidrido malico, AM)

    dando origem ao anidrido radicalar, como mostra a Reao 2 (R2)[GAYLORD, et al., 1989;

    GAYLORD; MEHTA, 1989; GAYLORD et al., 1992].

    C

    O

    O O C

    O

    C

    O

    O

    C

    O

    O

    .

    + CO2

    2

    . .

    ROORRO.

    RO. .B

    OO OC

    O

    O .

    RO

    +.

    OO O

    AM .. AM

    (R1)

    (R2)

  • P . M . K osaka

    14

    No meio reacional encontramos todas estas espcies reativas na presena do PE. Os

    carbonos tercirios presentes no PE so os mais suscetveis a ataques de radicais livres. As

    reaes mais provveis levam gerao de radicais livres na poliolefina (macroradicais),

    como mostram as Reaes 3 e 4 (R3 e R4). O anidrido radicalar (AM) alm de gerar

    radicais livres no PE tambm pode se ligar ao macroradical PE resultante da abstrao do

    hidrognio da poliolefina pelos radicais gerados pela decomposio do BPO (R5)

    [GAYLORD; MEHTA, 1989].

    RO + PE ROH + PE (R3)

    AM + PE PE- AM (R4)

    A reao entre o macroradical polimrico e anidrido radicalar, promove a

    recombinao de radicais (R5). O macroradical PE-AM formado pode ainda sofrer

    transferncia de cadeia (reao 6, R6).

    PE + AM PE-g-AM (R5)

    PE-AM + PE PE-g-AM + PE (R6)

    As reaes de terminao podem ocorrer por recombinao dos radicais Reaes

    7-11 (R7-R11). Os radicais livres podem sofrer terminao atravs de vrias reaes

    radicalares [LIU; BAKER; RUSSELL, 1990].

    2RO produtos (R7)

    PE- + RO produtos (R8)

    PE + PE PE-PE (R9)

    PE + PE-AM PE-AM-PE (R10)

    PE-AM + PE-AM PE-AM-AM-PE (R11)

  • P . M . K osaka

    15

    O mecanismo proposto para a enxertia de AM e polietileno, segundo Roover [DE

    ROOVER; DEVAUX; LEGRAS, 1996], tem incio com a abstrao de um tomo de

    hidrognio da cadeia polimrica pelo iniciador, dando origem a um macroradical tercirio;

    posteriormente ocorre ciso - , e a enxertia de anidrido malico, sofrendo terminao por

    recombinao e ou desproporcionamento. Anlises por FTIR do PE enxertado no apresentam

    nenhuma evidncia da presena de duplas ligaes. Conseqentemente, terminao por

    desproporcionamento dos macrorradicais PE e PE -AM est ausente ou ocorre de forma

    no significativa.

    4.2 Blendas de Polietileno Maleado e Acetato Butirato de Celulose

    4.2.1 Processamento reativo

    O processo de mistura comea em 150C, mas devido a frico molecular a

    temperatura aumenta at (175 2) C. A Figura 4 mostra o torque e a temperatura (C) em

    funo do tempo para a amostra CAB-10%. A curva do torque pode ser dividida em quatro

    regies: (1) pico devido ao carregamento dos grnulos de PE na cmara do misturador, (2)

    oscilao do torque devido a adio do AM e do BPO, (3) oscilao do torque devido a adio

    do CAB e (4) torque final (f). A Figura 3 (a) mostra o torque final (f) como uma funo da

    quantidade de CAB (0-50% em massa). O f diminui com o aumento de CAB na mistura. Este

    comportamento esperado porque a viscosidade do CAB menor do que a viscosidade do

    PE. Para porcentagens de CAB maiores que 30% em massa, o valor do f permanece

    constante, indicando que, a partir deste ponto, a viscosidade do CAB influencia

    predominantemente a viscosidade da blenda.

  • P . M . K osaka

    16

    Figura 3 - Curvas tpicas de torque e temperatura em funo do tempo obtida para o CAB-10%. A curva do

    torque pode ser dividida em quatro regies: (1) pico devido ao carregamento dos grnulos de PE na cmara de

    mistura, (2) oscilao do torque devido adio ao AM e do BPO, (3) oscilao do torque devido a adio de

    CAB e (4) torque final (f).

