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Márcia Lilla Psicologia Geral

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Márcia Lilla

Psicologia Geral

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É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Psicologia Geral, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apre-sentação do conteúdo básico da disciplina.

A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.

Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação.

Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.

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APRESENTAÇÃO

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INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5

1 PEQUENA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA: FASES E ESCOLAS ....................................... 71.1 Definição de Psicologia .................................................................................................................................................71.2 O Senso Comum ..............................................................................................................................................................71.3 As Áreas do Conhecimento .........................................................................................................................................81.4 Fases e Abordagens ........................................................................................................................................................81.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................101.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................10

2 NÍVEIS DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO ................................................................... 112.1 Método - Ciência e Atitude Científica em Psicologia ......................................................................................112.2 Os Métodos da Psicologia Científica .....................................................................................................................122.3 Técnicas Psicológicas ...................................................................................................................................................132.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................142.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................14

3 FÓRMULA FUNDAMENTAL DO COMPORTAMENTO ................................................. 153.1 E-R= Fórmula ou Esquema do Comportamento ..............................................................................................153.2 Classificação do Comportamento ..........................................................................................................................153.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................163.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................16

4 O BEHAVIORISMO DE WATSON E SKINNER ...................................................................... 174.1 Principais Conceitos do Behaviorismo .................................................................................................................174.2 O Experimento da “Caixa de Skinner” ...................................................................................................................184.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................194.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................19

5 A PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E INTELIGÊNCIA .............................................. 215.1 A Aprendizagem e Inteligência (QI-QE-QA) .......................................................................................................215.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................255.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................25

6 A PSICOLOGIA DA GESTALT ......................................................................................................... 276.1 Gestalt ...............................................................................................................................................................................276.2 Principais Conceitos da Gestalt ...............................................................................................................................286.3 A Abordagem da Boa Forma da Gestalt ..............................................................................................................296.4 A Teoria de Campo de Kurt Lewin ..........................................................................................................................296.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................306.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................30

7 PERCEPÇÃO & MOTIVAÇÃO (PRINCIPAIS TEORIAS MOTIVACIONAIS) ......... 317.1 Definições de Percepção ...........................................................................................................................................31

SUMÁRIO

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7.2 Funções da Percepção ................................................................................................................................................317.3 Compreendendo os Processos Motivacionais ..................................................................................................327.4 Principais Teorias Motivacionais .............................................................................................................................327.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................337.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................33

8 A PSICANÁLISE: O INCONSCIENTE, FREUD E SEGUIDORES ................................. 358.1 O Surgimento da Psicanálise ....................................................................................................................................358.2 Principais Conceitos da Psicanálise .......................................................................................................................368.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................388.4 Atividades Proposta .....................................................................................................................................................38

9 A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA DE VYGOTSKY ....................................................... 399.1 O Surgimento da Abordagem com Vygotsky ....................................................................................................399.2 Principais Conceitos .....................................................................................................................................................399.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................409.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................40

10 A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL E OS TIPOS DE AGRUPAMENTOS HUMANOS..............................................................................................................................................4110.1 Tipos de Grupos ..........................................................................................................................................................4110.2 Como Evoluem os Grupos de Trabalho .............................................................................................................4110.3 Psicologia Institucional e Processo Grupal .......................................................................................................4210.4 O Processo de Institucionalização .......................................................................................................................4210.5 Instituições, Organizações e Grupos...................................................................................................................4310.6 A Importância do Estudo dos Grupos na Psicologia ....................................................................................4310.7 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................4410.8 Atividades Propostas ................................................................................................................................................44

11 FEEDBACKS & ASSERTIVIDADE ............................................................................................... 4511.1 Dar e Receber Feedbacks .........................................................................................................................................4511.2 A Importância de Carl Rogers ................................................................................................................................4511.3 Assertividade ...............................................................................................................................................................4611.4 A Consciência da Agressividade Gera o Comportamento Assertivo .....................................................4711.5 Concepções Atuais e Científicas sobre Níveis de Consciência das Emoções Positivas ...................4811.6 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................4811.7 Atividades Propostas ................................................................................................................................................48

12 DISTÚRBIOS CONTEMPORÂNEOS E PREVENÇÕES POSSÍVEIS ....................... 4912.1 A Normalidade Existe? .............................................................................................................................................4912.2 Os Agravos Mentais/Transtornos das Personalidades .................................................................................4912.3 Os Transtornos Mentais Relacionados aos Trabalho .....................................................................................5012.4 Os Transtornos Modernos .......................................................................................................................................5012.5 Promovendo a Cura e Aceitando os Limites ....................................................................................................50

13 AS PRINCIPAIS MEGATENDÊNCIAS ..................................................................................... 53

14 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 61

RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 63

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 65

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INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a),

A disciplina de Psicologia é de fundamental importância para o futuro profissional das Ciências Humanas e Sociais, uma vez que fornece informações importantes sobre as características do humano, levando à compreensão ampla, profunda e dinâmica dos aspectos tanto individuais quanto inter-rela-cionais do homem. Estudando Psicologia Geral, é possível vislumbrar um caminho bem-humorado às nossas características humanas e tornar mais apreensíveis e compreensíveis muitos dos nossos estranha-mentos cotidianos, no mundo das relações pessoais, sociais, entre outras.

Nesta apostila, a presente disciplina será abordada de forma ordenada e gradual, a partir do que será facilitada a absorção dos principais conceitos e conteúdos necessários à boa formação acadêmica e futura aplicação prática, nos vários contextos do mundo profissional. Assim, a apostila está didaticamen-te elaborada e dividida em capítulos, para que possa ser possível a sua inserção aos conhecimentos es-pecíficos, passo a passo, tornando viável a construção paulatina do seu aprendizado em Psicologia Geral.

O objetivo maior é que o aprendizado da Psicologia possa ser articulado às demais ciências do universo social, uma vez que é necessária a promoção de um conhecimento amplo e integrado às diver-sidades culturais, além de individuais.

Durante os estudos, você irá verificar que é bem interessante desvendar os caminhos da ampliação da consciência, que necessariamente percorrem, ao mesmo tempo, as estradas e as encruzilhadas dos conhecimentos que vamos adquirindo, ao ler a apostila, ao integrar as teorias com as práticas de seus au-tores, podendo construir pontes comunicacionais com as coisas que todos nós, de formas diferenciadas, vivemos.

A jornada científica das Psicologias aqui apresentadas, de forma ainda que compacta e didática, já é uma viagem maravilhosa para as mentes mais abertas ao aprendizado contínuo, assim como um contí-nuo convite ao redespertar humano, pois somente dessa forma haverá a boa transformação e reconstru-ção que intencionamos encontrar.

Como autora, educadora e psicóloga, acredito no bom uso dos seus melhores sentidos, reunidos.

Aproveite bem o material aqui elaborado, programado como um “equipamento” de sobrevivência e aperfeiçoamento para você. As referências indicadas no final da apostila servirão de boa base para aprofundamentos e recortes, de acordo com o seu interesse e disponibilidade.

Desejo-lhe um excelente aprendizado; e seja muito bem-vindo(a) às pontes que o conduzirão às melhores integrações.

Atenciosamente,

Profa. Márcia Lilla

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Caro(a) aluno(a), neste capítulo trataremos da História da Psicologia, suas fases e escolas. Vamos iniciar a discussão?

1.1 Definição de Psicologia

O termo foi criado em 1550, por Melanchton, enquanto lecionava na Universidade de Witten-berg, na Alemanha, sendo que psique, proveniente

do grego, significa alma e logos, proveniente do la-tim, significa estudo.

1.2 O Senso Comum

No nosso cotidiano, muitas vezes, vivencia-mos a ocorrência de um manancial de crenças bem populares, algumas receitas psicológicas de gente que não frequenta o meio acadêmico, científico, mas que consegue se aproximar de algumas ver-dades, em variados meios, lançando mão de “pal-pites”, quase todos para “ajudar os outros”, ao que chamam de “melhores das intenções.”

Será mesmo que possuímos um mix de lou-cura e de magia, de médicos e de insanos? Qual é a verdade, se é que há apenas uma verdade em tudo o que ouvimos, vemos, sentimos, percebemos, pal-pitamos, entre outras experiências dos viveres exis-tenciais? De certo modo, podemos constatar certo domínio popular em questões usuais, nas quais o acúmulo de experiências passadas soma apren-dizado e é passado de geração a geração. Essa é a “psicologia do senso comum”, mas que fique, a partir dos estudos mais intensos e interessados das Psicologias, bastante esclarecido que se trata apenas de uma sabedoria popular, cultural, bem diferente do que verão na cientificidade da Psico-logia – o que a pequena história dessa importante ciência desvendará.

O conhecimento espontâneo da realidade (uma visão de mundo) é bastante diferente da complexidade inerente e consistente da Psicolo-gia Científica. O estudante necessitará munir-se de amplos conhecimentos psicológicos para po-der discernir e não mais cometer o erro do leigo, mesmo que este seja revelador, como muitas vezes pode mesmo ser (sabedorias populares).

Todo senso comum é simplista, reducionista e jamais revelador de vicissitudes reais, nos cam-pos das subjetividades e objetividades, as quais são necessariamente focadas pela Psicologia Cien-tífica, considerando-se múltiplos fatores (determi-nantes e/ou não). Nem mesmo o avanço científico é capaz de esgotar as possibilidades e encontrar compreensão precisa para todos os limites, ainda existentes no mundo moderno. Por um lado, existe o conhecimento que se aprofunda e se desdobra, mas por outro, um abismo, um grande mistério. Eis o desafio, no limite tênue dessa navalha, em que somente a humildade do aprendiz, no bom cuida-do do conhecimento contínuo, pode e deve culti-var.

PEQUENA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA: FASES E ESCOLAS1

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O senso comum deixou o legado de um co-nhecimento intuitivo que, sem dúvida, não dava mais conta do desenvolvimento humano, de sua compreensão. O mundo foi ficando mais e mais complexo, e o homem teve que ocupar diversos espaços; assim sendo, o conhecimento de técni-cas mais precisas passou a fazer parte das preocu-pações. Era necessário dominar a natureza e tirar desta o melhor dos proveitos. A matemática dos

gregos, próxima do século IV a.C., foi primordial para questões agrícolas e urgentes da época (pro-jetos navais e arquitetônicos). E, com o passar dos tempos, a especialização foi buscada até um nível elevado de complexidade, o que, por exemplo, fez o homem chegar à Lua.

Para interpretar a realidade, o homem, então, foi fazendo composições, parcerias de conheci-mentos (senso comum somado às ciências), com-preendendo melhor a sua realidade e a de seus semelhantes. As especulações sobre a origem do significado da existência humana sempre ocupa-ram o centro das atenções dos gregos (filosofias). Os mistérios, os princípios morais e todos os pen-samentos sobre a origem do próprio homem (as religiões: a bíblia dos judaicos, a dos cristãos e o livro sagrado dos hindus – livro dos Vedas); a sen-sibilidade humana representada desde as cavernas (artes) até as criações mais rebuscadas em técni-cas, metodologias, entre múltiplos e específicos conhecimentos (ciências); enfim, todas as áreas de conhecimento são importantíssimas para a Psico-logia, ou melhor dizendo, para as Psicologias. Quão mais vasta em evolução uma área do conhecimen-to, mais aproximada às necessidades do homem, por meio dos tempos e de todos os espaços.

1.3 As Áreas do Conhecimento

AtençãoAtenção

As especulações sobre a origem do significado da existência humana sempre ocuparam o centro das atenções dos gregos (filosofias). Os mistérios, os princípios morais e todos os pensamentos sobre a origem do próprio homem (as religiões: a bíblia dos judaicos, a dos cristãos e o livro sagrado dos hindus – livro dos Vedas); a sensibilidade humana representada desde as cavernas (artes) até as criações mais rebuscadas em técnicas, metodologias, entre múltiplos e específicos conhecimentos (ciências), enfim, todas as áreas de conhecimento são importantíssimas para a Psicologia, ou melhor dizendo, para as Psicologias.

1.4 Fases e Abordagens

�� Fase Grega: surgiu com os gregos a Psi-cologia, no período anterior à era cristã, tendo sido uma ramificação das filoso-fias, artes e crenças humanas atreladas ao misticismo da época. Os principais filósofos que a influenciaram foram: Só-crates, Platão e Aristóteles, nos períodos de 469 a 322 a.C. Com Sócrates, a Psicolo-gia ganha consistência, uma vez que sua principal preocupação era com o limite

que separava o homem dos animais, tra-zendo a característica humana da razão, que lhe permitia pensar e sobrepujar-se aos instintos (bases mais irracionais). Com Platão, discípulo de Sócrates, a Psicologia cedeu lugar à razão, sendo o próprio cor-po, mais precisamente a cabeça, o centro de localização para a alma humana, no qual a medula faria a ligação corpo-mente (elementos importantes, pois Platão con-cebia uma separação entre corpo e men-

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te e acreditava na imortalidade da alma). Já com Aristóteles, a Psicologia ganhou o seu primeiro tratado, no qual tivemos os primeiros estudos profundos das diferen-ças entre a razão, percepção e sensações (Da anima). Esse pensador acreditava que a alma e o corpo não podiam ser disso-ciados, o que trouxe uma forte evolução para a compreensão dos fatores huma-nos para a Psicologia da época;

�� Fase Romana: no período datado entre 430 a 1274, a Psicologia sofreu a influên-cia direta dos padres e filósofos Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. O primeiro foi inspirado em Platão, trazen-do a concepção de uma alma pensante, com razão e com manifestação divina (li-gação do elemento humano com Deus), sendo a alma também a sede do pensa-mento, havendo a preocupação da Igre-ja em compreendê-la. Já com São Tomás de Aquino, devido ao período de ruptura da Igreja com as Revoluções Francesa e Industrial, houve a preocupação pela dis-tinção entre essência e existência, sendo que somente Deus poderia assegurar a perfeição ao homem e não o avanço das liberdades e do desenvolvimento huma-no (a intenção era a de garantir à Igreja o monopólio do estudo do psiquismo);

�� Fase do Renascimento: “pouco mais de 200 anos após a morte de São Tomás de Aquino, tem início uma época de trans-formações radicais no mundo europeu.” (BOCK, 1996, p. 35). O Renascimento e todo o mercantilismo levam às novas descobertas que propiciam ao homem o acúmulo de riquezas e acabam por acirrar novos valores (bens capitais e organiza-

ções mais econômicas e sociais). As trans-formações ocorrem em todos os setores e dá-se a valorização do homem e de seus inúmeros processos. O conhecimento tornou-se independente da fé e surgem sociedades mais complexas e a necessi-dade de metodologias, técnicas capazes de assegurar com maior e melhorada precisão as complexidades humanas. Em outras palavras, o conhecimento trouxe a necessidade de uma remodelagem nos padrões vigentes até então. Como exem-plo: Galileu (1610), com o estudo da que-da dos corpos (primeiras experiências da Física moderna); Maquiavel (1513), com a clássica obra política “O príncipe”; e René Descartes (1596-1659), renomado filóso-fo que postulou a separação entre a men-te e o corpo, deixando o famoso dualis-mo cartesiano de herança cultural, o que, sem dúvida, configurou um significativo avanço para a Psicologia, como ciência, pois, assim, o corpo humano morto, sepa-rado da alma, poderia, então, ser melhor observado e pesquisado;

�� Fase Científica: o século XIX trouxe o avanço de inúmeras ciências, sendo que a Psicologia, então, para acompanhar seus estudos sobre o homem, teve também de se tornar objetiva, a fim de mensurá--lo, classificá-lo e analisá-lo, prestando melhor suas contribuições de compreen-são da espécie humana e social. Com a divisão do trabalho, adventos das revo-luções francesa e industrial, a Psicologia ganha espaço cada vez maior, ao ficar pu-ramente libertada das filosofias, soman-do sistematizações nos procedimentos e padronizando os ajustamentos necessá-rios para a sociedade capitalista, passan-do a ser respeitada e utilizada por todos os setores da sociedade humana. Wundt trouxe a concepção de uma Psicologia apartada da alma, na qual o conhecimen-to científico poderia ser obtido a partir de medição e observação em laborató-rio, fator de extrema importância para o avanço dos estudos da mente e compor-tamentos humanos.

Saiba maisSaiba mais

A fase grega agregou inúmeros conhe-cimentos à humanidade e de forma extremamente democrática; por isso, historicamente, houve um movimen-to posterior de repressão por parte das conjecturas dominantes, conforme ve-remos a seguir.

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A Psicologia como ciência vai se configuran-do em diferentes concepções, com as seguintes abordagens:

�� o funcionalismo, de William James (1842-1910): corrente americana para a qual im-porta responder “o que fazem e por que fazem os homens”, na qual a consciência surge como centro das preocupações e da compreensão dos funcionamentos, de acordo com as necessidades humanas de adaptação ao meio ambiente (pragmatis-mo americano a serviço do desenvolvi-mento econômico da época);

�� o estruturalismo, de Edward Titchner (1867-1927): tal qual o funcionalismo, ocupou-se com a compreensão da cons-ciência, porém com enfoque aos aspectos mais intrínsecos, ou seja, mais estruturais do sistema nervoso central, utilizando o método introspectivo para a observação experiencial em laboratório;

�� o associacionismo, de Edward L. Thorn-dike (1874-1949): basicamente formulou

a primeira abordagem da aprendizagem para a Psicologia, na qual o processo se daria das associações entre ideias simples até as mais complexas entre os conteú-dos. Thorndike formulou uma lei com-portamentalista em que a repetição do comportamento humano e animal dar--se-ia até o ponto do efeito (recompensa; exemplo: elogio para o bom feito infantil), o que permitia a observação da apren-dizagem bem-sucedida; ou o contrário, como um efeito ativador da suspensão do comportamento (o castigo; exemplo: o olhar severo do pai em resposta ao ato inadequado da criança). Essa lei ficou co-nhecida como: “Lei do Efeito”.

