Apost. 01 - Povoamentos Florestais e Dasbaste

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21/06/2010 1 Povoamentos florestais Povoamentos florestais Povoamento florestal é uma parte da floresta que se distingue do resto da floresta por causa da sua estrutura e composição particular de espécies arbóreas, e o tamanho mínimo situa-se entre 0.5-1 ha. De acordo com a idade, os povoamentos florestais podem ser: equiânios ou inequiânios. Povoamentos equiânios, também designados por povoamentos regulares, são aqueles que em determinado momento, as árvores pertencem à mesma classe de idade, isto é, a diferença de idades entre as árvores jovens e adultas não é superior a 20 % da idade de rotação. Os povoamentos equiâneos normalmente (sempre) são povoamentos artificiais. Povoamentos inequiânios, também designados por irregulares, são aqueles que possuem pelo menos três classes de idade misturadas no mesmo povoamento. Os povoamentos inequiâneos podem ser naturais ou artificiais. Quanto à composição os povoamentos podem ser: puros ou mistos.

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Aula sobre povoamentos florestais com termos e assuntos afins

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    Povoamentos florestaisPovoamentos florestaisPovoamento florestal uma parte dafloresta que se distingue do resto dafloresta por causa da sua estrutura ecomposio particular de espcies arbreas,e o tamanho mnimo situa-se entre 0.5-1 ha.

    De acordo com a idade, os povoamentosflorestais podem ser:

    equinios ou

    inequinios.

    Povoamentos equinios, tambm designadospor povoamentos regulares, so aqueles queem determinado momento, as rvorespertencem mesma classe de idade, isto , adiferena de idades entre as rvores jovens eadultas no superior a 20 % da idade derotao.

    Os povoamentos equineos normalmente(sempre) so povoamentos artificiais.

    Povoamentos inequinios, tambmdesignados por irregulares, so aquelesque possuem pelo menos trs classes deidade misturadas no mesmo povoamento.Os povoamentos inequineos podem sernaturais ou artificiais.

    Quanto composio os povoamentos podem ser:

    puros ou

    mistos.

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    Povoamentos puros:

    So os constitudos por uma ou muito poucasespcie arbreas e normalmente so artificiais(plantaes),mas tambm podem ser naturais.

    Os povoamentos puros (naturais), podem ser oresultado da fora de concorrncia superior deuma determinada espcie arbrea, condiesextremas devido ao clima (geadas, secas, fogos,pragas ou doenas, etc.), devido ao solo (solospermanentemente inundados, salinos, etc.) devidoa topografia (terreno ngreme e acidentado,montanhoso,etc.).

    Povoamento mistos:

    So os constitudos por vrias espciesarbreas, de tal forma que todas influenciam edeterminam as circunstancias do meioambiente do povoamento. Entre os fatoresresponsveis pela formao de povoamentosmistos, destaca-se a coincidncia de nichosecolgicos e equilbrio de concorrncia entrevrias espcies arbreas do povoamento.

    Perpetuao dos povoamentos florestais:

    A perpetuao dos povoamentos pode serfeita atravs de trs regimes:

    alto-fuste,

    talhadia simples e talhadia composta.

    Alto-fuste:

    o sistema no qual a regenerao dopovoamento se obtm atravs desemeadura e/ou plantio.

    Talhadia simples:

    O macio florestal obtm-se a partir da propagaovegetativa (rebrotao). Entre as principais espciesarbreas usadas neste regime destacam-se asfolhosas (por ex. Eucalyptus SP).

    O principal objetivo econmico deste regime demaneio a produo de lenha, embora seja tambmusado para produzir madeira e carvo. Em stios detima qualidade e com indivduos de excelentecarga gentica, pode-se usar esse regime para aproduo de madeira para indstria moveleira.

    Talhadia composta:

    O terceiro regime de perpetuao denomina-setalhadia composta que uma conjugao dosregimes anteriores (alto-fuste e talhadia simples)no mesmo povoamento, portanto, umacomposio mista dos dois regimes anteriores.