    4.2.2 Ensaios Mecnicos

    O PE tem um comportamento tpico de polmero dctil (Figura 4a): aumento da tenso

    seguido de formao de pescoo, aps o pescoo percorrer toda a seo transversal a tenso

    volta aumentar at a ruptura. O mesmo comportamento de polmero dctil foi observado nas

    blendas com M-PE e CAB (5-50% em massa), como pode ser visto na curva de tenso x

    elongao para o CAB-10% na Figura 4b .

    Figura 4 - Curva tpica de tenso x elongao de um polmero dctil obtido para o (a) PE puro e (b) CAB-10.

    As propriedades mecnicas de todas as blendas esto apresentadas nas Figuras 5b-5d.

    Todas as propriedades mecnicas obtidas para o PE foram similares quelas observadas para o

    M-PE, indicando que a funcionalizao com AM no alterou as propriedades mecnicas do

    PE. O mdulo de Young (E) (Figura 5b) aumentou com o aumento da quantidade de CAB nas

    0 500 1000 1500 20000

    10

    20

    30

    40

    43

    2

    1

    (Nm)

    Tempo (s)

    120

    140

    160

    180

    Tem

    peratura (C

    )

    0 400 800 12000

    10

    20(a)

    Tenso (MPa)

    (%)0 400 800 1200

    0

    10

    20

    (b)

    Tenso (MPa)

    (%)

  • P . M . K osaka

    17

    blendas. Este comportamento esperado porque o mdulo de um sistema reforado depende

    das propriedades dos dois componentes [MARCOVICH; VILLAR, 2003; ZHANDAROV;

    MADER, 2005; ZHANG et al., 2002;]. Portanto, como o mdulo do CAB maior do que o

    mdulo do M-PE e do PE [ZHANDAROV; MADER, 2005], os mdulos das blendas sero

    maiores do que a do polmero puro. A tenso no escoamento, y, (Figura 5c) obtido para o

    CAB-5% e CAB-10% so maiores que do que os determinados para o PE e M-PE, enquanto o

    CAB-40% e CAB-50% apresentaram os valores mais baixos de y. y geralmente mostra uma

    maior dependncia com a adeso interfacial do que E; por exemplo, y pode ser

    correlacionado com interaes interfaciais em sistemas de polmeros heterogneos

    [MARCOVICH; VILLAR, 2003]. Durante o processo de mistura, pode ocorrer uma reao de

    esterificao entre os grupos COOH e C=O enxertados no M-PE e a hidroxila do CAB

    [BALASURIYA et al., 2002; CAMPOS; FANTINI; PETRI, 2004; CASARANO et al., 2005;

    JOSEPH; JOSEPH; THOMAS, 2002;]. A ligao qumica entre as duas fases promove uma

    melhor transferncia da carga aplicada na matriz para a fase de reforo, levando a um maior

    valor para a tenso no escoamento. Em comparao ao PE e ao M-PE, foi observada uma

    queda na elongao (b) quando a porcentagem de CAB na blenda foi maior que 30% (Figura

    5d). Entretanto, as blendas com uma quantidade de CAB de at 20% na blenda apresentaram

    valores de b muito prximos daqueles obtidos para o PE puro e M-PE, evidenciando um

    aumento na dureza e ductibilidade. Um comportamento similar foi observado para as blendas

    de PHB/CAB [WANG et al., 2003].

  • P . M . K osaka

    18

    Figura 5 (a) Torque final (f); (b) mdulo de Young (E); (c) tenso no escoamento (y) e (d) elongao na

    ruptura (b) em funo da porcentagem de CAB nas blendas.

    4.2.3 Microscopia Eletrnica de Varredura (MEV)

    O comportamento mecnico das blendas polimricas est intimamente relacionado

    com a disperso de uma fase na outra e com a adeso interfacial. A Figura 6a-6f mostra as

    imagens de MEV das superfcies fraturadas das blendas CAB-5%, CAB-10%, CAB-20%,

    CAB-30%, CAB-40% e CAB-50%, respectivamente. No caso das blendas CAB-5% (Figura

    6a) e CAB-10% (Figura 6b), os domnios de CAB so menores e esto mais distribudos na

    matriz do M-PE do que nas outras amostras. Estes resultados concordam com as propriedades

    mecnicas superiores observadas para o CAB-5% e CAB-10% (Figuras 6c e 6d). As conexes

    interfaciais entre a matriz e a fase dispersa podem ser vistas nas blendas CAB-10% e CAB-