Todas essas abordagens anteriormente des-critas vão dar estruturação e embasamento cientí-fico preciosos para o que viria a ser as Psicologias mais contemporâneas (Behaviorismo, Gestalt e Psi-canálise, abordagens que veremos com maior des-taque no transcorrer da disciplina, portanto, nesta apostila).

1.5 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos as primeiras e essenciais fases históricas que foram ori-ginando os primeiros estudos psicológicos; vimos cada fase, com suas diferentes facetas, compondo a trajetória da Psicologia Científica e, principalmente, posicionando-a como o principal objetivo de estudo desta disciplina.

1.6 Atividades Propostas

1. Trata-se de um conhecimento popular, simplista, reducionista e jamais revelador de vicissitu-des reais, nos campos das subjetividades e objetividades, as quais são necessariamente foca-das pela Psicologia Científica. De qual tipo de conhecimento estamos tratando?

2. Qual o nome do cientista que trouxe a concepção de uma Psicologia apartada da alma, na qual o conhecimento científico poderia ser obtido a partir de medição e observação em labo-ratório, fator de extrema importância para o avanço dos estudos da mente e comportamentos humanos?

3. Corrente americana para a qual importa responder “o que fazem e por que fazem os homens”, na qual a consciência surge como centro das preocupações e da compreensão dos funciona-mentos, de acordo com as necessidades humanas de adaptação ao meio ambiente (pragma-tismo americano a serviço do desenvolvimento econômico da época).

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Caro(a) aluno(a), neste capítulo trataremos de explicar os métodos e as técnicas psicológicas, para que você possa compreender a Psicologia como uma ciência de atitudes científicas. Vamos iniciar a discussão?

A Psicologia estuda o comportamento, os processos mentais, a experiência humana e, de um modo especial, a personalidade. Com técnicas me-tódicas próprias, a Psicologia procura não só des-cobrir novos fatos, nessas áreas, mas tenta também medi-los.

A ciência é um instrumento de conhecimen-to, de controle e de medida dos fatos. É, a um tem-po, conhecimento e poder, por dar a explicação adequada e permitir tanto previsão quanto contro-le. Pelo fato de se poder aplicar, na prática, muitos de seus conhecimentos, confere poder a quem os aplica.

O método científico é algo simples, mas não é uma atividade que se apresenta espontaneamen-te. Para ser utilizado, é preciso que a pessoa esteja predisposta ou treinada. Por exemplo, as experiên-

cias de Galileu estudando a queda dos corpos (que está na origem da Física tradicional) poderiam ter sido feitas no Egito Antigo, nas Muralhas de Creta ou em qualquer período da Grécia ou de Roma. O espírito da época, contudo, não predispunha as pessoas para essa atividade mais rigorosa do saber.

O método científico pode ser empregado para a descoberta tanto de grandes quanto de simples fatos da vida ou da ciência. A maneira mais eficiente de se chegar às causas de um fenômeno é utilizar o método científico. São os seguintes os passos desse método:

�� identificação do problema (observação do fenômeno a pesquisar);

�� antecedentes históricos;

�� formulação de uma hipótese que expli-que o fenômeno. Esta serve para orien-tar o trabalho da pesquisa e é, ao mesmo tempo, uma garantia de objetividade. Toda experimentação tem como objeti-vo ver como a hipótese se manifesta;

�� experimentação da hipótese;

�� comprovação da hipótese;

�� comunicação dos resultados para conhe-cimento do mundo científico;

�� análise estatística;

�� conclusões;

�� sugestões para nova pesquisa;

�� crítica.

AtençãoAtenção

O psicólogo Claparède imaginou um método que chamou de reflexão falada: deu um problema a um jovem e pediu a este que o resolvesse e fosse, ao mesmo tempo, descrevendo em voz alta o seu pensamento.

2.1 Método - Ciência e Atitude Científica em Psicologia

NÍVEIS DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO2

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Portanto, a tarefa dos cientistas consiste em criar teorias que viabilizem níveis comprovada-mente válidos, para garantir rigor aos aspectos e

variáveis analisados, conforme dita o método cien-tífico. Assim, podemos pensar em formas de análi-se do comportamento humano.

2.2 Os Métodos da Psicologia Científica

Os autores costumam dividir os métodos usados pelos psicólogos em três grandes grupos:

�� introspecção ou método de observação interna;

�� extrospecção ou método de observação externa;

�� experimentação.

A introspecção é um método subjetivo de ob-servação interior. A pessoa observa suas próprias experiências e as relata (a pessoa relata suas emo-ções, percepções, interesses, recordações etc.). Um exemplo: aumentamos nosso conhecimento da mente humana lendo diários íntimos, autobiogra-fias ou memórias. Imaginamos que as pessoas fo-ram sinceras ao descrever seus sentimentos, emo-ções, recordações etc., mas não o podemos provar. Para estudar certos traços de personalidade, os psi-cólogos têm pedido às pessoas que respondam a um questionário. Para esse fim, os indivíduos terão que observar seu íntimo e dar suas respostas – as quais irão revelar aos psicólogos seus interesses, emoções, preferências etc.

Para estudar o raciocínio, o psicólogo Cla-parède imaginou um método que chamou de refle-xão falada: deu um problema a um jovem e pediu a este que o resolvesse e fosse, ao mesmo tempo, descrevendo em voz alta o seu pensamento.

Embora seja impossível verificar se as pes-soas foram corretas ao relatarem seus fenômenos íntimos, a introspecção tem sido usada para co-lher informações que não possam ser obtidas de nenhuma outra maneira. Porém, a introspecção não pode ser empregada no estudo de animais, de crianças muito novas, de débeis mentais etc.

Já a extrospecção é um método objetivo de observação externa. O psicólogo procura conhecer as reações externas dos organismos. Ao observar, por exemplo, uma pessoa, procura conhecer seu modo de agir, seus gestos, suas expressões fisionô-micas, suas realizações etc.

Sempre que possível, os psicólogos dão pre-ferência à extrospecção e procuram torná-la mais exata, usando aparelhos para melhor documentar suas observações: máquinas fotográficas e de fil-mar, cronômetros, gravadores de som etc.

A experimentação consiste em um observa-dor controlando a situação e verificando os dife-rentes níveis de reações do sujeito.

Saiba maisSaiba mais

Em processos seletivos, no caso particu-lar das Dinâmicas Grupais, os psicólogos utilizam-se, bem mais, da metodologia da experimentação.

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As técnicas psicológicas mais utilizadas são:

�� animais em laboratório: a observação de animais em situações controladas fa-cilita a compreensão do comportamento das aprendizagens. Os animais mais uti-lizados são: cães, ratos, pombos, gatos e macacos;

�� técnica da medida do tempo de rea-ção: esse tempo é medido em frações de segundo, por cronômetros. Esse tempo varia de pessoa para pessoa e é de gran-de importância para provas de aptidão para determinadas profissões como: mo-toristas, profissionais de mídia, aviação, entre outros;

�� técnica das associações determinadas: essa técnica foi introduzida pelo psicólo-go suíço Carl Gustav Jung. Consiste em ler para o paciente, uma a uma, as pala-vras de uma lista, pedindo-lhe que a cada palavra ouvida diga tudo que lhe venha à mente, mesmo que lhe pareça estranho e absurdo. Essa técnica possibilita traçar um tipo psicológico do paciente;

�� técnica da associação livre: utilizada por Sigmund Freud, que foi o fundador da Psicanálise. O psicanalista sugere um assunto e deixa que o pensamento flua, na livre associação de ideias que o pa-ciente faz, de acordo com o seu histórico pessoal;

�� técnica de grupos de controle: essa técnica consiste na comparação de dois ou mais grupos semelhantes, tratados de modo igual, em todos os aspectos da ati-vidade, com exceção de um – o aspecto que está sendo estudado. Imagine que todas as crianças de uma creche passa-ram por uma experiência de ataque de cachorros e desenvolveram medo. Essa técnica poderia ser aplicada de modo a

controlar esse medo, apresentando um filme no qual aparecessem crianças aca-riciando cachorros dóceis e, assim, fazen-do paulatinamente diminuir o medo de cachorros;

�� técnica de comparação de gêmeos: consiste em comparar dois gêmeos idên-ticos ou univitelinos. Essa técnica tem sido muito empregada para prever a in-fluência da hereditariedade e do ambien-te no desenvolvimento da inteligência e da personalidade, de modo geral;

�� técnicas projetivas: são atividades pro-postas pelos psicólogos nas quais as pes-soas são convidadas a expressarem seus íntimos.

a) Hermann Rorschach elaborou um teste de borrões, com dez cartões, revelando traços significativos da personalidade, como nível de inteli-gência, extroversão ou introversão, conflitos emocionais etc.;

b) Henry D. Murray criou o TAT, conhe-cido como teste de apercepção te-mática, em que existem 20 quadros que remontam a contos, nos quais a criança pode elaborar a sua própria história, baseada em fatores de sua psicodinâmica pessoal e familiar;

c) análise do brinquedo: Melanie Klein encontrou muita dificuldade para estudar a causa dos problemas emo-cionais apresentados pelas crianças e resolveu observar o modo como as crianças brincavam, por meio de brinquedos, baseando-se na com-preensão de seus vocabulários ao expressarem o que vinha pelas mentes e formas de construções de brincadeiras, assim como no tipo de brinquedos escolhidos, mais comu-mente; a ludoterapia passou a ser

2.3 Técnicas Psicológicas

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uma forma terapêutica para auxiliar a cura da criança pelo brinquedo;

d) análise do desenho: o desenho da figura humana, da casa e da árvo-re, são os mais utilizados, revelando interesses, autoimagem, conflitos emocionais, nível intelectual, entre outros fatores, muito utilizados em empresas;

e) testes psicológicos: de inteligência, de conhecimentos gerais e/ou espe-cíficos, nos quais se observa o tipo de resposta dada e o desempenho, me-dindo aptidões dos indivíduos (mui-to utilizados em seleção de pessoal).

Em Psicologia Clínica, estuda-se o compor-tamento de uma única pessoa, visando ajudá-la em seu ajustamento. É feito um estudo do caso, procurando compreender as principais forças e influências que orientaram o desenvolvimento dessa pessoa. Esse estudo consiste em várias fases, entre as quais: investigar o tipo de vida da pessoa; as condições sociais em que ela vive; aplicar testes de interesses, de aptidões, de inteligência geral, de maturidade emocional, de sociabilidade, de traços de personalidade; e fazer seu levantamento bio-gráfico. Após esse estudo, surge o diagnóstico do problema dessa pessoa, é recomendada uma tera-pêutica e o caso é “acompanhado” por um supervi-sor, por algum tempo. A observação de casos par-ticulares permite descobrir algumas características comuns a muitas pessoas.

2.4 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos as três metodologias aplicadas em Psicologia Científica; as técnicas mais utilizadas para o conhecimento do humano, cada uma delas, focando aspectos peculia-res e tornando possível o levantamento de um vasto número de informações sobre a pessoa, animal ou grupo analisado.

2.5 Atividades Propostas

1. Trata-se de um método subjetivo de observação interior. A pessoa observa suas próprias ex-periências e as relata (a pessoa relata suas emoções, percepções, interesses, recordações etc.). De qual método estamos tratando?

2. São atividades propostas pelos psicólogos nas quais as pessoas são convidadas a expressarem seus íntimos.

3. Trata-se de uma forma terapêutica, criada por Melanie Klein, para auxiliar a cura da criança pelo brinquedo.

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Caro(a) aluno(a), neste capítulo, trataremos de compreender o estudo da Fórmula Fundamen-tal do Comportamento. Vamos iniciar a discussão?

O comportamento tem sido definido como sendo o conjunto das reações ou respostas que um organismo apresenta às estimulações do ambien-te. Todo o organismo está continuamente receben-

do estimulações do ambiente e reagindo a elas. Por isso é que os cientistas afirmam que o organismo vive em um constante processo de interação com seu ambiente. As relações que mantemos com o mundo que nos rodeia são de dar e receber. Rece-bemos inúmeras estimulações e damos respostas a elas.

Para simbolizar a dependência entre reação e estimulação, muitas vezes tem sido empregado esse pequeno esquema, no qual E significa estímu-lo ou conjunto de estímulos (situação) e R significa reação ou resposta. Os estudiosos do comporta-mento preferem empregar o verbo ‘eliciar’ no lugar de ‘provocar’ ou ‘causar’.

Por exemplo: o sumo da cebola elicia a secre-ção de lágrimas, pelas glândulas lacrimais.

Estímulo é qualquer modificação do ambien-te que provoque a atividade do organismo. Assim, a luz é um estímulo aos olhos, o som, aos ouvidos.

Reação ou resposta é qualquer alteração do organismo (movimentos musculares ou secreções glandulares), eliciada por um estímulo.

AtençãoAtenção

Para simbolizar a dependência entre reação e estimulação, muitas vezes tem sido empregado esse pequeno esquema, no qual E significa estímulo ou conjunto de estímulos (situação) e R significa reação ou resposta. Os estudiosos do comportamento preferem empregar o verbo eliciar no lugar de provocar ou causar.

3.2 Classificação do Comportamento

�� Comportamento inato: também co-nhecido como comportamento natural. Há reações que todos os seres da mesma espécie apresentam todas as vezes que recebem determinada estimulação, sen-do invariáveis. Um exemplo: nossas pupi-las se contraem sempre que aumenta a

intensidade da luz no ambiente em que estamos e se dilatam quando a lumino-sidade diminui (reflexo pupilar). Outro exemplo: nossas pálpebras se cerram fortemente sempre que um objeto se aproxima bruscamente de nossos olhos e sempre que ouvimos um som muito

FÓRMULA FUNDAMENTAL DO COMPORTAMENTO3

3.1 E-R= Fórmula ou Esquema do Comportamento

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Márcia Lilla

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alto (reflexo palpebral). Essas reações não precisam ser aprendidas. Todos os seres humanos, em estado normal, as apresentam. São chamadas reações ina-tas e, também, reações não variáveis;

�� Comportamento adquirido ou apren-dido: é um comportamento variável. Há reações que alguns seres apresentam e outros, embora da mesma espécie, não apresentam ao receberem determinada estimulação. São reações que necessi-tam de aprendizagem para se processa-rem, quando o organismo recebe a es-timulação. Um exemplo: o gato de uma determinada casa entra na cozinha todas as manhãs ao ouvir o ruído da porta da geladeira. Outros gatos, ao ouvirem esse mesmo som, não reagem desse modo. Outro exemplo: o cão de uma certa fa-mília aproxima-se prontamente, ao ouvir alguém dizer “Totó”. Outros cães, ao ouvi-

rem esse mesmo som, não reagem desse modo. Essas reações foram aprendidas. Constituem o comportamento variável ou adquirido, portanto, aprendido.

O estudo do desenvolvimento do comporta-mento durante o decorrer de nossa vida tem sido realizado pela Psicologia genética ou evolutiva. Observou-se que, no início de nossa vida, apresen-tamos aos estímulos reações que, em sua maioria, são inatas. À medida que amadurecemos, vai au-mentando o número de nossas reações adquiridas ou aprendidas.

A Psicologia comparativa realiza o estudo do comportamento animal, comparando-o com o comportamento humano. Ela tem demonstrado que, nos animais inferiores, predominam as rea-ções inatas, invariáveis, ao passo que, no ser hu-mano, predomina o comportamento variável ou aprendido.

3.3 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos a Fórmula Fundamental do Comportamento, no qual vimos que E = estímulo e R = resposta; sendo que existem os comportamentos inatos e os comporta-mentos adquiridos ou aprendidos; sendo que esses últimos estão estreitamente ligados à quantidade e qualidade das estimulações do meio ambiente.

3.4 Atividades Propostas

1. Qual é a definição de comportamento?

2. Qualquer modificação do ambiente que provoque a atividade do organismo é chamada de...

3. Trata-se de um comportamento variável, com reações que necessitam de aprendizagem para se processarem, quando o organismo recebe a estimulação. De qual comportamento estamos tratando?

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Caro(a) aluno(a), neste capítulo, trataremos da Abordagem do Behaviorismo de Watson e de Skinner. Vamos iniciar a discussão?

O Behaviorismo nasce com Watson e tem um desenvolvimento grande nos Estados Unidos, em função de suas aplicações práticas. Tornou-se importante por ter definido o fato psicológico, de modo concreto, a partir da noção do comporta-mento (behavior, do inglês). Essa abordagem surge com John B. Watson, em 1913, e basicamente traz a ideia de que todo estímulo elicia uma resposta, com a fórmula comportamental básica: E – R (sen-

do que E = estímulo e R = resposta do indivíduo). Essa abordagem traz para a Psicologia da época a serventia da quantificação (mensuração) do com-portamento humano, já que o capitalismo institui a necessidade de um parâmetro mais prático para a análise humana e suas relações com o trabalho. Os primeiros experimentos foram feitos com ra-tos brancos em laboratórios, assim como outros animais, tais como: pombos e sapos, por questões éticas e determinantes das ciências biológicas e humanas.

Temos com B. F. Skinner um importante ex-perimento com ratos, o que possibilitou o avanço da compreensão dos condicionamentos e apren-dizagens humanas. Para os behavioristas, todos os comportamentos podem ser controláveis e contro-lados, uma vez que reconhecem como sendo pas-sível de observação o que emite uma resposta con-creta, visível e mensurável no meio ambiente onde está atrelado o indivíduo. O Behaviorismo é muito utilizado em empresas, escolas, organizações de diferentes segmentos, por ser eficaz na especifica-ção das características humanas.

AtençãoAtenção

Para os behavioristas, todos os comportamentos podem ser controláveis e controlados, uma vez que reconhecem como sendo passível de observação o que emite uma resposta concreta, visível e mensurável no meio ambiente onde está atrelado o indivíduo.