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    DesbastesDesbastes

    Desbaste a reduo do nmero dervores que crescem num determinadopovoamento, de modo a condicionar acompetio e, dar s rvores restantesmais espao, luz e nutrientes para o seubom desenvolvimento.

    Esta operao efetuada aps ofechamento do dossel do povoamento.

    Segundo a entidade florestal Inglesa ForestryCommission, distinguem-se 5 grupos dervores:

    rvores dominantes;

    rvores codominantes;

    rvores subdominantes;

    rvores dominadas;

    rvores mortas.

    rvores dominantes:

    So rvores bem desenvolvidas, cujas copasatingem os nveis mais elevados do dossel,recebem luz direta vinda de cima e em partelateralmente.

    As rvores dominantes atingem maioresdimenses do que as rvores mdias dopovoamento.

    rvores codominantes:

    So aquelas cujas copas medem em relao aonvel geral do dossel dimenses mdias,suportam competio lateral, recebem luzdireta vinda de cima e escassa lateralmente.

    rvores subdominantes:

    So aquelas cujas copas possuem dimensesmenores e ocupam os espaos existentesentre as copas das dominantes ecodominates e, apenas recebem luz diretana extremidade da copa.

    rvores dominadas:

    So aquelas cujas copas se encontram sobas das classes anteriores e no recebem luzdireta.

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    rvores mortas ou que esto a morrer:

    Neste caso no interessa classificao dotronco ou das copas quanto conformao,e geralmente estas rvores so removidasno primeiro corte que passa pelopovoamento.

    Com exceo da classe 5, nas restantes, asrvores so repartidas por 3 grupos conformea qualidade do tronco e outros 3 conforme aforma e dimenses da copa.

    Quanto qualidade do tronco distingue-se:tronco bem conformado, tronco levementedefeituoso e tronco muito defeituoso.

    Quanto forma e dimenses da copadistingue-se: copa bem conformada, copalevemente defeituosa e copa muito defeituosa.

    Tipos de desbaste

    Os desbastes podem ser classificados em:

    desbaste por baixo,

    desbaste pelo alto, desbaste seletivo e

    sistemtico.

    Desbaste por baixo

    Consiste em eliminar a maior parte dasrvores da classe dominada e subdominada,isto , aquelas cujas copas se encontram nosnveis inferiores. Depois do desbaste porbaixo restam no povoamento rvores daclasse dominante e codominante. Nestemtodo de desbaste distinguem-se 3principais graus de intensidade.

    Tabela 1. Graus de intensidade do desbaste por baixo: Desbaste peloAlto

    Cortam-se as rvores do estrato mdio a superiordo povoamento, com a finalidade de desafogar asdominantes e codominantes que interessa manterat ao final da rotao, isto , os cortes soefetuados por cima, para abrir o estrato superior,favorecendo as rvores mais promissoras desteestrato. A finalidade deste mtodo de desbaste permitir que as rvores dos estratos inferioresvenham atingir valor comercial. No desbaste peloalto consideram-se dois graus de intensidade:

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    Desbaste Seletivo

    No desbaste seletivo, as rvores dominantes,codominantes, mortas e doentes so eliminadas dopovoamento para estimular as rvores das classesinferiores. Neste mtodo de desbaste, so removidasindiscriminadamente as rvores do estrato superiorem favor das que possuem menores dimenses.

    O desbaste seletivo requer uma inspeo individualdas rvores e em algum momento, necessita dedesrame baixo para se poder efetuar a classificaodas rvores.

    Desbaste Sistemtico

    feito com base num espaamento pr-determinado, sem considerar a classe dascopas, muito menos a qualidade das rvores aserem retiradas. Este mtodo, normalmente, aplicado em povoamentos com muitas rvorese mais ou menos uniforme.

    Os cortes podem ser feitos segundo duas modalidades:

    (1) desbastar por todo o povoamento atravs dafixao de um determinado compasso mdio,

    (2) desbastar por linhas ou faixas.

    O desbaste sistemtico ignora os valores atuais epotenciais das rvores e remove indiscriminadamentervores de boa ou m qualidade.