    20% (Figuras 6b e 6c, respectivamente), sugerindo que as blendas tm interfaces ricas em

    pontos de adeso. As Figuras 6d e 6e correspondem s superfcies fraturadas das blendas

    CAB-30% e CAB-40%. Estes resultados indicam que a fratura ocorre preferencialmente na

    fase do CAB, concordando com o comportamento mecnico observado nas Figuras 6c e 6d. A

    superfcie da blenda CAB-50% mostra grandes domnios de CAB e a ausncia de pontos de

    0 10 20 30 40 50

    12

    16

    20(a)

    CAB(%)

    f (Nm)

    0 10 20 30 40 50

    0,09

    0,12

    0,15

    0,18

    CAB (%)

    (b)

    E (GPa)

    0 10 20 30 40 50

    8

    9

    10

    11

    CAB (%)

    (c)

    y(MPa)

    0 10 20 30 40 500

    300

    600

    900

    1200

    CAB (%)

    (d)

    b(%)

  • P . M . K osaka

    19

    adeso, contribuindo com a pobre performance mecnica observada. Com a finalidade de

    mostrar o efeito de compatibilizao do AM na adeso interfacial, uma imagem de MEV de

    uma superfcie de uma blenda no funcionalizada de PE e CAB (20% em massa), Figura 6g.

    Na presena de AM (Figura 6c) os domnios esto melhor dispersos e os pontos de adeso

    entre as duas fases mais freqente do que na ausncia de AM (Figura 6g), evidenciando o

    papel da compatibilizao reativa na adeso interfacial.

    Figura 6 Imagens de MEV obtidas para as superfcies fraturadas das blendas (a) CAB-5%, (b) CAB-10%, (c)

    CAB-20%, (d) CAB-30%, (e) CAB-40% , (f) CAB-50% e (g) blenda PE no funcionalizado com CAB (20% em

    massa).

    4.2.4 - Extrao com um solvente seletivo seguida por espectroscopia Raman

    A adeso entre a matriz e a carga foi quantitativamente avaliada por medidas

    gravimtricas antes e depois da extrao com um solvente seletivo, como mostrado na Tabela

    5. As quantidades de CAB extradas das blendas seguiram a seguinte seqncia CAB-10% <

    (

    50

    2m

    (a) (b)

    2m

    (c)

    10m

    (d)

    10m

    (e) (f)

    20m 50m

    5m

    (g)

  • P . M . K osaka

    20

    CAB-5% < CAB-20% < CAB-30%

  • P . M . K osaka

    21

    Tabela 5 Reduo de massa determinada por gravimetria aps extrao com acetona, um solvente seletivo

    para o CAB. Razo das intensidades obtidas antes e depois da extrao por medidas de espectroscopia Raman

    (detalhes no texto).

    Amostra

    Reduo da massa

    aps extrao com

    acetona (%)

    I1740/I1440

    (antes da extrao)

    I1740/I1440

    (aps extrao)

    PE 0 ______ ______

    M-PE 0 ______ ______

    CAB-5% 0,6 0,1 0,02 0,01 0,012 0,005

    CAB-10% 0,3 0,1 0,03 0,01 0,03 0,01

    CAB-20% 1,7 0,2 0,07 0,01 0,06 0,01

    CAB-30% 6,1 0,3 0,07 0,01 0,04 0,01

    CAB-40% 16 1 0,09 0,02 0,06 0,01

    CAB-50% 26 3 0,10 0,02 0,05 0,01

    4.2.5 Calorimetria Exploratria Diferencial (DSC) e Difrao de Raios-X (XRD)

    A temperatura de fuso (Tm) e o calor de fuso (Hf) determinados a partir das curvas

    de DSC (no apresentadas) esto resumidos na Tabela 6. Os valores de Tm mostrados na

    Tabela 6 mostram que a funcionalizao e a mistura no alteraram a temperatura do PE. O

    calor de fuso (Hf) diminuiu com o aumento de CAB, indicando que o grau de cristalinidade

    tambm decresceu. O grau de cristalinidade (WDSC) foi calculado pela Equao 1 a seguir,

    considerando o valor H f0 = 293 J.g-1 como de uma amostra de polietileno 100% cristalino

    [WUNDERLICH; CORMIER, 1967].