�� Comportamento reflexo ou respon-dente: são todos os comportamentos/respostas do organismo vivo/indivíduo que não dependem diretamente dos fatores de aprendizagens (piscar o olho mediante a incidência da luz e afastar a mão do calor do fogo, por exemplo);

�� Comportamento instrumental ou ope-rante: diferentemente dos comporta-

mentos reflexos/respondentes, estes de-pendem da habilidade de aprendizagem e apenas ocorrem mediante condiciona-mentos. Esses condicionamentos podem ser primários, secundários ou terciários, sendo os primeiros ligados às necessi-dades de primeira ordem (básicas) e os outros associados a elas. Ou seja, para os behavioristas, toda a aprendizagem está

O BEHAVIORISMO DE WATSON E SKINNER4

4.1 Principais Conceitos do Behaviorismo

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diretamente vinculada às habilidades vo-luntárias de um organismo responder às suas urgências, mediante os estímulos provenientes do meio ambiente, tornan-do assim o esquema E – R condicionável, controlável (exemplo: ao pressionar uma barra, o rato observa a ocorrência do surgimento da água, e isso apenas acon-tece após inúmeras tentativas de obter sucesso – recompensa). Assim, para os comportamentalistas, o comportamento e a aprendizagem estão diretamente vin-culados aos sucessivos erros, até que se possa alcançar o acerto;

�� Teoria dos reforçamentos: podem ser positivos ou negativos, dependendo dos objetivos do meio ou do indivíduo.

No caso do reforço positivo, o indivíduo ao ser premiado aprende que para obter satisfação de sua necessidade ou dese-jo, terá de repetir o mesmo mecanismo da experiência passada, aprendida; já no reforço negativo é o inverso, ele é deses-timulado a repetir o padrão aprendido, pois não encontra no meio ambiente o atributo que atende à sua necessidade/desejo, sendo esse fator fundamental para que interrompa o padrão e apren-da a extinguir o comportamento inde-sejado (para os behavioristas, o simples fato de não se reforçar positivamente um comportamento já é suficiente para remover uma resposta de um indivíduo/organismo).

4.2 O Experimento da “Caixa de Skinner”

Vamos relembrar um conhecido experimen-to feito com ratos em laboratório. Vale informar que animais como ratos, pombos e macacos – para citar alguns – foram utilizados pelos analistas ex-perimentais do comportamento (inclusive Skinner) para verificar como as variações no ambiente inter-feriam nos comportamentos. Tais experimentos permitiram-lhes fazer afirmações sobre o que cha-maram de leis comportamentais.

Um ratinho, ao sentir sede em seu habitat, certamente manifesta algum comporta-mento que lhe permita satisfazer a sua ne-cessidade orgânica. Esse comportamento foi aprendido por ele e se mantém pelo efeito proporcionado: saciar a sede. Assim, se deixarmos um ratinho privado de água durante 24 horas, ele certamente apresen-tará o comportamento de beber água no momento em que tiver sede. Sabendo dis-so, os pesquisadores da época decidiram simular esta situação em laboratório sob condições especiais de controle, o que os levou à formulação de uma lei comporta-mental. Um ratinho foi colocado na ‘caixa de Skinner’ – um recipiente fechado no qual encontrava apenas uma barra. Esta

barra, ao ser pressionada por ele, aciona-va um mecanismo (camuflado) que lhe permitia obter uma gotinha de água, que chegava à caixa por meio de uma pequena haste. Durante a exploração da caixa, o ra-tinho pressionou a barra acidentalmente, o que lhe trouxe, pela primeira vez, uma gotinha de água, que, devido à sede, fora rapidamente consumida. E, por ter obtido água ao encostar na barra quando sentia sede, constatou-se a alta probabilidade de que, estando em situação semelhante, o ratinho a pressionasse novamente. (BOCK, 1996, p. 48-49).

Saiba maisSaiba mais

Quando um bebê começa a conseguir se sustentar por suas próprias perninhas e a mãe vai, paulatinamente, encora-jando-o a dar passinhos para frente, ao mesmo tempo em que oferece suas mãos, para suportá-lo, caso ele se de-sequilibre, é um exemplo de comporta-mento instrumental ou operante.

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Psicologia Geral

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Skinner denominou esse comportamento de operante, em que o que propicia a aprendizagem dos comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o efeito dela, seus resultados, ou seja, a satisfação de uma necessidade, sendo que a apren-dizagem fica atrelada nessa relação entre ação e efeito.

Em suma, os behavioristas contribuíram enormemente para a sistematização dos compor-

tamentos aprendidos, desde esses estudos feitos em laboratórios, deixando claras as questões dos condicionamentos para as aprendizagens huma-nas, em diversas áreas do conhecimento e aplica-ções (escolas, indústrias, serviços em gerais, entre outras tantas atividades ocupacionais do mercado de trabalho).

4.3 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno, neste capítulo estudamos a Abordagem ou Escola Behaviorista de Watson e de Skin-ner, onde você tomou conhecimento do importante experimento feito com ratos, de Skinner, o qual serviu de base para explicar muitas das aprendizagens condicionáveis do humano. Vimos a diferença do comportamento reflexo ou respondente para o comportamento instrumental ou operante; assim como a importância do reforço positivo, para garantir a manutenção do comportamento desejável, na apren-dizagem.

4.4 Atividades Propostas

1. Qual o nome da abordagem que surgiu com John B. Watson, em 1913, e basicamente trouxe a ideia de que todo estímulo elicia uma resposta, com a fórmula comportamental básica: E – R (sendo que E = estímulo e R = resposta do indivíduo)?

2. O que vem a ser o Comportamento reflexo ou respondente?

3. São comportamentos que dependem da habilidade de aprendizagem e apenas ocorrem me-diante condicionamentos. Esses condicionamentos podem ser primários, secundários ou ter-ciários, sendo os primeiros ligados às necessidades de primeira ordem (básicas) e os outros associados a elas. De qual tipo de comportamento estamos tratando?

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Caro(a) aluno(a), neste capítulo, trataremos da Psicologia da Aprendizagem e das Inteligências. Vamos iniciar a discussão?

AtençãoAtenção

Quando um bebê começa a conseguir se sustentar por suas próprias perninhas e a mãe vai, paulatinamente, encorajando-o a dar passinhos para frente, ao mesmo tempo em que oferece suas mãos, para suportá-lo, caso ele se desequilibre, é um exemplo de comportamento instrumental ou operante.

O Processo das Aprendizagens

Todas as correntes filosóficas e científicas das Psicologias, de forma geral, enfocam a questão da predisposição humana para o crescimento ajustati-vo para com o seu meio ambiente. Existe uma forte tendência a acreditar na força criadora das capaci-dades neurais para suplantar as dificuldades mais variadas, pois a inteligência humana, até hoje, ain-da não foi totalmente disponibilizada, para atingir todo o seu cume e capacidade total de funciona-mento, conforme comprovam os neurocientistas mais debruçados em análises humanas/sociais.

Um famoso psicólogo, Jean Piaget (1896-1980), desenvolveu uma importante teoria para compreender o desenvolvimento cognitivo, por meio do trabalho que acompanhava crianças, e classificou a aprendizagem a partir de estágios, tais como: a) sensório-motor (ênfase na importância da estimulação ambiental, até os 18 meses); b) pré--operacional (ênfase na intuição, em que o sentido é o desenvolvimento das capacidades mais simbó-

licas das crianças, dos 18 meses até os seis anos de idade); c) operações concretas (ênfase nas opera-ções mentais e no uso do pensamento lógico es-truturado com as ações e situações reais, dos sete aos 11 anos); d) operações formais (ênfase no pen-samento complexo, articulado e hipotético-dedu-tivo, envolvendo a imaginação mais rica e intuição, após os 12 anos de idade).

Piaget fomentou inúmeras pesquisas, con-tribuindo vastamente para posteriores investiga-ções de seus inúmeros seguidores. Possibilitou a compreensão dos processos atrelados às aprendi-zagens no mundo do trabalho, uma vez que po-demos observar que as dificuldades do indivíduo sempre se reportam às fases anteriores, caso estas tenham sido vivenciadas com lacunas e falhas, de-pendendo tanto da maturação cognitiva quanto da qualidade e quantidade das estimulações do meio ambiente.

A PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E INTELIGÊNCIA5

5.1 A Aprendizagem e Inteligência (QI-QE-QA)

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Márcia Lilla

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Os Diferentes Enfoques para as Aprendizagens

Os comportamentalistas acreditam na apren-dizagem condicionada; os gestaltistas nas relações dinâmicas dos contatos humanos internos e exter-nos; já os psicanalistas acreditam na viabilização de um maximizado acesso ao inconsciente, sendo que este armazena o manancial criativo e faz com que a consciência emancipe o seu dispositivo maior para aprender o mundo tanto interior quanto exterior. Com Piaget, assim como com outros importantes psicoterapeutas, as Psicologias foram angariando novas vertentes e constatando em testes, pesqui-sas e experimentos, os inúmeros atributos das ca-pacidades individuais e grupais para as aprendiza-gens, tanto específicas quanto generalizadas, do potencial humano.

A Inteligência Humana

Fatores hereditários e adquiridos formam e transformam a inteligência humana sob e sobre toda a interatividade que já estamos acostumados a verificar em nossas relações humanas. Para os psi-cólogos contemporâneos, fatores racionais e emo-cionais são determinantes da evoluída inteligência, assim como fatores atitudinais e inter-relacionais.

Inteligência Racional (QI)

Binet, Simon e Stern, em 1912, pesquisaram o quociente de inteligência mediante uma esca-la que media a capacidade do conhecimento de crianças comparando as idades cronológicas. As-sim sendo, catalogaram diferentes medidas para as inteligências (até a atualidade são muito utilizadas essas escalas para medição de QI). Consideram o QI saudável dentro dos parâmetros 90-120, sendo que variações para baixo ou para cima estariam re-lacionadas com defasagens/incapacidades e, por outro lado, genialidades/alta capacitação de ex-pansão pessoal.

Pesquisas e testes de QI em muito facilitam a seleção de pessoal para as organizações, desde a era industrial até a atualidade, pois vivemos em um

mundo globalizado e de forte tendência competi-tiva, fazendo-se necessários os instrumentos práti-cos de medição de recursos para os conhecimen-tos específicos e gerais da inteligência humana.

Inteligência Emocional (QE)

Daniel Goleman (1995) traz o conceito de sincronia emocional e nos atenta para as questões das deficiências “das conscientizações dos sentires”, tão vastamente ignoradas por outras correntes das Psicologias. Por meio de experimentos ricos e com-plexos, tal ideia nos remonta para a integração de uma inteligência emocional e racional, na qual haja o contínuo alinhamento da rede neural com todos os âmbitos emocionais.

Goleman foi o criador do termo ‘QE’ e revo-lucionou a visão fragmentada da inteligência, tra-zendo uma concepção de ampliada e inquietante constatação de que o controle emocional depen-derá sempre de uma profunda e intensa capacida-de de se dar conta do que se sente, sem que isso implique em atuar o sentimento concomitante-mente no meio, na situação vivida.

Para o autor, o sequestro emocional seria uma ação inadequada do indivíduo, comprovando a sua incapacidade de lidar com a emoção perce-bida, ou seja, a inconsciência de um sentimento levando a uma ação inadequada ao contexto. Essa visão da inteligência explicou o porquê de pessoas com QI elevados não serem as mais bem-sucedidas profissionalmente, por possuírem genialidades ou-tras e não emocionais e relacionais. Suponhamos que um profissional de criação, em uma reunião em que esteja apresentando a sua campanha seja tomado por um forte sentimento de ira e resolva agir de forma grosseira e agressiva, ocasionando a perda da conta de um importante cliente para a sua agência. Com certeza, esse episódio dramá-tico seria um típico sequestro emocional, típico de quem não lida bem com as próprias emoções, mantendo-as sob controle consciente e ajustativo, conforme exige cada situação das vivências que se apresentam no dia a dia.

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Psicologia Geral

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Inteligências Múltiplas e Atitudinais

Howard Gardner, nos anos 60, foi um impor-tante pesquisador e trouxe a contribuição de uma teoria que identificou diferentes inteligências: a) lógico-matemática: símbolos numéricos e lineares; b) linguística: símbolos ligados às letras, palavras, assim como expressões da mesma pela palavra e suas manifestações; c) espacial: ligada aos aspectos mais físicos de contextualizações; d) musical: liga-da aos sons, desde a emissão até elaborações mais avançadas; e) intrapessoal: que diz respeito às ca-pacidades de autoconhecimento e controle emo-cional; e f ) interpessoal: que dita as habilidades de relacionamentos com as outras pessoas, de forma madura, responsável, ética e assertiva.

Para Gardner, quanto mais as pessoas pu-derem investir não somente em maximizar suas potencialidades, como também em potencializar suas limitações, mais e mais estarão aptas para de-senvolverem em plenitude suas totais e genéricas aptidões cognitivas/emocionais. Em outras pa-lavras, o ser inteligente atual e contemporâneo é aquele que vive a sua inteligência de maneira múl-tipla, de acordo com os sistemas em que se insere, uma vez que o mundo está cada vez mais criativo, diferenciado e solicitando inúmeras capacidades de ajustamentos variados e crescentes.

Para os cognitivistas,

[...] o processo de organização das informa-ções e de integração do material à estru-tura do pensar e refletir, armazenar e pro-cessar, integrar aos processos conscientes

é o que melhor conceitua a aprendizagem. Esta abordagem diferencia a aprendiza-gem mecânica da aprendizagem significa-tiva: a) aprendizagem mecânica refere-se à aprendizagem de novas informações com pouca ou nenhuma associação com con-ceitos já existentes na estrutura cognitiva. O conhecimento assim adquirido fica arbi-trariamente distribuído na estrutura cogni-tiva, sem se ligar a conceitos específicos (ex: decorar um texto); b) aprendizagem signi-ficativa: processa-se quando um novo con-teúdo (idéias ou informações) relaciona-se com conceitos relevantes, claros e dispo-níveis na estrutura cognitiva, sendo assim assimilado por ela. Estes conceitos dispo-níveis são os pontos de ancoragem para a aprendizagem. (BOCK, 1996, p. 117-118).

Um exemplo dessa última forma de apren-dizagem: você integra e aprende o conceito que pode viver na vida real e não se esquece mais do valor significativo da teoria, graças à experiência cognitiva aprendida. E isso se aplica em diversas áreas, com diferentes pessoas, dos pequenos até grandes grupos.

A inteligência é, sem dúvida, uma das qua-lidades humanas mais desejáveis. Cada cientista, ao longo da história e de suas pesquisas, revelam a inteligência, sob e entre diferenciados aspectos. Desde Platão, pensar a inteligência, por si só, já é uma representação bastante satisfatória dela, pois o exercício é um indicativo de capacidade reflexiva e pensante.

O que mais caracteriza o ato inteligente é o fato de utilizar vários elementos da situação de ma-neira original ou criativamente nova. No fundo, em todo ato inteligente há uma pequena descoberta, a estrutura da inteligência:

a) cognição: na solução de um problema ou situação difícil, é preciso, em primeiro lugar, reconhecer os elementos dispo-níveis e constitutivos da situação (essa operação é a cognição = conhecer, do latim);

b) memória: além de levantar os dados do problema, é preciso retê-los na memória ou evocar outros elementos para o pro-

Saiba maisSaiba mais

Goleman desvelou em suas pesquisas que indivíduos com Inteligência Emo-cional bem desenvolvida eram mais ap-tos para ocuparem cargos de liderança do que os que tinham o “QI” elevado; essas pesquisas serviram de “quebra de paradigmas” e mudaram diametralmen-te a visão de muitos empresários, inclu-sive.

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cessamento da solução (reter e evocar são funções da memória);

c) produção convergente: é uma forma de atividade intelectual que processa os elementos mentais de conformidade com os padrões convencionais (exemplo: seguir manuais de orientações nas orga-nizações, criteriosamente);

d) produção divergente: é uma forma de atividade intelectual que processa os ele-mentos mentais de modo não conven-cional; as descobertas e invenções são produtos divergentes, não convencio-nais da mente, são originalidades expres-sivas do ato singular de se criar, dando um salto qualitativo nas dimensões que convergem;

e) avaliação: é uma forma de atividade mental em que a mente elabora pesos e valores diferentes, julgando a respeito da correção, adequação, desejabilidade, melhor conveniência. Quando um su-pervisor ou coordenador está avaliando mentalmente, está processando elemen-tos mentais que são valores, pesos, rea-ções comportamentais adequadas etc. Em todo processo decisório, cada infor-mação tem uma relevância e um peso próprios. Nem todos os elementos se apresentam com o mesmo valor; é um ato típico de avaliação.

As atividades da mente só existem sobre de-terminados conteúdos; ninguém pensa a respeito de nada. O pensamento consiste em elaborar, pro-cessar mentalmente algum conteúdo. É claro que podemos raciocinar sobre inúmeras coisas. Há um número infinito de assuntos sobre os quais pode-mos pensar. Contudo, Guilford, psicólogo america-no, reduziu-os a quatro categorias:

a) conteúdos figurativos: elementos con-cretos num espaço limitado (inteligência espacial, concreta e mecânica);

b) conteúdos simbólicos: inteligência nu-mérica, musical ou de qualquer outro elemento simbólico;

c) conteúdos semânticos: inteligência

mais verbal (oradores, professores, escri-tores, filósofos);

d) conteúdos comportamentais: inteli-gência social baseada em atitudes, for-mas de proceder, ação, padrão de ações das pessoas, formas altamente criativas para lidar com elementos comporta-mentais (exemplo: profissionais das pu-blicidades e marketing necessitam des-sas qualificações para melhor exercerem suas funções).