    Vantagens e desvantagens dos desbastesVantagens e desvantagens dos desbastes

    Vantagens

    1- eliminar as rvores com defeitos, comotortuosas, com ramos grossos, bifurcadas, comtopo excntrico, elptico ou oval, rvoresmortas ou doentes, concentrando para ofuturo, o crescimento do povoamento commelhores rvores;2- proteger as rvores com bom crescimentocom boa forma de fuste e apropriadas parapermanecerem no povoamento at ao cortefinal;

    3- do ponto de vista de melhoramento gentico,permite remover as rvores inferiores deixando nopovoamento rvores com caractersticassuperiores, aumentando assim a produtividademdia na rotao atual e a qualidade gentica paraas rotaes subsequentes;

    4- o corte das rvores de crescimento muito lento,melhora a percentagem de crescimento do resto dopovoamento e concentra o incremento nas rvoresdas maiores classes diamtricas;

    5- facilita o acesso para a realizao de atividadesde manejo.

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    II.Desvantagens

    1- podem aumentar a vulnerabilidade das rvoresdo povoamento restante ao vento, econseqentemente elevar os custo de investimentoresultantes do tombamento das rvores;

    2- podem aumentar o investimento no povoamento,requerendo uma grande soma de receitas maistarde para justificar a sua prtica;

    3- podem causar danos fsicos s rvores dopovoamento restante, compactao do solo econsequentemente reduzir o crescimento dasrvores do povoamento restante;

    4- podem aumentar a quantidade de materialinflamvel no cho e aumentar o risco de incndios;

    5- diminui a percentagem do tronco aproveitvelcomo por exemplo a madeira devido ao aumentoda conicidade.

    Efeito dos desbastes

    Efeitos fisiolgicos

    Os desbastes reduzem a competio dasrvores pela luz, umidade e nutrientes,melhorando deste modo as condies desobrevivncia e crescimento das rvore econseqentemente, diminuem a mortalidadenatural, favorecem o crescimento edesenvolvimento da copa das rvores,crescimento dos brotos dos ramos, razes efolhas.

    Efeitos ecolgicos dos desbastes

    Desbastes leves/moderados no afetam muito ascondies ecolgicas do povoamento. Mas, osdesbastes fortes alteram as condies ecolgicas eessas alteraes, podem se manifestar atravs doaumento das temperaturas dentro do povoamento,aumento da quantidade de gua que chega ao solo ereduo da transpirao do povoamento. Mais gua nosolo e temperaturas mais altas melhoram as condiesde vida dentro do povoamento.

    Efeitos sobre as caractersticassilviculturais

    O efeito mais visvel sobre as dimenses darvore individual observa-se ao nvel dodimetro. Portanto, aumenta a conicidade,diminui o fator de forma e a percentagem defuste aproveitvel. Embora menos visvel, osdesbastes tambm influenciam o crescimentoem altura e retardam o desrame natural, vistoque os ramos recebem mais luz e permanecemvivos por mais tempo.

    (H)-altura mdia do povoamento (DAP)-dimetro mdio do povoamento (Vd)- volume desbastado; (Vp)-volumeremanescente, (s.d)- sem dados.

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    Momento do desbaste

    Do ponto de vista silvicultural, o momento dodesbaste determinado pelo desenvolvimento dacopa viva. Nas plantaes tropicais o primeirodesbaste comea cedo, dois a quatro anos depoisdo fechamento do dossel. Outros indicadores doincio do primeiro desbaste so: altura dopovoamento, comprimento da copa ou a relaoentre incremento corrente anual (ICA) da reabasal e o incremento mdio anual (IMA).

    Desbaste e a qualidade da madeira

    A remoo das rvores finas, mortas, esmorecidas, prejudicadasou competidoras com vista a criar mais espao e proporcionar maisluz, umidade e nutriente s rvores remanescentes, estimula oincremento diamtrico, mas tambm afeta a qualidade das mesmas:

    1. conduz o fuste a uma forma cnica e conseqentemente, reduz apercentagem de utilizao das toras;

    2.acelera o crescimento em dimetro e, no caso de madeiras leves(conferas), pode levar a diminuio da densidade afetando destemodo a trabalhabilidade da mesma e provocar instabilidadedimensional.