    1000

    =

    f

    f

    DSC H

    HdadecristaliniW )(% (1)

    A dependncia dos valores de WDSC com a porcentagem de CAB na blenda pde ser

    ajustada com a seguinte equao linear WDSC = 34,93 0,26 CAB (% em massa), R = 0,94

    (Figura 8a). A queda nos valores de WDSC com o aumento da quantidade de CAB tambm foi

    observado para a blenda CAB/PHB [WANG et al., 2003]. Este resultado esperado porque a

    cristalinidade de CAB menor, como evidenciado pelos resultados de XRD na Figura 9a. Os

  • P . M . K osaka

    22

    estudos foram feitos para todas as blendas de M-PE/CAB para a obteno de informaes

    adicionais sobre a miscibilidade e cristalinidade das blendas. Os picos de difrao e o halo

    amorfo mostrados na Figura 9b so tpicos de polmeros semicristalinos como o PE. O

    polietileno cristaliza com uma conformao trans e pertence classe de cristais

    ortorrmbicos. As dimenses da cela unitria so a = 0,742nm, b = 0,495nm e c = 0,254nm

    [ELIAS, 1997]. Todos os difratogramas foram decompostos seguindo o ajuste da funo de

    Lorentz com a finalidade de quantificar a rea correspondente aos picos de difrao (110) e

    (200) e o halo amorfo, como exemplificado na Figura 9b para o PE puro. Os picos de difrao

    em 21,5 e 23,8 correspondem aos planos de difrao (110) e (200) observados para o PE e o

    M-PE (Tabela 6) [CAMPOS; FANTINI; PETRI, 2004; CASARANO et al.,2005; ELIAS,

    1997]. A distncia interplanar dhkl foi determinada aplicando a equao de Bragg (equao 2):

    hklsinhkld

    2= (2)

    onde hkl o ngulo de difrao do plano cristalino (hkl) e o comprimento de onda dos

    raios-X.

    Figura 8 Grau de cristalinidade calculado a partir de (a) dados de DSC, WDSC (%), a linha vermelha o ajuste

    linear WDSC = 34,93 0,26 CAB (wt%), R = 0,94 e (b) dados de XRD, WXRD (%), a linha vermelha o ajuste

    linear WXRD (%) = 54,62 0,19 CAB (wt%), R = 0,96.

    As constantes da cela unitria a e b determinadas a partir de d e dos ndices de Miller

    calculadas foram 0,75 e 0,52 nm, respectivamente. Estes valores so os idnticos aos

    encontrados para o polietileno [ELIAS, 1997], indicando que o arranjo ortorrmbico

    permaneceu aps o processamento.

    0 10 20 30 40 5020

    25

    30

    35(a)

    CAB (% em massa)

    wDSC(%

    )

    0 10 20 30 40 50

    45

    50

    55

    CAB (% em massa)

    (b)

    wWAXS(%)

  • P . M . K osaka

    23

    Figura 9 Difratogramas de raio-X obtidos para (a) CAB puro, (b) M-PE e (c) CAB-10%. Os smbolos verdes

    so dados experimentais. As linhas magentas correspondem aos ajustes Lorentziano.

    No caso das blendas, as posies correspondentes aos planos de difrao (110) e (200)

    variaram dentro do erro das medidas. Entretanto, as reas correspondentes aos picos de

    difrao e ao halo amorfo apresentaram variaes considerveis. A Figura 9c mostra um

    difratograma obtido para o CAB-10%. O grau de cristalinidade calculada por XRD (WXRD)

    foi calculado pela equao 3 a seguir:

    ( )100

    AA

    A)dadecristalini(%W

    ac

    cXRD

    += (3)

    onde Aa e Ac correspondem s reas calculadas para as regies amorfas e cristalinas [MARK;

    KROSCHWITZ, 1986].

    Calculou-se Aa e Ac para cada amostra (Tabela 6). A variao dos valores de WXRD

    com a porcentagem de CAB na blenda (Figura 8b) foi ajustada pela a equao linear WXRD

    (%) = 54,62 0,19 CAB (wt%), R = 0,96. interessante notar que apesar de WDSC (%) e

    WXRD (%) encontrados para todas as amostras diferirem em aproximadamente 20%, as curvas

    correspondentes a diminuio do grau de cristalinidade com o aumento da quantidade de CAB

    foram similares. Uma possvel explicao para a diferena encontrada entre WDSC (%) e

    10 20 30 400

    250

    500

    750

    1000(a)

    Intensidade (u arb.)