Essência da Aprendizagem e da Inteligência

O que está no cerne do comportamento in-teligente? Para alguns psicólogos, a ênfase está no pensamento abstrato e no raciocínio, e, para ou-tros, o foco está nas capacidades que possibilitam a aprendizagem e a acumulação de conhecimentos. Existem correntes que enfatizam a competência social: se as pessoas conseguem resolver os pro-blemas apresentados por sua cultura. E na época atual, os psicólogos não sabem sequer se há um único fator geral (normalmente chamado de ‘G’, ini-cial de ‘geral’) do qual dependam todas as habilida-des cognitivas.

Medindo a Inteligência – os Famosos Testes de Inteligência

Alfred Binet (1857-1911), destacado psicólo-go francês, foi quem criou a primeira medição prá-tica da inteligência. De início, juntamente com seus colaboradores, mediu habilidades sensoriais e mo-toras, da mesma forma que o fez Galton. Logo, eles perceberam que tais avaliações não funcionariam e começaram a observar as habilidades cognitivas – duração da atenção, memória, julgamentos esté-ticos e morais, pensamento lógico e compreensão de sentenças – bem como medidas de inteligência.

O projeto de Binet teve significativa arranca-da em 1904, ano em que foi nomeado para integrar uma comissão do governo para estudar os proble-mas do ensino de crianças retardadas. O grupo concluiu que se deveria identificar as crianças men-

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Psicologia Geral

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talmente incapazes e dirigi-las a escolas especiais. Esse evento possibilitou estudos avançados de dis-tinção de níveis intelectuais para a diferenciação de aprendizagens, para crianças com dificuldades cognitivas. O teste de Binet foi importado pelos Es-tados Unidos e por outros países.

Lewis Terman, um psicólogo que trabalhava na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, fez uma revisão amplamente aceita do teste de Binet, em 1916. Esse teste ficou conhecido como Stanford-Binet e trouxe o padrão mundialmente conhecido para os testes de inteligências QI (quo-ciente de inteligência, termo criado por psicólo-gos alemães). Esse teste compara os resultados obtidos por um indivíduo com aqueles de outros indivíduos da mesma idade, dentro de uma esca-

la de probabilidades e expectativas para cada fase do desenvolvimento (conforme vimos com Piaget, para as cognições), o que também foi um forte cri-tério para que tal escala pudesse ser configurada.

Os testes de inteligência atuais ainda seguem as tendências citadas anteriormente, e somam--se a estas as da Escala de Inteligência Adulta de Wechsler, revisada em 1981, em que a preocupa-ção é medir diferentes recursos individuais para lidar com os correspondentes desafios (subtestes verbais e de desempenho avaliam capacidades que exigem a manipulação de objetos ou outros tipos de resposta com as mãos, baseando-se no pensamento sem palavras e nas habilidades de re-solução de problemas práticos, também).

5.2 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos o processo das aprendizagens e você conheceu a teoria do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget em seus diferentes estágios de desenvolvimento. Vimos que os diferentes enfoques de aprendizagens estão diretamente ligados ao aprimoramento da inteligên-cia humana. Estudamos os diferentes posicionamentos sobre a Inteligência: a racional, de Binet, Simon e Stern; a emocional, de Daniel Goleman; e a Múltipla e Atitudinal, de Howard Gardner. Discorremos sobre as diferenças entre a produção convergente e a divergente; aprendemos diversificadas visões sobre o pensamento inteligente e práticas usuais avaliativas de Aprendizagens e Inteligências, conforme Alfred Binet e seus colaboradores.

5.3 Atividades Propostas

1. Qual o nome do famoso psicólogo que desenvolveu uma importante teoria para compreen-der o desenvolvimento cognitivo, por meio do trabalho que acompanhava crianças, classifi-cando a aprendizagem a partir de estágios?

2. Conceito de Inteligência que trata da sincronia emocional e nos atenta para as questões das deficiências “das conscientizações dos sentires”, tão vastamente ignoradas por outras corren-tes das Psicologias. De qual conceito estamos tratando?

3. Trata-se de um tipo específico de aprendizagem que se processa quando um novo conteúdo (ideias ou informações) relaciona-se com conceitos relevantes, claros e disponíveis na estru-tura cognitiva, sendo assim assimilado por ela. Esses conceitos disponíveis são os pontos de ancoragem para a aprendizagem. De qual tipo de aprendizagem estamos nos referindo?

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Caro(a) aluno(a), neste capítulo, trataremos da Abordagem da Gestalt e seus principais concei-tos. Vamos iniciar a discussão?

AtençãoAtenção

Um bom exemplo da visão de Lewin des-carta completamente a visão fragmen-tada do humano nas relações sociais, ou seja, não devemos “julgar” com a nossa visão de mundo a forma de vida de um indivíduo e/ou um grupo, pois cada um se relaciona com coerência dentro de seu campo interno e externo (objetiva e subjetivamente), como em se tratando da compreensão dos modos de vida de uma tribo específica.

6.1 Gestalt

Tendo seu berço na Europa, surge como uma negação da fragmentação das ações e processos humanos, realizada pelas tendências da Psicologia Científica do século XIX, postulando a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade dinâmica e processual, sendo, assim, uma aborda-gem de cunho existencial, humanística e sistêmica de fundamental importância para a compreensão da complexidade humana.

A palavra ‘Gestalt’ não possui tradução exa-ta, mas representa configuração, forma e em um primeiro momento, na Alemanha, mais especifica-mente com os psicólogos Max Wertheimer, Chris-tian von Ehrenfels, Wolfgang Kohler e Kurt Koffka adquire importância em uma sociedade pautada, naquela época, por concepções puramente racio-nais, cognitivas ou com ênfase em aspectos pura-mente inconscientes. Com esses pesquisadores, volta a promover a importância de uma visão de homem e de mundo mais fenomênica, integrada

e contextualizada, tal como as exigências mais cor-rentes demandavam.

Basicamente, a Psicologia da Gestalt tratou a princípio dos fatores atrelados às percepções hu-manas e suas manifestações tanto internas quan-to externas, trazendo a contribuição de enfatizar que a relação do indivíduo com o meio era o fator de maior impacto, o que mereceria análise e com-preensão e que também traria a constatação da unicidade e da universalidade, fatores fundamen-tais dessa abordagem.

Kurt Lewin (1890-1947) trabalhou 10 anos com os gestaltistas e elaborou a sua famosa teoria de campo, sendo que esta se reporta às crenças de que todo indivíduo somente pode ser compreen-dido se estivermos focando todo o ambiente onde ele está envolvido e, principalmente, como ele está se relacionando em seu campo (as suas crenças, valores, necessidades e limitações). Para Lewin, o indivíduo não pode ser compreendido de forma

A PSICOLOGIA DA GESTALT6

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linear, rígida, fixa, mas, sim, dinâmica, processual e contextual.

Os gestaltistas foram ampliando as pesquisas relacionadas às percepções e organizações huma-nas, percebendo que os elementos biopsicosso-ciais estavam sempre atuando de forma sistêmica e variando de acordo com a singularidade de cada pessoa e ambiência envolvida.

Outro psicólogo surgiu desse movimento, Fritz Perls, tendo sido um marco para o que viria a ser a Gestalt-terapia que conhecemos na atuali-dade. Para Perls, todo comportamento é a melhor resposta que um indivíduo pode dar num deter-

minado momento e apenas o presente é capaz de fazê-lo atualizar-se e promover o ajustamento criativo que lhe dará a satisfação imediata, para que uma nova necessidade ressurja no campo interno e externo, sucessivamente. Para Perls, so-mente existia o presente e como o indivíduo agia era o fator mais fundamental para a compreensão de seu modo de estar sendo transformado, proces-sualmente. Essa visão traz uma maior positividade e liberdade na perspectiva que o mundo da época tinha do caráter humano e social, o que sem dúvi-da agregou inúmeros desenvolvimentos e pesqui-sas para as Ciências Humanas e Sociais da época.

6.2 Principais Conceitos da Gestalt

Os principais conceitos da Gestalt são:

a) figura-fundo: sendo que a figura é a par-te central e mais importante da percep-ção, e o fundo, todo o contexto que lhe dá destaque;

b) a busca pela boa forma: a percepção se organiza por meio da intencionalidade de buscar a harmonia e a integração, as-sim como um sentido satisfatório para a compreensão do que o indivíduo perce-be;

c) insight: existe a habilidade natural do indivíduo para a busca do fechamento do que compreende, buscando em seu repertório individual parâmetros para as soluções criativas dos problemas/per-cepções;

d) espaço vital: o indivíduo se atualiza no campo situacional onde vive, de acordo com solicitações externas e recursos in-ternos;

e) leis da percepção para a Gestalt (simetria, regularidade, proximidade, semelhança e fechamento): condições fundamentais para o processo autorregulativo da boa forma, para a percepção;

f ) o todo é maior do que a soma das par-tes: cada elemento possui uma função e contribui de formas correlacionais ao todo em que está inserido, sendo que o significado das partes apenas reflete exa-tamente a função do contexto presente. Porém, a dinâmica processual é sempre reajustativa, circular e processual, levan-do à totalidade e, ao mesmo tempo, al-cançando novos rumos e sentidos;

g) o como é mais importante do que os por-quês;

h) o presente, o aqui e agora, é o foco princi-pal para a compreensão da percepção e atualização do indivíduo no seu meio (o passado e o futuro se condensam quan-do existe centragem de percepção e to-mada de decisão, propriamente ditas).

Saiba maisSaiba mais

Para os gestaltistas, toda vez que um indivíduo expande suas fronteiras de contato e corre o risco de viver algo novo/inusitado, ocorre um ajustamento criativo; em outras palavras, a coragem de se recriar continuamente está diretamente vinculada às nossas relações de contato com o outro. Na linha divisória de encontrar o outro é que eu descubro quem é o outro e quem sou eu; cada vez mais e melhor, num crescente contínuo, se o ajustamento criativo for funcional.

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Os pesquisadores da Psicologia da Gestalt, escola que antecipou a corrente da Gestalt-terapia, trouxeram inúmeras contribuições para que pudés-semos entender como se estrutura todo o campo fenomênico interior que forma o que chamamos de ‘percepção’ – e seu processo ocorre entre as-pectações de ordens variadas e dentro do que Kurt Lewin denominou como Campo Psicológico. Este é entendido como um campo de força que nos leva a procurar a boa forma; funciona figurativamente como um campo eletromagnético criado por um ímã (a força de atração e repulsão). Esse campo de força psicológico tem uma tendência que garante a busca da melhor forma possível em situações que não estão muito estruturadas. Esse processo ocor-re de acordo com os princípios de proximidade, se-melhança e fechamento.

A proximidade garantiria a melhor percep-ção para os elementos dispostos, de acordo com a distância mais curta, sendo notados devidamente agrupados. Já na semelhança, os elementos seriam percebidos como sendo similares/ parecidos ou de um mesmo grupo de referência (exemplo: perce-ber formas circulares agrupadas mais nitidamen-te do que outras, após o sujeito ter ficado horas e horas analisando pneus, uma vez que trabalha na indústria de fabricação dos mesmos). E, finalmente, fechamento, quando o sujeito é capaz de comple-tar a figura que falta, mediante caracteres armaze-nados na sua consciência, a fim de garantir a boa forma perceptiva e fechar o seu ciclo de contato de maneira satisfatória.

6.3 A Abordagem da Boa Forma da Gestalt

6.4 A Teoria de Campo de Kurt Lewin

O psicólogo Lewin (1890-1947) trabalhou du-rante 10 anos com Wertheimer, Koffka e Kohler na Universidade de Berlin, e dessa colaboração com os pioneiros da Gestalt foi que germinou o que viria a se tornar essa importante teoria da percepção, vista de uma maneira mais holística e sistêmica. Entre-tanto, sendo ele um pesquisador, mais do que um gestaltista, parte da teoria da Gestalt é para cons-truir um conhecimento novo e genuíno. Ele aban-dona a preocupação psicofisiológica (limiares de percepção) da Gestalt, para buscar na Física as ba-ses metodológicas de sua psicologia.

O principal conceito de Lewin é o do espaço vital, que ele define como “a totalidade dos fatos coexistentes e mutuamente interdependentes que determinam o comportamento do indivíduo num certo momento.” (LEWIN, 2005, p. 45). O que Lewin concebeu como campo psicológico foi o espaço de vida considerado dinamicamente, em que se levam em conta não somente o indivíduo e o meio, mas o todo circunstancial vivido dentro de um espaço

e um tempo. Um bom exemplo da visão de Lewin descarta completamente a visão fragmentada do humano nas relações sociais, ou seja, não deve-mos “julgar” com a nossa visão de mundo a forma de vida de um indivíduo e/ou um grupo, pois cada um se relaciona com coerência dentro de seu cam-po interno e externo (objetiva e subjetivamente), como em se tratando da compreensão dos modos de vida de uma tribo específica.

Segundo Garcia-Roza (2005, p. 45), o

[...] campo não deve, porém, ser compreen-dido como uma realidade física, mas sim fe-nomênica. Não são os fatos físicos que pro-duzem efeitos sobre o comportamento. O campo deve ser representado tal como ele existe para o indivíduo em questão, num determinado momento, e não como ele é em si. Para a constituição desse campo, as amizades, os objetivos conscientes e in-conscientes, os sonhos e os medos são tão essenciais como qualquer ambiente físico.

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Em outras palavras, todo o contexto segue uma coerência, uma rede de intersecções condi-zentes com a pessoa e com o todo, concomitan-temente, sendo necessário se colocar no lugar e tempo do ser/objeto de observação para melhorar a interpretação e compreensão.

Os conceitos e ferramentas da Gestalt são fundamentais para viabilizar a compreensão do

funcionamento das percepções e relações do hu-mano em diversos contextos sociais, garantindo a boa forma e a satisfação de necessidades perti-nentes e possíveis, com a devida contextualização, tornando-nos mais próximos da realidade e das múltiplas verdades coexistentes do mundo em que vivemos, trabalhamos e nos relacionamos, dinami-camente, processualmente.

6.5 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos a Psicologia da Gestalt e vimos que se trata de uma abordagem de cunho existencial, humanística e sistêmica. Estudamos os principais conceitos da Gestalt: a) figura-fundo; b) a busca pela boa forma; c) insight; d) espaço vital; e) leis da percepção para a Gestalt (simetria/regularidade/proximidade/semelhança/fechamento); f ) o todo é maior do que a soma das par-tes; g) o como é mais importante do que os porquês; h) o presente, o aqui e agora, é o foco principal. Aprendemos, também, a importância da Teoria de Campo de Kurt Lewin, que enfatiza a necessidade de se compreender o ser humano, dentro dos referenciais de seu meio psicológico e existencial.

6.6 Atividades Propostas

1. Qual o significado da palavra ‘Gestalt’?

2. A percepção se organiza por meio da intencionalidade de buscar a harmonia e a integração, assim como um sentido satisfatório para a compreensão do que o indivíduo percebe. De qual importante conceito gestáltico estamos nos referindo?

3. Lewin concebeu uma teoria onde o campo psicológico é o espaço de vida, considerado dinami-camente, em que se levam em conta não somente o indivíduo e o meio, mas o todo circunstan-cial vivido dentro de um espaço e um tempo. Estamos nos referindo a qual teoria?

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Caro(a) aluno(a), neste capítulo, trataremos de compreender a Percepção e a Motivação, apresen-tando as principais teorias motivacionais. Vamos iniciar a discussão?

7.1 Definições de Percepção

É a organização dos elementos captados pe-los sentidos que faz algum fechamento (efeito da Lei de Totalidade da Gestalt). Nunca percebemos estímulos isolados, a tendência natural é a de orga-nizar, dar um fechamento. A Figura é a parte predo-minante e central, que emerge de um Fundo.

Vivemos mais em função do mundo interior (sentidos, sensações, pensamentos) do que em função da realidade objetiva. “Cada cabeça uma sentença”. Por isso, é muito importante sempre checarmos bem o que o outro está querendo ex-pressar, para não colocarmos as “nossas coisas” na boca desse outro (projeção).

Os sentidos funcionam como receptores (antenas) que levam os estímulos para o cérebro, e este se organiza e nos dá a percepção. Os cinco sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) são fundamentais para esse processo e devem estar bem desenvolvidos, no indivíduo. A intuição é um sentido mais sutil e refinado e ocorre principalmen-te quando temos os cinco sentidos básicos bem evoluídos em nós mesmos. É por isso que dizemos que as pessoas criativas, inteligentes e intuitivas têm uma excelente percepção.

7.2 Funções da Percepção

São as seguintes: a) função informativa: man-ter-se em contato constante com o meio, atuali-zação para sobreviver e se desenvolver; b) função defensiva: captamos o perigo, ameaça, antes que aconteça algo de pior. De acordo com os estados internos e a situação, somos capazes de dar um sentido para isso: esquiva ou ataque – agimos de acordo com a melhor possibilidade encontrada na-quele momento.

As percepções, assim como as motivações, são determinadas também pelas necessidades, pois o organismo age de forma intencional volun-

tária ou involuntariamente, para buscar o “opti-mum de equilíbrio fisiológico, social e humano” = homoestasia (do grego) – Conceito de Walter Can-non (1929), psicólogo, e de Claude Bernard (1895), fisiologista francês.

PERCEPÇÃO & MOTIVAÇÃO (PRINCIPAIS TEORIAS MOTIVACIONAIS)7

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Motivação (conceito): refere-se a um moti-vo, um estado interno que pode resultar de uma necessidade; ele é descrito como ativador, ou des-pertador, de comportamento geralmente dirigido para a satisfação da necessidade instigadora. Mo-tivos estabelecidos principalmente pela experiên-cia são conhecidos simplesmente como motivos; aqueles que surgem para satisfazer necessidades básicas relacionadas com a sobrevivência e deriva-das da fisiologia são geralmente chamados de im-pulsos (drives – motivos, do inglês).

A motivação é um tema complexo para a Psi-cologia, uma vez que considera três tipos de variá-veis (o ambiente, as forças internas no indivíduo e o objeto, propriamente dito). A motivação está pre-

sente como processo em todas as esferas de nossa vida, tanto na área do trabalho quanto na do lazer e mesmo na de aprendizagens (escola, faculdade, por exemplo).

AtençãoAtenção

A motivação é um tema complexo para a Psicologia, uma vez que considera três tipos de variáveis (o ambiente, as forças internas no indivíduo e o objeto, propriamente dito). A motivação está presente como processo em todas as esferas de nossa vida, tanto na área do trabalho quanto na do lazer e mesmo na de aprendizagens (escola, faculdade, por exemplo).

7.4 Principais Teorias Motivacionais

�� Teoria de Abraham Maslow: segundo esse importante psicólogo, as motiva-ções humanas obedecem a uma hierar-quia de necessidades e desejos, sendo que cada um de nós estaria sempre bus-cando atingir no meio ambiente os alvos que melhor configurariam essas mesmas necessidades internas, quando estamos mais autoconscientes dos processos in-teriores que nos movem. Essas necessi-dades vão desde fatores que garantem a sobrevivência até as que nos levam às melhores transformações e evoluções, dentro dos campos situacionais, profis-sionais e existenciais. Os tipos de neces-sidades então seriam: a) necessidades fisiológicas (fome, sede, ar, sexo e sono), b) necessidades de segurança (abrigo, proteção e ausência de perigo), c) neces-sidade de amor (filiação, aceitação e sen-timento de pertencer), d) necessidades de estima (realização, aprovação, com-

petência e reconhecimento), e) necessi-dades de autorrealização (possibilidades de uso das potencialidades individuais, com contínuo aprimoramento). Para Maslow (1970), quando uma dessas ne-cessidades permanece insatisfeita, pode dominar todas as outras; o que importa é o grau das satisfações, bem mais que sua quantidade, pois ao mesmo tempo temos diferentes grupos de necessida-des em nossas vidas e o organismo terá de eleger a mais urgente para si, sempre, mesmo que o faça de forma impensada. Essa visão explica os interesses e as for-mas de funcionamento das pessoas em geral e faz com que identifiquemos os motivos que levam as pessoas a estarem em diferentes níveis de possibilidades e aspirações, no campo do trabalho, prin-cipalmente. Maslow e sua teoria motiva-cional vêm sendo muito utilizados, em diferentes universos do mundo intelec-

7.3 Compreendendo os Processos Motivacionais

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Psicologia Geral

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tual, assim como do profissional, pois oferece um valiosíssimo instrumental para que o profissional possa identificar os diferentes níveis de necessidades e desejos de seus clientes, em potencial, já que vivemos em uma sociedade de con-sumo, dentro de um regime competitivo e capitalista;

�� Teoria de Henry Murray: na década de 1930, esse autor se ocupou com o moti-vo das realizações sociais e observou que as pessoas projetavam suas necessida-

des, medos, esperanças e conflitos nos personagens de suas figuras histórias (conforme resultados obtidos em testes de apercepções temáticas). Com essa teoria e metodologia, fica claro que o importante é observar os caminhos dos motivos sociais, medindo, assim, a dispo-nibilidade para a realização de cada indi-víduo no trabalho;

�� Teoria de David McClelland: esse au-tor deu prosseguimento às pesquisas de Murray, focando o grau de realização a partir das motivações individuais, e con-firmou, juntamente com outros pesqui-sadores, que, quanto maior fosse o grau de satisfação e realização, maior também seria a motivação humana para o cres-cimento e desenvolvimento social/indi-vidual (desenvolveu métodos e técnicas importantes para os cientistas sociais, utilizadas em larga escala no âmbito de preparação, colocação e desenvolvi-mento profissionais). Essa teoria trouxe a questão da relação motivacional – indiví-duo X meio ambiente.

Saiba maisSaiba mais

Maslow é muito utilizado em diferentes áreas e principalmente pelos profissionais de marketing, uma vez que sua teoria dá subsídios para que se possa identificar ade-quadamente os níveis de necessidades das pessoas e, ao mesmo tempo, discriminar os tipos de produtos que estas estariam mais dispostas e motivadas a consumirem.

7.5 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos a Percepção, sua definição e funções (informativa e de-fensiva) e tivemos a possibilidade de compreender os processos motivacionais, através de três visões di-ferentes: a) Teoria Motivacional de Abraham Maslow, que enfoca a hierarquia de necessidades e desejos; b) Teoria de Henry Murray, que enfoca as realizações sociais; e c) Teoria de David McClelland, que enfoca o grau de realização a partir das motivações individuais.

7.6 Atividades Propostas

1. Qual é a função perceptiva que é responsável pela atualização constante do indivíduo com o meio ambiente?

2. Importante psicólogo que enfatizou o fato das motivações humanas obedecerem a uma hie-rarquia de necessidades e desejos. De qual psicólogo estamos nos referindo?

3. Henry Murray, na década de 1930, se ocupou com o motivo das realizações humanas e ob-servou que as pessoas projetavam suas necessidades, medos, esperanças e conflitos nos per-sonagens de suas figuras histórias. Ele comprovou que havia um tipo de realização básica, na busca das pessoas; como a denominou?

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Caro(a) aluno(a), neste capítulo, trataremos de abordar uma importantíssima Abordagem da Psico-logia, que é a Psicanálise: o inconsciente de Sigmund Freud e seus seguidores. Vamos iniciar a discussão?

8.1 O Surgimento da Psicanálise

A Psicanálise nasce com Sigmund Freud (1856-1939), na Áustria, a partir da prática médi-ca, recuperando para a Psicologia a importância da afetividade e do inconsciente como objetos de estudo, quebrando a tradição da Psicologia como foco de uma ciência com ênfase na consciência e razão. A contribuição dessa abordagem é compa-rada a de Karl Marx, na importância da compreen-são dos processos humanos, sociais e históricos, com investigação aprofundada e sistematizada, conforme tendências crescentes daquela época.

Para compreender a Psicanálise, é necessá-rio entender o homem por detrás da vasta teoria do inconsciente, o próprio Freud, o qual teve sua formação inicial, em 1881, em Medicina na Univer-sidade de Viena, onde a posteriori especializou-se em Psiquiatria. Trabalhou em fisiologia e em neuro-patologia no Instituto onde desenvolveu pesquisas acadêmicas e clínicas, juntamente com outro mé-dico, Breuer. Em seguida, já em Paris, com uma bol-sa de estudos, trabalhou com outro psiquiatra re-nomado, o francês Jean Charcot, e, conjuntamente, desenvolveram um importante método de análise: a hipnose para tratamento de histerias.

A sociedade da época era extremamente rí-gida e preconceituosa; fazia com que as pessoas reprimissem seus problemas e os somatizassem em grande escala, com profunda dor. Freud perce-beu que seus conhecimentos de Medicina não es-tavam mais dando conta de analisar devidamente

o paciente humano e resolveu observar mais aten-tamente as reações dos sintomas, catalogando-os e classificando-os, de acordo com o que acompa-nhava. Tanto a hipnose quanto o método de asso-ciação livre, assim como a análise de sonhos, fazia parte de sua metodologia de interpretação. Clini-cou durante um vasto período e seus principais clientes traziam queixas que não eram possíveis de curar apenas com a medicina usual ou mesmo pela compreensão do discurso prévio, o que fez com que Freud tomasse novos rumos como médico. Utilizou o método catártico desenvolvido por Josef Breuer, isto é, um “tratamento que possibilita a libe-ração de afetos e emoções ligadas a acontecimen-tos traumáticos que não puderam ser expressos na ocasião da vivência desagradável ou dolorosa, le-vando à eliminação dos sintomas.” (BOCK, 1996, p. 72). Ao descobrir o inconsciente, instância psíquica que abarca conteúdos reprimidos, uma vez dolo-rosos e responsáveis pela origem de um sintoma, Freud, substituindo o método catártico, denomina de Psicanálise o método de investigação e de cura. Isso porque considerava que o sintoma de um pa-ciente era uma reação de defesa ao conteúdo de dor reprimido, e se o indivíduo se apercebesse des-se mecanismo, poderia ser curado, conforme pes-quisas e acompanhamento de casos clínicos com inúmeros pacientes. Assim, a interpretação é o mé-todo psicanalítico utilizado para elucidar e buscar compreender os sintomas manifestados pelos indi-víduos e, numa esfera mais ampla, pela sociedade.

A PSICANÁLISE: O INCONSCIENTE, FREUD E SEGUIDORES8

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São os seguintes:

a) primeira Teoria do Aparelho Psíquico: consciente – pré/consciente e incons-ciente. Freud descobre pelo método de investigação de seus pacientes que o inconsciente era o depositário de com-ponentes emocionais reprimidos, o que causava sofrimento e que fazia acontecer o surgimento de sintomas indesejáveis;

b) segunda e mais importante Teoria do Aparelho Psíquico: id (inconsciente), ego (mediador) e superego (sensor do apare-lho psíquico). O equilíbrio e a cura do in-divíduo dependeriam da capacidade do indivíduo de tomar consciência de seu inconsciente e a Psicanálise seria uma forma de devolver a saúde psicológica e emocional para o sujeito;

c) métodos de associações livres: análise dos conteúdos trazidos para as sessões de análises (semelhantes aos utilizados em entrevistas a jornalistas; por exemplo, o sujeito tem que associar palavras de seu repertório às ditas pelo analista);

d) método catártico: o analista interpreta os dados do paciente e explora conteúdos trazidos de forma involuntária por meio da hipnose e análise de sonhos;

e) descoberta da sexualidade infantil; f ) as pulsões de vida (Eros) e de morte (Ta-

natos) como manifestações dos proces-sos inconscientes;

g) mecanismos de defesa do ego: introje-ção (o indivíduo assimila conteúdos do meio), projeção (o indivíduo coloca no meio o seu repertório ou material re-primido/dolorido), recalque (supressão da realidade, formação reativa: o desejo tomando nova direção como forma de evitação), regressão (o indivíduo retor-na a etapas anteriores de seu desenvol-vimento como tentativa de evitação ao obstáculo pressentido), racionalização (intelectualizar ao invés de se dar conta da(o) emoção/desejo reprimida(o), difi-culdade), atos falhos (enganos compor-tamentais e discurso involuntário como escape do inconsciente, para trazer à tona a realidade intrapsíquica);

h) a teoria da libido e a sua manifestação: a energia vital/sexual surge de formas diferenciadas, de acordo com as fases evolutivas do indivíduo/desenvolvimen-to psicossexual – fase oral (a zona de erotização é a boca), fase anal (a zona de erotização é o ânus), fase fálica (a zona de erotização é o órgão sexual), fase de latência (período de reflexões e de trans-formações orgânicas e psíquicas) e fase genital (a zona de erotização se dá nas relações com o outro, a partir da adoles-cência propriamente dita).

Freud ocupou-se em analisar exaustivamente o indivíduo, com uma profundidade e intensidade, o que deu origem a toda a sua vasta teoria, tida até hoje como uma das mais completas e complexas nas Psicologias adotadas até a atualidade. Vemos que todos os psicólogos se preocupam em citá-lo. Fundam suas novas teorias apropriando-se de vá-rios conceitos desse importante mestre de referên-cia, considerado o “pai” da Psicanálise.

Entre os conceitos desenvolvidos pela Psica-nálise, embora alguns já tenham sido discutidos, ressaltamos os seguintes mecanismos de defesa:

8.2 Principais Conceitos da Psicanálise

AtençãoAtenção

A questão da normalidade sempre será relativa, pois dependerá do grau das pa-tologias, em outras palavras, do como e do quanto os mecanismos de defesas uti-lizados por uma pessoa contribuem para ou a afastam do desenvolvimento salutar, adequado ao seu ciclo de vida e às suas potencialidades. Claro que quanto mais a pessoa puder ter consciência de suas de-fesas, seus receios, mais saudável será a sua vida e convivência.

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�� A projeção: mecanismo de defesa mais comum e utilizado em inúmeras situa-ções. É o ato de atribuir à outra pessoa sentimentos ou intenções que se origi-nam em si próprio, a fim de evitar a amea-ça de algo interno que não se pode ver e dar conta. Normalmente é uma falha na autocrítica e está a serviço de proteger a autoestima da pessoa. Como exemplo: uma fofoqueira habitual, sempre se mos-tra como alguém vulnerável, vítima de situações, de perseguições e falatórios, assim como de observações maldosas advindas de outrem. O projetor é alguém incapaz de assumir responsabilidades e normalmente o faz por insegurança ou mesmo infantilidade. A projeção é um mecanismo muito utilizado quando se sente medo e não se pode encarar a ver-dade, sendo mais fácil culpar outrem, a fim de ocultar-se, evitando maior conflito emocional e dor;

�� A introjeção: o introjetor é incapaz de separar o que é de si mesmo e o que é do outro; na verdade, toma como seu o que vem de fora, “engolindo” sem refletir e sem relutância. Como exemplo, supo-nhamos que uma pessoa cresceu sendo maltratada e sempre humilhada. Mesmo em fase adulta, tendo até uma posição de prestígio, pode sempre experimentar a sensação de humilhação iminente, sem motivos reais. No fundo, tomou como propriedade sua a questão da desvalori-zação, vivida lá na primeira infância;

�� A negação: como mecanismo de defesa, a negação é a tentativa de não aceitar na realidade um fato que perturba o ego. Os adultos têm a tendência de “fantasiar” que certos acontecimentos não são da maneira que ocorrem, que na verdade não aconteceram. Esse “voo” de fantasia pode tomar várias formas, algumas das quais parecem absurdas ao observador objetivo. Imagine uma pessoa sendo contratada para trabalhar com alguém que lhe lembra um ex-chefe autoritário. Essa pessoa sempre se mostrará insegu-ra, dependente nas relações. Porém, não terá capacidade de enxergar a confusão que está fazendo, para não admitir publi-camente que teve problemas anteriores com chefias, a fim de não colocar seu em-prego em risco.

Por vezes, todo o indivíduo, quando se en-contra diante de um momento de extremo desafio de suas potencialidades e se sente inseguro de dar uma boa solução, pode vir a adotar atitudes regres-sivas, apresentando um comportamento de esqui-va e dando respostas menos apropriadas às exi-gências do meio, até reencontrar encorajamento para enfrentar a nova situação. Isso acontece, por exemplo, quando se é recém-promovido e ainda se adota um comportamento anterior, das antigas funções, até se sentir mais seguro para as novas so-licitações exigidas pelo trabalho.

A Psicanálise de Freud retratou exaustiva-mente a questão da necessidade que o ego huma-no tem de sempre encontrar formas de lidar com a realidade, desenvolvendo máscaras, subterfúgios, para, de certa forma, evitar o impacto às suas for-mas mais espontâneas de ser. Pois, certo é, e de ordem geral, que o ambiente externo, as relações humanas são sempre revestidas de elementos ameaçadores, o que pode pôr em risco as funções do psiquismo humano. Se não houvesse os meca-nismos de defesa, todos estariam muito expostos aos inúmeros perigos advindos do meio ambiente, o que supostamente geraria um grau insuportável de frustrações e danos, dentro da perspectiva de “saúde mental”.

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Pessoas que são muito suscetíveis às introjeções são muito mais propensas a adotar atitudes que veem em perso-nagens de filmes e sair por aí fazendo o mesmo; e é exatamente por isso que os pais precisam ficar atentos e não deixa-rem seus filhos excessivamente expos-tos aos gêneros mais agressivos e nega-tivos, pois estes poderão servir-lhes de modelo de conduta.

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Podemos dizer que a questão da normalida-de sempre será relativa, pois dependerá do grau das patologias; em outras palavras, do como e do quanto os mecanismos de defesas utilizados por uma pessoa contribuem para ou a afastam do de-senvolvimento salutar, adequado ao seu ciclo de vida e às suas potencialidades. Claro que quanto mais a pessoa puder ter consciência de suas de-fesas, seus receios, mais saudável será a sua vida e convivência.

Todas as correntes psicológicas são unânimes em afirmar e observar que a angústia e o sofrimen-to humanos são condições presentes na realidade e atuam no psiquismo para encontrarem resistên-cias e, ao mesmo tempo, contribuírem na geração de recursos que capacitem o ser a evoluir na busca de renovadas soluções de impasses e problemas. Sem tais desafios, a vida seria algo sem sentido e invariável.

8.3 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos a Psicanálise e vimos que se trata de uma rica aborda-gem psicológica, onde Freud recuperou a importância da afetividade, do inconsciente como objeto de estudo. Pudemos conhecer os principais procedimentos utilizados por Freud para abordar seus pacien-tes (a hipnose e o método de associação livre; assim como a análise de sonhos). Estudamos os principais conceitos da Psicanálise, tais como: consciente, pré/consciente e inconsciente, que posteriormente fun-damentaram a segunda e mais importante teoria freudiana (id/ego/superego). Tratamos de compreen-der as pulsões de vida (Eros) e as de morte (Tanatos) no funcionamento do psiquismo humano. Estuda-mos as fases evolutivas do desenvolvimento psicossexual e compreendemos que a libido(energia sexual) tem diferentes manifestações, em cada período do crescimento humano (fase oral, fase anal, fase fálica, fase de latência e fase genital). Vimos, também, os principais mecanismos de defesa (projeção, introjeção, negação, recalque, regressão e racionalização). Tratamos principalmente de compreender o porquê da Psicanálise ser tida como teoria de referência para tantas outras abordagens psicológicas.

8.4 Atividades Proposta

1. Abordagem que recuperou para a Psicologia a importância da afetividade e do inconsciente como objeto de estudo, quebrando a tradição da Psicologia como foco de uma ciência com ênfase na consciência e razão. À qual abordagem estamos nos referindo?