    2 (graus)

    10 20 30 40

    0

    5000

    10000

    15000

    20000

    2 (graus)

    (b)

    Intensidade (u arb.)

    10 20 30 40

    0

    5000

    10000

    15000

    2 (graus)

    (c)

    Intensidade (u arb.)

  • P . M . K osaka

    24

    WXRD (%) que os valores de WDSC foram calculados baseados em um valor terico de

    H f0 = 294 J.g-1 para um polietileno 100% cristalino [WUNDERLICH; CORMIER, 1967].

    Este valor pode no corresponder ao H f0 para um PE 100% cristalino, que na verdade um

    copolmero do polietileno linear de baixa densidade com comonmero buteno, como descrito

    na parte experimental.

    Tabela 6 reas correspondentes aos picos de difrao (110) e (200) e o halo amorfo e as posies dos picos.

    Os valores das reas so resultados de decomposies seguindo os ajustes de Lorentz.

    Amostra Ac (110)

    (u arb.)

    Ac (200)

    (u arb.)

    Aa

    (u arb.)

    Posio do

    pico (110)

    (graus)

    Posio do

    pico (200)

    (graus)

    PE 17381 5186 19327 21,5 23,8

    M-PE 16114 6758 20196 21,5 23,8

    CAB-5% 11616 3971 13546 21,1 23,5

    CAB-10% 10591 2987 11702 21,1 23,4

    CAB-20% 12294 5112 17553 21,5 23,8

    CAB-30% 8682 2897 11525 21,2 23,5

    CAB-40% 7528 2494 11160 21,2 23,5

    CAB-50% 7919 3051 13447 21,3 23,6

    O tamanho das partculas dos cristais (L) nas direes (110) e (200) pode ser calculado

    a partir da metade da largura do pico de difrao usando a frmula de Scherrer (equao 4)

    ( )

    cos

    =

    Bd

    KL (4)

    onde L o tamanho da partcula expresso na escala do comprimento de onda dos raios-X (),

    d a periodicidade de Bragg correspondente ao pico, B a largura do pico meia altura

    expresso em radianos e K uma constante com valor de 1,07 [CSER; HOPEWELL;

    SHANKS, 2001]. L, esquematicamente representado na Figura 10, composto por Lc, a

    espessura da lamela cristalina do PE, e La a espessura da lamela amorfa do PE.

  • P . M . K osaka

    25

    Figura 10 (a) Representao esquemtica do tamanho da partcula L, onde Lc a espessura da regio cristalina

    do PE na lamela e La a espessura da regio amorfa do PE na lamela e (b) tamanho da partcula L dos cristais ao

    logo das direes (110) e (200), calculados usando a frmula de Scherrer,em funo da porcentagem de CAB nas

    blendas.

    L110 o tamanho da partcula ao longo do plano (110) e L200 o tamanho da partcula

    ao longo do plano (200). L110 e L200 apresentam dependncia similar com a porcentagem de

    CAB na blenda, como mostrado na Figura 10b. L110 e L200 aumentaram com o aumento de

    CAB at 10% e ento permaneceram constantes. Este efeito pode ser atribudo a incorporao

    de CAB na regio amorfa do M-PE [MARCOVICH; VILLAR, 2003; PARK; KIM, 2002],

    aumentando a poro La. Estes resultados corroboram com o comportamento mecnico

    observado para as blendas CAB-5% e CAB-10% e com dados da literatura sobre blendas

    compostas de algum outro polmero semicristalino e CAB [KLEMM et al., 2005;

    TATSUSHIMA et al., 2005; WANG et al., 2003].

    Lc

    Lc

    La

    L

    0 10 20 30 40 5020

    30

    40

    50

    CAB (wt%)

    L(110)

    L(200)

    L (nm)

    (a)

    (b)

  • P . M . K osaka

    26

    4.3 Compsitos de Polietileno ou Polietileno Maleado e Celulose ou

    steres de Celulose

    4.3.1 Processamento reativo

    A temperatura de fuso (Tm) obtida para o PE puro, M-PE, CA, CAP e CAB (Tabela

    04) esto de acordo com as reportadas na literatura [MARK; KROSCHWITZ, 1986] ou

    fornecidas pelos fabricantes [www.eastman.com]. Baseado nestes dados, a temperatura inicial

    do processo de mistura foi fixado em 150C, mas devido frico molecular a temperatura

    subiu at (175 2)C, semelhante ao comportamento d