2. Qual é a instância Psíquica que funciona como sensor do aparelho psíquico, segundo Freud?

3. Como é conhecido o mecanismo de defesa mais comum e utilizado em inúmeras situações, no qual existe o ato de atribuir à outra pessoa, sentimentos ou intenções que se originam em si próprio, a fim de evitar a ameaça de algo interno que não se pode ver e dar conta?

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Caro(a) aluno(a), neste capítulo, trataremos de estudar a Psicologia Sócio-Histórica de Vygotsky. Vamos iniciar a discussão?

Essa abordagem surge na ex-União Soviéti-ca, com influência da Revolução de 1917 e a teoria marxista. Ganha força no Ocidente, por volta dos anos 70, tornando-se referência para a Psicologia do Desenvolvimento, a Psicologia Social e a Educa-ção, propriamente ditas.

Vygotsky buscou “construir uma Psicologia que superasse as tradições positivistas e pudes-se abarcar o homem e seu mundo psíquico como uma construção histórica e social da humanidade.” (BOCK, 1996, p. 86).

9.2 Principais Conceitos

As funções superiores do homem e suas compreensões não podem ser atingidas pelo sim-ples estudo animal, pois os animais não possuem vida social e cultural:

�� O organismo humano não possui matu-ração independente para atingir funções superiores;

�� Tanto a linguagem quanto o pensamen-to humano têm origem no contexto so-cial;

AtençãoAtenção

A concepção humana e social do homem tem contribuído para elucidar os aspectos mais complexos da natureza e possibili-dades de aprendizagens humanas, den-tro de divergências culturais, ampliando a compreensão e o respeito cuidadoso que se deve ter em se tratando das concep-ções do homem e todas suas correlações (essenciais e existenciais).

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Se formos incentivados culturalmente a ler, a ter uma atitude reflexiva e crítica, desde tenra idade, de forma contínua e crescente, a partir da própria postura de nossos familiares, amigos, educadores e colegas de trabalho, muito provavel-mente teremos a oportunidade de su-perarmos muitos limites individuais.

A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA DE VYGOTSKY9

9.1 O Surgimento da Abordagem com Vygotsky

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�� Para se compreender e explicar as fun-ções superiores do homem, é necessário integrá-los aos aspectos da cultura;

�� Existe uma unidade entre consciência e comportamento, que deve ser integrada pela Psicologia Humana e Social;

�� Os fenômenos são processos em cons-tante transformação;

�� A natureza e o homem estão diretamen-te ligados, um transformando o outro concomitantemente;

�� O conhecimento deve ser construído por meio de um rastreamento da evolução dos fenômenos;

�� É a vida que um homem tem que deter-mina a sua consciência.

Vygotsky vem sendo estudado por outros teóricos e, no Brasil, tem influenciado diretamen-te a Educação, desde a década de 1980, o que tem possibilitado uma construção de uma Psicologia Social mais crítica e significativa, uma vez que am-plia e aprofunda a visão humana e social do ser hu-mano, de forma diferenciada. Sem dúvida, sua rica concepção humana e social do homem tem contri-buído para elucidar os aspectos mais complexos da natureza e possibilidades de aprendizagens huma-nas, dentro de divergências culturais, ampliando a compreensão e o respeito cuidadoso que se deve ter em se tratando das concepções do homem e todas as suas correlações (essenciais e existenciais).

9.3 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos a Psicologia Sócio-Histórica de Vygotsky, e vimos que se trata de uma abordagem que surgiu na ex-União Soviética, com forte influência da teoria marxista, ganhando força nos anos 70 e tornando-se referência para a Psicologia do Desenvolvimento, à Psicologia Social e à Educação. Conhecemos os principais conceitos dessa abordagem, sendo que cada um deles, essencialmente, revela as funções superiores do homem e suas compreensões dentro de um contexto sócio-histórico-cultural.

9.4 Atividades Propostas

1. Trata-se de uma Abordagem Psicológica que surgiu na ex-União Soviética, com influência da Revolução de 1917 e a teoria marxista. De qual abordagem estamos tratando?

2. Algumas funções no homem e suas compreensões não podem ser atingidas pelo simples estudo animal, pois os animais não possuem vida social e cultural. A quais funções Vygotsky se referia?

3. Para a Psicologia Sócio-Histórica, tanto a linguagem quanto o pensamento humano têm ori-gem em qual contexto?

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Caro(a) aluno(a), neste capítulo, trataremos de estudar a Psicologia Institucional e os Tipos de Agrupamentos Humanos. Vamos iniciar a discus-são?

O ser humano é um ser social para os psicó-logos existencialistas, e concebê-lo de forma exis-tencialista e sistêmica é urgente, uma vez que toda a natureza humana se inicia a partir da própria re-

lação, desde o surgimento dos primeiros embriões humanos, como dita a própria história do homem e de sua humanidade.

A natureza sociável o é por ter o homem a habilidade para o ajustamento criativo, natural e original, dependendo de fatores atrelados às per-sonalidades de cada um e aprendizagens, tal como estilos de vida.

10.1 Tipos de Grupos

São tipos de grupos: a) primários: a famí-lia; b) secundários: amigos da escola, grupos mais próximos e trabalho; c) terciários: os grupos como associações em clubes, times, seitas, por objetivos outros, mais esporádicos.

O indivíduo transfere para os grupos de or-dem secundária e terciária os seus padrões apren-didos e projeta expectativas, de acordo com sua mobilização ou, o contrário, suas resistências/difi-culdades de pertencimento e cooperação.

Estudos têm indicado, desde Kurt Lewin (1890-1947), que o ser humano primeiramente se agrega por um objetivo comum (grupo) e, à medi-da que fica estabelecida uma divisão de tarefas e um maior envolvimento entre seus membros, esse agrupamento recebe uma nova forma, mais coesa (equipe), que pode ou não se aperfeiçoar nas redes de cooperação e intimidades, fazendo, assim, surgir a autonomia e a interdependência fluida, criativa, entre todos os participantes, atingindo uma confi-guração quase que infalível, indestrutível (time).

Tem-se observado que quanto mais integra-dos forem os grupos, mais sucessos estarão desti-nados a ter em suas tarefas/objetivos, pois favore-cerão as atitudes conhecidas como “um por todos e todos por um”, fundamental no mundo das comu-nicações e relações humanas em geral, inclusive.

A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL E OS TIPOS DE AGRUPAMENTOS HUMANOS10

10.2 Como Evoluem os Grupos de Trabalho

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A nossa vida cotidiana é demarcada pela vida em grupo. Estamos o tempo todo nos relacionan-do com outras pessoas. Mesmo quando ficamos sozinhos, a referência de nossos devaneios são os outros: pensamos em nossos amigos, na próxima

atividade – que pode ser assistir à aula de inglês ou realizar nova tarefa no trabalho (que, provavel-mente, envolverá mais de uma pessoa). Pensamos no nosso namoro, em nossa família. Raramente, encontraremos uma pessoa que viva completa-mente isolada; mesmo o mais asceta dos eremitas levará, para o exílio voluntário, suas lembranças, seu conhecimento, sua cultura. Por encontrarmos determinantes sociais em qualquer circunstância humana, podemos afirmar que toda Psicologia é, no fundo, uma Psicologia Social.

Talvez seja por isso que nossas vidas encon-tram sempre certa regularidade, que é necessária para a vida em grupo. As pessoas precisam com-binar algumas regras para viverem juntas. Se esti-ver num ponto de ônibus, às sete horas da manhã, eu preciso ter alguma certeza de que o transporte aguardado passará por ali mais ou menos nesse horário. Alguém combinou isso com o motorista. A essa regularidade entre outras, chamamos de insti-tucionalização.

10.3 Psicologia Institucional e Processo Grupal

AtençãoAtenção

Pode-se dizer que, de certa maneira, os pesquisadores do final do século XIX fo-ram influenciados pela Revolução Fran-cesa e, mais precisamente, pelo impacto que causou nos pensadores do século XVIII (como foi o caso de Hegel). Os pes-quisadores se perguntavam o que teria sido capaz de mobilizar tamanho contin-gente humano, como o que fora mobi-lizado durante essa revolução. O que se perguntava no campo da Psicologia era o que levaria uma multidão a seguir a orientação de um líder mesmo que, para isso, fosse preciso colocar em risco a pró-pria vida.

10.4 O Processo de Institucionalização

Este processo, de acordo com Berger e Luckmann – autores muito usados para definir como se dá a construção social da nossa realidade – começa com o esta-belecimento de regularidades compor-tamentais. As pessoas vão, aos poucos, descobrindo formas mais rápidas, simples e econômicas de desempenhar as tarefas do cotidiano. Vamos imaginar o homem primitivo: no momento em que começou a ter consciência da realidade que o cerca-va, ele passou a estabelecer essas regula-ridades. Um grupo social que vivesse, fun-damentalmente, da pesca, estabeleceria formas práticas que garantissem a maior eficiência possível na realização da tarefa.

Pode-se dizer que um hábito se estabelece quando uma dessas formas repete-se mui-tas vezes. (BOCK, 1996, p. 215-216).

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Psicologia Geral

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A instituição é um valor, ou regra social re-produzida no cotidiano com estatuto de verdade, que serve como guia básico de comportamento e de padrão ético para as pessoas, em geral. A instituição é o que mais se reproduz e o que menos se percebe nas relações sociais. Atravessam, de forma invi-sível, todo tipo de organização social e toda a relação de grupos sociais. Só recorremos claramente a estas regras quando, por qual-quer motivo, são quebradas ou desobede-cidas. Se a instituição é o corpo de regras e valores, a base concreta da sociedade é a organização. As organizações, entendidas aqui de forma substantiva, representam o aparato que reproduz o quadro de institui-ções no cotidiano da sociedade. A organiza-ção pode ser um Ministério da Saúde; uma Igreja, como a Católica; uma grande empre-sa, como a Volkswagen do Brasil; ou pode estar reduzida a um pequeno estabeleci-

mento, como uma creche de uma entida-de filantrópica. As instituições sociais serão mantidas e reproduzidas nas organizações. Portanto, a organização é o pólo prático das instituições. O elemento que completa a dinâmica de construção social da realida-de é o grupo – o lugar onde a instituição se realiza. Se a instituição constitui o campo dos valores e das regras (portanto, um cam-po abstrato), e se a organização é a forma de materialização destas regras através da produção social, o grupo, por sua vez, reali-za as regras e promove os valores. O grupo é o sujeito que reproduz e que, em outras oportunidades, reformula tais regras. É tam-bém o sujeito responsável pela produção dentro das organizações e pela singulari-dade – ora controlado, submetido de forma acrítica a essas regras e valores, ora sujeito da transformação, de rebeldia, da produção do novo. (BOCK, 1996, p. 217).

10.5 Instituições, Organizações e Grupos

Quando falamos em grupos, estamos abordando um tema que, de certa forma, é o tema fundante da Psicologia Social. Os primeiros estudos sobre os grupos foram realizados no final do século XIX pela en-tão denominada Psicologia das Massas ou

Psicologia das Multidões. Um dos primei-ros pesquisadores deste assunto foi Gustav Lê Bom, autor de um conhecido tratado in-titulado ‘Psicologia das Massas’ (Psicologie des Foules, no francês). Pode-se dizer que, de certa maneira, os pesquisadores do fi-nal do século XIX foram influenciados pela Revolução Francesa e, mais precisamente, pelo impacto que causou nos pensadores do século XVIII (como foi o caso de Hegel). Os pesquisadores se perguntavam o que teria sido capaz de mobilizar tamanho con-tingente humano, como o que fora mobili-zado durante essa revolução. O que se per-guntava no campo da Psicologia era o que levaria uma multidão a seguir a orientação de um líder mesmo que, para isso, fosse preciso colocar em risco a própria vida. Qual fenômeno psicológico possibilitaria a coesão das massas. Estas perguntas não eram descabidas como, infelizmente, foi possível observar durante o processo de ascensão do governo do 3º Reich – Adolf Hitler – na década de 30. Este triste episó-dio, que levou o mundo à 2ª Grande Guerra

Saiba maisSaiba mais

Na atualidade, existem diferentes auto-res, em diversos campos das ciências humanas e sociais, abordando o estudo de grupos e suas manifestações tribais. Temos assistido a um aumento de bus-cas por preferências, hábitos, crenças e valores cada vez mais segmentados, e, com isso, a um crescimento propor-cional em buscar referências grupais compatíveis, de pertencimento, nessas particularidades. Esse fenômeno pode ser observado nas redes sociais e o Fa-cebook é um dos exemplos.

10.6 A Importância do Estudo dos Grupos na Psicologia

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(de 1939 a 1945), exemplificou as possibili-dades de manipulação das massas. (BOCK, 1996, p. 218).

O ser humano é um ser social para os psicó-logos existencialistas, e concebê-lo de forma exis-

tencialista e sistêmica é urgente, uma vez que toda a natureza humana se inicia a partir da própria re-lação, desde o surgimento dos primeiros embriões humanos, como dita a própria história do homem e de sua humanidade.

10.7 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos a psicologia Institucional e os diferentes tipos de agru-pamentos humanos; e descobrimos como evoluem os grupos no trabalho, conforme a visão de Kurt Lewin.

10.8 Atividades Propostas

1. Existe uma natureza no homem na qual há a habilidade para o ajustamento criativo, natural e original, dependendo de fatores atrelados às personalidades de cada um e aprendizagens, tal como estilos de vida. A qual tipo de natureza nos referimos?

2. Para Lewin, existe uma forma de configuração grupal na qual impera a autonomia e a inter-dependência fluida, criativa, entre todos os participantes, atingindo uma configuração quase que infalível, indestrutível. Como é denominada essa configuração grupal?

3. Quando falamos em grupos, estamos abordando um tema que, de certa forma, é o tema fun-dante de qual especialidade da Psicologia?

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Dar e receber feedbacks são um dos proces-sos mais importantes e difíceis no campo das co-municações. As empresas solicitam a colaboração de treinadores para tal e, normalmente, fazem-no com a ajuda de psicólogos, em seus treinamentos, uma vez que é sempre dificultoso o processo de externalização de verdadeiros sentimentos e ideias que temos dos outros, assim como de nós mesmos.

As perguntas que não conseguem calar são

de diversas ordens, tais como: até onde estou dis-posto a expor o que verdadeiramente sou e até onde o outro está disposto a ser, na relação comi-go, ele mesmo?

Entre a comunicação de pares já é difícil a re-lação e a boa comunicação. Muito mais, então, em um grupo de trabalho, no qual existem os elemen-tos da competição, dos ciúmes, das invejas, das ma-nipulações e das pressões de diferentes elementos.

11.1 Dar e Receber Feedbacks

11.2 A Importância de Carl Rogers

Um importante psicólogo foi Rogers (1902), que descreveu três qualidades importantes para o feedback: a congruência, a empatia e a considera-ção positiva. Rogers acreditava que o crescimento pessoal seria facilitado quando se encorajasse a pessoa a ser autêntica, dissolvendo as máscaras e podendo lidar mais abertamente com os sentimen-tos presentes, no momento. Para ele, a consistência da congruência psíquica era de suma importância para a busca da autorrealização; o que poderia en-tão ser facilitado nas relações humanas seriam as formas de redução, minimização das incongruên-cias, das dissonâncias, assim como da não aceitação do outro, tal como ele é. Defendeu enormemente o poder das forças positivas em direção à saúde e ao crescimento, apontando esses aspectos como sendo naturais e inerentes ao organismo, trazendo uma concepção bastante positiva para a visão do humano, quando inserido em contextos favoráveis, enriquecedores do melhor potencial humano.

O valor dos relacionamentos sempre teve um enorme enfoque nas obras desse psicólogo, pois, segundo constatou pela sua vasta experiência clíni-ca e com grupos, é na relação que brota a oportuni-dade de se funcionar por inteiro (expandindo o self e a consciência melhor de si entre o mundo), sendo a comunicação dos sentimentos muito facilitadora para esse processo de descobertas e aperfeiçoa-mentos constantes, para o ser melhor existir.

Segundo o próprio Rogers, as pessoas são singulares, possuem diferentes personalidades e formas de agir. Cada relação suscita diferentes sen-sações e nos leva a diversificados modos de atua-ção. Uma das coisas mais complexas é saber ouvir exatamente o que o outro quer dizer, sem colocar as nossas impressões e sentimentos. Quem o sabe fazer bem, costuma ser feliz em dar autênticos feedbacks, pois saberá espelhar exatamente o que percebe como verdadeiro, vindo do outro. Rogers

FEEDBACKS & ASSERTIVIDADE11

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bem apontou essas preciosidades, com sua atitude e pesquisa que enalteceram o respeito ao outro, as-sim como a si mesmo.

Necessitamos, em diferentes áreas de atua-ção, saber escolher o momento oportuno de dizer, de dar uma declaração, uma opinião sobre algo ou alguém. Será necessário ter uma boa autoconscien-tização, ao invés de inúmeros pontos cegos. Aque-le que reúne um bom número de pontos cegos normalmente se vê impossibilitado de reconhecer seus erros, de aceitar as sugestões e orientações de outros, pois sempre encontrará resistência interna, evitando transformar-se e crescer.

No trabalho em diferentes organizações e na prestação de serviços, em geral, cada vez é mais co-mum a necessidade de pessoas e líderes hábeis em feedbacks. Essa habilidade envolve uma apurada percepção sensorial e contextual, uma boa predis-

posição para o inter-relacionamento e a autoesti-ma, concomitantemente.

Podemos afirmar que o feedback positivo é aquele que inicialmente enumera os fatores po-sitivos e depois, num crescente, discursa sobre as dificuldades, dando dicas e orientações, pois, nor-malmente, um bom líder saberá reconhecer-se no mesmo processo e, certamente, levantará elemen-tos pertinentes e adequados, a fim de facilitar e tor-nar mais possível o caminho de seu orientando.

Nas relações humanas e grupais, é indispen-sável uma atitude de abertura para mudanças po-sitivas, em que haja sinergia entre cada pessoa e elemento envolvido. Essa atitude é muito valoriza-da em um momento de seleção, por exemplo, haja vista que, hoje em dia, é fundamental que saibamos trabalhar, e bem, com diferentes pessoas e segmen-tos.

11.3 Assertividade

Questão de atitude: ser assertivo é ter a possi-bilidade de asserção, ou seja, estar suficientemente engajado e de prontidão adequada para fazer valer--se com positividade, em uma dada situação. A pes-soa que se comporta assertivamente sempre está “antenada” na situação como um todo, tem a ca-pacidade de ter a melhor síntese da compreensão do contexto daquela situação em que se encontra estreitamente envolvida. Além disso, essa pessoa está inteiramente centrada e disponível para dar a melhor resposta, tendo a melhor solução do pro-

blema; é a maneira pela qual se sobressai, prontifi-ca-se, sendo capaz de reunir força, dando conta da questão, na sua melhor performance (motivação, centragem de energia, consciência de si, dos outros e boa percepção).

A assertividade é uma atitude que deve ser cultivada pela pessoa, é uma habilidade poderosa nas comunicações humanas, pois cada vez mais necessitamos ser espontâneos, verdadeiros, justos e positivos ao lidar com questões relacionais com-plexas. O estado de ser assertivo é capaz de abrir portas e dar luz às situações mais nebulosas que enfrentamos.

Um exemplo: a pessoa assertiva é capaz de ver além das aparências, pois é capaz de empatizar--se com os outros, considerando a totalidade dos fatos e das sutilezas que emanam das emoções das pessoas. Numa discussão dentro do trabalho, quan-do duas pessoas estão entrando em agressões ver-bais, quem tem a possibilidade de ser assertivo é o primeiro que começa a encontrar melhores formas de utilizar palavras mais amenas, tentando suavizar a gradação forte da discussão. Começa até utilizan-do uma boa dose de jogo de cintura, de humor, desculpa-se pela parte que lhe cabe, e é suficiente-

AtençãoAtenção

O assertivo é capaz de transformar-se e de transformar a comunicação de forma positiva, criativa e favorável, pois vê o todo e, no fundo, almeja que a solução englobe de forma satisfatória a situação total e o outro envolvido. Dizemos que a atitude assertiva é oposta à atitude agres-siva, uma vez que existe, no primeiro caso, o respeito, a verdadeira intenção de incluir todos os fatores da situação de for-ma positiva, saudável, justa e verdadeira.

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Psicologia Geral

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mente verdadeiro e autêntico, a ponto de reconhe-cer sua parte de erro, de falha, de modo a iniciar um processo de reconciliação.

O assertivo é capaz de transformar-se e de transformar a comunicação de forma positiva, cria-tiva e favorável, pois vê o todo e, no fundo, almeja que a solução englobe de forma satisfatória a situa-ção total e o outro envolvido. Dizemos que a atitu-de assertiva é oposta à atitude agressiva, uma vez que existe, no primeiro caso, o respeito, a verdadei-ra intenção de incluir todos os fatores da situação de forma positiva, saudável, justa e verdadeira.

No exemplo acima, podemos imaginar que o agressivo ficou em desvantagem mediante a força da boa vontade e da boa performance de comuni-cação do assertivo. É o que normalmente acontece, pois toda vez que nos encontramos de mau humor, somos capazes de cometer os maiores desatinos e sermos inadequados, utilizando a polaridade opos-ta de nossa natureza, a assertividade.

Todo ser humano é agressivo e assertivo por natureza. De acordo com a situação, com a perso-nalidade, com o momento e, principalmente, com o exercício do autoconhecimento, do autocontrole, somos capazes de melhorarmos nossos contatos humanos, desenvolvermo-nos e percebermos que, com atitudes mais positivas, verdadeiras, cooperati-vas e bem-humoradas, fazemos valer nossas poten-cialidades, nossos anseios, desejos e nossas neces-sidades e sabemos dar voz ao mesmo grito calado de nossos semelhantes.

Na Psicologia existem inúmeros estudos e re-latos de que a face oculta da agressão é a frustração de não ser compreendido, incluído, nem ao menos convidado para ser diferente. Alguém sempre pode e quer dar o primeiro passo. Se o seu amigo está agressivo, convide sua face oculta assertiva.

No mundo profissional vence o que tem maior habilidade verbal, simpatia, jogo de cintura,

inteligência emocional, carisma, espontaneidade, poder de boa sedução, veracidade, franqueza, sa-gacidade, poder de persuasão e de inclusão de di-ferenças. Ser assertivo é na verdade tudo isso, pois é ser capaz de “dar conta da tarefa” da melhor for-ma, é ser confiante e ser um verdadeiro vencedor na luta por dignidade, respeito, amor, liberdade de expressão, e, também, considerar, no bom sentido, os outros é condição, intenção.

A pessoa assertiva sempre é capaz de ser mais bem-sucedida, pois os instrumentos que utiliza são os positivos. É quem sempre olha por onde existe o lado bom, o ganho, o saudável, o mais adequado, o melhor para todos. Assim sendo, é um otimista, que otimiza as comunicações e as relações humanas. O mundo dos negócios passa a ter um colorido dife-rente, repleto de gentilezas, de amorosidade e de esperanças. As atitudes assertivas são capazes de reverter situações muito complicadas, pois partem do que é óbvio, simples e redirecionam o que pare-cia tumultuado.

Para facilitar a discriminação do que é uma atitude assertiva e do que seria uma atitude agres-siva, tomemos, por exemplo, um jogo de futebol: o assertivo vai jogar querendo compor a jogada, fa-zendo passes, colaborando e, na hora certa, saberá se utilizar de seus talentos, fazendo o gol. O agressi-vo não vai ficar reclamando o tempo todo dos pas-ses errados dos colegas, não vai querer colaborar, ficará somente em sua posição, não mostrará flexi-bilidade e nem disponibilidade para respeitar e tor-nar o jogo mais leve. A diferença é clara: o assertivo torna as coisas mais felizes e possíveis de um bom desfecho, ao passo que o agressivo quer mais é ver “o circo pegar fogo” e, ainda, encontrar um culpado. Parece que a possibilidade de se responsabilizar e de reverter uma situação é uma forte característica que o assertivo tem que o torna mais bem prepara-do para lidar com as dificuldades na vida.

A partir do momento que alguém tem cons-ciência da sua raiva, pode aprender a suspendê-la, e este é o processo básico do comportamento asser-tivo, segundo especialistas que oferecem, hoje, trei-namentos empresariais para fomentar o tal controle emocional necessário para as tomadas de decisões.

Segundo os mais especializados psicólogos organizacionais da atualidade, o ser humano mais consciente de si é aquele que consegue ser asserti-vo nas suas funções profissionais. Fará bom uso da sua energia vital, que é agressiva, tal como apon-tou Freud, entre outros, e poderá, então, lançar-se

11.4 A Consciência da Agressividade Gera o Comportamento Assertivo

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no meio, com deliberação e autonomia, exercen-do a consciência de liberdade e limite, paulatina-mente, de acordo com as necessidades suas e do meio, inclusive. A supressão da agressividade sem

consciência é que torna o indivíduo doentio e não a aceitação controlada, não atuada pura e instin-tivamente, segundo apontam diversas pesquisas contemporâneas.

1. Sabemos que é sempre dificultoso o processo de externalização de verdadeiros sentimentos e ideias que temos dos outros, assim como de nós mesmos; e este é um dos processos mais importantes e difíceis no campo das comunicações. A qual processo estamos nos referindo?

2. Rogers (1902) descreveu três qualidades importantes para o feedback. Quais são elas?

3. Como é definido o comportamento assertivo?

11.5 Concepções Atuais e Científicas sobre Níveis de Consciência das Emoções Positivas

Pesquisadores atuais do mundo das neuro-ciências têm constatado mediante pesquisas e in-vestigações teóricas que, quanto mais o indivíduo for feliz, maior a probabilidade de entusiasmar-se para ampliar a sua consciência de si e do mundo, atualizando-se nas situações, de forma positiva, eficiente e assertiva. Dessa forma, prescrevem que a vida deva ser vivida com plenitude, apreensão dos aspectos saudáveis atrelados à qualidade de vida, como: família; contato com a natureza inte-rior e exterior; relacionamentos humanos e sociais que favoreçam a expressividade do amor, carinho, compaixão, solidariedade, dentre outros, como: afeição por animais e crianças (uma vez que estes remetem as pessoas ao mundo natural e emocio-

nal, mais autêntico, minimizando os aspectos que trazem à superfície traumas ou outras problemáti-cas das “resistências humanas”).

Segundo os neurocientistas, a felicidade faz com que as pessoas sejam mais tolerantes, mais resistentes e mais autoconfiantes e se encorajem a atingir um maior autoconhecimento e aperfeiçoa-mento, desde os caminhos da profundeza da alma humana até a coletividade, tornando, assim, a ex-pressividade dessa consciência uma fonte inesgo-tável de vida prazerosa (hedonismo – princípio de prazer no qual se buscam os aspectos beneficentes da alegria, amor, dentre outras sensações que agu-cem os sentidos, na melhor forma).

11.6 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos a importância de ar e receber feedbacks; vimos também as principais características do comportamento assertivo, tão valorizado atualmente nas organizações.

11.7 Atividades Propostas

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Se existisse, seria já uma acentuação da pró-pria neurose humana, sendo que não seria saudá-vel, propriamente dizendo. O que os psicólogos costumam considerar como funcionalidade é, em geral, a habilidade móvel de ajustamento do indi-víduo, de acordo com as circunstâncias todas (ne-cessidades individuais, grupais, sociais etc.). Quan-

to mais equilibrado for o indivíduo, mais ele será feliz em seus projetos, tanto os existenciais quanto os de ordens sociais mais amplas, como já fora vis-to anteriormente. Inúmeros são os fatores respon-sáveis pelo autoconhecimento e que favorecem, ou não, o relacionamento do indivíduo com ele mesmo e com os outros.

12.1 A Normalidade Existe?

São:

a) as neuroses: mais conhecidas como manias, fobias repetitivas, que levam o indivíduo a acentuar suas formas e me-canismos de defesa ao agir, pois sempre estará superocupando-se com o meio, deixando de ser ele mesmo;

b) as psicopatias: desvios de conduta, hu-mor ou mesmo formas mais complexas

e perigosas ligadas aos distúrbios neuro-lógicos/mentais, sendo que muitas vezes pode se tratar de uma incapacitação do sentir (alexitimia);

c) as psicoses: doenças mentais graves, nas quais o indivíduo não possui ne-nhum contato com a realidade, sofrendo de inúmeras alucinações e surtos, que podem representar perigo para o outro e o ambiente;

d) as esquizofrenias: são quadros mais complexos, ligados às doenças da alma, trazendo variações humorais e até le-vando o indivíduo a experimentar cisões comportamentais e de forte impacto emocional.

Na melhor das hipóteses, somos neuróticos? Sim e não, como ditam inúmeros pesquisadores das áreas biológicas, humanas e sociais, o que nos

AtençãoAtenção

Conhecendo elementos gerais da Psico-logia, é possível antever problemas, tomar atitudes de prevenção, desenvolvendo comportamentos que nos movam para a busca de um melhor equilíbrio mental, emocional, corporal e espiritual.

DISTÚRBIOS CONTEMPORÂNEOS E PREVENÇÕES POSSÍVEIS12

12.2 Os Agravos Mentais/Transtornos das Personalidades

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leva a constatação de que não devemos deixar de investir em autoconhecimento e de sempre bus-carmos relações humanas e profissionais favorá-veis, saudáveis, para suprir, na melhor forma, os nossos campos internos, tornando possível, assim,

a nossa evolução no melhor sentido, a fim de pres-tarmos os melhores serviços que escolhemos e os que nos são atribuídos, no decorrer cíclico de nos-sas existências.

O mundo moderno é muito atribulado e as solicitações são inúmeras, o que acarreta uma cres-cente demanda que torna crescente o surgimento de doenças relacionadas com o trabalho. As pres-sões do mercado, as concorrências crescentes e esmagadoras, as pressões familiares, as financei-ras, enfim, todas as variáveis externas somadas

aos descuidos da autoconscientização de limites acabam por manifestar diversos transtornos para a saúde mental e emocional, afetando diretamente o comportamento do indivíduo nas relações com os seus parceiros, chefes e até mesmo clientes, pre-judicando de forma cruel o bom desenvolvimento do trabalho.

12.4 Os Transtornos Modernos

a) as ansiedades incontroláveis: os pâ-nicos, geradores de impasses, medos infundados e comportamentos de fuga, mesmo que não haja a concretude de perigo, mesmo que exista alguém por perto, o indivíduo fica imobilizado para dar conta da realidade externa, pois vive fortemente o impacto de seus medos e ansiedades;

b) as depressões: as decepções mal resol-vidas e acumuladas com o tempo, a falta de alegria, de esperança, de oportuni-dade e de garra, a baixa tolerância para

os fracassos e erros inevitáveis, a falta de uma salutar autoestima, problemas de ordem hormonal atrelados aos fatores ci-tados anteriormente, são todos aspectos de uma energia desvitalizante que faz o indivíduo viver uma constante em seu re-baixamento de tônus vital;

c) transtornos bipolares: ora o indivíduo está eufórico, ora depressivo, ora manía-co e ora desvitalizado, e essas oscilações são bastante acentuadas, levando a um colapso psicológico/emocional e fisioló-gico, com o tempo.

Algumas modernas organizações já perce-beram que um bom ambiente de trabalho ajuda bastante, pois promove o bem-estar e propicia que todos vivam uma busca constante de equilíbrio e satisfação. Investem em salas equipadas com re-cursos para descanso, meditação, ginástica, ioga e outros.

Estudos recentes têm comparado rendimen-tos profissionais com o grau de felicidade dos fun-cionários de uma empresa; outros estudos revelam que a saúde mental dos indivíduos está relaciona-da com pressões financeiras e profissionais, dado o aumento da competitividade, da insegurança ad-

12.3 Os Transtornos Mentais Relacionados aos Trabalho

12.5 Promovendo a Cura e Aceitando os Limites

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Psicologia Geral

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vinda do crescente desemprego, entre outros fato-res (separações, nascimento de mais um filho, gra-videz indesejada, por exemplo). A ênfase maior e melhor sempre será a de prevenção, mas caso haja a identificação de problemas sérios, duradouros, o indivíduo deverá ser devidamente recomendado/encaminhado para acompanhamento psicotera-pêutico e/ou psiquiátrico.

Em suma, conhecendo elementos gerais da Psicologia, é possível antever problemas, tomar

atitudes de prevenção, desenvolvendo comporta-mentos que nos movam para a busca de um me-lhor equilíbrio mental, emocional, corporal e espi-ritual. Estamos vivos para as relações humanas e quanto melhores forem as trocas entre as pessoas, promovendo respeito às diferenças, que somem e multipliquem bons recursos, melhor será a quali-dade de vida e melhores serão os resultados.

12.6 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos os principais distúrbios contemporâneos e discutimos diversas formas de prevenção possíveis. Você conheceu, também, os transtornos mentais relacionados ao trabalho, tais como: as ansiedades, entre outros.

12.7 Atividades Propostas

1. São mais conhecidas como manias, fobias repetitivas, que levam o indivíduo a acentuar suas formas e mecanismos de defesa ao agir, pois sempre estará superocupando-se com o meio, deixando de ser ele mesmo. De quais transtornos estamos tratando?

2. Defina as esquizofrenias.

3. Quando ora o indivíduo está eufórico, ora depressivo, ora maníaco e ora desvitalizado, e essas oscilações são bastante acentuadas, levando a um colapso psicológico/emocional e fisiológi-co, com o tempo, estamos nos referindo a qual transtorno moderno?

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Cientistas renomados catalogaram 15 ten-dências principais que moldarão o mundo e mui-tos de nós já estamos vivenciando os efeitos de inúmeras transformações. Sentimos o impacto como uma revolução que vem mudando nossas vi-das. Fazemos parte de uma geração que edita uma nova era pronta a oferecer uma opção ilimitada de possibilidades. Para que todos nós possamos fa-zer essas escolhas, e continuar fazendo-as durante toda a vida, basta compreender o escopo dessas mudanças, ver seu potencial e agarrar as oportu-nidades.

Países desenvolvidos já fizeram o salto de uma sociedade industrial para a era de informação:

uma era em que o poder cerebral e o conhecimen-to humano continuarão a substituir maquinário e construções como o principal capital da sociedade. A nova era também é de alternativas diversas. Para aqueles com o novo conhecimento: um mundo de oportunidade. Para aqueles sem conhecimento, a perspectiva de desemprego, pobreza e desespero, na medida em que os antigos empregos desapare-cem e os antigos sistemas se desintegram.

O principal impulso desse estudo é a neces-sidade urgente de novos métodos de aprendiza-gem, caso se queira que a maioria das pessoas se beneficie. Não só a nova geração, mas também os adultos deverão ajustar-se às transformações.

13.1 O Estudo das Megatendências

13.2 A Era da Comunicação Instantânea

O mundo desenvolveu uma habilidade sur-preendente de armazenar informações e torná-las instantaneamente disponíveis em diferentes for-mas, para quase todo lugar. Essa habilidade revolu-cionará os negócios, a educação, a vida doméstica, o emprego, a administração, as mídias e, virtual-mente, tudo o mais que damos como certo. Nossos lares ressurgirão como centros vitais de aprendiza-gem, trabalho e entretenimento.

O impacto apenas dessa sentença transfor-mará nossas escolas, empresas, nossos shopping centers, escritórios, cidades, de diversas formas, e todo o nosso conceito de trabalho. A comunica-

AtençãoAtenção

Conforme Neil Postman e Charles Wein-gartner, será necessário um novo tipo de educação, um que prepare pessoas para a necessidade de novos padrões de defe-sa, percepção, compreensão e avaliação. O mundo está se tornando uma gigan-tesca troca de informações; um único cabo de fibra ótica é capaz de transportar 10 milhões de mensagens eletrônicas.

AS PRINCIPAIS MEGATENDÊNCIAS13

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ção instantânea é a tecnologia dominante e essa tendência aumentará cada vez mais a necessidade de se transformar pessoas, preparando-as para que gostem de aprender e que aprendam tão bem que sejam capazes de aprender o que quer que precise ser aprendido.

Conforme Neil Postman e Charles Weingart-ner, será necessário um novo tipo de educação, um que prepare pessoas para a necessidade de novos

padrões de defesa, percepção, compreensão e ava-liação. O mundo está se tornando uma gigantesca troca de informações; um único cabo de fibra ótica é capaz de transportar 10 milhões de mensagens eletrônicas. A velocidade das informações atrela-das ao mercado cada vez mais exigente faz com que haja a necessidade de pessoas mais estrutura-das para rápidos processamentos de informações e perspicácia em manuseio de dados multifacetados.

13.3 Um Mundo sem Fronteiras Econômicas

Caminhamos, inevitavelmente, para um mun-do em que a maioria do comércio será virtualmente irrestrita; e ignore as mudanças temporárias para proteger o rendimento da agricultura em alguns países. O gênio está fora da garrafa: a transferência instantânea de dinheiro em todo o globo já alterou a própria natureza das transações e do comércio mundial. Em 1990, os mercados monetários mun-diais negociaram US$ 114 trilhões em “capitais ele-trônicos”: quinze vezes o valor de outras transações.

O coautor de Megatrends, John Naisbitt, regis-tra uma economia global como sua principal previ-são para as próximas décadas, quando a tendência dominante caminhará crescendo para que haja um livre comércio entre todos os países – globalização. Os bens fundamentais de cada nação serão as ha-bilidades de seus cidadãos: poder aprender novas habilidades, sobretudo, no que se refere à defini-ção de problemas, à criação de novas soluções e ao acréscimo de novos valores.

13.4 Três Passos para uma Economia Única

Embora as finanças internacionais tenham estimulado o crescimento de uma economia mun-dial única, três blocos comerciais ampliados são as pedras fundamentais: a Europa unificada, as Amé-ricas e a orla do Pacífico Asiático.

Suíça, Cingapura, Taiwan, Coreia do Sul e Japão são caracterizados por pequenas massas

de terra, sem recursos naturais, mas com pessoas bem-educadas e empenhadas no trabalho, com a ambição de participar da economia global.

Fator indicado para o sucesso seria o de par-ticipação para a prosperidade, na qual as próprias pessoas funcionassem como meios verdadeiros e únicos na geração de riquezas.

13.5 A Nova Sociedade de Serviços

Peter Drucker, Naisbitt, Ohmae, Reich e mui-tos outros previsores concordam com a próxima tendência: a mudança de uma sociedade industrial para uma sociedade de serviços. A grande mudan-ça é que estamos fabricando com informações e não com pessoas. Com computadores, automação e robôs, em vez de funcionários.

Existem três tipos de prestação de serviços que crescerão fortemente: a de produção em sé-rie, utilizada na supervisão de linha de montagem, por exemplo; os serviços interpessoais, como aten-dentes, garçons, motoristas, servidores em geral; e os serviços simbólico-analíticos, os que envolvem pessoas que resolvem, identificam e agenciam pro-

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blemas, manipulando símbolos, como os cientistas de pesquisa, engenheiros de projetos, consultores de empresas, publicitários, entre outros.

Reich pensa que todos nós precisaremos aprender como conceituar problemas e chegar às

mais criativas soluções, usando pelo menos quatro habilidades básicas: abstração, raciocínio sistêmi-co (pensar processualmente, integrando aspectos multideterminados), experimentação e colabora-ção.

13.6 De Grande a Pequeno

Já há algum tempo estamos percebendo o crescimento do número de franquias, principal-mente pequenas unidades autônomas vinculadas a sistemas gigantes e redes de marketing direto, sobretudo fornecedores individuais ligados a for-necedores mundiais. Essas tendências crescerão e simplificarão o funcionamento dos segmentos que representam, a fim de fomentarem uma melhor funcionalidade para a nova era globalizada.

Com o crescimento das pequenas empresas, haverá a necessidade de se selecionar pessoas com habilidades de raciocínio conceitual e criativo, com capacidade de correr riscos, mudar e experimen-tar novas oportunidades. Nisso, cada área será de importância fundamental para a melhoria das inte-grações de múltiplas competências.

13.7 A Nova Era do Lazer

A pessoa, do sexo masculino, em média, vive agora pelo menos 70 anos, o que significa um total aproximado de 600 mil horas de vivências. Com o aumento significativo do tempo de vida, dados os avanços da medicina e das orientações cada vez mais difundidas sobre os aspectos que preservam e garantem a qualidade de vida, as pessoas passarão a viver bem mais e a terem mais tempo livre, como busca essencial de garantia por qualidade de vida.

Os serviços ligados aos setores de lazer, edu-cação, viagem, hobbies, entre outros, serão os de maior crescimento. Sem dúvida, o mercado de tra-

balho e de serviços encontrará cada vez mais espa-ço nessas segmentações, todas atreladas ao lazer com qualidade, o qual, segundo estudos avança-dos comprovam, aumenta a eficácia laboral, redu-zindo o estresse.

Uma importante tarefa na educação será a de estimular a criação de novas experiências saudá-veis de lazer, assim como a ampliação de possibi-lidades de ofertas de trabalho para os mais idosos – nessa fase da vida, o trabalho pode ser fonte de prazer, assim como de renda, integrando os univer-sos, na melhor das formas, na totalidade.

13.8 A Forma Mutável do Trabalho

Existe uma previsão de que uma minoria de pessoas bem preparadas, com qualificações de gra-duação e pós-graduação, ocupará empregos está-veis em período integral de companhias tradicio-nais. O restante trabalhará em três agrupamentos

separados, tais como: grupo de projetos, específi-cos, por curtos períodos, dependendo da deman-da; trabalhadores de meio período e sazonais (um dos poucos mercados para os não qualificados); e trabalhos individuais ou em grupos familiares. As

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fusões empresariais reduzirão os empregos e a ne-cessidade de manter pessoas em regime estável e duradouro, ocasionando novos padrões ocupacio-nais para o mercado de trabalho.

A educação terá a importante tarefa de esti-

mular as pessoas a serem seus próprios gerentes, divulgadores e comunicadores mundiais. Sem tais atitudes, ficará cada vez mais difícil a adaptação pessoal e social.

13.9 Mulheres na Liderança

O crescimento do desenvolvimento femi-nino se deve às novas demandas e necessidades de sobrevivência e transformações no mundo. As mulheres passaram a ocupar importantes postos nas sociedades, garantindo uma melhora no nível da renda familiar. Estão mudando os negócios e incrementando-os com o diferencial que advém do amor, carinho e compaixão. Elas comprovam a cada dia o quanto valem esses ingredientes quali-

tativos, que dão o colorido no que era só racional e frio, no mundo do trabalho outrora masculino/paternalista.

As mulheres têm mostrado força e criativida-de para ocuparem diversas funções no mercado de trabalho. Essa tônica dos mercados que torna oportuna a presença feminina será crescente e in-dispensável, daqui para frente, conforme regem as tendências.

13.10 A Década do Cérebro

O estudo das megatendências mostra a cres-cente necessidade de uma orientação para o inves-timento em autoconhecimento, tão necessário e urgente para orientar as pessoas para o autogeren-ciamento e capacitação que busquem transforma-ções, de ordens variadas.

Aprender a utilizar a ferramenta mais valiosa, o cérebro, considerando seu funcionamento, ca-racterísticas e habilidades que capacitem cada vez mais o desenvolvimento será uma atitude urgente e valiosa para todos.

13.11 O Nacionalismo Cultural

Quanto mais nos globalizarmos e nos tor-narmos economicamente interdependentes, mais faremos o trabalho humano, mais avaliaremos nos-sas características ou diferenças, mais desejaremos nos apegar à nossa língua, às nossas raízes e à nos-sa cultura. É o paradoxo do contramovimento da globalização.

No campo das prestações de serviços, as-sim como no desenvolvimento de produtos e ou-tros bens, serão importantes as campanhas que agreguem valores ligados ao nacionalismo, for-

talecendo o diferencial de cada produto/serviço, enaltecendo suas origens. Como exemplo, pode-mos prever um crescimento em campanhas que evidenciam ícones do futebol em produtos espor-tivos, destacando habilidades e equiparando-as às melhores características dos produtos anunciados.

A educação deverá preparar cada indivíduo para a concepção profunda e ampla de um merca-do globalizado, mas centrado, cada um, no melhor meio de enaltecer sua própria riqueza cultural.

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Existe uma forte previsão de que haja um aumento no nível da pobreza mundial, gerada por desastres sociais e políticas inadequadas na educa-ção e economia. Essa tendência também se deve à falta de controle do crescimento populacional dos países menos desenvolvidos, o que infelizmente

será motivo de crescentes formas para que melhor se atenda aos mais necessitados. Como, por exem-plo, repensar novos meios de geração de recursos mais baratos e acessíveis para os povos de baixa renda, já que o empobrecimento é, e continuará sendo, crescente e inevitável.

13.12 A Crescente Subclasse

13.13 O Envelhecimento da População Ativa

A geração das pessoas com mais de 60 anos representa um dos maiores recursos não explora-dos para o futuro da educação, assim como das economias vigentes.

A expectativa média de vida aumentou para 75 anos, e o idoso contemporâneo desfruta de me-lhor forma física, emocional e intelectual, dada a melhoria dos aspectos informacionais e tratamen-tos disponibilizados atualmente. As sociedades deverão se ocupar melhor e se estruturarem para assegurar aos idosos condições cada vez mais efi-cientes e adequadas às suas necessidades e dese-

jos. As tendências apontam para um novo modo de vermos a velhice, a linha do tempo. Haverá uma maior disposição para compreender valores atrela-dos à experiência de vida e isso mudará a concep-ção da velhice.

Já vimos assistindo a um crescimento de ido-sos ativos profissionalmente, e muitos são a princi-pal fonte de renda familiar, haja vista o aumento do desemprego, fazendo com que as aposentadorias sejam a única forma de sobrevivência, para inúme-ras famílias de baixa renda, principalmente.

13.14 A Nova Onda do “Faça Você Mesmo”

O mundo moderno suscita a necessidade de promover condições para que as pessoas cresçam e se desenvolvam com maior autonomia, menor dependência de quem quer que seja. Dessa forma, precisaremos ter uma melhor orientação para as-sumir o controle de nossas vidas, na atitude de as-segurar a autogestão e a participação individual in-tegrada, com fluência e autoconfiança. Essas, sem

dúvida, serão habilidades valorizadas daqui para frente, uma vez que as pessoas trabalharão cada vez mais com múltiplas informações, em um mun-do que viverá fortes e constantes mudanças. Sem o encorajamento para a autonomia, o indivíduo não poderá se ajustar às novas transformações.

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Estão nascendo novas empresas que priori-zam parcerias, posse de ações, distribuição de lu-cros, educação continuada, divisão de tarefas, ho-rários flexíveis e equipes de projeto. Essas empresas criam ambientes em que as pessoas podem nutrir o crescimento pessoal e obter um efetivo desen-

volvimento educacional. Elas estão dando certo e vêm ocupando posição de destaque na economia mundial, sendo consideradas modelo de avanço tecnológico e empresarial, com forte valorização do potencial humano, fomentando valores que melhor viabilizem as responsabilidades sociais.

13.15 Empreendimento Cooperativo

13.16 O Triunfo do Indivíduo

Em todo o mundo, estamos vendo o renas-cimento do poder e das responsabilidades indivi-duais. Cada um de nós é responsável por escolher produtos e serviços no mundo. Quanto mais nos orientarmos para a amplitude das possibilidades e quanto melhor nos prepararmos para o novo, melhor nos adaptaremos ao futuro. Em outras pa-lavras, um novo padrão de funcionamento huma-

no far-se-á necessário, o de abertura, o de ser co-criador da própria existência e um ser qualificado na totalidade de suas funções pessoais e sociais. O conhecimento das Megatendências, para o estu-dante e futuro profissional das Ciências Humanas e Sociais, é fundamental para que haja abertura para a contínua instrumentalização, aperfeiçoamento e busca de avançados conhecimentos.

13.17 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo, vimos as principais megatendências que já estão vigorando mun-dialmente: a era da comunicação instantânea; um mundo sem fronteiras econômicas; três passos para uma economia única; a nova sociedade de serviços; de grande a pequeno; a nova era do lazer; a forma mutável do trabalho; mulheres na liderança; a década do cérebro; o nacionalismo cultural; a crescente subclasse; o envelhecimento da população ativa; a nova onda do faça você mesmo; empreendimento cooperativo; e o triunfo do indivíduo.

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1. O mundo desenvolveu uma habilidade surpreendente de armazenar informações e torná--las instantaneamente disponíveis em diferentes formas, para quase todo lugar. Essa habili-dade revolucionará os negócios, a educação, a vida doméstica, o emprego, a administração, as mídias e, virtualmente, tudo o mais que damos como certo. Nossos lares ressurgirão como centros vitais de aprendizagem, trabalho e entretenimento. De qual megatendência estamos tratando?

2. Existe uma previsão de que uma minoria de pessoas bem preparadas, com qualificações de graduação e pós-graduação, ocupará empregos estáveis em período integral de companhias tradicionais. O restante trabalhará em três agrupamentos separados, tais como: grupo de pro-jetos, específicos, por curtos períodos, dependendo da demanda; trabalhadores de meio pe-ríodo e sazonais (um dos poucos mercados para os não qualificados); e trabalhos individuais ou em grupos familiares. As fusões empresariais reduzirão os empregos e a necessidade de manter pessoas em regime estável e duradouro, ocasionando novos padrões ocupacionais para o mercado de trabalho. Estamos nos referindo a qual megatendência?

3. O mundo moderno suscita a necessidade de promover condições para que as pessoas cres-çam e se desenvolvam com maior autonomia, menor dependência de quem quer que seja. Dessa forma, precisaremos ter uma melhor orientação para assumir o controle de nossas vi-das, na atitude de assegurar a autogestão e a participação individual integrada, com fluência e autoconfiança. De qual megatendência estamos tratando?

13.18 Atividades Propostas

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Algumas reflexões importantes a serem iniciadas, com o intuito de que a Psicologia Geral germine um potencial para a criticidade e busca de conhecimentos contínuos nos alunos:

A saúde e a doença,O funcional e o disfuncional,São pólos que fazem parte da vida,E caberá à humanidade saber bem transitar,Buscando sentido para o vivido e compartilhado,Promovendo as melhores mudanças,Abrindo-se para as boas novas das linhas contínuas dos todos conhecimentos!!!Salvaguardemos e multipliquemos as sementes preciosas das Psicologias!!!Caberá ao ser em relação... preservar e sabiamente prosperar!!!(LILLA, 20081)

 

1 Esse texto é de minha autoria e foi uma colaboração textual feita na jornada de Gestalt-Terapia, do Instituto Sedes Sapientiae, em outubro de 2008.

CONSIDERAÇÕES FINAIS14

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CAPíTULO 11. Psicologia do Senso Comum.

2. Wundt.

3. Funcionalismo.

CAPíTULO 21. Introspecção.

2. Técnicas Projetivas.

3. Ludoterapia.

CAPíTULO 31. O comportamento tem sido definido como sendo o conjunto das reações ou respostas que

um organismo apresenta às estimulações do ambiente.

2. Estímulo.

3. Comportamento Adquirido ou Aprendido.

CAPíTULO 4 1. Behaviorismo.

2. São todos os comportamentos/respostas do organismo vivo/indivíduo que não dependem diretamente dos fatores de aprendizagens.

3. Comportamento instrumental ou operante.

CAPíTULO 51. Jean Piaget.

2. Inteligência Emocional (QE).

3. Aprendizagem Significativa.

CAPíTULO 61. Não possui tradução exata, mas representa configuração e forma.

2. A busca pela boa forma.

3. Teoria de Campo.

RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS

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CAPíTULO 71. Função Informativa.

2. Abraham Maslow.

3. Realizações Sociais.

CAPíTULO 8 1. Psicanálise.

2. Superego.

3. Projeção.

CAPíTULO 91. Psicologia Sócio-Histórica.

2. Funções Superiores.

3. Contexto social.

CAPíTULO 101. Natureza Sociável.

2. Time.

3. Psicologia Social.

CAPíTULO 111. Dar e receber feedbacks.

2. A congruência, a empatia e a consideração positiva.

3. Ser assertivo é ter a possibilidade de asserção, ou seja, estar suficientemente engajado e de prontidão adequada para fazer valer-se com positividade, em uma dada situação.

CAPíTULO 12 1. Neuroses.

2. São quadros mais complexos, ligados às doenças da alma, trazendo variações humorais e até levando o indivíduo a experimentar cisões comportamentais e de forte impacto emocional.

3. Transtorno bipolar.

CAPíTULO 131. A era da informação instantânea.

2. A forma mutável do trabalho.

3. A nova onda do “faça você mesmo.”

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BOCK, A. M. B. Psicologia: uma introdução ao estudo de psicologia. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 1996.

CHANLAT, J. F. O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. São Paulo: Atlas, 1996.

DAVIDOFF, L. L. Introdução à psicologia. São Paulo: Ática, 1994.

FRIEDMAN, H. S.; SCHUSTACK, M. W. Teorias da personalidade. 2. ed. Boston: Pearson Education, 2004.

GARCIA-ROZA, L. A. Psicologia estrutural em Kurt Lewin. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

REFERÊNCIAS